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LA IDEA DE AMÉRICA E N VASCONCELOS Germán POSADA Universidad del Valle, Colombia JOSÉ VASCONCELOS ES EL primer pensador de dimensión con- tinental que aparece en la historia de México, según afirma Leopoldo Zea. 1 Antes de Vasconcelos, antes de la Revolución de 1910, "en el campo de la filosofía, las ideas y el pensa- miento, México había carecido de figuras que trascendiesen su circunstancia nacional". 2 El país no había producido pen- sadores que fueran "figuras universales como Simón Bolívar o figuras continentales como Martí, Sarmiento o Bello". 3 Sin embargo, el advenimiento de la Revolución, que convirtió a México en "el país lider revolucionario de América", surge Vasconcelos, un hombre que iguala con la vida el pensamien- to. "El mismo tipo de hombre que ha caracterizado a los líderes intelectuales de Hispanoamérica. Mitad político, mi- tad pedagogo..., reparte su vida entre la tribuna, el campo de batalla o el aula. Estadista y maestro. Pensador y revolu- cionario". 4 "La obra y el pensamiento de este maestro me- xicano concluye Zea trascenderán, por primera vez en nuestra historia intelectual, el ámbito de nuestra realidad con- creta". 5 Lo trascenderán, en efecto, magistralmente. Su magna labor educativa, su preocupación filosófica por el destino his- panoamericano, harán de él el maestro de América por exce- lencia, tal como le consagró la juventud de Colombia en 1923, y "el ideólogo más original" que, hasta su época, había pro- ducido nuestro continente, tal como le llamó el conde de Keyserling al comentar su teoría de La raza cósmica* Pues bien: si no el más original de todos los pensadores america- nos, Vasconcelos es, al menos, el primero que logra crear una idea sistemática de América. El primero que consigue superar

LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

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Page 1: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

L A IDEA D E AMÉRICA E N VASCONCELOS

Germán P O S A D A

U n i v e r s i d a d d e l V a l l e , C o l o m b i a

JOSÉ V A S C O N C E L O S ES E L p r i m e r pensador de dimensión con­

t i n e n t a l que aparece en l a h i s t o r i a de México , según a f i r m a

L e o p o l d o Z e a . 1 Antes de Vasconcelos, antes de l a R e v o l u c i ó n

de 1910, " e n e l campo de l a filosofía, las ideas y e l pensa­

m i e n t o , M é x i c o había carecido de figuras que trascendiesen

su c i r c u n s t a n c i a n a c i o n a l " . 2 E l país n o había p r o d u c i d o pen­

sadores que fueran "f iguras universales c o m o Simón Bol ívar

o f iguras continentales como Mart í , S a r m i e n t o o B e l l o " . 3 S i n

embargo, e l a d v e n i m i e n t o de l a R e v o l u c i ó n , que convirt ió a

M é x i c o en " e l país l i d e r r e v o l u c i o n a r i o de América" , surge

Vasconcelos, u n h o m b r e que i g u a l a c o n l a v i d a e l p e n s a m i e n ­

t o . " E l m i s m o t i p o de h o m b r e que h a caracterizado a los

líderes intelectuales de Hispanoamérica. M i t a d político, m i ­

t a d p e d a g o g o . . . , reparte su v i d a entre l a t r i b u n a , el campo

de b a t a l l a o e l au la . Estadista y maestro. Pensador y revolu­

c i o n a r i o " . 4 " L a o b r a y e l pensamiento de este maestro me­

x i c a n o concluye Zea trascenderán, p o r p r i m e r a vez en

nuestra h i s t o r i a inte lectual , el ámbi to de nuestra r e a l i d a d con­

c r e t a " . 5

L o trascenderán, en efecto, magistra lmente . S u m a g n a

l a b o r educat iva , su preocupación filosófica p o r e l destino his­

p a n o a m e r i c a n o , harán de él e l maestro de América p o r exce­

l e n c i a , ta l c o m o le consagró l a j u v e n t u d de C o l o m b i a en 1923,

y " e l ideólogo más o r i g i n a l " que, hasta su época, había pro­

d u c i d o nuestro cont inente , ta l c o m o le l lamó el conde de

K e y s e r l i n g a l comentar su teoría de L a r a z a cósmica* Pues

b i e n : si n o el más o r i g i n a l de todos los pensadores america­

nos, Vasconcelos es, a l menos, e l p r i m e r o que l o g r a crear u n a

i d e a sistemática de América. E l p r i m e r o que consigue superar

Page 2: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

38o GERMÁN P O S A D A

ese " g e n i a l despliegue de i n t u i c i o n e s " sobre el N u e v o M u n d o

—característ ico de los pensadores que le precedieron, entre

quienes sobresalen M i r a n d a , Bolívar, B e l l o , Sarmiento , Mart í ,

R o d ó y o t r o s — ; el p r i m e r o que l lega a construir u n a teoría

general, u n a idea prefilosófica de América. E n esto reside su

grandeza. Vasconcelos es, pues, el creador m e x i c a n o de l a idea

de América y el precursor de l a filosofía m e x i c a n a y ameri­

cana sobre América, que florece en nuestro t iempo. Pues l a

tarea de convert i r a q u e l l a idea prefilosófica de A m é r i c a en

u n a preocupación r igurosa y auténticamente filosófica, que­

daría encomendada a los pensadores posteriores.

Vasconcelos, creador y precursor. C o m o creador de l a p r i ­

mera gran i d e a m e x i c a n a sobre América se le estudia en estas

páginas, q u e se o c u p a n de los pr imeros veinte años de su

pensamiento (1905-1924). C o m o precursor de l a actual f i lo­

sofía de América , el autor de este trabajo remite a l lector a

las palabras de A b e l a r d o Vi l legas , q u i e n , a l f i n a l de su estudio

sobre l a filosofía en México , a f i r m a que " l a corriente más

vigorosa de nuestro ambiente filosófico está const i tu ida p o r

esas filosofías de A m é r i c a " 7 que representan S a m u e l R a m o s ,

los " trasterrados" españoles, L e o p o l d o Zea, E d m u n d o Q ' G o r -

m a n y, o r i g i n a l m e n t e , los m i e m b r o s d e l g r u p o H i p e r i ó n ; to­

dos ellos cont inuadores d e l pensamiento americanista de Vas­

concelos. Q u i e n , en d e f i n i t i v a , fue h o m b r e de grandiosas

visiones intelectuales; y, con relación a aquellas profundas v i ­

siones filosóficas q u e apenas entrevio y que dos o tres de sus

sucesores h a n l levado a p l e n a conciencia y lucidez, podría de­

cirse de él q u e " s i n o venció reyes moros, engendró q u i e n los

venciera" .

L a r a z a a m e r i c a n a ( 1 9 0 5 - 1 9 1 1 ) . D e su época de estudiante

u n i v e r s i t a r i o , c u a n d o Vasconcelos asistía a l a Escuela de J u ­

r i s p r u d e n c i a de l a c i u d a d de México , allá p o r e l p r i m e r lus­

tro de este siglo, d a t a n según se dice, " los esbozos de aque l lo

q u e constituirá después l a parte entrañable de su obra : l a for­

mulac ión de l o que podría l lamarse u n a " T e o r í a general de

A m é r i c a " : "raza, h is tor ia , c u l t u r a , d e s t i n o . . . " »

• S u tesis profes ional , l l a m a d a Teoría dinámica d e l d e r e c h o

Page 3: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

L A I D E A D E AMÉRICA 3 8 i

y escrita e n a b r i l de 1 9 0 5 , a los veinte y tres años de edad,

t e r m i n a c o n u n a v i b r a n t e visión d e l futuro de "nuestra raza

l a t i n a " , creadora de ideales:

Aceptemos, pues, la época presente; recibamos este industrialis­

mo vulgar como transición dolorosa y necesaria que prepara u n

porvenir mejor. N o están con él nuestras simpatías; pero perdo­

némoslo, porque no lo ahoga todo; aunque el trabajo y las má­

quinas invadan la tierra, siempre quedará en los cielos u n espacio

azul donde guardar los ideales. Nuestra raza latina, poco adap­

tada para las tareas groseras, no irá a la cabeza de los pueblos

llevando el estandarte t r iunfa l en estas luchas casi mezquinas: se­

guirá resignada u n movimiento que comprende necesario y conser­

vará su vigor intacto para cuando e l ideal florezca, para cuando

los industriales hayan puesto a l alcance de todos la riqueza y sea

la vida u n largo ensueño de contemplación y de infinito.9

E n este párrafo j u v e n i l de Vasconcelos está ya el germen

de todo su pensamiento social a p l i c a d o a l m u n d o hispanoame­

r i c a n o . Somos, según él, u n a raza ideal ista, incapaz de t r i u n ­

far en u n a época mecanizada como l a actual ; hemos de resig­

narnos a aceptar esta época, p o r q u e e l la pondrá l a r iqueza a l

alcance de todos y abrirá e l c a m i n o hac ia el p o r v e n i r i d e a l ;

v ive o c u l t a e n nosotros u n a fuerza e s p i r i t u a l que nos conver­

tirá en los amos de ese f u t u r o de sapiencia i l i m i t a d a . L a de­

f inic ión de l a v i d a como " u n largo ensueño de contempla­

c i ó n y de i n f i n i t o " revela y a u n a visión filosófica del m u n d o -

e l autor se presenta, de entrada, c o m o u n amante de l a sabi

dur ía como u n uensador Que emoieza a conce011* u n a idea

profética de América , a crear u n a utopía filosófica de l a gran

p a t r i a c o n t i n e n t a l

1910. M é x i c o v a a celebrar el centenario de su Indepen­

dencia . L a nueva generación inte lectual , pres id ida p o r José

Vasconcelos y A n t o n i o Caso, filósofos, p o r P e d r o Henr íquez

U r e ñ a y A l f o n s o Reyes, humanistas , h a const i tu ido el A t e n e o

de l a J u v e n t u d y se hace presente en las conmemoraciones

patrióticas c o n u n c ic lo de conferencias sobre l a l i t e r a t u r a y

el pensamiento h i s p a n o a m e r i c a n o : Sor J u a n a , L i z a r d i , Barre­

d a , Hostos , O t h ó n , R o d ó . , . " N o s o t r o s iniciábamos e n e l

Page 4: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

382 GERMÁN P O S A D A

A t e n e o l a rehabil i tación d e l pensamiento de l a raza" , recor­

dará más tarde Vasconcelos, en su a u t o b i o g r a f í a . "

S u conferencia h a versado sobre D o n G a b i n o B a r r e d a y

l a s i d e a s contemporáneas. E l tema es n a c i o n a l , pero l a i n ­

q u i e t u d q u e a n i m a a l autor es, a u n t i e m p o , americana y

europea. E n j u i c i a n d o l a obra de B a r r e d a , e l maestro del po­

s i t iv i smo m e x i c a n o , a l a luz de las filosofías de Schopenhauer,

Nietzsche, Bergson y otros pensadores europeos, Vasconcelos

h a b l a e n americano, i n s p i r a d o p o r esa v o l u n t a d de f u t u r o que

h a s ido p r o p i a de los grandes v is ionar ios de América. U n

h o m b r e j o v e n expresa e l sent imiento épico y v i ta l i s ta de u n

p u e b l o j o v e n que, a pesar de sus desventuras, tiene fe en su

fuerza y e n su destino y v ive de cara a l p o r v e n i r . Vasconcelos

se siente v i v i r en u n t i e m p o de " c l a r i d a d y de mensaje en que

el sent ir profético a n u n c i a el a d v e n i m i e n t o y l a elaboración

de los credos que g u í a n g e n e r a c i o n e s " . 1 1 C o n destino toda­

vía secreto, él se p r o p o n e e laborar e l credo que guíe a las

gentes de su generación en toda l a A m é r i c a española; pero

presiente, c o n genia l c l a r i v i d e n c i a , q u e n o triunfará en todo,

q u e l a suya será u n a o b r a t r u n c a y que n o será e n sus días

c u a n d o A m é r i c a ascienda a l a c i m a e n que él quis iera verla.

P o r eso, Vasconcelos se p r e p a r a p a r a l a a c c i ó n . . . y para e l

fracaso, a l que m i r a como u n accidente q u e n o debe i n s p i r a r

temor:

¿El fracaso no es l a prolongación de l a vida, el aplazamiento

de nuestro tr iunfo, el golpe que nos vence, pero que es incapaz de

matar el impulso? Cuando el propósito no se cumple, la fuerza,

si perdura, conserva u n potencial que la hará volver una y más

veces a intentar la acción; asi cada derrota hace más larga una

lucha tenaz. Otros intentarán lo que no logramos y nuestro querer

revivirá. Es una anticipación de la inmorta l idad imaginar que

otro y otros repetirán nuestra acción en e l remoto p o r v e n i r . . . L o

que se trunca por alzarse demasiado, conserva vigor en las raíces

para recomenzar el asalto de la altura. L a columna rota es símbolo

de u n esfuerzo que aguarda otro mañana para volver a bregar.12

C o n palabras que se h a n hecho célebres, p o r su paradójica

sabiduría, Vasconcelos a b o m i n a de los t r iunfos fugaces: " e l

Page 5: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

L A I D E A D E AMÉRICA 383

éx i to es estéril y mediocre, se acomoda c o n e l instante, muere

c o n él, n o suscita n i anhelos n i v i r t u d e s " . 1 3

O b r a t r u n c a , generación, futuro , porvenir , destino, gran­

deza. Vasconcelos acaba su conferencia de 1910 c o n u n párra­

fo que enc ierra todas sus ideas de j u v e n t u d sobre e l país, e l

cont inente , l a raza:

Obras sin concluir l laman a las generaciones futuras, nos hacen

pensar en que la labor inconclusa se completará con los datos

que aún no nos vienen, que guarda el destino. Y en el extraño

dolor de la espera, u n vislumbre del porvenir, rápido y trágico,

muestra lo que nos falta inaprehendible y lejano: sentimos la i n u ­

t i l i d a d de nuestro i n d i v i d u o y lo sacrificamos en el deseo de lo

futuro, con esa emoción de catástrofe que acompaña a toda gran-

deza.l*

E l L e i t m o t i v d e l pensamiento de Vasconcelos es evidente.

A l j o v e n maestro le mueve u n a v o l u n t a d de f u t u r o , de f u t u r o

h ispanoamer icano.

A l estallar l a R e v o l u c i ó n , dos meses después de haber pro­

n u n c i a d o su célebre conferencia, Vasconcelos p a r t i c i p a activa­

mente en l a l u c h a polít ica. P o r eso, en j u n i o de 1911, e l A t e ­

neo de l a J u v e n t u d ofrece u n banquete e n h o n o r d e l l i cen­

c i a d o r e v o l u c i o n a r i o , " q u e t a n br i l lantes servicios prestó a l a

causa del p u e b l o " . 1 5 E n e l b r i n d i s que p r o n u n c i a entonces,

e l agasajado se p r e g u n t a : "¿A dónde l levarán los polít icos do­

minantes nuestra c u l t u r a n a c i e n t e ? " . 1 6 y señala luego a sus

compañeros el deber de c o n t i n u a r en:

L a defensa de los escasos progresos ya conquistados, la construc­

ción de lo que puede llegar a ser u n carácter nacional , u n perf i l

definido, quizá u n pr inc ip io de creación del ser mental que está

por integrarse realizando la expresión de nuestra raza durante tanto

tiempo m u d a ; pero l lena de potencialidades, que aguardan cierto

acorde de armonía remota para vibrar y cumpíirse.lT

L a preocupación p o r l a o r i g i n a l i d a d de l a c u l t u r a m e x i ­

c a n a y l a i d e a de l a raza h ispanoamericana, m u d a hoy, pero

tácita maestra d e l p o r v e n i r , v u e l v e n a surgir en armonía fe­

c u n d a . L o n a c i o n a l y l o c o n t i n e n t a l n o se o p o n e n en V a s c o n -

Page 6: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

384 GERMÁN P O S A D A

celos, s ino que m u t u a m e n t e se r e q u i e r e n y c o n d i c i o n a n . E l

acorde de armonía r e m o t a que nuestra raza espera es justa­

mente esa filosofía estética q u e secretamente p u g n a y a p o r

erigirse e n sistema en el mesiánico pensamiento d e l gran me­

x i c a n o .

E l m e s t i z a j e a m e r i c a n o ( 1 9 1 6 ) . E n el año de 1916, cuando Mé­

x i c o se h a l l a en p l e n a agitación r e v o l u c i o n a r i a , Vasconcelos

se encuentra en el Perú. T i e n e tre inta y cuatro años, h a sido

ya — a u n q u e f u g a z m e n t e — secretario de Educación Públ ica

de su país, y es u n desterrado de l a Revolución. Se p e r f i l a

acaso, como e l más grande y e l más d iscut ido de los pensa­

dores americanos de su t iempo. E n L i m a , p o r esos días, pro­

n u n c i a u n a n u e v a conferencia, sobre E l m o v i m i e n t o i n t e l e c ­

t u a l contemporáneo d e México, que es u n ensayo de m e m o r a ­

ble contenido. 1 »

A l a vue l ta de m u y hermosas consideraciones sobre su pro­

p i o destino de Ul ises m e x i c a n o , errante p o r América, Vas­

concelos expresa m u y altos pensamientos sobre e l destino d e l

cont inente c r i o l l o , bosqueja luego l a h i s t o r i a inte lectual d e l

M é x i c o m o d e r n o y def ine, p o r ú l t imo, e l espíritu de su pro­

p i a generación y l a l a b o r de todos y cada u n o de sus com­

pañeros. S u generación tiene derecho a l lamarse nueva, " n o

sólo p o r sus años, s ino más legít imamente p o r q u e está i n s p i ­

r a d a en estética d i s t i n t a de las de sus antecesores inmediatos ,

e n c r e d o i d e a l que l a crítica a su t iempo calificará c o n acier­

to, pero que n o es n i romántico n i modernis ta n i m u c h o me­

nos posi t iv is ta o realista, s i n o u n a m a n e r a de m i s t i c i s m o

f u n d a d o e n l a b e l l e z a ; u n a tendencia a buscar claridades

inefables y signif icaciones eternas." » Así ident i f i ca Vascon­

celos, ya expl íc i tamente, e l sentido de su generación c o n e l

sentido de su p r o p i o sistema filosófico, el " m o n i s m o estéti­

co", cuyo p r i m e r esbozo h a lanzado a l a p u b l i c i d a d , en su

ensayo sobre Pitágoras, ese m i s m o año de 1916.

Sus pensamientos de entonces sobre el destino americano,

exigen consideración aparte, pues e n ellos está ya e l núcleo

de las futuras visiones de L a r a z a cósmica (1925), Indoiogía

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L A I D E A D E AMÉRICA 38S

(1926), B o l i v a r i s m o y monroísmo (1934), que informarán su

teoría general de América.

E l autor evoca l a protección que l a diosa M i n e r v a conce­

d i e r a a l U l i s e s griego, perseguido de adverso destino, y asocia

aquel las creaciones mi lenar ias " c o n e l estado de los ánimos

e n este nuestro m u n d o a m e r i c a n o " , 2 0 pues, a u n q u e c a m b i e n

las formas d e l i n f o r t u n i o y l a h i s t o r i a n o se rep i ta , todas las

épocas t ienen de común " e l h a d o de a m a r g u r a que persi­

gue a los h o m b r e s " . 2 1 " P e r o l o que no a todos nos es dado

es merecer l a protección sagrada de M i n e r v a , gozar el p r i v i ­

l e g i o de ser útiles obreros de u n a gran empresa, de u n pode­

roso ensueño que redime las penas y las convierte en escala

d e l idea l . P a r a merecer esta predilección d i v i n a es necesario

t r a s m u t a r l a p e n a en noble esfuerzo y poner e l espíritu en

t o d a su h u m i l d a d y en toda su potencia a disposición de l a

d iosa , entregarle, como Ul ises , l a rueca de nuestros destinos." 2 2

Vasconcelos revela a su públ ico peruano que aquellas fan­

tasías homéricas entrañan u n " e n i g m a de acción": " n a d a me­

nos que l a clave, el secreto de l a m a n e r a c o m o pueden con­

vertirse los azares personales en contribución d e l saber y t r i ­

b u t o d e l i d e a l . " 2 3

Entonces el j o v e n maestro d a p r i n c i p i o s a su p r i m e r a , bre­

ve y gran sinfonía de América:

U n a nueva Minerva rejuvenecida y de mirar más dilatado es l a

que preside el desarrollo del grupo de las naciones latinas de Amé­

rica, es l a que trabaja en secreto para modelar el alma de la

futura gran raza que hoy vive como los griegos del tiempo de

Ulises, dispersa y casi incomunicada en medio de u n continente

mucho más vasto que el antiguo solar helénico.

M i n e r v a contempla nuestro desarrollo, alienta los empujes no­

bles de nuestras sociedades y parece querernos in fundir conciencia

de la misión que debemos c u m p l i r en este instante propicio para

la integración de las nuevas unidades étnicas, ahora que el do­

m i n i o de lo físico pone a las almas en condiciones de aplicar sus

internas leyes de afinidades y simpatías.24

U n a n u e v a M i n e r v a , u n a n u e v a diosa de l a sabiduría, o

sea u n a nueva filosofía, creada p o r americanos y para Amé­

r i c a , está m o d e l a n d o e n secreto e l a l m a de nuestra raza, q u e

Page 8: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

3 8 6 GERMÁN P O S A D A

vive dispersa e i n c o m u n i c a d a en l a desolada vastedad d e l

cont inente . Fi losofar s ignif ica, p a r a nosotros, tomar concien­

c i a de nuestra misión de americanos en esta h o r a d e l m u n d o .

E n esta h o r a en que l a técnica está d o m i n a n d o l a naturaleza

— o está p o n i e n d o l a r iqueza a l alcance de todos, como decía

e l a u t o r e n su tesis de 1905—; en esta h o r a p r o p i c i a a l a i n ­

tegración de grandes bloques étnicos y culturales , y p r o p i c i a ,

ante todo, a l a integración d e l gran b l o q u e h ispanoamericano.

Integración que h a de cumpl irse a l a p l i c a r esas " internas le­

yes de af inidades y simpatías", contenidas en l a filosofía d e l

N u e v o M u n d o , que n o es otra que l a surgiente filosofía d e l

p r o p i o Vasconcelos. E l n u e v o profeta parece decir: América,

levántate; l o s g r a n d e s días están a l l l e g a r .

E n l a l ínea de los pensadores M a r t í y R o d ó , de los poetas

D a r í o y C h o c a n o , maestros d e l amer icanismo de 1900, Vas­

concelos p r o l o n g a l a predicación c o n t i n e n t a l . L a s patrias na­

cionales se h a n ensanchado p a r a convertirse en l a p a t r i a i n ­

f i n i t a :

E l corazón colectivo, rebasando la noción de la patria pequeña,

de la patr ia nacional, busca mayor espacio en e l amor de la raza

y en e l sueño de federaciones y panetnicismos que representen en

grado máximo el poder y la ambición, e l derecho y el idealismo

de los pueblos.

Nuestros países, especialmente, cult ivan e l doble amor del na­

cionalismo y del ensueño continental; preparan u n advenimiento;

son p a r a e l futuro organismo inmenso, a manera de colonias celu­

lares que colaboran armoniosas en e l progreso del conjunto.25

E l m u n d o entero se p r e p a r a a l a u n i d a d , p o r l a confede­

ración de las grandes unidades raciales, p iensa Vasconcelos

e n 1916. E l m u n d o entero se p r e p a r a a l a u n i d a d , p o r l a con­

federación de las grandes unidades cul turales , pensará A r n o l d

T o y n b e e , e l historiador-filósofo inglés m u c h o s años más tar¬

de. E n e l m u n d o sobresale l a u n i d a d h i s p a n o a m e r i c a n a , ya

actuante, i n d i c a d o r a d e l p o r v e n i r u n i v e r s a l , vuelve a decir

Vasconcelos. ¿Qué dice de e l l o T o y n b e e ?

P a r a nosotros, pasó y a e l t i e m p o de l a imitación y l a pro-

Page 9: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

L A I D E A D E AMÉRICA 387

mesa; a p u n t a ya el día de l a creación o r i g i n a l y d e l g r a n

logro . L a n u e v a filosofía h a de i l u m i n a r nuestra r u t a :

Durante el actual período de composición, debe preocuparnos

orientar las tendencias formativas. L a nueva experiencia, como

todo privi legio, trae consigo responsabilidades; día vendrá en que

l a historia, desdeñosa de vagas promesas, nos exija frutos madu­

ros y originales, como corresponde a la nueva zona de espíritu que

se ha formado por el cambio de medio y la fusión de las razas.26

O r i g i n a l i d a d , s iempre d e b i d a o r i g i n a l i d a d . V o l u n t a d de

f u t u r o es v o l u n t a d de o r i g i n a l i d a d . N o somos u n a segunda

edic ión de España o de los Estados U n i d o s . L a A m é r i c a nues­

t r a — u n a y múl t ip le , como e l s e r — sólo es i g u a l a sí m i s m a .

N o somos simplemente una América inconclusa, una América

segunda de nuestra vecina de l Norte. L a sajona fue una América

l ibre y abierta para todos los blancos, hecha con los mismos hijos

del continente antiguo, mientras que la nuestra es patria y obra

de mestizos, de dos o tres razas por la sangre y de todas las cultu­

ras por el espíritu.

Nosotros no hemos reproducido la sociedad española en el mis­

mo grado en que los norteamericanos reproducen las sociedades

sajonas. Desde e l p r i n c i p i o , al mezclarse con el indio , el español se

separa de su tronco y e l ind io abandona el suyo. Querer volver

a uno u otro temperamento es renegar de los hechos y asustarse

con la v ida. Porque no tenemos pasado, nuestro genio es ávido

y versátil, contiene hondas remembranzas, pero repugna lo me­

dido y lo monótono y sólo se sacia con la a m p l i t u d de lo u n i -

versal.27

H a surg ido e l a r g u m e n t o d e l mestizaje americano, q u e

será e l m o t i v o c e n t r a l de L a r a z a cósmica, l i b r o escrito ocho

o nueve años después de esta conferencia de L i m a . N u e s t r o

mestizaje — d i c e y n o hay q u e o l v i d a r l o — es sanguíneo y es

e s p i r i t u a l . Somos herederos "de dos o tres razas p o r l a sangre

y de todas las cul turas p o r el espíritu". Somos americanos

— n i indios , n i españoles, n i africanos, s ino síntesis inédita de

todos e l l o s — , y nuestro genio "sólo se sacia con l a a m p l i t u d

de l o u n i v e r s a l " . H e a q u í l a p r i m e r a respuesta d e l j o v e n

pensador a l a p r e g u n t a básica de u n a necesaria ontología

a m e r i c a n a : ¿Qué es América?, ¿qué somos los americanos?

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388 GERMÁN P O S A D A

" D i o s mío , ¿qué es España?", se h a preguntado dos años

antes e l j o v e n filósofo español José O r t e g a y Gasset, en sus

célebre M e d i t a c i o n e s d e l Q u i j o t e . (1914). 2 8 C o n paralelo i m ­

pulso , desde su p r o p i a c i rcunstancia a m e r i c a n a Vasconcelos

se h a p l a n t e a d o también l a p r e g u n t a p o r e l ser de América.

O r t e g a se responde a sí m i s m o y a sus compatriotas, por l a

v ía histórico-filosófica, e n España i n v e r t e b r a d a (1922) y en

e l fervor patriótico de toda su obra . P o r m o d o semejante — y

e n n i n g ú n sentido der ivado del colega e s p a ñ o l — , Vasconcelos

se responde a sí m i s m o y a sus compatr iotas del cont inente

y de España, o sea de todo e l m u n d o hispánico, p o r la vía

histórico-filosófica, en L a r a z a cósmica (1925), en Indoiogía

(1926) y en el fervor americano de toda su obra .

Sólo c o n l a a m p l i t u d de l o u n i v e r s a l se sacia nuestro ge­

n i o , h a d i c h o . P a r t i e n d o de esta t ierra , nuestro espíritu se

d ispara h a c i a la a l t u r a i n f i n i t a :

Así lo han comprendido la mayor parte de los fundadores de nuestras nacionalidades; por eso l lamaron a todos los hombres y formularon constituciones y planes destinados a modificar las le­yes del odio y a hacer tr iunfar sobre l a confusión y la antítesis, palingenesias redentoras, multitudes ebrias de energía depurada y generosa.29

N u e s t r o mestizaje de "tres razas p o r l a sangre y de todas

las cul turas p o r el espír i tu" se h a intensi f icado con l a aporta­

ción u n i v e r s a l de hombres y de ideas, pero h a conservado sus

inic ia les directrices:

A nuestro romper de fronteras y solicitar de esfuerzos corres­

pondió el mundo enviándonos de todas partes corrientes de ener­

gía, en hombres y en ideas, y todas ellas, con la simiente nues­

tra, laten difusas a través del período de formación, pero no sin

revelar el propósito de no hacer más reproducciones y sí de inten­

tar, con el candor que da l a fuerza, la aventura de lo i l i m i t a d o

y perennemente progresivo que e l a lma humana lleva siglos de so­

ñ a r l o

¿Será real izable , efectivamente, esta v o l u n t a d americana de

o r i g i n a l i d a d ? P o r u n m o m e n t o , e l pensador parece vac i lar :

Page 11: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

L A I D E A D E AMÉRICA

Si este ideal propio no perdura y vence, si únicamente pro­

gresos materiales y vagas nociones éticas van conformando el sentir

nacional de estos nuevos países, tan sólo lograremos fundar otro

efímero imperio como tantos que han sido y han pasado sin dejar

huel la imborrable en la historia del espíritu. Peor aún; si conti­

nuamos débiles, nuestras vidas no pasarán de ser reflejos y carica­

turas; nuestra experiencia toda, u n fracaso, y cierto sólo que fue

malsano e l deseo que unió parejas sin respeto del instinto que

separa las razas disímiles.Sl

Vasconcelos l lega a d u d a r de l a b o n d a d de nuestro mesti­

zaje, de nuestra r e a l i d a d ontològica de mestizos:

Mas no es esta la hora de la duda, sino la hora de la acción:

por ende, seguiremos adelante con nuestra fe cr iol la de universal

amor, encauzaremos las potencias todas de la compleja raza y, or­

ganizada por tribus y por naciones, la entregaremos. : a M i n e r v a

para que ella las d ir i ja en la conquista de la nueva I l i o n que

está por nacer en los espacios del alma.32

E n estas palabras se revela, no ya el pensador y el profeta,

s i n o el h o m b r e de acción, el conductor e s p i r i t u a l de su pue­

b l o , que a f i r m a : s e g u i r e m o s a d e l a n t e . .. e n c a u z a r e m o s l a s p o ­

t e n c i a s . . . l a e n t r e g a r e m o s a M i n e r v a . . . N o en "vano Vas­

concelos es e l heredero espir i tua l de Quetzalcóatl y Bartolomé

de las Casas, de M i r a n d a y el L i b e r t a d o r B o l i v a r / d e B é l l ó ' y

Sarmiento , de Mart í y R o d ó , de Darío y los otros maestros;'¿fe

América , creadores de nuestra tradición e s p i r i t u a l , p r o h o m ­

bres que, c o m o Fausto, h a n p o d i d o exclamar: " Y o abro espa­

cios a m i l l o n e s de h o m b r e s " . ^

L a l a b o r de integración americana n o es, fundamenta l ­

mente, polít ica, económica n i m i l i t a r ; es, ante todo, l a b o r

i n t e l e c t u a l , ideológica, de pensamiento; es l a b o r filosófica, ya

q u e l a filosofía es l a espina dorsal de toda c u l t u r a . L a nueva

filosofía amer icana h a de d i r i g i r l a o b r a de nuestra integra­

ción e s p i r i t u a l :

E ! género de cooperación que esta empresa requiere no se afian­

za con embajadas suntuosas, n i está sujeta al tráfago y éxito de los

mercaderes, n i a los azares guerreros; depende de la v i r tud y cons­

tancia de modestos heraldos, de Ulises sin escudo n i flechas, sin

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390 GERMÁN POSADA

tesoros n i mercaderías n i más blasón de apt i tud que amor sincero

de los ágiles juegos del pensar . . . Porque pensando se forman las

conciencias colectivas, igual que las individuales, y el pensamiento

de u n grupo corrige, estimula y vigoriza l a especulación del grupo

análogo; asi, por acción y reacción recíprocas, se forman los carac­

teres y se organizan las culturas.34

Vasconcelos d a p o r t e r m i n a d a su breve visión de América ,

a f i r m a n d o que el p r i m e r deber de los americanos es de índole

teórica: l a cooperación filosófica de todos nuestros países a

l a creación de l a idea y l a r e a l i d a d americanas. Y , antes de

seguir adelante c o n sus visiones d e l M é x i c o m o d e r n o , e l jo­

ven pensador i n v i t a a sus oyentes a n o cejar en el ejercicio

de ese t ipo de cooperación:

H e aquí por qué es urgente que nos tratemos, no desde fuera

con cortesías y reparos, sino de alma a alma, y que este trato lo

veamos como deber hacia una patria común y lo practiquemos

con empeño, por modesto que sea el intermediario, por poco que

contenga su mensaje Cumpl iendo ese deber os habéis reunido a

escucharme.35

Y a l f i n a l de su conferencia, c u m p l i d a s ya sus revelaciones

sobre el m o v i m i e n t o inte lec tua l mexicano, Vasconcelos insiste

e n esta cooperación filosófica, expresando su pensamiento

con hermosas metáforas inspiradas en las fantasías de l a

Odisea:

E n la labor de estrecho acercamiento que aquí real izamos. . .

haré que mis penas no empañen el esplendor de la danza que van

a emprender nuestras almas. Danza sagrada de las ideas, que pro­

meto ejecutar con devoción y sometiéndola a l rigor de vuestra crí­

tica; hacedla tan severa y acertada que dé conciencia y sentido a

m i arte informe. U n i d m e a vuestros coros, y si m i paso lo halláis

torpe y m i actitud lacia, ponedme en el medio de la ideal teoría,

entre los ágiles y los hábiles que me contagien del r i tmo exacto.

Invitad a vuestro huésped a l a hora de vuestros vuelos, l levadlo

a las cumbres y, aunque muchas veces sintáis que su trepar es lento,

no dudéis de su aspiración a la altura. E n las más altas cimas con­

quista el corazón l a fuerza y la energía. Cuando allí nos encontre­

mos, no nos será penoso m i r a r hacia abajo a las cosas de la tierra;

las vicisitudes de los pueblos nos parecerán, entonces, transitorias,

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L A I D E A D E AMÉRICA 391

y necesarias acaso, para l a redención de las almas, semejantes a l

hondo terremoto que conmueve e l interior de la montaña, pero no

turba l a majestad de la inmensa cordil lera.

Y n i siquiera el Ande solemne conseguirá retenernos largo tiem­

po, que e l alma está de viaje y ha de seguir a n d a n d o . . . 36

L a o r i g i n a l i d a d a m e r i c a n a ( 1 9 1 6 ) . Ese a ñ o de 1916 es u n o de

los más fecundos en l a trayectoria j u v e n i l de Vasconcelos.

A d e m á s de l a conferencia sobre M é x i c o y d e l ensayo sobre

Pitágoras, que se p u b l i c a en C u b a y constituirá su p r i m e r

l i b r o , e l l i c e n c i a d o p r o n u n c i a en L i m a o t r a lectura, l l a m a d a

A r t e c r e a d o r , que luego formará parte d e l tratado sobre E l

m o n i s m o estético, y hace i m p r i m i r en España P r o m e t e o v e n ¬

c e d o r , especie de alegoría dramática.

Y tanto e n l a lectura c o m o e n l a alegoría expresa, u n a vez

más, su i d e a r i u m americano.

C o m p a r a n d o l a América m o d e r n a c o n l a ant igua I n d i a , de

l a " e r a védica, cuando las t r ibus cantoras bajaban p o r las

vertientes d e l H i m a l a y a , h a c i a los bosques profundos d e l I n -

dostán, y l a m a r a v i l l a de l a naturaleza , c o n e l mis ter io de las

conciencias , p r o d u j o las inmensas ideal idades de l a l i teratu­

r a p o s t e r i o r " 8 7 vuelve a d e f i n i r nuestra r e a l i d a d mestiza y a

interrogarse sobre las pos ib i l idades de nuestra o r i g i n a l i d a d

e s p i r i t u a l :

Nosotros somos una raza nueva y mezclada, en presencia de otra

zona del mundo, hermosa y v i rg inal ; pero poseemos mayor prepa­

ración cul tura l , mejor preparación técnica que l a que poseyeron

los arios primitivos; en consecuencia, estamos comprometidos ante

la civilización, a dar frutos todavía mejores. ¿Poseeremos el ímpetu

div ino, creador de las vastas culturas, o vamos a malgastar nuestras

fuerzas en el asombro de lo que podríamos intentar? 38

L a respuesta es, de nuevo , u n a invitación a l a acción, a

l a acción artística y a l a acción filosófica:

N o nos toca resolver, sino cantar y pensar con sinceridad. Los

poetas, en toda misión estética, los precursores, ya nos han mos­

trado cómo se puede crear arte legítimo en consonancia con los

nuevos asuntos. Continuemos e l sistema por ellos iniciado, tomando

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3 9 2 GERMÁN P O S A D A

de E u r o p a los secretos del procedimiento, pero conservándonos, o haciéndonos autóctonos en la manera, el misterio y la religiosi-dad.39

Vasconcelos piensa en los poetas modernistas de América

y, ante todo, en el gran Dar ío que, p o r esos días, h a m u e r t o

e n s u s t i e r r a s d e o r o , tal como le canta e l español A n t o n i o

M a c h a d o . E n e l gran Darío, el mago que d i o nueva v i d a a

l a poesía castellana de ambos m u n d o s , después de u n letargo

de doscientos años, el recreador del m o d e r n o americanismo

poético, el poeta hispánico tota l : de América, de España, d e l

m u n d o entero.

N a t u r a l e z a y conciencia, como en los cantores arios, crea­

rán el sentido p r o p i o y auténtico de nuestra l i t e r a t u r a y nues­

tro arte, de nuestra estética. E l autor se recrea, p o r u n ins­

tante, en u n o de sus temas más caros: l a descripción del

paisaje americano, exterior e interno.

U n sentir profundo, i luminado por todas las culturas y exalta­

do por lo que miramos: cumbres inaccesibles, en el fondo de

cielos claros; aire leve y melodioso; Sierra Madre mexicana, sin

igual en belleza magnífica; Andes augustos del Sur; mares bravios

del Grande Océano; horizontes profundos, perfiles estupendos; ríos

generosos, pampas il imitadas; y en el fondo de las almas, audacias

del carácter, ensueños poderosos, sombras y caos, y visiones fulgu­

rantes; la síntesis armoniosa de todo esto, dará el sentido vernácu­

lo, e l impulso directriz de la inspiración continental.4o

A n t i c i p a n d o las tendencias de los grandes pintores m u r a ­

listas de M é x i c o , que el p r o p i o Vasconcelos sería el p r i m e r o

e n apoyar of ic ia lmente, desde l a Secretaría de Educación, al­

gunos años más tarde, e l joven pensador aboga p o r u n na­

c i o n a l i s m o estético, " u n n a c i o n a l i s m o vernáculo en l a savia,

a u n q u e u n i v e r s a l en sus f i n a l i d a d e s " . 4 1

E n Amér ica . . . no se trata de elegir o de cultivar una escuela

[como en Europa], sino de crearla; los maestros americanos están

llamados a ser iniciadores de tradición. ¿Conforme a qué criterio

orientarán su crear incontenible? Complicado es el pathos estético

de estos pueblos que son nuevos, pero no primitivos; que se sienten

aptos para vibrar con el l irismo impetuoso de los amaneceres; pero

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L A I D E A D E AMÉRICA 393

reclaman asimismo la perfección, el refinamiento, la luz meridiana

de la madurez. M e explico el contraste porque poseen nuestras

almas herencias de gustos exquisitos, de instintos adiestrados y se

encuentran con el espectáculo sorprendente de paisajes y acciones

que todavía nadie ha cantado. No puede darse mejor oportunidad

para las grandes creaciones: tener a nuestra disposición los útiles

del arte, la sabiduría del procedimiento, y sólo el asunto totalmen­

te nuevo. Más aún, también cierta novedad de corazón, pues el

cruce de las razas ha desplazado en u n ligero brinco a distancia,

todas las inclinaciones específicas, ya imperiosas en nuestros ante­

cesores, y a nosotros nos toca un período de indecisión y de elec­

ción extraordinariamente propicio para el milagro Mi lagro de una

conciencia que se dispone a acudir a las solicitaciones de una na­

turaleza ansiosa del esfuerzo práctico, cíip3.z de soiíieterls. s ls.s m i l

finalidades de la industria , v ávida de la inspiración i l u m i n a d a que

ha de redimir la de su expresión pr imit iva haciéndola nasar trans¬

figurada a los simbolismos v las interpretaciones de u n arte de

una l i teratura de una cultura.42

Se diría que Vasconcelos, con estas palabras de hace casi

c incuenta años, se convierte en el profeta d e l arte y l a l i tera­

t u r a de l a A m é r i c a contemporánea, en el profeta de R i v e r a ,

Orozco, R i v e r a , P o r t i n a r i y Guayasamín, de V a l l e j o , N e r u d a ,

G u i l l é n y Paz, de los novelistas y músicos de nuestros días; e n

el profeta de l a actual estética, creadora, como él quería, de

" u n arte saturado de v igor p r i m i t i v o , de asunto nuevo, com­

b i n a n d o lo s u t i l con lo intenso, sacrif icando l a exquisitez a l a

grandeza, l a perfección a l a invención; l i b r e p a r a elegir los

mejores elementos de todas las culturas; sintético y vigoroso

e n la obra, capaz de expresar el instante, pero r i c o asimis­

m o en presamos del p o r v e n i r de l a raza y d e l espíritu i n d i ­

v i d u a l . " «

E l m e s i a n i s m o a m e r i c a n o { 1 9 1 6 - 1 9 2 0 ) . U n o de los personajes

d e l P r o m e t e o v e n c e d o r , e l filósofo, exc lama: " E n e l p o r v e n i r ,

los imper ios n o los forjará l a espada n i el tráfico, s ino el gusto

y l a simpatía. ¡Los nacional ismos, que son obra de l a polít ica,

cederán ante los panetnic ismos que rec lama el espíritu! L o s

nuevos pueblos se organizarán p o r lenguas: l a Confederación

Española, l a Inglesa, el Japón y R u s i a , l a I n d i a ; he ahí las fu­

turas potencias." 4 4

Page 16: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

394 GERMÁN P O S A D A

L a lengua, sangre y expresión d e l espíritu, será el vehículo

de u n i ó n de las grandes unidades sociales d e l f u t u r o ; o lo

serán el gusto y l a simpatía, clave d e l sistema filosófico q u e

Vasconcelos se prepara a construir ; o l o será, también, " l a m a ­

nera p a r t i c u l a r de comprender l a be l leza" (idea que a l j o v e n

maestro le sugirió u n a b a i l a r i n a portuguesa en el T e a t r o M u ­

n i c i p a l de L i m a , en 1916, según su peregr ina confesión). 4 5 L a

filosofía, p o r últ imo, podrá ser también el v ínculo de u n i ó n de

Occ idente y O r i e n t e :

Hace dos o tres siglos que no hay en E u r o p a pensamiento f i ­

losófico original [!], y desde esta misma época, nuestro mundo

mental se ha venido inf i l trando de lo hindú y no está lejano u n

florecimiento que exprese esta síntesis, por medio de grandes obras

de todo género, como las que dieron esplendor al Renacimiento,

sino el primer caso en la historia del mundo, de una cultura ver­

daderamente universal, no de eruditos, sino de grandes creadores

que construyan con los elementos de todas las edades.«

Así se expresa en E l m o n i s m o estético (1918). L a idea se

p r o l o n g a en los E s t u d i o s indostánicos (1920): " Y en n i n g u n a

parte ese r e n a c i m i e n t o será más fecundo que en la América

L a t i n a y en l a raza española, raza siempre alerta para las em­

presas místicas. Y n o sólo los pueblos hispanoamericanos, que

p r e p a r a n u n a nueva c u l t u r a ; todo el pensamiento occidental

está l l a m a d o a renovarse con las inf luencias hindúes," 4 7

L a unión de O r i e n t e y O c c i d e n t e producirá, en d e f i n i t i v a ,

u n a n u e v a filosofía: " U n a filosofía que ya no sea expresión

de u n a sola raza, n i o b r a de u n a sola época, sino resumen y

t r i u n f o de toda l a exper ienc ia h u m a n a : u n a filosofía m u n ­

d i a l . " 48

Esta nueva filosofía u n i v e r s a l , que sea suma y síntesis de

l a sabiduría de toda la h u m a n i d a d , es la filosofía que se está

creando en América, cuyos pueblos " p r e p a r a n u n a nueva cul­

t u r a " y donde será más fecundo que en n i n g u n a otra parte ese

r e n a c i m i e n t o que exprese l a compenetración espir i tual de los

pueblos occidentales y orientales.

L a filosofía será, pues, or igen y m e t a de esta unif icación

c u l t u r a l ; será a l a vez e l vehícu lo de u n i ó n y el resultado de

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L A I D E A D E AMÉRICA 395

ésta. Esta misión teórica de l a filosofía se i d e n t i f i c a , e n cierta

m a n e r a , c o n l a misión histórica de América , cont inente que

será también or igen y meta de l a unif icación h u m a n a univer­

sal; A m é r i c a será a l a vez vehículo de u n i ó n de todos los pue­

blos de l a t i e r r a y e l resultado de esta unión. D e m o d o que,

p o r arte de las asociaciones lógicas, América y su filosofía se

i d e n t i f i c a n e n su misión y en su ser ontológico. L a conclusión

será: el ser de América está en su filosofía, A m é r i c a es su f i lo­

sofía.

Así , pues, e l pensamiento de José Vasconcelos, h a c i a 1920,

está d o m i n a d o p o r l a idea de l a unión d e f i n i t i v a de los pue­

blos. P a r a él, todo a n u n c i a l a creación de unos cuantos blo­

ques raciales, políticos y culturales que d o m i n e n el m u n d o

(predicción que los acontecimientos posteriores del s iglo x x

n o h a n hecho sino conf i rmar) ; y todo a n u n c i a y a el surgi­

m i e n t o de América , como pueblo-mesías de l a h i s t o r i a univer­

sal (teoría d e l mesianismo americano q u e sólo e l correr de los

siglos podría conf i rmar) .

L a idea básica de L a r a z a cósmica se v a p e r f i l a n d o con p r o ­

gresiva c l a r i d a d .

P o r m i r a z a hablará e l espíritu ( 1 9 2 1 - 1 9 2 4 ) . P r i m e r o , rector de

l a U n i v e r s i d a d N a c i o n a l (1920-1921); luego, secretario de E d u ­

cación Públ ica (1921-1924). Éste es el per íodo más i m p o r t a n t e

de l a v i d a de Vasconcelos, en cuanto maestro. É l es, entonces,

e l c o n d u c t o r e s p i r i t u a l de México . L a v i d a de su país, e n l o

pedagógico e inte lec tua l , depende de él. D e l acierto c o n que

Vasconcelos c u m p l i ó su cometido, h a h a b l a d o y a l a h is tor ia .

D e querer buscar semejantes e n América a su o b r a educativa,

habría q u e pensar en l a gestión de Sarmiento c u a n d o fuera

presidente de l a A r g e n t i n a . Y en u n o y o t r o l a acción está l i ­

gada a l a ref lexión sobre su p a t r i a y su continente. Son h o m ­

bres q u e i g u a l a n c o n l a v i d a e l pensamiento, según l a vieja

m á x i m a castel lana. Son hermanos: e l mayor , t r iunfante , rea l i ­

zador; el m e n o r , i luso v i s i o n a r i o , derrotado a l a postre, pero

n o p o r e l l o menos heroico. Y ya hemos visto que él estaba

p r e p a r a d o desde l a i u v e n t u d p a r a el fracaso que es " l a pro­

longación de l a v i d a . "

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396 GERMÁN P O S A D A

Así se ve a Vasconcelos, como rector, disponer l a creación

d e l nuevo escudo de la U n i v e r s i d a d N a c i o n a l de M é x i c o :

. . .A f i n de que los mexicanos tengan presente la necesidad de

fundir su propia patria con la gran patria hispanoamericana que

representará una nueva expresión en los destinos humanos, se re­

suelve que el escudo de la Universidad Nacional consistirá en u n

mapa de la América L a t i n a con la leyenda P o r m i raza hablará e l

espíritu; se dignifica en este lema la convicción de que la raza

nuestra elaborará una cultura de tendencias nuevas, de esencia es­

p i r i t u a l y libérrima.®

A fines de 1922, ya m u y avanzada su o b r a m i n i s t e r i a l y a

s u regreso d e l viaje a l a América del Sur — q u e se relata en e l

l i b r o de L a r a z a cósmica, Vasconcelos p r o n u n c i a en W a s h i n g ­

ton u n a conferencia sobre su p r o p i a l a b o r educacional . E n

este escrito, que el autor calificará luego de pésimo,50 se insiste,

c o n obsesión de i l u m i n a d o , en el propósito f i n a l que i n s p i r a

l a acción del gran m i n i s t r o . A l l í se h a b l a de las veinte nació-

nes, hermanas p o r l a sangre y p o r la lengua, que se h a n de

u n i r y h a n de crear u n a nueva y más alta expresión del espíritu

l a t i n o , y que, abiertas a todas las razas, harán u n nuevo en­

sayo de v i d a colectiva, f u n d a d o en la belleza, p r i v i l e g i o q u e

nuestra raza busca como u n a ley d i v i n a . 5 1

! C u a n d o los estudiantes co lombianos le n o m b r a n "maestro

dé l a j u v e n t u d " , en 1923, Vasconcelos responde con u n a carta

q u e es p a r a d i g m a d e l credo americano:

L a mezcla l ibre de razas y cu l turas . . . producirá. . . e l . . . u n i ­

versal ismo.. . si la duct i l idad y la fuerza ibéricas ponen la base

de u n tipo realmente universal. L a conciencia de esta misión late

en todos los pueblos de la América L a t i n a y da impulso al latino-

americanismo contemporáneo. U n moderno latinoamericanismo de

Bolívar, porque el de entonces era u n sueño político, en tanto que

e l de ahora es étnico. Bolívar quería una L i g a de Naciones Ame­

ricanas, que no excluía a los Estados Unidos del Norte. Nosotros

queremos la unión de los pueblos ibéricos sin excluir a España

y comprendiendo expresamente a l Brasi l , y tenemos que excluir a

los Estados Unidos , no por odio, sino porque ellos representan

otra expresión de la historia humana.52

Page 19: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

LA I D E A D E AMÉRICA 397

C o n u n a crudeza solo comparable a l a que el autor emplea­

r á a l f i n a l de su v ida , Vasconcelos revela luego su p r o f u n d a v i ­

s i ó n d e l pasado americano, en l a época c r u c i a l de l a Indepen­

d e n c i a : " . . . L a p a t r i a n o es tan sólo e l terr i tor io y la l i b e r t a d

pol í t ica , s ino también y p r i n c i p a l m e n t e l a estirpe, es decir, e l

t i p o de c u l t u r a a que cada p u e b l o pertenece. L a mera nacio­

n a l i d a d se forja en papeles; l a estirpe l a constituye l a v i d a .

L a creación de las nacional idades lat inoamericanas fue u n caso

d e s u i c i d i o colectivo. Bol ívar l o c o m p r e n d i ó . . . N u e s t r a inde­

p e n d e n c i a estuvo en el p a p e l y nuestro decoro en el fango.

Países de opereta trágica, razas bastardas, hemos sido los simios

d e l m u n d o , p o r q u e h a b i e n d o renegado de casi todo lo p r o p i o

nos pusimos a i m i t a r s i n fe y s i n esperanza de crear." 53

A q u e l l o es el pasado, u n destino que tiene que transfor­

marse; p o r q u e el futuro ofrece perspectivas grandiosas:

. . .Hemos llegado por f i n a l período decisivo en que vivimos,

para escuchar que de uno a otro confín surge renovado el con­

cepto bolivariano, pero ahora mucho más profundo, porque aho­

ra ya no busca la liga política para fines abstractos, sino la inte­

gración de una raza que llega a l instante de su misión universal.

¡Dichosa la juventud latinoamericana que llega a la vida cuando

se sientan las bases de u n nuevo período de la historia del

mundo! 54

P a r a organizar todas las ideas anteriores en u n esquema f i ­

losóf ico que les dé sentido y las jerarquice , Vasconcelos ela­

b o r a , p o r ú l t imo, u n a N u e v a l e y d e l o s t r e s e s t a d o s , escrita aún

e n sus días de l a Secretaría de Educación, h a c i a 1924. M o t i v o

c e n t r a l de su pensamiento histórico-social y antecedente i n ­

m e d i a t o de l a sistematización de su idear io c o n t i n e n t a l - c u a n ¬

d o l a d o x a de América pasa a ser e p i s t e m e de América , esta

n u e v a l e y vuelve a aparecer en L a revulsión d e l a energía

{1924), en L a r a z a cósmica y en Indoiogía.

" E s t a ansia contemporánea de rebasar el patr iot ismo, de

d i l a t a r fronteras, de celebrar pactos y alianzas según nuestro

gusto y no de acuerdo con nuestras conveniencias materiales,

este poderío d e l espíritu que en todos los órdenes se a f i r m a

avasa l lador , nos permite f o r m u l a r u n a ley de desarrol lo, u n a

Page 20: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

398 GERMÁN POSADA

especie de " ley de los tres estados" — t o m a n d o en C o m t e sólo

e l n o m b r e — , u n a ley de tres períodos de l a organización de

los pueblos . " f ¡ 5

A l a m a n e r a de Comte , que interpretó l a evolución de l a

h u m a n i d a d como integrada p o r tres etapas, l a teológica, l a me­

tafísica y l a posi t iva , Vasconcelos h a b l a de tres estados, que

son: e l m a t e r i a l o guerrero, e l inte lectual o polít ico, y el es­

p i r i t u a l o estético.

Los tres estados representan u n proceso que gradualmente nos

va l ibertando del imperio de la necesidad, y poco a poco va some­

tiendo l a vida entera a las normas superiores del sentimiento y la

fantasía.

E n el pr imer estado manda sólo la materia; los pueblos, al en­

contrarse, combaten o se juntan sin más ley que la violencia y el

poderío relativo. Se exterminan unas veces o celebran acuerdos

atendiendo a la conveniencia o a la necesidad. Así viven la horda

y la t r i b u de todas las razas.56

E n el segundo período tiende a prevalecer la razón que artif i­

ciosamente aprovecha las ventajas conquistadas por la fuerza y co­

rrige sus errores. Las fronteras se definen en tratados y las cos­

tumbres se organizan conforme a las leyes derivadas de las conve­

niencias recíprocas y la lógica: el romanismo es el más acabado

modelo de este sistema social racional, aunque, en realidad, comen­

zó antes de R o m a y se prolonga todavía en esta época de las na­

cionalidades. . . Regla, norma y tiranía, tal es la ley del segundo

período en que estamos presos, y del cual es menester salir.57

" E l tercer período está por venir y lo llamaremos estético, por­

que en él las relaciones de los pueblos se regirán libremente por

la simpatía y el gusto. E l gusto que es ley suprema de la v ida

inter ior y que hacia fuera se manifiesta como simpatía y belleza,

llegará a ser entonces la norma indiscutible del orden público y

de las relaciones entre los estados." 58

E n este tercer período, que Vasconcelos l lamará luego e l

per íodo de l a raza cósmica, " l a orientación de l a conducta n o

se buscará e n l a pobre razón, que e x p l i c a pero n o descubre; se

buscará en el sent imiento creador y en l a bel leza que con­

vence. L a s normas las dará l a facul tad suprema, l a fantasía;

es decir, se v ivirá s in n o r m a , en u n estado en que todo cuanto

nace d e l sent imiento es u n acierto. E n vez de regias, inspira-

Page 21: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

L A I D E A D E AMÉRICA 399

c ión constante. Y n o se buscará e l mérito de u n a acción e n su

resul tado i n m e d i a t o y pa lpable , c o m o ocurre en el p r i m e r pe­

r íodo; n i tampoco se atenderá a q u e se adapte a determinadas

reglas de razón p u r a ; el m i s m o i m p e r a t i v o ético será sobre­

p u j a d o y más allá de l b i e n y d e l m a l , en el m u n d o del p a t h o s

estético, sólo importará que el acto, p o r ser be l lo , produzca

d i c h a . H a c e r nuestro antojo, n o nuestro deber; seguir el sen­

dero d e l gusto, n o e l d e l apet i to n i el d e l si logismo; v i v i r e l

j ú b i l o f u n d a d o en amor, esa es l a tercera etapa." ™

A b e l a r d o Vi l legas , que h a estudiado a fondo e l sistema f i ­

losófico de Vasconcelos, dice, luego de interpretar l a l e y d e l o s

t r e s e s t a d o s : " A l a l u z de estos conceptos ya puede compren­

derse el l ema q u e resume l a filosofía de Vasconcelos y está

estampado en e l escudo u n i v e r s i t a r i o : ' P o r m i raza hablará

e l espíritu. ' Si recordamos q u e e l uso de l a emoción e n e l

arte es en r e a l i d a d ' u n a auténtica revelación q u e penetra los

sentidos del art ista, ' veremos que l a R a z a Cósmica, o mejor

su anticipación, l a raza iberoamericana, está elegida p o r el

espíritu para real izar l a f i n a l i d a d de l a histor ia . Así como en

e l c o n o c i m i e n t o l a v e r d a d o recreación del universo se l o g r a

p o r m e d i o de las leyes de l a emoción, e l iberoamericano ha­

c i e n d o uso de las mismas sintetiza todas las razas, es decir , re­

crea l a h u m a n i d a d . L a razón, p r e d o m i n a n t e e n el sajón, es

analítica, abstractiva, y e n h i s t o r i a d i s c r i m i n a t i v a . L a emoción

e n el c o n o c i m i e n t o y en l a h i s t o r i a es u n i t i v a . Y si nosotros

hacemos uso de e l l a — p o r m e r c e d d e l e s p í r i t u — nuestro par­

t i c u l a r i s m o o n a c i o n a l i s m o se resuelve en u n i v e r s a l i d a d , que

es estado preparator io d e l término de l a h i s t o r i a y el comienzo

de l a v i d a eterna e s p i r i t u a l . " ~

Vasconcelos, que h a v is i tado y a e l B r a s i l , profetiza su futu­

r a grandeza e s p i r i t u a l y m a t e r i a l , como u n a de las pr imeras

potencias del m u n d o , y sueña e n l a f u t u r a u n i d a d de brasile­

ros e hispanoamericanos, e n l a p l e n i t u d d e l estado estético:

" A l l í l a simpatía unirá las conciencias y l a pasión amorosa

romperá las barreras políticas. A l l í l a común sens ib i l idad esté­

t ica desarrollará u n a c u l t u r a homogénea; el idea l colectivo pre­

valecerá sobre las r iva l idades d e l interés y siendo como u n o

e n el a l m a seremos u n o e n h i s t o r i a y e n bienes — l o s hispanos

Page 22: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

400 GERMÁN P O S A D A

y los l u s i t a n o s — hasta el día en q u e p u e d a decirse i g u a l cosa

de todos los pueblos de l a t ierra , en esta civil ización indoes-

pañola q u e hace t iempo adoptó l a d iv isa de América p a r a l a

H u m a n i d a d . " si

H a c i a fines de 1924, a l c o n c l u i r su m u y i lustre gestión

m i n i s t e r i a l , puede darse p o r c o n c l u i d a esta etapa de forma­

ción de l a idea de América en el pensamiento de José Vas­

concelos. América entendida c o m o p a t r i a de u n a "raza univer­

s a l " , 6 2 o, c o m o dirá luego e l autor , de u n a "raza cósmica".

E n pocas palabras, este proceso ideológico puede f o r m u ­

larse de l a siguiente manera.

E n u n p r i n c i p i o , la idea de América se le aparece a Vas­

concelos e n el sentido vago d e l p o r v e n i r de "nuestra raza la­

t i n a " (1905-1911); luego, m e d i t a n d o en el ser mestizo de nues­

tra estirpe, a ú n no totalmente fus ionada en lo físico n i e n lo

e s p i r i t u a l , e l joven pensador h a b l a de l a " f u t u r a gran raza"

de nuestra América, que es " o b r a de mestizos, de dos o tres

razas p o r l a sangre y de todas las culturas por el espíritu"

(1916); a l m i s m o t iempo, se p r e g u n t a si esta inédita raza posee

" e l ímpetu d i v i n o , creador de las vastas cu l turas" , en el cua l

él cree ciega e impetuosamente, a u n q u e aconseje p r u d e n c i a y

acción c o m o respuesta (1916); más adelante expresa esa ciega

e i m p e t u o s a creencia en u n a especie de mesianismo america­

no, de carácter dogmático y m í s t i c o » que concibe a América

c o m o pueblo-mesías de l a h i s t o r i a universa l (1916-1920); p o r

ú l t imo, l lega a l a formulación de su N u e v a l e y d e l o s t r e s es­

t a d o s , esquema filosófico a l a l u z del c u a l e labora su "teoría

general de Amér ica" , su d o c t r i n a de L a r a z a cósmica (1921¬

1924)-

V e i n t e años d u r a este largo proceso. E n su autobiografía,

e l p r o p i o autor hará m e m o r i a d e l f i n de esa etapa ideológica,

m a r c a d o p o r e l n a c i m i e n t o de su profético l i b r o :

" D e r i v a d a de l a tesis que p u b l i q u é en los días de l M i n i s ­

terio sobre l a L e y de los T r e s E s t a d o s . . . , imaginé u n a teoría

r a d i c a l d e l continente, u n a d o c t r i n a d e l mestizaje. P a r a des­

a r r o l l a r l a , comencé e l l i b r o que r e c o p i l a incidencias de m i

viaje a l a A m é r i c a del Sur y f o r m u l a l o que l lamé, u n poco

i n d e b i d a m e n t e , Teoría d e l a R a z a Cósmica. C o n fiebre de

Page 23: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

L A I D E A D E AMÉRICA 401

producción, tuve días de escribir dieciséis páginas d e l l i ­

b r o . . . " « 4

D e este m o d o , en l a p l e n i t u d v i t a l de los cuarenta y dos

años, en l a a l b o r a d a de l a madurez inte lectual y filosófica, u n

día — ¡ f e l i z d í a ! — José Vasconcelos empieza a escr ibir fe­

b r i l m e n t e :

" . . . E l cont inente americano contiene algunas de las más

antiguas zonas d e l m u n d o . L a masa de los A n d e s es, s i n d u d a ,

t a n vieja como l a que más d e l planeta. Y si l a t ierra es an­

t igua , también las trazas de v i d a y de c u l t u r a h u m a n a se

r e m o n t a n a donde n o alcanzan los cálculos. L a s r u i n a s ar­

quitectónicas de mayas, quechuas y toltecas legendarios son

tes t imonio de v i d a c i v i l i z a d a anter ior a las más viejas fun­

daciones de los pueblos de l O r i e n t e y de E u r o p a . . . " « 5

N O T A S

1 Leopoldo Z E A , L a filosofía c o m o c o m p r o m i s o y o t r o s e n s a y o s , Mé­

xico, 1953, p p . 1 5 5 - 1 5 9 .

2 i b i d . , pp. 1 5 5 - 1 5 6 .

3 I b i d . , p. 156.

4 I b i d . , p. 157.

s i b i d . , pp. 1 5 7 - 1 5 8 .

6 C O N D E D E K E Y S E R L I N G , M e d i t a c i o n e s s u r a m e r i c a n a s , M a d r i d , 1 9 3 3 ,

P - 98¬

1 Abelardo V I L L E G A S , L a filosofía, en México y l a c u l t u r a , México, 1 9 6 1 , p. 7 3 3 .

8 Nota pre l iminar , en José V A S C O N C E L O S , O b r a s c o m p l e t a s , T o m o 1, México, 1957, p. 7.

9 O b r a s , 1, p. 3 5 .

1 0 U l i s e s c r i o l l o ( 1 9 3 6 ) , en O b r a s , 1, p. 6 6 8 .

•11 O b r a s , 1, p. 3 8 .

12 O b r a s , i , p. 5 6 .

13 I b i d .

14 I b i d .

15 Así le presenta la R e v i s t a d e R e v i s t a s , México, 2 5 de junio de 1911.

C f r . Antonio C A S O e t a l , C o n f e r e n c i a s d e l A t e n e o d e l a J u v e n t u d , Se­

gunda edición, México, 1 9 6 3 , pp. 135 y 138.

18 L a j u v e n t u d i n t e l e c t u a l m e x i c a n a y e l a c t u a l m o m e n t o histórico d e

n u e s t r o país, en I b i d . , p . 138.

Page 24: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

402 GERMÁN P O S A D A

17 I b i d .

18 Adapto aquí algunos párrafos de una nota mía sobre L a g e n e r a ­

ción m e x i c a n a d e i 9 i o , en H i s t o r i a M e x i c a n a , V o l . x u , Núm. i , ju l io-

septiembre de 1962, p p . 147 ss.

18 O b r a s , 1, p. 7 4 .

20 O b r a s , I, p. 5 9 .

21 O b r a s , 1, p. 5 8 .

22 Obras, 1, pp. 5 8 - 5 9 .

2 3 O b r a s , I, p. 5 9 .

24 I b i d .

25 O b r a s , 1, p. 6 0 .

2 6 I b i d .

2 7 I b i d .

2 8 José O R T E G A Y G A S S E T , M e d i t a c i o n e s d e l Q u i j o t e , Tercera edición,

M a d r i d , 1 9 2 2 , p. 116.

2 9 O b r a s , 1, p . 6 1 .

3 0 I b i d .

31 I b i d .

32 I b i d .

33 E l segundo F a u s t o de Goethe, dice: Eröffne i c h Räume v i e l e n

M i l l i o n e n . L a asociación de este grito fáustico al sentido de la obra

de los maestros americanos, procede de Alfonso R E Y E S , P a s a d o i n m e d i a t o

y o t r o s e n s a y o s , México, 1 9 4 1 , p p . 1 4 1 - 1 4 2 .

34 O b r a s , 1, p. 6 1 .

35 O b r a s , I, p. 6 2 .

3<5 Obras, 1, pp. 7 7 - 7 8 .

37 A r t e c r e a d o r ( 1 9 1 6 ) , en E l m o n i s m o estético, e n s a y o s , México, 1 9 1 8 ,

p. 48.

3 8 I b i d .

3 9 I b i d .

40 I b i d . , p . 4 9 .

41 I b i d . , p . 4 7 .

42 I b i d . , pp. 4 8 - 4 9 .

43 I b i d . , p . 5 6 .

44 Obras, 1, pp. 2 5 7 - 2 5 8 .

45 L a r a z a cósmica, misión d e l a r a z a i b e r o a m e r i c a n a [ 1 9 2 5 ] , Tercera

edición, México, 1 9 4 8 , p . 6 1 .

46 El monismo estético ( 1 9 1 8 ) , pp. 1 0 0 - 1 0 1 .

47 E s t u d i o s indostánicos ( 1 9 2 0 ) , en O b r a s c o m p l e t a s , T o m o m , Mé­

xico, 1 9 5 9 , p p . 9 5 - 9 6 . (En este l ibro , Vasconcelos ha expresado también

su "fe en las razas tropicales y mestizas").

4 8 I b i d .

49 E l n u e v o e s c u d o d e l a U n i v e r s i d a d N a c i o n a l ( 1 9 2 1 ) , en O b r a s c o m ­

p l e t a s , T o m o 11, México, 1 9 5 8 , p . 7 7 7 .

5 0 E l d e s a s t r e ( 1 9 3 8 ) , en O b r a s , 1, p. 1338.

Page 25: LA IDE DAE AMÉRICA EN VASCONCELOS - El Colegio de México

L A I D E A D E AMÉRICA 403

51 Obras, 11, pp. 8 7 3 - 8 7 4 .

5:2 O b r a s , H, p. 8 1 8 .

6 3 I b i d .

5 4 O&ras, n, p. 8 1 9 .

5 5 L a r a z a cósmica, p. 3 8 .

5 6 I b i d .

5 7 L a r a z a , p. 3 9 .

5 8 N u e v a l e y d e l o s t r e s e s t a d o s , en O b r a s , 11, p. 8 3 9 .

5 9 L a r a z a , p. 4 0 .

6 0 A . V I L L E G A S , L a filosofía d e l o m e x i c a n o , México, 1 9 6 0 , pp. 9 5 - 9 6 .

6 1 Obras, 11, pp. 8 4 6 - 8 4 7 .

6 2 L a revulsión d e l a energía ( 1 9 2 4 ) , en O b r a s , m, p. 3 8 3 .

6 3 A . V I L L E G A S , L a filosofía d e l o m e x i c a n o , p. 9 6 .

6 4 E l d e s a s t r e , en O b r a s , 1, p. 1 5 1 0 .

6 5 L a r a z a cósmica, p. 13.