Upload
others
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
L A IDEA D E AMÉRICA E N VASCONCELOS
Germán P O S A D A
U n i v e r s i d a d d e l V a l l e , C o l o m b i a
JOSÉ V A S C O N C E L O S ES E L p r i m e r pensador de dimensión con
t i n e n t a l que aparece en l a h i s t o r i a de México , según a f i r m a
L e o p o l d o Z e a . 1 Antes de Vasconcelos, antes de l a R e v o l u c i ó n
de 1910, " e n e l campo de l a filosofía, las ideas y e l pensa
m i e n t o , M é x i c o había carecido de figuras que trascendiesen
su c i r c u n s t a n c i a n a c i o n a l " . 2 E l país n o había p r o d u c i d o pen
sadores que fueran "f iguras universales c o m o Simón Bol ívar
o f iguras continentales como Mart í , S a r m i e n t o o B e l l o " . 3 S i n
embargo, e l a d v e n i m i e n t o de l a R e v o l u c i ó n , que convirt ió a
M é x i c o en " e l país l i d e r r e v o l u c i o n a r i o de América" , surge
Vasconcelos, u n h o m b r e que i g u a l a c o n l a v i d a e l p e n s a m i e n
t o . " E l m i s m o t i p o de h o m b r e que h a caracterizado a los
líderes intelectuales de Hispanoamérica. M i t a d político, m i
t a d p e d a g o g o . . . , reparte su v i d a entre l a t r i b u n a , el campo
de b a t a l l a o e l au la . Estadista y maestro. Pensador y revolu
c i o n a r i o " . 4 " L a o b r a y e l pensamiento de este maestro me
x i c a n o concluye Zea trascenderán, p o r p r i m e r a vez en
nuestra h i s t o r i a inte lectual , el ámbi to de nuestra r e a l i d a d con
c r e t a " . 5
L o trascenderán, en efecto, magistra lmente . S u m a g n a
l a b o r educat iva , su preocupación filosófica p o r e l destino his
p a n o a m e r i c a n o , harán de él e l maestro de América p o r exce
l e n c i a , ta l c o m o le consagró l a j u v e n t u d de C o l o m b i a en 1923,
y " e l ideólogo más o r i g i n a l " que, hasta su época, había pro
d u c i d o nuestro cont inente , ta l c o m o le l lamó el conde de
K e y s e r l i n g a l comentar su teoría de L a r a z a cósmica* Pues
b i e n : si n o el más o r i g i n a l de todos los pensadores america
nos, Vasconcelos es, a l menos, e l p r i m e r o que l o g r a crear u n a
i d e a sistemática de América. E l p r i m e r o que consigue superar
38o GERMÁN P O S A D A
ese " g e n i a l despliegue de i n t u i c i o n e s " sobre el N u e v o M u n d o
—característ ico de los pensadores que le precedieron, entre
quienes sobresalen M i r a n d a , Bolívar, B e l l o , Sarmiento , Mart í ,
R o d ó y o t r o s — ; el p r i m e r o que l lega a construir u n a teoría
general, u n a idea prefilosófica de América. E n esto reside su
grandeza. Vasconcelos es, pues, el creador m e x i c a n o de l a idea
de América y el precursor de l a filosofía m e x i c a n a y ameri
cana sobre América, que florece en nuestro t iempo. Pues l a
tarea de convert i r a q u e l l a idea prefilosófica de A m é r i c a en
u n a preocupación r igurosa y auténticamente filosófica, que
daría encomendada a los pensadores posteriores.
Vasconcelos, creador y precursor. C o m o creador de l a p r i
mera gran i d e a m e x i c a n a sobre América se le estudia en estas
páginas, q u e se o c u p a n de los pr imeros veinte años de su
pensamiento (1905-1924). C o m o precursor de l a actual f i lo
sofía de América , el autor de este trabajo remite a l lector a
las palabras de A b e l a r d o Vi l legas , q u i e n , a l f i n a l de su estudio
sobre l a filosofía en México , a f i r m a que " l a corriente más
vigorosa de nuestro ambiente filosófico está const i tu ida p o r
esas filosofías de A m é r i c a " 7 que representan S a m u e l R a m o s ,
los " trasterrados" españoles, L e o p o l d o Zea, E d m u n d o Q ' G o r -
m a n y, o r i g i n a l m e n t e , los m i e m b r o s d e l g r u p o H i p e r i ó n ; to
dos ellos cont inuadores d e l pensamiento americanista de Vas
concelos. Q u i e n , en d e f i n i t i v a , fue h o m b r e de grandiosas
visiones intelectuales; y, con relación a aquellas profundas v i
siones filosóficas q u e apenas entrevio y que dos o tres de sus
sucesores h a n l levado a p l e n a conciencia y lucidez, podría de
cirse de él q u e " s i n o venció reyes moros, engendró q u i e n los
venciera" .
L a r a z a a m e r i c a n a ( 1 9 0 5 - 1 9 1 1 ) . D e su época de estudiante
u n i v e r s i t a r i o , c u a n d o Vasconcelos asistía a l a Escuela de J u
r i s p r u d e n c i a de l a c i u d a d de México , allá p o r e l p r i m e r lus
tro de este siglo, d a t a n según se dice, " los esbozos de aque l lo
q u e constituirá después l a parte entrañable de su obra : l a for
mulac ión de l o que podría l lamarse u n a " T e o r í a general de
A m é r i c a " : "raza, h is tor ia , c u l t u r a , d e s t i n o . . . " »
• S u tesis profes ional , l l a m a d a Teoría dinámica d e l d e r e c h o
L A I D E A D E AMÉRICA 3 8 i
y escrita e n a b r i l de 1 9 0 5 , a los veinte y tres años de edad,
t e r m i n a c o n u n a v i b r a n t e visión d e l futuro de "nuestra raza
l a t i n a " , creadora de ideales:
Aceptemos, pues, la época presente; recibamos este industrialis
mo vulgar como transición dolorosa y necesaria que prepara u n
porvenir mejor. N o están con él nuestras simpatías; pero perdo
némoslo, porque no lo ahoga todo; aunque el trabajo y las má
quinas invadan la tierra, siempre quedará en los cielos u n espacio
azul donde guardar los ideales. Nuestra raza latina, poco adap
tada para las tareas groseras, no irá a la cabeza de los pueblos
llevando el estandarte t r iunfa l en estas luchas casi mezquinas: se
guirá resignada u n movimiento que comprende necesario y conser
vará su vigor intacto para cuando e l ideal florezca, para cuando
los industriales hayan puesto a l alcance de todos la riqueza y sea
la vida u n largo ensueño de contemplación y de infinito.9
E n este párrafo j u v e n i l de Vasconcelos está ya el germen
de todo su pensamiento social a p l i c a d o a l m u n d o hispanoame
r i c a n o . Somos, según él, u n a raza ideal ista, incapaz de t r i u n
far en u n a época mecanizada como l a actual ; hemos de resig
narnos a aceptar esta época, p o r q u e e l la pondrá l a r iqueza a l
alcance de todos y abrirá e l c a m i n o hac ia el p o r v e n i r i d e a l ;
v ive o c u l t a e n nosotros u n a fuerza e s p i r i t u a l que nos conver
tirá en los amos de ese f u t u r o de sapiencia i l i m i t a d a . L a de
f inic ión de l a v i d a como " u n largo ensueño de contempla
c i ó n y de i n f i n i t o " revela y a u n a visión filosófica del m u n d o -
e l autor se presenta, de entrada, c o m o u n amante de l a sabi
dur ía como u n uensador Que emoieza a conce011* u n a idea
profética de América , a crear u n a utopía filosófica de l a gran
p a t r i a c o n t i n e n t a l
1910. M é x i c o v a a celebrar el centenario de su Indepen
dencia . L a nueva generación inte lectual , pres id ida p o r José
Vasconcelos y A n t o n i o Caso, filósofos, p o r P e d r o Henr íquez
U r e ñ a y A l f o n s o Reyes, humanistas , h a const i tu ido el A t e n e o
de l a J u v e n t u d y se hace presente en las conmemoraciones
patrióticas c o n u n c ic lo de conferencias sobre l a l i t e r a t u r a y
el pensamiento h i s p a n o a m e r i c a n o : Sor J u a n a , L i z a r d i , Barre
d a , Hostos , O t h ó n , R o d ó . , . " N o s o t r o s iniciábamos e n e l
382 GERMÁN P O S A D A
A t e n e o l a rehabil i tación d e l pensamiento de l a raza" , recor
dará más tarde Vasconcelos, en su a u t o b i o g r a f í a . "
S u conferencia h a versado sobre D o n G a b i n o B a r r e d a y
l a s i d e a s contemporáneas. E l tema es n a c i o n a l , pero l a i n
q u i e t u d q u e a n i m a a l autor es, a u n t i e m p o , americana y
europea. E n j u i c i a n d o l a obra de B a r r e d a , e l maestro del po
s i t iv i smo m e x i c a n o , a l a luz de las filosofías de Schopenhauer,
Nietzsche, Bergson y otros pensadores europeos, Vasconcelos
h a b l a e n americano, i n s p i r a d o p o r esa v o l u n t a d de f u t u r o que
h a s ido p r o p i a de los grandes v is ionar ios de América. U n
h o m b r e j o v e n expresa e l sent imiento épico y v i ta l i s ta de u n
p u e b l o j o v e n que, a pesar de sus desventuras, tiene fe en su
fuerza y e n su destino y v ive de cara a l p o r v e n i r . Vasconcelos
se siente v i v i r en u n t i e m p o de " c l a r i d a d y de mensaje en que
el sent ir profético a n u n c i a el a d v e n i m i e n t o y l a elaboración
de los credos que g u í a n g e n e r a c i o n e s " . 1 1 C o n destino toda
vía secreto, él se p r o p o n e e laborar e l credo que guíe a las
gentes de su generación en toda l a A m é r i c a española; pero
presiente, c o n genia l c l a r i v i d e n c i a , q u e n o triunfará en todo,
q u e l a suya será u n a o b r a t r u n c a y que n o será e n sus días
c u a n d o A m é r i c a ascienda a l a c i m a e n que él quis iera verla.
P o r eso, Vasconcelos se p r e p a r a p a r a l a a c c i ó n . . . y para e l
fracaso, a l que m i r a como u n accidente q u e n o debe i n s p i r a r
temor:
¿El fracaso no es l a prolongación de l a vida, el aplazamiento
de nuestro tr iunfo, el golpe que nos vence, pero que es incapaz de
matar el impulso? Cuando el propósito no se cumple, la fuerza,
si perdura, conserva u n potencial que la hará volver una y más
veces a intentar la acción; asi cada derrota hace más larga una
lucha tenaz. Otros intentarán lo que no logramos y nuestro querer
revivirá. Es una anticipación de la inmorta l idad imaginar que
otro y otros repetirán nuestra acción en e l remoto p o r v e n i r . . . L o
que se trunca por alzarse demasiado, conserva vigor en las raíces
para recomenzar el asalto de la altura. L a columna rota es símbolo
de u n esfuerzo que aguarda otro mañana para volver a bregar.12
C o n palabras que se h a n hecho célebres, p o r su paradójica
sabiduría, Vasconcelos a b o m i n a de los t r iunfos fugaces: " e l
L A I D E A D E AMÉRICA 383
éx i to es estéril y mediocre, se acomoda c o n e l instante, muere
c o n él, n o suscita n i anhelos n i v i r t u d e s " . 1 3
O b r a t r u n c a , generación, futuro , porvenir , destino, gran
deza. Vasconcelos acaba su conferencia de 1910 c o n u n párra
fo que enc ierra todas sus ideas de j u v e n t u d sobre e l país, e l
cont inente , l a raza:
Obras sin concluir l laman a las generaciones futuras, nos hacen
pensar en que la labor inconclusa se completará con los datos
que aún no nos vienen, que guarda el destino. Y en el extraño
dolor de la espera, u n vislumbre del porvenir, rápido y trágico,
muestra lo que nos falta inaprehendible y lejano: sentimos la i n u
t i l i d a d de nuestro i n d i v i d u o y lo sacrificamos en el deseo de lo
futuro, con esa emoción de catástrofe que acompaña a toda gran-
deza.l*
E l L e i t m o t i v d e l pensamiento de Vasconcelos es evidente.
A l j o v e n maestro le mueve u n a v o l u n t a d de f u t u r o , de f u t u r o
h ispanoamer icano.
A l estallar l a R e v o l u c i ó n , dos meses después de haber pro
n u n c i a d o su célebre conferencia, Vasconcelos p a r t i c i p a activa
mente en l a l u c h a polít ica. P o r eso, en j u n i o de 1911, e l A t e
neo de l a J u v e n t u d ofrece u n banquete e n h o n o r d e l l i cen
c i a d o r e v o l u c i o n a r i o , " q u e t a n br i l lantes servicios prestó a l a
causa del p u e b l o " . 1 5 E n e l b r i n d i s que p r o n u n c i a entonces,
e l agasajado se p r e g u n t a : "¿A dónde l levarán los polít icos do
minantes nuestra c u l t u r a n a c i e n t e ? " . 1 6 y señala luego a sus
compañeros el deber de c o n t i n u a r en:
L a defensa de los escasos progresos ya conquistados, la construc
ción de lo que puede llegar a ser u n carácter nacional , u n perf i l
definido, quizá u n pr inc ip io de creación del ser mental que está
por integrarse realizando la expresión de nuestra raza durante tanto
tiempo m u d a ; pero l lena de potencialidades, que aguardan cierto
acorde de armonía remota para vibrar y cumpíirse.lT
L a preocupación p o r l a o r i g i n a l i d a d de l a c u l t u r a m e x i
c a n a y l a i d e a de l a raza h ispanoamericana, m u d a hoy, pero
tácita maestra d e l p o r v e n i r , v u e l v e n a surgir en armonía fe
c u n d a . L o n a c i o n a l y l o c o n t i n e n t a l n o se o p o n e n en V a s c o n -
384 GERMÁN P O S A D A
celos, s ino que m u t u a m e n t e se r e q u i e r e n y c o n d i c i o n a n . E l
acorde de armonía r e m o t a que nuestra raza espera es justa
mente esa filosofía estética q u e secretamente p u g n a y a p o r
erigirse e n sistema en el mesiánico pensamiento d e l gran me
x i c a n o .
E l m e s t i z a j e a m e r i c a n o ( 1 9 1 6 ) . E n el año de 1916, cuando Mé
x i c o se h a l l a en p l e n a agitación r e v o l u c i o n a r i a , Vasconcelos
se encuentra en el Perú. T i e n e tre inta y cuatro años, h a sido
ya — a u n q u e f u g a z m e n t e — secretario de Educación Públ ica
de su país, y es u n desterrado de l a Revolución. Se p e r f i l a
acaso, como e l más grande y e l más d iscut ido de los pensa
dores americanos de su t iempo. E n L i m a , p o r esos días, pro
n u n c i a u n a n u e v a conferencia, sobre E l m o v i m i e n t o i n t e l e c
t u a l contemporáneo d e México, que es u n ensayo de m e m o r a
ble contenido. 1 »
A l a vue l ta de m u y hermosas consideraciones sobre su pro
p i o destino de Ul ises m e x i c a n o , errante p o r América, Vas
concelos expresa m u y altos pensamientos sobre e l destino d e l
cont inente c r i o l l o , bosqueja luego l a h i s t o r i a inte lectual d e l
M é x i c o m o d e r n o y def ine, p o r ú l t imo, e l espíritu de su pro
p i a generación y l a l a b o r de todos y cada u n o de sus com
pañeros. S u generación tiene derecho a l lamarse nueva, " n o
sólo p o r sus años, s ino más legít imamente p o r q u e está i n s p i
r a d a en estética d i s t i n t a de las de sus antecesores inmediatos ,
e n c r e d o i d e a l que l a crítica a su t iempo calificará c o n acier
to, pero que n o es n i romántico n i modernis ta n i m u c h o me
nos posi t iv is ta o realista, s i n o u n a m a n e r a de m i s t i c i s m o
f u n d a d o e n l a b e l l e z a ; u n a tendencia a buscar claridades
inefables y signif icaciones eternas." » Así ident i f i ca Vascon
celos, ya expl íc i tamente, e l sentido de su generación c o n e l
sentido de su p r o p i o sistema filosófico, el " m o n i s m o estéti
co", cuyo p r i m e r esbozo h a lanzado a l a p u b l i c i d a d , en su
ensayo sobre Pitágoras, ese m i s m o año de 1916.
Sus pensamientos de entonces sobre el destino americano,
exigen consideración aparte, pues e n ellos está ya e l núcleo
de las futuras visiones de L a r a z a cósmica (1925), Indoiogía
L A I D E A D E AMÉRICA 38S
(1926), B o l i v a r i s m o y monroísmo (1934), que informarán su
teoría general de América.
E l autor evoca l a protección que l a diosa M i n e r v a conce
d i e r a a l U l i s e s griego, perseguido de adverso destino, y asocia
aquel las creaciones mi lenar ias " c o n e l estado de los ánimos
e n este nuestro m u n d o a m e r i c a n o " , 2 0 pues, a u n q u e c a m b i e n
las formas d e l i n f o r t u n i o y l a h i s t o r i a n o se rep i ta , todas las
épocas t ienen de común " e l h a d o de a m a r g u r a que persi
gue a los h o m b r e s " . 2 1 " P e r o l o que no a todos nos es dado
es merecer l a protección sagrada de M i n e r v a , gozar el p r i v i
l e g i o de ser útiles obreros de u n a gran empresa, de u n pode
roso ensueño que redime las penas y las convierte en escala
d e l idea l . P a r a merecer esta predilección d i v i n a es necesario
t r a s m u t a r l a p e n a en noble esfuerzo y poner e l espíritu en
t o d a su h u m i l d a d y en toda su potencia a disposición de l a
d iosa , entregarle, como Ul ises , l a rueca de nuestros destinos." 2 2
Vasconcelos revela a su públ ico peruano que aquellas fan
tasías homéricas entrañan u n " e n i g m a de acción": " n a d a me
nos que l a clave, el secreto de l a m a n e r a c o m o pueden con
vertirse los azares personales en contribución d e l saber y t r i
b u t o d e l i d e a l . " 2 3
Entonces el j o v e n maestro d a p r i n c i p i o s a su p r i m e r a , bre
ve y gran sinfonía de América:
U n a nueva Minerva rejuvenecida y de mirar más dilatado es l a
que preside el desarrollo del grupo de las naciones latinas de Amé
rica, es l a que trabaja en secreto para modelar el alma de la
futura gran raza que hoy vive como los griegos del tiempo de
Ulises, dispersa y casi incomunicada en medio de u n continente
mucho más vasto que el antiguo solar helénico.
M i n e r v a contempla nuestro desarrollo, alienta los empujes no
bles de nuestras sociedades y parece querernos in fundir conciencia
de la misión que debemos c u m p l i r en este instante propicio para
la integración de las nuevas unidades étnicas, ahora que el do
m i n i o de lo físico pone a las almas en condiciones de aplicar sus
internas leyes de afinidades y simpatías.24
U n a n u e v a M i n e r v a , u n a n u e v a diosa de l a sabiduría, o
sea u n a nueva filosofía, creada p o r americanos y para Amé
r i c a , está m o d e l a n d o e n secreto e l a l m a de nuestra raza, q u e
3 8 6 GERMÁN P O S A D A
vive dispersa e i n c o m u n i c a d a en l a desolada vastedad d e l
cont inente . Fi losofar s ignif ica, p a r a nosotros, tomar concien
c i a de nuestra misión de americanos en esta h o r a d e l m u n d o .
E n esta h o r a en que l a técnica está d o m i n a n d o l a naturaleza
— o está p o n i e n d o l a r iqueza a l alcance de todos, como decía
e l a u t o r e n su tesis de 1905—; en esta h o r a p r o p i c i a a l a i n
tegración de grandes bloques étnicos y culturales , y p r o p i c i a ,
ante todo, a l a integración d e l gran b l o q u e h ispanoamericano.
Integración que h a de cumpl irse a l a p l i c a r esas " internas le
yes de af inidades y simpatías", contenidas en l a filosofía d e l
N u e v o M u n d o , que n o es otra que l a surgiente filosofía d e l
p r o p i o Vasconcelos. E l n u e v o profeta parece decir: América,
levántate; l o s g r a n d e s días están a l l l e g a r .
E n l a l ínea de los pensadores M a r t í y R o d ó , de los poetas
D a r í o y C h o c a n o , maestros d e l amer icanismo de 1900, Vas
concelos p r o l o n g a l a predicación c o n t i n e n t a l . L a s patrias na
cionales se h a n ensanchado p a r a convertirse en l a p a t r i a i n
f i n i t a :
E l corazón colectivo, rebasando la noción de la patria pequeña,
de la patr ia nacional, busca mayor espacio en e l amor de la raza
y en e l sueño de federaciones y panetnicismos que representen en
grado máximo el poder y la ambición, e l derecho y el idealismo
de los pueblos.
Nuestros países, especialmente, cult ivan e l doble amor del na
cionalismo y del ensueño continental; preparan u n advenimiento;
son p a r a e l futuro organismo inmenso, a manera de colonias celu
lares que colaboran armoniosas en e l progreso del conjunto.25
E l m u n d o entero se p r e p a r a a l a u n i d a d , p o r l a confede
ración de las grandes unidades raciales, p iensa Vasconcelos
e n 1916. E l m u n d o entero se p r e p a r a a l a u n i d a d , p o r l a con
federación de las grandes unidades cul turales , pensará A r n o l d
T o y n b e e , e l historiador-filósofo inglés m u c h o s años más tar¬
de. E n e l m u n d o sobresale l a u n i d a d h i s p a n o a m e r i c a n a , ya
actuante, i n d i c a d o r a d e l p o r v e n i r u n i v e r s a l , vuelve a decir
Vasconcelos. ¿Qué dice de e l l o T o y n b e e ?
P a r a nosotros, pasó y a e l t i e m p o de l a imitación y l a pro-
L A I D E A D E AMÉRICA 387
mesa; a p u n t a ya el día de l a creación o r i g i n a l y d e l g r a n
logro . L a n u e v a filosofía h a de i l u m i n a r nuestra r u t a :
Durante el actual período de composición, debe preocuparnos
orientar las tendencias formativas. L a nueva experiencia, como
todo privi legio, trae consigo responsabilidades; día vendrá en que
l a historia, desdeñosa de vagas promesas, nos exija frutos madu
ros y originales, como corresponde a la nueva zona de espíritu que
se ha formado por el cambio de medio y la fusión de las razas.26
O r i g i n a l i d a d , s iempre d e b i d a o r i g i n a l i d a d . V o l u n t a d de
f u t u r o es v o l u n t a d de o r i g i n a l i d a d . N o somos u n a segunda
edic ión de España o de los Estados U n i d o s . L a A m é r i c a nues
t r a — u n a y múl t ip le , como e l s e r — sólo es i g u a l a sí m i s m a .
N o somos simplemente una América inconclusa, una América
segunda de nuestra vecina de l Norte. L a sajona fue una América
l ibre y abierta para todos los blancos, hecha con los mismos hijos
del continente antiguo, mientras que la nuestra es patria y obra
de mestizos, de dos o tres razas por la sangre y de todas las cultu
ras por el espíritu.
Nosotros no hemos reproducido la sociedad española en el mis
mo grado en que los norteamericanos reproducen las sociedades
sajonas. Desde e l p r i n c i p i o , al mezclarse con el indio , el español se
separa de su tronco y e l ind io abandona el suyo. Querer volver
a uno u otro temperamento es renegar de los hechos y asustarse
con la v ida. Porque no tenemos pasado, nuestro genio es ávido
y versátil, contiene hondas remembranzas, pero repugna lo me
dido y lo monótono y sólo se sacia con la a m p l i t u d de lo u n i -
versal.27
H a surg ido e l a r g u m e n t o d e l mestizaje americano, q u e
será e l m o t i v o c e n t r a l de L a r a z a cósmica, l i b r o escrito ocho
o nueve años después de esta conferencia de L i m a . N u e s t r o
mestizaje — d i c e y n o hay q u e o l v i d a r l o — es sanguíneo y es
e s p i r i t u a l . Somos herederos "de dos o tres razas p o r l a sangre
y de todas las cul turas p o r el espíritu". Somos americanos
— n i indios , n i españoles, n i africanos, s ino síntesis inédita de
todos e l l o s — , y nuestro genio "sólo se sacia con l a a m p l i t u d
de l o u n i v e r s a l " . H e a q u í l a p r i m e r a respuesta d e l j o v e n
pensador a l a p r e g u n t a básica de u n a necesaria ontología
a m e r i c a n a : ¿Qué es América?, ¿qué somos los americanos?
388 GERMÁN P O S A D A
" D i o s mío , ¿qué es España?", se h a preguntado dos años
antes e l j o v e n filósofo español José O r t e g a y Gasset, en sus
célebre M e d i t a c i o n e s d e l Q u i j o t e . (1914). 2 8 C o n paralelo i m
pulso , desde su p r o p i a c i rcunstancia a m e r i c a n a Vasconcelos
se h a p l a n t e a d o también l a p r e g u n t a p o r e l ser de América.
O r t e g a se responde a sí m i s m o y a sus compatriotas, por l a
v ía histórico-filosófica, e n España i n v e r t e b r a d a (1922) y en
e l fervor patriótico de toda su obra . P o r m o d o semejante — y
e n n i n g ú n sentido der ivado del colega e s p a ñ o l — , Vasconcelos
se responde a sí m i s m o y a sus compatr iotas del cont inente
y de España, o sea de todo e l m u n d o hispánico, p o r la vía
histórico-filosófica, en L a r a z a cósmica (1925), en Indoiogía
(1926) y en el fervor americano de toda su obra .
Sólo c o n l a a m p l i t u d de l o u n i v e r s a l se sacia nuestro ge
n i o , h a d i c h o . P a r t i e n d o de esta t ierra , nuestro espíritu se
d ispara h a c i a la a l t u r a i n f i n i t a :
Así lo han comprendido la mayor parte de los fundadores de nuestras nacionalidades; por eso l lamaron a todos los hombres y formularon constituciones y planes destinados a modificar las leyes del odio y a hacer tr iunfar sobre l a confusión y la antítesis, palingenesias redentoras, multitudes ebrias de energía depurada y generosa.29
N u e s t r o mestizaje de "tres razas p o r l a sangre y de todas
las cul turas p o r el espír i tu" se h a intensi f icado con l a aporta
ción u n i v e r s a l de hombres y de ideas, pero h a conservado sus
inic ia les directrices:
A nuestro romper de fronteras y solicitar de esfuerzos corres
pondió el mundo enviándonos de todas partes corrientes de ener
gía, en hombres y en ideas, y todas ellas, con la simiente nues
tra, laten difusas a través del período de formación, pero no sin
revelar el propósito de no hacer más reproducciones y sí de inten
tar, con el candor que da l a fuerza, la aventura de lo i l i m i t a d o
y perennemente progresivo que e l a lma humana lleva siglos de so
ñ a r l o
¿Será real izable , efectivamente, esta v o l u n t a d americana de
o r i g i n a l i d a d ? P o r u n m o m e n t o , e l pensador parece vac i lar :
L A I D E A D E AMÉRICA
Si este ideal propio no perdura y vence, si únicamente pro
gresos materiales y vagas nociones éticas van conformando el sentir
nacional de estos nuevos países, tan sólo lograremos fundar otro
efímero imperio como tantos que han sido y han pasado sin dejar
huel la imborrable en la historia del espíritu. Peor aún; si conti
nuamos débiles, nuestras vidas no pasarán de ser reflejos y carica
turas; nuestra experiencia toda, u n fracaso, y cierto sólo que fue
malsano e l deseo que unió parejas sin respeto del instinto que
separa las razas disímiles.Sl
Vasconcelos l lega a d u d a r de l a b o n d a d de nuestro mesti
zaje, de nuestra r e a l i d a d ontològica de mestizos:
Mas no es esta la hora de la duda, sino la hora de la acción:
por ende, seguiremos adelante con nuestra fe cr iol la de universal
amor, encauzaremos las potencias todas de la compleja raza y, or
ganizada por tribus y por naciones, la entregaremos. : a M i n e r v a
para que ella las d ir i ja en la conquista de la nueva I l i o n que
está por nacer en los espacios del alma.32
E n estas palabras se revela, no ya el pensador y el profeta,
s i n o el h o m b r e de acción, el conductor e s p i r i t u a l de su pue
b l o , que a f i r m a : s e g u i r e m o s a d e l a n t e . .. e n c a u z a r e m o s l a s p o
t e n c i a s . . . l a e n t r e g a r e m o s a M i n e r v a . . . N o en "vano Vas
concelos es e l heredero espir i tua l de Quetzalcóatl y Bartolomé
de las Casas, de M i r a n d a y el L i b e r t a d o r B o l i v a r / d e B é l l ó ' y
Sarmiento , de Mart í y R o d ó , de Darío y los otros maestros;'¿fe
América , creadores de nuestra tradición e s p i r i t u a l , p r o h o m
bres que, c o m o Fausto, h a n p o d i d o exclamar: " Y o abro espa
cios a m i l l o n e s de h o m b r e s " . ^
L a l a b o r de integración americana n o es, fundamenta l
mente, polít ica, económica n i m i l i t a r ; es, ante todo, l a b o r
i n t e l e c t u a l , ideológica, de pensamiento; es l a b o r filosófica, ya
q u e l a filosofía es l a espina dorsal de toda c u l t u r a . L a nueva
filosofía amer icana h a de d i r i g i r l a o b r a de nuestra integra
ción e s p i r i t u a l :
E ! género de cooperación que esta empresa requiere no se afian
za con embajadas suntuosas, n i está sujeta al tráfago y éxito de los
mercaderes, n i a los azares guerreros; depende de la v i r tud y cons
tancia de modestos heraldos, de Ulises sin escudo n i flechas, sin
390 GERMÁN POSADA
tesoros n i mercaderías n i más blasón de apt i tud que amor sincero
de los ágiles juegos del pensar . . . Porque pensando se forman las
conciencias colectivas, igual que las individuales, y el pensamiento
de u n grupo corrige, estimula y vigoriza l a especulación del grupo
análogo; asi, por acción y reacción recíprocas, se forman los carac
teres y se organizan las culturas.34
Vasconcelos d a p o r t e r m i n a d a su breve visión de América ,
a f i r m a n d o que el p r i m e r deber de los americanos es de índole
teórica: l a cooperación filosófica de todos nuestros países a
l a creación de l a idea y l a r e a l i d a d americanas. Y , antes de
seguir adelante c o n sus visiones d e l M é x i c o m o d e r n o , e l jo
ven pensador i n v i t a a sus oyentes a n o cejar en el ejercicio
de ese t ipo de cooperación:
H e aquí por qué es urgente que nos tratemos, no desde fuera
con cortesías y reparos, sino de alma a alma, y que este trato lo
veamos como deber hacia una patria común y lo practiquemos
con empeño, por modesto que sea el intermediario, por poco que
contenga su mensaje Cumpl iendo ese deber os habéis reunido a
escucharme.35
Y a l f i n a l de su conferencia, c u m p l i d a s ya sus revelaciones
sobre el m o v i m i e n t o inte lec tua l mexicano, Vasconcelos insiste
e n esta cooperación filosófica, expresando su pensamiento
con hermosas metáforas inspiradas en las fantasías de l a
Odisea:
E n la labor de estrecho acercamiento que aquí real izamos. . .
haré que mis penas no empañen el esplendor de la danza que van
a emprender nuestras almas. Danza sagrada de las ideas, que pro
meto ejecutar con devoción y sometiéndola a l rigor de vuestra crí
tica; hacedla tan severa y acertada que dé conciencia y sentido a
m i arte informe. U n i d m e a vuestros coros, y si m i paso lo halláis
torpe y m i actitud lacia, ponedme en el medio de la ideal teoría,
entre los ágiles y los hábiles que me contagien del r i tmo exacto.
Invitad a vuestro huésped a l a hora de vuestros vuelos, l levadlo
a las cumbres y, aunque muchas veces sintáis que su trepar es lento,
no dudéis de su aspiración a la altura. E n las más altas cimas con
quista el corazón l a fuerza y la energía. Cuando allí nos encontre
mos, no nos será penoso m i r a r hacia abajo a las cosas de la tierra;
las vicisitudes de los pueblos nos parecerán, entonces, transitorias,
L A I D E A D E AMÉRICA 391
y necesarias acaso, para l a redención de las almas, semejantes a l
hondo terremoto que conmueve e l interior de la montaña, pero no
turba l a majestad de la inmensa cordil lera.
Y n i siquiera el Ande solemne conseguirá retenernos largo tiem
po, que e l alma está de viaje y ha de seguir a n d a n d o . . . 36
L a o r i g i n a l i d a d a m e r i c a n a ( 1 9 1 6 ) . Ese a ñ o de 1916 es u n o de
los más fecundos en l a trayectoria j u v e n i l de Vasconcelos.
A d e m á s de l a conferencia sobre M é x i c o y d e l ensayo sobre
Pitágoras, que se p u b l i c a en C u b a y constituirá su p r i m e r
l i b r o , e l l i c e n c i a d o p r o n u n c i a en L i m a o t r a lectura, l l a m a d a
A r t e c r e a d o r , que luego formará parte d e l tratado sobre E l
m o n i s m o estético, y hace i m p r i m i r en España P r o m e t e o v e n ¬
c e d o r , especie de alegoría dramática.
Y tanto e n l a lectura c o m o e n l a alegoría expresa, u n a vez
más, su i d e a r i u m americano.
C o m p a r a n d o l a América m o d e r n a c o n l a ant igua I n d i a , de
l a " e r a védica, cuando las t r ibus cantoras bajaban p o r las
vertientes d e l H i m a l a y a , h a c i a los bosques profundos d e l I n -
dostán, y l a m a r a v i l l a de l a naturaleza , c o n e l mis ter io de las
conciencias , p r o d u j o las inmensas ideal idades de l a l i teratu
r a p o s t e r i o r " 8 7 vuelve a d e f i n i r nuestra r e a l i d a d mestiza y a
interrogarse sobre las pos ib i l idades de nuestra o r i g i n a l i d a d
e s p i r i t u a l :
Nosotros somos una raza nueva y mezclada, en presencia de otra
zona del mundo, hermosa y v i rg inal ; pero poseemos mayor prepa
ración cul tura l , mejor preparación técnica que l a que poseyeron
los arios primitivos; en consecuencia, estamos comprometidos ante
la civilización, a dar frutos todavía mejores. ¿Poseeremos el ímpetu
div ino, creador de las vastas culturas, o vamos a malgastar nuestras
fuerzas en el asombro de lo que podríamos intentar? 38
L a respuesta es, de nuevo , u n a invitación a l a acción, a
l a acción artística y a l a acción filosófica:
N o nos toca resolver, sino cantar y pensar con sinceridad. Los
poetas, en toda misión estética, los precursores, ya nos han mos
trado cómo se puede crear arte legítimo en consonancia con los
nuevos asuntos. Continuemos e l sistema por ellos iniciado, tomando
3 9 2 GERMÁN P O S A D A
de E u r o p a los secretos del procedimiento, pero conservándonos, o haciéndonos autóctonos en la manera, el misterio y la religiosi-dad.39
Vasconcelos piensa en los poetas modernistas de América
y, ante todo, en el gran Dar ío que, p o r esos días, h a m u e r t o
e n s u s t i e r r a s d e o r o , tal como le canta e l español A n t o n i o
M a c h a d o . E n e l gran Darío, el mago que d i o nueva v i d a a
l a poesía castellana de ambos m u n d o s , después de u n letargo
de doscientos años, el recreador del m o d e r n o americanismo
poético, el poeta hispánico tota l : de América, de España, d e l
m u n d o entero.
N a t u r a l e z a y conciencia, como en los cantores arios, crea
rán el sentido p r o p i o y auténtico de nuestra l i t e r a t u r a y nues
tro arte, de nuestra estética. E l autor se recrea, p o r u n ins
tante, en u n o de sus temas más caros: l a descripción del
paisaje americano, exterior e interno.
U n sentir profundo, i luminado por todas las culturas y exalta
do por lo que miramos: cumbres inaccesibles, en el fondo de
cielos claros; aire leve y melodioso; Sierra Madre mexicana, sin
igual en belleza magnífica; Andes augustos del Sur; mares bravios
del Grande Océano; horizontes profundos, perfiles estupendos; ríos
generosos, pampas il imitadas; y en el fondo de las almas, audacias
del carácter, ensueños poderosos, sombras y caos, y visiones fulgu
rantes; la síntesis armoniosa de todo esto, dará el sentido vernácu
lo, e l impulso directriz de la inspiración continental.4o
A n t i c i p a n d o las tendencias de los grandes pintores m u r a
listas de M é x i c o , que el p r o p i o Vasconcelos sería el p r i m e r o
e n apoyar of ic ia lmente, desde l a Secretaría de Educación, al
gunos años más tarde, e l joven pensador aboga p o r u n na
c i o n a l i s m o estético, " u n n a c i o n a l i s m o vernáculo en l a savia,
a u n q u e u n i v e r s a l en sus f i n a l i d a d e s " . 4 1
E n Amér ica . . . no se trata de elegir o de cultivar una escuela
[como en Europa], sino de crearla; los maestros americanos están
llamados a ser iniciadores de tradición. ¿Conforme a qué criterio
orientarán su crear incontenible? Complicado es el pathos estético
de estos pueblos que son nuevos, pero no primitivos; que se sienten
aptos para vibrar con el l irismo impetuoso de los amaneceres; pero
L A I D E A D E AMÉRICA 393
reclaman asimismo la perfección, el refinamiento, la luz meridiana
de la madurez. M e explico el contraste porque poseen nuestras
almas herencias de gustos exquisitos, de instintos adiestrados y se
encuentran con el espectáculo sorprendente de paisajes y acciones
que todavía nadie ha cantado. No puede darse mejor oportunidad
para las grandes creaciones: tener a nuestra disposición los útiles
del arte, la sabiduría del procedimiento, y sólo el asunto totalmen
te nuevo. Más aún, también cierta novedad de corazón, pues el
cruce de las razas ha desplazado en u n ligero brinco a distancia,
todas las inclinaciones específicas, ya imperiosas en nuestros ante
cesores, y a nosotros nos toca un período de indecisión y de elec
ción extraordinariamente propicio para el milagro Mi lagro de una
conciencia que se dispone a acudir a las solicitaciones de una na
turaleza ansiosa del esfuerzo práctico, cíip3.z de soiíieterls. s ls.s m i l
finalidades de la industria , v ávida de la inspiración i l u m i n a d a que
ha de redimir la de su expresión pr imit iva haciéndola nasar trans¬
figurada a los simbolismos v las interpretaciones de u n arte de
una l i teratura de una cultura.42
Se diría que Vasconcelos, con estas palabras de hace casi
c incuenta años, se convierte en el profeta d e l arte y l a l i tera
t u r a de l a A m é r i c a contemporánea, en el profeta de R i v e r a ,
Orozco, R i v e r a , P o r t i n a r i y Guayasamín, de V a l l e j o , N e r u d a ,
G u i l l é n y Paz, de los novelistas y músicos de nuestros días; e n
el profeta de l a actual estética, creadora, como él quería, de
" u n arte saturado de v igor p r i m i t i v o , de asunto nuevo, com
b i n a n d o lo s u t i l con lo intenso, sacrif icando l a exquisitez a l a
grandeza, l a perfección a l a invención; l i b r e p a r a elegir los
mejores elementos de todas las culturas; sintético y vigoroso
e n la obra, capaz de expresar el instante, pero r i c o asimis
m o en presamos del p o r v e n i r de l a raza y d e l espíritu i n d i
v i d u a l . " «
E l m e s i a n i s m o a m e r i c a n o { 1 9 1 6 - 1 9 2 0 ) . U n o de los personajes
d e l P r o m e t e o v e n c e d o r , e l filósofo, exc lama: " E n e l p o r v e n i r ,
los imper ios n o los forjará l a espada n i el tráfico, s ino el gusto
y l a simpatía. ¡Los nacional ismos, que son obra de l a polít ica,
cederán ante los panetnic ismos que rec lama el espíritu! L o s
nuevos pueblos se organizarán p o r lenguas: l a Confederación
Española, l a Inglesa, el Japón y R u s i a , l a I n d i a ; he ahí las fu
turas potencias." 4 4
394 GERMÁN P O S A D A
L a lengua, sangre y expresión d e l espíritu, será el vehículo
de u n i ó n de las grandes unidades sociales d e l f u t u r o ; o lo
serán el gusto y l a simpatía, clave d e l sistema filosófico q u e
Vasconcelos se prepara a construir ; o l o será, también, " l a m a
nera p a r t i c u l a r de comprender l a be l leza" (idea que a l j o v e n
maestro le sugirió u n a b a i l a r i n a portuguesa en el T e a t r o M u
n i c i p a l de L i m a , en 1916, según su peregr ina confesión). 4 5 L a
filosofía, p o r últ imo, podrá ser también el v ínculo de u n i ó n de
Occ idente y O r i e n t e :
Hace dos o tres siglos que no hay en E u r o p a pensamiento f i
losófico original [!], y desde esta misma época, nuestro mundo
mental se ha venido inf i l trando de lo hindú y no está lejano u n
florecimiento que exprese esta síntesis, por medio de grandes obras
de todo género, como las que dieron esplendor al Renacimiento,
sino el primer caso en la historia del mundo, de una cultura ver
daderamente universal, no de eruditos, sino de grandes creadores
que construyan con los elementos de todas las edades.«
Así se expresa en E l m o n i s m o estético (1918). L a idea se
p r o l o n g a en los E s t u d i o s indostánicos (1920): " Y en n i n g u n a
parte ese r e n a c i m i e n t o será más fecundo que en la América
L a t i n a y en l a raza española, raza siempre alerta para las em
presas místicas. Y n o sólo los pueblos hispanoamericanos, que
p r e p a r a n u n a nueva c u l t u r a ; todo el pensamiento occidental
está l l a m a d o a renovarse con las inf luencias hindúes," 4 7
L a unión de O r i e n t e y O c c i d e n t e producirá, en d e f i n i t i v a ,
u n a n u e v a filosofía: " U n a filosofía que ya no sea expresión
de u n a sola raza, n i o b r a de u n a sola época, sino resumen y
t r i u n f o de toda l a exper ienc ia h u m a n a : u n a filosofía m u n
d i a l . " 48
Esta nueva filosofía u n i v e r s a l , que sea suma y síntesis de
l a sabiduría de toda la h u m a n i d a d , es la filosofía que se está
creando en América, cuyos pueblos " p r e p a r a n u n a nueva cul
t u r a " y donde será más fecundo que en n i n g u n a otra parte ese
r e n a c i m i e n t o que exprese l a compenetración espir i tual de los
pueblos occidentales y orientales.
L a filosofía será, pues, or igen y m e t a de esta unif icación
c u l t u r a l ; será a l a vez e l vehícu lo de u n i ó n y el resultado de
L A I D E A D E AMÉRICA 395
ésta. Esta misión teórica de l a filosofía se i d e n t i f i c a , e n cierta
m a n e r a , c o n l a misión histórica de América , cont inente que
será también or igen y meta de l a unif icación h u m a n a univer
sal; A m é r i c a será a l a vez vehículo de u n i ó n de todos los pue
blos de l a t i e r r a y e l resultado de esta unión. D e m o d o que,
p o r arte de las asociaciones lógicas, América y su filosofía se
i d e n t i f i c a n e n su misión y en su ser ontológico. L a conclusión
será: el ser de América está en su filosofía, A m é r i c a es su f i lo
sofía.
Así , pues, e l pensamiento de José Vasconcelos, h a c i a 1920,
está d o m i n a d o p o r l a idea de l a unión d e f i n i t i v a de los pue
blos. P a r a él, todo a n u n c i a l a creación de unos cuantos blo
ques raciales, políticos y culturales que d o m i n e n el m u n d o
(predicción que los acontecimientos posteriores del s iglo x x
n o h a n hecho sino conf i rmar) ; y todo a n u n c i a y a el surgi
m i e n t o de América , como pueblo-mesías de l a h i s t o r i a univer
sal (teoría d e l mesianismo americano q u e sólo e l correr de los
siglos podría conf i rmar) .
L a idea básica de L a r a z a cósmica se v a p e r f i l a n d o con p r o
gresiva c l a r i d a d .
P o r m i r a z a hablará e l espíritu ( 1 9 2 1 - 1 9 2 4 ) . P r i m e r o , rector de
l a U n i v e r s i d a d N a c i o n a l (1920-1921); luego, secretario de E d u
cación Públ ica (1921-1924). Éste es el per íodo más i m p o r t a n t e
de l a v i d a de Vasconcelos, en cuanto maestro. É l es, entonces,
e l c o n d u c t o r e s p i r i t u a l de México . L a v i d a de su país, e n l o
pedagógico e inte lec tua l , depende de él. D e l acierto c o n que
Vasconcelos c u m p l i ó su cometido, h a h a b l a d o y a l a h is tor ia .
D e querer buscar semejantes e n América a su o b r a educativa,
habría q u e pensar en l a gestión de Sarmiento c u a n d o fuera
presidente de l a A r g e n t i n a . Y en u n o y o t r o l a acción está l i
gada a l a ref lexión sobre su p a t r i a y su continente. Son h o m
bres q u e i g u a l a n c o n l a v i d a e l pensamiento, según l a vieja
m á x i m a castel lana. Son hermanos: e l mayor , t r iunfante , rea l i
zador; el m e n o r , i luso v i s i o n a r i o , derrotado a l a postre, pero
n o p o r e l l o menos heroico. Y ya hemos visto que él estaba
p r e p a r a d o desde l a i u v e n t u d p a r a el fracaso que es " l a pro
longación de l a v i d a . "
396 GERMÁN P O S A D A
Así se ve a Vasconcelos, como rector, disponer l a creación
d e l nuevo escudo de la U n i v e r s i d a d N a c i o n a l de M é x i c o :
. . .A f i n de que los mexicanos tengan presente la necesidad de
fundir su propia patria con la gran patria hispanoamericana que
representará una nueva expresión en los destinos humanos, se re
suelve que el escudo de la Universidad Nacional consistirá en u n
mapa de la América L a t i n a con la leyenda P o r m i raza hablará e l
espíritu; se dignifica en este lema la convicción de que la raza
nuestra elaborará una cultura de tendencias nuevas, de esencia es
p i r i t u a l y libérrima.®
A fines de 1922, ya m u y avanzada su o b r a m i n i s t e r i a l y a
s u regreso d e l viaje a l a América del Sur — q u e se relata en e l
l i b r o de L a r a z a cósmica, Vasconcelos p r o n u n c i a en W a s h i n g
ton u n a conferencia sobre su p r o p i a l a b o r educacional . E n
este escrito, que el autor calificará luego de pésimo,50 se insiste,
c o n obsesión de i l u m i n a d o , en el propósito f i n a l que i n s p i r a
l a acción del gran m i n i s t r o . A l l í se h a b l a de las veinte nació-
nes, hermanas p o r l a sangre y p o r la lengua, que se h a n de
u n i r y h a n de crear u n a nueva y más alta expresión del espíritu
l a t i n o , y que, abiertas a todas las razas, harán u n nuevo en
sayo de v i d a colectiva, f u n d a d o en la belleza, p r i v i l e g i o q u e
nuestra raza busca como u n a ley d i v i n a . 5 1
! C u a n d o los estudiantes co lombianos le n o m b r a n "maestro
dé l a j u v e n t u d " , en 1923, Vasconcelos responde con u n a carta
q u e es p a r a d i g m a d e l credo americano:
L a mezcla l ibre de razas y cu l turas . . . producirá. . . e l . . . u n i
versal ismo.. . si la duct i l idad y la fuerza ibéricas ponen la base
de u n tipo realmente universal. L a conciencia de esta misión late
en todos los pueblos de la América L a t i n a y da impulso al latino-
americanismo contemporáneo. U n moderno latinoamericanismo de
Bolívar, porque el de entonces era u n sueño político, en tanto que
e l de ahora es étnico. Bolívar quería una L i g a de Naciones Ame
ricanas, que no excluía a los Estados Unidos del Norte. Nosotros
queremos la unión de los pueblos ibéricos sin excluir a España
y comprendiendo expresamente a l Brasi l , y tenemos que excluir a
los Estados Unidos , no por odio, sino porque ellos representan
otra expresión de la historia humana.52
LA I D E A D E AMÉRICA 397
C o n u n a crudeza solo comparable a l a que el autor emplea
r á a l f i n a l de su v ida , Vasconcelos revela luego su p r o f u n d a v i
s i ó n d e l pasado americano, en l a época c r u c i a l de l a Indepen
d e n c i a : " . . . L a p a t r i a n o es tan sólo e l terr i tor io y la l i b e r t a d
pol í t ica , s ino también y p r i n c i p a l m e n t e l a estirpe, es decir, e l
t i p o de c u l t u r a a que cada p u e b l o pertenece. L a mera nacio
n a l i d a d se forja en papeles; l a estirpe l a constituye l a v i d a .
L a creación de las nacional idades lat inoamericanas fue u n caso
d e s u i c i d i o colectivo. Bol ívar l o c o m p r e n d i ó . . . N u e s t r a inde
p e n d e n c i a estuvo en el p a p e l y nuestro decoro en el fango.
Países de opereta trágica, razas bastardas, hemos sido los simios
d e l m u n d o , p o r q u e h a b i e n d o renegado de casi todo lo p r o p i o
nos pusimos a i m i t a r s i n fe y s i n esperanza de crear." 53
A q u e l l o es el pasado, u n destino que tiene que transfor
marse; p o r q u e el futuro ofrece perspectivas grandiosas:
. . .Hemos llegado por f i n a l período decisivo en que vivimos,
para escuchar que de uno a otro confín surge renovado el con
cepto bolivariano, pero ahora mucho más profundo, porque aho
ra ya no busca la liga política para fines abstractos, sino la inte
gración de una raza que llega a l instante de su misión universal.
¡Dichosa la juventud latinoamericana que llega a la vida cuando
se sientan las bases de u n nuevo período de la historia del
mundo! 54
P a r a organizar todas las ideas anteriores en u n esquema f i
losóf ico que les dé sentido y las jerarquice , Vasconcelos ela
b o r a , p o r ú l t imo, u n a N u e v a l e y d e l o s t r e s e s t a d o s , escrita aún
e n sus días de l a Secretaría de Educación, h a c i a 1924. M o t i v o
c e n t r a l de su pensamiento histórico-social y antecedente i n
m e d i a t o de l a sistematización de su idear io c o n t i n e n t a l - c u a n ¬
d o l a d o x a de América pasa a ser e p i s t e m e de América , esta
n u e v a l e y vuelve a aparecer en L a revulsión d e l a energía
{1924), en L a r a z a cósmica y en Indoiogía.
" E s t a ansia contemporánea de rebasar el patr iot ismo, de
d i l a t a r fronteras, de celebrar pactos y alianzas según nuestro
gusto y no de acuerdo con nuestras conveniencias materiales,
este poderío d e l espíritu que en todos los órdenes se a f i r m a
avasa l lador , nos permite f o r m u l a r u n a ley de desarrol lo, u n a
398 GERMÁN POSADA
especie de " ley de los tres estados" — t o m a n d o en C o m t e sólo
e l n o m b r e — , u n a ley de tres períodos de l a organización de
los pueblos . " f ¡ 5
A l a m a n e r a de Comte , que interpretó l a evolución de l a
h u m a n i d a d como integrada p o r tres etapas, l a teológica, l a me
tafísica y l a posi t iva , Vasconcelos h a b l a de tres estados, que
son: e l m a t e r i a l o guerrero, e l inte lectual o polít ico, y el es
p i r i t u a l o estético.
Los tres estados representan u n proceso que gradualmente nos
va l ibertando del imperio de la necesidad, y poco a poco va some
tiendo l a vida entera a las normas superiores del sentimiento y la
fantasía.
E n el pr imer estado manda sólo la materia; los pueblos, al en
contrarse, combaten o se juntan sin más ley que la violencia y el
poderío relativo. Se exterminan unas veces o celebran acuerdos
atendiendo a la conveniencia o a la necesidad. Así viven la horda
y la t r i b u de todas las razas.56
E n el segundo período tiende a prevalecer la razón que artif i
ciosamente aprovecha las ventajas conquistadas por la fuerza y co
rrige sus errores. Las fronteras se definen en tratados y las cos
tumbres se organizan conforme a las leyes derivadas de las conve
niencias recíprocas y la lógica: el romanismo es el más acabado
modelo de este sistema social racional, aunque, en realidad, comen
zó antes de R o m a y se prolonga todavía en esta época de las na
cionalidades. . . Regla, norma y tiranía, tal es la ley del segundo
período en que estamos presos, y del cual es menester salir.57
" E l tercer período está por venir y lo llamaremos estético, por
que en él las relaciones de los pueblos se regirán libremente por
la simpatía y el gusto. E l gusto que es ley suprema de la v ida
inter ior y que hacia fuera se manifiesta como simpatía y belleza,
llegará a ser entonces la norma indiscutible del orden público y
de las relaciones entre los estados." 58
E n este tercer período, que Vasconcelos l lamará luego e l
per íodo de l a raza cósmica, " l a orientación de l a conducta n o
se buscará e n l a pobre razón, que e x p l i c a pero n o descubre; se
buscará en el sent imiento creador y en l a bel leza que con
vence. L a s normas las dará l a facul tad suprema, l a fantasía;
es decir, se v ivirá s in n o r m a , en u n estado en que todo cuanto
nace d e l sent imiento es u n acierto. E n vez de regias, inspira-
L A I D E A D E AMÉRICA 399
c ión constante. Y n o se buscará e l mérito de u n a acción e n su
resul tado i n m e d i a t o y pa lpable , c o m o ocurre en el p r i m e r pe
r íodo; n i tampoco se atenderá a q u e se adapte a determinadas
reglas de razón p u r a ; el m i s m o i m p e r a t i v o ético será sobre
p u j a d o y más allá de l b i e n y d e l m a l , en el m u n d o del p a t h o s
estético, sólo importará que el acto, p o r ser be l lo , produzca
d i c h a . H a c e r nuestro antojo, n o nuestro deber; seguir el sen
dero d e l gusto, n o e l d e l apet i to n i el d e l si logismo; v i v i r e l
j ú b i l o f u n d a d o en amor, esa es l a tercera etapa." ™
A b e l a r d o Vi l legas , que h a estudiado a fondo e l sistema f i
losófico de Vasconcelos, dice, luego de interpretar l a l e y d e l o s
t r e s e s t a d o s : " A l a l u z de estos conceptos ya puede compren
derse el l ema q u e resume l a filosofía de Vasconcelos y está
estampado en e l escudo u n i v e r s i t a r i o : ' P o r m i raza hablará
e l espíritu. ' Si recordamos q u e e l uso de l a emoción e n e l
arte es en r e a l i d a d ' u n a auténtica revelación q u e penetra los
sentidos del art ista, ' veremos que l a R a z a Cósmica, o mejor
su anticipación, l a raza iberoamericana, está elegida p o r el
espíritu para real izar l a f i n a l i d a d de l a histor ia . Así como en
e l c o n o c i m i e n t o l a v e r d a d o recreación del universo se l o g r a
p o r m e d i o de las leyes de l a emoción, e l iberoamericano ha
c i e n d o uso de las mismas sintetiza todas las razas, es decir , re
crea l a h u m a n i d a d . L a razón, p r e d o m i n a n t e e n el sajón, es
analítica, abstractiva, y e n h i s t o r i a d i s c r i m i n a t i v a . L a emoción
e n el c o n o c i m i e n t o y en l a h i s t o r i a es u n i t i v a . Y si nosotros
hacemos uso de e l l a — p o r m e r c e d d e l e s p í r i t u — nuestro par
t i c u l a r i s m o o n a c i o n a l i s m o se resuelve en u n i v e r s a l i d a d , que
es estado preparator io d e l término de l a h i s t o r i a y el comienzo
de l a v i d a eterna e s p i r i t u a l . " ~
Vasconcelos, que h a v is i tado y a e l B r a s i l , profetiza su futu
r a grandeza e s p i r i t u a l y m a t e r i a l , como u n a de las pr imeras
potencias del m u n d o , y sueña e n l a f u t u r a u n i d a d de brasile
ros e hispanoamericanos, e n l a p l e n i t u d d e l estado estético:
" A l l í l a simpatía unirá las conciencias y l a pasión amorosa
romperá las barreras políticas. A l l í l a común sens ib i l idad esté
t ica desarrollará u n a c u l t u r a homogénea; el idea l colectivo pre
valecerá sobre las r iva l idades d e l interés y siendo como u n o
e n el a l m a seremos u n o e n h i s t o r i a y e n bienes — l o s hispanos
400 GERMÁN P O S A D A
y los l u s i t a n o s — hasta el día en q u e p u e d a decirse i g u a l cosa
de todos los pueblos de l a t ierra , en esta civil ización indoes-
pañola q u e hace t iempo adoptó l a d iv isa de América p a r a l a
H u m a n i d a d . " si
H a c i a fines de 1924, a l c o n c l u i r su m u y i lustre gestión
m i n i s t e r i a l , puede darse p o r c o n c l u i d a esta etapa de forma
ción de l a idea de América en el pensamiento de José Vas
concelos. América entendida c o m o p a t r i a de u n a "raza univer
s a l " , 6 2 o, c o m o dirá luego e l autor , de u n a "raza cósmica".
E n pocas palabras, este proceso ideológico puede f o r m u
larse de l a siguiente manera.
E n u n p r i n c i p i o , la idea de América se le aparece a Vas
concelos e n el sentido vago d e l p o r v e n i r de "nuestra raza la
t i n a " (1905-1911); luego, m e d i t a n d o en el ser mestizo de nues
tra estirpe, a ú n no totalmente fus ionada en lo físico n i e n lo
e s p i r i t u a l , e l joven pensador h a b l a de l a " f u t u r a gran raza"
de nuestra América, que es " o b r a de mestizos, de dos o tres
razas p o r l a sangre y de todas las culturas por el espíritu"
(1916); a l m i s m o t iempo, se p r e g u n t a si esta inédita raza posee
" e l ímpetu d i v i n o , creador de las vastas cu l turas" , en el cua l
él cree ciega e impetuosamente, a u n q u e aconseje p r u d e n c i a y
acción c o m o respuesta (1916); más adelante expresa esa ciega
e i m p e t u o s a creencia en u n a especie de mesianismo america
no, de carácter dogmático y m í s t i c o » que concibe a América
c o m o pueblo-mesías de l a h i s t o r i a universa l (1916-1920); p o r
ú l t imo, l lega a l a formulación de su N u e v a l e y d e l o s t r e s es
t a d o s , esquema filosófico a l a l u z del c u a l e labora su "teoría
general de Amér ica" , su d o c t r i n a de L a r a z a cósmica (1921¬
1924)-
V e i n t e años d u r a este largo proceso. E n su autobiografía,
e l p r o p i o autor hará m e m o r i a d e l f i n de esa etapa ideológica,
m a r c a d o p o r e l n a c i m i e n t o de su profético l i b r o :
" D e r i v a d a de l a tesis que p u b l i q u é en los días de l M i n i s
terio sobre l a L e y de los T r e s E s t a d o s . . . , imaginé u n a teoría
r a d i c a l d e l continente, u n a d o c t r i n a d e l mestizaje. P a r a des
a r r o l l a r l a , comencé e l l i b r o que r e c o p i l a incidencias de m i
viaje a l a A m é r i c a del Sur y f o r m u l a l o que l lamé, u n poco
i n d e b i d a m e n t e , Teoría d e l a R a z a Cósmica. C o n fiebre de
L A I D E A D E AMÉRICA 401
producción, tuve días de escribir dieciséis páginas d e l l i
b r o . . . " « 4
D e este m o d o , en l a p l e n i t u d v i t a l de los cuarenta y dos
años, en l a a l b o r a d a de l a madurez inte lectual y filosófica, u n
día — ¡ f e l i z d í a ! — José Vasconcelos empieza a escr ibir fe
b r i l m e n t e :
" . . . E l cont inente americano contiene algunas de las más
antiguas zonas d e l m u n d o . L a masa de los A n d e s es, s i n d u d a ,
t a n vieja como l a que más d e l planeta. Y si l a t ierra es an
t igua , también las trazas de v i d a y de c u l t u r a h u m a n a se
r e m o n t a n a donde n o alcanzan los cálculos. L a s r u i n a s ar
quitectónicas de mayas, quechuas y toltecas legendarios son
tes t imonio de v i d a c i v i l i z a d a anter ior a las más viejas fun
daciones de los pueblos de l O r i e n t e y de E u r o p a . . . " « 5
N O T A S
1 Leopoldo Z E A , L a filosofía c o m o c o m p r o m i s o y o t r o s e n s a y o s , Mé
xico, 1953, p p . 1 5 5 - 1 5 9 .
2 i b i d . , pp. 1 5 5 - 1 5 6 .
3 I b i d . , p. 156.
4 I b i d . , p. 157.
s i b i d . , pp. 1 5 7 - 1 5 8 .
6 C O N D E D E K E Y S E R L I N G , M e d i t a c i o n e s s u r a m e r i c a n a s , M a d r i d , 1 9 3 3 ,
P - 98¬
1 Abelardo V I L L E G A S , L a filosofía, en México y l a c u l t u r a , México, 1 9 6 1 , p. 7 3 3 .
8 Nota pre l iminar , en José V A S C O N C E L O S , O b r a s c o m p l e t a s , T o m o 1, México, 1957, p. 7.
9 O b r a s , 1, p. 3 5 .
1 0 U l i s e s c r i o l l o ( 1 9 3 6 ) , en O b r a s , 1, p. 6 6 8 .
•11 O b r a s , 1, p. 3 8 .
12 O b r a s , i , p. 5 6 .
13 I b i d .
14 I b i d .
15 Así le presenta la R e v i s t a d e R e v i s t a s , México, 2 5 de junio de 1911.
C f r . Antonio C A S O e t a l , C o n f e r e n c i a s d e l A t e n e o d e l a J u v e n t u d , Se
gunda edición, México, 1 9 6 3 , pp. 135 y 138.
18 L a j u v e n t u d i n t e l e c t u a l m e x i c a n a y e l a c t u a l m o m e n t o histórico d e
n u e s t r o país, en I b i d . , p . 138.
402 GERMÁN P O S A D A
17 I b i d .
18 Adapto aquí algunos párrafos de una nota mía sobre L a g e n e r a
ción m e x i c a n a d e i 9 i o , en H i s t o r i a M e x i c a n a , V o l . x u , Núm. i , ju l io-
septiembre de 1962, p p . 147 ss.
18 O b r a s , 1, p. 7 4 .
20 O b r a s , I, p. 5 9 .
21 O b r a s , 1, p. 5 8 .
22 Obras, 1, pp. 5 8 - 5 9 .
2 3 O b r a s , I, p. 5 9 .
24 I b i d .
25 O b r a s , 1, p. 6 0 .
2 6 I b i d .
2 7 I b i d .
2 8 José O R T E G A Y G A S S E T , M e d i t a c i o n e s d e l Q u i j o t e , Tercera edición,
M a d r i d , 1 9 2 2 , p. 116.
2 9 O b r a s , 1, p . 6 1 .
3 0 I b i d .
31 I b i d .
32 I b i d .
33 E l segundo F a u s t o de Goethe, dice: Eröffne i c h Räume v i e l e n
M i l l i o n e n . L a asociación de este grito fáustico al sentido de la obra
de los maestros americanos, procede de Alfonso R E Y E S , P a s a d o i n m e d i a t o
y o t r o s e n s a y o s , México, 1 9 4 1 , p p . 1 4 1 - 1 4 2 .
34 O b r a s , 1, p. 6 1 .
35 O b r a s , I, p. 6 2 .
3<5 Obras, 1, pp. 7 7 - 7 8 .
37 A r t e c r e a d o r ( 1 9 1 6 ) , en E l m o n i s m o estético, e n s a y o s , México, 1 9 1 8 ,
p. 48.
3 8 I b i d .
3 9 I b i d .
40 I b i d . , p . 4 9 .
41 I b i d . , p . 4 7 .
42 I b i d . , pp. 4 8 - 4 9 .
43 I b i d . , p . 5 6 .
44 Obras, 1, pp. 2 5 7 - 2 5 8 .
45 L a r a z a cósmica, misión d e l a r a z a i b e r o a m e r i c a n a [ 1 9 2 5 ] , Tercera
edición, México, 1 9 4 8 , p . 6 1 .
46 El monismo estético ( 1 9 1 8 ) , pp. 1 0 0 - 1 0 1 .
47 E s t u d i o s indostánicos ( 1 9 2 0 ) , en O b r a s c o m p l e t a s , T o m o m , Mé
xico, 1 9 5 9 , p p . 9 5 - 9 6 . (En este l ibro , Vasconcelos ha expresado también
su "fe en las razas tropicales y mestizas").
4 8 I b i d .
49 E l n u e v o e s c u d o d e l a U n i v e r s i d a d N a c i o n a l ( 1 9 2 1 ) , en O b r a s c o m
p l e t a s , T o m o 11, México, 1 9 5 8 , p . 7 7 7 .
5 0 E l d e s a s t r e ( 1 9 3 8 ) , en O b r a s , 1, p. 1338.
L A I D E A D E AMÉRICA 403
51 Obras, 11, pp. 8 7 3 - 8 7 4 .
5:2 O b r a s , H, p. 8 1 8 .
6 3 I b i d .
5 4 O&ras, n, p. 8 1 9 .
5 5 L a r a z a cósmica, p. 3 8 .
5 6 I b i d .
5 7 L a r a z a , p. 3 9 .
5 8 N u e v a l e y d e l o s t r e s e s t a d o s , en O b r a s , 11, p. 8 3 9 .
5 9 L a r a z a , p. 4 0 .
6 0 A . V I L L E G A S , L a filosofía d e l o m e x i c a n o , México, 1 9 6 0 , pp. 9 5 - 9 6 .
6 1 Obras, 11, pp. 8 4 6 - 8 4 7 .
6 2 L a revulsión d e l a energía ( 1 9 2 4 ) , en O b r a s , m, p. 3 8 3 .
6 3 A . V I L L E G A S , L a filosofía d e l o m e x i c a n o , p. 9 6 .
6 4 E l d e s a s t r e , en O b r a s , 1, p. 1 5 1 0 .
6 5 L a r a z a cósmica, p. 13.