LAJES PROTENDIDAS

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Trabalho para a disciplina Tópicos Especiais em Edificações, da graduação em Engenharia Civil, PUC Minas.

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    PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE MINAS GERAIS Departamento de Engenharia Civil - IPUC

    LAJES PROTENDIDAS

    Amanda Lima Pereira

    Belo Horizonte 2015

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    Amanda Lima Pereira

    LAJES PROTENDIDAS

    Trabalho apresentado disciplina de Tpicos

    Especiais em Edificaes no Departamento de

    Engenharia Civil da Pontifcia Universidade Catlica

    de Minas Gerais.

    Professor: Carlos Antnio Camargos d'vila

    Belo Horizonte

    2015

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    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 Protenso no aderente........................................................................7

    FIGURA 2 Protenso aderente...............................................................................7

    FIGURA 3 Seo de monocordoalha engraxada com sete fios..........................8

    FIGURA 4 Comparao entre vos de lajes........................................................11

    FIGURA 5 Iamento de laje alveolar protendida.................................................12

    FIGURA 6 Equipamento de injeo.....................................................................13

    FIGURA 7 Comparativo de custos.......................................................................16

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    LISTA DE EQUAES

    EQUAO 1..............................................................................................................14

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    SUMRIO

    1 INTRODUO..........................................................................................................6

    2 CONCEITOS GERAIS..............................................................................................7

    2.1 Protenso no aderente.......................................................................................8

    2.2 Protenso aderente..............................................................................................9

    2.2.1 Protenso com aderncia inicial..........................................................................9

    2.2.2 Protenso com aderncia posterior.....................................................................9

    3 DEFINIES...........................................................................................................10

    4 PROCESSOS DE FABRICAO E MONTAGEM.................................................11

    5 DICAS DE EXECUO..........................................................................................13

    6 DIMENSIONAMENTOS..........................................................................................14

    7 VANTAGENS..........................................................................................................15

    8 DESVANTAGENS...................................................................................................15

    9 COMPARATIVO DE CUSTOS................................................................................16

    10 CONCLUSO.......................................................................................................17

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    1. INTRODUO

    O concreto protendido uma evoluo do concreto armado e mais indicado

    quando preciso vencer grandes vos. Normalmente, tem o preo mais alto, o que

    gera, muitas vezes, repulsa de us-lo em lajes, elementos estruturais mais

    executados em concreto armado no Brasil. Porm, a cultura do convencional deve

    mudar e enxergar outras tcnicas e materiais de construo.

    Apesar da cultura, o uso de lajes de concreto protendido tem aumentado no

    pas nos ltimos anos. A entrada da protenso no aderente com monocordoalha

    engraxada no mercado brasileiro teve grande importncia para essa mudana

    (EMERICK, 2002). A diminuio da espessura das lajes protendidas o principal

    fator que atrai construtores.

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    2. CONCEITOS GERAIS

    A protenso baseada na aplicao de tenses nas barras de ao do

    concreto antes da solicitao de esforos no elemento estrutural, chamando-as de

    armaduras ativas. A protenso pode ser no aderente (FIGURA 1) ou aderente

    (FIGURA 2) e, ainda, com trao aplicada antes ou depois da concretagem. um

    processo realizado atravs da utilizao de macacos hidrulicos.

    A protenso tem como importante caracterstica a diminuio ou mesmo o

    impedimento do aparecimento de fissuras no concreto. O concreto armado possui

    armaduras passivas, aquelas que s sofrem tenses quando h um esforo no

    elemento.

    Figura 1 Protenso no aderente

    Fonte: Rudloff, 2012.

    Figura 2 Protenso aderente

    Fonte: Rudloff, 2012.

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    2.1. Protenso no aderente

    No sistema de protenso no aderente no h aderncia entre o cabo de ao

    protendido e o concreto, apenas nas extremidades das peas estruturais.

    composto de cordoalhas engraxadas plastificadas, sendo as cordoalhas revestidas

    por PEAD (polietileno de alta densidade), que um material impermevel e

    resistente. importante observar a conservao e a limpeza das cordoalhas, que

    devem estar livres de corroso, e o PEAD no pode ter rasgos, estes podendo ser

    reparados com fita plstica.

    Figura 3 Seo de monocordoalha engraxada com sete fios

    Fonte: Emerick, 2002.

    Pode ser necessrio, no caso da protenso no aderente, a utilizao de uma

    armadura passiva aderente, pois, em certos casos, a falta de aderncia pode deixar

    de auxiliar no controle de fissuras do concreto. A montagem dos cabos no

    aderentes muito rpida e a graxa tambm serve como proteo do ao.

    Duas vantagens desse sistema em relao ao aderente a possvel reduo

    de custos e a possibilidade de refazer a protenso, se tomados os devidos cuidados

    (EMERICK, 2002). Ainda h a diminuio de perdas por atrito.

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    2.2. Protenso aderente

    Na protenso aderente, h a injeo de nata de cimento nas bainhas, o que

    garante a aderncia mecnica entre ao e concreto e a proteo das barras contra a

    corroso (RUDLOFF, 2012). Nesse sistema, a protenso pode ser aplicada antes ou

    depois da concretagem.

    Essa soluo funciona melhor para distribuio e reduo de fissuras e

    segurana ruptura no caso de incndios, exploses e outros eventos menos

    comuns de ocorrerem. Os aos de protenso podem ser de relaxao baixa (RB) e

    relaxao mdia (RM) e os mais comuns so CP-175 e CP-190, quanto

    resistncia.

    2.2.1. Protenso com aderncia inicial (pr-trao)

    Nesse caso, o estiramento da armadura ativa feito antes do lanamento do

    concreto. Os apoios do ao so independentes da pea e, aps endurecimento do

    concreto, so desmontados. Segundo Csar Jnior e Verssimo (1998), a aderncia

    do concreto realizada por ancoragem.

    2.2.2. Protenso com aderncia posterior (ps-trao)

    Com as barras no interior das bainhas metlicas, estas no interior do

    concreto, a protenso aplicada aps o endurecimento do concreto. A aderncia

    feita por injeo de calda de cimento nas cordoalhas. Os apoios do ao so partes

    da pea e a protenso realizada por estiramento dos cabos por equipamentos

    especiais.

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    3. DEFINIES

    As lajes protendidas so utilizadas quando necessrio vencer grandes vos,

    o que no possvel com lajes de concreto armado, que necessitariam de mais

    pilares. Tal fato uma tima soluo quando a arquitetura exige grandes vos livres.

    Podem ser feitas lajes macias, lajes protendidas planas, que so aquelas que no

    necessitam de vigas e podem necessitar o engrossamento na regio dos pilares,

    lajes alveolares, nervuradas e cogumelo.

    As lajes lisas e as nervuradas so as mais utilizadas atualmente como lajes

    protendidas. As lisas possuem execuo mais fcil que as outras, porm existe o

    problema da puno na ligao laje-pilar. Pode-se fazer capitis nos pilares para

    reduzir o cisalhamento na unio dos pilares com a laje.

    As lisas possuem como grande vantagem a falta de necessidade dos pilares

    estarem alinhados, por no existirem vigas na construo (EMERICK, 2002). A

    distncia entre os pilares pode ser de 6 a 8 metros. Todavia, pode haver a

    necessidade de utilizar vigas de transio. Para auxiliar na estabilidade global da

    estrutura, recomendado fazer paredes estruturais e tomar providncias adicionais

    ao executar edifcios altos, como paredes e pilares de contraventamento.

    As espessuras das lajes protendidas, como j mencionado, so reduzidas em

    relao das lajes armadas. A seguir, um grfico obtido por Schmid de comparao

    dos vos de alguns tipos de laje (FIGURA 4).

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    Figura 4 Comparao entre vos de lajes

    Fonte: Schmid apud Emerick, 2002.

    4. PROCESSOS DE FABRICAO E MONTAGEM

    As lajes protendidas podem ser moldadas in loco ou pr-moldadas. No caso

    das moldadas no local, o processo de construo similar ao de lajes armadas,

    porm com os detalhes de protenso no aderente ou aderente. Um detalhe que

    os cabos de protenso devem ser montados antes de colocao de condutores de

    eletricidade e outros dispositivos mecnicos.

    Primeiramente, as lajes feitas no local em que sero efetivamente utilizadas

    precisam de formas e do correto posicionamento das bainhas, cordoalhas e cabos

    inseridos nestas. As formas so cobertas por desmoldantes. No caso das lajes pr-

    tensionadas, as cordoalhas so esticadas por macacos hidrulicos antes do

    lanamento do concreto. J em barras ps-tensionadas, elas so estiradas aps

    endurecimento do concreto, podendo haver preenchimento das cordoalhas com nata

    de cimento (aderente) ou por graxa (no aderente).

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    Lajes protendidas pr-moldadas ou pr-fabricadas possuem os mesmos

    sistemas de protenso de lajes moldadas in loco. Entretanto, so moldadas fora do

    local onde permanecero. Antes do endurecimento do concreto, so feitas as

    marcaes onde sero feitos os cortes (so produzidas em grandes comprimentos

    para depois serem divididas) e, ento, so cortadas. Estas so iadas e estocadas

    em local prprio, com calos separando cada uma. Se necessrio, so feitos

    recortes e acabamento.

    Para a montagem das lajes pr-moldadas, feito o iamento das peas por

    gruas. O local em que feito o encaixe de fitas e alas metlicas deve ser calculado

    para que haja estabilidade do elemento durante transporte. O posicionamento das

    lajes normalmente feito por poucos funcionrios, pela facilidade da montagem.

    Porm, a mo-de-obra deve ser qualificada.

    FIGURA 5 Iamento de laje alveolar protendida

    Fonte: Cilel, 2014.

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    5. DICAS DE EXECUO

    Algumas dicas de execuo so necessrias. necessrio o cumprimento do

    que dizem as normas tcnicas NBR 6118, 7681, 7682, 7683, 7684, 7685 e 14931.

    As cordoalhas devem ser preenchidas em at quinze dias aps a realizao da

    protenso. A injeo da nata de cimento, quando utilizada, deve ser evitada em dias

    de sol forte ou chuva, tentando aproveitar a manh para faz-lo, horrio em que a

    temperatura estar mais baixa, devida queda durante a noite(RUDLOFF, 2012).

    recomendvel que o equipamento de injeo seja lavado com gua ao final

    de cada operao ou de trs em trs horas. O equipamento de injeo da nata de

    cimento possui misturador, coletor do cimento e a bomba injetora. O funcionrio que

    operar a mquina deve ter sido treinado antes do servio.

    Figura 6 Equipamento de injeo

    Fonte: Rudloff, 2012.

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    6. DIMENSIONAMENTOS

    Para o clculo de lajes protendidas, um dos mtodos mais adequados, de

    acordo com Milani (2006), o mtodo de equilbrio de cargas. Nele, a seguinte

    sequncia atendida:

    a) Determinar carga a ser equilibrada pela protenso: o carregamento de

    protenso deve equilibrar as cargas ermanentes e uma parcela das

    cargas acidentais;

    b) Determinar fora de protenso necessria e excentricidade dos cabos:

    definir posies do cabo, dividindo-os em sees. Aps realizar traado

    do cabo, a fora de protenso (P) definida pela expresso:

    ...............................................Equao (1)

    L vo genrico, q carregamento total que atua na laje e fora no

    cabo.

    Com o valor de P, multiplica-o pela largura da faixa dos cabos. O

    resultado dividido pela capacidade de cada cabo (80% do valor da

    tenso de escoamento da cordoalha), descobrindo a quantidade

    desses;

    c) Calcular quantidade de cabos: determinada atravs do resultado da

    fora de protenso atuante sobre a tenso de servio da armadura. Tal

    tenso de servio pode ser estimada como 80% da tenso de ruptura

    da armadura ativa (MILANI, 2006);

    d) Verificar tenses no ELS (Estado Limite de Servio): calcular em

    funo das propriedades geomtricas e das perdas de protenso. Tais

    perdas podem ser imediatas (fissurao, atrito, entre outros) ou ao

    longo do tempo (pela fluncia e retrao do concreto), totalizando

    perda de 20% na protenso;

    e) Verificar tenses no ELU (Estado Limite ltimo): analisar ruptura por

    puncionamento por flexo e na regio de apoios.

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    7. VANTAGENS

    As lajes protendidas podem atingir maiores vos que as lajes de concreto

    armado. No caso de lajes lisas, no precisam de vigas. A protenso auxilia no

    controle de fissuras do concreto, principalmente no caso de protenso completa. A

    altura da laje de concreto protendido menor que a de concreto armado, diminuindo

    o peso do elemento e a altura da construo. O concreto protendido possui

    resistncia maior que o armado.

    Outro detalhe a maior liberdade arquitetnica que a protenso das lajes

    proporciona, devido ao aumento dos vos livres. As flechas tambm so diminudas

    consideravelmente, muitas vezes sendo eliminadas. Para vos superiores a 7

    metros, h economia em relao a estruturas de concreto armado. Alm dessas

    vantagens citadas, h a diminuio do puncionamento em regies de apoio, se

    colocados cabos protendidos prximos ao local

    8. DESVANTAGENS

    O custo com a protenso alto. desvantagem utilizar lajes protendidas em

    pequenas obras. Alm disso, concreto protendido exige maior controle na execuo,

    mo-de-obra especializada e equipamentos especficos. Aos de alta resistncia

    exigem maiores cuidados contra corroso.

    Outro fator a ser observado que a protenso aumenta a esbeltez dos

    elementos estruturais horizontais. benfico por um lado, mas, por outro, prejudica

    a estabilidade global da edificao. Por isso, so necessrias verificaes e

    utilizaes de alternativas como aumento de rigidez de estruturas verticais (CSAR

    JR; VERSSIMO, 1998).

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    9. COMPARATIVO DE CUSTOS

    A protenso mais econmica quando repetida vrias vezes numa obra.

    Observa-se tambm economia em vos maiores, pois no possvel espaar pilares

    em 8 metros, por exemplo, de concreto armado. Portanto, a laje protendida, nesse

    caso, diminuiria custo com a diminuio de nmero de pilares.

    Muitas vezes, lajes protendidas no so utilizadas pelo medo que as pessoas

    tm do preo ser muito alto. Abaixo, um grfico comparativo de custos entre laje

    protendida e laje armada.

    Figura 7 Comparativo de custos

    Fonte: Emerick, 2002.

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    CONCLUSO

    As lajes protendidas possuem grandes vantagens sobre as lajes de concreto

    armado. O gasto adicional com equipamentos de protenso, mo-de-obra

    especializada e ao e concreto mais resistentes balanceada pelos vrios

    benefcios que o sistema traz, como a diminuio ou eliminao de fissuras e

    diminuio na espessura de lajes.

    necessrio aumentar esse processo na cultura brasileira. Os pr-moldados

    so ainda mais fceis de serem aplicados nas obras e, quando pr-fabricados,

    possuem maior controle de qualidade.

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    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    CSAR JR, Kos M. Lenz; VERSSIMO, Gustavo de Souza. (1998). Concreto

    Protendido: Fundamentos bsicos. (4a ed.). Viosa: Universidade Federal de Viosa.

    Recuperado a partir de http://www.dcc.ufpr.br/mediawiki/images/f/f6/CP-vol1.pdf.

    CILEL NEGCIO CONCRETO. (2014). Lajes Alveolares. Recuperado a partir de

    http://www.cilel.com.br/produtos/15/Lajes-alveolares.

    EMERICK, Alexandre Anoz. (2002). Projeto e Execuo de Lajes Protendidas.

    Braslia: Recuperado a partir de

    http://www.deecc.ufc.br/Download/TB812_Estruturas%20de%20Concreto%20Proten

    dido/LP.pdf.

    MILANI, Alexandre Caio. (2006). Anlise de Lajes Planas Protendidas Pelo Mtodo

    dos Elementos Finitos. (Dissertao de Mestrado). Universidade Federal do Rio

    Grande do Sul, Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil, Porto Alegre.

    RUDLOFF. (2012). Concreto Protendido. So Paulo. Recuperado a partir de

    http://www.dcc.ufpr.br/mediawiki/images/1/16/Catalogo_concreto_protendido-

    _Rudloff.pdf.

    SCHMID, Manfred Theodor. (2009). Lajes Planas Protendidas. So Paulo.

    Recuperado a partir de http://www.rudloff.com.br/downloads/publicacoes-

    tecnicas/publicacao1_lajes_planas_protendidas.pdf.