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Larva Migrans Visceral
Fabrício Miskulin 1801117 Julia Maria Barbosa 1801107 Kethlyn S. Brandão 1801124 Laura R. Regattieri 1801099
Lívia Maria K. Nunes 1801113
● É uma das manifestações clínicas da toxocaríase humana
○ toxocaríase sob outras formas: toxocaríase ocular
● Caracterizada pela migração de larvas de nematóides no organismo humano
● Causada pela ingestão de ovos contendo larvas infectantes
○ ovos saem para o meio ambiente junto com as fezes dos animais (principalmente gatos e cães)
● Espécie principal: Toxocara canis
○ parasita do intestino delgado de cães e gatos
○ há outras espécies (ex: T. cati)
Informações gerais
● 1952: Paul Beaver (EUA) ○ caracterizou a doença, que antes era considerada rara
● Atualmente: expansão ○ maioria dos casos: doença benigna de curso limitado
○ há casos graves e fatais
● Casos subdiagnosticados ○ favorece a negligência de sua prevalência e incidência atuais
● Relacionada com a presença de animais, principalmente cães e gatos ○ principalmente filhotes; em adultos, prevalece em cadelas prenhas ou lactantes
● Relacionada com locais como: praias, parques, praças
● Crianças são as mais acometidas ○ hábitos higiênicos e maior contato com cães
● O solo é a principal fonte de infecção por T. canis para o homem
Epidemiologia + Dados Estatísticos
Estudo realizado por Luiz Dias de Andrade sobre aspectos clínico-epidemiológicos da Toxocaríase humana (2000) em indivíduos aparentemente sadios
Formas de Vida Os ascarídeos Toxocara canis são os
mais comumente envolvidos com a
Síndrome da Larva migrans Visceral.
Tanto para o hospedeiro definitivo
(cães), quanto para o homem, o estágio
L3 é o infectante.
A ingestão/inalação promove com que
os ovos cheguem ao intestino delgado
e eclodem, havendo a liberação da
larva.
Os ovos quando liberados nas fezes ainda não são infectantes, sendo que só atingem essa forma em condições adequadas de temperatura (entre 15-35°C), umidade ( 85%) e após duas a cinco semanas. Nos cães há o desenvolvimento completo do ciclo biológico, portanto as formas adultas desse parasita são encontradas.
Forma de Transmissão Os humanos se infectam pela ingestão de água ou alimentos contaminados com
ovos embrionados contendo L3 e menos frequentemente ingerindo carne ou
vísceras do hospedeiro paratênico .
Crianças entram em contato com ovos de T.canis de forma acidental durante
brincadeiras em caixas de areia em playgrounds contaminados . Esses ovos são
oriundos da defecação indiscriminada nestes locais por cães e gatos que albergam a
forma adulta do parasito na luz intestinal.
Patogenia no Humano A ingestão de ovos embrionados de Toxocara contendo larvas infectantes é
seguida pela eclosão e liberação de larvas L3 no intestino delgado. Ao invadirem a
mucosa podem adentrar a circulação venosa chegando ao fígado ou atingem o
coração direito e os pulmões pela via linfática ou sanguínea.
Órgãos mais afetados : Fígado, pulmões,cérebro, olhos e linfonodos.
Nos capilares hepáticos larvas são retidas devido reação inflamatória que impede
essas de prosseguirem sua migração.
A lesão celular patológica típica dessa parasitose é o granuloma alérgico, o qual
retém o parasito em seu centro com material necrótico e fibrinóide envoltos por
monócitos e eosinófilos.
Granuloma subpleural associado à pneumonia
em organização crônica e um micro-abscesso
multifocal eosinofílico revela a larva de Toxocara.
Ciclo de vida do parasita Cães e gatos são os hospedeiros naturais da T.canis , esses albergam os vermes
adultos, na luz do intestino delgado ,até o processo de resistência parcial de caráter
imunitário que resulta na eliminação espontânea das formas intestinais e na
presença de larvas encistadas em tecidos, no caso de reinfecção.
A infecção de canídeos é decorrente da ingestão de ovos larvados, predação de
hospedeiros paratênicos como roedores que albergam larvas (L3) em seus tecidos,
migração transplacentária de larvas encistadas em cadelas,passagem transmamária
de larvas pelo colostro do leite dessas , ingestão de larvas ( L5) eliminados nas fezes
de cães infectados.
As larvas L3 (estádio infectante) de T.canis ao romperem a casca do ovo e serem
liberadas no intestino delgado invadem a mucosa e por meio do sangue e da linfa
em 48h atingem o fígado, migram posteriormente ao coração e ao pulmão onde são
detectadas entre 72 e 96h após a infecção.
Após isso, os ovos são eliminados ao meio ambiente e em condições adequadas
desenvolvem-se em ovos embrionados.
Os ovos embrionados são ingeridos por cães e outros mamíferos ou por humanos.
No homem, os ovos ingeridos simplesmente eclodem no intestino e migram para os
tecidos como fígado, pulmão, músculos, olho, rins ,coração e cérebro em raras
ocasiões.
Sintomas
Indivíduos infectados são geralmente assintomáticos. Entre os sintomáticos tem-se
gravidade variável , a manifestação depende da carga parasitária bem como a
localização dessas e a resposta imune do hospedeiro.
Quando sintomática: Varia desde uma simples eosinofilia até quadros graves de
hipereosinofilia e febre. As gamaglobulinas encontram-se aumentadas. É comum
adenopatias assim como hepatomegalia.
Caracteriza-se principalmente pela presença de manifestações respiratórias
(pneumopatias) ,devido infiltrados pulmonares eosinofilicos responsáveis pela tosse e
dispneia .
Mais raramente verificam-se sintomas envolvendo o SNC e o sistema ósteo-
articular.
As manifestações neurológicas incluem ataques epilépticos, meningite e encefalite.
Durante a migração da larva a formação de granulomas favorece a aderência de
bactérias como Staphylococcus aureus o que pode ocasionar em abcessos
musculares, hepáticos, pulmonares e renais.
Podem ocorrer manifestações cutâneas como prurido crônico, eczema e vasculite.
Em casos onde a resposta imunológica é menos intensa devido a uma reduzida
ingestão de ovos não ocorre a retenção das larvas no fígado e pulmões de modo que
essas possam ir para o globo ocular ocasionando hiperemia, diminuição da
acuidade visual ,leucocoria e estrabismo . ( Toxocaríase ocular)
Formas atípicas : causam cefaleia, dor abdominal e nos membros inferiores e
astenia intensa e prolongada . Em pacientes com essa forma não ocasiona
eosinofilia, no entanto revelam níveis elevados de anticorpos anti-Toxocara .
Diagnóstico O diagnóstico baseia-se em achados clínicos, epidemiológicos e sorológicos
O imunoensaio é recomendado
Em pacientes com LMO, o exame sérico não é útil
Ressonância magnética pode identificar lesões no fígado ou na região subpleural no
tórax
É comum haver hiperglobulinemia, leucocitose e eosinofilia acentuada
Biópsias dos órgãos afetados podem mostrar reações granulomatosas eosinofílicas,
mas as larvas dificilmente serão encontradas nos cortes
Tratamento O tratamento é bem-sucedido quando o diagnóstico é precoce e quando há o uso
correto de drogas anti-helmínticas.
Não há consenso quanto a droga de escolha , sendo relatados albendazol e
ivermectina com bons resultados terapêuticos.
Outras drogas: Mebendazol, anti-histamínicos, corticóides (LMO aguda)
Animais: anti-helmínticos, febendazole
Como a sintomatologia é muito inespecífica, a eficácia do tratamento é difícil de ser
avaliada.
Durante o tratamento é importante analisar sua apresentação clínica e tentar reduzir
o número de larvas que potencialmente podem ir para o cérebro ou olho.
Profilaxia Como são resistentes (última camada de revestimento dos ovos é composta por
quitina) a ação de produtos químicos, as medidas mais eficientes são:
● Higiene e limpeza dos locais onde ficam os cães;
● Tratamento das fêmeas que estão prenhas com anti-helmíntico;
● Higiene pessoal;
● Tratamento da água;
● Cozimento de alimentos.
Caso clínico MIGA ( a paciente dos casos de bioquímica está de volta!), 10 anos, procedente de
Goiânia, GO, H.D.A.: mãe informa que a criança vem apresentando quadro de febre
alta, acompanhada de tosse seca e cansaço, há cerca de 7 dias; foi medicada com
metametoxanol-trimetropim, sem melhora. Bastante afeiçoada ao seu cachorro
Sebastian. Apresenta febre, eupneia, pulmões com roncos bilaterais e abdome
flácido. Durante o hemograma, foi encontrado série vermelha normal e série branca
com eosinófilos a 81/75% e leucócitos a 71300/42000 por mm³. O teste para
anticorpos “anti-Toxocara” ( Reação ELISA) foi positivo. Além disso, a criança
apresenta ataques epilépticos frequentes assim como dores de cabeça intensas.
Perguntas Qual diagnóstico da criança em questão?
Qual a relação entre seu ambiente doméstico e a transmissão da doença?
Em relação ao ciclo de vida do agente etiológico, como explicar a tosse e os roncos
bilaterais do pulmão?
Os ataques epilépticos podem ser uma consequência do parasita?
Quais medicamentos poderiam ser utilizados para tratamento?
Qual outra parasitose tem ciclo de vida semelhante ao ciclo de “T. canis” ?
Em relação a essa segunda parasitose questionada qual a principal diferença nos
ciclos de vida ?
Referências https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/7011/4791.pdf?sequence=1
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3850283/mod_resource/content/2/Aula%20ancilostomiase-
larva%20migrans%20para%20Enfermagem%202016.pdf
http://arquivosmedicos.fcmsantacasasp.edu.br/index.php/AMSCSP/article/viewFile/460/526
http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/70wovOh4m1PPWlU_2013-6-13-15-16-56.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962003000200009
Cimerman : parasitologia humana e seus fundamentos gerais /Benjamin, Sérgio Cimerman.- Sao Paulo: Editora Atheneu, 1999
Parasitologia humana /David Pereira Neves.-13.ed.-Sao Paulo:Editora Atheneu,2016.
Parasitologia uma abordagem clinica./Vicente Armato Neto…-Rio de Janeiro : Elsevier,2008
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/nemat%C3%B3deos-vermes-
filiformes/toxocar%C3%ADase
https://www.scielosp.org/article/csc/2019.v24n1/219-228/
https://www.revistas.ufg.br/iptsp/article/download/17003/10298/
http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/70wovOh4m1PPWlU_2013-6-13-15-16-56.pdf
https://www.infoescola.com/doencas/toxocariase/