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Rio Acima, 24 de maio de 2014
Laudo Técnico
O presente documento tem por objetivo atender à solicitação de uma avaliação técnica
preliminar decorrente do pedido de abertura de processo de tombamento da Fazenda
Velha, para proteção do seu patrimônio natural e cultural, por iniciativa do prefeito, Sr.
Antônio César Pires de Miranda Júnior, junto ao Conselho Municipal de Patrimônio
Cultural e Natural de Rio Acima. Sua elaboração contou com a participação de técnicos da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e de profissionais ligados ao Movimento para
Preservação da Serra do Gandarela.
Dados gerais do município
Rio Acima tem uma área de 229,812 km², inserida no bioma Mata Atlântica, com uma
população de 9.090 habitantes em 2010, de acordo com o censo do IBGE.
Situado na bacia hidrográfica do rio São Francisco, o município de Rio Acima é banhado
pelo rio das Velhas e por vários cursos de água de menor vazão, como o rio do Peixe,
córrego do Vilela, córrego do Mingu, córrego Palmital, córrego da Água Limpa, córrego
do Viana, córrego Fazenda Velha e córrego Santo Antônio, que, ao desembocar contra a
correnteza no rio das Velhas, produz o fenômeno das águas “correndo acima”. Daí a
origem do nome do município.
Rio Acima está 100% inserido na APA Sul RMBH (Área de Proteção Ambiental Sul da
Região Metropolitana de Belo Horizonte) e possui uma APA municipal, chamada de APA
do Mingu, que abriga a bacia hidrográfica de mesmo nome e uma rica vida silvestre.
Devido à sua origem ligada à exploração do ouro, o município de Rio Acima se integrou à
Associação do Circuito do Ouro e sua localização central nesse circuito permite acesso a
vários outros municípios por estradas não pavimentadas e trilhas de grandes belezas
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naturais. A riqueza de Rio Acima está principalmente em sua matas, compostas por
vegetação campestre e suas águas, que descem por diversos córregos formando belíssimas
cachoeiras. Qualquer turista pode perceber que caminhar pelas ruas e estradas de Rio
Acima é respirar a história do Brasil e de Minas Gerais.
Histórico do município
As primeiras expedições que chegaram ao território de Minas Gerais, à procura de índios
para o apresamento e de metais preciosos, aconteceram a partir do século XVI. Segundo
historiadores, Rio Acima surgiu em 1714 como um povoado de bandeirantes, mineradores
e comerciantes de tropas em torno de uma capela erguida nas barrancas do rio das Velhas,
às margens da Estrada Real, que ligava o Rio de Janeiro a Vila Rica (hoje Ouro Preto).
Raphael Freitas Santos, em seu artigo “A Vila, a Comarca, a Capitania: conjunturas
econômicas e políticas, a partir da análise de escrituras registradas em cartório”, cita uma
escritura de procuração de 1727 na qual foi registrado que Bernardo Pinto da Fonseca era
“morador em Santa Rita, freguesia de Santo Antônio do Rio das Velhas Acima”.
Na Revista do Arquivo Nacional “Acervo” (Vol. 2, N°. 2, jul-dez 1987), consta o
“Sumário dos livros de devassas”, que se encontram no Arquivo Eclesiástico da
Arquidiocese de Mariana, que reúne o maior acervo brasileiro sobre a ação da inquisição,
sob a alçada dos bispados, na modalidade de visitas a vilas e freguesias. Neste sumário, a
Freguesia de Santo Antônio do Rio Acima foi visitada nos períodos de maio a dezembro de
1738, de junho de 1748 a abril de 1749 e de 1756 a 1757.
Pelo município passava a estrada que ligava Santa Bárbara e Ouro Preto, dentro da Serra
do Espinhaço, mais propriamente da Serra da Gandarela. O então governador da província,
Visconde de Barbacena, segundo ordens de Portugal, construiu uma base para garantir a
passagem onde hoje é conhecido como a “Fazenda da Casa de Pedra”. Em 28 de janeiro de
1773, a igreja de Nossa Senhora do Rosário foi erigida por provisão. Por várias vezes foi
suprimida esta provisão, mas em 7 de abril de 1841 foi restaurada definitivamente.
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Segundo José Flávio Morais Castro, no Quadro 1 de seu artigo “Organização Espacial da
Capitania de Minas Gerais no Século XVIII”, que apresenta as coordenadas geográficas
das paróquias das comarcas de Minas Gerais, segundo José Joaquim da Rocha em 1778,
Rio Acima era uma freguesia chamada de Santo Antônio do Rio das Velhas, que pertencia
à Comarca do Rio das Velhas.
Em 1814, segundo Eschwege, havia neste vilarejo algumas lavras que empregavam o
trabalho escravo. No final dos anos de 1830 era passagem obrigatória daqueles que se
deslocavam rumo a Vila Rica ou ainda para o Rio de Janeiro via Sabará. Em 1831 o
Império realizou um levantamento e o arraial possuía aproximadamente 450 homens livres
e aproximadamente 100 escravos.
No dia 9 de fevereiro daquele ano, o arraial passou a ser conhecido como Santo Antônio do
Rio Acima, recebendo a visita do casal imperial, Dom Pedro I e Dona Amélia
Leuchtenberg, que foram recepcionados pelo reverendo Vigário, os clérigos da freguesia e
as pessoas mais distintas do povoado, convidadas para irem à Igreja Matriz e depois à casa
onde o casal imperial iria passar o dia. Um dos acontecimentos mais marcantes porque foi
uma das últimas viagens de Dom Pedro I como imperador do Brasil, pois em abril do
mesmo ano voltava para Portugal deixando seu filho em seu lugar.
Nesta data, consta a seguinte descrição no Diário Fluminense:
“Às dez horas e meia, entraram ontem Suas Majestades
Imperiais no arraial de Santo Antônio do Rio Acima,
seguidos dos comandantes dos corpos de cavalaria e
infantaria de milícias do Sabará, que tinham ido ao seu
encontro e de muitas pessoas deste arraial e vizinhanças.
(...) O reverendo vigário, com os clérigos da freguesia e
pessoas mais distintas, receberam Suas Majestades debaixo
do pálio para irem à Igreja Matriz e, cantando o Te Deum
(Hino Litúrgico Católico), as conduziram à casa destinada
para passarem o dia, sendo tudo acompanhado de repetidos
vivas e fogos do ar, com grande concurso de pessoas. À
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noite, iluminaram-se muito bem todas as casas. Suas
Majestades Imperiais passaram sem incômodo e saíram às 5
horas da manhã. (RIHGB tomo LX, parte I,1897, p. 344)
Em 1852, Santo Antônio do Rio Acima recebeu alvará da paróquia coletiva integrante do
município de Sabará e, em 5 de fevereiro de 1891, passou a integrar o município de Villa
Nova de Lima (Nova Lima).
Em 1860 foi inaugurada a estação ferroviária e em 1921 foi inaugurado o trecho rodoviário
de Santo Antônio de Rio Acima a Belo Horizonte. A partir de 1921/23, o município sofreu
um impulso de desenvolvimento econômico com a construção de uma rodovia ligando
Belo Horizonte ao Rio de Janeiro e, em 7 de setembro de 1923, passou a ser denominado
Rio Acima. Em 1926 inicia-se o funcionamento da Cerâmica Gianetti Lotti e, após dois
anos, é inaugurada em 28 de setembro de 1928 a ponte sobre o Rio das Velhas.
A emancipação política veio em 27 de dezembro de 1948, com o Sr. Belmiro Pinto Coelho
como intendente, e em abril de 1949 foi eleito o primeiro prefeito Municipal, o Dr.
Osvaldo Couri Carneiro, que era médico e trabalhava na Casa de Saúde Pedro Giannetti. A
atual Igreja de Santo Antônio foi construída em 1957, em estilo moderno, sobre as ruínas
da antiga igreja do município, datada de janeiro de 1752.
Área de estudo
Como esta avaliação técnica preliminar é sobre o patrimônio natural e cultural da região
conhecida como “Fazenda Velha”, utilizou-se como área para uma melhor investigação os
limites definidos pelos Decretos n◦ 65, de 5/12/2006, assim como pelo Decreto n◦ 23, de
18/8/2011, que delimitam o que é hoje uma área pública (Figura 2), que está localizada no
vale do córrego Fazenda Velha, inserido na sub-bacia do rio do Peixe, afluente direto do
rio das Velhas em sua margem esquerda. Toda essa região está plenamente inserida no
Quadrilátero Ferrífero.
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Figura 1 - Vista parcial da área da Fazenda Velha (fotógrafo Robson de Oliveira)
com visada de oeste para leste na sua porção sul.
A partir daí se buscaram informações a respeito da região através de pesquisa bibliográfica,
imagens de satélite e campanhas de campo, o que embasou esta avaliação técnica
preliminar não só na caracterização dos elementos que justificam o tombamento, como na
definição dos limites da área a ser tombada que, no entanto, demandarão estudos
pormenorizados quando do dossiê de tombamento definitivo, principalmente em relação
aos vestígios arqueológicos encontrados no vale do córrego Fazenda Velha, visto que não
existem muitos dados históricos sobre esses, sua relação com os vestígios encontrados no
córrego dos Andaimes e com a própria história do município.
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Figura 2 - Delimitação da Fazenda Velha
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Constatou-se em campo, e em imagens de satélite, que parte da área de estudo já se
encontra antropizada, inclusive com passivos de atividades de mineração recentes, que
descaracterizaram porções do terreno, encontrando-se com o solo exposto e alguns
processos de erosão.
Isso serviu de parâmetro no sentido de não se incluírem essas áreas na proposta de limites
para o tombamento, visto que não mais possuíam elementos paisagísticos e naturais para
proteção. Quanto aos elementos de valor arqueológico dentro da área conhecida como
Fazenda Velha, sobre os quais não se encontraram mais estudos além daqueles realizados
pela consultoria do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Plano de Desenvolvimento de
Vargem Grande, foram inseridos no conjunto a ser protegido. Mas ressalta-se aqui que,
sendo esta uma avaliação técnica provisória, se faz necessário um estudo pormenorizado
dos vestígios arqueológicos de toda a região para além do vale do córrego da Fazenda
Velha, inclusive no vale do córrego do Andaime, de modo que a delimitação definitiva do
tombamento desses bens possa contemplar verdadeiramente o seu significado histórico e
cultural.
Dessa forma, foi delimitada uma área com vistas a contemplar oo Conjunto Paisagístico,
Arqueológico e Natural Fazenda Velha, conforme apresentado na Figura 4.
Figura 3 – Vista parcial da área proposta para o tombamento (fotógrafo Robson de Oliveira), visada de sudoeste para nordeste.
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Figura 4 - Delimitação da área para o tombamento do Conjunto Paisagístico, Arqueológico e Natural Fazenda Velha
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Relevância do patrimônio natural
A área proposta para a criação "Conjunto Paisagístico, Arqueológico e Natural Fazenda
Velha" está localizada no município de Rio Acima, centro sul do estado de Minas Gerais,
numa zona de transição entre os biomas da Mata Atlântica e do Cerrado. Essa região é
caracterizada pela presença de diversos fragmentos da Floresta Estacional Semidecidual,
em diferentes estágios de regeneração, campos rupestres sobre quartzitos e sobre canga,
com presença de enclaves de Cerrado.
Localizada no extremo sul da Serra do Espinhaço, numa região de relevo acidentado, a
Fazenda Velha apresenta cotas altimétricas, que variam de 802 m a 1.127 m, de acordo
com os dados do INPE (TopoData, 30m). O clima, segundo a classificação de Köppen, é
do tipo Cwb, mesotérmico seco, com verão brando. A Fazenda Velha está localizada no
Alto rio das Velhas, cuja bacia de drenagem abriga uma das principais redes fluviais que
abastecem o sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O relevo acidentado e solos rasos e pobres em nutrientes dificultaram a exploração da
região, apesar da mesma ter sido fortemente ocupada na época do Brasil colônia, durante o
ciclo do ouro no início do século XVIII. Como consequência, a região foi pouco explorada
e ainda preserva um grande maciço florestal de grande beleza cênica e potencial turístico.
A maior parte da região onde a Fazenda Velha está inserida é coberta pela Floresta
Estacional Semidecidual em diferentes estágios de regeneração. Nos locais de difícil
acesso, tais como fundo de vales e topos de morros, a floresta encontra-se mais bem
conservada. Além disso, o maior acúmulo de nutrientes nas partes mais baixas, em
decorrência da lixiviação natural, propicia condições mais favoráveis para o crescimento
em altura e diâmetro das espécies vegetais arbóreas, com espécies arbóreas que podem
ultrapassar os 35 metros de altura. Nas áreas mais baixas, o dossel é mais contínuo em
relação ao topo do morro, diminuindo a entrada de luz no sub-bosque e com ocorrência de
espécies dependentes de área úmidas.
Praticamente todo remanescente florestal que cobre a área proposta para o tombamento faz
parte das matas que acompanham dois cursos d’água, o córrego Fazenda Velha e o córrego
dos Andaimes. Essa localização espacial, associada à variação altimétrica, favorece a
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heterogeneidade do ambiente, promovendo a riqueza e diversidade de espécies da flora e
da fauna.
Um levantamento de campo na região onde está inserida a área proposta para o
tombamento, realizado para o Estudo de Impacto Ambiental do Plano de Desenvolvimento
de Vargem Grande, identificou 1.181 espécies de plantas vasculares, distribuídas em 181
famílias, sendo 47 espécies de pteridófitas e 1.134 de angiospermas. Nos habitats
florestais (floresta estacional em estágio médio e inicial) foram encontradas 696 espécies.
Como elementos arbóreos típicos dessa formação foram registradas espécies frequentes na
Mata Atlântica como Tapirira obtusa, Ilex cerasifolia, Piptocarpha macropoda, Tachigali
rugosa, Nectandra oppositifolia, Luehea grandiflora, Tibouchina candolleana, Myrcia
splendens, Bowdichia virgilioides, Clethra scabra, Copaifera langsdorffii, Croton
urucurana, Cupania emarginata, Hyptidendron asperrimum, Inga cylindrica, Laplacea
fructicosa, Machaerium aculeatum, Machaerium brasiliense, Matayba mollis e Myrcia
detergens. Desenvolvendo-se abaixo do dossel podem ser encontradas Amaioua
guianensis, Calyptranthes clusiifolia, Casearia arborea, Chrysophyllum gonocarpum,
Dilodendron bipinnatum, Eugenia cf. acutata e Eugenia sonderiana. Destaca-se a presença
de espécies indicadoras de estagio avançado de regeneração da Resolução CONAMA no.
392/2007.
No estudo fitossociológico realizado no vale do córrego Fazenda Velha, foram amostradas
2.852 arvores, sendo 133 indivíduos mortos, representando 4,7% das arvores amostradas.
Ao todo foram registradas 254 espécies pertencentes a 81 famílias botânicas. As famílias
com maior número de indivíduos amostrados foram Fabaceae, Myrtaceae, seguida por
Sapindaceae, Salicaceae , Lauraceae, Burseraceae e Myrsinaceae.
O valor do Índice de Diversidade de Shannon (H’) calculado para as espécies foi de 4,6
nats/indivíduo, valor que pode ser considerado alto e compatível com o encontrado em
florestas semideciduais no Estado.
A maioria (78%) das árvores componentes do dossel da floresta estacional amostrada no
vale do córrego Fazenda Velha apresenta alturas de ate 12m, característica de floresta em
estagio médio de regeneração. Entre as árvores maiores e as emergentes ocorreram
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Miconia cinnamomifolia, Aspidosperma parvifolium (peroba, indicadora de florestas em
estagio avançado de regeneração) e as espécies tipicamente ciliares Croton urucurana
(sangra-d’água) e Inga cylindrica (inga), com alturas de até 28m, bem como um indivíduo
de Machaerium brasiliense (jacarandá), também citada como indicadora de estágio
avançado de regeneração, com altura de aproximadamente 35m.
Abaixo do dossel observa-se um estrato formado por espécies de menor porte típicas de
sub-bosque e indivíduos jovens das espécies de dossel, com altura entre 4 e 8m. Em
relação ao diâmetro, cerca de 94% dos indivíduos apresentaram diâmetros menores que 18
cm, sendo o diâmetro médio de 9,46 cm (7,19 - 12,42 cm). As espécies que apresentaram
os maiores diâmetros foram Cedrela fissilis e Qualea dichotoma, Piptadenia gonoacanthta
e Miconia cinnamomifolia, Machaerium villosum e Machaerium brasiliense, estas duas
últimas, indicadoras de estágio avançado de regeneração conforme a Resolução CONAMA
no 392.
Segundo o levantamento, a formação florestal do córrego Fazenda Velha apresentou 16
espécies presentes nas listas de espécies ameaçadas a saber: Astronium fraxinifolium,
Ocotea odorifera, Aspidosperma polyneuron, Dalbergia nigra, Abarema obovata, Swartzia
multijuga, Urbanodendron verrucosum, Astronium nelson-rosae, Euplassa semicostata,
Stephanopodium engleri, Diospyros ketun, Myrsine emarginella, Eriocnema fulva,
Peperomia urocarpa, Merostachys cf fistulosa e Pteris biaurita.
Foram registrados 9 indivíduos de Astronium nelson-rosae, número relativamente alto para
uma espécie rara. A presença de peroba rosa (Aspidosperma polyneuron) nestas matas
também merece destaque pois a espécie é bastante rara no estado. Destaca-se ainda
Eriocnema fulva, espécie herbácea considerada criticamente ameaçada no estado de Minas
Gerais e muito rara no domínio da Mata Atlântica.
Dos estudos apresentados, pode-se constatar que a floresta que ocorre ao longo do córrego
Fazenda Velha apresenta uma alta diversidade florística, com presença de diversas espécies
ameaçadas. Do ponto de vista da conservação de biodiversidade, esta área representa um
dos melhores remanescentes da região da APA-Sul.
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Figura 5 – Vegetação da área proposta para o tombamento
Para além de entender a relevância do patrimônio natural da área proposta para
tombamento a partir de seus elementos por si só, que a tornam singular no contexto local,
faz-se necessário também o entendimento do valor ambiental que a torna singular tanto no
contexto municipal como no regional e nacional a partir de estudos complementares.
1. O Ministério do Meio Ambiente identificou o Quadrilátero Ferrífero como área de
prioridade extremamente alta no estudo "Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso
Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira" (MMA 2004, 2007) e
propôs a criação de UC de Proteção Integral;
2. Outro estudo que indicou o quadrilátero ferrífero como área de maior importância
biológica foi publicado em 2005, denominado “Biodiversidade em Minas Gerais: um Atlas
para a sua Conservação” realizado em parceria da Fundação Biodiversitas com o Instituto
Estadual de Florestas - IEF/MG. Como principais ameaças à biodiversidade da região foi
detectada a atividade minerária, a expansão urbana, a agricultura e as queimadas.
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3. Também é relevante contextualizar a inserção de 100% do município de Rio Acima, e
assim da Fazenda Velha (Figura 6), em uma Unidade de Conservação Estadual, a APA
Sul. O art. 2º do Decreto nº 35624/94 (que institui a APA SUL) determina como objetivo
dessa UC:
[...proteger e conservar os sistemas naturais essenciais à
biodiversidade, especialmente os recursos hídricos
necessários ao abastecimento da população da Região
Metropolitana de Belo Horizonte e áreas adjacentes, com
vista à melhoria de qualidade de vida da população local, à
proteção dos ecossistemas e ao desenvolvimento
sustentado...]
4. Considerando o grande percentual de Mata Atlântica na área proposta para o
tombamento, elaboramos um mapa sobrepondo esses limites às bases do SOS Mata
Atlântica. (Figura 7).
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Figura 6 – Área proposta para o tombamento no mapa de Uso e Ocupação do Solo da APA SUL RMBH (CPRM, 2005)
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Figura 7 – Área proposta para o tombamento no mapa do SOS Mata Atlântica
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5. Com vistas a subsidiar os estudos aqui apresentados de avaliação preliminar referentes à
caracterização da região, ora proposta para tombamento, foi consultado o site do
Zoneamento Ecológico-Econômico do estado de Minas Gerais (ZEE-MG), conforme
Figura 8. Esse site, referência estadual para todas de decisão no âmbito de políticas
públicas para gestão territorial, permite a geração de uma grande variedade de mapas
temáticos para qualquer região específica a partir do carregamento (upload) dos seus
limites geográficos. Assim, após o carregamento dos limites da área a ser tombada,
puderam ser gerados vários mapas temáticos.
Figura 8 – tela de abertura da página do ZEE-MG.
Cabe aqui explicitar que o ZEE-MG consistiu da elaboração de um diagnóstico dos meios
geo-biofísico e sócio-econômico-jurídico-institucional e teve a coordenação da SEMAD-MG
(Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável), participação de
todas as Secretarias de Estado de Minas, de outras entidades e da sociedade civil.
Segundo o texto explicativo, disponível no próprio site do ZEE-MG, “...além de compor uma
grande base organizada e integrada de informações oficiais, esta ferramenta, sem caráter
limitador, impositivo ou arbitrário, apoiará a gestão territorial fornecendo subsídios técnicos à
definição de áreas prioritárias para a proteção e conservação da biodiversidade e para o
desenvolvimento, segundo critérios de sustentabilidade econômica, social, ecológica e
ambiental. O ZEE-MG será de grande importância no planejamento e elaboração das políticas
públicas e das ações em meio ambiente, orientando o governo e a sociedade civil na
elaboração dos seus programas e em seus investimentos. Estes, aos serem planejados e
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implementados respeitando-se as características de cada zona de desenvolvimento, irão
promover com maior acertividade a melhoria na qualidade dos serviços prestados e na
qualidade de vida de toda a população de Minas Gerais.”
Segundo o mesmo texto explicativo, no item Metodologia Básica, “o Zoneamento Ecológico-
Econômico (ZEE) foi elaborado a partir das diretrizes metodológicas propostas pelo
Ministério do Meio Ambiente - MMA para elaboração do ZEE, em conformidade às
diretrizes da Política e Legislação Ambiental do Estado de Minas Gerais, orientando-se pelos
patamares: (i) referente às Unidades Regionais do Copam; (ii) patamar referente às Bacias
Hidrográficas do Estado; (iii) referente às meso e microregiões; (iv) referente ao ordenamento
Municipal. Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do Convênio de Cooperação
Administrativa, Técnica, Científica, Financeira e Operacional, firmado entre o SISEMA e
Universidade Federal de Lavras, através da Fundação de Apoio ao Ensino Pesquisa e
Extensão, e contou, em especial, com a parceria da Fundação João Pinheiro para a sua
execução...”
O texto explicativo complementa ainda que o ZEE-MG “objetivou, como premissa técnica,
subsidiar o planejamento e orientação das políticas públicas e das ações em meio ambiente
nas regiões, por meio de um macrodiagnóstico do Estado, viabilizando a gestão territorial,
estimulando a participação dos Conselhos Plurais, COPAM, CERH e Comitês de Bacia, com
vistas à sua gestão, segundo critérios de sustentabilidade econômica, social, ecológica e
ambiental.”
Os mapas temáticos gerados a partir do carregamento dos limites da área aqui proposta para o
Tombamento na região da Fazenda Velha, conforme mencionado anteriormente, configuram,
portanto, uma excelente ferramenta de visualização cartográfica, facilitando sobremaneira
diagnósticos para inúmeros temas específicos.
A seguir são apresentados 10 mapas temáticos gerados a partir da ferramentas do site ZEE-
MG (http://geosisemanet.meioambiente.mg.gov.br/zee). O primeiro, Figura 9, ilustra o
enquadramento da região de estudo; os demais 9 mapas informam a situação da região para
vários indicadores.
Salienta-se aqui que todos esses mapas temáticos foram gerados automaticamente pelo
sistema ZEE, não havendo qualquer possibilidade de interferência por parte do usuário na
consulta.
O mapa da Figura 9, abaixo, informa o enquadramento da região de estudos no quesito
Mapeamento da Cobertura Vegetal.
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Figura 9 - Mapeamento da Cobertura Vegetal
Enquadramento: quase a totalidade na classe Floresta Estacional Semidecidual
Montana.
A tabela abaixo resume os inúmeros enquadramentos temáticos da região proposta para o
tombamento:
Relevância da Floresta Semidecidual
Enquadramento: quase a totalidade na classe
Muito Alta.
“Entende-se que a relevância regional de um ecossistema é a razão entre a área atual de determinadas fitofisionomias (campos, campos rupestres, campos cerrados e cerrados, florestas deciduais, semideciduais, ombrófilas, veredas e cerradões) em uma célula e a área total destas fitofisionomias em determinada regional do COPAM. Assim, ecossistemas que passaram por um histórico muito severo de substituição na regional em questão apresentariam valores elevados de relevância regional. Células que contém este ecossistema em sua composição apresentam, conseqüentemente, alta vulnerabilidade à ação humana. O cálculo foi efetuado contando as células cobertas por vegetação da fitofisionomia em questão na base original do IEF (30 x 30m) que estavam contidas em cada célula da base do ZEE-MG (270 x 270m). O procedimento de cálculo está exemplificado no Esquema de obtenção da relevância da floresta estacional semidecidual, para o caso da relevância da fitofisionomia floresta estacional semidecidual. A lógica de cálculo é a mesma para os indicadores de relevância regional das demais fitofisionomias.”
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Prioridade para a Conservação da Flora
Enquadramento: na totalidade na classe Muito
Alta
“O mapa das áreas Prioritárias para conservação, indica aquelas áreas que ainda possuem elevada qualidade ambiental, em locais naturalmente frágeis e sob provável pressão humana. Essas são áreas muito úteis para os organismos gestores e de fiscalização e são áreas onde o poder público ainda pode intervir favoravelmente para conservar recursos biológicos que, possivelmente, estarão em risco num futuro bem próximo.”
Grau de Conservação da Vegetação Nativa
Enquadramento: quase a totalidade na classe
Muito Alta
“Nas regiões mais ao norte do Estado encontram-se mais preservadas na classe de conservação da flora nativa muito alta. Este é o caso das regiões Central e Baixo Rio das Velhas. Por outro lado, regiões que sofreram um histórico mais severo de perturbações como no caso do Leste, Zona da Mata, Sul e Triângulo Mineiro apresentam a maior parte de sua área na classe de conservação muito baixa. Nestas regiões, somente as áreas mais montanhosas ou com outro tipo de restrição à ocupação humana como em locais das serras da Mantiqueira e da Canastra, bem como ao leste da região Triângulo, ainda encontram-se na classe de conservação muito alta.”
Integridade da Flora
Enquadramento: quase a totalidade na classe
Muito Alta
“Este fator condicionante da Vulnerabilidade Natural representa as áreas que ainda apresentam certa integridade ecológica e que, portanto, são mais vulneráveis à ação do homem. Nota-se nesta síntese que as regiões Leste, Zona da Mata, Sul e Triângulo Mineiro são as que apresentam integridade mais baixa de maneira geral. As outras regiões, por terem sido menos exploradas e modificadas, ainda possuem boa parte de sua área na classe de integridade da flora muito alta, como nas regiões Norte e Noroeste de Minas Gerais. A influência do grau de conservação da vegetação foi captada de maneira a conferir maior valor de integridade para áreas mais preservadas. Neste caso nota-se uma relevância muito grande em áreas como as sob influência da Serra do Espinhaço, que projetam a regional do Jequitinhonha como uma das áreas de maior vulnerabilidade a danos na flora nativa, caso uma ocupação do território seja feita de maneira não planejada.”
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Integridade de Fauna
Enquadramento: a totalidade na classe
Muito Alta “Este fator condicionante da Vulnerabilidade Natural representa as áreas que ainda apresentam certa integridade ecológica e que, portanto, são mais vulneráveis à ação do homem. Nota-se nesta síntese que as regiões Leste, Zona da Mata, Sul e Triângulo Mineiro são as que apresentam integridade mais baixa de maneira geral. As outras regiões, por terem sido menos exploradas e modificadas, ainda possuem boa parte de sua área na classe de integridade da flora muito alta, como nas regiões Norte e Noroeste de Minas Gerais. A influência do grau de conservação da vegetação foi captada de maneira a conferir maior valor de integridade para áreas mais preservadas. Neste caso nota-se uma relevância muito grande em áreas como as sob influência da Serra do Espinhaço, que projetam a regional do Jequitinhonha como uma das áreas de maior vulnerabilidade a danos na flora nativa, caso uma ocupação do território seja feita de maneira não planejada.”
Integridade da Avifauna
Enquadramento: a totalidade na classe
Muito Alta
“O grupo das aves é muito utilizado como bioindicadores de qualidade ambiental e o maior conhecimento delas pode subsidiar programas de conservação e manejo de ecossistemas (SILVA, 1998). Por exemplo, espécies típicas de florestas podem ser bastante úteis em programas de monitoramento da recuperação ambiental de áreas degradadas. Para o estado de Minas Gerais, das 780 espécies presentes, 83 fazem parte da lista de espécies ameaçadas do estado (Minas Gerais 1996, Deliberação COPAM 041/95). Além dessas 83 espécies oficialmente reconhecidas como ameaçadas em MG, dezessete outras ocorrentes no estado foram consideradas ameaçadas de extinção por Collar et al. (1994). Portanto, existem cerca de 101 espécies de aves sob algum tipo de ameaça de extinção no estado de Minas Gerais, o que torna este indicador um dos mais importantes para se definir a integridade ambiental do componente fauna. Para se estabelecer o nível de vulnerabilidade do indicador avifauna, fez-se a reclassificação dos critérios de prioridade para conservação, associando às áreas valores de vulnerabilidade, principalmente a perda futura de biodiversidade de aves. Neste caso, se a área é prioritária para conservar o grupo em função do grau de endemismos, presença de espécies ameaçadas e riqueza total de espécies, presume-se que existe risco de perda de biodiversidade deste caso ocorra a ocupação indiscriminada da área.”
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Integridade da Herpetofauna
Enquadramento: a totalidade na
classe Muito Alta “A herpetofauna compreende o conjunto de répteis e anfíbios. O agrupamento de dois grupos tão diferentes em um só reflete o grau de desconhecimento que se tem atualmente de ambos os grupos. Os componentes mais conhecidos deste grande grupo de vertebrados são os sapos, as rãs, pererecas, cobras, lagartos, tartarugas, cágados e crocodilos. Inseridos na herpetofauna estão muitas espécies de valor cultural (por exemplo, as serpentes) e econômico. Apesar de serem considerados animais resistentes e pouco susceptíveis, muitas espécies do grupo apresentam grande sensibilidade a modificações ambientais. Para cada área prioritária para conservação da herpetofauna no estado, fez-se a reclassificação dos critérios de prioridade para conservação associando as áreas valores de vulnerabilidade, principalmente a perda futura de biodiversidade. Neste caso, se a área é prioritária para conservar a flora em função do grau de endemismos e riqueza total de espécies, presume-se que a ocupação indiscriminada da área poderá acarretar em perda de biodiversidade.”
Apesar do excelente estado de conservação da área de estudo, os mapas a seguir atestam
também sua alta vulnerabilidade:
Vulnerabilidade de Recursos Hídricos.
Enquadramento: quase a totalidade na
classe Alta
“A expressão da vulnerabilidade natural dos recursos hídricos consistiu na interpretação da disponibilidade natural de água e da potencialidade de contaminação dos aqüíferos, assumindo-se que a existência de uma oferta natural mais elevada caracteriza uma menor vulnerabilidade e o oposto uma maior. No tocante à potencialidade de contaminação, quanto maior, maior a vulnerabilidade.”
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Vulnerabilidade Natural
Enquadramento: quase a totalidade na
classe Alta
“Vulnerabilidade Natural é a incapacidade do meio-ambiente de resistir ou recuperar-se de impactos antrópicos negativos. Pressupõe-se uma situação atual que deve persistir ou se recuperar. Adaptado do conceito de resiliência, consagrado em Física, Ecologia e Economia.”
Assim, sem sombra de dúvida, os enquadramentos dos mapas acima apontam para a
relevância do patrimônio natural e, assim, a necessidade premente de tombamento da área
de estudos devido tanto ao seu alto grau de conservação, como também devido à sua alta
vulnerabilidade.
Relevância Paisagística
O relevo da região e a quantidade e integridade da sua vegetação, essencialmente Mata
Atlântica, têm papel significativo para a composição de uma paisagem natural singular,
cada vez mais rara na margem esquerda do rio das Velhas. No entorno imediato da área
proposta para o tombamento existe uma série de mirantes naturais que possibilitam o
deslumbre de suas qualidades paisagísticas.
Segundo Zoran Roca e José António Oliveira, em “A paisagem como elemento da
identidade e recursos para o desenvolvimento”:
As paisagens são fundamentais para o reconhecimento das identidades
territoriais. As suas características, tanto naturais como culturais,
constituem-se como os ingredientes essenciais que emergem das formas
de registo baseadas na observação. Os elementos que formam a
paisagem podem determinar o nosso “sentido de lugar” (Massey, 1995;
Rose, 1995), ou diferenciar territorialmente as nossas percepções e
emoções, já que “a paisagem cultural é a nossa autobiografia
inconsciente, pois ela reflete, de uma forma tangível, os nossos gostos,
aspirações e temores” (Rubinstein 1999: 23, citando Pierce Lewis). As
qualidades ou características naturais e culturais associadas à paisagem
podem informar-nos, tanto sobre eventuais ameaças que esta esteja a
sofrer, como sobre as oportunidades que podem ser aproveitadas para a
(re)afirmação dos elementos identitários dos lugares e regiões, tais como
os contextos biofísico, sociocultural ou socioeconómico. Em suma, “a
paisagem é o meio através do qual se constrói a identidade de um lugar
[e] ...é tanto uma representação (um ideal que revela sentido) como uma
existência material (a realidade das condições vividas)” (Mitchell, 1991;
Harner, 2001: 660).
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Embora a região da Fazenda Velha seja hoje ainda desconhecida para os rio-acimenses,
devido à sua localização em área do município que não foi objeto de ocupação
populacional nas últimas décadas, já foi palco de grande movimentação conforme
testemunham os diversos conjuntos de vestígios arqueológicos. Assim, a paisagem neste
contexto remete não só à identidade territorial como também histórica, e por isso mesmo é
de fundamental importância ser resgatada, ainda mais diante da perspectiva de ser
irreversivelmente perdida. Somando-se a isso as oportunidades para (re) afirmar os
elementos identitários dessa região a partir da proteção do Conjunto Paisagístico,
Arqueológico e Natural Fazenda Velha, a paisagem adquire papel importante.
A melhor forma de descrever este elemento “paisagem” são fotografias, que conseguem
expressar atributos sem necessidade de palavras (Figuras 10 a 15).
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Figura 10 –Vista parcial da área proposta para tombamento (fotógrafo Robson de Oliveira), visada aproximada de sul para norte.
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Figura 11 – Vista parcial da área proposta para tombamento (fotógrafo Robson de Oliveira), visada aproximada de sudoeste para nordeste.
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Figura 12 – Vista parcial da área proposta para tombamento (fotógrafo Robson de Oliveira), visada aproximada de sul para norte.
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Figura 13 – Vista da área a ser tombada e seu entorno
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Figura 14 - Vista de um dos mirantes naturais com a Serra do Gandarela em destaque no horizonte (Robson de Oliveira)
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Figura 15 – Vista de um dos mirantes naturais ainda com a neblina do amanhecer comum na região (Robson de Oliveira)
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Relevância Arqueológica
A partir do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Projeto de Desenvolvimento do Complexo
Vargem Grande - Nova Lima e Rio Acima, elaborado pela Sete Soluções e Tecnologia Ambiental em
janeiro/2012, se teve conhecimento da existência de vestígios arqueológicos, provavelmente dos
séculos XVIII e XIX, na região do córrego Fazenda Velha e do córrego do Andaime.
Esse documento, quando trata do Diagnóstico Arqueológico e do Projeto de Prospecção
Arqueológica do Sítio Arqueológico Ruínas do córrego Fazenda Velha, salienta não só a diversidade
de estruturas espalhadas pela região, o fato de formarem “conjuntos” e a necessidade de maior
aprofundamento a respeito tanto desses vestígios e sua relação entre si como do levantamento
histórico.
Em relação à necessidade de aprofundamento, ressaltamos alguns trechos (grifo nosso):
O levantamento de fontes primárias realizado no Arquivo Público
Mineiro, no Arquivo Público Municipal de Ouro Preto, no Centro de
Memória da Mina de Morro Velho em Nova Lima e no Cartório de
Imóveis de Sabará resultou na identificação de inúmeras caixas de
documentos que deverão ser analisadas em um aprofundamento do
levantamento histórico nas fases subsequentes da pesquisa
arqueológica. Através dessa pesquisa, verificou-se que existem vários
documentos de interesse para um aprofundamento futuro em fases
subsequentes dos estudos arqueológicos, muitos dos quais se referem
ao rio do Peixe.[...] (pg. 662)
Nessa perspectiva, propôe-se a apresentação e discussão com o IPHAN
de uma compensação patrimonial condizente com a perda do
patrimônio arqueológico em questão. Para a proposição dessa
compensação, no entanto, é necessário aprofundar o conhecimento
sobre a ocorrência de vestígios dessa natureza e relevância na região.
Assim, o projeto de prospecção ora proposto é composto por duas
etapas de estudos: uma relacionada as estruturas e conjuntos existentes
no córrego fazenda Velha; e outra relacionada ao diagnóstico da
região do entorno do empreendimento, em uma área mais ampla, com
potencial de abrigar vestígios e conjuntos arqueológicos, que permita
uma contextualização e o conhecimento mais profundos da ocupação
pretérita da região em córregos que apresentem implantação
semelhantes e que possam conter tais vestígios.
Esse diagnóstico regional abrangeria os vales compreendidos desde o
córrego dos Macacos a norte, até o córrego Luzia dos Santos a sul do
córrego Fazenda Velha. Ressalta-se que o córrego dos Andaimes,
situado logo a sul do córrego Fazenda Velha já foi alvo de estudos
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arqueológicos diagnosticados no decorrer do diagnóstico arqueológico
do Desenvolvimento do Complexo Vargem Grande, tendo sido
identificados diversos vestígios e um conjunto histórico bastante
preservado. Ao final desse diagnóstico regional, caso tenham sido
identificados vestígios tão relevantes quanto os existentes no córrego
Fazenda Velha, devem ser indicados aqueles a serem conservados e
conduzidos para conservação, interpretação e musealização em regime
de compensação patrimonial. Os objetivos principais das ações
propostas são aprofundar a fase anterior de caracterização das
estruturas e conjuntos, buscando delimitar as áreas de abrangência dos
mesmos, a fim de se planejar e propor as fases subsequentes; e avaliar
alternativas possíveis para compatibilizar a implantação do
empreendimento no córrego Fazenda Velha com a preservação de
informações sobre o patrimônio histórico local, regional e
suprarregional (pg. 909-910)
Em relação à diversidade de vestígios arqueológicos (estruturas) espalhados pela região, assim como
ao fato de comporem um “conjunto” mesmo que ainda não estudado de forma pormenorizada,
ressaltamos os seguintes trechos:
Conforme apresentado, o Projeto de Desenvolvimento do Complexo
Vargem Grande contempla a implantação de uma barragem de rejeitos
no córrego Fazenda Velha. Contudo, o diagnóstico arqueológico
realizado nesse córrego resultou na identificação de um conjunto
histórico-arqueológico. Em vista dessa situação, foram feitas reflexões
e discussões técnicas, com o intuito de se encontrarem as alternativas
possíveis para compatibilizar a implantação do empreendimento com a
preservação das informações sobre esse patrimônio histórico.
Considerando-se a necessidade de implantação do empreendimento
nesse local, visto que na região não ha alternativa para a implantação
de uma barragem de rejeitos com a capacidade necessária, foi
avaliada a perda física desse conjunto de vestígios – que incluem os
vestígios da edificações, a o local de implantação de cada um deles,
sua posição e ambientação, sua relação com outros conjuntos de
vestígios; (pg. 909)
Tendo em vista o histórico da ocupação humana da região, os vestígios
identificados nessa etapa do estudo do diagnóstico arqueológico
indicam se tratar de estruturas de pedra voltadas para moradia e/ou
servicos, tais como os Sitios Arqueológicos Históricos Ruinas do
Córrego Fazenda Velha, Casa da Farinha e Roda d’Agua), compostos
por estruturas comumente encontradas na região e caracterizadas por:
canais de adução, muros de pedra, pequenas estruturas de contenção
de agua e arrimos de pedra, geralmente próximos a cursos de agua;
[...] (pg. 934)
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No EIA localizamos duas fichas do Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA),
relacionadas com a área da Fazenda Velha (Anexos 2 e 3), cujos dados básicos colocamos a seguir:
Garimpo Histórico Fazenda Velha
Descrição sumária do sítio: Vestígios de estruturas de pedra voltadas para a mineração
histórica do ouro ao longo de quase toda a extensão do córrego Fazenda Velha.
Acesso ao sítio: Pela BR 356 até à entrada do Itabirito fazer o retorno e pegar a
MG020
Nome do proprietário do terreno: Não identificado
Medição: 2000 m de comprimento e 500 m de largura (estimada)
Delimitação da área/Coordenadas UTM (Zona 23 – Datum SAD69):
Ponto central: E 625574 N 7771541
Perímetro: E 624341 N 7771085
E 623227 N 7771035
E 621430 N 7770441
Vegetação atual: Capoeira
Uso atual do terreno: Área não utilizada
Propriedade da terra: Área privada
Relevância do sítio: Alta
Observações: Trata-se de estruturas de pedras voltadas para a mineração do ouro entre
os séculos VVIII, XIX e parte do XX. Ocupam quase toda a extensão
do córrego Fazenda Velha, mas não foi possível dizer se são contínuas.
Data do registro: 20/7/2010
Data do CNSA: 29/12/2011
(Páginas 1342 a 1344 do EIA)
Ruínas da Fazenda Velha
Descrição sumária do sítio: Vestígios de estruturas em pedra voltadas para a moradia e
serviço associados ao garimpo histórico de ouro.
Acesso ao sítio: Pela BR 356 até à entrada do Itabirito fazer oo retorno e pegar a
MG020
Nome do proprietário do terreno: Não identificado
Medição: 300 m de comprimento e 300 m de largura (estimada)
Delimitação da área/Coordenadas UTM (Zona 23 – Datum SAD69):
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Ponto central: E 621948 N 7770403
Vegetação atual: Capoeira
Uso atual do terreno: Área não utilizada
Propriedade da terra: Área privada
Relevância do sítio: Alta
Observações: No córrego Fazenda Velha, a menos de 200 m do seu leito, existe um
conjunto de estruturas de pedras, denominado como Ruínas do córrego
Fazenda Velha. São, aparentemente, restos de estruturas de moradia
e/ou serviço composto por muros e paredes, alguns com quase 3 m de
altura e 30 m de comprimento. Algumas destas estruturas possuem
quase 1 m de largura. Características como robustez e dimensões
avantajadas, denotam um grande investimento que indica ocupação por
um tempo mais longo – não se trata de uma construção de caráter
provisório.
Data do registro: 20/7/2010
Data do CNSA: 29/12/2011
(Páginas 1351 a 1353 do EIA)
No item 8.4.6. (Diagnóstico Arqueológico), às páginas 693 a 784, localizamos pelo menos mais dois
registros:
Vestígios do córrego Fazenda Velha: E 623572 N 7771162 (Ponto central)
Casa Sede da Fazenda Velha: E 621021 N 7769933 (Ponto central)
Solicitamos junto à Superintendência do IPHAN em Minas Gerais, cópia do relatório final referente à
pesquisa arqueológica realizada para o Complexo Vargem Grande, que envolve a área da Fazenda
Velha, em Rio Acima, que se encontra no processo IPHAN n° 01514.004796/2009-99 (conforme
Portaria n°5, de 11/3/2010, publicada no Diário Oficial da União no dia 16/3/2016, às páginas 4 e 5),
mas não conseguimos. Entendemos ser importante para conhecer melhor a pesquisa realizada.
No que se refere ao levantamento histórico, ressaltamos os seguintes trechos (grifo nosso):
As regiões do rio do Peixe e do ribeirão dos Macacos possui grande
importância histórica relativa à colonização do centro de Minas
Gerais. Esta vasta área encontra-se entre as mais antigas de busca e
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exploração de ouro aluvional do início da colonização do território
mineiro.(pg. 670)
Os arraiais se multiplicaram às margens do Rio das Velhas, o mítico
Pactolo do povoamento de Minas. Como um sistema venoso, os seus
afluentes irrigavam a rica bacia, verdadeiro Eldorado que atraia uma
impressionante afluência de aventureiros (Villela, 1998:35).
Segundo Diogo de Vasconcelos (1948:25), Domingos Rodrigues
Fonseca Leme, sertanista paulista, teria descoberto os dois ribeirões
auríferos em cujas margens surgiu o povoado de Congonhas do Sabará
(Nova Lima), por volta de 1700.
Desde a penetração de bandeirantes que percorreram a região ao final
do século XVII, inclusive a controversa figura de Borba Gato, a área
foi ocupada pelos empreendimentos mineradores históricos, com
muitos de seus resquícios chegando até o presente.[...]
Diversas fazendas foram estabelecidas nessa região no decorrer do
século XVIII e desmembradas ao longo do tempo. A memória local a
respeito delas é muito importante para a compreensão das dinâmicas
socioeconômicas e de suas mudanças históricas, por se tratarem,
muitas vezes, dos únicos dados disponíveis. Contudo, ao serem
subdivididas, sua influência econômica local e regional decaía a ponto
de lhes restar pouco lugar na memória local, em um processo onde
memórias posteriores construídas em torno de novas propriedades
erigidas sobre suas parcelas - suplantaram a memória daquele núcleo
original.
Os registros documentais sobre propriedades tais como estas, podem
ser mais exatos, no sentido de se constituírem informações cartoriais.
Entretanto, no caso deste estudo, são mais genéricos, não fazendo
alusão direta às áreas em estudo. As informações obtidas, a partir dos
relatos locais (levantamentos oportunísticos) indicam terem existido,
nas áreas em estudo, duas fazendas denominadas: Ceará e Fazenda
Velha. (pg. 680)
A área onde se encontra a Fazenda Velha, objeto desta avaliação técnica preliminar, está inserida na
bacia do Rio do Peixe que, conforme o EIA já mencionado, possui grande importância histórica
relativa à colonização do centro de Minas Gerais.
Segundo o documento “Patrimônio Natural-Cultural e zoneamento ecológico-econômico da Serra da
Moeda: Uma Contribuição Para Sua Conservação (Brandt/2008)” (Grifo nosso):
Inicialmente, a descoberta do ouro foi o principal fator para o
adensamento populacional na região das Minas. Arraiais e núcleos
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proto-urbanos começavam a se delinear seguindo a topografia
irregular do terreno e privilegiando os pontos mais altos da localidade,
opção que se deu tanto pelo favorecimento das condições defensivas
quanto em respeito à antiga crença católica que acreditava que um
segundo dilúvio poderia atingir a terra.
Nesta realidade, deu-se a fundação de inúmeros povoados e arraiais
nas proximidades e arredores da Serra da Moeda. Destacam-se
aqueles que, com o passar dos anos, acabaram se estabelecendo como
sedes civil e religiosa, a exemplo de Santo Antônio do Rio Acima (Rio
Acima), N. S. da Piedade do Paraopeba (Brumadinho), N. S. da Boa
Viagem da Itabira do Campo (Itabirito), São Gonçalo da Ponte (Belo
Vale), N. S. da Conceição de Congonhas do Campo (Congonhas) e N.
S. do Pilar das Congonhas do Sabará (Nova Lima).
É notório o fato de que a Coroa portuguesa fomentava e incentivava o
espírito de aventura dos bandeirantes com o intuito de que eles
descobrissem riquezas e ocupassem o território, de forma que ela
organizou sob sua própria assistência grandes tropas de caráter
oficial. Em contrapartida, eram concedidas àqueles pioneiros altas
honrarias, mercês, além de terrenos e certa quantidade de ouro e
pedras preciosas. E na medida em que os objetivos eram atingidos, os
membros daquelas caravanas e outros posseiros, povoadores e demais
interessados, estabeleciam-se nas paragens, construíam ranchos e
edificações provisórias que, posteriormente, deram origem aos
primeiros núcleos populacionais.4
Sobre esses núcleos populacionais, o documento acima referido coloca como nota de rodapé (grifo
nosso):
4 De acordo com o pesquisador Roberto Borges Martins, as
localidades mineiras em que o ouro foi achado, já em fins do século
XVII, podem ser divididas didaticamente em três áreas: a primeira
seria a "'Minas Gerais dos Cataguás', devassadas entre 1694 e 1700,
na região de Ouro Preto e Mariana, onde ficavam as jazidas de
Itaverava, Itatiaia, Antônio Dias, Padre Faria, Bento Rodrigues,
Ribeirão do Carmo, Ribeirão Bueno, Rio das Pedras e, logo depois,
Inficcionado, Forquim, São Caetano, Ouro Branco, São Bartolomeu,
Casa Branca, Itabira do Campo, Antônio Pereira, Camargos, Catas
Altas da Noroega, São Sebastião e outras"; a segunda formada "pelas
'Minas do Rio das Velhas', anunciadas por volta de 1700", que
compreendiam "as lavras de Sabará, Congonhas do Sabará (Nova
Lima), Raposos, Rio Acima e outras"; e por fim a terceira que
compreendia "as 'Minas do Caeté', provavelmente descobertas em
1701, com as lavras de Cuiabá, Morro Vermelho, Ribeirão Comprido e
outras". In: MARTINS, Roberto Borges (org.). A História da
Mineração no Brasil. São Paulo: Empresa das Artes, 1989, p.13. Grifo
nosso. 5 PAGOTTO, Bianca do Prado & ROCHA, Altamirando Pereira
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da. Tributação em Vila Rica: influência na consciência nacional. In:
Horizonte Científico, Uberlândia, vol. 01, nº 04, 2005, p.05.
Assim, mesmo sem um levantamento histórico aprofundado sobre a área da Fazenda Velha e os
vestígios e sítios arqueológicos ali encontrados, é claro que têm um significado relevante para além
da história local de Rio Acima, estando diretamente ligados à formação de Minas Gerais no período
colonial. Sem falar em vestígios arqueológicos pré-coloniais e até pré-históricos que ainda poderão
ser encontrados visto que toda a região da Serra da Moeda apresenta testemunhos desses períodos.
Com o intuito de trazer a esta avaliação técnica preliminar mais informações para além do EIA do
Projeto de Desenvolvimento do Complexo Vargem Grande - Nova Lima e Rio Acima, foi feita uma
busca na internet, tanto no sentido de localizar outros estudos sobre a região conhecida como
“Fazenda Velha”, em Rio Acima, como mapas mais antigos nos quais essa área estivesse assinalada.
Assim, foi encontrado o Mapa “Carte Géologique”, no qual está assinado o Rio do Peixe e a vila de
Santo Antonio (Rio Acima). Este mapa foi feito por Peter Claussen (1804-1855), naturalista
dinamarquês, para um artigo que escreveu sobre a Geologia de Minas Gerais, publicado através do
L'Académie Royale des Sciences, des Lettres et des Beaux-Arts de Belgique. Provavelmente
resultado de uma viagem dele pelo Brasil, entre 1833 e 1835 quando, por acaso, encontrou o
naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund acompanhado pelo botânico alemão Ludwig Riedel, em
outubro de 1834.
Figura 16 – Trecho do mapa “Carte Géologique”
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A respeito do Rio do Peixe, em cuja bacia se encontra a região da Fazenda Velha e sobre o qual se
referem muitos dos documentos localizados no levantamento de fontes primárias realizado pela
consultoria responsável pelo EIA do Plano de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande,
este documento diz (grifo nosso):
O registro mais antigo de mineração no rio do Peixe pode datar de
1727, conforme pesquisou Bráulio Carsalade Vilella, que opina poder
ser este o ribeirão tratado com o nome de ribeirão do Campo de
Paraopeba, com nascentes na serra do Rodeador (Vilella, 1996:5-6).
Entretanto, pairam dúvidas sobre tal registro, por conta da sucessão e
confusão de nomes às referências topográficas da região nas primeiras
décadas da colonização.
Sendo o maior e mais caudaloso rio da margem esquerda do rio das
Velhas na região, entre Nova Lima, Rio Acima e Itabirito, a busca do
ouro não o excluiria, nem aos seus afluentes. Os poucos registros
históricos sobre o rio do Peixe, nos dois primeiros séculos de ocupação
do centro de Minas Gerais, podem ser consequência deste se
apresentar como um local de difícil acesso e fora do caminho normal
dos viajantes. A descida das serranias de Moeda em direção a Rio
Acima e Nova Lima se fazia comumente pelo ribeirão dos Macacos e a
ligação entre a região de Cata Branca e Itabira do Campo com Rio
Acima, pelo lado direito do rio das Velhas.(pg. 680)
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Figura 17 – Mapa geológico da primeira metade do século XIX
Fonte: http://curraldelrei.blogspot.com.br/2011/06/serra-do-curral-del-rey-o-marco.html
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Sobre a “Fazenda Velha” em si, não localizamos durante esta avaliação técnica preliminar nenhuma
referência para além da que consta do EIA do Plano de Desenvolvimento do Complexo Vargem
Grande (grifo nosso):
O pouco que se sabe sobre as origens coloniais da Fazenda Velha vem
de testemunhos orais, nos quais também se fundamenta a frágil e
escassa bibliografia existente. Como o córrego Fazenda Velha está
entre o córrego dos Andaimes e o rio do Peixe, todos na margem
esquerda do rio das Velhas, é difícil estabelecer a qual propriedade
pertencia à Fazenda Velha. Seus limites são incertos, mas sabe-se,
através de informação oral, que fazia limite com a Fazenda Siará.
Foi possível estabelecer razoavelmente os usos econômicos da área da
fazenda, começando na mineração do ouro e passando gradualmente à
produção diversificada: cultura do café; produção de carvão vegetal;
atividades extrativistas e alguma atividade de criação e lavoura de
pequena monta. Essa diversificação econômica é condizente com a
dificuldade das propriedades rurais locais de sobreviverem às custas
de uma única atividade.(pg.683)
Considerando as informações sobre a Fazenda Ceará, também no referido EIA (abaixo), pode existir
uma relação entre ambas as fazendas, que depende de um levantamento histórico pormenorizado
principalmente do período colonial:
A Fazenda Ceará, ainda que seus limites fossem incertos e quase
ninguém saiba, hoje, que um dia ela existiu, certamente abrangia
partes importantes de cabeceiras, matas e montanhas onde se
encontram as atuais explorações minerais da área. Nela se realizaram
atividades econômicas importantes, historicamente relevantes, que só
podem ser compreendidas por uma abordagem que leve em conta um
vínculo de unidade entre as propriedades atuais, vínculo este que só
pode ser resgatado na organização espacial que existia anteriormente.
Nos relatos orais há referências de que boa parte da área entre as
drenagens do córrego Fazenda Velha, do rio do Peixe e do córrego
Volta Grande - inclusive suas duas margens e a mata dos trovões -
pertencia à Fazenda Ceará. O local exato da sede não foi encontrado,
podendo ser, tanto em direção às cabeceiras do córrego Fazenda
Velha, onde ainda existe um pequeno rancho chamado “Reino do
Ceará”, quanto nas imediações do curso mais baixo do córrego Volta
Grande, onde ele se encontra com o rio do Peixe, conforme registro
documental transcrito a seguir. (pg. 682-683)
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Lendo as informações desse mesmo documento, sobre o Diagnóstico Arqueológico do córrego dos
Andaimes, primeira drenagem a sul do córrego Fazenda Velha, no qual foram identificados diversos
vestígios de estruturas e de conjuntos de estruturas relacionadas a diversos momentos de ocupação
histórica, fica evidente o potencial de que estes vestígios e aqueles encontrados no córrego Fazenda
Velha tenham uma relação espaço-temporal, que precisa ser devidamente estudada durante o
processo de tombamento definitivo.
Conforme o documento ressalta “O registro desses vestígios [Andaime], importantes para a
contextualização da ocupação pretérita da região na qual se insere o empreendimento e também na
compreensão da ocupação do córrego Fazenda Velha, é apresentado...”. (pg.733)
Considerando que o EIA do Plano de Desenvolvimento do Complexo Vargem Grande – Nova Lima
e Rio Acima, foi a principal fonte no que se refere ao patrimônio arqueológico, segue como anexo
desta avaliação técnica preliminar o Volume III (Anexo 4).
A região da Serra da Moeda reflete de maneira especial a história de Minas Gerais e a Fazenda Velha
em Rio Acima faz parte desse contexto, mesmo que no momento sejam somente os vestígios
arqueológicos em seu silêncio a testemunhar isso.
Conforme o documento “Patrimônio Natural-Cultural e zoneamento ecológico-econômico da Serra
da Moeda: Uma Contribuição Para Sua Conservação (Brandt/2008)”
a arqueologia “oferece a possibilidade de gerar visões
alternativas às da história escrita, independentemente de
variáveis como tempo e espaço. Tradicionalmente, a História –
ao trabalhar prioritariamente com fontes escritas produzidas
pelo poder – apresentou uma visão parcial e sectária do
passado.” (pg. 161)
Por isto é fundamental que, para além de preservar o lugar objeto desta avaliação técnica preliminar,
durante o processo do tombamento definitivo sejam desenvolvidos estudos pormenorizados do
patrimônio arqueológico de todos os sítios encontrados na região, inclusive para além da área
delimitada neste primeiro momento.
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Ameaça ao patrimônio paisagístico, arqueológico e natural da Fazenda Velha
A relevância paisagística, arqueológica e natural da área proposta para tombamento está sob ameaça
significativa com a perspectiva de implantação nessa área de Barragem para contenção de rejeitos
Fazenda Velha e de rejeitoduto (Processo COPAM n° 29527/2011/001/2012), da empresa Vale, para
atender ao Complexo Vargem Grande. Conforme destacado no Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
do Plano de Desenvolvimento de Vargem Grande, serão os seguintes os impactos irreversíveis no
local devido à implantação do empreendimento:
1. Alterações nos aspectos físicos e bióticos (Alta magnitude);
2. Supressão dos Sítios Arqueológicos (Alta magnitude);
3. Supressão de Patrimônio Histórico Edificado (Alta magnitude)
4. Alteração definitiva na paisagem (Alta magnitude);
Conforme o EIA “O impacto aqui considerado refere-se à alteração paisagística em relação aos
aspectos físicos (alterações topográficas e do relevo) e bióticos (supressão de cobertura vegetal). [...]
O impacto de alteração da paisagem é classificado como de natureza negativa; incidência direta, pois
decorre de ações do empreendimento; manifestando-se em curto prazo; abrangência regional, [...];
permanente, pois depois de ocorrido não tem fim definido e, irreversível, uma vez que o impacto se
mantém mesmos se controlado ou se cessada sua origem. O impacto é classificado como de alta
magnitude, pois promoverá uma alteração significativa da paisagem na área de abrangência do
projeto, considerando sua inserção no domínio da Mata Atlântica...” (grifo nosso)
Ressalta-se que, no tópico “Supressão de Vestígios”, o EIA dispõe de forma expressa que “Os
impactos identificados (...), são decorrentes das intervenções (...) dentre outros, gerando a completa
destruição dos sítios e de todas as informações neles contidas”. (grifo nosso)
Embora a empresa apresente plano de recuperação de áreas degradadas e projeto de educação
patrimonial, avaliamos que estão em plena contradição com o próprio estudo apresentado, visto que
informa que diversos elementos serão completamente destruídos pela implantação do
empreendimento. E no trecho abaixo o documento se aproxima deste entendimento:
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Se por um lado, o resgate de sítios e vestígios arqueológicos, por mais
criterioso que venha a ser, não consegue absorver e recuperar todas as
informações que os objetos, os locais e suas relações intrínsecas
guardam, por outro lado, a não implantação do empreendimento nesse
local e seu abandono poderia implicar a perda completa desses
vestígios e dos registros contidos nele, uma vez que estas estruturas de
pedras são muito vulneráveis a ações antrópicas, tais como o desmonte
das estruturas para retirada de blocos de pedra e mesmo a ação de
intempéries e ao crescimento de vegetação, entre outras. Nesse caso, a
implantação do empreendimento poderia reverter em benefícios para o
conhecimento desses vestígios e estruturas, das relações desses com
outros que se encontram na proximidade e da historia de ocupação da
região, assim como podem se tornar importantes ferramentas para a
educação ambiental patrimonial. (pg.909)
Para melhor compreensão da ameaça à área que se pretende proteger, elaboramos um mapa
sobrepondo a mesma à barragem pretendida na mesma região (Figura 18).
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Figura 18 – Ameaça à área da Fazenda Velha
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Instrumentos legais
A Constituição Federal, em seu art. 225 determina:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
Para a garantia desse direito, a Constituição determina obrigações ao poder público, mas também o
mune de instrumentos. A Constituição Federal em seu artigo 24 estabelece:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
(...)
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e
dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico;
(...)
Como forma de proteção de patrimônio cultural, a Constituição Federal determina em seu art. 216:
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores
da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e
protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros,
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de
acautelamento e preservação.
A Lei Municipal nº1130, de 12 de abril de 2002, e a Lei Municipal nº 1433, de 16 de dezembro de
2010, tratam da preservação do Patrimônio Cultural e Natural do Município de Rio Acima e, em
consonância com o estabelecido pela Constituição Federal e pelo Decreto-Lei n◦ 25, de 1937,
estabelecem diversos instrumentos como o inventário, o tombamento e o registro, entre outros.
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Decreto-Lei nº. 25 de 1937:
Art. 1º Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos
bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interêsse
público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil,
quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou
artístico.
Disposições Lei Municipal nº. 1433 de 2010:
Art. 1º Constituem patrimônio cultural do Município os bens de natureza
material e imaterial, públicos ou particulares, tomados individualmente ou em
conjunto, que contenham referência à identidade, à ação, e à memória dos
diferentes grupos formadores da comunidade municipal, entre os quais se
incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, tecnológicas e artísticas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados
às manifestações artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, espeleológico, paleontológico, ecológico e científico;
VI – os lugares onde se concentram e se reproduzem as práticas culturais
coletivas.
Outro ponto relevante diz respeito ao estabelecido na Lei nº 1264, de 27 de novembro de 2006, que
institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Rio Acima (PD), definindo a função
social da propriedade. Ela estabelece, preliminarmente, serem objetivos do PD (art. 2º):
III - prevenir impactos ambientais negativos que possam ocorrer no processo
de transformação da estrutura municipal, tendo em vista, principalmente, a
preservação dos recursos hídricos e do patrimônio natural e paisagístico,
através da criação de unidades de conservação como parques e APP – Área
de Preservação Permanente e, sempre que possível constituir áreas contínuas
caracterizadas como corredores ecológicos ...;
V - desenvolver o potencial econômico do município em termos de suas
possíveis vocações: turísticas com a exploração do turismo ecológico, do
artesanato, e da gastronomia; agrícolas com o produção de gêneros
alimentícios naturais do município e da agricultura familiar; atividades
comerciais; prestação de serviços com a recuperação dos ofícios em extinção;
atividade industrial moveleiro e outras não poluidoras entre outras, através
de ações integradas e negociações com os outros níveis de governo e a
iniciativa privada, tendo em vista aspectos relacionados à atração de
empreendimentos e investidores, e à proteção do patrimônio natural e
histórico/cultural;
IX - regular a ocupação e o uso do solo no território municipal,
principalmente em termos do parcelamento do solo e da exploração de
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atividades potencialmente poluidoras e/ou degradadoras do ambiente natural
existente, tendo em vista o equilíbrio desejado e necessário para o
desenvolvimento do potencial econômico relacionado à vocação turística do
município (alínea i).
Para assegurar ainda esta vocação ambiental e turística, o texto estabeleceu também em seu artigo
3º serem princípios básicos [do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Rio Acima,
Capítulo I, que é aberto pelo art. 3º], “os princípios internacionais da precaução, da prevenção e da
participação em todas as ações de desenvolvimento urbano, rural, político, ambiental, econômico,
social, turístico, educacional e de saúde em toda estrutura municipal”.
Sob este fundamento, vem o artigo 4º, conceituá-los mais além, propondo a necessidade de
compreender a inserção de Rio Acima
“III - ... no Circuito do Ouro, no Projeto Estrada Real e no Projeto Trens de
Minas, para uma melhor compreensão das relações econômicas, sociais e
culturais entre Rio Acima e os demais municípios que integram a Região
Metropolitana de Belo Horizonte e dos municípios que participam desses
projetos turísticos”,
e de “V - entender o patrimônio natural, histórico e sociocultural como
produto de uma sociedade (...) sua importância e qualidade se afirma[ndo]
quando são reconhecidos, defendidos e utilizados por essa sociedade” [inciso
V].
No capítulo III, o artigo 6º firma como um dos Instrumentos da Política Urbana de Rio Acima
o planejamento ambiental, a legislação ambiental no âmbito das competências
municipais, a criação de unidades de conservação com o respectivo
zoneamento ecológico e econômico, tendo em vista o equilíbrio ambiental e a
preservação dos recursos naturais, notadamente os recursos hídricos
municipais, no interesse coletivo. [inciso IV].
Conclusão
Diante do exposto neste lauto técnico, a área proposta possui bens com valor paisagístico,
arqueológico e natural que são portadores de referência à história de Rio Acima e que, assim,
devem ser preservados.
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Entretanto, esse conjunto de elementos relevantes, a maioria deles ainda nem devidamente
estudados, vê-se ameaçado diante da perspectiva de nessa área ser implantada a Barragem Fazenda
Velha para atender ao Complexo Vargem Grande e, por isso, urge que se proceda à proteção legal e
efetiva desse patrimônio.
Considerando os instrumentos legais que dizem respeito à preservação do patrimônio natural e
cultural;
Considerando que:
“O tombamento é uma forma de reconhecimento, pela sociedade, de um
excepcional valor de um bem cultural. Pelo tombamento esse bem é
oficialmente instituído como patrimônio. Malgrado a compreensão vulgar que
delimita o patrimônio como um simples objeto, na verdade esse conceito
envolve questões muito mais complexas. Patrimônio é um objeto que inclui
objetos. Aparentemente estável, integra múltiplos e dinâmicos processos,
dimensões e valores materiais e imateriais a se apresentarem e se
reorganizarem em novas e diferentes configurações a cada momento.
Sobretudo nos intricados meandros de um sítio de valor natural e cultural, o
conceito de patrimônio apresenta essa móvel e coalescente pluralidade que,
para ser entendida em profundidade, não pode ser percebida sob um só ponto
de vista, como um contexto tão rico e complexo quanto o são todos os fatores
que constituem uma cultura”.
(Parecer sobre tombamento de sítios de valor natural e cultural – Arquiteto Carlos Fernando de
Moura Delphim.)
Considerando ainda que:
Bens naturais e bens culturais se incluem entre os maiores atrativos turísticos;
preservá-los deve ser uma conseqüência lógica e uma preocupação do
"marketing" turístico. (Américo PeIlegrini Filho)
Sugere-se, assim, que a área proposta seja submetida, imediatamente, a proteção provisória até que
sejam efetuados estudos mais aprofundados subsidiando a proteção definitiva.
Do perímetro do tombamento provisório
Sugere-se como perímetro de tombamento provisório os limites demarcados na Figura 17 e
descritos no memorial descritivo (Anexo I).
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Figura 19 - Proposta de perímetro de tombamento
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Descrição do bem a ser tombado provisoriamente
A paisagem configurada no Conjunto Paisagístico, Arqueológico e Natural Fazenda Velha, dentro do
perímetro proposto no Memorial Descritivo, apresenta grande beleza cênica, atributos naturais singulares e
patrimônio arqueológico relevante para o município de Rio Acima e para a História de Minas Gerais.
A área compreende paisagens que podem ser descortinadas da estrada de acesso, em diversos pontos que
podem se constituir em mirantes com potencial de visitação, de onde se têm visadas importantes do conjunto
tombado e do entorno.
A relevância arqueológica, mesmo que ainda demandando estudos pormenorizados, fica evidente nos
vestígios encontrados que remetem à história das primeiras ocupações na região, do período colonial
mineiro que remontam aos séculos XVIII e XIX.
O patrimônio natural das matas preservadas e encaixadas no vale do córrego da Fazenda, associadas à
biodiversidade riquíssima em espécies da fauna e da flora, é incontestável e de grande valor.
Todos estes elementos compõem o Conjunto Paisagístico, Arqueológico e Natural Fazenda Velha, que
merece o tombamento municipal pelo conjunto de atributos paisagísticos, arqueológicos e naturais, de modo
a ser preservado em memória dos antepassados que assim o legaram, para a fruição da população e para a
posteridade como patrimônio cultural de Rio Acima.
A proteção destes elementos corrobora as diretrizes do Plano Diretor municipal que tem, dentre seus
objetivos, desenvolver o potencial econômico do município em termos de suas vocações turísticas, com
exploração do turismo ecológico, entre outros (PD de Rio Acima, extrato do artigo 2o, de 2006)
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Diretrizes para o tombamento provisório
Assim, para a salvaguarda e preservação destes valores, atividades consideradas danosas e incompatíveis
com a preservação deverão ser proibidas na área proposta para o tombamento provisório. Para garantir a
permanência de seus atributos seguem estas diretrizes:
1) Ficam proibidos a extração e pesquisa mineral de qualquer natureza (incluindo lavra garimpeira) e
quaisquer atividades a elas relacionadas, a concessão de licenças para mineração e lavra, o parcelamento de
imóveis, a instalação de aterros sanitários, indústrias poluentes, cemitérios, empreendimentos e construções
que causem significativos impactos ao bem tombado e as atividades que provoquem o risco de
desmatamento, a poluição de cursos d'água, a diminuição do volume de água e movimentações de terra.
2) A anuência para visitas ou estudos na área tombada, principalmente dos vestígios arqueológicos, assim
como a abertura de acessos, deverá ser solicitada previamente à presidência do Conselho Municipal do
Patrimônio Cultural e Natural do município de Rio Acima.
3) Intervenções no entorno imediato da área tombada, enquanto não forem definidas as diretrizes em estudos
para o tombamento definitivo, deverão ser submetidas a análise do Conselho Municipal de Patrimônio
Cultural e Natural do município de Rio Acima e do CODEMA municipal.
4)Deverá ser realizado junto às escolas do município e com os moradores um trabalho de educação
patrimonial para se discutir os benefícios ambientais e culturais do tombamento e seus efeitos.
Descrição do entorno do bem tombado provisoriamente
Para preservar a ambiência e salvaguardar os valores expressos no Conjunto Paisagístico, Arqueológico e
Natural Fazenda Velha, será necessário definir o entorno do bem tombado. Considerando a necessidade de
estudos pormenorizados, principalmente dos vestígios arqueológicos encontrados na região, não foi possível
nesta avaliação técnica preliminar propor limites para a área de entorno.
Rio Acima, 24 de maio de 2014
Dr. Paulo Passos
Procurador Geral do Município
Secretaria Municipal de Meio Ambiente
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Adriana Freitas Mariano
Secretária Municipal de Meio Ambiente
Isabella Laila Caputo
Geógrafa
Jair Luiz Paes Júnior
Biólogo
Leonardo Reis
Técnico em Meio Ambiente
Instituto de Desenvolvimento e Sustentabilidade Sócio Cultural – IDESSC
Márcia Andréa Armond
Arquiteta Urbanista
CAU A21467-7
Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela
Paulo Rodrigues
Pesquisador e ambientalista
Maria Teresa V. de F. Corujo
Educadora Ambiental
Apoios:
Sr. Milton – Secretaria Municipal de Meio Ambiente
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Gisela Herrmann - ONG Valor Natural
Bióloga
Doutora em Ecologia, conservação e manejo de vida silvestre
Flávia Santos Faria – Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG
Robson de Oliveira (Fotografia)
Gustavo Barbosa
Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela
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ANEXO 1
O perímetro, descrito a seguir, que define a área do Tombamento Provisório do Conjunto
Paisagístico, Arqueológico e Natural Fazenda Velha, no município de Rio Acima
(com aproximadamente 789,2 hectares) perfaz 17.794 metros e está georreferenciado ao
Sistema Geodésico Brasileiro. Esses pontos encontram-se referenciados ao meridiano central
45º WGr, tendo como datum o WGS84-BRASIL (IBGE), e todos os azimutes, distâncias, área e
perímetro foram calculados no plano de projeção UTM, Fuso 23S. Inicia-se no ponto 1, de
coordenadas planas aproximadas (c.p.a.) 7.771.528,5 E e 623425,9 N, com azimute de
170o 2’, com a distância de 118 metros até o ponto 2, com as coordenadas 7.771.412,3 E
e 623.446,3 N, com azimute de 145o
49’, com a distância de 80 metros até o ponto 3,
com as coordenadas 7.771.346,2 E e 623.491,2 N, com azimute de 154o
41’, com a
distância de 43 metros até o ponto 4, com as coordenadas 7.771.307,0 E e 623.509,7 N,
com azimute de 164o
40’, com a distância de 26 metros até o ponto 5, com as
coordenadas 7.771.282,2 E e 623.516,5 N, com azimute de 160o 45’, com a distância de
44 metros até o ponto 6, com as coordenadas 7.771.241,0 E e 623.530,9 N, com azimute
de 138o
10’, com a distância de 46 metros até o ponto 7, com as coordenadas
7.771.206,4 E e 623.561,8 N, com azimute de 112o
57’, com a distância de 29 metros
até o ponto 8, com as coordenadas 7.771.195,1 E e 623.588,6 N, com azimute de 118o
37’, com a distância de 16 metros até o ponto 9, com as coordenadas 7.771.187,2 E e
623.603 N, com azimute de 139o
44’, com a distância de 9 metros até o ponto 10, com
as coordenadas 7.771.180,4 E e 623.608,8 N, com azimute de 160o 54’, com a distância
de 72 metros até o ponto 11, com as coordenadas 7.771.112,8 E e 623.632,2 N, com
azimute de 166o
37’, com a distância de 24 metros até o ponto 12, com as coordenadas
7.771.089,2 E e 623.637,8 N, com azimute de 160o 6’, com a distância de 19 metros até
o ponto 13, com as coordenadas 7.771.071,0 E e 623.644,4 N, com azimute de 159o 51’,
com a distância de 36 metros até o ponto 14, com as coordenadas 7.771.037,2 E e
623.656,8 N, com azimute de 173o
34’, com a distância de 35 metros até o ponto 15,
com as coordenadas 7.771.002,5 E e 623.660,7 N, com azimute de 123o
18’, com a
distância de 24 metros até o ponto 16, com as coordenadas 7.770.989,3 E e 623.680,9
N, com azimute de 137o
5’, com a distância de 25 metros até o ponto 17, com as
coordenadas 7.770.971,2 E e 623.697,7 N, com azimute de 141o
8’, com a distância de
24 metros até o ponto 18, com as coordenadas 7.770.952,7 E e 623.712,6 N, com
azimute de 130o
44’, com a distância de 29 metros até o ponto 19, com as coordenadas
7.770.933,7 E e 623.734,7 N, com azimute de 152o
39’, com a distância de 50 metros
até o ponto 20, com as coordenadas 7.770.889,2 E e 623.757,7 N, com azimute de 27o
49’, com a distância de 40 metros até o ponto 21, com as coordenadas 7.770.924,4 E e
623.776,3 N, com azimute de 50o 52’, com a distância de 26 metros até o ponto 22, com
as coordenadas 7.770.941,0 E e 623.796,7 N, com azimute de 166o 33’, com a distância
de 52 metros até o ponto 23, com as coordenadas 7.770.890,8 E e 623.808,7 N, com
azimute de 141o
26’, com a distância de 52 metros até o ponto 24, com as coordenadas
7.770.850,0 E e 623.841,2 N, com azimute de 103o 3’, com a distância de 41 metros até
o ponto 25, com as coordenadas 7.770.840,8 E e 623.880,7 N, com azimute de 82o 12’,
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com a distância de 17 metros até o ponto 26, com as coordenadas 7.770.843,1 E e
623.897,3 N, com azimute de 103o
23’, com a distância de 34 metros até o ponto 27,
com as coordenadas 7.770.835,3 E e 623.930 N, com azimute de 78o 4’, com a distância
de 58 metros até o ponto 28, com as coordenadas 7.770.847,3 E e 623.987 N, com
azimute de 58o
27’, com a distância de 54 metros até o ponto 29, com as coordenadas
7.770.875,8 E e 624.033,3 N, com azimute de 48o
11’, com a distância de 63 metros até
o ponto 30, com as coordenadas 7.770.917,4 E e 624.079,9 N, com azimute de 51o 16’,
com a distância de 44 metros até o ponto 31, com as coordenadas 7.770.944,7 E e
624.113,9 N, com azimute de 88o 10’, com a distância de 38 metros até o ponto 32, com
as coordenadas 7.770.945,9 E e 624.151,6 N, com azimute de 112o 52’, com a distância
de 40 metros até o ponto 33, com as coordenadas 7.770.930,4 E e 624.188,3 N, com
azimute de 56o
6’, com a distância de 56 metros até o ponto 34, com as coordenadas
7.770.961,7 E e 624.234,8 N, com azimute de 64o
29’, com a distância de 52 metros até
o ponto 35, com as coordenadas 7.770.984,2 E e 624.282,1 N, com azimute de 66o 29’,
com a distância de 53 metros até o ponto 36, com as coordenadas 7.771.005,4 E e
624.330,8 N, com azimute de 185o 4’, com a distância de 54 metros até o ponto 37, com
as coordenadas 7.770.951,3 E e 624.326 N, com azimute de 112o
25’, com a distância
de 43 metros até o ponto 38, com as coordenadas 7.770.935,0 E e 624.365,5 N, com
azimute de 151o
44’, com a distância de 24 metros até o ponto 39, com as coordenadas
7.770.913,8 E e 624.376,9 N, com azimute de 219o
37’, com a distância de 46 metros
até o ponto 40, com as coordenadas 7.770.878,7 E e 624.347,8 N, com azimute de 198o
20’, com a distância de 17 metros até o ponto 41, com as coordenadas 7.770.862,7 E e
624.342,5 N, com azimute de 167o
50’, com a distância de 49 metros até o ponto 42,
com as coordenadas 7.770.814,5 E e 624.352,9 N, com azimute de 161o
9’, com a
distância de 29 metros até o ponto 43, com as coordenadas 7.770.786,6 E e 624.362,4
N, com azimute de 157o
13’, com a distância de 32 metros até o ponto 44, com as
coordenadas 7.770.756,9 E e 624.374,9 N, com azimute de 128o 55’, com a distância de
35 metros até o ponto 45, com as coordenadas 7.770.735,1 E e 624.401,9 N, com
azimute de 96o
18’, com a distância de 55 metros até o ponto 46, com as coordenadas
7.770.729,0 E e 624.456,7 N, com azimute de 52o
23’, com a distância de 35 metros até
o ponto 47, com as coordenadas 7.770.750,7 E e 624.484,8 N, com azimute de 60o 37’,
com a distância de 18 metros até o ponto 48, com as coordenadas 7.770.759,4 E e
624.500,4 N, com azimute de 114o
21’, com a distância de 68 metros até o ponto 49,
com as coordenadas 7.770.731,4 E e 624.562,4 N, com azimute de 78o
16’, com a
distância de 20 metros até o ponto 50, com as coordenadas 7.770.735,5 E e 624.582,2
N, com azimute de 95o
27’, com a distância de 92 metros até o ponto 51, com as
coordenadas 7.770.726,7 E e 624.674,1 N, com azimute de 57o
51’, com a distância de
73 metros até o ponto 52, com as coordenadas 7.770.765,8 E e 624.736,3 N, com
azimute de 9o
40’, com a distância de 40 metros até o ponto 53, com as coordenadas
7.770.805,1 E e 624.743 N, com azimute de 18o 59’, com a distância de 27 metros até o
ponto 54, com as coordenadas 7.770.830,4 E e 624.751,7 N, com azimute de 30o
20’,
com a distância de 14 metros até o ponto 55, com as coordenadas 7.770.842,6 E e
624.758,9 N, com azimute de 30o 37’, com a distância de 21 metros até o ponto 56, com
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as coordenadas 7.770.860,4 E e 624.769,4 N, com azimute de 22o 1’, com a distância de
18 metros até o ponto 57, com as coordenadas 7.770.877,4 E e 624.776,3 N, com
azimute de 34o
22’, com a distância de 6 metros até o ponto 58, com as coordenadas
7.770.882,1 E e 624.779,5 N, com azimute de 34o
37’, com a distância de 31 metros até
o ponto 59, com as coordenadas 7.770.907,8 E e 624.797,2 N, com azimute de 28o 37’,
com a distância de 20 metros até o ponto 60, com as coordenadas 7.770.925,5 E e
624.806,9 N, com azimute de 41o 2’, com a distância de 50 metros até o ponto 61, com
as coordenadas 7.770.963,4 E e 624.839,9 N, com azimute de 15o
47’, com a distância
de 25 metros até o ponto 62, com as coordenadas 7.770.987,5 E e 624.846,7 N, com
azimute de 51o
5’, com a distância de 46 metros até o ponto 63, com as coordenadas
7.771.016,6 E e 624.882,8 N, com azimute de 32o
18’, com a distância de 111 metros
até o ponto 64, com as coordenadas 7.771.110,4 E e 624.942,1 N, com azimute de 134o
10’, com a distância de 68 metros até o ponto 65, com as coordenadas 7.771.063,3 E e
624.990,6 N, com azimute de 100o
52’, com a distância de 42 metros até o ponto 66,
com as coordenadas 7.771.055,4 E e 625.031,6 N, com azimute de 19o
53’, com a
distância de 18 metros até o ponto 67, com as coordenadas 7.771.072,2 E e 625.037,7
N, com azimute de 60o
22’, com a distância de 66 metros até o ponto 68, com as
coordenadas 7.771.105,0 E e 625.095,4 N, com azimute de 60o
25’, com a distância de
29 metros até o ponto 69, com as coordenadas 7.771.119,4 E e 625.120,7 N, com
azimute de 94o
22’, com a distância de 80 metros até o ponto 70, com as coordenadas
7.771.113,3 E e 625.200,7 N, com azimute de 10o
3’, com a distância de 34 metros até o
ponto 71, com as coordenadas 7.771.147,1 E e 625.206,7 N, com azimute de 357o
48’,
com a distância de 45 metros até o ponto 72, com as coordenadas 7.771.191,6 E e
625.205 N, com azimute de 77o
38’, com a distância de 51 metros até o ponto 73, com
as coordenadas 7.771.202,5 E e 625.255,1 N, com azimute de 70o
58’, com a distância
de 70 metros até o ponto 74, com as coordenadas 7.771.225,4 E e 625.321,5 N, com
azimute de 49o
4’, com a distância de 46 metros até o ponto 75, com as coordenadas
7.771.255,8 E e 625.356,5 N, com azimute de 71o
10’, com a distância de 98 metros até
o ponto 76, com as coordenadas 7.771.287,5 E e 625.449,7 N, com azimute de 56o 17’,
com a distância de 66 metros até o ponto 77, com as coordenadas 7.771.324,1 E e
625.504,5 N, com azimute de 358o
23’, com a distância de 35 metros até o ponto 78,
com as coordenadas 7.771.359,5 E e 625.503,5 N, com azimute de 32o
28’, com a
distância de 31 metros até o ponto 79, com as coordenadas 7.771.386,1 E e 625.520,4
N, com azimute de 93o
52’, com a distância de 78 metros até o ponto 80, com as
coordenadas 7.771.380,8 E e 625.598,3 N, com azimute de 49o
19’, com a distância de
50 metros até o ponto 81, com as coordenadas 7.771.413,7 E e 625.636,6 N, com
azimute de 174o
3’, com a distância de 45 metros até o ponto 82, com as coordenadas
7.771.368,5 E e 625.641,3 N, com azimute de 175o 8’, com a distância de 22 metros até
o ponto 83, com as coordenadas 7.771.346,2 E e 625.643,2 N, com azimute de 201o 19’,
com a distância de 37 metros até o ponto 84, com as coordenadas 7.771.312,1 E e
625629,9 N, com azimute de 226o
44’, com a distância de 34 metros até o ponto 85,
com as coordenadas 7.771.289,2 E e 625605,5 N, com azimute de 230o
40’, com a
distância de 28 metros até o ponto 86, com as coordenadas 7.771.271,1 E e 625.583,5
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N, com azimute de 198o
38’, com a distância de 37 metros até o ponto 87, com as
coordenadas 7.771.235,9 E e 625.571,6 N, com azimute de 172o 45’, com a distância de
44 metros até o ponto 88, com as coordenadas 7.771.192,6 E e 625.577,1 N, com
azimute de 176o
5’, com a distância de 57 metros até o ponto 89, com as coordenadas
7.771.135,6 E e 625.581 N, com azimute de 179o
56’, com a distância de 89 metros até
o ponto 90, com as coordenadas 7.771.046,6 E e 625.581,1 N, com azimute de 180o 31’,
com a distância de 54 metros até o ponto 91, com as coordenadas 7.770.992,7 E e
625.580,6 N, com azimute de 184o
42’, com a distância de 72 metros até o ponto 92,
com as coordenadas 7.770.921,1 E e 625.574,7 N, com azimute de 194o
31’, com a
distância de 71 metros até o ponto 93, com as coordenadas 7.770.852,8 E e 625.557 N,
com azimute de 200o
7’, com a distância de 35 metros até o ponto 94, com as
coordenadas 7.770.819,5 E e 625.544,8 N, com azimute de 228o 23’, com a distância de
18 metros até o ponto 95, com as coordenadas 7.770.807,7 E e 625.531,5 N, com
azimute de 240o
23’, com a distância de 29 metros até o ponto 96, com as coordenadas
7.770.793,6 E e 625.506,6 N, com azimute de 219o
54’, com a distância de 42 metros
até o ponto 97, com as coordenadas 7.770.761,5 E e 625.479,8 N, com azimute de 200o
37’, com a distância de 43 metros até o ponto 98, com as coordenadas 7.770.720,9 E e
625.464,5 N, com azimute de 207o 1’, com a distância de 39 metros até o ponto 99, com
as coordenadas 7.770.686,2 E e 625.446,8 N, com azimute de 239o 36’, com a distância
de 49 metros até o ponto 100, com as coordenadas 7.770.661,2 E e 625.404,2 N, com
azimute de 217o 56’, com a distância de 36 metros até o ponto 101, com as coordenadas
7.770.632,6 E e 625.381,9 N, com azimute de 232o
28’, com a distância de 41 metros
até o ponto 102, com as coordenadas 7.770.607,7 E e 625.349,5 N, com azimute de
233o
23’, com a distância de 28 metros até o ponto 103, com as coordenadas
7.770.590,9 E e 625.326,8 N, com azimute de 249o
50’, com a distância de 65 metros
até o ponto 104, com as coordenadas 7.770.568,4 E e 625.265,7 N, com azimute de
251o 6’, com a distância de 42 metros até o ponto 105, com as coordenadas 7.770.554,8
E e 625.225,8 N, com azimute de 237o
24’, com a distância de 48 metros até o ponto
106, com as coordenadas 7.770.528,7 E e 625.185 N, com azimute de 252o
39’, com a
distância de 57 metros até o ponto 107, com as coordenadas 7.770.511,6 E e 625.130,3
N, com azimute de 239o
28’, com a distância de 39 metros até o ponto 108, com as
coordenadas 7.770.491,9 E e 625.096,8 N, com azimute de 232o 47’, com a distância de
29 metros até o ponto 109, com as coordenadas 7.770.474,1 E e 625.073,4 N, com
azimute de 240o 45’, com a distância de 30 metros até o ponto 110, com as coordenadas
7.770.459,7 E e 625.047,6 N, com azimute de 228o
21’, com a distância de 37 metros
até o ponto 111, com as coordenadas 7.770.435,4 E e 625.020,3 N, com azimute de
239o
33’, com a distância de 46 metros até o ponto 112, com as coordenadas
7.770.412,2 E e 624.980,8 N, com azimute de 240o 0’, com a distância de 64 metros até
o ponto 113, com as coordenadas 7.770.380,3 E e 624.925,5 N, com azimute de 231o
20’, com a distância de 47 metros até o ponto 114, com as coordenadas 7.770.351,1 E e
624.889,1 N, com azimute de 246o
29’, com a distância de 28 metros até o ponto 115,
com as coordenadas 7.770.340,0 E e 624.863,5 N, com azimute de 255o
55’, com a
distância de 66 metros até o ponto 116, com as coordenadas 7.770.324,0 E e 624.799,7
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N, com azimute de 251o
36’, com a distância de 27 metros até o ponto 117, com as
coordenadas 7.770.315,4 E e 624.773,8 N, com azimute de 234o 32’, com a distância de
32 metros até o ponto 118, com as coordenadas 7.770.297,0 E e 624.748 N, com
azimute de 251o
2’, com a distância de 48 metros até o ponto 119, com as coordenadas
7.770.281,3 E e 624.702,3 N, com azimute de 243o
18’, com a distância de 76 metros
até o ponto 120, com as coordenadas 7.770.247,1 E e 624.634,3 N, com azimute de
239o
25’, com a distância de 51 metros até o ponto 121, com as coordenadas
7.770.221,4 E e 624.590,8 N, com azimute de 240o
36’, com a distância de 98 metros
até o ponto 122, com as coordenadas 7.770.173,3 E e 624.505,3 N, com azimute de
241o
59’, com a distância de 56 metros até o ponto 123, com as coordenadas
7.770.146,8 E e 624.455,5 N, com azimute de 245o
13’, com a distância de 45 metros
até o ponto 124, com as coordenadas 7.770.127,9 E e 624.414,6 N, com azimute de
266o
26’, com a distância de 40 metros até o ponto 125, com as coordenadas
7.770.125,4 E e 624.374,6 N, com azimute de 295o
17’, com a distância de 52 metros
até o ponto 126, com as coordenadas 7.770.147,7 E e 624.327,5 N, com azimute de
265o
48’, com a distância de 73 metros até o ponto 127, com as coordenadas
7.770.142,3 E e 624.254,7 N, com azimute de 275o
29’, com a distância de 50 metros
até o ponto 128, com as coordenadas 7.770.147,2 E e 624.204,6 N, com azimute de
276o
29’, com a distância de 62 metros até o ponto 129, com as coordenadas
7.770.154,2 E e 624.142,8 N, com azimute de 267o
39’, com a distância de 28 metros
até o ponto 130, com as coordenadas 7.770.153,1 E e 6241.14,9 N, com azimute de
241o
22’, com a distância de 58 metros até o ponto 131, com as coordenadas
7.770.125,1 E e 624.063,7 N, com azimute de 252o
18’, com a distância de 20 metros
até o ponto 132, com as coordenadas 7.770.118,9 E e 624.044,3 N, com azimute de
224o
17’, com a distância de 64 metros até o ponto 133, com as coordenadas
7.770.073,0 E e 623.999,5 N, com azimute de 217o
39’, com a distância de 89 metros
até o ponto 134, com as coordenadas 7.770.002,9 E e 623.945,4 N, com azimute de
224o
26’, com a distância de 19 metros até o ponto 135, com as coordenadas
7.769.989,0 E e 623.931,8 N, com azimute de 237o 3’, com a distância de 44 metros até
o ponto 136, com as coordenadas 7.769.964,9 E e 623.894,6 N, com azimute de 229o
16’, com a distância de 73 metros até o ponto 137, com as coordenadas 7.769.917,6 E e
623.839,6 N, com azimute de 280o
59’, com a distância de 31 metros até o ponto 138,
com as coordenadas 7.769.923,5 E e 623.809 N, com azimute de 284o
13’, com a
distância de 49 metros até o ponto 139, com as coordenadas 7.769.935,5 E e 623.761,5
N, com azimute de 266o
28’, com a distância de 51 metros até o ponto 140, com as
coordenadas 7.769.932,4 E e 623.710,6 N, com azimute de 303o 25’, com a distância de
37 metros até o ponto 141, com as coordenadas 7.769.952,8 E e 623.679,7 N, com
azimute de 251o 14’, com a distância de 22 metros até o ponto 142, com as coordenadas
7.769.945,8 E e 623.659,2 N, com azimute de 245o
31’, com a distância de 68 metros
até o ponto 143, com as coordenadas 7.769.917,8 E e 623.597,5 N, com azimute de
252o 9’, com a distância de 39 metros até o ponto 144, com as coordenadas 7.769.905,8
E e 623.560,2 N, com azimute de 235o 8’, com a distância de 15 metros até o ponto 145,
com as coordenadas 7.769.897,5 E e 623.548,3 N, com azimute de 224o
38’, com a
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distância de 47 metros até o ponto 146, com as coordenadas 7.769.863,8 E e 623.515 N,
com azimute de 232o
37’, com a distância de 69 metros até o ponto 147, com as
coordenadas 7.769.821,7 E e 623.459,9 N, com azimute de 228o
7’, com a distância de
40 metros até o ponto 148, com as coordenadas 7.769.795,0 E e 623.430,1 N, com
azimute de 250o
8’, com a distância de 22 metros até o ponto 149, com as coordenadas
7.769.787,5 E e 623.409,5 N, com azimute de 259o
44’, com a distância de 15 metros
até o ponto 150, com as coordenadas 7.769.784,9 E e 623.394,7 N, com azimute de
278o
23’, com a distância de 41 metros até o ponto 151, com as coordenadas
7.769.790,8 E e 623.354,6 N, com azimute de 256o
41’, com a distância de 55 metros
até o ponto 152, com as coordenadas 7.769.778,0 E e 623.300,6 N, com azimute de
291o
18’, com a distância de 50 metros até o ponto 153, com as coordenadas
7.769.796,3 E e 623.253,7 N, com azimute de 276o
41’, com a distância de 50 metros
até o ponto 154, com as coordenadas 7.769.802,2 E e 623.203,7 N, com azimute de
281o
39’, com a distância de 35 metros até o ponto 155, com as coordenadas
7.769.809,2 E e 623.169,7 N, com azimute de 250o
30’, com a distância de 22 metros
até o ponto 156, com as coordenadas 7.769.801,8 E e 623.148,8 N, com azimute de
225o
11’, com a distância de 54 metros até o ponto 157, com as coordenadas
7.769.763,9 E e 623.110,7 N, com azimute de 231o
41’, com a distância de 64 metros
até o ponto 158, com as coordenadas 7.769.724,0 E e 623.060,2 N, com azimute de
244o
50’, com a distância de 34 metros até o ponto 159, com as coordenadas
7.769.709,7 E e 623.029,6 N, com azimute de 256o 6’, com a distância de 69 metros até
o ponto 160, com as coordenadas 7.769.693,0 E e 622.962,4 N, com azimute de 251o
57’, com a distância de 62 metros até o ponto 161, com as coordenadas 7.769.673,7 E e
622.903 N, com azimute de 254o
52’, com a distância de 49 metros até o ponto 162,
com as coordenadas 7.769.661,0 E e 622.856 N, com azimute de 243o
27’, com a
distância de 56 metros até o ponto 163, com as coordenadas 7.769.636,0 E e 622.806 N,
com azimute de 238o
24’, com a distância de 34 metros até o ponto 164, com as
coordenadas 7.769.618,2 E e 622.777 N, com azimute de 243o
40’, com a distância de
86 metros até o ponto 165, com as coordenadas 7.769.580,1 E e 622.700,1 N, com
azimute de 255o 27’, com a distância de 58 metros até o ponto 166, com as coordenadas
7.769.565,6 E e 622.643,9 N, com azimute de 246o
23’, com a distância de 55 metros
até o ponto 167, com as coordenadas 7.769.543,5 E e 622.593,5 N, com azimute de
229o 1’, com a distância de 68 metros até o ponto 168, com as coordenadas 7.769.499,2
E e 622.542,4 N, com azimute de 232o
28’, com a distância de 19 metros até o ponto
169, com as coordenadas 7.769.487,9 E e 622.527,7 N, com azimute de 243o 44’, com a
distância de 28 metros até o ponto 170, com as coordenadas 7.769.475,6 E e 622.502,8
N, com azimute de 248o
37’, com a distância de 30 metros até o ponto 171, com as
coordenadas 7.769.464,7 E e 622.474,9 N, com azimute de 236o 56’, com a distância de
31 metros até o ponto 172, com as coordenadas 7.769.447,5 E e 622.448,5 N, com
azimute de 232o 47’, com a distância de 39 metros até o ponto 173, com as coordenadas
7.769.423,9 E e 622.417,4 N, com azimute de 259o
59’, com a distância de 43 metros
até o ponto 174, com as coordenadas 7.769.416,5 E e 622.375,5 N, com azimute de
264o
25’, com a distância de 70 metros até o ponto 175, com as coordenadas
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7.769.409,7 E e 622.305,6 N, com azimute de 277o
48’, com a distância de 88 metros
até o ponto 176, com as coordenadas 7.769.421,6 E e 622.218,2 N, com azimute de
247o
38’, com a distância de 32 metros até o ponto 177, com as coordenadas
7.769.409,4 E e 622.188,5 N, com azimute de 235o 0’, com a distância de 30 metros até
o ponto 178, com as coordenadas 7.769.392,2 E e 622.163,9 N, com azimute de 228o
58’, com a distância de 101 metros até o ponto 179, com as coordenadas 7.769.326,0 E
e 622.087,8 N, com azimute de 231o 42’, com a distância de 66 metros até o ponto 180,
com as coordenadas 7.769.284,9 E e 622.035,8 N, com azimute de 235o
36’, com a
distância de 63 metros até o ponto 181, com as coordenadas 7.769.249,4 E e 621.983,9
N, com azimute de 223o
14’, com a distância de 20 metros até o ponto 182, com as
coordenadas 7.769.234,6 E e 621.970 N, com azimute de 242o
19’, com a distância de
31 metros até o ponto 183, com as coordenadas 7.769.220,1 E e 621.942,4 N, com
azimute de 230o 45’, com a distância de 21 metros até o ponto 184, com as coordenadas
7.769.206,9 E e 621.926,2 N, com azimute de 243o
29’, com a distância de 63 metros
até o ponto 185, com as coordenadas 7.769.179,0 E e 621.870,2 N, com azimute de
254o
10’, com a distância de 25 metros até o ponto 186, com as coordenadas
7.769.172,1 E e 621.846 N, com azimute de 259o
26’, com a distância de 38 metros até
o ponto 187, com as coordenadas 7.769.165,1 E e 621.808,6 N, com azimute de 253o
19’, com a distância de 37 metros até o ponto 188, com as coordenadas 7.769.154,5 E e
621.773 N, com azimute de 271o
16’, com a distância de 53 metros até o ponto 189,
com as coordenadas 7.769.155,7 E e 621.720,3 N, com azimute de 265o
5’, com a
distância de 64 metros até o ponto 190, com as coordenadas 7.769.150,2 E e 621.656,7
N, com azimute de 263o
31’, com a distância de 65 metros até o ponto 191, com as
coordenadas 7.769.142,8 E e 621.591,7 N, com azimute de 268o 31’, com a distância de
107 metros até o ponto 192, com as coordenadas 7.769.140,1 E e 621.485,1 N, com
azimute de 238o 20’, com a distância de 16 metros até o ponto 193, com as coordenadas
7.769.131,6 E e 621.471,4 N, com azimute de 249o 0’, com a distância de 31 metros até
o ponto 194, com as coordenadas 7.769.120,7 E e 621.442,9 N, com azimute de 255o
50’, com a distância de 74 metros até o ponto 195, com as coordenadas 7.769.102,6 E e
621.371,3 N, com azimute de 255o 50’, com a distância de 100 metros até o ponto 196,
com as coordenadas 7.769.078,2 E e 621.274,5 N, com azimute de 352o
5’, com a
distância de 124 metros até o ponto 197, com as coordenadas 7.769.201,4 E e 621.257,4
N, com azimute de 315o
0’, com a distância de 75 metros até o ponto 198, com as
coordenadas 7.769.254,3 E e 621.204,5 N, com azimute de 291o 46’, com a distância de
57 metros até o ponto 199, com as coordenadas 7.769.275,5 E e 621.151,5 N, com
azimute de 310o 37’, com a distância de 98 metros até o ponto 200, com as coordenadas
7.769.339,0 E e 621.077,5 N, com azimute de 331o
23’, com a distância de 133 metros
até o ponto 201, com as coordenadas 7.769.455,4 E e 621.014 N, com azimute de 18o
24’, com a distância de 100 metros até o ponto 202, com as coordenadas 7.769.550,7 E
e 621.045,7 N, com azimute de 16o 43’, com a distância de 111 metros até o ponto 203,
com as coordenadas 7.769.656,5 E e 621.077,5 N, com azimute de 338o
29’, com a
distância de 80 metros até o ponto 204, com as coordenadas 7.769.730,6 E e 621.048,3
N, com azimute de 33o
9’, com a distância de 31 metros até o ponto 205, com as
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coordenadas 7.769.756,3 E e 621.065,1 N, com azimute de 68o
13’, com a distância de
35 metros até o ponto 206, com as coordenadas 7.769.769,2 E e 621.097,3 N, com
azimute de 355o 59’, com a distância de 19 metros até o ponto 207, com as coordenadas
7.769.787,7 E e 621.096 N, com azimute de 317o
23’, com a distância de 26 metros até
o ponto 208, com as coordenadas 7.769.806,8 E e 621.078,5 N, com azimute de 284o
55’, com a distância de 31 metros até o ponto 209, com as coordenadas 7.769.814,7 E e
621.048,8 N, com azimute de 252o
46’, com a distância de 32 metros até o ponto 210,
com as coordenadas 7.769.805,2 E e 621.018,2 N, com azimute de 290o
49’, com a
distância de 36 metros até o ponto 211, com as coordenadas 7.769.817,9 E e 620.984,8
N, com azimute de 316o
10’, com a distância de 36 metros até o ponto 212, com as
coordenadas 7.769.844,1 E e 620.959,7 N, com azimute de 360o
0’, com a distância de
40 metros até o ponto 213, com as coordenadas 7.769.884,4 E e 620.959,7 N, com
azimute de 28o
16’, com a distância de 65 metros até o ponto 214, com as coordenadas
7.769.941,7 E e 620.990,5 N, com azimute de 37o
11’, com a distância de 41 metros até
o ponto 215, com as coordenadas 7.769.974,4 E e 621.015,3 N, com azimute de 54o 9’,
com a distância de 64 metros até o ponto 216, com as coordenadas 7.770.012,1 E e
621.067,5 N, com azimute de 111o
21’, com a distância de 65 metros até o ponto 217,
com as coordenadas 7.769.988,3 E e 621.128,4 N, com azimute de 26o
56’, com a
distância de 45 metros até o ponto 218, com as coordenadas 7.770.028,6 E e 621.148,9
N, com azimute de 360o
0’, com a distância de 18 metros até o ponto 219, com as
coordenadas 7.770.046,5 E e 621.148,9 N, com azimute de 33o
25’, com a distância de
32 metros até o ponto 220, com as coordenadas 7.770.073,6 E e 621.166,8 N, com
azimute de 65o
52’, com a distância de 55 metros até o ponto 221, com as coordenadas
7.770.096,1 E e 621.217 N, com azimute de 353o
39’, com a distância de 35 metros até
o ponto 222, com as coordenadas 7.770.131,1 E e 621.213,1 N, com azimute de 292o
50’, com a distância de 41 metros até o ponto 223, com as coordenadas 7.770.147,0 E e
621.175,4 N, com azimute de 10o
37’, com a distância de 25 metros até o ponto 224,
com as coordenadas 7.770.171,5 E e 621.180 N, com azimute de 29o 8’, com a distância
de 54 metros até o ponto 225, com as coordenadas 7.770.218,7 E e 621.206,3 N, com
azimute de 58o
22’, com a distância de 72 metros até o ponto 226, com as coordenadas
7.770.256,6 E e 621.267,9 N, com azimute de 28o
39’, com a distância de 59 metros até
o ponto 227, com as coordenadas 7.770.308,8 E e 621.296,4 N, com azimute de 12o 58’,
com a distância de 63 metros até o ponto 228, com as coordenadas 7.770.370,5 E e
621.310,6 N, com azimute de 330o
12’, com a distância de 38 metros até o ponto 229,
com as coordenadas 7.770.403,6 E e 621.291,6 N, com azimute de 296o
34’, com a
distância de 64 metros até o ponto 230, com as coordenadas 7.770.432,1 E e 621.234,7
N, com azimute de 283o
14’, com a distância de 83 metros até o ponto 231, com as
coordenadas 7.770.451,1 E e 621.154,1 N, com azimute de 300o 58’, com a distância de
83 metros até o ponto 232, com as coordenadas 7.770.493,7 E e 621.083 N, com
azimute de 298o 35’, com a distância de 59 metros até o ponto 233, com as coordenadas
7.770.522,2 E e 621.030,8 N, com azimute de 59o
14’, com a distância de 69 metros até
o ponto 234, com as coordenadas 7.770.557,5 E e 621.090,1 N, com azimute de 350o 3’,
com a distância de 23 metros até o ponto 235, com as coordenadas 7.770.580,3 E e
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621.086,1 N, com azimute de 290o
31’, com a distância de 17 metros até o ponto 236,
com as coordenadas 7.770.586,3 E e 621.070,2 N, com azimute de 285o
26’, com a
distância de 50 metros até o ponto 237, com as coordenadas 7.770.599,5 E e 621.022,3
N, com azimute de 272o
43’, com a distância de 28 metros até o ponto 238, com as
coordenadas 7.770.600,8 E e 620.994,5 N, com azimute de 228o 48’, com a distância de
25 metros até o ponto 239, com as coordenadas 7.770.584,3 E e 620.975,6 N, com
azimute de 228o 56’, com a distância de 27 metros até o ponto 240, com as coordenadas
7.770.566,4 E e 620.955,1 N, com azimute de 328o
53’, com a distância de 37 metros
até o ponto 241, com as coordenadas 7.770.598,1 E e 620.936 N, com azimute de 6o
17’, com a distância de 43 metros até o ponto 242, com as coordenadas 7.770.640,8 E e
620.940,7 N, com azimute de 7o 8’, com a distância de 76 metros até o ponto 243, com
as coordenadas 7.770.716,6 E e 620.950,2 N, com azimute de 351o 29’, com a distância
de 96 metros até o ponto 244, com as coordenadas 7.770.811,5 E e 620.936 N, com
azimute de 330o 57’, com a distância de 49 metros até o ponto 245, com as coordenadas
7.770.854,1 E e 620.912,3 N, com azimute de 306o 0’, com a distância de 65 metros até
o ponto 246, com as coordenadas 7.770.892,1 E e 620.860,1 N, com azimute de 300o
58’, com a distância de 28 metros até o ponto 247, com as coordenadas 7.770.906,3 E e
620.836,4 N, com azimute de 312o
30’, com a distância de 77 metros até o ponto 248,
com as coordenadas 7.770.958,5 E e 620.779,5 N, com azimute de 314o
59’, com a
distância de 47 metros até o ponto 249, com as coordenadas 7.770.991,7 E e 620.746,3
N, com azimute de 333o
25’, com a distância de 74 metros até o ponto 250, com as
coordenadas 7.771.058,1 E e 620.713,1 N, com azimute de 349o 40’, com a distância de
53 metros até o ponto 251, com as coordenadas 7.771.110,2 E e 620.703,6 N, com
azimute de 16o
40’, com a distância de 50 metros até o ponto 252, com as coordenadas
7.771.157,6 E e 620.717,8 N, com azimute de 3o 51’, com a distância de 71 metros até o
ponto 253, com as coordenadas 7.771.228,8 E e 620.722,6 N, com azimute de 360o
0’,
com a distância de 43 metros até o ponto 254, com as coordenadas 7.771.271,5 E e
620.722,6 N, com azimute de 339o
28’, com a distância de 41 metros até o ponto 255,
com as coordenadas 7.771.309,4 E e 620.708,4 N, com azimute de 327o
31’, com a
distância de 62 metros até o ponto 256, com as coordenadas 7.771.361,6 E e 620.675,2
N, com azimute de 318o
19’, com a distância de 57 metros até o ponto 257, com as
coordenadas 7.771.404,2 E e 620.637,2 N, com azimute de 347o
1’, com a distância de
63 metros até o ponto 258, com as coordenadas 7.771.465,9 E e 620.623 N, com
azimute de 25o
10’, com a distância de 89 metros até o ponto 259, com as coordenadas
7.771.546,5 E e 620.660,9 N, com azimute de 13o
3’, com a distância de 63 metros até o
ponto 260, com as coordenadas 7.771.608,1 E e 620.675,2 N, com azimute de 36o
0’,
com a distância de 64 metros até o ponto 261, com as coordenadas 7.771.660,3 E e
620.713,1 N, com azimute de 56o
18’, com a distância de 68 metros até o ponto 262,
com as coordenadas 7.771.698,2 E e 620.770 N, com azimute de 75o
34’, com a
distância de 106 metros até o ponto 263, com as coordenadas 7.771.724,6 E e 620.872,5
N, com azimute de 130o
4’, com a distância de 24 metros até o ponto 264, com as
coordenadas 7.771.709,0 E e 620.891,1 N, com azimute de 120o 41’, com a distância de
27 metros até o ponto 265, com as coordenadas 7.771.695,3 E e 620.914,2 N, com
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azimute de 127o 27’, com a distância de 20 metros até o ponto 266, com as coordenadas
7.771.682,9 E e 620.930,4 N, com azimute de 110o
42’, com a distância de 48 metros
até o ponto 267, com as coordenadas 7.771.666,0 E e 620.975,1 N, com azimute de
115o
41’, com a distância de 35 metros até o ponto 268, com as coordenadas
7.771.650,9 E e 621.006,4 N, com azimute de 142o
36’, com a distância de 37 metros
até o ponto 269, com as coordenadas 7.771.621,9 E e 621.028,6 N, com azimute de
130o
53’, com a distância de 29 metros até o ponto 270, com as coordenadas
7.771.602,8 E e 621.050,6 N, com azimute de 117o
44’, com a distância de 31 metros
até o ponto 271, com as coordenadas 7.771.588,2 E e 621.078,3 N, com azimute de
109o
37’, com a distância de 58 metros até o ponto 272, com as coordenadas
7.771.568,6 E e 621133,4 N, com azimute de 126o
19’, com a distância de 17 metros até
o ponto 273, com as coordenadas 7.771.558,8 E e 621.146,7 N, com azimute de 134o
48’, com a distância de 37 metros até o ponto 274, com as coordenadas 7.771.532,5 E e
621.173,2 N, com azimute de 146o
26’, com a distância de 17 metros até o ponto 275,
com as coordenadas 7.771.518,2 E e 621.182,7 N, com azimute de 142o
10’, com a
distância de 40 metros até o ponto 276, com as coordenadas 7.771.486,2 E e 621.207,5
N, com azimute de 85o
53’, com a distância de 30 metros até o ponto 277, com as
coordenadas 7.771.488,4 E e 621.237,4 N, com azimute de 78o
15’, com a distância de
49 metros até o ponto 278, com as coordenadas 7.771.498,2 E e 621.284,9 N, com
azimute de 79o
7’, com a distância de 116 metros até o ponto 279, com as coordenadas
7.771.520,2 E e 621.399,1 N, com azimute de 80o
21’, com a distância de 25 metros até
o ponto 280, com as coordenadas 7.771.524,4 E e 621.423,7 N, com azimute de 120o
24’, com a distância de 89 metros até o ponto 281, com as coordenadas 7.771.479,1 E e
621.500,8 N, com azimute de 107o
55’, com a distância de 67 metros até o ponto 282,
com as coordenadas 7.771.458,6 E e 621.564,3 N, com azimute de 107o
54’, com a
distância de 58 metros até o ponto 283, com as coordenadas 7.771.440,8 E e 621.619,3
N, com azimute de 109o
40’, com a distância de 33 metros até o ponto 284, com as
coordenadas 7.771.429,7 E e 621.650,3 N, com azimute de 95o
29’, com a distância de
36 metros até o ponto 285, com as coordenadas 7.771.426,3 E e 621.686,4 N, com
azimute de 83o
51’, com a distância de 37 metros até o ponto 286, com as coordenadas
7.771.430,2 E e 621.723 N, com azimute de 158o 2’, com a distância de 89 metros até o
ponto 287, com as coordenadas 7.771.347,3 E e 621.756,4 N, com azimute de 104o
2’,
com a distância de 59 metros até o ponto 288, com as coordenadas 7.771.333,1 E e
621.813,3 N, com azimute de 74o 3’, com a distância de 35 metros até o ponto 289, com
as coordenadas 7.771.342,6 E e 621.846,5 N, com azimute de 15o
53’, com a distância
de 69 metros até o ponto 290, com as coordenadas 7.771.409,0 E e 621865,4 N, com
azimute de 24o
26’, com a distância de 57 metros até o ponto 291, com as coordenadas
7.771.461,1 E e 621.889,1 N, com azimute de 45o
2’, com a distância de 13 metros até o
ponto 292, com as coordenadas 7.771.470,6 E e 621.898,6 N, com azimute de 101o 17’,
com a distância de 73 metros até o ponto 293, com as coordenadas 7.771.456,4 E e
621.969,8 N, com azimute de 90o 0’, com a distância de 66 metros até o ponto 294, com
as coordenadas 7.771.456,4 E e 622.036,1 N, com azimute de 68o
13’, com a distância
de 77 metros até o ponto 295, com as coordenadas 7.771.484,9 E e 622.107,3 N, com
Página 63 de 64
azimute de 72o
39’, com a distância de 80 metros até o ponto 296, com as coordenadas
7.771.508,6 E e 622.183,2 N, com azimute de 76o
59’, com a distância de 63 metros até
o ponto 297, com as coordenadas 7.771.522,8 E e 622.244,8 N, com azimute de 101o
18’, com a distância de 73 metros até o ponto 298, com as coordenadas 7.771.508,6 E e
622.315,9 N, com azimute de 113o 11’, com a distância de 108 metros até o ponto 299,
com as coordenadas 7.771.465,9 E e 622.415,5 N, com azimute de 344o
28’, com a
distância de 89 metros até o ponto 300, com as coordenadas 7.771.551,2 E e 622.391,8
N, com azimute de 321o
20’, com a distância de 91 metros até o ponto 301, com as
coordenadas 7.771.622,4 E e 622.334,9 N, com azimute de 298o
4’, com a distância de
81 metros até o ponto 302, com as coordenadas 7.771.660,3 E e 622.263,8 N, com
azimute de 299o
44’, com a distância de 115 metros até o ponto 303, com as
coordenadas 7.771.717,2 E e 622.164,2 N, com azimute de 306o 51’, com a distância de
95 metros até o ponto 304, com as coordenadas 7.771.774,1 E e 622.088,3 N, com
azimute de 333o 27’, com a distância de 85 metros até o ponto 305, com as coordenadas
7.771.850,0 E e 622.050,4 N, com azimute de 24o
44’, com a distância de 68 metros até
o ponto 306, com as coordenadas 7.771.911,6 E e 622.078,8 N, com azimute de 14o 6’,
com a distância de 59 metros até o ponto 307, com as coordenadas 7.771.968,5 E e
622.093,1 N, com azimute de 350o 27’, com a distância de 110 metros até o ponto 308,
com as coordenadas 7.772.076,8 E e 622.074,9 N, com azimute de 63o
54’, com a
distância de 54 metros até o ponto 309, com as coordenadas 7.772.100,5 E e 622.123,4
N, com azimute de 96o
30’, com a distância de 92 metros até o ponto 310, com as
coordenadas 7.772.090,1 E e 622.214,7 N, com azimute de 75o
13’, com a distância de
65 metros até o ponto 311, com as coordenadas 7.772.106,7 E e 622.277,8 N, com
azimute de 75o
14’, com a distância de 63 metros até o ponto 312, com as coordenadas
7.772.122,9 E e 622.339 N, com azimute de 75o 12’, com a distância de 71 metros até o
ponto 313, com as coordenadas 7.772.141,1 E e 622.407,8 N, com azimute de 65o
8’,
com a distância de 51 metros até o ponto 314, com as coordenadas 7.772.162,4 E e
622.454 N, com azimute de 65o 11’, com a distância de 66 metros até o ponto 315, com
as coordenadas 7.772.190,1 E e 622.513,9 N, com azimute de 65o 8’, com a distância de
113 metros até o ponto 316, com as coordenadas 7.772.237,5 E e 622.616 N, com
azimute de 59o 22’, com a distância de 114 metros até o ponto 317, com as coordenadas
7.772.295,3 E e 622.713,7 N, com azimute de 59o
20’, com a distância de 79 metros até
o ponto 318, com as coordenadas 7.772.335,5 E e 622.781,5 N, com azimute de 59o 22’,
com a distância de 64 metros até o ponto 319, com as coordenadas 7.772.368,2 E e
622.836,8 N, com azimute de 49o
46’, com a distância de 64 metros até o ponto 320,
com as coordenadas 7.772.409,2 E e 622.885,3 N, com azimute de 49o
44’, com a
distância de 123 metros até o ponto 321, com as coordenadas 7.772.488,8 E e 622.979,3
N, com azimute de 94o
29’, com a distância de 132 metros até o ponto 322, com as
coordenadas 7.772.478,5 E e 623.111,2 N, com azimute de 98o
45’, com a distância de
121 metros até o ponto 323, com as coordenadas 7.772.460,1 E e 623.230,9 N, com
azimute de 96o 45’, com a distância de 176 metros até o ponto 324, com as coordenadas
7.772.439,4 E e 623.405,3 N, com azimute de 160o
39’, com a distância de 60 metros
até o ponto 325, com as coordenadas 7.772.382,7 E e 623.425,2 N, com azimute de
Página 64 de 64
167o
20’, com a distância de 682 metros até o ponto 326, com as coordenadas
7.771.717,1 E e 623.574,7 N, com azimute de 218o
15’, com a distância de 240 metros
até o ponto 1, inicial.