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Página 1 de 64 Rio Acima, 24 de maio de 2014 Laudo Técnico O presente documento tem por objetivo atender à solicitação de uma avaliação técnica preliminar decorrente do pedido de abertura de processo de tombamento da Fazenda Velha, para proteção do seu patrimônio natural e cultural, por iniciativa do prefeito, Sr. Antônio César Pires de Miranda Júnior, junto ao Conselho Municipal de Patrimônio Cultural e Natural de Rio Acima. Sua elaboração contou com a participação de técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e de profissionais ligados ao Movimento para Preservação da Serra do Gandarela. Dados gerais do município Rio Acima tem uma área de 229,812 km², inserida no bioma Mata Atlântica, com uma população de 9.090 habitantes em 2010, de acordo com o censo do IBGE. Situado na bacia hidrográfica do rio São Francisco, o município de Rio Acima é banhado pelo rio das Velhas e por vários cursos de água de menor vazão, como o rio do Peixe, córrego do Vilela, córrego do Mingu, córrego Palmital, córrego da Água Limpa, córrego do Viana, córrego Fazenda Velha e córrego Santo Antônio, que, ao desembocar contra a correnteza no rio das Velhas, produz o fenômeno das águas “correndo acima”. Daí a origem do nome do município. Rio Acima está 100% inserido na APA Sul RMBH (Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte) e possui uma APA municipal, chamada de APA do Mingu, que abriga a bacia hidrográfica de mesmo nome e uma rica vida silvestre. Devido à sua origem ligada à exploração do ouro, o município de Rio Acima se integrou à Associação do Circuito do Ouro e sua localização central nesse circuito permite acesso a vários outros municípios por estradas não pavimentadas e trilhas de grandes belezas

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Rio Acima, 24 de maio de 2014

Laudo Técnico

O presente documento tem por objetivo atender à solicitação de uma avaliação técnica

preliminar decorrente do pedido de abertura de processo de tombamento da Fazenda

Velha, para proteção do seu patrimônio natural e cultural, por iniciativa do prefeito, Sr.

Antônio César Pires de Miranda Júnior, junto ao Conselho Municipal de Patrimônio

Cultural e Natural de Rio Acima. Sua elaboração contou com a participação de técnicos da

Secretaria Municipal de Meio Ambiente e de profissionais ligados ao Movimento para

Preservação da Serra do Gandarela.

Dados gerais do município

Rio Acima tem uma área de 229,812 km², inserida no bioma Mata Atlântica, com uma

população de 9.090 habitantes em 2010, de acordo com o censo do IBGE.

Situado na bacia hidrográfica do rio São Francisco, o município de Rio Acima é banhado

pelo rio das Velhas e por vários cursos de água de menor vazão, como o rio do Peixe,

córrego do Vilela, córrego do Mingu, córrego Palmital, córrego da Água Limpa, córrego

do Viana, córrego Fazenda Velha e córrego Santo Antônio, que, ao desembocar contra a

correnteza no rio das Velhas, produz o fenômeno das águas “correndo acima”. Daí a

origem do nome do município.

Rio Acima está 100% inserido na APA Sul RMBH (Área de Proteção Ambiental Sul da

Região Metropolitana de Belo Horizonte) e possui uma APA municipal, chamada de APA

do Mingu, que abriga a bacia hidrográfica de mesmo nome e uma rica vida silvestre.

Devido à sua origem ligada à exploração do ouro, o município de Rio Acima se integrou à

Associação do Circuito do Ouro e sua localização central nesse circuito permite acesso a

vários outros municípios por estradas não pavimentadas e trilhas de grandes belezas

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naturais. A riqueza de Rio Acima está principalmente em sua matas, compostas por

vegetação campestre e suas águas, que descem por diversos córregos formando belíssimas

cachoeiras. Qualquer turista pode perceber que caminhar pelas ruas e estradas de Rio

Acima é respirar a história do Brasil e de Minas Gerais.

Histórico do município

As primeiras expedições que chegaram ao território de Minas Gerais, à procura de índios

para o apresamento e de metais preciosos, aconteceram a partir do século XVI. Segundo

historiadores, Rio Acima surgiu em 1714 como um povoado de bandeirantes, mineradores

e comerciantes de tropas em torno de uma capela erguida nas barrancas do rio das Velhas,

às margens da Estrada Real, que ligava o Rio de Janeiro a Vila Rica (hoje Ouro Preto).

Raphael Freitas Santos, em seu artigo “A Vila, a Comarca, a Capitania: conjunturas

econômicas e políticas, a partir da análise de escrituras registradas em cartório”, cita uma

escritura de procuração de 1727 na qual foi registrado que Bernardo Pinto da Fonseca era

“morador em Santa Rita, freguesia de Santo Antônio do Rio das Velhas Acima”.

Na Revista do Arquivo Nacional “Acervo” (Vol. 2, N°. 2, jul-dez 1987), consta o

“Sumário dos livros de devassas”, que se encontram no Arquivo Eclesiástico da

Arquidiocese de Mariana, que reúne o maior acervo brasileiro sobre a ação da inquisição,

sob a alçada dos bispados, na modalidade de visitas a vilas e freguesias. Neste sumário, a

Freguesia de Santo Antônio do Rio Acima foi visitada nos períodos de maio a dezembro de

1738, de junho de 1748 a abril de 1749 e de 1756 a 1757.

Pelo município passava a estrada que ligava Santa Bárbara e Ouro Preto, dentro da Serra

do Espinhaço, mais propriamente da Serra da Gandarela. O então governador da província,

Visconde de Barbacena, segundo ordens de Portugal, construiu uma base para garantir a

passagem onde hoje é conhecido como a “Fazenda da Casa de Pedra”. Em 28 de janeiro de

1773, a igreja de Nossa Senhora do Rosário foi erigida por provisão. Por várias vezes foi

suprimida esta provisão, mas em 7 de abril de 1841 foi restaurada definitivamente.

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Segundo José Flávio Morais Castro, no Quadro 1 de seu artigo “Organização Espacial da

Capitania de Minas Gerais no Século XVIII”, que apresenta as coordenadas geográficas

das paróquias das comarcas de Minas Gerais, segundo José Joaquim da Rocha em 1778,

Rio Acima era uma freguesia chamada de Santo Antônio do Rio das Velhas, que pertencia

à Comarca do Rio das Velhas.

Em 1814, segundo Eschwege, havia neste vilarejo algumas lavras que empregavam o

trabalho escravo. No final dos anos de 1830 era passagem obrigatória daqueles que se

deslocavam rumo a Vila Rica ou ainda para o Rio de Janeiro via Sabará. Em 1831 o

Império realizou um levantamento e o arraial possuía aproximadamente 450 homens livres

e aproximadamente 100 escravos.

No dia 9 de fevereiro daquele ano, o arraial passou a ser conhecido como Santo Antônio do

Rio Acima, recebendo a visita do casal imperial, Dom Pedro I e Dona Amélia

Leuchtenberg, que foram recepcionados pelo reverendo Vigário, os clérigos da freguesia e

as pessoas mais distintas do povoado, convidadas para irem à Igreja Matriz e depois à casa

onde o casal imperial iria passar o dia. Um dos acontecimentos mais marcantes porque foi

uma das últimas viagens de Dom Pedro I como imperador do Brasil, pois em abril do

mesmo ano voltava para Portugal deixando seu filho em seu lugar.

Nesta data, consta a seguinte descrição no Diário Fluminense:

“Às dez horas e meia, entraram ontem Suas Majestades

Imperiais no arraial de Santo Antônio do Rio Acima,

seguidos dos comandantes dos corpos de cavalaria e

infantaria de milícias do Sabará, que tinham ido ao seu

encontro e de muitas pessoas deste arraial e vizinhanças.

(...) O reverendo vigário, com os clérigos da freguesia e

pessoas mais distintas, receberam Suas Majestades debaixo

do pálio para irem à Igreja Matriz e, cantando o Te Deum

(Hino Litúrgico Católico), as conduziram à casa destinada

para passarem o dia, sendo tudo acompanhado de repetidos

vivas e fogos do ar, com grande concurso de pessoas. À

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noite, iluminaram-se muito bem todas as casas. Suas

Majestades Imperiais passaram sem incômodo e saíram às 5

horas da manhã. (RIHGB tomo LX, parte I,1897, p. 344)

Em 1852, Santo Antônio do Rio Acima recebeu alvará da paróquia coletiva integrante do

município de Sabará e, em 5 de fevereiro de 1891, passou a integrar o município de Villa

Nova de Lima (Nova Lima).

Em 1860 foi inaugurada a estação ferroviária e em 1921 foi inaugurado o trecho rodoviário

de Santo Antônio de Rio Acima a Belo Horizonte. A partir de 1921/23, o município sofreu

um impulso de desenvolvimento econômico com a construção de uma rodovia ligando

Belo Horizonte ao Rio de Janeiro e, em 7 de setembro de 1923, passou a ser denominado

Rio Acima. Em 1926 inicia-se o funcionamento da Cerâmica Gianetti Lotti e, após dois

anos, é inaugurada em 28 de setembro de 1928 a ponte sobre o Rio das Velhas.

A emancipação política veio em 27 de dezembro de 1948, com o Sr. Belmiro Pinto Coelho

como intendente, e em abril de 1949 foi eleito o primeiro prefeito Municipal, o Dr.

Osvaldo Couri Carneiro, que era médico e trabalhava na Casa de Saúde Pedro Giannetti. A

atual Igreja de Santo Antônio foi construída em 1957, em estilo moderno, sobre as ruínas

da antiga igreja do município, datada de janeiro de 1752.

Área de estudo

Como esta avaliação técnica preliminar é sobre o patrimônio natural e cultural da região

conhecida como “Fazenda Velha”, utilizou-se como área para uma melhor investigação os

limites definidos pelos Decretos n◦ 65, de 5/12/2006, assim como pelo Decreto n◦ 23, de

18/8/2011, que delimitam o que é hoje uma área pública (Figura 2), que está localizada no

vale do córrego Fazenda Velha, inserido na sub-bacia do rio do Peixe, afluente direto do

rio das Velhas em sua margem esquerda. Toda essa região está plenamente inserida no

Quadrilátero Ferrífero.

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Figura 1 - Vista parcial da área da Fazenda Velha (fotógrafo Robson de Oliveira)

com visada de oeste para leste na sua porção sul.

A partir daí se buscaram informações a respeito da região através de pesquisa bibliográfica,

imagens de satélite e campanhas de campo, o que embasou esta avaliação técnica

preliminar não só na caracterização dos elementos que justificam o tombamento, como na

definição dos limites da área a ser tombada que, no entanto, demandarão estudos

pormenorizados quando do dossiê de tombamento definitivo, principalmente em relação

aos vestígios arqueológicos encontrados no vale do córrego Fazenda Velha, visto que não

existem muitos dados históricos sobre esses, sua relação com os vestígios encontrados no

córrego dos Andaimes e com a própria história do município.

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Figura 2 - Delimitação da Fazenda Velha

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Constatou-se em campo, e em imagens de satélite, que parte da área de estudo já se

encontra antropizada, inclusive com passivos de atividades de mineração recentes, que

descaracterizaram porções do terreno, encontrando-se com o solo exposto e alguns

processos de erosão.

Isso serviu de parâmetro no sentido de não se incluírem essas áreas na proposta de limites

para o tombamento, visto que não mais possuíam elementos paisagísticos e naturais para

proteção. Quanto aos elementos de valor arqueológico dentro da área conhecida como

Fazenda Velha, sobre os quais não se encontraram mais estudos além daqueles realizados

pela consultoria do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Plano de Desenvolvimento de

Vargem Grande, foram inseridos no conjunto a ser protegido. Mas ressalta-se aqui que,

sendo esta uma avaliação técnica provisória, se faz necessário um estudo pormenorizado

dos vestígios arqueológicos de toda a região para além do vale do córrego da Fazenda

Velha, inclusive no vale do córrego do Andaime, de modo que a delimitação definitiva do

tombamento desses bens possa contemplar verdadeiramente o seu significado histórico e

cultural.

Dessa forma, foi delimitada uma área com vistas a contemplar oo Conjunto Paisagístico,

Arqueológico e Natural Fazenda Velha, conforme apresentado na Figura 4.

Figura 3 – Vista parcial da área proposta para o tombamento (fotógrafo Robson de Oliveira), visada de sudoeste para nordeste.

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Figura 4 - Delimitação da área para o tombamento do Conjunto Paisagístico, Arqueológico e Natural Fazenda Velha

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Relevância do patrimônio natural

A área proposta para a criação "Conjunto Paisagístico, Arqueológico e Natural Fazenda

Velha" está localizada no município de Rio Acima, centro sul do estado de Minas Gerais,

numa zona de transição entre os biomas da Mata Atlântica e do Cerrado. Essa região é

caracterizada pela presença de diversos fragmentos da Floresta Estacional Semidecidual,

em diferentes estágios de regeneração, campos rupestres sobre quartzitos e sobre canga,

com presença de enclaves de Cerrado.

Localizada no extremo sul da Serra do Espinhaço, numa região de relevo acidentado, a

Fazenda Velha apresenta cotas altimétricas, que variam de 802 m a 1.127 m, de acordo

com os dados do INPE (TopoData, 30m). O clima, segundo a classificação de Köppen, é

do tipo Cwb, mesotérmico seco, com verão brando. A Fazenda Velha está localizada no

Alto rio das Velhas, cuja bacia de drenagem abriga uma das principais redes fluviais que

abastecem o sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O relevo acidentado e solos rasos e pobres em nutrientes dificultaram a exploração da

região, apesar da mesma ter sido fortemente ocupada na época do Brasil colônia, durante o

ciclo do ouro no início do século XVIII. Como consequência, a região foi pouco explorada

e ainda preserva um grande maciço florestal de grande beleza cênica e potencial turístico.

A maior parte da região onde a Fazenda Velha está inserida é coberta pela Floresta

Estacional Semidecidual em diferentes estágios de regeneração. Nos locais de difícil

acesso, tais como fundo de vales e topos de morros, a floresta encontra-se mais bem

conservada. Além disso, o maior acúmulo de nutrientes nas partes mais baixas, em

decorrência da lixiviação natural, propicia condições mais favoráveis para o crescimento

em altura e diâmetro das espécies vegetais arbóreas, com espécies arbóreas que podem

ultrapassar os 35 metros de altura. Nas áreas mais baixas, o dossel é mais contínuo em

relação ao topo do morro, diminuindo a entrada de luz no sub-bosque e com ocorrência de

espécies dependentes de área úmidas.

Praticamente todo remanescente florestal que cobre a área proposta para o tombamento faz

parte das matas que acompanham dois cursos d’água, o córrego Fazenda Velha e o córrego

dos Andaimes. Essa localização espacial, associada à variação altimétrica, favorece a

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heterogeneidade do ambiente, promovendo a riqueza e diversidade de espécies da flora e

da fauna.

Um levantamento de campo na região onde está inserida a área proposta para o

tombamento, realizado para o Estudo de Impacto Ambiental do Plano de Desenvolvimento

de Vargem Grande, identificou 1.181 espécies de plantas vasculares, distribuídas em 181

famílias, sendo 47 espécies de pteridófitas e 1.134 de angiospermas. Nos habitats

florestais (floresta estacional em estágio médio e inicial) foram encontradas 696 espécies.

Como elementos arbóreos típicos dessa formação foram registradas espécies frequentes na

Mata Atlântica como Tapirira obtusa, Ilex cerasifolia, Piptocarpha macropoda, Tachigali

rugosa, Nectandra oppositifolia, Luehea grandiflora, Tibouchina candolleana, Myrcia

splendens, Bowdichia virgilioides, Clethra scabra, Copaifera langsdorffii, Croton

urucurana, Cupania emarginata, Hyptidendron asperrimum, Inga cylindrica, Laplacea

fructicosa, Machaerium aculeatum, Machaerium brasiliense, Matayba mollis e Myrcia

detergens. Desenvolvendo-se abaixo do dossel podem ser encontradas Amaioua

guianensis, Calyptranthes clusiifolia, Casearia arborea, Chrysophyllum gonocarpum,

Dilodendron bipinnatum, Eugenia cf. acutata e Eugenia sonderiana. Destaca-se a presença

de espécies indicadoras de estagio avançado de regeneração da Resolução CONAMA no.

392/2007.

No estudo fitossociológico realizado no vale do córrego Fazenda Velha, foram amostradas

2.852 arvores, sendo 133 indivíduos mortos, representando 4,7% das arvores amostradas.

Ao todo foram registradas 254 espécies pertencentes a 81 famílias botânicas. As famílias

com maior número de indivíduos amostrados foram Fabaceae, Myrtaceae, seguida por

Sapindaceae, Salicaceae , Lauraceae, Burseraceae e Myrsinaceae.

O valor do Índice de Diversidade de Shannon (H’) calculado para as espécies foi de 4,6

nats/indivíduo, valor que pode ser considerado alto e compatível com o encontrado em

florestas semideciduais no Estado.

A maioria (78%) das árvores componentes do dossel da floresta estacional amostrada no

vale do córrego Fazenda Velha apresenta alturas de ate 12m, característica de floresta em

estagio médio de regeneração. Entre as árvores maiores e as emergentes ocorreram

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Miconia cinnamomifolia, Aspidosperma parvifolium (peroba, indicadora de florestas em

estagio avançado de regeneração) e as espécies tipicamente ciliares Croton urucurana

(sangra-d’água) e Inga cylindrica (inga), com alturas de até 28m, bem como um indivíduo

de Machaerium brasiliense (jacarandá), também citada como indicadora de estágio

avançado de regeneração, com altura de aproximadamente 35m.

Abaixo do dossel observa-se um estrato formado por espécies de menor porte típicas de

sub-bosque e indivíduos jovens das espécies de dossel, com altura entre 4 e 8m. Em

relação ao diâmetro, cerca de 94% dos indivíduos apresentaram diâmetros menores que 18

cm, sendo o diâmetro médio de 9,46 cm (7,19 - 12,42 cm). As espécies que apresentaram

os maiores diâmetros foram Cedrela fissilis e Qualea dichotoma, Piptadenia gonoacanthta

e Miconia cinnamomifolia, Machaerium villosum e Machaerium brasiliense, estas duas

últimas, indicadoras de estágio avançado de regeneração conforme a Resolução CONAMA

no 392.

Segundo o levantamento, a formação florestal do córrego Fazenda Velha apresentou 16

espécies presentes nas listas de espécies ameaçadas a saber: Astronium fraxinifolium,

Ocotea odorifera, Aspidosperma polyneuron, Dalbergia nigra, Abarema obovata, Swartzia

multijuga, Urbanodendron verrucosum, Astronium nelson-rosae, Euplassa semicostata,

Stephanopodium engleri, Diospyros ketun, Myrsine emarginella, Eriocnema fulva,

Peperomia urocarpa, Merostachys cf fistulosa e Pteris biaurita.

Foram registrados 9 indivíduos de Astronium nelson-rosae, número relativamente alto para

uma espécie rara. A presença de peroba rosa (Aspidosperma polyneuron) nestas matas

também merece destaque pois a espécie é bastante rara no estado. Destaca-se ainda

Eriocnema fulva, espécie herbácea considerada criticamente ameaçada no estado de Minas

Gerais e muito rara no domínio da Mata Atlântica.

Dos estudos apresentados, pode-se constatar que a floresta que ocorre ao longo do córrego

Fazenda Velha apresenta uma alta diversidade florística, com presença de diversas espécies

ameaçadas. Do ponto de vista da conservação de biodiversidade, esta área representa um

dos melhores remanescentes da região da APA-Sul.

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Figura 5 – Vegetação da área proposta para o tombamento

Para além de entender a relevância do patrimônio natural da área proposta para

tombamento a partir de seus elementos por si só, que a tornam singular no contexto local,

faz-se necessário também o entendimento do valor ambiental que a torna singular tanto no

contexto municipal como no regional e nacional a partir de estudos complementares.

1. O Ministério do Meio Ambiente identificou o Quadrilátero Ferrífero como área de

prioridade extremamente alta no estudo "Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso

Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira" (MMA 2004, 2007) e

propôs a criação de UC de Proteção Integral;

2. Outro estudo que indicou o quadrilátero ferrífero como área de maior importância

biológica foi publicado em 2005, denominado “Biodiversidade em Minas Gerais: um Atlas

para a sua Conservação” realizado em parceria da Fundação Biodiversitas com o Instituto

Estadual de Florestas - IEF/MG. Como principais ameaças à biodiversidade da região foi

detectada a atividade minerária, a expansão urbana, a agricultura e as queimadas.

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3. Também é relevante contextualizar a inserção de 100% do município de Rio Acima, e

assim da Fazenda Velha (Figura 6), em uma Unidade de Conservação Estadual, a APA

Sul. O art. 2º do Decreto nº 35624/94 (que institui a APA SUL) determina como objetivo

dessa UC:

[...proteger e conservar os sistemas naturais essenciais à

biodiversidade, especialmente os recursos hídricos

necessários ao abastecimento da população da Região

Metropolitana de Belo Horizonte e áreas adjacentes, com

vista à melhoria de qualidade de vida da população local, à

proteção dos ecossistemas e ao desenvolvimento

sustentado...]

4. Considerando o grande percentual de Mata Atlântica na área proposta para o

tombamento, elaboramos um mapa sobrepondo esses limites às bases do SOS Mata

Atlântica. (Figura 7).

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Figura 6 – Área proposta para o tombamento no mapa de Uso e Ocupação do Solo da APA SUL RMBH (CPRM, 2005)

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Figura 7 – Área proposta para o tombamento no mapa do SOS Mata Atlântica

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5. Com vistas a subsidiar os estudos aqui apresentados de avaliação preliminar referentes à

caracterização da região, ora proposta para tombamento, foi consultado o site do

Zoneamento Ecológico-Econômico do estado de Minas Gerais (ZEE-MG), conforme

Figura 8. Esse site, referência estadual para todas de decisão no âmbito de políticas

públicas para gestão territorial, permite a geração de uma grande variedade de mapas

temáticos para qualquer região específica a partir do carregamento (upload) dos seus

limites geográficos. Assim, após o carregamento dos limites da área a ser tombada,

puderam ser gerados vários mapas temáticos.

Figura 8 – tela de abertura da página do ZEE-MG.

Cabe aqui explicitar que o ZEE-MG consistiu da elaboração de um diagnóstico dos meios

geo-biofísico e sócio-econômico-jurídico-institucional e teve a coordenação da SEMAD-MG

(Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável), participação de

todas as Secretarias de Estado de Minas, de outras entidades e da sociedade civil.

Segundo o texto explicativo, disponível no próprio site do ZEE-MG, “...além de compor uma

grande base organizada e integrada de informações oficiais, esta ferramenta, sem caráter

limitador, impositivo ou arbitrário, apoiará a gestão territorial fornecendo subsídios técnicos à

definição de áreas prioritárias para a proteção e conservação da biodiversidade e para o

desenvolvimento, segundo critérios de sustentabilidade econômica, social, ecológica e

ambiental. O ZEE-MG será de grande importância no planejamento e elaboração das políticas

públicas e das ações em meio ambiente, orientando o governo e a sociedade civil na

elaboração dos seus programas e em seus investimentos. Estes, aos serem planejados e

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implementados respeitando-se as características de cada zona de desenvolvimento, irão

promover com maior acertividade a melhoria na qualidade dos serviços prestados e na

qualidade de vida de toda a população de Minas Gerais.”

Segundo o mesmo texto explicativo, no item Metodologia Básica, “o Zoneamento Ecológico-

Econômico (ZEE) foi elaborado a partir das diretrizes metodológicas propostas pelo

Ministério do Meio Ambiente - MMA para elaboração do ZEE, em conformidade às

diretrizes da Política e Legislação Ambiental do Estado de Minas Gerais, orientando-se pelos

patamares: (i) referente às Unidades Regionais do Copam; (ii) patamar referente às Bacias

Hidrográficas do Estado; (iii) referente às meso e microregiões; (iv) referente ao ordenamento

Municipal. Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do Convênio de Cooperação

Administrativa, Técnica, Científica, Financeira e Operacional, firmado entre o SISEMA e

Universidade Federal de Lavras, através da Fundação de Apoio ao Ensino Pesquisa e

Extensão, e contou, em especial, com a parceria da Fundação João Pinheiro para a sua

execução...”

O texto explicativo complementa ainda que o ZEE-MG “objetivou, como premissa técnica,

subsidiar o planejamento e orientação das políticas públicas e das ações em meio ambiente

nas regiões, por meio de um macro­diagnóstico do Estado, viabilizando a gestão territorial,

estimulando a participação dos Conselhos Plurais, COPAM, CERH e Comitês de Bacia, com

vistas à sua gestão, segundo critérios de sustentabilidade econômica, social, ecológica e

ambiental.”

Os mapas temáticos gerados a partir do carregamento dos limites da área aqui proposta para o

Tombamento na região da Fazenda Velha, conforme mencionado anteriormente, configuram,

portanto, uma excelente ferramenta de visualização cartográfica, facilitando sobremaneira

diagnósticos para inúmeros temas específicos.

A seguir são apresentados 10 mapas temáticos gerados a partir da ferramentas do site ZEE-

MG (http://geosisemanet.meioambiente.mg.gov.br/zee). O primeiro, Figura 9, ilustra o

enquadramento da região de estudo; os demais 9 mapas informam a situação da região para

vários indicadores.

Salienta-se aqui que todos esses mapas temáticos foram gerados automaticamente pelo

sistema ZEE, não havendo qualquer possibilidade de interferência por parte do usuário na

consulta.

O mapa da Figura 9, abaixo, informa o enquadramento da região de estudos no quesito

Mapeamento da Cobertura Vegetal.

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Figura 9 - Mapeamento da Cobertura Vegetal

Enquadramento: quase a totalidade na classe Floresta Estacional Semidecidual

Montana.

A tabela abaixo resume os inúmeros enquadramentos temáticos da região proposta para o

tombamento:

Relevância da Floresta Semidecidual

Enquadramento: quase a totalidade na classe

Muito Alta.

“Entende-se que a relevância regional de um ecossistema é a razão entre a área atual de determinadas fitofisionomias (campos, campos rupestres, campos cerrados e cerrados, florestas deciduais, semideciduais, ombrófilas, veredas e cerradões) em uma célula e a área total destas fitofisionomias em determinada regional do COPAM. Assim, ecossistemas que passaram por um histórico muito severo de substituição na regional em questão apresentariam valores elevados de relevância regional. Células que contém este ecossistema em sua composição apresentam, conseqüentemente, alta vulnerabilidade à ação humana. O cálculo foi efetuado contando as células cobertas por vegetação da fitofisionomia em questão na base original do IEF (30 x 30m) que estavam contidas em cada célula da base do ZEE-MG (270 x 270m). O procedimento de cálculo está exemplificado no Esquema de obtenção da relevância da floresta estacional semidecidual, para o caso da relevância da fitofisionomia floresta estacional semidecidual. A lógica de cálculo é a mesma para os indicadores de relevância regional das demais fitofisionomias.”

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Prioridade para a Conservação da Flora

Enquadramento: na totalidade na classe Muito

Alta

“O mapa das áreas Prioritárias para conservação, indica aquelas áreas que ainda possuem elevada qua­lidade ambiental, em locais naturalmente frágeis e sob provável pressão humana. Essas são áreas muito úteis para os organismos gestores e de fiscalização e são áreas onde o poder público ainda pode intervir favoravelmente para conservar recursos biológicos que, possivelmente, estarão em risco num futuro bem próximo.”

Grau de Conservação da Vegetação Nativa

Enquadramento: quase a totalidade na classe

Muito Alta

“Nas regiões mais ao norte do Estado encontram-se mais preservadas na classe de conservação da flora nativa muito alta. Este é o caso das regiões Central e Baixo Rio das Velhas. Por outro lado, regiões que sofreram um histórico mais severo de perturbações como no caso do Leste, Zona da Mata, Sul e Triângulo Mineiro apresentam a maior parte de sua área na classe de conservação muito baixa. Nestas regiões, somente as áreas mais montanhosas ou com outro tipo de restrição à ocupação humana como em locais das serras da Mantiqueira e da Canastra, bem como ao leste da região Triângulo, ainda encontram-se na classe de conservação muito alta.”

Integridade da Flora

Enquadramento: quase a totalidade na classe

Muito Alta

“Este fator condicionante da Vulnerabilidade Natural representa as áreas que ainda apresentam certa integridade ecológica e que, portanto, são mais vulneráveis à ação do homem. Nota-se nesta síntese que as regiões Leste, Zona da Mata, Sul e Triângulo Mineiro são as que apresentam integridade mais baixa de maneira geral. As outras regiões, por terem sido menos exploradas e modificadas, ainda possuem boa parte de sua área na classe de integridade da flora muito alta, como nas regiões Norte e Noroeste de Minas Gerais. A influência do grau de conservação da vegetação foi captada de maneira a conferir maior valor de integridade para áreas mais preservadas. Neste caso nota-se uma relevância muito grande em áreas como as sob influência da Serra do Espinhaço, que projetam a regional do Jequitinhonha como uma das áreas de maior vulnerabilidade a danos na flora nativa, caso uma ocupação do território seja feita de maneira não planejada.”

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Integridade de Fauna

Enquadramento: a totalidade na classe

Muito Alta “Este fator condicionante da Vulnerabilidade Natural representa as áreas que ainda apresentam certa integridade ecológica e que, portanto, são mais vulneráveis à ação do homem. Nota-se nesta síntese que as regiões Leste, Zona da Mata, Sul e Triângulo Mineiro são as que apresentam integridade mais baixa de maneira geral. As outras regiões, por terem sido menos exploradas e modificadas, ainda possuem boa parte de sua área na classe de integridade da flora muito alta, como nas regiões Norte e Noroeste de Minas Gerais. A influência do grau de conservação da vegetação foi captada de maneira a conferir maior valor de integridade para áreas mais preservadas. Neste caso nota-se uma relevância muito grande em áreas como as sob influência da Serra do Espinhaço, que projetam a regional do Jequitinhonha como uma das áreas de maior vulnerabilidade a danos na flora nativa, caso uma ocupação do território seja feita de maneira não planejada.”

Integridade da Avifauna

Enquadramento: a totalidade na classe

Muito Alta

“O grupo das aves é muito utilizado como bioindicadores de qualidade ambiental e o maior conhecimento delas pode subsidiar programas de conservação e manejo de ecossistemas (SILVA, 1998). Por exemplo, espécies típicas de florestas podem ser bastante úteis em programas de monitoramento da recuperação ambiental de áreas degradadas. Para o estado de Minas Gerais, das 780 espécies presentes, 83 fazem parte da lista de espécies ameaçadas do estado (Minas Gerais 1996, Deliberação COPAM 041/95). Além dessas 83 espécies oficialmente reconhecidas como ameaçadas em MG, dezessete outras ocorrentes no estado foram consideradas ameaçadas de extinção por Collar et al. (1994). Portanto, existem cerca de 101 espécies de aves sob algum tipo de ameaça de extinção no estado de Minas Gerais, o que torna este indicador um dos mais importantes para se definir a integridade ambiental do componente fauna. Para se estabelecer o nível de vulnerabilidade do indicador avifauna, fez-se a reclassificação dos critérios de prioridade para conservação, associando às áreas valores de vulnerabilidade, principalmente a perda futura de biodiversidade de aves. Neste caso, se a área é prioritária para conservar o grupo em função do grau de endemismos, presença de espécies ameaçadas e riqueza total de espécies, presume-se que existe risco de perda de biodiversidade deste caso ocorra a ocupação indiscriminada da área.”

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Integridade da Herpetofauna

Enquadramento: a totalidade na

classe Muito Alta “A herpetofauna compreende o conjunto de répteis e anfíbios. O agrupamento de dois grupos tão diferentes em um só reflete o grau de desconhecimento que se tem atualmente de ambos os grupos. Os componentes mais conhecidos deste grande grupo de vertebrados são os sapos, as rãs, pererecas, cobras, lagartos, tartarugas, cágados e crocodilos. Inseridos na herpetofauna estão muitas espécies de valor cultural (por exemplo, as serpentes) e econômico. Apesar de serem considerados animais resistentes e pouco susceptíveis, muitas espécies do grupo apresentam grande sensibilidade a modificações ambientais. Para cada área prioritária para conservação da herpetofauna no estado, fez-se a reclassificação dos critérios de prioridade para conservação associando as áreas valores de vulnerabilidade, principalmente a perda futura de biodiversidade. Neste caso, se a área é prioritária para conservar a flora em função do grau de endemismos e riqueza total de espécies, presume-se que a ocupação indiscriminada da área poderá acarretar em perda de biodiversidade.”

Apesar do excelente estado de conservação da área de estudo, os mapas a seguir atestam

também sua alta vulnerabilidade:

Vulnerabilidade de Recursos Hídricos.

Enquadramento: quase a totalidade na

classe Alta

“A expressão da vulnerabilidade natural dos recursos hídricos consistiu na interpretação da disponibilidade natural de água e da potencialidade de contaminação dos aqüíferos, assumindo-se que a existência de uma oferta natural mais elevada caracteriza uma menor vulnerabilidade e o oposto uma maior. No tocante à potencialidade de contaminação, quanto maior, maior a vulnerabilidade.”

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Vulnerabilidade Natural

Enquadramento: quase a totalidade na

classe Alta

“Vulnerabilidade Natural é a incapacidade do meio-ambiente de resistir ou recuperar-se de impactos antrópicos negativos. Pressupõe-se uma situação atual que deve persistir ou se recuperar. Adaptado do conceito de resiliência, consagrado em Física, Ecologia e Economia.”

Assim, sem sombra de dúvida, os enquadramentos dos mapas acima apontam para a

relevância do patrimônio natural e, assim, a necessidade premente de tombamento da área

de estudos devido tanto ao seu alto grau de conservação, como também devido à sua alta

vulnerabilidade.

Relevância Paisagística

O relevo da região e a quantidade e integridade da sua vegetação, essencialmente Mata

Atlântica, têm papel significativo para a composição de uma paisagem natural singular,

cada vez mais rara na margem esquerda do rio das Velhas. No entorno imediato da área

proposta para o tombamento existe uma série de mirantes naturais que possibilitam o

deslumbre de suas qualidades paisagísticas.

Segundo Zoran Roca e José António Oliveira, em “A paisagem como elemento da

identidade e recursos para o desenvolvimento”:

As paisagens são fundamentais para o reconhecimento das identidades

territoriais. As suas características, tanto naturais como culturais,

constituem-se como os ingredientes essenciais que emergem das formas

de registo baseadas na observação. Os elementos que formam a

paisagem podem determinar o nosso “sentido de lugar” (Massey, 1995;

Rose, 1995), ou diferenciar territorialmente as nossas percepções e

emoções, já que “a paisagem cultural é a nossa autobiografia

inconsciente, pois ela reflete, de uma forma tangível, os nossos gostos,

aspirações e temores” (Rubinstein 1999: 23, citando Pierce Lewis). As

qualidades ou características naturais e culturais associadas à paisagem

podem informar-nos, tanto sobre eventuais ameaças que esta esteja a

sofrer, como sobre as oportunidades que podem ser aproveitadas para a

(re)afirmação dos elementos identitários dos lugares e regiões, tais como

os contextos biofísico, sociocultural ou socioeconómico. Em suma, “a

paisagem é o meio através do qual se constrói a identidade de um lugar

[e] ...é tanto uma representação (um ideal que revela sentido) como uma

existência material (a realidade das condições vividas)” (Mitchell, 1991;

Harner, 2001: 660).

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Embora a região da Fazenda Velha seja hoje ainda desconhecida para os rio-acimenses,

devido à sua localização em área do município que não foi objeto de ocupação

populacional nas últimas décadas, já foi palco de grande movimentação conforme

testemunham os diversos conjuntos de vestígios arqueológicos. Assim, a paisagem neste

contexto remete não só à identidade territorial como também histórica, e por isso mesmo é

de fundamental importância ser resgatada, ainda mais diante da perspectiva de ser

irreversivelmente perdida. Somando-se a isso as oportunidades para (re) afirmar os

elementos identitários dessa região a partir da proteção do Conjunto Paisagístico,

Arqueológico e Natural Fazenda Velha, a paisagem adquire papel importante.

A melhor forma de descrever este elemento “paisagem” são fotografias, que conseguem

expressar atributos sem necessidade de palavras (Figuras 10 a 15).

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Figura 10 –Vista parcial da área proposta para tombamento (fotógrafo Robson de Oliveira), visada aproximada de sul para norte.

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Figura 11 – Vista parcial da área proposta para tombamento (fotógrafo Robson de Oliveira), visada aproximada de sudoeste para nordeste.

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Figura 12 – Vista parcial da área proposta para tombamento (fotógrafo Robson de Oliveira), visada aproximada de sul para norte.

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Figura 13 – Vista da área a ser tombada e seu entorno

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Figura 14 - Vista de um dos mirantes naturais com a Serra do Gandarela em destaque no horizonte (Robson de Oliveira)

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Figura 15 – Vista de um dos mirantes naturais ainda com a neblina do amanhecer comum na região (Robson de Oliveira)

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Relevância Arqueológica

A partir do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Projeto de Desenvolvimento do Complexo

Vargem Grande - Nova Lima e Rio Acima, elaborado pela Sete Soluções e Tecnologia Ambiental em

janeiro/2012, se teve conhecimento da existência de vestígios arqueológicos, provavelmente dos

séculos XVIII e XIX, na região do córrego Fazenda Velha e do córrego do Andaime.

Esse documento, quando trata do Diagnóstico Arqueológico e do Projeto de Prospecção

Arqueológica do Sítio Arqueológico Ruínas do córrego Fazenda Velha, salienta não só a diversidade

de estruturas espalhadas pela região, o fato de formarem “conjuntos” e a necessidade de maior

aprofundamento a respeito tanto desses vestígios e sua relação entre si como do levantamento

histórico.

Em relação à necessidade de aprofundamento, ressaltamos alguns trechos (grifo nosso):

O levantamento de fontes primárias realizado no Arquivo Público

Mineiro, no Arquivo Público Municipal de Ouro Preto, no Centro de

Memória da Mina de Morro Velho em Nova Lima e no Cartório de

Imóveis de Sabará resultou na identificação de inúmeras caixas de

documentos que deverão ser analisadas em um aprofundamento do

levantamento histórico nas fases subsequentes da pesquisa

arqueológica. Através dessa pesquisa, verificou-se que existem vários

documentos de interesse para um aprofundamento futuro em fases

subsequentes dos estudos arqueológicos, muitos dos quais se referem

ao rio do Peixe.[...] (pg. 662)

Nessa perspectiva, propôe-se a apresentação e discussão com o IPHAN

de uma compensação patrimonial condizente com a perda do

patrimônio arqueológico em questão. Para a proposição dessa

compensação, no entanto, é necessário aprofundar o conhecimento

sobre a ocorrência de vestígios dessa natureza e relevância na região.

Assim, o projeto de prospecção ora proposto é composto por duas

etapas de estudos: uma relacionada as estruturas e conjuntos existentes

no córrego fazenda Velha; e outra relacionada ao diagnóstico da

região do entorno do empreendimento, em uma área mais ampla, com

potencial de abrigar vestígios e conjuntos arqueológicos, que permita

uma contextualização e o conhecimento mais profundos da ocupação

pretérita da região em córregos que apresentem implantação

semelhantes e que possam conter tais vestígios.

Esse diagnóstico regional abrangeria os vales compreendidos desde o

córrego dos Macacos a norte, até o córrego Luzia dos Santos a sul do

córrego Fazenda Velha. Ressalta-se que o córrego dos Andaimes,

situado logo a sul do córrego Fazenda Velha já foi alvo de estudos

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arqueológicos diagnosticados no decorrer do diagnóstico arqueológico

do Desenvolvimento do Complexo Vargem Grande, tendo sido

identificados diversos vestígios e um conjunto histórico bastante

preservado. Ao final desse diagnóstico regional, caso tenham sido

identificados vestígios tão relevantes quanto os existentes no córrego

Fazenda Velha, devem ser indicados aqueles a serem conservados e

conduzidos para conservação, interpretação e musealização em regime

de compensação patrimonial. Os objetivos principais das ações

propostas são aprofundar a fase anterior de caracterização das

estruturas e conjuntos, buscando delimitar as áreas de abrangência dos

mesmos, a fim de se planejar e propor as fases subsequentes; e avaliar

alternativas possíveis para compatibilizar a implantação do

empreendimento no córrego Fazenda Velha com a preservação de

informações sobre o patrimônio histórico local, regional e

suprarregional (pg. 909-910)

Em relação à diversidade de vestígios arqueológicos (estruturas) espalhados pela região, assim como

ao fato de comporem um “conjunto” mesmo que ainda não estudado de forma pormenorizada,

ressaltamos os seguintes trechos:

Conforme apresentado, o Projeto de Desenvolvimento do Complexo

Vargem Grande contempla a implantação de uma barragem de rejeitos

no córrego Fazenda Velha. Contudo, o diagnóstico arqueológico

realizado nesse córrego resultou na identificação de um conjunto

histórico-arqueológico. Em vista dessa situação, foram feitas reflexões

e discussões técnicas, com o intuito de se encontrarem as alternativas

possíveis para compatibilizar a implantação do empreendimento com a

preservação das informações sobre esse patrimônio histórico.

Considerando-se a necessidade de implantação do empreendimento

nesse local, visto que na região não ha alternativa para a implantação

de uma barragem de rejeitos com a capacidade necessária, foi

avaliada a perda física desse conjunto de vestígios – que incluem os

vestígios da edificações, a o local de implantação de cada um deles,

sua posição e ambientação, sua relação com outros conjuntos de

vestígios; (pg. 909)

Tendo em vista o histórico da ocupação humana da região, os vestígios

identificados nessa etapa do estudo do diagnóstico arqueológico

indicam se tratar de estruturas de pedra voltadas para moradia e/ou

servicos, tais como os Sitios Arqueológicos Históricos Ruinas do

Córrego Fazenda Velha, Casa da Farinha e Roda d’Agua), compostos

por estruturas comumente encontradas na região e caracterizadas por:

canais de adução, muros de pedra, pequenas estruturas de contenção

de agua e arrimos de pedra, geralmente próximos a cursos de agua;

[...] (pg. 934)

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No EIA localizamos duas fichas do Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA),

relacionadas com a área da Fazenda Velha (Anexos 2 e 3), cujos dados básicos colocamos a seguir:

Garimpo Histórico Fazenda Velha

Descrição sumária do sítio: Vestígios de estruturas de pedra voltadas para a mineração

histórica do ouro ao longo de quase toda a extensão do córrego Fazenda Velha.

Acesso ao sítio: Pela BR 356 até à entrada do Itabirito fazer o retorno e pegar a

MG020

Nome do proprietário do terreno: Não identificado

Medição: 2000 m de comprimento e 500 m de largura (estimada)

Delimitação da área/Coordenadas UTM (Zona 23 – Datum SAD69):

Ponto central: E 625574 N 7771541

Perímetro: E 624341 N 7771085

E 623227 N 7771035

E 621430 N 7770441

Vegetação atual: Capoeira

Uso atual do terreno: Área não utilizada

Propriedade da terra: Área privada

Relevância do sítio: Alta

Observações: Trata-se de estruturas de pedras voltadas para a mineração do ouro entre

os séculos VVIII, XIX e parte do XX. Ocupam quase toda a extensão

do córrego Fazenda Velha, mas não foi possível dizer se são contínuas.

Data do registro: 20/7/2010

Data do CNSA: 29/12/2011

(Páginas 1342 a 1344 do EIA)

Ruínas da Fazenda Velha

Descrição sumária do sítio: Vestígios de estruturas em pedra voltadas para a moradia e

serviço associados ao garimpo histórico de ouro.

Acesso ao sítio: Pela BR 356 até à entrada do Itabirito fazer oo retorno e pegar a

MG020

Nome do proprietário do terreno: Não identificado

Medição: 300 m de comprimento e 300 m de largura (estimada)

Delimitação da área/Coordenadas UTM (Zona 23 – Datum SAD69):

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Ponto central: E 621948 N 7770403

Vegetação atual: Capoeira

Uso atual do terreno: Área não utilizada

Propriedade da terra: Área privada

Relevância do sítio: Alta

Observações: No córrego Fazenda Velha, a menos de 200 m do seu leito, existe um

conjunto de estruturas de pedras, denominado como Ruínas do córrego

Fazenda Velha. São, aparentemente, restos de estruturas de moradia

e/ou serviço composto por muros e paredes, alguns com quase 3 m de

altura e 30 m de comprimento. Algumas destas estruturas possuem

quase 1 m de largura. Características como robustez e dimensões

avantajadas, denotam um grande investimento que indica ocupação por

um tempo mais longo – não se trata de uma construção de caráter

provisório.

Data do registro: 20/7/2010

Data do CNSA: 29/12/2011

(Páginas 1351 a 1353 do EIA)

No item 8.4.6. (Diagnóstico Arqueológico), às páginas 693 a 784, localizamos pelo menos mais dois

registros:

Vestígios do córrego Fazenda Velha: E 623572 N 7771162 (Ponto central)

Casa Sede da Fazenda Velha: E 621021 N 7769933 (Ponto central)

Solicitamos junto à Superintendência do IPHAN em Minas Gerais, cópia do relatório final referente à

pesquisa arqueológica realizada para o Complexo Vargem Grande, que envolve a área da Fazenda

Velha, em Rio Acima, que se encontra no processo IPHAN n° 01514.004796/2009-99 (conforme

Portaria n°5, de 11/3/2010, publicada no Diário Oficial da União no dia 16/3/2016, às páginas 4 e 5),

mas não conseguimos. Entendemos ser importante para conhecer melhor a pesquisa realizada.

No que se refere ao levantamento histórico, ressaltamos os seguintes trechos (grifo nosso):

As regiões do rio do Peixe e do ribeirão dos Macacos possui grande

importância histórica relativa à colonização do centro de Minas

Gerais. Esta vasta área encontra-se entre as mais antigas de busca e

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exploração de ouro aluvional do início da colonização do território

mineiro.(pg. 670)

Os arraiais se multiplicaram às margens do Rio das Velhas, o mítico

Pactolo do povoamento de Minas. Como um sistema venoso, os seus

afluentes irrigavam a rica bacia, verdadeiro Eldorado que atraia uma

impressionante afluência de aventureiros (Villela, 1998:35).

Segundo Diogo de Vasconcelos (1948:25), Domingos Rodrigues

Fonseca Leme, sertanista paulista, teria descoberto os dois ribeirões

auríferos em cujas margens surgiu o povoado de Congonhas do Sabará

(Nova Lima), por volta de 1700.

Desde a penetração de bandeirantes que percorreram a região ao final

do século XVII, inclusive a controversa figura de Borba Gato, a área

foi ocupada pelos empreendimentos mineradores históricos, com

muitos de seus resquícios chegando até o presente.[...]

Diversas fazendas foram estabelecidas nessa região no decorrer do

século XVIII e desmembradas ao longo do tempo. A memória local a

respeito delas é muito importante para a compreensão das dinâmicas

socioeconômicas e de suas mudanças históricas, por se tratarem,

muitas vezes, dos únicos dados disponíveis. Contudo, ao serem

subdivididas, sua influência econômica local e regional decaía a ponto

de lhes restar pouco lugar na memória local, em um processo onde

memórias posteriores construídas em torno de novas propriedades

erigidas sobre suas parcelas - suplantaram a memória daquele núcleo

original.

Os registros documentais sobre propriedades tais como estas, podem

ser mais exatos, no sentido de se constituírem informações cartoriais.

Entretanto, no caso deste estudo, são mais genéricos, não fazendo

alusão direta às áreas em estudo. As informações obtidas, a partir dos

relatos locais (levantamentos oportunísticos) indicam terem existido,

nas áreas em estudo, duas fazendas denominadas: Ceará e Fazenda

Velha. (pg. 680)

A área onde se encontra a Fazenda Velha, objeto desta avaliação técnica preliminar, está inserida na

bacia do Rio do Peixe que, conforme o EIA já mencionado, possui grande importância histórica

relativa à colonização do centro de Minas Gerais.

Segundo o documento “Patrimônio Natural-Cultural e zoneamento ecológico-econômico da Serra da

Moeda: Uma Contribuição Para Sua Conservação (Brandt/2008)” (Grifo nosso):

Inicialmente, a descoberta do ouro foi o principal fator para o

adensamento populacional na região das Minas. Arraiais e núcleos

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proto-urbanos começavam a se delinear seguindo a topografia

irregular do terreno e privilegiando os pontos mais altos da localidade,

opção que se deu tanto pelo favorecimento das condições defensivas

quanto em respeito à antiga crença católica que acreditava que um

segundo dilúvio poderia atingir a terra.

Nesta realidade, deu-se a fundação de inúmeros povoados e arraiais

nas proximidades e arredores da Serra da Moeda. Destacam-se

aqueles que, com o passar dos anos, acabaram se estabelecendo como

sedes civil e religiosa, a exemplo de Santo Antônio do Rio Acima (Rio

Acima), N. S. da Piedade do Paraopeba (Brumadinho), N. S. da Boa

Viagem da Itabira do Campo (Itabirito), São Gonçalo da Ponte (Belo

Vale), N. S. da Conceição de Congonhas do Campo (Congonhas) e N.

S. do Pilar das Congonhas do Sabará (Nova Lima).

É notório o fato de que a Coroa portuguesa fomentava e incentivava o

espírito de aventura dos bandeirantes com o intuito de que eles

descobrissem riquezas e ocupassem o território, de forma que ela

organizou sob sua própria assistência grandes tropas de caráter

oficial. Em contrapartida, eram concedidas àqueles pioneiros altas

honrarias, mercês, além de terrenos e certa quantidade de ouro e

pedras preciosas. E na medida em que os objetivos eram atingidos, os

membros daquelas caravanas e outros posseiros, povoadores e demais

interessados, estabeleciam-se nas paragens, construíam ranchos e

edificações provisórias que, posteriormente, deram origem aos

primeiros núcleos populacionais.4

Sobre esses núcleos populacionais, o documento acima referido coloca como nota de rodapé (grifo

nosso):

4 De acordo com o pesquisador Roberto Borges Martins, as

localidades mineiras em que o ouro foi achado, já em fins do século

XVII, podem ser divididas didaticamente em três áreas: a primeira

seria a "'Minas Gerais dos Cataguás', devassadas entre 1694 e 1700,

na região de Ouro Preto e Mariana, onde ficavam as jazidas de

Itaverava, Itatiaia, Antônio Dias, Padre Faria, Bento Rodrigues,

Ribeirão do Carmo, Ribeirão Bueno, Rio das Pedras e, logo depois,

Inficcionado, Forquim, São Caetano, Ouro Branco, São Bartolomeu,

Casa Branca, Itabira do Campo, Antônio Pereira, Camargos, Catas

Altas da Noroega, São Sebastião e outras"; a segunda formada "pelas

'Minas do Rio das Velhas', anunciadas por volta de 1700", que

compreendiam "as lavras de Sabará, Congonhas do Sabará (Nova

Lima), Raposos, Rio Acima e outras"; e por fim a terceira que

compreendia "as 'Minas do Caeté', provavelmente descobertas em

1701, com as lavras de Cuiabá, Morro Vermelho, Ribeirão Comprido e

outras". In: MARTINS, Roberto Borges (org.). A História da

Mineração no Brasil. São Paulo: Empresa das Artes, 1989, p.13. Grifo

nosso. 5 PAGOTTO, Bianca do Prado & ROCHA, Altamirando Pereira

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da. Tributação em Vila Rica: influência na consciência nacional. In:

Horizonte Científico, Uberlândia, vol. 01, nº 04, 2005, p.05.

Assim, mesmo sem um levantamento histórico aprofundado sobre a área da Fazenda Velha e os

vestígios e sítios arqueológicos ali encontrados, é claro que têm um significado relevante para além

da história local de Rio Acima, estando diretamente ligados à formação de Minas Gerais no período

colonial. Sem falar em vestígios arqueológicos pré-coloniais e até pré-históricos que ainda poderão

ser encontrados visto que toda a região da Serra da Moeda apresenta testemunhos desses períodos.

Com o intuito de trazer a esta avaliação técnica preliminar mais informações para além do EIA do

Projeto de Desenvolvimento do Complexo Vargem Grande - Nova Lima e Rio Acima, foi feita uma

busca na internet, tanto no sentido de localizar outros estudos sobre a região conhecida como

“Fazenda Velha”, em Rio Acima, como mapas mais antigos nos quais essa área estivesse assinalada.

Assim, foi encontrado o Mapa “Carte Géologique”, no qual está assinado o Rio do Peixe e a vila de

Santo Antonio (Rio Acima). Este mapa foi feito por Peter Claussen (1804-1855), naturalista

dinamarquês, para um artigo que escreveu sobre a Geologia de Minas Gerais, publicado através do

L'Académie Royale des Sciences, des Lettres et des Beaux-Arts de Belgique. Provavelmente

resultado de uma viagem dele pelo Brasil, entre 1833 e 1835 quando, por acaso, encontrou o

naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund acompanhado pelo botânico alemão Ludwig Riedel, em

outubro de 1834.

Figura 16 – Trecho do mapa “Carte Géologique”

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A respeito do Rio do Peixe, em cuja bacia se encontra a região da Fazenda Velha e sobre o qual se

referem muitos dos documentos localizados no levantamento de fontes primárias realizado pela

consultoria responsável pelo EIA do Plano de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande,

este documento diz (grifo nosso):

O registro mais antigo de mineração no rio do Peixe pode datar de

1727, conforme pesquisou Bráulio Carsalade Vilella, que opina poder

ser este o ribeirão tratado com o nome de ribeirão do Campo de

Paraopeba, com nascentes na serra do Rodeador (Vilella, 1996:5-6).

Entretanto, pairam dúvidas sobre tal registro, por conta da sucessão e

confusão de nomes às referências topográficas da região nas primeiras

décadas da colonização.

Sendo o maior e mais caudaloso rio da margem esquerda do rio das

Velhas na região, entre Nova Lima, Rio Acima e Itabirito, a busca do

ouro não o excluiria, nem aos seus afluentes. Os poucos registros

históricos sobre o rio do Peixe, nos dois primeiros séculos de ocupação

do centro de Minas Gerais, podem ser consequência deste se

apresentar como um local de difícil acesso e fora do caminho normal

dos viajantes. A descida das serranias de Moeda em direção a Rio

Acima e Nova Lima se fazia comumente pelo ribeirão dos Macacos e a

ligação entre a região de Cata Branca e Itabira do Campo com Rio

Acima, pelo lado direito do rio das Velhas.(pg. 680)

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Figura 17 – Mapa geológico da primeira metade do século XIX

Fonte: http://curraldelrei.blogspot.com.br/2011/06/serra-do-curral-del-rey-o-marco.html

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Sobre a “Fazenda Velha” em si, não localizamos durante esta avaliação técnica preliminar nenhuma

referência para além da que consta do EIA do Plano de Desenvolvimento do Complexo Vargem

Grande (grifo nosso):

O pouco que se sabe sobre as origens coloniais da Fazenda Velha vem

de testemunhos orais, nos quais também se fundamenta a frágil e

escassa bibliografia existente. Como o córrego Fazenda Velha está

entre o córrego dos Andaimes e o rio do Peixe, todos na margem

esquerda do rio das Velhas, é difícil estabelecer a qual propriedade

pertencia à Fazenda Velha. Seus limites são incertos, mas sabe-se,

através de informação oral, que fazia limite com a Fazenda Siará.

Foi possível estabelecer razoavelmente os usos econômicos da área da

fazenda, começando na mineração do ouro e passando gradualmente à

produção diversificada: cultura do café; produção de carvão vegetal;

atividades extrativistas e alguma atividade de criação e lavoura de

pequena monta. Essa diversificação econômica é condizente com a

dificuldade das propriedades rurais locais de sobreviverem às custas

de uma única atividade.(pg.683)

Considerando as informações sobre a Fazenda Ceará, também no referido EIA (abaixo), pode existir

uma relação entre ambas as fazendas, que depende de um levantamento histórico pormenorizado

principalmente do período colonial:

A Fazenda Ceará, ainda que seus limites fossem incertos e quase

ninguém saiba, hoje, que um dia ela existiu, certamente abrangia

partes importantes de cabeceiras, matas e montanhas onde se

encontram as atuais explorações minerais da área. Nela se realizaram

atividades econômicas importantes, historicamente relevantes, que só

podem ser compreendidas por uma abordagem que leve em conta um

vínculo de unidade entre as propriedades atuais, vínculo este que só

pode ser resgatado na organização espacial que existia anteriormente.

Nos relatos orais há referências de que boa parte da área entre as

drenagens do córrego Fazenda Velha, do rio do Peixe e do córrego

Volta Grande - inclusive suas duas margens e a mata dos trovões -

pertencia à Fazenda Ceará. O local exato da sede não foi encontrado,

podendo ser, tanto em direção às cabeceiras do córrego Fazenda

Velha, onde ainda existe um pequeno rancho chamado “Reino do

Ceará”, quanto nas imediações do curso mais baixo do córrego Volta

Grande, onde ele se encontra com o rio do Peixe, conforme registro

documental transcrito a seguir. (pg. 682-683)

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Lendo as informações desse mesmo documento, sobre o Diagnóstico Arqueológico do córrego dos

Andaimes, primeira drenagem a sul do córrego Fazenda Velha, no qual foram identificados diversos

vestígios de estruturas e de conjuntos de estruturas relacionadas a diversos momentos de ocupação

histórica, fica evidente o potencial de que estes vestígios e aqueles encontrados no córrego Fazenda

Velha tenham uma relação espaço-temporal, que precisa ser devidamente estudada durante o

processo de tombamento definitivo.

Conforme o documento ressalta “O registro desses vestígios [Andaime], importantes para a

contextualização da ocupação pretérita da região na qual se insere o empreendimento e também na

compreensão da ocupação do córrego Fazenda Velha, é apresentado...”. (pg.733)

Considerando que o EIA do Plano de Desenvolvimento do Complexo Vargem Grande – Nova Lima

e Rio Acima, foi a principal fonte no que se refere ao patrimônio arqueológico, segue como anexo

desta avaliação técnica preliminar o Volume III (Anexo 4).

A região da Serra da Moeda reflete de maneira especial a história de Minas Gerais e a Fazenda Velha

em Rio Acima faz parte desse contexto, mesmo que no momento sejam somente os vestígios

arqueológicos em seu silêncio a testemunhar isso.

Conforme o documento “Patrimônio Natural-Cultural e zoneamento ecológico-econômico da Serra

da Moeda: Uma Contribuição Para Sua Conservação (Brandt/2008)”

a arqueologia “oferece a possibilidade de gerar visões

alternativas às da história escrita, independentemente de

variáveis como tempo e espaço. Tradicionalmente, a História –

ao trabalhar prioritariamente com fontes escritas produzidas

pelo poder – apresentou uma visão parcial e sectária do

passado.” (pg. 161)

Por isto é fundamental que, para além de preservar o lugar objeto desta avaliação técnica preliminar,

durante o processo do tombamento definitivo sejam desenvolvidos estudos pormenorizados do

patrimônio arqueológico de todos os sítios encontrados na região, inclusive para além da área

delimitada neste primeiro momento.

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Ameaça ao patrimônio paisagístico, arqueológico e natural da Fazenda Velha

A relevância paisagística, arqueológica e natural da área proposta para tombamento está sob ameaça

significativa com a perspectiva de implantação nessa área de Barragem para contenção de rejeitos

Fazenda Velha e de rejeitoduto (Processo COPAM n° 29527/2011/001/2012), da empresa Vale, para

atender ao Complexo Vargem Grande. Conforme destacado no Estudo de Impacto Ambiental (EIA)

do Plano de Desenvolvimento de Vargem Grande, serão os seguintes os impactos irreversíveis no

local devido à implantação do empreendimento:

1. Alterações nos aspectos físicos e bióticos (Alta magnitude);

2. Supressão dos Sítios Arqueológicos (Alta magnitude);

3. Supressão de Patrimônio Histórico Edificado (Alta magnitude)

4. Alteração definitiva na paisagem (Alta magnitude);

Conforme o EIA “O impacto aqui considerado refere-se à alteração paisagística em relação aos

aspectos físicos (alterações topográficas e do relevo) e bióticos (supressão de cobertura vegetal). [...]

O impacto de alteração da paisagem é classificado como de natureza negativa; incidência direta, pois

decorre de ações do empreendimento; manifestando-se em curto prazo; abrangência regional, [...];

permanente, pois depois de ocorrido não tem fim definido e, irreversível, uma vez que o impacto se

mantém mesmos se controlado ou se cessada sua origem. O impacto é classificado como de alta

magnitude, pois promoverá uma alteração significativa da paisagem na área de abrangência do

projeto, considerando sua inserção no domínio da Mata Atlântica...” (grifo nosso)

Ressalta-se que, no tópico “Supressão de Vestígios”, o EIA dispõe de forma expressa que “Os

impactos identificados (...), são decorrentes das intervenções (...) dentre outros, gerando a completa

destruição dos sítios e de todas as informações neles contidas”. (grifo nosso)

Embora a empresa apresente plano de recuperação de áreas degradadas e projeto de educação

patrimonial, avaliamos que estão em plena contradição com o próprio estudo apresentado, visto que

informa que diversos elementos serão completamente destruídos pela implantação do

empreendimento. E no trecho abaixo o documento se aproxima deste entendimento:

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Se por um lado, o resgate de sítios e vestígios arqueológicos, por mais

criterioso que venha a ser, não consegue absorver e recuperar todas as

informações que os objetos, os locais e suas relações intrínsecas

guardam, por outro lado, a não implantação do empreendimento nesse

local e seu abandono poderia implicar a perda completa desses

vestígios e dos registros contidos nele, uma vez que estas estruturas de

pedras são muito vulneráveis a ações antrópicas, tais como o desmonte

das estruturas para retirada de blocos de pedra e mesmo a ação de

intempéries e ao crescimento de vegetação, entre outras. Nesse caso, a

implantação do empreendimento poderia reverter em benefícios para o

conhecimento desses vestígios e estruturas, das relações desses com

outros que se encontram na proximidade e da historia de ocupação da

região, assim como podem se tornar importantes ferramentas para a

educação ambiental patrimonial. (pg.909)

Para melhor compreensão da ameaça à área que se pretende proteger, elaboramos um mapa

sobrepondo a mesma à barragem pretendida na mesma região (Figura 18).

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Figura 18 – Ameaça à área da Fazenda Velha

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Instrumentos legais

A Constituição Federal, em seu art. 225 determina:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem

de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao

Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as

presentes e futuras gerações.

Para a garantia desse direito, a Constituição determina obrigações ao poder público, mas também o

mune de instrumentos. A Constituição Federal em seu artigo 24 estabelece:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar

concorrentemente sobre:

(...)

VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e

dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e

paisagístico;

(...)

Como forma de proteção de patrimônio cultural, a Constituição Federal determina em seu art. 216:

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza

material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de

referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores

da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I - as formas de expressão;

II - os modos de criar, fazer e viver;

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às

manifestações artístico-culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,

arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e

protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros,

vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de

acautelamento e preservação.

A Lei Municipal nº1130, de 12 de abril de 2002, e a Lei Municipal nº 1433, de 16 de dezembro de

2010, tratam da preservação do Patrimônio Cultural e Natural do Município de Rio Acima e, em

consonância com o estabelecido pela Constituição Federal e pelo Decreto-Lei n◦ 25, de 1937,

estabelecem diversos instrumentos como o inventário, o tombamento e o registro, entre outros.

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Decreto-Lei nº. 25 de 1937:

Art. 1º Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos

bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interêsse

público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil,

quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou

artístico.

Disposições Lei Municipal nº. 1433 de 2010:

Art. 1º Constituem patrimônio cultural do Município os bens de natureza

material e imaterial, públicos ou particulares, tomados individualmente ou em

conjunto, que contenham referência à identidade, à ação, e à memória dos

diferentes grupos formadores da comunidade municipal, entre os quais se

incluem:

I – as formas de expressão;

II – os modos de criar, fazer e viver;

III – as criações científicas, tecnológicas e artísticas;

IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados

às manifestações artístico-culturais;

V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,

arqueológico, espeleológico, paleontológico, ecológico e científico;

VI – os lugares onde se concentram e se reproduzem as práticas culturais

coletivas.

Outro ponto relevante diz respeito ao estabelecido na Lei nº 1264, de 27 de novembro de 2006, que

institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Rio Acima (PD), definindo a função

social da propriedade. Ela estabelece, preliminarmente, serem objetivos do PD (art. 2º):

III - prevenir impactos ambientais negativos que possam ocorrer no processo

de transformação da estrutura municipal, tendo em vista, principalmente, a

preservação dos recursos hídricos e do patrimônio natural e paisagístico,

através da criação de unidades de conservação como parques e APP – Área

de Preservação Permanente e, sempre que possível constituir áreas contínuas

caracterizadas como corredores ecológicos ...;

V - desenvolver o potencial econômico do município em termos de suas

possíveis vocações: turísticas com a exploração do turismo ecológico, do

artesanato, e da gastronomia; agrícolas com o produção de gêneros

alimentícios naturais do município e da agricultura familiar; atividades

comerciais; prestação de serviços com a recuperação dos ofícios em extinção;

atividade industrial moveleiro e outras não poluidoras entre outras, através

de ações integradas e negociações com os outros níveis de governo e a

iniciativa privada, tendo em vista aspectos relacionados à atração de

empreendimentos e investidores, e à proteção do patrimônio natural e

histórico/cultural;

IX - regular a ocupação e o uso do solo no território municipal,

principalmente em termos do parcelamento do solo e da exploração de

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atividades potencialmente poluidoras e/ou degradadoras do ambiente natural

existente, tendo em vista o equilíbrio desejado e necessário para o

desenvolvimento do potencial econômico relacionado à vocação turística do

município (alínea i).

Para assegurar ainda esta vocação ambiental e turística, o texto estabeleceu também em seu artigo

3º serem princípios básicos [do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Rio Acima,

Capítulo I, que é aberto pelo art. 3º], “os princípios internacionais da precaução, da prevenção e da

participação em todas as ações de desenvolvimento urbano, rural, político, ambiental, econômico,

social, turístico, educacional e de saúde em toda estrutura municipal”.

Sob este fundamento, vem o artigo 4º, conceituá-los mais além, propondo a necessidade de

compreender a inserção de Rio Acima

“III - ... no Circuito do Ouro, no Projeto Estrada Real e no Projeto Trens de

Minas, para uma melhor compreensão das relações econômicas, sociais e

culturais entre Rio Acima e os demais municípios que integram a Região

Metropolitana de Belo Horizonte e dos municípios que participam desses

projetos turísticos”,

e de “V - entender o patrimônio natural, histórico e sociocultural como

produto de uma sociedade (...) sua importância e qualidade se afirma[ndo]

quando são reconhecidos, defendidos e utilizados por essa sociedade” [inciso

V].

No capítulo III, o artigo 6º firma como um dos Instrumentos da Política Urbana de Rio Acima

o planejamento ambiental, a legislação ambiental no âmbito das competências

municipais, a criação de unidades de conservação com o respectivo

zoneamento ecológico e econômico, tendo em vista o equilíbrio ambiental e a

preservação dos recursos naturais, notadamente os recursos hídricos

municipais, no interesse coletivo. [inciso IV].

Conclusão

Diante do exposto neste lauto técnico, a área proposta possui bens com valor paisagístico,

arqueológico e natural que são portadores de referência à história de Rio Acima e que, assim,

devem ser preservados.

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Entretanto, esse conjunto de elementos relevantes, a maioria deles ainda nem devidamente

estudados, vê-se ameaçado diante da perspectiva de nessa área ser implantada a Barragem Fazenda

Velha para atender ao Complexo Vargem Grande e, por isso, urge que se proceda à proteção legal e

efetiva desse patrimônio.

Considerando os instrumentos legais que dizem respeito à preservação do patrimônio natural e

cultural;

Considerando que:

“O tombamento é uma forma de reconhecimento, pela sociedade, de um

excepcional valor de um bem cultural. Pelo tombamento esse bem é

oficialmente instituído como patrimônio. Malgrado a compreensão vulgar que

delimita o patrimônio como um simples objeto, na verdade esse conceito

envolve questões muito mais complexas. Patrimônio é um objeto que inclui

objetos. Aparentemente estável, integra múltiplos e dinâmicos processos,

dimensões e valores materiais e imateriais a se apresentarem e se

reorganizarem em novas e diferentes configurações a cada momento.

Sobretudo nos intricados meandros de um sítio de valor natural e cultural, o

conceito de patrimônio apresenta essa móvel e coalescente pluralidade que,

para ser entendida em profundidade, não pode ser percebida sob um só ponto

de vista, como um contexto tão rico e complexo quanto o são todos os fatores

que constituem uma cultura”.

(Parecer sobre tombamento de sítios de valor natural e cultural – Arquiteto Carlos Fernando de

Moura Delphim.)

Considerando ainda que:

Bens naturais e bens culturais se incluem entre os maiores atrativos turísticos;

preservá-los deve ser uma conseqüência lógica e uma preocupação do

"marketing" turístico. (Américo PeIlegrini Filho)

Sugere-se, assim, que a área proposta seja submetida, imediatamente, a proteção provisória até que

sejam efetuados estudos mais aprofundados subsidiando a proteção definitiva.

Do perímetro do tombamento provisório

Sugere-se como perímetro de tombamento provisório os limites demarcados na Figura 17 e

descritos no memorial descritivo (Anexo I).

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Figura 19 - Proposta de perímetro de tombamento

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Descrição do bem a ser tombado provisoriamente

A paisagem configurada no Conjunto Paisagístico, Arqueológico e Natural Fazenda Velha, dentro do

perímetro proposto no Memorial Descritivo, apresenta grande beleza cênica, atributos naturais singulares e

patrimônio arqueológico relevante para o município de Rio Acima e para a História de Minas Gerais.

A área compreende paisagens que podem ser descortinadas da estrada de acesso, em diversos pontos que

podem se constituir em mirantes com potencial de visitação, de onde se têm visadas importantes do conjunto

tombado e do entorno.

A relevância arqueológica, mesmo que ainda demandando estudos pormenorizados, fica evidente nos

vestígios encontrados que remetem à história das primeiras ocupações na região, do período colonial

mineiro que remontam aos séculos XVIII e XIX.

O patrimônio natural das matas preservadas e encaixadas no vale do córrego da Fazenda, associadas à

biodiversidade riquíssima em espécies da fauna e da flora, é incontestável e de grande valor.

Todos estes elementos compõem o Conjunto Paisagístico, Arqueológico e Natural Fazenda Velha, que

merece o tombamento municipal pelo conjunto de atributos paisagísticos, arqueológicos e naturais, de modo

a ser preservado em memória dos antepassados que assim o legaram, para a fruição da população e para a

posteridade como patrimônio cultural de Rio Acima.

A proteção destes elementos corrobora as diretrizes do Plano Diretor municipal que tem, dentre seus

objetivos, desenvolver o potencial econômico do município em termos de suas vocações turísticas, com

exploração do turismo ecológico, entre outros (PD de Rio Acima, extrato do artigo 2o, de 2006)

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Diretrizes para o tombamento provisório

Assim, para a salvaguarda e preservação destes valores, atividades consideradas danosas e incompatíveis

com a preservação deverão ser proibidas na área proposta para o tombamento provisório. Para garantir a

permanência de seus atributos seguem estas diretrizes:

1) Ficam proibidos a extração e pesquisa mineral de qualquer natureza (incluindo lavra garimpeira) e

quaisquer atividades a elas relacionadas, a concessão de licenças para mineração e lavra, o parcelamento de

imóveis, a instalação de aterros sanitários, indústrias poluentes, cemitérios, empreendimentos e construções

que causem significativos impactos ao bem tombado e as atividades que provoquem o risco de

desmatamento, a poluição de cursos d'água, a diminuição do volume de água e movimentações de terra.

2) A anuência para visitas ou estudos na área tombada, principalmente dos vestígios arqueológicos, assim

como a abertura de acessos, deverá ser solicitada previamente à presidência do Conselho Municipal do

Patrimônio Cultural e Natural do município de Rio Acima.

3) Intervenções no entorno imediato da área tombada, enquanto não forem definidas as diretrizes em estudos

para o tombamento definitivo, deverão ser submetidas a análise do Conselho Municipal de Patrimônio

Cultural e Natural do município de Rio Acima e do CODEMA municipal.

4)Deverá ser realizado junto às escolas do município e com os moradores um trabalho de educação

patrimonial para se discutir os benefícios ambientais e culturais do tombamento e seus efeitos.

Descrição do entorno do bem tombado provisoriamente

Para preservar a ambiência e salvaguardar os valores expressos no Conjunto Paisagístico, Arqueológico e

Natural Fazenda Velha, será necessário definir o entorno do bem tombado. Considerando a necessidade de

estudos pormenorizados, principalmente dos vestígios arqueológicos encontrados na região, não foi possível

nesta avaliação técnica preliminar propor limites para a área de entorno.

Rio Acima, 24 de maio de 2014

Dr. Paulo Passos

Procurador Geral do Município

Secretaria Municipal de Meio Ambiente

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Adriana Freitas Mariano

Secretária Municipal de Meio Ambiente

Isabella Laila Caputo

Geógrafa

Jair Luiz Paes Júnior

Biólogo

Leonardo Reis

Técnico em Meio Ambiente

Instituto de Desenvolvimento e Sustentabilidade Sócio Cultural – IDESSC

Márcia Andréa Armond

Arquiteta Urbanista

CAU A21467-7

Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela

Paulo Rodrigues

Pesquisador e ambientalista

Maria Teresa V. de F. Corujo

Educadora Ambiental

Apoios:

Sr. Milton – Secretaria Municipal de Meio Ambiente

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Gisela Herrmann - ONG Valor Natural

Bióloga

Doutora em Ecologia, conservação e manejo de vida silvestre

Flávia Santos Faria – Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG

Robson de Oliveira (Fotografia)

Gustavo Barbosa

Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela

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ANEXO 1

O perímetro, descrito a seguir, que define a área do Tombamento Provisório do Conjunto

Paisagístico, Arqueológico e Natural Fazenda Velha, no município de Rio Acima

(com aproximadamente 789,2 hectares) perfaz 17.794 metros e está georreferenciado ao

Sistema Geodésico Brasileiro. Esses pontos encontram-se referenciados ao meridiano central

45º WGr, tendo como datum o WGS84-BRASIL (IBGE), e todos os azimutes, distâncias, área e

perímetro foram calculados no plano de projeção UTM, Fuso 23S. Inicia-se no ponto 1, de

coordenadas planas aproximadas (c.p.a.) 7.771.528,5 E e 623425,9 N, com azimute de

170o 2’, com a distância de 118 metros até o ponto 2, com as coordenadas 7.771.412,3 E

e 623.446,3 N, com azimute de 145o

49’, com a distância de 80 metros até o ponto 3,

com as coordenadas 7.771.346,2 E e 623.491,2 N, com azimute de 154o

41’, com a

distância de 43 metros até o ponto 4, com as coordenadas 7.771.307,0 E e 623.509,7 N,

com azimute de 164o

40’, com a distância de 26 metros até o ponto 5, com as

coordenadas 7.771.282,2 E e 623.516,5 N, com azimute de 160o 45’, com a distância de

44 metros até o ponto 6, com as coordenadas 7.771.241,0 E e 623.530,9 N, com azimute

de 138o

10’, com a distância de 46 metros até o ponto 7, com as coordenadas

7.771.206,4 E e 623.561,8 N, com azimute de 112o

57’, com a distância de 29 metros

até o ponto 8, com as coordenadas 7.771.195,1 E e 623.588,6 N, com azimute de 118o

37’, com a distância de 16 metros até o ponto 9, com as coordenadas 7.771.187,2 E e

623.603 N, com azimute de 139o

44’, com a distância de 9 metros até o ponto 10, com

as coordenadas 7.771.180,4 E e 623.608,8 N, com azimute de 160o 54’, com a distância

de 72 metros até o ponto 11, com as coordenadas 7.771.112,8 E e 623.632,2 N, com

azimute de 166o

37’, com a distância de 24 metros até o ponto 12, com as coordenadas

7.771.089,2 E e 623.637,8 N, com azimute de 160o 6’, com a distância de 19 metros até

o ponto 13, com as coordenadas 7.771.071,0 E e 623.644,4 N, com azimute de 159o 51’,

com a distância de 36 metros até o ponto 14, com as coordenadas 7.771.037,2 E e

623.656,8 N, com azimute de 173o

34’, com a distância de 35 metros até o ponto 15,

com as coordenadas 7.771.002,5 E e 623.660,7 N, com azimute de 123o

18’, com a

distância de 24 metros até o ponto 16, com as coordenadas 7.770.989,3 E e 623.680,9

N, com azimute de 137o

5’, com a distância de 25 metros até o ponto 17, com as

coordenadas 7.770.971,2 E e 623.697,7 N, com azimute de 141o

8’, com a distância de

24 metros até o ponto 18, com as coordenadas 7.770.952,7 E e 623.712,6 N, com

azimute de 130o

44’, com a distância de 29 metros até o ponto 19, com as coordenadas

7.770.933,7 E e 623.734,7 N, com azimute de 152o

39’, com a distância de 50 metros

até o ponto 20, com as coordenadas 7.770.889,2 E e 623.757,7 N, com azimute de 27o

49’, com a distância de 40 metros até o ponto 21, com as coordenadas 7.770.924,4 E e

623.776,3 N, com azimute de 50o 52’, com a distância de 26 metros até o ponto 22, com

as coordenadas 7.770.941,0 E e 623.796,7 N, com azimute de 166o 33’, com a distância

de 52 metros até o ponto 23, com as coordenadas 7.770.890,8 E e 623.808,7 N, com

azimute de 141o

26’, com a distância de 52 metros até o ponto 24, com as coordenadas

7.770.850,0 E e 623.841,2 N, com azimute de 103o 3’, com a distância de 41 metros até

o ponto 25, com as coordenadas 7.770.840,8 E e 623.880,7 N, com azimute de 82o 12’,

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com a distância de 17 metros até o ponto 26, com as coordenadas 7.770.843,1 E e

623.897,3 N, com azimute de 103o

23’, com a distância de 34 metros até o ponto 27,

com as coordenadas 7.770.835,3 E e 623.930 N, com azimute de 78o 4’, com a distância

de 58 metros até o ponto 28, com as coordenadas 7.770.847,3 E e 623.987 N, com

azimute de 58o

27’, com a distância de 54 metros até o ponto 29, com as coordenadas

7.770.875,8 E e 624.033,3 N, com azimute de 48o

11’, com a distância de 63 metros até

o ponto 30, com as coordenadas 7.770.917,4 E e 624.079,9 N, com azimute de 51o 16’,

com a distância de 44 metros até o ponto 31, com as coordenadas 7.770.944,7 E e

624.113,9 N, com azimute de 88o 10’, com a distância de 38 metros até o ponto 32, com

as coordenadas 7.770.945,9 E e 624.151,6 N, com azimute de 112o 52’, com a distância

de 40 metros até o ponto 33, com as coordenadas 7.770.930,4 E e 624.188,3 N, com

azimute de 56o

6’, com a distância de 56 metros até o ponto 34, com as coordenadas

7.770.961,7 E e 624.234,8 N, com azimute de 64o

29’, com a distância de 52 metros até

o ponto 35, com as coordenadas 7.770.984,2 E e 624.282,1 N, com azimute de 66o 29’,

com a distância de 53 metros até o ponto 36, com as coordenadas 7.771.005,4 E e

624.330,8 N, com azimute de 185o 4’, com a distância de 54 metros até o ponto 37, com

as coordenadas 7.770.951,3 E e 624.326 N, com azimute de 112o

25’, com a distância

de 43 metros até o ponto 38, com as coordenadas 7.770.935,0 E e 624.365,5 N, com

azimute de 151o

44’, com a distância de 24 metros até o ponto 39, com as coordenadas

7.770.913,8 E e 624.376,9 N, com azimute de 219o

37’, com a distância de 46 metros

até o ponto 40, com as coordenadas 7.770.878,7 E e 624.347,8 N, com azimute de 198o

20’, com a distância de 17 metros até o ponto 41, com as coordenadas 7.770.862,7 E e

624.342,5 N, com azimute de 167o

50’, com a distância de 49 metros até o ponto 42,

com as coordenadas 7.770.814,5 E e 624.352,9 N, com azimute de 161o

9’, com a

distância de 29 metros até o ponto 43, com as coordenadas 7.770.786,6 E e 624.362,4

N, com azimute de 157o

13’, com a distância de 32 metros até o ponto 44, com as

coordenadas 7.770.756,9 E e 624.374,9 N, com azimute de 128o 55’, com a distância de

35 metros até o ponto 45, com as coordenadas 7.770.735,1 E e 624.401,9 N, com

azimute de 96o

18’, com a distância de 55 metros até o ponto 46, com as coordenadas

7.770.729,0 E e 624.456,7 N, com azimute de 52o

23’, com a distância de 35 metros até

o ponto 47, com as coordenadas 7.770.750,7 E e 624.484,8 N, com azimute de 60o 37’,

com a distância de 18 metros até o ponto 48, com as coordenadas 7.770.759,4 E e

624.500,4 N, com azimute de 114o

21’, com a distância de 68 metros até o ponto 49,

com as coordenadas 7.770.731,4 E e 624.562,4 N, com azimute de 78o

16’, com a

distância de 20 metros até o ponto 50, com as coordenadas 7.770.735,5 E e 624.582,2

N, com azimute de 95o

27’, com a distância de 92 metros até o ponto 51, com as

coordenadas 7.770.726,7 E e 624.674,1 N, com azimute de 57o

51’, com a distância de

73 metros até o ponto 52, com as coordenadas 7.770.765,8 E e 624.736,3 N, com

azimute de 9o

40’, com a distância de 40 metros até o ponto 53, com as coordenadas

7.770.805,1 E e 624.743 N, com azimute de 18o 59’, com a distância de 27 metros até o

ponto 54, com as coordenadas 7.770.830,4 E e 624.751,7 N, com azimute de 30o

20’,

com a distância de 14 metros até o ponto 55, com as coordenadas 7.770.842,6 E e

624.758,9 N, com azimute de 30o 37’, com a distância de 21 metros até o ponto 56, com

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Página 55 de 64

as coordenadas 7.770.860,4 E e 624.769,4 N, com azimute de 22o 1’, com a distância de

18 metros até o ponto 57, com as coordenadas 7.770.877,4 E e 624.776,3 N, com

azimute de 34o

22’, com a distância de 6 metros até o ponto 58, com as coordenadas

7.770.882,1 E e 624.779,5 N, com azimute de 34o

37’, com a distância de 31 metros até

o ponto 59, com as coordenadas 7.770.907,8 E e 624.797,2 N, com azimute de 28o 37’,

com a distância de 20 metros até o ponto 60, com as coordenadas 7.770.925,5 E e

624.806,9 N, com azimute de 41o 2’, com a distância de 50 metros até o ponto 61, com

as coordenadas 7.770.963,4 E e 624.839,9 N, com azimute de 15o

47’, com a distância

de 25 metros até o ponto 62, com as coordenadas 7.770.987,5 E e 624.846,7 N, com

azimute de 51o

5’, com a distância de 46 metros até o ponto 63, com as coordenadas

7.771.016,6 E e 624.882,8 N, com azimute de 32o

18’, com a distância de 111 metros

até o ponto 64, com as coordenadas 7.771.110,4 E e 624.942,1 N, com azimute de 134o

10’, com a distância de 68 metros até o ponto 65, com as coordenadas 7.771.063,3 E e

624.990,6 N, com azimute de 100o

52’, com a distância de 42 metros até o ponto 66,

com as coordenadas 7.771.055,4 E e 625.031,6 N, com azimute de 19o

53’, com a

distância de 18 metros até o ponto 67, com as coordenadas 7.771.072,2 E e 625.037,7

N, com azimute de 60o

22’, com a distância de 66 metros até o ponto 68, com as

coordenadas 7.771.105,0 E e 625.095,4 N, com azimute de 60o

25’, com a distância de

29 metros até o ponto 69, com as coordenadas 7.771.119,4 E e 625.120,7 N, com

azimute de 94o

22’, com a distância de 80 metros até o ponto 70, com as coordenadas

7.771.113,3 E e 625.200,7 N, com azimute de 10o

3’, com a distância de 34 metros até o

ponto 71, com as coordenadas 7.771.147,1 E e 625.206,7 N, com azimute de 357o

48’,

com a distância de 45 metros até o ponto 72, com as coordenadas 7.771.191,6 E e

625.205 N, com azimute de 77o

38’, com a distância de 51 metros até o ponto 73, com

as coordenadas 7.771.202,5 E e 625.255,1 N, com azimute de 70o

58’, com a distância

de 70 metros até o ponto 74, com as coordenadas 7.771.225,4 E e 625.321,5 N, com

azimute de 49o

4’, com a distância de 46 metros até o ponto 75, com as coordenadas

7.771.255,8 E e 625.356,5 N, com azimute de 71o

10’, com a distância de 98 metros até

o ponto 76, com as coordenadas 7.771.287,5 E e 625.449,7 N, com azimute de 56o 17’,

com a distância de 66 metros até o ponto 77, com as coordenadas 7.771.324,1 E e

625.504,5 N, com azimute de 358o

23’, com a distância de 35 metros até o ponto 78,

com as coordenadas 7.771.359,5 E e 625.503,5 N, com azimute de 32o

28’, com a

distância de 31 metros até o ponto 79, com as coordenadas 7.771.386,1 E e 625.520,4

N, com azimute de 93o

52’, com a distância de 78 metros até o ponto 80, com as

coordenadas 7.771.380,8 E e 625.598,3 N, com azimute de 49o

19’, com a distância de

50 metros até o ponto 81, com as coordenadas 7.771.413,7 E e 625.636,6 N, com

azimute de 174o

3’, com a distância de 45 metros até o ponto 82, com as coordenadas

7.771.368,5 E e 625.641,3 N, com azimute de 175o 8’, com a distância de 22 metros até

o ponto 83, com as coordenadas 7.771.346,2 E e 625.643,2 N, com azimute de 201o 19’,

com a distância de 37 metros até o ponto 84, com as coordenadas 7.771.312,1 E e

625629,9 N, com azimute de 226o

44’, com a distância de 34 metros até o ponto 85,

com as coordenadas 7.771.289,2 E e 625605,5 N, com azimute de 230o

40’, com a

distância de 28 metros até o ponto 86, com as coordenadas 7.771.271,1 E e 625.583,5

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N, com azimute de 198o

38’, com a distância de 37 metros até o ponto 87, com as

coordenadas 7.771.235,9 E e 625.571,6 N, com azimute de 172o 45’, com a distância de

44 metros até o ponto 88, com as coordenadas 7.771.192,6 E e 625.577,1 N, com

azimute de 176o

5’, com a distância de 57 metros até o ponto 89, com as coordenadas

7.771.135,6 E e 625.581 N, com azimute de 179o

56’, com a distância de 89 metros até

o ponto 90, com as coordenadas 7.771.046,6 E e 625.581,1 N, com azimute de 180o 31’,

com a distância de 54 metros até o ponto 91, com as coordenadas 7.770.992,7 E e

625.580,6 N, com azimute de 184o

42’, com a distância de 72 metros até o ponto 92,

com as coordenadas 7.770.921,1 E e 625.574,7 N, com azimute de 194o

31’, com a

distância de 71 metros até o ponto 93, com as coordenadas 7.770.852,8 E e 625.557 N,

com azimute de 200o

7’, com a distância de 35 metros até o ponto 94, com as

coordenadas 7.770.819,5 E e 625.544,8 N, com azimute de 228o 23’, com a distância de

18 metros até o ponto 95, com as coordenadas 7.770.807,7 E e 625.531,5 N, com

azimute de 240o

23’, com a distância de 29 metros até o ponto 96, com as coordenadas

7.770.793,6 E e 625.506,6 N, com azimute de 219o

54’, com a distância de 42 metros

até o ponto 97, com as coordenadas 7.770.761,5 E e 625.479,8 N, com azimute de 200o

37’, com a distância de 43 metros até o ponto 98, com as coordenadas 7.770.720,9 E e

625.464,5 N, com azimute de 207o 1’, com a distância de 39 metros até o ponto 99, com

as coordenadas 7.770.686,2 E e 625.446,8 N, com azimute de 239o 36’, com a distância

de 49 metros até o ponto 100, com as coordenadas 7.770.661,2 E e 625.404,2 N, com

azimute de 217o 56’, com a distância de 36 metros até o ponto 101, com as coordenadas

7.770.632,6 E e 625.381,9 N, com azimute de 232o

28’, com a distância de 41 metros

até o ponto 102, com as coordenadas 7.770.607,7 E e 625.349,5 N, com azimute de

233o

23’, com a distância de 28 metros até o ponto 103, com as coordenadas

7.770.590,9 E e 625.326,8 N, com azimute de 249o

50’, com a distância de 65 metros

até o ponto 104, com as coordenadas 7.770.568,4 E e 625.265,7 N, com azimute de

251o 6’, com a distância de 42 metros até o ponto 105, com as coordenadas 7.770.554,8

E e 625.225,8 N, com azimute de 237o

24’, com a distância de 48 metros até o ponto

106, com as coordenadas 7.770.528,7 E e 625.185 N, com azimute de 252o

39’, com a

distância de 57 metros até o ponto 107, com as coordenadas 7.770.511,6 E e 625.130,3

N, com azimute de 239o

28’, com a distância de 39 metros até o ponto 108, com as

coordenadas 7.770.491,9 E e 625.096,8 N, com azimute de 232o 47’, com a distância de

29 metros até o ponto 109, com as coordenadas 7.770.474,1 E e 625.073,4 N, com

azimute de 240o 45’, com a distância de 30 metros até o ponto 110, com as coordenadas

7.770.459,7 E e 625.047,6 N, com azimute de 228o

21’, com a distância de 37 metros

até o ponto 111, com as coordenadas 7.770.435,4 E e 625.020,3 N, com azimute de

239o

33’, com a distância de 46 metros até o ponto 112, com as coordenadas

7.770.412,2 E e 624.980,8 N, com azimute de 240o 0’, com a distância de 64 metros até

o ponto 113, com as coordenadas 7.770.380,3 E e 624.925,5 N, com azimute de 231o

20’, com a distância de 47 metros até o ponto 114, com as coordenadas 7.770.351,1 E e

624.889,1 N, com azimute de 246o

29’, com a distância de 28 metros até o ponto 115,

com as coordenadas 7.770.340,0 E e 624.863,5 N, com azimute de 255o

55’, com a

distância de 66 metros até o ponto 116, com as coordenadas 7.770.324,0 E e 624.799,7

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N, com azimute de 251o

36’, com a distância de 27 metros até o ponto 117, com as

coordenadas 7.770.315,4 E e 624.773,8 N, com azimute de 234o 32’, com a distância de

32 metros até o ponto 118, com as coordenadas 7.770.297,0 E e 624.748 N, com

azimute de 251o

2’, com a distância de 48 metros até o ponto 119, com as coordenadas

7.770.281,3 E e 624.702,3 N, com azimute de 243o

18’, com a distância de 76 metros

até o ponto 120, com as coordenadas 7.770.247,1 E e 624.634,3 N, com azimute de

239o

25’, com a distância de 51 metros até o ponto 121, com as coordenadas

7.770.221,4 E e 624.590,8 N, com azimute de 240o

36’, com a distância de 98 metros

até o ponto 122, com as coordenadas 7.770.173,3 E e 624.505,3 N, com azimute de

241o

59’, com a distância de 56 metros até o ponto 123, com as coordenadas

7.770.146,8 E e 624.455,5 N, com azimute de 245o

13’, com a distância de 45 metros

até o ponto 124, com as coordenadas 7.770.127,9 E e 624.414,6 N, com azimute de

266o

26’, com a distância de 40 metros até o ponto 125, com as coordenadas

7.770.125,4 E e 624.374,6 N, com azimute de 295o

17’, com a distância de 52 metros

até o ponto 126, com as coordenadas 7.770.147,7 E e 624.327,5 N, com azimute de

265o

48’, com a distância de 73 metros até o ponto 127, com as coordenadas

7.770.142,3 E e 624.254,7 N, com azimute de 275o

29’, com a distância de 50 metros

até o ponto 128, com as coordenadas 7.770.147,2 E e 624.204,6 N, com azimute de

276o

29’, com a distância de 62 metros até o ponto 129, com as coordenadas

7.770.154,2 E e 624.142,8 N, com azimute de 267o

39’, com a distância de 28 metros

até o ponto 130, com as coordenadas 7.770.153,1 E e 6241.14,9 N, com azimute de

241o

22’, com a distância de 58 metros até o ponto 131, com as coordenadas

7.770.125,1 E e 624.063,7 N, com azimute de 252o

18’, com a distância de 20 metros

até o ponto 132, com as coordenadas 7.770.118,9 E e 624.044,3 N, com azimute de

224o

17’, com a distância de 64 metros até o ponto 133, com as coordenadas

7.770.073,0 E e 623.999,5 N, com azimute de 217o

39’, com a distância de 89 metros

até o ponto 134, com as coordenadas 7.770.002,9 E e 623.945,4 N, com azimute de

224o

26’, com a distância de 19 metros até o ponto 135, com as coordenadas

7.769.989,0 E e 623.931,8 N, com azimute de 237o 3’, com a distância de 44 metros até

o ponto 136, com as coordenadas 7.769.964,9 E e 623.894,6 N, com azimute de 229o

16’, com a distância de 73 metros até o ponto 137, com as coordenadas 7.769.917,6 E e

623.839,6 N, com azimute de 280o

59’, com a distância de 31 metros até o ponto 138,

com as coordenadas 7.769.923,5 E e 623.809 N, com azimute de 284o

13’, com a

distância de 49 metros até o ponto 139, com as coordenadas 7.769.935,5 E e 623.761,5

N, com azimute de 266o

28’, com a distância de 51 metros até o ponto 140, com as

coordenadas 7.769.932,4 E e 623.710,6 N, com azimute de 303o 25’, com a distância de

37 metros até o ponto 141, com as coordenadas 7.769.952,8 E e 623.679,7 N, com

azimute de 251o 14’, com a distância de 22 metros até o ponto 142, com as coordenadas

7.769.945,8 E e 623.659,2 N, com azimute de 245o

31’, com a distância de 68 metros

até o ponto 143, com as coordenadas 7.769.917,8 E e 623.597,5 N, com azimute de

252o 9’, com a distância de 39 metros até o ponto 144, com as coordenadas 7.769.905,8

E e 623.560,2 N, com azimute de 235o 8’, com a distância de 15 metros até o ponto 145,

com as coordenadas 7.769.897,5 E e 623.548,3 N, com azimute de 224o

38’, com a

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distância de 47 metros até o ponto 146, com as coordenadas 7.769.863,8 E e 623.515 N,

com azimute de 232o

37’, com a distância de 69 metros até o ponto 147, com as

coordenadas 7.769.821,7 E e 623.459,9 N, com azimute de 228o

7’, com a distância de

40 metros até o ponto 148, com as coordenadas 7.769.795,0 E e 623.430,1 N, com

azimute de 250o

8’, com a distância de 22 metros até o ponto 149, com as coordenadas

7.769.787,5 E e 623.409,5 N, com azimute de 259o

44’, com a distância de 15 metros

até o ponto 150, com as coordenadas 7.769.784,9 E e 623.394,7 N, com azimute de

278o

23’, com a distância de 41 metros até o ponto 151, com as coordenadas

7.769.790,8 E e 623.354,6 N, com azimute de 256o

41’, com a distância de 55 metros

até o ponto 152, com as coordenadas 7.769.778,0 E e 623.300,6 N, com azimute de

291o

18’, com a distância de 50 metros até o ponto 153, com as coordenadas

7.769.796,3 E e 623.253,7 N, com azimute de 276o

41’, com a distância de 50 metros

até o ponto 154, com as coordenadas 7.769.802,2 E e 623.203,7 N, com azimute de

281o

39’, com a distância de 35 metros até o ponto 155, com as coordenadas

7.769.809,2 E e 623.169,7 N, com azimute de 250o

30’, com a distância de 22 metros

até o ponto 156, com as coordenadas 7.769.801,8 E e 623.148,8 N, com azimute de

225o

11’, com a distância de 54 metros até o ponto 157, com as coordenadas

7.769.763,9 E e 623.110,7 N, com azimute de 231o

41’, com a distância de 64 metros

até o ponto 158, com as coordenadas 7.769.724,0 E e 623.060,2 N, com azimute de

244o

50’, com a distância de 34 metros até o ponto 159, com as coordenadas

7.769.709,7 E e 623.029,6 N, com azimute de 256o 6’, com a distância de 69 metros até

o ponto 160, com as coordenadas 7.769.693,0 E e 622.962,4 N, com azimute de 251o

57’, com a distância de 62 metros até o ponto 161, com as coordenadas 7.769.673,7 E e

622.903 N, com azimute de 254o

52’, com a distância de 49 metros até o ponto 162,

com as coordenadas 7.769.661,0 E e 622.856 N, com azimute de 243o

27’, com a

distância de 56 metros até o ponto 163, com as coordenadas 7.769.636,0 E e 622.806 N,

com azimute de 238o

24’, com a distância de 34 metros até o ponto 164, com as

coordenadas 7.769.618,2 E e 622.777 N, com azimute de 243o

40’, com a distância de

86 metros até o ponto 165, com as coordenadas 7.769.580,1 E e 622.700,1 N, com

azimute de 255o 27’, com a distância de 58 metros até o ponto 166, com as coordenadas

7.769.565,6 E e 622.643,9 N, com azimute de 246o

23’, com a distância de 55 metros

até o ponto 167, com as coordenadas 7.769.543,5 E e 622.593,5 N, com azimute de

229o 1’, com a distância de 68 metros até o ponto 168, com as coordenadas 7.769.499,2

E e 622.542,4 N, com azimute de 232o

28’, com a distância de 19 metros até o ponto

169, com as coordenadas 7.769.487,9 E e 622.527,7 N, com azimute de 243o 44’, com a

distância de 28 metros até o ponto 170, com as coordenadas 7.769.475,6 E e 622.502,8

N, com azimute de 248o

37’, com a distância de 30 metros até o ponto 171, com as

coordenadas 7.769.464,7 E e 622.474,9 N, com azimute de 236o 56’, com a distância de

31 metros até o ponto 172, com as coordenadas 7.769.447,5 E e 622.448,5 N, com

azimute de 232o 47’, com a distância de 39 metros até o ponto 173, com as coordenadas

7.769.423,9 E e 622.417,4 N, com azimute de 259o

59’, com a distância de 43 metros

até o ponto 174, com as coordenadas 7.769.416,5 E e 622.375,5 N, com azimute de

264o

25’, com a distância de 70 metros até o ponto 175, com as coordenadas

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7.769.409,7 E e 622.305,6 N, com azimute de 277o

48’, com a distância de 88 metros

até o ponto 176, com as coordenadas 7.769.421,6 E e 622.218,2 N, com azimute de

247o

38’, com a distância de 32 metros até o ponto 177, com as coordenadas

7.769.409,4 E e 622.188,5 N, com azimute de 235o 0’, com a distância de 30 metros até

o ponto 178, com as coordenadas 7.769.392,2 E e 622.163,9 N, com azimute de 228o

58’, com a distância de 101 metros até o ponto 179, com as coordenadas 7.769.326,0 E

e 622.087,8 N, com azimute de 231o 42’, com a distância de 66 metros até o ponto 180,

com as coordenadas 7.769.284,9 E e 622.035,8 N, com azimute de 235o

36’, com a

distância de 63 metros até o ponto 181, com as coordenadas 7.769.249,4 E e 621.983,9

N, com azimute de 223o

14’, com a distância de 20 metros até o ponto 182, com as

coordenadas 7.769.234,6 E e 621.970 N, com azimute de 242o

19’, com a distância de

31 metros até o ponto 183, com as coordenadas 7.769.220,1 E e 621.942,4 N, com

azimute de 230o 45’, com a distância de 21 metros até o ponto 184, com as coordenadas

7.769.206,9 E e 621.926,2 N, com azimute de 243o

29’, com a distância de 63 metros

até o ponto 185, com as coordenadas 7.769.179,0 E e 621.870,2 N, com azimute de

254o

10’, com a distância de 25 metros até o ponto 186, com as coordenadas

7.769.172,1 E e 621.846 N, com azimute de 259o

26’, com a distância de 38 metros até

o ponto 187, com as coordenadas 7.769.165,1 E e 621.808,6 N, com azimute de 253o

19’, com a distância de 37 metros até o ponto 188, com as coordenadas 7.769.154,5 E e

621.773 N, com azimute de 271o

16’, com a distância de 53 metros até o ponto 189,

com as coordenadas 7.769.155,7 E e 621.720,3 N, com azimute de 265o

5’, com a

distância de 64 metros até o ponto 190, com as coordenadas 7.769.150,2 E e 621.656,7

N, com azimute de 263o

31’, com a distância de 65 metros até o ponto 191, com as

coordenadas 7.769.142,8 E e 621.591,7 N, com azimute de 268o 31’, com a distância de

107 metros até o ponto 192, com as coordenadas 7.769.140,1 E e 621.485,1 N, com

azimute de 238o 20’, com a distância de 16 metros até o ponto 193, com as coordenadas

7.769.131,6 E e 621.471,4 N, com azimute de 249o 0’, com a distância de 31 metros até

o ponto 194, com as coordenadas 7.769.120,7 E e 621.442,9 N, com azimute de 255o

50’, com a distância de 74 metros até o ponto 195, com as coordenadas 7.769.102,6 E e

621.371,3 N, com azimute de 255o 50’, com a distância de 100 metros até o ponto 196,

com as coordenadas 7.769.078,2 E e 621.274,5 N, com azimute de 352o

5’, com a

distância de 124 metros até o ponto 197, com as coordenadas 7.769.201,4 E e 621.257,4

N, com azimute de 315o

0’, com a distância de 75 metros até o ponto 198, com as

coordenadas 7.769.254,3 E e 621.204,5 N, com azimute de 291o 46’, com a distância de

57 metros até o ponto 199, com as coordenadas 7.769.275,5 E e 621.151,5 N, com

azimute de 310o 37’, com a distância de 98 metros até o ponto 200, com as coordenadas

7.769.339,0 E e 621.077,5 N, com azimute de 331o

23’, com a distância de 133 metros

até o ponto 201, com as coordenadas 7.769.455,4 E e 621.014 N, com azimute de 18o

24’, com a distância de 100 metros até o ponto 202, com as coordenadas 7.769.550,7 E

e 621.045,7 N, com azimute de 16o 43’, com a distância de 111 metros até o ponto 203,

com as coordenadas 7.769.656,5 E e 621.077,5 N, com azimute de 338o

29’, com a

distância de 80 metros até o ponto 204, com as coordenadas 7.769.730,6 E e 621.048,3

N, com azimute de 33o

9’, com a distância de 31 metros até o ponto 205, com as

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coordenadas 7.769.756,3 E e 621.065,1 N, com azimute de 68o

13’, com a distância de

35 metros até o ponto 206, com as coordenadas 7.769.769,2 E e 621.097,3 N, com

azimute de 355o 59’, com a distância de 19 metros até o ponto 207, com as coordenadas

7.769.787,7 E e 621.096 N, com azimute de 317o

23’, com a distância de 26 metros até

o ponto 208, com as coordenadas 7.769.806,8 E e 621.078,5 N, com azimute de 284o

55’, com a distância de 31 metros até o ponto 209, com as coordenadas 7.769.814,7 E e

621.048,8 N, com azimute de 252o

46’, com a distância de 32 metros até o ponto 210,

com as coordenadas 7.769.805,2 E e 621.018,2 N, com azimute de 290o

49’, com a

distância de 36 metros até o ponto 211, com as coordenadas 7.769.817,9 E e 620.984,8

N, com azimute de 316o

10’, com a distância de 36 metros até o ponto 212, com as

coordenadas 7.769.844,1 E e 620.959,7 N, com azimute de 360o

0’, com a distância de

40 metros até o ponto 213, com as coordenadas 7.769.884,4 E e 620.959,7 N, com

azimute de 28o

16’, com a distância de 65 metros até o ponto 214, com as coordenadas

7.769.941,7 E e 620.990,5 N, com azimute de 37o

11’, com a distância de 41 metros até

o ponto 215, com as coordenadas 7.769.974,4 E e 621.015,3 N, com azimute de 54o 9’,

com a distância de 64 metros até o ponto 216, com as coordenadas 7.770.012,1 E e

621.067,5 N, com azimute de 111o

21’, com a distância de 65 metros até o ponto 217,

com as coordenadas 7.769.988,3 E e 621.128,4 N, com azimute de 26o

56’, com a

distância de 45 metros até o ponto 218, com as coordenadas 7.770.028,6 E e 621.148,9

N, com azimute de 360o

0’, com a distância de 18 metros até o ponto 219, com as

coordenadas 7.770.046,5 E e 621.148,9 N, com azimute de 33o

25’, com a distância de

32 metros até o ponto 220, com as coordenadas 7.770.073,6 E e 621.166,8 N, com

azimute de 65o

52’, com a distância de 55 metros até o ponto 221, com as coordenadas

7.770.096,1 E e 621.217 N, com azimute de 353o

39’, com a distância de 35 metros até

o ponto 222, com as coordenadas 7.770.131,1 E e 621.213,1 N, com azimute de 292o

50’, com a distância de 41 metros até o ponto 223, com as coordenadas 7.770.147,0 E e

621.175,4 N, com azimute de 10o

37’, com a distância de 25 metros até o ponto 224,

com as coordenadas 7.770.171,5 E e 621.180 N, com azimute de 29o 8’, com a distância

de 54 metros até o ponto 225, com as coordenadas 7.770.218,7 E e 621.206,3 N, com

azimute de 58o

22’, com a distância de 72 metros até o ponto 226, com as coordenadas

7.770.256,6 E e 621.267,9 N, com azimute de 28o

39’, com a distância de 59 metros até

o ponto 227, com as coordenadas 7.770.308,8 E e 621.296,4 N, com azimute de 12o 58’,

com a distância de 63 metros até o ponto 228, com as coordenadas 7.770.370,5 E e

621.310,6 N, com azimute de 330o

12’, com a distância de 38 metros até o ponto 229,

com as coordenadas 7.770.403,6 E e 621.291,6 N, com azimute de 296o

34’, com a

distância de 64 metros até o ponto 230, com as coordenadas 7.770.432,1 E e 621.234,7

N, com azimute de 283o

14’, com a distância de 83 metros até o ponto 231, com as

coordenadas 7.770.451,1 E e 621.154,1 N, com azimute de 300o 58’, com a distância de

83 metros até o ponto 232, com as coordenadas 7.770.493,7 E e 621.083 N, com

azimute de 298o 35’, com a distância de 59 metros até o ponto 233, com as coordenadas

7.770.522,2 E e 621.030,8 N, com azimute de 59o

14’, com a distância de 69 metros até

o ponto 234, com as coordenadas 7.770.557,5 E e 621.090,1 N, com azimute de 350o 3’,

com a distância de 23 metros até o ponto 235, com as coordenadas 7.770.580,3 E e

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621.086,1 N, com azimute de 290o

31’, com a distância de 17 metros até o ponto 236,

com as coordenadas 7.770.586,3 E e 621.070,2 N, com azimute de 285o

26’, com a

distância de 50 metros até o ponto 237, com as coordenadas 7.770.599,5 E e 621.022,3

N, com azimute de 272o

43’, com a distância de 28 metros até o ponto 238, com as

coordenadas 7.770.600,8 E e 620.994,5 N, com azimute de 228o 48’, com a distância de

25 metros até o ponto 239, com as coordenadas 7.770.584,3 E e 620.975,6 N, com

azimute de 228o 56’, com a distância de 27 metros até o ponto 240, com as coordenadas

7.770.566,4 E e 620.955,1 N, com azimute de 328o

53’, com a distância de 37 metros

até o ponto 241, com as coordenadas 7.770.598,1 E e 620.936 N, com azimute de 6o

17’, com a distância de 43 metros até o ponto 242, com as coordenadas 7.770.640,8 E e

620.940,7 N, com azimute de 7o 8’, com a distância de 76 metros até o ponto 243, com

as coordenadas 7.770.716,6 E e 620.950,2 N, com azimute de 351o 29’, com a distância

de 96 metros até o ponto 244, com as coordenadas 7.770.811,5 E e 620.936 N, com

azimute de 330o 57’, com a distância de 49 metros até o ponto 245, com as coordenadas

7.770.854,1 E e 620.912,3 N, com azimute de 306o 0’, com a distância de 65 metros até

o ponto 246, com as coordenadas 7.770.892,1 E e 620.860,1 N, com azimute de 300o

58’, com a distância de 28 metros até o ponto 247, com as coordenadas 7.770.906,3 E e

620.836,4 N, com azimute de 312o

30’, com a distância de 77 metros até o ponto 248,

com as coordenadas 7.770.958,5 E e 620.779,5 N, com azimute de 314o

59’, com a

distância de 47 metros até o ponto 249, com as coordenadas 7.770.991,7 E e 620.746,3

N, com azimute de 333o

25’, com a distância de 74 metros até o ponto 250, com as

coordenadas 7.771.058,1 E e 620.713,1 N, com azimute de 349o 40’, com a distância de

53 metros até o ponto 251, com as coordenadas 7.771.110,2 E e 620.703,6 N, com

azimute de 16o

40’, com a distância de 50 metros até o ponto 252, com as coordenadas

7.771.157,6 E e 620.717,8 N, com azimute de 3o 51’, com a distância de 71 metros até o

ponto 253, com as coordenadas 7.771.228,8 E e 620.722,6 N, com azimute de 360o

0’,

com a distância de 43 metros até o ponto 254, com as coordenadas 7.771.271,5 E e

620.722,6 N, com azimute de 339o

28’, com a distância de 41 metros até o ponto 255,

com as coordenadas 7.771.309,4 E e 620.708,4 N, com azimute de 327o

31’, com a

distância de 62 metros até o ponto 256, com as coordenadas 7.771.361,6 E e 620.675,2

N, com azimute de 318o

19’, com a distância de 57 metros até o ponto 257, com as

coordenadas 7.771.404,2 E e 620.637,2 N, com azimute de 347o

1’, com a distância de

63 metros até o ponto 258, com as coordenadas 7.771.465,9 E e 620.623 N, com

azimute de 25o

10’, com a distância de 89 metros até o ponto 259, com as coordenadas

7.771.546,5 E e 620.660,9 N, com azimute de 13o

3’, com a distância de 63 metros até o

ponto 260, com as coordenadas 7.771.608,1 E e 620.675,2 N, com azimute de 36o

0’,

com a distância de 64 metros até o ponto 261, com as coordenadas 7.771.660,3 E e

620.713,1 N, com azimute de 56o

18’, com a distância de 68 metros até o ponto 262,

com as coordenadas 7.771.698,2 E e 620.770 N, com azimute de 75o

34’, com a

distância de 106 metros até o ponto 263, com as coordenadas 7.771.724,6 E e 620.872,5

N, com azimute de 130o

4’, com a distância de 24 metros até o ponto 264, com as

coordenadas 7.771.709,0 E e 620.891,1 N, com azimute de 120o 41’, com a distância de

27 metros até o ponto 265, com as coordenadas 7.771.695,3 E e 620.914,2 N, com

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azimute de 127o 27’, com a distância de 20 metros até o ponto 266, com as coordenadas

7.771.682,9 E e 620.930,4 N, com azimute de 110o

42’, com a distância de 48 metros

até o ponto 267, com as coordenadas 7.771.666,0 E e 620.975,1 N, com azimute de

115o

41’, com a distância de 35 metros até o ponto 268, com as coordenadas

7.771.650,9 E e 621.006,4 N, com azimute de 142o

36’, com a distância de 37 metros

até o ponto 269, com as coordenadas 7.771.621,9 E e 621.028,6 N, com azimute de

130o

53’, com a distância de 29 metros até o ponto 270, com as coordenadas

7.771.602,8 E e 621.050,6 N, com azimute de 117o

44’, com a distância de 31 metros

até o ponto 271, com as coordenadas 7.771.588,2 E e 621.078,3 N, com azimute de

109o

37’, com a distância de 58 metros até o ponto 272, com as coordenadas

7.771.568,6 E e 621133,4 N, com azimute de 126o

19’, com a distância de 17 metros até

o ponto 273, com as coordenadas 7.771.558,8 E e 621.146,7 N, com azimute de 134o

48’, com a distância de 37 metros até o ponto 274, com as coordenadas 7.771.532,5 E e

621.173,2 N, com azimute de 146o

26’, com a distância de 17 metros até o ponto 275,

com as coordenadas 7.771.518,2 E e 621.182,7 N, com azimute de 142o

10’, com a

distância de 40 metros até o ponto 276, com as coordenadas 7.771.486,2 E e 621.207,5

N, com azimute de 85o

53’, com a distância de 30 metros até o ponto 277, com as

coordenadas 7.771.488,4 E e 621.237,4 N, com azimute de 78o

15’, com a distância de

49 metros até o ponto 278, com as coordenadas 7.771.498,2 E e 621.284,9 N, com

azimute de 79o

7’, com a distância de 116 metros até o ponto 279, com as coordenadas

7.771.520,2 E e 621.399,1 N, com azimute de 80o

21’, com a distância de 25 metros até

o ponto 280, com as coordenadas 7.771.524,4 E e 621.423,7 N, com azimute de 120o

24’, com a distância de 89 metros até o ponto 281, com as coordenadas 7.771.479,1 E e

621.500,8 N, com azimute de 107o

55’, com a distância de 67 metros até o ponto 282,

com as coordenadas 7.771.458,6 E e 621.564,3 N, com azimute de 107o

54’, com a

distância de 58 metros até o ponto 283, com as coordenadas 7.771.440,8 E e 621.619,3

N, com azimute de 109o

40’, com a distância de 33 metros até o ponto 284, com as

coordenadas 7.771.429,7 E e 621.650,3 N, com azimute de 95o

29’, com a distância de

36 metros até o ponto 285, com as coordenadas 7.771.426,3 E e 621.686,4 N, com

azimute de 83o

51’, com a distância de 37 metros até o ponto 286, com as coordenadas

7.771.430,2 E e 621.723 N, com azimute de 158o 2’, com a distância de 89 metros até o

ponto 287, com as coordenadas 7.771.347,3 E e 621.756,4 N, com azimute de 104o

2’,

com a distância de 59 metros até o ponto 288, com as coordenadas 7.771.333,1 E e

621.813,3 N, com azimute de 74o 3’, com a distância de 35 metros até o ponto 289, com

as coordenadas 7.771.342,6 E e 621.846,5 N, com azimute de 15o

53’, com a distância

de 69 metros até o ponto 290, com as coordenadas 7.771.409,0 E e 621865,4 N, com

azimute de 24o

26’, com a distância de 57 metros até o ponto 291, com as coordenadas

7.771.461,1 E e 621.889,1 N, com azimute de 45o

2’, com a distância de 13 metros até o

ponto 292, com as coordenadas 7.771.470,6 E e 621.898,6 N, com azimute de 101o 17’,

com a distância de 73 metros até o ponto 293, com as coordenadas 7.771.456,4 E e

621.969,8 N, com azimute de 90o 0’, com a distância de 66 metros até o ponto 294, com

as coordenadas 7.771.456,4 E e 622.036,1 N, com azimute de 68o

13’, com a distância

de 77 metros até o ponto 295, com as coordenadas 7.771.484,9 E e 622.107,3 N, com

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azimute de 72o

39’, com a distância de 80 metros até o ponto 296, com as coordenadas

7.771.508,6 E e 622.183,2 N, com azimute de 76o

59’, com a distância de 63 metros até

o ponto 297, com as coordenadas 7.771.522,8 E e 622.244,8 N, com azimute de 101o

18’, com a distância de 73 metros até o ponto 298, com as coordenadas 7.771.508,6 E e

622.315,9 N, com azimute de 113o 11’, com a distância de 108 metros até o ponto 299,

com as coordenadas 7.771.465,9 E e 622.415,5 N, com azimute de 344o

28’, com a

distância de 89 metros até o ponto 300, com as coordenadas 7.771.551,2 E e 622.391,8

N, com azimute de 321o

20’, com a distância de 91 metros até o ponto 301, com as

coordenadas 7.771.622,4 E e 622.334,9 N, com azimute de 298o

4’, com a distância de

81 metros até o ponto 302, com as coordenadas 7.771.660,3 E e 622.263,8 N, com

azimute de 299o

44’, com a distância de 115 metros até o ponto 303, com as

coordenadas 7.771.717,2 E e 622.164,2 N, com azimute de 306o 51’, com a distância de

95 metros até o ponto 304, com as coordenadas 7.771.774,1 E e 622.088,3 N, com

azimute de 333o 27’, com a distância de 85 metros até o ponto 305, com as coordenadas

7.771.850,0 E e 622.050,4 N, com azimute de 24o

44’, com a distância de 68 metros até

o ponto 306, com as coordenadas 7.771.911,6 E e 622.078,8 N, com azimute de 14o 6’,

com a distância de 59 metros até o ponto 307, com as coordenadas 7.771.968,5 E e

622.093,1 N, com azimute de 350o 27’, com a distância de 110 metros até o ponto 308,

com as coordenadas 7.772.076,8 E e 622.074,9 N, com azimute de 63o

54’, com a

distância de 54 metros até o ponto 309, com as coordenadas 7.772.100,5 E e 622.123,4

N, com azimute de 96o

30’, com a distância de 92 metros até o ponto 310, com as

coordenadas 7.772.090,1 E e 622.214,7 N, com azimute de 75o

13’, com a distância de

65 metros até o ponto 311, com as coordenadas 7.772.106,7 E e 622.277,8 N, com

azimute de 75o

14’, com a distância de 63 metros até o ponto 312, com as coordenadas

7.772.122,9 E e 622.339 N, com azimute de 75o 12’, com a distância de 71 metros até o

ponto 313, com as coordenadas 7.772.141,1 E e 622.407,8 N, com azimute de 65o

8’,

com a distância de 51 metros até o ponto 314, com as coordenadas 7.772.162,4 E e

622.454 N, com azimute de 65o 11’, com a distância de 66 metros até o ponto 315, com

as coordenadas 7.772.190,1 E e 622.513,9 N, com azimute de 65o 8’, com a distância de

113 metros até o ponto 316, com as coordenadas 7.772.237,5 E e 622.616 N, com

azimute de 59o 22’, com a distância de 114 metros até o ponto 317, com as coordenadas

7.772.295,3 E e 622.713,7 N, com azimute de 59o

20’, com a distância de 79 metros até

o ponto 318, com as coordenadas 7.772.335,5 E e 622.781,5 N, com azimute de 59o 22’,

com a distância de 64 metros até o ponto 319, com as coordenadas 7.772.368,2 E e

622.836,8 N, com azimute de 49o

46’, com a distância de 64 metros até o ponto 320,

com as coordenadas 7.772.409,2 E e 622.885,3 N, com azimute de 49o

44’, com a

distância de 123 metros até o ponto 321, com as coordenadas 7.772.488,8 E e 622.979,3

N, com azimute de 94o

29’, com a distância de 132 metros até o ponto 322, com as

coordenadas 7.772.478,5 E e 623.111,2 N, com azimute de 98o

45’, com a distância de

121 metros até o ponto 323, com as coordenadas 7.772.460,1 E e 623.230,9 N, com

azimute de 96o 45’, com a distância de 176 metros até o ponto 324, com as coordenadas

7.772.439,4 E e 623.405,3 N, com azimute de 160o

39’, com a distância de 60 metros

até o ponto 325, com as coordenadas 7.772.382,7 E e 623.425,2 N, com azimute de

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167o

20’, com a distância de 682 metros até o ponto 326, com as coordenadas

7.771.717,1 E e 623.574,7 N, com azimute de 218o

15’, com a distância de 240 metros

até o ponto 1, inicial.