Laurell K Hamilton - Prazeres Malditos

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    Para todos os fs que ajudaram

    a tornar este livro possvel.

    Especialmente os bibliotecrios e os livreiros.

    Obrigada, pessoal.

    AGRADECIMENTOS

    Carl Nassau e Gary Chehowski por me apresentarem ao vasto mundo das armas. Deborah Millitello peloentusiasmo muito alm do exigido pelo seu dever. M. C. Sumner, novo amigo e valioso r!tio. Mary"Dale#mison, $ue prestou muita aten%&o aos pe$uenos detalhes $ue passariam desperebidos por $ual$uer um de n's.( para todos os outros partiipantes do #lter"nate )istorians $ue n&o hegaram edo o bastante para apresentarsuas r!tias a este livro* +anni ee Simner, Marella Sands e -obert . Shea/. 0brigada pelo bolo, 1ob2 ( paratodos $ue estiveram presentes em minha leitura na #rhon 34.

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    #N5(S D( M0--(-, 6illie MCoy era um idiota. Mesmo depois de morto, ontinuou a s7"lo. Ele sentou"se dooutro lado da mesa om seu berrante bla8er xadre8. # al%a de polister era de um verde $ue lembrava um gi8 deera. Os abelos urtos e negros, penteados om uidado para tr9s do rosto magro e triangular. (le sempre melembrara um da$ueles atores de /ilmes de g:ngsteres om papis insigni/iantes, do tipo $ue vende in/orma%;es,/a8 o trabalho su N&o preisa admitir. osso sentir em vo7 o heiro do medo, $uase omo se algo toasse meu rosto, meurebro. Ao7 tem medo de mim por$ue eu sou vampiro.

    (u dei de ombros. 0 $ue poderia di8er@ Como se mente para uma pessoa $ue pode /are or $ue veio a$ui, 6illie@

    > Nossa, eu $ueria tanto /umar2 > disse, a pele do anto de sua boa ome%ou a tremer. > N&o imaginava$ue um vampiro tivesse ti$ue nervoso. (le levou a m&o boa, $uase toando"a, e sorriu, exibindo as presas.

    > Certas oisas n&o mudam.

    Minha vontade era perguntar"lhe o $ue mudava de /ato. Eual seria a sensa%&o de estar morto@ (u onheia

    outros vampiros alm dele, mas 6illie era o primeiro $ue eu onheera antes e depois de morrer. (ra umasensa%&o peuliar.

    > 0 $ue vo7 $uer@

    > (i, eu vim a$ui dar dinheiro a vo7. Euero ser seu liente.

    0lhei para ele prourando evitar seus olhos. # lu8 do esrit'rio relu8iu em seu prendedor de gravata. (ra ourode verdade. 6illie nuna tivera nada do tipo. (le pareia muito bem para $uem estava morto.

    > (u ganho a vida revivendo os mortos, sem inten%&o de /a8er troadilho. or $ue um vampiro iria preisar$ue se ressusitasse um 8umbi@

    (le deu duas saudidelas r9pidas om a abe%a para os lados.> N&o, nada de vodu. Euero ontrat9"la para investigar alguns homi!dios.

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    > N&o sou detetive partiular.

    > Mas vo7 tem uma detetive partiular $ue trabalha para a sua empresa.

    Bi8 um sinal a/irmativo om a abe%a.

    > Ao7 pode ontratar a srta. Sims diretamente. N&o preisa me usar omo intermedi9ria.

    #s saudidelas r9pidas de novo.

    > S' $ue ela n&o onhee vampiros omo vo7.

    Suspirei.

    > Aamos direto ao assunto, 6illie@ reiso ir embora > disse eu, e olhei para o rel'gio pendurado na parede> dentro de $uin8e minutos. N&o gosto de deixar lientes esperando,so8inhos, no emitrio. (les tendem a /iar agitados.

    (le riu. #hei reon/ortante a$uela risada aba/ada, mesmo vendo suas presas. Certamente vampiros deveriamter risadas melodiosas e harmoniosas.

    > #posto $ue /iam. #posto de verdade $ue /iam.Seu rosto serenou"se repentinamente, omo se uma m&o removesse a$uela risada.

    Senti o medo omo um espasmo na boa do estFmago. ara um vampiro, mudar uma express&o t&o /9il$uanto apertar um interruptor. Se ele onseguia /a8er a$uilo, do $ue mais seria apa8@

    > (st9 sabendo dos vampiros $ue est&o sendo assassinados no Distrito@

    (le /ormulou uma pergunta, e eu respondi.

    > Bi$uei sabendo dos assassinatos. Euatro vampiros /oram mortos no novo distrito de boates de vampiros.#rranaram"lhes os ora%;es e deeparam"lhes as abe%as.

    > Ao7 ainda trabalha om poliiais@> #inda estou trabalhando om a nova /or%a"tare/a.

    (le riu novamente.

    > , o =es$uadr&o"assombra%&o=. ouos reursos e pouo pessoal, erto@

    > Ao7 aabou de desrever a maior parte da situa%&o da pol!ia nesta idade.

    > 5alve8, mas os poliiais pensam omo vo7, #nita. 0 $ue mais um vampiro morto@ Novas leis n&omudam isso.

    )avia passado apenas dois anos desde o aso Addison versus Clar. (sse proesso havia introdu8ido uma

    vers&o revisada do $ue era a vida e do $ue n&o era a morte. 0 vampirismo passara a ser l!ito no bom e velho(stados Hnidos. ramos um dos pouos pa!ses a reonhe7"los. 0 pessoal da imigra%&o tinha hili$ues ao tentarevitar a imigra%&o das manadas de vampiros estrangeiros.

    5odas as perguntas poss!veis e imagin9veis estavam sendo levantadas nos tribunais. )erdeiros teriam $uedevolver as heran%as@ # pessoa enviuvava aso o Fn

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    > ara $uem est9 trabalhando, 6illie@

    (le, ent&o, abriu um sorriso disreto e misterioso, omo se soubesse de alguma oisa $ue eu deveria saber.

    > N&o se preoupe om isso. # remunera%&o exelente. Eueremos algum $ue onhe%a a vida noturna parainvestigar os homi!dios.

    > (u vi os ad9veres, 6illie. Dei minha opini&o pol!ia.> 0 $ue ahou@

    (le inlinou"se para /rente na adeira, om as pe$uenas m&os bem estiadas sobre a mesa. #s unhas de seusdedos eram laras, $uase branas, e desprovidas de sangue.

    > Bi8 um relat'rio ompleto para a pol!ia.

    evantei o olhar em sua dire%&o, $uase olhando em seus olhos.

    > Nem isso vo7 vai me dar, n&o @

    >N&o tenho permiss&o para disutir assunto de pol!ia om vo7.

    > #visei a eles $ue vo7 n&o aeitaria.

    > N&o aeitaria o $u7@ Ao7 n&o me disse nada, droga2

    > Eueremos $ue vo7 investigue os homi!dios desses vampiros. Eue desubra $uem ou o $ue est9 /a8endoisso. agamos tr7s ve8es os seus honor9rios normais.

    (u balanei a abe%a. #$uilo expliava a ra8&o de o desgra%ado gananioso do 1ert ter agendado a reuni&o. (lesabia o $ue eu pensava a respeito de vampiros, mas meu ontrato me /or%ava a, ao menos, me reunir om$ual$uer liente $ue tivesse lhe adiantado uma $uantia. Meu patr&o /a8ia $ual$uer oisa por dinheiro. 0 problemaera $ue ele ahava $ue eu tambm deveria ser assim. (u teria uma onversinha om 1ert logo, logo.

    evantei"me.

    > # pol!ia est9 investigando. (u

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    (le olhou /eio para mim, om sua m&o ainda meio estendida em minha dire%&o.

    > 5alve8, mas nenhum humano onseguiria desviar"se dessa maneira.

    (le se aproximou. Seu bla8er xadre8 $uase me toava. +untos da$uela maneira, ramos pratiamente da mesmaaltura, baixinhos. 0s olhos dele estavam per/eitamente nivelados om os meus. 0lhei o m9ximo $ue pude paraseu ombro.

    reisei de toda a minha oragem para n&o reuar e /ugir dali. Mas $ue droga2 Morto"vivo ou n&o, a$uele era6illie MCoy. (u n&o iria dar"lhe essa alegria.

    > Ao7 n&o nem um pouo mais humana do $ue eu > disse ele.

    Bui abrir a porta. N&o me a/astei dele. Sa! de perto para abrir a porta. 5entei onvener o suor $ue desia, sminhas ostas, $ue n&o era a mesma oisa. # sensa%&o gelada $ue eu sentia em meu estFmago tambm n&o sedeixou enganar.

    > #gora eu preiso mesmo ir embora. 0brigada por lembrar"se da nossa empresa.

    Dei a ele o meu melhor sorriso pro/issional. Aa8io de signi/iado, porm brilhante omo uma l:mpada eltria.

    (le se deteve ao passar pela porta aberta.> or $ue n&o $uer trabalhar para n's@ Aou ter $ue di8er alguma oisa a eles ao voltar.

    N&o sei ao erto, mas havia uma espie de medo na vo8 dele. Ser9 $ue ele seria astigado por seu insuesso@Senti pena dele e sabia $ue era burrie. (ra ele o morto"vivo, pelo amor de Deus2 Mas ele /iou ali, me olhando, en&o tinha deixado de ser o 6illie, om seus asaos estranhos e suas m&os pe$uenas e nervosas.

    > Diga a eles, $uem $uer $ue =eles= se ( uma regra r!gida@ > /ormulou ele novamente omo uma pergunta.

    > Conreta.

    )ouve um lampe Gostaria $ue n&o tivesse dito isso, #nita. (ssa gente n&o gosta $ue lhes neguem nada.

    > #gora vo7 N&o amea%a, #nita. ( a verdade.

    (le endireitou a gravata, tendo extremo uidado om o novo prendedor de gravata de ouro, a

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    Aesti minha bela

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    ermanei deitada por um minuto, me xingando por ter es$ueido de ligar a seret9ria eletrFnia. ( se euignorasse@ Depois de mais ino to$ues, desisti.

    > #lF@

    > 0h, sinto muito. #ordei vo7@

    (u n&o onheia a$uela vo8 de mulher. Se /osse uma vendedora, eu iria partir para a viol7nia.> Euem /ala@

    Com os olhos semierrados, olhei para o rel'gio $ue /iava ao lado da ama. (ram oito horas. Dormi menosde duas horas. (eeebaaaa2

    > Meu nome Monia Aespui > disse ela omo se a$uilo expliasse tudo. N&o expliou.

    > ois n&o@ > 5entei passar aux!lio, oragem. #ho $ue saiu omo um resmungo.

    > 0h, nossa... Sou a Monia $ue trabalha om Catherine Maison.

    restei aten%&o no $ue me era dito pelo tele/one e tentei pensar. N&o ostumo pensar muito bem tendo

    dormido apenas duas horas. Catherine era uma boa amiga, um nome $ue eu onheia. (la provavelmente (u voupartiipar do asamento.

    > #h, ! laro2 (u

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    > N&o aha $ue est9 um pou$uinho em ima da hora, ara ser sinera, minha /olga ho egal2 Aou di8er o aminho para vo7 nos pegar $uando sair do trabalho. (st9 bom assim@

    N&o estava, mas o $ue eu iria di8er@

    > 5udo bem.

    > 9pis e papel@

    > Ao7 disse $ue trabalha om Catherine, erto@

    (u at estava ome%ando a me lembrar de uma Monia.

    > (xato.

    >(u sei onde o trabalho dela. N&o preiso $ue me diga o aminho.

    >0ra, laro... Eue besteira a minha2 (nt&o, nos vemos l9 pelas ino. A9 bem arrumada, mas sem salto alto.ode ser $ue saiamos para dan%ar.

    Detesto dan%ar.

    > Claro, at l9.

    > #t a noite.

    # linha /iou muda no meu ouvido. iguei a seret9ria eletrFnia e voltei a me enrosar sob as obertas.

    Monia trabalhava om Catherine. Sendo assim, era advogada. Dava medo s' de imaginar. 5alve8 /osse umada$uelas pessoas $ue s' s&o organi8adas no trabalho. Nada.

    Boi ent&o $ue me oorreu, $uando

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    M0N?C# A(SHCC? usava um button om a insri%&o =Aampiro 5ambm Gente=. 0 ome%o da noite n&oprometia. (la vestia uma blusa brana de seda om uma gola alta e bem espa%ada, emoldurando um bron8eadoesuro, bem t!pio de um spa. 0s abelos, urtos, ortados om muita habilidade. # ma$uiagem, per/eita.

    #$uele button devia ter me dado uma idia de $ue tipo de despedida de solteira ela plane 0 $ue /oi $ue eu disse@

    >#nita... > disse ela num tom de vo8 pareido om o $ue meu pai usava $uando eu voltava muito tarde da

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    rua.

    (u suspirei.

    > Ao7 est9 sem gra%a ho (stou plane Ao7 sabe o $ue h9 ap's a virada desta es$uina@

    ara /alar a verdade, eu sabia. 0 Kltimo vampiro assassinado o /ora a apenas $uatro $uarteir;es dali.(st9vamos bem no $ue os vampiros hamavam de =0 Distrito=. 0s humanos hamavam o lugar de =-iver/ront=ou de =ra%a de Sangue=, dependendo da rude8a $ue $uisessem transmitir.

    >ra8eres Malditos > disse eu.

    >#h, $ue droga, vo7 estragou a surpresa2

    >0 $ue s&o pra8eres malditos@ > perguntou Catherine.Monia riu.

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    > #h, $ue bom2 #t $ue vo7 n&o estragou a surpresa. > (la entrela%ou o bra%o om o de Catherine. >rometo $ue vo7 vai adorar2

    5alve8 Catherine adorasse mesmo. +9 eu, sabia $ue n&o adoraria, mas aompanhei"as, assim mesmo, $uandoviraram a es$uina. # plaa era de um maravilhoso non em araol, de um vermelho da or de sangue de ora%&o.(u havia aptado o simbolismo.

    Subimos tr7s degraus bem altos e vimos um vampiro de p, em /rente a uma porta $ue era mantida aberta omalgum apoio. 5inha os abelos estilo blac cre" e os olhos pe$uenos e p9lidos. Seus ombros largos amea%avamrasgar"lhe a blusa negra apertada. Malhar n&o seria uma oisa redundante depois $ue se morre@

    Mesmo ali, na entrada, era poss!vel ouvir a uni&o de ru!dos de vo8es, risadas e mKsia. #$uele sommurmurante e melodioso, de muita gente em um espa%o restrito, determinada a se divertir.

    0 vampiro estava parado ao lado da porta, bem tran$Iilo. (le ainda transmitia uma erta sensa%&o demovimento, uma vivaidade, na /alta de uma de/ini%&o melhor. (ra imposs!vel $ue ele estivesse morto h9 mais devinte anos, se tanto. No esuro, ele $uase pareia humano, at mesmo para mim. (le

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    >Dia importante de seguran%a* nuna olhe dentro dos olhos de um vampiro.

    (la /e8 um gesto a/irmativo om a abe%a, e depois deixou o primeiro sinal de medo transpareer em seurosto.

    >(u nuna /aria mal a uma t&o insegura assim a respeito de seus pr'prios poderes, pe$uena ressusitadora@ #redita mesmo $ue todaa sua resist7nia a mim reside nesse peda%o de prata $ue envolve seu peso%o@

    (u n&o areditava na$uilo, mas sabia $ue a N&o > respondi.

    Mas di/!il banar a durona $uando se est9 olhando para o peito de algum. extremamente neess9ria atroa de olhares para /a87"lo, mas isso era uma oisa $ue eu n&o iria /a8er.

    (le riu. 0 som da$uela risada pareia ro%ar em mim omo o to$ue de um asao de pele* $uente, porm, om

    uma leve sensa%&o de morte.

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    Monia agarrou meu bra%o.

    > rometo $ue vai adorar.

    > (xato > disse +ean"Claude. > Nuna mais se es$ueer9 desta noite.

    > uma amea%a@

    (le riu novamente, om a$uele som terr!vel e a/9vel.

    >#$ui um lugar de pra8er, #nita, n&o de viol7nia.

    Monia insistia em puxar meu bra%o.

    > Depressa, a divers&o est9 prestes a ome%ar.

    > Divers&o@ > perguntou Catberine. 5ive de sorrir.

    > Se (st9 brinando2

    > alavra de esoteira.

    Dei uma olhadela r9pida de volta porta, mas n&o sei o por$u7. +ean"Claude estava por demais im'vel, semapresentar $ual$uer espie de sentido, omo se se$uer ali estivesse. S' ent&o ele se mexeu. Hma m&o p9lida levadaaos l9bios. (nviou"me um bei

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    >Se hillip estar9 onoso ho hillip... > Hm ar$ue hillip,hillip... > surgiu o som ao nosso redor, no esuro, omo uma ora%&o.

    #s lu8es ome%aram a se aender, omo no /im de uma sess&o de inema. Hma /igura estava parada no meiodo palo. Hma blusa brana apertava /irmemente seu orpo da intura para ima. (le n&o era heio deprotuber:nias, mas sua musulatura era bem trabalhada. 5udo o $ue demais en

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    Bi$uei olhando para ela. Sua gola espa%ada esorregara, exibindo dois /erimentos bem disretos em /orma de/uros. 1em antigos. Euase iatri8es. Deus se

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    0 vampiro n&o hegava a ser da idade de +ean"Claude, ou a ter a mesma $ualidade. Bi$uei l9, sentada, sentindoa press&o e a abund:nia de mais de em anos de poder, e n&o era o su/iiente. Senti $ue ele se movimentava porentre as mesas. (le se es/or%ou por demais para garantir $ue os pobres humanos n&o o vissem hegar. (lesimplesmente apareeria do nada no meio deles, omo m9gia.

    N&o muito /re$Iente vo7 onseguir surpreender um vampiro. (u me virei para ver o vampiro andar em

    dire%&o ao palo. 5odos os rostos humanos $ue eu via estavam extasiados, egamente virados para o palo, espera. 0 vampiro era alto e tinha ossos 8igom9tios tambm altos. Hm modelo per/eito. (sulpido. (ramasulino demais para ser bonito e per/eito demais para ser real.

    (le aminhava a passos largos por entre as mesas, vestindo a$uela /amosa /antasia de vampiro* smoingpretoe luvas branas. (le se deteve a uma mesa de dist:nia de mim para se destaar. # platia estava na palma de suamente, inde/esa e espera. Mas eu estava sentada ali, olhando /ixamente para ele, embora n&o para seus olhos.

    Seu orpo, enri(ste -obert. D7em"lhe as boas"vindas ao nosso palo.

    # multid&o enlou$ueeu, aplaudindo e berrando. Catherine aplaudia, omo todos. #parentemente, ela estavaimpressionada.

    # mKsia mudara novamente, pulsando e vibrando pelo ar, t&o alta $ue hegava a provoar dor. -obert, o

    vampiro, ome%ou a dan%ar. (le se movimentava om uma viol7nia uidadosa, balan%ando"se ao ritmo damKsia. Depois, atirou as luvas branas para a platia. Hma aiu aos meus ps. Nem se$uer a to$uei.

    Monia me pediu $ue a pegasse.

    Bi8 um sinal negativo om a abe%a.

    Hma outra mulher inlinou"se de outra mesa. 0 h9lito dela heirava a u!s$ue.

    >Ao7 n&o $uer@

    Bi8 mais um sinal negativo om a abe%a.

    (la levantou"se. Suponho $ue tenha sido para pegar a luva. Monia /oi mais r9pida. # mulher sentou"se om

    ara de insatis/eita.0 vampiro havia se despido, revelando um t'rax grande e maio. (le deitou"se no palo e /e8 /lex;es om as

    pontas dosdedos. # platia enlou$ueeu. # mim n&o impressionou. (u sabia $ue ele seria apa8 de erguer umarro, se $uisesse. 0 $ue n&o algumas /lex;es em ompara%&o om isso@

    (le ome%ou a dan%ar ao redor de hillip, $ue virou"se para v7"lo om os bra%os estendidos e levementeagahado, omo se estivesse pronto para ataar. Come%aram a irundar um ao nutro. # mKsia tornou"se suave,at $ue /osse um mero aompanhamento para os movimentos $ue oorriam sobre o palo.

    0 vampiro ome%ou a aproximar"se de hillip, $ue pareia tentar orrer para sair do palo. -epentinamente, ovampiro

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    +ean"Claude estava a apenas duas mesas de dist:nia de mim. (le ergueu uma m&o p9lida para me saudar. 0retino estava em minha mente e eu n&o perebi. # platia ar/ou e eu voltei a olhar para o palo.

    0s dois estavam a

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    (le veio tentar me agarrar om a rapide8 de uma serpente. N&o me deixou tempo para pensar. Minha adeiratombou ao h&o. (u estava de p, a uma urta dist:nia de suas m&os. Nenhum humano omum seria apa8 de v7"lo se aproximar. (u n&o mais passaria desperebida.

    Hm vo8erio levantou"se na platia on/orme eles tentavam entender o $ue havia aonteido. #penas a suaressusitadora amiga do bairro, pessoal. Nada para se animarem. 0 vampiro ainda me enarava.

    +ean"Claude, de repente, apareeu ao meu lado, e eu n&o o havia visto hegar.

    >Ao7 est9 bem, #nita@

    Sua vo8 guardava oisas $ue suas palavras nem se$uer insinuavam. romessas sussurradas em salasesureidas, sob len%'is /rios. (le me sugou sob seu dom!nio, /e8 minha mente raste

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    0 C#?PQ0 (S5#A# virado de lado. #rranh;es branos, maras de garras, desiam o verni8 esuro. 0 /orro de uma8ul p9lido, imita%&o de seda, estava talhado e goivado. Hma mara de m&o, /eita om sangue, deixava uma oisabem evidente* $uase poderia ter sido um humano. #s Knias oisas $ue sobraram no velho ad9ver /oram umterno marrom retalhado, um osso de dedo da m&o ompletamente mastigado, e um resto de esalpo. (le era loiro.

    Hm outro orpo estava, talve8, a uma dist:nia de um metro e meio. #s roupas do homem estavam retalhadas.Seu peito havia sido aberto a rasgadas e suas ostelas, $uebradas omo asa de ovo. # maioria dos 'rg&osinternos

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    Dei de ombros.

    >( n&o h9 demFnios devoradores de ad9veres neste emitrio.

    (le baixou o olhar em minha dire%&o, om o rosto uidadosamente neutro. (le era bom na$uilo. N&o gostavade in/lueniar seus omandados.

    >Mas vo7 aabou de di8er $ue /oi ata$ue de demFnios devoradores de ad9veres.> verdade, mas eles n&o sa!ram da$ui, deste emitrio.

    >( da!@

    >Nuna ouvi /alar de um desses $ue tenha via prov9vel@

    >N&o, os demFnios n&o trabalham om humanos ou om $ual$uer outro morto"vivo. Hm 8umbi obedee a

    ordens. Aampiros t7m vontade pr'pria. DemFnios devoradores dead9veres s&o omo animais $ue vivem em bando. obos, talve8, mas muito mais perigosos. N&o seriam apa8es

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    de entender o oneito de trabalhar om outra pessoa. Se vo7 n&o umdeles, ou omida ou algo do $ual eles t7m $ue se esonder.

    >(nt&o, o $ue houve a$ui@

    >Dolph, esses demFnios via#hava $ue 8umbis sempre se deteriorassem.

    >umbis $ue omem arne duram muito mais $ue o normal. )9 o aso de uma mulher $ue ainda aparenta serhumana ap's tr7s anos.

    >( deixam $ue ela saia por a!, omendo gente@(u sorri.

    > D&o arne rua para ela omer. Se me lembro bem, a matria di8ia $ue o prato pre/erido dela era ordeiro.

    > Matria@> 5odo ramo de atua%&o tem o seu di9rio pro/issional, Dolph.

    > Como se hama@ Dei de ombros.

    > =0 -essusitadora Eue outro nome poderia ser@ Surpreendentemente, ele sorriu.

    >Certo. Eual a probabilidade de isto ser obra de 8umbis@

    > e$uena. umbis s' andam em bando umprindo ordens.

    > #t... > ele veri/iou as anota%;es > 8umbis arn!voros@

    > #t ho ortanto, ou /oram 8umbis arn!voros ou /oi um novo tipo de demFnio devorador de ad9veres. ?sso tudo@

    > > on/irmei.

    > (st9 bem, obrigado. amento ter interrompido sua noite de /olga. " (le /ehou o blo$uinho de anota%;es eolhou para mim, $uase sorrindo. > 0 seret9rio disse $ue estava em uma despedida de solteira. > (le agitou assobranelhas. " 1em sai"dinha, hem@

    > Sem serm&o, Dolph.

    > Nem sonharia om isso.

    > Ceeerto > respondi. > Se n&o /or preisar mais de mim, s' isso, por en$uanto. igue para mim aso lembre"se de mais alguma oisa.

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    > igo, sim.

    Aoltei andando at o arro. #tirei as ensangIentadas luvas de pl9stio dentro de um sao de lixo no porta"malas. onderei a respeito dos sobretudos e, en/im, dobrei"os por ima do sao de lixo. 5alve8 ainda se Sabia.

    (le n&o /i8era nada $ue me amea%asse, mas mesmo assim, nada me /aria passar por ele na$uele momento. (less&o bem apa8es de terem obstru!do a porta.

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    >Euantos homi!dios arrega nas ostas@

    N&o gostei da$uela onversa. (la n&o terminaria nem perto de omo /osse de minha vontade. (u onheia umvampiro"mestre $ue era apa8 de /areCatherine... > murmurei seu nome, e orri em sua dire%&o.

    Monia estava sentada nossa mesa, vendo"me hegar. (m seu rosto, um sorriso terr!vel e onsiente.

    (u estava $uase hegando ao palo, $uando um vampiro surgiu por tr9s de Catherine. (le n&o saiu de tr9s daortina. Simplesmente surgiu do nada por tr9s dela, droga2 ela primeira ve8, eu entendia o $ue os humanos

    devem ver. Magia.

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    0 vampiro olhou para mim. Seus abelos eram de uma seda dourada. Sua pele, mar/im. 0s olhos pareiampisinas bem /undas. Behei os meus e balanei a abe%a. #$uilo n&o poderia estar aonteendo. Ningumpoderia ser t&o bonito assim.

    (m ompara%&o om seu rosto, sua vo8 era pratiamente omum, mas /oi uma ordem.

    >Chame"a.

    #bri os olhos e perebi $ue a platia olhava para mim. Dei uma olhadela r9pida para o rosto inexpressivo deCatherine e sabia o $ue aonteeria, mas omo $ual$uer liente ignorante, eu preisava experimentar.

    >Catherine, Catherine, est9 me esutando@

    (la permaneeu im'vel. #penas um movimento dos mais dbeis mostrava $ue ainda respirava. (la estavaviva, mas por $uanto tempo@ 0 vampiro a havia enantado. Hm estupor pro/undo. Signi/iava $ue ele poderiaham9"la a $ual$uer hora, e em $ual$uer lugar, $ue ela ompareeria. # partir da$uele momento, a vida delapertenia a ele. Eual$uer hora $ue ele a $uisesse.

    >Catherine, por /avor2

    (u n&o podia /a8er mais nada. 0 dano 0 $ue aonteeu@

    0 vampiro levou a m&o dela at seus l9bios.

    >#gora vo7 est9 sob meu poder, minha ador9vel.

    (la riu novamente, sem entender $ue o $ue ele havia dito era a verdade absoluta. (le levou"a at a beira dopalo e dois gar%ons a Ao7 esteve 'tima.

    > 0 $ue /oi $ue eu /i8@

    > Depois eu onto. 0 espet9ulo ainda n&o aabou. (la olhou para mim $uando disse a Kltima /rase.

    (u #nita.

    >#nita. Eue bonito2

    Meus Aenha, #nita. +unte"se a mim no palo,

    # vo8 dele n&o era t&o boa $uanto a de +ean"Claude. Simplesmente n&o era. N&o tinha textura, mas a mentepor tr9s da vo8 n&o se pareia om nada $ue eu Aenha.

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    (u ontinuava a negar om a abe%a, sem parar. (ra s' o $ue eu onseguia /a8er. Sem palavras, sempensamentos reais, mas eu sabia $ue n&o poderia deixar a adeira. Se eu /osse at ele agora, ele teria poder sobremim, assim omo /e8 om Catherine. 0 suor enharava as ostas de minha blusa.

    > Aenha a mim, agora2

    (u estava de p, mas n&o me lembrava de ter levantado. Deus miseriordioso, a Se eu n&o resistir, serei dele2

    0 gar%om pareia $uase humano. Hm dos novos mortos. (m seu rosto, uma express&o. Medo.

    Gritei para a$uela oisa em ima do palo.

    > (u subo ao palo se vo7 n&o me /or%ar.

    Monia ar$ue (nt&o, n&o /a%a erimFnia. Aenha > disse o vampiro.

    #/astei"me da mesa e perebi $ue onseguia /iar de p sem air. onto para mim. (u at onseguia andar2Dois pontos para mim. (u mantinha o olhar na$uele h&o duro e enerado. Se eu me onentrasse apenas em meuandar, /iaria bem. +9 onseguia ver o primeiro degrau do palo. Dei uma olhadela r9pida para ima.

    #ubrey estava de p no meio do palo, sem tentar me /or%ar. (stava per/eitamente im'vel. areia $ue nem

    se$uer estava ali. (ra de uma nulidade terr!vel. (u sentia a$uela imobilidade omo uma pulsa%&o em minhaabe%a. Creio $ue ele poderia ter permaneido de p, em plena vista, e, a n&o ser $ue me permitisse, eu nuna oteria visto.

    >Aenha. > N&o uma vo8, mas um som bem l9 dentro de meus pensamentos. > Aenha a mim.

    (u tentava voltar, mas n&o onseguia. Minha pulsa%&o troveN&o resista a mim2 > gritou ele, dentro de minha abe%a.

    #lgum gritava, sem palavras, e era eu. Seria t&o /9il se euparasse de resistir, omo a/ogar"se depois de pararde tentar permaneer na super/!ie. Hm N&o.

    0 som de minha vo8 saiu estranho, at mesmo para mim.

    >N&o > disse, e olhei para ima, na dire%&o dele.

    0lhei dentro de seus olhos om o peso de todos a$ueles sulos /a8endo press&o sobre mim. 0 $ue $uer $uetenha /eito de mim uma ressusitadora, $ue me a

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    (u n&o onseguia voltar. # mente dele me segurava omo ola. 0 $ue eu onseguia /a8er era n&o andar para/rente. N&o orrer at ele.

    (le se deteve $uando nossos orpos $uase se toavam. Seus olhos eram de um astanho /orte e per/eito.?nsond9veis.

    ?n/initos. Desviei o olhar de seu rosto. 0 suor esorria pela minha testa.

    > Ao7 heira a medo, #nita.

    Sua m&o gelada aariiou"me a boheha. Comeei a tremer e n&o onseguia parar. Seus dedos entranhavam"se de maneira bem gentil por entre as ondas de meus abelos.

    > Como onsegue me enarar desta maneira@

    (le respirava ao longo de meu rosto, aloroso omo seda. (nt&o, deseu a respira%&o para minha nua, $uentee pr'xima. -espirou /undo e estremeeu. Sua /ome pulsava ontra minha pele. Meu estFmago se ontra!a om suaneessidade. (le sibilou para a platia, $ue gritou, aterrori8ada. (le iria seguir em /rente.

    0 terror hegou em uma preipita%&o egante de adrenalina. (mpurrei"o para longe de mim. Ca! ao palo e sa!

    de $ual$uer maneira, apoiando"me em minhas m&os e #ubrey, solte"a.

    0 vampiro rosnou baixo e pro/undo em sua garganta. Hm som animaleso.

    Minha vo8 saiu aguda e /ina devido ao medo. (u pareia uma garotinha /alando.

    >Ba%a"o sair de ima de mim ou eu o mato2

    0 vampiro reuou. Suas presas ortavam"lhe os pr'prios l9bios.

    >Ba%a"o sair de ima de mim2

    +ean"Claude ome%ou a /alar almamente em /ran7s. Mesmo n&o onseguindo entender o idioma, a vo8 delepareia de veludo, reon/ortante. +ean"Claude a

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    Senti o peso do vampiro mais /orte ontra minhas pernas. Sua vo8 soava roua, porm alma.

    >osso me levantar agora@

    Seu rosto voltara a ser humano, pra8eroso e bonito, mas a ilus&o n&o /unionaria mais. (u o havia vistodesmasarado, e tal imagem /iaria omigo para sempre.

    >Saia de ima de mim, bem devagar.(le ent&o sorriu. Hma lenta e on/iante abertura de l9bios. (le saiu de ima de mim om a lentid&o de um

    humano. +ean"Claude, om um gesto, ordenou"lhe $ue reuasse at hegar pr'ximo ortina.

    >5udo bem om vo7, ma petite#

    0lhei para a ensangIentada /aa de prata e /i8 um sinal negativo om a abe%a.

    > N&o sei.

    > N&o /oi minha inten%&o $ue isso aonteesse.

    (le me aDou"lhe minha palavra de honra de $ue vo7 sair9 da$ui em seguran%a. argue a /aa.

    Precisei tentar tr$s ve%es para conseguir devolver a faca sua bainha, pois minhas m&os tremiaminrivelmente. +ean"Claude olhou para mim e sorriu, sem abrir muito os l9bios.

    >#gora, vamos deser do palo.

    (le me a

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    > reisamos onversar, #nita. # vida de sua amiga Catherine depende de suas atitudes.

    0lhei nos olhos dele e disse*

    > (u matei as oisas $ue me deram esta iatri8.

    (le abriu um sorriso largo, exibindo apenas um relane de suas presas.

    > Eue ador9vel oinid7nia2 (u tambm.

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    >1asta2 Aamos embora agora2

    (la agarrou"me a m&o e eu n&o a detive. #ubrey hegou por tr9s dela.

    >0lhe para mim, Catherine.

    (la enri Ao7 entendeu a situa%&o, ma petite.

    > are de se re/erir a mim assim. 0 $ue exatamente $uerem de mim@

    > Creio $ue 6illie MCoy Euerem me ontratar para desobrir $uem vem assassinando todos esses vampiros@

    > (xatamente.

    > ?sto... > apontei para o rosto inexpressivo de Catherine > n&o era nem um pouo neess9rio. Ao7spoderiam ter me espanado, amea%ado me matar, me o/ereido mais dinheiro... oderiam ter /eito muita oisaantes disto.

    (le abriu um sorriso de l9bios apertados.

    > 5udo isso teria levado muito tempo. ( se 5alve8.

    >Dessa maneira, vo7 n&o tem esolha. (le tinha ra8&o.

    >5udo bem, vou assumir o aso. Satis/eitos@

    >1astante > disse +ean"Claude, om a vo8 deveras suave. "( $uanto sua amiga@

    >Euero $ue ela v9 para asa de t9xi. ( $uero garantias de $ue o velho dentuinho n&o v9 mat9"la de

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    >=Dentuinho=. Gostei dessa.

    +ean"Claude olhou rapidamente para a$uele vampiro $ue ria sem parar, e disse"me*

    >Dou"lhe minha palavra. (la n&o so/rer9 nenhum mal, desde $ue vo7 nos aSem nenhuma inten%&o de o/ender, mas n&o basta.

    >Duvida da minha palavra@ > # vo8 dele rosnou grave e aalorada. Nervosa.

    >N&o, mas vo7 n&o segura uma oleira em volta do peso%o de #ubrey. # n&o ser $ue ele responda a vo7,n&o pode garantir omo ele ir9 se omportar.

    #s gargalhadas de #ubrey Ningum segura uma oleira em volta de meu peso%o, garota. (u sou mestre de mim mesmo.

    > 0ra, aia na real2 Se vo7 tivesse mais de $uinhentos anos de idade, e /osse um vampiro"mestre, poderia ter

    me usado omo vassoura para limpar a$uele palo. Se me lembro bem... > esti$uei as m&os om as palmasviradas para ima " vo7 n&o o /e8, o $ue signi/ia $ue bem velho, mas n&o mestre de s! mesmo.

    Hm rosnado bastante grave deixou"lhe a garganta, e seu rosto /iou sombrio de tanta /Kria.

    > Como se atreve@

    > ense, #ubrey2 (la /iou a apenas in$Ienta anos de aertar a sua idade. Ao7 n&o um vampiro"mestre eela sabia disso. N's preisamos dela.

    > 0 $ue ela preisa aprender a ser um pouo humilde.

    (le aproximou"se de mim om um andar pavoneado. Seu orpo estava r!gido de /Kria, e ele /ormava e des/a8iapunhos no ar.

    +ean"Claude se interpFs entre mim e #ubrey.

    > Nikolaos onta om $ue a levemos s& e salva.

    #ubrey hesitou e rosnou. Suas mand!bulas morderam o ar. 0 estalar de seus dentes hoando"se uns contra osoutros produ8ia um som /urioso e en/adonho.

    (les se entreolharam. Dava para sentir no ar a /or%a de vontade dos dois /or%adas ao m9ximo, omo um ventodistante. #$uilo me provoou um arrepio na nua. Euem desviou o olhar /oi #ubrey, om uma pisadela /uriosa egraiosa.

    > N&o /iarei om raiva, meu mestre > disse ele, en/ati8ando o =meu= para deixar laro $ue +ean"Claude n&o

    era o mestre dele.(ngoli em seo duas ve8es, o $ue soou bastante alto. Se eles me $ueriam assustada, estavam /a8endo um

    trabalho inr!vel.

    >Euem Nikolaos@

    +ean"Claude virou"se para olhar para mim om um rosto sereno e lindo.

    >N&o abe a n's responder a essa pergunta.

    >0 $ue isso signi/ia@

    (le abriu um sorriso uidadoso, prourando n&o deixar os l9bios se abrirem para n&o exibir as presas.

    >Aamos oloar a sua amiga em um t9xi, e longe de $ual$uer mal.

    >( $uanto Monia@

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    (le ent&o sorriu e agora exibiu as presas. areia genuinamente enantado.

    >(st9 preoupada om a seguran%a dela@

    Boi ent&o $ue perebi... # despedida de solteira improvisada, om apenas n's tr7s ompareendo...

    >(la /oi o engodo para /a8er om $ue Catherine e eu vissemos at a$ui.

    (le on/irmou om a abe%a, uma ve8 para ima e outra ve8 para baixo.

    Minha vontade era voltar l9 /ora e arrebentar"lhe a ara. Euanto mais eu pensava na$uilo, melhor me pareia.Como por m9gia, ela abriu as ortinas e entrou onde est9vamos. Sorri para ela, e a sensa%&o /oi boa.

    (la hesitou, olhando para mim, depois para +ean"Claude, e depois, voltando a olhar para mim.

    > (st9 tudo orrendo de aordo om o plane(st9 um pouo /or%ado demais, #ubrey > provo$uei, 0 grae

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    >Como assim@

    >(st9 pareendo o Dr9ula de um /ilme 1.

    (le deseu as esadas serenamente, om a per/ei%&o /9il $ue apenas os muito velhos possuem. # lu8 da ruamostrava $ue seu rosto estava ontra!do e suas m&os, em punho.

    +ean"Claude oloou"se /rente dele e /alou, om a vo8 grave, em um sussurro apa8iguador. #ubrey virou"separa o outro lado, dando de ombros em um movimento bruso, e ome%ou a planar, subindo a rua.

    +ean"Claude virou"se para mim.

    >Se ontinuar a trat9"lo om es9rnio, hegar9 uma hora m $ue n&o poderei mais ontrol9"lo. ( vo7morrer9.

    >#hei $ue sua obriga%&o /osse manter"me viva para essa Nikolaos.

    (le /e8 uma ara /eia.

    >( , mas n&o vou morrer para de/end7"la, entendeu@

    >#gora entendi.>Vtimo. odemos ir@ > perguntou ele, mostrando om as m&os a al%ada nossa /rente, na dire%&o $ue

    #ubrey havia seguido.

    >Aamos andando@

    > N&o estamos longe.

    (le estendeu a m&o em minha dire%&o. 0lhei para ela e balanei a abe%a.

    > neess9rio, #nita. Se n&o /osse, eu n&o soliitaria.

    > neess9rio, por $u7@

    > # pol!ia n&o pode saber nada a respeito desta noite, #nita. D7"me sua m&o. -epresente a apatetada humanaom seu namorado vampiro. ?sso expliar9 o sangue em sua blusa. (xpliar9 aonde estamos indo e o por$u7.

    # m&o dele /iou ali, estendida. (ra p9lida e magra. Seus dedos n&o tremiam, n&o apresentavam movimento.(ra omo se ele /osse apa8 de /iar ali parado, me o/ereendo a m&o para sempre. ( talve8 pudesse mesmo.

    Dei"lhe a m&o. Seus dedos ompridos urvaram"se sobre as ostas de minha m&o. Come%amos a andar. (le asegurava om grande /irme8a. (u sentia a pulsa%&o de minha m&o ontra a pele dele. 0 pulso dele ome%ou aaelerar, para aompanhar o meu. (u sentia o sangue dele /luir omo um segundo ora%&o.

    > +9 se alimentou esta noite@ > perguntei om vo8 bem serena.

    > N&o onsegue distinguir@

    > Nuna onsigo $uando om vo7. 0lhei de soslaio e vi $ue ele sorria.

    > Sinto"me lison #abou n&o respondendo o $ue perguntei.

    > N&o > respondeu.

    > =N&o= on/irmando $ue n&o me respondeu mesmo ou =n&o= omo resposta pergunta original@

    (le se virou para olhar para mim on/orme and9vamos. 0 suor lu8ia em seu l9bio superior.

    > 0 $ue aha, ma petite

    Sua vo8 era o mais suave dos suspiros.

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    uxei minha m&o brusamente, tentando me livrar dele, mesmo sabendo $ue era bobagem e $ue nuna dariaerto. # m&o dele apertou a minha, espremendo"a, at $ue perdi o ar. ( ele nem estava se es/or%ando.

    >N&o lute ontra mim, #nita. > (le es/regou a l!ngua sobre o l9bio superior. > utando, vo7... me exita.

    >or $ue n&o se alimentou mais edo@

    >-eebi ordens para $ue n&o o /i8esse.>or $u7@

    (le n&o respondeu. # huva ome%ou a tamborilar. eve e /ria.

    >or $u7@ > repeti.

    >N&o sei.

    Sua vo8 $uase se perdeu no suave ru!do da huva. Se /osse $ual$uer outra pessoa, eu teria dito $ue estava ommedo.

    0 hotel era alto, estreito e onstru!do om ti

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    Seus l9bios eram de seda e a l!ngua, de uma r9pida umidade. 5entei reuar, mas perebi $ue sua m&o seguravaa minha nua, pressionando minha boa ontra a dele.

    0 /arol da pol!ia passou por n's. (u relaxei ontra +ean"Claude, permitindo $ue me beiAenha. Nikolaos est9 nos esperando l9 dentro.(u o segui, e passamos pela porta. (le n&o tentou segurar minha m&o. ara /alar a verdade, ele /iou /ora de

    alane e eu o

    #ubrey passou bem perto de mim $uando /oi /ehar a porta, e permaneeu atr9s de mim, onde eu n&o podiav7"lo. Bui para um lugar onde /iasse om as ostas viradas para a Knia parede va8ia, para $ue pudesse ver todoseles, mesmo sabendo $ue teria poua serventia.

    >Com medo@ > perguntou #ubrey.

    >#inda est9 sangrando@ > respondi om outra pergunta. (le ru8ou os bra%os por sobre a manha de sangueem sua blusa.

    >Aeremos $uem estar9 sangrando ao amanheer.

    >#ubrey, n&o ban$ue o in/antil.

    # vampira sobre a ama pFs"se de p. Seus saltos /a8iam barulho $uando toavam o assoalho desoberto. (laandou uidadosamente minha volta, e eu resisti a uma vontade inontrol9vel de virar e mant7"la vista. (la riunovamente, omo se soubesse.

    >Dese perguntou ela, voltando a estirar"se om graiosidadena ama. #$uele lugar simples e sombrio pareia, de alguma /orma, pior om ela ali, sentada, om suas botas deouro de du8entos d'lares.

    >N&o > disse eu.

    >Boi isso o $ue vo7 pediu, #nita > disse +ean"Claude.

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    >0 $ue eu pedi /oram garantias da mestra de #ubrey.

    >Ao7 est9 /alando om a minha mestra, mo%a.

    >N&o estou, n&o.

    0 ambiente aiu, repentinamente, em um sil7nio pro/undo. (u onseguia at ouvir alguma oisa arrastando"

    se pelo interior das paredes. reisei at levantar o olhar para ter erte8a de $ue os vampiros ainda permaneiamali omigo. (stavam todos ompletamente im'veis, omo est9tuas, sem a m!nima amostra de movimento,respira%&o ou vida. 5odos eram extremamente idosos, mas nenhum velho o bastante para ser Nikolaos.

    > (u sou Nikolaos > disse a vampira, om sua vo8 onvinente, $ue sussurrava por toda a sala. (u $uisareditar nela. mas n&o onsegui.

    > N&o > disse eu. > Ao7 n&o a mestra de #ubrey. > #rris$uei uma olhadela em seus olhos. (ram negrose estavam arregalados de estupe/a%&o $uando olhei para eles. > Ao7 muito velha, e muito boa, mas n&o /orteou velha o bastante para ser a mestre de #ubrey.

    +ean"Claude disse*

    > (u avisei $ue ela pereberia.> Sil7nio2

    > 0

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    A0(S BH5H#A#M atravs da esurid&o. Sonhos.

    >N&o dev!amos ter mexido nela.

    >Eueria desobedeer Nikolaos@

    ># N&o deve estar seriamentemahuada se est9 /a8endo piadinhas.

    (u n&o tinha tanta erte8a assim $uanto parte do =seriamente mahuada=. # n9usea vinha em ondas, daabe%a at o estFmago, em ve8 de perorrer o aminho inverso. (u podia apostar $ue so/rera uma onuss&o. #$uest&o era a gravidade dela.

    >Consegue se mexer, #nita@

    >N&o > murmurei.

    >ermita"me perguntar de outra maneira. Se eu a

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    >5alve8.

    M&os urvaram"se sob meus ombros. 0s ossos de minha abe%a ome%aram a esorregar para /rente on/ormeele me levantava. (u ar/ava e engolia.

    >Aou vomitar.

    -olei para o lado e /i$uei de $uatro. 0 movimento /oi r9pido demais. # dor era um rodopiar de lu8 eesurid&o. Meu estFmago subia. 0 vFmito subiu, $ueimando"me a garganta. Minha abe%a explodia.

    +ean"Claude me agarrou pela intura, e pFs a m&o gelada em minha testa, mantendo no lugar os ossos deminha abe%a. Sua vo8 me a/agava. Hm len%ol a$uietante ontra minha pele. (le /alava em /ran7s, om muitaserenidade. (u n&o entendia uma palavra da$uilo, e n&o preisava. Sua vo8 me a/agava, me embalava e levavaembora um pouo da$uela dor.

    (le me segurava ontra seu peito e eu estava /raa demais para protestar. #ntes, a dor gritava por toda a minhaabe%a.

    #gora, era uma dor leve, distante e late

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    >5er9 de perguntar isso a +ean"Claude. Boi obra dele, n&o minha.

    > or$ue vo7 n&o seria apa8 de /a87"lo. )avia uma ordial ponta de raiva na vo8 dele. 0 rostodela empalideeu.

    > ?ndependentemente disso, eu n&o o teria /eito.

    > De $ue vo7s est&o /alando@ > perguntei.+ean"Claude olhou para mim om seu belo rosto indei/r9vel. Seus olhos esuros olharam dentro dos meus.

    #inda eram apenas olhos.

    > A9 em /rente, vampiro"mestre, onte a ela. AeNuna havia ouvido a vo8 dele t&o inerta. > (nt&o, ompartilhei minha /or%a vital om vo7.

    Comeei a agitar a abe%a. Hm erro enorme. #pertei a testa om as m&os.

    > N&o estou entendendo.

    (le abriu as m&os, bem a/astadas.

    > N&o tenho palavras.

    > 0h, permita"me > disse 5heresa. > (le deu o primeiro passo para torn9"la uma servi%al humana.

    >N&o. > (u ainda en/rentava di/iuldade para pensar om lare8a, mas sabia $ue a$uilo n&o estava erto. >(le n&o tentou me enganar om a mente ou om os olhos. (le n&o me mordeu.

    >N&o estou me re/erindo a uma da$uelas pattias meias"riaturas $ue t7m algumas mordidas e /a8em o $ueordenamos. Euis di8er uma servi%al humana permanente, $ue nuna ser9 mordida, nuna ser9 /erida. #lgum $ue

    envelheer9 pratiamente t&o devagar $uanto n's.

    (u ainda n&o estava entendendo. 5alve8 /osse evidente pela minha express&o, pois +ean"Claude disse*

    >(u tirei a sua dor e dei"lhe um pouo do meu... vigor.

    >(nt&o, vo7 est9 sentindo a minha dor@

    >N&o, a dor /oi embora. (u tornei"a um pouo mais di/!il de ser /erida.

    #inda n&o estava onseguindo entender a$uilo tudo, ou talve8 a$uilo tudo estivesse alm de minhaompreens&o.

    >N&o entendo.

    >0u%a, mulher, ele ompartilhou om vo7 a$uilo $ue n's onsideramos um grande dom e $ue deve apenas et&o somente ser o/ereido $ueles $ue provaram ser inestim9veis.

    0lhei para +ean"Claude.

    >?sso signi/ia $ue, de alguma /orma, estou sob seu poder@

    >+ustamente o ontr9rio > disse 5heresa. > #gora, vo7 est9 imune ao olhar enantador dele, vo8 dele, mente dele. Servir9 a ele por simples vontade pr'pria, nada mais. Ae

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    Com isso, ela, pavoneando"se, subiu as esadas, /a8endo om $ue os saltos de suas botas produ8issem ru!dosontra a pedra, e deixou a porta aberta ao passar por ela.

    +ean"Claude viera se oloar de p, aima de mim. Seu rosto estava indei/r9vel.

    > or $u7@ > perguntei.

    (le apenas olhou para baixo, para mim. Seus abelos searam em ahos desalinhados ao redor de seu rosto.Sua apar7nia ontinuava a ser bela, mas os abelos o /a8iam pareer mais real.

    > or $u7@

    (le ent&o sorriu, e surgiram linhas de ansa%o pr'ximas a seus olhos.

    > Se vo7 morresse, nosso mestre teria nos punido. #ubrey (le /ehou a porta, e eu a ouvi

    trinar e tranar. Sua vo8, melodiosa, /lutuou atravs das barras, $uase borbulhando om riso. > ( talve8 por$ueeu tenha gostado de vo7.

    0 riso dele era ortante omo um ao de vidro.

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    5lA( D( ?- veri/iar a porta tranada. Choalhar a ma%aneta, utuar a /ehadura. Como se eu soubesse abriruma trana... Aer se havia alguma barra solta, embora eu nuna /osse onseguir passar, espremida, pelo pe$uenoespa%o $ue se abriria.

    Aeri/i$uei a porta por$ue n&o onsegui resistir. (ra o mesmo instinto $ue /a8 vo7 hoalhar a porta do seuporta"malas depois de tranar as haves dentro dele.

    Aenho /iando do lado errado de muitas portas tranadas. Nem se$uer uma delas abriu"se assim, /ailmente,para mim, mas sempre h9 uma primeira ve8. , at paree $ue eu vou viver para ver esse dia hegar. 5ire isso.Brase ruim.

    Hm ru!do me trouxe de volta ela e a suas paredes Kmidas e repletas de in/iltra%;es. Hm rato orreu emdisparada ontra a parede minha /rente. Hm outro persrutava as bordas dos degraus, ontraindo seus bigodes.#ho $ue n&o se pode ter uma masmorra sem ratos, mas eu estaria disposta a /a8er uma tentativa.

    Mais alguma oisa sapateava s bordas dos degraus. Com a lu8 das tohas, pensei $ue /osse um ahorro. N&oera. Hm rato do tamanho de um pastor alem&o sentou"se, ereto, apoiado em seus $uadris negros e desnudos. (le/iou olhando para mim, om as enormes patas bem perto de seu peito /elpudo. (le me olhou de esguelha, omum olho enorme, $ue hegava a pareer um bot&o negro. 0s l9bios se esonderam e deram lugar a dentesamarelados. 0s inisivos eram adagas de l:minas irregulares de uns do8e ent!metros de omprimento.

    > +ean"Claude2 > gritei.

    0 ar se enhia de guinhos agudos que eoavam omo se entrassem por algum tKnel. Subi at o Kltimo degrauda esada e vi. Hm tKnel esavado parede adentro, $uase da altura de um homem. -atos sa!am dele em uma ondaespessa e /elpuda, guinhando e mordendo. Sa!am e ome%avam a obrir o h&o.

    > +ean"Claude2

    (u batia porta, puxava as barras, tudo o $ue eu Droga20 som eoava ontra as paredes de pedra e $uase aba/ava o som das milhares de garras $ue se moviam

    desordenadamente.

    > (les n&o a ataar&o at $ue tenhamos terminado.

    Congelei. Minhas m&os ainda estavam na porta. Airei"me bem devagar. # vo8 tinha vindo de dentro da ela. 0h&o toria e se ontoria, repleto de pe$uenos orpos /elpudos. Guinhos agudos, o espesso ro%ar de p7los e oestardalha%o de milhares de pe$ueninas garras preenhiam o ambiente. Milhares delas. Milhares.

    Euatro ratos gigantes estavam sentados, omo montanhas, na$uela mar /elpuda $ue se ontoria. Hm delesme olhava /ixamente, om olhos $ue hegavam a pareer bot;es negros. Na$uela maneira de olhar, n&o havia

    nada $ue se dissesse $ue era de um rato. (u nuna havia visto homens"rato, mas era apa8 de apostar $ue a$uelesali o /ossem.

    Hma silhueta enontrava"se de p, om as pernas semi"aradas. (ra do tamanho de um homem, e tinha o rostoestreito, t!pio de um rato. Hm imenso rabo desnudo se urvava ao redor de suas pernas aradas omo uma ordagrossa e arnuda. #$uilo... n&o, ele, om erte8a, era =ele=... o/ereeu"me uma m&o dotada de garras.

    > Des%a onoso e

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    /osse, no m!nimo, arranhada, dentro de um m7s eu poderia brinar de rosto peludo. (, para ompletar, olhospareidos om bot;es negros, e presas amareladas. Meu Deus2

    >Des%a onoso, humana. Des%a onoso para brinarmos. (ngoli em seo. areia $ue eu tentava engolirmeu ora%&o.

    >Nem pensar.

    #$uilo soltou uma risada sibilante.

    >odemos subir e tra87"la.

    (le aminhou om passadas largas pelos ratos menores, $ue orriam dele de maneira /rentia, saltando porima uns dos outros para evitar toarem nele. (le parou 5ragam"na.

    Dois da$ueles ratos do tamanho de &es ome%aram a andar em dire%&o esada. Hm rato pe$ueno guinhavae rolava por sob seus ps. #$uilo deu um guinho alto e digno de pena, e depois nada mais. (le se ontoreu at$ue os outrosratos o obriram. 0ssos pe$ueninos estalavam. Nada seria desperdi%ado.

    (u empurrava a porta omo se /osse apa8 de atravess9"la. 0s dois ratos subiam os degraus raste (sperem. (sperem. 0s ratos hesitaram. 0 homem"rato disse*

    > ois n&o@

    Boi poss!vel ouvir $uando eu engoli.

    > 0 $ue vo7s $uerem@

    > Nikolaos pediu $ue a oup9ssemos en$uanto espera.

    > ?sso n&o responde minha pergunta. 0 $ue vo7s $uerem $ue eu /a%a@ 0 $ue $uerem@Seus l9bios se esonderam e deram lugar a dentes amarelados. # apar7nia era de um rosnado, mas reio $ue

    tenha sido um sorriso.

    > Des%a onoso, humana. 5o$ue"nos e permita $ue to$uemos em vo7. ermita $ue lhe ensinemos ospra8eres dos p7los e dos dentes.

    (le es/regava as garras sobre os p7los de suas oxas. #$uilo direionou minha aten%&o para ele, entre suaspernas. 0lhei para o outro lado, e um alor subiu a minha pele rapidamente. (u havia enrubesido. Droga2

    Minha vo8 saiu $uase /irme.

    >0 prop'sito disso seria me impressionar@ > perguntei. (le permaneeu im'vel por um instante, e depois

    rosnou*

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    > (st9 om medo de vir vo7 mesmo@ 5em medo de mim@ > 0 p:nio tornara minha vo8 /ina, mas eu griteimesmo assim.

    > Seus amigos est&o se mahuando por /a8erem uma oisa da $ual vo7 tem medo. isso@ @

    0s ratos gigantes olhavam ora para mim, ora para o homem"rato, $ue olhou rapidamente para eles.

    > N&o tenho medo de uma humana2>(nt&o, suba a$ui e me en/rente vo7 mesmo, se /or apa8. 0 rato $ue estava pendurado em minha m&o

    soltou"se e desabou, ao $ue seguiu"se um N&o estou om medo2

    Se eles o instigassem, meu ble/e n&o /unionaria.

    > Ao7 viu o $ue eu /i8 om seus amigos. ( /i8 a$uilo tudo sem arma alguma.

    Minha vo8 sa!a grave e om muita on/ian%a. Vtimo para mim.

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    (le /iou me olhando om apenas um de seus olhos grandes, $ue pareiam enverni8ados. Sua penugemintilava lu8 das tohas omo se houvesse sido lavada h9 pouo. (le deu um pe$ueno salto e hegou minha/rente, mantendo um m!nimo de dist:nia segura de mim.

    > Nuna vi um rato loiro > provo$uei.

    Eual$uer oisa para preenher o sil7nio. Eual$uer oisa para evitar $ue ele d7 o passo $ue est9 /altando. (ra

    erto $ue+ean"Claude logo voltaria para me busar. (u ent&o gargalhei, de maneira abrupta e semi"su/oada.

    0 homem"rato /iou im'vel, olhando /ixamente para mim.

    > or $ue est9 rindo@

    # vo8 dele transmitia uma leve ponta de deson/orto. Vtimo.

    >(u estava esperando $ue os vampiros viessem me busar logo e me salvassem. Ao7 tem de admitir $ueisso engra%ado.

    (le pareeu disordar da gra%a da$uilo. Muita gente n&o ompreende minhas piadas. Se eu /osse s' um pouoinsegura, aharia $ue minhas piadas n&o eram engra%adas. Eue nada.

    evei a m&o s ostas, ainda /ingindo $ue tinha uma /aa ali. Hm dos ratos gigantes guinhou, e at mesmopara mim a$uilo pareeu uma 8ombaria. (le nuna onseguiria superar se a!sse no meu ble/e. 5alve8 eu n&oonseguisse superar se n&o o /i8esse.

    # maioria das pessoas, $uando on/rontadas om um homem"rato, ongela de medo ou entra em p:nio. (utive tempo para me aostumar om a idia. (u n&o iria en/ra$ueer se ele me toasse. )avia uma solu%&oposs!vel, om a $ual eu poderia me salvar. Se eu estivesse errada, ele me mataria. Meu estFmago deu umaguinada de 3X graus, e eu tive $ue engolir em seo. Melhor morta $ue /elpuda. Se ele me ataasse, eu pre/eria$ue me matasse. -ato n&o era a minha melhor esolha para ser um liantropo. Se a pessoa tiver a8ar, o menorarranh&o pode in/et9"la.

    Se eufosse r9pida e tivesse sorte, poderia ir parar em um hospital e reeber tratamento. Mais ou menos omoraiva. laro $ue, s ve8es, as inoula%;es /unionavam, e outras ve8es ausavam a liantropia.

    (le envolveu o rabo longo e desnudo ao redor das m&os repletas de garras.

    >+9 /oi experimentada por um liantropo@

    (u n&o sabia se ele /alava a respeito de sexo ou de alimenta%&o. Nenhuma das duas pareia agrad9vel. (le iriatentar levar a situa%&o a esse ponto, riar oragem, e ent&o viria para ima de mim $uando estivesse pronto. (u$ueria $ue ele viesse $uando eu estivesse pronta.

    (solhi sexo e disse*

    >Ao7 n&o tem o neess9rio, homem"rato.

    (le se enriAeremos $uem tem o $u7, humana.

    >(ssa ! a Knia maneira om $ue vo7 onsegue /a8er sexo@ Bor%ando a pessoa a aeit9"lo@ Ao7 t&o /eioassim em sua /orma humana $uanto nesta /orma atual@

    (le olhou para mim e sibilou, om a boa bem aberta, e os dentes expostos. (nt&o, emitiu um som pro/undo eagudo. Hm rosnado de lamKria. (u nuna ouvira som igual. #$uilo resia, e diminu!a, e preenhia o ambienteom eos violentos e sibilantes. Seus ombros se enolheram.

    rendi a respira%&o. (u o irritara. #gora ver!amos se meu plano havia /unionado ou se ele me mataria. (ledeu um salto para /rente. (u

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    (nolhi as pernas ontra meu peito, ou ele /iaria bem em ima de mim. (le oloou as garras de uma dasm&os em meus # mestra onvoou e eu obedei.

    > (u sou o seu rei. Ao7 obedee a mim.

    0 rato de penugem negra ome%ou a subir a esada om passadas largas. Seu rabo hioteava /uriosamente,$uase omo o de um gato. (u me levantei e apoiei as ostas na porta da ela pela ensima ve8 na$uela noite.

    0 homem"rato /erido disse*

    > Ao7 s' nosso rei at morrer. Se /iar ontra a mestra, isso n&o tardar9 a aonteer. (la poderosa. Maispoderosa do $ue vo7.

    # vo8 dele ainda soava /raa e entreortada, mas ele

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    0 -ei -ato saltou. Hm borr&o negro em movimento. 1rusamente, ele ergueu a$uele homem"rato no ar,segurando"o om otovelos levemente /lexionados, deixando os ps dele balan%ando"se pouo aima do h&o. (leo levou at bem pr'ximo de seu rosto.

    > (u sou o seu rei e vo7 vai obedeer a mim, ou eu mato vo7.

    M&os dotadas de garras enterraram"se na garganta do homem"rato loiro at ele ter di/iuldade para respirar. 0

    -ei -atoatirou"o esada abaixo. (le deseu s ambalhotas e $uase pareia n&o ter ossos.

    9 de baixo, ele olhou /uriosamente para ima, em sua ara%a dolorida e ar/ante. 0 'dio na$ueles olhos seriaapa8 de aender uma /ogueira.

    >5udo bem om vo7@ > perguntou a$uele homem"rato de Kltima hora.

    Demorei um minuto para pereber $ue ele se dirigira a mim. #/irmei om a abe%a. #parentemente, eu estavasendo resgatada. N&o $ue eu preisasse. laro $ue n&o.

    >0brigada.

    >N&o vim salv9"la > disse ele. > roibi os meus de a%ar para a vampira. Boi por isso $ue vim.

    >0ra, eu sei $ue o meu lugar /ia pouo aima do de uma pulga para vo7s, mas agrade%o de $ual$uer /orma,$uais$uer $ue tenham sido suas ra8;es.

    (le /e8 um gesto a/irmativo om a abe%a.

    >Disponha.

    erebi uma iatri8 de $ueimadura em seu antebra%o es$uerdo. 5inha a /orma de uma oroa rudimentar.#lgum o marara om /erro $uente.

    >N&o seria mais /9il simplesmente andar por a! arregando uma oroa e um etro@

    (le olhou rapidamente para baixo, para o bra%o, e depois me mostrou a$uele sorriso de rato, exibindo os

    dentes.>#ssim eu /io om as m&os livres.

    0lhei em seus olhos para ver se ele estava s' me provoando, mas n&o onsegui de/inir. (xperimente dei/raro rosto de um rato.

    >0 $ue os vampiros $uerem om vo7@ > perguntou.

    >Euerem $ue eu trabalhe para eles.

    >0bede%a. (les a mahuar&o aso se reuse.

    > #ssim omo o mahuar&o aso impe%a os ratos de a (st&o vindo.

    (u sabia a $uem ele se re/eria. (ra o /im da /esta. 0s vampiros estavam hegando. 0 -ei -ato saltou at o/inal da esada e reolheu o homem"rato a!do. (le o

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    neess9rio es/or%o algum, e depois desapareeu orrendo em dire%&o ao tKnel. -9pido. -9pido omo umamundongo surpreso om o aender da lu8 da o8inha. Hm borr&o esuro.

    (sutei barulhos de saltos vindo do orredor e me a/astei da porta. (la se abriu e 5heresa estava de p naplata/orma. (la olhou para mim e para o lugar va8io om as m&os na intura e a boa espremida.

    > Cad7 eles@ Mostrei"lhe a m&o /erida.

    > Bi8eram a parte deles e /oram embora.

    > N&o deviam ter ido embora > disse ela. 5heresa emitiu de sua garganta uma grave inter Boi a$uele -ei -ato deles, n&o /oi@

    Dei de ombros.

    > (les /oram embora. N&o sei o motivo.

    >5&o alma, t&o sem medo... 0s ratos n&o apavoraram vo7@

    Aoltei a mostrar indi/eren%a. Euando uma oisa /uniona, n&o deixe de /a87"la.

    >N&o era para /a8erem vo7 sangrar. > (la /iou olhando para mim. > Ao7 vai mudar de /orma napr'xima lua heia@

    Senti um $u7 de uriosidade na vo8 dela. # uriosidade matou a vampira. Sempre se pode ter esperan%a.

    >N&o > respondi, e deixei da$uele Nikolaos tambm n&o a sua mestra, 5heresa@(la olhou para mim om um rosto inexpressivo, omo se a gargalhada /ora uma ilus&o. Seus olhos estavam

    /rios e sombrios. 0s olhos dos ratos exibiram mais personalidade.

    > #ntes do /im da noite, ressusitadora, Nikolaos ser9 a mestra de todos.

    Disordei*

    > N&o aredito nisso.

    > 0 poder de +ean"Claude /e8 de vo7 uma tola.

    > N&o > retru$uei. > N&o isso.

    > (nt&o, o $u7, mortal@> re/iro morrer a ser esrava de uma vampira.

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    5heresa n&o pisou se$uer uma ve8, apenas balan%ou a abe%a a/irmativamente, bem devagar.

    > 5alve8 tenha seu pedido atendido.

    Senti os abelos de minha nua arrepiarem"se. (u era apa8 de n&o reagir ao olhar dela, mas o mal tem umasensa%&o arater!stia. Hma sensa%&o de arrepio na nua, de n' na garganta, $ue /a8 vo7 sentir ontra%;es emsuas entranhas. (u

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    0 HG#- (-# imenso, pareia um arma8m, mas om paredes de pedras /ortes e enormes. Bi$uei esperando$ue o 1ela ugosi apareesse, envolto em sua apa. 0 $ue estava sentado perto de uma das paredes era $uaseisso.

    (la devia ter uns do8e ou tre8e anos $uando morreu. Ba8ia"se poss!vel ver seios pe$uenos e n&o /ormados emsua totalidade sob um vestido omprido, /ino e a8ul"laro, $ue pareia esuro devido ao ontraste om a branura

    total de sua pele. (la /ora p9lida $uando viva. Como vampira, era /antasmag'ria. Seus abelos tinham a$uelebrilhante tom loiro"brano, bem t!pio de algumas rian%as antes de esureerem e tornarem"se astanhos.#$ueles abelos nuna iriam esureer.

    Nikolaos estava sentada em uma adeira de madeira, om entalhes. Seus ps n&o hegavam a toar o h&o.

    Hm vampiro ome%ou a inlinar"se sobre o bra%o da adeira. # pele dele era de um estranho tom mar/im"amarron8ado. (le se inlinou e sussurrou alguma oisa no ouvido de Nikolaos.

    (la soltou uma gargalhada om o som de arrilh;es ou de sinos. Hm som lindo e alulado. 5heresa aminhouat a menina $ue estava sentada na adeira e permaneeu por tr9s dela, passando"lhe as m&os nos ompridosabelos loiros"branos.

    Hm humano hegou para /iar de p direita da adeira. De ostas para a parede, m&os Ao7 treina essa gargalhada ou um talento natural@ N&o, eu aposto $ue vo7 treina.

    +ean"Claude /e8 ara /eia. (u n&o onseguia desobrir se ele estava se es/or%ando para n&o rir ou para n&o mereprovar. 5alve8 os dois. (u provoava essa rea%&o em algumas pessoas.

    # gargalhada sumiu aos pouos de seu rosto, bem humano, at $ue apenas seus olhos intilavam. Nada haviade engra%ado na maneira omo a$ueles olhos brilhantes me /itavam. (ra o tipo de olhar de um gato $ue observa

    pe$uenos p9ssaros.

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    # vo8 dela pareia antar ao /im de ada palavra. Hma propens&o a Shirley 5emple.

    > Das duas uma* ou vo7 muito oraDe verdade. Ao7 preisa, pelo menos, de uma ovinha para ombinar om essa sua vo8.

    +ean"Claude disse, serenamente*

    > #posto no =muito burra=.

    Dei uma olhadela para ele e voltei rapidamente a olhar para a$uele bando de mortos"vivos.

    >(stou exausta, /erida, /uriosa e om medo. #doraria se pudessem terminar logo om este espet9ulo para$ue possamos nos ater ao $ue interessa.

    >(stou ome%ando a entender o $ue /e8 #ubreyse irritar tanto. > # vo8 dela estava sea, desprovida dehumor. #$uela vo8 melodiosa, $ue pareia uma antoria, esva!a"se omo gelo ao sol. > Ao7 sabe $ual a minhaidade@

    0lhei para ela e neguei om a abe%a.

    >#hei $ue tivesse lhe ouvido di8er $ue ela era boa, +ean"Claude.(la pronuniou seu nome omo se estivesse irritada om ele.

    > (la boa.

    > Diga $ual a minha idade.

    # vo8 dela estava /ria. areia a vo8 de um adulto /urioso.

    > N&o onsigo. N&o sei o motivo, mas n&o onsigo.

    > Eual a idade de 5heresa@

    0lhei para a$uela vampira de abelos negros, lembrando"me de seu peso em minha mente. (la ria de mim.

    >Cem anos. 5alve8 ento e in$Ienta, mas n&o mais $ue isso.

    Seu rosto estava indei/r9vel. Hma esultura de m9rmore. ( ela perguntou*

    > or $ue n&o pode ser mais $ue isso@

    > a idade $ue eu sinto nela.

    > Sente@

    > (m minha abe%a, ela passa erto... n!vel de poder. > Sempre detestei expliar esta parte em vo8 alta.Sempre tra8ia um aspeto m!stio. N&o era. (u entendo a respeito de vampiros da mesma maneira $ue algumaspessoas entendem a respeito de avalos ou arros. (ra um talento. (ra pr9tia. #hei $ue Nikolaos n&o iria gostar

    de ser omparada a um avalo ou a um arro, ent&o, /i$uei de boa alada. Airam@ N&o sou burra, a/inal.> 0lhe para mim, humana. 0lhe em meus olhos.

    # vo8 dela ainda era a/9vel, sem $ual$uer tra%o da$uele poder de omando de +ean"Claude.

    Nossa2 =0lhe em meus olhos2= (u imaginava $ue a vampira"mestre da idade pudesse ser mais original. Masn&o disse isso em vo8 alta. Seus olhos eram a8uis, ou in8entos, ou ambos. Seu olhar era omo um peso /a8endopress&o sobre minha pele. Se eu levantasse as m&os, $uase esperava onseguir empurrar alguma oisa s'lida. (ununa havia sentido nenhum olhar de vampiro da$uela /orma.

    Mas eu era apa8 de olhar em seus olhos. De alguma /orma, eu sabia $ue a$uilo n&o deveria aonteer.

    0 soldado de p direita dela olhava para mim omo se eu tivesse, en/im, /eito alguma oisa interessante.

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    Nikolaos pFs"se de p e andou um pouo /rente de seu grupo de subordinados. (la s' hegava altura daminha lav!ula, o $ue /a8ia dela uma baixinha. (la /iou ali, de p, por um momento, om uma apar7nia etreae ador9vel, omo uma pintura. N&o passava a m!nima vivaidade, mas possu!a lindas linhas e uma uidadosaesolha de ores.

    (la /iou im'vel e abriu a mente para mim. # sensa%&o /oi de $ue ela havia aberto uma porta $ue estivera

    tranada. Sua mente olidiu ontra a minha, e eu vailei. ensamentos entravam rasgando dentro de mim omo/aas. Sonhos om l:minas de a%o. 5rehos e/7meros de sua mente dan%avam em minha abe%a. 0nde elesenostavam, eu /iava entorpeida, /erida.

    (u estava de N&o. > 1ati as m&os ontra a pedra om /or%a. Senti uma dor aguda, mas n&o /oi o su/iiente. > N&o2 >Dei um soo om toda a minha /or%a ontra o h&o. Meu bra%o inteiro passou a /ormigar e /iou dormente. >NQ02 > 1ati repetidamente, e om muita /or%a, meus punhos ontra a roha at $ue eles sangrassem. # dor eraaguda. -eal. Minha. (u gritava* > Saia de dentro de minha mente2 Aagabunda2

    #gahei"me no h&o, ar/ando, envolvendo as m&os 0ra, enontramos uma oisa $ue a ressusitadora teme. (nontramos sim.

    # vo8 dela era melodiosa e agrad9vel. )avia voltado a ser uma noiva in/antil.

    Nikolaos a

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    > Mil anos > respondi. > 5alve8 mais..

    > Ao7 tinha ra8&o, +ean"Claude. (la boa mesmo.

    (la levou o rosto at $uase dentro do meu. Meu dese Saia... de... perto... de... mim > disse eu.

    (la riu. Seu h9lito era $uente e heirava a hortel&. astilhas. Mas esondido em meio $uele odor moderno elimpo, havia um leve, $uase imperept!vel, per/ume de sangue /reso. Morte antiga. )omi!dio reente.

    (u Seu h9lito est9 heirando a sangue.

    (la se a/astou de supet&o e levou a m&o aos l9bios. Boi um gesto t&o humano $ue eu at ri. (la levantou"se eseu vestido ro%ou em meu rosto. Hm p pe$ueno hutou"me o peito.

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    0 impato /e8 om $ue eu desabasse. Dor aguda. Sem ar. ela segunda ve8 na$uela noite, eu n&o onseguiarespirar.

    Deitada de bru%os, eu me sentia engasgar e prourava engolir saliva para /a8er a dor passar. (u n&o ouviranada se $uebrar. Seria natural $ue alguma oisa tivesse se $uebrado.

    (u sentia a$uela vo8 pesar sobre mim om um alor t&o grande $ue hegava a esaldar.

    >5irem"na da$ui antes $ue eu mesma a ani$uile.

    # dor /orte trans/ormou"se em um inFmodo agudo. Euando eu respirava, pareia $ue o ar $ueimava. (usentia o peito omprimido, omo se tivesse engolido humbo.

    >ermane%a onde est9, +ean.

    +ean"Claude estava entre mim e a parede. Nikolaos ordenou sua imobilidade om uma m&o pe$uena e p9lida.

    >Consegue me ouvir, ressusitadora@

    >Consigo.

    Minha vo8 estava su/oada. (u n&o onseguia respirar ar su/iiente para /alar.>Ser9 $ue eu $uebrei alguma oisa@ > #l%ou vFo a vo8 dela omo um p9ssaro pe$ueno.

    (u tossia, tentando limpar minha garganta, mas do!a. (nros$uei"me ao redor de meu peito en$uanto a dorpassava.

    >N&o.

    >Eue pena2 Mas suponho $ue se tivesse $uebrado, tudo levaria mais tempo. 0u vo7 passaria a ser inKtilpara n's.

    areeu"me $ue ela pensara a respeito da Kltima delara%&o omo se houvesse possibilidade de a$uilo teraonteido. 0 $ue eles teriam /eito omigo se eu tivesse $uebrado alguma oisa@ (u n&o $ueria saber.

    ># pol!ia est9 sabendo de apenas $uatro vampiros assassinados. )ouve mais seis.

    -espirei om uidado.

    >or $ue n&o avisaram pol!ia@

    >Minha pre8ada ressusitadora, muitos de n's n&o on/iam nas leis humanas. N's sabemos o $uanto a #t $ue vo7 apta bem r9pido a situa%&o, isso eu tenho $ue admitir. ( talve8 isso venha a tornar oastigo de +ean"Claude menos... severo. Sabia $ue /oi ele $ue nos indiou vo7@

    1alanei a abe%a negativamente e dei uma olhadela r9pida na dire%&o dele. (le se$uer se movimentava. Nemmesmo para respirar. #penas seus olhos me /itavam. #8uis bem esuros, omo o u meia"noite, de umaintensidade $uase /ebril. (le ainda n&o havia se alimentado. or $ue ela n&o permitia $ue ele omesse@

    > or $ue ele ser9 astigado@

    > (st9 preoupada om ele@ > # surpresa em sua vo8 nada mais era $ue uma 8ombaria. > 0ra, ora, ora...

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    N&o est9 om raiva por ele t7"la en/iado no meio disto tudo@

    0lhei para ele por um momento. ogo entendi o $ue via em seus olhos. Medo. (le tinha medo de Nikolaos. (eu sabia $ue, se eu tinha um aliado $ue /osse ali dentro, era ele. 0 medo une mais as pessoas $ue amor ou 'dio e/uniona muito mais r9pido.

    >N&o > respondi.

    > N&o... N&o... > (la media o tom, subindo e desendo a vo8. Hma imita%&o de rian%a. > Vtimo. > Suavo8 repentinamente se /i8era mais grave. #dulta. 5remelu8indo de alor.?rritada. > N's lhe daremos um presente, ressusitadora. 5emos uma testemunha do segundo assassinato. (leassistiu morte de uas. (le lhe ontar9 tudo o $ue viu, n&o verdade, ahary@

    (la sorriu para a$uele homem om os abelos da or de areia.

    ahary aenou a/irmativamente. (le saiu de perto da adeira e me saudou om uma rever7nia, desendobastante. Seus l9bios eram /inos demais omparados om seu rosto. Seu sorriso, desalinhado. #inda assim, a$uelesolhos verde"gelo permaneeram omigo. (u embra"se de Nikolaos@ > perguntou ahary.

    0s olhos humanos do 8umbi reseram e a or abandonou seu rosto. Droga, ele estava pareendo humano2

    >embro.

    >Ao7 vai responder s perguntas de Nikolaos, est9 entendido@>(ntendido.

    # testa dele enrugou"se, omo se estivesse se onentrando em alguma oisa. #lguma oisa $ue ele n&oonseguia lembrar muito bem.

    >#ntes ele n&o $ueria responder s nossas perguntas. Eueria@ > disse Nikolaos.

    0 8umbi balan%ou a abe%a para os lados, olhando para ela om uma espie de /as!nio apavorado. Deve serassim $ue os p9ssaros olham para as obras.

    >N's o torturamos, mas ele /oi extremamente teimoso. (nt&o, antes $ue pudssemos ontinuar nossotrabalho, ele se en/orou. Dever!amos ter tirado o into dele > disse ela de um

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    >(u... me en/or$uei. N&o entendo. (u...

    > (le n&o sabe@ > perguntei.

    ahary sorriu.

    > N&o sabe. N&o /ant9stio@ Sabe o $uanto di/!il tornar um 8umbi t&o humano ao ponto de ele es$ueer

    $ue havia morrido@(u sabia. #$uilo signi/iava $ue algum ali tinha muito poder. ahary olhava para a$uele morto"vivo

    on/uso omo se ele /osse uma obra de arte. reioso.

    > Ao7 o ressusitou@ > perguntei.

    Nikolaos disse*

    >Ao7 n&o tinha reonheido um olega de trabalho@ Hm ressusitador, omo vo7@

    (la riu, om suavidade. Hm leve entoar de sinos distantes.

    0lhei de relane para o rosto de ahary. (le me olhava om insist7nia e seus olhos pareiam memori8ar"me.

    Seu rosto estava inexpressivo, om um ar de alguma oisa $ue /a8ia a pele sob um de seus olhos lateBormule sua pergunta, Nikolaos. #gora ele obrigado a responder.

    > verdade@ > perguntou"me ela.

    (u hesitei, surpresa por ela ter se dirigido a mim.

    > .

    > Euem matou o vampiro uas@

    (le olhou para ela, om seu rosto se des/a8endo. Sua respira%&o estava urta e r9pida demais.> or $ue ele n&o me responde@

    ># pergunta ompliada demais > expliou ahary. > ode ser $ue ele n&o se lembre de $uem erauas.

    >(nt&o, /ormule vo7 as perguntas, e eu aho bom $ue ele as responda.

    # vo8 dela transmitia o alor da amea%a. ahary apresentou novamente seu /loreio ao virar"se, abrindobastante os bra%os.

    > Senhoras e senhores* ontemplem o morto"vivo2

    (le sorriu ao sabor da gra%a de sua pr'pria piada. Ningum, alm dele, se$uer sorriu. (u tambm n&o entendi.>Ao7 viu um vampiro ser assassinado@

    0 8umbi a/irmou om a abe%a.

    >Ai.

    >Como o assassinaram@

    >#rranaram"lhe o ora%&o e deeparam"lhe a abe%a. # vo8 dele pareia de papel, de t&o /ina, devido aomedo.

    >Euem arranou o ora%&o dele@

    0 8umbi ome%ou a haoalhar a abe%a sem parar, om movimentos r9pidos e sKbitos.>N&o sei. N&o sei.

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    >ergunte a ele =o $ue= matou o vampiro > interrompi. ahary me /u8ilou om o olhar. 0 verde de seusolhos pareia de vidro. 0s ossos de seu rosto saltaram para /ora. # /Kria o trans/ormou em um es$ueleto om pelede lona.

    >(ste 8umbi meu2 Euem manda sou eu2

    >ahary... > disse Nikolaos.

    (le virou na dire%&o dela om movimentos /irmes.

    >( uma boa pergunta. 5em muito sentido.

    # vo8 dela estava alma e baixa. Ningum se deixou enganar. 0 in/erno deve estar repleto de vo8es omoa$uela. ?mpla9veis, porm bastante ra8o9veis.

    >ergunte o $ue ela indiou, ahary.

    (le virou"se novamente para o 8umbi, om as m&os erradas em /orma de punho. (u n&o onseguia entenderde onde vinha tanta /Kria.

    >0 $ue matou o vampiro@

    >N&o entendo.

    )avia em sua vo8 uma ponta ortante de p:nio.

    > Eue espie de riatura arranou"lhe o ora%&o@ Boi um humano@

    >N&o.

    > Boi outro vampiro@

    >N&o.

    (ra por ausa da$uilo $ue os 8umbis ainda n&o se davam bem nos tribunais. (ra preiso gui9"los pelas m&os,

    por assim di8er, para reeber uma resposta. 0s advogados aabavam se ausando de in/lueniar a testemunha, o$ue era verdade, mas o $ue tambm n&o $ueria di8er $ue o 8umbi estivesse mentindo.

    >(nt&o, o $ue /oi $ue matou o vampiro@

    0 8umbi voltou a haoalhar a abe%a de um lado para o outro, de um lado para o outro. (le abriu a boa, masdela n&o saiu som algum. areia su/oar om as palavras, omo se algum houvesse enhido sua garganta depapel.

    > N&o posso2

    > Como assim, n&o pode@ > gritou ahary om ele, e estapeou"lhe o rosto. 0 8umbi levantou os bra%ospara proteger a abe%a. > Ao7... vai... me... responder > di8ia, e pontuava ada palavra om mais um tapa.

    0 8umbi desabou de N&o posso2

    > -esponda"me, maldito2 > disse ele, e des/eriu um hute no 8umbi, $ue desabou ao h&o, e pFs"se emposi%&o tal $ue pareia uma bola espremida.

    > are. > #ndei na dire%&o deles. > are2

    (le des/eriu um Kltimo hute no 8umbi e virou"se em minha dire%&o.

    > 0 8umbi meu2 osso /a8er o $ue eu $uiser om ele2

    > (le

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    >Deixe"a em pa8 por en$uanto.

    (le /iou ali parado, omo uma sombra /uriosa, /a8endo press&o sobre minhas ostas. (u to$uei o bra%o do8umbi. (le se enolheu.

    >(st9 tudo bem. N&o vou mahu9"lo.

    =N&o vou mahu9"lo...= (le tinha se suiidado para esapar2 Contudo, nem se$uer o tKmulo /oi abrigosu/iiente. #ntes de passar o $ue passei esta noite, eu teria dito $ue nenhum ressusitador reviveria um morto paratal prop'sito. Ts ve8es, gostaria de /ingir $ue n&o sei o $uanto este mundo um lugar ruim.

    5ive $ue ter uidado ao tirar as m&os do 8umbi de seu rosto, e depois virei"o para $ue olhasse para mim. Hmaolhadela bastou. Seus olhos esuros estavam inrivelmente arregalados. Medo. Muito medo. Hma gota ompridade saliva pendia de sua boa.

    1alanei a abe%a para os lados e me levantei.

    >Ao7 aabou om ele.

    >ode estar erta disso. Nenhum 8umbi maldito me /a8 de idiota. 5em $ue responder s minhas perguntas.

    Airei"me para olhar nos olhos da$uele homem /urioso.

    >N&o est9 entendendo@ Ao7 aabou om a mente dele2

    >umbis n&o t7m mente.

    >(xatamente. N&o t7m. (les t7m apenas, e por muito pouo tempo, a lembran%a do $ue haviam sido. Se/orem bem tratados, podem manter sua personalidade, $uem sabe, por uma semana. 5alve8 um pouo mais, masisto... > #pontei para o 8umbi e /alei om Nikolaos. > Se /orem maltratados, o proesso se aelera. Hm ho$uedestr'i.

    >0 $ue est9 di8endo, ressusitadora@

    >(ste s9dio... > apontei o polegar para ahary > destruiu a mente deste 8umbi. (le n&o vai maisresponder pergunta nenhuma. ara ningum. Nuna mais.

    Nikolaos virou"se omo uma tempestade p9lida. 0 a8ul dos olhos dela pareia de vidro. Suas palavraspreenheram o lugar om um suave ardor.

    > Seu arrogante...

    Hm tremor perorreu seu orpo, desde os ps pe$uenos, at seus longos abelos loiros"branos. Bi$ueiesperando $ue a$uela adeira de madeira se inendiasse e ardesse em hamas omo onse$I7nia do alor de sua/Kria.

    # raiva levara embora a /igura in/antil. 0ssos se pro

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    HM# (P0SQ0 despeda%ou a esada. 0 vento nos derrubou om viol7nia, omo se /Fssemos brin$uedos. #porta /ora #nita > murmurava a vo8 aveludada de +ean"Claude. > #nita. > utei para tentar olhar ontra aresist7nia do vento, pisando para onseguir enxergar. N&o havia nada ali. > #nita. > 0 vento hamava o meunome. > #nita.

    Hma lu8 /rouxa apareeu. Hm /ogo a8ul. Dois pontos de hama a8ul $ue n&o se deixavam a/etar por a$uelevento. 0lhos... Seriam os olhos de +ean"Claude@ Ser9 $ue ele tinha morrido@

    #s hamas a8uis ome%aram a deser, /lutuando. 0 vento n&o as inomodava.> ahary2 > gritei, mas minha vo8 /oi engolida pelo ru!do do vento.

    Ser9 $ue ele tambm tinha visto a$uilo ou eu estava enlou$ueendo@

    #s hamas a8uis desiam ada ve8 mais, e de repente eu n&o $ueria $ue elas enostassem em mim. ( t&o derepente $uanto, eu desobri $ue era exatamente o $ue aonteeria. #lguma oisa me di8ia $ue a$uilo seria muitoruim.

    Soltei a m&o de ahary. (le olhou para mim e gritou alguma oisa, mas o vento provoava toda espie deru!do entre a$uelas paredes estreitas, $ue a$uilo pareia uma montanha"russa enlou$ueida. N&o havia $ual$ueroutro som. Comeei asubir a esada, engatinhando. 0 vento hoava"se ontra mim, tentando me esmagar. Sim,

    havia um outro som. # vo8 de +ean"Claude em minha abe%a.> erdoe"me.

    De repente, a$uelas hamas a8uis estavam em /rente ao meu rosto. (nostei na parede e tentei bater na$uele/ogo. Minhas m&os passavam o /ogo sem to9"lo. (le n&o estava ali.

    > Deixe"me em pa82 > gritei.

    0 /ogo derreteu"se por entre minhas m&os omo se elas n&o existissem, e entraram em meus olhos. 0 mundoera um vidro a8ul. Silenioso. Nada. Hm gelo a8ul. Hm sussurro* Corra... Corra...= (u estava, novamente,sentada na esada, pisando por ausa da$uele vento. ahary estava olhando para mim.

    0 vento essou omo se algum houvesse desligado um interruptor. 0 sil7nio era ensurdeedor. Minharespira%&o vinha em ar/adas urtas. Minha pulsa%&o n&o existia. (u n&o onseguia sentir as batidas do meuora%&o. S' onseguia ouvir a minha respira%&o, por demais ruidosa e /raa. (n/im, eu entendia o $ue signi/iavaperder o /Flego de tanto medo.

    # vo8 de ahary soava roua e ruidosa demais em meio $uele sil7nio todo. Creio $ue ele tenha sussurrado,mas o som /oi de um grito.

    > Seus olhos... eram hamas a8uis2

    Sussurrei* =Sil7nio, shh.= (u n&o entendia o por$u7, mas havia uma pessoa $ue n&o podia ouvir o $ue eleaabara de di8er, tampouo saber do $ue havia aonteido. Minha vida dependia da$uilo. N&o havia maissussurros em minha abe%a, mas o Kltimo onselho havia sido bom. =Corra.= Correr pareia 'timo.

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    0 sil7nio era perigoso. Signi/iava $ue a luta havia terminado e $ue o venedor

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    0 homem $ue apareeu, virando a es$uina, era humano. Surpresa, ora, ora. Nem maras havia em seu peso%o.Cabelo raspado, bem rente abe%a, brano omo algod&o. 0s mKsulos de seu peso%o eram salientes. Seub!eps era maior $ue a minha intura. Minha intura meio pe$uena mesmo, mas ainda assim os bra%os deleeram, ah, impressionantes. (le tinha, no m!nimo, l,Jm de altura, e n&o tinha gordura no orpo se$uer para untarum tabuleiro de bolo.

    Seus olhos possu!am a palide8 ristalina dos us de inverno, um a8ul distante e glido. 5ambm /oi o primeiro/isiulturista $ue eu

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    > Aamos todos dar o /ora da$ui > disse ahary.

    Conordei om ele.

    >Mandaram"me olhar Nikolaos > disse 6inter.

    0 sil7nio pulsava om a$uele nome. Hma gota de suor deseu por seu rosto e pingou. Dia de seguran%a

    importante* nuna pronunie o nome de um vampiro"mestre /urioso $uando ele se enontra t&o perto $ue se

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    > ois n&o. (sta noite vo7 est9 segura, pois assim disse a mestra. Mas isso n&o vai /iar assim.

    > Aamos sair pela porta lateral > disse ahary, e andou pratiamente de ostas, vigiando o vampiroon/orme nos a/ast9vamos.

    6inter /iou para tr9s, protegendo nossa retaguarda. ?diota.

    ahary abriu a porta. # noite estava $uente e Kmida. 0 vento do ver&o hoava"se ontra minha /ae, Kmido epr'ximo. ( lindo.

    0 vampiro anuniou*

    > embre"se do nome Aalentine, por$ue eu vou entrar em ontato om vo7.

    ahary e eu sa!mos, e a porta /ehou"se om um estrpito. N&o havia ma%aneta do lado de /ora. N&o haviaomo abrir. Aia Knia, para /ora. =ara /ora= estava 'timo para mim. Come%amos a andar.

    >Ao7 tem uma arma muniiada om balas de prata@ > ele perguntou.

    >5enho.

    >(u ome%aria a andar om ela se /osse vo7.>1alas de prata n&o o matariam.

    >Mas o tornariam mais lento.

    > verdade.

    #ndamos durante alguns minutos em sil7nio. #$uela noite $uente de ver&o pareia desli8ar ao nosso redor, enos segurar em m&os uriosas e pega (u preiso de uma espingarda. (le olhou para mim.

    > Aai arregar uma espingarda a tiraolo dia ap's dia@

    > # de abo urto menor e abe sob um asao.>(m pleno ver&o do Missouri@ Ao7 derrete2 or $ue n&o uma metralhadora ou um lan%a"hamas, # metralhadora n&o t&o preisa. poss!vel $ue um tiro atin N&o, mas Meu Deus2 > 0 olhar dele /iou perdido, /itando o va8io por um momento. (nt&o, perguntou* > (/unionou@

    >Hma bele8a, mas /e8 muita su

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    Muita oisa aonteeu em um espa%o muito urto de tempo.

    > (u sou o seu ontato diurno. Se preisar de $ual$uer oisa ou se $uiser transmitir um reado, este a$ui omeu tele/one.

    (le pFs uma arteira de /'s/oros em minha m&o. 0lhei para ela. (stava esrito =Ciro dos #maldi%oados=, em/orma de sangue vermelho, om o /undo em um preto brilhante. Guardei"a no bolso de minha al%a.

    Minha arma estava em meu porta"malas. Aesti meu oldre axilar sem me importar por n&o ter um asao paraobri"lo. Hma arma vista de todos hama aten%&o, mas /a8 om $ue a maioria das pessoas n&o mexa om vo7.Ts ve8es at aontee de elas sa!rem orrendo em disparada, abrindo aminho diante de vo7. Muito onvenientepara persegui%;es.

    ahary aguardou at $ue eu estivesse sentada dentro do arro. (le se inlinou em /rente porta aberta.

    > N&o pode ser s' a sua pro/iss&o, #nita. 5em $ue haver um motivo mais plaus!vel.

    1aixei o olhar para o meu olo e liguei o arro. 0lhei bem dentro da$ueles olhos p9lidos.

    > Sinto medo deles. uma arater!stia humana bastante natural destruir a$uilo $ue nos provoa medo.

    > # maioria das pessoas passa a vida toda evitando o $ue temem. Ao7 vai atr9s. ?sso louura2

    (le tinha uma erta ra8&o. Behei a porta e deixei"o s' na$uela noite $uente e sombria. (u ressusitava mortose oloava mortos"vivos para desansar. (ra a minha pro/iss&o. (ra a pessoa $ue eu era. Se algum dia euome%asse a $uestionar meus prop'sitos, eu pararia de matar vampiros. (ra simples assim.

    N&o havia $uestionado meus prop'sitos esta noite, portanto, ainda era uma a%adora de vampiros. #inda omo nome $ue eles haviam me dado. (u era a (xeutora.

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    # #H-0-# SH-G?# no hori8onte omo uma ortina de lu8. A7nus relu8ia omo um diamante em ontraposto$uela lu8 tran$Iila.

    (u estava vendo o sol naser pelo segundo dia onseutivo. (stava ome%ando a /iar mal"humorada. 0 di/!ilseria deidir em $uem eu desontaria esse meu mau humor, e o $ue /a8er a respeito. Na$uele momento, eu s'$ueria dormir. 0 resto poderia esperar. 5eria $ue esperar. 0 $ue me mantinha aordada h9 horas era o medo, aadrenalina e a obstina%&o. (m meio ao sil7nio de meu arro, eu era apa8 de sentir meu orpo. (le n&o estavasatis/eito.

    Do!a $uando eu segurava o volante. Do!a $uando eu girava o volante. Minha esperan%a era de $ue osarranh;es ensangIentados em minhas m&os pareessem muito piores do $ue realmente eram. Meu orpo inteiropareia enri

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    Deis&o tomada. Vtimo. Nada omo o medo para limpar a sua mente. Bi$uei o mais longe poss!vel da porta epassei para o outro lado, om a arma apontada para a porta. #ndei seguindo a parede es$uerda em dire%&o ao ladodas dobradi%as da porta. (la abriu para dentro. #penas empurre"a para $ue ela hegue perto da parede. Simples.egal.

    #gahei, apoiando"me em um dos Seu idiota2 Ao7 sabia $ue eu estava a$ui /ora2 (le (u esutei as haves.

    Bi$uei ali parada, perorrendo a sala om os olhos. (dward mudara a posi%&o de minha poltrona brana omesto/amento exagerado para $ue ela /iasse de /rente para a porta. #lm dela, pareia $ue ele n&o havia mexidoem mais nada.

    > Garanto uma oisa a vo7, #nita* estou so8inho a$ui.

    > Nisso eu aredito. or $ue n&o me avisou $ue era vo7@

    > Eueria ver se vo7 ainda boa. (u poderia t7"la mandado pelos ares $uando hesitou em /rente porta, omas haves tilintando em um som t&o agrad9vel.

    (ntrei no apartamento e tran$uei a porta, embora, na verdade, om (dward do lado de dentro, talve8 eu /iasse

    mais segura tranando a porta e /iando do lado de /ora. (le n&o era um homem i