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ab música E4 ilustrada H H H QUARTA-FEIRA, 10 DE JULHO DE 2013 CDs MPB Mata Atlântica Alberto Rosenblit GRAVADORA Som Livre QUANTO R$ 24,90 AVALIAÇÃO HHH Depois do belo trabalho de Mario Adnet no disco “Ama- zônia”, agora é a vez do não menos competente Alberto Rosenblit compor inspirado nos sons da mata. Com arran- jos elegantes e um time que conta com instrumentistas do peso de Jessé Sadoc, Andrea Ernest Dias e Lula Galvão, entre outros, destaque para “Mata Atlântica”, “Jobiniana”, “Chora com Calma” e “Guana- bara”. (LUCAS NOBILE) MPB Tejo Tietê Chico Saraiva e Susana Travassos GRAVADORA Delira Música QUANTO R$ 19,90 AVALIAÇÃO HHH O encontro entre o violo- nista Chico Saraiva e a canto- ra Susana Travassos resulta em doze interpretações pri- morosas, mesclando o melhor da tradição brasileira com a emotividade do canto lusita- no. Com produção impecável do também violonista Paulo Bellinati, destaque para com- posições de Villa-Lobos, Elo- mar e para os temas autorais de Saraiva. (LN) MPB Arrastão da Alegria Monobloco GRAVADORA Som Livre QUANTO R$ 19,90 AVALIAÇÃO HH O novo trabalho do Mono- bloco traz participações de Roberta Sá, Preta Gil, Diogo Nogueira, Fagner, Aílton Assumpção, Ivete Sangalo e Pepeu Gomes, com a pega- da característica do grupo: fa- zer um grande bloco de sam- ba e carnaval com estética ex- tremamente pop. As músicas são bem interpretadas, mas deixam a impressão de repe- teco dos trabalhos anteriores, sem dar novos passos. (LN) RONALDO EVANGELISTA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA “A natureza é um conser- vatório de vida e sabedoria”, diz Naná Vasconcelos. Está falando de como sua música é orgânica e sua ins- piração constantemente re- novável. Em seu novo álbum, “4 Elementos”, o percussio- nista pernambucano de 69 anos resolveu pintar de sons representações imaginativas dos elementos da natureza. “No meu disco anterior, ‘Sinfonia e Batuques’, que ga- nhou o Grammy e tal, eu fiz a “Suíte das Águas”, onde faço toda a percussão com água, a parte rítmica”, lembra Na- ná, em entrevista por telefo- ne de sua casa, no Recife. “Tirar som da água foi um processo que começou no mar, na praia, brincando. De- pois comecei a gravar na pis- cina de casa. Aí já tinha um caminho. Pensei: ‘então vou fazer os quatro elementos’.” A água aparece em melo- dia e ritmo na composição “Chorágua”, um choro. A ter- ra vem na faixa “Terráqueos – Vida – Bush Dance”, repre- sentada pelos habitantes do planeta. Mais especificamen- te nossos corpos, com os quais podemos fazer música. É uma ideia reminiscente de outras gravações de Naná utilizando o corpo como ins- trumento, aqui em fusão com Músico pernambucano apresenta músicas de ‘4 Elementos’, lançado por selo independente, em show na sexta, em SP Percussionista canta Luiz Gonzaga e faz homenagens a Clementina de Jesus e Airto Moreira Álbum de Naná Vasconcelos extrai música dos elementos da natureza sons eletrônicos. O fogo surge em vinhetas de sonoplastia de voz e saco de salgadinho. Já no ar, Naná vai longe. “Pra significar o ar e criar es- sa trilha da minha imagina- ção, pensei em um grupo de astronautas africanos indo fa- zer uma dança nos anéis de Saturno”, explica, rindo. O disco, que fará parte de um show em São Paulo nesta sexta, homenageia também Clementina de Jesus (1901-87) e Airto Moreira e traz uma ver- são de “Légua Tirana”, de Luiz Gonzaga (1912-1989). Citando os versos “ó que es- trada mais comprida, ó que lé- gua tão tirana / ah, se eu tives- se asa, inda hoje eu via Ana”, comenta: “Minha légua é tira- na. Não é fácil quando você faz uma coisa que só você faz, não faz parte de um movimento. É como vejo minha história”. “Hoje já posso dizer isso mais conscientemente, com 69 anos. Cada disco é um mo- mento diferente da minha vi- da, resultado dessas experiên- cias que estou sempre queren- do ter, mais e mais.” Ele conclui: “Minha légua tirana é minha vida: sempre querendo chegar lá e nunca chegando, porque estou sem- pre procurando mais. Mas se eu tivesse asa eu chegaria”. 4 ELEMENTOS ARTISTA Naná Vasconcelos GRAVADORA Independente QUANTO R$ 24,90 NANá VASCONCELOS E LUI COIMBRA QUANDO sexta, às 21h ONDE Sesc Belenzinho (r. Pa- dre Adelino, 1.000; tel. 0/ xx/11/2076-9700) QUANTO de R$ 6 a R$ 24 CLASSIFICAÇÃO 12 anos Ricardo B. Labastier - 9.mai.2013/JC Imagem O percussionista Naná Vasconcelos, 69, que lança um álbum em que traduz os quatro elementos da natureza em música COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Quarenta e cinco anos imi- tando James Brown devem ensinar a alguém uma coisa ou outra sobre cantar energi- camente e estar no palco. Até chegar ao seu recém- lançado segundo disco, “Vic- tim of Love”, o cantor Char- les Bradley, 65, repetia incan- savelmente os hits do rei do funk enquanto atendia pelo pseudônimo de “Black Vel- vet”, apresentando-se em pe- quenos clubes de Nova York. Foi apenas há poucos anos, quando Bradley encon- trou a turma da gravadora Daptone —por onde passa- ram músicos como Sharon Jo- nes, Amy Winehouse e Anti- balas—, que passou a compor as primeiras canções e assi- nar com seu próprio nome. “Venho me apresentando como James Brown, Otis Red- ding e Sam Cooke desde 1968”, conta. “Agora estou aprendendo a ser eu mesmo. É mais difícil, porque muitos momentos nas minhas letras me deixam sentimental, me fazem pensar nas coisas que estou falando. Estou cantan- do verdades da minha vida.” A emoção que o cantor e hoje compositor canaliza em suas canções de coração aberto e voz poderosa de pu- ro soul vem das experiências pessoais, vida de intensos percalços recentemente con- tados no documentário “Soul of America” (2012). O filme re- gistra os momentos de lança- mento do primeiro disco de Bradley aos 62 anos, enquan- to relembra a juventude so- frida, os tempos morando na rua, o assassinato do irmão, os cuidados com a mãe. Mas os ídolos, que via e ou- via e imitava enquanto so- nhava, também influencia- vam no exemplo de persistên- cia. “Todos nós viemos da vi- da dura das ruas. Então, ven- do-os, aprendi a não perder a esperança, que um dia aqui- lo poderia acontecer comigo, que eu encontraria meu ca- minho. Demorou, mas final- mente aconteceu.” (RE) VICTIM OF LOVE ARTISTA Charles Bradley GRAVADORA Dunhan/Deckdisc QUANTO US$ 9,99 (cerca de R$ 22,50 na Amazon) Charles Bradley canta a vida dura do soul em novo disco ‘Victim of Love’ é o segundo trabalho autoral do músico, 65, que passou décadas como cover de James Brown RODRIGO LEVINO EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA” Quando lançou em 2007 um EP com quatro canções, a cantora e DJ pernambuca- na Catarina Dee Jah causou um bom rebuliço na cena mu- sical do Recife. Ali, ela prenunciava o que se tornaria —como se vê no recém-lançado disco de es- treia “Mulher Cromaqui”— uma marca: um pé (de levi- nho) no punk e outro (com mais gosto) na música brega. A demora em lançar um disco oficial se deu por difi- culdades financeiras. “Fui re- provada em sete editais. En- tão chegou uma hora em que enchi o saco e pensei ‘vou gravar esse disco com meus amigos, sem pressa e relaxa- da’”, disse ela à Folha. Catarina (agora sem o Dee Jah) relaxou, e “Mulher Cro- maqui”, uma peça de punk- brega, é puro gozo. Disco cheio de sexo (“Estou vestida de uma pele que me envolve/ me sinto pronta pa- ra o que possa aparecer/ vou te dar meu prazer”, de “Vem Que Vem”) e do que ela cha- ma de “feminismo intuitivo” (“Não sei o que vão pensar/ se você não vier me lanchar”, de “Mulher Tira-Gosto”). “Fui criada numa casa de artistas, onde gênero e sexo nunca foram tabus e nem a posição e o desejo da mulher eram reprimidos”. No entorno das tais letras, que são sexy e bem humora- das, estão melodias e arran- jos dançantes que têm muito de guitarrada, cumbia, tecno- brega e música romântica. O contato com nomes des- prezados pela crítica mains- tream, como Alípio Martins, Pinduca e Reginaldo Rossi, veio da janela de casa, de on- de Catarina ouvia os discos que um vizinho tocava. “Tinha essa dicotomia: em casa meu pai ouvia muito jazz, um pouco de rock, Bea- tles; na rua, eu ouvia a músi- ca que tocava nas rádios e que fazia as pessoas dançarem.” O álbum é fruto dessa mis- tura onde clássico e popular se confundem e se renovam. MULHER CROMAQUI ARTISTA Catarina Dee Jah GRAVADORA Independente QUANTO grátis para download em catarinadeejah.com Catarina, ex-Dee Jah, estreia com punk-brega repleto de letras sexy Álbum ‘Mulher Cromaqui’ foi lançado gratuitamente na internet Divulgação Catarina (ex-Dee Jah), que lança o disco ‘Mulher Cromaqui’ CINEMA Ilegalidades em escola de cinema cubana causam prisões e renúncia de diretor d folha.com/no1308305 DANÇA Após onda de escândalos, go- verno russo anuncia demis- são de Anatoli Iksanov, dire- tor do balé Bolshoi d folha.com/no1308426 MÚSICA Cantora Lauryn Hill começa a cumprir pena na prisão por sonegação fiscal d folha.com/no1308162 TWITTER Acompanhe as notícias da “Ilustrada” no microblog d twitter.com/folhailustrada

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músicaE4 ilustrada H H H Quarta-FEira, 10 DE Julho DE 2013

CDs

MPBMata AtlânticaAlberto RosenblitGRAVADORA Som LivreQUANTO R$ 24,90AVALIAÇÃO H H H

Depois do belo trabalho deMario Adnet no disco “Ama-zônia”, agora é a vez do nãomenos competente AlbertoRosenblit compor inspiradonos sons da mata. Com arran-jos elegantes e um time queconta com instrumentistas dopeso de Jessé Sadoc, AndreaErnest Dias e Lula Galvão,entre outros, destaque para“Mata Atlântica”, “Jobiniana”,“Chora com Calma” e “Guana-bara”. (LUCAS NOBILE)

MPBTejo TietêChico Saraiva e SusanaTravassosGRAVADORA Delira MúsicaQUANTO R$ 19,90AVALIAÇÃO H H H

O encontro entre o violo-nista Chico Saraiva e a canto-ra Susana Travassos resultaem doze interpretações pri-morosas, mesclando o melhorda tradição brasileira com aemotividade do canto lusita-no. Com produção impecáveldo também violonista PauloBellinati, destaque para com-posições de Villa-Lobos, Elo-mar e para os temas autoraisde Saraiva. (LN)

MPBArrastão da AlegriaMonoblocoGRAVADORA Som LivreQUANTO R$ 19,90AVALIAÇÃO H H

O novo trabalho do Mono-bloco traz participações deRoberta Sá, Preta Gil, DiogoNogueira, Fagner, AíltonAssumpção, Ivete Sangalo ePepeu Gomes, com a pega-da característica do grupo: fa-zer um grande bloco de sam-ba e carnaval com estética ex-tremamente pop. As músicassão bem interpretadas, masdeixam a impressão de repe-teco dos trabalhos anteriores,sem dar novos passos. (LN)

RONALDO EVANGELISTACOLABORAÇÃO PARA A FOLHA

“A natureza é um conser-vatório de vida e sabedoria”,diz Naná Vasconcelos.Está falando de como sua

música é orgânica e sua ins-piração constantemente re-novável.Emseunovoálbum,“4 Elementos”, o percussio-nista pernambucano de 69anos resolveu pintar de sonsrepresentações imaginativasdos elementos da natureza.“No meu disco anterior,

‘SinfoniaeBatuques’,quega-nhouoGrammye tal, eu fiz a“SuítedasÁguas”, onde façotoda a percussão com água,a parte rítmica”, lembra Na-ná, em entrevista por telefo-ne de sua casa, no Recife.“Tirar som da água foi um

processo que começou nomar,napraia,brincando.De-pois comecei a gravar napis-cina de casa. Aí já tinha umcaminho. Pensei: ‘então voufazer os quatro elementos’.”A água aparece em melo-

dia e ritmo na composição“Chorágua”,umchoro.A ter-ra vem na faixa “Terráqueos–Vida–BushDance”, repre-sentada pelos habitantes doplaneta.Maisespecificamen-te nossos corpos, com osquaispodemos fazermúsica.É uma ideia reminiscente

de outras gravações de Nanáutilizando o corpo como ins-trumento,aquiemfusãocom

Músico pernambucanoapresentamúsicas de ‘4Elementos’, lançadoporselo independente, emshowna sexta, emSP

Percussionista canta Luiz Gonzaga e faz homenagens a Clementina de Jesus e AirtoMoreira

ÁlbumdeNanáVasconcelos extraimúsicados elementosdanatureza

sonseletrônicos.Ofogosurgeemvinhetasdesonoplastiadevoz e saco de salgadinho.Já no ar, Naná vai longe.

“Pra significar o ar e criar es-sa trilha da minha imagina-ção, pensei em um grupo deastronautasafricanosindofa-zer uma dança nos anéis deSaturno”, explica, rindo.O disco, que fará parte de

umshowemSãoPaulo nestasexta, homenageia também

ClementinadeJesus(1901-87)eAirtoMoreiraetrazumaver-sãode“LéguaTirana”,deLuizGonzaga (1912-1989).Citandoosversos“óquees-

tradamaiscomprida,óquelé-guatãotirana/ah,seeutives-se asa, indahoje eu viaAna”,comenta:“Minhaléguaétira-na.Nãoéfácilquandovocêfazumacoisaquesóvocêfaz,nãofazpartedeummovimento.Écomovejominhahistória”.

“Hoje já posso dizer issomais conscientemente, com69anos.Cadadiscoéummo-mento diferente daminha vi-da,resultadodessasexperiên-ciasqueestousemprequeren-do ter,mais emais.”Ele conclui: “Minha légua

tirana é minha vida: semprequerendo chegar lá e nuncachegando,porqueestousem-pre procurandomais. Mas seeu tivesse asa eu chegaria”.

4 ELEMENTOSARTISTA Naná VasconcelosGRAVADORA IndependenteQUANTO R$ 24,90

NANá VASCONCELOS E LUICOIMBRAQUANDO sexta, às 21hONDE Sesc Belenzinho (r. Pa-dre Adelino, 1.000; tel. 0/xx/11/2076-9700)QUANTO de R$ 6 a R$ 24CLASSIFICAÇÃO 12 anos

Ricardo B. Labastier - 9.mai.2013/JC Imagem

O percussionista Naná Vasconcelos, 69, que lança um álbum em que traduz os quatro elementos da natureza emmúsica

COLABORAÇÃOPARA A FOLHA

Quarentaecincoanos imi-tando James Brown devemensinar a alguém uma coisaououtra sobre cantar energi-camente e estar no palco.Até chegar ao seu recém-

lançadosegundodisco, “Vic-tim of Love”, o cantor Char-lesBradley,65, repetia incan-savelmente os hits do rei dofunk enquanto atendia pelopseudônimo de “Black Vel-

vet”, apresentando-seempe-quenos clubesdeNovaYork.Foi apenas há poucos

anos,quandoBradleyencon-trou a turma da gravadoraDaptone —por onde passa-rammúsicoscomoSharonJo-nes, AmyWinehouse e Anti-balas—,quepassouacomporas primeiras canções e assi-nar com seu próprio nome.“Venho me apresentando

comoJamesBrown,OtisRed-ding e Sam Cooke desde

1968”, conta. “Agora estouaprendendo a ser eumesmo.É mais difícil, porque muitosmomentos nasminhas letrasme deixam sentimental, mefazem pensar nas coisas queestou falando. Estou cantan-do verdades daminha vida.”A emoção que o cantor e

hoje compositor canaliza emsuas canções de coraçãoaberto e voz poderosa de pu-ro soul vemdas experiênciaspessoais, vida de intensos

percalços recentemente con-tadosnodocumentário“SoulofAmerica” (2012).Ofilmere-gistraosmomentosde lança-mento do primeiro disco deBradleyaos62anos, enquan-to relembra a juventude so-frida, os temposmorandonarua, o assassinato do irmão,os cuidados com amãe.Masos ídolos,queviaeou-

via e imitava enquanto so-nhava, também influencia-vamnoexemplodepersistên-

cia. “Todosnósviemosdavi-daduradas ruas. Então, ven-do-os, aprendi a não perderaesperança,queumdiaaqui-lopoderiaacontecer comigo,que eu encontraria meu ca-minho. Demorou, mas final-mente aconteceu.” (RE)

VICTIM OF LOVEARTISTA Charles BradleyGRAVADORA Dunhan/DeckdiscQUANTO US$ 9,99 (cerca de R$22,50 na Amazon)

CharlesBradley canta a vidadurado soul emnovodisco‘Victim of Love’ é o segundo trabalho autoral domúsico, 65, que passou décadas como cover de James Brown

RODRIGO LEVINOEDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

Quando lançou em 2007um EP com quatro canções,a cantora e DJ pernambuca-na Catarina Dee Jah causouumbomrebuliçonacenamu-sical do Recife.Ali, ela prenunciava o que

se tornaria —como se vê norecém-lançado disco de es-treia “Mulher Cromaqui”—uma marca: um pé (de levi-nho) no punk e outro (commaisgosto)namúsicabrega.A demora em lançar um

disco oficial se deu por difi-culdades financeiras. “Fui re-provada em sete editais. En-tão chegouumahoraemqueenchi o saco e pensei ‘vougravar esse disco com meusamigos, sempressa e relaxa-

da’”, disse ela à Folha.Catarina (agora sem oDee

Jah) relaxou, e “Mulher Cro-maqui”, uma peça de punk-brega, é puro gozo.Discocheiodesexo(“Estou

vestida de uma pele que meenvolve/ me sinto pronta pa-ra o que possa aparecer/ voute dar meu prazer”, de “VemQue Vem”) e do que ela cha-ma de “feminismo intuitivo”(“Não sei o que vão pensar/sevocênãovierme lanchar”,de “Mulher Tira-Gosto”).“Fui criada numa casa de

artistas, onde gênero e sexonunca foram tabus e nem aposição eodesejodamulhereram reprimidos”.No entorno das tais letras,

que são sexy e bem humora-das, estão melodias e arran-jos dançantes que têmmuito

deguitarrada,cumbia, tecno-brega emúsica romântica.O contato comnomesdes-

prezados pela crítica mains-tream, como Alípio Martins,Pinduca e Reginaldo Rossi,veioda janeladecasa,deon-de Catarina ouvia os discosque um vizinho tocava.“Tinhaessadicotomia: em

casa meu pai ouvia muitojazz, umpouco de rock, Bea-tles; na rua, eu ouvia amúsi-caquetocavanasrádiosequefazia as pessoas dançarem.”O álbum é fruto dessamis-

tura onde clássico e popularse confundem e se renovam.

MULHER CROMAQUIARTISTA Catarina Dee JahGRAVADORA IndependenteQUANTO grátis para download emcatarinadeejah.com

Catarina, ex-Dee Jah, estreia compunk-brega repletode letras sexyÁlbum ‘Mulher Cromaqui’ foi lançado gratuitamente na internet

Divulgação

Catarina (ex-Dee Jah), que lança o disco ‘Mulher Cromaqui’

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