LC 027/2001

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Código Municipal de Meio Ambiente - Prefeitura de Macaé

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LEI N

ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PREFEITURA MUNICIPAL DE MACA

GABINETE DO PREFEITO

LEI COMPLEMENTAR N 027/2001. Dispe sobre o CDIGO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE, e d outras providncias.A CMARA MUNICIPAL DE MACA delibera e eu sanciono a seguinte Lei:CDIGO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTELivro IPARTE GERAL

Ttulo IDA POLTICA AMBIENTALCaptulo IDOS PRINCPIOS

Art. 1 - Este Cdigo, fundamentado no interesse local, regula a ao do Poder Pblico Municipal e sua relao com os cidados e instituies pblicas e privadas, na preservao, conservao, defesa, melhoria, recuperao e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial qualidade de vida humana e da biodiversidade.

Art. 2 - A Poltica Municipal de Meio Ambiente orientada pelos seguintes princpios:

I - promoo do desenvolvimento integral do ser humano;

II - racionalizao do uso dos recursos ambientais, naturais ou no;

III - proteo de reas ameaadas de degradao;

IV - direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e obrigao de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes;

V - funo social e ambiental da propriedade;

VI - obrigao de recuperar reas degradadas e compensao dos danos causados ao meio ambiente;

VII - garantia da prestao de informaes relativas ao meio ambiente.Captulo IIDOS OBJETIVOS

Art. 3 - So objetivos da Poltica Municipal de Meio Ambiente:

I- articular e integrar as aes e atividades ambientais desenvolvidas pelos diversos rgos e entidades do Municpio, com aquelas dos rgos Federais e Estaduais, quando necessrio;

II- articular e integrar aes e atividades ambientais intermunicipais, favorecendo consrcios e outros instrumentos de cooperao;

III- identificar e caracterizar os ecossistemas do Municpio, definindo as funes especficas de seus componentes, as fragilidades, as ameaas, os riscos e os usos compatveis;

IV- compatibilizar o desenvolvimento econmico e social preservao ambiental, qualidade de vida e ao uso racional dos recursos ambientais, naturais ou no;

V- controlar a produo, extrao, comercializao, transporte e o emprego de materiais, bens e servios, mtodos e tcnicas que comportam risco para a vida ou comprometam a qualidade de vida e o meio ambiente;

VI- estabelecer normas, critrios e padres de emisso de efluentes e de qualidade ambiental, bem como normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais, naturais ou no, adeqando-os permanentemente em face da lei e de inovaes tecnolgicas;

VII- estimular a aplicao da melhor tecnologia disponvel para a constante reduo dos nveis de poluio;

VIII- preservar e conservar as reas protegidas no Municpio;

IX- estimular o desenvolvimento de pesquisas e uso adequado dos recursos ambientais, naturais ou no;

X- promover a educao ambiental na sociedade e, especialmente, na rede municipal de ensino;

XI- promover o zoneamento ambiental.

XII- criar as Unidades de Conservao que se fizerem necessrias e implantar os seus respectivos Planos de Manejo.

Captulo IIIDOS INSTRUMENTOS

Art. 4 - So instrumentos da poltica municipal de meio ambiente:

I- Zoneamento ambiental;

II- Criao de espaos territoriais especialmente protegidos, na forma de Unidades de Conservao e outras;

III- Estabelecimento de parmetros e padres de qualidade ambiental;

IV- Avaliao de impacto ambiental;

V- Fiscalizao ambiental;

VI- Auditoria ambiental;

VII- Monitoramento ambiental;

VIII- Sistema municipal de informaes e cadastros ambientais;

IX- Fundo Municipal do Meio Ambiente FUNDO AMBIENTAL;

X- Plano Diretor de Gesto Ambiental do Territrio Municipal atravs dos Planos Diretor de Habitao, do Uso do Solo, das Bacias hidrogrficas, do Paisagismo Urbano, do Gerenciamento de Resduos de Saneamento bsico;

XI- Educao ambiental;

XII- Mecanismos de benefcios e incentivos, para preservao e conservao dos recursos ambientais, naturais ou no;

XIII- Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel;

XlV- Legislao Federal, Estadual e Municipal pertinente;

XV- Parecer Tcnico Ambiental.

Captulo IV

DOS CONCEITOS GERAISArt. 5 - So os seguintes os conceitos gerais para fins e efeitos deste Cdigo:I- meio ambiente: a interao de elementos naturais e criados, scio-econmico e culturais, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;

II- ecossistemas: conjunto integrado de fatores fsicos e biticos que caracterizam um determinado lugar, estendendo-se por um determinado espao de dimenses variveis. uma totalidade integrada, sistmica e aberta, que envolve fatores abiticos e biticos, com respeito a sua composio, estrutura e funo;

III- degradao ambiental: a alterao adversa das caractersticas do meio ambiente;

IV- poluio: a alterao da qualidade ambiental resultante de atividades humanas ou fatores naturais que direta ou indiretamente:

a) prejudiquem a sade, a segurana e/ou o bem-estar da populao;

b) criem condies adversas ao desenvolvimento scio-econmico;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) lancem matrias ou energia em desacordo com os padres ambientais estabelecidos;

e) afetem as condies estticas e sanitrias do meio ambiente.

V- poluidor: pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou privado, direta ou indiretamente responsvel, por atividade causadora de poluio ou degradao efetiva ou potencial;

VI- recursos ambientais: a atmosfera, as guas interiores, superficiais e subterrneas, os esturios, o mar territorial, o solo, o subsolo, a fauna e a flora;

VII- proteo: procedimentos integrantes das prticas de conservao e preservao da natureza;

VIII- preservao: Conjunto de mtodos, procedimentos e polticas que visem proteo a longo prazo das espcies, habitats e ecossistemas, alm da manuteno dos processos ecolgicos, prevenindo a simplificao dos sistemas naturais;

IX- conservao: uso sustentvel dos recursos naturais, tendo em vista a sua utilizao sem colocar em risco a manuteno dos ecossistemas existentes, garantindo-se a biodiversidade;

X- manejo: tcnica de utilizao racional e controlada de recursos ambientais mediante a aplicao de conhecimentos cientficos, tcnicos e prticos visando a atingir os objetivos de conservao da natureza;

XI- gesto ambiental: tarefa de administrar e controlar os usos sustentados dos recursos ambientais, naturais ou no, por instrumentao adequada - regulamentos, normatizao e investimentos pblicos - assegurando racionalmente o conjunto do desenvolvimento produtivo social e econmico em benefcio do meio ambiente;

XII- reas de Preservao Permanente: pores do territrio municipal, includas as ilhas costeiras e ocenicas, de domnio pblico ou privado, destinadas preservao de suas caractersticas ambientais relevantes, assim definidas em lei;

XIII- Unidades de Conservao: parcelas do territrio municipal e seus recursos ambientais, incluindo as reas com caractersticas ambientais relevantes de domnio pblico ou privado, legalmente constitudas ou reconhecidas pelo Poder Pblico, com objetivos e limites definidos, sob regime especial de administrao, s quais se aplicam garantias adequadas de proteo.

Ttulo II

DO SISTEMA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE - SIMMACaptulo IDA ESTRUTURA

Art. 6 - O Sistema Municipal de Meio Ambiente - SIMMA, o conjunto de rgos e entidades pblicas e privadas integrados para a preservao, conservao, defesa, melhoria, recuperao, controle do meio ambiente e uso adequado dos recursos ambientais do Municpio, consoante o disposto neste Cdigo.

Art. 7 - Integram o Sistema Municipal de Meio Ambiente:

I- Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMMA, rgo de coordenao, controle e execuo da poltica ambiental;

II- Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel - COMMADS, rgo colegiado autnomo de carter consultivo, deliberativo e normativo da poltica ambiental; III- A sociedade organizada, atravs das instituies que tenham a questo ambiental entre seus objetivos; IV- Secretarias, empresas, fundaes e autarquias afins do Municpio, definidas em ato do Poder Executivo.

Art. 8 - Os rgos e entidades que compem o SIMMA atuaro de forma harmnica e integrada, sob a coordenao da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, observada a competncia do COMMADS.

Captulo II

DO RGO EXECUTIVO

Art. 9 - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMMA o rgo de coordenao, controle e execuo da poltica municipal de meio ambiente, com as atribuies e competncias definidas neste Cdigo.

Art. 10 - So atribuies da Secretaria Municipal de Meio Ambiente:

I- participar do planejamento das polticas pblicas do Municpio;

II- elaborar o Plano Plurianual de Meio Ambiente e a respectiva proposta oramentria;

III- coordenar as aes dos rgos integrantes do SIMMA;

IV- exercer o controle, a fiscalizao o monitoramento e a avaliao dos recursos naturais do Municpio;

V- realizar o controle e o monitoramento das atividades produtivas e dos prestadores de servios quando potencial ou efetivamente poluidores ou degradadores do meio ambiente;

VI- manifestar-se mediante estudos e pareceres tcnicos sobre questes de interesse ambiental para a populao do Municpio;

VII- implementar as diretrizes da poltica ambiental municipal;

VIII- promover aes de educao ambiental, integrada aos programas de preservao, conservao, recuperao e melhoria do meio ambiente;

IX- articular-se com organismos Federais, Estaduais, Municipais, organizaes no governamentais - ONGs e instituies correlatas para a execuo coordenada e a obteno de financiamentos para a implantao de programas relativos preservao, conservao e recuperao dos recursos ambientais, naturais ou no;

X- coordenar a gesto do FUNDO AMBIENTAL, nos aspectos tcnicos, administrativos e financeiros, segundo s diretrizes fixadas pelo COMMADS;

XI- apoiar as aes das organizaes da sociedade que tenham a questo ambiental entre seus objetivos;

XII- propor a criao e gerenciar as Unidades de Conservao, implementando os planos de manejo;

XIII- recomendar ao COMMADS normas, critrios, parmetros, padres, limites, ndices e mtodos para o uso dos recursos ambientais do Municpio;

XIV- licenciar a localizao, a instalao, a operao e a ampliao das obras e atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou degradadoras do meio ambiente;

XV- desenvolver, com a participao dos rgos e entidades componentes do SIMMA, o zoneamento ambiental; XVI- fixar diretrizes ambientais para elaborao de projetos de parcelamento do solo urbano e rural, bem como para a instalao de atividades e empreendimentos no mbito da coleta e disposio dos resduos; XVII- coordenar a implantao do Plano Diretor de Gesto Ambiental do Territrio Municipal, e promover sua contnua avaliao e adequao;

XVIII- promover as medidas administrativas e requerer as judiciais cabveis, atravs da Procuradoria Geral do Municpio, para coibir, punir e responsabilizar os agentes poluidores e degradadores do meio ambiente;

XIX- atuar, em carter permanente, na recuperao de reas e recursos ambientais poludos ou degradados;

XX- fiscalizar as atividades produtivas e comerciais, de prestao de servios e o uso de recursos ambientais pelo poder pblico e pelo particular;

XXI- exercer o poder de polcia administrativa para condicionar e restringir o uso e gozo dos bens, atividades e direitos, em benefcio da preservao, conservao, defesa, melhoria, recuperao e controle do meio ambiente;

XXII- determinar a realizao de estudos prvios de impacto ambiental e impacto de vizinhana;

XXIII- proporcionar apoio tcnico, administrativo e financeiro ao COMMADS;

XXIV- fornecer apoio tcnico e administrativo ao Ministrio Pblico, e outras entidades que detenham idnticas competncias nas suas aes institucionais em defesa do meio ambiente;

XXV- elaborar projetos ambientais;

XXVI- executar outras atividades correlatas atribudas pela Administrao Municipal.

Captulo IIIDO RGO COLEGIADO

Art. 11 - O Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel - COMMADS o rgo colegiado autnomo de carter consultivo, deliberativo e normativo do Sistema Municipal de Meio Ambiente - SIMMA.

Art. 12 - So atribuies do COMMADS: I- auxiliar na definio da poltica ambiental do Municpio e acompanhar sua execuo;

II- aprovar as normas, critrios, parmetros, padres e ndices de qualidade ambiental, bem como mtodos para o uso dos recursos ambientais do Municpio, observadas as legislaes estadual e federal;

III- contribuir no aprimoramento dos mtodos e padres de monitoramento ambiental desenvolvidos pelo Poder Pblico;

IV- conhecer os processos de licenciamento ambiental do Municpio;

V- apresentar sugestes para projeto de lei de relevncia ambiental de iniciativa do Poder Executivo;

VI- acompanhar a anlise e opinar sobre os EIA/RIMA;

VII- apreciar, quando solicitado, termo de referncia para a elaborao do EIA/RIMA, e decidir sobre a convenincia de audincia pblica;

VIII- contribuir no estabelecimento dos critrios bsicos e fundamentados para a elaborao do zoneamento ambiental, podendo referendar ou no a proposta encaminhada pelo rgo ambiental municipal competente;

IX- apresentar sugestes para a reformulao do Plano Diretor de Gesto Ambiental do Territrio Municipal no que concerne s questes ambientais;

X- propor a criao de Unidade de Conservao;

XI- examinar matria em tramitao na administrao pblica municipal, que envolva questo ambiental, a pedido do Poder Executivo, de qualquer rgo ou entidade do SIMMA, ou por solicitao da maioria de seus membros;

XII- propor e incentivar aes de carter educativo, para a formao da conscincia pblica, visando proteo, conservao e melhoria do meio ambiente;

XIII- fixar as diretrizes de gesto do FUNDO AMBIENTAL;

XIV- decidir em ltima instncia administrativa sobre recursos relacionados a atos e penalidades aplicadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente;

XV- acompanhar e apreciar, quando solicitado, os licenciamentos ambientais.

Art. 13 - As sesses plenrias do COMMADS sero sempre pblicas, permitida a manifestao oral de representantes de rgos, entidades e empresas ou autoridades, quando convidados pelo presidente ou pela maioria dos conselheiros.

Pargrafo nico - O quorum das reunies plenrias do COMMADS ser de 1/3 (um tero) de seus componentes para abertura das sesses e de maioria simples para votaes.

Art. 14 - O COMMADS ser constitudo por representantes das seguintes instituies:

I- Secretaria Municipal de Meio Ambiente;

II- Secretaria Municipal de Educao;

III- Secretaria Municipal de Sade;

IV- Secretaria Municipal de Fazenda;

V- Secretaria Municipal de Obras, Saneamento e Urbanismo;

VI- Secretaria Municipal de Servios Pblicos;

VII- Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca;

VIII- Secretaria Municipal de Indstria e Comrcio;

IX- Procuradoria Geral do Municpio;

X- Empresa Municipal de Turismo - MACAETUR;

XI- Empresa Municipal de Habitao, Urbanizao, Saneamento e gua;

XII- Fundao de Ao Social;

XIII- Instituto Maca de Metrologia - IMMT;

XIV- Associao Comercial e Industrial de Maca;

XV- Comisso de Meio Ambiente da Cmara Municipal;

XVI- Plenria das ONGs sediadas no Municpio;

XVII- Consrcio Intermunicipal da Macro Regio Ambiental n 5-MRA -5;XVIII- NUPEM Ncleo de Pesquisas de Maca/UFRJ;XIX- LENEP Laboratrio de Engenharia do Petrleo;

XX- Associao de Moradores;

XXI- Produtores Rurais;

XXII- Colnia de Pescadores;

XXIII- CDL Clube de Diretores Lojistas.

1 - O COMMADS ser presidido pelo Secretrio Municipal de Meio Ambiente.

2 - O Secretrio Municipal de Meio Ambiente, quando na funo presidencial, exercer seu direito de voto, em casos de empate.

3 - Os representantes das entidades que compem o COMMADS, devero ser formalmente indicados pelos seus representantes legais.

4 - Os membros do COMMADS e seus respectivos suplentes, to logo indicados na forma do pargrafo anterior, sero designados por ato do Prefeito Municipal, para mandato de 02 (dois) anos, permitida a reconduo.

5 - O mandato para componente do COMMADS ser gratuito e considerado servio relevante para o Municpio.

Art. 15 - O COMMADS dever dispor de cmaras especializadas como rgos de apoio tcnico s suas aes consultivas, deliberativas e normativas.

Art. 16 - A estrutura necessria ao funcionamento do COMMADS ser de responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Art. 17 - Os atos do COMMADS so de domnio pblico e sero amplamente divulgados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Captulo IV

DAS ENTIDADES E INSTITUIES DA SOCIEDADE ORGANIZADA

Art.18 - As Entidades e Instituies de carter tcnico-cientfico e da Sociedade Organizada, para efeito desta Lei, so aquelas organizaes legalmente constitudas h pelo menos um ano e que tm dentre os seus objetivos a atuao scio-ambiental, tcnico-cientfica, de representao de classe e dos cidados.

Captulo V

DAS SECRETARIAS, EMPRESAS, FUNDAES E AUTARQUIAS AFINS

Art. 19 - As Secretarias Municipais, as Empresas Pblicas Municipais e as Autarquias e Fundaes Municipais afins so aquelas que desenvolvem atividades que interferem direta ou indiretamente sobre a rea scio-ambiental.

Ttulo III

DOS INSTRUMENTOS DA POLTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTECaptulo INORMAS GERAIS

Art. 20 - Os instrumentos da poltica municipal de meio ambiente, elencados no art. 4 deste Cdigo, sero definidos e regulados neste ttulo.

Art. 21 - Cabe ao Municpio a implementao dos instrumentos da poltica municipal de meio ambiente, para a perfeita consecuo dos objetivos definidos no art. 3 deste Cdigo.

Captulo II

DO ZONEAMENTO AMBIENTAL

Art. 22 - O zoneamento ambiental consiste na definio de reas do territrio do Municpio, de modo a regular atividades, usos e ocupaes, com o propsito de definir aes para a proteo, conservao e melhoria da qualidade do ambiente, considerando as caractersticas ou atributos das reas.

Pargrafo nico - O Zoneamento Ambiental ser definido por Lei e incorporado ao Plano Diretor Ambiental do Territrio Municipal, no que couber, podendo o Poder Executivo alterar os seus limites, ouvido o COMMADS .

Art. 23 - As zonas ambientais do Municpio so:

I - Zonas de Unidades de Conservao - ZUC: reas sob regulamento das diversas categorias de manejo identificadas pelas caractersticas ecolgicas;

II - Zonas de Proteo Ambiental - ZPA: reas protegidas por instrumentos legais diversos;

III - Zonas de Proteo Paisagstica - ZPP: reas de proteo de paisagem com caractersticas excepcionais de qualidade visual;

IV - Zonas de Recuperao Ambiental - ZRA: reas em estgio significativo de degradao, onde exercida a proteo temporria e desenvolvidas aes visando recuperao induzida ou natural do ambiente, com o objetivo de integr-la s zonas de proteo;

V - Zonas de Controle Especial - ZCE: demais reas do Municpio submetidas a normas prprias de controle e monitoramento ambiental, em funo de suas caractersticas peculiares.

Captulo III

DOS ESPAOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS

Art. 24 - Os espaos territoriais especialmente protegidos, sujeitos a regime jurdico especial, so os definidos neste captulo, cabendo ao Municpio sua delimitao, quando no definidos em lei.

Art. 25 - So espaos territoriais especialmente protegidos:

I - as reas de preservao permanente assim definidas por Leis Federais, Estaduais e Municipais;

II - as Unidades de Conservao;

III - as reas verdes pblicas e particulares, com vegetao relevante ou florestada.

Seo I

DAS REAS DE PRESERVAO PERMANENTE

Art. 26 - So reas de preservao permanente, alm das previstas no art. 157 da Lei Orgnica do Municpio de Maca:

I - os manguezais, a vegetao de restinga e os remanescentes da Mata Atlntica, inclusive os capoeires;

II - a cobertura vegetal que contribui para a estabilidade das encostas sujeitas eroso e ao deslizamento;

III - os corpos hdricos e suas nascentes, as matas ciliares e as faixas marginais de proteo das guas superficiais;

IV - as reas que abriguem exemplares raros, ameaados de extino ou insuficientemente conhecidos da flora e da fauna, bem como aquelas que servem de pouso, abrigo ou reproduo de espcies migratrias;

V - as elevaes rochosas de valor paisagstico e a vegetao rupestre de significativa importncia ecolgica;

VI - as demais reas declaradas por lei.

Seo II

DAS UNIDADES DE CONSERVAO

Art. 27 - As Unidades de Conservao (UC) so criadas por ato do Poder Executivo e faro parte do Sistema Municipal de Unidades de Conservao (SMUC), de acordo com as definies do Sistema Nacional de Unidades de Conservao e demais Leis Federais e Estaduais pertinentes:

1 -Devero constar do ato do Poder Pblico a que se refere o caput deste artigo diretrizes para a regularizao fundiria, demarcao e fiscalizao adeqada.

2 - So duas as espcies de Unidades de Conservao:

I Unidades de Proteo Integral;

II Unidades de Uso Sustentvel;

3 - O objetivo bsico das Unidades de Proteo Integral preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceo dos casos previstos nesta Lei.

4 - O objetivo bsico das Unidades de Uso Sustentvel compatibilizar a conservao da natureza ao uso sustentvel de parcela dos seus recursos naturais.

Art. 28 - O grupo das Unidades de Proteo Integral composto pelas seguintes categorias de unidade de conservao:

I - Estao Ecolgica;

II - Reserva Biolgica;

III - Parque Municipal;

IV - Monumento Natural;

V - Refgio de Vida Silvestre.

Art. 29 Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentvel as seguintes categorias de unidade de conservao:

I - rea de Proteo Ambiental;

II - rea de Relevante Interesse Ecolgico;

III - Floresta Municipal;

IV - Reserva Extrativista;

V - Reserva de Fauna;

VI - Reserva de Desenvolvimento Sustentvel;

VII - Reserva Particular do Patrimnio Natural.

Art. 30 - A alterao adversa, a reduo da rea ou a extino de Unidades de Conservao somente ser possvel mediante lei municipal.

Art. 31 - O Poder Pblico poder reconhecer, na forma da lei, Unidades de Conservao de domnio privado.

Seo III

DAS REAS VERDES

Art. 32 - As reas Verdes Pblicas e as reas Verdes Especiais sero regulamentadas por ato do Executivo Municipal.

Pargrafo nico Sero definidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e aprovadas pelo COMMADS as formas de reconhecimento de reas Verdes e de Unidades de Conservao de domnio particular, para fins de integrao ao Sistema Municipal de Unidades de Conservao.

Seo IV

DOS MORROS E MONTES

Art. 33 - Os morros e montes so reas que compem as zonas de proteo ambiental ou paisagstica, definidas pelo zoneamento ambiental.

Seo V

DAS PRAIAS, DAS ILHAS E DOS AFLORAMENTOS ROCHOSOS

Art. 34 - As praias, as ilhas martimas ou pluviais, a orla martima e os afloramentos rochosos do Municpio so reas de proteo ambiental e paisagstica.

Captulo IV

DOS PADRES DE EMISSO E DE QUALIDADE AMBIENTAL

Art. 35 - Os padres de qualidade ambiental e os parmetros de emisso so aqueles estabelecidos pelos Poderes Pblicos Federal e Estadual, podendo o COMMADS estabelecer padres mais restritivos ou acrescentar padres para parmetros no fixados pelos rgos federal e estadual, fundamentados em parecer consubstanciado encaminhado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Art. 36 - Os padres de qualidade ambiental so os valores de concentraes mximas tolerveis no ambiente para cada poluente, de modo a resguardar a sade humana, a fauna, a flora, as atividades econmicas e o meio ambiente em geral.

1 - Os padres de qualidade ambiental devero ser expressos, quantitativamente, indicando as concentraes mximas de poluentes suportveis em determinados ambientes, devendo ser respeitados os indicadores ambientais de condies de autodepurao do corpo receptor.

2 - Os padres de qualidade ambiental incluiro, entre outros, a qualidade do ar, das guas, do solo e a emisso de rudos.

Art. 37 Considera-se parmetro de emisso o limite mximo estabelecido para lanamento de poluente por fonte emissora que, ultrapassado, poder afetar a sade, a segurana e o bem-estar da populao, bem como ocasionar danos fauna, flora, s atividades econmicas e ao meio ambiente em geral.

Captulo V

DOS IMPACTOS AMBIENTAISArt. 38 - Considera-se impacto ambiental qualquer alterao das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matria ou energia, resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem e causem dano:

I - sade, segurana e ao bem-estar da populao;

II - s atividades sociais e econmicas;

III - a biota;

IV - s condies estticas e sanitrias do meio ambiente;

V - qualidade e quantidade dos recursos ambientais;

VI - aos costumes, cultura e s formas de sobrevivncia das populaes.

Seo nicaDOS INSTRUMENTOS ESPECFICOS DA AVALIAO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Art. 39 - A avaliao de impacto ambiental resultante do conjunto de instrumentos e procedimentos disposio do Poder Pblico Municipal, que possibilita a anlise e interpretao de impactos sobre a sade, o bem-estar da populao, a economia e o equilbrio ambiental, compreendendo:

I - a considerao da varivel ambiental nas polticas, planos, programas ou projetos que possam resultar em impacto; II - a elaborao de Estudo de Impacto Ambiental - EIA, e o respectivo Relatrio de Impacto Ambiental - RIMA, para a implantao de empreendimentos ou atividades, na forma da lei.

Pargrafo nico - A varivel ambiental dever incorporar o processo de planejamento das polticas, planos, programas e projetos como instrumento decisrio do rgo ou entidade competente.

Art. 40 - de competncia da Secretaria Municipal de Meio Ambiente a exigncia do EIA/RIMA para o licenciamento de atividade potencial ou efetivamente degradadora do meio ambiente no Municpio, bem como sua deliberao final.

1 - O EIA/RIMA poder ser exigido na ampliao da atividade mesmo quando o RIMA j tiver sido aprovado.

2 - Caso haja necessidade de incluso de pontos adicionais ao Termo de Referncia, tais incluses devero estar fundamentadas em exigncia legal ou, em sua inexistncia, em parecer tcnico consubstanciado, emitido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

3 - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente deve manifestar-se conclusivamente no mbito de sua competncia sobre o EIA/RIMA, em at 180 (cento e oitenta) dias a contar da data do recebimento, excludos os perodos dedicados prestao de informaes complementares.

Art. 41 - O EIA/RIMA, alm de observar os demais dispositivos deste Cdigo, obedecer s seguintes diretrizes gerais:

I- contemplar todas as alternativas tecnolgicas apropriadas e alternativas de localizao do empreendimento, confrontando-as com a hiptese de no execuo do mesmo;

II- definir os limites da rea geogrfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos;

III- realizar o diagnstico ambiental da rea de influncia do empreendimento, com completa descrio e anlise dos recursos ambientais e suas interaes, tais como existem, de modo a caracterizar a situao ambiental da regio, antes da implantao do empreendimento;

IV- identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais que sero gerados pelo empreendimento nas suas fases de planejamento, pesquisa, instalao, operao ou utilizao de recursos ambientais;

V- considerar os planos e programas governamentais existentes e a implantao na rea de influncia do empreendimento e a sua compatibilidade;

VI- definir medidas redutoras para os impactos negativos bem como medidas potencializadoras dos impactos positivos decorrentes do empreendimento;

VII- elaborar programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos, indicando a freqncia, os fatores e parmetros a serem considerados, que devem ser mensurveis e ter interpretaes inequvocas.

Art. 42 - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente dever elaborar ou avaliar os termos de referncia em observncia s caractersticas do empreendimento e do meio ambiente a ser afetado, cujas instrues orientaro a elaborao do EIA/RIMA, contendo prazos, normas e procedimentos a serem adotados.

Art. 43 - O diagnstico ambiental, assim como a anlise dos impactos ambientais, devero considerar o meio ambiente da seguinte forma:

I - meio fsico: o solo, o subsolo, as guas, o ar e o clima, com destaque para os recursos minerais, a topografia, a paisagem, os tipos e aptides do solo, os corpos dgua, o regime hidrolgico, as correntes marinhas e as correntes atmosfricas;

II - meio biolgico: seres vivos, com destaque para as espcies indicadoras da qualidade ambiental, de valor cientfico e econmico, raras e ameaadas de extino, em extino, e os ecossistemas naturais;

III - meio scio-econmico: o uso e ocupao do solo, o uso da gua e a scio-economia, com destaque para os stios e monumentos arqueolgicos, histricos, culturais e ambientais e a potencial utilizao futura desses recursos.

Pargrafo nico - No diagnstico ambiental, os fatores ambientais devem ser analisados de forma integrada, mostrando sua interao e interdependncia.

Art. 44 - O EIA/RIMA ser realizado por equipe multidisciplinar habilitada, no dependente direta ou indiretamente do proponente, sendo aquela responsvel legal e tecnicamente pelos resultados apresentados, correndo as despesas conta do proponente do empreendimento ou atividade objeto do EIA/RIMA.

Pargrafo nico - O COMMADS poder, em qualquer fase de elaborao ou apreciao do EIA/RIMA, mediante voto fundamentado aprovado pela maioria absoluta de seus componentes, declarar a idoneidade ou inidoneidade da equipe multidisciplinar ou de tcnico componente, recusando, se for o caso, os levantamentos ou concluses de sua autoria.

Art. 45 - O RIMA refletir as concluses do EIA de forma objetiva e adequada sua ampla divulgao, sem omisso de qualquer elemento importante para a compreenso da atividade e conter, no mnimo:

I - os objetivos e justificativas do projeto, sua relao e compatibilidade com as polticas setoriais, planos e programas governamentais;

II - a descrio do projeto de viabilidade (ou bsico) e suas alternativas tecnolgicas e locacionais, especificando para cada um deles, nas fases de construo e operao, a rea de influncia, as matrias-primas, a mo-de-obra, as fontes de energia, demanda de gua, os processos e tcnicas operacionais, os provveis efluentes, emisses, resduos e perdas de energia, e os empregos diretos e indiretos a serem gerados;

III - a sntese dos resultados dos estudos de diagnsticos ambientais da rea de influncia do projeto;

IV - a descrio dos provveis impactos ambientais da implantao e operao da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidncia dos impactos, indicando os mtodos, tcnicas e critrios adotados para sua identificao, quantificao e interpretao;

V - a caracterizao da qualidade ambiental futura da rea de influncia, comparando as diferentes situaes da adoo do projeto e suas alternativas, bem como a hiptese de sua no realizao;

VI - a descrio do efeito esperado das medidas mitigadoras, previstas em relao aos impactos negativos, mencionando aqueles que no puderem ser evitados e o grau de alterao esperado;

VII - o programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;

VIII - a recomendao quanto alternativa mais favorvel, concluses e comentrios de ordem geral.

1 - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada sua compreenso, e as informaes nele contidas devem ser traduzidas em linguagem acessvel, ilustradas por mapas e demais tcnicas de comunicao visual, de modo que a comunidade possa entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as conseqncias ambientais de sua implementao.

2 - O RIMA, relativo a projetos de grande porte, conter obrigatoriamente:

I - a relao, quantificao e especificao de equipamentos sociais e comunitrios e de infra-estrutura bsica para o atendimento das necessidades da populao, decorrentes das fases de implantao, operao ou expanso do projeto;

II - a fonte de recursos necessrios construo e manuteno dos equipamentos sociais e comunitrios e a infra-estrutura.

Art. 46 - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente ao determinar a elaborao do EIA e apresentao do RIMA, por sua iniciativa ou quando solicitado por entidade civil, pelo Ministrio Pblico ou por, no mnimo, 50 (cinqenta) cidados residentes no Municpio, dentro de prazos fixados em lei, promover a realizao de Audincia Pblica para manifestao da populao sobre o projeto e seus impactos scio-econmicos e ambientais.

1 - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente proceder ampla publicao de edital, dando conhecimento e esclarecimento populao da importncia do RIMA e dos locais e perodos onde estar disposio para conhecimento, inclusive durante o perodo de anlise tcnica.

2 - A realizao da audincia pblica dever ser esclarecida e amplamente divulgada, com a antecedncia necessria sua realizao em local conhecido e acessvel.

Art. 47 - A relao dos empreendimentos ou atividades que estaro sujeitas elaborao do EIA e respectivo RIMA, ser definida por ato do Poder Executivo, ouvido o COMMADS.

Captulo VI

DO PARECER TCNICO AMBIENTAL

Art. 48 - Toda atividade utilizadora de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidora, ou que sob qualquer forma possa causar degradao ambiental, dever obrigatoriamente apresentar junto Secretaria Municipal de Meio Ambiente PARECER TCNICO AMBIENTAL, por esta homologado, para fins de iniciar procedimento de Licenciamento Ambiental junto Prefeitura e Cadastro Ambiental para regularizao cadastral, junto Prefeitura, visando ao monitoramento ambiental da atividade.

1 - O Parecer Tcnico Ambiental documento simplificado onde constar em sntese:

I - atividade da empresa interessada;

II - seus objetivos de produo;

III - dados sobre a rea de localizao da empresa;

IV - planejamento de utilizao sustentvel dos recursos naturais usados para seu fim e medidas minimizadoras de impacto ambiental adotadas.

V - parecer jurdico de que as atividades preventivas e protetivas ao Meio Ambiente, aplicadas pela empresa, encontram-se em conformidade s legislaes ambientais municipal, estadual e federal vigentes.

2 - O Parecer Tcnico Ambiental ser fornecido por empresa com especializao em consultoria e/ou auditoria ambiental, devidamente cadastrada na Prefeitura Municipal, Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria Municipal de Fazenda, devendo constar expressamente a assinatura do profissional habilitado responsvel pela empresa, como tambm de advogado responsvel pelas demandas jurdicas.

3 - O Cadastro Ambiental o documento formulado pela SEMMA, no qual a empresa presta informaes das interrelaes da sua atividade com o meio ambiente, visando ao atendimento do disposto no inciso V do art. 10 desta Lei.

4 - As empresas que j possuem Licenas, conforme o disposto no art. 52, devero apresentar o PARECER TCNICO-AMBIENTAL e o Cadastro Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, os quais sero homologados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

5 - O valor e a destinao dos recursos advindos da homologao do Parecer Tcnico-Ambiental sero definido por decreto municipal.

Art.49- O Parecer Tcnico Ambiental e o Cadastro Ambiental sero tambm exigidos para as atividades onde exista movimentao de leos e de outras substncias nocivas ou perigosas em portos organizados, instalaes porturias, plataformas e navios que pertenam frota das empresas referidas ou que a elas prestem servios, desde que estes servios e atividades se utilizem de estruturas do territrio municipal.

1 - Para os efeitos desta Lei so estabelecidas as seguintes definies:

I - navio: embarcao de qualquer tipo que opere no ambiente aqutico, inclusive hidroflios, veculos a colcho de ar, submersveis e outros engenhos flutuantes;

II - plataforma: instalao ou estrutura, fixa ou mvel, localizada em guas sob jurisdio nacional, destinada a atividade direta ou indiretamente relacionada com a pesquisa e a lavra de recursos minerais oriundos do leito das guas interiores ou de seu subsolo, ou do mar, da plataforma continental ou de seu subsolo;

III - instalaes de apoio: quaisquer instalaes ou equipamentos de apoio execuo das atividades das plataformas ou instalaes porturias de movimentao de cargas a granel, tais como dutos, monobias, quadro de bias para amarrao de navios e outras;

IV - leo: qualquer forma de hidrocarboneto (petrleo e seus derivados), incluindo leo cru, leo combustvel, borra, resduos de petrleo e produtos refinados;

V - mistura oleosa: mistura de gua e leo, em qualquer proporo;

VI - substncia nociva ou perigosa: qualquer substncia, que se descarrega nas guas, capaz de gerar riscos ou causar danos sade humana, ao ecossistema aqutico ou prejudicar o uso da gua e de seu entorno;

VII - porto organizado: porto construdo e aparelhado para atender s necessidades da navegao e da movimentao e armazenagem de mercadorias, concedido ou explorado pela Unio, pelo Estado e/ou pelo Municpio cujo trfego e operaes porturias estejam sob a jurisdio de uma autoridade porturia e/ou pela Prefeitura Municipal;

VIII - instalao porturia ou terminal: instalao explorada por pessoa jurdica de direito pblico ou privado, dentro ou fora da rea do porto organizado, utilizada na movimentao e armazenagem de mercadorias destinadas ou provenientes de transporte aquavirio.

2 Na confeco do Parecer Tcnico Ambiental, as empresas que tenham frota prpria ou tenham navios ou barcos contratados, devero individualiz-los com a bandeira, nome do navio ou barco e nome do armador.

Captulo VIIDO LICENCIAMENTO E DA REVISO

Art. 50 - Compete ao rgo ambiental municipal, nos termos desta Lei, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local.

Art. 51 - A execuo de planos, programas, obras, a localizao, a instalao, a operao e a ampliao de atividade e o uso e explorao de recursos ambientais de qualquer espcie, de iniciativa privada ou do Poder Pblico Federal, Estadual ou Municipal, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradao ambiental, dependero de prvio licenciamento municipal, com anuncia da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, sem prejuzo de outras licenas legalmente exigveis.

Art. 52 - As licenas de qualquer espcie, de origem federal ou estadual, em matrias de interesse local e ouvido o COMMADS, no excluem a necessidade de licenciamento pelo rgo municipal competente, nos termos deste Cdigo.

Art. 53 - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente expedir as seguintes Licenas:

I - Licena Municipal de Localizao LML;

II - Licena Municipal Prvia - LMP.

III - Licena Municipal de Instalao - LMI;

IV - Licena Municipal de Operao - LMO;

V - Licena Municipal de Ampliao - LMA.

1 A concesso de licenas ter carter oneroso, sendo cobrado preo pblico pela sua expedio, cujo valor obedecer ao seguinte critrio:

I- atividade de pouco impacto Valor entre 100 (cem) a 200 (duzentas) URM`s;

II- atividade de mdio impacto Valor entre 201(duzentos e uma) a 400 (quatrocentas) URM`s;

III- atividade de grande impacto Valor entre 401 (quatrocentas e uma) a 600 (seiscentas) URM`s.

2 - A graduao dos impactos de que trata o pargrafo anterior ser definida pelo COMMADS.

Art. 54 - A Licena Municipal de Localizao - LML ser requerida pelo proponente do empreendimento ou atividade, para verificao de adequao aos critrios do zoneamento ambiental.

Art. 55 - A Licena Municipal de Instalao - LMI, a Licena Municipal de Operao - LMO e a Licena Municipal de Ampliao - LMA, sero requeridas mediante apresentao do projeto competente e do EIA/RIMA, quando exigido.

Pargrafo nico - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente definir elementos necessrios caracterizao do projeto e aqueles constantes das licenas atravs de regulamento.

Art. 56 - A LMI conter o cronograma aprovado pelo rgo do SIMMA para implantao dos equipamentos e sistemas de controle, monitoramento, mitigao ou reparao de danos ambientais.

Art. 57 - A LMO ser concedida aps concluda a instalao, verificada a adeqao da obra e o cumprimento de todas as condies previstas na LMI.

Art. 58 - O incio de instalao, operao ou ampliao de obra ou atividade sujeita ao licenciamento ambiental, sem a expedio da licena respectiva, implicar na aplicao das penalidades administrativas previstas neste Cdigo e a adoo das medidas judiciais cabveis.

Art. 59 - A reviso da LMO, independente do prazo de validade, ocorrer sempre que:

I - a atividade colocar em risco a sade ou a segurana da populao, para alm daquele normalmente considerado quando do licenciamento;

II - a continuidade da operao comprometer de maneira irremedivel recursos ambientais no inerentes prpria atividade;

III - ocorrer descumprimento s condicionantes do licenciamento.

Art. 60 - A renovao da LMO dever considerar as modificaes no zoneamento ambiental com o prosseguimento da atividade licenciada e a concesso de prazo para a adaptao.

Art. 61 - Regulamento estabelecer prazos para requerimento, publicao, prazo de validade das licenas emitidas e relao de atividades sujeitas ao licenciamento.

Captulo VIII

DA AUDITORIA AMBIENTAL

Art. 62 - Para os efeitos deste Cdigo Municipal de Meio Ambiente, denomina-se auditoria ambiental o desenvolvimento de um processo documentado de inspeo, anlise e avaliao sistemtica das condies gerais e especficas de funcionamento de atividades ou desenvolvimento de obras, causadoras de impacto ambiental, com o objetivo de:

I - verificar os nveis efetivos ou potenciais de poluio e degradao ambiental provocados pelas atividades ou obras auditadas;

II - verificar o cumprimento de normas ambientais federais, estaduais e municipais;

III - examinar a poltica ambiental adotada pelo empreendedor, bem como o atendimento aos padres legais em vigor, objetivando preservar o meio ambiente e a sadia qualidade de vida;

IV - avaliar os impactos sobre o meio ambiente causados por obras ou atividades auditadas;

V - analisar as condies de operao e de manuteno dos equipamentos e sistemas de controle das fontes poluidoras e degradadoras;

VI - examinar, atravs de padres e normas de operao e manuteno, a qualidade do desempenho da operao e manuteno dos sistemas, rotinas, instalaes e equipamentos de proteo do meio ambiente;

VII - identificar riscos de provveis acidentes e de emisses contnuas, que possam afetar, direta ou indiretamente, a sade da populao residente na rea de influncia;

VIII - analisar as medidas adotadas para a correo de no conformidades legais, detectadas em auditorias ambientais anteriores, tendo como objetivo a preservao do meio ambiente, a sadia qualidade de vida e a preservao dos direitos difusos do cidado.

1 - As medidas referidas no inciso VIII deste artigo devero ter o prazo para a sua implantao, a partir da proposta do empreendedor, determinado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a quem caber, tambm, a fiscalizao e aprovao.

2 - O no cumprimento das medidas, nos prazos estabelecidos na forma do pargrafo primeiro deste artigo, sujeitar o infrator s penalidades administrativas e s medidas judiciais cabveis.

Art. 63 - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente poder determinar aos responsveis pela atividade efetiva ou potencialmente poluidora ou degradadora a realizao de auditorias ambientais peridicas ou ocasionais, estabelecendo diretrizes e prazos especficos.

Pargrafo nico - Nos casos de auditorias peridicas, os procedimentos relacionados elaborao das diretrizes a que se refere o caput deste artigo devero incluir a consulta aos responsveis por sua realizao e comunidade afetada, decorrentes do resultado de auditorias anteriores.

Art. 64 - As auditorias ambientais sero realizadas por conta e nus da empresa a ser auditada, por equipe tcnica ou empresa de sua livre escolha, devidamente cadastrada no rgo ambiental municipal e acompanhadas, a critrio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, por servidor pblico, tcnico da rea de meio ambiente.

1 - Antes de dar incio ao processo de auditoria, a empresa comunicar Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a equipe tcnica ou empresa contratada que realizar a auditoria.

2 - A omisso ou sonegao de informaes relevantes condio para o descredenciamento dos responsveis para a realizao de novas auditorias, pelo prazo mnimo de 5 (cinco) anos, sendo o fato comunicado ao Ministrio Pblico para as medidas judiciais cabveis.

Art. 65 - Devero, obrigatoriamente, realizar auditorias ambientais peridicas, as atividades de elevado potencial poluidor e degradador, entre as quais:

I - os terminais de petrleo e seus derivados, e lcool carburante;

II - as instalaes porturias;

III - as indstrias de petrleo;

IV - as indstrias petroqumicas;

V - as centrais termoeltricas;

VI - as atividades extratoras ou extrativistas de recursos naturais;

VII - as instalaes destinadas estocagem de substncias txicas e perigosas;

VIII - as instalaes de processamento e de disposio final de resduos txicos ou perigosos;

IX - as instalaes industriais, comerciais ou recreativas, cujas atividades gerem poluentes em desacordo com critrios, diretrizes e padres normatizados.

1 - Para os casos previstos neste artigo, o intervalo mximo entre as auditorias ambientais peridicas ser de 3 (trs) anos.

2 - Sempre que constatadas infraes aos regulamentos federais, estaduais e municipais de proteo ao meio ambiente, devero ser realizadas auditorias peridicas sobre os aspectos a eles relacionados, at a correo das irregularidades, independentemente de aplicao de penalidade administrativa e da provocao de ao civil pblica.

Art. 66 - O no atendimento da realizao da auditoria nos prazos e condies determinados, sujeitar o infrator pena pecuniria, sendo essa, nunca inferior ao custo da auditoria, que ser promovida por instituio ou equipe tcnica designada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, independentemente de aplicao de outras penalidades legais j previstas.

Art. 67 - Todos os documentos decorrentes das auditorias ambientais, ressalvados aqueles que contenham matria de sigilo industrial, conforme definido pelos empreendedores, sero acessveis consulta pblica dos interessados nas dependncias da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, independentemente do recolhimento de taxas ou emolumentos.

Captulo IX

DO MONITORAMENTO

Art. 68 - O monitoramento ambiental consiste no acompanhamento da qualidade e disponibilidade dos recursos ambientais, com o objetivo de:

I - aferir o atendimento aos padres de qualidade ambiental e aos padres de emisso;

II - controlar o uso e a explorao de recursos ambientais;

III - avaliar os efeitos de planos, polticas e programas de gesto ambiental e de desenvolvimento econmico e social;

IV - acompanhar o estgio populacional de espcies da flora e fauna, especialmente as ameaadas de extino e em extino;

V - subsidiar medidas preventivas e aes emergenciais em casos de acidentes ou episdios crticos de poluio;

VI - acompanhar e avaliar a recuperao de ecossistemas ou reas degradadas;

VII - subsidiar a tomada de deciso quanto necessidade de auditoria ambiental .

Captulo XDO SISTEMA MUNICIPAL DE INFORMAESE CADASTROS AMBIENTAIS - SICA

Art. 69 - O Sistema Municipal de Informaes e Cadastros Ambientais- SICA e o banco de dados de interesse do SIMMA, sero organizados, mantidos e atualizados sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente para utilizao pelo Poder Pblico e pela sociedade.

Art. 70 - So objetivos do SICA entre outros:

I - coletar e sistematizar dados e informaes de interesse ambiental;

II - coligir de forma ordenada, sistmica e interativa os registros e as informaes dos rgos, entidades e empresas de interesse para o SIMMA;

III - atuar como instrumento regulador dos registros necessrios s diversas necessidades do SIMMA;

IV - recolher e organizar dados e informaes de origem multidisciplinar de interesse ambiental para uso do Poder Pblico e da sociedade;

V - articular-se com os sistemas congneres.

Art. 71 - O SICA ser organizado e administrado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que prover os recursos oramentrios, materiais e humanos necessrios.

Art. 72 - O SICA conter unidades especficas para:

I - registro de entidades ambientalistas com ao no Municpio;

II - registro de entidades populares com jurisdio no Municpio, que incluam, entre seus objetivos, ao ambiental;

III - cadastro de rgos e entidades jurdicas, inclusive de carter privado, com sede no Municpio ou no, com ao na preservao, conservao, defesa, melhoria, recuperao e controle do meio ambiente;

IV - Cadastro Ambiental de atividades e empresas manipuladoras de insumos, potencialmente poluidoras e geradoras de resduos nas suas diferentes categorias;

V - cadastro de pessoas fsicas ou jurdicas que se dediquem prestao de servios de consultoria sobre questes ambientais, bem como elaborao de projeto na rea ambiental;

VI - cadastro de pessoas fsicas ou jurdicas que cometeram infraes s normas ambientais, incluindo as penalidades a elas aplicadas;

VII - organizao de dados e informaes tcnicas, bibliogrficas, literrias, jornalsticas e outras de relevncia para os objetivos do SIMMA;

VIII - outras informaes de carter permanente ou temporrio.

Pargrafo nico - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente fornecer certides, relatrio ou cpia dos dados e proporcionar consulta s informaes de que dispe, observados os direitos individuais e o sigilo industrial.

Captulo XI

FUNDO AMBIENTAL

Art. 73 - O Municpio, mediante lei, instituir o FUNDO AMBIENTAL, normatizando as diretrizes de administrao do Fundo.

Captulo XIIDA EDUCAO AMBIENTAL

Art. 74 - A educao ambiental, em todos os nveis de ensino da rede municipal, e a conscientizao pblica para a preservao e conservao do meio ambiente, so instrumentos essenciais e imprescindveis para a garantia do equilbrio ecolgico e da sadia qualidade de vida da populao.

Art. 75 - O Poder Executivo, na rede escolar municipal e na sociedade, dever:

I - apoiar aes voltadas para introduo da educao ambiental em todos os nveis de educao formal e no formal;

II - promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino da rede municipal;

III - fornecer suporte tcnico/conceitual nos projetos ou estudos interdisciplinares das escolas da rede municipal voltados para a questo ambiental;

IV - articular-se com entidades jurdicas e no governamentais para o desenvolvimento de aes educativas na rea ambiental no Municpio, incluindo a formao e capacitao de recursos humanos;

V - desenvolver aes de educao ambiental junto populao do Municpio.

Livro II

PARTE ESPECIAL

Ttulo I

DO CONTROLE AMBIENTALCaptulo I

DA QUALIDADE AMBIENTAL E DO CONTROLE DA POLUIO

Art. 76 - A qualidade ambiental ser determinada nos termos dos artigos 35, 36 e 37 deste Cdigo.

Art. 77 - vedado o lanamento ou a liberao nas guas, no ar ou no solo, de toda e qualquer forma de matria ou energia, que cause comprovada poluio ou degradao ambiental, ou acima dos padres estabelecidos pela legislao.

Art. 78 - Sujeitam-se ao disposto neste Cdigo todas as atividades, empreendimentos, processos, operaes, dispositivos mveis ou imveis, meios de transportes, que, direta ou indiretamente, causem ou possam causar poluio ou degradao ao meio ambiente.

Art. 79 - O Poder Executivo, atravs da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, tem o dever de determinar medidas de emergncia a fim de evitar episdios crticos de poluio ou degradao do meio ambiente ou impedir sua continuidade, em casos de grave ou iminente risco para a sade pblica e o meio ambiente, observada a legislao vigente.

Pargrafo nico - Em caso de episdio crtico e durante o perodo em que esse estiver em curso, poder ser determinada a reduo ou paralisao de quaisquer atividades nas reas abrangidas pela ocorrncia, sem prejuzo da aplicao das penalidades cabveis.

Art. 80 - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente o rgo competente do Poder Executivo Municipal para o exerccio do poder de polcia nos termos e para os efeitos deste Cdigo, cabendo-lhe, dentre outras atribuies, emitir Parecer Tcnico Ambiental, previamente liberao de Alvar de Localizao, ou na oportunidade de renovao do Alvar, para empresas j implantadas, nas tipologias a seguir:

I - estabelecer exigncias tcnicas relativas a cada estabelecimento ou atividade efetiva ou potencialmente poluidora ou degradadora;

II - fiscalizar o atendimento s disposies deste Cdigo, seus regulamentos e demais normas dele decorrentes, e especialmente s resolues do COMMADS;

III - dimensionar e quantificar o dano, visando a responsabilizar o agente poluidor ou degradador.

Art. 81 - As pessoas fsicas ou jurdicas, inclusive as empresas e entidades pblicas da administrao indireta, cujas atividades sejam potencial ou efetivamente poluidoras ou degradadoras, ficam obrigadas ao cadastro no SICA.

Art. 82 - No ser permitida a implantao, ampliao ou renovao de quaisquer licenas ou alvars municipais de instalaes ou atividades em dbito com o Municpio, em decorrncia da aplicao de penalidades por infraes legislao ambiental.

Art. 83 - As revises peridicas dos critrios e padres de lanamentos de efluentes, podero conter novos padres bem como substncias ou parmetros no includos anteriormente no ato normativo.

Seo nica

DA EXPLORAO DE RECURSOS MINERAIS

Art. 84 - A extrao mineral de saibro, areia, argila e terra vegetal so reguladas por esta seo e pela norma ambiental pertinente.

Art. 85 - A explorao de jazidas de substncias minerais depender sempre de EIA/RIMA para o seu licenciamento.

Pargrafo nico - Quando do licenciamento, ser obrigatria a apresentao de projeto de recuperao da rea degradada pelas atividades de lavra.

Art. 86 - O requerimento de licena municipal para a realizao de obras, instalao, operao e ampliao de extrao de substncias minerais, ser instrudo pelas autorizaes estaduais e federais.

Captulo II

DO AR

Art. 87 - Na implementao da poltica municipal de controle da poluio atmosfrica, devero ser observadas as seguintes diretrizes:

I- exigncia da adoo das melhores tecnologias de processo industrial e de controle de emisso, de forma a assegurar a reduo progressiva dos nveis de poluio;

II- melhoria na qualidade ou substituio dos combustveis e otimizao da eficincia do balano energtico;

III- implantao de procedimentos operacionais adequados, incluindo a implementao de programas de manuteno preventiva e corretiva dos equipamentos de controle da poluio;

IV- adoo de sistema de monitoramento peridico ou contnuo das fontes por parte das empresas responsveis, sem prejuzo das atribuies de fiscalizao da Secretaria Municipal de Meio Ambiente;

V- integrao dos equipamentos de monitoramento da qualidade do ar, numa nica rede, de forma a manter um sistema adequado de informaes;

VI- proibio de implantao ou expanso de atividades que possam resultar em violao dos padres fixados;

VII- seleo de reas mais propcias disperso atmosfrica para a implantao de fontes de emisso, quando do processo de licenciamento, e a manuteno de distncias mnimas em relao a outras instalaes urbanas, em particular hospitais, creches, escolas, residncias e reas naturais protegidas.

Art. 88 - Devero ser respeitados, entre outros, os seguintes procedimentos gerais para o controle de emisso de material particulado:

I - na estocagem, a cu aberto, de materiais que possam gerar emisso por transporte elico:

a) disposio das pilhas feitas de modo a tornar mnimo o arraste elico;

b) umidade mnima da superfcie das pilhas, ou cobertura das superfcies por materiais ou substncias selantes ou outras tcnicas comprovadas que impeam a emisso visvel de poeira por arraste elico;

c) a arborizao das reas circunvizinhas compatvel com a altura das pilhas, de modo a reduzir a velocidade dos ventos incidentes sobre as mesmas;

II - as vias de trfego interno das instalaes comerciais e industriais devero ser pavimentadas, ou lavadas ou umectadas com a freqncia necessria para evitar acmulo de partculas sujeitas a arraste elico;

III - as reas adjacentes s fontes de emisso de poluentes atmosfricos, quando descampadas, devero ser objeto de programa de reflorestamento e arborizao, por espcies e manejos adequados;

IV - sempre que tecnicamente possvel, os locais de estocagem e transferncia de materiais, que possam estar sujeitos ao arraste pela ao dos ventos, devero ser mantidos sob cobertura, ou enclausurados ou outras tcnicas comprovadas;

V - as chamins, equipamentos de controle de poluio do ar e outras instalaes que se constituam em fonte de emisso - efetivas ou potenciais, devero ser construdas ou adaptadas para permitir o acesso de tcnicos encarregados de avaliaes relacionadas ao controle da poluio.

Art. 89 - Ficam vedadas:

I - a queima ao ar livre de materiais que comprometam de alguma forma o meio ambiente ou a sadia qualidade de vida;

II - a emisso de fumaa preta acima de 20% (vinte por cento) da Escala Ringelman, em qualquer tipo de processo de combusto, exceto durante os 2 (dois) primeiros minutos de operao, para os veculos automotores, e at 5 (cinco) minutos de operao para outros equipamentos;

III - a emisso visvel de poeiras, nvoas e gases, excetuando-se o vapor dgua, em qualquer operao de britagem, moagem e estocagem;

IV - a emisso de odores que possam criar incmodos populao;

V - a emisso de substncias txicas, conforme enunciado em legislao especfica;

VI - a transferncia de materiais que possam provocar emisses de poluentes atmosfricos acima dos padres estabelecidos pela legislao.

Pargrafo nico - O perodo de 5 (cinco) minutos, referido no inciso II, poder ser ampliado at o mximo de 10 (dez) minutos, nos casos de justificada limitao tecnolgica dos equipamentos.

Art. 90 - As fontes de emisso devero, a critrio tcnico fundamentado da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, apresentar relatrios peridicos de medio, com intervalos no superiores a 1 (um) ano, dos quais devero constar os resultados dos diversos parmetros ambientais, a descrio da manuteno dos equipamentos, bem como a representatividade destes parmetros em relao aos nveis de produo.

Pargrafo nico - Devero ser utilizadas metodologias de coleta e anlise estabelecidas pela ABNT ou pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, homologadas pelo COMMADS.

Art. 91 - So vedadas a instalao e a ampliao de atividades que no atendam s normas, critrios, diretrizes e padres estabelecidos por esta Lei.

1 - Todas as fontes de emisso existentes no Municpio devero se adequar ao disposto neste Cdigo, nos prazos estabelecidos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, no podendo exceder o prazo mximo de 24 (vinte e quatro) meses a partir da vigncia desta lei.

2 - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente poder reduzir este prazo nos casos em que os nveis de emisso ou os incmodos causados populao sejam significativos.

3 - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente poder ampliar os prazos por motivos que no dependem dos interessados desde que devidamente justificado.

Art. 92 - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, baseada em parecer tcnico, proceder elaborao peridica de proposta de reviso dos limites de emisso previstos neste Cdigo, sujeito apreciao do COMMADS, de forma a incluir outras substncias e adequ-los aos avanos das tecnologias de processo industrial e controle da poluio.

Captulo III

DA GUA

Art. 93 - A Poltica Municipal de Controle de Poluio e Manejo dos Recursos Hdricos objetiva:

I- proteger a sade, o bem-estar e a qualidade de vida da populao;

II- proteger e recuperar os ecossistemas aquticos, com especial ateno para as reas de nascentes, os manguezais, os esturios e outras relevantes para a manuteno dos ciclos biolgicos;

III- reduzir, progressivamente, a toxidade e as quantidades dos poluentes lanados nos corpos dgua;

IV- compatibilizar e controlar os usos efetivos e potenciais da gua, tanto qualitativa quanto quantitativamente;

V- controlar os processos erosivos que resultem no transporte de slidos, no assoreamento dos corpos dgua e da rede pblica de drenagem;

VI- assegurar o acesso e o uso pblico s guas superficiais e costeiras,, exceto em reas de nascentes e outras de preservao permanente, quando expressamente exposto em norma especfica;

VII- o adequado tratamento dos efluentes lquidos, visando a preservar a qualidade dos recursos hdricos.

Art. 94 - A ligao de esgoto, sem tratamento adequado, rede de drenagem pluvial equivale transgresso do inciso I do art. 93, deste Cdigo.

Art. 95 - Toda edificao fica obrigada a acompanhar a orientao tcnica da autoridade municipal quanto construo e operao do sistema de esgoto domstico.

Art. 96 - As diretrizes deste Cdigo aplicam-se a lanamentos de quaisquer efluentes lquidos, provenientes de atividades efetiva e potencialmente poluidoras, instaladas no Municpio, em guas interiores ou costeiras, superficiais ou subterrneas, diretamente ou atravs de quaisquer meios de lanamento, incluindo redes de coleta e emissrios.

Art. 97 - Os critrios e padres estabelecidos em legislao devero ser atendidos, tambm, por etapas ou reas especficas do processo de produo ou gerao de efluentes, de forma a impedir a sua diluio e assegurar a reduo das cargas poluidoras totais.

Art. 98 - Os lanamentos de efluentes lquidos no podero conferir aos corpos receptores caractersticas em desacordo com os critrios e padres de qualidade de gua em vigor, ou que criem obstculos ao trnsito de espcies migratrias, exceto na zona de mistura.

Art. 99 - Sero consideradas, de acordo com o corpo receptor, com critrios estabelecidos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ouvindo o COMMADS, as reas de mistura fora dos padres de qualidade.

Art. 100 - A captao de gua, interior e costeira, superficial ou subterrnea, dever atender aos requisitos estabelecidos pela legislao especfica, sem prejuzo s demais exigncias legais, a critrio tcnico da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Art. 101 - As atividades, efetiva ou potencialmente poluidoras ou degradadoras e de captao de gua, implementaro programas de monitoramento de efluentes e da qualidade ambiental em suas reas de influncia, previamente estabelecidos ou aprovados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, integrando tais programas o Sistema Municipal de Informaes e Cadastros Ambientais - SICA.

1 - A coleta e anlise dos efluentes lquidos devero ser baseadas em metodologias aprovadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

2 - Todas as avaliaes relacionadas aos lanamentos de efluentes lquidos devero ser feitas para as condies de disperso mais desfavorveis, sempre includa a previso de margens de segurana.

3 - Os tcnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente tero acesso a todas as fases do monitoramento a que se refere o caput deste artigo, incluindo procedimentos laboratoriais.

Art. 102 - A critrio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, as atividades efetiva ou potencialmente poluidoras devero implantar bacias de acumulao ou outro sistema com capacidade para as guas de drenagem, de forma a assegurar o seu tratamento adequado.

1 - O disposto no caput deste artigo aplica-se s guas de drenagem correspondentes precipitao de um perodo inicial de chuvas, a ser definido em funo das concentraes e das cargas de poluentes.

2 - A exigncia da implantao de bacias de acumulao poder estender-se s guas eventualmente utilizadas no controle de incndios.Captulo IV

DO SOLO

Art. 103 - A proteo do solo no Municpio visa a:

I - garantir o uso racional do solo urbano, atravs dos instrumentos competentes de gesto, observadas as diretrizes ambientais contidas no Plano Diretor Urbano;

II - garantir a utilizao do solo cultivvel, atravs de adequados planejamento, desenvolvimento, fomento e disseminao de tecnologias e manejos;

III - priorizar o controle da eroso, a conteno de encostas e o reflorestamento das reas degradadas;

IV - priorizar a utilizao de controle biolgico de pragas.

Art. 104 - O Municpio dever implantar adequado sistema de coleta, tratamento e destinao dos resduos slidos urbanos, incluindo coleta seletiva, segregao, reciclagem, compostagem e outras tcnicas que promovam a reduo do volume total dos resduos slidos gerados.

Art. 105 - A disposio de quaisquer resduos no solo, sejam lquidos, gasosos ou slidos, s ser permitida mediante comprovao de sua degradabilidade e da capacidade do solo de se autodepurar, levando-se em conta os seguintes aspectos:

I - capacidade de percolao;

II - garantia de no contaminao dos aqferos subterrneos;

III - limitao e controle da rea afetada;

IV - reversibilidade dos efeitos negativos.

Captulo V

DO CONTROLE DA EMISSO DE RUDOS

Art. 106 - O controle da emisso de rudos no Municpio visa a garantir o sossego e bem-estar pblico, evitando sua perturbao por emisses excessivas ou incmodas de sons de qualquer natureza ou que contrariem os nveis mximos fixados em lei ou regulamento.

Art. 107 - Para os efeitos deste Cdigo, consideram-se aplicveis as seguintes definies:

I - poluio sonora: toda emisso de som que, direta ou indiretamente, seja ofensiva ou nociva sade, segurana e ao bem-estar pblico ou transgrida as disposies fixadas na norma competente;

II - som: fenmeno fsico provocado pela propagao de vibraes mecnicas em um meio elstico, dentro da faixa de freqncia de 16Hz a 20KHz e passvel de excitar o aparelho auditivo humano;

III - rudo: qualquer som que cause ou possa causar perturbaes ao sossego pblico ou produzir efeitos psicolgicos ou fisiolgicos negativos em seres humanos;

IV - zona sensvel a rudos: so as reas situadas no entorno de hospitais, escolas, creches, unidades de sade, bibliotecas, asilos e rea de preservao ambiental.

Art. 108 - Compete Secretaria Municipal de Meio Ambiente:

I - elaborar a carta acstica do Municpio;

II - estabelecer o programa de controle dos rudos urbanos e exercer o poder de controle e fiscalizao das fontes de poluio sonora;

III - aplicar sanes e interdies, parciais ou integrais, previstas na legislao vigente;

IV - exigir das pessoas fsicas ou jurdicas, responsveis por qualquer fonte de poluio sonora, apresentao dos resultados de medies e relatrios, podendo, para a consecuo dos mesmos, serem utilizados recursos prprios ou de terceiros;

V - impedir a localizao de estabelecimentos industriais, fbricas, oficinas, casas de divertimento ( bares, boates, etc) ou outros que produzam ou possam vir a produzir rudos em unidades territoriais residenciais ou em zonas sensveis a rudos;

VI - organizar programas de educao e conscientizao a respeito de:

a) causas, efeitos e mtodos de atenuao e controle de rudos e vibraes;

b) esclarecimentos sobre as proibies relativas s atividades que possam causar poluio sonora.

Art. 109 - A ningum lcito, por ao ou omisso, dar causa ou contribuir para a ocorrncia de qualquer rudo.

Art. 110 - Fica proibida a utilizao ou funcionamento de qualquer instrumento ou equipamento, fixo ou mvel, que produza, reproduza ou amplifique o som, no perodo diurno ou noturno, de modo que crie rudo alm do real da propriedade ou dentro de uma zona sensvel a rudos, observado o disposto no zoneamento previsto no Plano Diretor Urbano.

Pargrafo nico - Os nveis mximos de som nos perodos diurno e noturno sero fixados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Art. 111 - Fica proibido o uso ou a operao, inclusive comercial, de instrumentos ou equipamentos, de modo que o som emitido provoque rudo.

Captulo VI

DO CONTROLE DA POLUIO VISUAL

Art. 112 - A explorao ou utilizao de veculos de divulgao, presentes na paisagem urbana e visveis dos logradouros pblicos, poder ser promovida por pessoas fsicas ou jurdicas, desde que autorizadas pelo rgo competente.

Pargrafo nico - Todas as atividades que industrializem, fabriquem ou comercializem veculos de divulgao ou seus espaos, devem ser cadastradas no rgo competente.

Art. 113 - O assentamento fsico dos veculos de divulgao nos logradouros pblicos s ser permitido nas seguintes condies:

I - quando contiver anncio institucional;

II - quando contiver anncio orientador.

Art. 114 - So considerados anncios quaisquer indicaes executadas sobre veculos de divulgao presentes na paisagem urbana, visveis dos logradouros pblicos, cuja finalidade seja a de promover estabelecimentos comerciais, industriais ou profissionais, empresas, produtos de quaisquer espcies, idias, pessoas ou coisas,, classificando-se em:

I- anncio indicativo: indica ou identifica estabelecimentos, propriedades ou servios;

II- anncio promocional: promove estabelecimentos, empresas, produtos, marcas, pessoas, idias ou coisas;

III- anncio institucional: transmite informaes do poder pblico, organismos culturais, entidades representativas da sociedade civil, entidades beneficentes e similares, sem finalidade comercial;

IV- anncio orientador: transmite mensagens de orientaes, tais como de trfego ou de alerta;

V- anncio misto: aquele que transmite mais de um dos tipos anteriormente definidos.

Art. 115 - Considera-se paisagem urbana a configurao resultante da contnua e dinmica interao dos elementos naturais, os elementos edificados ou criados e o prprio homem, numa constante relao de escala, forma, funo e movimento.

Art. 116 - So considerados veculos de divulgao, ou simplesmente veculos, quaisquer equipamentos de comunicao visual ou audiovisual utilizados para transmitir anncios ao pblico, segundo classificao que estabelecer a Resoluo do COMMADS.

Art. 117 - considerada poluio visual qualquer limitao visualizao pblica de monumento natural e de atributo cnico do meio ambiente natural ou criado, sujeitando o agente, a obra, o empreendimento ou a atividade ao controle ambiental, nos termos deste Cdigo, seus regulamentos e normas decorrentes.

Captulo VII

DO CONTROLE DAS ATIVIDADES PERIGOSAS

Art. 118 - dever do Poder Pblico controlar e fiscalizar a produo, a estocagem, o transporte, a comercializao e a utilizao de substncias ou produtos perigosos, bem como as tcnicas, os mtodos e as instalaes que comportem risco efetivo ou potencial para a sadia qualidade de vida e do meio ambiente.

Art. 119 - So vedados no Municpio, entre outros que proibir este Cdigo:

I - o lanamento de esgoto in natura em ambientes aquticos, de acordo com o estabelecido no art. 159, da LOMM (Lei Orgnica Municipal de Maca);

II - a produo, distribuio e venda de aerossis que contenham clorofluorcarbono;

III - a fabricao, a comercializao, o transporte, o armazenamento e a utilizao de armas qumicas e biolgicas;

IV - a instalao de depsitos de explosivos, para uso civil, mesmo fogos de espetculos pirotcnicos, no permetro urbano e na periferia da cidade, prximo a bairros que tenham ncleos residenciais para os quais representem perigo (art. 156, 1, n 1, da LOMM);

V - a utilizao de metais pesados em quaisquer processos de extrao, produo e beneficiamento que possam resultar na contaminao do meio ambiente natural;

VI - a produo, o transporte, a comercializao e o uso de medicamentos, bixidos, agrotxicos, produtos qumicos ou biolgicos, cujo emprego seja proibido no territrio nacional, por razes toxicolgicas, farmacolgicas ou de degradao ambiental;

VII - a produo ou o uso, o depsito, a comercializao e o transporte de materiais e equipamentos ou artefatos que faam uso de substncias radioativas, observadas as outorgaes emitidas pelos rgos competentes e devidamente licenciados e cadastrados pelo SIMMA.

VIII - a disposio de resduos perigosos sem os tratamentos adequados sua especificidade.

Seo nica

DO TRANSPORTE DE CARGAS PERIGOSAS

Art. 120 - As operaes de transporte, manuseio e armazenagem de cargas perigosas, no territrio do Municpio, sero reguladas pelas disposies deste Cdigo e da norma ambiental competente.

Art. 121 - So consideradas cargas perigosas, para os efeitos deste Cdigo, aquelas constitudas por produtos ou substncias efetiva ou potencialmente nocivas populao, aos bens e ao meio ambiente, assim definidas e classificadas pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas - ABNT, e outras que o COMMADS considerar.

Art. 122 - Os veculos, as embalagens e os procedimentos de transporte de cargas perigosas devem seguir as normas pertinentes da ABNT e a legislao em vigor, e encontrar-se em perfeito estado de conservao, manuteno e regularidade, e sempre devidamente sinalizados.

Art. 123 - vedado o transporte de cargas perigosas dentro do Municpio.

Pargrafo nico - Quando inevitvel, o transporte de carga perigosa, no Municpio, ser precedido de autorizao expressa do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que estabelecero os critrios especiais de identificao e as medidas de segurana que se fizerem necessrias em funo da periculosidade.

Ttulo II

DO PODER DE POLCIA AMBIENTAL

Captulo I

DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

Art. 124 - A fiscalizao do cumprimento das disposies deste Cdigo e das normas dele decorrentes ser realizada pelos agentes de proteo ambiental, pelos demais servidores pblicos para tal fim designados e pelas entidades no governamentais, nos limites da lei.

Art. 125 - Consideram-se para os fins deste captulo os seguintes conceitos:

I- advertncia a intimao do infrator para fazer cessar a irregularidade sob pena de imposio de outras sanes.

II- apreenso: ato material decorrente do poder de polcia e que consiste no privilgio do poder pblico de assenhorear-se de objeto ou de produto da fauna ou da flora silvestre.

III- auto: instrumento de assentamento que registra, mediante termo circunstanciado, os fatos que interessam ao exerccio do poder de polcia; consideram-se tipos bsicos:

a) auto de constatao: registra a irregularidade constatada no ato da fiscalizao, atestando o descumprimento preterido ou iminente da norma ambiental e adverte o infrator das sanes administrativas cabveis;

b) auto de infrao: registra o descumprimento de norma ambiental e consigna a sano pecuniria cabvel.

IV- demolio: destruio forada de obra incompatvel norma ambiental.

V- embargo a suspenso ou proibio da execuo de obra ou implantao de empreendimento.

VI- fiscalizao: toda e qualquer ao de fiscal de controle ambiental credenciado, visando ao exame e verificao do atendimento s disposio contidas na legislao ambiental, neste Cdigo e nas normas deles decorrentes.

VII- infrao o ato ou omisso contrrio legislao ambiental, a este Cdigo e s normas deles decorrentes.

VIII- infrator a pessoa fsica ou jurdica cujo ato ou omisso, de carter material ou intelectual, provocou ou concorreu para o descumprimento da norma ambiental.

IX- interdio a limitao, suspenso ou proibio do uso de construo, exerccio de atividade ou conduo de empreendimento.

X- intimao a cincia ao administrado da infrao cometida, da sano imposta e das providncias exigidas, consubstanciada no prprio auto ou em edital.

XI- multa a imposio pecuniria singular, diria ou cumulativa, de natureza objetiva a que se sujeita o administrado em decorrncia da infrao cometida.

XII- poder de polcia a atividade da administrao que, limitando ou disciplinando direito, interesse, atividade ou empreendimento, regula a prtica de ato ou absteno de fato, em razo de interesse pblico concernente proteo, ao controle ou conservao do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida no Municpio.

XIII- reincidncia a perpetrao de infrao da mesma natureza reincidncia especfica- ou de natureza diversa reincidncia genrica, pelo agente anteriormente autuado por infrao ambiental.

Pargrafo nico - A reincidncia observar um prazo mximo de 5 (cinco) anos entre uma ocorrncia e outra.

Art. 126 - No exerccio da ao fiscalizadora sero assegurados aos agentes fiscais credenciados o livre acesso e a permanncia, pelo tempo necessrio, nos estabelecimentos pblicos ou privados.

Art. 127 - Mediante requisio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o agente credenciado poder ser acompanhado por fora policial no exerccio da ao fiscalizadora.

Art. 128 - Aos agentes de proteo ambiental credenciados, compete:

I - efetuar visitas e vistorias;

II - verificar a ocorrncia da infrao;

III - lavrar o auto correspondente fornecendo cpia ao autuado;

IV - elaborar relatrio de vistoria;

V - exercer atividade orientadora visando adoo de atitude ambiental positiva.

Art. 129 - A fiscalizao e a aplicao de penalidades de que tratam este regulamento dar-se-o por meio de:

I - auto de constatao;

II - auto de infrao;

III - auto de apreenso;

IV - auto de embargo;

V - auto de interdio;

VI - auto de demolio.

Pargrafo nico - Os autos sero lavrados em trs vias destinadas, sendo a primeira destinada ao autuado, a segunda, ao processo administrativo e a terceira, ao arquivo.

Art. 130 - Constatada a irregularidade, ser lavrado o auto correspondente, dele constando:

I - o nome da pessoa fsica ou jurdica autuada, com respectivo endereo;

II - o fato constitutivo da infrao e o local, hora e data respectivos;

III - o fundamento legal da autuao;

IV - a penalidade aplicada e, quando for o caso, o prazo para correo da irregularidade;

V - nome, funo, matrcula e assinatura do autuante;

VI - prazo para apresentao da defesa.

Art. 131 - Na lavratura do auto, as omisses ou incorrees no acarretaro nulidade, se do processo constarem elementos suficientes para determinao da infrao e do infrator.

Art. 132 - A assinatura do infrator ou de seu representante no constitui formalidade essencial validade do auto, nem implica em confisso, nem a recusa constitui agravante.

Art. 133 - Do auto ser intimado o infrator:

I - pelo autuante, mediante assinatura do infrator;

II - por via postal, fax ou outro meio eletrnico de comunicao que assegure prova de recebimento;

III - por edital, nas demais circunstncias.

1 - A intimao observar a antecedncia mnima de trs dias teis quanto data de comparecimento.

2 - A intimao ser considerada efetivada caso o aviso de recebimento seja assinado por empregado ou preposto do infrator, ressalvados os casos em que este provar que os signatrios no tinham condies de compreender a natureza da intimao ou agiram com dolo ou m-f.

3 - O edital ser publicado uma nica vez em jornal de grande circulao no Municpio.

Art. 134 - So critrios a serem considerados pelo autuante na classificao de infrao:

I - a maior ou menor gravidade;

II - as circunstncias atenuantes e as agravantes;

III - os antecedentes do infrator.

Art. 135 - So consideradas circunstncias atenuantes:

I - a pequena gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infrao e suas conseqncias para o meio ambiente e a sade pblica;

II - o arrependimento eficaz do infrator, manifestado pela espontnea reparao do dano, em conformidade com normas, critrios e especificaes determinadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

III - a comunicao prvia do infrator s autoridades competentes, em relao a perigo iminente de degradao ambiental;

IV - a colaborao com os agentes e tcnicos encarregados da fiscalizao e do controle ambiental;

V - o fato do infrator no ser reincidente e da falta cometida ser de natureza leve;

VI - a situao econmica do infrator;

VII o fato de ter o infrator promovido, ou estar implementando planos e programas voluntrios de gesto ambiental, visando melhoria contnua e ao aprimoramento ambiental, segundo diretrizes formuladas por entidades reconhecidas no Pas;

VIII a circunstncia de ter o infrator promovido ou estar promovendo programas de educao ambiental em conformidade poltica municipal de educao ambiental.

Art. 136 - So consideradas circunstncias agravantes, quando no qualificam a infrao:

I - cometer o infrator reincidncia especfica ou infrao continuada de natureza ambiental;

II - ter cometido a infrao:

a) para obter vantagem pecuniria ou por outro motivo torpe;

b) coagindo outrem para a execuo material da infrao;

c) afetando, ou expondo a perigo, de maneira grave, o meio ambiente ou a sade pblica;

d) causando dano propriedade de terceiro;

e) atingindo reas sob proteo legal;

f) em perodo de defeso fauna;

g) em poca de calamidade pblica;

h) no interior de reas ambientais legalmente protegidas;

i) com emprego de mtodos cruis para abate ou captura de animais;

j) mediante fraude ou abuso de confiana;

k) mediante abuso do direito de licena, permisso ou autorizao ambiental;

l) no interesse de pessoa jurdica mantida, total ou parcialmente, por verbas pblicas ou beneficiados por incentivos fiscais;

m) atingindo espcies ameaadas da fauna municipal.

III - deixar o infrator de tomar as providncias ao seu alcance, quando tiver conhecimento do ato lesivo ao meio ambiente;

IV - ter o infrator agido com dolo;

V - ter o infrator iniciado obra ou atividade em desrespeito s determinaes de licena ambiental.

Art. 137 - Havendo concurso de circunstncia atenuante e agravante, a pena ser aplicada levando-as em considerao, bem como o contedo da vontade do autor.

Art. 138 - Para imposio e gradao da penalidade, a autoridade competente observar a gravidade do fato, levando em considerao os motivos da infrao e suas conseqncias para o meio ambiente e a sade pblica, os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento de legislao de interesse ambiental e sua situao econmica.Captulo IIDA INSTRUO

Art. 139 - So inadmissveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilcitos.

Art. 140 - Quando necessria instruo do processo, a audincia de outros rgos ou entidades administrativas poder ser realizada em reunio conjunta, com a participao de titulares ou representantes dos rgos competentes e de entidades da sociedade civil e da comunidade afetada, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.

Pargrafo nico - Designados dia, local e horrio para a reunio aludida no caput, dela ser intimada a defesa para, querendo, comparecer.

Art. 141 - Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuzo do dever atribudo ao rgo competente para a instruo e do disposto no art. 142 desta lei.

Art. 142 - Quando o interessado declarar que fatos e dados esto registrados em documentos existentes na prpria Administrao responsvel pelo processo ou em outro rgo administrativo, o rgo competente para a instruo prover, de ofcio, a obteno dos documentos ou das respectivas cpias.

Art. 143 - O interessado poder, na fase instrutria e antes da tomada da deciso, juntar documentos e pareceres, requerer diligncias e percias, bem como aduzir alegaes referentes matria objeto do processo.

1 - Os elementos probatrios devero ser considerados na motivao do relatrio e da deciso.

2 - Somente podero ser recusadas, mediante deciso fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilcitas, impertinentes, desnecessrias ou protelatrias.

Art. 144 - Os interessados sero intimados de prova ou diligncia ordenada, com antecedncia mnima de dez dias teis, mencionando-se data, hora e local da realizao.

Art. 145 - Quando, por disposio de ato normativo, devam ser previamente obtidos laudos tcnicos de rgos administrativos e estes no cumprirem o encargo no prazo assinalado, o rgo responsvel pela instruo dever solicitar laudo tcnico de outro rgo dotado de qualificao e capacidade tcnica equivalentes.

Art. 146 - Em caso de risco iminente, a Administrao Pblica Municipal poder motivadamente adotar providncias acauteladoras, sem a prvia manifestao do interessado.

Art. 147 - O rgo de instruo que no for competente para emitir a deciso final elaborar relatrio indicando o pedido inicial, o contedo das fases do procedimento e formular proposta de deciso, objetivamente justificada, encaminhando o processo autoridade competente.

Captulo III

Seo I

DAS PENALIDADES

Art. 148 - Os responsveis pela infrao ficam sujeitos s seguintes penalidades, que podero ser aplicadas independentemente:

I - advertncia por escrito em que o infrator ser intimado para fazer cessar a irregularidade sob pena de imposio de outras sanes;

II - multa simples, diria ou cumulativa, de 80 (oitenta) a 12.800.000 (doze milhes e oitocentos mil) URMs; III - apreenso de produtos e subprodutos da fauna e flora silvestres, instrumentos, apetrechos e equipamentos de qualquer natureza utilizados na infrao;

IV - embargo ou interdio temporria de atividade at correo da irregularidade;

V - cassao de alvars e licenas, e a conseqente interdio definitiva do estabelecimento autuado, a serem efetuadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, com auxlio da Guarda Municipal de Maca, em cumprimento a prvio parecer tcnico homologado pelo titular da referida Secretaria; VI - perda ou restrio de incentivos e benefcios fiscais concedidos pelo Municpio;

VII- reparao, reposio ou reconstituio do recurso ambiental danificado, de acordo com suas caractersticas e com as especificaes definidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente;

VIII - demolio;

IX - restrio de direitos.

1 - Quando o infrator praticar, simultaneamente, duas ou mais infraes, ser-lhe-o aplicadas cumulativamente as penas cominadas.

2 - A aplicao das penalidades previstas neste Cdigo no exonera o infrator das cominaes civis e penais cabveis.

3 - Sem obstar a aplicao das penalidades previstas neste artigo, o infrator obrigado, independentemente de existncia de culpa, a indenizar ou recuperar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade.

4 - A multa simples ser aplicada sempre que o agente, por culpa ou dolo, deixar de sanar irregularidades praticadas, no prazo assinado, aps advertido, ou quando, notificado, deixar de atender s determinaes da autoridade ambiental competente.

5 - A multa simples poder ser convertida em prestao de servios de melhoria e recuperao da qualidade do meio ambiente.

6 - A multa diria ser aplicada sempre que o cometimento da infrao prolongar-se no tempo, at cessar a ao degradadora, visando reparao do dano causado.

7 - A apreenso de produtos e subprodutos obedecer aos seguintes critrios