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LCA – (LETRAS DE CRÉDITO DO AGRONEGÓCIO): UMA ALTERNATIVA DE APLICAÇÃO FINANCEIRA PARA OS EXCEDENTES DE CAIXA TEMPORARIAMENTE OCIOSOS PARA INVESTIDORES COM AVERSÃO AO RISCO VITÓRIA - ES 2010

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LCA – (LETRAS DE CRÉDITO DO AGRONEGÓCIO):

UMA ALTERNATIVA DE APLICAÇÃO FINANCEIRA PARA OS EXCEDENTES DE

CAIXA TEMPORARIAMENTE OCIOSOS PARA INVESTIDORES COM AVERSÃO

AO RISCO

VITÓRIA - ES

2010

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 ...............................................................................................................4

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................4

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO.................................................................................4

1.2 PROBLEMA ..................................................................................................6

1.3 OBJETIVO ....................................................................................................6

CAPÍTULO 2 ...............................................................................................................8

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................8

2.1 O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO .........................................................8

2.2 O PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE CURTO PRAZO ...........................12

2.2.1 Vantagens do Planejamento Financeiro de Curto Prazo.........................14

2.3 A IMPORTÂNCIA DA TESOURARIA PARA OTIMIZAÇÃO DO

EXCEDENTE DE CAIXA .......................................................................................14

2.4 OS SALDOS DE CAIXA E OS TÍTULOS NEGOCIÁVEIS ..........................16

2.5 PRINCIPAIS FORMAS DE APLICAÇÃO FINANCEIRA DE BAIXO RISCO17

2.6 TRIBUTAÇÃO DAS APLICAÇÕES FINANCEIRAS....................................19

2.6.1 IOF Sobre as Aplicações Financeiras .....................................................20

2.6.2 IR Sobre as Aplicações Financeiras........................................................21

2.7 O IMPACTO DOS RENDIMENTOS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS NA

DRE........................................................................................................................24

2.7.1 Impacto nas Empresas de Lucro Real.....................................................24

2.7.2 Impacto nas Empresas de Lucro Presumido...........................................26

2.8 LCA – LETRA DE CRÉDITO DO AGRONEGÓCIO....................................28

2.8.1 Principais Benefícios e Limitações da LCA .............................................29

CAPÍTULO 3 .............................................................................................................30

3 METODOLOGIA ................................................................................................30

3.1 HISTÓRICO DAS APLICAÇÕES FINANCEIRAS DO GRUPO ÁGUIA

BRANCA................................................................................................................30

3.2 CÁLCULO DA APLICAÇÃO FINANCEIRA.................................................33

3

3.3 ANÁLISE DO IMPACTO TRIBUTÁRIO NO RENDIMENTO DA APLICAÇÃO

EM LCA COMPARADO AO IMPACTO NO RENDIMENTO DAS DEMAIS

APLICAÇÕES DE RENDA FIXA NAS EMPRESAS DE LUCRO REAL ................38

3.4 ANÁLISE DO IMPACTO TRIBUTÁRIO DO RENDIMENTO DAS

APLICAÇÕES EM LCA, COMPARADO AS OUTRAS FORMAS DE APLICAÇÕES

NAS EMPRESAS DE LUCRO PRESUMIDO ........................................................40

CAPÍTULO 4 .............................................................................................................42

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS .........................................................................42

4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS DE GERAÇÃO DE CAIXA ........................42

4.2 ANÁLISE DO RESULTADO DOS IMPACTOS TRIBUTÁRIOS NAS

EMPRESAS DE LUCRO REAL .............................................................................43

4.3 ANÁLISE DO RESULTADO DOS IMPACTOS TRIBUTÁRIOS NAS

EMPRESAS DE LUCRO PRESUMIDO.................................................................43

CAPÍTULO 5 .............................................................................................................45

5 CONCLUSÕES..................................................................................................45

6 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................48

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CAPÍTULO 1

1 INTRODUÇÃO

O alinhamento do contas a pagar e do contas a receber é uma dificuldade

enfrentada pelas empresas. Esta deficiência na gestão do caixa tornam ociosos

recursos financeiros fazendo com que ocorra perda de rentabilidade para empresa.

Estes recursos temporariamente ociosos, na maioria das vezes ficam disponíveis e

não são aplicados no mercado financeiro, uma vez que serão utilizados em curto

prazo.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Desde a implantação do Plano Real, o Banco Central do Brasil vem

emplacando uma política de redução na taxa básica de juros (SELIC). Em sentido

contrário ocorre o aumento da carga tributária, fazendo com que o governo, a cada

ano, bate recordes de arrecadação.

O movimento de redução na taxa de juros desestimula a aplicação no

mercado financeiro e o ato de poupar incentiva o consumo e o aumento do consumo

gera inflação. A inflação “coroe” o dinheiro no tempo. Isto significa que para a

empresa que não aplica os seus recursos excedentes de caixa, há perda de valor,

mesmo que no curto prazo. Os excedentes de caixa gerados não são aplicados, não

trazem retorno para a empresa e perde parte de seu valor.

As incertezas percebidas do mercado quanto as decisões políticas e

econômicas principalmente, fazem com que as empresas reduzam investimentos e

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busquem ter liquidez. Diante deste cenário, cabe a administração financeira reduzir

este impacto gerindo este excedente de forma eficiente, visando a maior

rentabilidade sem comprometer a liquidez da empresa.

Para enfrentar a elevada carga tributária no Brasil e as mutações do mercado,

as empresas no Brasil vêm exercitando cada vez mais o verbo planejar

principalmente nas áreas financeira e tributária. Dentro do planejamento financeiro a

utilização de ferramentas e métodos são cada vez mais freqüentes, como por

exemplo, o fluxo de caixa.

A gestão do fluxo de caixa de uma empresa envolve administrar as entradas e

saídas de caixa, os investimentos e financiamentos de curto prazo, visando à

maximização do retorno. Uma forma de otimizar estes recursos é aplicar o

excedente de caixa no mercado financeiro, no entanto, para investidores com

aversão ao risco o retorno é muito baixo e reduzido ainda mais pela carga tributária

brasileira. Um exemplo é a antiga CPMF, que prejudicava a rentabilidade das

aplicações financeiras, aplicando uma alíquota de 0,38% sobre o montante aplicado.

No entanto, desde Janeiro de 2008 a CPMF foi extinta, favorecendo a aplicação de

recursos por menores períodos.

Com o intuito de contribuir para a maximização dos rendimentos dos recursos

excedentes de caixa e as implicações tributárias sobre os rendimentos de aplicação

financeira, este estudo tem como objetivo avaliar uma alternativa para a aplicação

dos recursos excedentes de caixa temporariamente ociosos para os investidores

com aversão ao risco, tomando como referência as empresas do Grupo Águia

Branca. Neste estudo serão avaliados produtos de aplicação financeira de curto

prazo, disponíveis nos bancos de relacionamento do Grupo Águia Branca e os

6

impactos tributários sobre os rendimentos de aplicação financeira nas empresas de

regime de tributação de lucro real e de lucro presumido.

1.2 PROBLEMA

As empresas do Grupo Águia Branca possuem um elevado valor de

excedentes de caixa. Estes recursos ficam disponíveis e temporariamente ociosos

nas contas correntes sem rendimentos, perdendo o seu valor. O Bacen, através da

Resolução nº2475/98, veda a oferta premiação ou vantagens aos seus clientes na

captação de recursos públicos. Portanto, os problemas levantados referente este

assunto nas empresas do Grupo Águia Branca e a vedação do Bacen são refletidos

nos seguintes questionamentos:

É possível rentabilizar estes recursos temporariamente ociosos, considerando

que este grupo econômico é aveso a riscos?

Considerando a elevada carga tributária do Brasil entre o regime de lucro real

e lucro presumido, qual é o regime de tributação que gera menor impacto sobre os

rendimentos das aplicações financeiras no curto prazo?

Qual é a aplicação financeira de no curto prazo que permite aos investidores

com aversão ao risco uma maior rentabilidade para os excedentes de caixa

provocados pelo desalinhamento das contas a pagar e das contas a receber?

1.3 OBJETIVO

O principal objetivo deste trabalho é comparar a rentabilidade da aplicação

financeira em LCA com as formas de aplicação financeira de baixo risco disponíveis

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no mercado, e praticadas pelo Grupo Águia Branca, avaliando os impactos

tributários nas empresas de lucro real e lucro presumido. Assim o trabalho justifica-

se a propor a LCA – Letras de Crédito do Agronegócio, como alternativa de

aplicação de curto prazo, para os excedentes de caixa temporariamente ociosos,

aos investidores com aversão ao risco, observando o regime de tributação,

proporcionando maior rentabilidade destes recursos.

Este estudo está estruturado em cinco partes: a primeira, neste capítulo foi

contextualizado o problema e apresentado os objetivos e delimitação do estudo. O

capítulo dois apresenta estudos literários pertinentes a: i) demonstração do valor do

dinheiro no tempo; ii) mostra a importância planejamento financeiro; iii) retrata a

importância do papel da tesouraria nas empresas na otimização dos recursos de

caixa. Ainda neste capítulo, são apresentadas algumas formas de aplicação

financeira de baixo risco no mercado, a tributação sobre os rendimentos de

aplicação, analisado o impacto dos rendimentos tributários na DRE das empresas de

lucro presumido e lucro real e apresentação das vantagens e limitações quanto a

aplicação em LCA. No capítulo três, descreve a metodologia de pesquisa: o tipo de

pesquisa e modelo proposto, as limitações do método e realizado o teste empírico,

através de simulações de aplicação. No capítulo quatro, é realizado a análise dos

resultados de geração de caixa e análise dos impactos tributários. Por fim, no

capítulo cinco, são apresentadas as conclusões da pesquisa, referendando a LCA,

como a melhor alternativa para rentabilizar os recursos excedentes de caixa

temporariamente ociosos.

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CAPÍTULO 2

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO

O principal papel do administrador financeiro é maximizar o retorno do

acionista. Segundo SANVICENTE (1987, p.21), “o objetivo básico da administração

financeira é a maior rentabilidade possível sobre o investimento dos proprietários,

visando a rentabilidade máxima, sem comprometer a liquidez da empresa”.

Para Gitman, “o valor do dinheiro no tempo é, de certa forma, a linguagem

das finanças, um denominador comum para discutir transações e oportunidades

financeiras”. (Gitman, 2002, p.150)

“... o dinheiro vale mais agora do que no futuro. As três razões maisimportantes pelas quais o valor do dinheiro decresce progressivamente aolongo do tempo são as seguintes: inflação, risco e preferência pelaLiquidez.” (Groppelli, 2002, p.51)

“... existe um saldo excedente de caixa, e presume-se que qualquer

excedente será investido em títulos bancários a curto prazo”. (Gitman, 2002, p.595)

Normalmente os excedentes de caixa são temporários e uma forma de gerir

estes recursos é aplicando no mercado monetário. O excedente de caixa é aplicado

no mercado monetário com a expectativa de que no tempo seja obtido um retorno

financeiro.

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Este retorno financeiro, mais conhecimento como juros ou dividendos é

justificado pela matemática financeira que estuda o valor do dinheiro no tempo. São

duas variáveis são fundamentais para a matemática financeira.

Segundo Zentgraf(1999, pág.2), a matemática financeira pode ser definida

como “o estudo da evolução do dinheiro ao longo do tempo, visando estabelecer

relações formais entre quantias expressas em datas distintas.” (Zentgraf, 1999, pág.

2)

PUCCINI, define como objetivos principais da matemática financeira:

a) “a transformação e o manuseio de fluxos de caixa, com aaplicação de taxas de juros de cada período, para se levar em conta o valordo dinheiro no tempo;

b) a obtenção da taxa interna de juros que está implícita no fluxode caixa;

c) a análise e a comparação de diversas alternativas de fluxosde caixa.” (PUCCINI, 2000, p.4)

O prêmio recebido pela postergação de um investimento ou valor pago pela

antecipação de um recurso em caixa, chamamos de juros. No mercado financeiro,

os juros, quando é realizada uma aplicação financeira (investimento), recebem o

nome de rendimento.

“O valor do dinheiro no tempo relaciona-se a idéia de que ao longodo tempo o valor do dinheiro muda, quer em função de ter-se aoportunidade de aplicá-lo, obtendo-se assim, remuneração (juros) sobre aquantia envolvida, quer em função de sua desvalorização devido à inflação,quer em função dos riscos ocorridos e das possibilidades de perda”. (Bruni,2003, pág.18)

Para calcular “o valor do dinheiro no tempo” deverão ser observados dois

princípios:

a) A comparação de valores somente pode ser feita se estiverem

em uma mesma data;

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b) Operações algébricas somente poderão ser aplicadas em

valores que estiverem em uma mesma data, ou seja, se um dos valores

estiver em data diferente, deverá ser movimentado até a data desejada após

aplicação de uma taxa de juros corretamente;

“O valor futuro de um montante presente é encontrado pela aplicação de juros

compostos durante um período específico de tempo.” (Gitman, 2002, p.155). Ou

seja, quando o ganho adicional é incorporado ao principal, em um determinado

período.

A equação utilizada para calcular o valor futuro de um investimento é: VF =

VP x (1+ i )n , onde:

VF = Valor Futuro, ou valor montante ao final do período

VP = Valor do montante inicial

i = taxa de juros, e

n = período

Uma observação importante na aplicação da taxa de juros deve estar em

referência de tempo em que os valores estão aplicados.

A taxa de juros, “expressa a razão entre juros recebidos/pagos ao final do

período da operação e o valor originalmente aplicado”. (Roberto Zentgraf, 2003,

pág.3).

11

O fluxo de caixa é utilizado pelas organizações como instrumento de gestão

financeira, para planejamento financeiro. As entradas são todos os recebimentos da

empresa e as saídas, todos os desembolsos financeiros.

Um exemplo prático, o fluxo de caixa é o instrumento utilizado pela tesouraria

da empresa, com a finalidade de detectar se o saldo inicial de caixa adicionado ao

somatório de ingressos, menos o somatório de desembolsos em determinado

período, apresentará excedentes de caixa ou escassez de recursos financeiros pela

empresas. No nosso caso, estaremos avaliando a indicação de excedentes de caixa.

Segundo Gitman, o mercado monetário existe devido à existência de recursos

ociosos.

“O mercado monetário existe porque certos indivíduos, empresas, governose instituições financeiras possuem, temporariamente, fundos ociosos, quedesejam aplicar em algum tipo de ativo líquido ou de curto prazo que rendajuros.” (Gitman, 2002, p.34)

O mercado financeiro auxilia na alocação destes recursos excedentes de

caixa, transferindo estes recursos para empresas que buscam oportunidades de

obtenção de capital. Em troca desta transferência temporária a empresa recebe

juros que quanto maior a incerteza de recebimento exigirá um maior valor.

De acordo com a Teoria da Preferência pela Liquidez as taxas de juros de

longo prazo tendem a ser mais altas que as taxas de curto prazo, isto porque as

negociações de curto prazo estão menos sensíveis às oscilações das taxas de juros.

Segundo Gitman (2002), “os investidores vêem menos risco em títulos de

curto prazo do que em títulos de longo prazo e por isso são propensos a aceitar

rendimentos mais baixos sobre eles”. (Gitman, 2002, p.47)

12

Para realizar uma aplicação dos excedentes e não comprometer a liquidez

dos recursos é necessário realizar um planejamento financeiro eficiente, ou seja,

realizando uma previsão e um acompanhamento de caixa preciso prevendo desta

forma, o valor e o período de disponibilidade dos excedentes, possibilidade analisar

e optar pela melhor forma de aplicação e buscar uma maior rentabilidade.

2.2 O PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE CURTO PRAZO

O processo de planejamento financeiro mostra os caminhos para: guiar;

coordenar e controlar as ações da empresa para atingir seus objetivos. Começa com

planos financeiros de longo prazo (estratégicos), que por sua vez guiam a

formulação de planos e orçamentos a curto prazo (operacionais). Geralmente, os

planos e orçamentos a curto prazo implementam os objetivos estratégicos da

empresa a longo prazo. “As empresas utilizam-se de planos financeiros para

direcionar suas ações com vistas a atingir seus objetivos imediatos e a longo prazo”.

(GITMAN, 2002, p.588)

“O planejamento financeiro é um aspecto importante para o funcionamento e

sustentação da empresa, pois fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar

suas ações na consecução de seus objetivos”. (GITMAN, 2002, p.588)

“O processo de planejamento financeiro inicia-se com planos financeiros a

longo prazo, ou estratégicos, que por sua vez direcionam a formulação de planos e

orçamentos operacionais a curto prazo.” (GITMAN, 2002, p.588)

A elaboração do orçamento de caixa é uma ferramenta importante para o

planejamento de curto prazo. “O orçamento de caixa permite a empresa prever suas

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necessidades de caixa a curto prazo, geralmente no período de um ano, subdividido

em intervalos mensais”. (GITMAN, 2002, p.588).

O principal papel do orçamento de caixa é administrar a liquidez da empresa,

partindo do princípio, que a falta de caixa para saldar as obrigações financeiras da

empresa sempre a põe em perigo.

Como trata de valores estimados, quando maior for o período de

planejamento maior será o nível de incerteza.

“É importante a empresa trabalhar com um planejamento mínimo para trêsmeses. O fluxo de caixa mensal deverá, posteriormente, transformar-se emsemanal e por fim em diário. O modelo diário fornece a posição dosrecursos em função dos ingressos e desembolsos de caixa, constituindo-seem poderoso instrumento de planejamento e controle financeiros para aempresa”. (ZDANOWICZ, 2002, p.128)

Devido às incertezas é necessário um constante acompanhamento do

orçamento de caixa, de forma a avaliar os valores previstos com os valores

programados para os períodos. Toda e qualquer empresa necessita manter o nível

de caixa para fazer frente, dentre outras razões a incerteza associada ao seu fluxo

de caixa.

O fluxo de caixa é o instrumento utilizado pela tesouraria da empresa, com a

finalidade de detectar se o saldo inicial de caixa adicionado ao somatório de

ingressos, menos o somatório de desembolsos em determinado período,

apresentará excedentes de caixa ou escassez de recursos financeiros pela empresa.

Excedente de Caixa: a empresa pode planejar investimentos a curto prazo (títulos

negociáveis).

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Deficiências de Caixa: a empresa com expectativa de carência de caixa deve

buscar financiamentos a curto prazo.

2.2.1 Vantagens do Planejamento Financeiro de Curto Prazo

• Auxilia na identificação de escassez de recursos ou de possíveis

excedentes de recursos no caixa no mercado financeiro;

• A projeção financeira é mais nítida quanto menor o prazo do

planejamento reduzindo o nível de incertezas das informações

financeiras projetadas.

• Permite avaliar antecipadamente a vulnerabilidade da empresa;

• Auxilia no dimensionamento do nível de saldo de caixa da empresa

para manter sua liquidez;

2.3 A IMPORTÂNCIA DA TESOURARIA PARA OTIMIZAÇÃO DOEXCEDENTE DE CAIXA

A função financeira é exercida por dois cargos executivos nas empresas: o

tesoureiro e o controller.

A tesouraria preocupa-se com a obtenção e utilização dos recursos, ou seja,

se possui dinheiro para pagar as contas ou não, aonde vou captar ou aonde vou

aplicar. De acordo com HOJI (2001, p.113), “a administração eficiente do caixa

(disponibilidades) contribui significativamente para a maximização do lucro das

empresas”.

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O fluxo de caixa é de suma relevância para que o tesoureiro ou o

administrador financeiro possam prever antecipadamente seu excedente de caixa

para a escolha da melhor forma de aplicação.

Quando a tesouraria recebe ou paga as suas contas, as decisões que geram

os fluxos financeiros já foram tomadas por outras áreas e nada ou pouco restará ao

tesoureiro para que possa influir sobre esses fluxos de caixa.

As principais contas patrimoniais operacionais que exercem forte impacto no caixa

são: contas a receber, estoques, contas a pagar

O tesoureiro tem como responsabilidade fatores internos da empresa, ou

seja, a manutenção do caixa da empresa e contas; recebimentos e pagamentos

diários da empresa, negociação com bancos (aquisição de recursos de curto prazo

para capital de giro), aplicações a curto prazo. Ou seja, a finalidade do tesoureiro é

garantir recursos, aplicações a curto prazo, recebimentos necessários para a

manutenção dos negócios da empresa.

De acordo com Hoji (2006, p.144) as funções da tesouraria se dividem da

seguinte forma: “Planejamento Financeiro: elaborar projeção de fluxo de caixa;

analisar estrutura de capital e propor alternativas de financiamento; estabelecer

política de aplicação financeira, estabelecer política de financiamento de capital de

giro”.

Ainda segundo HOJI (2001; 137);

“a tesouraria de empresa não financeira, por ser uma área de apoio aunidades de negócios, não tem como finalidade a geração de lucro, maspode ser estruturada de forma a agregar valores e contribuirsubstancialmente para a geração de lucro, com a viabilização econômica deprojetos, obtenção de recursos a custos adequados, maximização darentabilidade das aplicações financeiras, etc.”

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2.4 OS SALDOS DE CAIXA E OS TÍTULOS NEGOCIÁVEIS

Manter o nível ideal de saldo de caixa da empresa é um desafio para o

administrador financeiro. Empresas com grande volume excedente de caixa,

ociosos por determinados períodos, têm uma menor rentabilidade do que as

empresas que conseguem manter este nível ideal, devido a não existir uma sincronia

entre as suas contas a pagar e suas contas a receber.

Segundo Gitman (2002), às empresas mantém excedentes de caixa por três

motivos: 1) transacional, ou seja, para suprir as necessidades de saídas de fluxos de

caixa do dia-a-dia da empresa; 2) precaução, para suprir saídas não previstas de

caixa, e 3) especulação, com o objetivo de poder retirar algum benefício de

situações inesperadas que possam surgir.

Para rentabilizar estes recursos temporariamente ociosos, existem no

mercado financeiro os títulos negociáveis, que “são instrumentos a curto prazo no

mercado financeiro que proporcionam juros”. (Gitman, 2002, p.664)

Os títulos negociáveis têm como principais características: liquidez, ou seja, a

capacidade deste título ser convertido em dinheiro; e garantia de principal, que a

probabilidade de perda do valor negociado no título.

Os títulos negociáveis mais comuns são as Letras do Tesouro e os CDB’s.

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2.5 PRINCIPAIS FORMAS DE APLICAÇÃO FINANCEIRA DE BAIXORISCO

Segundo o site pt.wikipedia.org/wiki/aplicação financeira, aplicação financeira

“é a compra de um ativo financeiro, na expectativa de que, no tempo, produza um

retorno financeiro, ou seja, espera-se não só obter o capital investido,como também

um excedente, a título de juros ou dividendos.”

As aplicações financeiras como menor risco, são as aplicações de renda fixa.

Nestas aplicações, quando a remuneração é definida no momento da aplicação,

dizemos que é pré-fixada e quando a remuneração está atrelada á algum índice,

normalmente acompanhando a inflação (IGP-M) ou a taxa de juros (CDI, SELIC),

dizemos que a aplicação é pós-fixada. Nas aplicações pós-fixadas somente é

possível reconhecer o rendimento no momento do resgate. As principais formas de

investimentos são:

• Poupança – Remunerada pela TR (Taxa Referencial) da data de

aniversário da aplicação, acrescida de 0,5% ao mês. Caso seja

efetivado o resgate antes da data de aniversário da aplicação é

perdida toda a rentabilidade do montante resgatado no período. Desta

forma como estaremos tratando de curtíssimo prazo, a poupança não

está aderente a proposta do estudo realizado devido a perda da

rentabilidade.

• CDB (Certificado de Depósito bancário) – são títulos emitidos por

bancos e podem ter remuneração pré-fixada ou pós-fixada. O risco do

CDB é o risco do banco que emitiu tornar-se inadimplente.

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• Fundos de Investimentos – é cobrada uma taxa de administração do

fundo. Os fundos podem ser: Referenciado DI e Fundo de Renda Fixa

que são considerados conservadores, ou mais arriscados, Renda Fixa

de Crédito, Renda Fixa Multi-Índices ou Alavancados. Neste estudo,

estaremos considerando a rentabilidade dos fundos conservadores.

• Debêntures – são títulos emitidos por empresas não financeiras, com

capital aberto. As empresas que lançam debêntures estão buscando

normalmente quitar ou alongar suas dívidas.

As aplicações financeiras de baixo risco têm uma rentabilidade menor que

aplicações mais arriscadas. Estas aplicações mais seguras são influenciadas pelos

juros da economia (SELIC), visto que altera o custo das relações interbancárias.

A diferença entre o valor aplicado e o valor resgatado no momento da

aplicação é o retorno, ou seja, pode ser positivo ou negativo. A possibilidade de não

ser obtido o rendimento esperado de uma aplicação ao final de um período é o risco.

Nas aplicações em CDB ou em poupança o risco é um pouco menor devido à

garantia de R$20.000,00 através do Fundo Garantidor, sendo de maior relevância

este detalhe para a micro e pequena empresa.

No caso de grupos econômicos e grandes empresas o volume financeiro

aplicado é elevado, uma forma de reduzir o risco é conhecer a solidez do banco

antes de aplicar o recurso. Uma forma é avaliar o patrimônio líquido do banco, esta

informação está disponível no site do banco central no qual permite retirar a

ordenação dos bancos por diversos tipos de informação.

19

Como o retorno esperado é baixo, o tesoureiro e o administrador da empresa

devem ter como objetivo proteger o recurso financeiro da empresa da inflação, não

deixando com que o dinheiro da empresa perca o poder de compra.

Para que o recurso excedente do caixa possa ser otimizado, além de planejar

o fluxo de caixa para identificar o montante disponível e o tempo da aplicação

favorecendo uma boa negociação, hoje o administrador financeiro e o tesoureiro da

empresa devem conhecer os impactos tributários incidentes sobre os rendimentos

obtidos, para que não ocorra um resgate antes do momento ideal e traga prejuízos

para empresa.

2.6 TRIBUTAÇÃO DAS APLICAÇÕES FINANCEIRAS

A globalização, a competitividade do mercado e a alta carga tributária

brasileira sufocam as empresas e exigem cada vez mais dos profissionais práticas

de gerenciamento eficazes. Procurar formas de otimizar recursos, pagar menos

impostos e estar atentos às mudanças do mercado e da legislação, são

necessidades fundamentais para maximização do lucro da empresa.

Em alguns momentos realizar aplicação no mercado financeiro pode se tornar

inviável devido à carga tributária aplicada sob os seus rendimentos. No caso das

aplicações de baixo risco, que é o objeto deste estudo, é ainda mais impactada

devida sua pequena rentabilidade.

20

2.6.1 IOF Sobre as Aplicações Financeiras

O nome correto do IOF é Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio,

Seguro e Relativo a Títulos ou Valores Mobiliários. É regulamentado pelo Decreto

6.306, de 14 de dezembro de 2007. O fato gerador do IOF é o momento do resgate

da aplicação, tendo como base de cálculo o rendimento da aplicação, obedecendo a

tabela regressiva anexada ao Decreto 6.306/07.

O art. 28, em seus incisos I, II e III, do Decreto 6.306/07, estabelece como

base de cálculo do IOF de quaisquer operações consideradas como de renda fixa:

• O valor de aquisição, cessão, resgate, repactuação de títulos e valores

mobiliários;

• O valor da operação de financiamento realizadas em bolsa de valores,

de mercadorias, de futuros e assemelhadas; e

• O valor de aquisição ou resgate de cotas de fundos de investimento e

clubes de investimento.

A responsabilidade do recolhimento do IOF sobre aplicações financeiras é

dos bancos, conforme previsto no artigo 27, inciso I do Decreto 6.306/07:

“Art. 27. – São responsáveis pela cobrança do IOF e pelo seu recolhimentojunto ao Tesouro Nacional:I – as instituições autorizadas a operar na compra e venda de títulos evalores mobiliários”. (Decreto 6.306/07, art. 27)

O art. 32, em seu parágrafo primeiro e inciso I, estabelece a aplicação de IOF

para as operações consideradas como renda fixa, conforme tabela abaixo, retirada

do anexo do Decreto:

21

Tabela 1: Alíquota de IOF

Fonte: Decreto 6.306/07 - Anexo I

O IOF é cobrado sobre os rendimentos de forma regressiva até o 29º

(vigésimo nono) dia, ou seja, quanto menor o período o recurso ficar aplicado maior

será a carga tributária aplicada.

2.6.2 IR Sobre as Aplicações Financeiras

O imposto de renda sobre as aplicações financeiras tem sua alíquota variando

de 15% a 22,5%, considerando o período de aplicação financeira. Este imposto é

retido no momento do resgate, exceto para Fundos. A tabela abaixo demonstra às

alíquotas de Imposto de Renda (IR), aplicados sobre os rendimentos de aplicação

financeira.

Tabela 2: Alíquota de Imposto de Renda (IR)sob rendimentos de aplicação financeira.

Fonte: o autor

Prazo de aplicação AlíquotaAté 180 dias 22,5%De 181 até 360 dias 20,0%De 361 até 720 dias 17,5%Acima de 720 dias 15,0%

22

Na aplicação em fundos de investimentos, o recolhimento do imposto é feito

de forma diferenciada considerando a composição da carteira de títulos do Fundo.

De acordo com a Instrução Normativa RFB 1.022/10, no art. 3º, parágrafo primeiro,

são considerados fundos de investimento de curto prazo, os fundos que tenham na

sua composição da carteira títulos com prazo médio inferior a 365 dias, e os fundos

de investimentos de longo prazo quando o prazo médio da carteira de títulos for

superior a 365 dias. São cobrados alíquotas deste imposto semestralmente, e

complementar no momento do resgate. Esta alíquota complementar é conhecida

como “come-cotas”. A forma de tributação é demonstrada de forma simplificada nas

tabelas seguinte.

Tabela 3: Alíquota de IR. nos Fundos de Curto PrazoPrazo de aplicação Alíquota

SemestralAlíquota

ComplementarAlíquota Total

Até 180 dias 20,0% 2,5% 22,5%De 181 até 360 dias 20,0% 0,0% 20,0%

Fonte: o autor

Tabela 4: Alíquota de IR. nos Fundos de Longo PrazoPrazo de aplicação Alíquota

SemestralAlíquota

ComplementarAlíquota Total

Até 180 dias 15,0% 7,5% 22,5%De 181 até 360 dias 15,0% 5,0% 20,0%De 361 até 720 dias 15,0% 2,5% 17,5%Acima de 720 dias 15,0% 0,0% 15,0%

Fonte: o autor

A alíquota semestral é recolhida no último dia útil dos meses de maio e

novembro e a alíquota complementar no momento do resgate.

O IR s/ aplicação financeira no momento do resgate incide sobre o

rendimento obtido deduzido do IOF retido, conforme estabelecido no parágrafo

primeiro do art. 37. da Instrução Normativa RFB 1.022/10: “a base de cálculo do

imposto é constituída pela diferença positiva entre o valor da alienação, líquido de

23

IOF, quando couber, e o valor da aplicação financeira”. Ainda no parágrafo quarto,

do art. 37, é definido que “os rendimentos periódicos produzidos por título ou

aplicação, bem como qualquer remuneração adicional aos rendimentos pré-fixados,

serão submetidos à incidência de imposto sobre a renda na fonte por ocasião de seu

pagamento, aplicando-se as alíquotas previstas neste artigo, conforme a data de

início da aplicação ou de aquisição do título ou valor mobiliário.” Abaixo é

demonstrada uma forma simplificada da tributação sobre as aplicações financeiras

de renda fixa.

Rendimento: R$100,00

IOF: R$100,00 x 96% = R$96,00

IR s/ aplicação financeira: (R$100,00 – R$96,00) x 22,5% => 4 x 22,5 % = R$0,90

Isto significa que um rendimento bruto de R$100,00 contribui no caixa da

empresa em R$ 3,10, ou seja, 3,10% do rendimento obtido, o que demonstra o

desafio deste trabalho.

No entanto, o imposto de renda retido na fonte em aplicações financeiras

pode ser compensado pelas empresas de lucro real, presumido ou arbitrado,

conforme o parágrafo 10º e no caput do art. 55, da Instrução Normativa RFB

1.022/10: “A compensação do imposto sobre a renda, retido em aplicações

financeiras da pessoa jurídica deverá ser feita de acordo com o comprovante de

rendimentos, mensal ou trimestral, fornecido pela Instituição Financeira”.

24

2.7 O IMPACTO DOS RENDIMENTOS DE APLICAÇÕESFINANCEIRAS NA DRE

O rendimento de aplicações financeiras é reconhecido nas apresentações de

Demonstração do Resultado de Exercício (DRE) como uma receita não operacional.

O valor de IOF cobrado nas aplicações financeiras é considerado como uma

despesa tributária. Para uma melhor análise dos rendimentos das aplicações

financeiras, serão analisados os impactos separadamente nas empresas de regime

de tributação no Lucro Real e no Lucro Presumido, considerando alíquota de 25%

para Imposto de Renda e adicional, partindo do pressuposto que todas as empresas

possuem um faturamento superior a R$20.000,00 e alíquota de 9% para

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

De acordo com o art.220, do Decreto 3.000/99, “o imposto será determinado

com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por períodos de apuração

trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de

dezembro de cada ano-calendário”. (Decreto 3.000/99, art.220)

2.7.1 Impacto nas Empresas de Lucro Real

Atualmente, nas empresas de lucro real, em regime não cumulativo, os

rendimentos das aplicações financeiras de renda fixa não compõe base para cálculo

de PIS e COFINS, conforme o Decreto nº 5.442/05.

Os rendimentos sobre aplicações financeiras de renda fixa são reconhecidos

contabilmente pelo regime de competência. Sendo uma receita, está sujeita a

tributação do imposto de renda, conforme redação do art.373, do Decreto 3000/99:

25

“Art.373 – Os juros, o desconto, o lucro na operação de reporte e osrendimentos de aplicações financeiras de renda fixa, ganhos pelocontribuinte, serão incluídos no lucro operacional e, quando derivados deoperações ou títulos com vencimento posterior ao encerramento do períodode apuração, poderão ser rateados pelos períodos a que competirem”.(Decreto 3.000/99, art. 373,)

O valor do imposto de renda é determinado através da aplicação de uma

alíquota de 15% sobre a base de cálculo, e sobre o valor superior a R$240.000,00

ao ano, uma alíquota de 10%.

“Art.2º. A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderáoptar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre a basede cálculo estimada, ...dos percentuais....:§ 1º - O imposto a ser pago mensalmente na forma deste artigo serádeterminado mediante a aplicação, sobre a base de cálculo, da alíquota dequinze por cento.§ 2º - A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder aR$20.000,00 (vinte mil reais) ficará sujeita à incidência de adicional deimposto de renda à alíquota de dez por cento.” (Lei 9430/96, art. 2º)

O IOF, retido pelo banco, no momento do resgate das aplicações financeiras

pode ser utilizado como dedução na apuração do lucro real.

“Art.344 – Os tributos e contribuições são dedutíveis, na determinação dolucro real, segundo o regime de competência” (Decreto 3.000/99, art.344)

Segundo Gitman (2002, p.824) poderá ser deduzido do imposto apurado o

imposto de renda pago ou retido na fonte sobre as receitas que integram a base de

cálculo do imposto.

O art.773 do Decreto 3.000/99 prevê em seu inciso I a dedução do imposto de

renda sobre os rendimentos de aplicação financeira em renda fixa.

“Art.773 - O imposto de renda retido na fonte sobre os rendimentos deaplicações financeiras de renda fixa e de renda variável ou pago sobre osganhos líquidos mensais será:I – deduzido do devido no encerramento de cada período de apuração ouna data da extinção, no caso de pessoa jurídica tributada com base no lucroreal, presumido ou arbitrado.” (Decreto 3.000/99, art.773)

26

Caso a empresa apresente prejuízos fiscais poderá ser feito compensação ou

o pedido de restituição à receita federal conforme previsto na Instrução Normativa

900.

Art.2º - Poderão ser restituídas pela RFB as quantias recolhidas a título detributo sob a sua administração, bem como outras receitas da Uniãoarrecadadas mediante DARF ou GPS nas seguintes hipóteses:I – cobrança ou pagamento espontâneo, indevido ou em valor maior que odevido.”(Instrução Normativa 900, art.2º)

e,

“Art.34 – O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive por decisão judicialtransitada em julgado, relativo a tributo administrado pela RFB, passível derestituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação dedébitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administradospela RFB, ...”. (Instrução Normativa 900, art.34)

O cálculo e o recolhimento da CSL seguem os mesmos regimes de tributação

do imposto de renda com alíquota de 9% sobre o lucro líquido, e não dedutível para

determinação da base do imposto de renda.

“O valor da despesa com a contribuição social sobre o lucro não é dedutívelpara fins da determinação do imposto de renda a pagar sobre o lucro real”.(Gitman, 2002, p.837)

2.7.2 Impacto nas Empresas de Lucro Presumido

No lucro presumido, regime cumulativo, os rendimentos de aplicação

financeira não compõem a base de cálculo de PIS e COFINS, conforme revogação

do § 1º art.3º da Lei 9.918/98 através do inciso XII, art. 79 da Lei 11.941/09.

Nas empresas tributadas no regime de lucro presumido, a apuração da base

de cálculo do imposto de renda é feita mediante a aplicação de um percentual fixo,

previsto no art. 15, da Lei 9.249/95, de acordo com a atividade da empresa, sobre a

receita bruta do mês.

27

Tabela 5: Relação de atividades e % de presunção da receita brutaReceita bruta das atividades Percentual

a) comerciais e industriais em geral, e as atividades de loteamento de terrenos,incorporação imobiliária, venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda,atividade rural, atividade gráfica industrial ou comercial e da industrialização deprodutos em que a matéria-prima, o produto intermediário e o material de embalagemtenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização, venda demercadorias e produtos;

8%

b) prestação de serviços hospitalares e de transporte de cargas; 8%c) demais serviços de transporte; 16%d) de prestação de serviços, cuja receita remunere essencialmente o exercíciopessoal por parte dos sócios, de profissões que dependam de habilitação legalmenteregulamentada;e) de intermediação de negócios, administração, locação ou cessão de bens imóveis,móveis e direitos de qualquer natureza;f) construção por administração ou empreitada unicamente de mão-de-obra;g) de prestação de serviços em geral, exceto os citados nas letras b e c, inclusive aatividade gráfica de prestação de serviços, assim entendida aquela feita porencomenda, com ou sem fornecimento de material;

32%

h) revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílicocarburante e gás carburante natural.

1,6%

Fonte: (GROPELLI, 2002, Pág. 33)

Os rendimentos de aplicação financeira são adicionados a esta base de

cálculo sem o benefício da presunção da receita. Segundo Higuchi (2007):

“Os rendimentos de aplicações financeiras e as receitas e osganhos de capital, não decorrentes da atividade operacional da pessoajurídica, são incluídos na base de cálculo de IRPJ, sem aplicação dospercentuais de presunção de lucro, isto é, o valor já é a base de cálculo.”(Higuchi, 2007, p.45)

A partir de 01/01/1997, o Imposto de renda retido na fonte das aplicações

financeiras passou a ser retido a título de antecipação, ou seja, poderá ser

compensado no momento do pagamento do imposto de renda da empresa.

No cálculo da Contribuição Social, o rendimento de aplicação financeira

também é adicionado à base de cálculo sem o benefício da redução de 12% da base

de cálculo.

As empresas de lucro presumido, como as empresas de lucro real, poderão

utilizar da restituição, compensação do valor de imposto de renda recolhido a maior

28

ou da dedução do imposto de renda retido na fonte das aplicações financeiras de

renda fixa.

2.8 LCA – LETRA DE CRÉDITO DO AGRONEGÓCIO

A LCA – Letra de Crédito do Agronegócio foi instituído pela Lei n.º 11.076, de

30 de dezembro de 2004. A LCA “é título de crédito nominativo, de livre negociação,

representativo de promessa de pagamento em dinheiro e constitui título executivo

extrajudicial.” (art.25, Lei 11.076/04).

A LCA somente pode ser emitida por instituições financeiras lastreadas em

operações de financiamentos concedidas aos clientes da cadeia do agronegócio.

Como funciona a LCA?

Figura 01: Ilustração de funcionamento da LCA

Fonte: o autor

1) Banco concede empréstimo ou compra título relacionado à cadeia do

agronegócio;

2) Banco registra o ativo/lastro em Câmara de Clearing (CETIP ou BBM);

3) Banco emite o título para o investidor. Neste momento o investidor assume

o risco do banco;

29

4) Banco registra o título em câmara de registro (CETIP ou BBM).

As operações em LCA são registradas na CETIP e Bolsa Brasileira de

Mercadorias, com remuneração fixa ou flutuante, podendo inclusive realizar resgates

parcelados, porém, a LCA não poderá ter seu valor superior ao valor dos títulos de

agronegócio a eles vinculados.

O fato do CRA – Certificado de Recebíveis do Agronegócio deixado em

garantia da operação ser limitado à um ano, a LCA não poderá exceder este prazo.

A LCA, para pessoa jurídica está sujeita a mesma característica da tributação

de Imposto de Renda sobre o rendimento das aplicações em renda fixa, ou seja,

seguindo a faixa de tributação de acordo com o prazo da aplicação.

Com a Portaria MF nº 019, de 11 de fevereiro de 2008, o art.33, no seu caput

e inciso I, reduz a zero a alíquota de IOF das operações de LCA, conforme redação

abaixo:

“Art. 33. A alíquota fica reduzida a zero:I – nas operações com Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio– CDCA, com Letra de Crédito do Agronegócio – LCA e com Certificado deRecebíveis do Agronegócio – CRA, criados pelo art. 23 da Lei nº 11.076, de30 de dezembro de 2004;”

2.8.1 Principais Benefícios e Limitações da LCA

A principal vantagem da LCA comparada às demais aplicações é a redução

da alíquota de IOF a zero, este fator favorece a otimização do rendimento. No

entanto, a LCA possui a limitação de dependência de lastro de títulos em

agronegócios, que ainda são escassos no mercado financeiro e poucos bancos

terem este produto disponível em seu portifólio de serviços.

30

CAPÍTULO 3

3 METODOLOGIA

A metodologia de estudo é uma pesquisa descritiva e aplicada. No

desenvolvimento foi realizada uma pesquisa bibliográfica na fundamentação do

marco teórico e uma análise da legislação vigente relacionada à tributação dos

rendimentos de aplicação financeira de renda fixa, para avaliar o impacto provocado

no resultado da empresa. Desta forma, a auxiliando na elaboração de uma proposta

para o problema de excedentes de caixa temporariamente ociosos analisando as

formas de aplicações financeiras de baixo risco e os impactos tributários sobre os

seus rendimentos nas empresas de lucro real e lucro presumido.

Desenvolvida nas empresas do Grupo Águia Branca, foi considerado no

estudo a característica de investimento de aversão ao risco do grupo e as

características de tributação das empresas de lucro real e de lucro presumido, para

avaliação do impacto tributário, indicando a LCA como a melhor opção para

rentabilizar estes recursos financeiros temporariamente ociosos, originados pelo

desalinhamento do contas a pagar e contas a receber causando perda de valor para

a empresa.

3.1 HISTÓRICO DAS APLICAÇÕES FINANCEIRAS DO GRUPOÁGUIA BRANCA

Fundado em 1946, o Grupo Águia Branca é hoje um dos maiores

conglomerados de transporte do país. Com sede no Espírito Santo e atuação em

todo o Brasil, o Grupo Águia Branca, é administrado por uma holding, Águia Branca

31

Participações S.A. tem como objeto social a gestão de participações societárias. A

gestão do Grupo Águia Branca é realizada através do acompanhamento das áreas

de atuação que são intituladas na empresa como unidades de negócio. São 3 as

Unidades de Negócios: Passageiros, Logística e Comércio de Veículos.

Embora o Grupo tenha a holding, cada empresa possui uma estrutura

financeira, cabendo a ela a administração das atividades do dia-a-dia da tesouraria.

A Holding do grupo atua com o papel de assessorias, tendo: assessoria financeira,

assessoria de orçamento e custos, assessoria contábil e tributária, assessoria

jurídica e assessoria de comunicação interna e externa.

Foi avaliada a aplicabilidade deste estudo de rentabilização dos recursos

excedentes de caixa no curto prazo nas empresas do Grupo Econômico Águia

Branca, visto que este grupo nas suas informações diárias de saldo de caixa dispõe

de montante considerável e de aproximadamente 21% do saldo de caixa não é

rentabilizado. Esta informação foi obtida através dos relatórios diários de saldo de

caixa do grupo apresentados ao pesquisador junto a Holding do Grupo durante o

período de desenvolvimento do trabalho.

Todos os dias, as empresas do grupo enviam as informações de caixa para a

assessoria financeira do grupo, que consolida as informações para os acionistas. Foi

através destas informações de caixa consolidado que foi identificada a ociosidade

dos recursos de caixa e tomados como base para este estudo.

Os produtos avaliados neste estudo, serão produtos bancários no qual o

grupo já efetua aplicações financeiras e tidas como de baixo risco estando em

sintonia com a diretoria da empresa.

32

Pelo fato do Grupo Águia Branca ser conservador em suas aplicações,

historicamente suas aplicações são realizadas em sua grande maioria no CDB.

Quando são aplicados recursos em Fundos de Investimento, apenas fundos

conservadores, ou seja, fundos que tenham sua carteira composta por 80% de

títulos de renda fixa. As aplicações em debêntures, somente são feitas quando são

debêntures das empresas de leasing dos próprios bancos, como por exemplo,

Bradesco arrendamento Mercantil S.A. Todas estas aplicações com remuneração

atrelada ao CDI, com meta de rendimento de 100% do CDI, buscando manter uma

reciprocidade junto as principais instituições financeiras que financiam os

investimentos do grupo.

No entanto, este grupo econômico, possui empresas que não conseguem

uma gestão eficiente do seu caixa devido a questões operacionais e incertezas de

pagamentos no seu caixa. Por questões de confidencialidade não informaremos o

montante disponível diariamente nas posições diárias de caixa divulgada aos

acionistas. No entanto, podemos afirmar que o valor é expressivo e em média 21%

do saldo diário de caixa não é aplicado.

Embora o planejamento financeiro seja praticado no grupo, é importante

ressaltar que para otimizar os recursos excedentes caixa é necessário um exercício

diário do planejamento financeiro comparando os recebimentos e pagamentos

previstos e programados para adequar a melhor forma de aplicar os recursos

excedentes.

Após identificar as principais formas de aplicações financeiras praticadas

pelo Grupo e os bancos de relacionamento, para favorecer a questão da

33

reciprocidade foi realizado um contato com os bancos de relacionamento do grupo

buscando identificar quais teriam a opção de aplicação financeira em LCA.

Os bancos de relacionamento que possuem esta forma aplicação

apresentaram propostas de rentabilidade variando de 20% a 60% do CDI.

Com base nestas informações de remuneração, tivemos a sensibilidade da

disposição de preço do mercado para compararmos ao rendimento das demais

formas de aplicações utilizadas pelo Grupo Águia Branca.

3.2 CÁLCULO DA APLICAÇÃO FINANCEIRA

O teste inicia-se com uma simulação de cálculo da rentabilidade de

aplicação financeira com remuneração vinculada ao CDI (pós-fixada) e considerando

na sua análise a tributação de IOF e IR s/ aplicação financeira, retidas na fonte no

momento do resgate.

Antes de definir qual a aplicação, a empresa deve definir o valor a ser

aplicado. O montante aplicado é corrigido diariamente pela taxa do CDI médio das

operações interbancárias realizadas no dia anterior, ou seja, em D – 1. O valor

médio do CDI é disponibilizado no site da CETIP (www.cetip.com.br). Como a taxa

disponibilidade é anual, deverá ser transformada a um fator diário, com base em 252

dias, antes de ser efetuado a correção do montante aplicado. A fórmula para

descapitalização do CDI é ((1 + ( cdi / 100))^(1/252)) -1) *(% remuneração do cdi)

*100. Como exemplo, para descapitalizar um CDI anual de 10,14 para diário, com

remuneração de 100% do CDI seria:

Taxa cdi = (((1 + (10,14/100))^(1/252)) -1) * (1,0) *100

34

Taxa cdi = (((1,1014)^ (1/252))-1)* (1,0) *100

Taxa cdi = 0,0383336%

Após descapitalizar a taxa, multiplica-se pelo saldo da aplicação no dia

anterior, sendo que em D0, o saldo da aplicação é igual ao montante aplicado. Desta

forma é obtido o valor bruto do rendimento diário de cada aplicação:

Rendimento = Montante *(Taxa cdi )

O valor da aplicação corrigido é igual ao montante aplicado acrescido do

rendimento:

Sdo aplicação = montante + rendimento

A correção da aplicação é feita sempre sobre o saldo do dia anterior da

aplicação, para ter um efeito de capitalização de juros sobre juros. Desta forma

lógica de correção da aplicação fica da seguinte:

Sdo D0 = Montante

Sdo D1 = Montante x Taxa cdi

Sdo D2 = Sdo D1 x Taxa cdi

Sdo D3 = Sdo D2 x Taxa cdi

No momento do resgate da aplicação o primeiro encargo que é aplicado é o

IOF. A alíquota do IOF é regressiva, de acordo com a quantidade de dias corridos

deste a data da aplicação até a data do resgate (verificar a tabela de IOF na página

26). É importante ressaltar que a aplicação com rendimento vinculado ao CDI, tem

sua rentabilidade corrigida com base em dias úteis e o IOF é com base em dias

35

corridos. A alíquota é aplicada sobre o montante de rendimentos obtidos e que está

sendo resgatado.

A alíquota do imposto de renda é aplicada sobre o valor do rendimento já

deduzido do IOF. A alíquota de IOF é aplicada com base em dias corridos a partir da

data da aplicação conforme demonstrado tabela 1, página 26. A forma de correção

da aplicação em LCA é a mesma das aplicações corrigidas pelo CDI normais de

mercado, no entanto, na aplicação em LCA a alíquota de IOF é igual a 0,00%.

Neste estudo, como o período é inferior a 180 dias, a alíquota aplicada é de 22,5%.

IR s/ rend. aplicação = (Rendimento – IOF) x 22,5%

Com a identificação destes valores, será possível analisar qual alternativa de

aplicação estará gerando maior valor para o caixa da empresa no momento do

resgate.

Na realização da simulação adotaremos um montante aplicado de

R$5.000.000,00, com um CDI anual de 10,14% e aplicaremos a metodologia de

cálculo de rentabilização de uma aplicação em CDB e outra em LCA.

Tabela 7: Simulação de cálculo de rentabilidade – CDB – remuneração 100%CDI

Fonte: o autor

36

melhor

Tabela 8: Simulação de cálculo de rentabilidade – LCA – remuneração 40% CDI

Fonte: o autor

Uma nova análise é feita reduzindo o CDI anual de 10,14% para 9,38% ao

ano, mantendo o montante aplicado de R$5.000.000,00, reduzindo a rentabilidade

da aplicação em LCA para 20% do CDI, e comparando com a rentabilidade das

demais aplicações entre 100% e 101% do CDI, conforme demonstrado no gráfico

abaixo comparando a rentabilidade das aplicações.

No Gráfico 01 é demonstrado um comparativo de rendimento da LCA 20% e

demais formas de aplicação em renda fixa.

Gráfico 01: Comparativo da LCA com 20% de remuneração e outras formais de aplicação em Renda Fixa vinculadas ao CDI

Fonte: o autor

Comparativo de Rendimento Líquido da LCA x Demais Aplicações

-

200,00

400,00

600,00

800,00

1.000,00

1.200,00

1.400,00

1.600,00

1.800,00

1 2 3 4 5

Dias Úteis

Val

ores

em

Rea

is

BANCO: B.BRASIL - CDB: 100% do CDI BANCO: VOTORANTIM - LCA: 20% do CDI BANCO: BRADESCO - DEBENTURES: 100,5% do CDI - BANCO: SAFRA - FUNDOS RENDA FIXA: 101% do CDI

37

melhor

Ao realizar uma nova simulação alterando a rentabilidade da LCA para 40%

do CDI mantendo o CDI anual de 9,38%. Conforme demonstrado no gráfico

comparativo.

Gráfico 02: Comparativo da LCA com 40% de remuneração e outras formais de aplicação em Renda Fixa vinculadas ao CDI

Comparativo de Rendimento Líquido da LCA x Demais Aplicações

4.404,19 5.030,00

5.516,77

3.788,62

-

1.000,00

2.000,00

3.000,00

4.000,00

5.000,00

6.000,00

7.000,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Dias Úteis

Val

ores

em

Rea

is

BANCO: B.BRASIL - CDB: 100% do CDI BANCO: VOTORANTIM - LCA: 40% do CDI BANCO: BRADESCO - DEBENTURES: 100,5% do CDI - BANCO: SAFRA - FUNDOS RENDA FIXA: 101% do CDI

Fonte: o autor

A tabela abaixo demonstra o rendimento da aplicação, descontados os

valores de IOF e IR sobre rendimento de aplicações financeiras.

Tabela 9: Comparação de rentabilidade de aplicações financeiras

DIASÚTEIS

BANCO:B.BRASIL -

CDB: 100% doCDI

BANCO:VOTORANTIM- LCA: 40% do

CDI

BANCO:BRADESCO -

DEBENTURES:100,5% do CDI -

BANCO:SAFRA -FUNDOS

RENDA FIXA:101% do CDI

1 55,18 550,25 55,49 55,652 193,16 1.100,58 194,25 194,793 414,00 1.650,98 416,32 417,494 1.104,19 2.201,47 1.110,40 1.113,505 1.656,58 2.752,03 1.665,89 1.670,556 2.236,78 3.302,67 2.249,36 2.255,657 2.900,05 3.853,39 2.916,36 2.924,518 3.756,92 4.404,19 3.778,05 3.788,629 5.470,61 5.030,00 5.501,38 5.516,77

Fonte: o autor

38

3.3 ANÁLISE DO IMPACTO TRIBUTÁRIO NO RENDIMENTO DAAPLICAÇÃO EM LCA COMPARADO AO IMPACTO NO RENDIMENTODAS DEMAIS APLICAÇÕES DE RENDA FIXA NAS EMPRESAS DELUCRO REAL

Para avaliar o impacto fiscal do rendimento de aplicação financeira na DRE,

adotamos o conceito de aplicação de alíquota de 25% para calcular o imposto de

renda (15% de IR e 10% de Adic. de IR). Sobre o rendimento de aplicações

financeiras não incide a cobrança de PIS e COFINS.

Nas empresas de lucro real o IOF pode ser utilizado como redutor na base de

cálculo do imposto de renda e o IR s/ rendimento aplicação financeira pode ser

reduzido do valor a pagar no momento da efetivação do pagamento. Para cálculo do

CSLL, utilizamos à mesma base de cálculo do IR, com aplicação da alíquota de 9%

sobre a base de cálculo.

Rendimento Bruto (+)

IOF ( - )

Base de cálculo =

IR a pagar = ( base de cálculo x 25 % ) – IR s/ rend. aplicação financeira

CSLL = base de cálculo x 9 %

Após a dedução de todos os impostos podemos definir que o rendimento

líquido é igual ao rendimento bruto menos o somatório de todos os encargos.

Rend. Liq = Rend. Bruto – (IOF + IR s/ rend. aplic. + IR a pagar + CSLL)

Como objeto de estudo, foi realizado a simulação da rentabilidade de

aplicação em CDB com remuneração de 100% do CDI e de aplicação em LCA com

remuneração de 40% do CDI conforme tabelas abaixo, considerando na

39

estruturação da DRE, o resultado de um resgate no oitavo dia corrido da data da

aplicação e o resultado do recurso não aplicado conforme tabela nº XXX . Mantendo

o montante aplicado de R$5.000.000,00 e um CDI anual de 10,14%.

Tabela 10: Cálculo de rentabilidade – CDB – 100% do CDI

Fonte: o autor

Tabela 11: Cálculo de rentabilidade – LCA – 40% do CDI

Fonte: o autor

Tabela 12: Estruturação de dados na DREPlano de Contas Saldo de Caixa

não AplicadoSaldo de Caixa

Aplicado em Títulode Renda Fixa

Saldo de CaixaAplicado em LCA

ReceitaCusto OperacionalLucro OperacionalReceitas Não Operacionais 0,00 11.511,11 4.601,78Despesas (IOF 73%) 0,00 (8.403,11) 0,00Lucro Bruto 0,00 3.108,00 4.601,78IRPJ a recolher (25%) 0,00 (777,00) (1.150,45)CSL (9%) 0,00 (279,72) (414,16)Lucro ou Prejuízo Líquido 0,00 2.051,28 3.037,18

Fonte: o autor

No momento de recolher o IRPJ a empresa poderá ajustar o valor a pagar,

deduzindo do o valor do IR sobre os rendimentos de aplicação financeira do valor a

recolher.

Tabela 13: Tabela de compensação de IRPlano de Contas Saldo de Caixa não

AplicadoSaldo de Caixa Aplicado em

Título de Renda FixaSaldo de Caixa

Aplicado em LCAIRPJ a recolher 0,00 (777,00) (1.150,45)IR s/ Rend. Aplicaçãoa compensar/deduzir 0,00 + 699,30 + 1.035,40IR a Pagar 0,00 (77,70) (115,05)

40

Abaixo, o gráfico demonstra o comparativo da rentabilidade das aplicações

em LCA, com as principais formas de aplicação financeira praticadas pelo Grupo

Águia Branca, considerando o impacto tributário.

Gráfico 03: Comparativo da LCA com 40% de remuneração e outras formas de aplicação em Renda Fixa considerando o impacto tributário no Lucro Presumido

Fonte: o autor

3.4 ANÁLISE DO IMPACTO TRIBUTÁRIO DO RENDIMENTO DASAPLICAÇÕES EM LCA, COMPARADO AS OUTRAS FORMAS DEAPLICAÇÕES NAS EMPRESAS DE LUCRO PRESUMIDO

Para que seja avaliado o impacto tributário nas empresas de lucro presumido

é importante relembrar um fato muito importante, a presunção. Nas empresas de

lucro presumido, o rendimento da aplicação financeira na DRE é aplicado sem a

redução do IOF à base de cálculo do imposto de renda e da CSLL e sem o benefício

da presunção. Sendo assim, o próprio rendimento da aplicação é a base de cálculo

dos impostos.

Rendimento Bruto = Base de cálculo

IR a pagar = ( base de cálculo x 25 % ) – IR s/ rend. aplicação financeira

CSLL = base de cálculo x 9 %

41

Para a análise dos impactos na DRE, foram utilizados os resultados da

simulação de aplicação das tabelas IX e X, considerando também o resgate do

recurso no oitavo dia corrido.

Tabela 14: Estruturação de dados na DREPlano de Contas Saldo de Caixa

não AplicadoSaldo de Caixa

Aplicado em Títulode Renda Fixa

Saldo de CaixaAplicado em LCA

ReceitaCusto OperacionalLucro OperacionalReceitas Não Operacionais 0,00 11.511,11 4.601,78Despesas (IOF 80%) 0,00 (8.403,11) 0,00Lucro Bruto 0,00 3.108,00 4.601,78IRPJ a recolher 0,00 (2.877,78) (1.150,45)CSL 0,00 (1.036,00) (414,16)Lucro ou Prejuízo Líquido 0,00 ( 805,78) 3.037,18

Fonte: o autor

No momento de recolher o IRPJ a empresa poderá ajustar o valor a pagar,

deduzindo do o valor do IR sobre os rendimentos de aplicação financeira do valor a

recolher.

Tabela 15: Compensação de IR s/ aplicaçãoPlano de Contas Saldo de Caixa

não AplicadoSaldo de Caixa

Aplicado em Títulode Renda Fixa

Saldo de CaixaAplicado em LCA

IRPJ a recolher 0,00 (2.877,78) (1.150,45)IR s/ Rend. Aplicação acompensar 0,00 + 699,30 + 1.035,40IR a Pagar 0,00 (2.178,48) (115,05)

Fonte: o autor

Gráfico 04: Comparativo da LCA com 40% de remuneração e outras formas

de aplicação em Renda Fixa considerando o impacto tributário no Lucro Presumido

Fonte: o autor

42

CAPÍTULO 4

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS DE GERAÇÃO DE CAIXA

Ao comparar o resultado de rentabilidade de um CDB com remuneração de

100% do CDI a rentabilidade de uma LCA, com remuneração de 40% do CDI, para

um CDI anual de 10,14%, apresentados nas tabelas 07 e 08 respectivamente,

podemos concluir que a aplicação em LCA proporciona uma rentabilidade até o

nono dia útil, ou seja, uma maior geração de caixa no momento do resgate.

Ao testar uma redução de rentabilidade da LCA, para 20% do CDI, e ao

reduzir o CDI anual de 10,14% para 9,38%, a LCA demonstrou-se novamente mais

rentável que outras aplicações com remuneração de até 101% do CDI até o terceiro

dia útil, conforme gráfico 01.

Mantendo o CDI anual em 9,38%, e aumentando novamente a rentabilidade

da LCA para 40% do CDI, conforme gráfico nº 02 e tabela 09, a aplicação em LCA

apresentou ser mais rentável até o sétimo dia útil. A partir do oitavo dia útil uma

aplicação em CDB demonstrou maior rentabilidade.

43

4.2 ANÁLISE DO RESULTADO DOS IMPACTOS TRIBUTÁRIOSNAS EMPRESAS DE LUCRO REAL

Na análise anterior foi identificado que a LCA é uma modalidade de aplicação

financeira que permite uma maior geração de recursos para o caixa da empresa.

Porém, também estaremos avaliando também o impacto econômico desta aplicação.

Considerando o resgate da aplicação no oitavo dia corrido a aplicação em

LCA também apresentou um menor impacto tributário, demonstrando um resultado

líquido superior em 48,07% das demais formas de aplicação em renda fixa,

conforme tabela 12.

Sem o IOF ocorrerá um aumento no valor de IR s/ rendimento de aplicação

financeira retido na fonte que poderá ser deduzido do valor de imposto de renda a

pagar da empresa no momento de apuração do resultado.

Ao comparar com as formas de aplicação financeira praticadas pelo Grupo

Águia Branca, a aplicação em LCA demonstrou um menor impacto até o oitavo dia

útil, conforme gráfico 03. Demonstrando que diferença de rentabilidade entre as

formas de aplicação de renda fixa e a LCA é o impacto do IOF sobre os

rendimentos.

4.3 ANÁLISE DO RESULTADO DOS IMPACTOS TRIBUTÁRIOSNAS EMPRESAS DE LUCRO PRESUMIDO

Ao estruturarmos os resultados na DRE, com o resgate no 8º dia corrido,

podemos concluir que a aplicação em LCA novamente apresentou ser mais rentável

e sofrer menor impacto tributário. Na tabela 14, é possível observar que o resultado

44

líquido da LCA nas empresas de lucro presumido é 476,92% superior ao resultado

das demais formas de aplicação em renda fixa. O fato do IOF não ser utilizado com

redutor da base de cálculo prejudica o resultado obtido.

O resultado líquido da LCA obtido na empresa de lucro presumido foi o

mesmo do encontrado empresa de lucro real.

Através do gráfico 04 é possível identificar que as aplicações em LCA são

mais rentáveis que as aplicações convencionais praticadas pelo Grupo Águia

Branca, para um período de até treze dias úteis, considerando o percentual de

rentabilidade das aplicações financeiras de 40% do CDI para LCA e rentabilidade

entre 99,50% e 101% do CDI para as demais aplicações. As aplicações

convencionais até o sétimo dia útil trazem prejuízos caso seja efetivado uma

aplicação e resgatada em um prazo igual ou inferior a este período.

45

CAPÍTULO 5

5 CONCLUSÕES

O dinheiro mantido em caixa não traz nenhum retorno à empresa.Com a

realização de um acompanhamento do planejamento financeiro é possível buscar

uma maior rentabilidade dos recursos excedentes de caixa. Porém, além de aplicar

os recursos é importante que seja avaliado os impactos tributários das formas de

aplicação financeira realizadas devido a elevada carga tributária brasileira.

Ao final deste estudo podemos concluir que as aplicações financeiras em

LCA, no curto prazo, permitem uma maior rentabilidade que as aplicações

financeiras de renda fixa e com baixo risco praticadas pelo Grupo Águia Branca

(CDB’s e Fundos de Renda Fixa), gerando desta forma maior riqueza para a

empresa e minimizando a perda de valor gerado pelos recursos excedentes de caixa

temporariamente ociosos.

As aplicações financeiras em LCA têm o prazo de rentabilidade maior nas

empresas de lucro presumido do que nas empresas de lucro real. O fato do IOF ser

considerado como despesa e não participar da dedução da base de cálculo do

imposto torna as aplicações convencionais ainda menos rentável nas empresas de

lucro presumido.

Nem sempre aplicar os excedentes de caixa no mercado financeiro é uma

boa alternativa para a empresa. Dependendo do prazo no qual o recurso excedente

de caixa ficar aplicado, nas empresas de lucro presumido foi possível identificar que,

para um prazo de até oito dias úteis não é viável realizar aplicação financeira de

46

renda fixa convencional em função do impacto do IOF na DRE. Neste caso, somente

as aplicações em LCA trazem rentabilidade para este período.

Nas empresas de lucro real sempre é rentável aplicar em renda fixa, o que

não acontece nas empresas de lucro presumido devido ao IOF não ser um fator

redutor da base de cálculo. Uma aplicação financeira em renda fixa, nas empresas

de lucro real, sempre proporciona rentabilidade para os sócios, embora a

rentabilidade seja menor que nas aplicações em LCA. O fato do IOF deduzir a base

de cálculo do IRPJ e CSL permite à empresa que tenha, ainda que pequena, alguma

rentabilidade. Outro fator relevante e que reduz o impacto tributário nas empresas de

lucro real é redução da base de cálculo do Imposto de Renda e CSLL pelas

despesas operacionais da empresas. Isto significa que existe a possibilidade de se

obter o rendimento de aplicações e ao mesmo tempo obter prejuízo fiscal, o que

permite desta forma, que a empresa recupere IR sobre o rendimento de aplicação

retido na fonte pelo banco.

Os recursos excedentes de caixa do Grupo Águia Branca podem ser

aplicados sem comprometer a liquidez dos recursos da empresa. Porém,

observando que a melhor forma de aplicação financeira dependerá de um

acompanhamento do fluxo de caixa da empresa e uma análise considerando o prazo

no qual o excedente ficará disponível, a proposta de rentabilidade dos recursos e o

regime de tributação da empresa.

As aplicações em LCA é uma opção para rentabilizar os recursos excedentes

de caixa que estarão ociosos e disponíveis em um curto espaço de tempo. Não

existindo a previsão de utilização do recurso financeiro pela empresa, principalmente

nas empresas de lucro real, a melhor alternativa é aplicar os recursos. Uma empresa

47

que possui disponível na conta corrente e não realiza investimentos contribui para a

perda de rentabilidade da empresa.

Por fim, é possível concluir que: i) a aplicação em LCA é a melhor alternativa

de rentabilidade para os recursos excedentes de caixa e temporariamente ociosos

tanto nas empresas de lucro real quanto nas empresas de lucro presumido enquanto

as demais formas de aplicação financeira tenha incidência de IOF; ii) Nas aplicações

com resgate em que haja incidência de IOF, as empresas de lucro presumido têm

um impacto tributário maior que nas empresas de lucro real; iii) Nem sempre é

vantajoso aplicar nas empresas de lucro presumido, devendo nas aplicações de

renda fixa (exemplo: CDB) uma permanência de no mínimo 8 dias úteis; iv)

independente do prazo e da forma de tributação (lucro real ou presumido) a LCA

sempre rentabiliza os recursos excedentes de caixa; e v) a melhor forma de

aplicação é o resultado de uma conjugação dos fatores: valor, taxa de rentabilidade,

tempo e tributos.

48

6 BIBLIOGRAFIA

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49

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50

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