Vir para Moçambique foi total dependência de Deus, pois não tínhamos

dinheiro para passagem aérea e também para itens qu e precisávamos comprar. Deus

levantou um irmão, que não nos conhecia, para dar o dinheiro integral das

passagens e também muitas outras pessoas para ofert ar nas nossas vidas. Vimos a

mão de Deus em cada detalhe e tivemos certeza de qu e realmente Ele nos queria em

Moçambique.

Aeroporto Internacional de Guarulhos

Chegamos na Vila de Inhaminga no dia 01/02 (quarta-feira) por volta das 22:30, após

29 horas de viagem (Brasil – África do Sul – Moçambique). Estávamos muito cansados e o

Leandro estava sentindo-se mal desde a cidade da Beira (onde chegamos de avião), com

coriza e dores no corpo. Durante os primeiros 10 dias ele passou mal, com dor no corpo e

na cabeça, diarréia, cólicas abdominais e febre. Ficamos preocupados, mas ele ficou bem,

graças a Deus. Toda a equipe da Afrika Wa Yesu nos acolheu muito bem, mostrando-se

preocupados com o Leandro e nos tranqüilizando quanto ao perigo da malária. Ficamos

em paz e confiamos no Senhor, porque sabemos que Ele está cuidando de nós!

Rotina diária

• Levantamos às 6h e tomamos café da manhã

• Oramos com toda a equipe, a qual é composta de moçambicanos, brasileiros, uma

romena, um norte americano e os líderes são de Zimbábue

• Participamos do devocional (das 7h às 8:15) com os alunos da escola bíblica (são 42

homens e 3 mulheres), onde há um período de louvor, adoração, oração e

compartilhar da Palavra (cada dia é uma pessoa diferente que compartilha)

• Fazemos nossas atividades ministeriais e trabalhos diversos até às 17h com intervalo

para o almoço

• Às quartas 6:45 há escola do espírito, onde temos um tempo de busca e ministração

sobre o Espírito Santo

• Às quintas-feiras 16h há célula com toda a equipe, onde os líderes compartilham a

Palavra através de ensino

• Aos sábados há culto de jovens na igreja Inhaminga Wa Yesu

• Aos domingos há culto em todas as igrejas da Afrika Wa Yesu

Missão Afrika Wa Yesu (África para Jesus)

Moçambique é um país marcado pela guerra civil que durou 16 anos,

acompanhada de fome e milhares de mortes, e também pela prática do curandeirismo.

Em meio à essa realidade, Rodney e Ellie saíram de Zimbábue e vieram para

Moçambique como missionários em 1981. Atualmente a missão possui duas bases:

Nacala (região norte do país) e Inhaminga (região central), onde ocorrem cursos bíblicos

e profissionalizantes. O objetivo é levantar líderes moçambicanos. Em Inhaminga isso

ocorre através da escola bíblica de 6 meses e do curso de líderes de 4 meses. A missão

trabalha com implantação de igrejas em diferentes zonas (bairros) de Inhaminga, as

quais estão no mato e por isso são muito afastadas da região central. A equipe realiza

trabalho de evangelismo no mato e quando muitas pessoas se convertem e passam a se

reunir, percebe-se a necessidade de implantar uma igreja. Então há o acompanhamento

dessa igreja e treinamento de líderes locais que possam pastoreá-la. As igrejas possuem

ministérios diversos. Há a igreja Inhaminga Wa Yesu que fica próxima da base e realiza

atualmente grupos de jovens, mães, grupos caseiros, entre outros.

Quem quiser mais informações pode acessar o site www.afrikawayesu.org

Escola Bíblica

Na primeira semana começamos a participar das aulas da escola bíblica

diariamente, para nos familiarizamos com os moçambicanos até nos encaixarmos em

algum trabalho ministerial. Foi uma ótima experiência, pois além de adquirirmos

conhecimento, ter contato com os alunos nos empolgou. Eles foram muito receptivos

conosco; alguns conversaram e outros ficaram tímidos, mas o fato de estarmos na sala

nos proporcionou contato com o português deles e também a forma como os professores

ensinam. Gostamos muito das aulas, todos os professores se expressam muito bem.

Ficamos felizes ao saber que a missão oferece todo o material para estudo e higiene

pessoal, porque provavelmente muitos alunos não teriam como fazer o curso se não

ganhassem tais itens.

Ministérios (jovens, mães e pré-escola)

Em Inhaminga o dialeto é o sena, apesar da língua oficial do país ser o português,

por isso sempre que ministramos precisamos de um moçambicano para traduzir.

Logo no início do mês nos envolvemos com o grupo de jovens . Fomos a reunião

geral que acontece todos os sábados a partir das 9h e ficamos surpresos pela grande

quantidade de jovens que estavam reunidos para buscar ao Senhor. Percebemos que

eles têm muita liberdade para orar, louvar, adorar, falar em línguas e isso nos tocou.

Desde então temos ido todos os sábados.

Durante a semana a Flávia participa juntamente com a missionária Dora e a

moçambicana Maria do grupo de jovens (meninas) . O grupo iniciou em fevereiro e tem

por objetivo proporcionar um ambiente de comunhão entre elas, para que possam

compartilhar seus problemas, dificuldades, alegrias, orar umas pelas outras e receber

aconselhamento. Os grupos ocorrem todas as terças às 15h e às quartas às 08:30. Num

dos encontros compartilhamos experiências individuais com Deus e agora estamos

incentivando-as a ter uma vida de devocional pessoal diária.

Grupo de

meninas às quartas

Todos os domingos às 18h estamos participando das programações evangelísticas

para os jovens. Nos últimos domingos contamos com aproximadamente 150 jovens! Tem

sido um momento muito precioso, com louvor, brincadeiras e ministrações.

A Flávia tem ido aos primeiros encontros do grupo de mães com outras mulheres

da equipe. As mães estão muito empolgadas em reunir-se para ter aconselhamento,

aprender receitas novas e também fazer visitas. Algo que marcou o coração da Flávia foi

quando uma das mães disse que acha muito importante as visitas, pois os vizinhos verão

como funciona o corpo de Cristo.

Nós dois já tivemos oportunidade de compartilharmos a palavra para os

moçambicanos no devocional dos alunos, na igreja Inhaminga Wa Yesu (num dos cultos

semanais) e também no sábado para os jovens. Foi uma ótima experiência, inclusive

sermos traduzidos. Sentimos Deus falar muito ao nosso coração sobre ter paixão por

Jesus, conhecê-Lo mais e buscar o Reino de Deus. Sempre encorajamos as pessoas a

terem anseio pela volta de Jesus porque será muito bom viver com Ele eternamente.

Devocional com os alunos da escola bíblica

Reunião geral de jovens (sábado)

Leandro ministrando com o tradutor

Visitas

O Pr. Mariano (moçambicano) nos convidou para acompanhá-lo em duas visitas.

Uma foi à família de um garoto de 10 anos que foi atropelado pelo trem e faleceu

instantaneamente, e a outra à casa de uma viúva, da igreja Inhaminga Wa Yesu, que tem

6 filhos e está passando por sérias dificuldades. Levamos mantimentos e utensílios

domésticos para a viúva. As visitas foram bem intensas, pois em ambos os casos havia

muito sofrimento e sentimos como se a nossa presença fosse trazer um pouco de

esperança. O Pr. Mariano orou pelas famílias e nós intercedemos também.

Casa da viúva

Visitamos a igreja no mato, na zona Chikuzire. Ficamos a manhã toda na igreja e

pudemos orar pelos irmãos enfermos. Participar de um culto numa igreja no mato logo no

início foi muito impactante para nós. A intensidade, a alegria, a busca que as pessoas

têm, mostram os bons frutos do trabalho da equipe da Afrika Wa Yesu. Nos sentimos

muito à vontade, principalmente para adorar e louvar a Deus.

Caminho para a igreja de Chikuzire

Momento de Louvor

Momento de ofertas

Oração pelos enfermos

Jovens da Igreja

Trabalho

Será inaugurada uma pré-escola na Casa Esperança no dia 05/03 para atender 50

crianças de 3 a 5 anos. A Flávia foi solicitada a compartilhar com os professores da pré-

escola o que sabe sobre alfabetização. Todas às segundas às 14:30 se reúne com eles.

A Flávia trabalhará diariamente das 9h às 12h no Jardim II, com crianças de 5 anos, e

terá como ajudante um moçambicano, o qual será treinado para assumir a sala

posteriormente.

Ao mesmo tempo, o Leandro foi encaminhado para refazer as instalações elétricas

(lâmpadas externas, internas e tomadas) na Casa Esperança. Durante todo o trabalho,

ele teve ajuda de um jovem moçambicano, o qual pode aprender mais sobre elétrica e se

desenvolver. O trabalho durou muitos dias, então uma amizade foi iniciada. Leandro tinha

conhecimentos teóricos, mas pouca prática e ao decorrer dos dias sentiu muito a graça

de Deus sobre a vida dele e do ajudante. O trabalho foi finalizado com excelência.

Mussa, o ajudante moçambicano

Enquanto os trabalhadores estão

na Casa Esperança, as crianças ficam

brincando no espaço externo. De vez

em quando aparecem na porta para

observar o trabalho que está sendo

realizado.

Saber que algumas dessas crianças irão estudar na pré-escola fortaleceu o

Leandro a desenvolver o trabalho e aplicar o máximo de excelência possível.

Saúde

Há um hospital em Inhaminga, o qual é muito precário. Não há médicos todos os

dias e há deficiência de medicamentos. Geralmente eles distribuem apenas paracetamol

para os enfermos. Lá também funciona a maternidade, na qual as mulheres realizam

somente parto natural. O Leandro acompanhou um dos pastores moçambicanos até o

hospital para ministrar, ouvir e orar pelos enfermos. Aqui há muito risco de malária, por

isso semanalmente ingerimos um comprimido contra a doença, o qual é fornecido pela

Afrika Wa Yesu. Além disso, diariamente comemos um dente de alho cada um, visto que

é um ótimo repelente natural.

Transporte

Costumamos pegar boléia (carona) com pessoas da equipe para nos

locomovermos até a igreja, a vila ou qualquer lugar que precisamos ir. Percebemos que

para o trabalho aqui é necessário pelo menos uma bicicleta para lugares próximos e uma

moto para mais distantes. Há dias em que não temos carona e os lugares são distantes

para ir a pé, e isso gasta muito tempo.

Moradia

Estamos morando na casa onde há a escola bíblica da Afrika Wa Yesu, num

quarto privativo com banheiro. O lugar é muito quente e nos primeiros dias mal

conseguíamos ficar dentro da casa devido ao calor intenso. Devido ao perigo do

mosquito da malária dormimos com mosquiteiros.

Alimentação

Temos a cozinha da casa onde moramos disponível para o preparo da comida,

porém é compartilhada com os visitantes que passam por aqui.

Não há mercado convencional em Inhaminga, por isso as compras são realizadas

num supermercado na cidade de Beira, que fica a 186 km, o caminho é uma estrada de

terra em condições precárias e por isso gasta-se de 4 a 5 horas para chegar.

Conhecemos a Vila de Inhaminga na primeira semana e fizemos as primeiras

compras de frutas, legumes e temperos no mercado. Todos os comerciantes vendem

seus produtos ao ar livre, numa área específica para comércio. Há muita sujeira e alguns

alimentos, tais como peixe, são expostos sem nenhuma higiene. Encontra-se também

carne de cabrito e de frango, as quais são vendidas pelos criadores de tais animais.

Há poucas frutas, legumes e verduras nesse mercado, o que mais encontramos é

côco e banana, mandioca, tomate, abóbora, repolho branco, massaroca (milho verde),

folha de feijão, cebola e alho. Os moçambicanos costumam ter machamba (horta) e a

plantação típica é massaroca, geralmente as mulheres e crianças é que cuidam.

Na nossa primeira ida a vila, como era de se esperar, muitos olhares nos cercaram

e mostravam-se curiosos em saber quem éramos. Três garotas de aproximadamente 7

anos se aproximaram da Flávia e fizeram questão de tocá-la e deram muita risada. Andar

no meio do povo foi muito bom, poder cumprimentar algumas pessoas e mostrar

proximidade nos fez bem.

Mercado da Vila Inhaminga

Venda de óleo de cozinha em sacolinhas para quem nã o pode comprar o litro

Legumes expostos para venda

Venda de grãos (feijão, amendoim, milho)

Comércio de roupas, calçados e utensílios doméstico s

Venda de bicicletas, material escolar e outros

OBS: Os comerciantes trazem os objetos da cidade da Beira e revendem

num preço quase inacessível para os moradores. Além disso, muitas roupas

vendidas são fruto de doação de outros países, os q uais enviam para serem

doadas para a população, mas os comerciantes retira m no porto e vendem.

Equipe

Fomos muito bem recebidos por todos da equipe e estamos tendo muita comunhão

com algumas pessoas. Os líderes da missão priorizam tempo de oração coletiva e

comunhão através das refeições. Aos poucos estamos conhecendo melhor cada. Tem sido

muito precioso estar com eles.

Dificuldades

• Nos deparamos com uma urgência inesperada para tirar o DIRE, documento que

nos permite permanecer por 1 ano no país. O custo era de R$2400,00 e não

tínhamos esse dinheiro. Mandamos e-mail para algumas pessoas e graças ao

Senhor muitas pessoas nos abençoaram e pudemos fazer o documento na

cidade da Beira, o qual ficará pronto no dia 10/03. Louvado seja o Senhor que

tocou no coração dessas pessoas!!

• Tivemos problemas com os nossos eletrônicos, principalmente para conectar a

internet, a qual é discada via celular, mas isso foi resolvido com a ajuda de outro

missionário. Porém, o nosso HD externo não está funcionando e havíamos

comprado no Brasil para arquivar fotos e vídeos daqui. O lap top também não

está em boas condições, já tem muito tempo de uso, tem pouca memória, pouco

espaço no HD e o leitor de CD/DVD parou de funcionar.

Deus tem falado aos nossos corações e proporcionado experiências individuais e

coletivas com Ele. Os momentos de comunhão com as pessoas tem nos fortalecido.

Podemos dizer que o tempo aqui está sendo único e cremos que Deus tem muito mais!

A Igreja do Nazareno de Americana se comprometeu em enviar dinheiro para o

nosso sustento mensal e tem cumprido o compromisso. Quando nos deparamos

com situações inesperadas contamos com ofertas de a migos e irmãos que queiram

estar conosco nessa missão.

Banco do Brasil Agência: 0319-0 Conta Corrente: 3 7.672-8

Leandro Ferraz de Campos CPF: 342.402.148-23

Contato: ferrazlf.missoes@gmail.com Celular: (00248) 845319707