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www.didatikaconcursos.com.br LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA SUMÁRIO Aula 1-Seguridade social. 1.1 Origem e evolução legislativa no Brasil. 1.2 Conceituação. 1.3 Organização e princípios constitucionais. Aula 2-Legislação Previdenciária. 2.1 Conteúdo, fontes, autonomia. 2.2 Aplicação das normas previdenciárias. 2.2.1 Vigência, hierarquia, interpretação e integração. 2.3 Orientação dos Tribunais Superiores. Aula 3-Regime Geral de Previdência Social. 3.1 Segurados obrigatórios. 3.2 Filiação e inscrição. 3.3 Conceito, características e abrangência: empregado, empregado doméstico, empresário, contribuinte individual, trabalhador avulso, segurado especial. 3.4 Segurado Facultativo: conceito, características, filiação e inscrição. 3.5 Trabalhadores Excluídos do Regime Geral. Aula 4-Empresa e Empregador Doméstico: conceito previdenciário. Aula 5-Financiamento da Seguridade Social. 5.1 Receitas da União. 5.2 Receitas das contribuições sociais: dos segurados, das empresas, do empregador doméstico, do produtor rural, do clube de futebol profissional, sobre a receita de concursos de prognósticos, receitas de outras fontes. 5.3 Salário-de-contribuição. 5.3.1 Conceito. 5.3.2 Parcelas Integrantes; 5.3.3 Parcelas não-integrantes; 5.3.4 Proporcionalidade.

Legislação previdenciária

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LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

SUMÁRIO

Aula 1-Seguridade social.

1.1 Origem e evolução legislativa no Brasil.

1.2 Conceituação.

1.3 Organização e princípios constitucionais.

Aula 2-Legislação Previdenciária.

2.1 Conteúdo, fontes, autonomia.

2.2 Aplicação das normas previdenciárias.

2.2.1 Vigência, hierarquia, interpretação e integração.

2.3 Orientação dos Tribunais Superiores.

Aula 3-Regime Geral de Previdência Social.

3.1 Segurados obrigatórios.

3.2 Filiação e inscrição.

3.3 Conceito, características e abrangência: empregado, empregado

doméstico, empresário, contribuinte individual, trabalhador avulso, segurado

especial.

3.4 Segurado Facultativo: conceito, características, filiação e inscrição.

3.5 Trabalhadores Excluídos do Regime Geral.

Aula 4-Empresa e Empregador Doméstico: conceito previdenciário.

Aula 5-Financiamento da Seguridade Social.

5.1 Receitas da União.

5.2 Receitas das contribuições sociais: dos segurados, das empresas,

do empregador doméstico, do produtor rural, do clube de futebol

profissional, sobre a receita de concursos de prognósticos, receitas de

outras fontes.

5.3 Salário-de-contribuição.

5.3.1 Conceito.

5.3.2 Parcelas Integrantes;

5.3.3 Parcelas não-integrantes;

5.3.4 Proporcionalidade.

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5.4 Arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à

seguridade social.

5.4.1 Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal.

5.4.2 Obrigações da empresa e demais contribuintes.

5.4.3 Prazo de recolhimento.

5.4.4 Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização monetária.

5.4.5 Obrigações acessórias.

Aula 6-Exame da contabilidade.

6.1 Prerrogativa do INSS.

6.2 Inscrição de ofício.

6.3 Aferição indireta.

Aula 7-Responsabilidade solidária: conceito, natureza jurídica e características.

7.1 Aplicação na construção civil, na cessão de mão-de-obra e em grupo

econômico.

Aula 8-Notificação fiscal de lançamento de débito.

Aula9-Parcelamento de contribuições e demais importâncias devidas à

seguridade social.

Aula 10-Decadência e Prescrição.

Aula 11-Restituição e compensação de contribuições.

Aula 12-Isenção de contribuições: requisitos, manutenção e perda.

Aula 13-Matrícula da empresa.

Aula 14-Prova de inexistência de débito.

Aula 15-Crimes contra a Previdência Social; Lei nº9.983/2000.

Aula 16-Infrações à legislação previdenciária.

Aula 17-Recurso das decisões administrativas.

Aula 18-Dívida ativa: inscrição e execução judicial.

Aula 19-Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das

Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES: Lei nº9.317/96).

Aula 20-Plano de Benefícios da Previdência Social: beneficiários, espécies de

prestações, benefícios, períodos de carência.

Aula 21-Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de segurado.

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1- Seguridade Social

Origem e Evolução Legislativa

Constituição de 1824

Na Constituição de 1824, a única disposição pertinente à seguridade social é a do artigo 179, em que se preconizava a constituição dos socorros públicos(XXXI). O Ato Adicional de 1834, em seu artigo 10, estipulava a competência das Assembléias Legislativas para legislar sobre as casas de socorros públicos, conventos etc., que foram instituídos pela Lei nº 16, de 12 de agosto de 1934.

O Montepio Geral dos Servidores do Estado (Mongeral) apareceu em 22 de junho de 1835, sendo a primeira entidade privada a funcionar no país. Tal instrumento legal é anterior à lei austríaca, de 18445, e à lei alemã, de 1883. Previa um sistema típico do mutualismo (sistema por meio do qual várias pessoas se associam e vão se cotizando para a cobertura de certos riscos, mediante a repartição dos encargos com todo o grupo). Contém a maior parte dos institutos jurídicos securitários existentes nas modernas legislações e foi concebido muito tempo antes da Lei Eloy Chaves.

O Código Comercial de 1850 já previa no art. 79 que "os acidentes imprevistos e inculpados, que impedirem aos prepostos o exercício de suas funções não interromperão o vencimento de seu salário, contando que a inabilitação não exceda três meses contínuos".

O Regulamento nº 737, de 25-11-1850, assegurava aos empregados acidentados no trabalho os salários por no máximo três meses.

O Decreto nº 2.711, de 1860, regulamentou o financiamento de montepios e sociedades de socorros mútuos.

O Decreto nº 3.397, de 24-11-1888, criou a Caixa de Socorro para o pessoal das estradas de ferro do Estado. O Decreto nº 9.212, de 26-3-1889, estatuiu o montepio obrigatório para os empregados dos Correios. O Decreto nº 10.269, de 20-7-1889, estabeleceu um fundo especial de pensões para os trabalhadores das Oficinas da Imprensa Régia.

Constituição de 1891

A Constituição de 1891 foi a primeira a conter a expressão "aposentadoria" Determinou que a "aposentadoria só poderá ser dada aos funcionários públicos em caso de invalidez no serviço da Nação" (art. 75). Na verdade, o benefício

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era realmente dado, pois não havia nenhuma fonte de contribuição para o financiamento de tal valor.

Nas Disposições Transitórias estipulava-se ao Imperador Dom Pedro uma pensão, a contar de 15 de novembro de 1889, durante toda sua vida, que seria fixada pelo Congresso Ordinário (art. 7º).

O Decreto Legislativo nº 3.724, de 15-1-1919, estabelecia maiores pormenores sobre acidentes no trabalho.

A Lei Eloy Chaves (Decreto legislativo nº 4.682, de 24-1-1923)foi a primeira a instituir no Brasil a previdência social, com a criação de Caixas de Aposentadorias e Pensões para os ferroviários de nível nacional. Tal fato ocorreu em função das manifestações gerais dos trabalhadores da época e da necessidade de apaziguar um setor estratégico e importante da mão-de-obra daquele tempo. Previa os benefícios de aposentadoria por invalidez, a ordinária (equivalente à aposentadoria por tempo de serviço), pensão por morte e assistência médica.

A referida lei destinou-se a estabelecer em cada uma das empresas de estrada de ferro existentes no país, uma Caixa de aposentadoria e de pensões para os respectivos empregados.

A Emenda Constitucional de 1926, de 3 de setembro, estabeleceu por meio do § 29 do art. 54 que o Congresso Nacional estava autorizado a "legislar sobre licença, aposentadoria e reformas, não se podendo conceder, nem alterar, por lei especiais".

O Decreto nº 20.465, de 1º-10-1931, reformulou a legislação das Caixas. Estas na época já eram extensivas a outros serviços públicos, como aos telégrafos, água, portos, luz etc.

A partir de 1930, época da revolução, o sistema previdenciário deixou de ser estruturado por empresa, passando a abranger categorias profissionais.

Em 29-6-1933, por intermédio do Decreto nº 22.872, foi criado o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Marítimos (IAPM), que foi seguido por outros institutos de aposentadorias e pensões, sempre estruturados por categorias profissionais e não mais por empresas.

O Decreto-lei nº 3.832, de 18-11-1941, veio a dispor sobre a situação dos armadores de pesca e dos pescadores e indivíduos empregados em profissões conexas com a indústria da pesca, pertencendo estas pessoas também, para efeito de benefícios previdenciários, ao IAPM.

O Decreto nº 24.273, de 22-5-1934, criou o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC).

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O Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB) foi criado pelo Decreto nº 24.615, de 9-6-1934, sendo destinado aos empregados de bancos ou de casas bancárias, mas servia apenas para os trabalhadores subordinados.

Constituição de 1934

A Constituição mantinha a competência do Poder Legislativo para instituir normas sobre aposentadorias (art. 39, inciso 8, item d); fixava a proteção social 8ao trabalhador (art. 121). A alínea h, do § 1º do art. 121 tratava da "assistência médica e sanitária ao trabalhador e à gestante, assegurando a esta descanso, antes e depois do parto, sem prejuízo do salário e do emprego, e instituição de previdência, mediante contribuição igual da União, do empregador e do empregado, a favor da velhice, da invalidez, da maternidade e nos casos de acidentes de trabalho ou de morte".

A Lei Fundamental de 1934 já estabelecia a forma tríplice de custeio: ente público, empregado e empregador, sendo obrigatória a contribuição.

O § 3º, do art. 170, previa aposentadoria compulsória para os funcionários públicos que atingissem 68 anos de idade. Assegurava-se ao funcionário público aposentadoria por invalidez, com salário integral, para quem tivesse no mínimo trinta anos de trabalho (art. 170, § 4º). O funcionário público acidentado tinha direito a benefícios integrais (art. 170, § 6º). O § 7º di art. 170 já apontava o princípio de que "os proventos da aposentadoria ou jubilação não poderão exceder os vencimentos da atividade".

A Lei nº 367, de 31-12-1936, cria o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI). Os empregados DA indústria podiam se inscrever facultativamente. Eram excluídos do sistema as atividades industriais exclusivamente familiares: "onde não haja empregados e empregadores definidos". (art. 2º e parágrafo único).

Constituição de 1937

A Carta Política de 1937 emprega muito a expressão "seguro social", em vez de previdência social.

O Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes de Cargas (IAPETC) foi criado pelo Decreto-lei nº 775, de 7-10-1938. Estavam também incluídos neste sistema os trabalhadores avulsos em carga e descarga; os estivadores; os conferentes, consertadores e separadores de carga; e os condutores profissionais de veículos terrestres.

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Constituição de 1946

Nesta Constituição surge pela primeira vez a expressão "previdência social", desaparecendo a expressão antes em voga: "seguro social".

O inciso XVI do art. 157 consagrava a "previdência, mediante contribuição da União, do empregador e do empregado, em favor da maternidade e contra as conseqüências da doença, da velhice, da invalidez e da morte".

A Lei nº 3.807, de 26-8-1960, Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), veio a padronizar os sistema assistencial. Ampliou os benefícios, tendo surgido vários auxílios, como auxílio-maternidade, auxílio-funeral e auxílio-reclusão, e ainda estendeu a área de assistência social a outras categorias profissionais.

O Decreto-lei nº 72, de 21-11-1966, unifica os institutos de aposentadorias e pensões, centralizando a organização previdenciária no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que foi realmente implantado em 2-1-1967.

Constituição de 1967

A Constituição de 1967, de 24-1-1967, que entrou em vigor em 15-3-1967 (art. 189), não inovou em matéria previdenciária em relação à Constituição de 1946. O art. 158 repete praticamente as mesmas disposições do art. 157 da Lei Magna de 1946. O § 1º do art. 158 repete o principio da precedência da fonte de custeio. Trata-se do benefício do seguro-desemprego (158, XVI), que posteriormente foi regulamentado pela Lei nº 4.923, de 1965, com o nome de auxílio-desemprego. Assegura-se a aposentadoria à mulher aos trinta anos de trabalho, com o salário integral (inciso XX do art. 158).

Emenda Constitucional nº 1, de 1969

A Emenda Constitucional nº 1, de 17-1-1969, que entrou em vigor em 30-10-1969, também não apresentou alterações substanciais em relação à Constituição de 1946 e a de 1967, repetindo praticamente a Constituição de 1967.

A Lei nº 6.195, de 19-1-1974, cria a infortunística rural.

A Lei nº 6.439, de 1º-7-1977, instituiu o SINPAS (Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social) tendo como objetivo a reorganização da Previdência Social.

Constituição de 1988

A Constituição de 1988 foi promulgada em 5 de outubro de 1988, tendo todo um capítulo que trata da Seguridade Social (art. 194 a 204). Com a Lei nº 8.029,de 12-4-1990, e do Decreto nº 99.350, de 27-6-1990, foi criado o INSS

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(Instituto Nacional de Seguro Social), autarquia federal vinculada ao então Ministério do Trabalho e Previdência Social, mediante a fusão do IAPAS( Instituto de Administração Financeira da Previdência Social) com o INPS(Instituto Nacional da Previdência Social).

Conceituação

Podemos conceituar a Seguridade Social como um conjunto de princípios, normas e instituições, integrado por ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

A palavra conjunto revela que a Seguridade Social é composta de várias partes organizadas, formando um sistema.

Contém a seguridade Social princípios, que são colocações genéricas das quais derivam as demais normas. Com o conhecimento dos princípios da Seguridade Social, nota-se um tratamento científico dado à disciplina, justificando, também, sua autonomia.

Tem o Direito da Seguridade Social inúmeras normas que versam sobre a matéria. A maioria delas está contida nas Leis nº 8.212 e 8.213/91 e suas alterações.

No Direito da Seguridade Social não existe apenas um conjunto de princípios e normas, mas também de instituições, de entidades, que criam e aplicam o referido ramo do Direito. Nas mãos do Estado está centralizado todo o sistema de seguridade social, que organiza o custeio do sistema e concede os benefícios e serviços. O órgão incumbido dessas determinações é o INSS, autarquia subordinada ao Ministério da Previdência e Assistência Social.

Não é apenas o Poder Público que vai participar do sistema da seguridade social, mas toda a sociedade, por intermédio de um conjunto integrado de ações de ambas as partes envolvidas. É claro que eventuais insuficiências financeiras ficarão a cargo da União, porém isso não desnatura a participação de todas as pessoas.

O Estado, portanto, vai atender às necessidades que o ser humano vier a ter nas adversidades, dando-lhe tranqüilidade quanto ao presente e, principalmente, quanto ao futuro, mormente quando o trabalhador tenha perdido a sua remuneração, de modo a possibilitar um nível de vida aceitável.

Evidencia-se que as necessidades citadas são sociais, pois desde que não atendidas irão repercutir sobre outras pessoas e, por conseqüência, sobre a sociedade inteira. A OIT também entende que a Seguridade Social é parte da proteção social como um todo.

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A Seguridade Social visa, portanto, a amparar os segurados nas hipóteses em que não possam prover suas necessidades e as de seus familiares, por seus próprios meios.

Organização e princípios constitucionais

ORGANIZAÇÃO

A Seguridade Social engloba um conceito amplo, abrangente, universal, destinado a todos que dela necessitem, desde que haja previsão na lei sobre determinado evento a ser coberto. É, na verdade, o gênero do qual são espécies a Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde.

A Previdência Social vai abranger, em suma, a cobertura de riscos decorrentes de doença, invalidez, velhice, desemprego, morte e proteção à maternidade mediante contribuição, concedendo aposentadorias, pensões etc.

A Assistência Social irá tratar de atender os hipossuficientes, destinando pequenos benefícios a pessoas que nunca contribuíram para o sistema (ex.: renda mensal vitalícia).

A Saúde pretende oferecer uma política social e econômica destinada a reduzir riscos de doença e outros agravos, proporcionando ações e serviços pra a proteção e recuperação do indivíduo.

PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL

INTRODUÇÃO

Sendo um ramo específico do Direito, a Seguridade Social também tem princípios próprios.

O princípio de uma estrada é o seu ponto de partida, ensinam os juristas.

Alguns princípios da Seguridade Social têm natureza internacional, contidos em muitas legislações, além de serem básicos, como o da universalidade, da suficiência das prestações e da solidariedade.

Podemos mencionar que certos princípios de Direito, apesar de não serem especificamente de Direito da Seguridade Social, serão aplicáveis a esta disciplina, como os da igualdade, da legalidade e do direito adquirido.

Reza o caput do art. 5º da Constituição que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza..." A regra da igualdade consiste senão em aquinhoar desigualmente os desiguais, na medida em que sejam desiguais. Nessa desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se

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acha a verdadeira lei da igualdade. Tratar como desiguais a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real.

Dispõe o art. 5º,II, da Lei Fundamental que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei". É o que se denomina de princípio da legalidade, da reserva legal. A menção ao termo lei deve ser compreendida como sendo norma proveniente do Poder Legislativo, pois é comum a expedição pelo Poder Executivo de portarias, ordens de serviços, decretos etc., que não podem ser considerados como leis. Só haverá a obrigação de pagar determinada contribuição previdenciária ou a concessão de determinado benefício da Seguridade Social, se houver previsão em lei. Inexistindo esta não há obrigação de contribuir, nem direito a certo benefício.

Quanto ao direito adquirido (art. 5º, XXXVI, da Lei Maior), há significativa importância na Previdência Social, principalmente no que diz respeito às aposentadorias. O segurado adquire direito à aposentadoria no momento em que reúne todos os requisitos necessários a obtê-la.

SOLIDARISMO

A República Federativa do Brasil tem como objetivo fundamental: "construir uma sociedade livre, justa e solidária" (art. 3º,I).Aplicado este preceito à Seguridade Social vamos encontrar que aqueles que têm melhores condições financeiras devem contribuir com uma parcela maior para financiar a Seguridade Social. Ao contrário, os que têm menores condições de contribuir devem ter uma participação menor no custeio da Seguridade Social, de acordo com suas possibilidades, mas não podendo deixar de contribuir. Sendo assim, vai se formando a cotização de cada uma das pessoas envolvidas pela Seguridade Social para a constituição do numerário visando a concessão dos seus benefícios.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

O parágrafo único do art. 194 do Estatuto Supremo determina ao Poder Público, no caso o federal, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base em objetivos, que poderíamos dizer que são os verdadeiros princípios da Seguridade Social: universalidade da cobertura e do atendimento; uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços; irredutibilidade do valor dos benefícios; eqüidade na forma de participação no custeio; diversidade da base de financiamento; caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação da comunidade, em especial dos trabalhadores, empresários e aposentados.

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Universalidade da Cobertura e do Atendimento

No nosso sistema, tem a Seguridade Social como postulado básico a universalidade, ou seja: todos os residentes no país farão jus a seus benefícios, não devendo existir distinções.

A universalidade de cobertura deve ser entendida como a necessidade daquelas pessoas que forem atingidas por uma contingência humana, seja a impossibilidade de retornar ao trabalho, a idade avançada, a morte etc. Já a universalidade do atendimento refere-se às contingências que serão cobertas, não às pessoas envolvidas, ou seja, as adversidades ou acontecimentos em que a pessoa não tenha condições próprias de renda ou de subsistência.

Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações Urbanas e Rurais

A Constituição disciplina a uniformidade e equivalência de benefícios e serviços às populações urbanas e rurais, quando deveria ser para todo o sistema, inclusive para os servidores civis, militares e congressistas, mas estes possuem outro regime.

Com a Lei nº 8.213/91 foram instituídos benefícios aos trabalhadores urbanos e rurais, sem qualquer distinção.

Seletividade e Distributividade na Prestação de Benefícios e Serviços

A seleção das prestações vai ser feita de acordo com as possibilidades econômico-financeiras do sistema da seguridade social.

Irredutibilidade do Valor dos Benefícios

O poder aquisitivo dos benefícios não pode ser onerado. A forma de correção dos benefícios previdenciários vai ser feita de acordo com o preceituado na lei.

No seio da Assembléia Constituinte houve muita preocupação com a redução dos benefícios previdenciários, pois no decorrer dos anos o beneficiário vinha perdendo o poder aquisitivo que tinha quando se aposentou. A legislação salarial, ou correção do salário mínimo, nunca implicou a preservação real dos benefícios previdenciários. Nem a atual lei de benefícios (Lei nº 8.213) irá proporcionar a manutenção do poder aquisitivo real dos benefícios, pois perdas salariais ocorrem costumeiramente.

Eqüidade na Forma de Participação no Custeio

A Constituição não criou uma única fonte de custeio, que facilitaria sobremaneira a fiscalização.

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Apenas aqueles que estiverem em iguais condições contributivas é que terão que contribuir da mesma forma.

Diversidade da Base de Financiamento

A Constituição já prevê diversas formas do financiamento da seguridade social, por meio da empresa, dos trabalhadores, dos entes públicos e dos concursos de prognósticos (art. 195, I a III). Como menciona o art. 195, caput, da Lei Maior a seguridade social será financiada por toda a sociedade.

Caráter Democrático e Descentralizado na Gestão Administrativa

A Constituição dispõe que os trabalhadores, os empresários e os aposentados participarão da gestão administrativa da seguridade social que terá caráter democrático e descentralizado.

Tal regra confirma o que já estava normatizado no art. 10 da Lei Fundamental, em que os trabalhadores e empregadores teriam participação nos colegiados dos órgãos em que se discutam ou haja deliberação sobre questões previdenciárias.

Tríplice Forma de Custeio

O custeio da seguridade social será feito de forma tríplice: pelos entes públicos (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios), pelos empregadores e pelos trabalhadores (art. 195, I a III da Constituição). Todos, portanto, devem participar do custeio do sistema, de acordo com a forma preconizada em lei.

Preexistência do Custeio em Relação ao Benefício ou Serviço

O princípio da precedência do custeio em relação ao benefício ou serviço surge com a Emenda Constitucional nº 11, fr f31-3-1965, ao acrescentar o § 2º ao art. 157 da Constituição de 1946, com a seguinte redação "nenhuma prestação de serviço de caráter assistencial ou de benefício compreendido na previdência social poderá ser criada, majorada ou estendida sem a correspondente fonte de custeio total". Nota-se que o dispositivo constitucional mencionava não só benefício da previdência social, mas também serviço de caráter assistencial. Assim, mesmo na assistência social, para a prestação de um serviço, havia necessidade da precedência do custeio.

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2- Legislação Previdenciária

Conteúdo, Fontes e Autonomia

Conteúdo

A legislação previdenciária adquiriu seus próprios conteúdos com o advento da Carta Magna de 5/10/88. No ensinamento de Moacyr Velloso Cardoso de Oliveira encontramos quanto ao Direito Previdenciário: “Conjunto de princípios e normas jurídicas destinados a proteger os que exercem atividade remunerada e seus dependentes, em certos casos toda a população, nos eventos previsíveis de suas vidas geradores de necessidades vitais, mediante uma organização criada pelo Estado, tendo como base econômica um sistema de seguro obrigatório, visando à realização da Justiça Social.”

Fontes

As fontes poder ser Formais ou Materiais.

Materiais: Fatos Sociais e Clamor da Sociedade

Formais:

a) devem ser primeiramente consideradas todas as espécies normativas constantes no art. 59 da Constituição Federal; b) Leis nos 8.212 e 8.213, de 1991; c) Decreto nº 3.048, de 6/5/99; d) Portarias; e) Resoluções; f) Ordens de Serviço; g) Instrução Normativa; h) Orientação Normativa; i) Enunciados do Conselho de Recursos da Previdência Social; j) A Jurisprudência dos Tribunais Superiores: enunciados e súmulas, acórdãos nas ações diretas de declaração de inconstitucionalidade (ADIns – STF). Para o ponto de fontes, interessa-nos as formais, pois, compõem o direito positivo, normas jurídicas de produção estatal que compõem a legislação previdenciária.

Autonomia do Direito da Seguridade Social

Duas teorias informam a autonomia do Direito da Seguridade Social. A primeira, teoria monista, entende que a Seguridade Social está dentro do âmbito do Direito do Trabalho, sendo mero apêndice deste. A segunda, denominada teoria dualista, dispõe que há autonomia do Direito da Seguridade Social, mostrando que esse ramo do Direito não se confunde com o Direito do Trabalho.

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José Martins Catharino (1981:227) entende que não há autonomia, mas um precário direito da seguridade social, que não se afasta do quadro geral do Direito do Trabalho; pondera que o direito previdenciário já alcança notável desenvolvimento, que vai se tornando gradativamente disciplina autônoma, com objeto próprio.

A Emenda Constitucional nº 1, de 1969, já previa no art. 165 várias disposições previdenciárias, o que mostra que o Direito da Seguridade Social vinha se desdobrando do Direito do Trabalho, mas tal norma não fazia distinção entre direitos trabalhistas e previdenciários, que eram englobados em vários incisos daquele artigo.

Vários doutrinadores, porém, já entendiam pela plena autonomia da previdência social em relação ao Direito do Trabalho, como Arnaldo Süssekind, Antonio F. Cesarino Júnior, Mozart Victor Russomano, Moacir Velloso Cardoso de Oliveira etc.

A Constituição de 1988, no entanto, acabou com tal celeuma, ao estatuir um capítulo próprio para a seguridade social (Capítulo II), incluído no Título VIII ("Da Ordem Social"), no qual constam várias disposições sobre seguridade social, abrangendo a previdência social, assistência social e saúde (arts. 194 a 204), tornando-o totalmente desvinculado do Direito do Trabalho, que teve suas determinações incluídas no Capítulo II ("Dos Direitos Sociais") do Título II ("Dos Direitos e Garantias Fundamentais"), no art. 7º.

Segundo Alfredo Rocco(1928:72)para caracterizar a autonomia de uma ciência é mister que: a. ela seja bastante vasta a ponto de merecer um estudo de conjunto, adequado e particular; b. ela contenha doutrinas homogêneas dominadas por conceitos gerais comuns e distintos dos conceitos gerais que informam outras disciplinas; possua método próprio, empregando processos especiais para o conhecimento das verdades que constituem objeto de suas investigações.

Hoje a Seguridade Social possui um número suficientemente grande de normas. Partindo-se da Lei Eloy Chaves, observam-se várias disposições que versam sobre a matéria: Lei nº 3.807/60 (Lei Orgânica da Previdência Social -LOPS, etc.

Aplicação das normas previdenciárias

Havendo duas ou mais normas sobre a mesma matéria começa a surgir o

problema de qual delas deva ser aplicada.

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VIGÊNCIA

As contribuições sociais SOMENTE PODERÃO SER EXIGIDAS após

o decurso de 90 dias da publicação da lei que as instituir ou

modificar;

Relativamente aos benefícios, admite-se a incidência da norma mais

favorável, trazida pela lei nova. Trata-se da retroação benéfica, que

só pode abranger, todavia, os fatos pendentes (as situações ainda

não resolvidas juridicamente).

VIGÊNCIA NO ESPAÇO: Prevalece, nesse âmbito, o princípio da

territorialidade. A legislação previdenciária

estende-se pelo território brasileiro, não

alcançando outros países.

Mas pode, em certos casos, extrapolar as nossas fronteiras, como

sucede em relação a brasileiros que trabalham no exterior para

sucursal ou agência de empresa nacional, ou com empresas

brasileiras domiciliadas no exterior.

HIERARQUIA

A hierarquia entre as normas somente vai ocorrer quando a validade de

determinada norma depender de outra, na qual esta vai regular inteiramente a

forma de criação da primeira norma. É certo que a Constituição é

hierarquicamente superior às demais normas, pois o processo de validade

destas é regulado pela primeira. Abaixo da Constituição encontram-se os

demais preceitos legais, cada qual com campos diversos: leis complementares,

leis ordinárias, decretos-leis(nos períodos em que existiram), medidas

provisórias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções. Não há dúvida

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que os decretos são hierarquicamente inferiores às primeiras normas, até

porque não são emitidos pelo Poder Legislativo, mas pelo Poder Executivo.

Após os decretos encontramos normas internas da Administração, como

portarias, circulares, ordens de serviço etc., que são hierarquicamente

inferiores aos decretos.

INTERPRETAÇÃO

A interpretação decorre da análise da norma jurídica que vai ser aplicada aos

casos concretos. Várias são as normas de interpretação da norma jurídica:

gramatical ou literal (verba legis): consiste em verificar qual o sentido

do texto gramatical da norma jurídica. Vai se analisar o alcance das

palavras encerradas no texto da lei;

lógica (mens legis): em que se estabelece uma conexão entre os vários

textos legais a serem interpretados;

teleológica ou finalística: a interpretação será dada ao dispositivo legal

de acordo com o fim colimado pelo legislador;

sistemática: a interpretação será dada ao dispositivo legal de acordo

com a análise dos sistema, no qual está inserido, sem se ater a

interpretação isolada de um dispositivo, mas, sim, ao conjunto;

extensiva ou ampliativa onde dá-se um sentido mais amplo à norma a

ser interpretada do que ele normalmente teria;

restritiva ou limitativa: dá-se um sentido mais restrito, limitado, à

interpretação da norma jurídica;

histórica: o Direito decorre de um processo evolutivo. Há necessidade

de se analisar, na evolução histórica dos fatos, o pensamento do

legislador não só à época da edição da lei, mas de acordo com sua

exposição de motivos, mensagens, emendas, as discussões

parlamentares etc. O Direito, portanto é uma forma de adaptação do

meio em que vivemos em função da evolução da natureza das coisas;

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autêntica: é a realizada pelo órgão que editou a norma que irá declarar

seu sentido, alcance, conteúdo, por meio de outra norma jurídica.

Também é chamada de interpretação legal ou legislativa.

Inexiste apenas uma interpretação a ser feita, mas deve-se seguir os métodos

de interpretação mencionados nas alíneas de a à h supra. Muitas vezes, a

interpretação literal do preceito legal, ou a interpretação sistemática (ao se

analisar o sistema no qual está inserida a lei, em seu conjunto) é que dará a

melhor solução ao caso concreto a ser examinado.

No Direito da Seguridade Social vamos encontrar a aplicação da norma mais

favorável ao segurado na interpretação do texto legal, que muitas vezes é

disciplinada pela própria lei. Normalmente na legislação ordinária,

principalmente quanto aos benefícios, costuma-se encontrar a expressão "o

que for mais vantajoso" para o beneficiário.

INTEGRAÇÃO

Integrar tem o significado de completar, inteirar. O intérprete fica autorizado a

suprir as lacunas existentes na norma jurídica por meio da utilização de

técnicas jurídicas. As técnicas são a analogia e a eqüidade, podendo ser

utilizados também os princípios gerais de Direito e a doutrina.

EFICÁCIA

A eficácia da norma jurídica pode ser dividida em relação ao tempo e ao espaço.

Eficácia no Tempo

A eficácia no tempo refere-se à entrada da lei em vigor. Normalmente, as disposições securitárias entram em vigor na data da publicação da lei, com eficácia imediata, mas certos dispositivos, tanto do Plano de Custeio como do de Benefícios, necessitam ser complementados pelo regulamento, e só a partir da existência deste terão plena eficácia.

Eficácia no Espaço A eficácia no espaço diz respeito ao território em que vai ser aplicada a norma. A lei de Seguridade Social se aplica no Brasil, tanto para os nacionais como para os estrangeiros nele

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residentes, de acordo com as regras determinadas pelo Plano de Custeio e Benefícios e outras especificações atinentes à matéria.

Orientação dos Tribunais Superiores

Súmulas do STF em Matéria Previdenciária ou Correlata

SÚMULA Nº 736

Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa

de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança,

higiene e saúde dos trabalhadores.

SÚMULA Nº 730

A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem

fins lucrativos pelo art. 150, VI, “C”, da Constituição, somente alcança as

entidades fechadas de Previdência Social privada, se não houver contribuição

dos previdenciários.

SÚMULA Nº 565

A multa fiscal moratória constitui pena administrativa, não se incluindo no

crédito habilitado em falência.

SÚMULA Nº 546

Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido

por decisão, que o contribuinte “de jure” não recuperou do contribuinte “de

facto” o “quantum” respectivo.

SÚMULA Nº 512

Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado

de segurança.

SÚMULA Nº 473

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de

vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou

revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os

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direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Ver Lei 9784/99 e comentário sobre decadência e prescrição.

SÚMULA Nº 467

A base do cálculo das contribuições previdenciárias, anteriormente à

vigência da Lei Orgânica da Previdência Social, é o salário-mínimo mensal,

observados os limites da Lei 2.755, de 1956.

SÚMULA Nº 405

Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento

do agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo

os efeitos da decisão contrária.

SÚMULA Nº 372

A Lei 2.752, de 10.04.1956, sobre dupla aposentadoria, aproveita, quando

couber, a servidores aposentados antes de sua publicação.

SÚMULA Nº 371

Ferroviário que foi admitido como servidor autárquico não tem direito a

dupla aposentadoria.

SÚMULA Nº 346

A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

SÚMULA Nº 304

Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa

julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria.

SÚMULA Nº 271

Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais,

em relação ao período pretérito, os quais devem ser reclamados

administrativamente ou pela via judicial própria.

SÚMULA Nº 269

O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.

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SÚMULA Nº 267

Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou

correção.

SÚMULA Nº 266

Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.

SÚMULA Nº 227

A concordata do empregador não impede a execução de crédito nem a

reclamação de empregado na Justiça do Trabalho.

Súmulas do STJ em Matéria Previdenciária ou Correlata

SÚMULA: 340

A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela

vigente na data do óbito do segurado.

SUMULA: 336

A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à

pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade

econômica superveniente.

SUMULA: 321

O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a

entidade de previdência privada e seus participantes.

SUMULA: 310

O Auxílio-creche não integra o salário-de-contribuição.

SUMULA: 291

A ação de cobrança de parcelas de complementação de aposentadoria

pela previdência privada prescreve em cinco anos.

SUMULA: 290

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Nos planos de previdência privada, não cabe ao beneficiário a devolução

da contribuição efetuada pelo patrocinador.

SUMULA: 289

A restituição das parcelas pagas a plano de previdência privada deve ser

objeto de correção plena, por índice que recomponha a efetiva desvalorização

da moeda.

SUMULA: 276

As sociedades civis de prestação de serviços profissionais são isentas da

Cofins, irrelevante o regime tributário adotado.

SUMULA: 272

O trabalhador rural, na condição de segurado especial, sujeito à

contribuição obrigatória sobre a produção rural comercializada, somente faz jus

à aposentadoria por tempo de serviço, se recolher contribuições facultativas.

SÚMULA Nº 250

É legítima a cobrança de multa fiscal de empresa em regime de

concordata.

SÚMULA Nº 242

Cabe ação declaratória para reconhecimento de tempo de serviço para fins

previdenciários.

SÚMULA Nº 232

A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do

depósito prévio dos honorários do perito.

SÚMULA Nº 230

Compete à Justiça Estadual processar e julgar ação movida por

trabalhador avulso portuário, em que se impugna ato do órgão gestor de mão-

de-obra de que resulte óbice ao exercício de sua profissão.

SÚMULA Nº 226

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O Ministério Público tem legitimidade para recorrer na ação de acidente

do trabalho, ainda que o segurado esteja assistido por advogado.

SÚMULA Nº 224

Excluído do feito o ente federal, cuja presença levará o Juiz Estadual a

declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar

conflito.

SÚMULA Nº 222

Compete à Justiça Comum processar e julgar as ações relativas à

contribuição sindical prevista no art. 578 da CLT.

SÚMULA Nº 218

Compete à Justiça dos Estados processar e julgar ação de servidor

estadual decorrente de direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo

em comissão.

SÚMULA Nº 213

O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do

direito à compensação tributária.

SÚMULA Nº 212

A compensação de créditos tributários não pode ser deferida por medida

liminar.

SÚMULA Nº 204

Os juros de mora nas ações relativas a benefícios previdenciários incidem

a partir da citação válida.

SÚMULA Nº 203

Não cabe recurso especial contra decisão proferida, nos limites de sua

competência, por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais.

SÚMULA Nº 190

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Na execução fiscal, processada perante a Justiça Estadual, cumpre à

fazenda pública antecipar o numerário destinado ao custeio das despesas com

o transporte dos Oficiais de Justiça.

SÚMULA Nº 189

É desnecessária a intervenção do Ministério Público nas execuções

fiscais.

SÚMULA Nº 188

Os juros moratórios, na repetição do indébito, são devidos a partir do

trânsito em julgado da sentença.

SÚMULA Nº 178

O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos,

nas ações acidentárias e de benefícios, propostas na Justiça Estadual.

SÚMULA Nº 175

Descabe o depósito prévio nas ações rescisórias propostas pelo INSS.

SÚMULA Nº 173

Compete à Justiça Federal processar e julgar o pedido de reintegração

em cargo público federal, ainda que o servidor tenha sido dispensado antes da

instituição do Regime Jurídico Único.

SÚMULA Nº 162

Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir

do pagamento indevido.

SÚMULA Nº 161

É da competência da Justiça Estadual autorizar levantamento dos valores

relativos ao PIS/PASEP e FGTS, em decorrência do falecimento do titular da

conta.

SÚMULA Nº 159

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O benefício acidentário, no caso de contribuinte que perceba remuneração

variável, deve ser calculado com base na média aritmética dos últimos doze meses

de contribuição.

SÚMULA Nº 149

A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da

atividade rurícola, para efeito da obtenção de benefício previdenciário.

SÚMULA Nº 148

Os débitos relativos a benefício previdenciário, vencidos e cobrados em

juízo após a vigência da Lei nº 6.899/81, devem ser corrigidos monetariamente

na forma prevista nesse diploma legal.

SÚMULA Nº 128

Na execução fiscal, haverá segundo leilão, se no primeiro não houve

lançe superior à avaliação.

SÚMULA Nº 121

Na execução fiscal, o devedor deverá ser intimado, pessoalmente, do dia

e hora da realização do leilão.

SÚMULA Nº 112

O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for

integral e em dinheiro.

SÚMULA Nº 111

Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem

sobre prestações vincendas.

SÚMULA Nº 107

Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de

estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das

contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à Autarquia Federal.

SÚMULA Nº 106

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Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na

citação, por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o

acolhimento da argüição de prescrição ou decadência.

SÚMULA Nº 105

Na ação de mandado de segurança, não se admite condenação em

honorários advocatícios.

SÚMULA Nº 89

A ação acidentária prescinde do exaurimento da via administrativa.

SÚMULA Nº 65

O cancelamento, previsto no art. 29, do Decreto-Lei nº 2.303, de 21.11.86,

não alcança os débitos previdenciários.

SÚMULA Nº 62

Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação

na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada.

SÚMULA Nº 58

Proposta a execução fiscal, a posterior mudança de domicílio do

executado não desloca a competência já fixada.

SÚMULA Nº 55

Tribunal Regional Federal não é competente para julgar recurso de

decisão proferida por juiz estadual não investido de jurisdição federal.

SÚMULA Nº 44

A definição, em ato regulamentar, de grau mínimo de disacusia, não

exclui, por si só, a concessão do benefício previdenciário.

SÚMULA Nº 24

Aplica-se ao crime de estelionato, em que figure como vítima,

entidade de autarquia da previdência social, a qualificadora do §3º, do

art. 171 do Código Penal.

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SÚMULA Nº 15

Compete à Justiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes de

acidente do trabalho.

Súmulas do conselho da Justiça Federal

Turma de Uniformização das Decisões das Turmas Recursais dos

Juizados Especiais Federais

SÚMULA Nº 1

A conversão dos benefícios previdenciários em URV, em março/94,

obedece às disposições do art. 20, incisos I e II da Lei 8.880/94(MP nº 434/94).

DJ 16/10/2002

SÚMULA Nº 2

Benefícios Previdenciários

Os benefícios previdenciários, em maio de 1996, deverão ser reajustados

na forma da Medida Provisória 1.415, de 29 de abril de 1996, convertida na Lei

9.711, de 20 de novembro de 1998.

DJ 13/03/2003 e 10/04/2003

SÚMULA Nº 3

Benefícios Previdenciários

Os benefícios de prestação continuada, no regime geral da Previdência

Social, devem ser reajustados com base no IGP-DI nos anos de 1997, 1999, 2000

e 2001. DJ 09/05/2003

SÚMULA Nº 4

Dependente Designado

Não há direito adquirido, na condição de dependente, pessoa designada,

quando o falecimento do segurado deu-se após o advento da Lei 9.032/95.

DJ 24/07/2003

SÚMULA Nº 5

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Prestação de Serviço Rural

A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o advento da

Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, devidamente comprovada, pode ser

reconhecida para fins previdenciários.

25/09/2003

SÚMULA Nº 6

Comprovação de Condição Rurícula

A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a

condição de trabalhador rural do cônjuge constitui início razoável de prova material

da atividade rurícula.

DJ 25/09/2003

SÚMULA Nº 8

Benefícios Previdenciários

Os benefícios de prestação continuada, no regime geral da Previdência

Social, não serão reajustados com base no IGP-DI nos anos de 1997, 1999,

2000 e 2001.

DJ 05/11/2003

SÚMULA Nº 9

Aposentadoria Especial - Equipamento de Proteção Individual O uso de

Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade,

no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial

prestado.

DJ 05/11/2003

SÚMULA Nº 10

Tempo de Serviço Rural. Contagem Recíproca O tempo de serviço rural

anterior à vigência da Lei nº. 8.213/91 pode ser utilizado para fins de contagem

recíproca, assim entendida aquela que soma tempo de atividade privada, rural ou

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urbana, ao de serviço público estatutário, desde que sejam recolhidas as

respectivas contribuições previdenciárias.

DJU 03/12/2003 - REPUBLICADA DJ 23/12/2003

SÚMULA Nº 11

Benefício Assistencial

A renda mensal, per capita, familiar, superior a ¼ (um quarto) do salário

mínimo não impede a concessão do benefício assistencial previsto no art. 20, §

3º da Lei nº. 8.742 de 1993, desde que comprovada, por outros meios, a

miserabilidade do postulante.

DJ 14/04/2004 - CANCELADA DJ 12/05/2006

SÚMULA N º 14

Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o

início de prova material, corresponda a todo o período equivalente à carência

do benefício.

DOU de 24/05/2004

SÚMULA Nº 16

A conversão em tempo de serviço comum, do período trabalhado em condições

especiais, somente é possível relativamente à atividade exercida até 28 de maio de 1998 art.

28 da Lei nº (9.711/98).

DOU de 24/05/2004

SÚMULA Nº 18

Provado que o aluno aprendiz de Escola Técnica Federal recebia

remuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamento da União, o

respectivo tempo de serviço pode ser computado para fins de aposentadoria

previdenciária.

DJU de 07/10/2004

SÚMULA Nº 19

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Para o cálculo da renda mensal inicial do benefício previdenciário, deve ser

considerada, na atualização dos salários de contribuição anteriores a março de

1994, a variação integral do IRSM de fevereiro de 1994, na ordem de 39,67% (art.

21, § 1º, da Lei nº 8.880/94).

DJU de 07/10/2004

SÚMULA Nº 20

A Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, não modificou a situação

do servidor celetista anteriormente aposentado pela Previdência Social

Urbana.

DJU de 07/10/2004

SÚMULA Nº 21

Não há direito adquirido a reajuste de benefícios previdenciários com base na

variação do IPC (Índice de Preço ao Consumidor), de janeiro de 1989 (42,72%) e abril

de 1990 (44,80%).

DJU de 07/10/2004

SÚMULA Nº 22

Se a prova pericial realizada em juízo dá conta de que a incapacidade já

existia na data do requerimento administrativo, esta é o termo inicial do

benefício assistencial.

DJU de 07/10/2004

SÚMULA Nº 24

O tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior ao advento

da Lei nº 8.213/91, sem o recolhimento de contribuições previdenciárias,

pode ser considerado para a concessão de benefício previdenciário do

Regime Geral de Previdência Social (RGPS), exceto para efeito de

carência, conforme a regra do art. 55, §2º, da Lei nº 8.213/91.

DJU de 10/03/2005

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SÚMULA Nº 25

A revisão dos valores dos benefícios previdenciários, prevista no art. 58

do ADCT, deve ser feita com base no número de salários mínimos apurado na

data da concessão, e não no mês de recolhimento da última contribuição.

DJU de 22/06/2005

SÚMULA Nº 26

A atividade de vigilante enquadra-se como especial, equiparando-se à de

guarda, elencada no item 2.5.7. do Anexo III do Decreto n. 53.831/64.

DJU de 22/06/2005

SÚMULA Nº 27

A ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho não impede a

comprovação do desemprego por outros meios admitidos em Direito.

DJU de 22/06/2005

SÚMULA Nº 29

Para os efeitos do art. 20, § 2º, da Lei n. 8.742, de 1993, incapacidade

para a vida independente não é só aquela que impede as atividades mais

elementares da pessoa, mas também a impossibilita de prover ao próprio

sustento.

DJU de 13.02.2006

SÚMULA Nº 30

Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser

superior ao módulo rural não afasta, por si só, a qualificação de seu

proprietário como segurado especial, desde que comprovada, nos autos, a

sua exploração em regime de economia familiar.

DJU de 13.02.2006

SÚMULA Nº 31

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A anotação na CTPS decorrente de sentença trabalhista homologatória

constitui início de prova material para fins previdenciários.

DJU de 13.02.2006

SÚMULA Nº 32

O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado

especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis: superior a

80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64. (1.1.6); superior a 90

decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na vigência do Decreto n. 2.172/97;

superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de

novembro de 2003.

DJU de 04.08.2006

SÚMULA Nº 33

Quando o segurado houver preenchido os requisitos legais para

concessão da aposentadoria por tempo de serviço na data do requerimento

administrativo, esta data será o termo inicial da concessão do benefício.

DJU de 04.08.2006

SÚMULA Nº 34

Para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova

material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar.

DJU de 04.08.2006

SÚMULA Nº 36

Não há vedação legal à cumulação da pensão por morte de trabalhador

rural com o benefício da aposentadoria por invalidez, por apresentarem

pressupostos fáticos e fatos geradores distintos.

DJ de 21/03/2007

SÚMULA Nº 37

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A pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de idade, não se

prorroga pela pendência do curso universitário.

DJ de 20/06/2007

SÚMULA Nº 38

Aplica-se subsidiariamente a Tabela de Cálculos de Santa Catarina aos

pedidos de revisão de RMI - OTN/ORTN, na atualização dos salários de

contribuição.

DJ de 20/06/2007

3 - Regime Geral da Previdência Social

Segurados Obrigatórios

Assim, segurados são as pessoas físicas que exercem, exerceram ou não

atividade, remunerada ou não, efetiva ou eventual, com ou sem vínculo

empregatício.

Essa definição compreende tanto os que ainda exercem atividade remunerada

(que estão na ativa), como os que ja estão aposentados. Tanto faz se a pessoa

exerce ou não atividade remunerada, pois o estudante, o desempregado, a

dona-de-casa e o síndico do condomínio não exercem atividade remunerada,

mas são segurados do sistema em estudo. A atividade exercida pode ser tanto

efetiva, diária, como a do trabalhador empregado, ou ocasional, como de

trabalhador eventual. Não há necessidade de haver vinculo empregatício para

a configuração da condição, pois também são segurados o trabalhador avulso

e o autônomo, e estes não têm vínculo de emprego.

Entretanto, segurado é a pessoa física. A pessoa jurídica não é beneficiária do

sistema, não irá se aposentar, por exemplo. A pessoa jurídica será contribuinte,

pois a lei determina que deverá pagar certa contribuição à seguridade social.

Destacamos, ainda, que na referida definição é preciso incluir o desempregado

na condição de segurado, pois este poderá filiar-se ao sistema e pagar

contribuições, mesmo não exercendo atividade, por se encontrar sem emprego.

Enquadra-se, portanto, entre os que exerceram atividade, mas atualmente não

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a estão exercendo, assim como o estudante que nunca trabalhou, não

exercendo qualquer atividade.

Os segurados podem ser divididos em quatro grupos:

segurados obrigatórios (empregado, empregado doméstico, trabalhador

avulso);

segurados obrigatórios individuais (autônomos, empresários);

segurados obrigatórios especiais (produtor rural);

segurados facultativos (dona-de-casa ou estudante).

O servidor civil ou militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos

Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fundações, é excluído do

Regime Geral da Previdência Social. No caso desses servidores virem a

exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime

Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segurados obrigatórios em relação a

essas atividades.

O aposentado pelo Regime Geral da Previdência Social que estiver exercendo

ou voltar a exercer atividade abrangida por este regime é segurado obrigatório

em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições previstas na Lei

nº8.212, para fins de custeio da Seguridade Social. Se o aposentado volta a

trabalhar não deixa de ser um trabalhador, razão pela qual se a lei determina o

recolhimento da contribuição, deverá fazê-lo.

FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO

Filiação não se confunde com inscrição. Russomano considera que “a filiação é

o momento em que o segurado passa a integrar como beneficiário, o sistema

de previdência; a inscrição é o ato de natureza administrativa pelo qual se

opera no âmbito interno do INSS, o registro do segurado”.

As pessoas que são filiadas são as pessoas físicas. As pessoas jurídicas não

são filiadas.

Podemos distinguir a filiação em obrigatória e facultativa. Na filiação

obrigatória, como ocorre com o empregado, o empregado doméstico, o

empresário, o trabalhador autônomo, o equiparado a autônomo, o trabalhador

avulso e o segurado especial, há o imediato ingresso no sistema

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previdenciário, independendo da vontade do segurado. Na filiação facultativa,

fica ao livre alvedrio da pessoa manter-se ou não no sistema previdenciário,

dependendo exclusivamente da sua vontade (como ocorre com o estudante).

O simples ingresso em atividade abrangida pelo Regime Geral de Previdência

Social determina a filiação automática a esse regime.

A inscrição é o ato do registro do segurado em âmbito interno do INSS. O

empregado não precisa se inscrever, pois ao ser registrado na empresa já está

automaticamente filiado ao sistema.

As empresas registradas na Junta Comercial são automaticamente

matriculadas no INSS. Tal fato ocorre desde agosto de 1982. Há porém, a

obrigatoriedade da inscrição no INSS para as empresas não registradas na

Junta Comercial, como acontece com as sociedades civis, que são inscritas

nos cartórios de registro da pessoa jurídica.

Conceito, Características e Abrangência

Empregado

Para a Previdência Social várias pessoas são consideradas empregadas, embora sujeitas a regime jurídico próprio.

Empregado Urbano

A legislação previdenciária não vem a definir o empregado urbano.

Vamos considerá-lo como a pessoa física que presta serviços de

natureza contínua a empregador, sob dependência deste e mediante

salário.

O empregador urbano é a empresa, individual ou coletiva, que,

assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a

prestação pessoal dos serviços do empregado.

Assim, verificamos que para ser empregado é mister ser pessoa física.

Não é possível o empregado ser pessoa jurídica ou animal.

O serviço prestado pelo empregado deve ser de natureza urbana. A

legislação previdenciária leva em conta a natureza do trabalho e não o

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local onde é prestado. Se o trabalho é prestado fora do âmbito

agropecuário, será, por natureza urbano.

O outro requisito é a necessidade do trabalho ser de caráter não

eventual. Nota-se que o trabalho deve ser de natureza contínua, não

podendo ser episódico, ocasional. Um dos requisitos do contrato de

trabalho é a continuidade na prestação dos serviços, pois aquele pacto é

um contrato de trato sucessivo, de duração, que não se exaure numa

única prestação, como ocorre com a compra e venda, onde é pago o

preço e entregue a coisa. Dessa forma, o trabalho deve ser prestado

diariamente.

A subordinação é o aspecto da relação de emprego visto pelo lado do

empregado, enquanto o poder de direção é a mesma acepção vista pelo

lado do empregador. Isso quer dizer que o trabalhador empregado é

dirigido pelo empregador. Se o trabalhador não é dirigido pelo

empregador, mas por ele próprio, não se pode falar em empregado, mas

em autônomo ou outro tipo de trabalhador. A subordinação é o estado

de sujeição em que se coloca o empregado em relação ao empregador,

aguardando ou executando suas ordens. Poder-se-ia dizer que a

subordinação ou dependência estaria evidenciada de quatro maneiras:

o econômica: o empregado dependeria economicamente do

empregador. Contudo, essa orientação não é precisa, pois o filho

depende economicamente do pai, porém, à primeira vista, não é

empregado deste último;

o técnica: no sentido de que o empregado dependeria

tecnicamente do empregador. Entretanto, verificamos que altos

empregados, executivos, não dependem do empregador, mas

este depende tecnicamente daqueles;

o hierárquica: significando a situação do trabalhador por se achar

inserido no âmbito da organização da empresa, recebendo

ordens;

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o jurídica: em função da situação do contrato de trabalho, em que

está sujeito a receber ordens, em decorrência do poder de

direção do empregador, que parece ser a melhor tese.

O empregado é uma pessoa que recebe salários pela prestação de

serviços ao empregador. É da natureza do contrato de trabalho ser este

oneroso. Não existe contrato de trabalho gratuito.

A prestação de serviços deve ser feita com pessoalidade.

Empregado rural

O empregado rural é a pessoa física que, em propriedade rural ou prédio

rústico, presta serviços com continuidade a empregador rural, mediante

dependência e salário.

O empregado rural tem que atender os mesmos requisitos já

mencionados quanto ao empregado urbano para ser considerado

empregado: ser pessoa física, prestar serviços de natureza contínua,

mediante subordinação, pessoalmente e com pagamento de salário.

Atendidos esses requisitos, o empregado rural também será segurado

obrigatório da previdência social nessa condição.

Diretor empregado

Considera-se diretor empregado a pessoa que, exercendo a função de

diretor na empresa, continua tendo subordinação ao empregador.

Sendo o diretor considerado empregado, também será segurado

obrigatório da Previdência Social.

Trabalhador temporário

O trabalhador temporário é a pessoa contratada por empresa de

trabalho temporário, definida na Lei nº6.019/74, prestando serviços para

atender necessidade transitória de substituição de pessoal regular ou

permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras

empresas.

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O contrato de trabalho temporário deve ser obrigatoriamente escrito. Tal

pacto não poderá exceder de 3 meses, sob pena de se formar o vínculo

de emprego diretamente com a tomadora dos serviços, nos termos do

art. 3º da CLT, ou seja: vai ser um empregado comum com contrato de

prazo indeterminado.

Os direitos do trabalhador temporário estão especificados no art. 12 da

Lei nº 6.019, entre os quais se verifica que tem direito à proteção

previdenciária. Logo é considerado segurado obrigatório da previdência

social.

O brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para

trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional

no exterior.

Aquele que presta serviço no Brasil à missão diplomática ou à repartição

consular de carreira estrangeira e a órgãos subordinados, ou a membros

dessas missões e repartições.

O brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos

oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro

efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado.

O brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para

trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja

maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital

nacional.

O bolsista e estagiário que forem realmente empregados.

O servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo

com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações

Públicas Federais.

Empregado Doméstico

Considera-se empregado doméstico aquele que presta serviços de natureza

continua a pessoa ou família, para o âmbito residencial destas, que têm

atividades sem fins lucrativos.

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Para a configuração do empregado doméstico é preciso que os serviços sejam

prestados com continuidade. A faxineira que vai uma vez por quinzena ou por

mês na residência da pessoa pode não ser considerada empregada, por não

estar presente o requisito continuidade. O serviço deve ser prestado a pessoa

ou família, que não tenha por intuito atividade lucrativa e para o âmbito

residencial daquelas. Se o serviço é prestado a pessoa ou família que tem por

intuito atividade lucrativa, o prestador dos serviços vai ser considerado

empregado comum, regido pela CLT.

O serviço deve ser prestado para o âmbito residencial da família, incluindo aí o

mordomo, a copeira, a cozinheira, o jardineiro e, também, o motorista, pois este

presta serviços para o âmbito residencial, mesmo trabalhando externamente. O

âmbito residencial também é estendido para o sítio ou chácara, desde que não

haja exploração de atividade lucrativa.

Não há de se esquecer também que o trabalho do doméstico é feito com

subordinação à pessoa ou família. O contrato de trabalho do empregado

doméstico é, ainda, oneroso, ou seja: a prestação de serviços não é gratuita. A

prestação de serviços deve ser feita pelo doméstico pessoalmente, não

podendo ser substituído por outra pessoa.

Não se pode, contudo, entender como empregado doméstico aquele que

presta serviços de natureza contínua a pessoa ou família, para o âmbito

residencial destas, porém para o próprio cônjuge ou companheiro.

Empresário

A inclusão do empresário na categoria de contribuinte deu-se com o advento

da LOPS(Lei nº 3.807/60). O empresário não deixa de ser um trabalhador,

tomando-se essa palavra como gênero, num conceito amplo. Assim, o

empresário é considerado um trabalhador, estando incluído como segurado

obrigatório, nos termos do inciso II do art. 195 da Constituição.

O inciso III do art. 10 do Decreto nº 612 considera empresário:

o titular de firma individual urbana ou rural. Aquele que explora, por

exemplo, o comércio em nome próprio, sem constituir sociedade. Será

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dessa forma, segurado obrigatório da Seguridade Social na categoria de

empresário;

o diretor não empregado. O TST considera, pelo En. 269, que o diretor

eleito tem seu contrato de trabalho suspenso, desde que não permaneça

a condição inerente à relação de emprego.

o membro do Conselho de Administração, na sociedade anônima.

todos os sócios, na sociedade em nome coletivo.

o sócio cotista que participa da gestão ou que recebe remuneração

decorrente de seu trabalho, na sociedade por cotas de responsabilidade

limitada, urbana ou rural.

todos os sócios, na sociedade de capital e indústria.

o associado eleito para cargo de direção na Sociedade Cooperativa.

Trabalhador Avulso

Num sentido geral, avulso seria aquilo que pertence a uma coleção incompleta,

que está desirmanado, solto, isolado.

Inicialmente, confundia-se o avulso com o trabalhador eventual. No entanto, a

Previdência Social começou a se preocupar com o referido trabalhador,

passando a conceituá-lo.

O inciso VI do art. 12 da Lei bº 8.212/91 considera avulso "quem presta, a

diversas empresas , sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou

rural definidos no regulamento".

O trabalhador avulso é, assim, aquele que presta serviços de natureza urbana

ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, sendo sindicalizado

ou não, porém com a intermediação obrigatória do sindicato de sua categoria.

O avulso presta serviços sem vínculo de emprego, pois não há subordinação

nem com o sindicato, muito menos com as empresas para as quais presta

serviços, dada inclusive a curta duração. O sindicato apenas arregimenta a

mão-de-obra e paga os prestadores de serviço, de acordo com o valor recebido

das empresas que é rateado entre os que prestaram serviço. Não há poder de

direção do sindicato sobre o avulso, nem subordinação deste com aquele.

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Não é preciso que o trabalhador avulso seja sindicalizado. O que importa é que

haja a intermediação obrigatória do sindicato na colocação do trabalhador na

prestação de serviços às empresas, que procuram a agremiação buscando

trabalhadores.

São caraterísticas do avulso: a) a liberdade na prestação de serviços, pois não

tem vínculo nem com o sindicato, muito menos com as empresas tomadoras de

serviço; b) a possibilidade da prestação de serviços a mais de uma empresa,

como na prática ocorre; c) o órgão sindical é que faz a intermediação da mão-

de-obra, colocando os trabalhadores onde é necessário o serviço, cobrando

posteriormente um valor pelos serviços prestados, já incluindo os direitos

trabalhistas e os encargos previdenciários e fiscais, e fazendo o rateio entre as

pessoas que participam da prestação de serviços; d) o curto período de tempo

em que o serviço é prestado ao beneficiário.

Segurado Especial

Determina o § 8º do art. 195 da Constituição que o "produtor, o parceiro, o

meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro e o pescador artesanal, bem como

os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia

familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social

mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da

produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei".

Segurado Facultativo

O § 1º do art. 201 da Constituição dispôs que "É vedada a adoção de requisitos

e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários

do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades

exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade

física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos

definidos em lei complementar".

É segurado facultativo o maior de 14 anos de idade que se filiar ao Regime

Geral de Previdência Social mediante contribuição, desde que não esteja

incluído entre os segurados obrigatórios (art. 14 da Lei 8.212).

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A Constituição Federal, no seu art.7, inciso XXXIII, proíbe qualquer trabalho a

menor de 14 anos. "proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a

menores de 18 (dezoito) e de qualquer trabalho a menores de 16 (dezesseis)

anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 (quatorze) anos;".

Podem ser filiados como facultativos, entre outros: a dona-de-casa, o síndico

de condomínio, o estudante, aquele que deixou de ser segurado obrigatório da

Previdência Social. Os residentes no exterior ou estrangeiros, se o desejarem,

também poderão se inscrever como facultativos. Qualquer pessoa, portanto,

que não exercer atividade remunerada pode se inscrever como facultativo, o

mesmo ocorrendo com o presidiário que não exerça atividade remunerada.

A Portaria nº 2.795, de 22-1-95, do Ministério da Previdência e Assistência

Social, permite ao brasileiro residente e domiciliado no exterior a inscrição

como segurado facultativo, desde que não esteja vinculado à legislação

previdenciária do país do domicílio ou do país contratante e não esteja

enquadrado nas disposições do artigo 12 da Lei nº 8.212. Para tanto, deverá

recolher a contribuição previdenciária.

O segurado facultativo terá de se inscrever perante o INSS, começando daí a

pagar as contribuições. O facultativo poderá afastar-se do sistema sem ter que

recolher as contribuições desse período quando retornar ao Regime Geral de

Previdência Social. Perdendo o facultativo a qualidade de segurado, poderá

filiar-se novamente ao regime, mediante nova inscrição, vedado o recolhimento

de contribuições em atraso.

Trabalhadores excluídos do Regime Geral

São todos aqueles que, dispondo de Regime próprio de Previdência Privada,

não são abrangidos pela Previdência Social:

Os servidores públicos federais, estaduais e municipais (os chamados servidores estatutários);

Os militares;

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4- Empresa e Empregador Doméstico: Conceito Previdenciário

EMPRESA

O conceito de empresa pode ser enunciado invocando seu aspecto econômico.

Assim, empresa seria a atividade econômica organizada para a produção de

bens e serviços para o mercado, com fito de lucro.

Evidentemente não é esse o conceito que irá interessar à seguridade social mas o conceito legal.

O inciso I do art. 15 da Lei nº 8.212 considera empresa a firma individual (pessoa que exerce o comércio individualmente) ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional, desde que seus servidores não sejam estatutários.

Considera-se, ainda, empresa, o autônomo, em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática, e a repartição consular de carreira estrangeira.

EMPREGADOR DOMÉSTICO

Considera-se empregador doméstico aquela pessoa ou família que admite a

seu serviço, sem finalidade lucrativa, o empregado doméstico (inciso II do art.

15 da Lei nº 8.212 e art. 1º da Lei nº 5.859).

5- Financiamento da Seguridade Social

CONTRIBUIÇÃO DA UNIÃO

A contribuição da União para o custeio da Seguridade Social é constituída de

recursos adicionais do Orçamento Fiscal, fixados obrigatoriamente na Lei

Orçamentária Anual. É de responsabilidade da União a cobertura de eventuais

insuficiências financeiras da Seguridade Social, para o pagamento dos

benefícios de prestação continuada da Previdência Social, de acordo com a Lei

Orçamentária Anual (parágrafo único do art. 16 da Lei nº 8.212).

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Receitas das Contribuições do Segurado

Salário-de-contribuição é o valor que serve de base de incidência das alíquotas

das contribuições previdenciárias. Salário-de-contribuição é um dos elementos

de cálculo da contribuição previdenciária; é a medida do valor com a qual,

multiplicando-se a taxa de contribuição, obtém-se o valor da contribuição.

Utiliza-se o salário-de-contribuição para o empregado urbano, rural, temporário,

doméstico e para o trabalhador avulso etc.

A denominação salário-de-contribuição não é adequada, pois certas pessoas

efetivamente não têm um salário, como de certa forma o avulso e o autônomo,

mas têm salário-de-contribuição. Na verdade, o salário-de-contribuição é a

base de cálculo sobre a qual irão incidir as alíquotas da contribuição

previdenciária. O conceito de salário-de-contribuição irá depender, porém, do

segurado que irá contribuir para o sistema, podendo, portanto, ser distinto em

relação a cada um deles.

Salário-base é uma espécie do gênero salário-de-contribuição, tendo um valor

prefixado, em substituição à importância percebida pelo segurado, estabelecido

segundo uma escala_ que anteriormente era em número de salários mínimos_

e classes, que vão sendo alteradas de acordo com o tempo de filiação do

segurado ao Regime Geral de Previdência Social. É o salário que serve de

base para o cálculo das contribuições previdenciárias do segurado trabalhador

autônomo e equiparado, empresário e facultativo. O salário-base é, portanto,

uma ficção legal, uma estimativa, não correspondendo exatamente à

importância recebida mensalmente pelo segurado. Não se poderia, porém, falar

em salário, pois autônomos e equiparados, empresários e segurado facultativo

não têm relação de emprego.

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CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA

A empresa contribui com 20% sobre o total das remunerações pagas ou

creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados,

trabalhadores avulsos, que lhe prestam serviços.

Considera-se remuneração a importância recebida pelo segurado a qualquer

título, inclusive os ganhos habituais sob a forma de utilidades (alimentação,

habitação etc.), com exceção dos valores que não integrem o salário-de-

contribuição, e o lucro distribuído ao segurado empresário, quando não houver

discriminação entre a remuneração decorrente do trabalho e a proveniente do

capital social.

Integra a remuneração a bolsa de estudos paga ou creditada ao médico

residente. A remuneração paga ou creditada a transportador autônomo pelo

frete, carreto ou transporte de passageiros realizado por sua conta própria

corresponderá ao valor resultante da aplicação de um dos percentuais

estabelecidos pelo MPS sobre o valor bruto do frete, carreto ou transporte de

passageiros, para determinação do valor mínimo da remuneração. O referido

percentual foi definido provisoriamente pelo art.169 do Decreto nº 612 no valor

de 11,71%.

As instituições financeiras, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas

de crédito, empresas de seguros e de capitalização, agentes autônomos de

seguros pagarão o adicional de 2,5% sobre as remunerações pagas ou

creditadas aos segurados empregados, empresários, trabalhadores avulsos e

autônomos que lhes prestem serviços. Sua contribuição será, portanto, de

22,5%.

CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADOR DOMÉSTICO

A partir da vigência da Lei nº 7.787/89 a contribuição do empregador doméstico

passou a ser de 12%. O art. 24 da Lei nº 8.212 repetiu a referida situação,

informando que a alíquota do empregador doméstico seria de 12% do salário-

de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço.

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O art. 34 do Decreto nº 612 determina que deve ser observado o limite máximo

de contribuição. Assim, se o doméstico perceber salário superior ao do limite

máximo, o percentual do empregador será de 12% sobre o limite máximo.

O empregador doméstico não paga a contribuição de custeio de acidente de

trabalho.

ONTRIBUIÇÃO DO PRODUTOR RURAL E DO SEGURADO ESPECIAL

O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro e o

pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas

atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes,

contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota

sobre o resultado da comercialização da produção.(§ 8º, do artigo 195 da Lei

Maior).

A contribuição da pessoa física que explora atividade agropecuária (art. 12,

V,a, da Lei nº 8.212)é de 2% sobre a receita bruta da comercialização da sua

produção, de acordo com a redação dada ao inciso I do art. 25 da Lei nº 8.212

pela Lei nº 8.861, de 25-3-1994. A contribuição do segurado especial é de

2,2% da receita bruta da comercialização da sua produção, conforme a

redação dada ao inciso I do art. 25 da Lei nº 8.212 pela Lei nº 8.861. A esses

segurados não mais se aplica a alíquota de 20% das empresas, nem os

percentuais pertinentes ao custeio do acidente do trabalho, visto que têm

regras específicas. Considera-se receita bruta a proveniente do valor recebido

ou creditado pela comercialização da produção, assim entendida a operação

de venda ou consignação.

Quanto à contribuição para o financiamento da complementação das

prestações por acidente do trabalho, será de 0,1% da receita bruta proveniente

da comercialização da produção (art. 25, II, da Lei nº 8.212).

A pessoa física e o segurado especial ficam obrigados a apresentar ao INSS a

Declaração Anual das Operações de Venda (DAV). A falta de entrega da

declaração ou a inexatidão das informações prestadas importará na suspensão

da qualidade de segurado no período entre a data fixada para a entrega da

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declaração e sua entrega ou da retificação das informações impugnadas. A

entrega da declaração por parte do segurado especial é condição

indispensável para a renovação automática de sua inscrição.

CLUBES DE FUTEBOL

Com a edição da Lei nº 8.212 os clubes de futebol passaram a contribuir

normalmente com a alíquota de 20%, como qualquer empresa. A Lei nº 8.641,

de 31-3-1993, modificou a referida situação, tratando de uma contribuição

própria para a citada empresa.

A contribuição empresarial devida pelos clubes de futebol profissional à

Seguridade Social corresponde, em substituição à de 20% e ao percentual de

acidente do trabalho de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, a 5% da receita

bruta, de acordo com o borderô referente a todo espetáculo desportivo de que

eles participem no território nacional, inclusive jogos internacionais, não

admitida nenhuma dedução. Considera-se clube de futebol profissional toda

associação desportiva que, proporcionando a prática do futebol profissional,

esteja filiada à federação de futebol do respectivo Estado.

Caberá à entidade promotora do espetáculo, Federação ou Confederação, a

responsabilidade de efetuar o desconto referido anteriormente e o repasse do

respectivo valor ao INSS, no prazo de até 2 dias úteis após a realização do

evento.

Temos aqui uma violação ao princípio da igualdade e da eqüidade na forma de

participação no custeio. Os clubes de futebol podem ser considerados como

empresa e não poderia haver a distinção em tela, inclusive não está prevista na

Constituição.

A desfiliação à respectiva federação, ainda que temporária, sujeitará o clube de

futebol ao regime de contribuições sociais das empresas em geral.

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CONTRIBUIÇÃO SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS DE

PROGNÓSTICOS

O inciso III do art. 195 estabelece uma contribuição social incidente sobre a

receita de concursos de prognósticos.

São considerados concursos de prognósticos: todo e qualquer sorteio de

números, loterias, apostas, inclusive a realizada em reuniões hípicas, nos

âmbitos federal, estadual, do Distrito Federal e municipal.

A receita da Seguridade Social será a renda líquida de tais concursos, assim

considerada o total da arrecadação, deduzidos os valores destinados a

pagamento de prêmios, impostos e despesas de administração, conforme for

determinado na legislação específica.

OUTRAS RECEITAS

A Seguridade Social tem ainda outras receitas:

a. as multas, a atualização monetária e os juros moratórios;

b. a remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros;

c. as receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens;

d. as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras;

e. as doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais;

f. 50% dos valores obtidos e aplicados decorrentes de tráfico de entorpecentes e drogas, na forma do parágrafo único do art. 243 da Lei Maior;

g. 40% do resultado de leilões dos bens apreendidos pelo Departamento da Receita Federal;

h. outras receitas previstas em legislação específica.

A companhia seguradora que mantém seguro obrigatório de danos pessoais

causados por veículos automotores de vias terrestres deverá repassar à

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Seguridade Social 50% do valor total do prêmio recolhido, destinados ao

Sistema Único de Saúde (SUS), para custeio de assistência médico-hospitalar

dos segurados vitimados em acidentes de trânsito, que deverá ser recolhido no

mesmo prazo de contribuição da empresa.

Salário-de-contribuição

O Decreto-lei nº 66/66 estabeleceu como limite máximo o valor de 10 salários

mínimos, quando antes eram 5. Em 1973 chegou-se a 20 salários mínimos. O

decreto-lei nº 2351/87 retornou ao patamar de 10 salários mínimos.

Atualmente, com a lei nº 8.213 temos, aproximadamente, um limite máximo de

10 salários mínimos.

Para o empregado e trabalhador avulso, o salário de contribuição é a

remuneração efetivamente recebida ou creditada a qualquer título, durante o

mês, em uma ou mais empresas, inclusive os ganhos habituais sob a forma de

utilidades ( art. 28, I, da Lei nº 8.212).

Antigamente o segurado empregado e o trabalhador avulso que prestassem

serviços a microempresa recolhiam o percentual mínimo de 8%(lei nº

7256/84).Com a edição da lei nº 8620, de 5 de 1 de 1993, que alterou o art. 20

da lei nº 8.212, as microempresas que tiveram serviços prestados por

empregados e trabalhadores avulsos devem aplicar a tabela progressiva de

cálculo, com a alíquota de 8%, 9% ou 11%(§ 2º) e não mais a alíquota mínima

como era prevista no art. 19 da Lei 7.256, de 27 de 11 de 1984. Essa regra

vale a partir de 6 de abril de 1993, com recolhimento a ser efetuado em maio

de 1993.

Não há incidência da contribuição previdenciária sobre os benefícios pagos aos

segurados. O art. 195 da Constituição não prevê essa forma de custeio, que só

poderá ser feita mediante lei complementar (§ 4º do art. 195 da Lei

Maior).Aposentados e pensionistas não são mais trabalhadores, apenas se

voltarem a exercer atividade remunerada e sujeita ao salário-de-contribuição.

O art. 24 da Lei nº 8.870, de 15-4-1994, estabeleceu que o aposentado por

idade ou por tempo de serviço, pelo Regime Geral da Previdência Social, que

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estiver exercendo ou voltar a exercer atividade abrangida pelo sistema, fica

isento da contribuição a que se refere o art. 20 da Lei nº 8.212. Observa-se que

são beneficiários da referida disposição apenas o aposentado por idade ou por

tempo de serviço e não outros tipos de aposentados, como o aposentado que

percebe aposentadoria especial, por invalidez, a aposentadoria excepcional do

anistiado etc.

Contribuições

Quanto à aposentadoria por invalidez, o segurado que a percebe não pode

exercer atividade, sob pena de perder o benefício.

Com a edição da Lei nº9.032, de 28-04-95, o aposentado que retornar ao

Regime Geral de Previdência Social e exercer atividade abrangida pelo referido

regime será segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito

às contribuições de que trata a Lei nº 8.212, pois foi novamente acrescentado o

§ 4º ao art. 12 da Lei nº 8.212.

A contribuição previdenciária incidirá sobre as verbas de natureza salarial ou

sobre a remuneração. Incidirá sobre as gorjetas, pois estas fazem parte da

remuneração, sendo não só a importância paga diretamente pelo cliente, como

a cobrada como adicional nas contas (§ 3º do art. 457 da CLT).Valores pagos a

título de adicionais habituais, abonos, integrarão o salário, havendo também a

incidência da contribuição previdenciária, salvo em relação ao abono, se

houver determinação legal em sentido contrário, como ocorreu com certas leis

salariais. A Súmula 241 do STF estabelece que "a contribuição previdenciária

incide sobre o abono incorporado ao salário".

As gratificações também integrarão o salário, desde que ajustadas (§ 1º do art.

157 da CLT).Gratificações que forem pagas com habitualidade, terão a

incidência da contribuição, como as por produtividade, antigüidade,

assiduidade, pois farão parte do salário.

Parcelas integrantes do salário-de-contribuição

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O § 1º do art. 457 da CLT estabelece que as percentagens, comissões também

fazem parte do salário, devendo, portanto, incidir a contribuição previdenciária

sobre tais pagamentos.

Haverá a incidência da contribuição sobre o aviso prévio trabalhado, as etapas

(dos marítimos), a remuneração relativa a repouso semanal e a feriados civis e

religiosos, o pagamento relativo aos 15 primeiros dias de afastamento do

empregado por motivo de doença, a remuneração paga pela empresa aos

empregado licenciado para o exercício do mandato sindical, a remuneração

paga pelo sindicato a dirigente sindical.

Para o empregado doméstico o seu salário-de-contribuição será a

remuneração registrada na sua CTPS (art.28, II da Lei nº 8.212/91). O salário-

de-contribuição do empregado doméstico sujeita-se aos limites mínimo e

máximo (8,9,11%).Anteriormente à edição da Lei nº 8.212 o custeio da

contribuição dos empregados domésticos era de 8% do salário-de-contribuição

entre 1 salário mínimo até 3 salários mínimos (§ 1º do art. 5º da Lei nº 5.859).

O empregador doméstico contribuía com 10% sobre o salário-de-contribuição

do empregado doméstico. Atualmente o empregador doméstico contribui com

12% do salário-de-contribuição do empregado, observado o limite máximo de

contribuição.

Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado,

inclusive o doméstico, ocorrer no curso do mês, o salário-de-contribuição será

proporcional ao número de dias de trabalho efetivo.

Exercendo o empregado mais de um emprego, está sujeito ao salário-de-

contribuição em cada um deles, de maneira proporcional.

O salário-maternidade fará parte do salário-de-contribuição da empregada que

deu à luz, ou está prestes a ter a criança (§ 2º do art. 28 da Lei nº 8.212).A

estabilidade da gestante (art.10,II,b, do ADCT) integra o salário-de-

contribuição, salvo se for convertida a estabilidade em indenização, aplicando-

se por analogia os arts. 496 e 497 da CLT. No entanto, ao contrário do que

menciona o § 15 do art.37 do Decreto nº 612 a gestante doméstica não é

beneficiada pela estabilidade prevista na alínea b, do inciso II do art. 10 do

ADCT, ,pois o parágrafo único do art. 7º da Constituição não dá a gestante

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doméstica o direito ao disposto no inciso I do art. 7º da mesma norma. O art. 10

do ADCT é claro ao estabelecera estabilidade da gestante "até que seja

promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I da Constituição", que

não foi ofertado a doméstica. Logo, não tem direito esta à estabilidade

disciplinada na alínea b, do inciso II, do art. 10 do ADCT.

O limite mínimo do salário-de-contribuição é de um salário mínimo, tomado o

seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho

efetivo durante o mês (§ 3º do art. 28 da Lei nº 8.212).

O limite mínimo do salário-de-contribuição do menor aprendiz corresponde a

sua remuneração mínima definida em lei(§ 4º do art. 28 da Lei nº 8.212).

Segundo o art. 80 da CLT, o menor aprendiz terá como salário metade do

salário mínimo regional, durante a primeira metade da duração prevista para o

aprendizado e 2/3 na segunda metade . Tal artigo, porém, foi revogado pela

Constituição, visto que o inciso XXX do art. 7º da Lei Maior dispõe que não

haverá diferença de salários em razão de idade. Assim, o salário do aprendiz

será de um salário mínimo, pelo menos, que será seu salário- de -contribuição.

PARCELAS NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO

Não integram o salário-de-contribuição (§ 9º do art. 28 da Lei nº 8.212):

As cotas do salário-família (art. 65 ss. Lei nº 8.213).

O salário-família não integra o salário-de-contribuição por expressa

ressalva da Lei nº8.212, além de que o pagamento feito a título do

salário-família tem natureza de benefício previdenciário. À primeira vista,

não seria correto que sobre o benefício previdenciário tivesse incidência

a contribuição, salvo se houvesse disposição em sentido contrário da lei;

o salário-família nada tem de salário, pois, inclusive, não é pago pelo

empregador, mas pelo INSS;

2. A ajuda de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos

termos da Lei nº 5.929, de 30-10-73. O primeiro tem natureza de

reembolso de despesa, não tendo natureza salarial;

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A parcela in natura recebida de acordo com os programas de

alimentação do trabalhador (PAT) promovidos pelo Ministério do

Trabalho e Administração (Lei nº 6.321/76).

A Lei nº 6.321, de 14-4-1976, trata do Programa de Alimentação do

Trabalhador, isto é, é uma norma que assegura um incentivo fiscal às

empresas para a concessão de alimentação ao trabalhador. O

desembolso feito com o programa é considerado despesa operacional

da empresa e combinado com outros fatores e atendidos certos limites

pode haver dedução do imposto de renda devido. O art. 3º da referida

norma declara que não se inclui no salário-de-contribuição a parcela

paga pela empresa a título de Programa de Alimentação do Trabalhador,

justamente porque não é salário. Assim, a parcela in natura recebida

pelo empregado que estiver de acordo com o PAT não terá incidência da

contribuição previdenciária. Contudo, se a parcela não atender os

requisitos da Lei nº 6.321 ou for paga de acordo com critérios

estabelecidos pelo empregador, haverá a incidência da contribuição da

previdência social. O Decreto nº 5, de 14-1-91, regulamenta o programa;

4. Os abonos de férias não excedentes de 20 dias do salário (art. 144 da

CLT), não integrarão a remuneração do empregado para efeitos da

legislação do trabalho e previdência social (alínea d, do § 9º do art. 28

da Lei nº 8.212).

Declara o art. 144 da CLT que o abono de férias correspondente à

conversão de 1/3 do período de férias a que tiver direito o empregado,

bem como o concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho,

de regulamento da empresa, de convenção ou acordo coletivo, desde

que não exceda 20 dias do salário, não integra a remuneração do

empregado para os efeitos trabalhistas e previdenciários. Excedendo de

vinte dias haverá a incidência da contribuição previdenciária;

5. A importância recebida a título de aviso prévio indenizado (S. 79 do

TFR), férias indenizadas, indenização por tempo de serviço (art. 477 ss

da CLT) e indenização adicional para o empregado dispensado nos 30

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dias que antecedem a data-base para a correção salarial de sua

categoria (art. 9º da Lei nº 7.238, de 29-10-1984).

Como regra geral podemos dizer que todo pagamento que for feito a

título de indenização ao empregado não integrará o salário-de-

contribuição, por não ter havido trabalho, mas um pagamento de modo a

compensar certa atitude tomada pelo empregador, como no caso da

rescisão do contrato de trabalho. Assim, por exemplo, se o aviso prévio

for trabalhado, as férias gozadas, haverá a incidência da contribuição,

pois tais pagamentos não têm natureza de indenização, mas de salário.

Se o pagamento é feito à pessoa, mas não há trabalho, não se pode

dizer que tem natureza salarial, mas de indenização. É o que acontece

com o pagamento a título de férias indenizadas ou de aviso prévio

indenizado, que, portanto, não foram trabalhados, não podendo, assim,

ter natureza salarial e, em conseqüência, ter incidência da contribuição

previdenciária;

6. A parcela recebida a título de vale-transporte (art. 2º, b, da Lei nº

7.418, de 16-12-1985).

O fornecimento de vale-transporte não tem natureza salarial (art. 2º, a,

da Lei nº 7.418, de 16-12-1985). Não constitui base de incidência da

contribuição previdenciária (art. 2º, b, da Lei nº 7.418). Assim, se não é

salário e a própria lei declara que não há a incidência, não será

considerado o vale-transporte para efeito de salário-de-contribuição.

A Lei nº 7.418,assim como a Lei nº 6.321/76, é norma que cria um

benefício ao empregado, vindo a ser, na verdade uma forma de

incentivo fiscal para que o empregador o institua. O pagamento será

considerado como despesa operacional da empresa e haverá a

possibilidade de em conjunto com outras despesas, existir o abatimento

de um valor limitado do imposto de renda devido;

7. A ajuda de custo recebida exclusivamente em decorrência de

mudança de local de trabalho do empregado (art. 470 da CLT).

A ajuda de custo tem origem no Direito Administrativo, sendo a

importância paga ao funcionário pelos cofres públicos visando cobrir as

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despesas da sua transferência para outra localidade. Verifica-se do

conceito que a natureza do pagamento dessa verba é indenizatória, de

compensar as despesas havidas pelo funcionário em função de sua

mudança de um local para outro e as despesas de viagem.

O § 1º do art. 457 da CLT informa que integram o salário não só a

importância fixa estipulada, mas também as comissões, percentagens,

gratificações, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador,

nas não se refere expressamente às ajudas de custo. Já se poderia

concluir por aí que as ajudas de custo não integram o salário em

hipótese alguma. O § 2º do art. 457 da CLT vem a corroborar essa

situação, ao mencionar que "não se incluem no salário as ajudas de

custo". A oração do referido parágrafo continua, porém trata das diárias

que excedem ou não 50% do salário. Contudo, a frase ao mencionar o

excedente ou não de 50% refere-se exclusivamente às diárias e não à

ajuda de custo. Assim, podemos concluir que em hipótese alguma,

excedendo ou não a 50% do salário, as ajudas de custo integrarão o

salário, pois têm natureza de reembolso das despesas.

É claro que se o empregador rotular falsamente o salário como ajuda de

custo, considerar-se-á de natureza salarial a verba paga, principalmente

se a sua natureza não for indenizatória, mas retributiva, ou se o

pagamento for feito a título de reembolso de despesas que o empregado

não tem ou por trabalhar internamente, como de se rotular

impropriamente de ajuda de custo de despesas de transporte do obreiro

de sua residência para o trabalho ou vice-versa ou de suposta ajuda de

custo de aluguel, sendo tais pagamentos, na verdade salário-utilidade,

se houver habitualidade no referido pagamento, por corresponderem a

um plus salarial e não reembolso de despesas ou indenização. É comum

o empregador pagar ao empregado verbas de natureza indenizatória

que realmente têm natureza de ajuda de custo, de indenizar as

despesas feitas pelo empregado, como ajuda para transporte, ajuda

quilometragem, ajuda alimentação, no caso desta última principalmente

em relação aos bancários.

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Se o empregador pagar cumulativamente diárias e ajudas de custo, é

preciso se verificar a natureza indenizatória de cada parcela para

diferenciar a parte que é salário.

8.As diárias para viagens, desde que não excedam a 50% da

remuneração mensal(§ 2º do art. 457 da CLT c/c art. 28, § 9º, h, da Lei

nº 8.212).

9. A importância recebida a título de bolsa de complementação

educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei nº 6.494, de

7-12-1977.

10. A participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga

ou creditada de acordo com lei específica.

11.Abono do PIS-PASEP. O abono do PIS-PASEP não é um valor pago

pelo empregador, mas um abono pago pelo sistema respectivo, previsto

nas Leis Complementares nº 7 e 8 de 1970. Não é, portanto, salário.

Assim, não integra o salário-de-contribuição. O artigo 10 da Lei

Complementar nº 7 é claro no sentido de que não há a incidência da

contribuição previdenciária sobre o pagamento do PIS;

12. Valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação

fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em

localidade distante de sua residência, em canteiro de obras, observadas

as normas específicas estabelecidas pelo MT.

13. Parcela de gratificação natalina correspondente ao período de aviso

prévio indenizado, paga na rescisão do contrato de trabalho.

14. O adicional de férias de que trata o art. 137 da CLT (pagamento em

dobro das férias), ainda que pago na vigência ou na rescisão do contrato

de trabalho.

Proporcionalidade

Quando a ADMISSÃO, a DISPENSA, o AFASTAMENTO ou a FALTA AO

EMPREGO ocorrer no curso do mês, o salário-de-contribuição será

PROPORCIONAL ao número de dias efetivamente trabalhados.

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ARRECADAÇÃO E RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES

A empresa deve arrecadar a contribuição dos segurados, empregados e

trabalhador avulso a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração.

Deve, também, recolher o percentual e 20% sobre a remuneração daqueles

que lhe prestam serviço. Deve recolher, ainda, as contribuições sobre o

faturamento e o lucro.

Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal

O INSS - Instituto Nacional do Seguro Social é o órgão competente para:

I - arrecadar e fiscalizar o recolhimento das contribuições

sociais, abaixo descritas;

I - as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga,

devida ou creditada aos segurados e demais pessoas

físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

II - as dos empregadores domésticos, incidentes sobre o

salário-de-contribuição dos empregados domésticos a seu

serviço;

III - as dos trabalhadores, incidentes sobre seu salário-de-

contribuição;

IV - as das associações desportivas que mantém equipe de

futebol profissional, incidentes sobre a receita bruta

decorrente dos espetáculos desportivos de que participem

em todo território nacional em qualquer modalidade

desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer

forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e

símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de

espetáculos desportivos;

V - as incidentes sobre a receita bruta proveniente da

comercialização da produção rural;

II - constituir seus créditos por meio dos correspondentes

lançamentos e promover a respectiva cobrança;

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III - aplicar sanções; e

IV - normatizar procedimentos relativos a arrecadação,

fiscalização e cobrança das contribuições de que trata o

inciso I.

Os Fiscais de Contribuições Previdenciárias terão livre acesso a

todas as dependências ou estabelecimentos da empresa, com vistas

à verificação física dos segurados em serviço, para confronto com os

registros e documentos da empresa, podendo requisitar e apreender

livros, notas técnicas e demais documentos necessários ao perfeito

desempenho de suas funções, caracterizando-se como embaraço à

fiscalização qualquer dificuldade oposta à consecução do objetivo.

A SRF - Secretaria da Receita Federal é o órgão competente para:

I - arrecadar e fiscalizar o recolhimento das contribuições

sociais das empresas, incidentes sobre a receita ou o

faturamento e o lucro e as incidentes sobre a receita de

concursos de prognósticos;

II - constituir seus créditos por meio dos correspondentes

lançamentos e promover respectiva cobrança;

III - aplicar sanções; e

IV - normatizar procedimentos relativos à arrecadação,

fiscalização e cobrança das contribuições de que trata o

inciso I.

CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA

A empresa contribui com 20% sobre o total das remunerações pagas ou

creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados,

trabalhadores avulsos, que lhe prestam serviços.

Considera-se remuneração a importância recebida pelo segurado a qualquer

título, inclusive os ganhos habituais sob a forma de utilidades (alimentação,

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habitação etc.), com exceção dos valores que não integram o salário-de-

contribuição, e o lucro distribuído ao segurado empresário, quando não houver

discriminação entre a remuneração decorrente do trabalho e a proveniente do

capital social.

Integra a remuneração a bolsa de estudos paga ou creditada ao médico

residente.

A remuneração paga ou creditada a transportador autônomo pelo frete, carreto

ou transporte de passageiros realizada realizado por sua conta própria,

corresponderá ao valor resultante da aplicação de um dos percentuais

estabelecidos pelo MPS sobre o valor bruto do frete, carreto ou transporte de

passageiros, para determinação do valor mínimo da remuneração. O referido

percentual foi definido provisoriamente pelo art. 169 do Decreto nº 612 no valor

de 11,71%.

As instituições financeiras, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas

de crédito, empresas de seguros e de capitalização, agentes autônomos de

seguros pagarão o adicional de 2,5% sobre as remunerações pagas ou

creditadas aos segurados empregados, empresários, trabalhadores avulsos e

autônomos que lhes prestem serviços. Sua contribuição será, portanto, de

22,5%.

PRAZO

O prazo para pagamento pela empresa das contribuições descontadas dos

empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, assim como as

contribuições a seu cargo incidentes sobre as remunerações pagas ou

creditadas, a qualquer título, inclusive adiantamentos, aos segurados

empregados, empresários, trabalhadores avulsos e autônomos a seu serviço, é

até o dia 2 do mês seguinte ao da competência.

Em relação aos segurados trabalhador autônomo e equiparados, empresário e

facultativo estão obrigados a recolher sua contribuição por iniciativa própria, até

o dia 15 do mês seguinte ao da competência.

O adquirente, o consignatário ou a cooperativa são obrigados a recolher a

contribuição que lhe é peculiar até o dia 2 de mês seguinte ao da competência.

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O adquirente, o consignatário ou a cooperativa são obrigados a recolher a

contribuição que lhe é peculiar até o dia 2 do mês seguinte ao da operação de

venda ou consignação da produção.

O segurado especial e a pessoa física que exploram atividade agropecuária ou

pesqueira devem recolher a contribuição que lhes é pertinente até o dia 2 do

mês seguinte ao da operação, caso comercializem sua produção no exterior ou

diretamente no varejo, ao consumidor.

O empregador doméstico está obrigado a arrecadar a contribuição do segurado

empregado a seu serviço e a recolhê-la, assim como a parcela a seu cargo, no

prazo até o dia 15 do mês seguinte ao da competência.

A entidade beneficente de assistência social deve arrecadar a contribuição dos

segurados empregado e trabalhador avulso a seu serviço, descontando-a da

respectiva remuneração, e a recolhê-la até o dia 2 do mês seguinte àquele a

que se referirem as remunerações.

A contribuição incidente sobre o valor bruto do 13º salário deverá ser calculada

em separado e recolhida até o dia 20 do mês de dezembro, sendo devida

quando do pagamento ou crédito da última parcela. A referida contribuição será

atualizada monetariamente a partir da data prevista para o seu recolhimento,

utilizando-se a UFIR.

No caso de rescisão do contrato de trabalho, as contribuições devidas serão

recolhidas no dia 2 do mês subseqüente à rescisão, computando-se em

separado a parcela referente ao 13º salário.

A empresa poderá pagar a contribuição previdenciária até o 1º dia útil do mês

subsequënte ao da competência sem correção monetária. A partir do 1º dia do

mês subseqüente ao da competência, as contribuições previdenciárias são

convertidas em quantidades de UFIR diária pelo valor desta naquele dia. O

valor a pagar será determinado pelo valor da UFIR na data do pagamento.

Se não houver expediente bancário nas datas acima referidas, o recolhimento

deverá ser efetuado no dia útil imediatamente anterior.

A empresa tomadora ou requisitante dos serviços de trabalhador avulso é

responsável pelo cumprimento das obrigações que lhe são pertinentes, em

relação à prestação de serviços daqueles trabalhadores. A empresa também é

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responsável pelo pagamento das contribuições incidentes sobre parcelas

integrantes da remuneração do trabalhador avulso e transferidas ao respectivo

sindicato ou depositadas em nome do segurado, como férias e 13º salário.

O desconto da contribuição e da consignação legalmente determinado sempre

se presumirá feito, oportuna e legalmente, pela empresa, pelo empregador

doméstico, pelo adquirente, consignatário e cooperativa a isso obrigados, não

sendo lícito alegar, qualquer omissão para se eximirem do recolhimento,

ficando tais pessoas diretamente responsáveis pelas importâncias que

deixarem de descontar ou tiverem descontado em desacordo com o

Regulamento (§ 5º do art. 33 da Lei nº 8.212).

DO NÃO RECOLHIMENTO NO PRAZO LEGAL DAS CONTRIBUIÇÕES À

SEGURIDADE SOCIAL

Juros de Mora

As contribuições e demais importâncias que forem devidas à Seguridade

Social, desde que recolhidas fora dos prazos legais, ficam sujeitas, além

da atualização monetária e de multa, aos juros moratórios. Os juros de

mora pelo não-recolhimento das contribuições devidas à Seguridade

Social são de 1% ao mês por mês-calendário ou fração, calculados

sobre o valor atualizado das contribuições. Hoje a atualização é feita

pela UFIR.

Multa

Sobre o valor atualizado pela UFIR incidirá a multa de mora, nos

seguintes percentuais:

o a. 10% sobre os valores das contribuições em atraso que, até a

data do pagamento, não tenham sido incluídas em notificação de

débito;

o b. 20% sobre os valores pagos dentro de 15 dias contados da

data do recolhimento da correspondente notificação de débito;

o 3. 30% sobre todos os valores pagos mediante parcelamento,

desde que requerido da correspondente notificação de débito;

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o d. 60% sobre os valores pagos em quaisquer outros casos,

inclusive por falta de cumprimento de acordo para o parcelamento

e reparcelamento.

As determinações originais quanto a multas foram alteradas pelo art. 3º

da Lei nº 8.218/91. As multas atuais são previstas no art. 4º da Lei nº

8.620, de 5-1-1993.

Aplica-se também a multa prevista na letra c supra às contribuições não

incluídas em notificação de débito e que sejam objeto de parcelamento

(parágrafo único do art. 4º da Lei nº8.620).

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

A empresa tem obrigação de elaborar a folha de pagamento aos segurados a

seu serviço. Deve contabilizar, discriminadamente, os valores descontados e

pagos a título de contribuição à Seguridade Social.

Os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações devidas à

Seguridade Social devem ser guardados por 10 anos para efeito de

fiscalização. Os benefícios reembolsados pela empresa devem também ser

guardados pelo mesmo prazo.

São dispensados da escrituração contábil o pequeno comerciante, a

microempresa, a pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, de

acordo com a legislação do imposto de renda (§ 7º do art. 47 do Decreto nº 612

não mais faz essa exigência ilegal.

Na falta de prova regular e formalizada, o montante dos salários pagos pela

execução de obra de construção civil pode ser obtido mediante cálculo da mão-

de-obra empregada, proporcional à área construída e ao padrão de execução

da obra, de acordo com critérios estabelecidos pelo INSS, cabendo ao

proprietário, dono da obra, incorporador, condômino da unidade imobiliária ou

empresa co-responsável o ônus da prova em contrário.

As empresas devem fornecer ao sindicato representativo da categoria

profissional mais numerosa entre seus empregados cópia da guia de

recolhimento das contribuições devidas à seguridade social arrecadas pelo

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INSS. Nesse conceito de empresa inclui-se a cooperativa, a associação ou

entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e a

repartição consular de carreira estrangeira. Na hipótese de a empresa possuir

mais de uma unidade, os sindicatos terão acesso apenas às guias referentes

ás unidades situadas em sua base territorial.

O art. 10 do Decreto nº 1.197, de 14-7-1994, obriga as empresas a enviarem

até o dia 10 de cada mês cópia da GRPS ao sindicato. Tendo a empresa mais

de um estabelecimento, com bases geográficas diversas, deverá ser

encaminhada ao sindicato representativo da categoria profissional mais

numerosa entre os empregados de cada unidade. A empresa que recolher

mais de uma GRPS deverá encaminhar todas as guias.

Ficam as empresas obrigadas, igualmente, a afixar cópia da GRPS no quadro

de horário dos empregados (art. 4º da Lei nº 8.870/94), por um período de 1

mês (art. 11 do Decreto nº 1.197/94, com a redação do Decreto nº 1.843/96).

É facultada aos sindicatos a apresentação de denúncia contra a empresa, junto

ao INSS, no caso de:

descumprimento do dever de enviar as GRPS ou de afixá-las nos

quadros de horário dos empregados;

divergência entre os valores informados pela empresa e pelo INSS

sobre as contribuições recolhidas na mesma competência;

coexistência de evidentes indícios de recolhimento a menor das

contribuições devidas.

A improcedência da denúncia feita pelo sindicato importará na suspensão de

direito do sindicato ao fornecimento das informações anteriormente

mencionadas pelo prazo de:

1 ano nas hipóteses das letras a e b do parágrafo anterior;

4 meses, na hipótese da letra c.

Os prazos fixados nas letras a e b retrocitados serão duplicados a cada

reincidência por parte do sindicato.

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6- Exame de Contabilidade

PRERROGATIVA DO INSS

É PRERROGATIVA do Ministério da Previdência e Assistência Social, do INSS

e da SRF o exame da contabilidade da empresa, ficando obrigados a empresa

e o segurado a prestarem todos os esclarecimentos e informações solicitados.

SÃO OBRIGADOS a exibir todos os documentos e livros relacionados com as

contribuições previstas no Regulamento Geral da Previdência:

A empresa;

o servidor de órgão público da administração direta e indireta,

o segurado da previdência social,

o serventuário da Justiça,

o síndico ou seu representante legal,

o Comissário e o Liqüidante de empresa em liquidação judicial

ou extrajudicial

INSCRIÇÃO DE OFÍCIO

Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer DOCUMENTO ou

INFORMAÇÃO, ou sua apresentação deficiente, o INSS e a SRF podem, sem

prejuízo da penalidade cabível nas esferas de sua competência, LANÇAR DE

OFÍCIO importância que reputarem devida, CABENDO à empresa, ao

empregador doméstico ou ao segurado O ÔNUS DA PROVA EM

CONTRÁRIO.

Considera-se deficiente o documento ou informação

apresentada:

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que não preencha as formalidades legais;

aquele que contenha informação diversa da realidade;

que omita informação verdadeira.

Deverá ser dado tratamento especial ao exame da

documentação que envolva operações ou assuntos de caráter

sigiloso, FICANDO O FISCAL RESPONSÁVEL OBRIGADO À

GUARDA DA INFORMAÇÃO e à sua utilização

exclusivamente nos documentos elaborados em decorrência

do exercício de suas atividades.

A autoridade policial prestará à fiscalização, mediante

solicitação, o auxílio necessário ao regular desempenho dessa

atividade.

AFERIÇÃO INDIRETA OU ARBITRAMENTO

Na falta de prova regular e formalizada, O MONTANTE DOS SALÁRIOS pagos

pela execução de obra de construção civil pode ser obtido mediante cálculo da

mão-de-obra empregada, PROPORCIONAL à área construída e ao padrão da

execução da obra, de acordo com critérios estabelecidos pelo INSS,

CABENDO ao proprietário, dono da obra, incorporador, condômino da unidade

imobiliária ou empresa co-responsável O ÔNUS DA PROVA EM CONTRÁRIO

Responsabilidade Solidária

A solidariedade nunca é presumida, ou resulta da lei ou da vontade das partes

(art. 896 do Código Civil). O proprietário, o incorporador definido na Lei nº

4.591, de 16-12-64, o dono da obra ou condômino da unidade imobiliária,

qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou

acréscimo, são solidários com o construtor pelo cumprimento das obrigações

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para com a Seguridade Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o

executor ou contratante da obra e admitida a retenção de importância a este

devida para garantia do cumprimento das obrigações. Será considerado como

construtor a pessoa física ou jurídica que executar a obra, sob sua

responsabilidade, no todo ou em parte.

A responsabilidade solidária pode ser elidida, desde que seja exigido do

construtor o pagamento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos

segurados incluída em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços

executados, quando da quitação da referida nota fiscal ou fatura.

O cedente de mão-de-obra deverá elaborar folhas de pagamento e guias de

recolhimento distintas para cada empresa tomadora de serviço, devendo esta

exigir do executor, quando da quitação da nota fiscal ou fatura, cópia

autenticada da guia de recolhimento quitada e respectiva folha de pagamento.

O adquirente de prédio ou unidade imobiliária que realizar a operação com

empresa de comercialização ou com incorporador de imóvel (Lei nº 4.591) é

excluído da responsabilidade solidária perante a Seguridade Social, ficando os

outros solidariamente responsáveis com o construtor, pelo recolhimento das

contribuições da seguridade social.

A solidariedade pode ser:

a) ativa ou passiva;

b) legal ou convencional.

Solidariedade Ativa: quando, havendo vários credores, CADA UM TEM

DIREITO DE EXIGIR DO DEVEDOR COMUM o cumprimento da prestação por

inteiro.

Solidariedade Passiva: quando, havendo vários devedores, o CREDOR

TEM O DIREITO DE EXIGIR E DE RECEBER DE UM OU DE ALGUNS DOS

DEVEDORES, parcial ou totalmente, a dívida comum.

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a legislação da Seguridade Social atêm-se à

solidariedade passiva e legal, estabelecendo a

responsabilidade solidária em determinadas hipóteses.

O proprietário, o incorporador, o dono da obra ou condômino da unidade

imobiliária cuja contratação da construção, reforma ou acréscimo não envolva

cessão de mão-de-obra, são SOLIDÁRIOS com o construtor, e este e aqueles

com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a

seguridade social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou

contratante da obra e admitida a retenção de importância a este devida para

garantia do cumprimento dessas obrigações, não se aplicando, em qualquer

hipótese, o benefício de ordem.

Não se considera cessão de mão-de-obra, para os fins deste

artigo, a contratação de construção civil em que a empresa

construtora assuma a responsabilidade direta e total pela obra

ou repasse o contrato integralmente.

A responsabilidade solidária SERÁ ELIDIDA:

I - pela comprovação do recolhimento das contribuições

incidentes sobre a remuneração dos segurados, incluída

em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços

executados, quando corroborada por escrituração contábil;

e

II - pela comprovação do recolhimento das contribuições

incidentes sobre a remuneração dos segurados, aferidas

indiretamente nos termos, forma e percentuais previstos

pelo INSS.

Page 66: Legislação previdenciária

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CONSTRUTOR: para os efeitos deste Regulamento, a pessoa física ou

jurídica que executa obra sob sua responsabilidade, no todo ou em parte.

Exclui-se da responsabilidade solidária perante a seguridade

social o adquirente de prédio ou unidade imobiliária que realize

a operação com empresa de comercialização ou com

incorporador de imóveis, ficando estes solidariamente

responsáveis com o construtor.

As empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem

entre si, SOLIDARIAMENTE, pelas obrigações decorrentes do disposto neste

Regulamento.

O operador portuário e o órgão gestor de mão-de-obra são SOLIDARIAMENTE

RESPONSÁVEIS pelo pagamento das contribuições previdenciárias e demais

obrigações, inclusive acessórias, devidas à seguridade social, arrecadadas

pelo INSS, relativamente à requisição de mão-de-obra de trabalhador avulso,

VEDADA A INVOCAÇÃO DO BENEFÍCIO DE ORDEM.

Os administradores de autarquias e fundações públicas, criadas ou mantidas

pelo Poder Público, de empresas públicas e de sociedades de economia mista

sujeitas ao controle da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos

Municípios, que se encontrarem em mora por mais de 30 dias, no recolhimento

das contribuições previstas neste Regulamento, TORNAM-SE

SOLIDARIAMENTE RESPONSÁVEIS pelo respectivo pagamento..

8- Notificação Fiscal de Lançamento de Débito

A atividade de fiscalização de empresas e entidades equiparadas consiste no

acompanhamento da situação das mesmas com relação ao cumprimento de

suas obrigações previdenciárias. A ação fiscal é efetuada pelos Auditores

Page 67: Legislação previdenciária

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Fiscais de Contribuições Previdenciárias do quadro da Secretaria da receita

Previdenciária – SRP do Ministério da Previdência Social.

Constatada a ocorrência de uma infração ou a falta de recolhimento de

qualquer contribuição ou outra importância devida, a fiscalização lavra, de

imediato, um Auto de Infração – AI ou uma Notificação Fiscal de Lançamento

de Débito – NFLD, com discriminação dos fatos geradores, das contribuições

devidas e dos períodos a que se referem. Recebido o AI ou a NFLD, a empresa

tem prazo de 15 dias para efetuar o pagamento ou apresentar defesa, sob

pena de ser considerado, de pleno, procedente o débito, com conseqüente

inscrição em Dívida Ativa. As dívidas inscritas, ajuizadas ou não, podem ser

objeto de acordo, para pagamento parcelado em até 60 meses sucessivos. O

direito da Previdência Social de apurar, constituir e cobrar seus créditos

prescreve em 10 anos.

As informações aqui apresentadas contemplam dados de quantidade e de valor

resultante da ação fiscal, classificados por tipo de infração, por Unidade da

Federação, por mês e porte das empresas fiscalizadas. É mostrada a

quantidade de empresas atingidas pela ação fiscal por tipo de documento,

Unidade da Federação e mês. O demonstrativo da ação fiscal (empresas

fiscalizadas, segurados cobertos, estabelecimentos fiscalizados e empresas

visitadas) é apresentado por Unidade da Federação e porte da empresa. A

classificação das empresas por porte baseia-se no índice calculado pelo valor

médio dos últimos seis meses da massa salarial declarada em GFIP dividida

pelo valor do salário mínimo da respectiva competência de fiscalização,

conforme mostra o quadro abaixo.

QUADRO VII.1 - CLASSIFICAÇÃO DE EMPRESAS POR PORTE

PORTE VALOR MÉDIO DA MASSA SALARIAL GFIP

Pequeno Até 400 salários mínimos

Médio De 400 a 5.000 salários mínimos

Grande Acima de 5.000 salários mínimos

Page 68: Legislação previdenciária

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Os principais conceitos das variáveis constantes desta seção são apresentados

a seguir:

Valor do Recolhimento – valor do débito levantado e recolhido pela empresa

na ocasião da ação fiscal. Inclui também o recolhimento da primeira parcela do

débito que foi parcelado, bem como os acréscimos legais (atualização

monetária, juros e multas).

Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD – documento emitido

pelo fiscal caso a empresa conteste total ou parcialmente um débito levantado

pela fiscalização, instaurando um processo fiscal de cobrança e fornecendo

dados necessários ao registro no Sistema de Cadastramento de Débitos.

Informação Fiscal de Débito – IFD – documento emitido pelo fiscal no término

da fiscalização, quando constatado débito inferior a R$ 1.000,00. Destina-se

apenas às rotinas e procedimentos de cobrança administrativa.

Lançamento de Débito Confessado – LDC – documento emitido pela área de

recuperação de créditos, com intervenção do fiscal, caso a empresa não

conteste a fiscalização e solicite o pagamento parcelado do débito.

Auto de Infração - AI – documento lavrado pelo fiscal para registrar a

ocorrência de infração praticada contra a Seguridade Social e possibilitar a

instauração do respectivo processo de cobrança da multa correspondente.

Empresas Fiscalizadas – uma empresa é fiscalizada quando o procedimento

fiscal tem como objetivo a orientação, a verificação e o controle do

cumprimento das obrigações previdenciárias por parte do sujeito passivo,

podendo resultar em lançamento de crédito previdenciário, em lavratura de

Auto de Infração ou em apreensão de documentos de qualquer espécie,

inclusive aqueles armazenados em meio digital ou em qualquer outro tipo de

mídia, materiais, livros ou assemelhados.

Page 69: Legislação previdenciária

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Empresas Diligenciadas – uma empresa é diligenciada quando o

procedimento fiscal é destinado a coletar e a analisar informações de interesse

da administração previdenciária, inclusive para atender à exigência de

instrução processual, podendo resultar em lavratura de Auto de Infração,

Termo de Arrolamento de Bens ou em apreensão de documentos de qualquer

espécie, inclusive os armazenados em meio magnético ou em qualquer outro

tipo de mídia, materiais, livros ou assemelhados.

As informações desta seção foram extraídas do sistema Cadastro Nacional de

Ações Fiscais – CNAF.

Em 2006, o valor resultante da ação fiscal atingiu R$ 19,9 bilhões, com

participação de 74,5% da NFLD/IFD; 15,5% da LDC; 5,3% do AI e 4,7% do

recolhimento direto. Comparado com o ano anterior, o valor resultante total

decresceu 9%; a NFLD/IFD e o recolhimento diminuíram, respectivamente

14,8% e 10,7%; e a LDC e o AI cresceram 17,7% e 32,2% no período. As

empresas de pequeno porte participaram com 57,8%, as de porte médio com

21,6% e as de grande porte com 20,6%, do valor resultante total. De 2005 para

2006, o valor resultante da ação fiscal das empresas de pequeno e grande

porte decresceu, respectivamente, 14,5% e 2,4% e cresceu 1,9% nas

empresas de médio porte.

Comparado com 2005, em 2006 as empresas atingidas pela ação fiscal através

de NFLD, LDC e AI aumentaram, 7,5%, 9,2% e 11,6%; enquanto as empresas

atingidas pela IFD e com recolhimento direto diminuíram 37,7% e 0,7%,

respectivamente.

Durante o ano de 2006, foram fiscalizadas 22,1 mil empresas, que abrangiam

75,6 mil estabelecimentos, num total de 3,5 milhões de segurados cobertos. De

2005 para 2006, as empresas fiscalizadas, os segurados cobertos e os

estabelecimentos fiscalizados decresceram 29%, 10% e 15,4%,

respectivamente. Em 2006, as empresas de pequeno porte participam com

89,3% do total de empresas e 52,5% da quantidade de segurados cobertos; as

de médio porte com 6,3% e 25,9%; e as de grande porte com 4,4% e 21,6%,

respectivamente. A quantidade de empresas visitadas atingiu 56,9 mil

Page 70: Legislação previdenciária

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empresas, o que correspondeu a um acréscimo de 70,8%, em relação ao ano

anterior.

9- Parcelamento de contribuições e demais importâncias devidas à

seguridade social.

As contribuições devidas à Seguridade Social, incluídas ou não em notificação

de débito, poderão, após verificadas e confessadas, ser objeto de

PARCELAMENTO (acordo para pagamento parcelado em até 60 meses

consecutivos)

- Os créditos de qualquer natureza da seguridade social, constituídos ou não,

que forem objeto de parcelamento serão consolidados na data da concessão e

expressos em moeda corrente.

- Não poderão ser objeto de parcelamento as contribuições descontadas do

segurado empregado, inclusive o doméstico, e trabalhador avulso;

- A empresa ou segurado que tenha sido condenado criminalmente por sentença

transitada em julgado, por obter vantagem ilícita em prejuízo da seguridade

social ou de suas entidades, NÃO PODERÁ OBTER PARCELAMENTO de seus

débitos, nos cinco anos seguintes ao trânsito em julgado da sentença.

- O deferimento do parcelamento pelo INSS fica condicionado ao pagamento da

primeira parcela.

- Será admitido o reparcelamento por uma única vez.

- Não é permitido o PARCELAMENTO de dívidas de empresa com falência

decretada.

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10- Decadência e Prescrição

Decadência

Se a contribuição previdenciária se referir a importância paga em período

anterior ao da decadência do direito de exigir a citada exação, em que o INSS

não mais poderá constituir o seu crédito, não haverá incidência da citada

contribuição. Temos que observar aqui o prazo de decadência previsto no art.

45 da Lei nº8.212, embora já não possam ser cobradas contribuições

previdenciárias anteriores a janeiro de 1986, visto que a jurisprudência

entendia que o prazo de decadência na legislação anterior era de cinco anos

(Súmula 108 do TFR). A Seguridade Social, porém, não perde "o direito de

apurar e constituir créditos provenientes de importâncias descontadas dos

segurados ou de terceiros ou decorrentes da prática de crimes previstos na

alínea j do art. 95 desta Lei" (parágrafo único do art.45 da Lei nº 8.212).

Prescrição

É a perda do direito de cobrar seus créditos no prazo previsto em lei.

- o direito de ação do INSS nasce com a constituição do crédito previdenciário

pelo lançamento. O PRAZO DE PRESCRIÇÃO é de 10 (dez) anos contados a

partir da constituição definitiva do crédito.

A PRESCRIÇÃO pode ser interrompida:

- distribuição da execução em juízo;

- protesto judicial;

- outro ato judicial que constitua em mora o devedor;

- ato inequívoco, ainda que extra-judicial, que importe no reconhecimento de

débito pelo devedor;

- citação pessoal do devedor.

- a Seguridade Social pode, a qualquer tempo, apurar e constituir seus

créditos, na OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO.

- O direito do interessado pleitear judicialmente a descontinuação de exigência

fiscal fixada pelo INSS, ao julgar processo administrativo fiscal, extingue-se

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com o decurso de prazo de 180 dias, contados da intimação da referida

decisão.

11- Restituição e Compensação de Contribuições

Somente poderá ser RESTITUÍDA ou COMPENSADA contribuição para a

seguridade social, arrecadada pelo INSS, na hipótese de PAGAMENTO ou

RECOLHIMENTO indevido.

- a compensação ou restituição é acrescida de juros equivalentes à taxa

referencial do SELIC, acumulada mensalmente, calculados a partir da data do

pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação ou

restituição e de 1 % relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada.

- Somente será admitida a restituição ou a compensação de contribuição a

cargo da empresa, recolhida ao INSS, que, por sua natureza, não tenha sido

transferida ao preço de bem ou serviço oferecido à sociedade.

RESTITUIÇÃO:

é a devolução da quantia paga a mais. Pode ser requerida perante o Fisco,

como também ser objeto de ação de repetição de indébito. Somente será feita

àquele que provar ter assumido esse encargo ou, no caso de tê-lo transferido a

terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.

No caso de recolhimento a maior, originário de evidente erro de cálculo, a

RESTITUIÇÃO será feita por rito sumário estabelecido pelo INSS, reservando-

se a este o direito de fiscalizar posteriormente a regularidade das importâncias

restituídas.

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- O direito de pleitear RESTITUIÇÃO ou de realizar compensação de

contribuições ou de outras importâncias extingue-se em 5 anos, contados da

data:

I - do pagamento ou recolhimento indevido; ou

II - em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em

julgado a sentença judicial que tenha reformado, anulado ou revogado a

decisão condenatória.

- Da decisão sobre pedido de restituição de contribuições ou de outras

importâncias, cabe recurso à Câmara de Julgamento - CaJ.

COMPENSAÇÃO:

É uma forma de extinção das obrigações. Se duas pessoas forem ao mesmo

tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até

quando se compensarem.

- A COMPENSAÇÃO não poderá ser superior a 30 % do valor a ser recolhido

em cada competência.

- A COMPENSAÇÃO somente poderá ser efetuada com parcelas de

contribuição da mesma espécie.

12- Isenção de contribuições: requisitos, manutenção e perda

São ISENTAS das contribuições para a Seguridade Social a pessoa jurídica de

direito privado BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL que atenda,

cumulativamente, aos seguintes requisitos:

I - seja reconhecida como de utilidade pública federal;

Page 74: Legislação previdenciária

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II - seja reconhecida como de utilidade pública pelo respectivo Estado,

Distrito Federal ou Município onde se encontre a sua sede;

III - seja PORTADORA do Registro e do Certificado de Entidade de Fins

Filantrópicos fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado

a cada três anos;

IV - promova, GRATUITAMENTE E EM CARÁTER EXCLUSIVO, a

assistência social beneficente a pessoas carentes, em especial a crianças,

adolescentes, idosos e portadores de deficiência;

V - aplique integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e

desenvolvimento de seus objetivos institucionais, apresentando, anualmente,

relatório circunstanciado de suas atividades ao Instituto Nacional do Seguro

Social; e

VI - não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores,

benfeitores, ou equivalentes, REMUNERAÇÃO, VANTAGENS OU

BENEFÍCIOS, por qualquer forma ou título, em razão das competências,

funções ou atividades que lhes são atribuídas pelo respectivo estatuto social.

Assistência Social Beneficente:

É a prestação gratuita de benefícios e serviços a quem destes necessitar.

Pessoa Carente:

A que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção, nem tê-la

provida por sua família; é a pessoa cuja renda familiar mensal corresponda a,

no máximo, R$ 399,59 (base: abril/2002), reajustados nas mesmas épocas e

com os mesmos índices utilizados para o reajustamento do benefício de

prestação continuada da assistência social.

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ISENÇÃO PROPORCIONAL:

Considera-se também de ASSISTÊNCIA SOCIAL BENEFICENTE a pessoa

jurídica de direito privado que, anualmente, ofereça e preste efetivamente,

pelo menos, 60 % d os seus serviços ao SUS.

Entidades jurídicas de direito privado, que exercem atividades educacionais

sem fins lucrativos, desde que amparadas pela lei nº 9394, de 20/12/96,

também gozam de ISENÇÕES (proporcionais) quanto às contribuições sociais

para o INSS.

- o valor da isenção a ser usufruída corresponde ao percentual resultante da

relação existente entre o valor efetivo total das vagas cedidas, integral e

gratuitamente, e a receita bruta mensal proveniente da venda de serviços e de

bens não integrantes do ativo imobilizado, acrescida da receita decorrente de

doações particulares, a ser aplicado sobre o total das contribuições sociais

devidas.

- Não será considerado, para os fins do cálculo da isenção de que trata o

parágrafo anterior, o valor das vagas cedidas com gratuidade parcial, nem

cedidas a alunos não carentes.

MANUTENÇÃO DA ISENÇÃO

- A manutenção da isenção ocorre enquanto a entidade beneficente de

Assistência Social cumular os requisitos necessários para a sua

obtenção

- A inexistência de débitos em relação às contribuições sociais é

condição necessária ao deferimento e à manutenção da isenção.

- A pessoa jurídica de direito privado beneficiada com a isenção É OBRIGADA

a apresentar, anualmente, até 30 de abril, ao órgão do INSS jurisdicionante de

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sua sede, relatório circunstanciado de suas atividades no exercício anterior, na

forma por ele definida, contendo as seguintes informações e documentos:

I - localização de sua sede;

II - nome e qualificação completa de seus dirigentes;

III - relação dos seus estabelecimentos e obras de construção civil

identificados pelos respectivos números do Cadastro Nacional da Pessoa

Jurídica ou no Cadastro Específico do INSS;

IV - descrição pormenorizada dos serviços assistenciais, de educação ou de

saúde prestados a pessoas carentes, mencionando a quantidade de

atendimentos e os respectivos custos; ou ...

V - demonstrativo mensal por atividade, no qual conste a quantidade de

atendimentos gratuitos oferecidos a pessoas carentes, o valor efetivo total das

vagas cedidas, a receita proveniente dos atendimentos prestados ao SUS, o

valor da receita bruta, da contribuição social devida, o percentual e o valor da

isenção usufruída; e

VI - resumo de informações de assistência social.

PERDA DA ISENÇÃO

- O INSS CANCELARÁ a isenção da pessoa jurídica de direito privado

beneficente que não atender aos requisitos previstos neste artigo, a partir da

data em que deixar de atendê-los, observado o seguinte procedimento:

I - se a fiscalização do INSS verificar que a pessoa jurídica a que se refere

este artigo deixou de cumprir os requisitos nele previstos, emitirá Informação

Fiscal na qual relatará os fatos que determinaram a perda da isenção;

II - a pessoa jurídica de direito privado beneficente será cientificada do

inteiro teor da Informação Fiscal, sugestões e conclusões emitidas pelo INSS e

terá o prazo de 15 dias para apresentação de defesa e produção de provas;

Page 77: Legislação previdenciária

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III - apresentada a defesa ou decorrido o prazo sem manifestação da parte

interessada, o INSS decidirá acerca do cancelamento da isenção, emitindo Ato

Cancelatório, se for o caso; e

IV - cancelada a isenção, a pessoa jurídica de direito privado beneficente

terá o prazo de 15 dias, contados da ciência da decisão, para interpor recurso

com efeito suspensivo ao Conselho de Recursos da Previdência Social.

- NÃO CABE RECURSO ao Conselho de Recursos da Previdência

Social da decisão que cancelar a isenção com fundamento nos 3

primeiros requisitos para a obtenção da ISENÇÃO.

13 - Matrícula da Empresa

A Legislação Previdenciária determina, em suas disposições preliminares, que

se considera matrícula a identificação dos sujeitos passivos perante a

Previdência Social, podendo ser o número do CNPJ - Cadastro Nacional de

Pessoa Jurídica, para as empresas, ou o CEI - Cadastro Específico do INSS, e

inscrição, NIT - Número de Identificação do Trabalhador, perante a Previdência

Social, para os segurados.

Todas as pessoas, físicas ou jurídicas, consideradas e equiparadas a

empresas pela legislação previdenciária estão obrigadas à matrícula, que se

caracteriza como ato de cadastramento para identificação do contribuinte junto

ao INSS.

O art. 24 da Instrução Normativa nº 100/03 determina que a matrícula da

empresa será feita:

• simultaneamente com a inscrição no CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa

Jurídica, para as pessoas jurídicas ou equiparadas;

• no CEI - Cadastro Específico do INSS, no prazo de 30 dias contados do início

de suas atividades, para a empresa, quando for o caso, a equiparada a

empresa e obra de construção civil, sendo responsável pela matrícula.

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• CNIS - Cadastro Nacional de Informação Social, mediante a atribuição de um

NIT - Número de Identificação do Trabalhador, para os trabalhadores em geral.

Nota:

O NIT poderá ser o número de inscrição no:

- INSS;

- PIS - Programa de Integração Social;

- Pasep - Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público;

- SUS - Sistema Único de Saúde.

Quando o cadastro no INSS não ocorrer simultaneamente com a inscrição no

CNPJ, a empresa deverá apresentar, em qualquer Agência da Previdência

Social, o documento constitutivo e alterações, devidamente registrados no

órgão próprio, e cartão de inscrição no CNPJ.

Considera-se início de atividade a data do registro do ato constitutivo no órgão

competente.

14- Prova de inexistência de débito.

A legislação exige do contribuinte ou responsável, em determinadas hipóteses,

a comprovação da regularidade da sua situação perante o Fisco.

No âmbito da Previdência Social, essa prova consiste na CND –

Certidão Negativa de Débito. A certidão será emitida por meio de

sistema eletrônico, com validade por 60 dias, ficando a sua aceitação

condicionada à verificação de sua autenticidade pela Internet ou junto à

Previdência Social.

A prova de inexistência de débito É EXIGIDA em alguns casos a saber:

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I - da EMPRESA:

- na contratação com o poder público, ou participar de licitação, e no

recebimento de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício concedidos por ele;

- na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele

relativo;

- na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel de valor superior a

R$ 20.696,09 (base: junho/2002) incorporado ao ativo permanente da empresa;

e

- no registro ou arquivamento, no órgão próprio, de ato relativo a baixa ou

redução de capital de firma individual, redução de capital social, cisão total ou

parcial, transformação ou extinção de entidade ou sociedade comercial ou civil

e transferência de controle de cotas de sociedades de responsabilidade

limitada, suprida a exigência pela informação de inexistência de débito a ser

prestada pelos órgãos competentes;

II - do PROPRIETÁRIO, pessoa física ou jurídica, de obra de construção

civil, quando de sua averbação no Registro de Imóveis;

III - do INCORPORADOR, na ocasião da inscrição de memorial de

incorporação no Registro de Imóveis;

IV - do PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA e do SEGURADO ESPECIAL,

quando da constituição de garantia para concessão de crédito rural e qualquer

de suas modalidades, por instituição de créditos pública ou privada, desde que

comercializem a sua produção com o adquirente domiciliado no exterior ou

diretamente no varejo a consumidor pessoa física, a outro produtor rural

pessoa física ou a outro segurado especial;

V - na contratação de operações de crédito com instituições financeiras,:

VI - na liberação de eventuais parcelas previstas nos contratos a que se

refere o inciso anterior.

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15- Crimes Contra a Seguridade Social

Os crimes contra a Previdência Social já eram previstos no art. 155 da Lei nº

3.807/60.

O art. 95 da Lei nº 8.212 define os crimes cometidos contra a Seguridade

Social. Aqui vemos a relação do Direito da Seguridade Social com o Direito

Penal, ou o que se poderia chamar de Direito Penal Securitário ou Direito Penal

Previdenciário, em que há penalidades para a inobservância das regras

atinentes à Seguridade Social.

A Lei nº 8.212/91, por ter regulado inteiramente a matéria, revogou a Lei nº

3.807/60, inclusive o art. 155 (§ 1º do art. 2º da LICC).

Constitui crime:

a. deixar de incluir na folha de pagamentos da empresa os segurados

empregado, empresário, trabalhador avulso ou autônomo que lhe

prestem serviço;

b. deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios de contabilidade da

empresa o montante das quantias descontadas dos segurados e o das

contribuições da empresa;

c. omitir total ou parcialmente receita ou lucro auferidos, remunerações

pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições,

descumprindo as normas legais pertinentes;

d. deixar de recolher, na época própria, contribuição ou outra

importância devida à Seguridade Social e arrecadada dos segurados ou

do público;

e. deixar de recolher contribuições devidas à Seguridade Social que

tenham integrado custos ou despesas contábeis relativos a produtos ou

serviços vendidos;

f. deixar de pagar salário-família, salário-maternidade, auxílio-natalidade

ou outro benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas e

valores já tiverem sido reembolsados à empresa.

g. inserir ou fazer inserir em folha de pagamentos pessoa que não

possui a qualidade de segurado obrigatório;

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h. inserir ou fazer inserir em Carteira de Trabalho e Previdência Social

declaração falsa ou diversa da que deveria ser feita;

i. inserir ou fazer inserir em documentos contábeis ou outros

relacionados com as obrigações da empresa declaração falsa ou diversa

da que deveria constar, bem como omitir elementos exigidos pelas

normas legais ou regulamentares específicas;

j. obter ou tentar obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em

prejuízo direto ou indireto da Seguridade Social ou de suas entidades,

induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, contrafação,

imitação, alteração ardilosa, falsificação ou qualquer outro meio

fraudulento.

16- Infrações à legislação previdenciária.

Infração Substancial: atingem diretamente o poder de tributar. São punidas

de modo a ser também indenizado o tributo não pago.

Infração Formal: atingem diretamente o poder de regular e regulamentar.

Acarretam somente uma punição disciplinar.

- Sujeita-se a multa quem violar qualquer preceito da legislação pertinente,

mais especificamente o constante no Decreto nº 3048/99, em seus artigos 283

a 289.

- Não pode a empresa, encontrando-se em débito para com a Seguridade

Social, distribuir bonificação ou dividendo a acionista. Também não pode, na

mesma situação, dar ou atribuir cota ou participação nos lucros a sócio-cotista,

diretor ou outro membro de órgão dirigente, fiscal ou consultivo, ainda que a

título de adiantamento.

se DESCUMPRIR A VEDAÇÃO LEGAL, sujeitar-se-á a multa

de 50 % das quantias que tiverem sido pagas ou creditadas, a

partir da data do evento.

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- A falta, recusa ou atraso em comunicar ao INSS A OCORRÊNCIA DE

ACIDENTE DE TRABALHO (inclusive de doenças profissionais e doenças do

trabalho), até o 1º dia útil do fato, implica no pagamento, pela empresa, de

multa variável entre os limites mínimo (1 salário mínimo) e máximo de

contribuição (teto), por ACIDENTE

17- Recursos das decisões administrativas

No contencioso administrativo do Sistema Securitário Brasileiro,

especificamente, INSS e Secretaria da Receita Previdenciária, existem dois

procedimentos recursais, são eles: em matéria de crédito da seguridade social

e em matéria de benefícios. Os créditos da seguridade social são constituídos

com base no art. 45 da Lei nº 8.212/91. A Lei nº 8.213/91 disciplina a

concessão dos benefícios previdenciários. Porém, os atos a serem praticados e

a tramitação processual são diferentes. senão vejamos:

1. Quando se tratar de crédito constituído pela seguridade social, quer seja

por Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD, Auto-de-Infração ou

outro meio legal, o sujeito passivo após ser devidamente comunicado terá o

prazo de 15 dias para apresentar à Secretaria da Receita Previdenciária

DEFESA ESCRITA, relatando as razões de seu inconformismo e produzindo,

se necessário, as devidas provas. Após este prazo a defesa se apresentada

será considerada intempestiva (fora de prazo) e a SRP não terá a obrigação de

julgar o mérito.

Entendo, de forma particular, que poderá a SRP até analisar e remetê-la

conjuntamente com o recurso ao CRPS, dependendo do caso. O resultado da

apreciação da defesa por parte da SRP ocorre por meio da Decisão-Notificação

(DN). Do recebimento da DN pelo sujeito passivo abrir-se-á o prazo de 30 dias

para a apresentação do RECURSO ao CRPS. Esse recurso somente terá

prosseguimento se instruído com uma Guia da Previdência Social – GPS,

quitada na ordem de 30% do valor da exigência fiscal (valor do débito). Mas

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nem todos os contribuintes estão obrigados a efetuarem o depósito recursal, as

pessoas físicas e órgãos públicos estão isentos de tal exigência.

Cumpridas as formalidades, o recurso será remetido ao CRPS para ser

distribuído a uma das Câmaras de Julgamento que proferirá decisão

reformando ou não a DN da SRP através de um ACÓRDÃO, encerrando o

processo na área administrativa. No entanto, o sujeito passivo se insatisfeito

com a decisão do CRPS poderá ingressar, se entender necessário, na via

judicial. Porém, após o retorno dos autos ao setor de origem haverá, ainda,

uma comunicação da Secretaria da Receita Previdenciária com o contribuinte

devedor. Não havendo entendimento entre as partes no tocante ao pagamento

o parcelamento do débito, o valor será inscrito na Dívida Ativa e ocorrerá a

cobrança judicial por parte da Procuradoria Especializada.

2. Em matéria de benefícios e serviços prestados pela previdência social,

incluindo-se, o benefício de prestação continuada – LOAS, oriundo da Lei nº

8.742/93, regulamentada pelo Decreto nº 1.744/95, os beneficiários (segurados

+ dependentes) e, também, o próprio INSS terão ao seu dispor duas

oportunidades administrativas denominadas de recurso, uma de primeira

instância nas Juntas de Recursos da Previdência Social – JRPS, existentes em

cada Estado da Federação com jurisdição estadual, a segunda e última

instância administrativa é o CRPS, que pelas decisões das CAJ – Câmaras de

Julgamentos decidirão os feitos (recursos). O prazo para interposição de

recursos à JRPS e ao CRPS é de 30 dias.

Não podemos esquecer que, entre o recurso do INSS e o CRPS existem as

contra-razões dos beneficiários ou do INSS, e este prazo também é de 30 dias.

Uma vez esgotado o referido prazo, o INSS remeterá o processo ao CRPS com

ou sem as mesmas. Salientando que é dever da Autarquia Previdenciária

encaminhar ao recorrido cópia do seu recurso para conhecimento e adoção

das medidas que melhor lhe convier. Existem também, as matérias de alçada,

aquelas que havendo a decisão de primeira instância em matéria de benefícios

e serviços não comportarão recurso ao CRPS, são elas: quando o recurso tiver

como objeto de discussão RMI – Renda Mensal Inicial e quando o recurso se

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referir a matéria médica convergente ou se ratar em alguns casos de

concessão de benefícios de prestação continuada – LOAS. Decidido o recurso

a nível de 2º grau (CRPS) não caberá nenhum outro procedimento

administrativo. Da mesma forma que em matéria de crédito da seguridade

social, o suposto prejudicado deverá ingressar judicialmente, se for de seu

interesse.

Os acórdãos proferidos pelas JR ou pelas CAJ somente poderão ser

revistos se ferirem preceitos legais ou pareceres aprovados pelo Ministro da

Previdência Social e que, venham causar prejuízos irreparáveis aos

beneficiários/recorrentes ou a administração.

Considerando que o Conselho de Recursos da Previdência Social é um

Órgão Colegiado, onde existe a participação do Governo, dos empregadores

e dos trabalhadores, e sendo públicas as suas sessões, poderá ocorrer a

sustentação ou defesa oral, tanto por parte do próprio recorrente ou de seu

representante legal, nos termos do Regimento Interno do CRPS.

18- Dívida ativa: inscrição e execução judicial

DÍVIDA ATIVA DA SEGURIDADE SOCIAL

O crédito tributário não pago na época própria é chamado de dívida ativa. A

dívida ativa compreende, portanto, o crédito tributário que era exigível e que

não foi pago no momento próprio, ou seja, que já se encontra vencido. O art.

201 do CTN esclarece que dívida ativa tributária é a "proveniente de crédito

dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente,

depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão

final proferida em processo regular". A dívida ativa nada mais é do que o fato

gerador que dá início a obrigação tributária, constituído pelo lançamento o

crédito tributário, que, se não pago, implica na dívida vencida, ou seja: a dívida

ativa.

O termo de inscrição da dívida ativa deve conter (art. 202 do CTN):

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a. o nome do devedor e, sendo o caso, o dos co-responsáveis, bem

como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de

outros;

b. a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;

c. a origem e a natureza do crédito, mencionada especificamente a

disposição da lei em que seja fundado;

d. a data em que foi inscrita;

e. sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o

crédito.

A certidão conterá, ainda, a indicação do livro e da folha da inscrição (parágrafo

único do art. 202 do CTN).

A omissão de quaisquer dos requisitos anteriormente mencionados ou o erro a

eles relativo são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança

dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira

instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo,

acusado ou interessado, o prazo para a defesa, que somente poderá versar

sobre a parte modificada (art. 203 do CTN).

A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o

efeito de prova pré-constituída (art. 204 do CTN c/c art. 3º da Lei nº 6.830/80).

A presunção de liquidez e certeza é relativa (juris tantum) e pode ser elidida por

prova inequívoca, a cargo de sujeito passivo ou de terceiro a que

aproveite(parágrafo único do art.204 do CTN).

19- Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das

Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES: Lei

nº9.317/96).

A inscrição no SIMPLES – Sistema integrado de pagamento de Impostos e

Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte –

IMPLICA pagamento mensal unificado dos seguintes impostos e contribuições:

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a) IRPJ;

b) PIS – PASEP;

c) Contribuição social sobre o lucro;

d) COFINS;

e) IPI;

f) Contribuição para a Seguridade Social devida pela empresa com base no

artigo 22 da Lei 8212 (envolve, portanto, a contribuição de 20% ou 15 % e a

do acidente de trabalho);

A inscrição para o SIMPLES DISPENSA a empresa do recolhimento das

contribuições do SESC, SENAI, SENAC, SESI, SEST, SENAT, SEBRAE,

SESCOOP, etc.

20- Plano de Benefícios da Previdência Social: beneficiários, espécies de prestações, benefícios, períodos de carência.

Capítulo I

DOS BENEFICIÁRIOS

Art. 10. Os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social

classificam-se como segurados e dependentes, nos termos das Seções I e II

deste capítulo.

Seção I

Dos Segurados

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes

pessoas físicas: (Redação dada pela Lei nº 8.647, de 1993)

I - como empregado: (Redação dada pela Lei nº 8.647, de 1993)

a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em

caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive

como diretor empregado;

b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida

em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória

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de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário

de serviços de outras empresas;

c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para

trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no

exterior;

d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a

repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou

a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem

residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação

previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;

e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos

oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo,

ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da

legislação vigente do país do domicílio;

f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para

trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria

do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional;

g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo

com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas

Federais.(Incluída pela Lei nº 8.647, de 1993)

h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde

que não vinculado a regime próprio de previdência social ; (Incluída pela Lei nº

9.506, de 1997)

i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em

funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de

previdência social; (Incluída pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde

que não vinculado a regime próprio de previdência social; (Incluído pela Lei nº

10.887, de 2004)

II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza

contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem

fins lucrativos;

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V - como contribuinte individual: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de

26.11.99)

a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade

agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área

superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4

(quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou

por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9o e 10 deste

artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)

b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração

mineral - garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por

intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a

qualquer título, ainda que de forma não contínua; (Redação dada pela Lei nº

9.876, de 26.11.99)

c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida

consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; (Redação dada pela Lei nº

10.403, de 8.1.2002)

e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial

internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e

contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência

social; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o

membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio

solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam

remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o

associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade

de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito

para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam

remuneração; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual,

a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; (Incluído pela Lei nº 9.876,

de 26.11.99)

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h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de

natureza urbana, com fins lucrativos ou não; (Incluído pela Lei nº 9.876, de

26.11.99)

VI - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem

vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no

Regulamento;

VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou

em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em

regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na

condição de: (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)

a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro

ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore

atividade: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; (Incluído pela

Lei nº 11.718, de 2008)

2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos

termos do inciso XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000,

e faça dessas atividades o principal meio de vida; (Incluído pela Lei nº 11.718,

de 2008)

b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão

habitual ou principal meio de vida; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos

de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a

e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar

respectivo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

§ 1o Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o

trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao

desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições

de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados

permanentes.(Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)

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§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade

remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social é obrigatoriamente

filiado em relação a cada uma delas.

§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que

estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime

é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às

contribuições de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de

custeio da Seguridade Social.(Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo,

o mesmo enquadramento no Regime Geral de Previdência Social-RGPS de

antes da investidura. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)

§ 5o Aplica-se o disposto na alínea g do inciso I do caput ao ocupante de

cargo de Ministro de Estado, de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, sem

vínculo efetivo com a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas

autarquias, ainda que em regime especial, e fundações. (Incluído pela Lei nº

9.876, de 26.11.99)

§ 6o Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge ou

companheiro e os filhos maiores de 16 (dezesseis) anos ou os a estes

equiparados deverão ter participação ativa nas atividades rurais do grupo

familiar. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

§ 7o O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por

prazo determinado ou de trabalhador de que trata a alínea g do inciso V

do caput deste artigo, em épocas de safra, à razão de, no máximo, 120 (cento

e vinte) pessoas/dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou,

ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho. (Incluído pela Lei nº

11.718, de 2008)

§ 8o Não descaracteriza a condição de segurado especial: (Incluído pela

Lei nº 11.718, de 2008)

I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou

comodato, de até 50% (cinqüenta por cento) de imóvel rural cuja área total não

seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado

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continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de

economia familiar; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com

hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano; (Incluído pela

Lei nº 11.718, de 2008)

III – a participação em plano de previdência complementar instituído por

entidade classista a que seja associado em razão da condição de trabalhador

rural ou de produtor rural em regime de economia familiar; e (Incluído pela Lei

nº 11.718, de 2008)

IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum

componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial de

governo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de

processo de beneficiamento ou industrialização artesanal, na forma do § 11 do

art. 25 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; e (Incluído pela Lei nº 11.718,

de 2008)

VI – a associação em cooperativa agropecuária. (Incluído pela Lei nº

11.718, de 2008)

§ 9o Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir

outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de: (Incluído pela Lei nº

11.718, de 2008)

I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão,

cujo valor não supere o do menor benefício de prestação continuada da

Previdência Social; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

II – benefício previdenciário pela participação em plano de previdência

complementar instituído nos termos do inciso IV do § 8o deste artigo; (Incluído

pela Lei nº 11.718, de 2008)

III – exercício de atividade remunerada em período de entressafra ou do

defeso, não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano

civil, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei no 8.212, de 24 julho de

1991; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

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IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da

categoria de trabalhadores rurais; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

V – exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a

atividade rural ou de dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente,

por segurados especiais, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei

no 8.212, de 24 de julho de 1991; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas

no inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo

respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem,

desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício

de prestação continuada da Previdência Social; e (Incluído pela Lei nº 11.718,

de 2008)

VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor

benefício de prestação continuada da Previdência Social. (Incluído pela Lei nº

11.718, de 2008)

§ 10. O segurado especial fica excluído dessa categoria: (Incluído pela

Lei nº 11.718, de 2008)

I – a contar do primeiro dia do mês em que: (Incluído pela Lei nº 11.718,

de 2008)

a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no inciso VII

do caput deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei, ou exceder

qualquer dos limites estabelecidos no inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído

pela Lei nº 11.718, de 2008)

b) se enquadrar em qualquer outra categoria de segurado obrigatório do

Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto nos incisos III, V,

VII e VIII do § 9odeste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei;

e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime previdenciário; (Incluído

pela Lei nº 11.718, de 2008)

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II – a contar do primeiro dia do mês subseqüente ao da ocorrência,

quando o grupo familiar a que pertence exceder o limite de: (Incluído pela Lei

nº 11.718, de 2008)

a) utilização de terceiros na exploração da atividade a que se refere o §

7o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso III do § 9o deste

artigo; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 8o deste

artigo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

§ 11. Aplica-se o disposto na alínea a do inciso V do caput deste artigo ao

cônjuge ou companheiro do produtor que participe da atividade rural por este

explorada.(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

Art. 12. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União,

dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das

respectivas autarquias e fundações, são excluídos do Regime Geral de

Previdência Social consubstanciado nesta Lei, desde que amparados por

regime próprio de previdência social. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de

26.11.99)

§ 1o Caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomitantemente,

uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social,

tornar-se-ão segurados obrigatórios em relação a essas atividades.(Incluído

pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

§ 2o Caso o servidor ou o militar, amparados por regime próprio de

previdência social, sejam requisitados para outro órgão ou entidade cujo

regime previdenciário não permita a filiação, nessa condição, permanecerão

vinculados ao regime de origem, obedecidas as regras que cada ente

estabeleça acerca de sua contribuição. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

Art. 13. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze) anos que se filiar

ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, desde que não

incluído nas disposições do art. 11.

Art. 14. Consideram-se:

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I - empresa - a firma individual ou sociedade que assume o risco de

atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os

órgãos e entidades da administração pública direta, indireta ou fundacional;

II - empregador doméstico - a pessoa ou família que admite a seu serviço,

sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.

Parágrafo único. Equipara-se a empresa, para os efeitos desta Lei, o

contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como

a cooperativa, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a

missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras.(Redação

dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de

contribuições:

I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;

II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado

que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social

ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;

III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado

acometido de doença de segregação compulsória;

IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;

V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às

Forças Armadas para prestar serviço militar;

VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado

facultativo.

§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro)

meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições

mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.

§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze)

meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação

pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência

Social.

§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus

direitos perante a Previdência Social.

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§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do

término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para

recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do

final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.

Seção II

Dos Dependentes

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na

condição de dependentes do segurado:

I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de

qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; (Redação dada

pela Lei nº 9.032, de 1995)

II - os pais;

III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e

um) anos ou inválido; (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo

exclui do direito às prestações os das classes seguintes.

§ 2º .O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante

declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica

na forma estabelecida no Regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de

1997)

§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser

casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo

com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.

§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é

presumida e a das demais deve ser comprovada.

Seção III

Das Inscrições

Art. 17. O Regulamento disciplinará a forma de inscrição do segurado e

dos dependentes.

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§ 1o Incumbe ao dependente promover a sua inscrição quando do

requerimento do benefício a que estiver habilitado. (Redação dada pela Lei nº

10.403, de 8.1.2002)

§ 2º O cancelamento da inscrição do cônjuge se processa em face de

separação judicial ou divórcio sem direito a alimentos, certidão de anulação de

casamento, certidão de óbito ou sentença judicial, transitada em julgado.

§ 4o A inscrição do segurado especial será feita de forma a vinculá-lo

ao seu respectivo grupo familiar e conterá, além das informações pessoais, a

identificação da propriedade em que desenvolve a atividade e a que título, se

nela reside ou o Município onde reside e, quando for o caso, a identificação e

inscrição da pessoa responsável pela unidade familiar. (Incluído Lei nº 11.718,

de 2008)

§ 5o O segurado especial integrante de grupo familiar que não seja

proprietário ou dono do imóvel rural em que desenvolve sua atividade deverá

informar, no ato da inscrição, conforme o caso, o nome do parceiro ou meeiro

outorgante, arrendador, comodante ou assemelhado. (Incluído Lei nº 11.718,

de 2008)

§ 6o Simultaneamente com a inscrição do segurado especial, será

atribuído ao grupo familiar número de Cadastro Específico do INSS – CEI, para

fins de recolhimento das contribuições previdenciárias. (Incluído Lei nº 11.718,

de 2008)

Capítulo II

DAS PRESTAÇÕES EM GERAL

Seção I

Das Espécies de Prestações

Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes

prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do

trabalho, expressas em benefícios e serviços:

I - quanto ao segurado:

a) aposentadoria por invalidez;

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b) aposentadoria por idade;

c) aposentadoria por tempo de contribuição; (Redação dada pela Lei

Complementar nº 123, de 2006)

d) aposentadoria especial;

e) auxílio-doença;

f) salário-família;

g) salário-maternidade;

h) auxílio-acidente;

II - quanto ao dependente:

a) pensão por morte;

b) auxílio-reclusão;

III - quanto ao segurado e dependente:

a) pecúlios; (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995)

b) serviço social;

c) reabilitação profissional.

§ 1º Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados

incluídos nos incisos I, VI e VII do art. 11 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº

9.032, de 1995)

§ 2º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que

permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus

a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa

atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando

empregado. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)

§ 3o O segurado contribuinte individual, que trabalhe por conta própria,

sem relação de trabalho com empresa ou equiparado, e o segurado facultativo

que contribuam na forma do § 2o do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de

1991, não farão jus à aposentadoria por tempo de contribuição. (Incluído pela

Lei Complementar nº 123, de 2006)

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a

serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no

inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação

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funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou

temporária, da capacidade para o trabalho.

§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e

individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.

§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa

de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.

§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os

riscos da operação a executar e do produto a manipular.

§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os

sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel

cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o

Regulamento.

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo

anterior, as seguintes entidades mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada

pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da

respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência

Social;

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em

função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se

relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;

b) a inerente a grupo etário;

c) a que não produza incapacidade laborativa;

d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que

ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou

contato direto determinado pela natureza do trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na

relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais

em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a

Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.

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Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta

Lei:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa

única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou

perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção

médica para a sua recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em

conseqüência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou

companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa

relacionada ao trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de

companheiro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou

decorrentes de força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no

exercício de sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de

trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da

empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar

prejuízo ou proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando

financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-

obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de

propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para

aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de

propriedade do segurado.

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§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da

satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante

este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do

trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se

superponha às conseqüências do anterior.

Art. 21-A. A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza

acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico

epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a

atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade

elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade

com o que dispuser o regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)

§ 1o A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo

quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste

artigo. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)

§ 2o A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico

epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da

empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência

Social. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)

Art. 22. A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência

Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de

morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre

o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente

aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.

§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o

acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a

sua categoria.

§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o

próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o

médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes

casos o prazo previsto neste artigo.

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§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de

responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste artigo.

§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão

acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas neste

artigo.

§ 5o A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese

do caput do art. 21-A. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)

Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença

profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o

exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia

em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer

primeiro.

Seção II

Dos Períodos de Carência

Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais

indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a

partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.

Parágrafo único. Havendo perda da qualidade de segurado, as

contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de

carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência

Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) do número de contribuições exigidas

para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser

requerido. (Vide Medida Provisória nº 242, de 2005)

Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de

Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o

disposto no art. 26:

I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições

mensais;

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II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e

aposentadoria especial: 180 contribuições mensais. (Redação dada pela Lei nº

8.870, de 1994)

III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e

VII do art. 11 e o art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o disposto no

parágrafo único do art. 39 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período de carência a

que se refere o inciso III será reduzido em número de contribuições equivalente

ao número de meses em que o parto foi antecipado." (Incluído pela Lei nº

9.876, de 26.11.99)

Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:

I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-

acidente; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de

qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como

nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência

Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista

elaborada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social a

cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação,

deficiência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que

mereçam tratamento particularizado;

III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos

segurados especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei;

IV - serviço social;

V - reabilitação profissional.

VI – salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora

avulsa e empregada doméstica. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas as

contribuições:

I - referentes ao período a partir da data da filiação ao Regime Geral de

Previdência Social, no caso dos segurados empregados e trabalhadores

avulsos referidos nos incisos I e VI do art. 11;

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II - realizadas a contar da data do efetivo pagamento da primeira

contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as

contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores, no

caso dos segurados empregado doméstico, contribuinte individual, especial e

facultativo, referidos, respectivamente, nos incisos II, V e VII do art. 11 e no art.

13. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

21- Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de segurado

QUANDO O CONTRIBUINTE INDIVIDUAL OU FACULTATIVO DEIXAM DE

PAGAR SUAS CONTRIBUIÇÕES, POR QUANTO TEMPO AINDA SE

MANTÊM SEGURADOS?

O contribuinte individual se mantém segurado:

até 12 meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a

cessação das contribuições, por deixar de exercer atividade remunerada

abrangida pela Previdência Social, ou até 24 meses, caso comprove

mais de 120 contribuições mensais (sem interrupção que acarrete a

perda da qualidade de segurado), esses prazos podem ser dilatados por

mais 12 meses, desde que esteja inscrito como desempregado no órgão

próprio do Ministério do Trabalho;

Sem limite de prazo quem está em gozo de benefício;

até 03 meses após o licenciamento, quando incorporado às Forças

Armadas para prestar serviço militar;

até 12 meses após o livramento, quando tiver sido preso.

O segurado facultativo se mantém segurado:

até 6 meses depois que deixa de contribuir para a Previdência Social,

até 12 meses depois da cessação de qualquer benefício por

incapacidade;

até 03 meses após o licenciamento, quando incorporado às Forças

Armadas para prestar serviço militar;

até 12 meses após o livramento, quando tiver sido preso.

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Enquanto o segurado estiver recebendo algum benefício da Previdência Social,

ele não perde a condição de segurado. Tecnicamente, diz-se que ele "mantém

a qualidade de segurado".

A perda da qualidade de segurado ocorre no dia 16 do segundo mês seguinte

ao término dos prazos acima.

Quando ocorrer o encerramento da atividade de contribuinte individual titular ou

sócio de empresa, deve ser providenciada a baixa da atividade junto a Agência

da Previdência Social, que é feita através do documento DCT/CI.

QUEM PERDE A QUALIDADE DE SEGURADO PERDE TODOS OS

DIREITOS?

Sim, porém se enquanto era segurado ele cumpriu todos os requisitos

necessários à aposentadoria, desde que atendida a legislação vigente na

época, o direito a esse benefício é mantido, mesmo tendo perdido a qualidade

de segurado.

O CONTRIBUINTE INDIVIDUAL QUE DEIXA DE EXERCER ATIVIDADE

REMUNERADA PODE SE INSCREVER COMO DESEMPREGADO NO

MINISTÉRIO DO TRABALHO?

Sim, desde que não esteja exercendo atividade remunerada.

SE O CONTRIBUINTE INDIVIDUAL SE INSCREVER COMO

DESEMPREGADO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO, ADQUIRE ALGUMA

VANTAGEM PERANTE O INSS?

Sim, recebe mais 12 meses de período de graça para manutenção da sua

qualidade de segurado, conservando durante este período todos os seus

direitos perante o INSS.

CARÊNCIA

O QUE O INSS CHAMA DE CARÊNCIA?

É o período correspondente a um número mínimo de contribuições mensais

para que o segurado tenha direito ao benefício.

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DEPENDENTES

QUEM O INSS CONSIDERA DEPENDENTE DO SEGURADO?

Há três classes de dependentes:

classe I: o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado,

de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido;

classe II: os pais;

classe III: o irmão, não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos

ou inválido.

A condição de invalidez do dependente maior de 21 anos deve ser comprovada

pela perícia médica do INSS.

Enteados e tutelados equiparam-se a filhos.

Havendo dependentes de uma classe, os dependentes da classe seguinte

perdem o direito a receber pensão por morte. Também perde o direito ao

benefício o dependente que passar à condição de emancipado por sentença do

Juiz ou por concessão do seu representante legal, ou em função de

casamento, ou ainda pelo exercício de emprego público efetivo, por constituir

estabelecimento civil ou comercial com economia própria.

QUAIS OS DIREITOS DOS DEPENDENTES?

Os dependentes têm direito à pensão por morte e auxílio-reclusão, ao serviço

social e à reabilitação profissional.