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LEGISLAÇÕES BRASILEIRAS QUE INCENTIVAM O DESENVOLVIMENTO DA LOGÍSTICA REVERSA Esp. Mayara Cristina Ghedini da Silva (PPGEP/UTFPR) [email protected] Prof. Dr. João Carlos Colmenero (PPGEP/UTFPR) [email protected] RESUMO A Logística Reversa consiste no processo de planejar e controlar produtos e informações do ponto de consumo ao ponto de origem, buscando agregar valor de diferentes formas aos produtos retornado e a empresa, ou dando a destinação final adequada aos mesmos. E este processo logístico reverso vem sendo balizado por legislações que apresentam as responsabilidades das empresas com seus produtos, desde o processo produtivo até atingirem o final de sua vida útil. O presente trabalho tem como objetivo apresentar as legislações brasileiras que incentivam o desenvolvimento e a realização da Logística Reversa no contexto atual das organizações. A metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa tem caráter descritivo por realizar uma revisão da literatura, buscando conceitos e informações sobre as principais legislações brasileiras, em consultas a livros, periódicos, trabalhos acadêmicos e sites da Internet, buscando elucidar claramente o objetivo da discussão dobre o tema proposto. Este trabalho aponta as legislações como fatores relevantes para o desenvolvimento de processos logísticos reversos nas organizações. Palavras-chave: Logística Reversa, Legislações brasileiras e organizações. 1. Introdução A partir da Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir objetos de consumo em larga escala, a grande maioria das indústrias consideravam o meio ambiente como um local somente para obtenção de matéria-prima e descarte dos resíduos. Os resultados do crescimento econômico mundial causam impactos ambientais decorrentes de uma degradação ambiental sem precedentes das atividades produtivas. Segundo Fuller et. al (1995), a humanidade está usando 20% a mais de recursos naturais do que o planeta é capaz de repor, com isso está avançando nos estoques naturais da Terra, lembrando que existem recursos que não são renováveis, como o petróleo. O resultado deste consumo é o aumento do lixo. Ainda segundo Fuller et. al (1995), ainda hoje, muitas vezes o lixo é tratado com a mesma indiferença da época das cavernas, quando o lixo não era verdadeiramente um problema, seja pela menor quantidade gerada, ou seja pela maior facilidade da natureza em reciclá-lo. Entretanto, atualmente, a quantidade de lixo gerada no mundo tem sido grande, e seu mau gerenciamento, além de provocar gastos

LEGISLAÇÕES BRASILEIRAS QUE INCENTIVAM O … · reutilizado na fabricação de barras de ferro, chapas, entre outros. Atualmente, as empresas que adotam a Logística Reversa ganham

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LEGISLAÇÕES BRASILEIRAS QUE INCENTIVAM O DESENVOLVIMENTO DA LOGÍSTICA REVERSA

Esp. Mayara Cristina Ghedini da Silva (PPGEP/UTFPR) [email protected]

Prof. Dr. João Carlos Colmenero (PPGEP/UTFPR) [email protected]

RESUMO

A Logística Reversa consiste no processo de planejar e controlar produtos e informações do ponto de consumo

ao ponto de origem, buscando agregar valor de diferentes formas aos produtos retornado e a empresa, ou dando a

destinação final adequada aos mesmos. E este processo logístico reverso vem sendo balizado por legislações que

apresentam as responsabilidades das empresas com seus produtos, desde o processo produtivo até atingirem o

final de sua vida útil. O presente trabalho tem como objetivo apresentar as legislações brasileiras que incentivam

o desenvolvimento e a realização da Logística Reversa no contexto atual das organizações. A metodologia

utilizada para o desenvolvimento da pesquisa tem caráter descritivo por realizar uma revisão da literatura,

buscando conceitos e informações sobre as principais legislações brasileiras, em consultas a livros, periódicos,

trabalhos acadêmicos e sites da Internet, buscando elucidar claramente o objetivo da discussão dobre o tema

proposto. Este trabalho aponta as legislações como fatores relevantes para o desenvolvimento de processos

logísticos reversos nas organizações.

Palavras-chave: Logística Reversa, Legislações brasileiras e organizações.

1. Introdução

A partir da Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir objetos de consumo em

larga escala, a grande maioria das indústrias consideravam o meio ambiente como um local

somente para obtenção de matéria-prima e descarte dos resíduos. Os resultados do

crescimento econômico mundial causam impactos ambientais decorrentes de uma degradação

ambiental sem precedentes das atividades produtivas.

Segundo Fuller et. al (1995), a humanidade está usando 20% a mais de recursos naturais do

que o planeta é capaz de repor, com isso está avançando nos estoques naturais da Terra,

lembrando que existem recursos que não são renováveis, como o petróleo.

O resultado deste consumo é o aumento do lixo. Ainda segundo Fuller et. al (1995), ainda

hoje, muitas vezes o lixo é tratado com a mesma indiferença da época das cavernas, quando o

lixo não era verdadeiramente um problema, seja pela menor quantidade gerada, ou seja pela

maior facilidade da natureza em reciclá-lo. Entretanto, atualmente, a quantidade de lixo

gerada no mundo tem sido grande, e seu mau gerenciamento, além de provocar gastos

financeiros significativos, pode provocar graves danos ao meio ambiente e comprometer a

saúde e o bem-estar da população.

As primeiras indústrias surgiram numa época em que não existia a preocupação com os

problemas ambientais, principalmente pela diminuta escala de produção, a fumaça era sinal de

progresso e desenvolvimento de um país, usada como propaganda e símbolo de

desenvolvimento por alguns governantes (DONAIRE, 1999).

Saliente-se que a Conferência de Estocolmo, em 1972, foi o marco inicial da preocupação

com a preservação e cuidado com o meio ambiente. O evento foi o primeiro encontro de

representantes de diversos países, para discutirem os problemas ambientais que estavam

começando a ocorrer.

Por outro lado, torna-se necessário o desenvolvimento da uma consciência em relação aos

diversos problemas ambientais que o cercam as empresas, e atualmente é imperativo

desenvolver o pensamento de inovar os materiais e processos construtivos que não causem

danos aos homens e minimizem os impactos negativos ao meio ambiente.

Atualmente, a grande velocidade de descarte dos produtos após o uso, e não encontrando

canais adequados de distribuição reversos pós-consumo, favorecendo o desequilíbrio entre as

quantidades descartadas e as reaproveitadas. Como conseqüência gera-se um enorme

crescimento de produtos pós-consumo.

2. Logística Reversa

Inúmeras vezes, a Logística Reversa é apresentada apenas como uma atividade relacionada à

questões ambientais e ecológicas, devido ao fato da reciclagem e da reutilização serem

atividades realizadas constantemente no processo. Porém, a Logística Reversa não se

restringe a estas atividades, o processo busca gerar valor aos produtos retornados e um

diferencial competitivo frente as demais empresas.

Felizardo (2003) explica que o objetivo central da Logística Reversa é agregar valor a

produtos, componentes ou resíduos industriais que apresentem condições de serem

reutilizados ou que já tenham atingido o fim de sua vida útil.

Na atualidade, a Logística Reversa se destaca por ser um processo que ajuda a evitar ou

reduzir os impactos ambientais. Os autores Barbieri e Dias (2002) apresentam a Logística

Reversa como um instrumento de incentivo ao consumo sustentável. E este por sua vez, está

diretamente relacionado a influência que as rígidas legislações ambientais sobre os geradores

de resíduos. De modo que, os fabricantes se tornam responsáveis por seus produtos durante

toda sua vida, e também pelos resíduos que são gerados durante o processo produtivo

(DAHER; SILVA E FONSECA, 2003).

A reutilização de embalagens e o reaproveitamento de materiais para a produção são

exemplos para se obter economias durante um processo produtivo (RODRIGUES et al.,

2002).

Para reduzir custos no processo produtivo, se faz necessário entender que a vida útil de um

produto passa a ser contabilizada a partir do início de sua produção até ser descartado por um

consumidor. Porém, a vida útil de um produto pode ser prolongada quando existe a

possibilidade de aumentar seu tempo de utilização, por meio de uma nova inserção no

processo produtivo ou na cadeia de consumo (LEITE, 2003). O autor classifica os bens de

acordo com a vida útil, de modo a facilitar a identificação, e conseqüentemente a reutilização

dos mesmos. Eles por sua vez, são divididos em três grupos:

Bens duráveis: bens que apresentam uma vida útil longa, que pode ser contabilizada

em alguns anos ou até mesmo em décadas;

Bens semiduráveis: bens que possuem uma vida útil intermediária, entre durável e

descartável, sua vida é contabilizada em meses, e raramente é superior a dois anos;

Bens descartáveis: bens caracterizados por apresentar uma vida útil de apenas alguns

meses, e que dificilmente passam de seis meses.

Segundo Stock (2001) o desenvolvimento de atividades relacionadas à Logística Reversa,

vem se apresentado como uma forma das empresas se destacarem frente as concorrentes.

Rogers e Tibben-Lembke (1998) afirmam que as empresas que estão utilizando a Logística

Reversa, a implantam por motivos como: diferencial competitivo, responsabilidade social e

empresarial, recuperação de valor econômico, entre outros.

Cada vez um número maior de empresas estão se dispondo para trazer de volta materiais pós-

venda e pós-consumo por meio da cadeia de suprimentos tradicional, porém, grande parte

dessas empresas não acreditam que a Logística Reversa possa ser capaz de gerar vantagens

competitivas (ROGERS E TIBBEN-LEMBKE, 2001; LEITE, 2003; DEKKER et al., 2004).

Deste modo, um levantamento teórico e as pesquisa aplicadas referentes ao estudo da

Logística Reversa, se faz necessário para a identificação e constatação da capacidade do

processo em gerar valor de diferentes naturezas aos produtos retornados, e principalmente

para as empresas que adoram o processo.

O processo Logístico Reverso e sua importância

De Brito (2004) apresenta a estrutura de um processo de Logística Reversa e a divide em

cinco questões, que ajudam a identificar os objetivos da implantação do processo:

Figura 3: As cinco dimensões básicas da Logística Reversa

Fonte: De Brito (2004).

Por que implementar? Etapa onde a empresa deve pensar sobre os motivos

que a levaram a implantar o processo;

Por que retornar? Onde se apresentam as razões pelas quais os produtos são

retornados;

Como? Processo pelo qual o retorno ocorre;

O que? Característica e tipos de produtos que retornam;

Quem? Fatores envolvidos no processo de retorno.

Respondendo estas questões pode-se identificar com clareza, todo o processo pelo qual será

submetido o produto que retornar ao ponto de origem ou que obtiver uma destinação final

adequada, minimizando assim, a preocupação com o descarte incorreto dos mesmos.

Os principais objetivos para a implantação da Logística Reversa são (ROGERS E TIBBEN-

LEMBKE, 1998; FLEISCHMANN, 2001, LEITE, 2003; DEKKER et al., 2004):

Econômico: ganho financeiro;

Legais: atender as legislações vigentes;

Mercadológico: diferenciação de produtos e serviços prestados;

Ganho de imagem corporativa: diferenciação da imagem por realizar atividades que

busquem não agredir o meio ambiente.

Lacerda (2002) acredita que a eficiência de um processo de Logística Reversa esta

diretamente relacionada com a qualidade de planejamento e controle do processo. E o autor

apresenta os fatores críticos para a eficiência de um processo de Logística Reversa:

Bons controles de entradas: identificar o estado dos produtos retornados, para facilitar o

fluxo ou impedir a entrada de produtos que não atendam as características necessárias para

entrarem no processo.

Processo padronizado e mapeado: a Logística Reversa deve ser tratada como um

processo regular, que precisa de um mapeamento e formalização do processo para controlar e

visualizar as melhorias.

Tempo de ciclo reduzido: tempo entre a identificação da necessidade de reciclagem,

disposição ou retorno de produtos e seu efetivo processamento (LACERDA, 2002). Para o

autor, o tempo de ciclo longo gera o aumento desnecessário dos custos do processo.

Sistemas de informação: um sistema capaz de rastrear os retornos, monitorar o tempo de

ciclo, apresentar o desempenho dos fornecedores, com relação as avarias dos produtos.

Porém, os sistemas disponíveis no mercado não apresentam a flexibilidade que é necessária

em um processo de Logística Reversa.

Rede Logística planejada: planejamento de uma infra-estrutura logística que possibilite

o fluxo de entrada de produtos usados e o fluxo de saída de produtos processados.

Relações colaborativas entre clientes e fornecedores: relações entre varejistas e

indústrias, para as devoluções de produtos que retornam pós-venda, por apresentarem danos.

A boa relação entre as partes se faz necessário para evitar os conflitos referentes à

identificação da responsabilidade por danos causados aos produtos.

A Logística Reversa se tornou um assunto de grande relevância por se preocupar com a

redução do ciclo de vida de produtos pós-consumo, ocasionados pela criação de novas

tecnologias, o que promove uma obsolescência precoce dos produtos. Biazzi (2002) apresenta

algumas razoes que demonstram a importância da Logística Reversa de pós-consumo:

Devolução cada vez maior de produtos pelos clientes do varejo; Alto desenvolvimento

tecnológico, o que provoca uma grande obsolescência e aumenta a preocupação das empresas

em evitar acúmulos de produtos; Escassez de recursos virgens; e dificuldade de eliminar

produtos e componentes não reaproveitados nas grandes cidades, gerando acúmulo de

resíduos.

De Brito (2003) explica que na literatura internacional os conceitos de Logística Reversa são

divididos em dois grupos, apresentado a seguir:

Closed Loop Supply Chain (CLSC): ou Cadeia de Abastecimento em Circuito Fechado,

é apresentada como um processo que explica o retorno de produtos que voltam a suas fabricas

de origem, para que possam ser reciclados, revendidos ou incorporados a novos produtos

similares (SCHULTMANN; ZUMKELLER; RENTZ, 2006). Um exemplo dessa atividade é

descrito por Pires (2007), onde o autor explica que a liga de chumbo e a carcaça de plástico

das baterias de veículos, são materiais que podem ser reutilizados no processo de fabricação

de novas baterias;

Open Loop Supply Chain (OLSC): ou Cadeia de Abastecimento em Circuito Aberto, é

descrito como um processo onde os produtos que retornados se tornaram matérias-primas para

novos produtos (GOU et al., 2008). Pires (2007) apresenta como exemplo desta atividade o

material ferroso encontrado dentro de eletrodomésticos, onde o material é extraído, e

reutilizado na fabricação de barras de ferro, chapas, entre outros.

Atualmente, as empresas que adotam a Logística Reversa ganham no fortalecimento de sua

imagem, o que aumenta a gama de negócios, a geração de empregos e renda e o

desenvolvimento tecnológico (FELIZARDO E HATAKEYAMA, 2002).

2.1 Áreas de atuação da Logística Reversa

Para Leite (2003) Logística Reversa pode ser dividida em duas áreas de atuação: pós-venda e

pós-consumo. As áreas de atuação da Logística Reversa são interdependentes e buscam

agregar valor ecológico, legal e social aos produtos que retornarem ao ciclo produtivo e/ou de

negócios.

De acordo com Campos (2006), a Logística Reversa se preocupa com as razões para que

ocorra o retorno dos produtos. As razões mais freqüentes de retorno pós-venda são:

inconformidade, defeito, não atendimento das expectativas dos clientes. E as razões pós-

consumo são: obsolescência, final de vida útil e destinação final adequada.

2.1.1 Logística Reversa de pós-venda

A Logística Reversa consiste na estratégia de agregar valor a um produto por apresentarem

defeitos ou falhas no funcionamento, problemas ocasionados no transporte, proximidade com

o prazo de validade, processamento errado do pedido entre outros (LEITE, 2003).

Resende (2004) explica que a movimentação de materiais em um fluxo reverso pode ocorrer

em diferentes momentos da cadeia Logística Tradicional, tendo como objetivo central a

identificação dos erros, buscando concertá-lo e conseqüentemente, minimizando os retornos

provocados pelo erro identificado.

Segundo Leite (2003) a flexibilidade de retorno é um dos principais aspectos da Logística

Reversa de pós-venda, e isso ocorre por meio de contratos estabelecidos ou iniciativas

próprias para atender as necessidades apresentadas pelos clientes, agregando valor de

diferentes naturezas.

A Logística Reversa de produtos pós-venda, além de agregar valor financeiro tanto a empresa

quanto aos clientes, agrega um diferencial competitivo frente as demais empresas, isso porque

busca sanar os problemas e necessidades apresentadas pelos consumidores, a revenda como

produto de segunda linha ou a reciclagem de bens devolvidos pelos clientes por diferentes

motivos (GUARNIERI et. al. 2006).

Em 1972, o Congresso Norte-Americano aprovou a Lei de Segurança de Produtos ao

Consumidor, onde a Comissão de Segurança de Produtos ao Consumidor poderia estabelecer

padrões de segurança para todos os produtos. No caso de um produto apresentar falhas ou

problemas a Comissão de Segurança poderia exigir do fabricante o recolhimento (recall) para

reparar, substituir ou destruir o produto (BALLOU, 2001). Na atualidade, os recalls vem

sendo realizados principalmente pelas empresas do setor automotivo, que convocam os

proprietários para a substituição de peças e componentes que apresentam algum defeito, e que

principalmente possam colocar em risco a vida dos clientes.

Podem ser classificados como pós-venda, embalagens retornáveis e produtos retornados do

consumidor final, do varejo e dos distribuidores. Leite (2003) cita diferentes categorias que

influenciam o processo de retorno de produtos de pós-venda.

Segundo Leite (2003) a Logística Reversa de pós-venda é dividida em três categorias:

Comerciais; Garantia e/ou qualidade e Substituição de componentes. As categorias e suas

respectivas subdivisões serão explicadas a seguir.

Comerciais: esta categoria é subdividia em duas segundo Leite (2003):

o Retornos Contratuais: onde existe acordo prévio entre as partes, e são

consideradas devoluções contratuais produtos em consignação, excesso de estoque no canal

de distribuição, introdução de novos produtos no mercado, sazonalidade, entre outros;

o Retornos não contratuais: considera-se a devolução de mercadorias devolvidas

(por erros/motivos diversos) em vendas diretas ao consumidor final e a devolução por erros de

expedição.

Garantia/Qualidade: Leite (2003) divide esta categoria em dois grupos:

o Retorno por qualidade intrínseca: são devolvidos produtos defeituosos e

danificados, e os mesmos podem ser submetidos a consertos;

o Retorno por expiração do prazo de validade: é o retorno de produtos residuais,

mediante acordo entre as partes envolvidas no processo, quando perdem a validade.

Substituição de componentes: considera-se o retorno de bens duráveis e semiduráveis

em manutenção e consertos ao longo de sua vida útil.

2.1.2 Logística Reversa de pós-consumo

A Logística Reversa de pós-consumo busca agregar valor a um produto composto por bens

inservíveis, ou que estejam em condição de serem utilizados (LEITE, 2003). Os autores

Zimermann e Graeml (2003) complementam salientando que os bens de pós-consumo são

produtos que podem ser reciclados ou tratados de forma especial para poderem ser

descartados.

Segundo o autor Tibben-Lembke (2002) os bens de pós-consumo são formados por produtos

que apresentam condições ou não de serem reutilizados e/ou resíduos industriais que podem

voltar ao processo produtivo. O autor acredita que a Logística Reversa de pós-consumo

favorece o fluxo de materiais e informações.

O desenvolvimento de novas tecnologias e o aumento da oferta de produtos após a Segunda

Guerra Mundial propiciou a redução dos preços e, consequentemente, a redução da vida útil

dos produtos (GUARNIERI et. al. 2006). E foi esta evolução tecnológica que passou a

ocasionar uma precoce obsolescência, que oferece riscos ao meio ambiente devido aos

descartes incorretos dos produtos.

Os retornos comuns na Logística Reversa de pós-consumo, são oriundos de domicílios,

mercados e outras origens. A Logística Reversa de bens de pós-consumo, de acordo com

Leite (2003), é dividida em duas áreas: condições de uso e fim de vida útil.

Condições de uso: para Leite (2003) são bens duráveis ou semiduráveis, que podem ser

reutilizados, o que faz com que o produto retorne ao canal reverso em mercado de segunda

mão.

Fim de vida útil: os bens duráveis ou semiduráveis retornam ao ponto de origem, onde

o produto ou seus componentes são desmontados ou reciclados, dando origem a novos

produtos. Já os bens descartáveis, recebem a destinação correta de descarte (LEITE, 2003).

Os produtos não precisam retornar a cadeia produtiva para serem considerados bens de pós-

consumo, os bens podem ser destinados a outras industrias como matérias-primas

secundárias, onde dera origem a um novo produtos.

3. Legislações

O aperfeiçoamento das legislações ambientais, esta forçando inúmeras empresas a passarem

por fiscalizações constantes e esta obrigando a se adaptarem as normas ambientais. De modo

que os recursos investidos para atender as exigências das normas, tem impedido que as

empresas sofram penalidades, e desta forma pode-se acrescentar valor legal aos produtos

(GUARNIERI; OLIVEIRA, 2005).

Chaves (2005) complementa a afirmação anterior, explicando que a mudança cultural dos

consumidores frente as questões ambientais, estão incentivando o desenvolvimento das

atividades e do processo logístico reverso, e principalmente, impulsionando o

desenvolvimento de legislações que buscam minimizar os impactos ao meio ambiente, que

possam ser ocasionados pelo desenvolvimento de atividades produtivas.

A Resolução do Ministério do Meio Ambiente n° 401, de 4 de novembro de 2008, estabelece

um limite máximo de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no

Brasil, e os critérios para o desenvolvimento de uma gestão ambiental adequada. Onde os

fabricantes e importadores de pilhas e baterias são responsáveis pelo acondicionamento e o

armazenamento seguro, e principalmente, oferecer aos produtos devolvidos ou coletados, uma

destinação final adequada.

Fica estabelecido nesta resolução também, que os estabelecimentos que comercializam os

produtos, ou os locais de assistência técnica autorizada pelos fabricantes e importadores,

devem receber os produtos dos usuários e repassá-los aos fabricantes ou importadores.

A Resolução n° 307 do CONAMA, de 5 de julho de 2002, apresenta diretrizes e

procedimentos para a gestão de resíduos da Construção Civil. Ficando estabelecido no Art. 4°,

que em um primeiro momento os geradores de resíduos, ficam responsáveis por reutilizar,

reciclar ou dar a destinação final adequada aos resíduos gerados no decorrer de um processo

de Construção Civil.

Resolução do CONAMA n° 358, de 29 de abril de 2005, descreve sobre o tratamento e a

destinação final dos resíduos gerados pelos serviços de saúde. Esta por sua vez, abrange os

atendimentos prestados a saúde humana ou animal. O Art. 3°, dispõe sobre a responsabilidade

dos geradores de resíduos em gerenciá-los desde sua geração até sua destinação final. Os

resíduos devem ser acondicionados, de modo que, seu descarte não promova degradação

ambiental, nem risco à saúde das pessoas que transportam e operam as empresas de

tratamento e destinação dos resíduos gerados pelos serviços de saúde.

Na Resolução n° 404, de 11 de novembro de 2008, do CONAMA apresenta os critérios para o

licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbano.

Onde no art. 4 são apresentados como critérios: o desenvolvimento de métodos de prevenção

e minimização de impactos ambientais e a elaboração de programas de educação ambiental,

que tenham como objetivo a não geração de resíduos e o estímulo a coleta seletiva, com base

nos princípios de redução, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos urbanos.

Segundo a Resolução CONAMA n° 416, de 30 de setembro de 2009, descreve sobre a

degradação ambiental ocasionada por pneus inservíveis e degradação ambiental ocasionada

por pneus inservíveis e sua adequada destinação. Fica estabelecido no art. 1, que os

fabricantes e os importadores de pneus, ficam responsáveis pela coleta e destinação adequada

dos pneus que não apresentem condições de uso.

A Resolução estabelece como critério que para cada pneu comercializado, o fabricante ou

importador fica responsável pela destinação adequada de um pneu pós-consumo.

A Lei Federal n° 9.974, de 6 de junho de 2000, dispõe dentre diversos temas, sobre a

destinação final dos resíduos e embalagens de agrotóxicos e seus componentes. Onde fica

regulamentado que o usuário deverá efetuar a devolução das embalagens vazias no local

indicado na nota fiscal.

Toda empresa produtora ou comercializadora dos produtos, é responsável pela correta

destinação das embalagens pós-consumo. Destinação esta que envolve atividades como:

reutilização, reciclagem ou inutilização.

Na Lei Federal n° 8.078, de 11 de setembro de 1990, fica estabelecido critérios de proteção ao

consumidor, dispõe no artigo 10, que um fornecedor tem o dever de não colocar a disposição

do consumidor um produto ou serviço que apresente algum grau de periculosidade a saúde ou

segurança dos consumidores.

E complementa no § 1°, que se após a entrada do produto no mercado de consumo, for

detectado algum problema que ofereça risco ao consumidor, a empresa deverá comunicar

autoridades e consumidores sobre o perigo. Solicitando assim, o recall dos produtos para

sanar o problema apresentado.

A Lei Estadual n° 12.493, de 22 de janeiro de 1999, estabelece critérios e normas para a

geração, o acondicionamento, o armazenamento, a coleta, o transporte, o tratamento e a

destinação final de resíduos sólidos em todo o Estado do Paraná, com o objetivo de minimizar

a poluição, a contaminação e os impactos gerados pelos resíduos.

Fica estabelecido nesta Lei Estadual, que todo e qualquer resíduo sólido ou semi-sólido

proveniente de atividades industriais, domesticas, hospitalares, comerciais, agrícolas e de

serviço são responsáveis por todo o processo de descarte. Ficando claro, que todos os resíduos

devem ser acondicionados, armazenados, tratados e descartados de modo que não ofereça

risco ambiental e para a saúde das pessoas.

Todos os geradores que infringirem a presente Lei Estadual, ficam sujeitos à penalidades

administrativas aplicadas pelo Instituto Ambiental do Paraná – IAP, que prevê:

Multa de R$ 500,00 à R$ 50.000,00, podendo ser agravada caso ocorra reincidência;

Suspensão das atividades;

Cassação da licença ambiental, entre outras.

Mesmo o Brasil sendo referencia mundial em reaproveitamento de alguns materiais, o país

ainda perde em aspectos legais e, principalmente, na questão de cobrança por parte da

população, para obter práticas mais liberais de retorno, como nos países mais desenvolvidos

(CHAVES, 2005).

4. Metodologia

A presente pesquisa tem o intuito de buscar conceitos e informações sobre as legislações

brasileiras que favorecem o desenvolvimento da Logística Reversa. Esta por sua vez, tem

caráter qualitativo por realizar uma revisão teórica sobre o tema proposto, baseando-se em

consulta a livros, periódicos, anais de congressos e trabalhos acadêmico, buscando

bibliografia para elucidar e definir claramente o objetivo desta pesquisa. Para Gil (1999) a

vantagem realização de uma pesquisa bibliográfica consiste na abordagem de uma vasta gama

de fenômenos do que poderia ser pesquisada diretamente.

Do ponto de vista de seu objetivo, esta é classificada como uma pesquisa descritiva e

exploratória, que segundo Gil (2002) são normalmente realizadas por pesquisadores sociais

que se preocupam com a aplicação prática dos conhecimentos.

5. Conclusão

O presente trabalho que tem como objetivo apresentar as legislações brasileiras que

incentivam o desenvolvimento e a realização da Logística Reversa no contexto atual das

organizações considerando a Logística Reversa como um processo em difusão que apresenta

um vasto campo de aplicação no Brasil.

Conclui-se que o desenvolvimento e o aperfeiçoamento das legislações brasileiras vêm

forçando as empresas a realizarem atividades produtivas e desenvolverem produtos que não

agridam o meio ambiente.

Atualmente as legislações brasileiras estão estabelecendo normas onde toda empresa

produtora, comercializadora e importadora fica responsável pela destinação final adequada de

seus produtos pós-consumo. Fica estabelecido, em Lei Estadual, penalidades como: multas,

suspensão das atividades e cassação da licença ambiental para geradores que não cumprirem

as normas impostas pelas legislações brasileiras.

Cabe ressaltar que o aumento da preocupação dos consumidores com a preservação

ambiental, vem obrigando as empresas a adaptarem-se as normas ambientais, aumentando

assim sua imagem corporativa.

6. Referências

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consumo sustentável. Revista Tecnologística. São Paulo, ano VI, n. 77, p.58-69, abr. 2002.

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BRASIL. Ministério da Justiça. Lei federal n. 9.974 de 06 de junho de 2000. Dispõe sobre a pesquisa, a

experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a

propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o

registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá

outras providências. Publicação DOU: 07/06/2000. Brasília, 2000. Disponível em:

http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=1309.

Acesso em: maio de 2010.

BRASIL. Ministério da Justiça. Lei Estadual n° 12.493, de 22 de janeiro de 1999. Estabelece princípios,

procedimentos, normas e critérios referentes a geração, acondicionamento, armazenamento, coleta,

transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos no Estado do Paraná, visando controle da

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Publicação em DOU: 22/01/09. Curitiba, 2002. Disponível em:

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