Lei 8112-90 - Apostila Vestcon

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Lei 8.112/90

1. NOES INICIAIS A Lei 8.112 instituiu, a princpio, o Regime Jurdico nico dos servidores pblicos da Unio, abrangendo servidores pblicos civis da Unio, das Autarquias (inclusive as de regime especial) e fundaes pblicas. Contudo, a partir da promulgao da Emenda constitucional 19 de 1998 EC 19/98, no faz mais sentido falar em Regime Jurdico NICO, pois com tal emenda h possibilidade de convivncia de outros regimes, por exemplo, o contratual, com o Regime institudo com a Lei 8.112/90, no mbito de uma mesma entidade, tal como uma autarquia. De toda forma, o que se pode afirmar que houve o rompimento do Regime Jurdico nico, e no a revogao da Lei 8.112/90. A Lei 8.112/90 institui o chamado Regime Legal, que abrange os servidores pblicos em mbito federal. federal, e no contratual, por se tratar de uma Lei. Seu campo de abrangncia diz respeito UNIO, e no aos estados/municpios, os quais detm competncia para editar suas prprias leis referentes aos servidores de sua esfera. Regime Jurdico nico Cabe, aqui, explicitar o sentido da expresso Regime Jurdico constante do art. 1o da Lei 8.112/90. Regime jurdico um conjunto de regras que regulam determinado instituto. No caso, a Lei 8.112/90 trata da vida funcional do servidor pblico, de seu ingresso originrio at sua sada (vacncia), com ou sem extino do vnculo, conforme veremos mais a frente. Necessrio ressaltar, tambm, que a Lei 8.112/90, mesmo em mbito federal, abrange no a totalidade dos agentes pblicos, mas somente os servidores pblicos, no conceito dado pela Lei. A Lei 8.112/90 no abrange, por exemplo, os agentes polticos (Presidente da Repblica, Deputados, Magistrados, etc), tampouco os particulares em colaborao em o poder pblico (Leiloeiros, tradutores, etc.), ou mesmo empregados pblicos, contratados sob o regime contratual, os ditos celetistas, assim chamados por terem contrato suportado pela consolidao das leis do trabalho). Desse modo, conclui-se que so servidores pblicos, em sentido estrito, apenas aqueles que possuem vnculo com o servio pblico com base na Lei 8.112/90. De acordo com essa Lei, servidor pblico a pessoa legalmente investida em cargo pblico. Feitas essas consideraes iniciais, passemos anlise do contedo da Lei 8.112/90, aqui chamada de RJU, em razo de a norma ainda ser assim conhecida.

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Dispe sobre o Regime Jurdico nico dos Servidores Pblicos Civis da Unio, das Autarquias e dasFundaes Pblicas Federais O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: TTULO I CAPTULO NICO Das Disposies Preliminares Art. 1 Esta Lei institui o Regime Jurdico nico dos Servidores Pblicos Civis da Unio, das Autarquias, inclusive as em regime especial, e das Fundaes Pblicas Federais. Art. 2 Para os efeitos desta Lei, servidor a pessoa legalmente investida em cargo pblico. Art. 3 Cargo pblico o conjunto de atribuies e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Pargrafo nico. Os cargos pblicos, acessveis a todos os brasileiros e aos estrangeiros na forma da lei, so criados por lei, com denominao prpria e vencimento pago pelos cofres pblicos, para provimento em carter efetivo ou em comisso. Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repblica: ............... VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organizao e funcionamento da administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos; b) extino de funes ou cargos pblicos, quando vagos; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 32, de 12/9/2001.) Art. 4 proibida a prestao de servios gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

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2. CONCEITOS EXERCCIO.

BSICOS:

CARGO

PBLICO,

PROVIMENTO,

POSSE

E

2.1 Cargos Pblicos. Cargo pblico, de acordo com a capitulao da Lei 8.112/90, o conjunto de atribuies e responsabilidade previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Pode-se afirmar que cargo pblico nada mais que um lugar a ser preenchido por um titular, na forma estabelecida na Lei. No se deve confundir cargo com funo pblica, que uma atribuio, ou um conjunto delas, dada a um determinado agente pblico, ou mesmo para uma determinada categoria profissional. Desse modo, podem existir funes sem cargo, pois nem sempre haver necessidade de que algumas atribuies do poder pblido sejam exercidas por meio dos ocupantes dos cargos pblicos. De outro lado, no haver cargo sem funo, pois seno esse cargo no seria til ao interesse pblico, devendo, portanto, ser extinto. Os cargos pblicos esto organizados em classes e estas em carreiras. A soma de carreiras de um poder, ou mesmo de um rgo/entidade, resulta no quadro desse poder ou rgo/entidade. Conceito de Cargo Pblico Classe, de acordo com Hely Lopes Meirelles1, constitui o agrupamento de cargos da mesma profisso, com idnticas atribuies, responsabilidades e vencimentos. As classes constituem os degraus de acesso na carreira. Carreira, tambm com base no magistrio de HLM, o agrupamento de classes da mesma profisso ou atividade. O quadro do rgo/entidade/poder, conforme j dito, constitudo pelo somatrio das carreiras. Mas no s dessas carreiras. Para se compor um quadro de um rgo/poder/entidade, deve-se levar em conta, tambm, cargos isolados e funes gratificadas. Os cargos pblicos devem ser criados por lei especfica, com vencimento e denominao prprios, para provimento efetivo ou em comisso2, de acordo com a Lei 8.112/90. H, ainda, cargos de provimento vitalcio, os quais, contudo, possuem previso constitucional, no devendo ser abordados no presente texto.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro Editora Malheiros, 22 Edio. Cargo de provimento efetivo: destina-se a ser preenchido em carter definitivo. J o cargo em comisso o de livre nomeao/exonerao, ou seja, fica a critrio da autoridade ponderar quanto convenincia de manter seu titular no cargo. No h necessidade de motivar a exonerao do titular. Diz-se que tal tipo de cargo de exonerao ad nutum.2

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2.2 Provimento Provimento o ato administrativo de designao de uma pessoa para o preenchimento de cargo pblico. Na doutrina tradicional, basicamente duas so as distines realizadas com relao a forma de provimento dos cargos pblicos. Na primeira, dividem-se os provimentos em relao durabilidade do vnculo, por assim dizer, classificando-os em de carter efetivo, vitalcio ou em comisso. A outra distino, refere-se existncia de vnculo anterior com a administrao. Com base nesta ltima, o provimento pode ser classificado como originrio (ou inicial ocorre pela nomeao), ou derivado. Passemos a verificar as principais caractersticas de cada um destes tipos. CAPTULO I Do Provimento Seo I Disposies Gerais Art. 5 So requisitos bsicos para investidura em cargo pblico: I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos polticos; III - a quitao com as obrigaes militares e eleitorais; IV - o nvel de escolaridade exigido para o exerccio do cargo; V - a idade mnima de 18 (dezoito) anos; VI - aptido fsica e mental. 1 As atribuies do cargo podem justificar a exigncia de outros requisitos estabelecidos em lei. 2 s pessoas portadoras de deficincia assegurado o direito de se inscrever em concurso pblico para provimento de cargo cujas atribuies sejam compatveis com a deficincia de que so portadoras; para tais pessoas sero reservadas at 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. 3 As universidades e instituies de pesquisa cientfica e tecnolgica federais podero prover seus cargos com professores, tcnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. Art. 6 O provimento dos cargos pblicos far-se- mediante ato da autoridade competente de cada Poder. Art. 7 A investidura do cargo pblico ocorrer com a posse. Art. 8 So formas de provimento de cargo pblico: I - nomeao; II - promoo; III e IV (Revogados); V - readaptao; VI - reverso; VII - aproveitamento; VIII - reintegrao; IX - reconduo.

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Caractersticas do Cargo Pblico 2.2.1) Quanto Durabilidade do Vnculo. a) Provimento efetivo: o que depende de prvia aprovao em concurso pblico. Em tal tipo de provimento, fica garantido ao ocupante do cargo o direito estabilidade aps 3 anos, a qual s pode ser perdida em decorrncia das hipteses previstas na Constituio Federal. A Lei 8.112/90 reproduz, em seu artigo 22, duas dessas hipteses3. b) Provimento em comisso: em tal tipo no haver, necessariamente, concurso pblico pblico prvio. No oferecem garantia de permanncia do titular no cargo. No h necessidade de motivao para a exonerao e podem ser ocupados por servidores pblicos ocupantes de cargo efetivo, ou mesmo por no servidores. c) Provimento vitalcio: suas hipteses so previstas constitucionalmente. No so tratados por meio da Lei 8.112/90, razo pela qual no sero feitos maiores comentrios no presente texto. Caractersticas do Cargo Pblico II 2.2.2) Quanto Existncia de Vnculo Anterior a) Provimento Originrio: no h qualquer tipo de vnculo entre o servidor e a administrao. A nica forma de provimento originrio a nomeao, sendo que, para os cargos de provimento efetivo, depende de prvia habilitao em concurso pblico. b) Provimento Derivado: j existe um vnculo, uma relao, entre o servidor e a Administrao. Caractersticas do Cargo Pblico III 2.2.3) Requisitos para o Provimento Para o provimento dos cargos pblicos h requisitos estabelecidos na Lei 8.112/90 que necessitam de ser preenchidos. Tais requisitos constam do art. 5 da Norma e so: nacionalidade brasileira4; idade mnima de 18 anos; nvel de escolaridade compatvel com as atribuies do cargo; quitao com as obrigaes militares e eleitorais; gozo dos direitos polticos e aptido fsica e mental. Outros requisitos estabelecidos em lei podero ser exigidos, em face de atribuies especficas do cargo. Cite-se, a ttulo de exmplo, a possibilidade de distino de sexo com relao a datilgrafos que devam exercer suas atribuies em um presdio masculino.

Art. 22: O servidor estvel s perder o cargo em virtude de sentena judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. 4 Hoje, pode-se afirmar que tal ponto da norma incuo, pois a Constituio Federal abre a possibilidade de contratao de estrangeiros no servio pblico. 5

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Caractersticas do Cargo Pblico IV 2.2.4) Formas de Provimento. A Lei 8.112/90, por meio do art. 8, prev as seguintes formas de provimento: nomeao, readaptao, aproveitamento, promoo, reconduo, reintegrao, reverso. Vejamos a cada uma delas. a) Nomeao: conforme j dito, a nica forma de provimento originrio de cargo pblico. Para os cargos de provimento efetivo, deve ser precedida por concurso pblico (a ser visto mais a frente). b) Readaptao: trata-se da possibilidade de o servidor que tenha sofrido limitao, fsica ou mental, em suas habilidades. Por meio da readapato, o servidor ser recolocado em um cargo compatvel com tal limitao. Para que ocorra, o novo cargo ter que ser compatvel com o anterior, dizer, com atribuies afins, nvel de escolaridade compatvel, etc. Desse modo, no pode um auditor do INSS cargo de atribuio de nvel superior, por exemplo, ser readaptado na condio de motorista cargo de atribuio de nvel mdio. Na hiptese de inexistncia de cargo vago, o readaptando exercer suas atribuies na condio de excedente Seo II Da Nomeao Art. 9 A nomeao far-se-: I - em carter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; II - em comisso, inclusive na condio de interino, para cargos de confiana vagos. EMENDA CONSTITUCIONAL N 19/98 Art. 37. .................................................................................................................... II - a investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeaes para cargo em comisso declarado em lei de livre nomeao e exonerao; ........ V - as funes de confiana, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comisso, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condies e percentuais mnimos previstos em lei, destinam-se apenas s atribuies de direo, chefia e assessoramento; Pargrafo nico. O servidor ocupante de cargo em comisso ou de natureza especial poder ser nomeado para ter exerccio, interinamente, em outro cargo de confiana, sem prejuzo das atribuies do que atualmente ocupa, hiptese em que dever optar pela remunerao de um deles durante o perodo da interinidade. Art. 10. A nomeao para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prvia habilitao em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, obedecidos a ordem de classificao e o prazo de validade. Pargrafo nico. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoo, sero estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administrao Pblica Federal e seus regulamentos.

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Caractersticas do Cargo Pblico V 2.2.4) Formas de Provimento II. c) Promoo: o movimento ascendente no mbito de uma mesma carreira, com adio de vencimentos e de responsabilidades. No existe com relao a cargos isolados.Pode ser por merecimento ou antiguidade. d) Aproveitamento: diz respeito ao retorno ao servio pblico de servidor que estava em disponibilidade5. Deve ser em cargo com atribuies compatveis com o cargo anteriormente ocupado. Caractersticas do Cargo Pblico VI 2.2.4) Formas de Provimento III. e) Reintegrao: ocorre no caso de desfazimento de deciso que levou demisso de servidor estvel. A invalidao da deciso pode ser administrativa ou judicial. Se o cargo do reintegrado estiver ocupado, o ocupante, se estvel, dever ser reconduzido ao seu cargo de origem, aproveitado em outro cargo, ou mesmo posto em disponibilidade. Se no estvel, dever ser exonerado. f) Reconduo: ocorre em duas hipteses na reintegrao do ocupante do cargo e na inabilitao de estgio probatrio. A 1, j foi abordada acima. No caso da inabilitao em estgio probatrio, o inabilitado dever ter ocupado cargo anterior, no qual j era estvel. Desse modo, ao ser inabilitado no novo cargo, dever retornar ao anteriormente ocupado. Caractersticas do Cargo Pblico VII 2.2.4) Formas de Provimento IV. g) Reverso: o retorno do servidor aposentado atividade. Pode ocorrer em decorrncia de duas situaes. Na 1, a causa que levou aposentadoria no existe mais. Submetido o servidor junta mdica oficial, esta declarou que inexiste o fato motivador da aposentadoria. Na 2 situao, ocorre no interesse da administrao, desde que cumpridas as seguintes condies: tem que haver o pedido do servidor, o qual deveria ser estvel na atividade; a aposentadoria deve ter ocorrido nos 5 anos anteriores solicitao e deve ter ocorrido a pedido; e tem que haver cargo vago. A reverso deve ocorrer no mesmo cargo, ou no resultante da transformao. Cabe ressaltar que o servidor ao voltar para a atividade receber a remunerao do cargo em substituio aos proventos da aposentadoria.

Disponibilidade no nada mais que no trabalhar, estando disposio do Estado, com remunerao proporcional ao tempo de servio. 7

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2.3 POSSE Aps a sua designao para o cargo (provimento), caber ao concursando expressar sua vontade de assumir, ou no, o cargo. Em havendo interesse, o concursando dever assinar o termo de posse, a partir da convocao da Administrao. O prazo legal para tanto de 30 dias, contados a partir da publicao do ato de provimento. No termo de posse devero estar contidos os deveres, obrigaes, direitos e responsabilidades inerentes ao cargo a ser ocupado. Cabe destacar que s h posse no provimento originrio (nomeao), posto que no provimento derivado j existe o vnculo anterior do ocupante do cargo com a Administrao, sendo que a manifestao de vontade j ocorrera tambm anteriormente. No ato da posse, o servidor dever: Apresentar sua declarao de bens e rendimentos; Submeter-se prvia inspeo mdica;

de se ressaltar que o servidor no ter direito retribuio pecuniria a partir da posse, mas somente a partir do exerccio, que ser visto abaixo. Se aps o ato de provimento, o servidor no tomar posse, referido ato ser tido como Sem Efeito. Seo IV Da Posse e do Exerccio Art. 13. A posse dar-se- pela assinatura do respectivo termo, no qual devero constar as atribuies, os deveres, as responsabilidades e os direitos ao cargo ocupado, que no podero ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofcio previstos em lei. 1 A posse ocorrer no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicao do ato de provimento. 2 Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicao do ato de provimento, em licena prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alneas a, b, d, e e f, IX e X do art. 102, o prazo ser contado do trmino do impedimento. Art. 81. Conceder-se- ao servidor licena: I - por motivo de doena em pessoa da famlia; ......... III - para o servio militar; ......... V - para capacitao;

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Art. 102. Alm das ausncias ao servio previstas no art. 97, so considerados como de efetivo exerccio os afastamentos em virtude de: I - frias; ......... IV - participao em programa de treinamento regularmente institudo, conforme dispuser o regulamento, desde que tenha havido contribuio para qualquer regime da Previdncia. ......... VI - jri e outros servios obrigatrios por lei; ......... VIII - licena: a) gestante, adotante e paternidade; b) para tratamento da prpria sade, at o limite de 24 (vinte e quatro) meses, cumulativo ao longo do tempo de servio pblico prestado Unio, em cargo de provimento efetivo; ......... d) por motivo de acidente em servio ou doena profissional; e) para capacitao, conforme dispuser o regulamento; f) por convocao para o servio militar; IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; X - participao em competio desportiva nacional ou convocao para integrar representao desportiva nacional, no Pas ou no exterior, conforme disposto em lei especfica; 3 A posse poder dar-se mediante procurao especfica. 4 S haver posse nos casos de provimento de cargo por nomeao. 5 No ato da posse, o servidor apresentar declarao de bens e valores que constituem seu patrimnio e declarao quanto ao exerccio ou no de outro cargo, emprego ou funo pblica. 6 Ser tornado sem efeito o ato de provimento se a posse no ocorrer no prazo previsto no 1 deste artigo. Art. 14. A posse em cargo pblico depender de prvia inspeo mdica oficial. Pargrafo nico. S poder ser empossado aquele que for julgado apto fsica e mentalmente para o exerccio do cargo.

2.4 EXERCCIO A partir da posse, o agora servidor ter 15 dias, improrrogveis, para entrar em exerccio, ou seja, no desempenho efetivo das atribuies do cargo. No caso de designao para funo de confiana, a posse dever ser imediata, com as excees previstas em lei. Aps a entrada em efetivo exerccio, o servidor, como todo trabalhador, dever cumprir uma jornada de trabalho, a qual ter durao semanal mxima de 40 horas, com limites dirios mnimo e mximo de 6 e 8 horas, respectivamente6. Tal jornada dever ser estabelecida em funo das atribuies atinentes ao respectivo cargo. O ocupante de cargo em comisso tem o encargo de se submeter a regime integral de dedicao ao servio. A Lei 8.112/90 prev a hiptese de servio extraordinrio, o qual, contudo, no faz parte da jornada de trabalho dita normal. 96

Art. 15. Exerccio o efetivo desempenho das atribuies do cargo pblico ou dafuno de confiana. 1 de 15 (quinze) dias o prazo para o servidor empossado em cargo pblico entrar em exerccio, contados da data da posse. 2 O servidor ser exonerado do cargo ou ser tornado sem efeito o ato de sua designao para funo de confiana, se no entrar em exerccio nos prazos previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18. 3 autoridade competente do rgo ou entidade para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exerccio. 4 O incio do exerccio de funo de confiana coincidir com a data de publicao do ato de designao, salvo quando o servidor estiver em licena ou afastado por qualquer outro motivo legal, hiptese em que recair no primeiro dia til aps o trmino do impedimento, que no poder exceder a 30 (trinta) dias da publicao. Art. 16. O incio, a suspenso, a interrupo e o reincio do exerccio sero registrados no assentamento individual do servidor. Pargrafo nico. Ao entrar em exerccio, o servidor apresentar ao rgo competente os elementos necessrios ao seu assentamento individual. Art. 17. A promoo no interrompe o tempo de exerccio, que contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicao do ato que promover o servidor. Art. 18. O servidor que deva ter exerccio em outro municpio em razo de ter sido removido, redistribudo, requisitado, cedido ou posto em exerccio provisrio ter, no mnimo, 10 (dez) e, no mximo, 30 (trinta) dias de prazo, contados da publicao do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuies do cargo, includo nesse prazo o tempo necessrio para o deslocamento para a nova sede.

3. A REGRA DO CONCURSO PBLICO Em regra, a investidura (posse) de cargo pblico deve ser antecedida de concurso pblico de provas, ou de provas e ttulos, cujo prazo de validade de AT dois anos, prorrogvel por igual perodo, de acordo com o interesse da administrao Em tal certame, deve ser assegurada igualdade de condies todos que participem. Ressalte-se que no h necessidade de realizao de concurso para provimento dos cargos em comisso. de se observar que a aprovao em concurso no gera direito nomeao, mas apenas uma expectativa desse direito. Todavia, caso a Administrao resolva nomear os aprovados, dever observar a ordem de classificao do certame promovido.

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4. ESTGIO PROBATRIO E ESTABILIDADE I Estgio probatrio o perodo a que deve ser submetido todo servidor nomeado para cargo de provimento efetivo. Nesse nterim, a capacidade e a aptido do servidor para desempenho do cargo sero constantemente avaliados. So cinco os fatores a serem avaliados durante o perodo de estgio probatrio: Assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, responsabilidade e produtividade. Grande confuso tem sido feita quanto durao do estgio probatrio: se de 36 meses (em decorrncia da EC 19/98), ou se de 24 meses, conforme consta do texto da Lei 8.112/90. Como no houve revogao da referida Lei, para efeito de concurso, o perodo de estgio deve ser entendido como de 24 meses, sem maiores discusses. Contudo, como ainda no h posio pacificada quanto ao tema, dificilmente o mesmo ser exigido em um concurso pblico. Quatro meses antes de findo, o perodo de estgio probatrio ser submetido apreciao da autoridade competente para a avaliao do servidor. Em caso de aprovao, o servidor segue no exerccio do cargo. No caso de no aprovao, dois so os caminhos estabelecidos na Lei 8.112/90: Se detinha cargo anterior, no qual era anteriormente estvel, o servidor ser reconduzido; e, Se no se enquadrar na hiptese acima descrita, ser o servidor exonerado. ESTGIO PROBATRIO E ESTABILIDADE II Com relao ocupao de cargo em comisso por servidor em estgio probatrio, no se vislumbra nenhum impedimento para tanto. De fato, em seu rgo/entidade de origem, o servidor poder ocupar quaisquer cargos em comisso. J para o exerccio em outros rgos/entidades, o nvel da funo ser no mnimo de DAS 47 ou equivalente. Podem tambm ser concedidas licenas e afastamentos a servidor em estgio probatrio (maiores detalhes, vide 4 e 5, art. 20 da Lei 8.112/90). Ressalte-se que o estgio probatrio difere da estabilidade. Quanto a esta, no h maiores dvidas: o perodo para a aquisio passou a ser de 3 anos a partir da EC 19/98. A perda da estabilidade, e, consequentemente, do cargo, decorre de hipteses previstas na CF, as quais no invalidam as hipteses previstas na Lei 8.112/90, que so: em virtude sentena judicial transitada em julgado e por processo administrativo em que seja assegurada a ampla defesa.; Por fim, cabe destacar que o estgio probatrio o perodo que se destina avaliao da capacidade do servidor desempenhar atividades prprias do cargo. Assim, a cada novo cargo o servidor tem de se submeter a novo estgio probatrio. J a estabilidade adquiri-se no servio pblico e no no cargo.

Tratou-se por DAS o cargo de Direo e Assessoramento Superior. Popularmente, so chamados de DAS. 11

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5. VACNCIA a situao em que o cargo pblico est vago, sem ocupante, tornando-o passvel de ser provido por algum. As formas de vacncia previstas na 8.112/90 so (art. 33): exonerao, demisso, promoo, readaptao, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulvel e falecimento. IMPORTANTE: A ascenso e a transferncia foram expressamente revogadas pela Lei 9.527/97. Inicialmente, cabe fazer diferena entre exonerao e demisso. Esta ltima uma penalidade, prevista na Lei 8.112/90, bem como no cdigo penal. Os casos de exonerao (arts. 34 e 35) no decorrem de punio.. Promoo , a um s momento, vacncia, em cargo inferior, e provimento, em cargo superior, no mbito de uma carreira. Pode ser por antiguidade ou por merecimento. importante observar que alm da promoo, h outras formas de vacncia/provimento concomitante: a readaptao, j vista no item referente a provimento; a posse em outro cargo inacumulvel, quando o servidor dever pedir vacncia do primeiro, ao passo que toma possa no segundo cargo, sem interromper o vnculo com a administrao pblica; e a reconduo, em decorrncia de inabilitao em estgio probatrio. Nessa ltima hiptese, o servidor, caso estvel, dever ser reconduzido ao cargo anterioremte ocupado, provendo-o de forma derivada. CAPTULO II Da Vacncia Art. 33. A vacncia do cargo pblico decorrer de: I - exonerao; II - demisso; III - promoo; IV e V (Revogados.) VI - readaptao; VII - aposentadoria; VIII - posse em outro cargo inacumulvel; IX - falecimento. Art. 34. A exonerao de cargo efetivo dar-se- a pedido do servidor, ou de ofcio. Pargrafo nico. A exonerao de ofcio dar-se-: I - quando no satisfeitas as condies do estgio probatrio; II - quando, tendo tomado posse, o servidor no entrar em exerccio no prazo estabelecido. Art. 35. A exonerao de cargo em comisso e a dispensa de funo de confiana, dar-se-: I - a juzo da autoridade competente; II - a pedido do prprio servidor.

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6. FORMAS DE DESLOCAMENTO I Duas so as formas de deslocamento previstas na Lei 8.112/90: remoo e redistribuio. Lembre-se, mais uma vez, que no h mais transferncia e esta no sinnimo de remoo, como popularmente utilizado o termo. Remoo deslocamento do servidor, com ou sem mudana de sede, para desempenhar suas atribuies em outra unidade do mesmo quadro. Redistribuio o deslocamento do cargo efetivo, ocupado ou no, no mbito do quadro geral de pessoal, para outro rgo ou atividade. Ambos no so hipteses de provimento ou vacncia. A remoo pode ocorrer de ofcio (no interesse da administrao) ou a pedido do servidor. Na remoo de ofcio, caso seja necessria a mudana de sede do servidor, este far jus ajuda de custo (a ser visto no item de indenizaes), para compensar despesas havidas. Garante-se, ainda, o direito do servidor e de seu cnjuge, filhos, enteados ou menor sob sua guarda, de se matricular em instituies de ensino congnere, em qualquer poca, independente de vaga ou de poca. CAPTULO III Da Remoo e da Redistribuio Seo I Da Remoo Art. 36. Remoo o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofcio, no mbito do mesmo quadro, com ou sem mudana de sede. Pargrafo nico. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoo: I - de ofcio, no interesse da Administrao; II - a pedido, a critrio da Administrao; III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administrao: a) para acompanhar cnjuge ou companheiro, servidor pblico ou militar, de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, que foi deslocado no interesse da Administrao; b) por motivo de sade do servidor, cnjuge, companheiro ou dependente que viva s suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada comprovao por junta mdica oficial; c) em virtude de processo seletivo promovido, na hiptese em que o nmero de interessados for superior ao nmero de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo rgo ou entidade em que aqueles estejam lotados.

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Seo II Da Redistribuio Art. 37. Redistribuio o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no mbito do quadro geral de pessoal, para outro rgo ou entidade do mesmo Poder, com prvia apreciao do rgo central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: I - interesse da administrao; II - equivalncia de vencimentos; III - manuteno da essncia das atribuies do cargo; IV - vinculao entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; V - mesmo nvel de escolaridade, especialidade ou habilitao profissional; VI - compatibilidade entre as atribuies do cargo e as finalidades institucionais do rgo ou entidade. 1 A redistribuio ocorrer ex officio para ajustamento de lotao e da fora de trabalho s necessidades dos servios, inclusive nos casos de reorganizao, extino ou criao de rgo ou entidade. 2 A redistribuio de cargos efetivos vagos se dar mediante ato conjunto entre o rgo central do SIPEC e os rgos e entidades da Administrao Pblica Federal envolvidos. 3 Nos casos de reorganizao ou extino de rgo ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no rgo ou entidade, o servidor estvel que no for redistribudo ser colocado em disponibilidade, at seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31. Art. 30. O retorno atividade de servidor em disponibilidade far-se- mediante aproveitamento obrigatrio em cargo de atribuies e vencimentos compatveis com o anteriormente ocupado. Art. 31. O rgo Central do Sistema de Pessoal Civil determinar o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos rgos ou entidades da Administrao Pblica federal. 4 O servidor que no for redistribudo ou colocado em disponibilidade poder ser mantido sob responsabilidade do rgo central do SIPEC, e ter exerccio provisrio, em outro rgo ou entidade, at seu adequado aproveitamento.

6.1 FORMAS DE DESLOCAMENTO II A remoo a pedido pode a ser a critrio da administrao ou independente do interesse dessa. Naquela, o servidor faz o pedido e a Administrao avalia a convenincia. J remoo a pedido, independente do interesse da administrao, ocorre nas seguintes hipteses: Para acompanhamento do cnjuge, que tambm deve ser servidor, ou militar, de qualquer dos poderes da Unio, dos Estados, dos Municpios, que foi deslocado no interesse da administrao; Por motivo de doena do servidor, cnjuge, ou dependente que viva as suas expensas, sendo que o fato dever constar do assentamento funcional do servidor; Em virtude de concurso de remoo, desde que haja vaga na unidade de destino.

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Em todas as hipteses, sempre que a remoo/redistribuio implicar no exerccio de atribuies do servidor em outro municpio, ser concedido um prazo quele de 10 a 30 dias contados da publicao do ato para a retomada do efetivo desempenho de suas atividades, estando incluso nesse prazo o tempo de deslocamento para a nova sede. Estando o servidor afastado, ou de licena, o prazo aqui referenciado dever ser contado a partir do trmino do impedimento. Com relao a redistribuio, de destacar que esta pode ocorrer com relao a servidores estveis ou no. 7. SUBSTITUIO A hierarquia um dos princpios organizacionais da Administrao. Desse modo, necessrio que os cargos de chefia e direo estejam preenchidos, sempre com algum responsvel pela repartio/seo. Sendo assim, os titulares de tais cargos devero ter substitutos designados de acordo com o regimento interno, ou, no caso de omisso, previamente designados pelo dirigente mximo do rgo ou entidade. Quando os substitutos assumirem o cargo do titular acumularo as atribuies deste com as de seu cargo, fazendo jus remunerao apenas quanto ao perodo que exceder a 30 dias consecutivos. Sero pagos somente os dias que ultrapassarem tal perodo. Da Substituio Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou funo de direo ou chefia e os ocupantes de cargo de natureza especial tero substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omisso, previamente designados pelo dirigente mximo do rgo ou entidade. 1 O substituto assumir automtica e cumulativamente, sem prejuzo do cargo que ocupa, o exerccio do cargo ou funo de direo ou chefia e os de natureza especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacncia no cargo, hipteses em que dever optar pela remunerao de um deles durante o respectivo perodo. 2 O substituto far jus retribuio pelo exerccio do cargo ou funo de direo ou chefia ou de cargo de natureza especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a 30 (trinta) dias consecutivos, paga na proporo dos dias de efetiva substituio, que excederem o referido perodo. Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades administrativas organizadas em nvel de assessoria.

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8. DIREITOS E VANTAGENS 8.1 Vencimento e Remunerao I A princpio, necessrio destacar que, em regra, vedada a prestao de servios gratuitos Administrao (art. 4, Lei 8.112/90). As excees devem estar previstas em lei. Assim, a percepo de uma retribuio pecuniria por parte dos servidores nada mais que a contraprestao dos servios ofertados. A Lei 8.112/90 define vencimento e remunerao em seus arts. 40 e 41, respectivamente, sendo vencimento a retribuio pecuniria pelo exerccio de cargo pblico, com valor fixado em lei. J remunerao o vencimento mais as vantagens pecunirias de carter permanente estabelecidas em lei. H hiptese de servidores que recebem subsdios, e no vencimento/remunerao. Contudo, estas ltimas figuras no esto tratadas na Lei 8.112/90, razo pela qual tambm no sero abordadas aqui. Pode-se afirmar, ento, que o vencimento constitui a parcela bsica a ser recebida pelo servidor. Seu valor no pode ser inferior ao salrio mnimo, sendo garantida sua irredutibilidade. A irredutibilidade no abarca a remunerao, visto que algumas gratificaes e outras vantagens pecunirias podem variar ms a ms. A irredutibilidade tambm no livra o servidor de ter os valores que recebe reduzidos em decorrncia da incidncia de tributos, os quais, no caso de aumento, podem reduzir o valor lquido recebido. Assim como faz jus remunerao, nada mais justo que o servidor perca os valores nos perodos que no trabalhar, sem apresentar justificativas para tanto. Desse modo, o servidor perder a parcela da remunerao correspondente: ao dia que faltar ao servio, sem justificativa, bem como da parcela diria proporcional ao atraso/ausncia/sada. Poder, neste 2 caso, haver a compensao de horrio at o ms subsequente, desde que autorizado pela chefia. Ocorre, ainda, a perda da remunerao correspondente suspenso convertida em multa (a ser visto quando da abordagem das penalidades).

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TTULO III Dos Direitos e Vantagens CAPTULO I Do Vencimento e da Remunerao Art. 40. Vencimento a retribuio pecuniria pelo exerccio de cargo pblico, com valor fixado em lei.* Pargrafo nico. Nenhum servidor receber, a ttulo de vencimento, importncia inferior ao salrio mnimo. Art. 41. Remunerao o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecunirias permanentes estabelecidas em lei.* 1 A remunerao do servidor investido em funo ou cargo em comisso ser paga na forma prevista no art. 62. Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em funo de direo, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comisso ou de natureza especial devida retribuio pelo seu exerccio. Pargrafo nico. Lei especfica estabelecer a remunerao dos cargos em comisso de que trata o inciso II do art. 9. 2 O servidor investido em cargo em comisso de rgo ou entidade diversa da de sua lotao receber a remunerao de acordo com o estabelecido no 1 do art. 93. Art. 93. .................................................................................................................... I - para exerccio de cargo em comisso ou funo de confiana; 1 Na hiptese do inciso I, sendo a cesso para rgos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municpios, o nus da remunerao ser do rgo ou entidade cessionria, mantido o nus para o cedente nos demais casos. * A Emenda Constitucional n 19 criou a expresso subsdio, retribuio pecuniria dos agentes polticos. 3 O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de carter permanente, irredutvel. Art. 42. Nenhum servidor poder perceber, mensalmente, a ttulo de remunerao ou subsdio, importncia superior soma dos valores percebidos como subsdio mensal, em espcie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Pargrafo nico. Excluem-se do teto as seguintes vantagens: dcimo terceiro salrio, adicional de frias, hora-extra, salrio-famlia, dirias, ajuda de custo e transporte. Art. 37. .................................................................................................................... XI - a remunerao e o subsdio dos ocupantes de cargos, funes e empregos pblicos da administrao direta, autrquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes polticos e os proventos, penses ou outra espcie remuneratria, percebido cumulativamente ou no, includas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, no podero exceder o subsdio mensal, em espcie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municpios, o subsdio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsdio mensal do Governador no mbito do Poder Executivo, o subsdio dos Deputados Estaduais e Distritais no mbito do Poder Legislativo e o subsdio dos Desembargadores do Tribunal de Justia, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centsimos por cento do subsdio mensal, em espcie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no mbito do Poder Judicirio, aplicvel este limite aos membros do Ministrio Pblico, aos Procuradores e aos Defensores Pblicos; Art. 43. (Revogado pela Lei n 9.624, de 2/4/98.)

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Art. 44. O servidor perder: I - a remunerao do dia em que faltar ao servio, sem motivo justificado; II - a parcela de remunerao diria, proporcional aos atrasos, ausncias justificadas, ressalvadas as concesses de que trata o art. 97, e sadas antecipadas, salvo na hiptese de compensao de horrio, at o ms subseqente ao da ocorrncia, a ser estabelecida pela chefia imediata. Pargrafo nico. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de fora maior podero ser compensadas a critrio da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exerccio. Art. 45. Salvo por imposio legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidir sobre a remunerao ou provento. Pargrafo nico. Mediante autorizao do servidor, poder haver consignao em folha de pagamento a favor de terceiros, a critrio da administrao e com reposio de custos, na forma definida em regulamento. Art. 46. As reposies e indenizaes ao errio, atualizadas at 30 de junho de 1994, sero previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo mximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado.* 1 O valor de cada parcela no poder ser inferior ao correspondente a dez por cento da remunerao, provento ou penso.* 2 Quando o pagamento indevido houver ocorrido no ms anterior ao do processamento da folha, a reposio ser feita imediatamente, em uma nica parcela.* 3 Na hiptese de valores recebidos em decorrncia de cumprimento a deciso liminar, a tutela antecipada ou a sentena que venha a ser revogada ou rescindida, sero eles atualizados at a data da reposio.* Art. 47. O servidor em dbito com o errio, que for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, ter o prazo de sessenta dias para quitar o dbito.* Pargrafo nico. A no quitao do dbito no prazo previsto implicar sua inscrio em dvida ativa.* Art. 48. O vencimento, a remunerao e o provento no sero objeto de arresto, seqestro ou penhora, exceto nos casos de prestao de alimentos resultante de deciso judicial.

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8. DIREITOS E VANTAGENS 8.1. Vencimento e Remunerao II No caso de faltas decorrentes de caso fortuito ou fora maior, estas podero ser compensadas a critrio da chefia, passando a ser consideradas como efetivo exerccio. preciso que se diga que a retribuio pecuniria do servidor tem o que se chama, juridicamente, de natureza alimentar, no podendo sobre ela incidir descontos, salvo no caso de imposio legal ou mandato judicial. Assim, estabelece a Lei 8.112/90 que o vencimento, a remunerao ou o provento no podero ser objeto de arresto, sequestro ou penhora, salvo no caso de prestao alimentcia (penso) decorrente de deciso judicial. No caso de haver necessidade proceder a reposio/indenizao ao errio, o valor a ser descontado no poder ser inferior a 10% de sua remunerao. No caso de o pagamento errneo ter ocorrido no ms anterior percepo do erro, a reposio dever ser feita em nica parcela. Na ocorrncia de resciso de deciso judicial em carter provisrio (tutela antecipada, por exemplo) que garanta o pagamento ao servidor antes da deciso final de mrito, o servidor dever repor todos os valores recebidos, devidamente atualizados. Por fim, no que atine hiptese de rompimento do vnculo do servidor em dbito com o errio, o prazo para sua quitao ser de 60 dias. A no quitao nesse prazo implicar na inscrio em dvida ativa. 8.2 Vantagens

So quaisquer valores recebidos pelo servidor que no se enquadre na definio de vencimento. Podem, ou no, integrar a remunerao. De acordo com a Lei, as vantagens so divididas em: indenizaes, gratificaes e adicionais. CAPTULO II Das Vantagens Art. 49. Alm do vencimento, podero ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: I - indenizaes; II - gratificaes; III - adicionais. 1 As indenizaes no se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. 2 As gratificaes e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condies indicados em lei. Art. 50. Os acrscimos pecunirios percebidos por servidor no sero computados, nem acumulados, para efeito de concesso de quaisquer outros acrscimos pecunirios ulteriores sob o mesmo ttulo ou idntico fundamento.

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8.2.1 Indenizaes As indenizaes de forma alguma integraro a remunerao. J as gratificaes/adicionais podero ser integradas remunerao, de acordo com casos e condies previstos em lei. As indenizaes so devidas ao servidor em virtude de gastos em que este teve de incorrer em decorrncia de exigncias do trabalho. Nada mais do que uma restituio desses gastos. 3 so as hipteses de indenizao: ajuda de custo, diria e transporte. Seo I Das Indenizaes Art. 51. Constituem indenizaes ao servidor: I - ajuda de custo; II - dirias; III - transporte. Art. 52. Os valores das indenizaes, assim como as condies para a sua concesso, sero estabelecidos em regulamento. a) Ajuda de custo:

Destina-se a compensar despesas do servidor que, no interesse do servio, passa a ter exerccio em nova sede, com carter permanente. Correro por conta da administrao, ainda, as despesas de transporte do servidor, de sua famlia, bagagens e bens pessoais. O valor deve ser calculado sobre o valor da remunerao, no podendo exceder o valor correspondente a 3 meses. Destaque-se que o servidor ser obrigado a restituir o valor recebido caso no se apresente na nova sede em 30 dias, de maneira injustificada. famlia do servidor que morrer na nova sede garantida ajuda de custo/transporte para a volta localidade de origem no prazo de 1 ano contado da data de falecimento. Por fim, veda-se o duplo pagamento: ou seja, se os membros do casal so servidores, a ajuda de custo ser devida apenas na proporo relacionada a um destes. Subseo I Da Ajuda de Custo Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalao do servidor que, no interesse do servio, passar a ter exerccio em nova sede, com mudana de domiclio em carter permanente, vedado o duplo pagamento de indenizao, a qualquer tempo, no caso de o cnjuge ou companheiro que detenha tambm a condio de servidor vier a ter exerccio na mesma sede. 1 Correm por conta da Administrao as despesas de transporte do servidor e de sua famlia, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais. 2 famlia do servidor que falecer na nova sede so assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do bito.

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Art. 54. A ajuda de custo calculada sobre a remunerao do servidor, conforme se dispuser em regulamento, no podendo exceder a importncia correspondente a 3 (trs) meses. Art. 55. No ser concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo. Art. 56. Ser concedida ajuda de custo quele que, no sendo servidor da Unio, for nomeado para cargo em comisso, com mudana de domiclio. Pargrafo nico. No afastamento previsto no inciso I do art. 93, a ajuda de custo ser paga pelo rgo cessionrio, quando cabvel. Art. 93. O servidor poder ser cedido para ter exerccio em outro rgo ou entidade dos Poderes da Unio, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municpios, nas seguintes hipteses: I - para exerccio de cargo em comisso ou funo de confiana; Art. 57. O servidor ficar obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, no se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

b)

Dirias:

Destina-se a indenizar as despesas extraordinrias do servidor com alimentao, pousada e locomoo urbana e de ser paga servidor que afastar-se de sede em carter eventual/transitrio (o deslocamento pode ser para localidades no Brasil ou exterior). Se o deslocamento for exigncia do cargo, no sero devidas dirias. Tambm no sero devidas dirias se o deslocamento ocorrer dentro de uma mesma regio metropolitana (ou assemelhada) ou em reas de controle integrado, mantidas com pases limtrofes. A daria , evidentemente, devida por dia de afastamento, sendo paga pela metade quando o pernoite do servidor no for necessrio, ou quando a Unio custear, de outra forma, despesas que deveriam ser arcadas com as dirias; No havendo deslocamento da sede, ou no caso de retorno antecipado, o servidor tem 5 dias de prazo para o recolhimento proporcional das dirias. Subseo II Das Dirias Art. 58. O servidor que, a servio, afastar-se da sede em carter eventual ou transitrio para outro ponto do territrio nacional ou para o exterior, far jus a passagens e dirias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinria com pousada, alimentao e locomoo urbana, conforme dispuser em regulamento. 1 A diria ser concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento no exigir pernoite fora da sede, ou quando a Unio custear, por meio diverso, as despesas extraordinrias cobertas por dirias. 2 Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigncia permanente do cargo, o servidor no far jus a dirias. 3 Tambm no far jus a dirias o servidor que se deslocar dentro da mesma regio metropolitana, aglomerao urbana ou microrregio, constitudas por municpios limtrofes e regularmente institudas, ou em reas de controle integrado mantidas com pases limtrofes, cuja jurisdio e competncia dos rgos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipteses em que as dirias pagas sero sempre as fixadas para os afastamentos dentro do territrio nacional.

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Art. 59. O servidor que receber dirias e no se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restitu-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. Pargrafo nico. Na hiptese de o servidor retornar sede em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituir as dirias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.

c)

Transporte:

Conhecido como "auxlio transporte", devido ao servidor que utiliza meio de transporte prprio de locomoo para a execuo de servios externos, em decorrncia das atribuies prprias do cargo. No se confunde com a diria. Subseo III Da Indenizao de Transporte* Art. 60. Conceder-se- indenizao de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilizao de meio prprio de locomoo para a execuo de servios externos, por fora das atribuies prprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento. * Portaria Normativa n 3, de 3 de maro de 1999, dispe sobre orientaes quanto aos procedimentos a serem adotados para a concesso deste benefcio ao servidor pblico.

8.2 Vantagens 8.2 Gratificaes e Adicionais I Esto enumerados no art. 61 da Lei 8.112/90. Contudo, a lista no taxativa (numerus clausus) Duas so as gratificaes: a Retribuio pelo Exerccio de Funo de Direo, Chefia e Assessoramento e a Gratificao Natalina (13 salrio). J os adicionias so os seguintes: Adicional pelo exerccio de atividades insalubres, perigosas ou penosas, Adicional pela prestao de servio extraordinrio, Adicional noturno, Adicional de frias e Outros, relativos ao local ou natureza do trabalho. Vejamos um a um destes. Seo II Das Gratificaes e Adicionais Art. 61. Alm do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, sero deferidos aos servidores as seguintes retribuies, gratificaes e adicionais: I - retribuio pelo exerccio de funo de direo, chefia e assessoramento; II - gratificao natalina; III - (Revogado pela MP n 2.225-45, de 4/9/2001); IV - adicional pelo exerccio de atividades insalubres, perigosas ou penosas; V - adicional pela prestao de servio extraordinrio; VI - adicional noturno; VII - adicional de frias; VIII - adicional ou prmio de produtividade.

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a) Retribuio Pelo Exerccio de Funo de Direo, chefia e assessoramento devido a servidor ocupante de cargo efetivo investido em funo de direo, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comisso ou de natureza especial; Subseo I Da Retribuio pelo Exerccio de Funo de Direo, Chefia e Assessoramento Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em funo de direo, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comisso ou de natureza especial devida retribuio pelo seu exerccio. Pargrafo nico. Lei especfica estabelecer a remunerao dos cargos em comisso de que trata o inc. II do art. 9. Art. 9 A nomeao far-se-: .................................................................................................................... II - em comisso, inclusive na condio de interino, para cargos de confiana vagos. ....................................................................................................................

b) Gratificao Natalina (13 salrio) Equivale ao 13 da iniciativa privada, devendo ser pago na proporo de 1/12 avos por ms trabalhado no ano. A frao de ms superior a 15 dias considerado ms. Sua base de clculo a remunerao do ms de dezembro, sendo que a gratificao natalina deve ser paga at o dia 20 do mesmo ms de cada ano. Ao servidor exonerado ser devida parcela proporcional, ou seja, se trabalhou seis meses, receber 6/12 avos, a metade da gratificao natalina. Subseo II Da Gratificao Natalina Art. 63. A gratificao natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remunerao a que o servidor fizer jus no ms de dezembro, por ms de exerccio no respectivo ano. Pargrafo nico. A frao igual ou superior a 15 (quinze) dias ser considerada como ms integral. Art. 64. A gratificao ser paga at o dia 20 (vinte) do ms de dezembro de cada ano. Pargrafo nico. (Vetado.) Art. 65. O servidor exonerado perceber sua gratificao natalina, proporcionalmente aos meses de exerccio, calculada sobre a remunerao do ms da exonerao. Art. 66. A gratificao natalina no ser considerada para clculo de qualquer vantagem pecuniria.

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Gratificaes e Adicionais II Subseo IV Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Atividades Penosas* Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substncias txicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo. 1 O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade dever optar por um deles. * A Emenda Constitucional n 19 suprimiu dois direitos sociais extensivos ao servidor pblico: a irredutibilidade de salrio e o adicional de remunerao por atividades penosas, insalubres e perigosas. 2 O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminao das condies ou dos riscos que deram causa a sua concesso.

c) Adicional de Insalubridade (risco sade) Periculosidade (risco vida), ou atividade penosa (em decorrncia da lotao do servidor). Devidos a servidores que trabalham em condies insalubres, ou em contato permanente com substncias txicas, radioativas ou com risco de vida. ATENO: O TRABALHO TEM QUE SER HABITUAL! Aquele servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade ou periculosidade tem que optar por um deles, sendo que se a causa que deu razo ao adicional for extinta, tambm extinto ser o adicional; No caso especfico da sevidora gestante ou lactante, esta dever ser afastada de locais insalubres, perigosos ou penosos enquanto durar o perodo de lactao/gestao. Caracteriza-se atividade penosa a situao de servidores em exerccio em zona de fronteira ou em localidade cujas condies de vida justifiquem; OBS: Servidores que operam com Raio X ou substncias radioativas sero submetidos a exames mdicos a cada 6 meses. Art. 69. Haver permanente controle da atividade de servidores em operaes ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos. Pargrafo nico. A servidora gestante ou lactante ser afastada, enquanto durar a gestao ou lactao, das operaes e locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em servio no penoso e no perigoso. Art. 70. Na concesso dos adicionais de atividades penosas, de insalubridade e de periculosidade, sero observadas as situaes estabelecidas em legislao especfica. Art. 71. O adicional de atividade penosa ser devido aos servidores em exerccio em zonas de fronteira ou em localidades cujas condies de vida o justifiquem, nos termos, condies e limites fixados em regulamento.

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Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com raio X ou substncias radioativas sero mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiao ionizante no ultrapassem o nvel mximo previsto na legislao prpria. Pargrafo nico. Os servidores a que se refere este artigo sero submetidos a exames mdicos a cada seis meses.

d) Adicional pela prestao de servio extraordinrio: decorrente da atividade laborial exercida alm da jornada normal de trabalho. Deve ser pago com acrscimo de 50% em relao a hora normal de trabalho. Visa ao Atendimento de situaes excepcionais e temporrias, sendo o prazo mximo, de acordo com a Lei 8.112/90, de duas horas por jornada. Subseo V Do Adicional por Servio Extraordinrio Art. 73. O servio extraordinrio ser remunerado com acrscimo de 50% (cinqenta por cento) em relao hora normal de trabalho. Art. 74. Somente ser permitido servio extraordinrio para atender a situaes excepcionais e temporrias, respeitado o limite mximo de 2 (duas) horas por jornada.* DECRETO N 948, DE 5 DE OUTUBRO DE 1993 Art. 1 O pagamento de adicional por servio extraordinrio previsto no art. 73, da Lei n 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ser efetuado juntamente com a remunerao do ms em que ocorrer este servio. Art. 2 A execuo do servio extraordinrio ser previamente autorizada, pelo dirigente de Recursos Humanos do rgo ou entidade interessado a quem compete identificar a situao excepcional e temporria de que trata o art. 74, da Lei n 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Pargrafo nico. A proposta do servio extraordinrio ser acompanhada da relao nominal dos servidores que o executar. Art. 3 A durao do servio extraordinrio no exceder a 2 (duas) horas por jornada de trabalho, obedecidos os limites de 44 (quarenta e quatro) horas mensais e 90 (noventa) horas anuais, consecutivas ou no. Pargrafo nico. O limite anual poder ser acrescido de 44 (quarenta e quatro) horas mediante autorizao da Secretaria da Administrao Federal SAF/PR, por solicitao do rgo ou entidade interessado. * O Decreto n 948, de 5/10/93, estabelece limites para as horas extras.

Gratificaes e Adicionais III e) Adicional noturno: Devido pelo exerccio de atividade compreendida entre 22 hr de um dia e 5 hr do dia seguinte, sendo o valor da hora trabalhada acrescida de 25%. Observe-se que cada hora computada com 52 min e 30 segundos ATENO: em se tratando de servio extraordinrio, incide sobre o valor da remunerao hora acrescida daquele adicional.

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Subseo VI Do Adicional Noturno Art. 75. O servio noturno, prestado em horrio compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e cinco horas do dia seguinte, ter o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) computando-se cada hora como cinqenta e dois minutos e trinta segundos. Pargrafo nico. Em se tratando de servio extraordinrio, o acrscimo de que trata este artigo incidir sobre a remunerao prevista no art. 73.

f) Adicional de frias: Corresponde a 1/3 da remunerao do perodo de frias e independe de solicitao do servidor; OBS: no caso de servidor ocupante de cargo em comisso ou funo de direo, chefia ou assessoramento deve ser considerado a vantagem no clculo do adicional de frias. Subseo VII Do Adicional de Frias Art. 76. Independentemente de solicitao, ser pago ao servidor, por ocasio de frias, um adicional correspondente a 1/3 (um tero) da remunerao do perodo de frias. Pargrafo nico. No caso de o servidor exercer funo de direo, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comisso, a respectiva vantagem ser considerada no clculo do adicional de que trata este artigo.

8.3 Frias (art. 7 inc. XVIII, Constituio Federal e arts. 77 a 80, Lei 8.1112/90) Os servidores, efetivos ou comissionados, tem direito a frias anuais de 30 dias. Para o 1 perodo, sero exigidos 12 meses. Exemplo: servidor toma posse em 1 de junho de 2003. Ele s pode tirar suas primeiras frias a partir de 31 de maio de 2004 (1 perodo aquisitivo). J as frias de 2005, podero ser gozadas a partir de janeiro, j que as frias passam a ser ento NO exerccio, no sendo mais necessrio o cumprimento do perodo aquisitivo para sua fruio; possvel o acmulo das frias no caso de necessidade do servio at um mximo de dois perodos consecutivos. No poder ser levado conta de frias qualquer falta ao servio. Isso implica dizer que caso um servidor venha a faltar ao servio, o dia faltado no poder ser descontado nas frias. O pagamento do tero de frias (vide item 8.2, f, supra) deve ser efetuado AT dois dias antes do incio do respetivo perodo. No caso de exonerao de servidor (efetivo ou em comisso), este far jus ao pagamento do perodo completo (vencidas) e ao perodo incompleto (em aquisio). Neste ltimo caso, na proporo de 1/12 avos por ms trabalhado.

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As frias, excepcionalmente, podem ser interrompidas. A Lei prev as seguintes hipteses para tanto: calamidade pblica, comoo interna, convocao para jri, servio militar ou eleitoral e por necessidade do servio (deve ser declarada pela autoridade mxima do rgo). Aps o perodo de interrupo, o perodo restante deve ser gozado de uma s vez No mais possvel a converso de 1/3 das frias em abono (diz-se que no mais possvel vender as frias). Contudo, permitido o parcelamento em at 3 parcelas, desde que requerido pelo servidor e autorizado pela administrao. OBS: O servidor que opera Raio X, HABITUALMENTE, tem direito a 20 dias de frias a cada semestre. OBS 2: O servidor aposentado que ocupa cargo em comisso ter direito a frias do CARGO EM COMISSO, calculada com base na remunera deste. CAPTULO III Das Frias Art. 77. O servidor far jus a 30 (trinta) dias de frias, que podem ser acumuladas, at o mximo de 2 (dois) perodos, no caso de necessidade do servio, ressalvadas as hipteses em que haja legislao especfica. 1 Para o primeiro perodo aquisitivo de frias sero exigidos 12 (doze) meses de exerccio. 2 vedado levar conta de frias qualquer falta ao servio. 3 As frias podero ser parceladas em at trs etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da Administrao Pblica. Art. 78. O pagamento da remunerao das frias ser efetuado at 2 (dois) dias antes do incio do respectivo perodo, observando-se o disposto no 1 deste artigo. 1 e 2 (Revogados.) 3 O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comisso, perceber indenizao relativa ao perodo das frias a que tiver direito e ao incompleto, na proporo de 1/12 (um doze avos) por ms de efetivo exerccio, ou frao superior a 14 (quatorze) dias. 4 A indenizao ser calculada com base na remunerao do ms em que for publicado o ato exoneratrio. 5 Em caso de parcelamento, o servidor receber o valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7 da Constituio Federal quando da utilizao do primeiro perodo. Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com raio X ou substncias radioativas gozar 20 (vinte) dias consecutivos de frias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer hiptese a acumulao. Pargrafo nico. (Revogado.) Art. 80. As frias somente podero ser interrompidas por motivo de calamidade pblica, comoo interna, convocao para jri, servio militar ou eleitoral, ou por necessidade do servio declarada pela autoridade mxima do rgo ou entidade. Pargrafo nico. O restante do perodo interrompido ser gozado de uma s vez, observado o disposto no art. 77. Art. 77. O servidor far jus a 30 (trinta) dias de frias, que podem ser acumuladas, at o mximo de 2 (dois) perodos, no caso de necessidade do servio, ressalvadas as hipteses em que haja legislao especfica.

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8.4 Licenas (art. 81/92) De modo didtido, sero abordadas uma a uma das licenas, em seus principais aspectos. Para tanto, optou-se pela abordagem esquemtica, construindo roteiros de memorizao, que passaro a ser vistos logo a seguir. So licenas que podem ser concedidas ao servidor: a) Por motivo de doena em pessoa da famlia; b) Por motivo de afastamento do cnjuge ou do companheiro c) Para o servio militar; d) Para atividade poltica e) Para capacitao f) Para tratar de interesses particulares g) Para desempenho de mandato classista h) Licena para tratamento da Sade (art. 202/206) i) Licena gestante, adotante e paternidade (art. 207/210)

j) Licena por acidente em servio. (art. 211/214) Consideraes Gerais: se uma licena for concedida no prazo de 60 dias do trmino de outra da mesma espcie considerada prorrogao. So concedidas apenas a titulares de cargo efetivo e no de cargo em comisso. As 3 ltimas licenas esto previstas nos itens referentes aos benefcios, devendo ser tratadas quando da abordagem daquele assunto. CAPTULO IV Das Licenas Seo I Disposies Gerais Art. 81. Conceder-se- ao servidor licena: I - por motivo de doena em pessoa da famlia; II - por motivo de afastamento do cnjuge ou companheiro; III - para o servio militar; IV - para atividade poltica; V - para capacitao; VI - para trato de interesses particulares; VII - para desempenho de mandato classista. 1 A licena prevista no inciso I ser precedida de exame por mdico ou junta mdica oficial. 2 (Revogado.) 3 vedado o exerccio de atividade remunerada durante o perodo da licena prevista no inciso I deste artigo. Art. 82. A licena concedida dentro de sessenta dias do trmino de outra da mesma espcie ser considerada como prorrogao.

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8.4 Licenas (art. 81/92) a) Por motivo de doena em pessoa da famlia (art. 83): Limite de tempo: mximo de 150 dias Remunerao: primeiros 30 dias, remunerados. 30 dias seguintes, tambm podem ser remunerados, dependendo da avaliao de junta mdica oficial. 90 dias restantes, sem remunerao Tempo de Servio: perodo remunerado, contado apenas para efeitos de aposentadoria e disponibilidade. Perodo no remunerado, no contado como tempo de servio. Concesso do Direito: concedida a servidor que comprove que indispensvel sua assistncia ao ente familiar, desde que no haja possibilidade de exerccio concomitante do cargo Prorroga a posse? Sim. Obs. Gerais: Veda-se o exerccio de atividade remunerada durante o perodo de gozo de tal tipo de licena. Considera-se como pessoa da famlia: pais, filhos, enteados, cnjuge/companheiro ou dependente que viva s expensas do servidor Seo II Da Licena por Motivo de Doena em Pessoa da Famlia Art. 83. Poder ser concedida licena ao servidor por motivo de doena do cnjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado ou dependente que viva s suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovao por junta mdica oficial. 1 A licena somente ser deferida se a assistncia direta do servidor for indispensvel e no puder ser prestada simultaneamente com o exerccio do cargo ou mediante compensao de horrio, na forma do disposto no inciso II do art. 44. 2 A licena ser concedida sem prejuzo da remunerao do cargo efetivo, at 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogada por at 30 (trinta) dias, mediante parecer de junta mdica oficial e, excedendo estes prazos, sem remunerao, por at 90 (noventa) dias.

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8.4 Licenas (art. 81/92) b) Por motivo de afastamento do cnjuge (art. 84): Limite de tempo: Indeterminado. Remunerao: No h. Tempo de Servio: no computado. Concesso do Direito: a servidor para acompanhamento do cnjuge que se desloque para outro ponto do territrio nacional, do exterior, ou para o exerccio de mandato eletivo dos poderes Executivos ou Legislativo. Prorroga a posse? No. Obs. Gerais: Deve ser concedida a critrio da administrao (ou seja, discricionrio a esta). A lei fala em poder ser concedida; Poder ocorrer a lotao provisrio do servidor acompanhante se na localidade o houver atividade compatvel com o seu cargo. Seo III Da Licena por Motivo de Afastamento do Cnjuge Art. 84. Poder ser concedida licena ao servidor para acompanhar cnjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do territrio nacional, para o exterior ou para o exerccio de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. 1 A licena ser por prazo indeterminado e sem remunerao. 2 No deslocamento de servidor cujo cnjuge ou companheiro tambm seja servidor pblico ou militar, de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, poder haver exerccio provisrio em rgo ou entidade da Administrao federal direta, autrquica ou fundacional, desde que para o exerccio de atividade compatvel com o seu cargo.

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8.4 Licenas (art. 81/92) c) licena para o servio militar (art. 85) Limite de tempo: prazo indeterminado. Perdura enquanto durar o servio militar. Remunerao: Legislao Especfica Tempo de Servio: efetivo exerccio (art. 102, VIII, f) Concesso do Direito: Legislao Especfica Prorroga a posse? Sim. Obs. Gerais: aps o trmino da licena, o servidor ter 30 dias, sem remunerao, para reassumir o exerccio do cargo Seo IV Da Licena para o Servio Militar Art. 85. Ao servidor convocado para o servio militar ser concedida licena, na forma e condies previstas na legislao especfica. Pargrafo nico. Concludo o servio militar, o servidor ter at 30 (trinta) dias sem remunerao para reassumir o exerccio do cargo.

d) Licena Para Atividade Poltica (art. 86) Limite de tempo: incio com a escolha do servidor em conveno partidria, com prazo final de at o 10 dia aps a eleio. Perodo mximo de trs meses. Remunerao: a partir da escolha em conveno partidria at o dia anterior ao registro da candidatura: sem remunerao. A partir do registro at o 10 dia seguinte ao pleito, com remunerao, com o perodo mximo de 3 meses Tempo de Servio: perodo sem remunerao no computado como tempo de servio. O restante contado para efeito de aposentadoria e disponibilidade Concesso do Direito: obrigatrio. Prorroga a posse? No. Obs. Gerais

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O Perodo a partir do registro pode superar os trs meses. Contudo, o restante ser sem remunerao.

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Seo V Da Licena para Atividade Poltica Art. 86. O servidor ter direito a licena, sem remunerao, durante o perodo que mediar entre a sua escolha em conveno partidria, como candidato a cargo eletivo, e vspera do registro de sua candidatura perante a Justia Eleitoral. 1 O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funes e que exera cargo de direo, chefia, assessoramento, arrecadao ou fiscalizao, dele ser afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justia Eleitoral, at o 10 (dcimo) dia seguinte ao do pleito. 2 A partir do registro da candidatura e at o 10 (dcimo) dia seguinte ao da eleio, o servidor far jus licena, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo perodo de 3 (trs) meses.

8.4 Licenas (art. 81/92) e) Licena para capacitao (art. 87): Limite de tempo: at trs meses. Remunerao: faz jus. Tempo de Servio: efetivo exerccio. Concesso do Direito: aps cinco anos. No acumulvel. Prorroga a posse? Sim. Obs. Gerais: Poder discricionrio da administrao: Substituiu a antiga licena prmio. Seo VI Da Licena para Capacitao Art. 87. Aps cada qinqnio de efetivo exerccio, o servidor poder, no interesse da Administrao, afastar-se do exerccio do cargo efetivo, com a respectiva remunerao, por at 3 (trs) meses, para participar de curso de capacitao profissional. Pargrafo nico. Os perodos de licena de que trata o caput no so acumulveis. Arts. 88 e 89. (Revogados.) Art. 90. (Vetado.)

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8.4 Licenas (art. 81/92) f) Licena para tratar de interesses particulares (art. 91): Limite de tempo: at 3 anos, podendo ser interrompida a qualquer tempo. Remunerao: No h Tempo de Servio: no computado como tempo de servio para qualquer efeito. Concesso do Direito: servidor estvel. Prorroga a posse? No.

Obs. Gerais: pode ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse da administrao; Seo VII Da Licena para Tratar de Interesses Particulares Art. 91. A critrio da Administrao, podero ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que no esteja em estgio probatrio, licenas para o trato de assuntos particulares pelo prazo de at trs anos consecutivos, sem remunerao. Pargrafo nico. A licena poder ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do servio.* Foi excluda a exigncia de ser estvel o servidor para a concesso da licena, desde que no esteja em estgio probatrio, bem como alterado o prazo de sua durao para at trs anos consecutivos, sem remunerao. A licena dever ser concedida vista do interesse do servio, com a anuncia da chefia imediata do servidor, devendo ser encaminhado o requerimento unidade de Recursos Humanos. A Licena para o Trato de Assuntos Particulares poder ser suspensa, a qualquer tempo, mediante pedido do servidor ou no interesse do servio, vedada, em qualquer hiptese, o parcelamento. Deferida a concesso, a respectiva unidade de Recursos Humanos dever publicar em Boletim de Servio, bem como, informar no SIAPE - Sistema Integrado de Administrao de Recursos Humanos, a respectiva ocorrncia de afastamento no cadastro do servidor, grupo/ocorrncia 03.104. O registro da ocorrncia excluir automaticamente o pagamento do servidor, salvo o salrio-famlia. Ao servidor em gozo da licena, no permitido o exerccio de outro cargo pblico na Administrao Pblica, por manter a titularidade de ambos, exceto se acumulveis nos termos do inciso XVI do art. 37 da Constituio Federal. O servidor detentor de dois cargos pblicos, legalmente previsto na Constituio Federal, poder se afastar de um ou dos dois. * Redao do art. 91 e seu pargrafo nico dada pela Medida Provisria n 1.96428, de 27/6/2000. O servidor licenciado no poder contar o tempo da licena para qualquer efeito. Esta Instruo Normativa entra em vigor na data de sua publicao.

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8.4 Licenas (art. 81/92) g) Desempenho de mandato classista (art. 92): Limite de tempo: perodo de durao igual ao do mandato, podendo ser prorrogada, uma nica vez, no caso de reeleio. Remunerao: No h. Tempo de Servio: contado para todos os efeitos, exceto para promoo por merecimento. Concesso do Direito: servidores eleitos para cargos de direo, representao em confederao, federao, associao de classe mbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profisso. Estas entidades devem estar cadastradas no MARE (atual Seape). Prorroga a posse? No.

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Obs. Gerais: representao de acordo com o nmero de associados: at 5.000, um servidor; de 5.000 a 30.000 dois servidores; mais de 30.000, trs servidores. No haver remoo ou redistribuio para localidade diversa da qual o servidor exerce o mandato. Seo VIII Da Licena para o Desempenho de Mandato Classista Art. 92. assegurado ao servidor o direito licena sem remunerao para o desempenho de mandato em confederao, federao, associao de classe de mbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profisso, observado o disposto na alnea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados os seguintes limites: I - para entidades com at 5.000 associados, um servidor; II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois servidores; III - para entidades com mais de 30.000 associados, trs servidores. Art. 102. Alm das ausncias ao servio previstas no art. 97, so considerados como de efetivo exerccio os afastamentos em virtude de: ......... VIII - licena: ......... c) para o desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoo por merecimento; 1 Somente podero ser licenciados servidores eleitos para cargos de direo ou representao nas referidas entidades, desde que cadastradas no Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado. 2 A licena ter durao igual do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleio, e por uma nica vez.

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CAPTULO V Dos Afastamentos

8.5 AFASTAMENTOS A Lei prev 3 possibilidades: a) para servir outro rgo/entidade; b) para exerccio de mandato eletivo; e, c) para estudo ou misso no exterior. OBS INICIAL: Cedente: quem empresta. Cessionrio: o que recebe.

a) Para servir outro rgo/entidade (art. 93) Limite de tempo:No h meno na Lei. Remunerao: sendo para Estados (inclui Distrito Federal), Municpios, o nus para a cessionria. No caso de outro rgo/poder da Unio, para o cedente; No caso de empresas pblicas/sociedade de economia mista: o cedente paga o servidor depois obtm o ressarcimento da cessionria

Tempo de Servio: Efetivo exerccio. O tempo de servio prestado a Estados (inclui DF) e municpios contado para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, inc. I). Concesso do Direito: a lei no especifica.

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Obs. Gerais: servidor em estgio probatrio faz jus a este tipo de afastamento, desde que para o exerccio de cargos de DAS no mnino 4, ou cargos equivalente.

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Seo I Do Afastamento para Servir a outro rgo ou Entidade Art. 93. O servidor poder ser cedido para ter exerccio em outro rgo ou entidade dos Poderes da Unio, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municpios, nas seguintes hipteses: I - para exerccio de cargo em comisso ou funo de confiana; II - em casos previstos em leis especficas. 1 Na hiptese do inciso I, sendo a cesso para rgos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municpios, o nus da remunerao ser do rgo ou entidade cessionria, mantido o nus para o cedente nos demais casos. 2 Na hiptese de o servidor cedido empresa pblica ou sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas, optar pela remunerao do cargo efetivo, a entidade cessionria efetuar o reembolso das despesas realizadas pelo rgo ou entidade de origem. 3 A cesso far-se- mediante portaria publicada no Dirio Oficial da Unio. 4 Mediante autorizao expressa do Presidente da Repblica, o servidor do Poder Executivo poder ter exerccio em outro rgo da Administrao Federal direta que no tenha quadro prprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo. 5 Aplica-se Unio, em se tratando de empregado ou servidor por ela requisitado, as disposies dos 1 e 2 deste artigo.* 6 As cesses de empregados de empresa pblica ou de sociedade de economia mista, que receba recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal, independem das disposies contidas nos incisos I e II e 1 e 2 deste artigo, ficando o exerccio do empregado cedido condicionado a autorizao especfica do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, exceto nos casos de ocupao de cargo em comisso ou funo gratificada.* 7 O Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, com a finalidade de promover a composio da fora de trabalho dos rgos e entidades da Administrao Pblica Federal, poder determinar a lotao ou o exerccio de empregado ou servidor, independentemente da observncia do constante no inciso I e nos 1 e 2 deste artigo.*

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8.5 AFASTAMENTOS b) Exerccio de mandato eletivo (art. 94) Limite de tempo: enquanto durar o mandato. No h no caso de reeleio. Remunerao: mandato federal ou estadual: subsdio; Servidor investido no mandato de Prefeito: pode fazer opo. Servidor investido no mandato de Vereador: se houver compatibilidade de horrio, pode acumular. Se no, pode optar.

Tempo de Servio: efetivo exerccio. Concesso do Direito: Servidor pblico investido em mandato eletivo, federal, estadual ou distrital, bem com no mandato de Prefeito. Obs. Gerais: Servidor aposentado pode acumular proventos com subsdios; Veda-se a remoo/redistribuio do eleito enquanto diversa daquela onde exerce o mandato. para localidade

Seo II Do Afastamento para Exerccio de Mandato Eletivo Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposies: I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficar afastado do cargo; II - investido no mandato de Prefeito, ser afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remunerao; III - investido no mandato de vereador: a) havendo compatibilidade de horrio, perceber as vantagens de seu cargo, sem prejuzo da remunerao do cargo eletivo; b) no havendo compatibilidade de horrio, ser afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar por sua remunerao. 1 No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuir para a seguridade social como se em exerccio estivesse. 2 O servidor investido em mandato eletivo ou classista no poder ser removido ou redistribudo de ofcio para localidade diversa daquela onde exerce o mandato. (Ver tambm art. 38 da Constituio Federal/88)

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8.5 AFASTAMENTOS c) Estudo ou misso no exterior. (art. 95) Limite de tempo: 4 anos Remunerao: a ser disciplinada em regulamento. No caso de afastamento de servidor para servir em Organismo Internacional de que o Brasil coopere/participe haver perda da remunerao. Tempo de Servio: efetivo exerccio. Concesso do Direito: a servidor, no se fazendo meno se estvel ou no.

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Obs. Gerais: aps o trmino da licena, somente decorrido igual perodo poder ser concedida nova licena sob o mesmo fundamento; no ser concedida exonerao ou licena para tratar de interesse particular antes de decorrer prazo igual ao da licena, salvo se o servidor ressarcir a despesa havida com o seu afastamento; no se aplica aos servidores da carreira diplomtica. Seo III Do Afastamento para Estudo ou Misso no Exterior Art. 95. O servidor no poder ausentar-se do Pas para estudo ou misso oficial, sem autorizao do Presidente da Repblica, Presidente dos rgos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal. 1 A ausncia no exceder quatro anos, e finda a misso ou estudo, somente decorrido igual perodo, ser permitida nova ausncia. 2 Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo no ser concedida exonerao ou licena para tratar de interesse particular antes de decorrido perodo igual ao do afastamento, ressalvada a hiptese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento. 3 O disposto neste artigo no se aplica aos servidores da carreira diplomtica. 4 As hipteses, condies e formas para a autorizao de que trata este artigo, inclusive no que se refere remunerao do servidor, sero disciplinadas em regulamento. Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se- com perda total da remunerao.

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CAPTULO VI Das Concesses Art. 97. Sem qualquer prejuzo, poder o servidor ausentar-se do servio: I - por 1 (um) dia, para doao de sangue; II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor; III - por 8 (oito) dias consecutivos em razo de: a) casamento; b) falecimento do cnjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmos. Art. 98. Ser concedido horrio especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horrio escolar e o da repartio, sem prejuzo do exerccio do cargo. 1 Para efeito do disposto neste artigo, ser exigida a compensao de horrio no rgo ou entidade que tiver exerccio, respeitada a durao semanal do trabalho. 2 Tambm ser concedido horrio especial ao servidor portador de deficincia, quando comprovada a necessidade por junta mdica oficial, independentemente de compensao de horrio. 3 As disposies do pargrafo anterior so extensivas ao servidor que tenha cnjuge, filho ou dependente portador de deficincia fsica, exigindo-se, porm, neste caso, compensao de horrio na forma do inciso II do art. 44. Art. 44. O servidor perder: ......... II - a parcela de remunerao diria, proporcional aos atrasos, ausncias justificadas, ressalvadas as concesses de que trata o art. 97, e sadas antecipadas, salvo na hiptese de compensao de horrio, at o ms subseqente ao da ocorrncia, a ser estabelecida pela chefia imediata.

8.6 Concesses: So possibilidades de faltas justificadas do servidor, ou seja, o servidor no trabalha, mas tem a falta abonada, em virtude de previso legal. So as seguintes: a) Doao de Sangue concesso de 1 dia. No h limite no nmero de vezes que um servidor pode doar sangue em um ano b) Alistamento eleitoral concesso de 2 dias: c) Casamento ou Morte em pessoa da famlia (cnjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob a guarda ou tutela e irmos. concesso de 8 dias consecutivos d) Horrio especial para servidor estudantes hiptese diferenciada de concesso. Ocorre nas seguintes hipteses: quando comprovada a incompatibilidade entre o horrio de estudos do servidor e o de funcionamento da repartio; e, No deve haver prejuzo no exerccio do cargo. Desse modo, deve haver a compensao do horrio. A Administrao no pode negar a concesso, pois o ato vinculado.

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Se o servidor for removido, assegurado o direito de matrcula em instituio de ensino congnere a ele e a seus filhos, enteados, cnjuge ou companheiro. Ao servidor portador de necessidades especiais tambm ser concedido horrio especial, s que no h necessidade de compensao de horrio.

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9 Do Regime Disciplinar Art. 116 A 142. 9.1 Dos Deveres Art. 116 CAPTULO I Dos Deveres Art. 116. So deveres do servidor: I - exercer com zelo e dedicao as atribuies do cargo; II - ser leal s instituies a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - atender com presteza: a) ao pblico em geral, prestando as informaes requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; b) expedio de certides requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situaes de interesse pessoal; Dentre vrios, h de se destacar alguns. O 1, o dever de obedincia. Conforme previso legal, dever do servidor observar normas legais e regulamentares. Contudo, o servidor no dever cumprir ordens superiores, desde que estas sejam manifestamente ilegais. No caso de ocorrncia de ilegalidade, dever do servidor, por fora do contido no inciso XII do mesmo art. 116, representar contra tal ato. A representao, em virtude da hierarquia que orienta a administrao pblica, dever ser apresentada autoridade superior quela contra a qual est sendo formulada. Genericamente, pode-se afirmar que so deveres do servidor: ser zeloso (diligente), leal, tico em sua conduta, obediente estrutura hierrquica, reservado (quanto a assuntos da repartio, assduo, pontual, solcito (dever de urbanidade cortesia)

LEI N 9.051, DE 18/5/95 Art. 1 As certides para a defesa de direitos e esclarecimentos de situaes, requeridas aos rgos da administrao centralizada ou autrquica, s empresas pblicas, s sociedades de economia mista e s fundaes pblicas da Unio, Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, devero ser expedidas no prazo improrrogvel de 15 (quinze) dias, contados do registro do pedido no rgo expedidor. c) s requisies para a defesa da Fazenda Pblica; VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver cincia em razo do cargo; VII - zelar pela economia do material e a conservao do patrimnio pblico;

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VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartio; IX - manter conduta compatvel com a moralidade administrativa; X - ser assduo e pontual ao servio; XI - tratar com urbanidade as pessoas; XII - representar contra ilegalidade, omisso ou abuso de poder. Pargrafo nico. A representao de que trata o inciso XII ser encaminhada pela via hierrquica e apreciada pela autoridade superior quela contra a qual formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. Os principais deveres do servidor, so eles: a) desempenhar, a tempo, as atribuies do cargo, funo ou emprego pblico de que seja titular; b) exercer suas atribuies com rapidez, perfeio e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situaes procrastinatrias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espcie de atraso na prestao dos servios pelo setor em que exera suas atribuies, com o fim de evitar dano moral ao usurio; c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu carter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opes, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; d) jamais retardar qualquer prestao de contas, condio essencial da gesto dos bens, direitos e servios de coletividade a seu cargo; e) tratar cuidadosamente os usurios dos servios, aperfeioando o processo de comunicao e contato com o pblico; f) ter conscincia de que seu trabalho regido por princpios ticos que se materializam na adequada prestao dos servios pblicos; g) ser corts, ter urbanidade, disponibilidade e ateno, respeitando a capacidade e as limitaes individuais de todos os usurios do servio pblico, sem qualquer espcie de preconceito ou distino de raa, sexo, nacionalidade, cor, idade, religio, cunho poltico e posio social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral; h) ter respeito hierarquia, porm sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o poder estatal; i) resistir a todas as presses de superiores hierrquicos, de contratantes, interessados e outros que visem a obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrncia de aes imorais, ilegais ou aticas e denunci-las; j) zelar, no exerccio do direito de greve, pelas exigncias especficas da defesa da vida e da segurana coletiva; l) ser assduo e freqente ao servio, na certeza de que sua ausncia provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema; m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrrio ao interesse pblico, exigindo as providncias cabveis; n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os mtodos mais adequados sua organizao e distribuio; o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exerccio de suas funes, tendo por escopo a realizao do bem comum; p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exerccio da funo; q) manter-se atualizado com as instrues, as normas de servio e a legislao pertinentes ao rgo onde exerce suas funes; r) cumprir, de acordo com as normas do servio e as instrues superiores, as tarefas de seu cargo ou funo, tanto quanto possvel, com critrio, segurana e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem; s) facilitar a fiscalizao de todos os atos ou servios por quem de direito; t) exercer com estrita moderao as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribudas, abstendo-se de faz-lo contrariamente aos legtimos interesses dos usurios do servio pblico e dos jurisdicionados administrativos;

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u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua funo, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse pblico, mesmo que observando as formalidades legais e no cometendo qualquer violao expressa lei; v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existncia deste cdigo de tica, estimulando o seu integral cumprimento. XIII - declarar no ato da posse os bens e valores que compem o seu patrimnio privado (Lei n 8.429/92).

9.2 Das Proibies Art. 117 O descumprimento das proibies acarretam a imposio de penalidades diversas. So mais especficas (menor generalidade) que os deveres. Podem ser vistas a contento na parte referente s penalidades que podem ser aplicadas aos servidores. CAPTULO II Das Proibies Art. 117. Ao servidor proibido: I - ausentar-se do servio durante o expediente, sem prvia autorizao do chefe imediato; II - retirar, sem prvia anuncia da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartio; III - recusar f a documentos pblicos; IV - opor resistncia injustificada ao andamento de documento e processo ou execuo de servio; V - promover manifestao de apreo ou desapreo no recinto da repartio; VI - cometer a pessoa estranha repartio, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuio que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associao profissional ou sindical, ou a partido poltico; VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou funo de confi