lei 9961 2000 ans

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    1/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    1

    1.4.2 - A Lei 9.961/2000

    Como visto, o Congresso Nacional criou por meio da Lei 9.961, de 28 de

    janeiro de 2000, a Agncia Nacional de Sade Suplementar ANS. Logo no seu artigo 1 a

    Lei deixa claro que a ANS uma autarquia sob regime especial criada como rgo de

    regulao, normatizao, controle e fiscalizao das atividades que garantam a assistnciasuplementar sade.

    A ANS tem por finalidade institucional promover a defesa do interesse

    pblico na assistncia suplementar sade, regulando as operadoras setoriais, inclusive

    quanto s suas relaes com prestadores e consumidores, contribuindo para o

    desenvolvimento das aes de sade no pas. Segundo dados da prpria ANS, calcula-se

    que no Brasil aproximadamente 42 milhes de pessoas utilizam os servios oferecidos pelas

    instituies privadas responsveis pela assistncia suplementar sade. Trata-se de umenorme contingente humano que depende das normas jurdicas exaradas pela ANS.

    De fato, compete ANS normatizar sobre diversos aspectos relacionados

    com a sade suplementar no Brasil, de acordo com os preceitos da Lei 9961/2000. O Art. 4

    estabelece uma ampla competncia normativa da ANS ao longo de seus 42 (quarenta e dois

    incisos). Assim, compete ANS criar normas jurdicas que regulamentem as condies de

    registro das operadoras de planos privados de sade, os contedos bsicos dos contratos a

    serem firmados entre as operadoras e os usurios, as condies de reajustes dos preos dos

    planos de sade, etc.

    Alguns exemplos de competncias normativas infralegais da ANS:

    normatizar sobre as caractersticas gerais dos instrumentos contratuais utilizados nas

    atividades das operadoras (Art. 4, II); definir o rol de procedimentos e eventos em sade

    que constituiro referncia bsica para os fins do disposto na Lei 9.656, de 3 de junho de

    1998, e suas excepcionalidades (Art. 4, III); normatizar sobre os critrios para os

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    2/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    2

    procedimentos de credenciamento e descredenciamento de prestadores de servio s

    operadoras (art. 4, IV); definir os conceitos de doena e leso preexistentes (Art. 4, IX);

    estabelecer critrios de aferio e controle da qualidade dos servios oferecidos pelas

    operadoras de planos privados de sade, sejam eles prprios, referenciados, contratados ou

    conveniados (Art. 4, XV); adotar as medidas necessrias (inclusive normativas) para

    estimular a competio no setor de planos privados de assistncia sade (Art. 4, XXXII),

    entre outras competncias normativas expressamente previstas pela Lei.

    A edio de normas jurdicas pela ANS de competncia de sua Diretoria

    Colegiada, a exemplo da ANVISA (Art. 10, II). A produo normativa da ANS realizada

    atravs de Resolues de Diretoria Colegiada, atualmente denominadas Resolues

    Normativas (conforme nova denominao dada pelo Regimento Interno, art. 64, II, a).

    Vale destacar para a presente pesquisa dois rgos especficos da ANS

    que possuem direta relao com o tipo de interveno que o Conselho de Psicologia deseja

    realizar junto Agencia. O primeiro e mais relevante a Diretoria de Normas e Habilitao

    de Produtos, a quem compete planejar, coordenar, organizar e controlar as atividades de

    regulamentao, habilitao, qualificao e acompanhamento dos produtos ou planos

    privados de assistncia sade (art. 29 do RI).

    O outro rgo, subordinado referida Diretoria, a Gerncia Geral de

    Estrutura e Operao dos Produtos, a quem compete propor normas Diretoria sobre as

    seguintes matrias: a) caractersticas gerais dos instrumentos contratuais utilizados na

    atividade das operadoras; b) critrios e procedimentos para o credenciamento edescredenciamento de prestadores de servios s operadoras; c) condies dos produtos

    visando a garantia dos direitos assegurados nos arts. 30 e 31 da Lei n. 9.656/98; d) registro

    dos produtos definidos no inciso I e no 1 do art. 1 da Lei 9.656/98; e) concesso,

    manuteno e cancelamento do registro dos produtos das operadoras de planos de

    assistncia sade; f) adaptao dos contratos; g) redimensionamento de rede das

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    3/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    3

    operadoras; h) responsabilidade dos contratantes, quer seja pessoa fsica ou jurdica; i)

    relao entre as operadoras e seus prestadores.

    Finalmente, vale ressaltar que a ANS possui uma Cmara de Sade

    Suplementar, criada pela Lei 9.961/00 e que teve sua composio definida pelo art. 13 da

    Lei (repetida pelo art. 60 do Regimento Interno da ANS). Trata-se de rgo consultivo e

    permanente da ANS que no possui em sua composio nenhum representante do CRP.

    1.4.3 - A fiscalizao dos servios dos Psiclogos prestados no mbito da sade

    suplementar

    No Brasil, os servios de normatizao e fiscalizao de profisses

    regulamentadas so realizados pelos Conselhos de Classe mediante autorizao legislativa.

    Dessa forma, as profisses regulamentadas no Brasil (mdicos, advogados, enfermeiros,

    farmacuticos, economistas, engenheiros, arquitetos, etc.) possuem um sistema de auto-regulao organizado pelos prprios profissionais que as exercem. Esse exerccio de auto-

    regulao reconhecido no Brasil, sendo uma realidade jurdica a existncia de normas

    especficas que regulam as profisses relacionadas com o exerccio de aes e servios de

    sade, como as profisses de mdico, enfermeiro e farmacutico e psiclogo.

    Os prprios profissionais organizam, estruturam e desenvolvem a gesto

    dos seus respectivos Conselhos, observados os limites da delegao dada pela lei. A Lei

    9.649/98, em seu artigo 58, tentou caracterizar os conselhos de fiscalizao de profisses

    regulamentadas como dotados de personalidade jurdica de direito privado

    (tradicionalmente sempre foram considerados como sendo autarquias dotadas de

    personalidade jurdica de direito pblico). A lei foi julgada inconstitucional pelo Supremo

    Tribunal Federal, a partir de Ao Direta de Inconstitucionalidade impetrada pelo Partido

    Comunista do Brasil contra a caracterizao dos Conselhos de Classe como pessoas

    jurdicas de Direito privado. A deciso teve como fundamento principal o fato de que tais

    conselhos exercem funes normativas e fiscalizadoras em suas respectivas reas de

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    4/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    4

    atuao e, de acordo com o entendimento do STF, o exerccio de funo normativa e

    fiscalizadora exige que tais Conselhos sejam caracterizados como sendo de personalidade

    jurdica de Direito pblico.

    Para garantir o seu funcionamento os conselhos de fiscalizao de

    profisses so autorizados a fixar, cobrar e executar as contribuies anuais devidas por

    pessoas fsicas ou jurdicas, bem como preos de servios por eles desenvolvidos, que

    constituiro receitas prprias. Em geral os profissionais sujeitos ao fiscalizatria desses

    conselhos so obrigados a pagar anuidades, voltadas manuteno do prprio Conselho.

    Como instituies destinadas fiscalizao do exerccio profissional, os

    Conselhos de classe dos profissionais que atuam na rea da sade representam uma

    importante fonte de produo de normas jurdicas infra-legais especficas de direito

    sanitrio, em especial no que se refere regulamentao dos respectivos Cdigos de

    Deontologia, que definem os padres ticos de comportamento a serem seguidos pelos

    profissionais da rea da sade.

    Nessa linha foram criados os Conselhos Federais e Regionais de

    Psicologia, Lei n. 5.766, de 20 de dezembro de 1971. O Conselho Federal de Psicologia

    recentemente reviu o seu Cdigo de tica com a aprovao da Resoluo 010, de agosto de

    2005.

    Vale dizer, ainda, que os servios de sade prestados no mbito da sade

    suplementar ficam sujeitos fiscalizao exercida pelos rgos de defesa do consumidor,

    nos termos do Cdigo de Defesa do Consumidor.

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    5/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    5

    2 - PREVENO EM SADE MENTAL NO BRASIL: ANLISE DA

    REGULAO DOS OS SERVIOS DE PREVENO EM SADE MENTAL

    PRESTADOS NO SISTEMA NICO DE SADE E NA SADE SUPLEMENTAR

    O direito sade no Brasil s recebeu tratamento constitucional no Brasilcom a promulgao da Carta Constitucional de 1988:

    Tratando especificamente da sade, como parte da seguridade social (art. 194), a

    Constituio abraou a concepo atual de sade, que no se limita ausncia de

    doenas e outros agravos, exigindo a realizao de polticas pblicas que tenham

    como finalidade a reduo do risco de doena e de outros agravos e o acesso

    universal igualitrio s aes para sua promoo, proteo e recuperao (art.

    196) (DALLARI, Sueli Gandolfi, Construo do Direito Sade no Brasil,

    Revista de Direito Sanitrio, So Paulo, CEPEDISA, vol. 9, n 3, pgs. 9-34).

    A Constituio Federal Brasileira estabelece que a sade direito de

    todos e dever do Estado, ressaltando, em seu artigo 198, que as aes e servios pblicos de

    sade integram uma rede que deve seguir o princpio do atendimento integral, com

    prioridade para as atividades preventivas, sem prejuzo dos servios assistenciais (inciso

    II).

    Porm, nota-se que as aes preventivas em sade no Brasil ainda so

    bastante limitadas e restritas a reas especficas da sade. Na Sade Mental, as aes

    voltadas para a preveno so bastante pontuais, tanto no Sistema nico de Sade SUS

    como no Sistema de Sade Suplementar.

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    6/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    6

    Para compreender as aes de preveno sobre sade mental atualmente

    vigentes no Brasil o presente Parecer analisar, inicialmente, a regulao dos servios

    pblicos de sade no mbito do SUS; em seguida, ser analisada a regulao do sistema de

    sade suplementar, com enfoque nas normas infralegais exaradas pela Agncia Nacional de

    Sade Suplementar ANS.

    2.1 PREVENO NO SISTEMA NICO DE SADE SUS:

    2.1.1 - Preveno na Organizao e funcionamento dos servios pblicos de sade

    A Lei 8080, de 19 de setembro de 1990, dispe sobre as condies para a

    promoo, proteo e recuperao da sade, bem como sobre a organizao e o

    funcionamento dos servios correspondentes.

    Esse dispositivo legal fala sobre a lgica da reduo de riscos de

    doenas como modelo que deve ser seguido pelo Estado: O dever do Estado de garantir

    a sade consiste na formulao e execuo de polticas econmicas e sociais que visem

    reduo de riscos de doenas e de outros agravos e no estabelecimento de condies que

    assegurem acesso universal e igualitrio s aes e aos servios para a sua promoo,

    proteo e recuperao (artigo 2, 1).

    Ainda, a Lei 8.080 acentua a importncia de aes preventivas ao elencar

    os objetivos do Sistema nico de Sade SUS em seu artigo 5, ressaltando a prioridade da

    assistncia s pessoas por intermdio de aes de promoo, proteo e recuperao da

    sade, com a realizao integrada das aes assistenciais e das atividades preventivas

    (inciso III).

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    7/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    7

    2.1.2 - Preveno na Norma Operacional Bsica do Sistema nico de Sade

    NOB/SUS

    A Norma Operacional Bsica do Sistema nico de Sade NOB/SUS,

    portaria do Ministrio da Sade de 6 de novembro de 1996, define trs grandes campos de

    ateno sade, a saber: a) o da assistncia, em que as atividades so dirigidas s pessoas,

    individual ou coletivamente, e que prestada no mbito ambulatorial e hospitalar; b) o das

    intervenes ambientais, no seu sentido mais amplo, incluindo as relaes e as condies

    sanitrias nos ambientes de vida e de trabalho, o controle de vetores e hospedeiros e a

    operao de sistemas de saneamento ambiental (mediante o pacto de interesses, as

    normalizaes, as fiscalizaes e outros); e c) o das polticas externas ao setor sade, que

    interferem nos determinantes sociais do processo sade-doena das coletividades, de que

    so partes importantes questes relativas s polticas macroeconmicas, ao emprego,

    habitao, educao, ao lazer e disponibilidade e qualidade dos alimentos.

    O texto da NOB/SUS destaca que todo o espectro de aes

    compreendidas nos nveis de ateno sade est representado nos trs campos referidos,

    com nfase para o fato de que todo atendimento deve ser caracterizado pela promoo,

    pela proteo e pela recuperao, nos quais deve ser sempre priorizado o carter

    preventivo.

    2.1.3 - Preveno no Pacto pela Sade 2006 Consolidao do SUS e Diretrizes

    Operacionais

    O Pacto pela Sade 2006 ou Consolidao do SUS e Diretrizes

    Operacionais, institudo pela Portaria MS 399, de 22 de fevereiro de 2006, dispe sobre a

    lgica de regionalizao dos servios de sade no SUS, que estratgia para garantir a

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    8/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    8

    integralidade na ateno a sade, ampliando o conceito de cuidado sade no processo de

    reordenamento das aes de promoo, preveno, tratamento e reabilitao com garantia

    de acesso a todos os nveis de complexidade do sistema (item 2.1, Anexo I da Portaria).

    Quanto s aes de preveno, o documento legal atribui

    responsabilidades aos entes federados dentro da gesto do SUS, destacando inicialmente

    que todo municpio deve garantir a integralidade das aes de sade prestadas de forma

    interdisciplinar, por meio da abordagem integral e contnua do indivduo no seu contexto

    familiar, social e do trabalho; englobando atividades de promoo da sade, preveno de

    riscos, danos e agravos; aes de assistncia, assegurando o acesso ao atendimento s

    urgncias. Aos Estados, compete supervisionar as aes de preveno e controle da

    vigilncia em sade, coordenando aquelas que exigem ao articulada e simultnea entre

    os municpios e, Unio, cabe coordenar, nacionalmente, as aes de preveno e

    controle da vigilncia em sade que exijam ao articulada e simultnea entre os estados,

    Distrito Federal e municpios (parte B do Anexo I da Portaria).

    Porm, apesar das disposies do Pacto Pela Sade 2006, O SUS prev

    poucas medidas voltadas para a preveno na rea de Sade e, por conseqncia, poucas

    medidas voltadas para a Sade Mental, sendo que grande parte dos instrumentos que

    regulam o tema tratam de programas especficos, voltadas a grupos que exigem ateno

    diferenciada (como o caso dos usurios de lcool e outras drogas).

    2.1.4 - Medidas Preventivas no Atendimento a Usurios de lcool e Outras Drogas

    A Portaria MS/GM 816, de 30 de abril de 2002, institui o Programa

    Nacional de Ateno Comunitria Integrada a Usurios de lcool e Outras Drogas. A

    Portaria foi elaborada com base nas deliberaes da III Conferncia Nacional de Sade

    Mental de 2001, e parte do pressuposto de que a ateno psicossocial a pacientes com

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    9/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    9

    dependncia e/ou uso prejudicial de lcool e outras drogas deve se basear em uma rede de

    dispositivos comunitrios, integrados ao meio cultural, e articulados rede assistencial em

    Sade Mental.

    Dentre os objetivos da Portaria MS/GM 816 de 2002, h a preocupao

    de aperfeioar as intervenes preventivas como forma de reduzir os danos sociais e

    sade, representados pelo uso prejudicial de lcool e outras drogas (artigo 1, III).

    Assim, o Programa institudo pela Portaria estabelece a implantao de

    Centros de Ateno Psicossocial especficos para Atendimento de Pacientes com

    dependncia e/ou uso prejudicial de lcool e outras Drogas, determinando inclusive o

    pagamento de um incentivo financeiro aos municpios que implantassem os novos servios

    em 2002.

    Dentre as aes definidas como necessrias para implementar o

    Programa, o Anexo I da Portaria estabelece que cabe ao Ministrio da Sade definir e

    implementar planos e programas de treinamento e capacitao de recursos humanos nas

    reas de preveno, vigilncia e assistncia aos pacientes com dependncia e/ou uso

    prejudicial de lcool e outras drogas, estabelecendo convnios de cooperao tcnica com

    as instituies formadoras ou servios alm de apoiar a realizao de estudos de

    prevalncia de base populacional para o conhecimento da distribuio dos pacientes

    portadores de transtornos causados pelo uso prejudicial e/ou dependncia de lcool e

    outras drogas e outras pesquisas relevantes.

    A Portaria MS/GM 2.197, de 14 de outubro de 2004, instituiu mais um

    programa voltado para o atendimento de usurios de lcool e outras drogas, o Programa de

    Ateno Integral a Usurios de lcool e outras Drogas.

    Partindo da Portaria MS/GM 816 de 2002 como alicerce, o Programa

    institudo pela Portaria MS/GM 2.197 em 2004 possui como principais componentes

    (artigo 2): I - componente da ateno bsica;II - componente da ateno nos CAPS-AD,

    ambulatrios e outras unidades extra-hospitalares especializadas;III - componente da

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    10/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    10

    ateno hospitalar de referncia; e IV - componente da rede de suporte social (associaes

    de ajuda mtua e entidades da sociedade civil), complementar rede de servios

    disponibilizados pelo SUS.

    O componente da ateno bsica refere-se ateno integral aos usurios

    de lcool e outras drogas em unidades de ateno bsica e ambulatrios no-especializados.

    A preocupao com aes preventivas se manifesta na medida em que a ateno bsica

    prev atuao e insero comunitrias para aes como deteco precoce de casos de uso

    nocivo ou dependncia de lcool e outras drogas, de forma articulada a prticas

    teraputicas, preventivas e educativas.

    O componente da ateno nos CAPSad, ambulatrios e outras unidades

    especializadas, a que se refere o inciso II do artigo 2 da Portaria, obedece a uma lgica de

    oferta de cuidados baseados na ateno integral, compreendendo a oferta aos usurios de

    lcool e outras drogas e seus familiares, de acolhimento e estmulo sua integrao social e

    familiar, alm de insero comunitria de prticas e servios.

    Por fim, o componente de ateno hospitalar de referncia, objeto do

    inciso III, do artigo 2, define que os Servios Hospitalares de Referncia para a Ateno

    Integral aos Usurios de lcool e outras Drogas - SHR-ad sero instalados em Hospitais

    Gerais e o componente da rede de suporte social (inciso IV do artigo 2) inclui dispositivos

    comunitrios de acolhida e cuidados, que devem estar articulados rede de cuidados do

    SUS como estrutura complementar.

    A preveno voltada para o uso abusivo e/ou dependncia de lcool e

    outras drogas um processo de planejamento, implantao e implementao de mltiplas

    estratgias voltadas para a reduo dos fatores de risco especficos e fortalecimento dos

    fatores de proteo. No SUS, a lgica que sustenta o planejamento preventivo a da

    Reduo de Danos, voltada para minimizar as conseqncias de uso de lcool e drogas. O

    planejamento de programas assistenciais contempla propostas mais flexveis, que no tm

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    11/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    11

    como meta exclusiva a abstinncia total dos usurios, mas sim a sua reinsero social e

    educao quanto aos danos e riscos associados ao uso de lcool e outras drogas.

    2.1.5 - Diretrizes Nacionais para Preveno do Suicdio

    O Ministrio da Sade manifestou preocupao, embora ainda incipiente,em estabelecer medidas preventivas no que se refere especificamente preveno do

    suicdio.

    A Portaria MS/GM 1876, de 14 de agosto de 2006, destaca a necessidade

    da definio de Diretrizes Nacionais para Preveno do Suicdio, porm, apesar de

    determinar que se constitua Grupo de Trabalho para regulamentar a Portaria (e de fato criar

    as diretrizes), no h registro de qualquer regulamentao at o momento ou de Grupo de

    Trabalho sobre o tema.

    No entanto, de acordo com o artigo 2 da Portaria, as diretrizes, quando

    forem regulamentadas, devem ser organizadas com vistas a: I - desenvolver estratgias de

    promoo de qualidade de vida, de educao, de proteo e de recuperao da sade e de

    preveno de danos;II - desenvolver estratgias de informao, de comunicao e de

    sensibilizao da sociedade de que o suicdio um problema de sade pblica que pode

    ser prevenido; III - organizar linha de cuidados integrais (promoo, preveno,

    tratamento e recuperao) em todos os nveis de ateno, garantindo o acesso s

    diferentes modalidades teraputicas;IV - identificar a prevalncia dos determinantes e

    condicionantes do suicdio e tentativas, assim como os fatores protetores e o

    desenvolvimento de aes intersetoriais de responsabilidade pblica, sem excluir a

    responsabilidade de toda a sociedade; V - fomentar e executar projetos estratgicos

    fundamentados em estudos de custo-efetividade, eficcia e qualidade, bem como em

    processos de organizao da rede de ateno e intervenes nos casos de tentativas de

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    12/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    12

    suicdio;VI - contribuir para o desenvolvimento de mtodos de coleta e anlise de dados,

    permitindo a qualificao da gesto, a disseminao das informaes e dos

    conhecimentos; VII - promover intercmbio entre o Sistema de Informaes do SUS e

    outros sistemas de informaes setoriais afins, implementando e aperfeioando

    permanentemente a produo de dados e garantindo a democratizao das informaes; e

    VIII - promover a educao permanente dos profissionais de sade das unidades de

    ateno bsica, inclusive do Programa Sade da Famlia, dos servios de sade mental,

    das unidades de urgncia e emergncia, de acordo com os princpios da integralidade e da

    humanizao.

    2.1.6 - Preveno nos Centros de Ateno Psicossocial - CAPS

    Em anlise mais ampla dos instrumentos normativos que regem ofuncionamento do SUS, tambm encontramos medidas preventivas na regulao dos

    Centros de Ateno Psicossocial - CAPS.

    A base normativa para implantao e funcionamento dos CAPS foi

    estabelecida pelas Portarias Ministeriais MS/GM (Gabinete do Ministro) 336 e SAS

    (Secretaria de Ateno Sade) 189, ambas de 2002.

    A Portaria MS/GM 336, de 19 de fevereiro de 2002, acrescentou novos

    parmetros aos definidos pela Portaria SNAS 224 de 1992 para a rea ambulatorial,ampliando a abrangncia dos servios substitutivos de ateno diria, estabelecendo portes

    diferenciados a partir de critrios populacionais, e direcionando novos servios especficos

    para rea de lcool e outras drogas, bem como para a infncia e adolescncia. A Portaria

    MS/GM 336 tambm criou mecanismo de financiamento prprio para a rede CAPS e, em

    maro de 2002, a Portaria SAS 189 fortaleceu o sistema de financiamento da rede,

    inserindo novos procedimentos ambulatoriais na tabela do SUS.

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    13/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    13

    Os CAPS visam prestar atendimento em regime de ateno diria;

    gerenciar os projetos teraputicos oferecendo cuidado clnico eficiente e personalizado;

    promover a insero social dos usurios atravs de aes intersetoriais que envolvam

    educao, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando estratgias conjuntas de

    enfrentamento dos problemas. Os CAPS tambm tm a responsabilidade de organizar a

    rede de servios de Sade Mental de seu territrio; dar suporte e supervisionar a ateno

    Sade Mental na rede bsica, PSF (Programa de Sade da Famlia), PACS (Programa deAgentes Comunitrios de Sade); regular a porta de entrada da rede de assistncia em

    Sade Mental de sua rea; coordenar junto com o gestor local as atividades de superviso

    de unidades hospitalares psiquitricas que atuem no seu territrio; e manter atualizada a

    listagem dos pacientes de sua regio que utilizam medicamentos para a Sade Mental.

    Oferecem atendimento populao de seu municpio de abrangncia,

    realizando acompanhamento clnico e estimulando a reinsero social dos usurios, atravs

    do acesso ao trabalho, educao, lazer, convvio familiar e comunitrio, dentre outrasaes. Por meio do atendimento em regime de ateno diria, alm dos gerenciamento de

    projetos teraputicos individualizados, os CAPS implementam aes de preveno em

    Sade Mental.

    2.2 PREVENO NO SISTEMA DE SADE SUPLEMENTAR

    2.2.1 -Medidas Preventivas nos planos privados de assistncia Sade

    No Sistema de Sade Suplementar, a Sade Mental pouco referenciada,

    porm, a preveno em Sade, de forma ampla, abordada pela Resoluo Normativa ANS

    n 94 de 23, de maro 2005, que estipulou critrios de diferimento da cobertura com ativos

    garantidores da proviso de risco, a serem observados pelas operadoras de planos privados

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    14/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    14

    de assistncia sade que aderirem a programas de promoo sade e preveno de

    riscos e doenas. Por meio da RN 94/2005, a ANS estabeleceu, assim, critrios para a

    prorrogao dos prazos para a integralizao da cobertura com ativos garantidores das

    provises de risco (definidas na Resoluo RDC n 77, de 17 de julho de 2001) pelas

    operadoras de planos de sade que aderirem a programas de promoo da sade e

    preveno de riscos e doenas.

    Assim, a Resoluo ofereceu benefcios s operadoras que aderirem a

    programas de promoo sade e preveno de doenas de seus beneficirios. O

    mecanismo usado pela ANS o de oferecer uma flexibilizao na cobertura da totalidade

    da proviso de risco que as operadoras de planos de sade devem ter.

    2.2.2 - Preveno no Rol de Procedimentos e Eventos em Sade para cobertura

    assistencial nos planos privados de assistncia sade

    A Resoluo Normativa ANS n 167, de 9 de janeiro de 2007 (atualmente

    em discusso), atualiza o Rol de Procedimentos e Eventos em Sade e constitui a referncia

    bsica para cobertura assistencial nos planos privados de assistncia sade contratados a

    partir de 1 de janeiro de 1999. Em seu artigo 4, inciso III, a Resoluo Normativa indica

    que a ateno sade na Sade Suplementar dever observar a: incorporao de aes de

    Promoo da Sade e Preveno de Riscos e Doenas.

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    15/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    15

    2.2.3 - Medidas Preventivas nas Diretrizes Assistenciais em Sade Mental na Sade

    Suplementar

    O documento mais recente lanado pela ANS com relao Sade

    Mental, disponibilizado em seu site oficial no incio de abril de 2009, Diretrizes

    Assistenciais em Sade Mental na Sade Suplementar, define linhas de cuidado

    especficas para as quais sugere aes preventivas, quais sejam: a) Transtornos Mentais

    Graves e Persistentes; b) Transtornos Decorrentes do Uso de lcool e Outras Drogas; c)

    Transtornos Depressivos, Ansiosos e Alimentares; d) Sade Mental de Crianas e

    Adolescentes; e e) Sade Mental de Idosos. As aes sugeridas no so vinculantes e

    expressam ideais bastante amplos.

    Para o acompanhamento de portadores de Transtornos Mentais Graves e

    Persistentes, o documento sugere as seguintes aes preventivas:

    Mapeamento dos pacientes graves na carteira da operadora, que necessitem de

    programas especficos de promoo da sade e preveno de riscos e doenas para

    manuteno do tratamento; Contar com equipe multidisciplinar; Grupos educativos

    e de apoio aos familiares; e Acompanhamento Teraputico.

    As aes de preveno sugeridas para o acompanhamento de usurios de

    lcool e outras drogas so:

    Implementar programas de educao em sade sobre lcool e drogas para toda a

    populao beneficiria; Implementar programa de apoio e educao em sade

    para familiares e usurios; Implementar programa de apoio e educao em sade

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    16/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    16

    sobre lcool e drogas para adolescentes e seus familiares; Trabalhar com equipes

    multidisciplinares; e Implementar programas preventivos junto s empresas

    direcionados para os beneficirios de planos empresariais.

    Para o acompanhamento de pacientes com Transtornos Depressivos,

    Ansiosos e Alimentares, simplesmente no h qualquer meno a programas tanto de

    promoo como de preveno.

    J para o acompanhamento de crianas e adolescentes, as diretrizes da

    ANS sugerem as seguintes medidas preventivas:

    Prtica de acolhimento/escuta a toda criana que procura o servio, com

    intercorrncias, demandas agudas ou de outra natureza, disponibilizando a

    resposta mais qualificada; Manter a continuidade da assistncia, agendando

    retorno de acordo com a necessidade da criana, de modo a aumentar a

    resolubilidade da assistncia, evitando-se a internao desnecessria; Orientao

    aos familiares individual e em grupo; Conhecer o nmero de crianas da carteira

    que apresentam transtornos mentais; e Captar as crianas com sinais de

    transtornos mentais, maus-tratos, etc em toda oportunidade: consultas, visitas a

    servios de U/E, etc.

    Por fim, para a preveno na rea de Sade Mental dos idosos, as

    diretrizes da ANS sugerem:

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    17/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    17

    Dar ateno especial ao aumento de depresso e tendncia suicida devido perda

    e ao isolamento social; Dar ateno especial aos idosos com deficincia intelectual

    de longo prazo; Apoio integrado ao indivduo e famlia; Prevenir a iatrognese

    (doenas e deficincias causadas pelo processo de diagnstico ou tratamento);

    Estabelecer um sistema adequado para prevenir reaes medicamentosas adversas

    devido frequente presena de comorbidades; Orientar os familiares e/ou

    cuidadores em relao a opes de habitao para os idosos, que eliminem as

    barreiras fsicas para sua independncia e interdependncia dos familiares;

    Incentivar a participao integral do idoso na comunidade e na vida familiar; e

    Estimular uma imagem positiva do envelhecimento atravs de informaes

    educativas sobre o envelhecimento ativo e confrontar esteretipos negativos sobre o

    envelhecimento.

    2.3 Consideraes sobre a legislao de preveno no campo da sade mental

    Nota-se que a legislao sobre Sade no Sistema nico de Sade

    expressa clara preocupao em delinear a importncia de aes preventivas dentro do

    sistema, o que parece, no entanto, ainda no estar claramente refletido nas polticas

    pblicas. As aes preventivas ainda concentram-se em poucos programas especficos,

    como, por exemplo, nos programas para atendimento de usurios de lcool e outras drogas.

    Entretanto, a cobertura do atendimento mental na Sade Suplementar, por

    sua vez, regulada por instrumentos normativos mais recentes, prev ainda menos aes

    preventivas, e de forma meramente sugestiva.

    Esse quadro aponta para a carncia de medidas preventivas na Sade

    Mental, e a conseqente necessidade e importncia de desenvolver mais estudos e

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    18/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    18

    propostas para a rea, como forma de atender tanto os interesses da populao como os

    interesses da gesto do SUS e da Sade Suplementar.

    A preveno voltada para os transtornos mentais implica necessariamente

    na insero comunitria das prticas propostas, com a colaborao de todos os segmentos

    sociais disponveis. As estratgias de preveno devem ser orientadas pela Lgica da

    Reduo de Danos, devendo contemplar a utilizao combinada do fornecimento de

    informaes sobre os transtornos mentais, como tambm facilitar a identificao de

    problemas pessoais e o acesso ao suporte para tais problemas.

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    19/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    19

    3 - ATENDIMENTO DE SADE MENTAL NOS SERVIOS DE EMERGNCIA,

    AMBULATORIAIS E HOSPITALARES: ANLISE DA REGULAO DOS

    REFERIDOS SERVIOS NO SISTEMA NICO DE SUDE SUS E NO SISTEMA

    DE SADE SUPLEMENTAR

    Seguindo-se a mesma metodologia adotada para a anlise das aes de

    preveno relacionadas sade mental no Brasil, o presente item ir abordar os

    atendimentos de emergncia, ambulatorial e hospitalar no mbito do SUS e da sade

    suplementar, sucessivamente. Em seguida, sero tecidas algumas consideraes gerais

    sobre o tema.

    3.1 - REGULAO NO MBITO DO SUS

    Nos termos do art. 196 da Constituio Federal, sade direito de todos

    e dever do Estado. Sendo direito de todos, no exclui pessoa alguma que esteja em

    territrio nacional. Trata-se de um direito abrangente, constitucionalmente positivado de

    modo a cumprir com diretriz de generalizao dos direitos humanos.

    Ocorre que, atualmente, o desenvolvimento dos direitos humanos

    encontra-se na etapa de especificao, a qual cuida do ser humano em situao (LAFER,

    2005, p. 60). A especificao est voltada para determinar de maneira mais concreta os

    destinatrios da tutela jurdica dos direitos e garantias individuais (LAFER, 2005, p. 38).

    O direito brasileiro, atualizado na gramtica dos direitos humanos, tem

    dado mostras de especificao de direitos humanos em diversas reas e, por se tratar de

    grupo vulnervel e muitas vezes marginalizado, no poderia excluir os doentes mentais.

    Com efeito, as pessoas portadoras de transtornos mentais so especialmente protegidas pela

    Lei 10.216/01, possuindo os seguintes direitos (art. 2, nico):

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    20/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    20

    I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de sade, consentneo s suas

    necessidades;

    II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar

    sua sade, visando alcanar sua recuperao pela insero na famlia, no trabalho e

    na comunidade;

    III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e explorao;IV - ter garantia de sigilo nas informaes prestadas;

    V - ter direito presena mdica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade

    ou no de sua hospitalizao involuntria;

    VI - ter livre acesso aos meios de comunicao disponveis;

    VII - receber o maior nmero de informaes a respeito de sua doena e de seu

    tratamento;

    VIII - ser tratada em ambiente teraputico pelos meios menos invasivos possveis;

    IX - ser tratada, preferencialmente, em servios comunitrios de sade mental.

    A esses direitos soma-se o direito ao livre consentimento para pesquisas

    cientficas, garantido pelo art. 11 da mesma Lei, que estabelece que pesquisas cientficas

    para fins diagnsticos ou teraputicos no podero ser realizadas sem o consentimento

    expresso do paciente, ou de seu representante legal, e sem a devida comunicao aos

    conselhos profissionais competentes e ao Conselho Nacional de Sade.

    Por outro lado, cumprindo a norma constitucional que determina que

    sade dever do Estado, a citada legislao determina ao Estado que desenvolva poltica

    pblica de sade mental, que preste assistncia e promoo de sade, nos termos do art. 3:

    responsabilidade do Estado o desenvolvimento da poltica de sade mental, a

    assistncia e a promoo de aes de sade aos portadores de transtornos mentais,

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    21/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    21

    com a devida participao da sociedade e da famlia, a qual ser prestada em

    estabelecimento de sade mental, assim entendidas as instituies ou unidades que

    ofeream assistncia em sade aos portadores de transtornos mentais.

    A princpio, o atendimento ao paciente mental ocorre em ambiente

    ambulatorial, sendo excepcional a internao psiquitrica. Existe, tambm, o atendimento

    de emergncia, que tanto pode ser ambulatorial, como hospitalar. importante, pois,analisar a regulao de cada uma dessas situaes.

    3.1.1 - Atendimento ambulatorial - Centros de Ateno Psicossocial (CAPS)

    Os Centros de Ateno Psicossocial (CAPS) so unidades de tratamento

    para pessoas que sofrem de transtornos mentais cuja severidade e/ou persistnciademandem incluso num dispositivo de cuidado intensivo. Prestam servios de sade

    municipais, abertos, comunitrios, que oferecem atendimento dirio s pessoas com

    transtornos mentais severos e persistentes, procurando preservar e fortalecer os laos

    sociais do usurio em seu territrio.

    Os CAPS oferecem atendimento populao de seu municpio de

    abrangncia, realizando acompanhamento clnico e estimulando a reinsero social dos

    usurios, atravs do acesso ao trabalho, educao, lazer, convvio familiar e comunitrio,dentre outras aes.

    O principal objetivo dos CAPS foi substituir o confinamento de pessoas

    com transtornos mentais em Hospitais Psiquitricos. A inteno evitar internaes

    prolongadas, que distanciam o doente da famlia. Assim, devem ser instalados em bairros

    de fcil acesso e em espao fsico prprio e adequadamente preparado para atender sua

    demanda especfica, com o intuito de que o usurio se sinta o mias confortvel possvel.

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    22/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    22

    Cada CAPS deve contar, no mnimo, com os seguintes recursos fsicos:

    consultrios para atividades individuais (consultas, entrevistas, etc.); salas para atividades

    grupais; espao de convivncia; salas para oficinas; refeitrio (o CAPS deve ter capacidade

    para oferecer refeies de acordo com o tempo de permanncia de cada paciente na

    unidade); sanitrios; rea externa para oficinas, esportes e demais atividades. Ainda, todos

    os CAPS devem contar com equipe formada por profissionais de nvel mdio e nvel

    superior.

    Essencialmente, o CAPS possui como funes institucionais bsicas:

    prestar atendimento em regime de ateno diria; construir e gerenciar projetos teraputicos

    individualizados; promover a insero social dos usurios atravs de aes intersetoriais;

    regular a porta de entrada da rede de assistncia em sade mental de sua rea; dar suporte e

    supervisionar a ateno sade mental na rede bsica, PSF (Programa de Sade da

    Famlia), PACS (Programa de Agentes Comunitrios de Sade); e coordenar, junto com o

    gestor local, as atividades de superviso de unidades hospitalares psiquitricas que atuemno seu territrio.

    Os CAPS foram peas-chave na Reforma Psiquitrica Brasileira,

    contribuindo para organizar uma rede substitutiva dos Hospitais Psiquitricos no pas.

    Comearam a surgir no final da dcada de 80, mas s passaram a receber uma linha

    especfica de financiamento do Ministrio da Sade em 2002, momento em que tiveram

    grande expanso.

    A Portaria SNAS (Secretaria Nacional de Assistncia Sade) 224, de 29de janeiro de 1992, foi a primeira a trazer linhas gerais do que seriam os CAPS. Disps

    sobre o funcionamento dos hospitais psiquitricos e regulamentou os chamados

    Ncleos/Centros de ateno psicossocial (NAPS/CAPS), que seriam unidades de sade

    locais para oferecer atendimento de cuidados intermedirios entre o regime ambulatorial e a

    internao hospitalar. A assistncia nos NAPS/CAPS previa atendimento individual

    (medicamentoso, psicoterpico, de orientao, entre outros), atendimento em grupos

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    23/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    23

    (psicoterapia, grupo operativo, atendimento em oficina teraputica, atividades

    socioterpicas, dentre outras), visitas domiciliares, atendimento famlia; alm de

    atividades comunitrias enfocando a integrao do doente mental na comunidade e sua

    insero social. A Portaria SNAS 224 tambm instituiu o chamado Hospital-Dia e definiu

    procedimentos para servios de urgncia psiquitrica em hospitais gerais tudo com o

    objetivo de evitar a internao hospitalar integral, incentivando o paciente a retornar ao

    convvio social.

    A base normativa para implantao e funcionamento dos CAPS s foi

    estabelecida pelas Portarias Ministeriais GM (Gabinete do Ministro) 336 e SAS (Secretaria

    de Ateno Sade) 189, ambas de 2002, durante o mandato do ento Ministro da Sade

    Jos Serra.

    A Portaria GM 336, de 19 de fevereiro de 2002, acrescentou novos

    parmetros aos definidos pela Portaria SNAS 224 de 1992 para a rea ambulatorial,

    ampliando a abrangncia dos servios substitutivos de ateno diria, estabelecendo portes

    diferenciados a partir de critrios populacionais, e direcionando novos servios especficos

    para rea de lcool e outras drogas, bem como para a infncia e adolescncia. A Portaria

    GM 336 tambm criou mecanismo de financiamento prprio para a rede CAPS e, em

    maro de 2002, a Portaria SAS 189 fortaleceu o sistema de financiamento da rede,

    inserindo novos procedimentos ambulatoriais na tabela do SUS.

    A Portaria GM 336 tambm estabeleceu a importante diviso dos CAPS

    de acordo com as seguintes modalidades de servios: CAPS I, CAPS II e CAPS III,definidos por ordem crescente de porte/complexidade e abrangncia populacional.

    Os CAPS I so os Centros de Ateno Psicossocial de menor porte, para

    municpios com populao entre 20.000 e 50.000 habitantes. Estes servios tm equipe

    mnima de 9 profissionais e atendem adultos com transtornos mentais severos e

    persistentes, alm de transtornos decorrentes do uso de lcool e outras drogas. Funcionam

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    24/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    24

    durante os cinco dias teis da semana, e tm capacidade para o acompanhamento de cerca

    de 240 pessoas por ms.

    Os CAPS II so servios de mdio porte, e do cobertura a municpios

    com mais de 50.000 habitantes. Atendem adultos com transtornos mentais severos e

    persistentes. Os CAPS II tm equipe mnima de 12 profissionais e capacidade para o

    acompanhamento de cerca de 360 pessoas por ms. Funcionam durante os cinco dias teis

    da semana.

    Os CAPS III so os servios de maior porte da rede CAPS e foram

    previstos para dar cobertura aos municpios com mais de 200.000 habitantes. Prestam

    servios de grande complexidade e funcionam durante 24 horas em todos os dias da semana

    e em feriados. Quando necessrio, podem at realizar internaes curtas, de algumas horas

    a no mximo 7 dias. A equipe mnima para os CAPS III deve contar com 16 profissionais,

    alm de equipe noturna e de final de semana. Estes servios tm capacidade para realizar o

    acompanhamento de cerca de 450 pessoas por ms.

    Alm dos CAPS I, II, e III, h previso de dois outros tipos de CAPS para

    atender demanda de servios em sade mental nos municpios com mais de 200.000

    habitantes os CAPSi e CAPSad.

    Os CAPSi so especializados no atendimento de crianas e adolescentes

    com transtornos mentais. Funcionam durante os cinco dias teis da semana, e tm

    capacidade para realizar o acompanhamento de cerca de 180 crianas e adolescentes por

    ms. A equipe mnima para estes servios de 11 profissionais.

    Os CAPSad, especializados no atendimento de pessoas que fazem uso

    prejudicial de lcool e outras drogas, ou cidades que, por sua localizao geogrfica

    (municpios de fronteira, ou parte de rota de trfico de drogas) ou cenrios

    epidemiolgicos, necessitem deste servio para dar resposta efetiva s demandas de sade

    mental. Funcionam durante os cinco dias teis da semana, e tm capacidade para realizar o

    acompanhamento de cerca de 240 pessoas por ms. A equipe mnima prevista para os

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    25/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    25

    CAPSad composta por 13 profissionais. Destaque-se, no entanto, que a Portaria SAS 384,

    de 05 de julho de 2005, tambm autorizou os CAPS I a realizarem procedimentos de

    ateno a usurios de lcool e outras drogas.

    De acordo com o ltimo levantamento divulgado pelo Ministrio da

    Sade em 31 de outubro de 2008, existe hoje no pas o total de 1291 unidades de CAPS -

    sendo 47% CAPS I (603 unidades), 29% CAPS II (372 unidades), 3% CAPS III (39

    unidades), 7% CAPSi (94 unidades) e 14% CAPSad (183 unidades). No mbito do SUS, os

    Centros de Ateno Psicossossial (CAPS) constituem-se servio ambulatorial de ateno

    diria e funcionam segundo lgica territorial ( 2 do art. 2 da Portaria GM/MS n

    336/2002).

    Os CAPS funcionam de modo independente de qualquer estrutura

    hospitalar (art. 3), sendo que essa independncia implica estrutura fsica, acesso privativo

    e equipe profissional prpria (art. 3, nico). Existem diferentes nveis funcionais dos

    CAPS, conforme especifica o art. 4 da citada Portaria:

    Art. 4. Definir que as modalidades de servios estabelecidas pelo artigo 1 desta

    Portaria correspondem s caractersticas abaixo discriminadas:

    4.1. CAPS I Servio de ateno psicossocial com capacidade operacional para

    atendimento em municpios com populao entre 20.000 e 70.000 habitantes, com

    as seguintes caractersticas:

    a) responsabilizar-se, sob coordenao do gestor local, pela organizao da

    demanda e da rede de cuidados em sade mental no mbito do seu territrio;

    b) possuir capacidade tcnica para desempenhar o papel de regulador da porta de

    entrada da rede assistencial no mbito do seu territrio e/ou do mdulo assistencial,

    definido na Norma Operacional de Assistncia Sade (NOAS), de acordo com a

    determinao do gestor local;

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    26/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    26

    c) coordenar, por delegao do gestor local, as atividades de superviso de

    unidades hospitalares psiquitricas no mbito do seu territrio;

    d) supervisionar e capacitar as equipes de ateno bsica, servios e programas de

    sade mental no mbito do seu territrio e/ou do mdulo assistencial;

    e) realizar, e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam

    medicamentos essenciais para a rea de Sade Mental regulamentados pela

    Portaria/GM/MS no 1.077,

    de 24 de agosto de 1999, e medicamentos excepcionais, regulamentados pela

    Portaria/SAS/MS no 341, de 22 de agosto de 2001, dentro de sua rea assistencial;

    f ) funcionar no perodo de 8 s 18 horas, em 2 (dois) turnos, durante os cinco dias

    teis da semana.

    4.1.1. A assistncia prestada ao paciente no CAPS I inclui as seguintes

    atividades:

    a) atendimento individual (medicamentoso, psicoterpico, de orientao, entre

    outros);

    b) atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte

    social, entre outras);

    c) atendimento em oficinas teraputicas executadas por profissional de nvel

    superior ou nvel mdio;

    d) visitas domiciliares;

    e) atendimento famlia;

    f ) atividades comunitrias enfocando a integrao do paciente na comunidade esua insero familiar e social;

    g) os pacientes assistidos em um turno (4 horas) recebero uma refeio diria, os

    assistidos em dois turnos (8 horas) recebero duas refeies dirias.

    4.1.2. Recursos Humanos

    A equipe tcnica mnima para atuao no CAPS I, para o atendimento de 20 (vinte)

    pacientes por turno, tendo como limite mximo 30 (trinta) pacientes/dia, em regime

    de atendimento intensivo, ser composta por:

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    27/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    27

    a) 1 (um) mdico com formao em sade mental;

    b) 1 (um) enfermeiro;

    c) 3 (trs) profissionais de nvel superior entre as seguintes categorias

    profissionais: psiclogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou

    outro profissional necessrio ao projeto teraputico;

    d) 4 (quatro) profissionais de nvel mdio: tcnico e/ou auxiliar de enfermagem,

    tcnico administrativo, tcnico educacional e arteso.

    4.2. CAPS II Servio de ateno psicossocial com capacidade operacional para

    atendimento em municpios com populao entre 70.000 e 200.000 habitantes, com

    as seguintes caractersticas:

    a) responsabilizar-se, sob coordenao do gestor local, pela organizao da

    demanda e da rede de cuidados em sade mental no mbito do seu territrio;

    b) possuir capacidade tcnica para desempenhar o papel de regulador da porta de

    entrada da rede assistencial no mbito do seu territrio e/ou do mdulo assistencial,

    definido na Norma Operacional de Assistncia Sade (NOAS), por determinao

    do gestor local;

    c) coordenar, por delegao do gestor local, as atividades de superviso de

    unidades hospitalares psiquitricas no mbito do seu territrio;

    d) supervisionar e capacitar as equipes de ateno bsica, servios e programas de

    sade mental no mbito do seu territrio e/ou do mdulo assistencial;

    e) realizar, e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam

    medicamentos essenciais para a rea de Sade Mental regulamentados pela

    Portaria/GM/MS no 1.077, de 24 de agosto de 1999, e medicamentos excepcionais,

    regulamentados pela Portaria/SAS/MS no 341, de 22 de agosto de 2001, dentro de

    sua rea assistencial;

    f ) funcionar de 8 s 18 horas, em 2 (dois) turnos, durante os cinco dias teis da

    semana, podendo comportar um terceiro turno funcionando at s 21 horas.

    4.2.1. A assistncia prestada ao paciente no CAPS II inclui as seguintes

    atividades:

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    28/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    28

    a) atendimento individual (medicamentoso, psicoterpico, de orientao, entre

    outros);

    b) atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte

    social, entre outras);

    c) atendimento em oficinas teraputicas executadas por profissional de nvel

    superior ou nvel mdio;

    d) visitas domiciliares;e) atendimento famlia;

    f ) atividades comunitrias enfocando a integrao do doente mental na

    comunidade e sua insero familiar e social;

    g) os pacientes assistidos em um turno (4 horas) recebero uma refeio diria: os

    assistidos em dois turnos (8 horas) recebero duas refeies dirias.

    4.2.2. Recursos Humanos

    A equipe tcnica mnima para atuao no CAPS II, para o atendimento de 30

    (trinta) pacientes por turno, tendo como limite mximo 45 (quarenta e cinco)

    pacientes/dia, em regime intensivo, ser composta por:

    a) 1 (um) mdico psiquiatra;

    b) 1 (um) enfermeiro com formao em sade mental;

    c) 4 (quatro) profissionais de nvel superior entre as seguintes categorias

    profissionais: psiclogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional,

    pedagogo ou outro profissional necessrio ao projeto teraputico;

    d) 6 (seis) profissionais de nvel mdio: tcnico e/ou auxiliar de enfermagem,

    tcnico administrativo, tcnico educacional e arteso.

    4.3. CAPS III Servio de ateno psicossocial com capacidade operacional para

    atendimento em municpios com populao acima de 200.000 habitantes, com as

    seguintes caractersticas:

    a) constituir-se em servio ambulatorial de ateno contnua, durante 24 horas

    diariamente, incluindo feriados e finais de semana;

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    29/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    29

    b) responsabilizar-se, sob coordenao do gestor local, pela organizao da

    demanda e da rede de cuidados em sade mental no mbito do seu territrio;

    c) possuir capacidade tcnica para desempenhar o papel de regulador da porta de

    entrada da rede assistencial no mbito do seu territrio e/ou do mdulo assistencial,

    definido na Norma Operacional de Assistncia Sade (NOAS), por determinao

    do gestor local;

    d) coordenar, por delegao do gestor local, as atividades de superviso de

    unidades hospitalares psiquitricas no mbito do seu territrio;

    e) supervisionar e capacitar as equipes de ateno bsica, servios e programas de

    sade mental no mbito do seu territrio e/ou do mdulo assistencial;

    f ) realizar, e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam

    medicamentos essenciais para a rea de Sade Mental regulamentados pela

    Portaria/GM/MS no 1.077, de 24 de agosto de 1999, e medicamentos excepcionais,

    regulamentados pela Portaria/SAS/MS no 341, de 22 de agosto de 2001, dentro de

    sua rea assistencial;

    g) estar referenciado a um servio de atendimento de urgncia/emergncia geral de

    sua regio, que far o suporte de ateno mdica.

    4.3.1. A assistncia prestada ao paciente no CAPS III inclui as seguintes

    atividades:

    a) atendimento individual (medicamentoso, psicoterpico, orientao, entre

    outros);

    b) atendimento grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte

    social, entre outras);c) atendimento em oficinas teraputicas executadas por profissional de nvel

    superior ou nvel mdio;

    d) visitas e atendimentos domiciliares;

    e) atendimento famlia;

    f ) atividades comunitrias enfocando a integrao do doente mental na

    comunidade e sua insero familiar e social;

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    30/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    30

    g) acolhimento noturno, nos feriados e finais de semana, com no mximo 5

    (cinco) leitos, para eventual repouso e/ou observao;

    h) os pacientes assistidos em um turno (4 horas) recebero uma refeio diria, os

    assistidos em dois turnos (8 horas) recebero duas refeies dirias e os que

    permanecerem no servio durante 24 horas contnuas recebero quatro refeies

    dirias;

    i) a permanncia de um mesmo paciente no acolhimento noturno fica limitada a 7

    (sete) dias corridos ou 10 (dez) dias intercalados em um perodo de 30 (trinta) dias.

    4.3.2. Recursos Humanos

    A equipe tcnica mnima para atuao no CAPS III, para o atendimento de 40

    (quarenta) pacientes por turno, tendo como limite mximo 60 (sessenta)

    pacientes/dia, em regime intensivo, ser composta por:

    a) 2 (dois) mdicos psiquiatras;

    b) 1 (um) enfermeiro com formao em sade mental;

    c) 5 (cinco) profissionais de nvel superior entre as seguintes categorias:

    psiclogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro

    profissional necessrio ao projeto teraputico;

    d) 8 (oito) profissionais de nvel mdio: tcnico e/ou auxiliar de enfermagem,

    tcnico administrativo, tcnico educacional e arteso.

    4.3.2.1. Para o perodo de acolhimento noturno, em plantes corridos de 12

    horas, a equipe deve ser composta por:

    a) 3 (trs) tcnicos/auxiliares de enfermagem, sob superviso do enfermeiro do

    servio;

    b) 1 (um) profissional de nvel mdio da rea de apoio.

    4.3.2.2. Para as 12 horas diurnas, nos sbados, domingos e feriados, a equipe

    deve ser composta por:

    a) 1 (um) profissional de nvel superior dentre as seguintes categorias: mdico,

    enfermeiro, psiclogo, assistente social, terapeuta ocupacional ou outro

    profissional de nvel superior justificado pelo projeto teraputico;

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    31/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    31

    b) 3 (trs) tcnicos/auxiliares tcnicos de enfermagem, sob superviso do

    enfermeiro do servio;

    c) 1 (um) profissional de nvel mdio da rea de apoio.

    4.4. CAPSi II Servio de ateno psicossocial para atendimentos a crianas e

    adolescentes, constituindo-se na referncia para uma populao de cerca de

    200.000 habitantes, ou outro parmetro populacional a ser definido pelo gestorlocal, atendendo a critrios epidemiolgicos, com as seguintes caractersticas:

    a) constituir-se em servio ambulatorial de ateno diria destinado a crianas e

    adolescentes com transtornos mentais;

    b) possuir capacidade tcnica para desempenhar o papel de regulador da porta de

    entrada da rede assistencial no mbito do seu territrio e/ou do mdulo assistencial,

    definido na Norma Operacional de Assistncia Sade (NOAS), de acordo com a

    determinao do gestor local;

    c) responsabilizar-se, sob coordenao do gestor local, pela organizao dademanda e da rede de cuidados em sade mental de crianas e adolescentes no

    mbito do seu territrio;

    d) coordenar, por delegao do gestor local, as atividades de superviso de

    unidades de atendimento psiquitrico a crianas e adolescentes no mbito do seu

    territrio;

    e) supervisionar e capacitar as equipes de ateno bsica, servios e programas de

    sade mental no mbito do seu territrio e/ou do mdulo assistencial, na ateno

    infncia e adolescncia;f ) realizar, e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam

    medicamentos essenciais para a rea de Sade Mental regulamentados pela

    Portaria/GM/MS no 1.077, de 24 de agosto de 1999, e medicamentos excepcionais,

    regulamentados pela Portaria/SAS/MS no 341, de 22 de agosto de 2001, dentro de

    sua rea assistencial;

    g) funcionar de 8 s 18 horas, em 2 (dois) turnos, durante os cinco dias teis da

    semana, podendo comportar um terceiro turno que funcione at s 21 horas.

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    32/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    32

    4.4.1. A assistncia prestada ao paciente no CAPSi II inclui as seguintes

    atividades:

    a) atendimento individual (medicamentoso, psicoterpico, de orientao, entre

    outros);

    b) atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte

    social, entre outros);

    c) atendimento em oficinas teraputicas executadas por profissional de nvelsuperior ou nvel mdio;

    d) visitas e atendimentos domiciliares;

    e) atendimento famlia;

    f ) atividades comunitrias enfocando a integrao da criana e do adolescente na

    famlia, na escola, na comunidade ou quaisquer outras formas de insero social;

    g) desenvolvimento de aes intersetoriais, principalmente com as reas de

    assistncia social, educao e justia;

    h) os pacientes assistidos em um turno (4 horas) recebero uma refeio diria, os

    assistidos em dois turnos (8 horas) recebero duas refeies dirias.

    4.4.2. Recursos Humanos

    A equipe tcnica mnima para atuao no CAPSi II, para o atendimento de 15

    (quinze) crianas e/ou adolescentes por turno, tendo como limite mximo 25 (vinte

    e cinco) pacientes/dia, ser composta por:

    a) 1 (um) mdico psiquiatra, ou neurologista ou pediatra com formao em sade

    mental;

    b) 1 (um) enfermeiro;

    c) 4 (quatro) profissionais de nvel superior entre as seguintes categorias

    profissionais: psiclogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional,

    fonoaudilogo, pedagogo ou outro profissional necessrio ao projeto teraputico;

    d) 5 (cinco) profissionais de nvel mdio: tcnico e/ou auxiliar de enfermagem,

    tcnico administrativo, tcnico educacional e arteso.

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    33/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    33

    4.5. CAPSad II Servio de ateno psicossocial para atendimento de pacientes

    com transtornos decorrentes do uso e dependncia de substncias psicoativas, com

    capacidade operacional para atendimento em municpios com populao superior a

    70.000, com as seguintes caractersticas:

    a) constituir-se em servio ambulatorial de ateno diria, de referncia para rea

    de abrangncia populacional definida pelo gestor local;

    b) sob coordenao do gestor local, responsabilizar-se pela organizao da

    demanda e da rede de instituies de ateno a usurios de lcool e drogas, no

    mbito de seu territrio;

    c) possuir capacidade tcnica para desempenhar o papel de regulador da porta de

    entrada da rede assistencial local no mbito de seu territrio e/ou do mdulo

    assistencial, definido na Norma Operacional de Assistncia Sade (NOAS), de

    acordo com a determinao do gestor local;

    d) coordenar, no mbito de sua rea de abrangncia e por delegao do gestor local,

    as atividades de superviso de servios de ateno a usurios de drogas, em

    articulao com o Conselho Municipal de Entorpecentes;

    e) supervisionar e capacitar as equipes de ateno bsica, servios e programas de

    sade mental local no mbito do seu territrio e/ou do mdulo assistencial;

    f ) realizar, e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam

    medicamentos essenciais para a rea de Sade Mental regulamentados pela

    Portaria/GM/MS no 1.077, de 24 de agosto de 1999, e medicamentos excepcionais,

    regulamentados pela Portaria/SAS/MS no 341, de 22 de agosto de 2001, dentro de

    sua rea assistencial;

    g) funcionar de 8 s 18 horas, em 2 (dois) turnos, durante os cinco dias teis da

    semana, podendo comportar um terceiro turno funcionando at s 21 horas;

    h) manter de 2 (dois) a 4 (quatro) leitos para desintoxicao e repouso.

    4.5.1. A assistncia prestada ao paciente no CAPSad II para pacientes com

    transtornos decorrentes do uso e dependncia de substncias psicoativas inclui as

    seguintes atividades:

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    34/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    34

    a) atendimento individual (medicamentoso, psicoterpico, de orientao, entre

    outros);

    b) atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte

    social, entre outras);

    c) atendimento em oficinas teraputicas executadas por profissional de nvel

    superior ou nvel mdio;

    d) visitas e atendimentos domiciliares;e) atendimento famlia;

    f) atividades comunitrias enfocando a integrao do dependente qumico na

    comunidade e sua insero familiar e social;

    g) os pacientes assistidos em um turno (4 horas) recebero uma refeio diria; os

    assistidos em dois turnos (8 horas) recebero duas refeies dirias;

    h) atendimento de desintoxicao.

    4.5.2. Recursos Humanos

    A equipe tcnica mnima para atuao no CAPSad II para atendimento de 25 (vinte

    e cinco) pacientes por turno, tendo como limite mximo 45 (quarenta e cinco)

    pacientes/dia, ser composta por:

    a) 1 (um) mdico psiquiatra;

    b) 1 (um) enfermeiro com formao em sade mental;

    c) 1 (um) mdico clnico, responsvel pela triagem, avaliao e acompanhamento

    das intercorrncias clnicas;

    d) 4 (quatro) profissionais de nvel superior entre as seguintes categorias

    profissionais: psiclogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional,

    pedagogo ou outro profissional necessrio ao projeto teraputico;

    e) 6 (seis) profissionais de nvel mdio: tcnico e/ou auxiliar de enfermagem,

    tcnico administrativo, tcnico educacional e arteso.

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    35/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    35

    Fica claro, portanto, que nos CAPS I deve ser oferecido o servio de

    psicoterapia individual e em grupo, sendo que a equipe mnima deve incluir trs

    profissionais de nvel superior, entre os seguintes: psiclogo, assistente social, terapeuta

    ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessrio ao projeto teraputico (art. 4, 4.1.1

    e 4.1.2, da Portaria GM/MS n 336/2002). Da mesma forma, no CAPS II devem ser

    oferecidos os mesmos servios, sendo que a equipe mnima deve incluir quatro

    profissionais de nvel superior, entre os seguintes: psiclogo, assistente social, enfermeiro,terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessrio ao projeto teraputico

    (art. 4, 4.2.1 e 4.2.2, da Portaria GM/MS n 336/2002). Igualmente, no CAPS III so

    ofertados esses servios, com equipe que contemple cinco profissionais de nvel superior,

    entre os seguintes: psiclogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional,

    pedagogo ou outro profissional necessrio ao projeto teraputico (art. 4, 4.3.1 e 4.3.2, da

    Portaria GM/MS n 336/2002). Os CAPS III tambm oferecem acolhimento noturno, nos

    feriados e finais de semana, com no mximo 5 (cinco) leitos, para eventual repouso e/ou

    observao, sendo que a permanncia de um mesmo paciente no acolhimento noturno

    fica limitada a 7 (sete) dias corridos ou 10 (dez) dias intercalados em um perodo de 30

    (trinta) dias (art. 4, 4.3.1, g e i, respectivamente, da Portaria GM/MS n 336/2002).

    Os CAPS I, II e III prestam ateno ambulatorial para a sade mental em

    geral, havendo Centros de Ateno Psicossocial especficos para o cuidado de

    crianas/adolescentes e de pacientes com transtornos decorrentes do uso e dependncia de

    substncias psicoativas.

    Deste modo, nos CAPSi II, os quais prestam servio de ateno

    psicossocial para atendimentos a crianas e adolescentes, novamente esto previstos os

    servios de psicoterapia individual e em grupo, sendo que a equipe mnima deve incluir

    quatro profissionais de nvel superior, entre os seguintes: psiclogo, assistente social,

    enfermeiro, terapeuta ocupacional, fonoaudilogo, pedagogo ou outro profissional

    necessrio ao projeto teraputico (art. 4, 4.4.1 e 4.4.2, da Portaria GM/MS n 336/2002).

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    36/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    36

    Dada a sua importncia, os CAPSi foram objeto de um plano estratgico de expanso no

    ano de 2004, definido pela Portaria GM/MS 1.947/2003.

    Finalmente, nos CAPSad, os quais prestam servio de ateno

    psicossocial para atendimento de pacientes com transtornos decorrentes do uso e

    dependncia de substncias psicoativas, esses servios esto mais uma vez previstos,

    exigindo-se que da equipe mnima faam parte quatro profissionais de nvel superior, entre

    os seguintes: psiclogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou

    outro profissional necessrio ao projeto teraputico (art. 4, 4.5.1 e 4.5.2, da Portaria

    GM/MS n 336/2002). Isso foi confirmado pela Portaria SAS n 305/2002. De modo mais

    abrangente, os CAPSad e demais ambulatrios so componentes do Programa de Ateno

    Integral a Usurios de lcool e outras Drogas (Portaria GM/MS n 2.197/2004).

    Cumpre ainda referir que os CAPS prestam atendimento ambulatorial de

    trs ordens: intensivo (atendimento dirio), semi-intensivo (acompanhamento freqente) e

    no-intensivo, conforme o art. 5 da Portaria GM/MS n 336/2002.

    Note-se que, antes da atual configurao dos CAPS I, II, III, i e ad, a

    Portaria SNAS n 224/92 havia estabelecido Ncleos e Centros de Ateno Psicossocial

    (NAPS e CAPS), j prevendo atendimento psicossocial individual e em grupo, bem como a

    atuao de psiclogos em seus quadros.

    Alm do atendimento em CAPS, a Portaria SNAS n 224/92 definiu

    normas para os servios de sade mental a serem oferecidos em unidades bsicas, centros

    de sade e ambulatrios (grifado):

    1. Unidade bsica, centro de sade e ambulatrio.

    1.1. O atendimento em sade mental prestado em nvel ambulatorial compreende

    um conjunto diversificado de atividades desenvolvidas nas unidades bsicas/centro

    de sade e/ou ambulatrios especializados, ligados ou no a policlnicas, unidades

    mistas ou hospitais.

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    37/38

    PARECER JURDICO FINAL CEPEDISA/CFPRegulao sobre Sade Mental no Brasil e suas implicaes para os servios de psicologia na Sade Suplementar

    37

    1.2. Os critrios de hierarquizao e regionalizao da rede, bem como a definio

    da populao-referncia de cada unidade assistencial sero estabelecidas pelo rgo

    gestor local.

    1.3. A ateno aos pacientes nestas unidades de sade dever incluir as seguintes

    atividades desenvolvidas por equipes multiprofissionais:

    atendimento individual (consulta, psicoterapia, dentre outros);

    atendimento grupal (grupo operativo, teraputico, atividades socioterpicas,grupos de orientao, atividades de sala de espera, atividades educativas em sade);

    visitas domiciliares por profissional de nvel mdio ou superior;

    atividades comunitrias, especialmente na rea de referncia do servio de sade.

    1.4. Recursos Humanos

    Das atividades acima mencionadas, as seguintes podero ser executadas por

    profissionais de nvel mdio:

    atendimento em grupo (orientao, sala de espera);

    visita domiciliar;

    atividades comunitrias.

    A equipe tcnica de sade mental para atuao nas unidades bsicas/ centros de

    sade dever ser definida segundo critrios do rgo gestor local , podendo

    contar com equipe composta por profissionais especializados (mdico

    psiquiatra, psiclogo e assistente social) ou com equipe integrada por outros

    profissionais (mdico generalista, enfermeiro, auxiliares, agentes de sade).

    No ambulatrio especializado, a equipe multiprofissional dever ser compostapor diferentes categorias de profissionais especializados (mdico psiquiatra,

    mdico clnico, psiclogo, enfermeiro, assistente social, terapeuta ocupacional,

    fonoaudilogo, neurologista e pessoal auxiliar), cuja composio e atribuies

    sero definidas pelo rgo gestor local.

  • 7/28/2019 lei 9961 2000 ans

    38/38

    38

    Percebe-se que as determinaes da Portaria SNAS n 224/92 confirmam

    a multiprofissionalidade e a participao de servios psicolgicos no atendimento

    ambulatorial em sade mental.

    Ademais, importante citar a Portaria GM/MS n 1.635/2002, que inclui

    no Sistema de Informaes Ambulatoriais do Sistema nico de Sade (SIA-SUS),

    procedimento especfico que garante s pessoas portadoras de deficincia mental e de

    autismo assistncia por intermdio de equipe multiprofissional e multidisciplinar,

    utilizando-se de mtodos e tcnicas teraputicas especficas.

    Portanto, a regulao do atendimento ambulatorial em sade mental no

    mbito do SUS obedece proposta de ateno integral e prestigia a multiprofissionalidade,

    exigindo a presena do psiclogo nos quadros de recursos humanos.