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LEI COMPLEMENTAR 123/06 estudo completo sobre as AQUISIÇÕES PÚBLICAS INCLUINDO AS INOVAÇÕES TRAZIDAS PELA L.C. Nº 147/14, PELO DECRETO Nº 8.538/2015 E AS MARGENS DE PREFERÊNCIAS AUTOR: ALBERTO DE BARROS LIMA SETEMBRO/2016 OFICINA TEMÁTICA SOBRE COMPRAS GOVERNAMENTAIS DE MPE’s

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LEI COMPLEMENTAR 123/06 estudo completo sobre as AQUISIÇÕES PÚBLICAS

INCLUINDO AS INOVAÇÕES TRAZIDAS PELA L.C. Nº 147/14, PELO DECRETO Nº 8.538/2015 E AS MARGENS DE PREFERÊNCIAS

AUTOR: ALBERTO DE BARROS LIMA

SETEMBRO/2016

OFICINA TEMÁTICA SOBRE COMPRAS GOVERNAMENTAIS DE MPE’s

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LICITAÇÕES EXCLUSIVAS

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

ITENS DE CONTRATAÇÃO

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• Quem são as Micro e Pequenas Empresas?

• A Lei Complementar 123/06, conhecida como o estatuto nacional das micros e pequenas empresas, definiu objetivamente no artigo 3º os que fazem parte deste grupo de empresas que é maioria em nosso país;

• Os limites de enquadramento para as microempresas –ME’s, demarca que a receita bruta auferida no ano calendário não pode ultrapassar R$360.000,00;

• O enquadramento como empresas de pequeno porte -EPP’s determina que estas tem que possuir receita bruta auferida maior que R$360.000,00 e igual ou inferior a R$3.600.000,00;

• Estas empresas podem ser sociedade empresária, sociedade simples, empresa individual de responsabilidade limitada, empresário individual e microempresário individual (receita bruta anual menor ou igual a R$ 60.000,00), sociedade cooperativa, agricultor ou produtor rural, etc., desde que registradas conforme previsto em Lei, que podem usufruir do benefício do Tratamento Diferenciado.

LICITAÇÕES E COMPRAS GOVERNAMENTAIS PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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LICITAÇÕES E COMPRAS GOVERNAMENTAIS PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

• O que são Compras Governamentais?

• São as aquisições(compras) da Administração Pública como um todo. Essas contemplam tanto as compras por dispensas como as inexigibilidade, e as licitações, que são em regra as formas que permitem os órgãos públicos adquirirem produtos ou serviços para as suas essencialidades e necessidades;

• Essas compras governamentais possuem o procedimento administrativo formal (expresso e textual) em que se estabelece as condições para a apresentação de propostas para atender as aquisições de bens e serviços. A norma jurídica (LEI), prescreve as formalidades exigidas;

• Dentre as Compras Governamentais, estas atendem aos entes públicos ou aqueles se utilizam de verbas governamentais para atender as necessidades de instalação e funcionamento de sua atividade, porquanto ao fornecedor (vendedor) esta é uma forma de ofertar seus produtos e serviços mediante proposta de acordo com as condições exigidas, objetivando incrementar seus negócios e obter lucro.

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• Tratamento Favorecido e Diferenciado:

• Instituído pela Constituição Federal de 1988, inclui-se no artigo 170 inciso IX, o tratamento favorecido para microempresas e empresas de pequeno porte, conjugado com o artigo 179, em que se transcreve a motivação do tratamento jurídico diferenciado em favor destas que será instituído por Lei;

• Assim, a Lei complementar nº 123/06 institui o chamado Estatuto Nacional da Micro Empresa e Empresa de Pequeno Porte, atendendo a determinação Constitucional, que no capitulo V (do acesso aos mercados/ das aquisições públicas) dos artigos 42 a 49 estabeleceu todo o conteúdo do tratamento favorecido e diferenciado nas licitações e compras governamentais;

• Em 2014 por força da Lei Complementar 147/14, são ampliadas as vantagens para as Micro e Pequenas Empresa ou as a elas equiparadas e instituídas varias obrigatoriedade a Administração Pública que impactam nas licitações e nas compras governamentais , dentre outras alterações significativas nos demais pilares do Estatuto referente as obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias entre outras, de forma a simplificá-las e favorecê-las;

LICITAÇÕES E COMPRAS GOVERNAMENTAIS PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

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AS INOVAÇÕES TRAZIDAS PELA LC Nº147/14. #QUADRO RESUMO#

• Acresce ao artigo 3º da Lei 8.666/93 os §§ 14 e 15, impondo literalmente o privilégio e a prevalência do tratamento favorecido e diferenciado, e institui no art. 5º-A o dever de privilegiar o estabelecido no estatuto da micro e pequenas empresas;

• Institui e obriga materializar-se os benefícios favoráveis as ME’s e EPP’s para as MEI’s ;

• Amplia o prazo processual na comprovação da regularidade fiscal;

• Confere efetividade a LC 123/06 (atualizada pela LC 147/14), mesmo na ausência do regramento dos entes estaduais ou municipais;

• Impõe dever de exclusividade nos itens de licitação de valor até R$80.000,00, subcontratação compulsória quando previsto em edital e cotização obrigatória até o limite de 25% do contrato em favor das MEs, EPPs e MEIs;

• Introduz prioridade de contratação local e regional considerando até 10% do melhor preço;

• Determina que as aquisições por dispensa em razão do valor devem preferencialmente ser contratadas com as MEI’s, ME’s e EPP’s.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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LICITAÇÕES PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS COM AS PRINCIPAIS INOVAÇÕES TRAZIDAS PELA LC Nº147/14

• Lei 8.666/93, art. 3º, acrescido com os § 14º e §15º (antes inexistentes):

• § 14, As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de licitação e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

• § 15, As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais preferências previstas na legislação quando estas forem aplicadas sobre produtos ou serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

• Observações:

• A Lei 8.666/93, passa expressamente a conter o dever de privilegiar as MPE’s e a determinar que as preferências as MPE’s tem a prevalência sobre as margens de preferência aplicadas sobre produto ou serviços estrangeiros nas licitações.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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• Redação anterior LC 123/06, art. 18-E, inexistente;

• Alteração trazida pela LC 147/14 a favor dos MEI’s incluindo este na LC 123/06:

• Art. 18-E. o instituto do MEI é uma política pública que tem por objetivo a formalização de pequenos empreendimentos e a inclusão social e previdenciária;

• Art. 18-E, §2º. Todo benefício previsto nesta lei complementar aplicável à microempresas estende-se ao MEI sempre que lhe for mais favorável;

• Art. 18-E, §3º. O MEI é modalidade de microempresa;

• Art. 18-E, §4º. É vedado impor restrições ao MEI relativamente ao exercício de profissão ou participação em licitações, em função da sua respectiva natureza jurídica.

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• L.C. nº 123/06: Capítulo“V”-Acesso aos Mercados – Seção I–das Aquisições Públicas; Conteúdo Completo

• Art. 42. Nas licitações públicas, a comprovação de regularidade fiscal das microempresas e empresas de pequeno porte somente será exigida para efeito de assinatura do contrato.

• Art. 43. As microempresas e empresas de pequeno porte, por ocasião da participação em certames licitatórios, deverão apresentar toda a documentação exigida para efeito de comprovação de regularidade fiscal, mesmo que esta apresente alguma restrição.

Observações:

• Observar que o art. 42 é inaplicável, devendo utilizar-se do procedimento do art. 43 e a necessidade de apresentação dos documento de habilitação, todos, mesmo que vencido ou com restrições;

• Não válida em relação a CNDT, por não ser certidão de regularidade fiscal.

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• Art. 43:

• § 1o Havendo alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal, será assegurado o prazo de 5 (cinco) dias úteis, cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o proponente for declarado o vencedor do certame, prorrogável por igual período, a critério da administração pública, para a regularização da documentação, pagamento ou parcelamento do débito e emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de certidão negativa. (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

• § 2o A não-regularização da documentação, no prazo previsto no § 1o deste artigo, implicará decadência do direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, sendo facultado à Administração convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para a assinatura do contrato, ou revogar a licitação.

• Observação:

• Deve-se conceder a prorrogação, porém quando não possível recomendo justificar em edital antecipadamente e no caso da concessão da prorrogação exigir também pedido justificado conforme prevê o decreto federal nº 8538/2015.

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• Art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de desempate, preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte.

• § 1o Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada.

• § 2o Na modalidade de pregão, o intervalo percentual estabelecido no § 1o deste artigo será de até 5% (cinco por cento) superior ao melhor preço.

• Observações:

• Este artigo não exigiu regulamentação ou regramento sendo aplicado desde a vigência da Lei Complementar nº 123/06.

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• Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei Complementar, ocorrendo o empate, proceder-se-á da seguinte forma:

• I - a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado;

• II - não ocorrendo a contratação da microempresa ou empresa de pequeno porte, na forma do inciso I do caput deste artigo, serão convocadas as remanescentes que porventura se enquadrem na hipótese dos §§ 1o e 2o do art. 44 desta Lei Complementar na ordem classificatória, para o exercício do mesmo direito;

• III - no caso de equivalência dos valores apresentados pelas microempresas e empresas de pequeno porte que se encontrem nos intervalos estabelecidos nos §§ 1o e 2o do art. 44 desta Lei Complementar, será realizado sorteio entre elas para que se identifique aquela que primeiro poderá apresentar melhor oferta.

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• Art. 45:

• § 1o Na hipótese da não-contratação nos termos previstos no caput deste artigo, o objeto licitado será adjudicado em favor da proposta originalmente vencedora do certame.

• § 2o O disposto neste artigo somente se aplicará quando a melhor oferta inicial não tiver sido apresentada por microempresa ou empresa de pequeno porte.

• § 3o No caso de pregão, a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada será convocada para apresentar nova proposta no prazo máximo de 5 (cinco) minutos após o encerramento dos lances, sob pena de preclusão.

• Observação: Nestes artigos 44 e 45 não houve alteração pela Lei Complementar nº 147/14, sendo seu conteúdo procedimental bastante favorável às MPE’s.

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• Art. 46. A microempresa e a empresa de pequeno porte titular de direitos creditórios decorrentes de empenhos liquidados por órgãos e entidades da União, Estados, Distrito Federal e Município não pagos em até 30 (trinta) dias contados da data de liquidação poderão emitir cédula de crédito microempresarial.

• Observação:

• A leitura do presente artigo invoca a necessidade de priorizar o pagamento a essas MPE’s, sendo este um dos grandes motivos que podem fazer a diferença em acrescer o número de participantes dos certames por parte das MPE’s que possuem capital de giro extremamente diminuto;

• É recomendável instituir prioridade de pagamento as MPE’s, na forma de Lei ou Decreto ou no mínimo existir cronologia de pagamento pelo contratante.

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• Art. 47. Nas contratações públicas da administração direta e indireta, autárquica e fundacional, federal, estadual e municipal, deverá ser concedido tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte objetivando a promoção do desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional, a ampliação da eficiência das políticas públicas e o incentivo à inovação tecnológica. (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

• Parágrafo único. No que diz respeito às compras públicas, enquanto não sobrevier legislação estadual, municipal ou regulamento específico de cada órgão mais favorável à microempresa e empresa de pequeno porte, aplica-se a legislação federal. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

• Observações:

• Destaco que este artigo e o § único incluído são uma das alterações mais significativas, pois impuseram dever e obrigação da concessão do tratamento diferenciado e favorecido às MPE’s.

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• Art. 48. Para o cumprimento do disposto no art. 47 desta Lei Complementar, a administração pública:

• I - deverá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação de microempresas e empresas de pequeno porte nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

• II - poderá, em relação aos processos licitatórios destinados à aquisição de obras e serviços, exigir dos licitantes a subcontratação de microempresa ou empresa de pequeno porte; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

• III - deverá estabelecer, em certames para aquisição de bens de natureza divisível, cota de até 25% (vinte e cinco por cento) do objeto para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte. (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

• Observações:

• O valor item neste caso deverá considerar o total deste, mesmo que a entrega seja parcelada e nos serviços continuados o limite é valor ano;

• O inciso I (licitação exclusiva) e III (cotizações) tornaram-se obrigatórios de serem concedidos, porem se limitou nas cotas sua utilização quando da aquisições de bens;

• Inciso II exige justificativa quando não aplicado. Quando aplicado exige edital pormenorizado.

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• Art. 48. Para o cumprimento do disposto no art. 47 desta Lei Complementar, a administração pública:

• § 2o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, os empenhos e pagamentos do órgão ou entidade da administração pública poderão ser destinados diretamente às microempresas e empresas de pequeno porte subcontratadas.

• § 3o Os benefícios referidos no caput deste artigo poderão, justificadamente, estabelecer a prioridade de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte sediadas local ou regionalmente, até o limite de 10% (dez por cento) do melhor preço válido.

• Observação importante:

• O § 2º exige definições de como atender para realizar pagamentos sem contrato, e deve existir o de acordo da empresa que a subcontratou;

• O §3º é optativo, sendo necessário definir o espaço local ou regionalmente(recomendo utilizar limites geográficos do IBGE) válidos em certames exclusivos entre as MPE’s.

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• Art. 49. Não se aplica o disposto nos arts. 47 e 48 desta Lei Complementar quando:

• I – revogado;

• II - não houver um mínimo de 3 (três) fornecedores competitivos enquadrados como microempresas ou empresas de pequeno porte sediados local ou regionalmente e capazes de cumprir as exigências estabelecidas no instrumento convocatório;

• III - o tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte não for vantajoso para a administração pública ou representar prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto a ser contratado;

• Observação importante:

• Justificar no processo quando não se realizar o disposto no art. 47 e 48,pois é exceção não conceder o tratamento diferenciado as MEs ou EPPs,;

• A natureza do bem, serviço ou obra for incompatível com a aplicação dos benefícios (redação dada pelo art. 10, II § único do Dec. 8538/2015);

• Recomendo apesar da revogação do inciso I do art. 49, explicitar no edital os benefícios favoráveis àsMPE’s.

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• Art. 49. Não se aplica o disposto nos arts. 47 e 48 desta Lei Complementar quando:

• IV - a licitação for dispensável ou inexigível, nos termos dos arts. 24 e 25 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, excetuando-se as dispensas tratadas pelos incisos I e II do art. 24 da mesma Lei, nas quais a compra deverá ser feita preferencialmente de microempresas e empresas de pequeno porte, aplicando-se o disposto no inciso I do art 48. (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

• Observação:

• O inciso IV determina dever de preferência de contratação às MPE’s, nas aquisições por dispensa em função do valor, necessitando justificar quando não for atendido;

• Acompanhar os limites de dispensas em função do valor, pois estes apesar de um forte período inflacionário, a mais de 18 anos os valores não se atualizaram.

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OBSERVAÇÕES INAFASTÁVEIS DE CONHECIMENTO OBRIGATÓRIO

• O Estatuto Nacional das Micro e Pequenas Empresas continua sendo a Lei Complementar nº 123/2006;

• Esta Legislação foi atualizada em alguns pontos pela Lei Complementar nº 147/2014, conforme destacamos;

• Observar a imposição do § único do art. 47 do Estatuto, que agora prescreve a aplicação deste sobre as demais Legislações estaduais ou municipais vigentes ou inexistentes;

• É obrigatório em regra conceder em todas licitações, a exclusividade nas compras quando o valor por item for inferior a R$ 80 mil; nas aquisições de bens divisíveis acima deste valor é dever realizar as cotizações de até 25% para as MPE’s.; as compras diretas motivadas por valor tem agora a preferência da aquisição de ser realizadas a uma MPE., tudo isto salvo as exceções do art. 49 da mesma Lei;

• Rever Editais e Termos de Referência adaptando a Legislação vigente;

• A vigência da Lei Complementar 123/2006 atualizada em todos os seus pontos é introduzido de forma obrigatória desde 06 de janeiro de 2015.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A LEI COMPLEMENTAR Nº 123/06, FACE AS ALTERAÇÕES

PROMOVIDAS PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 147/2014

PROCEDIMENTOS DE EFETIVA IMPLANTAÇÃO DA LEI COMPREENDENDO AS ALTERAÇÕES, COM DESTAQUE PARA AS LICITAÇÕES EXCLUSIVAS, SUBCONTRATAÇÕES, COTIZAÇÕES,

AQUISIÇÕES LOCAIS OU REGIONAIS COMPRAS DIRETAS PARA PARTICIPAÇÃO EXCLUSIVA OU PREFERENCIAL DE MICROEMPRESAS E

EMPRESAS DE PEQUENO PORTE E AS MARGENS DE PREFERÊNCIA PARA PRODUTOS E SERVIÇOS NACIONAIS.

ATUALIZADO PELO DECRETO FEDERAL Nº 8538/2015

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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De forma efetiva e resumida, quais as principais inovações trazidas pela Lei Complementar nº 147/14 que atualizou a Lei Complementar nº 123/06? • Ampara-se em 6(seis) pontos principais:

• Aplica-se os benefícios concedidos as MPE’s conforme Lei nº 8.666/93;

• Institui e obriga materializar-se os benefícios favoráveis as MPE’s para os Microempreendedores Individuais (MEI’s), Agricultor Familiar, Produtor Rural e Sociedades Cooperativas;

• Amplia o prazo processual na comprovação da regularidade fiscal;

• Confere efetividade da Lei Federal no Tratamento Favorecido e Diferenciado, independente de regramento dos entes Estaduais ou Municipais;

• Impõe “dever” de licitações públicas exclusivas para as MPE’s até o valor de R$80.000,00 por item, subcontratação para obras e serviços quando previsto e cotizações obrigatórias de até 25% em favor destas;

• Introduz prioridade de contratação local ou regional até o limite de 10% do melhor preço válido;

• Determina que as aquisições por dispensa de licitação em razão do valor devem ser realizadas preferencialmente com contratação de MPE’s.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Em função da Lei Complementar nº 147/14, como se coadunar as legislações do próprio Decreto Federal regulamentador nº 6.204/07 e as demais legislações estaduais ou Leis e Decretos municipais existentes? • Por força do que se acha estabelecido no parágrafo único do art. 47 da própria LC nº 147/14 que,

literalmente se estabeleceu a prioridade de se instituir a legislação mais favorável à microempresa e empresa de pequeno porte. Ou seja, naquilo que as legislações anteriores instituíram há mais no sentido de favorecer as MPE’s, continuam válidos, e do contrário aplica-se o previsto na nova Lei Complementar;

• Importante destacar que esta aplicação é obrigatória, vigente e independe da existência de norma regulamentadora ou legislação (leis ou decretos) dos entes Estaduais ou Municipais;

• O grande avanço procedimental obrigatório de aplicação se realizou pela L.C. nº 147/14, assim a grande maioria das legislações anteriores (se existentes) estão defasadas em relação as aquisições públicas;

• Em Relação especificamente ao Decreto Federal nº 6204/07, este encontra-se revogado pelo novo Decreto nº 8.538 de 06 de outubro de 2015 (Art.16), porém este não vincula de obediência os entes Estaduais e Municipais.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Em relação a Regularidade Fiscal as alterações trazidas pela Lei Complementar nº 147/14 não provocam perda na celeridade dos certames? É obrigatório prorrogar?

• Respondendo ao primeiro ponto da questão realmente provoca uma redução na celeridade do certame, quando ocorrer, de alguma MPE’s se apresentar com restrição de Regularidade Fiscal.

• Sobre isto, é importante esclarecer que o objetivo da nova legislação foi de expandir e obrigar o favorecimento as MPE’s. Nesta linha, a convicção que temos é que dois dias úteis concedidos anteriormente para regularizar situação fiscal, ainda que prorrogável por igual período não tinha efeito prático frente a morosidade na solução de pendências fiscais junto aos Órgãos Públicos.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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• Entendo que não irá ocorrer repetidamente na maioria dos certames, nos quais a atitude procedimental de fixar quando da ocorrência, de pronto o dia seguinte a este prazo concebido para continuidade do certame, ou quando da sua prorrogação, possibilita de alguma forma minimizar a perda da celeridade;

• Em relação a 2ª pergunta da questão, literalmente não é obrigatório, porém face ao instituído em lei, sua opção discricionária (da Administração), deve ser motivada, isto é, justificada. O novo decreto Federal, traz entendimento não previsto em Lei que a prorrogação deve ser requerida pelo Licitante justificadamente (art.4º, § 3º do Decreto Federal nº 8.538/2015), assim recomendo dispor em edital;

• Observar que continua exigível a apresentação de todos os documentos solicitados da regularidade fiscal, mesmo que vencidos ou com restrições (art. 43, da LC 147/14). A CNDT (Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas) não é certidão de regularidade fiscal, portanto não atingida pela prerrogativa do favorecimento para regularização.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Com as alterações do art. 48 e do inciso I trazidas pela L.C. 147/2014 que atualizou a L.C. 123/2006, todas as contratações de até R$ 80.000,00 devem ser destinadas exclusivamente às ME’s e EPP’s? •A resposta da pergunta veio do site: <http://www.planejamento.gov.br> que diz: Entre

os benefícios para as ME’s, estabelecidos pela legislação atual vigente está: “Licitação Exclusiva: passa a ser obrigatória para valores até R$ 80.000,00, podendo ser aplicado esse limite a itens, não ao valor total da licitação;”

•Acrescento que a Lei (art.48,I), literalmente explicita o dever “nos itens”, porém existem exceções a regra como a prevista no art. 49 (“não se aplica...), especificadas no inciso II (existirem três fornecedores competitivos...) e III (não for vantajoso para a Administração...);

•O Decreto nº 8538/2015, em seu art. 6º altera o texto citando, “nos itens ou lotes de licitação”, porém a Lei Complementar nº 123/06, assim não estabeleceu;

•Portanto, ao rigor da Lei entendo ser necessário verificar item a item o valor total da contratação do item, principalmente quando não se tratar de licitação por preço global.

•Recente decisão do TCU, estabeleceu que em serviços continuados, vale o valor ano contratado.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Como proceder caso a Licitação Exclusiva destinada às ME’s seja deserta?

• Caracterizou-se o inciso II do art. 49, que em uma interpretação sociológica da Lei, repete-se sem a adoção de exclusividade as MPE’s . A título de exemplo, o Decreto Estadual de São Paulo nº 54.229/09 já previa e explicita este caso no art. 2º § 4º, porém infelizmente o novo Decreto Federal não consta menção para esta ocorrência;

• Entendo tambem como razoabilidade lógica a repetição do certame licitatório, mantendo os mesmos termos editalícios, excluindo apenas a exclusividade de participação das MPE’s, porém continuando estás a possuir as demais prerrogativas do Tratamento Diferenciado e Favorecido instituído pela Lei Complementar nº 123/2006.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Como proceder sobre o limite do valor de R$80.000,00 nas licitações por lote de produtos?

• Se esses produtos são divisíveis, devo realizar por itens, porém não existe impedimento de agrupar alguns itens no lote quando inter relacionados desde que vantajoso a Administração e não ultrapasse os R$ 80.000,00;

• Caso se justifique, em obediência a exceção do art. 49, inciso III, a caracterização da não vantajosidade ou do prejuízo (fazer constar no termo de referência). Os órgãos de controle têm em princípio entendimento já consolidado de ser sempre vantajoso a aquisição de bens e serviços por itens e não por lote, excetuando apenas as obras ou serviços específicos, ou ainda aquelas aquisições de itens inter-relacionados;

• O art. 9º, I do novo Decreto Federal, traz considerações sobre esses limites, sendo objetivo informando que o limite é de cada item separadamente, excetuando as licitações por preço global.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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A Administração deseja adquirir bens de natureza divisível cujo valor estimado é R$160.000,00.É possível realiza-lá utilizando o art. 48, I alterado pela LC nº 147?

• Por ser bem divisível, exige exclusividade para as MPE’s e neste caso poder-se-ia admitir em principio a realização de duas licitações de R$ 80.000,00, atendendo ao inciso do artigo mencionado;

• No entanto, cabe observar que estaríamos fracionando a aquisição em favor das MPE’s sem previsão legal, além de que este raciocínio podia nos levar a conclusão que quando se tratar de bens divisíveis o fracionamento ou a quantidade destas licitações exclusivas as MPE’s seriam ilimitadas. Exemplo disso seria em uma licitação para aquisição no valor de R$ 800.000,00, realizar-se-iam 10 licitações exclusivas de R$ 80.000,00;

• Entendo, portanto, que a solução correta é a aplicação do inciso III do art. 48 trazido também pela LC 147/14, pois este estabeleceu a cotização obrigatória de até 25% para bens de natureza divisível quando o item superar o valor de R$ 80 mil. Assim não é possível utilizar o inciso citado na pergunta;

• O exemplo, para atender a pergunta assim seria: uma licitação de valor até 25% do quantitativo, isto é R$ 40.000,00, exclusiva para MPE’s e outra no valor estimado de R$120.000,00 aberta a todos os interessados.

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No caso da pergunta anterior, se o valor total do item da aquisição do bem divisível for de R$ 100.000,00?

• Novamente devemos utilizarmos da Cotização, ou seja teríamos um certame exclusivo para as MPE’s de valor até R$ 25.000,00 (cota reservada) e outro sem exclusividade de R$75.000,00, o que estaria de acordo com o previsto no art. 48, III do Estatuto das Micro e Pequenas Empresas.

• Isto é imposição legal determinado por Lei, mesmo que neste caso estarmos realizando um certame no valor menor que R$ 80.000,00, sem a Exclusividade para as Micro e Pequenas Empresas;

• Podemos assim concluir a pergunta com resposta afirmativa a outra: É possível realizar uma licitação de bens divisíveis que possui cota principal ou de ampla concorrência com valor total do item abaixo de R$ 80.000,00.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Nas Licitações de Serviços continuados, qual o valor limite para definir se a licitação é exclusiva para ME/EPP? Considera-se as Prorrogações Possíveis?

• Para o caso de serviços de natureza continuada, o entendimento atual expressado é de que o valor de R$ 80.000,00 se refere ao período de um ano;

• Advém este entendimento de que, se o limite de faturamento para o enquadramento das ME’s/EPP’s, são definidos pelo período do ano calendário, este deve ser também o período considerado para definir quando as licitações são exclusivas para as MPE’s.;

• Assim podemos ter uma contratação global ao final das renovações prevista pela nº 8.666/93 para serviços continuados de até R$400.000,00.

Observação:

• Resposta por decisão fundamentada no recente acórdão do TCU nº 1932/2016 – Plenário.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Como operacionalizar a instituto da subcontratação exclusivas às ME’s e EPP’s? • Conforme inciso II da atual Lei nº 123/06 só é cabível para obras e

serviços (não se aplica a aquisição de bens), possui aplicação facultativa, operacionaliza-se com a previsão editalícia, proveniente do termo de referência ou projeto básico.

Qual o percentual máximo face a alteração da Lei Complementar na subcontratação exclusiva das MPE’s?

• O limite de 30% inexiste (face as ultimas alterações decorrentes da LC 147/2014), porém trata-se de obras e serviços (execução futura) onde é cabível definir as parcelas de relevância (previsão do art. 30, inciso I e § 2º da Lei nº 8.666/93) e sobre estas não é cabível subcontratação, sob pena de descaracterizar a responsabilidade do contratado.

• O art. 7º do parágrafo 6º do Decreto Federal nº 8538/2015, traz algumas vedações que devem ser observadas, inclusive o citado acima.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Com a fixação da exigência da subcontratação exclusiva de MPE’s, como fica a responsabilidade pela execução do contrato?

• Utilizando da inteligência expressada no Decreto Federal regulamentar nº 8.538/2015, art. 7º, inciso V, este prescreve que a empresa contratada será a responsável, embasando que é ela quem padroniza, compatibiliza e gerencia e é responsável também pela qualidade do subcontratado.

• Entendo que se é a contratada que escolhe os seus subcontratados sem interferência ou indicação da contratante , portanto esta mantem assim a responsabilidade total contratual do serviço ou obra a executar, me filiando assim ao que estabeleceu o novo Decreto.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Qual o momento em que o licitante informa e define seus subcontratados no certame licitatório?

• Objetivamente, no momento da habilitação (constar detalhadamente no instrumento editalício) e esta definição é trazida também pelo decreto nº 8.538/2015 no art. 7º , inciso III. Acresceu o Decreto que esta habilitação deve permanecer ao longo da vigência contratual.

Fixada em edital a obrigatoriedade da subcontratação das MPE’s, isso vale para todos os participantes?

• Em regra sim, porém em relação as próprias MPE’s não é aplicável (conforme inteligência lógica e subsequente do § 1º do art. 7º do decreto nº 8.538/2015). Observa-se também que não é aplicável a consórcios em que participem MPE’s, desde que sua participação seja igual ou superior ao percentual mínimo exigido de subcontratação.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Existem casos em que não posso aplicar exigência de subcontratação exclusiva de MPE’s? • Conforme L.C. nº 123/06 atualizada, art. 48, II, a imposição não é obrigatória (entendo

que não aplica-la exige justificativa), porém o art. 49 e incisos II e III estabelecem os casos da não aplicação. Eles são bastante subjetivos, os quais necessitam caracterizar-se ao caso concreto justificadamente. O art. 10, § único, II, do novo Decreto Federal acresceu também quando a natureza do bem, serviço ou obra for incompatível com a aplicação do benefício. Registro a necessidade de pormenorizar detalhadamente os procedimentos no instrumento editalício.

É possível atender por parte dos licitantes a subcontratação exclusiva de MPE’s se utilizando da aquisição de bens dessas empresas na execução?

• Entendo que não. A redação dada pelo art. 48, II da LC nº 147/14 submeteu também os licitantes participantes, que a subcontratação é destinada a obra e serviços (não a bens), porém recomendo fixar este entendimento em edital.

• O §2º do art. 7º do decreto nº 8.538/2015, também explicita a sua não admissão.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Nos editais que impõe a subcontratação exclusiva de MPE’s pode-se incluir ou determinar quais itens ou parcelas devem ser atendidas por essas subcontratadas?

• A convicção é que não cabe ao edital defini-las, seria ingerência na elaboração da proposta pela Administração;

• Novamente é no Decreto nº 8.538/2015 que se encontra o amparo a este entendimento, o qual está destacado quase que literalmente pelo art. 7º, §4º;

• Entendo que a melhor forma neste caso é de definir em edital (advindo do T.R. ou projeto básico), o percentual mínimo obrigatório e quais itens não devem ser objeto de subcontratação face a sua relevância, ficando os participantes com a liberdade de decidir esses. Observe que a aquisição de bens de MPE’s não caracteriza atendimento a subcontratação prevista pelo art. 48, II da L.C. nº 123/06 atualizada.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Quando se torna obrigatório o estabelecimento das cotas de 25% para as MPE’s conforme prescreveu o art. 48, III, redação esta trazida pela L.C. 147/14? • Destaco que é “dever”, imposto por lei. Acrescento também que a obrigatoriedade é nas

aquisições de bens de natureza divisíveis e por fim o instituto da cotização é aplicado nas aquisições de valor acima de R$ 80.000,00. Abaixo deste valor, em regra o “dever” é de licitações exclusivas às MPE’s;

• A obrigatoriedade é desde a vigência da Lei, isto é 05 de janeiro de 2015.

De que forma se traduz estes processos licitatórios exclusivo as microempresas e empresa de pequeno porte com cotas?

• É a chamada licitação com cota reservada, isto é, aquelas que podem ser fracionados sem prejuízo, no limite de até 25% da aquisição pretendida (art. 48, III, da L.C. 123/2006 atualizada) e destinado a participação exclusiva das MPE’s. Entendo que por celeridade e economicidade o certame licitatório pode contemplar itens ou lotes de participação exclusivas, itens ou lotes com cotas reservadas e itens ou lotes de ampla participação (cota principal).

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Como se operacionalizam os certames licitatórios, em que se aplicam as cotas de aquisição?

• Esta se operacionaliza para cada item, através de um único certame que possui dois quantitativos, a cota reservada de até 25% e a cota principal do quantitativo maior restante. O certame pode contemplar vários itens.

• Em outras palavras, é semelhante a realização de licitação de aquisições de bens com no mínimo 2 itens, cota reservada exclusiva de participação de MPE’s e a cota principal em que se permite as participações de todas as demais empresas.

• Cabe observação importante de que todos os demais benefícios da Lei nº 123/06 atualizada, serão ainda aplicados na cota principal ou de ampla concorrência no caso de participar MPE’s.

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Em função do instituto da cotização é possível que o mesmo objeto possua preços diferentes em cada cota, então como Adjudicar/ Homologar a licitação? • Em resposta, posso afirmar que sim e isto será frequente principalmente nos

certames de pregão eletrônico.

• Esta frequência será fruto do fechamento aleatório do pregão junto com a quantidade de participantes que é variável em cada item submetido à cota.

• Não existe nada na Lei que impeça a possibilidade de um mesmo produto terem preços diferenciados quando se aplicam as cotas. Recomenda-se a utilização da chamada “negociação” por parte do pregoeiro afim de obter que a aquisição se processe por valor menor possível, porém nada proíbe que se realize a Adjudicação/ Homologação de todo o certame neste caso com valores díspares, pois se esta a cumprir a determinação legal.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Continuando a pergunta anterior, e se ao final do certame esses preços diferenciados são ofertados pela mesma empresa, pode? • Primeiro, estamos nos referindo por hipótese que se trata de uma microempresa ou

empresa de pequeno porte (pois as que não possuem esta qualificação sequer podem ofertar preços na cota reservada, como já sabemos), que ofertou menor preço final para as cotas (reservada e principal), porém estes possuem valores diferenciados e o pregoeiro não consegue demovê-lo em manter o menor dos preços para as duas cotas;

• Nesta situação hipotética excepcional, estamos diante do que preceitua o art. 49, III, a ocorrência da não vantajosidade ou do prejuízo para a Administração se aceitarmos as propostas de valores dispares;

• Em análise mais profunda , temos a considerar as mudanças de paradigmas trazidas já a algum tempo em que não mais se busca exclusivamente o menor preço no certame, e sim uma prevalência da promoção do desenvolvimento econômico e social, conforme inteligência interpretativa explicitada no art. 47, caput da Lei nº 147/14, que alterou a Lei Complementar nº 123/06;

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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• Diante deste novo pensar, considerando que os dois preços ofertados são inferiores aos estimados então não podemos afirmar desvantagem ou prejuízos para a Administração, até porque não adjudicando a cota reservada e a principal ao menor preço, prejuízo maior seria utilizar-se do segundo menor preço e o refazer do certame não garantiria obter preços iguais ou menores;

• Assim, concluo por entender que se realize a adjudicação e homologação à microempresa ou empresa de pequeno porte que ofertou o menor preço em cada cota, ainda que dispares em valores;

• Solução melhor é a trazida pelo novo decreto federal (art. 8º, § 3º) que determina que se realize a contratação pelo menor valor. Entendo que isto obrigatoriamente deve constar em edital que nesta ocorrência a contratação será sempre realizada pelo menor valor que são dispares das duas cotas (reservada e principal) pela mesma MPE., quando for o caso.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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É possível também que exista um vencedor da cota reservada e exclusiva para as MPE’s e seja fracassada a cota principal ou vice-versa, pode-se contratar com o vencedor de uma das cotas o restante do objeto? • No caso em que for fracassada a cota reservada, entendo ser possível acrescer o vencedor da

cota principal o quantitativo da cota reservada. Observem que até a Lei nº 8.666/93 já permitia acrescer 25%, somado a recomendação de que o fracassado certame exclusivo reservado às MPE’s, este seja repetido retirando-se a exclusividade, o que perfeitamente comporta a contratação de empresa de maior porte. Este entendimento está agora previsto também no art. 8º, § 2º do Decreto 8.538/2015.

• É utilização do princípio da celeridade, economicidade e eficiência.

• No caso inverso, em que o item fracassado seja a cota principal, entendo também ser possível, apesar de ser o acréscimo muito significativo do objeto. Na pratica, esta possibilidade pode inexistir, visto a necessidade da Microempresa ou empresa de Pequeno Porte ter que atender os requisitos exigidos para participar da cota principal, a exemplo do Capital exigido, das garantias, entre outros.

• Por precaução, considero imprescindível definir no instrumento editalício o procedimento para a ocorrência destes casos, considerando válido pelo menos no caso de fracasso da cota reservada.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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O preço de referência nas licitações que possuem cotas reservadas pode-se estabelecer valores distintos para cada cota?

• A legislação não contempla essa possibilidade, apesar de também não vetar, ou seja, considerando que aos agentes administrativos só é admissível realizar atos determinados por lei, entendo não ser possível em uma mesma licitação que possui cota reservada e principal ter preço de referência para cada cota diverso.

• O art. 12 do decreto municipal da cidade de São Paulo nº 56.475/2015, tem este entendimento, vedando preços distintos. O decreto federal nº 8.538/15 é omisso sobre este ponto.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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No caso de licitações com cotas (reservadas e principal), para a entrega parcelada ou em licitações de registro de preços, qual a preferência da ordem de fornecimento?

• A omissão legislativa (da Lei) permite utilizar-se da discricionariedade da Administração de priorizar as MPE’s, privilegiar o menor preço (princípio da economicidade), ou até dividir proporcionalmente as ordens de fornecimento se possível.

• Em todo o caso, é recomendável o instrumento editalício explicitar como se realizara a preferência a entrega dos bens a serem fornecidos.

• O Decreto Federal 8.538/2015 (art. 8º, § 4º) estabelece que priorize o fornecimento sempre que possível às MPE’s, no qual aconselho novamente constar no edital tais preferências.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Em que caso é possível aplicar a preferência para as ME’s e EPP’s sediadas local ou regionalmente?

• Objetivamente a legislação atribuiu a Administração a possibilidade, porém exigiu a necessidade de justificar a aplicação. O atualizado art. 47 caput da Lei Complementar nº 123/2006 é ótimo sinalizador dessa justificativa (promover o desenvolvimento econômico e social no âmbito local e regional);

• Quanto ao objeto inexiste objeção para aplicar essa preferência tanto na aquisição de bens ou serviços e obras.

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Como definir os termos “local ou regional” para aplicar o §3º do art. 48 trazida pela LC nº 147/14?

• A definição é subjetiva, porém deve atender os princípios definidos pelo caput do art. 47 da LC nº 147/14 (promoção do desenvolvimento econômico e social), limitado a objetivar a vantajosidade sem prejuízo para a Administração;

• É importante observar quando a Administração definir o espaço (local ou regional), comprovar a existência de fornecedores que possui a qualificação como MPE no espaço territorial definido;

• A título de exemplo, pode-se definir como local, a cidade, e como regional a Região Metropolitana ou até o Estado;

• O decreto Federal nº 8538/2015 no art. 2º, I e II, traz definições utilizando-se dos limites geográficos definidos pelo IBGE, admitindo exceções.

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Como justificar a utilização do previsto no art. 48, §3º(prioridade de contratação de MPE’s local ou regional), face ao prejuízo financeiro que pode se caracterizar?

• Observem o quanto o critério do menor preço foi atenuado pelo novo dispositivo da Lei Complementar, em que se está permitindo contratar serviços, obras e adquirir bens por valor superior ao menor ofertado. É a caracterização de uma política pública que muda paradigma em favor do desenvolvimento econômico e social no âmbito local ou regional;

• Entendo que o legislador foi objetivo em absorver a ocorrência do possível encargo ao erário público, objetivando uma indução que propicie o desenvolvimento local ou regional, porém limitou este a 10% sobre o menor preço válido e como o valor estimado passa a ser máximo nas licitações, é um possível prejuízo, se ocorrer, já limitado em lei;

• Em relação aos Entes Federais, houve um retrocesso trazido pelo tardio Decreto regulamentador, instituindo que esta prioridade de contratação local ou regional, exige apresentação de nova proposta de preço inferior àquela empresa não local ou regionalmente que ofertou o menor preço (art. 9º, II e alíneas “a”, “b” e “c” do Decreto).

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Como se efetiva a prioridade local ou regional nos certames licitatórios atendendo especificamente o art. 48, I com o §3º da Lei Complementar nº 123/2006 ?

• Por ser facultativo é imperativo prever editaliciamente e sobre isto entendo que sua aplicação deve ser subordinada à decisão explicitada da autoridade superior justificadamente e jamais seja aplicada por discricionariedade dos agentes públicos, que comandam as licitações, exceto se na legislação do ente público já estiver estabelecido;

• Estando previsto no instrumento editalício, considero que o exemplo trará mais facilidade de entendimento,(considerando o previsto na Lei), ou seja:

- Em uma licitação exclusiva encerra-se a etapa de lances com os seguintes valores: “A” apresenta R$ 100,00, “B” apresenta R$ 105,00, “C” apresenta R$ 110,00 e a empresa “D” apresenta R$ 115,00.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Instituído o privilégio local e o percentual de 10% teríamos as seguintes possibilidades:

• Realizar-se primeiramente uma linha de corte, isto é, valores acima de 10% sequer entram neste estudo, objetivamente no exemplo, a empresa “D” será afastada;

• Se caso “A” for local, declara-se vencedora;

• Se “B” for local e “A” não local, será declarado que “B” é a vencedora. Sem necessidade de oferta de preço para cobrir o valor de “A”;

• Se “C” for a local, sem que neste caso “A” e “B” sejam, teríamos a empresa “C” (aquela que possui o terceiro menor preço) declarada vencedora do certame. Novamente sem necessitar reduzir valor.

Importante ainda destacar a necessidade da empresa participante declarar que tem sede local para usufruir desta prerrogativa, prevista no edital do certame e confirmar quando da habilitação desta, no caso de vencedora.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Nas compras diretas tratadas nos incisos I e II do art.24 da Lei nº 8.666/93 e pelo estabelecido no inciso IV do art. 49 da LC 123/06 atualizada é obrigatório e se aplica a aquisições de bens, serviços e obras? • Objetivamente, é obrigatório, pois a lei prescreveu um “dever”, aplicando o

disposto no inciso I do art. 48 da LC nº 123/06, que é a exclusividade para as MPE’s.

• Por existir o termo “preferencialmente”, entendo que em exceção é necessário justificar. A título de exemplo, temos: inexistência de fornecedor, preço bastante superior, não atender a qualidade exigida, etc.

• Quanto a aplicabilidade, a legislação traz a palavra “compras” e subentende-se que contemplem bens, serviços e obras. Portanto, é aplicável para todas aquisições que enquadrem-se no dispositivo explicitado(compras sem licitação em função do valor).

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Sobre Margem de Preferência, qual o objetivo da margem de preferência nas Aquisições Públicas? Qual é sua previsão legal ? Quem as definem?

• O objetivo proveniente da Lei é que com o poder de compra governamental se realize mais um estimulo a empresa nacional promovendo o desenvolvimento econômico e social interno do país;

• A Lei nº 12.349/10, tornou vigente a inclusão das margens de preferências para produtos e serviços nacionais nas licitações e determinou a inclusão dos §§ 5º ao 12 na Lei 8.666/93 tornando-á norma geral nas licitações;

• As margens de preferências são definidas pelo poder executivo federal por via de Decreto, limitado ao máximo de 25%.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Quem pode adotar a margem de preferência e como se realiza a aplicação?

• Diante do caráter nacional na norma geral de licitações e contratos (Lei 8.666/93), art. 3º e parágrafos, além da Administração Federal, os Entes Estaduais e Municipais podem aplicar em suas licitações, atendendo também o Decreto nº 7.546/2011;

• A aplicação se realiza em termos percentuais, calculados em relação à proposta melhor classificada, se for ofertada por empresa que não se caracteriza como produto ou serviço nacional;

• OBSERVAÇÃO:

• Informações obtidas no site “www.desenvolvimento.gov.br” do MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO, INDUSTRIA E COMERCIO EXTERIOR em 25.02.2016;

• A sequência de procedimento a qual me filio é o estabelecido pelo Decreto Federal nº 8.222/14 em especial o art. 5º.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Como se deve proceder em licitação de participação exclusivas, que contemplem a aplicação de margem de preferências a produto ou serviço de origem nacional?

• Pelo instituído na legislação (§§14 e 15, da Lei nº8.666/93), aplica-se o percentual definido em relação a Declaração de Origem do produto ou serviço nacional (até 25%), previsto editaliciamente proveniente de decreto federal que o definiu, realizando esta primeira classificação, no caso de não ser o menor valor apresentado por empresa com produto ou serviço nacional;

• Na sequência aplica-se os benefícios previstos pela Lei Complementar nº 123/06 (prioridade local/ regional, se for o caso).

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Continuando a pergunta anterior, e se for uma licitação de ampla participação?

• Novamente aplica-se primeiramente a classificação em função do percentual definido em edital na proposta de menor valor se este não tiver origem nacional e verifica-se se alguma empresa que possui produto ou serviço de origem nacional, está neste intervalo, sendo está considerada inicialmente vencedora e na sequência os ditames da Lei Complementar nº 123/06 de favorecimento as MPE’s, se esta não possuir este status;

• Existe ampla polemica sobre o que se deve aplicar primeiro (benefícios das MPE’s ou as Margens de Preferências), porem me filio ao procedimento explicitado acima pelo Sebrae Nacional;

• Neste especifico caso é aplicado o previsto nos art. 44 e 45 da L.C. nº123/06, verificando a existência do “empate ficto” e oportunizando se for o caso, uma nova oferta de valor.

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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Nas licitações de ampla participação com margem de preferência é sempre aplicado antes ou depois dos benefícios das MPE’s. nas propostas e como se realiza o procedimento?

• A 1 ª pergunta refere-se ao caso do “empate ficto”, art. 44 e 45 da L.C. nº147/2014;

• Grande polêmica sobre este ponto com significativas correntes doutrinária que defendem tanto uma como outra aplicação;

• Me filio do entendimento expressado pelo SEBRAE, e embaso este no último Decreto Federal nº 8.224/2014 que estabelece a aplicação da seguinte forma e nesta sequência procedimental:

• Art. 2º, I, “O licitante declara, durante a fase de cadastramento das propostas, se o produto atende as regras de origem.”

• Art. 2º, II, “O formulário referido no § 1º (formulário de cumprimento das regras de origem conforme modelo) deverá ser apresentado com os documentos exigidos para habilitação;

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016

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• Art. 4º, as margens de preferência (normal e adicional) serão calculadas sobre o menor preço ofertado de produto estrangeiro, conforme formula do anexo II (aplica-se o % estabelecido pelo Decreto do produto ou serviço);

• Art. 5º diz que as Margens de Preferência serão aplicadas para classificação das propostas:

I. após a fase dos lances, na modalidade de pregão;

II. No julgamento e classificação das propostas nas demais modalidades de licitação;

III. §1º…,§ 2º…,§ 3º…, § 4º…,§5º - aplicação das margens de preferência não excluirá o direito de preferência das microempresas e empresas de pequeno porte, previsto nos art. 44 e 45 da Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006.

OBSERVAÇÃO:

• A definição desse procedimento ainda encontra-se aguardando instrução normativa do Ministério do Planejamento.

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INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES IMPORTANTES

• A leitura completa da Lei Complementar n. 123/ 06 é recomendável, em especial os art. 42 a 49 referente as Aquisições Públicas;

• O Estatuto da Micro e Pequena Empresa (L C 123/06) teve forte acréscimo de vantagens paras as MPE’s trazidos pela Lei Complementar n. 147/ 14, inclusive porque os principais benefícios tornaram-se obrigatórios;

• Licitações para valores de itens inferiores a 80 mil é de exclusiva participação de MPE’s, salvo exceções do art.49 da mesma Lei;

• Nas aquisições por licitação de bens divisíveis, os itens de valores totais acima de 80 mil é obrigatório realizar cotização de 25% exclusivo para participação de MPE’s;

• As aquisições por dispensa em função do valor devem ser adquiridas das MPE’s;

• Especial atenção procedimental quando se aplicar as Margens de Preferências (produtos nacionais);

• Realizar a leitura complementar trazida pela apostila da oficina do curso.

Dúvidas e sugestões sobre esta temática contactar: [email protected]

ALBERTO BARROS LIMA SETEMBRO/2016