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1 Lei Complementar de Habitação de Interesse Social Ribeirão Preto Objetivo: elaborar uma lei com parâmetros especiais que estimulem a produção de HIS no município de Ribeirão Preto e, não apenas assegure a qualidade dos empreendimentos voltados a essa faixa de renda, como aprimore a qualidade urbanística dessa produção.

Lei Complementar de Habitação de Interesse Social Ribeirão Preto · 2018-01-24 · 2 lei complementar no xxx, de x de y de 2017. estabelece disciplina especÍfica de parcelamento,

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Lei Complementar de Habitação de Interesse Social

Ribeirão Preto

Objetivo: elaborar uma lei com parâmetros especiais que estimulem a produção de HIS no

município de Ribeirão Preto e, não apenas assegure a qualidade dos empreendimentos

voltados a essa faixa de renda, como aprimore a qualidade urbanística dessa produção.

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LEI COMPLEMENTAR No XXX, DE x DE y DE 2017.

ESTABELECE DISCIPLINA ESPECÍFICA DE PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO, BEM COMO NORMAS EDILÍCIAS PARA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL, EMPREENDIMENTO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL E EM ZONA ESPECIAL DE INTERESSE SOCIAL.

ESTABELECE REQUISITOS E CRITÉRIOS DE PRIORIZAÇÃO PARA SELEÇÃO DE BENEFICIÁRIOS PARA TODOS OS PROGRAMAS E PROJETOS DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL.

DISCIPLINA O CONSELHO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO, CRIA A COMISSÃO ESPECIAL DE APROVAÇÃO DE PROJETO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL (CEPHIS), DISPÕE SOBRE INCENTIVOS PARA A PRODUÇÃO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL E ESTABELECE O SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE HIS.

CONSIDERANDO a necessidade de viabilizar a moradia acessível à população de baixa renda e, ao mesmo tempo, garantir uma habitação digna, promotora de bem-estar;

CONSIDERANDO a necessidade de atualização, consolidação e articulação de legislação especial, voltada para a habitação de interesse social, de modo a induzir sua produção;

CONSIDERANDO o Plano Diretor (Lei Complementar 68/2017);

CONSIDERANDO que o gravame de ZEIS não é suficiente para a garantia de sua efetivação, sendo necessário, portanto, um conjunto de instrumentos para viabilizar a produção de habitação de interesse social nessas áreas demarcadas;

CONSIDERANDO que a produção de HIS, seja em ZEIS ou em outras áreas de uso residencial, contribui para a redução do déficit habitacional e o atendimento à demanda de interesse social no município;

CONSIDERANDO a necessária revisão da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, função da declaração de inconstitucionalidade da Lei 2505/2012 e atual vigência da Lei Complementar 2157/2007;

CONSIDERANDO o disposto no Código de Obras e Edificações – COE, que admite o estabelecimento de normas especiais para a matéria;

CONSIDERANDO outras peças legais vigentes no município e que tratam da habitação de interesse social;

CONSIDERANDO os estudos técnicos e recomendações do Plano Local de Habitação de Interesse Social de Ribeirão Preto, de 2010, bem como estudos e atualizações que vem sendo realizados pela Cohab-RP;

Faço saber que a Câmara Municipal aprovou o Projeto de Lei Complementar nº X/2017, de autoria do Executivo Municipal e eu promulgo a seguinte lei:

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CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1. Esta lei regulamenta dispositivos do Plano Diretor do Município de Ribeirão Preto, bem como estabelece disciplina específica de parcelamento, uso e ocupação do solo e normas edilícias para:

I – Habitação de Interesse Social – HIS;

II – Empreendimento de Habitação de Interesse Social – EHIS;

III – Empreendimento misto de HIS e de Habitação de Mercado Popular (EHMP/HIS);

IV – Loteamento de Interesse Social;

Art. 2. Esta lei regulamenta, ainda, requisitos e critérios de priorização para seleção de beneficiários para todos os programas e projetos de habitação de interesse social; o Conselho Municipal de Habitação; a Comissão Especial de Aprovação de Projetos Habitação de Interesse Social (CEPHIS); os incentivos para a produção de habitação de interesse social; e, o sistema de informações de habitação de interesse social.

Art. 3. Esta lei tem por objetivo promover a oferta de habitação para a população-alvo da política de habitação de interesse social por meio do estabelecimento de parâmetros especiais de edificação, parcelamento, uso e ocupação do solo, além de estabelecer outros dispositivos relativos à produção de HIS. Os objetivos específicos compreendem:

I – Contribuir para a viabilização da produção de HIS, abrangendo:

a) recuperação de áreas e edificações irregulares, precárias ou deterioradas; b) reconversão de usos de imóveis vazios; c) produção de novas unidades habitacionais; d) produção de lotes urbanizados, com ou sem unidades habitacionais; e) produção de unidades para locação social.

II - Atender as famílias que deverão ser removidas das áreas de risco;

III – Induzir a ocupação residencial de HIS em áreas desocupadas ou subutilizadas localizadas nas Zonas Urbana e de Expansão Urbana, preferencialmente na ZUP;

IV – Viabilizar a produção em ZEIS 1 e 2, bem como a urbanização de ZEIS 2;

V - Viabilizar a produção de HIS no entorno dos eixos de circulação, reduzindo a necessidade de deslocamento, equilibrando a relação entre os locais de emprego e de moradia.

Art. 4. Para ser beneficiada por esta Lei, a produção de HMP precisa estar associada à de HIS, na proporção estabelecida no Art. 6. O objetivo da inclusão de HMP nesta Lei é favorecer a produção de HIS em empreendimentos ou parcelamentos destinados a ambas as faixas de renda. A produção exclusiva de HMP ou que não obedeça aos percentuais de HIS aqui estipulados não será regida por esta Lei, mas pela Lei de Parcelamento Uso e Ocupação do Solo e pelo Código de Obras do município de Ribeirão Preto.

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SEÇÃO I

DAS DEFINIÇÕES DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL:

Art. 5. Para fins de aplicação desta lei, são adotadas as seguintes definições:

I – Habitação de Interesse Social (HIS): unidade habitacional produzida de acordo com os parâmetros estabelecidos nesta Lei e destinada a famílias com renda de, no máximo, 6 (seis) salários mínimos, classificando-se em:

a) HIS 1: unidades destinadas a famílias com renda familiar bruta mensal de até R$ 1.400,00 (um mil e quatrocentos reais);

b) HIS 2: unidades destinadas a famílias com renda familiar bruta mensal de até R$ 2.800,00 (dois mil, trezentos e cinquenta reais);

c) HIS 3: unidades destinadas a famílias com renda familiar bruta mensal de até R$5.600,00 (cinco mil e seiscentos).

II – Empreendimento Habitacional de Interesse Social (EHIS): empreendimento de promoção pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, constituído por uma edificação ou conjunto de edificações, horizontais ou verticais, localizado ou não em ZEIS, destinado a HIS, conforme detalhado nos Quadros 1 e 3 anexos a esta Lei, podendo conter outros usos complementares, conforme permitido pelo zoneamento e parametrizado por esta Lei;

III – Parcelamento de Interesse Social (PIS): compreende as modalidades de desdobro, desmembramento, remembramento, reparcelamento do solo destinados a HIS e loteamentos para a produção majoritária de lotes habitacionais e de unidades habitacionais de interesse social.

IV – Empreendimento de Habitação de Mercado Popular e Habitação de Interesse Social (EHMP/HIS): promoção pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, constituído por uma edificação ou conjunto de edificações, horizontais ou verticais, composto por unidades de HIS e HMP, bem como outros usos complementares, conforme percentuais e parâmetros definidos nesta lei;

§ 1º Constitui HMP as unidades destinadas a famílias com renda bruta mensal acima de R$5.600,00 (cinco mil e seiscentos) a até R$9.300,00 (nove mil e trezentos reais).

§ 2º Os limites de renda estabelecidos neste Artigo são atualizados conforme disposto em Decreto específico, sempre limitados a 1,5 salários mínimos no caso de HIS 1; 3 salários mínimos, no caso de HIS 2; 6 salários mínimos no caso de HIS 3 e a 10 salários mínimos no caso de HMP.

Art. 6. Os percentuais mínimos de HIS devem ser:

I – Em ZEIS, obrigatoriamente, os percentuais mínimos de HIS são 75% na ZUP e 70% na ZUC e ZUR conforme detalhado no Quadro 2, anexo;

II – Fora de ZEIS, a fim de usufruir dos parâmetros desta Lei os percentuais mínimos de HIS, conforme a modalidade do empreendimento e detalhado no Quadro 3, anexo:

a) em EHIS: 80%, no mínimo, das unidades para HIS;

b) em EHMP/HIS: 60%, no mínimo, das unidades para HIS;

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c) em PIS: 65%, no mínimo, da área dos lotes para HIS;

§ 1º Os percentuais estabelecidos neste Artigo são detalhados por faixa de HIS, conforme estabelecido nos Quadros 2 e 3, em anexo;

§ 2º Quando não observadas as porcentagens estabelecidas no Inciso I e seu detalhamento no Quadro 3, o empreendimento não será considerado EHIS ou EHMP/HIS para efeito desta Lei, aplicando-se, conjuntamente, as seguintes disposições:

a) os parâmetros estabelecidos pela LPUOS e pelo Código de Obras; b) o pagamento de outorga onerosa, para utilização de coeficiente de aproveitamento

acima do básico, conforme definido no Plano Diretor; c) a dispensa dos trâmites de seleção e cadastramento da demanda conforme o

Capítulo IX desta Lei; d) as penalidades definidas no Capítulo VIII.

§ 3º Em caso de empreendimento aprovado como EHIS ou EHMP/HIS, de acordo com os parâmetros desta Lei, mas que não apresentar cumprimento dos percentuais mínimos de HIS estabelecidos quando da comercialização, aplicar-se-ão as penalidades previstas no Capítulo VIII.

DOS AGENTES PRODUTORES DE HIS

Art. 7. São agentes públicos e privados que podem produzir HIS, EHIS e EHMP/HIS com base nesta Lei:

I - órgãos da Administração Pública Direta;

II - Empresas de controle acionário público;

III - entidades representativas dos futuros moradores ou cooperativas habitacionais, conveniadas ou consorciadas com o Poder Público;

IV - Entidades ou empresas privadas que atuam no ramo da construção civil;

V - Empresas ou entidades sem fins lucrativos, conveniadas com o Poder Público, quando atuando como executoras ou organizadoras de EHIS, no âmbito de programa habitacional subvencionado pela União, Estado ou Município;

§ 1º Pessoas físicas que pretendam construir uma unidade habitacional para fins residenciais próprios podem usufruir dos dispositivos desta Lei.

§ 2º EHMP/HIS podem ser produzidos por agentes privados, sejam entidades representativas de moradores, cooperativas habitacionais, empresas que desenvolvam empreendimentos imobiliários.

SEÇÃO II

DAS TIPOLOGIAS DE HIS e HMP

Art. 8. As unidades habitacionais de interesse social e de mercado popular podem ser produzidas nas seguintes tipologias:

I – Unifamiliar: casas não integrantes de condomínio horizontal, com matrícula individualizada por terreno e acesso direto e independente ao logradouro, podendo constituir casa isolada ou mais de uma unidade em edificação única – geminada, superposta ou de vila.

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Parágrafo único: esta Lei prevê a produção de habitação unifamiliar evolutiva (embrião), composta apenas por um cômodo de múltiplo uso e banheiro, com previsão de ampliação, conforme estabelecido no Artigo 44.

II – Multifamiliar:

a) Apartamentos, correspondendo a mais de uma unidade por edificação; b) Casas edificadas em regime de condomínio, contendo mais de uma

edificação por lote.

DAS MODALIDADES DE PRODUÇÃO:

Art. 9. Os EHIS e EHMP/HIS podem ser produzidos nas tipologias unifamiliar ou multifamiliar nas seguintes modalidades:

I – Plano Integrado de Interesse Social, quando envolver simultaneamente o licenciamento de parcelamento do solo de interesse social e a produção de unidades habitacionais na forma de conjunto vertical, horizontal ou habitação unifamiliar, incluindo a unidade evolutiva.

II – Conjunto Vertical: EHIS ou EHMP/HIS em lote preexistente, sem parcelamento do solo, formado por 1 (uma) ou mais edificações verticais, com ou sem acesso comum à via de circulação;

III – Conjunto Horizontal: EHIS ou EHMP/HIS em lote preexistente, sem parcelamento do solo, formado por edificações agrupadas horizontalmente, com acesso comum à via de circulação;

IV – Habitação Unifamiliar: sem parcelamento do solo, conforme especificado no Artigo 8.

CAPÍTULO II

DO PARCELAMENTO DO SOLO DE INTERESSE SOCIAL

Art. 10. O Parcelamento do Solo de Interesse Social é permitido nas Zonas Urbana e de Expansão Urbana previstas na legislação municipal, mas vedado em áreas:

I – Proibidas pela legislação de parcelamento e ambiental, em nível municipal, estadual e federal, exceto se corrigidos ou remediados os passivos ambientais ou geológicos existentes;

II - Não atendidas pelas redes de abastecimento de água potável e de energia elétrica, salvo se integrarem os planos de expansão das respectivas concessionárias no horizonte temporal de implantação do empreendimento;

III – encravadas, sem acesso à via pública, exceto em casos de urbanização e regularização de ocupações informais, desde que obtida servidão de passagem.

Art. 11. O parcelamento do solo de interesse social (PIS) é aquele que resulta em lotes destinados à produção de HIS, EHIS, EHMP/HIS podendo se dar nas seguintes modalidades previstas na Lei de Parcelamento:

I – Loteamento, correspondendo à subdivisão de lote ou gleba em lotes destinados à edificação, com abertura de novas vias de circulação e de logradouros públicos, prolongamento, modificação ou ampliação do sistema viário existente;

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II – Desmembramento, correspondendo à subdivisão de gleba ou lote em lotes, com aproveitamento e sem modificação do sistema viário existente, com ou sem destinação de área pública nos termos desta Lei;

III – Remembramento, correspondendo ao reagrupamento de lotes para edificar, sem interferência ou modificação do sistema viário existente;

IV – Reparcelamento do solo, correspondendo ao reagrupamento de lotes ou glebas e sua posterior divisão em novos lotes com dimensões, localização ou configuração distinta da situação original, sem interferência ou modificação do sistema viário existente;

V – Desdobro, correspondendo é a subdivisão do lote não se alterando a sua natureza.

Art. 12. O parcelamento do solo deverá, ainda:

I – Em ZEIS submeter todos os lotes resultantes à exigência de destinação de área para HIS.

§ 1º Ficam isentas as áreas cuja reserva para HIS foi estabelecida no parcelamento de origem;

II – Quando resultar em área liquida de lote a partir de 50.000 m2 (cinquenta mil metros quadros), prever a diversidade de lotes unifamiliares e multifamiliares, destinando, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) a lotes unifamiliares.

SEÇÃO I

DOS PARÂMETROS E REQUISITOS

Art. 13. O parcelamento do solo de interesse social deve atender, pelo menos, aos seguintes requisitos:

I – Respeitar as faixas marginais de cursos d’água naturais perenes e intermitentes e as áreas no entorno de lagos e lagoas naturais e de nascentes definidas pela legislação federal, salvo maiores exigências da legislação específica;

II – Articular as novas vias com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, integrando-se com o sistema viário da região de acordo com o estabelecido no Plano Viário do município;

III – respeitar as faixas de domínio público das rodovias, estabelecidas na LPUOS.

Art. 14. O EHIS ou EHMP/HIS a ser implantado em lote ou gleba que, independentemente de sua origem, tenha área superior a 10.000m² (dez mil metros quadrados) fica obrigado ao parcelamento do solo de interesse social na modalidade desmembramento ou loteamento e à destinação de área verdes e institucionais nos termos da Seção II deste Capítulo.

§ 1º entende-se por lote a porção de terra resultante de parcelamento de solo urbano e por gleba, a porção de terra ainda não objeto de parcelamento regular de solo. § 2º A obrigatória destinação de áreas públicas será dispensada em caso de lote resultante de parcelamento do solo no qual já tenha ocorrido destinação de área pública no parcelamento de origem da gleba.

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Art. 15. O terreno parcialmente ocupado por assentamento irregular, qualquer que seja a situação existente, pode ser parcelado para possibilitar a aprovação de EHIS na porção não ocupada e a regularização da porção ocupada, em procedimento separado.

Parágrafo único: A destinação de áreas públicas, no caso do parcelamento previsto no “caput” deste Artigo, deve ser calculada sobre a área total do lote ou gleba, observadas as disposições desta Lei, ficando dispensada nova destinação quando da regularização da porção ocupada.

Art. 16. As áreas verdes, as áreas institucionais e o sistema viário provenientes do parcelamento do solo na modalidade de interesse social passarão ao domínio público por ocasião do registro ou averbação do empreendimento no competente Cartório de Registros de Imóveis.

SEÇÃO II

DAS ÁREAS VERDES E INSTITUCIONAIS PÚBLICAS

Art. 17. Para fins de parcelamento de HIS, as áreas verdes devem corresponder a, no mínimo, 15% da área da gleba.

§ 1º pode ser exigido um percentual maior que o estabelecido no caput quando houver condicionantes ambientais previstos do código do meio ambiente (fundos de vale, fragmentos de vegetação, áreas com declividade acentuada, etc.).

§ 2º Excepcionalmente, na Zona de Uso Especial, do total a ser parcelado a reserva mínima será de 35% (trinta e cinco por cento) para áreas livres de uso público destinado a recomposição florestal e sistemas de lazer.

Art. 18. As áreas verdes devem observar os seguintes parâmetros:

I – Ter acesso por via de circulação de veículos existente oficial, que possa ser considerada oficial ou prevista no projeto de loteamento;

II – Ter declividade inferior a 30% (trinta por cento);

Parágrafo Único: Áreas verdes com mais de 150m² devem possibilitar a inscrição de uma circunferência com diâmetro mínimo de 10m (dez metros).

Art. 19. A área institucional deve corresponder a, no mínimo, 5% da área da gleba.

§ 1º Até 50% da reserva de área institucional exigida no Caput, pode, a critério do poder público municipal, ser compensada pela construção de edificação ou conjunto de edificações com fins de equipamento público, seja no próprio local ou em outro, designado pelo poder público. Os critérios de compensação serão estabelecidos pela Comissão de Avaliação Técnica de Imóveis do município.

Art. 20. A localização e o dimensionamento da área institucional devem atender os seguintes parâmetros básicos:

I – Proporcionalidade: relação entre frente e profundidade de 1:3;

II – Acesso por via de circulação de veículos existente oficial, que possa ser considerada oficial nos termos desta Lei ou prevista no projeto de loteamento;

III – declividade máxima de 15% (quinze por cento);

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IV - Preferencialmente, localizar-se de modo a poder ser anexada a outras lindeiras, seja em empreendimentos futuros ou existentes, podendo a mesma ser, em sua totalidade, indicada pelo Poder Público Municipal

§ 1º Excepcionalidades, ficam sujeitas à análise e diretrizes do poder público municipal;

§ 2º O poder público, por meio das diretrizes e/ou pareceres, pode indicar a localização da totalidade das áreas institucionais nos loteamentos.

Art. 21. Fica isento da destinação de áreas verdes e institucionais o lote resultante de parcelamento do solo no qual já tenha ocorrido destinação de área pública no parcelamento de origem da gleba, conforme estabelecido no § 2º do Artigo 14.

SEÇÃO III

DO USO DA ÁREA INSTITUCIONAL PARA FINS DE MORADIA

Art. 22. Na área institucional destinada ao poder público podem ser promovidos serviços e programas de HIS, tais como concessão de uso para fins de moradia ou aluguel social, entre outros, conforme as diretrizes da Política Habitacional Municipal.

Art. 23. O uso para fins de moradia pode ser compatibilizado com o equipamento público a ser implantado na área, a critério do poder público municipal.

SEÇÃO IV

DO LOTEAMENTO DE INTERESSE SOCIAL PARA A PRODUÇÃO DE LOTES HABITACIONAIS DE INTERESSE SOCIAL DESTINADOS À PRODUÇÃO DE UNIDADES HABITACIONAIS UNIFAMILIARES DE HIS OU UNIDADES EVOLUTIVAS

Art. 24. O Loteamento de Interesse Social deve conter um dos seguintes percentuais mínimos de HIS:

I – 65% da área total dos lotes destinados a lotes para HIS 1 e 2, sendo, pelo menos 40% da área total para HIS 1;

II – 85% da área total dos lotes destinados a lotes para HIS 1, 2 e 3, sendo, pelo menos 30% da área total destinados a HIS 1 e 25% destinados a HIS 2;

§ 1º A área de lotes complementar à porcentagem referida nos incisos I e II do “caput” deste Artigo pode ser destinada a HMP e/ou a uso não residencial, observados os parâmetros da LPUOS para cada zona de uso.

§ 2º Os lotes computados como HIS podem ser remembrados ou reparcelados exclusivamente para licenciamento de EHIS nas modalidades de produção Conjunto Horizontal ou Conjunto Vertical, devendo essa destinação ser gravada na matrícula.

§ 3º Para fins de atendimento aos percentuais dos incisos I ou II, o(s) lote(s) destinados a EHIS para HIS, em empreendimentos multifamiliares, em conjuntos verticais, deverão ser computados pela cota-gleba de 40m² (quarenta metros quadrados) por unidade habitacional.

Art. 25. Os lotes destinados a HIS, sem a vinculação da produção da unidade habitacional, devem obedecer aos seguintes parâmetros mínimos:

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a) área mínima de 100,0 m² (cem metros quadrados);

b) frente mínima de 6,0 m (sei metros);

c) dispensada a exigência de recuo frontal;

§ 1º Lotes destinados a HIS com a produção das unidades habitacionais - Plano Integrado - podem ter dimensões reduzidas, conforme os Artigos a seguir.

§ 2º A implantação dos lotes com frente para avenidas e vias coletoras deve observar as dimensões estabelecidas na Lei de Parcelamento.

§ 3º Para os lotes destinados a habitação unifamiliar pra HIS 1 e 2, em loteamentos a partir de 200 lotes, a comercialização do lote deve incluir projeto executivo para as unidades habitacionais, com pelo menos 3 alternativas e possibilidade de expansão para a alternativa de menor metragem quadrada.

SEÇÃO V

DO PLANO INTEGRADO DE INTERESSE SOCIAL

Art. 26. Os EHIS e EHMP/HIS na modalidade Plano Integrado - parcelamento e edificação das unidades - devem atender às disposições desta Lei em relação ao uso e ocupação do solo e às edificações, bem como ao estabelecido neste Capítulo no que tange ao parcelamento do solo.

I - A Produção de Unidades Habitacionais de Interesse Social destinadas a HIS 1 ou 2, nas tipologias de Habitação Unifamiliar, seja em unidade completa ou evolutiva, observado o disposto no § 2º do Artigo 25, a dimensão mínima do lote definida no Artigo 25 pode ser reduzida para:

a) área mínima de 80m² (setenta e dois metros quadrados);

b) frente mínima da unidade de 4,0 m (quatro metros) no caso de casas geminadas ou de vila e de 5,0 m (cinco metros) para as demais tipologias.

c) dispensada a exigência de recuo frontal;

§ 1º Os demais recuos seguem os parâmetros estabelecidos no Artigo 50.

§ 2º No caso de unidades evolutivas, deve ser incluído projeto executivo de ampliação das unidades, com pelo menos 3 alternativas.

Art. 27. Nas licenças do parcelamento do Plano Integrado envolvendo reparcelamento, remembramento ou desmembramento devem constar as seguintes ressalvas:

I – o registro do parcelamento do solo no Cartório de Registro de Imóveis ficará condicionado à apresentação do Habite-se das edificações obrigatoriamente destinadas a HIS;

II – deve ser averbada na matrícula de cada lote resultante do parcelamento, no Cartório de Registro de Imóveis, a sua destinação obrigatória para HIS, de acordo com o que constar no licenciamento municipal.

Parágrafo único: A condição referida no “caput” deste Artigo é dispensada para EHIS quando promovido por:

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I – Administração Pública Direta ou empresa com controle acionário do Poder Público;

II – no âmbito de programas habitacionais desenvolvidos pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal, desde que seja apresentada, pelo órgão público responsável, declaração de que o empreendimento está enquadrado no programa.

SEÇÃO VI

DO SISTEMA VIÁRIO DO LOTEAMENTO

Art. 28. O Loteamento de Interesse Social deve atender às seguintes disposições viárias para acesso aos lotes:

I – Via de Pedestre - excepcionalmente pode servir de acesso único a lotes unifamiliares de HIS, desde que atenda os seguintes parâmetros:

a) largura mínima de 6,0 m (seis metros); b) comprimento máximo de 100,0 m (cem metros), sendo que, quando

existirem lotes em ambos os lados da via, o comprimento máximo fica reduzido para 50,0 (cinquenta metros).

II – Via Compartilhada - pode dar acesso a lotes de uso unifamiliar ou multifamiliar com até 32 unidades, desde que atenda aos seguintes parâmetros:

a) largura mínima de 8,0 m (oito metros); b) comprimento máximo de 200,0 m, sendo que, quando existirem lotes em

ambos os lados da via, o comprimento máximo fica reduzido para 80,0 (oitenta metros).

c) inclusão de bolsão de estacionamento;

§ 1º. Em parcelamentos que incluem lotes uni e multifamiliares, quando o bolsão de estacionamento estiver localizado em via de acesso ou local e o acesso for lindeiro à área verde, pode ser admitida a via de pedestre para acesso aos lotes multifamiliares com até 32 unidades cada.

§ 2º. Caso na via de pedestre e/ou compartilhada os lotes em ambos os lados estiverem de frente para a via e for inserida uma faixa para vegetação em um dos lados, os comprimentos dos incisos I e II do caput podem ser acrescidos em 20 m (vinte metros).

III - Via de Acesso - com interligação com via local, pode dar acesso a lotes de uso habitacional unifamiliar ou multifamiliar, desde que atenda os seguintes parâmetros mínimos:

a) com largura mínima de 6,0 m (seis metros) para o leito carroçável; b) faixa de estacionamento para veículos, motos e bicicletas com largura de

2,0 m (dois metros), arborizada, no mínimo, a uma distância média de 12,0 m (doze metros), podendo conter bolsões para mobiliário urbano;

c) calçada com largura mínima de 2,0 m (dois metros), sendo passeio de circulação livre de, no mínimo, 1,5 m (um metro e cinquenta centímetros);

IV - Via Local - pode dar acesso a lotes de uso multifamiliar. Desde que não seja diretamente interligada ao sistema estrutural e obedeça aos seguintes parâmetros:

a) com largura mínima de 7,0 m (sete metros) para o leito carroçável;

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b) faixa de estacionamento para veículos, motos e bicicletas com largura de 2,0 m (dois metros), arborizada, no mínimo, a uma distância média de 12,0 m (doze metros), podendo conter bolsões para mobiliário urbano;

c) calçada com largura mínima de 2,5 m (dois metros e cinquenta centímetros), sendo passeio de circulação livre de, no mínimo, 2,0 m (dois metros);

d) junto à faixa de estacionamento, a calçada pode ter largura mínima reduzida para 2,0 m (dois metros), sendo passeio de circulação livre de, no mínimo, 1,5 m (um metro e cinquenta centímetros);

Parágrafo único: no caso de via local interligada ao sistema estrutural, os parâmetros são estabelecidos pela Lei de parcelamento do município.

Art. 29. Na interseção entre vias o raio de concordância das calçadas pode ser reduzido:

I – nas vias compartilhadas, raio mínimo de 3,0 m (três metros)

II – entre vias de acesso e via local para 5,0 m (cinco metros)

III – entre vias locais para 6,0 m (seis metros).

§ 1º. A interseção dos lotes de esquina deve atender aos parâmetros de acessibilidade.

§ 2º. Os raios de concordância dos lotes podem ser reduzidos em relação ao estabelecido na LPUOS, de acordo com o caput, admitindo-se outras soluções como esquinas chanfradas ou alargadas.

Art. 30. As demais disposições relativas ao sistema viário não constantes desta Lei serão estabelecidas pela LPUOS e pelo Plano Viário do município.

SEÇÃO VII

DA INFRAESTRUTURA DO LOTEAMENTO

Art. 31. O Loteamento destinado parcial ou integralmente para HIS deve ser entregue com a seguinte infraestrutura urbana implantada:

I – sistema de drenagem de águas pluviais em todas as vias;

II – guias e sarjetas em todas as vias;

III – pavimentação de todas as vias destinadas à circulação de veículos, bem como das ciclovias e das vias de circulação de pedestres quando servirem como único acesso a lotes;

IV – passeio revestido, com guia rebaixada ou lombofaixa nos cruzamentos para acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida;

V – rede de abastecimento de água potável;

VI – rede de coleta de esgotos;

VII – arborização de todas as áreas verdes;

VIII – arborização em pelo menos um dos lados nas vias;

IX – proteção contra erosão das áreas terraplenadas.

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Parágrafo único: A infraestrutura do loteamento deve ser projetada e executada de acordo com as normas técnicas em vigor e, em especial, as normas municipais.

CAPÍTULO III

DA DISCIPLINA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO PARA EHIS e EHMP

SEÇÃO I

DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 32. A produção de unidades habitacionais em EHIS e EHMP/HIS ou o Parcelamento de Interesse Social de acordo com os parâmetros estabelecidos por esta lei poderá se dar em ZEIS ou em quaisquer áreas da zona urbana ou de expansão urbana e sempre que o uso residencial estiver autorizado pela legislação municipal.

§ 1º Os EHIS e EHMP/HIS são permitidos em áreas de origem patrimonial ou de Consórcio Imobiliário.

§ 2º São permitidos, ainda, em imóveis objeto de requalificação por mudança de uso para HIS, mediante Decreto do Executivo, declarando o Interesse Social/Utilidade Pública.

§ 3º EHIS e EHMP/HIS não podem ser implantados na ZPM.

§ 4º Os usos residenciais permitidos são aqueles definidos na LPUOS para as diferentes zonas de uso.

§ 5º Os usos não residenciais permitidos são aqueles definidos na LPUOS para as diferentes zonas de uso, observados os parâmetros de incomodidade e as condições de instalação aplicáveis.

Art. 33. Quando localizados em ZEIS, os projetos de parcelamento e edificação deverão observar os parâmetros construtivos e urbanísticos estabelecidos por esta Lei, bem como os percentuais mínimos de área construída para HIS, detalhado por faixa, conforme Quadro 1 anexo a esta Lei, no caso de pedido para:

I – edificação nova;

II – reforma com mudança da categoria de uso;

III – reforma que envolver a demolição ou ampliação de 50% (cinquenta por cento) ou mais do total da área existente regular edificada do lote, com ou sem mudança de uso.

§ 1º A exigência estabelecida no “caput” deste Artigo não se aplica aos imóveis:

a) públicos, destinados a serviços da Administração Pública e serviços públicos de abastecimento, bem como a equipamentos sociais de educação, saúde, assistência social, cultura, esportes, lazer e infraestrutura urbana;

b) outros integrantes de Áreas Protegidas, Áreas Verdes, tombados ou em processo de tombamento.

§ 2º A exigência estabelecida no “caput” deste Artigo pode ser atendida em um conjunto de lotes contíguos, desde que estejam localizados em ZEIS, utilizando-se o total da área a ser construída computável do empreendimento em todos os lotes envolvidos como base para o cálculo da percentagem da área construída a ser destinada para HIS. Lotes não

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contíguos são admitidos desde que localizados em uma mesma unidade de ocupação planejada.

§ 3º Para o cálculo dos percentuais de área construída referidos no Quadro 1, anexo, devem ser consideradas as áreas computáveis destinadas a HIS, excluindo-se as não computáveis detalhadas no Art. 39.

§ 4º No EHIS localizado em ZEIS, são permitidas todas as subcategorias de uso residencial e as subcategorias de uso não residencial definidas na legislação municipal para as diferentes ZEIS, observados os parâmetros de incomodidade.

Art. 34. São exigidas áreas de uso misto com frente para via pública nos seguintes casos:

I - Parcelamento para Plano Integrado e/ou EHIS ou EHMP/HIS contíguos, que somem mais de 500 (quinhentas) unidades:

a) Em conjuntos verticais, fachada ativa de uso comercial no pavimento térreo de uma ou mais edificações, com metragem útil equivalente a 1,5% (um e meio por cento) da somatória da área útil das unidades habitacionais ou de 5% (cinco por cento) da área do lote;

b) Em conjuntos horizontais, área reservada para comércio de 5% (cinco por cento) da área do lote;

Parágrafo único: Fica dispensada parcial ou integralmente a exigência para empreendimentos contíguos se houver comércio ocupando área equivalente ao estabelecido neste Inciso a um raio de distância de 500,00 m (quinhentos metros) dos empreendimentos, conforme orientação no âmbito das diretrizes urbanísticas.

II - Em loteamentos com área útil de lotes a partir de 20.000,0 m2 (vinte mil metros quadrados):

a) na ZUP, mínimo de 5% (cinco por cento) da área da gleba; b) na ZUC e ZUR, mínimo de 10% (dez por cento).

Parágrafo único: O cumprimento da exigência do Inciso II seja em uma ou mais áreas e sua localização deverá ser orientada no âmbito das diretrizes urbanísticas.

SEÇÃO II

DO DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 35. Esta Lei concede gratuidade ao direito de construir acima do coeficiente básico, conforme os limites estabelecidos nos Quadros 1, para ZEIS e Quadro 3 para demais áreas, sempre respeitados os coeficientes máximos de aproveitamento definidos pela LPUOS.

§ 1º Os percentuais de gratuidade são definidos conforme os percentuais de HIS e das faixas de HIS no empreendimento.

§ 2º O descumprimento dos percentuais de HIS exigidos nos Quadros 1 e 3 anexos implicará na cobrança de outorga pelo município, para o uso do coeficiente de aproveitamento acima do básico conforme legislação municipal, além das penalidades previstas no Capítulo VIII.

DA OUTORGA ONEROSA

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Art. 36. Em EHIS e EHMP/HIS localizados fora de ZEIS, a construção de edificação que ultrapasse a concessão gratuita do direito de construir estabelecida no Artigo 35 é permitida até o coeficiente de aproveitamento máximo estabelecido pela LPUOS, quando for maior, mediante pagamento de Outorga Onerosa, conforme disciplinado pela legislação municipal. Art. 37. Em perímetros de Operações Urbanas e Operações Urbanas Consorciadas aplicam-se as disposições dos Artigos 35 e 36.

Parágrafo Único. Os licenciamentos de HIS e EHIS não consumirão o estoque de potencial construtivo adicional previstos para o respectivo perímetro da Operação.

DO SOLO CRIADO

Art. 38. Em EHIS e EHMP/HIS localizado estritamente no perímetro urbano, fora de ZEIS, a produção de HIS 1 ou 2 gera potencial construtivo adicional, passível de ser utilizado em outro empreendimento, sem prejuízo do usufruto da gratuidade da outorga estabelecido no Artigo 36, nas seguintes condições:

I – O acréscimo ao direito de construir além do coeficiente básico de aproveitamento estabelecido pela LPUOS pode ser aplicado em gleba única, desmembrada, ou em outra gleba ou lote desde que observados os raios máximos de distância em cada zona;

II – EHIS e EHMP/HIS localizados em ZUP, geram potencial aplicável somente na própria ZUP em um raio máximo de 3.000,0 m (três mil metros) do empreendimento de HIS, equivalente a:

a) 100% (cem por cento) da área útil construída das unidades destinadas a HIS 1; b) 50% (cinquenta por cento) da área útil construída de unidades destinadas a

HIS 2; III – EHIS e EHMP/HIS localizados dentro do perímetro urbano, porém fora da ZUP, geram potencial aplicável em um raio máximo de 2.000,0 m (dois mil metros) do empreendimento de HIS, equivalente a:

a) 70% (setenta por cento) da área útil construída de unidades comercializadas para HIS 1;

b) 35% (trinta e cinco por cento) da área útil construída de unidades comercializadas para HIS 2;

§ 1º O cálculo do potencial construtivo adicional será feito após a comercialização do empreendimento, mediante a comprovação da destinação para HIS 1 ou 2, observadas as disposições, condições e parâmetros estabelecidos neste Artigo, e considerará o somatório das áreas úteis das unidades;

§ 2º O potencial construtivo adicional calculado em m² será definido em Certificado de Potencial Construtivo Adicional, emitido pelo poder público municipal, especificando, ainda, o perímetro de aplicação e prazo de validade de 36 meses a contar da data da emissão, conforme regulamentado pelo poder executivo municipal;

§ 3º A produção de HIS 3 ou HMP não gera Certificado de Potencial Construtivo Adicional;

§ 4º A produção de HIS em ZEIS não gera Certificado de Potencial Construtivo Adicional;

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§ 5º O potencial construtivo adicional pode ser utilizado para uso residencial ou outros, em uma ou mais áreas, desde que observados o perímetro de utilização estabelecido, o(s) uso(s) permitido(s) pelo zoneamento e o limite do coeficiente máximo definido, além de demais disposições da LPUOS;

§ 6º A utilização do Certificado de Potencial Construtivo Adicional está condicionada ao limite de coeficiente de aproveitamento estabelecido para o imóvel receptor, podendo ser utilizado em mais de um imóvel receptor até o limite do potencial estabelecido no Certificado e observado o perímetro de utilização permitido.

§ 7º Um imóvel receptor pode utilizar mais de 1 (um) Certificado de Potencial Construtivo Adicional, desde que observados o perímetro de utilização de cada Certificado e o limite do coeficiente máximo definido e demais disposições da LPUOS;

§ 8º A construção, no imóvel receptor, que exceder o coeficiente básico estabelecido acrescido do(s) potencial(is) construtivo(s) adicional(is) concedido(s) pelo certificado(s) utilizado(s), pagará outorga onerosa conforme estabelecido pela legislação municipal, respeitado o limite do coeficiente máximo definido na LPUOS, equivalente à área construída que exceder a soma do coeficiente básico acrescido do potencial adicional constante no Certificado de Potencial Construtivo Adicional utilizado.

§ 9º É permitida a comercialização do Certificado de Potencial Construtivo Adicional que pode ser utilizado por agente produtor/promotor diferente daquele cujo empreendimento de HIS gerou o potencial, sempre observados os parâmetros de utilização – perímetro e prazo – nele estabelecidos.

SEÇÃO III

DA TAXA DE OCUPAÇÃO

Art. 39. A taxa de ocupação para EHIS e EHMP/HIS varia entre 75% e 85% de acordo com a localização e a distribuição de percentuais de faixa de HIS, conforme os Quadros 1 e 3 anexos.

Parágrafo único: Em ZUE, excepcionalmente, a taxa de ocupação será reduzida para 70%.

SEÇÃO IV

DAS ÁREAS NÃO COMPUTÁVEIS

Art. 40. Em EHIS e EHMP/HIS considera-se área não computável:

I - A área destinada a estacionamento e espaço de circulação e manobra de veículos, limitado à proporção de 1 vaga por unidade;

II - O pavimento térreo, quando nele não houver áreas de uso privativo;

III - O último pavimento, quando neste houver somente casa de zelador, casa de máquinas e caixas d’água;

IV - Jardineiras e varandas.

V – As áreas em nível térreo destinadas ao estacionamento de bicicletas, bem como vaga destinada exclusivamente ao cumprimento da legislação de acessibilidade e 1 vaga destinada a carga e descarga, se houver, incluindo área de circulação e manobra;

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Parágrafo único: em categoria de uso misto, as áreas privativas de uso não residencial serão, obrigatoriamente computadas.

SEÇÃO V

DO GABARITO

Art. 41. O gabarito básico para EHIS e EHMP/HIS será de:

I – Na ZUP: 15,0 m (quinze metros) medido do piso do pavimento térreo até a soleira do último pavimento.

II – Na ZUC e ZUR: 12,0 m (doze metros) medido do piso do pavimento térreo até a soleira do último pavimento.

§ 1º Na ZMT o gabarito básico é aquele estabelecido pela LPUOS.

§ 2º - Considera-se pavimento térreo aquele onde se tem o acesso de pedestres ao edifício. Havendo mais de um acesso, o pavimento térreo é aquele situado na cota mais baixa do terreno e, portanto, mais desfavorável à medição do gabarito.

§ 3º - Não será computado, para fins de aferição do gabarito da construção, o subsolo destinado à garagem, cujo piso do pavimento imediatamente superior estiver até 1,5 m (um metro e cinquenta centímetros) do nível médio do passeio. Pavimentos destinados exclusivamente à garagem, que sejam implantados em cotas superiores a 1,5 m (um metro e cinquenta centímetros) do nível médio do passeio, por razões de impedimento técnico de presença de rochas no subsolo, e destinados ao atendimento das quantidades necessárias de vagas de estacionamento previstas nesta Lei, serão desconsiderados na aferição do gabarito. Nesses casos o pavimento térreo será aquele imediatamente superior ao mais elevado pavimento de garagens.

§ 4º - Será admitida a cota máxima de 2,30 m (dois metros e trinta centímetros) para o subsolo destinado a garagem, acima do nível médio do passeio, em locais onde é permitida a verticalização das construções, mas onde não haja possibilidade de escavação do solo. A característica geológica do solo deverá ser comprovada por laudo técnico de profissional técnico habilitado, acompanhado de relatório de sondagem. Considera-se nível médio do passeio a média aritmética entre a cota mais alta e a cota mais baixa da testada do terreno em que situar a entrada de pedestres.

Art. 42. O gabarito básico, a que se refere o Artigo anterior, poderá ser ultrapassado até o limite de previsto na LPUOS para cada zona, desde que o EHIS ou EHMP/HIS inclua fachada ativa na edificação lindeira ao logradouro público ou desde que atendidos os recuos estabelecidos na LPUOS.

CAPÍTULO IV

SEÇÃO I

DAS ESPECIFICAÇÕES MÍNIMAS DA UNIDADE DE HIS

Art. 43. A unidade de HIS deve atender aos seguintes parâmetros mínimos:

I – área útil de 38,0 m² (trinta e oito metros quadrados) para quaisquer tipologias de casas e apartamentos, exceto a unidade evolutiva;

II – composta por 1 (um) sanitário, 2 (dois) dormitórios, sala, cozinha e área de serviço conjugadas;

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III – pé-direito de:

a) 2,50 m (dois metros e cinquenta centímetros) para sanitário;

b) 2,70 m (dois metros e setenta centímetros) para os demais compartimentos;

IV – largura em, pelo menos, uma das paredes:

a) 1,20 m (um metro e vinte) para sanitário;

b) 2,40 m (dois metros e cinquenta centímetros) para os dormitórios;

c) 1,80 m (um metro e oitenta) para cozinha.

§ 1º O pé-direito do item b) do Inciso III pode ser reduzido para 2,50 m (dois metros e cinquenta), desde que as aberturas para aeração correspondam a ⅙ da área do piso e o do item a) pode ser reduzido para 2,30 m (dois metros e trinta centímetros), desde que com ventilação direta.

§ 2º Admite-se um único dormitório podendo, neste caso, reduzir a área mínima útil do inciso I para 32,00 m² (trinta e dois metros quadrados), nos seguintes casos:

a) casas com possibilidade de ampliação. Neste caso, a área computada para cálculo da taxa de ocupação e do coeficiente de aproveitamento deve incluir a área de ampliação prevista;

b) apartamentos, desde que em lotes de até 1.500,00 m2 (mil e quinhentos metros quadrados), localizados na ZUP;

c) apartamentos em EHIS e EHMP/HIS, localizados em qualquer região, desde que o número de unidades de 1 dormitório não ultrapasse 20% (vinte por cento) do total de unidades do empreendimento.

§ 3º No caso de casas de um único dormitório, deve ser incluído projeto executivo de ampliação das unidades, com pelo menos 3 alternativas.

§ 4º Em produção em regime de auto-gestão, os apartamentos de um único dormitório não estão sujeitos aos limites do parágrafo 2º.

§ 5º A área de serviço pode ser externa no caso de casas podendo, neste caso, reduzir a área mínima da casa para 36,0 m² (trinta e seis metros quadrados);

§ 6º Para fins de aplicação do inciso I do “caput” deste Artigo considera-se área útil, a área construída, subtraída dos espaços ocupados pelas paredes, colunas ou elementos construtivos que não permitam sua utilização;

Art. 44. Admite-se a unidade residencial evolutiva (embrião) de, no mínimo,18,0 m² (dezoito metros quadrados) em planos integrados de loteamento destinados a HIS1 desde que observadas as seguintes condições:

I – composta por, no mínimo, um cômodo de uso múltiplo e um banheiro;

II – demonstração da área projetada para ampliação futura, que deverá atender a área mínima estabelecida no Inciso I do Artigo 43;

III – previsão de ampliação pode ser horizontal ou vertical (unidade assobradada) e deve constar em projeto executivo a ser fornecido, sempre com, pelo menos, 3 alternativas ;

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IV – o cômputo da área total da unidade ampliada no cálculo da taxa de ocupação e do coeficiente de aproveitamento;

V – entregue com instalações elétricas e hidráulico-sanitárias.

SEÇÃO II

DAS ESPECIFICAÇÕES MÍNIMAS DE EHIS e EHMP/HIS

Art. 45. O EHIS e EHMP/HIS nas tipologias Conjunto Horizontal ou Conjunto Vertical devem atender às seguintes disposições:

I – ser implantado em lote com frente mínima de 10,0 m (dez metros);

II – ser implantado em lote com, no máximo, 10.000,0 m² (dez mil metros quadrados);

III – comportar, no máximo, 300 (trezentas) unidades habitacionais por lote.

§ 1º A acessibilidade deve estar assegurada em todas as áreas comuns do pavimento térreo ou subsolo, se houver, bem como nos equipamentos públicos, se houver.

Art. 46. As vias condominiais de EHIS e EHMP/HIS, seja em Conjunto Horizontal ou Vertical, devem:

I - ter leito carroçável de, no mínimo, 6,0 m (seis metros);

II - ser pavimentadas;

III - observar as demais disposições e parâmetros da LPUOS.

Art. 47. As áreas de estacionamento ou vagas de garagem, quando houver, devem estar localizadas dentro do lote e considerar as seguintes disposições:

I – as vagas de automóveis são:

a) dispensadas para EHIS em lotes de até 1.500,00m² (mil e quinhentos metros quadrados) na ZUP e de até 1.000,00 m² nas demais zonas;

b) dispensadas em corredores de ônibus implantados; c) obrigatórias em EHIS e EHMP/HIS, em lotes com área acima de 1.500,00

m² (mil e quinhentos metros quadrados) na ZUP e de 1.000,00 m² nas demais zonas, na proporção mínima de 1 vaga para cada 3 unidades de HIS e para cada 1 unidade de HMP.

§ 1º Em empreendimentos sem garagem ou área de estacionamento, deve ser prevista espaço de vaga para carga e descarga, que pode estar localizada na via pública.

§ 2º Em EHIS e EHMP/HIS o número de vagas não pode ultrapassar a razão de 1 vaga por unidade habitacional;

§ 3º As vagas destinadas preferencialmente para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida são obrigatórias conforme disposições estabelecidas em Decreto específico e são computadas no número de vagas mínimas exigidas;

§ 4º Em qualquer caso deve ser garantida a acessibilidade às áreas de estacionamento onde estejam localizados a vaga para pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida e o espaço para carga e descarga.

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II – as vagas para motocicletas são facultativas, sendo limitadas a, no máximo, 1 (uma) por unidade;

III – as vagas de bicicleta são facultativas em conjuntos horizontais, mas obrigatórias em conjuntos verticais na proporção mínima de 1 (uma) vaga para cada 3 (três) unidades habitacionais;

Art. 48. Em EHIS localizados em corredores de ônibus implantados e em eixos de circulação, sendo de uso misto com fachada ativa, poderá ser construída garagem situada em subsolo, contendo número de vagas superior ao limite estabelecido no § 2º do Artigo 47 e explorada comercialmente, mantida a condição de área não computável estabelecida pelo Artigo 40.

Art. 49. As vagas devem observar o seguinte dimensionamento mínimo:

Tipo de veículo Dimensões (m) Faixa de acesso

altura Largura compr. 0 a 45° 46 a 90°

Padrão 2,10 2,20 4,70 2,75 4,50

Acessível 2,30 3,50 5,50 3,80 5,50

Vaga de carga e descarga 3,50 3,10 8,00 4,50 7,00

Moto 2,00 1,00 2,00 2,75 2,75

Bicicleta 0,75 1,80

Parágrafo único: Para a vaga de bicicleta, admite-se outras soluções de projeto, com dimensionamento inferior ao estabelecido no caput.

Art. 50. Os recuos mínimos em EHIS e EHMP/HIS devem ter:

I – Edificações com até 2 pavimentos:

a) recuo de frente, lateral e de fundo dispensados. Parágrafo Único: Na face que houver abertura o recuo lateral mínimo será de 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros);

II - Edificações com mais de 2 pavimentos de altura até o gabarito básico e em

lotes com área de até 1.500,00 m² (mil e quinhentos metros quadrados), os recuos de divisa são:

a) recuo de frente dispensado somente em casos de via compartilhada, sendo que nas vias de acesso, local, coletora e avenidas deverá ser promovido o alargamento da calçada para, no mínimo, 4,0 m (quatro metros), contados a partir da guia externa, criando uma faixa de transição.

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b) recuos laterais dispensados, desde que nas faces com abertura para iluminação e ventilação de ambientes sejam atendidas as normas edilícias vigentes. Na face que houver abertura o recuo lateral mínimo será de 2,0m (dois metros);

c) recuo de fundo mínimo de 3,0 m (três metros) para quando não houver recuo lateral e de 2,0 m (dois metros) para quando houver pelo menos um recuo lateral.

III - Edificações em lotes com altura até o gabarito básico, com área superior a

1.500,00 m² (mil e quinhentos metros quadrados), os recuos de divisa são:

a) recuo de frente mínimo substituído pelo alargamento da calçada para, no mínimo, 4,0 m (quatro metros), contados a partir da guia externa, criando uma faixa de transição;

b) recuo nas demais divisas de, no mínimo, 3,0m (três metros).

IV – Edificações com altura superior ao gabarito básico os recuos de divisa são:

a) recuo de frente definido pela fórmula R=H/6, sendo sempre, no mínimo de 2,0 m (dois metros) e obrigatória a constituição da faixa de transição com alargamento da calçada e distância mínima da guia de 4,0 m (quatro metros). Em caso de fachada ativa, fica dispensado o recuo, mas mantida a exigência da faixa de transição.

b) recuo, nas demais divisas, definido pela fórmula R=H/8, sendo sempre, no mínimo de 3,0 m (três metros).

§ 1º Nos incisos II, III e IV os recuos entre edifícios localizados em um mesmo lote devem ser de, pelo menos, 4,0 m (quatro metros) nas faces com abertura para iluminação e ventilação de ambientes de longa permanência, e de pelo menos 2,0 m (dois metros) nas faces sem abertura ou com abertura para iluminação e ventilação de ambientes de curta permanência.

§ 2º Na faixa de transição é permitida a projeção de jirau, marquise ou sacada, mas é proibida a vedação com muros, vidros ou grades ao longo de toda a sua extensão, ou a ocupação por vagas de garagem, devendo estar fisicamente integrada ao passeio público, com acesso irrestrito.

§ 3º Nas faces lindeiras aos logradouros públicos, independentemente da edificação ter frente ou não para tais logradouros e independentemente também da via já estar implantada ou se tratar de diretrizes viárias contidas no plano viário, a supressão do recuo lateral ou de frente será admitida somente se captadas as águas pluviais do telhado e conduzidas ao sistema de drenagem de águas pluviais; e, ainda, que o sistema de iluminação e ventilação não interfira na rede de energia elétrica do logradouro.

§ 4º Nas fórmulas acima, R é a dimensão do recuo em metro linear e H é a altura do edifício em metro linear contada a partir do piso do pavimento térreo podendo estar até 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros) do nível médio do passeio, até a soleira do piso do último pavimento servido por elevador coletivo;

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§ 5º Nas faces lindeiras aos logradouros públicos em vias expressas os recuos são estabelecidos pela LPUOS.

Art. 51. Em EHIS e EHMP/HIS, a fachada ativa, ocupada por uso não residencial e localizada no nível do logradouro, deve observar às seguintes condições:

I - ter aberturas para o logradouro público, tais como portas, janelas e vitrines, com permeabilidade visual, com, no mínimo, 1 (um) acesso direto ao logradouro a cada 20,0 m (vinte metros) de testada;

II - o recuo entre a fachada ativa e o logradouro público deve estar fisicamente integrado ao passeio público, com acesso irrestrito, não podendo ser vedado com muros ou grades ao longo de toda a sua extensão, nem ser ocupado por vagas de garagem;

III - na via que não possua faixa exclusiva ou corredores de ônibus, o recuo entre a fachada ativa e o logradouro público pode abrigar, excepcionalmente, vagas de estacionamento de automóveis até o limite de 50% (cinquenta por cento) da testada, desde que mantida a faixa de transição com o alargamento da calçada para 4,0 m (quatro metros) a partir da guia e respeitado o dimensionamento das vagas conforme a LPUOS.

Art. 52. Os EHIS e EHMP/HIS na modalidade Conjunto Horizontal ou Conjunto Vertical em lote com mais de 1.500,00 m² (mil e quinhentos metros quadrados) deve dispor dos seguintes espaços de uso comum do condomínio:

I - coberto, com área mínima equivalente a, no mínimo, 2% da área, não podendo ser inferior a 70,0 m² (setenta metros quadrados);

II - descoberto, podendo constituir área permeável, equivalente a, no mínimo, 3% da área, não podendo ser inferior a 80,0 m², caso não haja uma praça pública com, no mínimo, esta mesma dimensão, a um raio máximo de distância do empreendimento de 500,00 m (quinhentos metros).

§ 1º Esses espaços devem apresentar condições de acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida;

§ 2º No caso de reforma de edificação existente, a exigência do “caput” deste Artigo estará dispensada em caso de comprovada impossibilidade de aplicação.

Art. 53. O Conjunto Vertical composto por mais de 4 pavimentos acima da cota do pavimento térreo deve incluir a instalação de, no mínimo, 1 (um) elevador para até 10 pavimentos e, no mínimo, 2 (dois) elevadores para acima de 11 (onze) pavimentos além do térreo.

Parágrafo único: O elevador está dispensado quando o desnível a partir do nível do pavimento de acesso da edificação até qualquer unidade habitacional for, no máximo, de 12,0 m (doze metros), seja em cota superior ou inferior ao pavimento térreo.

CAPÍTULO V

DA REFORMA E REQUALIFICAÇÃO DE EDIFICAÇÃO EXISTENTE PARA A IMPLANTAÇÃO DE EHIS OU EHMP/HIS

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Art. 54. Em caso de reforma ou requalificação de edificação existente para a produção de EHIS ou EHMP/HIS, é permitida a utilização da taxa de ocupação e do coeficiente de aproveitamento do edifício existente, quando maiores do que os estabelecidos nesta Lei.

§ 1º Podem ser considerados como reforma ou requalificação, demolições ou ampliações que envolvam até 50% (cinquenta por cento) do total da área existente regular edificada do lote. Casos que ultrapassem este patamar são considerados como projeto novo;

§ 2º Imóveis considerados de relevância histórica, arquitetônica ou cultural pelo poder executivo municipal e localizados no Quadrilátero Central ou no Centro Expandido envolvendo os bairros de Campos Elíseos, Vila Tibério, Vila Seixas e Bonfim Paulista, podem sofrer demolição ou ampliação superiores a 50%, desde que preservada a conformação arquitetônica da edificação, conforme análise técnica da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública;

§ 3º Poderão ser aceitas soluções que não atendam integralmente às disposições previstas nesta Lei, desde que:

I – não comprometam a salubridade, nem acarretem redução de acessibilidade e de segurança de uso;

II – a edificação seja adaptada às condições de segurança de uso e de acessibilidade, observado o princípio de adaptação razoável.

§ 4º Considera-se requalificação a reforma de edificação existente, licenciada, com área regular lançada no Cadastro de Edificações do Município anterior a 2007, independentemente de sua condição de regularidade na data do protocolo do pedido.

§ 5º Na reforma e requalificação de edificação existente, é considerado não computável o aumento de área quando destinado ao atendimento a regramentos de segurança, acessibilidade, higiene e salubridade das instalações da edificação.

Art. 55. Os imóveis considerados de relevância histórica, arquitetônica ou cultural pelo poder executivo municipal e localizados no Quadrilátero Central ou no Centro Expandido envolvendo os bairros de Campos Elíseos, Vila Tibério, Vila Seixas e Bonfim Paulista, podem sofrer reforma ou requalificação para fins de locação social, conforme as disposições estabelecidas no Capítulo VI.

CAPÍTULO VI

DA LOCAÇÃO SOCIAL

Art. 56. Os parâmetros e benefícios estabelecidos por esta Lei serão estendidos às unidades destinadas à locação social, desde que observadas as condições estabelecidas a seguir:

I – A distribuição de percentuais de HIS 1, 2 e 3, seja atendida conforme estabelecido nesta Lei;

II – O valor do somatório de aluguel, IPTU e condomínio não poderá ultrapassar 30% da renda bruta máxima fixada para cada faixa de HIS conforme estabelecido nesta Lei;

III – Compromisso de locação por prazo mínimo de 15 (quinze) anos, após o qual a UH pode ser vendida, desde que, obrigatoriamente para a mesma faixa de HIS;

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IV - Havendo previsão legal, mediante alteração na Lei dos Registros Públicos (Lei 6.015 de 31 de dezembro de 1973), a destinação deve estar gravada na matrícula do imóvel;

Art. 57. O empreendimento destinado à locação social gozará de IPTU social, enquanto durar a locação.

Art. 58. A gestão dos empreendimentos destinados à locação social é de responsabilidade do proponente do empreendimento, o qual poderá terceirizar a gestão desde que mantidos os compromissos de público-alvo, valor de aluguel e prazo de locação.

CAPÍTULO VII

DA URBANIZAÇÃO E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Art. 59. Em ZEIS 2 será elaborado Plano de Urbanização e Regularização Fundiária: conjunto de ações integradas que visem o desenvolvimento global da área, abrangendo aspectos urbanísticos, socioeconômicos, jurídicos, ambientais, de regularização fundiária, de produção habitacional, de infraestrutura e de mobilidade e acessibilidade urbana.

§ 1º O Plano de Urbanização e Regularização Fundiária deve conter, no mínimo:

I - diretrizes urbanísticas, bem como a definição de usos e parâmetros de ocupação permitidos, específicos para a respectiva ZEIS;

II - projeto de parcelamento, e seus respectivos memoriais, especificando o traçado dos lotes e do sistema viário, as faixas non aedificandi e as áreas reservadas ao uso público, onde houver;

III - projetos indicativos das obras de urbanização e implantação de equipamentos públicos, incluindo terraplanagem, abastecimento de água, esgotamento sanitário, fornecimento de energia elétrica e de iluminação pública e obras de escoamento de águas pluviais;

IV - custo estimado das obras de urbanização ainda não implantadas, bem como das demais ações necessárias, com a definição da responsabilidade de aporte de recursos;

V - projeto arquitetônico das construções, quando houver previsão de entrega de unidades prontas;

VI - situação fundiária e instrumentos jurídicos necessários à regularização da área;

VII - indicação de áreas de lazer e convívio da população, onde houver;

VIII - cadastro das famílias a serem beneficiadas e o projeto de trabalho social a ser desenvolvido ao longo da intervenção, para assegurar a participação das mesmas;

IX - projeto de reassentamento com as soluções propostas, quando a urbanização ou regularização fundiária implicar em reassentamento de famílias; e

X - relatório técnico ambiental quando, na área a ser regularizada, houver ocupação de APP ou quando estiver na ZMT.

§ 2º A critério do poder executivo municipal poderá ser elaborado mais de um Plano de Urbanização e Regularização para uma única área demarcada como ZEIS 2;

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Art. 60. Adota-se, para os instrumentos de regularização fundiária, a legislação vigente.

CAPÍTULO VIII

DA FISCALIZAÇÃO E DAS PENALIDADES Art. 61. A fiscalização do cumprimento dos parâmetros estabelecidos por esta lei será efetuada pelo Poder Executivo, que emitirá auto de infração, especificando prazo para correção da irregularidade.

§ 1º. Quando a infração não for solucionada no prazo estipulado, será aplicada multa conforme regulamentado por Decreto específico;

§ 2º Infrações relativas às disposições do Plano Diretor, LPUOS ou Código de Obras, tais como usos proibidos, parcelamento ou edificação iniciados sem aprovação prévia da autoridade competente ou demais infrações estarão sujeitas às penalidades cabíveis previstas na respectiva legislação. Art. 62. Quando a infração for relativa à comercialização das unidades ou ao aluguel social, consistindo no desrespeito aos percentuais de HIS e de distribuição entre as faixas de HIS 1, 2 e 3 estabelecidos para usufruto de parâmetros e incentivos, em desacordo com os termos do projeto aprovado conforme as disposições desta Lei, os infratores ficam sujeitos às seguintes penalidades, sem prejuízo de outras eventualmente cabíveis:

I – quando a comercialização tiver respeitado o total mínimo exigido destinado a HIS, mas houver desrespeitado a distribuição entre faixas será aplicada multa, conforme o maior valor obtido a partir da aplicação dos parâmetros a seguir para cada unidade com destinação desvirtuada:

a) 2,5% (dois e meio por cento) do valor de venda da unidade para cada nível de faixa de HIS desrespeitado, até o máximo de 5% (cinco por cento) para unidades destinadas a HIS 1 comercializadas para HIS 3; ou,

b) O múltiplo de 5 (cinco) vezes a diferença entre o limite de renda familiar da faixa de HIS para qual a unidade estaria destinada e a renda da família adquirente.

II – quando a comercialização não tiver respeitado o total mínimo exigido para HIS, serão aplicadas, conjuntamente, as seguintes penalidades, por cada unidade destinada a HIS no projeto aprovado que tenha sido comercializada para família não enquadrada na correspondente faixa de HIS:

a) 15% (quinze por cento) sobre o valor de venda da unidade;

b) pagamento da outorga devida por coeficiente utilizado indevidamente, com multa de 100% (cem por cento) sobre o valor da outorga devida;

c) perda e compensação de isenções e incentivos tributários concedidos pelo Poder Público Municipal, acrescida de multa de 100% (cem por cento) sobre o valor do incentivo recebido indevidamente;

§ 1º. Em qualquer dos casos, o pagamento da multa só será admitido em espécie, ao FIN-MORAR, em prazo máximo de 60 (sessenta dias) a partir da autuação;

§ 2º. As situações previstas nos Incisos I e II também acarretam a invalidação do Certificado de Potencial Construtivo adicional, proporcional às áreas de HIS 1 e 2 efetivamente não destinadas a essas faixas.

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CAPÍTULO IX

DOS REQUISITOS DE CADASTRO E CRITÉRIOS DE PRIORIZAÇÃO E INDICAÇÃO DA DEMANDA E SELEÇÃO DE BENEFICIÁRIOS

Art. 63. Em todas as unidades destinadas a HIS, seja em Parcelamentos de Interesse Social, Plano Integrado, EHIS ou EHMP/HIS para efeito de utilização desta Lei, a indicação da demanda é prerrogativa do poder executivo do município, conforme as disposições aqui estabelecidas e regulamentadas por Decreto específico.

Art. 64. A indicação será feita com base nas faixas de HIS (1, 2 e 3) que compõem o parcelamento ou empreendimento e contemplará os integrantes do Sistema Municipal de Administração da Demanda Habitacional, elencados em ordem de prioridade de atendimento conforme os critérios aqui estabelecidos.

§ 1º Cabe ao promotor do empreendimento respeitar a ordem de prioridade estabelecida pelo Município;

§ 2º Projetos e programas que contêm com subvenção da União, Estado ou Município devem respeitar as normas específicas de indicação, seleção e priorização estabelecidas em cada caso;

§ 3º No caso de promoção e/ou produção por associações habitacionais e cooperativas populares, a seleção ficará, excepcionalmente, a cargo da entidade promotora.

§ 4º Será admitida a indicação de famílias provenientes de um mesmo assentamento irregular (Demanda Fechada), em razão de estarem em área de risco, terem sido desabrigadas por motivo de risco ou objeto de relocação por projeto de urbanização ou regularização fundiária, ficando excepcionalmente dispensado o processo de seleção conforme os critérios de priorização aqui estabelecidos:

a) A indicação da demanda fechada é prerrogativa do executivo e requer deliberação do Conselho Municipal de Habitação.

b) Descontada a Demanda Fechada, havendo unidades sobressalentes a serem ofertadas, a seleção deverá respeitar os critérios de priorização estabelecidos nesta Lei.

§ 5º - A relação dos candidatos selecionados será publicada na rede mundial de computadores através do site da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e do órgão responsável pelo Sistema Municipal de Administração da Demanda Habitacional.

Art. 65. A cada loteamento ou empreendimento com unidades destinadas a HIS para efeito de utilização desta Lei e aprovado pelo município conforme esta Lei:

I – O agente produtor deverá apresentar ao poder executivo municipal, em ficha resumo padrão por ele fornecida, a quantidade de unidades que destinará para HIS e as razões das quantidades alocadas em cada faixa de HIS;

II – A destinação para HIS integrará o Termo de Compromisso a ser firmado;

III – Na fase de comercialização, o proponente deverá primeiramente esgotar a lista de candidatos fornecida pelo Município, seguindo a ordem de priorização de atendimento;

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IV – Constatado o esgotamento da demanda fornecida pelo cadastro municipal, poderá haver oferta ao mercado, porém os eventuais interessados deverão ser encaminhados para cadastramento no Sistema Municipal de Administração da Demanda Habitacional, antes de efetivada a comercialização;

V – A comercialização só poderá ser efetivada, após a confirmação da realização do cadastramento no Sistema Municipal de Administração da Demanda Habitacional.

Art. 66. Para integrar o Sistema Municipal de Administração da Demanda Habitacional Social (cadastro) do Município é preciso comprovar:

I – renda familiar bruta máxima definida para o HIS 3;

II – residência ou trabalho no município por, pelo menos, 3 (três) anos;

III – nacionalidade brasileira nata ou naturalização ou, se estrangeiro, possuir visto permanente no País;

IV – não ser proprietário, cessionário, promitente comprador, usufrutuário de imóvel residencial; ser ou ter sido beneficiado anteriormente por qualquer outro Programa Habitacional de Interesse Social no município; ou, detentor de financiamento de imóvel residencial em qualquer local do País;

V – não estar inscrito no CadMut – Cadastro Nacional de Mutuários e no SIACI – Sistema de Administração de Carteiras Imobiliárias, excetuado o financiamento para material de construção para fins de conclusão, ampliação ou reforma de imóvel;

VI – não estar inscrito (restrições cadastrais) junto ao CADIN - Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados do Setor Público Federal.

§ 1º - Entende-se por renda familiar bruta a soma do conjunto de rendimentos das pessoas residentes no atual domicílio familiar, que contribuam para o rendimento e/ou tenham suas despesas atendidas pela respectiva família.

§ 2º - A prova de residência e domicílio no Município será feita por meio de apresentação de conta de consumo de concessionária municipal ou matrícula de escola de filhos ou dependentes legais. No caso de trabalho, apresentação de holerite, contrato ou carteira de trabalho.

§ 3º O Sistema Municipal de Administração da Demanda Habitacional deve contemplar, por meio dos dados cadastrais dos inscritos, as informações necessárias à aplicação dos critérios de hierarquização, priorização e seleção conforme disposto nesta Lei, observando:

I – o cadastramento deverá ser gratuito.

II – o cadastro contendo a identificação dos inscritos deverá estar permanentemente disponível para consulta pela população, por meios eletrônicos e junto ao poder executivo do município de Ribeirão Preto.

Art 67. A seleção e indicação dos candidatos pelo Sistema Municipal de Administração da Demanda Habitacional deverá obedecer aos seguintes critérios de hierarquização, de acordo com a ordem de prioridade a seguir:

I – famílias com filho ou dependentes legais com idade inferior a 18 anos (1 ponto para cada menor);

II – famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar (1 ponto);

III – famílias de que façam parte pessoas com deficiência (0,5 ponto por pessoa com deficiência, cumulativo à pontuação por idade);

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IV – famílias cujo comprometimento de renda com aluguel da moradia superior a 30% (0,08 pontos para cada ponto percentual acima dos 30%);

VI - famílias com chefe com mais de 60 anos, por ordem de idade (0,5 ponto para cada idoso);

VII – famílias residentes no Município há mais tempo (0,04 pontos para cada ano de residência acima dos 3 anos mínimos).

§ 1º - A pontuação para os critérios acima deverá ser de:

I – 1 ponto para cada menor);

II – 1 ponto;

III – 0,5 ponto por pessoa com deficiência, cumulativo à pontuação por idade;

IV – 0,08 pontos para cada ponto percentual acima dos 30%;

VI – 0,5 ponto para cada idoso;

VII – 0,04 pontos para cada ano de residência acima dos 3 anos mínimos).

§ 2º Em caso de empate, deverá ser aplicado o critério de menor renda per capita e, na sequência, maior tempo de cadastro.

§ 3º - Entende-se por mulher responsável pela unidade familiar para fins de atendimento ao atributo nacional do PMCMV as proponentes do sexo feminino, responsável pela unidade familiar onde inexistir integrante do sexo masculino cônjuge ou companheiro.

Art. 68. A comercialização deverá ser comunicada pelo proponente, para registro no Sistema Municipal de Administração da Demanda Habitacional, possibilitando o acompanhamento e controle pelo poder executivo municipal.

§ 1º - Após a comercialização das unidades de HIS, o poder público municipal emitirá Termo de Cumprimento do Atendimento de HIS, atestando a destinação para HIS, para fins de liberação da emissão do Certificado de Conclusão das edificações;

CAPÍTULO X

DO CONSELHO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO

Art. 69. O Conselho Municipal de Habitação será composto por representantes do Poder Executivo e representantes da sociedade civil, em conformidade com as diretrizes constantes do Plano Diretor e da Lei Orgânica do Município de Ribeirão Preto.

Art. 70. Compete ao Conselho Municipal de Habitação:

I - encaminhar sugestões para a formulação e implementação da Política e do Plano Municipal de Habitação de Interesse Social;

II – propor indicadores para acompanhar e avaliar a sua execução da política e dos programas habitacionais, oferecendo contribuições para seu aprimoramento;

III - sugerir programas de habitação de interesse social;

IV - apreciar propostas e projetos de intervenção do governo municipal relativas a ocupações e assentamentos de interesse social;

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V - convocar e implementar a Conferência Municipal de Habitação, que será aberta à população e aos órgãos e entidades participantes do Conselho e terá periodicidade bienal;

VI – apreciar orçamentos e planos de aplicação e metas anuais e plurianuais dos recursos do FIN-MORAR;

VII - emitir parecer sobre contas e relatórios de gestão do FIN-MORAR;

VIII - propor limites máximos de financiamento e subsídio, bem como as condições do financiamento para as aplicações dos recursos do FIN-MORAR;

IX - acompanhar e fiscalizar a gestão econômica, financeira e social dos recursos do FIN-MORAR e recomendar a suspensão do desembolso de recursos, caso sejam constatadas irregularidades em sua aplicação;

X - propor a forma de repasse a terceiros dos recursos sob a responsabilidade do FIN-MORAR;

XI - propor critérios e formas para as transferências dos imóveis vinculados ao FIN-MORAR aos beneficiários dos programas habitacionais;

XII - elaborar e aprovar seu regimento interno.

Art. 71. O Conselho terá a seguinte composição:

I - 10 representantes do poder executivo municipal indicados pelo prefeito;

II – 6 representantes de movimentos populares por moradia e associações de bairro;

III – 3 representantes do setor da construção civil da área da habitação;

IV – 1 representante de organização não governamental e entidades sem fins lucrativos que desenvolvem projetos de Habitação de Interesse Social;

V – 1 representante de entidade acadêmica;

VI – 1 representante de entidade profissional.

§ 1º A presidência do Conselho será exercida pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, ou pelo órgão que vier a substituí-lo na condução da política de habitação;

§ 2º O Presidente do Conselho exercerá o voto de qualidade, garantindo-se a cada conselheiro a autonomia no exercício de seu respectivo voto; § 3º Cada representação no Conselho deverá ser seguida da respectiva suplência; § 4º Os representantes da sociedade civil serão eleitos na Conferência Municipal de Habitação na forma do regimento proposto pelo Conselho de Habitação e aprovado pelo executivo municipal; § 5º Os membros do Conselho e os respectivos suplentes serão nomeados pelo Prefeito Municipal, inclusive seu presidente, mediante indicação realizada de acordo com a regulamentação da presente lei. § 6º O mandato dos membros do Conselho será de 2 (dois) anos, permitida uma recondução, sendo exercido gratuitamente e considerando como de relevante interesse público. Art. 72. A frequência de reuniões, procedimentos e regras para convocação e deliberação,

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entre outros aspectos do funcionamento do Conselho aqui não mencionados, serão disciplinados em Decreto específico e em Regimento Interno do Conselho.

CAPÍTULO XI

DA COMISSÃO ESPECIAL DE APROVAÇÃO DE PROJETOS DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL (CEPHIS) Art. 73. A Comissão Especial de Aprovação de Projetos Habitacionais de Interesse Social - CEPHIS, vinculada à Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, é competente para a análise técnica e aprovação de Parcelamento de Interesse Social, EHIS, EHMP/HIS e Plano de Urbanização conforme parâmetros e normas definidas nesta Lei.

§ 1º A CEPHIS será constituída de dois grupos de trabalho especialistas:

a) Grupo de Trabalho de Parcelamento e Empreendimento (GETEM): responsável pela análise de projetos de parcelamento de interesse social, EHIS e EHMP;

b) Grupo de Trabalho de Urbanização e Regularização Fundiária (GTUR) – responsável pelos Planos de Urbanização e Regularização.

Art. 74. A CEPHIS será composta por representantes dos seguintes organismos:

a. Secretaria de Planejamento e Gestão Pública; b. Secretaria do Meio Ambiente; c. Secretaria de Infraestrutura; d. Departamento de Aguas de Ribeirao Preto – DAERP; e. Empresa de Transito e Transporte de Ribeirao Preto – TRANSERP; f. Nucleo de Habitacao e Regularizacao Fundiaria.

Parágrafo único: A coordenação será exercida pelo Coordenador do Núcleo de Habitação e Regularização Fundiária da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública ou organismo que o substituir. Art. 75. A aprovação pela CEPHIS deverá ser formalizada por meio de parecer técnico subscrito pelos membros da CEPHIS e expressamente aprovado pelo Secretário de Planejamento e Gestão Pública; § 1º Na hipótese de haver divergência entre os membros da Comissão Especial de Aprovação de Projetos Habitacionais de Interesse Social (CEPHIS), deverão ser apresentados pareceres, em separado, cabendo ao Secretario de Planejamento e Gestão Pública, por decisão fundamentada, acolher aquele que melhor atenda os objetivos e diretrizes desta Lei e legislação conexa; § 2º Os projetos serão identificados com marca oficial padronizada para HIS, informando a classificação (EHIS ou EHMP/HIS) e as faixa de renda de HIS para as quais serão destinadas as unidades habitacionais.

CAPÍTULO XII

DOS INCENTIVOS FISCAIS PARA A PRODUÇÃO DE HIS

Art. 76. Os EHIS e EHMP/HIS de que tratam a presente Lei ficam isentos da taxa de esgoto durante o período de construção das obras.

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Art. 77. Os EHIS e EHMP/HIS, na modalidade empreendimento, loteamento e plano integrado ficam isentos, ainda:

I – do IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano - até a efetiva entrega do empreendimento aos mutuários;

II – das taxas e emolumentos incidentes sobre a expedição de certidões, diretrizes urbanísticas, ambientais, e de abastecimento de água potável e esgotamento sanitários, rede de galerias de águas pluviais e pavimentação, de análises, aprovações e certificados de conclusão incidentes sobre parcelamento de solo, desdobro, aglutinação e aprovação de edificações.

Art. 78. Apenas os EHIS e EHMP/HIS que tiverem no mínimo 50% das unidades destinadas a HIS1 e HIS2 usufruem:

I – da tarifa mínima de 2% do ISSQN - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - incidente sobre a execução por administração, empreitada ou subempreitada de construção civil, de todas as obras e serviços de edificações, de infraestruturas e outras obras semelhantes e respectivas engenharias consultivas, arquitetura, inclusive serviços auxiliares ou complementares típicos da construção civil, a reparação, conservação, reforma e demolição de edifícios prestados diretamente para implantação de parcelamento do solo e/ou de unidades acabadas unifamiliares ou multifamiliares;

II – de isenção da taxa de 10% referente à fiscalização da Secretaria de Obras Públicas;

§ 1º - A concessão da isenção prevista no inciso I deste Artigo refere-se aos serviços prestados no próprio local da obra ou com esta, especificamente relacionados, englobando os serviços relativos a engenharia, topografia, sondagem, fundações, arquitetura, projetos complementares de instalação elétricas, hidráulicas e de prevenção e combate a incêndio, estrutural, projetos de infraestruturas, geologia, urbanismo, construção civil, manutenção, limpeza, meio ambiente, saneamento e congêneres.

§ 2º - A alíquota do ISSQN incidente sobre os serviços não mencionados no inciso I deste Artigo e para os empreendimentos de HMP será determinada pelo poder executivo municipal;

§ 3º - As Isenções previstas neste Artigo abrangem o período compreendido entre a data de protocolo do pedido de aprovação do EHIS e EHMP/HIS, mesmo que anterior à presente lei, até a data de expedição do Certificado de Conclusão de Obras - HABITE-SE.

Art. 79. As UH destinadas a HIS 1 e 2, ficam isentas, ainda, do ITBI – Imposto sobre Transmissão Intervivos de Bens Imóveis – quando da primeira transmissão do imóvel produzido com base na presente Lei;

Parágrafo Único: O disposto nos Art X, Y, Z não gera direito de restituição se o tributo foi regularmente pago em momento anterior à publicação desta Lei.

CAPÍTULO XIII

DOS INCENTIVOS E METAS DE INCREMENTO DE CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE

Art. 80. Deverão ser estabelecidas metas incrementais de desempenho de sustentabilidade para projetos de HIS, regulamentadas por decreto específico, podendo estar vinculadas aos incentivos concedidos no Capítulo XII para:

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I – gestão da água;

II – eficiência energética;

III – qualidade urbana;

IV – qualidade de projeto;

V – conservação de recursos materiais.

Art. 81. Será estabelecida, em decreto, pontuação para os incisos I a V do Artigo 80 e concedida redução ou isenção da taxa de reforço do DAERP conforme pontuação obtida.

CAPÍTULO XIV

DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE HIS

Art. 82. O poder público municipal deverá manter um sistema de informações de HIS (SIGHIS) que contemple as seguintes informações:

I – Projetos que incluam unidades de HIS sob o amparo desta Lei:

a) localização; b) quantidade de unidades por faixa de HIS e finalidade (venda ou locação); c) fase; d) incentivos recebidos - gratuidade de potencial construtivo acima do coeficiente

básico; transferência de potencial construtivo, incentivos fiscais; e) se vinculado a algum programa público municipal, estadual ou federal;

II – Famílias ou indivíduos cadastrados no Sistema Municipal de Administração da Demanda Habitacional:

a) Pontuação recebida; b) Status e histórico;

III – Quantificações:

a) Unidades de HIS produzidas no Município; b) Monetária de incentivos concedidos;

IV – Conselho Municipal de Habitação:

a) Composição; b) Agenda de reuniões – data, horário e local; c) Ata das reuniões.

V – Projetos de Urbanização de Assentamentos Precários;

a) localização; b) valor de investimento e fonte de recursos; c) fase de implantação; d) número de famílias; e) reassentamentos.

VII – Regularização Fundiária

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§ 1º O SGHIS deverá ser permanentemente atualizado e permitir consulta pública, visando ao acompanhamento, monitoramento e avaliação da produção de HIS no município.

§ 2º O SGHIS deve fornecer informações gerenciais que subsidiem o poder público municipal na revisão desta Lei.

CAPÍTULO XV

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 83. A manutenção das obras do loteamento até a sua aceitação final, pela Prefeitura, é de responsabilidade do agente promotor.

Art. 84. Aplicam-se a EHIS e EHMP/HIS as disposições da LPUOS e do Código de Obras não mencionadas nesta Lei.

§ 1º Podem ser utilizados os dispositivos previstos na LPUOS não citados nesta Lei, desde que atendidas todas as condições estabelecidas naquela lei para sua aplicação.

§ 2º Em EHIS, não se aplicam as disposições da legislação municipal referente a polo gerador de tráfego.

Art. 85. A unidade de HIS em Loteamento HIS podem ser licenciadas por meio do Sistema de Licenciamento Eletrônico de Construções – SLC, na mesma forma do pedido de Alvará de Licença para Residência Unifamiliar.

Art. 86. As obras de infraestrutura que envolverem procedimentos não previstos nesta Lei, como transposição e canalização de córregos, muros de arrimo para contenção de viário existente ou projetado e obras externas ao loteamento deverão ser submetidas aos órgãos competentes para análise e aprovação, devendo essa obrigação constar dos documentos expedidos.

Art. 87. As vias de caráter não condominial pertencentes ao sistema viário de EHIS executado pela Administração Pública Direta ou por empresas com controle acionário do Poder Público, até a data da publicação desta Lei, ficam oficializadas independentemente da zona de uso na qual se situem.

§ 1º Não se aplica o disposto neste Artigo à ZMT ou qualquer Áreas de Preservação Permanente – APP.

Art. 88. Os pedidos de licenciamento protocolados até a data de entrada em vigor desta Lei e sem despacho decisório, serão analisados e decididos integralmente de acordo com a legislação em vigor à época do seu protocolo, exceto no caso de manifestação formal do interessado optando pela análise integral nos termos desta Lei.

§ 1º Os pedidos de que trata o “caput” deste Artigo poderão ser analisados e decididos de acordo com a legislação em vigor à época do protocolo quando o pedido de Alvará de Aprovação da edificação ou do parcelamento do solo também tenha sido requerido até a data da entrada em vigor desta Lei, no mesmo expediente ou em expediente próprio;

§ 2º Na hipótese da análise pela legislação em vigor à data do protocolo, não será admitida alteração do projeto que conste no processo que venha a criar ou agravar eventuais desconformidades com as disposições desta Lei.

§ 3º Quando se tratar de pedido de aprovação de projetos para a implantação das modalidades de parcelamento do solo descritas no Capítulo II desta Lei, os mesmos

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poderão ser analisados com base na legislação em vigor anterior à data da publicação desta Lei, desde que já tenha sido emitida a respectiva Certidão de Viabilidade e o pedido seja protocolado durante o prazo de vigência desta última;

§ 3º Os pedidos de Certidão de Viabilidade para loteamentos e condomínios fechados que possuírem as diretrizes ambientais, de uso do solo, viárias e urbanísticas já emitidas, estando todas elas no seu prazo de validade, aguardando apenas a emissão de diretrizes de outros órgãos, poderão ser analisados nos termos da legislação em vigor anterior à data da publicação desta Lei e a Certidão de Viabilidade, caso seja expedida, terá validade, de 1 (um) ano.

Art. 89. Os pedidos de que trata esta Lei, independentemente da data do protocolo, devem ser indeferidos quando ocorrer umas das seguintes situações:

I – não apresentem elementos suficientes para a análise (peças gráficas ou documentos);

II – apresentem infração aos índices urbanísticos estabelecidos na legislação nos termos da qual o pedido for analisado;

III – apresentem infrações insanáveis em relação ao COE e legislação correlata.

Art. 88. Compete à Comissão de Aprovação de Projetos Habitacionais de Interesse Social – CEPHIS analisar e opinar sobre casos omissos e propostas de alteração de parâmetros estabelecidos nesta Lei, desde que tecnicamente justificado.

Art. 90. Fazem parte integrante desta Lei os Quadros de 1 a 3, em anexo:

Art. 91. Esta Leo entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, notadamente:

I – os Artigos 7; 91; 92; 93; 97; 98; 99; 137 e o §2º do Inciso III do Artigo 62 da Lei Complementar nº 2157/2007.

II – a Lei Complementar 2351/2009

III – a Lei Complementar 2380/2009

IV – o Decreto 177/2015

V – o Decreto 185/2017 Palácio Rio Branco

DUARTE NOGUEIRA

Prefeito Municipal de Ribeirão Preto

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Anexos:

I. Quadros relativos a ZEIS:

Quadro 1 - parâmetros em ZEIS

ZEIS Coeficiente de Aproveitamento Taxa de Ocupação

Classe divisão/classificação

em sub-setor Mínimo Básico Máximo

Lotes de até 1.000,00m2

Lotes acima de 1.000,00 m2

ZEIS

2 - 0,8 1 5 0,85 0,80

ZEIS

1

ZUP 0,8 1 5 0,85 0,80

ZUC 0,5 1 5 0,80 0,75

ZUR 0,5 1 3 0,80 0,75

Quadro 2 - distribuição percentual de áreas

ZEIS % Mínimo da Área Construída Computável

Classe divisão/classificação em

sub-setor HIS1 HIS 2 HIS 3 Total HIS

ZEIS 2 - Conforme distribuição do

assentamento 75%

ZEIS 1

ZUP 20% 20% - 75%

ZUC 40% - 70%

ZUR 50% - 70%

1

II. Quadro relativo a áreas não demarcadas (ZEIS):

Quadro 3: Percentuais Mínimos de unidades destinadas a HIS para Concessão Gratuita de Coeficiente de Aproveitamento acima do Básico

Zona

EHIS EHMP/HIS

HIS1 HIS 2 HIS 3 Total

HIS

Coeficiente de

Aproveitamento

Não Oneroso

Tx

Ocupação

Lotes até

1.000,00 m2

Tx Ocupação

Lotes >

1.000,00 m2

HIS1 HIS 2 HIS 3 Total

HIS HMP

Coeficiente de

Aproveitamento

Não Oneroso

Tx Ocupação

Lotes até

1.000,00 m2

Tx Ocupação

Lotes >

1.000,00 m2

ZUP

20% 20% 40% 80% 5,0 0,85 0,80 20% 30% 10% 60% 40% 4,0 0,85 0,80

10% 30% 40% 80% 4,0 0,85 0,80 40% 20% 60% 40% 3,0 0,85 0,80

30% 50% 80% 3,0 0,85 0,80 30% 30% 60% 40% 2,0 0,85 0,80

20% 60% 80% 2,0 0,85 0,80 60% 60% 30% 1,5 0,85 0,80

ZUC

20% 30% 30% 80% 5,0 0,80 0,75 20% 30% 10% 60% 40% 4,0 0,80 0,75

10% 30% 40% 80% 4,0 0,80 0,75 40% 20% 60% 40% 3,0 0,80 0,75

30% 50% 80% 3,0 0,80 0,75 30% 30% 60% 30% 2,0 0,80 0,75

ZUR 50% 30% 80% 3,0 0,75 0,70 50% 10% 60% 40% 3,0 0,75 0,70

30% 50% 80% 2,0 0,75 0,70 30% 30% 60% 30% 2,0 0,75 0,70