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1 Prefeitura Municipal de Campo Belo ESTADO DE MINAS GERAIS Administração 2005/2008 - União, Ordem e Progresso LEI COMPLEMENTAR Nº 068 DE 10 DE OUTUBRO DE 2006. PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL DE CAMPO BELO

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Prefeitura Municipal de Campo Belo ESTADO DE MINAS GERAIS

Administração 2005/2008 - União, Ordem e Progresso

LEI COMPLEMENTAR Nº 068

DE 10 DE OUTUBRO DE 2006.

PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL DE CAMPO BELO

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Prefeitura Municipal de Campo Belo ESTADO DE MINAS GERAIS

Administração 2005/2008 - União, Ordem e Progresso

LEI COMPLEMENTAR N° 068, DE 10 DE OUTUBRO DE 2006.

Institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal do Município de CAMPO BELO e dá outras providências.

Em atendimento aos artigos 182 e 183 da Constituição Federal e em consonância com a Lei Federal 10.257 de 10 de julho de 2001, denominada Estatuto da Cidade e a Lei Orgânica do Município de CAMPO BELO, a Câmara Municipal de Campo Belo aprova e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º – Fica aprovado o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal do Município de CAMPO BELO como instrumento básico do desenvolvimento econômico e social do Município e da garantia do cumprimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, bem como de estruturação do território municipal e de melhoria da qualidade de vida de seus habitantes, dentro de um processo de gestão integrada e democrática, envolvendo governo e sociedade, de forma a garantir uma cidade para todos.

Art. 2º – Para o cumprimento do disposto no artigo anterior, o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de CAMPO BELO define políticas e formula diretrizes para atender aos seguintes objetivos:

a) regular a ocupação e uso do solo do território municipal, de forma adequada, a

partir de uma leitura integrada e sistêmica sobre a estruturação desse território pelas diferentes formas de assentamento humano ali existentes e pelas diversas atividades ali exercidas, resultantes de relações econômicas, sociais, culturais e políticas, dentre outras;

b) maximizar os impactos positivos e minimizar os impactos negativos ocorridos

no processo histórico de transformação desse território, analisando esse processo no contexto regional do Sul de Minas mineiro e na região do Lago de Furnas;

c) minimizar os impactos ambientais negativos ocorridos no processo de

transformação do território municipal, viabilizando a recuperação e a preservação dos recursos hídricos, a preservação do patrimônio ambiental, considerando que parte o território municipal de Campo Belo está dentro da área de influência do Lago de Furnas, buscando ampliar esse patrimônio através da criação de unidades de conservação integradas a áreas de interesse paisagístico e ao patrimônio histórico e cultural do município;

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d) desenvolver o potencial econômico do município em termos de suas vocações industrial, comercial e de serviços, agrícola, turística, entre outras, buscando distinguir aspectos relacionados à atração de empreendimentos e investidores, geração de trabalho, criação de empregos;

e) maximizar ações e investimentos públicos de suporte ao processo de

desenvolvimento social e à qualidade de vida da população, garantindo um trabalho integrado, intersetorial e multidisciplinar na definição e implementação das políticas públicas sociais;

f) regular a ocupação e o uso do solo urbano em termos de novos

parcelamentos, das densidades de ocupação, da regularização fundiária dos assentamentos informais, da localização de atividades, garantindo instrumentos políticos e jurídicos de controle urbanístico, necessários a uma adequada estruturação do espaço urbano dentro de uma perspectiva de desenvolvimento sustentável, tendo em vista um melhor funcionamento e um menor custo para a cidade;

g) criar condições efetivas de articulação do tecido urbano da sede melhorando as

condições de acessibilidade interna entre bairros ou agrupamentos de bairros; h) criar melhores condições de mobilidade urbana em termos da consolidação de

um sistema hierarquizado de vias e de um sistema de transporte coletivo que possam garantir a circulação adequada e em segurança, de veículos e pedestres;

i) melhorar as condições de saneamento ambiental relacionadas aos sistemas de

abastecimento de água, de esgotamento sanitário, de drenagem pluvial urbana e de limpeza pública, em termos de oferta, qualidade e atendimento à população, garantindo a saúde e evitando impactos ambientais negativos;

j) fortalecer um processo de gestão integrada, democrática e participativa do

desenvolvimento municipal, envolvendo governo e sociedade, mediante a criação e funcionamento de espaço institucional e órgão colegiado capazes de assumir esse papel;

k) fortalecer as estruturas de administração local em termos de organização,

recursos humanos, materiais e financeiros de forma a garantir ações integradas e intersetoriais que potencializem investimentos e promovam o desenvolvimento sustentável dentro de uma visão ampla de planejamento.

Parágrafo Único – Para complementar, explicar e defender os objetivos explicitados neste artigo, integram esta Lei os documentos Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume I; Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume II / Mapas; Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume III / Resultados da Pesquisa junto às Associações de Bairros; Volume IV / Processo de mobilização, sensibilização e estruturação da participação comunitária na elaboração do Plano Diretor, em anexo.

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CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PLANO DIRETOR DE DESENVOL VIMENTO MUNICIPAL DE CAMPO BELO

Art 3º - A base conceitual desta Lei se apóia nos assentamentos humanos e na adequada distribuição de suas atividades no território municipal, de acordo com os seguintes princípios básicos:

a) Entender a importância de uma reflexão sobre o município, seu

desenvolvimento e a ocupação de seu território no contexto da Região Sudoeste e da região do Lago de Furnas, para uma melhor compreensão das relações econômicas, sociais e culturais que definem a função ou o papel a ser exercido pelo conjunto das cidades que as integram;

b) Entender a estrutura urbana como uma estrutura orgânica onde as diferentes

atividades ali exercidas devem se articular de forma a garantir níveis melhores de qualidade de vida;

c) Entender o espaço físico como referencial e condicionante dos assentamentos

humanos e de suas atividades, dentro de um processo histórico de apropriação e transformação desse espaço.

d) Entender o patrimônio natural, histórico e sócio-cultural como produto de uma

sociedade e, assim sendo, sua importância e qualidade se afirmam quando são reconhecidos, defendidos e utilizados por essa sociedade, definindo seu valor coletivo;

e) Entender o processo de gestão democrática da cidade e do desenvolvimento

municipal sustentável como um trabalho integrado entre os diferentes agentes que interagem na construção da cidade e na promoção do desenvolvimento, representando o governo e a sociedade;

f) Entender a importância de que as diretrizes e propostas definidas pelo Plano

Diretor de Desenvolvimento Municipal sejam amplamente divulgadas e discutidas com a sociedade através de suas representações;

g) Entender a importância do papel do Poder Público Municipal como agente ativo

na busca de suportes políticos, institucionais, técnicos e financeiros para apoiar o processo de desenvolvimento econômico e social e estruturação do território, e promover a articulação com os demais níveis de governo;

h) Entender a importância do papel da sociedade, através de suas diversas

organizações representativas, na realização de trabalho em parceria com instituições públicas e na cobrança e fiscalização do cumprimento das diretrizes estabelecidas pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal;

i) Entender que todos deverão ter acesso e o direito à cidade devendo-se garantir

o pleno desempenho das funções urbanas relacionadas à habitação em condições dignas, ao saneamento ambiental, à circulação e ao transporte em condições adequadas, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, de forma a contribuir para a inserção social e a identificação do cidadão com sua cidade;

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j) Entender que a cidade deverá cumprir sua função social não excluindo ninguém do acesso à uma condição digna de vida e que a propriedade deverá cumprir também uma função social necessária à garantia do desenvolvimento sustentável a qualidade dos assentamentos humanos.

CAPÍTULO II

DA POLÍTICA URBANA

Art. 4º - O Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de CAMPO BELO atende à política urbana de que tratam os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, regulamentados pela Lei Federal 10.257 de 10/07/2001 denominada Estatuto da Cidade.

Art. 5º - A política urbana de que trata o artigo anterior tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, em prol do bem coletivo, da segurança e do bem estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental, mediante as seguintes diretrizes, que constam do Art. 2º, Capítulo I, do Estatuto da Cidade:

I - garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; II - gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social; IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente; V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais; VI – ordenação e controle do uso do solo de forma a evitar:

a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos; b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados

em relação à infra-estrutura urbana;

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d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente;

e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua sub-utilização

ou não utilização; f) a deterioração das áreas urbanizadas; g) a poluição e a degradação ambiental;

VII – integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de influência; VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites de sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território sob sua área de influência; IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização; X – adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e à fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais; XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de imóveis urbanos; XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico; XIII – audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população; XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais; XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacionais; XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o interesse social.

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CAPÍTULO III

DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA

Art. 6º – Os instrumentos da política urbana do Município de CAMPO BELO, aprovados por esta Lei são:

I – o planejamento municipal através do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal; II – o controle do parcelamento do solo através da Lei de Parcelamento do Solo, o controle do uso e da ocupação do solo através da Lei de Uso e Ocupação do Solo, o controle da elaboração de projetos e execução de obras através do Código de Obras, o exercício do poder de polícia administrativa municipal através do Código de Posturas; III – a regularização de parcelamentos aprovados, implantados e ocupados em áreas de Preservação Permanente – APP, tendo em vista o Art. 11 do Decreto 43.710/2004 que regulamenta a Lei Estadual 14.309 de 19/06/2002. Estes parcelamentos deverão ser considerados áreas antrópicas consolidadas e, para sua regularização, serão estudadas e definidas, em cada caso, as medidas compensatórias necessárias, entre as quais a criação e delimitação de unidades de conservação.

IV – o Plano Plurianual de Investimentos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Orçamento Anual, a gestão orçamentária participativa; V – planejamento ambiental, legislação ambiental no âmbito das competências municipais, criação de unidades de conservação com a preservação de cobertura vegetal de interesse, e elaboração do respectivo zoneamento ecológico e econômico, tendo em vista o equilíbrio ambiental, bem como a preservação dos recursos hídricos municipais, no interesse coletivo; VI - planos, programas e projetos com definição de ações e investimentos para a estruturação do espaço urbano, para o desenvolvimento econômico e para a implementação de políticas sociais;

VII – parcelamento, edificação ou utilização compulsórios - conforme Artigos 5º e 6º da Lei Federal 10.257/2001, lei municipal específica, para áreas incluídas no Plano Diretor, devem fixar as condições e os prazos para a implementação desta obrigação;

VIII – o direito de preempção - conforme Artigos 25 e 26 da Lei Federal 10.257/2001, lei municipal baseada no Plano Diretor delimitará as áreas em que incidirá o direito de preempção, fixando o prazo de vigência, não superior a cinco anos, renovável a partir de um ano após o decurso do prazo inicial de vigência; IX – a outorga onerosa do direito de construir e a alteração de uso do solo com contrapartida prestada pelo beneficiário - conforme o Artigos 28, 29, 30 e 31 da Lei Federal 10.257/2001, o Plano Diretor poderá fixar áreas nas quais o direito de construir poderá ser exercido acima do coeficiente de aproveitamento básico ou onde poderá ser permitida a alteração do uso do solo, mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário. Lei municipal específica estabelecerá as condições a serem observadas para a outorga onerosa do direito de construir;

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X – operações urbanas consorciadas - conforme Artigos 32, 33 e 34 da Lei Federal 10.257/2001, lei municipal específica, baseada no Plano Diretor, poderá delimitar área para a aplicação de operações urbanas consorciadas; XI – transferência do direito de construir - conforme Artigo 35 da Lei Federal 10.257/2001, lei municipal baseada no Plano Diretor, poderá autorizar o proprietário de imóvel urbano, privado ou público, a exercer em outro local, ou alienar, mediante escritura pública, o direito de construir previsto no Plano Diretor ou em legislação urbanística dele decorrente, quando o referido imóvel for necessários para os fins previstos nos incisos I, II e II da Lei Federal;

XII – a desapropriação com pagamento alternativo em títulos da dívida pública;

XIII – planos, programas e projetos com definição de ações e investimentos para responder às demandas habitacionais da população de baixa renda, através da instituição de zonas especiais de interesse social, da regularização fundiária urbana, da propositura da ação de usucapião especial de imóvel urbano e da utilização dos instrumentos concessão do direito real de uso e concessão do uso especial para fins de moradia; XIV – a garantia da assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos favorecidos; XV – a legislação tributária municipal através de incentivos e benefícios fiscais, da cobrança pelo uso dos espaços de domínio público, além de outros dispositivos de apoio aos instrumentos de controle urbanístico, às diretrizes de estruturação urbana, saneamento e preservação ambiental e às necessidades de investimentos, em consonância com a capacidade contributiva da população;

XVI – o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU, progressivo no tempo, em conformidade com o Artigo 7º da Lei Federal 10.257/2001; XVII – o instituto do tombamento; XVIII – os institutos de servidão administrativa e de limitações administrativas;

XIX – a realização de Estudos Prévios de Impacto Ambiental – EIA para apoiar o licenciamento ambiental a ser concedido pelo CODEMA, no âmbito do Município, ou pelos órgãos de política ambiental das esferas estadual ou federal de governo, dentro de suas respectivas competências. Nos casos em que os licenciamentos ambientais sejam de competência dos órgãos estaduais ou federais, os órgãos municipais de política ambiental deverão instruir e acompanhar a elaboração dos EIA, bem como acompanhar o processo de licenciamento, para garantir que as diretrizes do Plano Diretor relacionadas às questões ambientais, sejam observadas; XX – a realização de Estudos Prévios de Impacto de Vizinhança – EIV - conforme Artigo 36 da Lei Federal 10.257/2001, lei municipal definirá os empreendimentos e atividades privados ou públicos em área urbana que dependerão de elaboração de estudo prévio de impacto de vizinhança;

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XXI – a institucionalização do sistema de gestão integrada e democrática do desenvolvimento municipal através da criação e implantação de espaço institucional forte para órgão municipal com atribuições para o planejamento urbano e para a implantação e fiscalização das diretrizes da política urbana definida pelo Plano Diretor, bem como espaço institucional forte para órgão municipal com atribuições para a implantação e fiscalização da política municipal do meio ambiente, incluindo aí a elaboração e aprovação da Lei Ambiental do Município de Campo Belo, com recursos humanos, materiais e financeiros e, principalmente, da criação e implantação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Planejamento – CODEPLAN de composição participativa e de caráter deliberativo e consultivo;

Parágrafo único – O disciplinamento dos instrumentos de Política Urbana, referidos neste artigo, que serão objeto de leis municipais específicas, deverão atender ao disposto na Lei Federal 10.257/2001 – Estatuto da Cidade e se apoiar em estudos técnicos e deliberações decorrentes de um processo de gestão democrática. Art. 7º - O planejamento ambiental definido como instrumento de política urbana no inciso IV do Art. 6º deverá atender às preocupações relacionadas à:

I - recuperação e preservação dos recursos hídricos que integram a bacia do Ribeirão São João e as sub-bacias de seus tributários, em seus trechos urbanos, relativamente à interceptação e tratamento dos esgotos sanitários, à implantação de sistema de drenagem pluvial urbana, com o tratamento adequado dos fundos de vale, e à otimização do sistema de coleta e destinação final de resíduos sólidos;

II - recuperação e preservação dos recursos hídricos que integram toda a Bacia do Ribeirão São João, principalmente as bacias do Córrego do Bugre e Córrego Parreiras – mananciais de abastecimento público, as bacias do Rio Jacaré e do Ribeirão Capão dentro do território municipal, bem como as bacias dos demais tributários diretos do Lago de Furnas, relativamente à preservação das nascentes, à criação de áreas de interesse ambiental e paisagístico, e à criação unidades de conservação como Parques Municipais, Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPN, Corredores Ecológicos, Áreas de Preservação Ambiental - APAs.

Parágrafo Único – Para complementar, explicar e defender os objetivos explicitados neste artigo, integram esta Lei os documentos Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume I; Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume II / Mapas; Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume III / Resultados da Pesquisa junto às Associações de Bairros; IV – Processo de mobilização, sensibilização e estruturação da participação comunitária na elaboração do Plano Diretor

Art. 8º - Os planos, programas e projetos definidos como instrumentos de política urbana no inciso VI do Art. 6º deverão buscar, principalmente:

I - a implantação e consolidação de um sistema viário hierarquizado que promova a articulação interna entre bairros ou agrupamentos de bairros, favorecendo a mobilidade urbana

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II - a elaboração e implantação de projeto de requalificação, revitalização e valorização das Área Central do núcleo urbano da Sede, em termos de espaços/equipamentos de uso público, circulação de veículos e pedestres, mobiliário urbano, sinalização, e outros aspectos que possam contribuir para a o desenvolvimento das atividades ali localizadas e para o bem estar e conforto da população usuária;

III - a elaboração e implantação de projeto de valorização, preservação e revitalização do núcleo urbano do Distrito de Porto dos Mendes, tendo em vista seu potencial turístico, com a criação de espaços / equipamentos e infra-estrutura necessária a sua consolidação como polo turístico de Campo Belo às margens do Lago de Furnas;

IV - a elaboração e implantação de projeto de urbanização e desenho urbano com definições sobre uso e ocupação do solo e áreas de expansão, bem como sobre investimentos necessários em termos de equipamentos sociais e espaços de uso público para o povoado dos Dias, fortalecendo-o como sub centro de apoio às localidades situadas em seu entorno e ponto estratégico entre a sede e o lago de Furnas; V - a elaboração de projetos de regularização fundiária das áreas de ocupação informal dentro do perímetro urbano, bem como a elaboração de projeto de regularização de loteamentos já implantados e que apresentam irregularidades em termos de desconformidade com o projeto aprovado; VI - a implantação de programas habitacionais de interesse social para população de baixa renda e programas habitacionais de apoio aos processos de regularização fundiária onde haja necessidade de remanejamento de moradias situadas em áreas de risco; VII - a definição, através da legislação urbanística de uso e ocupação do solo, de zonas urbanas a serem reservadas para projetos e implantação de espaços e equipamentos de interesse sócio-cultural, favorecendo a formação de áreas de lazer, recreação, manifestações culturais e pontos de encontro para a população; VIII - a definição, através da legislação urbanística de uso e ocupação do solo, de zonas urbanas marginais e/ou de fácil acesso aos eixos rodoviários representados pelas BR 354 e BR 369 que margeiam a área urbana da sede, a serem reservadas para a implantação de atividades econômicas de maior porte e geradoras de tráfego, com muito baixo potencial poluidor, e que necessitem de boas condições de acessibilidade aos mercados regionais.

Parágrafo Único – Para complementar, explicar e defender os objetivos explicitados neste artigo, integram esta Lei os documentos Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume I; Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume II / Mapas; Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume III / Resultados da Pesquisa junto às Associações de Bairros, IV – Processo de mobilização, sensibilização e estruturação da participação comunitária na elaboração do Plano Diretor

Art. 9º – A aplicação dos instrumentos de política urbana constantes dos incisos VII, VIII, IX, X e XI do Art. 6º desta Lei, fica assim definida:

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I – o parcelamento compulsório:

- vazios urbanos existentes e áreas integrantes das zonas de expansão urbana definidas pela Lei de Uso e Ocupação do Solo e internas ao Perímetro Urbano, cujos limites deverão ser objeto de estudos a serem submetidos à deliberação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Planejamento – CODEPLAN proposto pelo inciso XXI do Art. 6º desta Lei, e deverão constar de Lei específica;

II – a edificação ou utilização compulsórias serão aplicadas nas áreas de adensamento preferencial conforme Mapa Macro-zoneamento da Área Urbana da Sede, integrante do Volume II – Mapas, e em outras zonas urbanas, a serem objeto de estudos, submetidos à deliberação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Planejamento – CODEPLAN proposto pelo inciso XXI do Art. 6º desta Lei, cujos parcelamentos aprovados e implantados sejam servidos com, no mínimo:

a) vias de acesso abertas e pavimentadas, com meio fio e sarjeta para águas pluviais;

b) serviços de infra-estrutura relacionados à rede de abastecimento de água, iluminação pública, coleta de lixo, rede de coleta de esgotos sanitários, dispositivos de drenagem em pontos críticos e transporte urbano.

III – o direito de preempção confere ao Poder Público municipal preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares. Em Campo Belo o direito de preempção será aplicado:

- nos imóveis necessários ao cumprimento das diretrizes definidas pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal, conforme Mapa Macro-zoneamento da Área Urbana da Sede, integrante do Volume II – Mapas, tais como áreas em que o Poder Público necessitar para regularização fundiária; áreas marginais a fundos de vale, áreas de proteção das nascentes dos principais cursos d´água do território municipal e áreas a serem definidas como unidades de conservação; áreas necessárias a programas habitacionais; áreas de risco e áreas de transição entre unidades de conservação e parcelamentos existentes e áreas de expansão urbana, bem como áreas necessárias à implantação de novas vias, para ordenamento da expansão urbana; áreas necessárias à implantação de espaços /equipamentos de interesse sócio-cultural e de recreação e lazer, áreas e edificações de interesse histórico, arquitetônico, cultural e paisagístico, dentre outras áreas e edificações definidas em legislação específica, que deverão ser objeto de estudos a serem submetidos à deliberação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Planejamento – CODEPLAN, proposto pelo inciso XXI do Art. 6º desta Lei;

IV – a outorga onerosa do direito de construir e a alteração do uso do solo com contrapartida prestada pelo beneficiário serão aplicadas nas áreas de adensamento preferencial, nos corredores definidos como sistema viário principal constantes do Mapa Proposições para Diretrizes do Sistema Viário, integrante do Volume II - Mapas, anexo a esta Lei. Os parâmetros necessários à aplicação desses instrumentos serão objeto de lei específica a partir de deliberação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Planejamento – CODEPLAN, proposto pelo inciso XXI do Art. 6º desta Lei.

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V – as operações urbanas consorciadas poderão ser aplicadas em toda a área interna aos perímetros urbanos definidos por lei, em conformidade com um programa prioritário de ações e investimentos, necessário ao cumprimento das diretrizes para a Estrutura Urbana, para o Sistema Viário e para o Saneamento e Meio Ambiente definidas nesta Lei, tendo em vista o interesse público e a geração de benefícios. A delimitação da área e a definição de um plano de operação urbana consorciada deve ter, entre outras exigências:

a) um programa básico de ocupação da área;

b) um Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança - EIV;

c) contrapartida a ser exigida dos proprietários, investidores privados e outros a serem beneficiados pelas modificações das normas urbanísticas propostas para a área.

VI – a transferência do direito de construir poderá ser aplicada em imóveis urbanos, privados ou públicos, e autoriza o proprietário do imóvel a exercer em outro local, ou alienar mediante escritura pública, o direito de construir previsto no Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal ou na legislação urbanística dele decorrente, quando o referido imóvel for necessário para a implantação de equipamentos urbanos e comunitários, for de interesse para preservação do ponto de vista histórico, ambiental, paisagístico, social ou cultural, ou ainda for de interesse para projetos de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse social. O Mapa Macro-zoneamento da Área Urbana da Sede, integrante do Volume II – Mapas, define algumas áreas que poderão transferir o direito de construir. Outras áreas poderão ser objeto de estudos a serem submetidos à deliberação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Planejamento – CODEPLAN proposto pelo inciso XXI do Art. 6º desta Lei e serem objeto de lei específica para transferir o direito de construir. A transferência do direito de construir em Campo Belo deverá ter, como áreas receptoras:

a) terrenos marginais ao sistema viário representado pelas vias arteriais e vias coletoras, constante do Mapa Proposições para Diretrizes do Sistema Viário, integrante do Volume II - Mapas, anexo a esta Lei, com capacidade e potencial de adensamento a serem definidos pelos parâmetros urbanísticos constantes da Lei de Uso e Ocupação do Solo e que irão regular a capacidade construtiva dos terrenos urbanos nestas áreas – a Lei Complementar 16/1994 será modificada e revisada para atender às disposições do Estatuto da Cidade, e às diretrizes do Plano Diretor de Campo Belo.

b) zonas urbanas de uso preferencialmente residencial a partir de estudos e argumentação técnica a serem submetidos à deliberação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Planejamento – CODEPLAN, proposto pelo inciso XXI do Art. 6º desta Lei. Os estudos técnicos relacionam-se, principalmente, à verificação do potencial máximo de adensamento em termos dos parâmetros urbanísticos de ocupação e uso do solo constantes da Lei de Uso e Ocupação do Solo previstos para a zona, e ao atendimento das recomendações do Estudo Prévio de Impacto Ambiental – EIA, quando couber – a Lei Complementar 16/1994 será modificada e revisada para atender às disposições do Estatuto da Cidade, e às diretrizes do Plano Diretor de Campo Belo.

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Parágrafo Único – Para complementar, explicar e defender os objetivos explicitados neste artigo, integram esta Lei os documentos Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume I; Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume II / Mapas; Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume III / Resultados da Pesquisa junto às Associações de Bairros, IV – Processo de mobilização, sensibilização e estruturação da participação comunitária na elaboração do Plano Diretor

Art. 10 – A aplicação do Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança – EIV e do Estudo Prévio de Impacto Ambiental – EIA, como instrumentos de política urbana constantes dos incisos XIX e XX do Art. 6º desta Lei, fica assim definida:

a) O EIV deverá contemplar os impactos negativos e positivos de

empreendimentos ou atividades, em relação à qualidade de vida da população residente na área ou em suas proximidades, e deverá analisar, no mínimo, aspectos referentes ao adensamento populacional, a equipamentos urbanos e comunitários, ao uso e ocupação do solo, à valorização imobiliária, à geração de tráfego e demanda por transporte público, à ventilação e iluminação, à paisagem urbana e patrimônio natural e cultural. Os documentos integrantes do EIV deverão ficar disponíveis para consulta por qualquer interessado;

b) A elaboração do EIV não substitui a elaboração do Estudo Prévio de Impacto Ambiental – EIA de acordo com a legislação ambiental vigente.

Parágrafo Único – Para complementar, explicar e defender os objetivos explicitados neste artigo, integram esta Lei os documentos Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume I; Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume II / Mapas; Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume III / Resultados da Pesquisa junto às Associações de Bairros, Volume IV / Processo de mobilização, sensibilização e estruturação da participação comunitária na elaboração do Plano Diretor, em anexo.

CAPÍTULO IV

DA INTEGRAÇÃO REGIONAL Art. 11 - O Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de CAMPO BELO, tendo em vista a melhoria da qualidade de vida da população e o desenvolvimento econômico e social do município, bem como a maximização dos investimentos públicos e as relações de interdependência e complementaridade entre o município, municípios limítrofes, demais municípios da Região do Lago de Furnas, e das regiões de planejamento do Estado, Sul e Centro Oeste, também limítrofes ao município, define as seguintes diretrizes de integração regional, no interesse coletivo:

I – participação ativa do Poder Público municipal nas discussões necessárias a um processo integrado de planejamento regional, buscando defender as especificidades municipais e integrar o interesse local no contexto das regiões de planejamento limítrofes - Sul de Minas e Centro Oeste, e da região de influência do Lago de Furnas, fortalecendo as relações intergovernamentais com os órgãos estaduais e com os demais municípios integrantes dessas regiões e definindo o papel de Campo Belo em termos do desenvolvimento integrado e sustentável dentro deste contexto;

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II – participação ativa do Poder Público Municipal e do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Planejamento – CODEPLAN, órgão colegiado de política urbana proposto pelo inciso XXI do Art. 6º desta Lei, no processo de planejamento regional, notadamente com relação ao planejamento estratégico da região do Lago de Furnas, discutindo a função social da cidade e da propriedade previstas na Lei Federal 10.257/2001 – Estatuto da Cidade, tendo em vista a oferta adequada e a distribuição equilibrada dos atributos indispensáveis à qualidade de vida da população entre os quais, moradia, infra-estrutura sanitária, educação, saúde, cultura, esporte, lazer, segurança, circulação de veículos e pedestres, comunicação, produção e comercialização de bens, prestação de serviços, proteção, valorização, preservação e recuperação dos recursos naturais e do patrimônio histórico, arquitetônico, cultural, paisagístico.

III – viabilização de negociações entre o Poder Público municipal e entidades públicas e privadas, tendo em vista a realização de investimentos geradores de impactos positivos em níveis local e regional como, por exemplo, investimentos em sistemas integrados de saneamento ambiental - abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem pluvial, limpeza pública, e ainda, investimentos em sistemas viário e de transportes intraurbanos e intermunicipais relativamente à circulação de pessoas e mercadorias e à acessibilidade com a obtenção de ganhos em termos de favorecer a localização de atividades econômicas, o atendimento a demandas, a redução de tarifas; IV – empreender as negociações necessárias com o DNIT, no sentido do projeto de tratamento especial das BR 367 e BR 369 em seus trechos nas proximidades das áreas de ocupação urbana dentro do território municipal de Campo Belo, compatibilizando sua função rodoviária de ligação, com sua utilização como vias de circulação intramunicipal e mesmo urbana, de forma a garantir a segurança da população em termos da circulação de pedestres e veículos; V – empreender as negociações necessárias com empresas concessionárias de prestação de serviços como a CEMIG e empresas de transportes coletivos urbanos, entre outras, no sentido de atendimento às diretrizes e prioridades definidas pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Campo Belo; VI – participação ativa do Poder Público municipal e dos órgãos colegiados de política urbana e de defesa do meio ambiente, no comitê da bacia hidrográfica do Rio Grande, buscando integrar nas discussões desse comitê os aspectos locais de preservação das sub bacias que integram o território municipal de Campo Belo, notadamente o ribeirão São João e seus tributários Córrego do Bugre e Córrego Parreiras, Ribeirão Capão, Rio Jacaré e seus tributários, nascentes e tributários da orla do Lago de Furnas dentro do território municipal; VII – viabilização de negociações entre o Poder Público municipal e órgãos dos demais níveis de governo e da iniciativa privada, no sentido de criação e implementação de programas habitacionais para a população de baixa renda e programas de regularização fundiária urbana, buscando discutir soluções integradas de âmbito regional relacionadas, por exemplo, às dificuldades de acesso ao mercado da terra urbana, aos custos de investimentos em infraestrutura sanitária, aos custos de deslocamento aos mercados de trabalho, ao acesso a equipamentos públicos sociais, entre outras, tendo em vista evitar problemas relacionados à ocupação de áreas de risco, bem como a ocupação de áreas de Preservação Permanente - APP, entre outros.

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Parágrafo Único – Para complementar, explicar e defender os objetivos explicitados neste artigo, integram esta Lei os documentos Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume I; Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume II / Mapas; Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume III / Resultados da Pesquisa junto às Associações de Bairros, Volume IV / Processo de mobilização, sensibilização e estruturação da participação comunitária na elaboração do Plano Diretor, em anexo.

CAPÍTULO V

DO TERRITÓRIO MUNICIPAL

Art. 12 – Para os fins de aplicação das disposições do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de CAMPO BELO, o território municipal compreende as zonas urbana e de expansão urbana contidas por perímetro urbano constante do Mapa Macro-zoneamento da Área Urbana da Sede , integrante do Volume II – Mapas, a ser descrito e aprovado pela Lei de Uso e Ocupação do Solo – a Lei Complementar 16/1994, será modificada e revisada para atender às disposições do Estatuto da Cidade e às diretrizes do Plano Diretor de Campo Belo, e a zona rural.

Art. 13 – As diretrizes propostas pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de CAMPO BELO serão abrangentes a todo o território municipal, e obedecerão aos seguintes princípios gerais:

I – cidade para todos, com igualdade de direitos a todos os cidadãos; II – abrangência dos benefícios decorrentes das ações e dos investimentos públicos decorrentes das diretrizes apontadas pelo Plano; III – respeito ao ambiente natural, notadamente os recursos hídricos e as áreas de cobertura vegetal de interesse para preservação, relativamente às transformações do território para os assentamentos humanos, tendo em vista o desenvolvimento sustentável; IV – gestão democrática e integrada do processo de desenvolvimento econômico e social e das transformações do território, com total transparência de informações, dos processos e investimentos públicos.

TÍTULO II

DAS DIRETRIZES

Art. 14 – O Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de CAMPO BELO estabelece as seguintes diretrizes para atendimento aos objetivos e aos princípios básicos definidos respectivamente no Art. 2º e Art. 3º desta Lei:

I – Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal II – Diretrizes para o Sistema Viário e de Transportes;

III – Diretrizes de Saneamento e Meio Ambiente;

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IV – Diretrizes Ambientais Integradas para o Território Municipal;

V – Diretrizes de Desenvolvimento Econômico;

VI – Diretrizes Integradas de Políticas Sociais;

VII – Diretrizes para a Estrutura Administrativa da Prefeitura.

§ 1° – Para complementar, explicar e defender os objetivos explicitados neste artigo, integram esta Lei os documentos Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume I; Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume II / Mapas; Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume III / Resultados da Pesquisa junto às Associações de Bairros, Volume IV / Processo de mobilização, sensibilização e estruturação da participação comunitária na elaboração do Plano Diretor, em anexo.

§ 2º – As diretrizes apontadas pelo Plano Diretor e aprovadas nesta Lei serão a base para a elaboração e implementação de ações, planos, programas e projetos de desenvolvimento e estruturação do território, bem como para elaboração, aplicação e fiscalização da legislação necessária.

CAPÍTULO I

DAS DIRETRIZES PARA A ESTRUTURA URBANA E DO TERRIT ÓRIO MUNICIPAL

Art. 15 – São diretrizes para a estrutura urbana e do território municipal:

I - Cumprir as diretrizes gerais e utilizar os instrumentos da política urbana, definidos pela Lei Federal 10.257/2001 – Estatuto da Cidade nos capítulos l e ll, respectivamente, para apoiar o processo de estruturação urbana, desenvolvimento sustentável e função social da cidade e da propriedade.

II - Revisão da Legislação Urbanística de ordenamento e controle do parcelamento e do uso e ocupação do solo visando, principalmente, parâmetros que possam diminuir a pressão sobre o adensamento da área central, ordenar o parcelamento do solo em termos da observação dos condicionantes naturais do sítio urbano, principalmente as áreas marginais dos cursos d’ água, desestimular parcelamentos em áreas impróprias para urbanização, exigir infraestrutura completa para novos parcelamentos de forma a não onerar os cofres públicos e possibilitar investimentos necessários a melhorias urbanas em áreas de ocupação precária.

III - Considerar, na revisão da legislação urbanística, o perímetro urbano e o macro-zoneamento constante do Mapa Macro-zoneamento da Área Urbana da Sede, Volume II Mapas, anexo, que fica aprovado por esta Lei.

IV - Aplicação de parâmetros urbanísticos de ocupação do solo (taxas de ocupação, afastamentos das divisas e taxas de permeabilidade) que permitam maior permeabilidade do solo, e possam ainda estimular a ocupação do grande número de lotes vazios.

V - Aplicação de parâmetros urbanísticos para os novos parcelamentos, de forma a dar continuidade à malha urbana em termos de um sistema hierarquizado de vias coletoras e vias arteriais.

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VI - Permitir apenas parcelamento destinado a atividades econômicas de médio e grande porte, geradoras de tráfego, relacionadas à indústrias, atacadistas, grandes depósitos de distribuidoras, grandes oficinas, entre outras, nas áreas marginais das rodovias, aplicando parâmetros urbanísticos de parcelamento do solo que criem a obrigatoriedade de implantação de via marginal de acesso ao parcelamento, para garantir condições de segurança e fluidez do tráfego VII - Criar nos terrenos marginais das vias arteriais e coletoras principais, parâmetros urbanísticos para atividades econômicas de pequeno e médio porte, definindo normas para garantir menor impacto relacionado ao tráfego de veículos e de carga, bem áreas de estacionamento e de carga e descarga. VIII - Exigir obras completas de infra-estrutura para novos parcelamentos, para não comprometer mais os recursos públicos e dar condições de se viabilizar um programa geral de obras de urbanização necessárias em vários pontos da cidade. IX - Exigir licenciamento ambiental para todos os projetos de parcelamentos do solo, observando a competência de licenciamento no âmbito do Estado / COPAM e no âmbito do município / CODEMA, de acordo com a deliberação normativa COPAM nº 74 de 2004. X - Definir e aprovar novo perímetro urbano contendo as áreas urbanas e de expansão urbana, considerando os aspectos relacionados com os condicionantes do sítio natural, com a preservação das áreas das bacias dos mananciais de abastecimento público (Córrego do Bugre e Córrego Parreiras). Áreas não contidas pelo perímetro urbano poderão ser declaradas como Zonas de Expansão Urbana pelo município, com perímetro específico definido por lei, desde que haja o interesse público e não onere os cofres públicos para a implantação de vias de acesso, cujas obras de implantação e custo ficarão sob a inteira responsabilidade do empreendedor.

XI - Reservar áreas para programas habitacionais e/ou parcelamentos de interesse social, em terrenos de fácil acessibilidade em termos de transportes e ocupando áreas com, predominantemente, faixas de declividade inferiores a 20%, com o objetivo de diminuir custos de investimentos em infra-estrutura e diminuir o custo final do lote e/ou moradia destinados à população de baixa renda. XII - Utilizar o direito de preempção para as áreas a serem definidas como zonas de expansão urbana de interesse social, destinadas a programas e projetos habitacionais de interesse social, para a implantação de equipamentos urbanos e comunitários, para a criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes, para preservação de áreas de interesse ambiental e para proteção de áreas de interesse histórico, cultural e paisagístico. XIII - Realizar cadastro físico e sócio econômico detalhado das áreas que foram ocupadas de maneira informal, com o objetivo de se elaborar projeto de regularização fundiária urbana conforme disposições do Estatuto da Cidade. XIV - Fazer o cadastro dos loteamentos e dos desmembramentos que apresentam irregularidades, implantados e já ocupados no todo ou em parte, para se estabelecer amplo programa de regularização.

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XV - Realizar inventário de todas as áreas, edificações e vazios urbanos de interesse em termos de patrimônio histórico, cultural e paisagístico.

XVI - Definir critérios com maiores restrições para a expansão urbana do Distrito de Porto dos Mendes, considerando sua importância como centro turístico às margens do Lago de Furnas. No caso de parcelamentos na orla do Lago de Furnas, em zonas de Expansão Urbana aprovadas por Lei, deverá ser reservada uma faixa para a implantação de via coletora, paralela à APP – Área de Preservação Permanente definida pela legislação federal e pela Lei Estadual 14.309 de 19/06/2002.

XVII - Definir critérios para a expansão das demais aglomerações urbanas existentes no território municipal, de forma a se evitar a dispersão dos investimentos públicos, concentrando-os no atendimento das necessidades e das demandas existentes por serviços de infra-estrutura urbana e por equipamentos sociais de áreas já ocupadas e que apresentam carências. XVIII - Realizar inventário dos recursos naturais (cobertura vegetal, fauna, cursos d´água no território municipal, considerando também as áreas de entorno do Lago de Furnas, com o objetivo de viabilizar a criação de Unidades de Conservação como Áreas de Preservação Ambiental – APAs, no âmbito municipal e parques lineares. XIX - Elaborar estudos de concepção e projeto de Revitalização e Saneamento Ambiental do Ribeirão São João, integrado a projeto de requalificação urbana das áreas marginais ao longo de seu percurso dentro da cidade, com a interceptação de esgotos e melhorias do sistema de drenagem pluvial, transformando essas áreas em espaços/equipamentos de uso coletivo e conjunto paisagístico urbano/ambiental ao longo de um eixo viário turístico ligando a cidade a Porto dos Mendes, Lago de Furnas. XX - Elaborar planta cadastral detalhada, em meio digital e georreferenciada, das áreas urbanas da sede, distrito e demais localidades e aglomerações com características urbanas.

XXI - Realizar os estudos básicos necessários e elaborar projeto de Revitalização, Valorização e Requalificação da Área Central da cidade relativamente a espaços/equipamentos de uso público, pontos de parada e abrigos de ônibus, circulação de veículos e pedestres, sinalização, mobiliário urbano, arborização, preservação do patrimônio edificado de interesse histórico, cultural e arquitetônico, focalizando neste projeto a valorização do conjunto representado pelos Espaços Urbanos com normas urbanísticas especiais para todo o conjunto. XXII - Incentivar, através do zoneamento de uso e ocupação do solo e de investimentos públicos, a formação de sub-centros nos bairros periféricos com objetivo de oferecer à população desses bairros alguns equipamentos e comércio local de uso quotidiano, evitando o afluxo constante à área central. A formação desses sub-centros irá induzir a localização de áreas de lazer, escolas de ensino fundamental, posto de saúde, creche, farmácia, padaria, e outras atividades de comércio e pequenos serviços de atendimento local. A formação de sub-centros terá incentivo também através do sistema viário, viabilizando a articulação entre os bairros, e reduzindo a necessidade de circulação de utilizando o centro como passagem obrigatória.

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XXIII - Promover, através das disposições da legislação de uso e ocupação do solo, incentivos para a ocupação dos lotes vazios dentro da área urbana, promovendo o adensamento necessário à maximização dos investimentos públicos em, infraestrutura urbana como pavimentação das ruas, expansão das redes de água, esgoto, drenagem; coleta de lixo, etc. XXIV - Proteger as nascentes ainda existentes na cidade, e de suas áreas de entorno, viabilizando implantação de áreas verdes destinadas ao lazer da população. XXV - Definir parâmetros urbanísticos relacionados à expansão urbana e uso e ocupação do solo para o povoado dos Dias, bem como definições sobre ações e investimentos necessários à consolidação do povoado como local estratégico entre a cidade e o Lago de Furnas e como sub centro de apoio às localidades situadas em seu entorno. XXVI - Elaborar projeto integrado para o fortalecimento e a consolidação do Distrito de Porto dos Mendes como Polo Turístico, devido às condições naturais do local, às margens do Lago de Furnas, e também devido a sua importância cultural, considerando, entre outras questões, ser este o único sítio urbano remanescente do século XVIII às margens do lago. Tal condição é complementada pelo sítio urbano localizado do outro lado do lago, com características semelhantes, já no município de Nepomuceno.

CAPÍTULO II

DAS DIRETRIZES DO SISTEMA VIÁRIO E DE TRANSPORTES

Art. 16 – São diretrizes de sistema viário e de transportes:

I - Articulação da malha viária existente na área urbana da sede com a definição de eixos para ligações internas e externas, incluindo aquelas necessárias às áreas para expansão urbana. II - Dar ênfase às ligações transversais, à criação de vias de contorno e à articulação da rede viária atual. III - Adequar a rede viária às condições topográficas do sítio urbano, ás barreiras naturais e artificiais, cursos d´água e condicionantes ambientais existentes IV - Criação de vias auxiliares, paralelas a vias de categoria superior e a cursos d´água. V - Hierarquizar os elementos da rede viária de acordo com a função que desempenham nas ligações regionais e locais segundo as seguintes categorias de vias:

a) Vias de ligação regional – vias interurbanas, incluindo os trechos rurais, vias

de travessia e de contorno urbanos, com perfil de integração regional. Nestas vias deverá haver restrições à ocupação lindeira, controle de acesso e estacionamento, tratamento das interseções e preservação das faixas de domínio.

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b) Vias arteriais – vias urbanas mais importantes utilizadas nos deslocamentos

urbanos mais longos. São os corredores radiais, anéis e ligações mais importantes, com largura mínima de 30m. Se houver configuração em binário, a largura mínima deverá ser de 20m.

c) Vias da área central – vias internas ao perímetro definido no macro

zoneamento como Área Central. Estão em região de alta densidade de atividades comerciais e de serviços que atraem elevado número de viagens e, portanto, ter maior capacidade no que se refere à fluidez e estacionamento de veículos, bem como ao escoamento e concentração de pedestres, devendo ter, no mínimo, 15 m de largura.

d) Vias coletoras – vias urbanas de importância intermediária destinadas à distribuição e coleta de tráfego das diferentes zonas urbanas. Devem proporcionar continuidade de deslocamentos, com velocidades menores, podendo permitir estacionamento. Apresentam interseções em nível e controle de tráfego por sinalização estratigráfica e semafórica. Devem ter largura mínima de 25m e, no caso de configuração em binário, a largura mínima será de 18m.

e) Vias locais – vias destinadas ao acesso direto aos usos lindeiros. Não são

indicadas para tráfego de passagem e não devem ter restrições ao estacionamento. A largura mínima indicada é de 12m.

VI - Estabelecer, na lei de parcelamento do solo, que o sistema viário dos novos loteamentos seja dimensionado de forma a garantir uma circulação segura e confortável e assegurar sua boa articulação com o sistema viário existente. VII - Estabelecer, na lei de parcelamento do solo, a obrigatoriedade de que, nos parcelamentos destinados à atividades econômicas, a serem aprovados às margens das rodovias BR 367 e BR 369, seja prevista a implantação de via marginal, buscando garantir as condições de segurança e fluidez desse importante investimento feito no sistema viário da cidade. VIII - Implantar sinalização indicativa, não só buscando conduzir o turista aos pontos de atração da cidade e do município, notadamente o Lago de Furnas, mas também indicando ao morador as melhores alternativas de acesso aos bairros ou regiões da cidade. IX - Implantar sinalização de regulamentação de uso da via e de advertência, de acordo com as normas do Código Brasileiro de Trânsito, buscando aumentar a segurança de tráfego. X - Implementar um programa de manutenção da pavimentação.

XI - Estabelecer, na lei de parcelamento do solo, que o sistema viário dos novos loteamentos seja dimensionado de forma a garantir uma circulação segura e confortável e assegurar sua boa articulação com o sistema viário existente. Os parâmetros sugeridos são apresentados nos quadros a seguir:

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Características do Sistema Viário

Vias/ Características

Arteriais Coletoras Locais

Largura Mínima 30 m (20 m)* 25 m (18 m)* 12 m Calçada 4 m 3,5 m 2,5 m Pista 20 m 12 m 7 m

Considerar canteiro central na via arterial * Para vias em configuração em binário

CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DAS VIAS Via

Arterial Via

Coletora Via

Local

Características

Classe I Classe II

Classe I Classe II

Classe I Classe II

Velocidade diretriz (km/h)

60 50 50 40 40 30

Velocidade de operação (km/h)

54 45 45 36 30 30

Distância de visibilidade parada (m)

70 55 55 40 40 30

Raio mínimo de curvatura horizontal (m)

125 125 80 50 50 25

Rampa máxima (%) 8 10 10 16 16 20 Rampa mínima (%) 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 Comprimento mínimo de concordância vertical (m)

40 30 30 30 30 30

Comprimento crítico da rampa (m)

150 120 120 100 100 60

Largura mínima da via (m)

30 (20)* 25 (18)* 12

Classe I – São as vias em áreas com predominância de declividade entre 0 e 30% Classe II – São as vias com predominância de declividade acima de 30% * Largura mínima para o caso das vias em configuração em binário

XII - Rever o padrão de implantação de calçadas na cidade. Nos novos loteamentos, as calçadas devem obedecer às larguras definidas no quadro Características do Sistema Viário. Nas áreas já consolidadas deve-se estabelecer 2,5m como largura mínima, permitindo a circulação segura e confortável do pedestre, bem como a implantação do mobiliário urbano necessário, respeitando-se o estabelecido pelo Código Brasileiro de Trânsito, que é largura livre e desimpedida mínima de passeio com 1,50m XIII - Exigir, através da lei de uso e ocupação do solo, que as novas construções obedeçam a um afastamento frontal, a ser tratado como continuidade da calçada, que permita que se atinja a dimensão proposta.

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XIV - Estabelecer, através da lei de uso e ocupação do solo, a obrigatoriedade de criação de vagas para estacionamento, dentro dos lotes, para novas edificações e, quando possível, reforma das existentes. O número de vagas a ser exigido deverá ser variável conforme o uso – residencial ou comercial, e o porte da construção. XV - Considerando-se que são grandes os problemas acarretados para a circulação de veículos, pela exigüidade de espaço para as operações de carga e descarga, principalmente na Área Central, as soluções de curto prazo devem ser apenas operacionais e ligadas à regulamentação do uso da via, definindo-se os locais e horários onde essas operações serão permitidas. XVI - Exigir, através da lei de uso e ocupação do solo, que as novas edificações destinadas ao uso comercial tenham espaço reservado às operações de carga e descarga no interior do empreendimento. XVII - Considerar que o transporte público urbano é um sistema dinâmico, que vai sendo ampliado à medida que o desenvolvimento urbano assim exija. Assim, são necessários, a curto prazo, estudos relacionados a pontos de parada com vistas a garantir a segurança do usuário e/ou a fluidez do tráfego. Realizar fiscalização constante evitando estacionamento irregular de veículos nos pontos de parada. XVIII - Estudar e/ou rever as condições de operação e das permissões dos serviços de transportes por ônibus, táxis, moto-boys e transporte escolar

CAPÍTULO III

DAS DIRETRIZES DE SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE Art. 17 – São diretrizes de saneamento e meio ambiente aquelas relacionadas aos sistemas de abastecimento de água e esgotos sanitários, ao sistema de drenagem pluvial urbana, ao sistema de limpeza pública e a outras questões ambientais de interesse para a qualidade dos aspectos de saneamento ambiental no município e para a preservação do patrimônio ambiental. Art. 18 – São diretrizes para os sistemas de abastecimento de água e de esgotos sanitários:

I - São diretrizes para o sistema abastecimento de água:

a) Contratar projeto de engenharia de revisão do sistema de abastecimento de água da Cidade de Campo Belo e iniciar as obras pela substituição de trechos da rede de distribuição considerados como prioritários;

b) Criar dispositivos legais autorizando o DEMAE a desativar as retiradas de

água da adutora de água tratada bem como de proibir outras retiradas; c) Criar dispositivos legais visando evitar ingerências aos interesses

exclusivos do DEMAE; d) Regularizar, junto ao IGAM, a situação da outorga da retirada de água do

Córrego do Bugre e do Córrego Parreiras;

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e) Iniciar o processo de gestão ambiental das bacias hidrográficas dos principais mananciais municipais e, em especial, os de captação de água para o abastecimento público

f) O DEMAE deverá atuar também nas comunidades rurais não servidas por

ele, avaliando permanentemente a qualidade das águas utilizadas; g) Elaborar campanha permanente de educação sanitária e ambiental

envolvendo as Secretarias Municipais da Saúde, Educação e Meio Ambiente e o DEMAE;

h) Regularizar a distribuição de água das comunidades rurais administradas

pelo DEMAE, através de instalação de hidrômetros, visando normalizar o consumo;

i) O DEMAE deverá iniciar campanha pública orientando e incentivando a

substituição de válvulas de descarga e vasos sanitários antigos visando a redução do consumo doméstico de água;

j) Elaborar programa de ação, entre o DEMAE e a Secretaria de Obras, para

eliminação das ligações clandestinas de esgotos nas galerias pluviais e vice versa, ou seja, o do lançamento de águas pluviais na rede de esgotos;

II - São diretrizes para o sistema de esgotos sanitários:

a) Iniciar o processo de licenciamento ambiental da ETE – Estação de Tratamento

dos Esgotos da Cidade de Campo Belo, em atendimento à Deliberação Normativa Nº 96/06 do COPAM;

b) Criar dispositivos legais para exigir a construção de caixas de gordura nas

casas para reduzir o número de entupimentos da rede coletora de esgotos sanitários;

c) Criar campanha de construção de fossas na área rural visando a manutenção

da saúde pública e os recursos hídricos; d) Elaborar campanha permanente de educação sanitária e ambiental nas áreas

urbana e rural; e) O DEMAE deve contratar a elaboração de projetos de engenharia para o

tratamento dos esgotos para todas as comunidades rurais. f) A construção da rede de esgotos da Comunidade do Capão deverá ser

negociada com a mineradora como medida mitigadora do impacto ambiental daquela atividade.

Art. 19 - São diretrizes para o sistema de drenagem pluvial urbana:

a) Elaborar programa de ação, entre o DEMAE e a Secretaria de Obras, para

eliminação das ligações clandestinas de esgotos nas galerias pluviais e vice versa, ou seja, o do lançamento de águas pluviais na rede de esgotos;

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b) Criar normas técnicas para elaboração de projetos de drenagem pluvial e de canalização de córregos como forma de garantir menor impacto à qualidade ambiental;

c) Estimular a adoção de alternativas de pavimentação como forma de garantir

menor impacto à impermeabilização do solo; d) Criar programas de construção de pequenas barragens de acumulação de

águas pluviais nas estradas rurais que farão o importante papel de dissipação de energia, evitando erosões e reduzindo os custos de manutenção, e de recuperação do lençol freático. Solucionar o problema de escoamento pluvial do povoado de Dias.

Art. 20 - São diretrizes para o sistema de limpeza pública:

a) Elaborar campanha pública permanente junto aos moradores da área urbana e rural visando a separação dos resíduos em duas embalagens: uma para o lixo seco e outra para o lixo orgânico. Na área rural a questão se atém apenas ao lixo seco que não poderá ser queimado;

b) Reestruturar o processo de triagem e reciclagem, que é feita no aterro

sanitário, criando a Associação de Catadores de Campo Belo. Desta forma, o volume do lixo coletado será menor e os resíduos recicláveis possuirão maior valor de revenda, pois estarão limpos;

c) Adquirir ou alugar, na Cidade de Campo Belo, um galpão para ser utilizado

pelos catadores, no armazenamento dos resíduos; d) Construir depósitos, em cada comunidade rural, para armazenar os resíduos

secos, que seriam coletados posteriormente pela Prefeitura em parceria com a Associação dos Catadores. Os latões poderiam continuar a ser utilizados para o recolhimento de outros resíduos como animais mortos;

e) Reavaliar os atuais roteiros, praticados pelo serviço de coleta, visando obter

melhor eficiência e divulgá-los permanentemente para que a população possa conhecê-los e dispor seus resíduos de acordo com os mesmos;

f) Criar taxa de limpeza pública de acordo com a realidade sócio econômica do

Município; g) Organizar o serviço de coleta de entulhos e cobrar taxas, compatíveis com a

realidade sócio econômica do Município; h) Criar incentivos, sociais e fiscais, para que os lotes e terrenos vagos fiquem

permanentemente limpos; entendendo-se como limpos os lotes sem lixo. i) Promover, a recuperação de todas as áreas utilizadas atualmente no descarte

de resíduos (bota -fora) no município; j) Instalar caçambas na Bacia do Córrego do Bugre para recebimento de lixo dos

moradores de sítios.

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Art. 21 – São diretrizes relacionadas a outras questões ambientais:

a) Criar e implantar espaço institucional forte para órgão municipal com atribuições para a implantação e fiscalização da política municipal do meio ambiente, incluindo aí a elaboração e aprovação da Lei Ambiental do Município de Campo Belo, com corpo técnico ou através de convênios com outros órgãos, para fiscalizar todas as atividades, potencialmente poluidoras, de Campo Belo e acompanhar os processos de licenciamento ambiental de processos na esfera de atuação do estado ou da união para garantir a preservação dos interesses municipais. E, ainda, para apoiar tecnicamente a tomada de decisões do CODEMA, no processo de licenciamento ambiental de empreendimentos na esfera de competência municipal;

b) Otimizar o CODEMA, que já foi criado por lei municipal. Para o seu

funcionamento é necessário dispor de novo estatuto e fazê-lo paritário; c) Iniciar o processo de gestão ambiental das bacias hidrográficas dos principais

mananciais municipais e, em especial, os de captação de água para o abastecimento público;

d) Criar programa de recuperação das matas ciliares dos cursos d’água

municipais; e) Criar programa de utilização de defensivos agrícolas, pesquisando

permanentemente elementos alternativos e menos agressivos ao meio ambiente, definindo os defensivos químicos permitidos e os cuidados com sua aplicação bem como os locais de armazenamento das embalagens utilizadas;

f) Criar a Política Municipal do Saneamento e do Meio Ambiente; g) Criar programa de preservação de nascentes, priorizando aquelas utilizadas no

abastecimento público, como dos córregos do Bugre e Parreiras e as utilizadas no suprimento doméstico de comunidades rurais;

h) Iniciar e fortalecer um processo de trabalho conjunto entre a Prefeitura

Municipal e o DEMAE, visando o cumprimento das diretrizes já estabelecidas nos Planos de Água e de Esgotos Sanitários, em consonância com as prioridades estabelecidas pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Campo Belo que define diretrizes prioritárias para o sistema de abastecimento de água e o sistema de esgotos sanitários;

CAPÍTULO IV

DAS DIRETRIZES AMBIENTAIS INTEGRADAS PARA O TERRITÓ RIO MUNICIPAL Art. 22 – As diretrizes ambientais integradas para o território municipal estão relacionadas aos Recursos Hídricos, Uso do Solo e a Aspectos Geomorfológicos do território municipal.

a) Fica aprovado por esta Lei o Macro-zoneamento Ambiental Integrado constante

do Mapa Macro-zoneamento Ambiental Integrado, Volume II Mapas, anexo.

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b) Elaborar o Zoneamento Ambiental, dentro do território de Campo Belo, integrando variáveis ambientais com as particularidades de cunho cultural, social, político e econômico, respeitando as potencialidades e fragilidades do ambiente em questão. Deverá ser trabalhado em um nível de detalhamento adequado para escala de 1:10.000.

c) Criar um Sistema de Gestão Ambiental Territorial - SISGAT contemplando a

criação de um banco de dados georreferenciados com atualização periódica. Este banco de dados deverá conter informações dos eventos sobre a superfície territorial, dos impactos oriundos do uso e ocupação do solo tais como, desmatamento, atividades mineradoras, queimadas, uso de agrotóxicos, erosões e outros, sendo estas informações constantemente mapeadas e trabalhadas em Sistemas de Informação Geográfica (SIG).

d) Definir prioridades de ações a respeito de fiscalização, recuperação ambiental,

preservação ambiental e outros, em que o SISGAT estabeleça um cronograma das ações definidas a partir da demanda e em função das necessidades emergenciais de curto prazo.

e) Integrar o SISGAT com as ações e intenções de outros setores da

administração pública. f) Criar e implantar, na estrutura administrativa da Prefeitura, espaço institucional

forte para órgão municipal com atribuições para a implantação e fiscalização da política municipal do meio ambiente, incluindo aí a elaboração e aprovação da Lei Ambiental do Município de Campo Belo, com infraestrutura adequada às suas atribuições, no que diz respeito aos aspectos sanitários e ambientais e aos aspectos do meio físico e do território municipal. Esta Divisão deverá dispor de técnicos qualificados para a fiscalização do território, com conhecimentos das diversas disciplinas ambientais, cartografia e SIG, legislação ambiental, noções de planejamento e gestão ambiental. Sua infraestrutura física deverá conter veículo para os percursos no território, computador, GPS, máquina fotográfica, outros para apoio na manipulação das informações sobre o meio ambiente em Campo Belo. Os técnicos contratados ou conveniados serão responsáveis, também, pelo apoio nas decisões do CODEMA, utilizando os conhecimentos sobre o território municipal para amparar as deliberações do conselho.

g) O órgão municipal de meio ambiente de Meio Ambiente deverá priorizar a

fiscalização do território municipal para empreendimentos com maior potencial poluidor, tais como as minerações e o uso indiscriminado de implementos agrícolas, realizando a autuação quando do descumprimento das regras.

h) O órgão municipal de Meio Ambiente deverá monitorar o desmatamento, as

queimadas, a disposição inadequada de lixo e embalagens de agrotóxicos, entre outras ações geradoras de impactos ambientais.

i) O órgão municipal de Meio Ambiente deverá trabalhar em conjunto com outros

setores da administração pública, visando a integração de informações, uma vez que questões ambientais estão diretamente relacionadas aos aspectos culturais, políticos, sociais e econômicos.

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j) Consolidar parcerias com instituições e universidades para fins de apoio

técnico, assessoria e desenvolvimento de projetos dentro da esfera ambiental, bem como na orientação ao desenvolvimento das atividades agrícolas, apoiando a Prefeitura Municipal.

k) Estabelecer uma rede de monitoramento da qualidade e quantidade das águas

superficiais e subterrâneas, a fim de se conhecer precisamente os impactos ambientais sobre o território municipal. Esta rede de monitoramento poderá ser realizada através das parcerias estabelecidas e deverá alimentar o banco de dados do SISGAT, conforme diretrizes supracitadas.

l) Mapear os fragmentos de florestas e vegetação de grande porte para o

estabelecimento de áreas passíveis a se tornarem unidades de conservação e/ou corredores ecológicos objetivando aumentar a área verde, escassa em Campo Belo.

m) Incentivar a criação de Unidades de Conservação com o objetivo assegurar a

preservação dos recursos naturais para garantir o equilíbrio ecológico e assegurar a vida da fauna e da flora, bem como da qualidade e quantidade dos recursos hídricos. Faz-se necessário o mapeamento de áreas passíveis a se tornarem unidades de conservação, classificando-as de acordo com sua importância e seguindo orientação da Lei Federal 9.985/2000 (Lei do SNUC) que estabelece normas e critérios para a criação de Unidades de Conservação.

n) Elaborar Programa de Educação Ambiental atingindo toda a sociedade de

Campo Belo, contemplando escolas públicas e privadas, as comunidades rurais e bairros. Deverá mobilizar toda a população de Campo Belo, focando os recursos hídricos e seus impactos associados e o agricultor quando do uso de agrotóxicos, desmatamento, erosão e outros. O programa deverá ser elaborado e executado pelo órgão municipal de Meio Ambiente e parceiros, integrando-se com a equipe da Secretaria Municipal de Educação e outros órgãos tais como IEF e EMATER , mobilizando também, outros setores da administração pública. Todo este trabalho será desenvolvido dentro de um cronograma com avaliações periódicas, correções e adaptações que se fizerem necessárias.

o) Elaborar e executar Plano Integrado de Recuperação das Bacias Hidrográficas

do Ribeirão São João, do Ribeirão Capão e do Rio Jacaré, no intuito de promover o resgate da qualidade dos cursos d´água e possibilitar o desenvolvimento das atividades econômicas que necessitam destes recursos. Este Plano deverá se iniciar através da formação de comitês para cada bacia hidrográfica. Estes comitês deverão ser constituído por representantes das diversas comunidades integrantes destas bacias, contemplando os municípios vizinhos que integram os limites das mesmas. Este plano deverá ser elaborado pelos comitês criados e pelos poderes públicos municipais integrantes destas bacias. Deverá contemplar a realização de análises da qualidade da água para investigar a origem de contaminações e apontar ações corretivas para sanar os problemas identificados. Poderá estar integrado ao SISGAT e à rede de monitoramento da qualidade e quantidade das águas superficiais e subterrâneas propostas acima.

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p) Elaborar uma Política Ambiental Municipal direcionada para as questões do território municipal, contemplando as seguintes diretrizes básicas: proteger, ampliar e recuperar a cobertura vegetal, no território municipal, especialmente nas bacias dos Ribeirão São João, Ribeirão do Bugre, Ribeirão do Capão, Rio Jacaré, Lagoas e Bacia de Furnas; promover a proteção dos animais de qualquer espécie, em qualquer fase do seu desenvolvimento, que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais; promover a proteção e o uso racional do solo e do subsolo; estimular a recuperação de áreas erodidas.

q) Criar leis e normas específicas para: os processos de licenciamento ambiental;

a explotação mineral; o uso de fertilizantes e agrotóxicos; o plantio e manejo de monoculturas; uso das margens do Lago de Furnas – parcelamento do solo, uso das APPs, outros.

r) Criar dispositivos de incentivos aos produtores rurais que cooperarem na

preservação ambiental de suas propriedades em ações de recuperação de suas nascentes e no reflorestamento de áreas degradadas, principalmente as matas ciliares. As ações nesta direção deverão estar integradas com o Programa de Educação Ambiental proposto.

s) Realizar estudos limnológicos das águas do Lago de Furnas para se conhecer

a real dimensão dos impactos ambientais sobre elas e estabelecer ações na busca da minimização dos mesmos. É necessário que se busque parcerias com as instituições que atuam no município, com as universidades, ALAGO e com a CEMIG, responsável pela gestão hídrica da represa.

t) Implantar um setor de Geoprocessamento a fim de manipular dados ambientais

georreferenciados, visando a integração e cruzamento de informações, gerando cartografia e, desta forma, facilitando todo o gerenciamento do território municipal. Este setor deverá ter um técnico especializado, com domínio do geoprocessamento. Todas as informações do ambiente deverão estar georreferenciadas e espacializadas para que este setor possa gerar as cartas temáticas atualizadas do município. Desta forma, poder-se-á localizar problemas e criar cenários futuros do território.

CAPÍTULO V

DAS DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Art. 23 - Além da diretriz geral de iniciar um trabalho conjunto entre governo municipal e organizações da sociedade para a elaboração de um Plano de Promoção do Desenvolvimento Econômico em bases ambientalmente sustentáveis, e apoiado nos objetivos e nos princípios básicos da política urbana constantes dos Artigos 2º, 3º e 4º desta Lei, o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Campo Belo define as seguintes diretrizes específicas para o desenvolvimento econômico:

I - São diretrizes relacionadas à agropecuária:

a) Implementar a diversificação produtiva do setor;

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b) Desenvolver política agrícola que pudesse assegurar comercialização/valor dos produtos;

c) Desenvolver sistema de comercialização e transporte dos insumos

necessários (principalmente calcário) nas explorações agropecuárias; d) Melhorar a estrutura de armazenagem/comercialização; e) Melhorar a produtividade de grãos, leite e carne no município; f) Melhoramento genético nos animais, recuperação e/ou formação de

pastagens, proteção das nascentes e matas ciliares, maior diversificação na exploração agropecuária do município;

g) Realizar a recuperação e/ou manutenção das estradas rurais; h) Explorar o potencial existente como piscicultura no lago de Furnas; i) Conscientizar produtores e trabalhadores rurais sobre a necessidade de se

realizar operações corretas durante o ciclo da exploração visando melhorar a qualidade dos produtos agrícolas.

II - São diretrizes relacionadas a comércio e serviços: a) Desenvolver ações que implementem e recuperem a polarização regional; b) Estímulo à complementação da cadeia produtiva da confecção; c) Ampliação da área de prestação de serviços com educação, saúde,

hospedagem e alimentação; d) Retomada da competitividade regional, através de organização de grupos

setoriais, estímulo a campanhas e eventos que atraiam consumidores da região;

e) Oferecimento de treinamento especializado aos empregados do comércio

com objetivo de melhorar a postura profissional e aumentar as vendas do setor;

f) Capacitação dos comerciantes através de cursos e oficinas de gestão

empresarial, custos, formação de preços, seleção de pessoal, planejamento estratégico e linhas de financiamentos vigentes;

g) Melhorar o sistema viário visando facilitar o acesso do público ao comércio

local.

III - São diretrizes relacionadas a indústria:

a) Estimular o desenvolvimento industrial no município;

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b) Estimular o uso do micro-crédito visando o fomento de micro e pequenos produtores;

c) Realização de estudos para implantação de novos empreendimentos da

cadeia da carne, procurando agregar valor aos produtos oriundos da pecuária (piscicultura, bovinocultura, suinocultura, dentre outros);

d) Apoio à implantação de indústrias que agreguem valor à produção agrícola

local, como café, horticultura, apicultura, etc; e) Realização de estudo sobre a possibilidade de melhor utilização econômica

do Distrito Industrial e planejamento da infra-estrutura necessária para abrigar as indústrias;

f) Estimulo à criação de incubadora de empresas, destacando-se o ramo de

confecção, visando o aumento do valor agregado no setor e redução de sua dependência em relação ao mercado consumidor de São Paulo;

g) Realização de seminários para conscientizar os produtores sobre a

importância do cooperativismo entre eles, principalmente nos setores de facção/confecção e de produção de cachaça;

h) Realização de cursos de capacitação da mão-de-obra em diversos

segmentos, tais como facção/confecção, artesanato e extração mineral; i) Conscientização dos produtores sobre as questões ambientais, visando o

atendimento das normas ambientais e o desenvolvimento sustentável. j) Estimular parcerias e convênios com associações representativas dos

diversos seguimentos compreendendo Industria, Comercio e Serviços.

IV - São diretrizes relacionadas a turismo:

a) Implantar, organizar e expandir as atividades turísticas; b) Realização do inventário turístico com posterior ampliação deste, incluindo

os recursos históricos, culturais, religiosos, desportivos, naturais, ecológicos, de compras e negócios, com detalhamento de cada um dos recursos identificados, gerando proposições para a utilização sustentável;

c) Criação de roteiros turísticos de forma profissional, com atrativos

diferenciados que envolvam recursos do município; d) Elaboração e divulgação de calendário anual de eventos do município,

além dos roteiros turísticos e estabelecer parcerias com outros municípios da região, aproveitando o potencial de clientela representado pelo Lago de Furnas;

e) Treinamento de guias turísticos; f) Organização de feiras anuais de ramos importantes da economia local,

como confecção/facção e artesanato;

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g) Implantação da sinalização turística na sede e em outros locais de

interesse do território municipal; h) Apoio à melhor organização do artesanato no município, bem como

estímulo ao setor através de cursos, oficinas, etc; i) Estímulo à recuperação de grupos folclóricos e atividades culturais nos

quais a cidade tem tradição; j) Contínuo melhoramento do visual da sede, com recuperação do

patrimônio histórico, pintura de fachadas, ajardinamento beira-rio no centro da cidade, melhoramento das praças;

k) Estímulo à modernização e melhoramento dos estabelecimentos de

hospedagem e alimentação existentes, bem como à instalação de novos empreendimentos deste setor;

l) Aprimoramento da infra-estrutura dos empreendimentos turísticos situados

às margens do Lago de Furnas; m) Capacitação de empresários para atividades demandadas pelo setor de

turismo como: gestão empresarial de negócios hoteleiros, de alimentação e hospedagem;

n) Capacitação de empregados para atividades voltadas ao setor de turismo

como: gerente de hotelaria, bar e restaurante, guia, recepcionista, garçom, barman, camareira, cozinheira e outros.

CAPÍTULO VI

DAS DIRETRIZES INTEGRADAS DE POLÍTICAS SOCIAIS

Art. 24 - Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Campo Belo define como políticas sociais:

a) Política de Educação b) Política de Cultura c) Política de Esporte e Lazer d) Política de Assistência Social e) Política de Saúde f) Política de Segurança Pública

Art. 25 – São diretrizes integradas de políticas sociais a) Discutir as Políticas Sociais verificando como as ações, programas e projetos

resultantes dessas políticas, respondem às necessidades da cidade, interagindo com outros setores, dando e/ou recebendo apoio através de ações intersetoriais;

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b) Elaboração e implantação de projetos integrados sócio-culturais envolvendo as áreas de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Saúde e Assistência Social, em parceria com os órgãos de Segurança Pública, fortalecendo ações intersetoriais e multidisciplinares tendo em vista a consolidação e a ampliação do alcance das políticas sociais no município;

c) Elaboração e implantação de programas educacionais relacionados à

Educação Sanitária, Educação Ambiental, Educação Patrimonial, Educação Artística, Educação para o Trânsito, Educação para a Cidadania, entre outros, integrando os órgãos municipais de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Assistência Social, Saúde e Meio Ambiente, e os órgãos de Segurança Pública, fortalecendo a visão intersetorial, multidisciplinar e integrada das ações necessárias à promoção da qualidade de vida urbana, à criação e fortalecimento de uma identidade municipal, à socialização, à convivência, à construção da cidadania.

Parágrafo único – Para o cumprimento das diretrizes integradas de políticas sociais, o Poder Público municipal poderá celebrar convênios, viabilizar parcerias e outros acordos com órgãos públicos, organizações não governamentais e demais entidades de apoio à implementação de políticas sociais.

Seção I

Das diretrizes específicas de Educação

Art. 26 – Além da diretriz geral de elaborar o Plano Municipal de Educação, com a preocupação de um trabalho intersetorial com as demais políticas sociais, de garantir o atendimento adequado da comunidade escolar e de implantar políticas de valorização do magistério, o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Campo Belo define como diretrizes específicas de Educação:

a) Divulgar de forma efetiva a Educação de Jovens e Adultos - EJA e as atividades do projeto ABB Comunidade que são desenvolvidos com os alunos da EJA.

b) Desenvolver projetos pedagógicos diferenciados para as escolas nucleadas da

zona rural. c) Reestruturar o Conselho Municipal de Educação. d) Implementar o projeto Empreendedorismo na Escola - parceria SME e

SEBRAE e) Buscar parcerias para ser implantado o ensino profissionalizante no município. f) Manter cursos de capacitação para o corpo docente da Rede Municipal de

Ensino. Parágrafo Único – Para o cumprimento das diretrizes de educação, o Poder Público municipal poderá celebrar convênios, viabilizar parcerias e outros acordos com órgãos públicos, organizações não governamentais e demais entidades de apoio às questões de educação.

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Seção II

Das diretrizes específicas de Cultura

Art. 27 – Além da diretriz geral de liberdade e incentivo às manifestações culturais existentes no município através de grupos e de indivíduos, e da criação e implementação de programas e projetos culturais com a preocupação de um trabalho intersetorial com as demais políticas sociais, o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Campo Belo define como diretrizes específicas de Cultura:

a) Promover a integração entre a Fundação Museu Público e Arquivo , Casa de

Cultura, Divisão de Esporte e Cultura da SME e a Academia Campobelense de Letras, através da elaboração de projetos conjuntos que visem a busca de recursos para a área cultural do município.

b) Reativar, de forma efetiva, o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e

Cultural c) Ampliar o curso de Educação Patrimonial, oferecido pelo Museu Público em

parceria com a SME, para as demais redes de ensino, incorporando visitas guiadas in loco.

d) Promover, semanalmente ou quinzenalmente, feira de artesanato e

alimentação, com apresentações musicais ( corais, fanfarras, banda de música), em local público adequado, tanto na sede quanto na zona rural.

e) Criar o projeto “Cinema para Todos”. Sessões de cinema itinerantes,

contemplando os bairros da sede e as comunidades rurais. f) Elaborar um calendário de eventos para Campo Belo: impresso e na internet. g) Cadastrar, na Casa de Cultura, as bandas de MPB/Rock existentes no

município, e proporcionar aos jovens músicos oportunidade de aprofundamento musical e apresentações públicas.

Parágrafo Único – Para o cumprimento das diretrizes de cultura, o Poder Público municipal poderá celebrar convênios, viabilizar parcerias e outros acordos com órgãos públicos, organizações não governamentais e demais entidades de apoio à cultura.

Seção III

Das diretrizes específicas de Esporte e Lazer Art.28 – Além da diretriz geral de oferta de espaços e equipamentos voltados para a prática esportiva em suas diversas modalidades e também para atividades de lazer, entretenimento e convívio social, com a preocupação de um trabalho intersetorial com as demais políticas sociais, o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Campo Belo define como diretrizes específicas de Esporte e Lazer:

a) Implantar ruas de lazer nos bairros e na zona rural. b) Introduzir o jogo de xadrez nas escolas da Rede Municipal de Ensino

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c) Construir equipamentos públicos de lazer para a população (praças com

brinquedos para crianças).

Parágrafo único – Para o cumprimento das diretrizes de esporte e lazer, o Poder Público municipal poderá celebrar convênios, viabilizar parcerias e outros acordos com órgãos públicos, organizações não governamentais e demais entidades de apoio a esporte e lazer.

Seção IV

Das diretrizes específicas de Assistência Social Art. 29 – Além da diretriz geral de elaborar o Plano Municipal de Assistência Social com a preocupação de um trabalho intersetorial com as demais políticas sociais, fortalecer os programas existentes que recebem verbas do governo federal e os trabalhos que já estão sendo realizados junto com outras secretarias, o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Campo Belo define como diretrizes específicas de Assistência Social:

a) Implantar mediante recursos orçamentários específicos, mais duas unidades do CRAS : 01 para a área urbana e 01 itinerante para atender a zona rural.

b) Ampliar o projeto de Educação Alimentar já desenvolvido pela SMAS c) Promover atividades em conjunto com o Clube Idade Feliz na sede e na zona

rural. d) Melhorar as condições físicas da SMAS. e) Buscar parcerias com empresa privadas. f) Desenvolver políticas sociais através de programas e projetos cridos no âmbito

do município, que atendam necessidades próprias de Campo Belo, buscando recursos financeiros em entidades nacionais, internacionais, e através de parcerias com empresas, órgãos públicos e organizações da sociedade civil, para garantir condições mínimas de abastecimento e de consumo, promover ações de capacitação do indivíduo, promover a geração de trabalho e renda, apoiar a formação de associações e cooperativas, assegurando à população em geral condições dignas de vida, tendo em vista as desigualdades sociais existentes;

Parágrafo único – Para o cumprimento das diretrizes de ação social, o Poder Público municipal poderá celebrar convênios, viabilizar parcerias e outros acordos com órgãos públicos, organizações não governamentais e demais entidades de apoio a programas e projetos de cunho social.

Seção V

Das diretrizes específicas de Saúde

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Art. 30 – Além da diretriz geral de elaborar o Plano Municipal de Saúde com o objetivo de assegurar condições dignas de saúde e bem-estar à população, e garantir serviços de saúde com qualidade para todos pela adequada aplicação dos recursos financeiros públicos e, ainda, de implementar ações com a preocupação de um trabalho intersetorial com as demais políticas sociais, o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Campo Belo define como diretrizes específicas de Saúde:

a) Promover campanhas na zona rural para a prevenção do câncer de pele atingindo o trabalhador rural e o proprietário da terra.

b) Dar continuidade às campanhas de prevenção (controle da pressão arterial e diabetes; tabagismo; auto-medicação, dentre outras).

c) Implantar o projeto PSF na escola ( parceria com o Governo Estadual ) para dar início aos testes de acuidade visual.

d) Divulgar a cartilha sobre o trabalho desenvolvido pelo PSF, visando esclarecer à população sobre o real objetivo deste programa : entender o indivíduo e o ambiente em que ele vive.

e) Remapear as unidades do PSF, objetivando equilibrar o máximo possível o número de atendimentos.

f) Incorporar ao Plano Diretor novas propostas que poderão surgir durante as Conferências Municipal de Saúde a serem realizadas em novembro anualmente.

Parágrafo único – Para o cumprimento das diretrizes de saúde, o Poder Público municipal poderá celebrar convênios, viabilizar parcerias e outros acordos com órgãos públicos, organizações não governamentais e demais entidades de apoio a programas e projetos de promoção à saúde.

Seção VI

Das diretrizes específicas de Segurança Pública

Art. 31 – Além da diretriz geral de empreender as negociações necessárias entre o município e o Estado, no sentido da viabilização de recursos materiais, humanos e financeiros e da realização de ações conjuntas para a melhoria das condições de segurança pública em Campo Belo, o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Campo Belo define como diretrizes específicas de Segurança Pública:

a) Elaborar amplo programa contemplando ações preventivas como a realização, através de parceria entre Poder Público estadual, municipal e iniciativa privada, de atividades e palestras junto à população em geral e à comunidade escolar, abordando questões de interesse para crianças, adolescentes e adultos;

b) Elaborar projetos e implementar ações integradas, mediante parceria entre

Poder Público estadual, municipal e iniciativa privada, relacionando segurança e saúde pública, segurança e defesa civil, segurança e cultura, lazer e esportes apoiando, por exemplo, treinamento de crianças e adolescentes em diferentes modalidades esportivas, com a realização de torneios, bem como a implantação de praças e espaços / equipamentos para atividades culturais e de lazer;

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c) Viabilizar a elaboração de cartilhas sobre questões relacionadas à segurança pública, para ampla divulgação junto à comunidade;

d) Estimular o trabalho conjunto entre a Polícia Militar e Civil. e) Divulgar o trabalho realizado pelo CONSEP. f) Estender o PROERD para todas as Redes de Ensino. g) Estudar a viabilidade da criação de um Departamento Municipal de Trânsito

Parágrafo único – Para o cumprimento das diretrizes de segurança pública, o Poder Público municipal poderá celebrar convênios, viabilizar parcerias e outros acordos com órgãos públicos, organizações não governamentais e demais entidades de apoio a programas e projetos de segurança pública.

Seção VII

Das diretrizes relacionadas a políticas sociais esp ecíficas para a Área Rural

a) Implementar programas educativos via rádio (educação para saúde, uso indevido do agrotóxico, educação ambiental)- durante os programas de maior audiência na Zona Rural;

b) Divulgar, no rádio, a cotação dos produtos agropecuários ( leite, carne, café,

milho, feijão, outros ) e a previsão do tempo; c) Promover atividades de lazer para a 3a idade ( sugestão : bailes ); d) Providenciar melhoria de acesso para a equipe do PSF na época de chuva na

comunidade de Ribeirão Santo Antônio; e) Apoiar a Construção tanquinhos de leite nas comunidades rurais; f) Melhorar o acesso na chegada ( curva perigosa ) à comunidade de Toscano de

Brito; g) Instalar som na Igreja de Basílios h) Verificar com a Apama a possibilidade de manter, permanentemente, uma

máquina para colher e debulhar o milho nas comunidades rurais. i) Outras diretrizes constantes na Lei Município Empreendedor Agrícola

CAPÍTULO VI

DAS DIRETRIZES PARA A ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA P REFEITURA

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Art. 32 – O Poder Executivo promoverá, por meio de legislação específica, a adequação de sua estrutura administrativa em termos de organização, funcionamento, recursos humanos, recursos materiais, recursos financeiros, e fortalecimento do papel do planejamento em todas os setores as administração, para a implementação do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Campo Belo conforme disposições desta Lei, atendendo às seguintes diretrizes específicas:

a) Elaborar e implantar amplo projeto de Reforma e Modernização Administrativa em termos de organização, informatização, procedimentos, recursos humanos, materiais e financeiros, buscando uma melhor definição de atribuições e de funcionamento de cada órgão municipal da administração direta e da administração indireta;

b) Criar, implantar espaço institucional forte para órgão municipal com atribuições

para o planejamento urbano e para a implantação e fiscalização das diretrizes da política urbana definida pelo Plano Diretor, bem como com as atribuições necessárias à consolidação do Sistema Municipal de Planejamento;

c) Criar amplo programa de capacitação de recursos humanos tendo em vista um

melhor aproveitamento e qualificação dos funcionários de carreira para as funções definidas;

d) Fortalecer, no âmbito do Sistema Municipal de Planejamento, setor específico

para consolidação do Sistema de Informações Municipais Georreferenciado, interligando todos os setores da Administração Municipal, tendo em vista manter um cadastro técnico atualizado, agilizar a tomada de decisão, maximizar a utilização dos recursos financeiros através do planejamento integrado dos investimentos, e apoiar o processo de negociação do governo municipal junto a programas e projetos de outros níveis de governo, e de agências de fomento ao desenvolvimento, além de informar com agilidade à população sobre processos em andamento e assuntos de seu interesse.

e) Criar e implantar, na estrutura administrativa da Prefeitura, espaço institucional

forte para órgão municipal com atribuições para a implantação e fiscalização da política municipal do meio ambiente, incluindo aí a elaboração e aprovação da Lei Ambiental do Município de Campo Belo, para que possa assumir as funções de órgão executivo do Sistema de Meio Ambiente, com atribuições para a elaboração de planos, programas e projetos, para apoio técnico ao CODEMA nos processos de licenciamento ambiental de competência do município, contando com corpo de fiscais ambientais experientes e treinados para trabalharem em conformidade com a realidade municipal, ou mesmo através de parceria com a Policia Florestal, IMA, EMATER, e outras organizações;

f) Promover a estruturação efetiva e consolidação do CODEMA como órgão

deliberativo das questões ambientais no âmbito do município, parte integrante do Sistema Municipal de Meio Ambiente, fortalecendo sua importância no processo de regulamentação e controle da qualidade ambiental.

g) Viabilizar, na estrutura administrativa da Prefeitura, setor de apoio e orientação

técnica à população de baixa renda, relativamente à elaboração e execução de unidades residenciais, buscando, se necessário, convênios com universidades e outros órgãos e entidades de classe que atuam nestas questões.

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TÍTULO III DO SISTEMA MUNICIPAL DE GESTÃO DEMOCRÁTICA DO DESEN VOLVIMENTO

MUNICIPAL Art. 33 - Para garantir a gestão democrática da cidade e do desenvolvimento municipal em CAMPO BELO, deverão ser utilizados órgãos colegiados de política urbana, debates, audiências e consultas públicas, gestão orçamentária participativa, conferências sobre assuntos de interesse municipal e iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano, em conformidade com a Lei Federal 10.257 / 2001 – Estatuto da Cidade.

Art. 34 – Para a institucionalização do Sistema de Gestão Democrática do Desenvolvimento Municipal, em conformidade com a Lei Federal 10.257 / 2001 – Estatuto da Cidade, fica criado o Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Planejamento – CODEPLAN como órgão colegiado de caráter deliberativo e de composição paritária, com número de participantes e atribuições que o fortaleçam como parte importante do sistema municipal de planejamento, adequando seu funcionamento e sua composição às disposições do Capítulo IV da Lei 10.257/2001 - Estatuto da Cidade e às resoluções do Conselho das Cidades no âmbito do Ministério das Cidades .

Parágrafo Único – A regulamentação e a implantação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Planejamento se darão no prazo de 60 dias a partir da data de aprovação desta Lei. Art. 35 – Para a institucionalização do Sistema de Gestão Democrática do Desenvolvimento Municipal é importante a criação e implantação de espaço institucional forte para órgão municipal com atribuições para o planejamento urbano e para a implantação e fiscalização das diretrizes da política urbana definida pelo Plano Diretor, bem como de espaço institucional forte para órgão municipal com atribuições para a implantação e fiscalização da política municipal do meio ambiente, incluindo aí a elaboração e aprovação da Lei Ambiental do Município de Campo Belo, que integrarão o sistema e deverão receber o fortalecimento institucional necessário para desempenharem o papel de órgãos técnicos executivos de apoio ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Planejamento, dando suporte às discussões e deliberações sobre a política urbana e de desenvolvimento municipal no âmbito do município.

TÍTULO IV

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 36 – São partes integrantes desta Lei os seguintes documentos, anexos:

I – Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume I; II - Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume II / Mapas;

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III - Diagnóstico e Diretrizes para a Estrutura Urbana e do Território Municipal – Volume III / Resultados da Pesquisa junto às Associações de Bairros IV – Processo de mobilização, sensibilização e estruturação da participação comunitária na elaboração do Plano Diretor

Art. 37 – Aplicar-se-ão as sanções previstas na Lei Federal 10.257/01 – Estatuto da Cidade, ao não atendimento às disposições desta Lei.

Art.38 – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 39 – Revogam-se as disposições em contrário. Campo Belo, 10 de outubro de 2006. ROMEU TARCÍSIO CAMBRAIA Prefeito Municipal