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Universidade Estadual de Campinas F530 Instrumentação 1 semestre de 2010 Relatório Final: Interferômetro a fibra para medição de vibrações. Aluno: Juliano Grigoleto Hayashi RA 061953 e-mail: [email protected] Orientador: Cristiano Monteiro de Barros Cordeiro e-mail: [email protected] Coordenador: José Joaquim Lunazzi

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Universidade Estadual de Campinas

F530 – Instrumentação

1 semestre de 2010

Relatório Final:

Interferômetro a fibra para medição de

vibrações.

Aluno: Juliano Grigoleto Hayashi RA 061953

e-mail: [email protected]

Orientador: Cristiano Monteiro de Barros Cordeiro

e-mail: [email protected]

Coordenador: José Joaquim Lunazzi

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Índice:

1 – Resumo. 2 – Vibração do alto-falante.

2.1 – Montagem do interferômetro a fibra com o alto-falante.

2.2 – Cálculo da amplitude e velocidade máxima do movimento da membrana.

2.3 – Caracterização da amplitude do movimento da membrana em função da voltagem

aplicada ao alto-falante.

3 – Caracterização da resposta do detector.

4 - Conclusão.

5 - Bibliografia.

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1- Resumo.

Este projeto consiste na montagem e caracterização de um interferômetro

Michelson a fibra para a detecção de vibrações. Além de sua construção e caracterização,

será estudado o movimento de vibração de alto-falantes com intuito de analisar suas

respostas e qualidades. Para concluir, iremos caracterizar a resposta do fotodetector

através da análise do padrão de interferência para diferentes voltagens aplicadas sobre o

alto-falante.

Na figura a seguir temos um esquema da montagem a ser construída.

Figura 1: Montagem do interferômetro a fibra para medições de vibrações.

Inicialmente, como relatado no relatório parcial, montamos o interferômetro a fibra

sem o alto-falante (com um espelho móvel), caracterizamos todos seus componentes

(acoplador e fibra espelhada), e visualizamos a resposta do interferômetro ao variarmos a

temperatura de um de seus braços com a aproximação de uma lâmpada de 20W. Além

disso, demos inicio a tentativa de produzir uma lente na ponta da fibra com o laser de CO2.

Na figura 2 temos fotos da extremidade de uma fibra convencional e das lentes

produzidas ao incidirmos o feixe do laser de CO2 lateralmente a fibra.

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Figura 2: a) Foto de microscopia da ponta de uma fibra óptica convencional clivada (objetiva utilizada – 10 x); b) Esquema

da incidência do feixe do laser de CO2 ; c) Foto de microscopia da lente produzida.

Neste relatório final iremos descrever a montagem e caracterização do

interferômetro com um alto-falante e deste dispositivo. Estudamos o movimento da

membrana do alto-falante, sua resposta ao variarmos a amplitude movimento, e a

resposta do detector.

2 - Vibração do alto-falante.

2.1 – Montagem do interferômetro a fibra com o alto-falante.

Inicialmente, antes de introduzirmos o alto-falante no sistema, foi necessário

introduzir um elemento refletor na sua membrana para refletir a luz de volta para o

interferômetro. Esse elemento refletor poderia ser uma fita, uma tinta retro-refletora, ou um

espelho colado na sua membrana.

Decidimos primeiramente utilizar a colagem de uma fita retro-refletora. Na figura 3

temos a foto do alto-falante com a fita.

a) b) c)

Feixe do laser de CO2

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Figura 3: Alto-falante com uma fita retro-refletora colada a sua membrana.

Ao introduzirmos o alto-falante no sistema, percebemos que a reflexão do laser

colimado sobre a fita retro-refletora apresenta um baixo acoplamento de volta ao

interferômetro. Descobrimos que a única forma de termos uma quantidade de luz mínima

para um bom padrão de interferência foi através da focalização do laser em cima da fita

refletora.

Na figura 4 temos um esquema que mostra a luz refletida pela fita retro-refletora no

para o laser colimado e para o laser focalizado.

a) b)

Fita retro-refletora

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Figura 4: a) Esquema que nos mostra a reflexão do feixe colimado ao incidir sobre a membrana

do alto-falante com a fita refletora. b) Esquema da reflexão ao focalizarmos o feixe na fita.

Mesmo utilizando o procedimento da figura 4b para maximizar a quantidade de luz

que volta do alto-falante e é re-acoplada ao sistema, precisamos introduzir um atenuador

de 15dB no outro braço de referência (fibra espelhada) para obtermos um bom contraste

das franjas de interferência (potência igual em ambos os braços).

Por esse motivo, a baixa porcentagem de luz re-acoplada ao sistema ao incidir um

feixe colimado, não prosseguimos na idéia de utilizar a lente criada na ponta da fibra pelo

laser de CO2 (figura 2). Como vimos no relatório anterior, as lentes produzidas diminuíam

a divergência do feixe, porem não chegavam a colimá-lo. Desta forma, ao incidirmos esse

feixe sobre a fita refletora colada na membrana do alto-falante a não temos uma

quantidade de luz suficiente para produzirmos a interferência.

Na figura 5 temos fotos do nosso interferômetro a fibra com o alto-falante em um de

seus braços.

a) b)

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Figura 5: a) Foto geral da montagem do interferômetro; b) Zoom mostrando o alto-falante em um dos braços.

Após montarmos o interferômetro com o alto-falante e conseguirmos a obtenção de

franjas com bom contraste (utilizando o atenuador que 15dB no braço de referência),

visualizamos a resposta do interferômetro para diferentes freqüências de vibrações.

Na figura 6a temos um exemplo do padrão de vibração para uma freqüência de

1.2kHz. Junto ao sinal do interferômetro (curva preta) temos o sinal aplicado sobre o alto-

falante pelo gerador de função (curva vermelha). Na figura 6b temos o zoom da região

que representa meio período de oscilação da membrana do alto-falante, isto é, o

deslocamento da posição de inicial de repouso até a sua amplitude máxima.

Figura 6: a) Padrão de interferência do alto-falante para uma freqüência de 1.2kHz e Vpp de 4,8V. b) Zoom da

região de meio período de oscilação, onde a membrana parte do repouso e se desloca até a amplitude máxima.

-0,25 -0,20 -0,15 -0,10 -0,05 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30

0,34

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

0,50

0,52

velocidade máxima ~ 5,7 mm/s

velocidade=0 (inicio do movimento)

Sin

al ó

ptico

Tempo (ms)

AF099 - resposta interferométrica - alto-falante : freqüência 1,2KHz

velocidade=0

(fim do movimento)

-3,0

-2,5

-2,0

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

AF100 - Voltagem aplicada no alto-falante - Vpp 4,8V

Vo

lta

ge

m (

V)

-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

0,34

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

0,50

0,52

v=0v=0v=0

movimendo de volta

da membrana

Sin

al ó

ptico

Tempo (ms)

AF099 - resposta interferométrica - alto-falante : freqüência 1,2KHz

movimendo de ida

da membrana

-4

-2

0

2

4

AF100 - Voltagem aplicada no alto-falante - Vpp 4,8V

Vo

lta

ge

m (

V)

a) b)

a) b)

interferômetro

Osciloscópio

Gerador

de função

Laser Alto-falante

Alto-falante

interferômetro

Laser He-Ne

633nm

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Através dos gráficos da figura 6b, podemos visualizar os instantes em que a

membrana apresenta velocidade zero (linhas pontilhadas azuis), isto é, na amplitude

máxima e mínima da oscilação, definindo o meio período de oscilação.

Na figura 7a e 7b temos dois exemplos de padrões de interferência com vibrações

de 1 KHz e 10 KHz, respectivamente. Junto ao sinal do interferômetro temos o sinal

aplicado sobre o alto-falante pelo gerador de função.

75 100 125 150 175 200 225 250 275 300

-0,08

-0,06

-0,04

-0,02

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

sin

al ó

ptico

Tempo (us)

AF017 - Resposta interferométrica - alto-falante: freqüência 10KHz

-3

-2

-1

0

1

2

3 AF018 - Voltagem aplicada no alto-falante

Vo

lta

ge

m (

V)

Figura 7: a) Padrão de interferência do alto-falante para uma freqüência de 1KHz. b) 10KHz.

2.2 – Cálculo da amplitude e velocidade máxima do movimento da membrana.

Através do número de franjas observadas em cada meio período, podemos

determinamos a amplitude do deslocamento da membrana do alto-falante. Isto é possível

porque uma franja de interferência (2π) no sinal corresponde a um deslocamento da

membrana de meio comprimento de onda, implicando na equação 1. Na equação 1,

temos que “A” é a amplitude máxima do movimento da membrana, “m” é o número de

franjas contadas em meio período e “λ” é o comprimento de onda do laser utilizado

(633nm).

2

mA [1]

7,50x10-4

1,00x10-3

1,25x10-3

1,50x10-3

1,75x10-3

2,00x10-3

-0,10

-0,08

-0,06

-0,04

-0,02

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

AF015 - Resposta interferométrica - alto-falante: freqüência 1KHz

Vo

lta

ge

m (

V)

Tempo (s)

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

Vo

lta

ge

m (

V)

AF016 - Voltagem aplicada no alto-falante

a) b)

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Além do cálculo da amplitude máxima, conseguimos extrair do padrão de

interferência a velocidade máxima da membrana do alto-falante durante seu movimento.

Isto é possível através da medida do período mínimo entre as franjas de interferência e da

equação [2]. A seguir temos a equação [2], onde “ mint ” é o menor tempo entre duas

franjas de interferência dentro de um meio período do movimento.

min

max2 t

[2]

Na figura 8a temos um exemplo da contagem de fase utilizada na determinação da

amplitude. Na figura 8b temos um exemplo da determinação do período mínimo utilizado

no cálculo da velocidade máxima.

-150 -100 -50 0 50 100 150 200 250

0,34

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

Sin

al ó

ptico

Tempo (s)

AF125 - Resposta interferométrica - alto-falante : freqüência 1,2KHz

-10,0

-7,5

-5,0

-2,5

0,0

2,5

5,0

7,5

10,0

vmáx

~26,4 mm/s

AF126 - Voltagem aplicada no alto-falante - Vpp=19,2V

Vo

lta

ge

m (

V)

t=12s

Figura 8: a) Exemplo de contagem de franjas em meio período do movimenta da membrana; b) Exemplo da

determinação do período mínimo entre as franjas.

2.3 – Caracterização da amplitude do movimento da membrana em função da voltagem aplicada ao alto-falante.

Após visualizamos diferentes padrões de interferência ao variarmos a freqüência de

vibração do alto-falante, buscamos caracterizar a resposta deste dispositivo em função da

tensão aplicada sobre ele. Para isso, fixamos a freqüência e analisemos a amplitude do

movimento da membrana em função da voltagem aplicada sobre o alto-falante.

-0,25 -0,20 -0,15 -0,10 -0,05 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30

0,34

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

0,50

0,52

Total ~ 5,25 franjas

Sin

al ó

ptico

Tempo (ms)

AF099 - resposta interferométrica - alto-falante : freqüência 1,2KHz

1 franja

-3,0

-2,5

-2,0

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

AF100 - Voltagem aplicada no alto-falante - Vpp 4,8V

Vo

lta

ge

m (

V)

a) b)

v

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Na figura 9 temos um exemplo mostrando a variação do número de franjas de

interferência em um meio período do movimento ocasionada pelo aumento da voltagem

aplicada.

-0,20 -0,15 -0,10 -0,05 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25

0,31

0,32

0,33

0,34

0,35

0,36

0,37

0,38

0,39

0,40

sin

al ó

ptico

Tempo (ms)

AF109 - Resposta interferométrica - alto-falante : freqüência 1,2KHz

-6

-4

-2

0

2

4

6

AF100 - Voltagem aplicada no alto-falante - Vpp 10,65V

Vo

lta

ge

m (

V)

-0,15 -0,10 -0,05 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25

0,34

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

Sin

al ó

ptico

Tempo (ms)

AF125 - Resposta interferométrica - alto-falante : freqüência 1,2KHz

-10,0

-7,5

-5,0

-2,5

0,0

2,5

5,0

7,5

10,0

AF126 - Voltagem aplicada no alto-falante - Vpp 19,2V

Vo

lta

ge

m (

V)

Figura 9: Número de oscilações em um meio período para uma freqüência de 1.2kHz variando a Vpp aplicada.a) Vpp=4,8V;

b) Vpp=10,65V ; c) Vpp=19,2V.

Observando os gráficos da figura 9, visualizamos claramente um acréscimo do

número de franjas de interferência, implicando em um aumento da amplitude do

movimento, quando aumentamos a voltagem aplicada sobre o alto-falante.

Na figura 10 temos um gráfico que nos mostra a amplitude e a velocidade máxima

do movimento da membrana em função da Vpp aplicada (0 a 20V), para uma freqüência

de 1.2KHz.

Figura 10: Amplitude e velocidade máxima da membrana para 1,2KHz variando a Vpp de 0 a 20V.

-0,20 -0,15 -0,10 -0,05 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25

0,34

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

0,50

0,52

Sin

al ó

ptico

Tempo (ms)

AF099 - Resposta interferométrica - alto-falante : freqüência 1,2KHz

-3,0

-2,5

-2,0

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

AF100 - Voltagem aplicada no alto-falante - Vpp 4,8V

Vo

lta

ge

m (

V)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Amplitude do alto-falante - 1,2KHz

Am

plit

ud

e (

um

)

Vpp (V)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

Velocidade máxima

Ve

locid

ad

e m

áxim

a (

mm

/s)

frequência: 1,2KHz

a) b) c)

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Através do gráfico da figura 10, podemos constatar uma resposta linear da variação

da amplitude máxima e da variação da velocidade máxima em função da Vpp aplicada.

Além disto, podemos verificar que para a freqüência de 1,2KHz chegamos a uma

amplitude do movimento da membrana de aproximadamente 8um e a uma velocidade

máxima da membrana de 25mm/s (utilizando uma voltagem máxima de 20V).

Na figura 11 temos um gráfico que nos mostra a amplitude do movimento da

membrana em função da Vpp aplicada (0 a 13V) para uma freqüência de 12Hz.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

0

25

50

75

100

125

150

175

200

225

250

275

300

325

350

ajuste linear amplitude (primeiros 4 pontos)

Amplitude da oscilação da membrana - frequência 12 Hz

Ve

locid

ad

e m

áxim

a (

mm

/s)

Am

plit

ud

e (

um

)

Vpp (V)

0

2

4

6

8

10

12

14

Velocidade máxima

Figura 11: Amplitude e velocidade máxima da membrana para 12Hz variando a Vpp de 0 a 12V.

Através dos gráficos da figura 11, podemos constatar uma resposta linear (linha

preta) da variação da amplitude máxima somente até uma Vpp de aproximadamente 8V.

Após essa voltagem, o dispositivo começou a não responder mais linearmente e

visualizamos uma queda amplitude do movimento da membrana. Além disto, podemos

obter que, para a freqüência de 12Hz, chegamos a um deslocamento da membrana e

velocidade máxima de aproximadamente 225 um e 10mm/s, respectivamente.

Analisando o perfil de interferência para 12Hz, observamos que a partir de Vpp de

8V o movimento de oscilação da membrana do alto falante começou a apresentar um

comportamento anarmônico.

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Na figura 12a temos uma figura que mostra, para 12Hz, a resposta do alto-falante

para uma média voltagem (Vpp=11,57V). Na figura 12b a resposta do alto-falante para

alta voltagem (17,7V) mostrando a presença de anomalias e descontinuidades no padrão

de interferência.

-10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35

-0,06

-0,04

-0,02

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

sin

al o

ptico

tempo (ms)

AF069 - resposta interferométrica alto-falante - freqüencia 12Hz

-0,07

-0,06

-0,05

-0,04

-0,03

-0,02

-0,01

0,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

0,09

0,10

AF070 - Voltagem aplicada ao alto-falante - Vpp=11,75

Vo

lta

ge

m (

V)

Figura 12: Amplitude e velocidade máxima da membrana para 12Hz variando a Vpp de 0 a 12V.

Através do gráfico da figura 12a, podemos observar que para médias voltagens o

padrão de interferência é continuo e com amplitude constante em todo seu meio período

de oscilação. Através do gráfico da figura 12b, podemos visualizar que para altas

voltagens existe algumas descontinuidades e anomalias no perfil de interferência, o que

indica que a vibração do alto-falante deixou de ser harmônica. Esta mudança de

comportamento explica a mudança da resposta a partir de 8V visualizada na figura 11.

Comparando a resposta da amplitude em relação a Vpp para as duas freqüências

estudadas (1,2KHz e 12Hz), conseguimos observar que vibrações de alta freqüência

possuem uma amplitude de deslocamento da membrana menor (na ordem de micros ) do

que a amplitude para baixas freqüência (na ordem de milímetros). Além disto,

conseguimos observar que a velocidade máxima da membrana, para uma mesma

voltagem, é sempre maior para 1,2KHz do que para 12Hz.

4 5 6 7 8 9 10 11

-0,020

-0,015

-0,010

-0,005

0,000

0,005

0,010

0,015

0,020

Sin

al ó

ptico

Tempo (ms)

AF091- Resposta interferométrica - alto-falante: freqüência 12Hz

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

AF092 - Voltagem aplicada no alto-falante - Vpp=17,7 V

Vo

lta

ge

m (

V)

a) b)

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3 – Análise da resposta do detector.

Através dos diversos padrões de interferências obtidos pelas vibrações do alto-

falante, além da caracterização do movimento de sua membrana e de sua resposta, é

possível caracterizar a resposta do fotodetector.

Para isso, utilizamos a simetria do padrão de interferência e a diferença entre a

amplitude do seu sinal no início e no meio do meio período de oscilação.

Na figura 13 temos um exemplo mostrando um padrão de interferência e o que é

necessário para caracterizar sua resposta.

0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75

0,34

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

0,50

Vmin

Sin

al ó

ptico

Tempo (ms)

IF124 - Voltagem aplicada sobre o alfo-falante - Vpp= 18,46V

Vmax

-0,5

0,0

0,5

1,0

IF123 - Resposta interferometrica do alto-falante - freqüência 1,2KHz

0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60

0,34

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

0,50

tmin

Sin

al ó

ptico

Tempo (ms)

IF124 - Voltagem aplicada sobre o alfo-falante - Vpp= 18,46V

-0,5

0,0

0,5

1,0

IF123 - Resposta interferometrica do alto-falante - freqüência 1,2KHz

Figura 13: Padrão de interferência e valores necessários para caracterizar o detector; a )Vmax e Vmin. b) Período mínimo.

A resposta do detector é definida pela equação [3], onde Vmax e Vmin são as variações

na amplitude do sinal mostradas na figura 13a.

max

min

V

VR [3]

Através do inverso do valor do período mínimo (figura 13b), conseguimos

determinar a freqüência máxima (fm) das franjas de interferência.

Como vimos anteriormente, ao variarmos a freqüência de vibração do alto-falante e

a voltagem pico-a-pico aplicada sobre ele, mudamos o padrão de interferência no meio

período de oscilação. Para caracterizar nosso foto-detector, fixamos a freqüência em

a) b)

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1,2KHz e variamos a Vpp aplicada sobre o dispositivo, e analisamos a alteração dos

valores de Vmax, Vmin e fm .

Na figura 14 temos um gráfico que nos mostra o valor da resposta do detector em

função da freqüência máxima ocasionada pela variação da Vpp aplicada sobre o alto-

falante. Além disto, temos também a resposta do detector somente em função do Vpp

aplicado.

10 20 30 40 50 60 70 80 90

0,60

0,65

0,70

0,75

0,80

0,85

0,90

0,95

1,00

1,05

1,10

Resposta do foto-detector em função da freqüência máxima (fm).

R(r

esp

osta

do

fo

to-d

ete

cto

r)

Freqüência máxima (KHz)

4 6 8 10 12 14 16 18 20

Resposta do foto-detector em função da Vpp.

Vpp (V)

Figura 14: Resposta do foto-detector em função da freqüência máxima e da Vpp aplicada sobre o

alto-falante.

Através do gráfico da figura 14 podemos visualizar o comportamento da resposta

do detector em função da Vpp e da freqüência máxima. Além disso, obtemos o valor da

freqüência de corte (aproximadamente 75KHz), que corresponde a freqüência onde

7,0~2

1R .

4 - Conclusão. Neste trabalho inicialmente montamos e caracterizamos um interferômetro

Michelson a fibra e começamos um estudo para a produção de lentes nas pontas das

fibras (relatório parcial). Em seguida, estudamos o movimento de vibração de um alto-

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falante através da análise do padrão de interferência obtido como resposta pelo

interferômetro.

Em relação ao movimento da membrana do alto-falante, para uma freqüência de

1,2KHz, visualizamos uma resposta linear da amplitude do movimento e da sua

velocidade máxima em função da Vpp aplicada (figura 10). Para a freqüência de 12Hz,

visualizamos um comportamento linear da amplitude até aproximadamente 8V (figura

11). Após essa voltagem, observamos uma queda na amplitude e o surgimento de

anomalias e descontinuidades no padrão de interferência (figura 12).

Para finalizar, após caracterizarmos o interferômetro e o alto-falante, utilizamos os

padrões de interferência produzidos pelas vibrações da membrana para caracterizar a

resposta do nosso fotodetector. Obtivemos a sua resposta em função da freqüência

máxima das franjas e da Vpp aplicada sobre o alto-falante (figura 14). Conseguimos

obter a freqüência de corte para nosso detector (aproximadamente 75KHz).

Opinião do orientador:

Juliano desenvolveu neste semestre um interferômetro a fibra para medição de

vibrações e que, indiretamente também pode ser utilizado para caracterizar a resposta

em freqüência do detector utilizado. O trabalho ocorreu como esperado sendo o protótipo

final compacto e relativamente estável para medidas rápidas (da ordem de um segundo).

O aluno conseguiu caracterizar um alto-falante (AF) em duas freqüências, 12 e 1200 Hz.

No caso da alta freqüência mostrou que, aplicando 20 volts pico-a-pico, a membrana do

AF se desloca da ordem de 8 microns e com uma velocidade máxima da ordem de 25

mm/segundo.

Para baixas freqüências obteve resultados ainda mais interessantes quando

voltagem aplicada excede 8 Vpp e o AF deixa de responder de maneira linear. Nesta

situação novos tons (freqüências) são gerados e podem ser visualizados nas franjas de

interferência.

Para finalizar o detector utilizado também pôde ser caracterizado com a montagem

realizada mostrando que o mesmo deixa de responder quando a freqüência ultrapassa

certo valor.

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A montagem realizada tem grande valor didático e será futuramente melhorada para

tentar deixar o interferômetro mais estável e compacto permitindo, por exemplo, medidas

de variação de temperatura em tempos longos (>10 segundos).

Estou satisfeito com os resultados obtidos, tanto pela parte de instrumentação

quanto pela parte didática.

Campinas, 15 de junho de 2010,

Prof. Cristiano Cordeiro

5 - Bibliografia. 1 - Apostila: “Óptica Moderna”, Prof. Jaime Frejlich, UNICAMP, IFGW, Laboratório

de óptica, paginas 153 a 163. Versão de agosto de 2009

2 – Fang Xie,, Xian feng Chen , LinZhang ,“High stability interleaved fiber Michelson

interferometer for on-line precision displacement measurements”, Optics and Lasers in

Engineering 47 (2009) 1301–1306.