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Manual Caseiro
Direito Administrativo – De na Súmula!!!
LEI DE TORTURA Lei nº 9.455/97
Ed. 2020
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Manual Caseiro
Direito Administrativo – De na Súmula!!!
Manual Caseiro Instagram: @manualcaseiro E-mail: [email protected] Site: www.meumanualcaseiro.com.br Lei de Tortura – Lei nº 9.455/97
LEI DE TORTURA Lei nº 9.455/1997
Prezado aluno, passaremos nesse momento ao estudo da Lei de Tortura. O presente material tem
por objetivo reunir todas as informações que o candidato precisa para resolver questões dos certames
públicos. Dessa forma, nosso material trouxe uma abordagem doutrinária sobre o tema objeto de estudo, a
legislação (lei seca), questões que já foram cobradas pela Banca CESPE, questões já cobradas em concurso
público pelas diversas bancas.
Analisando as questões anteriores dos certames públicos, constatamos uma maior incidência de
cobrança da literalidade da legislação (Lei n. 9455/97). Desse modo, enfatizamos a necessidade de uma
leitura atenciosa dos dispositivos legais. Além disso, o dispositivo mais exigido o conhecimento foi o Art.
1º, o qual consagra as formas de tortura.
Feita as devidas considerações iniciais, vamos ao conteúdo!
Bons estudos, #TmJuntos!
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Direito Administrativo – De na Súmula!!!
1. Legislação
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de
violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; II - submeter alguém, sob sua guarda,
poder ou autoridade, com emprego de violência
ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou
mental, como forma de aplicar castigo pessoal
ou medida de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§1º Na mesma pena incorre quem submete
pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da
prática de ato não previsto em lei ou não
resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se OMITE em face dessas
condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou
apurá-las, incorre na pena de detenção de um a
quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza
grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de
quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é
de oito a dezesseis anos.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um
terço:
I - se o crime é cometido por agente
público;
II - se o crime é cometido contra criança,
gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela
Lei nº 10.741, de 2003)
III - se o crime é cometido mediante
sequestro.
§ 5º A condenação ACARRETARÁ A
PERDA DO CARGO, função ou emprego
público e a interdição para seu exercício pelo
dobro do prazo da pena aplicada.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e
insuscetível de graça ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta
Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda
quando o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou
encontrando-se o agente em local sob jurisdição
brasileira.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de
sua publicação.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da
Criança e do Adolescente.
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Direito Administrativo – De na Súmula!!!
2. Noções Introdutórias
Inicialmente, cumpre observamos em que contexto se desenvolveu a regulamentação da Lei de
Tortura no âmbito mundial e interno, leia-se, no Ordenamento Jurídico Brasileiro.
Logo após o final da 2ª Guerra Mundial nasce um movimento de repúdio a tortura.
No cenário mundial houve a aprovação de várias Convenções e Tratados combatendo a prática da
tortura, convenções essas que foram, inclusive, ratificadas pelo Brasil.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem, proclamada pela Assembleia Geral das Nações
Unidas, em 10 de dezembro de 1948, consagrou, em seu artigo V, o princípio básico de que ninguém será
submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Por outro lado, no cenário brasileiro, foi somente com o advento da Constituição Federal de 1988,
conhecida como “Constituição Democrática ou Cidadã” que fora introduzido entre o rol de direitos
fundamentais o direito de não ser submetido à tortura.
Conforme proclama a Constituição Federal, ninguém será submetido a tortura e nem a tratamento
desumano ou degradante. Além da referida proteção jurídica constitucional, a CF enquadrou o delito de
tortura como crime equiparado a hediondo, aplicando a este os mesmos gravames dos crimes hediondos.
Ressalta-se, tem doutrina argumentando no sentido de que o direito de não ser torturado ao lado do
direito de não ser escravizado constituem as únicas hipóteses em que o direito fundamental possuirá natureza
absoluta.
3. Fundamento Constitucional
Segundo o art. 5º, III da Constituição Federal:
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
(mandado de constitucional implícito vedando a tortura).
Por outro lado, o art. 5, XLIII declina:
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem. (mandado de constitucional explícito)
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A Constituição Federal ao teor do seu art. 5º, XLIII trouxe um mandado de criminalização relacionado
ao crime de tortura.
Candidato, o que são mandados de criminalização? Os mandados de criminalização são ordens emitidas
pela Constituição Federal ao legislador ordinário no sentido da criminalização de determinados
comportamentos.
Ante a explicação, contemplamos que mandados constitucionais de criminalização (ou de
penalização) são mandamentos direcionados ao legislador ordinário, para que criminalize determinadas
condutas ou estabeleça um tratamento penal mais severo.
Nas lições do Professor Fábio Roque, a Constituição não criminaliza a conduta, porém “manda” o
legislador ordinário fazê-lo.
Nesse sentido, após a edição do mandado de criminalização, o qual implicitamente determinou a
regulamentação da matéria por lei ordinária, vários diplomas legais surgem para regulamentar a prática da
tortura.
Candidato, após o mandado de criminalização, qual foi a legislação a regulamentar a tortura no
Ordenamento Jurídico Brasileiro? Excelência, foi somente com o advento do ECA que tivemos no Brasil a
primeira legislação a regulamentar o tratamento aplicado a prática de tortura. Contudo, essa incidência tinha
sujeito passivo restrito, ou seja, apenas criança ou adolescente que poderia ser considerada vítima. Ante o
exposto, temos que para suprir essa lacuna de regramento infraconstitucional, inicialmente, criado o delito
de tortura contra menores, descrito no art. 233 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Vejamos:
Art. 233. Submeter criança ou adolescente, sob sua autoridade, guarda ou vigilância a tortura: Pena – reclusão, de um a cinco anos. § 1 Se resultar lesão corporal grave: Pena – reclusão, de dois a oito anos. § 2 Se resultar lesão corporal gravíssima: Pena – reclusão, de quatro a doze anos. § 3 Se resultar morte: Pena – reclusão, de quinze a trinta anos.
4. Evolução histórica da Regulamentação do Crime de Tortura no O. Jurídico
Brasileiro
As regulamentações sobre a prática da tortura passam a se incorporar no Ordenamento Jurídico
Brasileiro logo após o advento da Constituição Cidadã (CF de 1988), a qual nos trouxe mandados
constitucionais de criminalização.
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Nesse contexto, conforme explicado acima, a Lei nº 8.069/90 (ECA) foi o primeiro diploma legal no
âmbito interno a definir o crime de tortura.
Disciplinada ao teor de seu art. 233 do ECA, conforme a referida legislação apenas a criança ou
adolescente poderia ser vítima do crime de tortura.
Lembre-se! Nessa fase de regulamentação pelo ECA se a vítima não fosse criança e/ou adolescente,
não era enquadrado a conduta como crime de tortura, posto que somente criança ou adolescente poderiam
ser vítima do crime de tortura.
Em seguimento, em meados de 90 ainda, a Lei dos Crimes Hediondos, Lei nº 8.072/90 equiparou a
tortura aos crimes hediondos, lhes aplicando as mesmas consequências jurídicas impostas aos crimes
hediondos.
Foi somente com o advento da Lei nº 9.455/97, lei ora objeto de nosso estudo, que o art. 233 do ECA
fora revogado, passando a referida legislação a regulamentar a prática de tortura no Ordenamento Jurídico
Brasileiro.
Por fim, e não menos importante, a Lei nº 12.847/13 institui o Sistema Nacional de Prevenção e
Combate à Tortura. Cumpre salientar que, referida lei não cria crimes e nem comina penas. Não é lei penal,
complementa a 9.455/97 contemplando medidas de combate à tortura. Desse modo, contemplamos um rápido
histórico das legislações do OJ brasileiro que se debruçaram a regulamentar a temática.
QUADRO EVOLUTIVO
Lei n. 8.069/90 (ECA)
Lei n. 8.072/90(Hediondos)
Lei n. 9455/97(Tortura)
Lei n. 12.847/13
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Lei de Tortura no Ordenamento Jurídico Brasileiro versus Tratados Internacionais
No Ordenamento Jurídico Brasileiro, a Lei de Tortura diverge em dois pontos em relação aos Tratados
Internacionais:
• No Brasil, a Lei nº 9.455/97 não exige a condição de autoridade do sujeito ativo, ou seja, qualquer
pessoa pode figurar como torturador, não há exigência na lei para que se tenha condição especial do
agente, de modo que, não necessita para a configuração do delito que a tortura seja praticada
exclusivamente por agentes do Estado.
No Brasil, tanto o funcionário público quanto o particular podem ser sujeitos ativo do crime de tortura.
Trata-se de crime comum. Isso porque o tipo não exige qualidade ou condição especial do agente, podendo
qualquer pessoa pode figurar como vítima.
No plano internacional (Tratados Internacionais), o crime de tortura somente pode ser praticado por
agente público, ou seja, é crime próprio.
No Brasil, em virtude de sermos o único país em que não se exige a qualidade especial de agente
público, o crime de tortura ficou conhecido como “crime de jabuticaba”, posto que essa fruta só existe no
Brasil, fazendo analogia ao fato de que, somente no Brasil o crime de tortura é crime comum (não exige
qualidade especial do agente).
CRIME DE JABUTICABA. Vamos de imagem para recordar na hora da prova?!
Assim, embora os tratados internacionais e demais ordenamentos tratem do crime de tortura como
sendo ele um crime próprio, que exige alguma característica especial do agente, apenas no Brasil o crime de
tortura é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
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JÁ CAIU CESPE: O crime de tortura é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, não
sendo próprio de agente público, circunstância esta que, acaso demonstrada, determinará a incidência de
aumento da pena.
CERTO.
JÁ CAIU CESPE: Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-DFT Prova: CESPE - 2013 -
TJ-DFT - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador. O crime de tortura é considerado crime comum,
uma vez que não se exige qualidade ou condição especial do agente que o pratica, ou seja, qualquer pessoa
pode ser considerada sujeito ativo desse crime.
CERTO.
Complementando ainda, sobre o crime de tortura não ser crime próprio no OJ Brasileiro, discorre
explica Victor Eduardo Rios Gonçalves (Legislação Penal Esquematizado):1
O crime de tortura não é próprio, vale dizer, pode ser cometido por qualquer pessoa, e não
apenas por policiais civis ou militares. Essa opção do legislador não retrata fielmente a
Convenção Internacional assinada pelo Brasil, na qual o país se compromete a combater a tortura
cometida “por agentes públicos”. A lei, portanto, é mais abrangente que a Convenção e, além
disso, prevê, em seu art. 1, § 4, I, que o crime terá sua pena aumentada de um sexto a um terço,
se o delito for cometido por agente público.
• O crime de tortura, é rotulado nos tratados como crime IMPRESCRITIVEL, ou seja, não prescreve.
No Brasil, todavia, a lei não fala nada a respeito da imprescritibilidade.
Em nosso Ordenamento, as hipóteses de imprescritibilidade estão previstas ao teor do art. 5º, XLII e
XLIV da CF/88, vejamos:
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei.
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Assim, apenas existem dois crimes que são imprescritíveis:
1 Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial / Victor Eduardo Rios Gonçalves, José Paulo Baltazar Junior; coordenador Pedro Lenza. – 2. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016. – (Coleção esquematizado).
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• 1º RACISMO;
• 2º AÇÃO DE GRUPOS ARMADOS, CIVIS OU MILITARES, contra ordem constitucional e o
Estado democrático.
E no Brasil, tortura é prescritível?
O Estatuto de Roma proclama que o crime de tortura é imprescritível e o Brasil aderiu ao referido.
Nessa esteira, cumpre recordarmos que os tratados internacionais de direitos humanos que forem
ratificados pelo Brasil com quórum de 3/5 será equiparado a emenda constitucional, se não observar o
referido quórum, terá ainda status supralegal, leia-se, está abaixo da Constituição, porém acima da lei, nesse
sentido é o art. 5º, §3º da Constituição Federal.
O Estatuto de Roma foi ratificado com quórum comum, logo, possui status supralegal, estando
abaixo da Constituição, mas acima da lei infraconstitucional, ou seja, possui caráter supralegal.
Desse modo, indaga-se, no conflito entre Constituição Federal e o tratado, qual deverá prevalecer?
Existem três teorias propondo a solução do referido conflito, de antemão adiantamos que o STF se
filiou a corrente que defende a supremacia da Constituição Federal, de modo que, deve a referida prevalecer
em detrimento do Tratado.
Nessa linha, vejamos detalhadamente as concepções/correntes:
1ª Corrente: defende que deve prevalecer a Constituição Federal/88, pois o TIDH ratificado com
quórum comum é infraconstitucional. Logo, a tortura prescreve.
Conforme destacado acima, o STF ADOTOU ESSA CORRENTE QUANDO JULGOU O PEDIDO
DE REVISÃO NA LEI DE ANISTIA.
2ª Corrente: entende que deve prevalecer a norma que se apresentar mais favorável aos direitos
humanos, é incidência do princípio do “pro homine”.
Dessa forma, sendo mais favorável a tortura prescrever, deve prevalecer a norma que prevê a
prescrição do delito em detrimento da que nega a sua qualidade de prescritível.
3ª Corrente: argumenta que a imprescritibilidade prevista nos Tratados é incompatível com o direito
penal moderno e o Estado democrático.
Nos termos propostos pela Constituição Federal, apenas o RASCIMO e as ações de grupos armados
contra ordem constitucional e o Estado democrático são delitos imprescritíveis. Assim, a tortura é classificada
como prescritível.
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àA tortura é crime prescritível.
Em resumo:
• No OJ Brasileiro, o crime de tortura pode ser praticado por qualquer pessoa, tratando-se de crime
comum.
A Convenção contra a Tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanas ou degradantes (1984)
rotulou o delito de tortura como próprio, só podendo ser praticado por funcionário público ou pessoa no
exercício da função pública. No entanto, a lei 9.455/97, em regra, não exige qualidade ou condição especial
do agente. No Brasil, em regra, o crime é comum. Apesar de haver doutrina lecionando que o legislador
nacional não poderia ter destoado do legislador internacional, vêm entendendo o STJ e o STF que o crime
de tortura não exige do autor condição de agente público. Veremos que, se cometido por funcionário público,
haverá causa de aumento.
• A tortura no OJ Brasileiro, é prescritível.
5. Objetividade Jurídica: condutas que são consideradas como TORTURA
Qual o conceito de Tortura?
Em 10 de Dezembro de 1984, foi aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas a Convenção
contra a Tortura e Outros tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes.
Nesse contexto, o art. 1º da referida convenção define tortura “para fins da presente Convenção, o
termo tortura designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos
intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de terceira pessoa, informações ou confissões; de
castiga-la por ato que ela ou terceira pessoa tenha cometido ou seja, suspeita de ter cometido; de intimidar
ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou qualquer motivo baseado na discriminação”.
Vamos a análise pontual de cada conduta considerada como tortura? Para tanto recorremos
inicialmente as disposições legais. Vejamos:
Art. 1º. Constitui CRIME DE TORTURA:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-
lhe sofrimento físico ou mental:
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a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de
terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Da análise do dispositivo legal, verifica-se que a lei de tortura não descreve em que consiste esta,
limitando-se a expor quais as condutas que se constituem em ato de tortura.
A lei de tortura enuncia quais condutas são consideradas como tortura.
Art. 1º, I – Constranger ALGUÉM com o emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação. declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
O dispositivo legal é claro ao apontar “constranger alguém”. Assim, temos que o delito em comento
tem por sujeito ativo qualquer pessoa. Logo, trata-se de crime comum, pois pode ser praticado contra
qualquer pessoa, não exigindo qualidade ou condição especial do agente, tanto do sujeito ativo quanto do
sujeito passivo.
É justamente nesse ponto que reside a distinção entre o crime de tortura previsto na Lei nº 9.455/97
e o revogado art. 233 do ECA, em que só se admitia como sujeito passivo a criança e o adolescente.
Assim:
A conduta punida é CONSTRANGER a vítima, mediante emprego de violência ou grave ameaça.
O torturador constrange a vítima, empregando violência ou grave ameaça, com um fim específico. O crime
é punido a título de dolo mais fins especiais que animam o agente:
Somatório: dolo + fins especiais.
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5.1 Alínea “a” – Tortura Prova
Art. 1º CONSTITUI CRIME DE TORTURA:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando- lhe sofrimento
físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira
pessoa;
Na primeira alínea, a tortura é praticada com a finalidade de se obter “informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa”, é a chamada tortura prova, ou ainda, tortura confissão,
tortura probatória.
Tortura prova = tortura confissão, tortura probatória, tortura institucional ou tortura inquisitorial.
Para melhor materializarmos a situação abstrata prevista na lei, imaginemos o seguinte exemplo:
policial que tortura alguém (provável autor do delito) para que este confesse a autoria do delito. A presente
circunstância é exemplo típico de tortura probatória, ou seja, o individuo é torturado com a finalidade de que
se obtenha dele sua declaração (confissão).
ESPÉCIES
Tortura prova
Tortura crime
Tortura preconceito
Tortura pela tortura
Tortura castigo
Tortura omissão
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Cumpre destacarmos que, inobstante o exemplo acima tenha como sujeito ativo a figura de um agente
do Estado, esta qualidade, conforme já destacado acima não é condição necessária exigida pelo Ordenamento
Jurídico para a configuração do delito de tortura, posto que se refere a crime comum. Certo? Lembre-se,
somente no OJ Brasileiro o crime de tortura é crime comum (pode ser praticado por qualquer pessoa).
Outro exemplo que poderíamos apontar, é a situação em que o credor tortura o devedor no intuito de
que este confesse a dívida.
Dessa forma, verifica-se que temos hipóteses distintas em que o torturador é agente do Estado, bem
como, situação em que o particular é o agente, reforçando a natureza de crime comum da prática da tortura.
Já Caiu CESPE: Pratica crime de tortura a autoridade policial que constrange alguém, mediante
emprego de grave ameaça e causando-lhe sofrimento mental, com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa.
CERTO.
No tocante a consumação e tentativa, o crime de tortura, em sua modalidade tortura prova, consuma-
se com o constrangimento causador do sofrimento, dispensando-se a efetiva obtenção da
informação/declaração almejada.
A tentativa é admitida. No caso, é possível que o agente seja surpreendido antes mesmo de executar
o constrangimento, não se consumando por circunstâncias alheias (art. 14, II, do Código Penal).
Crime de Constrangimento de preso ou detento (art. 13 da Lei de Abuso de Autoridade) versus Lei de
Tortura
O crime de tortura previsto ao teor da Lei n. 9.455/97, se visto de forma rápida, pode ser confundido
com o novo tipo penal previsto no art. 13 da Lei de Abuso de Autoridade. Contudo, as condutas delitivas
possuem traços distintivos, vejamos:
Art. 13 da Lei de Abuso de Autoridade Art. 1º, I, alínea “a” da Lei de Tortura A condutas constrangem mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência.
As condutas causam maior sofrimento físico ou mental na vítima.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência:
Art. 1º Constitui crime de tortura: I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
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III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência
1) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
Pena - reclusão, de dois a oito anos. § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
Crime material Crime formal Exige qualidade especial do agente Crime comum Violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência.
Não admite a v
• O crime do art. 13 é crime material, ao passo que, na lei de tortura o crime é formal.
• O crime do art. 13 é crime próprio, ao passo que, na lei de tortura não se exige qualidade especial do
agente.
• O crime do art. 13 deve ser praticado mediante violência, grave ameaça ou redução de sua
capacidade de resistência, ao passo que, na lei de tortura não se admite a chamada violência
imprópria.
• O crime do art. 13 da Lei de Abuso de Autoridade exige um elemento subjetivo específico.
Diante do exposto, contemplamos que são diversas as características de cada tipo penal.
5.2 Alínea “b” – Tortura Crime
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando- lhe sofrimento
físico ou mental:
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
A situação exposta pela alínea “b” é denominado pela doutrina de tortura crime, bem como, tortura
para a prática de crime.
Conforme dispõe o texto legal, na tortura crime uma pessoa tortura outra, para que esta venha a
praticar algum crime.
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Corroborando, explica Victor Eduardo Rios Gonçalves (Legislação Penal Esquematizado):2
A tortura para a prática de crime (alínea “b”) ocorre quando o torturador usa a violência ou grave ameaça
para obrigar a vítima a realizar uma ação ou omissão criminosa. Nesses casos, o agente responderá pelo
crime de tortura em concurso material com o delito cometido pela vítima (se este efetivamente ocorrer). Assim,
se o agente tortura alguém para obrigá-lo a cometer um furto, será responsabilizado pela tortura e pelo furto.
A vítima, obviamente, não responderá pelo crime, uma vez que foi coagida a praticá-lo. Antes da Lei n.
9.455/97, o agente responderia por furto e por constrangimento ilegal (art. 146 do CP), delito que, por ser
subsidiário, fica atualmente absorvido pelo delito da lei especial.
Vamos supor a seguinte situação, Bruna tortura sua irmã para que esta venha a matar sua prima, posto
que elas não tinham uma boa relação. Na presente circunstância, a tortura praticada por Bruna tem por
finalidade constranger a sua irmã a prática de uma conduta delituosa, em virtude do qual denominamos de
“tortura crime”.
No tocante a consumação e tentativa, o crime consuma-se com o constrangimento, ou seja, no
momento da imposição do grave sofrimento físico ou mental, independentemente do torturador obter o
resultado pretendido.
Desse modo, temos que, ainda que a pessoa torturada não pratique a ação ou omissão de natureza
criminosa, o crime de tortura estará consumado com o “simples” constrangimento.
A tentativa é admitida.
Inobstante não seja necessário para a consumação do delito na modalidade tortura crime a prática da
ação ou omissão criminosa, qual a consequência jurídica se vier a ocorrer a conduta criminosa pelo torturado,
ou seja, se do constrangimento sobrevier a prática delituosa pelo torturado.
Qual a tipificação da conduta do torturado e torturador?
Imaginemos a seguinte situação: Antônio é torturado por João, o qual lhe constrange obrigando-o a
prática do delito de homicídio (art. 121, do Código Penal). Na presente situação, qual a responsabilização
penal de Antônio e de João?
Antônio é vítima da tortura praticada por João, e é executor do homicídio. Todavia, como Antônio
agiu diante da coação moral irresistível, esse não será culpável.
2 Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial / Victor Eduardo Rios Gonçalves, José Paulo Baltazar Junior; coordenador Pedro Lenza. – 2. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016. – (Coleção esquematizado).
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Por outro lado, João, é autor da tortura e é autor mediato do homicídio. Assim, João será
responsabilizado pelo crime de tortura em concurso material com o crime de homicídio.
Torturado (Felipe)
Torturador (Ricardo)
Crime de Tortura Vítima Sujeito Ativo Crime de Homicídio Autor imediato Sujeito Ativo
Vejamos:
Torturado Torturador Não responde pelo crime eventualmente praticado, considerando que a coação moral irresistível exclui a culpabilidade
Responde pela tortura (autor imediato) em concurso com o crime eventualmente praticado pelo torturado, na condição de autor mediato. Trata-se de um concurso material.
E se a tortura for para cometer contravenção penal, por exemplo, a contravenção penal
da prática de jogo do bicho. Nessa circunstância haverá a incidência da Lei de Tortura?
Há duas correntes dissertando sobre a presente situação, vejamos:
1ª Corrente: entende que ao contemplar a Lei de Tortura a expressão “natureza criminosa”,
compreenderia também a convenção penal. Desse modo, caso um sujeito venha a constranger outro a prática
de contravenção penal incidiria a Lei de Tortura (Lei nº 9.455/97). Tese minoritária.
2ª Corrente: aduz que a expressa natureza criminosa deve ser interpretada de maneira restritiva, não
abrangendo a contravenção penal.
Nessa esteira, a maior parte da doutrina entende que a expressão compreende tão somente crime.
Logo, não configura tortura o constrangimento para a prática de contravenção. É a corrente que prevalece.
Já Caiu CESPE: A denominada tortura para a prática de crime ocorre quando o agente usa de violência
ou grave ameaça para obrigar a vítima a realizar ação ou omissão de natureza criminosa. Assim, essa forma
de tortura não abrange a provocação de ação contravencional.
CERTO.
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5.3 Alínea “c” – Tortura Preconceito ou Discriminatória
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando- lhe sofrimento
físico ou mental:
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
A alínea “c” consagra a chamada “tortura discriminatória ou tortura- preconceito”.
Podemos apontar como exemplo de tortura discriminatória a situação em que o sujeito tortura o outro
com emprego de violência ou grave ameaça em virtude de ser judeu.
Segundo o STF, a expressão raça deve ser analisada sob o seu aspecto jurídico. Assim, judeu refere-
se a raça.
Conforme ensinamentos do Prof. Fábio Roque, houve uma restrição no âmbito de abrangência do
referido tipo penal, posto que é punida, tão somente, a tortura com a finalidade de discriminação racial ou
religiosa.
No tocante a consumação e tentativa, o delito em comento consuma-se no momento do
constrangimento causador do sofrimento físico ou mental. A tentativa é admitida.
5.4 Art. 1º, inciso II, Lei nº 9.455/97 – Tortura Castigo
Art. 1º Constitui crime de tortura:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal
ou medida de caráter preventivo.
O inciso II da Lei de Tortura trata da chamada “tortura-castigo”. O delito em comento consiste em
submeter a vítima com emprego de violência ou grave ameaça a INTENSO sofrimento físico ou mental.
Para configurar o delito na hipótese em estudo, é imprescindível que a vítima seja submetida a INTENSO
sofrimento físico ou mental, e isto dependerá do caso concreto.
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No que se refere aos sujeitos do delito, nesta modalidade específica do crime de tortura, apenas a
pessoa submetida à guarda, poder ou autoridade pode ser vítima.
Na situação delineada no inciso II, o crime não será mais comum. Aqui, tanto o sujeito ativo quanto
o sujeito passivo são pessoas determinadas. Assim, constitui-se em crime próprio.
Trata-se de crime próprio, pois o tipo penal exige que o agente exerça “guarda, poder ou
autoridade sobre a vítima”.
Lembre-se! Nessa hipótese o crime é próprio – o agente deve exercer a guarda, poder ou autoridade
sobre a pessoa torturada.
Por outro lado, quanto ao sujeito passivo, a vítima deve estar sobre a guarda, poder ou autoridade do
agente torturador.
Em relação a consumação do delito, o crime consuma-se com a provocação do intenso sofrimento a
vítima, ou seja, com o emprego da violência física ou mental, causando sofrimento intenso. A tentativa, por
sua vez, é admissível.
Tortura Castigo versus Maus Tratos
O delito de tortura castigo contempla elementos caracterizantes que poderiam levar o candidato a
induzir que se referem a conduta semelhante do delito de maus tratos previsto ao teor do art. 136 do Código
Penal, porém não devemos confundi-los.
Nesse contexto, a análise do elemento subjetivo do tipo “intenso sofrimento” é de suma importância
para distinguir o crime de tortura com maus tratos (art. 136 do CP).
O ponto peculiar que distintivo da tortura castigo para os maus tratos é o elemento subjetivo “intenso
sofrimento físico”.
Tortura Castigo Maus Tratos Art. 1º Constitui crime de tortura: II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
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§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
Já Caiu CESPE: O artigo que tipifica o crime de maus-tratos previsto no Código Penal foi tacitamente
revogado pela Lei da Tortura, visto que o excesso nos meios de correção ou disciplina passou a caracterizar
a prática de tortura, porquanto também é causa de intenso sofrimento físico ou mental.
ERRADO, o delito de maus tratos previstos ao teor do Código Penal continua em vigor mesmo após a edição
da Lei de Tortura. Ademais, o ponto característico de distinção dos referidos delito é a INTENSIDADE do
sofrimento causado, o qual, conforme explicação acima é de MAIOR INTENSIDADE na Tortura Castigo.
5.5 Art. 1º, §1º, Lei nº 9.455/97 – Tortura pela Tortura
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança
a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não
resultante de medida legal.
Trata-se a presente modalidade de hipótese de conduta equiparada ao crime de tortura.
O crime consiste em submeter a vítima a sofrimento físico ou mental, por intermédio de ato não
resultante de medida legal.
No caso delineado no presente dispositivo, a conduta criminosa recai sobre pessoa submetida à prisão
ou medida de segurança, por exemplo, menor infratora colocada em presídio masculino para cumprir medida
de segurança.
Nessa esteira, a pessoa presa de que trata a lei, abrange tanto a prisão provisória quanto a prisão-pena,
e até mesmo a prisão extrapenal (devedor de alimentos).
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O crime é punido à título de dolo, sem possuir finalidade especial, razão pela qual é conhecida como
“tortura pela simples tortura”.
Corroborando ao exposto, explica o Professor Fábio Roque “neste tipo de tortura, não há que se falar
em elemento subjetivo específico, pois não há uma finalidade especial a ser alcançada pelo agente.
A hipótese delineada ao teor do §1º, art. 1º, Lei nº 9.455/97 não pressupõe o emprego de violência ou
grave ameaça.
O tipo penal previsto ao teor do §1º, do art. 1º (figura equiparada), não exige qualidade especial do
sujeito ativo (agente criminoso), todavia exige qualidade especial do sujeito passivo (vítima).
Assim, temos que o sujeito ativo é qualquer pessoa, porém quanto ao sujeito passivo, o crime é
considerado próprio, isso porque deverá ser pessoa presa ou sujeita a medida de segurança.
Sujeito ativo Crime comum Sujeito passivo Crime próprio – deve tratar-se de pessoa presa ou submetida a medida de
segurança.
Em relação a consumação, o delito consuma-se com a submissão da vítima a sofrimento físico ou
mental. A tentativa, por sua vez, é admissível.
5.6 Art. 1º, §2º, Lei nº 9.455/97 – Tortura omissão
§ 2º Aquele que se OMITE em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou
apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
O §2º, do art. 1º, da Lei de Tortura trata da chamada tortura omissão, situação em que o agente se
omite em seu dever de evitar ou apurar o resultado, consistente na tortura praticado por outrem.
A primeira parte do §2º trata da omissão imprópria, que é a circunstância em que o agente tinha o
dever de evitar a tortura. Nessa situação, trabalha-se com a figura do garante ou garantidor (art. 13, §2º do
Código Penal).
Desse modo, o sujeito ativo dessa modalidade de tortura é a pessoa que possui o dever de evitar ou
de apurar o resultado, por exemplo, João, ora comandante da polícia militar percebe que soldados preparam-
se para torturar um preso. João, ainda que ciente dos fatos, nada faz para evitar. Nesse exemplo, João
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responderá nos moldes do art. 1º, §2º (tortura omissão) e os soldados, por sua vez, respondem pela tortura
por ação.
Na Lei de Tortura há uma distinção da responsabilização penal daquele que pratica a tortura da
modalidade omissiva ao que pratica de forma comissiva, sendo que o garante terá uma pena mais branda.
Nessa linha, vejamos a distinção peculiar trazida pela legislação em estudo e o tratamento conferido pelo
Código Penal.
Conforme a Constituição Federal e o Código Penal, o garante merece ser responsabilizado nos
mesmos moldes da pena aplicada ao executor, ou seja, daquele que pratica na forma comissiva. Todavia, na
Lei de Tortura o garante tem pena mais branda.
§ 2º Aquele que se OMITE em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou
apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
Assim, temos que:
• O Código Penal prevê a mesma pena para o garantidor e executor (art. 13, §2, CP).
• A Constituição Federal, por sua vez, exige a mesma consequência jurídica do executor para o garantidor (art. 5º,
XLIII, CF): a lei considerará crimes inafiançáveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evita-los, se omitirem. O garantidor deveria ter a mesma
responsabilidade dos executores.
Como solucionar tal conflito?
1ª Corrente: argumenta que a pena de 1 a 4 anos para o garantidor na Lei de Tortura é inconstitucional,
pois não observou o mandado constitucional de criminalização, merecendo, pois, garantidor e executor
receberem a mesma pena.
2ª Corrente: aduz que a pena de 1 a 4 anos é para a OMISSÃO CULPOSA do garantidor, a dolosa
sofreria as mesmas consequências.
- Crítica: o elemento subjetivo culpa, só pode ser tipificado a essa luz, se taxativamente previsto
em lei, rege-se pelo princípio da tipicidade. Nesse sentido, preleciona Rogério Sanches (Código Penal
para Concursos, 2016) “tipicidade – não se pune a conduta culposa, salvo quando há expressa disposição
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em lei. A tipicidade, subsunção ao tipo penal é exigência do art. 18, parágrafo único do Código Penal,
segundo qual – salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como
crime, senão quando o pratica dolosamente”.
3ª Corrente: defende que a pena de 1 a 4 anos para o garantidor da lei de tortura é constitucional (art.
1º, §2ª parte). Ademais, está forma de tortura, sequer seria equiparada a crime hediondo.
A 2ª parte do §2º consagra a omissão própria, quando o agente tinha o dever de apurar a tortura e não
o faz, por exemplo, autoridade policial (Delegado) é informado de que seus agentes torturaram um preso,
porém não determina a investigação do fato.
Nesse caso, a tortura é um acontecimento pretérito e o delegado ao tomar conhecimento não
determinou a investigação, sendo que em verdade, o referido tinha o dever de apurar.
6. Qualificadoras
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro
a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
As qualificadoras têm penas próprias, dissociadas do tipo fundamental, pois são alterados os próprios
limites (mínimo e máximo) abstratamente cominados. No caso, o parâmetro das penas passam a ser de quatro
a dez anos ou de oito a dezesseis anos, dependendo se fora lesão grave ou gravíssima ou morte.
SE RESULTA
Lesão grave ou gravíssima 4 a 10 anos, reclusão. Morte 8 a 16 anos, reclusão.
No caso em tela, a tortura é qualificada pela lesão grave, gravíssima ou ainda, se sobrevier a morte.
Nesse caso, o resultado é culposo.
Candidato, você não pode confundir o tipo penal do “homicídio qualificado pela tortura” com
a “tortura qualificada pela morte”.
Homicídio qualificado pela Tortura Tortura qualificado pela Morte Art. 121§2º do CP Art. 1, §3º da Lei de Tortura Morte é dolosa Tortura é dolosa Tortura também é dolosa Morte é culposa A morte é o fim almejado A tortura é o fim almejado A tortura se apresenta como MEIO utilizado para esse fim.
A morte é resultado involuntário, praticado a título de culpa.
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De acordo com a maioria, a qualificadora só abrange as torturas praticadas por ação, e não por
omissão. Não atinge a qualificadora o §2º, art. 1º, da Lei 9.455/97.
1ª Corrente: aduz que a qualificadora só alcança a tortura praticada por ação. É essa a Teoria que
prevalece.
2ª Corrente: argumenta que a qualificadora alcança também a tortura omissão imprópria.
7. Causa de Aumento
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I - se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente
ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
As causas de aumento de pena do delito de tortura encontram-se ao teor do §4º, art. 1º da Lei dos
Crimes de Tortura, entre as quais podemos destacar:
Ø Se o crime for cometido por agente público. Embora não seja condição necessária a
condição de autoridade do Estado para configurar o crime de tortura, se praticado por agente
do Estado, será causa de aumento de pena.
Prevalece na doutrina o entendimento de que a expressão agente público deve ser interpretada nos
moldes do art. 327 do Código Penal.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada
para a execução de atividade típica da Administração Pública.
Corroborando ao exposto, preleciona Rogério Sanches (Código Penal para Concursos, 2016)
“primeiramente, deve ser destacado que ao considerar o que seja funcionário público para fins penais, nosso
Código Pena nos dá um conceito unitário, sem atender aos ensinamentos do D. Administrativo, tomando a
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expressão no sentido amplo. Assim, para os efeitos penais, considera-se funcionário público não apenas o
servidor legalmente investido em cargo público, mas também o que exerce emprego público, ou, de qualquer
modo, uma função pública, ainda que de forma transitória, v.g, o jurado, os mesários eleitorais, etc”.
Em sentido contrário, existe entendimento que deve ser considerado agente público o conceito exposto ao
teor do art. 5º da Lei de Abuso de autoridade.
Já Caiu CESPE: O crime de tortura é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, não
sendo próprio de agente público, circunstância esta que, acaso demonstrada, determinará a incidência de
aumento da pena. CORRETO!
Ø Se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 60 anos.
O delito de tortura terá sua pena aumentada na hipótese de ser cometido contra as pessoas acima
delineadas.
Nos termos do art. 2º, Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se criança, para os efeitos
desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos (...). Por outro lado, adolescente é aquele entre doze
e dezoito anos de idade.
Cumpre destacarmos que, essas condições da vítima devem ingressar no dolo do agente, evitando-se
responsabilidade penal objetiva, ou seja, o agente deve ter conhecimento da condição pessoal.
Ø Se é cometido mediante sequestro.
Na expressão sequestro deve-se abranger o cárcere privado.
VAMOS ESQUEMATIZAR?
Se o crime é PRATICADO por Agente Público Se o crime é praticado CONTRA Criança
Gestante Portador de deficiência Adolescente Maior de 60 anos (não incide a causa de aumento se praticado no dia do aniversario de 60 anos).
Se o crime é COMETIDO Mediante sequestro
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As causas de aumento incidem em todas as formas de tortura, por ação ou omissão imprópria,
excetuando-se apenas a omissão própria. Assim, somente o §2º, segunda parte (omissão própria) não é
atingido pelas majorantes do §4º.
A causa de aumento do parágrafo 4, inciso I, incide no crime do art. 1º, II (tortura castigo) quando o
autor for servidor público?
1ª Corrente: de acordo com Alberto Silva Franco, não incide a causa de aumento nesta hipótese,
evitando- se bis in idem.
2ª Corrente: defendida por NUCCI, aduz que sabendo que a condição de agente público não é
elementar do tipo, parece possível a incidência da majorante, sem caracterizar bis in idem. Essa corrente é a
que prevalece.
8. Efeito da Condenação
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição
para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
O art. 92 do Código Penal enuncia que são efeitos da condenação, I – a perda de cargo, função pública
ou mandato eletivo: a...; b... Parágrafo único: os efeitos de que trata esse artigo não são automáticos, devendo
ser motivadamente declarados na sentença.
O art. 92 do CP deixa expressamente claro que no caso (art. 92, CP) o efeito não é automático,
devendo ser expresso em sentença.
E na lei de tortura, trata-se de EFEITO AUTOMÁTICO?
1ª Corrente: defende que diante do silêncio é possível aplicar o art. 92, parágrafo único do CP, por
analogia, sendo o efeito não automático.
2ª Corrente: aduz que diante do silêncio, conclui-se que o efeito da condenação é automático,
dispensando fundamentação na decisão, esse é o entendimento adotado pelo STJ.
(...) A perda do cargo, função ou emprego público é efeito automático da condenação pela prática do
crime de tortura, não sendo necessária fundamentação concreta para a sua aplicação. Precedentes (...). STJ,
6ª Turma. AgRg no Ag 1388953/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 20/6/2013.
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Já Caiu CESPE: A condenação de agente público por delito previsto na Lei de Tortura acarreta, como
efeito extrapenal automático da sentença condenatória, a perda do cargo, função ou emprego público e a
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada, segundo entendimento do STJ.
CERTO.
Complementando ainda, sobre os efeitos da sentença condenatória no âmbito da Lei de Tortura,
discorre explica Victor Eduardo Rios Gonçalves (Legislação Penal Esquematizado):3
Além da pena privativa de liberdade, o juiz deverá declarar, como efeito da sentença
condenatória, a perda do cargo, emprego ou função pública e a interdição para o exercício
de nova função pelo dobro do prazo da pena. A razão de tal efeito condenatório é o fato de ter
ficado demonstrado, de forma inequívoca, que o agente público violou seus deveres funcionais
de uma tal forma que o Estado e a sociedade não podem mais confiar em seus serviços. Por se
tratar de consequência prevista expressamente no texto legal, não é necessária motivação
específica quanto a esse aspecto.
9. Inafiançabilidade
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
O crime de tortura é crime equiparado a hediondo. Assim, por imposição constitucional, as
considerações acerca da inafiançabilidade e ao não cabimento dos institutos da graça ou anistia, aplicam-se,
igualmente, ao delito de tortura.
Sobre a inafiançabilidade e a possibilidade de liberdade provisória, duas correntes divergem:
1ª Corrente: aduz que não se admitindo a fiança, implicitamente também não se admite a liberdade
provisória.
2ª Corrente: adotada pelo STF, argumenta que a fiança não se confunde com liberdade provisória
(que pode ser concedida com ou sem fiança). Dessa forma, apesar de não admitir fiança, nada impede a
concessão da liberdade provisória para o crime de tortura, conforme análise do caso concreto, bem como, se
ausentes os requisitos da decretação da prisão preventiva.
Os argumentos utilizados é de que. a proibição da liberdade provisória com base na gravidade em
abstrato, ou seja, não analisando o caso concreto é inconstitucional. Assim, apesar de não admitir fiança,
admite liberdade provisória.
3 Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial / Victor Eduardo Rios Gonçalves, José Paulo Baltazar Junior; coordenador Pedro Lenza. – 2. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016. – (Coleção esquematizado).
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O Art. 1º, §6, dispõe que “o crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia”. Caberia
indulto?
1ª Corrente: diante do silêncio, cabe indulto, benefício que deve ser estendido à todos os demais
crimes hediondos e equiparados.
2ª Corrente: cabe indulto para tortura, não se estendo para os demais crimes hediondos e equiparados,
trabalha com o princípio da especialidade.
3ª Corrente: ao proibir a graça, o legislador também proibiu o indulto, que nada mais é que uma
espécie de graça. Indulto é a graça coletiva. Essa é a corrente adotada! Logo, não cabe indulto.
10. Cumprimento de Pena
Art. 1º, § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado.
Regime inicial de pena no caso do crime de tortura
O Plenário do STF, ao julgar o HC 111.840/ES, declarou incidentalmente a
inconstitucionalidade do § 1º, do art. 2º, da Lei nº 8.072/90, com a redação que lhe foi dada
pela Lei nº 11.464/2007, afastando, dessa forma, a obrigatoriedade do regime inicial fechado
para os condenados por crimes hediondos e equiparados, incluído aqui o crime de tortura.
Dessa forma, não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento
da pena no regime prisional fechado. STJ. 5ª Turma. HC 383.090/SP, Rel. Min. Joel Ilan
Paciornik, julgado em 21/03/2017. STJ. 6ª Turma. RHC 76.642/RN, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 11/10/2016.
Obs: existe um julgado da 1ª Turma do STF afirmando que o regime inicial no caso de tortura
deveria ser obrigatoriamente o fechado: HC 123316/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 9/6/2015. Penso que se trata de uma posição minoritária e isolada do Min. Marco Aurélio.
Os demais Ministros acompanharam o Relator mais por uma questão de praticidade do que
de tese jurídica. Isso porque os demais Ministros entendiam que, no caso concreto, nem
caberia habeas corpus, considerando que já havia trânsito em julgado. No entanto, eles não
aderiram expressamente à tese do Relator. Não há fundamento que justifique o § 1º do art.
2º da Lei nº 8.072/90 (que obriga o regime inicial fechado para crimes hediondos) ter sido
declarado inconstitucional e o § 7º do art. 1º da Lei nº 9.455/97 (que prevê regra semelhante
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para um crime equiparado a hediondo) não o ser. Em provas de concurso, deve-se ter atenção
para a redação do enunciado.
11. Extraterritorialidade Incondicionada
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
jurisdição brasileira.
Aplica-se a extraterritorialidade da norma.
A extraterritorialidade da lei na tortura praticada contra brasileiros é INCONDICIONADA.
12. Competência
A competência para processar e julgar o crime de tortura será da Justiça Comum estadual ou Federal,
a depender do caso. Nessa esteira, importante recordarmos que o fato de a conduta está prevista em tratado
internacional não atrai, por si só, a competência da Justiça Federal para o seu julgamento.
13. Progressão de Regime
É cediço que a tortura não é considerada crime hediondo, pois não figura no rol do art. 1 º da lei
8072/90, mas apenas equiparada ou assemelhada a hediondos. Em razão disso, a tortura submete-se a regras
específicas, próprias dos crimes hediondos. Recentemente, em virtude das alterações ocasionadas pelo Pacote
Anticrime, tivemos alterações nos parâmetros dos requisitos objetivos para progressão de regime.
Diante disso, destacamos a importância do estudo do quadro esquematizado abaixo.
Vejamos:
Crimes “COMUNS” Crimes HEDIONDOS ou equiparados
Gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas
com deficiência – ainda que hediondo.
16% Primário + sem violência ou grave ameaça 20% Reincidente + sem violência ou grave ameaça
40% Primário + Crime Hediondo/Equiparado 50% Primário + Crime Hediondo/Equiparado, com resultado
1/8 Cumulativamente:
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25% Primário + com violência ou grave ameaça 30% Reincidente + com violência ou grave ameaça
morte, VEDADO O LIVRAMENTO CONDICIONAL. 50% Exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado 50% Crime de constituição de milícia privada 60% Reincidente + crime hediondo/equiparado 70% Reincidente + crime hediondo/equiparado, com resultado morte, VEDADO O LIVRAMENTO CONDICIONAL.
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; III - ter cumprido ao menos 1/8 da pena no regime anterior; IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento; V - não ter integrado organização criminosa.
14. Revogação do Crime do ECA
Conforme leciona Victor Eduardo Rios Gonçalves (Legislação Penal Esquematizado), “os ilícitos
penais envolvendo a prática da tortura passaram a ser regulados integralmente pela Lei n. 9.455/97, tendo
sido revogado expressamente o dispositivo do Estatuto da Criança e do Adolescente que tratava do tema.
Atualmente, o fato de a tortura ser cometida contra menor faz com que a pena seja aumentada de um sexto
a um terço (art. 1o, § 4, II, da Lei n. 9.455/97)”.
15. Já Caiu CESPE
Já Caiu CESPE: O delegado que se omite em relação à conduta de agente que lhe é subordinado, não
impedindo que este torture preso que esteja sob a sua guarda, incorre em pena mais branda do que a aplicável
ao torturador.
CORRETO!
Já Caiu CESPE: Caracteriza uma das espécies do crime de tortura a conduta consistente em, com
emprego de grave ameaça, constranger outrem em razão de discriminação racial, causando-lhe sofrimento
mental.
CORRETO!
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Já Caiu CESPE: O condenado pela prática de crime de tortura, por expressa previsão legal, não poderá
ser beneficiado por livramento condicional, se for reincidente específico em crimes dessa natureza.
CORRETO!
Fundamento:
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou
superior a 2 (dois) anos, desde que:
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em
crimes dessa natureza.
Já Caiu CESPE: Joaquim, agente penitenciário federal, foi condenado, definitivamente, a uma pena
de três anos de reclusão, por crime disposto na Lei n.º 9.455/1997. Nos termos da referida lei, Joaquim ficará
impedido de exercer a referida função pelo prazo de seis anos.
CORRETO!
Assertiva encontra-se correta, isso porque um dos efeitos da condenação do crime de tortura é a perda do
cargo e a inabilitação para o exercício da função pelo dobro do tempo imposto na condenação.
Já Caiu CESPE: É considerado crime de tortura submeter alguém, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar-lhe castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.
CORRETO!
Já Caiu CESPE: Pela lei que define os crimes de tortura, o legislador incluiu, no ordenamento jurídico
brasileiro, mais uma hipótese de extraterritorialidade da lei penal brasileira, qual seja, a de o delito não ter
sido praticado no território e a vítima ser brasileira, ou encontrar-se o agente em local sob a jurisdição
nacional.
CORRETO!
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16. Informativos
• A prática do delito de tortura-castigo (vingativa ou intimidatória), previsto no art.
1º, II, da Lei nº 9.455/97, é crime próprio
Somente pode ser agente ativo do crime de tortura-castigo (art. 1º, II, da Lei nº 9.455/97)
aquele que detiver outra pessoa sob sua guarda, poder ou autoridade (crime próprio). STJ. 6ª
Turma. REsp 1738264-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 23/08/2018 (Info
633).
• Ausência de bis in idem na aplicação do art. 1º, § 4º, II, da Lei de Tortura em
conjunto com a agravante do art. 61, II, "f", do Código Penal
No caso de crime de tortura perpetrado contra criança em que há prevalência de relações
domésticas e de coabitação, não configura bis in idem a aplicação conjunta da causa de
aumento de pena prevista no art. 1º, § 4º, II, da Lei nº 9.455/1997 (Lei de Tortura) e da
agravante genérica estatuída no art. 61, II, "f", do Código Penal. STJ. 6ª Turma. HC 362634-
RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 16/8/2016 (Info 589).
17. Já Caiu. Vamos Treinar?
1. (CESPE / CEBRASPE - MPE-CE - CESPE / CEBRASPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial -
Direito). A respeito da Lei de Crimes de Tortura (Lei n.º 9.455/1997), julgue o próximo item.
A Lei de Crimes de Tortura, ao prever sua incidência mesmo sobre crimes que tenham sido cometidos
fora do território nacional, estabelece hipótese de extraterritorialidade incondicionada.
( ) Certo
( ) Errado
Gab. Certo. A Lei 9.455/1997define os crimes de tortura, estabelecendo no seu artigo 2º norma determinando
a aplicação da lei penal brasileira, mesmo que a tortura tenha ocorrido fora dos limites territoriais brasileiros,
desde que a vítima seja brasileira ou então que o agente se encontre em território brasileiro. Trata-se de mais
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um caso de extraterritorialidade incondicionada da lei penal brasileira, além daqueles previstos no artigo 7º,
inciso I, do Código Penal.
____________________________
2. (IADES - SEAP-GO - IADES - 2019 - SEAP-GO - Agente de Segurança Prisional). A respeito da Lei
no 9.455/1997 (Lei da Tortura), assinale a alternativa correta.
a) A consumação se dá com o emprego de meios violentos, ocasionando sofrimento físico ou mental,
englobando, inclusive, o mero aborrecimento, o qual é apto a configurar o crime de tortura.
b) A tortura-castigo exige uma relação de guarda, poder ou autoridade entre o sujeito ativo e o passivo.
c) A diferenciação entre a tortura e os maus-tratos é o elemento subjetivo. No crime de maus-tratos, não há
o animus corrigendi, disciplinandi, já no crime de tortura, o agente tem esse ânimo, além de agir com
ódio, com vontade de ver um sofrimento desnecessário, com sadismo.
d) O objeto jurídico tutelado pela norma penal no crime de tortura é apenas a integridade corporal e a saúde
física.
e) O dolo específico não constitui elementar fundamental para a configuração das modalidades do crime de
tortura previstas no art. 1o da Lei no 9.455/1997.
Gab. B.
____________________________
3. (FEPESE - SJC-SC - FEPESE - 2019 - SJC-SC - Agente Penitenciário). Analise as afirmativas abaixo
com fundamento na Lei n° 9.455, de 7 de abril de 1977, que define os crimes de tortura e dá outras
providências.
1. Aumenta-se a pena do crime de tortura de um sexto até um terço se o crime é cometido mediante sequestro.
2. A pena para o crime de tortura, quando resulta morte, é de reclusão de oito a doze anos.
3. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
4. O condenado por crime de tortura, quando resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, iniciará
o cumprimento da pena em regime fechado.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
b) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
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c) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
d) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
Gab. C.
A afirmativa 1 está correta de acordo com o Artigo 4º, III, da Lei 9.455/97.
A afirmativa 2 está incorreta de acordo com o Artigo 1º, § 3º, da Lei 9.455/97.
A afirmativa 3 está correta de acordo com o Artigo 1º, § 6º, da Lei 9.455/97.
A afirmativa 4 está correta de acordo com o Artigo 1º, § 7º, da Lei 9.455/97.
____________________________
4. (FADESP - CPC-RENATO CHAVES - FADESP - 2019 - CPC-RENATO CHAVES - Perito Criminal
- Engenharia Civil). Acerca do crime de tortura, previsto na Lei 9455/97, é INCORRETO afirmar
que:
a) configura tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental, com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de
terceira pessoa.
b) configura tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental, para provocar ação ou omissão de natureza criminosa.
c) configura tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental, em razão de discriminação racial ou religiosa.
d) na mesma pena do crime de tortura incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a(à) medida de
segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não
resultante de medida legal.
e) na mesma pena incorre quem se omite em face das condutas descritas como tortura, quando tinha o dever
de evitá-las ou apurá-las.
Gab. E. Quem se quem se omite em face das condutas descritas como tortura, quando tinha o dever de evitá-
las ou apurá-las está sujeito a uma pena menor (detenção de um a quatro anos) do que aquele que praticar as
condutas tipificadas como tortura na modalidade comissiva (reclusão de dois a oito anos), nos termos do §
2º do artigo 1º da Lei nº 9.455/1997. A assertiva contida neste item é falsa.
____________________________
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5. (FCC - SEFAZ-BA - FCC - 2019 - SEFAZ-BA - Auditor Fiscal - Administração, Finanças e Controle
Interno - Prova I). Lindomar é agente público e foi condenado à pena de reclusão de quatro anos pela
prática de tortura. De acordo com a Lei federal nº 9.455/1997, que define os crimes de tortura e dá
outras providências, a condenação de Lindomar acarretará a;
a) suspensão do seu cargo, função ou emprego público por dois anos.
b) perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício por quatro anos.
c) suspensão do seu cargo, função ou emprego público por quatro anos.
d) perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício por oito anos.
e) perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição permanente para seu exercício.
Gab. D. De acordo com o disposto no artigo 1º, § 5º, da Lei nº 9.455/1998, no que tange à prática de crime
de tortura: "A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada."
____________________________
6. (VUNESP - Câmara de Monte Alto - SP - VUNESP - 2019 - Câmara de Monte Alto - SP - Procurador
Jurídico). Considerando a jurisprudência sumulada pelo Superior Tribunal de Justiça, assinale a
alternativa correta.
a) O envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor constitui mero
aborrecimento, insuscetível de indenização por dano moral.
b) A pessoa que ocupa bem público tem mera detenção, de natureza precária, que não gera os direitos
decorrentes da posse, mas tem direito de ser indenizada pelas acessões e benfeitorias úteis e necessárias.
c) Em virtude de sua natureza propter rem, as obrigações ambientais se transmitem com alienação do
imóvel, de modo que o devem ser exigidas do proprietário ou possuidor atual; não dos anteriores.
d) Em relação aos crimes de tortura e perseguição política, ocorridos durante o regime militar, a reparação
econômica concedida pela Lei da Anistia (Lei n° 10.559/2002) não impede que a vítima formule pedido
de indenização por dano moral.
e) Nos casos de dano ambiental, a condenação do réu em obrigações de fazer e/ou de não fazer exclui a
obrigação de indenizar.
Gab. D.
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7. (INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Perito Oficial Criminal - Área
8). A respeito dos Crimes de Tortura, regulados pela Lei nº 9.455/1997, assinale a alternativa correta.
a) A pena prevista para o crime de tortura consistente em submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo, é de reclusão de dois a cinco anos.
b) A pena prevista para aquele que se omite em face de condutas que caracterizam crimes de tortura, quando
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, é de um a três anos.
c) O agente público que pratica uma das condutas que caracterizam crimes de tortura terá a pena aumentada
em dois terços.
d) O agente público condenado por crime de tortura perderá o cargo, função ou emprego público e sofrerá
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
e) O crime de tortura é insuscetível de fiança ou graça, mas é suscetível de anistia.
Gab. D. A opção D está correta segundo o Artigo 1º, II, §5º, da Lei 9.455/97.
____________________________
8. (COPS-UEL - PC-PR - COPS-UEL - 2018 - PC-PR - Escrivão de Polícia). Assinale a alternativa que
apresenta, corretamente, a denominação do crime decorrente de constrangimento a alguém, com
emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental, em razão de
discriminação racial e apenado com reclusão de 2 a 8 anos.
a) Crime de constrangimento ilegal.
b) Crime de lesão física e mental.
c) Crime de violência ou grave ameaça.
d) Crime de racismo.
e) Crime de tortura.
Gab. E.
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9. (IBFC - SEAP-MG - IBFC - 2018 - SEAP-MG - Agente de Segurança Penitenciário). No que diz
respeito ao crime de tortura, assinale a alternativa correta.
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a) o crime de tortura é afiançável
b) o crime de tortura é suscetível de anistia
c) a condenação deve acarretar a perda do cargo público e a interdição para seu exercício pelo triplo do
prazo da pena aplicada
d) constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, com emprego de grave ameaça, a intenso
sofrimento mental, como forma de aplicar castigo pessoal
e) o crime de tortura é suscetível de graça
Gab. D. É a correta visto que constitui o tipo penal do crime de tortura o emprego da violência ou grave
ameaça, causando um sofrimento físico ou mental, podendo ser aplicado como forma de castigo pessoal ou
medida de caráter preventivo.
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10. (IBFC - SEAP-MG - IBFC - 2018 - SEAP-MG - Agente de Segurança Penitenciário). Assinale a
alternativa correta. No crime de tortura, a pena aumenta de um sexto até um terço se o crime é
cometido:
a) contra pessoa maior de 50 (cinquenta) anos
b) mediante rapto
c) por agente público
d) mediante extorsão
e) mediante violência ou grave ameaça
Gab. C. Está correta pois segundo a Lei 9455/97, Artigo primeiro, parágrafo quarto, inciso primeiro, é causa
de aumento de pena, de um sexto até um terço, se a tortura é praticada por agente público.
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11. (AOCP - SUSIPE-PA - AOCP - 2018 - SUSIPE-PA - Agente Prisional). De acordo com a Lei nº
9.455/1997, se do crime de tortura resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é
de reclusão de:
a) quatro a dez anos.
b) seis a doze anos.
c) um a quatro anos.
d) dois a oito anos.
e) seis a vinte anos.
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Gab. A.
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12. (CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal Prova: CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia
Federal). Em cada item que se segue, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva
a ser julgada com relação a crime de tortura, crime hediondo, crime previdenciário e crime contra o
idoso.
Cinco guardas municipais em serviço foram desacatados por dois menores. Após breve perseguição,
um dos menores evadiu-se, mas o outro foi apreendido. Dois dos guardas conduziram o menor
apreendido para um local isolado, imobilizaram-no, espancaram-no e ameaçaram-no, além de
submetê-lo a choques elétricos. Os outros três guardas deram cobertura. Nessa situação, os cinco
guardas municipais responderão pelo crime de tortura, incorrendo todos nas mesmas penas.
( ) Certo
( ) Errado
Gab. Certo. De acordo com o artigo 29 do Código Penal, "quem, de qualquer modo, concorre para o crime
incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade." A conduta dos dois guardas que
conduziram o menor apreendido para local isolado se subsume diretamente ao tipo penal do artigo 1º, inciso
II, da Lei nº 9.455/1997. À conduta dos guardas que deram cobertura, aplica-se, ainda que de modo indireto
(adequação típica mediata), por força do disposto no artigo 29 do Código Penal, o referido dispositivo da Lei
de Tortura. Sendo assim, todos os guardas municipais incorreram nas mesmas penas.
__________________________
13. (UEG - PC-GO - UEG - 2018 - PC-GO - Delegado de Polícia). Na hipótese de um servidor público ser
condenado pelo crime de tortura qualificada pelo resultado morte a uma pena de doze anos de
reclusão, referida condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição
para seu exercício por;
a) cinco anos
b) dez anos
c) doze anos
d) vinte e quatro anos
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e) trinta e seis anos
Gab. D.
____________________________
14. (NUCEPE - PC-PI - NUCEPE - 2018 - PC-PI - Agente de Polícia Civil). Acerca do crime de tortura,
marque a alternativa CORRETA.
a) Constitui-se crime de tortura, somente quando causar dano psíquico a outrem.
b) Caso o crime de tortura seja cometido por agente público, aumenta-se a pena de um terço à metade.
c) Nas situações previstas em lei, no crime de tortura, o juiz poderá arbitrar fiança.
d) Constitui-se crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal
ou medida de caráter preventivo.
e) Em qualquer situação o condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da pena em regime
fechado.
Gab. D. A conduta de submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo, é tipificada no inciso II, artigo 1º, da Lei nº 9.455/1997. Com efeito, a assertiva contida
neste item está correta.
____________________________
15. (NUCEPE - PC-PI - NUCEPE - 2018 - PC-PI - Delegado de Polícia Civil). Após a Segunda Guerra
Mundial, adotada e proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, os direitos inerentes à
pessoa humana passam a ser protegidos mundialmente. No Brasil, os atos de tortura e as tentativas de
praticar atos dessa natureza são coibidos. Marque abaixo a alternativa CORRETA quanto ao crime
de tortura.
a) O crime de tortura é inafiançável, embora suscetível de graça ou anistia.
b) Se o crime de tortura é cometido contra maior de 60 (sessenta) anos aumenta-se a pena em de 1/3 (um
terço) até à metade.
c) Se o crime de tortura é cometido por agente público, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) até à metade.
d) Não se constitui crime de tortura o constrangimento de alguém com o emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico, em razão de discriminação racial ou religiosa.
e) Constitui crime de tortura: constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-
lhe sofrimento físico ou mental com o objetivo de obter alguma informação, declaração ou confissão.
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Gab. E. O artigo 1º, inciso I, alínea "a", da Lei nº 9455/1997, expressamente estabelece que constitui crime
de tortura a conduta de constranger alguém, com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira
pessoa. Logo, a assertiva contida neste está correta.
____________________________
18. Quadro-Resumo
Tortura Prova
Tortura Crime Tortura Discriminatória
Tortura Castigo
Tortura pela Tortura
Tortura Omissão
Consiste em constranger alguém com emprego de violência ou
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
mental com o fim de obter informação,
declaração ou confissão da
vítima ou terceira pessoa.
Consiste em constranger alguém com emprego de violência ou
grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental para
provocar ação ou omissão de
natureza criminosa. O agente
responde pela tortura e pelo
crime praticado pela vítima, em
concurso material.
Se o objetivo for obrigar a vítima a
cometer contravenção, o
agente responderá por crime de
constrangimento ilegal, e não por
tortura.
Consiste em constranger alguém
com emprego de violência ou grave ameaça, causando-
lhe sofrimento físico ou mental em
razão de discriminação
racial ou religiosa
Ocorre quando o agente submete
alguém sob sua guarda,
poder ou autoridade,
com emprego de violência
ou grave ameaça, a
intenso sofrimento físico ou
mental, como forma de
aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
Distingue-se do crime de maus-tratos
porque, neste, a vítima não é submetida a
intenso sofrimento.
Comete esse crime quem
submete pessoa presa ou sujeita a medida de
segurança a sofrimento físico ou
mental por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
Nessa figura, pune-se aquele que se
omite em face das condutas
anteriores, quando tinha o
dever de evitá- las ou apurá-
las.
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O presente quadro-resumo foi construído a partir dos conceitos extraídos da obra Legislação Penal
Esquematizado (Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial / Victor Eduardo Rios
Gonçalves, José Paulo Baltazar Junior; coordenador Pedro Lenza. – 2. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016).
19. Referências bibliográficas
Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial / Victor Eduardo Rios Gonçalves, José Paulo
Baltazar Junior; coordenador Pedro Lenza. – 2. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016. – (Coleção esquematizado).
Disponível em <www.dizerodireito.com.br> Acesso em 14.06.2020.
Disponível em <www.qconcursos.com.br>Acesso em 14.06.2020.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9455.htm>Acesso em 14.06.2020.