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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
ÂMBITO DE APLICAÇÃO DA LGT
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Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Sem prejuízo do disposto no direito comunitário e noutras normas de
direito internacional que vigorem directamente na ordem interna ou em
legislação especial.
A LGT regula as relações jurídico-tributárias
São relações jurídico-tributárias as estabelecidas entre a Administração
Tributária, agindo como tal, e as pessoas singulares e colectivas e outras
entidades legalmente equiparadas.
CONCEITO
Integram a Administração Tributária a AT e as demais entidades públicas legalmente incumbidas
da liquidação e cobrança dos tributos, o Ministro das Finanças ou outro membro do
Governo competente, quando exerçam competências administrativas no domínio tributário, e os
órgãos igualmente competentes dos Governos Regionais e autarquias locais.
Art.º 1.º
DIREITO SUBSIDIÁRIO
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Às relações jurídico-tributárias aplicam-se, sucessivamente:
• A LGT
• O Código de Procedimento e de Processo Tributário
• Os demais códigos e leis tributárias, incluindo a lei geral
sobre infracções tributárias
• O Estatuto dos Benefícios Fiscais;
• O Código do Procedimento Administrativo e demais
legislação administrativa;
• O Código Civil e o Código de Processo Civil
Art.º 2.º
OBJECTIVOS DA LGT
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
• Clarificar os princípios fundamentais do sistema fiscal
• Clarificar e sistematizar os direitos e garantias dos contribuintes
• Concentrar, clarificar e sintetizar em diploma único as regras
fundamentais do sistema fiscal
• Simplificação, modernização e desburocratização do sistema fiscal e
aduaneiro
• Maior eficácia na luta contra a fraude
• Criação de condições favoráveis ao reforça da competitividade da
economia portuguesa
• Mudar aspectos fundamentais da relação fisco-contribuinte
• Reforçar as garantias dos contribuintes em termos de sigilo e
confidencialidade
• Regulação clara e equilibrada dos institutos jurídico-tributários
ESTRUTURA DA LGT
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Título I Título II Título III Título IV Título IV
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Regras gerais
Do procedimento
Procedimentos de
avaliação
Sujeitos
Capítulo I
Capítulo II
Formas de processo
e processo de
execução
Das infracções
fiscais
Acesso à justiça
tributária
Do processo
tributário
Da ordem
tributária
Princípios gerais
Normas tributárias
Da relação jurídica
tributária
Constituição e
alteração da relação
jurídica tributária
Objecto da relação
jurídica tributária
Capítulo V
Garantia da
prestação tributária
Extinção da relação
jurídica
Do procedimento
tributário
Decisão
Secção I
Secção II
Secção III
Pagamento da
prestação tributária
Caducidade do direito
de liquidação
Prescrição da
prestação tributária
Secção I
Secção II
Administração
tributária
Contribuintes e
outros interessados
Secção I Secção II
Princípios gerais Avaliação indirecta
Subsecção I
Subsecção II
Subsecção III
Procedimentos
Critérios
Pressupostos
Dos sujeitos da
relação jurídica
tributária
APLICAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA NO ESPAÇO E NO TEMPO
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
As normas tributárias aplicam-se aos factos que ocorram no
território nacional.
Salvo disposição legal em sentido contrário e do constante em
convenções internacionais de que Portugal seja parte
As normas tributárias aplicam-se aos factos posteriores à sua
entrada em vigor, não podendo ser criados quaisquer impostos
retroactivos.
Se o facto tributário for de formação sucessiva, a lei nova só se
aplica ao período decorrido a partir da sua entrada em vigor.
Aplicação da Lei Tributária no Tempo
Art.º 13.º
Art.º 12.º
APLICAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA NO ESPAÇO E NO TEMPO
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Aplicação da Lei Tributária no Tempo
As normas sobre procedimento e processo são de
aplicação imediata, sem prejuízo das garantias, direitos e
interesses legítimos anteriormente constituídos dos
contribuintes.
As normas que, embora integradas no processo de determinação
da matéria tributável, tenham por função o desenvolvimento
das normas de incidência tributária não são de aplicação
imediata.
Art.º 12.º
APLICAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA NO ESPAÇO E NO TEMPO
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Artigo 29.º da CRP - Aplicação da lei criminal
(…)
4. Ninguém pode sofrer pena ou medida de segurança mais graves
do que as previstas no momento da correspondente conduta ou da
verificação dos respectivos pressupostos, aplicando-se
retroactivamente as leis penais de conteúdo mais favorável
ao arguido.
A normas tributárias de incidência só se aplicam para o futuro
Aplica-se a lei tributária em vigor à data da prática dos factos
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Art.º 103.º da CRP - Sistema fiscal
1. (…)
2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a
taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes.
3. (…)
Estão sujeitos ao princípio da legalidade tributária a
incidência, a taxa, os benefícios fiscais, as garantias dos
contribuintes, a definição dos crimes fiscais e o regime
geral das contra-ordenações fiscais.
Art.º 8.º da LGT - Princípio da legalidade tributária
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Estão ainda sujeitos ao princípio da legalidade tributária:
• A liquidação e cobrança dos tributos, incluindo os prazos
de prescrição e caducidade
• A regulamentação das figuras da substituição e
responsabilidade tributárias
• A definição das obrigações acessórias
• A definição das sanções fiscais sem natureza criminal
• As regras de procedimento e processo tributário.
Art.º 8.º da LGT - Princípio da legalidade tributária
PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Os impostos assentam essencialmente na capacidade
contributiva, revelada, nos termos da lei, através do rendimento ou
da sua utilização e do património
Pressupostos dos tributos Art.º 4.º
A capacidade contributiva é, em linhas gerais, a capacidade que o
sujeito passivo tem de contribuir com a manutenção do Estado, é a
possibilidade que tem o contribuinte de sujeitar-se à tributação.
A pessoalidade é a relação que o facto gerador do tributo tem
com as características pessoais do contribuinte.
PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Art.º 6.º da LGT - Características da tributação e situação familiar
A tributação directa tem em conta:
• A necessidade de a pessoa singular e o agregado familiar a que pertença disporem de
rendimentos e bens necessários a uma existência digna;
• A situação patrimonial, incluindo os legítimos encargos, do agregado familiar;
• A doença, velhice ou outros casos de redução da capacidade contributiva do sujeito
passivo.
• A tributação respeita a família e reconhece a solidariedade e os encargos familiares,
devendo orientar-se no sentido de que o conjunto dos rendimentos do agregado familiar
não esteja sujeito a impostos superiores aos que resultariam da tributação autónoma
das pessoas que o constituem.
A tributação indirecta favorece os bens e consumos de primeira necessidade
LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
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Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Art.º 5.º da LGT - Fins da tributação
A tributação visa a satisfação das necessidades financeiras do
Estado e de outras entidades públicas e promove a justiça social,
a igualdade de oportunidades e as necessárias correcções das
desigualdades na distribuição da riqueza e do rendimento.
A tributação respeita os princípios da generalidade, da
igualdade, da legalidade e da justiça material.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Em matéria tributária, o princípio da igualdade pode chegar a
confundir-se com o princípio da capacidade contributiva uma
vez que seria verdadeiro absurdo pretender que todos os
contribuintes paguem o mesmo tributo.
O princípio da capacidade contributiva representa a versão, em
matéria tributária, do princípio geral da igualdade.
O princípio da igualdade, implica que hão de ser tratados, com
igualdade, aqueles que tiverem igual capacidade contributiva, e
com desigualdade os que revelam riquezas diferentes e, portanto,
diferentes capacidades de contributivas.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
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Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
O princípio da igualdade tem duas formulações: a formulação negativa e a
formulação positiva. A formulação negativa é expressa pela necessária
generalidade das regras, e a formulação positiva ou conteúdo positivo da
regra da igualdade consiste na observância da capacidade contributiva.
O princípio da igualdade em sentido positivo implica que a Administração
Pública nas suas relações com as pessoas físicas ou colectivas, deva adoptar
tratamento igual, e, em sentido negativo, traduz a proibição de tratamentos
preferenciais.
O princípio da igualdade, art.º 13.º da CRP, desenvolvido no artigo 5.º, n.º 1,
do CPA, que vincula a Administração Pública a adoptar igual tratamento
em relação às pessoas em geral, proíbe tratamento preferencial e a tratar
identicamente situações não iguais.
LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
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Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Art.º 7.º da LGT - Objectivos e limites da tributação
A tributação favorecerá o emprego, a formação do aforro e o
investimento socialmente relevante.
A tributação não discrimina qualquer profissão ou actividade nem
prejudica a prática de actos legítimos de carácter pessoal, sem
prejuízo dos agravamentos ou benefícios excepcionais determinados
por finalidades económicas, sociais, ambientais ou outras.
A tributação deverá ter em consideração a competitividade e
internacionalização da economia portuguesa, no quadro de uma sã
concorrência
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE
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Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
A Administração Tributária, no exercício da sua actividade, deve tratar de
forma justa e imparcial todos os que com ela entrem em relação.
O princípio da imparcialidade constitui um meio de protecção da
confiança dos contribuintes nos órgãos da Administração.
O princípio da imparcialidade impõe o uso pela Administração de
critérios uniformes no prosseguimento do interesse público.
A garantia da imparcialidade da administração postula o dever de abstenção do órgão ou agente,
de decidir ou de participar na decisão, sempre que estejam em causa situações ou relações que, de
algum modo, possam influir na regularidade de exercício da função por um potencial ou efectivo
conflito entre o interesse público e o interesse pessoal.
O princípio da imparcialidade significa que a Administração deve comportar-se sempre com
isenção na determinação da prevalência do interesse público.
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
O princípio da imparcialidade obriga a Administração, nas suas relações
com os particulares, à igualdade de tratamento dos interesses dos cidadãos,
através de um critério uniforme de prossecução do interesse público.
O princípio da imparcialidade, essencialmente respeitante às relações entre
a Administração e os particulares, postula que, no conflito entre o interesse
público e o interesse dos particulares, a Administração deve proceder com
isenção na determinação do primeiro, e deve actuar com igualdade face ao
segundo no quadro de critérios uniformes de prossecução daquele.
O princípio da imparcialidade, essencial no quadro do procedimento administrativo,
vincula a Administração a ponderar, nas suas opções, todos os interesses juridicamente
protegidos envolventes do caso concreto, em termos de equidistância em relação a eles,
de modo a cumprir a exigência de objectividade da decisão final.
PRINCÍPIO DAS BOAS PRÁTICAS TRIBUTÁRIAS
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Art.º 32.º da LGT - Dever de boa prática tributária
Aos representantes de pessoas singulares e quaisquer pessoas que
exerçam funções de administração em pessoas colectivas ou
entes fiscalmente equiparados incumbe, nessa qualidade, o
cumprimento dos deveres tributários das entidades por si
representadas.
LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
PRINCÍPIO DA TUTELA PLENA E EFECTIVA
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Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
É garantido o acesso à justiça tributária para a tutela plena e
efectiva de todos os direitos ou interesses legalmente protegidos
A todos é assegurado o acesso ao direito e aos tribunais para
defesa dos seus direitos e interesses legalmente protegidos, não
podendo a justiça ser denegada por insuficiência de meios económicos.
Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja
objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo
equitativo.
Art.º 9.º
PRINCÍPIO DA TUTELA PLENA E EFECTIVA
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Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Todos os actos em matéria tributária que lesem direitos ou
interesses legalmente protegidos são impugnáveis ou recorríveis
nos termos da lei.
A impugnabilidade dos actos tributários n.º 2 do Art.º 9.º
É garantido aos administrados tutela jurisdicional efectiva dos
seus direitos ou interesses legalmente protegidos, incluindo,
nomeadamente, o reconhecimento desses direitos ou interesses, a
impugnação de quaisquer actos administrativos que os
lesem, independentemente da sua forma (…)
n.º 4 do art.º 268.º da CRP
PRINCÍPIO DA TUTELA PLENA E EFECTIVA
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Aos contribuintes é garantido o acesso à Justiça Tributária a fim de
obter a tutela plena (administrativa e contenciosa) e efectiva de
todos os direitos ou interesses legalmente protegidos.
Este direito implica três dimensões:
• O direito de accionar os meios processuais (direito de
reclamar, impugnar, recorrer);
• O direito de obter, em prazo razoável, uma decisão, com força
de caso julgado, ou seja uma decisão definitiva;
• O direito de obter a execução da decisão
O pagamento do imposto nos termos de lei que atribua benefícios ou vantagens no conjunto de
certos encargos ou condições não preclude o direito de reclamação, impugnação ou recurso.
A RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
A relação jurídica tributária integra:
• O crédito e a dívida tributários
• O direito a prestações acessórias de qualquer natureza e o
correspondente dever ou sujeição
• O direito à dedução, reembolso ou restituição do imposto
• O direito a juros compensatórios
• O direito a juros indemnizatórios
Objecto da relação jurídica tributária Art.º 30.º
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
O crédito tributário é indisponível, só podendo fixar-se
condições para a sua redução ou extinção com respeito pelo
princípio da igualdade e da legalidade tributária.
Prevalece sobre qualquer legislação especial.
Fora dos casos previstos na lei, e quando dolosas, a
concessão da moratória ou a suspensão da execução
fiscal são fundamento de responsabilidade tributária
subsidiária
Art.º 30.º
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
A cobrança da prestação tributária suspende-se no processo de
execução fiscal em virtude de pagamento em prestações ou
reclamação, recurso, impugnação e oposição à execução
que tenham por objecto a ilegalidade ou inexigibilidade da
dívida exequenda.
A suspensão da cobrança da prestação tributária
(execução fiscal) depende da prestação de garantia
idónea.
Art.º 52.º
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Art.º 50.º - Garantia dos créditos tributários
O património do devedor constitui a garantia geral dos
créditos tributários.
Para garantia dos créditos tributários, a administração tributária dispõe
de:
• Dos privilégios creditórios previstos no Código Civil ou nas leis tributárias
• Do direito de constituição, nos termos da lei, de penhor ou hipoteca legal, quando
essas garantias se revelem necessárias à cobrança efectiva da dívida ou quando o
imposto incida sobre a propriedade dos bens
• Do direito de retenção de quaisquer mercadorias sujeitas à acção fiscal de que o
sujeito passivo seja proprietário
• Do direito de penhora de bens e adopção de providências cautelares
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Art.º 51.º - Providências cautelares
A Administração Tributária pode adoptar providências
cautelares para garantia dos créditos tributários em caso de
• Fundado receio de frustração da sua cobrança ou de destruição
ou
• Extravio de documentos ou outros elementos necessários.
As providências cautelares consistem na
• Apreensão de bens, direitos ou documentos ou
• Retenção, até à satisfação dos créditos tributários, de
prestações tributárias a que o contribuinte tenha direito
LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
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Art.º 51.º - Providências cautelares
As providências cautelares devem ser proporcionais ao dano
a evitar e não causar dano de impossível ou difícil reparação
As providências cautelares podem ser de natureza
• Administrativa
• Judicial
As providências de natureza administrativa podem ser adoptadas por
acção exclusiva da AT
As providências de natureza Judicial são adoptadas por iniciativa da
AT, mas têm de ser autorizadas pelo juiz do Tribunal Tributário
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Providências cautelares de natureza judicial
ARRESTO: É uma apreensão judicial de bens, que tem por objectivo
conservar na esfera jurídica (património) do devedor (contribuinte e/ou
responsável subsidiário) os bens por forma a garantir a cobrança dos
créditos tributários.
ARROLAMENTO: É uma apreensão judicial de documentos e/ou
de bens, que tem por objectivo conservar na esfera jurídica do
contribuinte os documentos ou os bens com vista a garantir o
apuramento da situação tributária.
Arresto
Arrolamento
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Exemplo de uma liquidação de imposto com origem numa acção de
inspecção:
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Isenção da prestação de garantia Art.º 52.º
A requerimento do executado, a Administração Tributária pode
isentá-lo da prestação de garantia sempre que a sua prestação
possa causar ao executado prejuízo irreparável ou exista uma
situação de manifesta falta de meios económicos.
Esta situação é aferida em função da insuficiência de bens
penhoráveis para o pagamento da dívida exequenda e acrescido,
desde que em qualquer dos casos a insuficiência ou inexistência de
bens não seja da responsabilidade do executado.
A isenção é válida por um ano, renovável a pedido do
interessado.
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
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Prestação de garantia indevida Art.º 53.º
Se para suspender a execução fiscal, o devedor oferecer garantia
bancária ou equivalente e esta se vier a revelar indevida,
o contribuinte será indemnizado total ou parcialmente pelos
prejuízos resultantes da sua prestação.
O direito à indemnização existe se o contribuinte tiver mantido a
garantia por período superior a três anos e é determinada
em função proporção do vencimento em recurso
administrativo, impugnação ou oposição à execução que tenham
como objecto a dívida garantida.
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Prestação de garantia indevida Art.º 53.º
Se na reclamação graciosa ou impugnação judicial apresentada pelo
contribuinte vier a ser reconhecido que o erro na liquidação do
tributo é imputável aos serviços
A indemnização é devida independentemente do tempo pelo
qual o contribuinte tenha mantido a prestação de garantia.
A indemnização tem como limite máximo o montante resultante da
aplicação ao valor garantido da taxa de juros indemnizatórios prevista
na LGT e pode ser requerida no próprio processo de reclamação ou
impugnação judicial, ou autonomamente.
35
Juros indemnizatórios
• Reclamação
• Impugnação judicial
• Observância de orientações
genéricas da Administração Tributária
Erro
imputável
aos
Serviços
• Quando não seja cumprido o prazo legal de restituição oficiosa dos tributos
• Em caso de anulação do acto tributário por iniciativa da administração tributária
a partir do 30.º dia posterior à decisão sem que tenha sido processada a nota de
crédito
• Quando a revisão do acto tributário por iniciativa do contribuinte se efectuar mais
de um ano após o pedido, salvo se o atraso não for imputável à administração
tributária
Art.º 43.º
DIREITO A JUROS INDEMNIZATÓRIOS
LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
DSF - Direcção de Serviços de Formação Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Os juros compensatórios são devidos quando, por facto
imputável ao sujeito passivo, for retardada
• a liquidação de parte ou da totalidade do imposto devido
• a entrega de imposto a pagar antecipadamente, ou retido ou a
reter no âmbito da substituição tributária, ou
• o sujeito passivo tiver recebido reembolso superior ao devido.
JUROS COMPENSATÓRIOS Art.º 35.º
Os juros compensatórios contam-se dia a dia desde o termo do prazo
de apresentação da declaração, do termo do prazo de entrega do imposto a
pagar antecipadamente ou retido ou a reter, até ao suprimento,
correcção ou detecção da falta que motivou o retardamento da liquidação.
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
37
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
JUROS COMPENSATÓRIOS Art.º 35.º
Os juros compensatórios integram-se na própria dívida do
imposto, com a qual são conjuntamente liquidados.
A liquidação deve sempre evidenciar claramente o montante principal
da prestação e os juros compensatórios, explicando com clareza o
respectivo cálculo e distinguindo-os de outras prestações devidas.
J C = Imposto x n.º dias x taxa
365 Taxas
• 10% até 22.02.99
• 7% até 30.04.03
• 4% desde 01.05.03
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
REGIME DOS JUROS DE MORA – DEC-LEI N.º 73/99, DE 16 DE MARÇO
JUROS DE MORA Art.º 44.º
PRAZO MÁXIMO DE LIQUIDAÇÃO
DE JUROS DE MORA
A partir de 1 de Janeiro de 2012 deixou
de existir prazo limite para a liquidação dos
juros de mora
São devidos juros de mora quando o sujeito passivo não pague o
imposto devido no prazo legal.
Os juros de mora aplicáveis às dívidas tributárias são devidos até
à data do pagamento da dívida.
A taxa de juros de mora é a definida na lei geral para as dívidas ao
Estado e outras entidades públicas
LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
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AGÊNCIA DE GESTÃO DA TESOURARIA E DA DÍVIDA
PÚBLICA — IGCP, E. P. E.
Aviso n.º 130/2015
1. Em cumprimento do disposto no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º
73/99, de 16 de Março, alterado pela Lei n.º 3 -B/2010, de 28 de
Abril e pelo Decreto-Lei n.º 32/2012, de 13 de Fevereiro, fixa -se
a taxa dos juros de mora aplicáveis às dívidas do Estado e
outras entidades públicas em 5,476 %.
2. A taxa indicada no número anterior é aplicável desde o dia 1 de
Janeiro de 2015, inclusive.
22 de Dezembro de 2014. - O Vogal do Conselho de Administração,
António Pontes Correia.
TAXA DOS JUROS DE MORA Exemplo:
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
A EFECTIVAÇÃO DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
RESPONSABILIDADE
TRIBUTÁRIA
ORIGINÁRIA
SOLIDÁRIA
SUBSIDIÁRIA
ABRANGE:
A totalidade
da dívida
tributária, os
juros e
demais
encargos
legais
Pressupostos:
Fundada
insuficiência dos
bens penhoráveis
do devedor
originário
Efectiva-se pela reversão do processo de execução
fiscal
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
41
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Art.º 24.º
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
42
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PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
43
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PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
44
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Responsabilidade tributária em caso de substituição tributária
A substituição tributária é efectivada através do mecanismo
da retenção na fonte do imposto devido
Art.º 28.º
Art.º 20.º
Em caso de substituição tributária, a entidade obrigada à retenção é responsável pelas
importâncias retidas e não entregues nos cofres do Estado, ficando o substituído
desonerado de qualquer responsabilidade no seu pagamento,
Quando a retenção for efectuada meramente a título de pagamento por conta do imposto devido
a final, cabe ao substituído a responsabilidade originária pelo imposto não retido e ao
substituto a responsabilidade subsidiária, ficando este ainda sujeito aos juros compensatórios
devidos desde o termo do prazo de entrega até ao termo do prazo para apresentação da declaração
pelo responsável originário ou até à data da entrega do imposto retido, se anterior
PRINCÍPIO DA DECLARAÇÃO
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Presumem-se verdadeiras e de boa-fé as declarações dos contribuintes
apresentadas nos termos previstos na lei, bem como os dados e
apuramentos inscritos na sua contabilidade ou escrita, quando estas
estiverem organizadas de acordo com a legislação comercial e fiscal
Art.º 75.º
Procedimento de liquidação
É instaurado com base nas declarações dos contribuintes ou, na falta ou vício
destas, com base em todos os elementos de que disponha ou venha a obter a entidade
competente.
O apuramento da matéria tributável faz-se com base nas declarações dos
contribuintes, desde que estes as apresentem nos termos previstos na lei e forneçam à
Administração Tributária os elementos indispensáveis à verificação da sua
situação tributária.
PRINCÍPIO DA DECLARAÇÃO
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
A presunção constante do n.º 1 do art.º 75.º da LGT não se verifica quando:
• As declarações, contabilidade ou escrita revelarem omissões, erros,
inexactidões ou indícios fundados de que não reflectem ou impeçam o
conhecimento da matéria tributável real do sujeito passivo;
• O contribuinte não cumprir os deveres que lhe couberem de esclarecimento da
sua situação tributária, salvo quando, nos termos da presente lei, for legítima
a recusa da prestação de informações;
• Os rendimentos declarados em sede de IRS se afastarem significativamente para
menos, sem razão justificativa, dos padrões de rendimento que
razoavelmente possam permitir as manifestações de fortuna evidenciadas
pelo sujeito passivo nos termos do art.º 89.º-A da LGT
n.º 2 do art.º 75.º
LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
PRINCÍPIO DA DECLARAÇÃO
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Ónus da prova
O ónus da prova dos factos constitutivos dos direitos da Administração
Tributária ou dos contribuintes recai sobre quem os invoque.
Art.º 74.º
Determinação da matéria tributável por métodos indirectos
Nestes casos, compete à Administração Tributária o ónus da prova
da verificação dos pressupostos da sua aplicação, cabendo ao
sujeito passivo o ónus da prova do excesso da quantificação.
Quando os elementos de prova dos factos estiverem em poder da Administração
Tributária, o ónus da prova considera-se satisfeito caso o interessado tenha procedido
à sua correcta identificação junto da Administração Tributária.
PRINCÍPIO DA DECLARAÇÃO
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
PRESUNÇÕES
As presunções consagradas nas normas de incidência tributária
admitem sempre prova em contrário
Art.º 73.º
Tributação de rendimentos ou actos ilícitos
O carácter ilícito da obtenção de rendimentos ou da aquisição,
titularidade ou transmissão dos bens não obsta à sua
tributação quando esses actos preencham os pressupostos das
normas de incidência aplicáveis.
Art.º 10.º
PRINCÍPIO DA DECLARAÇÃO
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O DEVER DE FUNDAMENTAÇÃO
Art.º 77.º
A decisão de procedimento é sempre fundamentada
A fundamentação pode ser feita por meio de sucinta exposição das
razões de facto e de direito que a motivaram a decisão.
A fundamentação pode consistir em mera declaração de concordância
com os fundamentos de anteriores pareceres, informações ou propostas,
incluindo os que integrem o relatório da fiscalização tributária.
A fundamentação dos actos tributários pode ser efectuada de
forma sumária, devendo sempre conter as disposições legais
aplicáveis, a qualificação e quantificação dos factos tributários e
as operações de apuramento da matéria tributável e do tributo.
PRINCÍPIO DA DECLARAÇÃO
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O DEVER DE FUNDAMENTAÇÃO Art.º 77.º
A decisão da tributação pelos métodos indirectos nos casos e
com os fundamentos previstos na LGT (art.º 87.º) especificará os
motivos da impossibilidade da comprovação e quantificação
directas e exacta da matéria tributável, ou fará a descrição
dos bens cuja propriedade ou fruição a lei considerar
manifestações de fortuna relevantes, ou indicará a sequência de
prejuízos fiscais relevantes, e indicará os critérios utilizados na
avaliação da matéria tributável.
A eficácia da decisão do procedimento depende da notificação
PRINCÍPIO DA DECLARAÇÃO
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
A fundamentação deve ser:
Expressa - trata-se de uma exigência legal que tem de ser entendida de acordo com
a funcionalidade e objectivos prosseguidos pelo próprio instituto;
Clara - as razões de facto e de direito, embora enunciadas de forma sucinta, não
podem ser confusas, dubitativas, ambíguas ou obscuras, sob pena de não se
dar a entender ou a conhecer o que determinou o agente a praticar o acto ou a
escolher o seu conteúdo;
Congruente - o conteúdo do acto tem de ter uma relação lógica com os fundamentos
invocados;
Suficiente - trata-se de um conceito qualitativo e não quantitativo, pois não está em
causa o carácter pormenorizado dos fundamentos, importando sim
tornar claro quais os pressupostos tidos em conta pelo autor do acto.
Art.º 77.º
PRINCÍPIO DA DECLARAÇÃO
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
A matéria tributável é avaliada ou calculada directamente
segundo os critérios próprios de cada tributo.
A Administração Tributária só pode proceder a avaliação indirecta da
matéria tributável nos casos e condições expressamente previstos na lei.
Art.º 81.º
A avaliação indirecta visa a determinação do valor dos rendimentos ou
bens tributáveis a partir de indícios, presunções ou outros elementos
A avaliação directa visa a determinação do valor real dos rendimentos
ou bens sujeitos a tributação.
Art.º 83.º
PRINCÍPIO DA DECLARAÇÃO
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
Art.º 87.º
Realização da avaliação indirecta
• Regime simplificado de tributação, nos casos e condições previstos na lei.
• Impossibilidade de comprovação e quantificação directa e exacta dos elementos indispensáveis à correcta
determinação da matéria tributável de qualquer imposto.
• Os rendimentos declarados em sede de IRS se afastarem significativamente para menos, sem razão
justificada, dos padrões de rendimento que razoavelmente possam permitir as manifestações de fortuna
evidenciadas pelo sujeito passivo nos termos do artigo 89.º-A.
• Os sujeitos passivos apresentarem, sem razão justificada, resultados tributáveis nulos ou prejuízos
fiscais durante três anos consecutivos, salvo nos casos de início de actividade, em que a contagem deste
prazo se faz do termo do terceiro ano, ou em três anos durante um período de cinco.
A avaliação indirecta só pode efectuar-se em caso de:
Acréscimo de património ou despesa efectuada, incluindo liberalidades, de valor superior a € 100 000,
verificados simultaneamente com a falta de declaração de rendimentos ou com a existência, no mesmo
período de tributação, de uma divergência não justificada com os rendimentos declarados.
LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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A protecção da confiança dos cidadãos relativamente à acção dos
órgãos do Estado é um elemento essencial, não apenas da
segurança da ordem jurídica, mas também da própria estruturação
do relacionamento entre Estado e cidadãos em Estado de direito.
Os princípios da segurança jurídica e da protecção da
confiança como elementos constitutivos do Estado de direito.
O cidadão tem o direito de poder confiar que aos seus actos ou às decisões
públicas incidentes sobre os seus direitos, posições ou relações jurídicas
alicerçadas em normas jurídicas vigentes e válidas se ligam os efeitos
jurídicos previstos e prescritos no ordenamento jurídico.
PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
• Relativamente aos actos normativos, a proibição de normas retroactivas
restritivas de direitos e interesses juridicamente protegidos;
• Relativamente a actos jurisdicionais, a inalterabilidade do caso julgado;
• Em relação a actos da administração, a tendencial estabilidade dos casos
decididos através de actos administrativos constitutivos de direitos.
Os reflexos mais importantes deste princípio são:
Actualmente, três princípios jurídicos estão associados à missão de
assegurar às pessoas a tranquilidade necessária para conduzir a vida sem
surpresas. Trata-se dos princípios da boa-fé, da segurança jurídica e
da protecção à confiança.
PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Os dois fundamentos do Estado de Direito são a segurança e a
certeza jurídica.
A segurança e a certeza do direito são indispensáveis para
que haja justiça, porque é óbvio que na desordem não é possível
reconhecer direitos ou exigir o cumprimento de obrigações.
O princípio da certeza do direito ou segurança jurídica é,
indubitavelmente, o vector, a luz e o fundamento de todos os demais
princípios tributários.
Os princípios da certeza e da segurança encontram a máxima expressão em dois
institutos fundamentais do direito tributário: o da caducidade e o da prescrição.
PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Caducidade:
Prazo para o exercício do direito à liquidação do tributo
Quando a lei não fixar outro, o direito de liquidar os tributos
caduca se a liquidação não for validamente notificada ao
contribuinte no prazo de quatro anos.
No caso de erro evidenciado na declaração do sujeito passivo o
prazo de caducidade referido no número anterior é de três anos.
Em caso de ter sido efectuada qualquer dedução ou crédito de
imposto, o prazo de caducidade é o do exercício desse direito.
Art.º 45.º
PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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Exercício do direito à liquidação dos tributos
PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
O prazo de caducidade conta-se
Nos impostos periódicos: a partir do termo do ano em que se
verificou o facto tributário
Nos impostos de obrigação única: a partir da data em que o
facto tributário ocorreu.
Excepção
No imposto sobre o valor acrescentado e nos impostos sobre o rendimento
quando a tributação seja efectuada por retenção na fonte a título definitivo,
caso em que o prazo de caducidade se conta a partir do início do ano civil
seguinte àquele em que se verificou, respectivamente, a exigibilidade do imposto
ou o facto tributário.
Art.º 45.º
PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Sempre que o direito à liquidação respeite a factos relativamente
aos quais foi instaurado inquérito criminal, o prazo a que se refere
o n.º 1 do art.º 45.º (4 anos) é alargado até ao arquivamento ou
trânsito em julgado da sentença, acrescido de um ano.
Exercício do direito à liquidação dos tributos
A1 A2 A3 A4
Início Termo
Instauração do Inquérito
criminal
Alargamento do prazo
Arquivamento ou
Trânsito em julgado da sentença
+ 1 Ano
Caducidade
Art.º 45.º
PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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PRAZO ESPECIAL
O prazo referido no n.º 1 do art.º 45.º é de 12 anos sempre que o direito à liquidação
respeite a factos tributários conexos com:
• País, território ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável,
constante de lista aprovada por portaria do Ministro das Finanças, que devendo ser
declarados à administração tributária o não sejam; ou
• Contas de depósito ou de títulos abertas em instituições financeiras não residentes
em Estados membros da União Europeia, ou em sucursais localizadas fora da
União Europeia de instituições financeiras residentes, cuja existência e
identificação não seja mencionada pelos sujeitos passivos de IRS na correspondente
declaração de rendimentos do ano em que ocorram os factos tributários.
Exercício do direito à liquidação dos tributos
Art.º 45.º
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PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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O prazo de caducidade suspende-se com a notificação ao
contribuinte, nos termos legais, da ordem de serviço ou despacho
no início da acção de inspecção externa, cessando, no entanto,
esse efeito, contando-se o prazo desde o seu início, caso a duração da
inspecção externa tenha ultrapassado o prazo de seis meses
após a notificação.
Suspensão do prazo de caducidade
Em caso de aplicação de sanções da perda de benefícios fiscais de
qualquer natureza, o prazo de caducidade suspende-se desde o início
do respectivo procedimento criminal, fiscal ou contra-ordenacional até
ao trânsito em julgado da decisão final.
n.º 3 do art.º 46.º
n.º do art.º 46.º
PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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SUSPENSÃO DO PRAZO DE CADUCIDADE
PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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• ANO DE 2011
PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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Prescrição Art.º 48.º
Prazo para o exercício do direito à cobrança do tributo
ATENÇÃO ÀS EXCEPÇÕES: IVA e IR (retido na fonte a
título definitivo)
PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Prescrição
As dívidas tributárias prescrevem no prazo de oito anos.
Art.º 48.º
As causas de suspensão ou interrupção da prescrição aproveitam
igualmente ao devedor principal e aos responsáveis solidários ou
subsidiários.
A interrupção da prescrição relativamente ao devedor principal
não produz efeitos quanto ao responsável subsidiário se a citação
deste, em processo de execução fiscal, for efectuada após o 5.º ano
posterior ao da liquidação.
No caso de dívidas tributárias em que o respectivo direito à liquidação esteja abrangido
pelo disposto no n.º 7 do artigo 45.º, o prazo referido no n.º 1 é alargado para 15 anos.
PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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PRINCÍPIO DA CERTEZA E SEGURANÇA
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PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE
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O princípio da oficialidade caracteriza-se pelo dever da Administração
Pública em impulsionar o procedimento de forma automática, sem
prejuízo da actuação dos interessados.
Por força do princípio da oficialidade a autoridade competente para
decidir tem também o poder/dever de inaugurar e impulsionar o
processo, até que se obtenha uma decisão final e definitiva.
A Administração Pública tem o dever de dar prosseguimento ao
procedimento/processo, podendo, por sua iniciativa, providenciar a
produção de provas, solicitar laudos e pareceres, fazer tudo aquilo
que for necessário para que se chegue a uma decisão final conclusiva.
LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE
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PRINCÍPIO DA OFICIOSDIDADE
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PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE
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PRINCÍPIOS DO PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO
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Exerce as suas atribuições na prossecução do interesse público,
de acordo com os princípios da
• legalidade
• igualdade
• proporcionalidade
• justiça
• imparcialidade e da celeridade
no respeito pelas garantias dos contribuintes e demais
obrigados tributários.
A Administração Tributária Art.º 55.º
PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE
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PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
INICIATIVA DO PROCEDIMENTO
O procedimento inicia-se nos prazos e com os fundamentos
previstos na lei
• por iniciativa da administração tributária
• por iniciativa dos interessados
O início do procedimento dirigido ao apuramento de qualquer
situação tributária é comunicado aos interessados, salvo quando a
comunicação possa pôr em causa os efeitos úteis que visa
prosseguir ou o procedimento incida sobre situações tributárias em
que os interessados não estão ainda devidamente identificados.
Art.º 69.º
PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE
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Procedimentos da iniciativa dos serviços
exemplo
• Procedimento de liquidação
• Procedimento de revisão oficiosa dos actos tributários
• Procedimento de revogação dos benefícios fiscais
• Procedimento de avaliação da matéria tributável
• Procedimento de inspecção tributária
• Procedimento de cobrança
Procedimentos da iniciativa do contribuinte
exemplo
• Procedimento de reclamação, revisão, recurso hierárquico
• Procedimento de reconhecimento de benefícios fiscais
• Procedimento de informação, informação vinculativa
• Procedimento de fiscalização tributária
PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE
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Em regra o procedimento de inspecção tributária,
independentemente de ser
• Interno, ou
• Externo
É da iniciativa dos serviços da AT
Em conformidade com o disposto no art.º 47.º da LGT e no
Decreto-Lei n.º 6/99, de 8 de Janeiro,
o procedimento de inspecção tributária pode ser da iniciativa
do contribuinte ou de terceiro
PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE
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Art.º 47.º
Decreto-Lei n.º 6/99, de 8 de Janeiro
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PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE
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Instrução do procedimento
O procedimento tributário é instruído com todos os
elementos probatórios existentes nos serviços da AT e,
ainda, pelos que tenham sido “oferecidos” pelo contribuinte.
A direcção da instrução cabe ao órgão da administração tributária
competente para a decisão.
Art.º 71.º
As informações prestadas pela inspecção tributária fazem fé, quando
fundamentadas e se basearem em critérios objectivos – Art.º 76.º da LGT
Meios de prova
No procedimento tributário, e para o conhecimento dos factos necessários à decisão,
o órgão instrutor pode utilizar todos os meios de prova admitidos em direito.
Art.º 72.º
PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
A personalidade tributária consiste na susceptibilidade de
ser sujeito de relações jurídicas tributárias.
RJT
FACTO TRIBUTÁRIO
Tem capacidade tributária quem tiver personalidade tributária
Art.º 15.º
Qualquer dos cônjuges pode praticar todos os actos relativos à
situação tributária do agregado familiar e ainda os relativos
aos bens ou interesses de outro cônjuge, desde que este os
conheça e não se lhes tenha expressamente oposto
Art.º 15.º
LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE
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Conceito de Domicílio Fiscal Art.º 19.º
O domicílio fiscal do sujeito passivo é, salvo disposição em contrário:
• Para as pessoas singulares, o local da residência habitual;
• Para as pessoas colectivas, o local da sede ou direcção efectiva ou, na
falta destas, do seu estabelecimento estável em Portugal.
O domicílio fiscal integra ainda a caixa postal electrónica, nos termos
previstos no serviço público de caixa postal electrónica.
É obrigatória, nos termos da lei, a comunicação do domicílio do sujeito passivo à AT.
É ineficaz a mudança de domicílio enquanto não for comunicada à administração tributária.
A administração tributária poderá rectificar oficiosamente o domicílio fiscal dos
sujeitos passivos se tal decorrer dos elementos ao seu dispor.
PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
CONSTITUIÇÃO DE MANDATÁRIO
No procedimento tributário não é obrigatória a constituição de
mandatário, mas o contribuinte pode proceder à sua constituição.
Se houver constituição de mandatário, as notificações são feitas na pessoa
do mandatário
Em caso de acto pessoal, é notificado o mandatário e é dado conhecimento
ao contribuinte dos termos e fins da notificação.
Gestão de negócios Art.º 17.º
Os actos em matéria tributária que não sejam de natureza puramente pessoal podem ser
praticados pelo gestor de negócios, produzindo efeitos em relação ao dono do negócio nos termos da
lei civil.
Enquanto a gestão de negócios não for ratificada, o gestor de negócios assume os direitos e
deveres do sujeito passivo da relação tributária. Obrigações acessórias e pagamento - Presunção
PRINCÍPIO DA CELERIDADE E EFICÁCIA
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Este princípio exige que os actos processuais sejam praticados tão
prontamente quanto possível.
A “eficácia” é a efectiva produção de efeitos jurídicos.
Eficácia – capacidade de fazer as coisas ‘certas’
PRINCÍPIO DA CELERIDADE E EFICÁCIA
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Prazos do procedimento tributário
O procedimento tributário deve ser concluído no prazo de
quatro meses.
No procedimento tributário, os prazos são contínuos e contam-
se nos termos do art.º 297.º do Código Civil
Os prazos do procedimento tributário suspendem-se no caso de
dilação imputável ao sujeito passivo por incumprimento dos
seus deveres de cooperação.
Forma de contar o prazo
Código Civil - Art.º 279.º - Cômputo do termo
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À fixação do termo são aplicáveis, em caso de dúvida, as seguintes regras:
a) Se o termo se referir ao princípio, meio ou fim do mês, entende-se como tal,
respectivamente, o primeiro dia, o dia 15 e o último dia do mês; se for fixado no princípio,
meio ou fim do ano, entende-se, respectivamente, o primeiro dia do ano, o dia 30 de Junho e
o dia 31 de Dezembro;
b) Na contagem de qualquer prazo não se inclui o dia, nem a hora, se o prazo for de
horas, em que ocorrer o evento a partir do qual o prazo começa a correr;
c) O prazo fixado em semanas, meses ou anos, a contar de certa data, termina às 24 horas
do dia que corresponda, dentro da última semana, mês ou ano, a essa data; mas, se no
último mês não existir dia correspondente, o prazo finda no último dia desse mês;
d) É havido, respectivamente, como prazo de uma ou duas semanas o designado por oito ou
quinze dias, sendo havido como prazo de um ou dois dias o designado por 24 ou 48 horas;
e) O prazo que termine em domingo ou dia feriado transfere-se para o primeiro dia
útil; aos domingos e dias feriados são equiparadas as férias judiciais, se o acto sujeito a
prazo tiver de ser praticado em juízo.
PRINCÍPIO DA CELERIDADE E EFICÁCIA
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
O incumprimento do prazo referido no n.º 1 do art.º 57.º da LGT,
contado a partir da entrada da petição do contribuinte no
serviço competente da administração tributária, faz presumir o
seu indeferimento para efeitos de recurso hierárquico, recurso
contencioso ou impugnação judicial.
O procedimento de inspecção tributária é uma forma de
procedimento tributário
O prazo do procedimento de inspecção tributária é de 6 meses.
Em determinadas circunstância, poe ser prorrogado.
Indeferimento tácito n.º 5 do art.º 57.º
PRINCÍPIO DA DECISÃO
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Os órgãos da Administração têm, nos termos da lei, o dever de se
pronunciar sobre todos os assuntos da sua competência que lhe sejam
apresentados pelos contribuintes, designadamente através de:
Reclamações, Recursos, Exposições Queixas, Outros meios
previstos na lei.
Através da consagração de um princípio da decisão dos órgãos da
Administração, pretende-se não apenas que a Administração tributária se
pronuncie, sempre que para tanto seja solicitada pelos contribuintes,
como também facilitar a protecção dos contribuintes em face de omissões
administrativas ilegais, designadamente garantindo a formação do
acto tácito pela previsão genérica de um dever legal de decidir.
Art.º 56.º
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PRINCÍPIO DA DECISÃO
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Art.º 56.º
Não existe dever de decisão quando:
• A administração tributária se tiver pronunciado há menos de
dois anos sobre pedido do mesmo autor com idênticos objecto e
fundamentos
• Tiver sido ultrapassado o prazo legal de revisão do acto tributário.
Quando estiverem reunidos todos os pressupostos a Administração deve
comunicar a decisão de deferimento ou de indeferimento, seja a decisão
mais ou menos vinculada, com maior ou menor margem de
discricionariedade. Quanto mais vinculado for o poder mais possibilidades
há de obtenção de uma decisão de acordo com a pretensão. A decisão recai
sempre sobre o objecto da pretensão formulada.
Dever de decidir:
PRINCÍPIO DO INQUISITÓRIO
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No procedimento tributário
os órgãos da Administração Tributária devem realizar todas as
diligências necessárias à satisfação do interesse público e à
descoberta da verdade material, não estando subordinados à
iniciativa do autor do pedido.
Art.º 58.º
Podemos considerar que o legislador consagrou na LGT o princípio da
investigação, o qual se traduz no poder/dever que o órgão da
Administração tem de esclarecer e instruir autonomamente o procedimento
para além das contribuições dadas pelo contribuinte, procurando, assim, a
verdade sobre os factos sujeitos a decisão.
O princípio do inquisitório
PRINCÍPIO DO INQUISITÓRIO
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A verdade material ou real, está correlacionada como princípio
do inquisitório e exprime que a Administração Tributária deve
tomar as decisões com base nos factos tais como se apresentam
na realidade, não se satisfazendo com a versão oferecida pelos
sujeitos. Para tanto, tem o direito e o dever de carrear para o
procedimento todos os dados, pareceres, informações, documentos
a respeito da matéria controvertida, sem estar sujeita aos
aspectos considerados pelos sujeitos.
Assim, pode/deve considerar todos os elementos probatórios,
desde que obtidas por meios lícitos.
Art.º 58.º
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO, DA COLABORAÇÃO E DA BOA-FÉ
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A relação jurídica tributária pauta-se pelo dever de colaboração
recíproco, entre os órgãos da Administração Tributária e os
contribuintes.
Art.º 59.º
Os deveres de cooperação, enquanto deveres atribuídos ao
sujeito passivo, sendo cumpridos conferem-lhe a titularidade de
direitos que poderá opor à Administração. Por outro lado, a violação
destes deveres deixa o sujeito passivo numa posição juridicamente
frágil, por fazer despoletar os poderes da Administração Tributária.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO, DA COLABORAÇÃO E DA BOA-FÉ
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No exercício da actividade tributária, em todas as suas formas e fases, a
Administração e os contribuintes devem agir e relacionar-se segundo as
regras da boa-fé.
Deste princípio emergem deveres e obrigações, quer para os contribuintes,
quer para a Administração Tributária.
Art.º 59.º
A Administração Tributária está investida de poderes que são exercidos em
caso de incumprimento dos deveres do sujeito passivo, ou os cumpra de forma
imperfeita, ou até mesmo em caso de suspeita fundada de incumprimento,
pela violação de um qualquer dever de cooperação por parte do sujeito
passivo.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO, DA COLABORAÇÃO E DA BOA-FÉ
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A Administração Tributária esclarecerá os contribuintes e outros
obrigados tributários sobre a necessidade de apresentação de
declarações, reclamações e petições e a prática de quaisquer outros
actos necessários ao exercício dos seus direitos, incluindo a correcção
dos erros ou omissões manifestas que se observem.
O contribuinte cooperará de boa-fé na instrução do procedimento,
esclarecendo de modo completo e verdadeiro os factos de que tenha
conhecimento e oferecendo os meios de prova a que tenha acesso.
A falta de cooperação do dos sujeitos passivos e demais obrigados tributários no
procedimento de inspecção pode, quando ilegítima, constituir fundamento de aplicação
de métodos indirectos de tributação.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO, DA COLABORAÇÃO E DA BOA-FÉ
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A colaboração da AT com os contribuintes compreende
• A informação pública, regular e sistemática sobre os seus direitos e obrigações
• A publicação, no prazo de 30 dias, das orientações genéricas sobre a interpretação e aplicação
das normas tributárias
• A assistência necessária ao cumprimento dos deveres acessórios
• A notificação do sujeito passivo ou demais interessados para esclarecimento das dúvidas
sobre as suas declarações ou documentos
• A prestação de informações vinculativas
• O esclarecimento regular e atempado das fundadas dúvidas sobre a interpretação e
aplicação das normas tributárias
• O acesso, a título pessoal ou mediante representante, aos seus processos individuais ou, nos
termos da lei, àqueles em que tenham interesse directo, pessoal e legítimo
Art.º 59.º
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO, DA COLABORAÇÃO E DA BOA-FÉ
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A colaboração da AT com os contribuintes compreende Art.º 59.º
• A criação, por lei, em casos justificados, de regimes simplificados de tributação e a limitação das
obrigações acessórias às necessárias ao apuramento da situação tributária dos sujeitos passivos
• A publicação dos benefícios ou outras vantagens fiscais salvo quando a sua concessão não
comporte qualquer margem de livre apreciação da administração tributária
• O direito ao conhecimento pelos contribuintes da identidade dos funcionários responsáveis pela
direcção dos procedimentos que lhes respeitem
• A comunicação antecipada do início da inspecção da escrita, com a indicação do seu âmbito e
extensão e dos direitos e deveres que assistem ao sujeito passivo
• Informação ao contribuinte dos seus direitos e obrigações, designadamente nos casos de
obrigações periódicas
• A interpelação ao contribuinte para proceder à regularização da situação tributária e ao
exercício do direito à redução da coima, quando a administração tributária detecte a prática
de uma infracção de natureza não criminal.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO, DA COLABORAÇÃO E DA BOA-FÉ
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PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO, DA COLABORAÇÃO E DA BOA-FÉ
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PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO, DA COLABORAÇÃO E DA BOA-FÉ
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• As informações vinculativas podem ser requeridas por
advogados, solicitadores, revisores e técnicos oficiais de contas ou
por quaisquer entidades habilitadas ao exercício da consultadoria
fiscal acerca da situação tributária dos seus clientes devidamente
identificados, sendo obrigatoriamente comunicadas também a estes.
DIRTEITO À INFORMAÇÃO
• Caso a informação vinculativa seja pedida com carácter de
urgência, a administração tributária, no prazo máximo de 30
dias, notifica obrigatoriamente o contribuinte do
reconhecimento ou não da urgência e, caso esta seja aceite, do
valor da taxa devida, a ser paga no prazo de 5 dias.
Art.º 68.º
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO, DA COLABORAÇÃO E DA BOA-FÉ
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• As informações vinculativas não podem compreender factos
abrangidos por procedimento de inspecção tributária cujo início
tenha sido notificado ao contribuinte antes do pedido.
• O pedido de informação vinculativa é arquivado se estiver pendente
ou vier a ser apresentada reclamação, recurso ou impugnação
judicial que implique os factos objecto do pedido de informação.
DIRTEITO À INFORMAÇÃO Art.º 68.º
• As informações vinculativas podem ser revogadas, com efeitos para o
futuro, após um ano a contar da sua prestação, precedendo audição
do requerente, nos termos da presente lei, com a salvaguarda dos
direitos e interesses legítimos anteriormente constituídos.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO, DA COLABORAÇÃO E DA BOA-FÉ
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• A informação vinculativa regra é prestada no prazo de 150 dias.
• A informação vinculativa urgente tem de ser prestada no prazo de 90
dias.
• Ambos os prazos se contam a partir da apresentação do pedido, e, caso o
pedido de urgência seja aceite pela Administração Tributária, o não
cumprimento do prazo de 90 dias implica o deferimento tácito do
enquadramento jurídico apresentado pelo requerente.
DIRTEITO À INFORMAÇÃO Art.º 68.º
• A formação do deferimento tácito é de grande relevância jurídica,
visto que a AT só pode proceder em sentido diverso da informação
vinculativa prestada, em caso de cumprimento de decisão judicial
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO, DA COLABORAÇÃO E DA BOA-FÉ
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PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
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O princípio da proporcionalidade implica que a Administração, no uso de
poderes discricionários, deva prosseguir o interesse público em termos de
justa medida, isto é, escolhendo as soluções de que decorram menos ónus,
sacrifícios ou perturbações para a posição jurídica dos administrados.
A proporcionalidade na actividade Administrativa exige - constitui um
limite - que todas as acções ou decisões administrativas sejam tomadas tendo
em conta a ponderação entre o interesse público e interesses privados
eventualmente afectados, de modo a não sacrificar desnecessariamente
interesses particulares, isto é, as medidas que, na realização do interesse
público, sacrificam ou restrinjam direitos ou interesses legítimos dos
contribuintes não devem ser utilizadas para além do estritamente necessário.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
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O princípio da proporcionalidade exige que a intervenção da
Administração Tributária seja idónea para perseguir as suas atribuições e
competências, ou seja, a concretização de objectivos legítimos, que não vá
mais além do necessário para alcançar esses objectivos e que a gravidade da
sua intervenção não seja desproporcionada em relação ao interesse que se
pretende fazer valer.
A proporcionalidade implica a necessidade, a adequação dos
meios aos fins e, ainda, serem maiores as vantagens do que as
desvantagens daí decorrentes, a que se poderia aditar a exigência
da inexistência de outro meio mais apto e menos custoso daquele
por que se opta por adoptar.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
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INSPECÇÃO TRIBUTÁRIA
Art.º 63.º
Os órgãos competentes da AT podem, nos termos da lei, desenvolver todas as
diligências necessárias ao apuramento da situação tributária dos contribuintes
Prerrogativas da Inspecção Tributária
• Aceder livremente às instalações ou locais onde possam existir elementos relacionados com a sua
actividade ou com a dos demais obrigados fiscais
• Examinar e visar os seus livros e registos da contabilidade ou escrituração, bem como todos os
elementos susceptíveis de esclarecer a sua situação tributária
• Aceder, consultar e testar o seu sistema informático, incluindo a documentação sobre a sua análise,
programação e execução
• Solicitar a colaboração de quaisquer entidades públicas necessária ao apuramento da sua situação
tributária ou de terceiros com quem mantenham relações económicas
• Requisitar documentos dos notários, conservadores e outras entidades oficiais
• Utilizar as suas instalações quando a utilização for necessária ao exercício da acção inspectiva
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
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INSPECÇÃO TRIBUTÁRIA
O procedimento da inspecção e os deveres de cooperação são os
adequados e proporcionais aos objectivos a prosseguir, só podendo
haver mais de um procedimento externo de fiscalização respeitante
ao mesmo sujeito passivo ou obrigado tributário, imposto e período de
tributação mediante decisão, fundamentada com base em factos novos,
do dirigente máximo do serviço, salvo se a fiscalização visar apenas
a confirmação dos pressupostos de direitos que o contribuinte invoque
perante a administração tributária e sem prejuízo do apuramento da
situação tributária do sujeito passivo por meio de inspecção ou
inspecções dirigidas a terceiros com quem mantenha relações
económicas.
Art.º 63.º
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
O que determina o início da acção de inspecção
tributária externa é a assinatura da Ordem de
Serviço ou do Despacho do superior hierárquico
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
INSPECÇÃO TRIBUTÁRIA Art.º 63.º
A falta de cooperação na realização das diligências previstas no n.º 1 do art.º 63.º da
LGT só será legítima quando as mesmas impliquem:
• O acesso à habitação do contribuinte
• A consulta de elementos abrangidos pelo segredo profissional ou outro dever de
sigilo legalmente regulado, à excepção do segredo bancário, realizada nos termos do
n.º 3 do art.º 63.º da LGT
• O acesso a factos da vida íntima dos cidadãos
• A violação dos direitos de personalidade e outros direitos, liberdades e garantias dos
cidadãos, nos termos e limites previstos na Constituição e na lei.
Em caso de oposição do contribuinte com fundamento nalgumas circunstâncias referidas no n.º 5 do art.º
63.º da LGT, a diligência só poderá ser realizada mediante autorização concedida pelo tribunal da Comarca
competente com base em pedido fundamentado da AT.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
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INSPECÇÃO TRIBUTÁRIA Art.º 63.º
O acesso à informação protegida pelo segredo profissional ou
qualquer outro dever de sigilo legalmente regulado depende de
autorização judicial, nos termos da legislação aplicável.
Sem prejuízo do n.º 2 do art.º 63.º da LGT
O acesso à informação protegida pelo sigilo bancário faz-se nos
termos previstos nos artigos 63.º-A, 63.º-B e 63.º-C da LGT.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
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PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO
Os órgãos da Administração devem assegurar a participação dos
contribuintes na formação das decisões que lhe disserem
respeito, designadamente através da respectiva audiência
prévia.
A participação dos contribuintes no processo de tomada de decisões
apresenta uma função legitimadora, permitindo aos
interessados a protecção dos seus direitos e interesses legalmente
protegidos em face da Administração, conduzindo, ainda, a um
aumento de eficácia da actividade administrativa.
Art.º 60.º
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO
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A participação dos contribuintes na formação das decisões que lhes
digam respeito pode efectuar-se sempre que a lei não prescrever em sentido
diverso, por qualquer das seguintes formas:
• Direito de audição antes da liquidação
• Direito de audição antes do indeferimento total ou parcial dos pedidos,
reclamações, recursos ou petições
• Direito de audição antes da revogação de qualquer benefício ou acto
administrativo em matéria fiscal
• Direito de audição antes da decisão de aplicação de métodos indirectos,
quando não haja lugar a relatório de inspecção
• Direito de audição antes da conclusão do relatório da inspecção
tributária.
Art.º 60
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Tendo o contribuinte sido anteriormente ouvido em qualquer das
fases do procedimento a que se referem as alíneas b) a e) do n.º 1 do
art.º 60.º da LGT, é dispensada a sua audição antes da
liquidação, salvo em caso de invocação de factos novos sobre os
quais ainda se não tenha pronunciado.
Art.º 60.º
Os elementos novos suscitados na audição dos contribuintes são
tidos obrigatoriamente em conta na fundamentação da decisão.
O procedimento tributário segue o princípio do contraditório,
participando o contribuinte na formação da decisão.
LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO
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• No caso de a liquidação se efectuar com base na declaração do
contribuinte ou a decisão do pedido, reclamação, recurso ou
petição lhe seja favoráveis.
• No caso de a liquidação se efectuar oficiosamente, com base em
valores objectivos previstos na lei, desde que o contribuinte tenha
sido notificado para apresentação da declaração em falta, sem que
o tenha feito.
A audição do contribuinte é dispensada quando: Art.º 60.º
Quando houver lugar a direito de audição o contribuinte é ouvido oralmente ou por
escrito, conforme o objectivo do procedimento.
Em caso de audiência oral, as declarações do contribuinte serão reduzidas a termo.
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO
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O direito de audição deve ser exercido no prazo a fixar pela
Administração Tributária em carta registada a enviar para esse
efeito para o domicílio fiscal do contribuinte.
O prazo do exercício oralmente ou por escrito do direito de
audição é de 15 dias, podendo a administração tributária alargar
este prazo até ao máximo de 25 dias em função da complexidade
da matéria.
Para efeitos do exercício do direito de audição, deve a administração
tributária comunicar ao sujeito passivo o projecto da decisão e sua
fundamentação.
Art.º 60.º
PRINCÍPIO DA CONFIDENCIALIDADE
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LEI GERAL TRIBUTÁRIA - LGT
Os dirigentes, funcionários e agentes da administração tributária
estão obrigados a guardar sigilo sobre os dados recolhidos sobre
a situação tributária dos contribuintes e os elementos de
natureza pessoal que obtenham no procedimento, nomeadamente os
decorrentes do sigilo profissional ou qualquer outro dever de segredo
legalmente regulado.
Art.º 64.º
O dever de confidencialidade não prejudica o acesso do sujeito passivo aos
dados sobre a situação tributária de outros sujeitos passivos que sejam
comprovadamente necessários à fundamentação da reclamação, recurso ou
impugnação judicial, desde que expurgados de quaisquer elementos susceptíveis de
identificar a pessoa ou pessoas a que dizem respeito.
PRINCÍPIO DA CONFIDENCIALIDADE
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Art.º 64.º O dever de sigilo cessa em caso de:
• Autorização do contribuinte para a revelação da sua situação tributária
• Cooperação legal da administração tributária com outras entidades públicas, na medida dos seus
poderes
• Assistência mútua e cooperação da administração tributária com as administrações tributárias de
outros países resultante de convenções internacionais a que o Estado Português esteja vinculado,
sempre que estiver prevista reciprocidade
• Colaboração com a justiça nos termos do Código de Processo Civil e Código de Processo Penal
• Confirmação do número de identificação fiscal e domicílio fiscal às entidades legalmente competentes
para a realização do registo comercial, predial ou automóvel.
O dever de confidencialidade comunica-se a quem quer que, ao abrigo do n.º 2 do art.º 64.º da
LGT, obtenha elementos protegidos pelo segredo fiscal, nos mesmos termos do sigilo da
administração tributária.
PRINCÍPIO DA CONFIDENCIALIDADE
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Não contende com o dever de confidencialidade:
• A divulgação de listas de contribuintes cuja situação tributária não se
encontre regularizada, designadamente listas hierarquizadas em função do
montante em dívida, desde que já tenha decorrido qualquer dos prazos legalmente
previstos para a prestação de garantia ou tenha sido decidida a sua dispensa;
• A publicação de rendimentos declarados ou apurados por categorias de rendimentos,
contribuintes, sectores de actividades ou outras, de acordo com listas que a
administração tributária deve organizar anualmente a fim de assegurar a
transparência e publicidade.
Considera-se como situação tributária regularizada, para efeitos do disposto na alínea a) do n.º
5 do art.º 64.º da LGT, o pagamento integral de quaisquer tributos, a inexistência de
situações de mora ou a sua regularização em conformidade com as disposições e planos
previstos no CPPT e demais legislação em vigor.
Art.º 64.º
PRINCÍPIO DA CONFIDENCIALIDADE
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Situação tributária regularizada
Considera-se que o contribuinte tem a situação tributária regularizada quando se
verifique um dos seguintes requisitos:
• Não seja devedor de quaisquer impostos ou outras prestações tributárias e respectivos
juros;
• Esteja autorizado ao pagamento da dívida em prestações, desde que exista garantia
constituída, nos termos legais;
• Tenha pendente meio de contencioso adequado à discussão da legalidade da dívida
exequenda e o processo de execução fiscal tenha garantia constituída, nos termos
legais;
• Tenha a execução fiscal suspensa, nos termos do n.º 2 do artigo 169.º, havendo garantia
constituída, nos termos legais.
À constituição de garantia é equiparada, para estes efeitos, a sua dispensa e a sua caducidade.
Art.º 177.º-A do CPPT