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Lei nº . /2020 de Havendo necessidade de rever a Lei nº 11/2009, de 11 de Março, Lei Cambial, de modo a adequá-la aos padrões de funcionamento de um mercado de livre circulação de pessoas, bens e serviços e, por isso, desprovido de qualquer tipo de restrições nos pagamentos e transferências nas transacções correntes internacionais e demais aspectos correlacionados, a Assembleia da República, ao abrigo do disposto no nº 1 do artigo 178 da Constituição, determina: DISPOSIÇÕES GERAIS ARTIGO 1 (Objecto) A presente lei rege os actos, negócios, transacções e operações de toda a índole que: a) se realizam entre residentes e não-residentes e que resultem ou possam resultar em pagamentos ou recebimentos sobre o exterior; b) sendo realizados no pais, envolvam moeda estrangeira; c) não reunindo os requisitos referidos na alínea anterior, sejam qualificadas, por Lei, como operações cambiais. ARTIGO 2 (Âmbito de aplicação)

Lei nº . /2020 de · ao abrigo da legislação vigente na República de Moçambique, . 3. O simples vínculo contratual com representações diplomáticas, consulares ou equiparadas,

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Page 1: Lei nº . /2020 de · ao abrigo da legislação vigente na República de Moçambique, . 3. O simples vínculo contratual com representações diplomáticas, consulares ou equiparadas,

Lei nº . /2020

de

Havendo necessidade de rever a Lei nº 11/2009, de 11 de Março, Lei

Cambial, de modo a adequá-la aos padrões de funcionamento de um

mercado de l ivre circulação de pessoas, bens e serviços e, por isso,

desprovido de qualquer t ipo de rest rições nos pagamentos e

transferências nas transacções correntes internacionais e demais

aspectos correlacionados, a Assembleia da República, ao abrigo do

disposto no nº 1 do artigo 178 da Constituição, determina:

DISPOSIÇÕES GERAIS

ARTIGO 1

(Objecto)

A presente lei rege os actos, negócios, transacções e operações de toda

a índole que:

a) se realizam entre residentes e não-residentes e que resultem

ou possam resultar em pagamentos ou recebimentos sobre o

exterior;

b) sendo realizados no pais, envolvam moeda estrangeira;

c) não reunindo os requisitos referidos na alínea anterior, sejam

qualif icadas, por Lei, como operações cambiais.

ARTIGO 2

(Âmbito de aplicação)

Page 2: Lei nº . /2020 de · ao abrigo da legislação vigente na República de Moçambique, . 3. O simples vínculo contratual com representações diplomáticas, consulares ou equiparadas,

A presente Lei aplica-se a:

a) Pessoas singulares e colectivas não-residentes, que realizem

operações cambiais respeitantes a bens ou valores situados em

território nacional e direitos sobre esses bens ou valores ou se

ref iram a act ividades exercidas no mesmo território;

b) Pessoas singulares e colect ivas residentes, que realizem

operações cambiais respeitantes a bens ou valores situados em

território nacional e direitos sobre esses bens ou valores ou se

ref iram a act ividades exercidas no mesmo território;

c) Pessoas singulares e colectivas residentes, que realizem

operações cambiais respeitantes a bens, valores ou direitos

adquiridos, gerados ou situados no estrangeiro.

d) Estado e outras pessoas colect ivas do direito público.

Artigo 3

(Definições)

Para efeitos da presente Lei, entende -se por:

a) Agregado famíliar (por definir)

b) Arbitragem de taxas de câmbio : faculdade de f ixação do valor em

moeda nacional que deve ser pago ou recebido na aquisição ou

alienação de moeda estrangeira;

c) Autoridade Cambial : o Banco de Moçambique, nos termos daa Lei

Orgânica do Banco de Moçambique;

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d) Bens : tudo aquilo que, sendo tangível ou não, possa ser objecto de

comércio internacional;

e) Certificados de participação em organismos de investimentos

colectivos : acções e outros t ítulos de part icipação, obrigações e

demais t ítulos e instrumentos transaccionados nos mercados

f inanceiros;

f) Empréstimos de carácter pessoal : operações de mútuo

caracterizadas pelo facto de o mutuante não exercer funções de

crédito à t ítulo prof issional, visando ou não o lucro;

g) Empréstimos e créditos financeiros : operações de mútuo envolvendo

inst ituições f inanceiras que nelas intervêm a título prof issional e com

f im lucrat ivo;

h) Garantia : documento emitido por uma entidade, por sol icitação de seu

cliente ou contraparte, e a favor de outrem, em virtude do qual tal

entidade assume o compromisso de compensar o beneficiário, caso o

cliente ou contraparte não honre as obrigações por si assumidas

perante aquele;

i) Importação e exportação física de valores : entrada ou saída no

território aduaneiro nacional, de notas ou moedas metálicas

estrangeiras ou nacionais em circulação, meios de pagamento

externos, letras, l ivranças e extractos de factura, acções, obrigações,

cupões, t ítulos de dívida pública, quer nacionais quer estrangeiros,

realizada por entidades autorizadas a exercer o comércio de câmbios;

j) Investimento de carteira : investimento em acções ou quaisquer

outras formas de participação no capital, bem assim em obrigações e

outros t ítulos e instrumentos f inanceiros;

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k) Investimento directo estrangeiro : qualquer forma de contribuição do

capital estrangeiro susceptível de avaliação pecuniária, que constitua

capital ou recurso próprio ou sob conta e risco de investidor

estrangeiro, proveniente do exterior e destinado à sua incorporação no

investimento para a realização de um projecto de actividade

económica, A TÍTULO DE REALIZAÇÃO DE CAPITAL SOCIAL,

SUPRIMENTO, QUALQUER OUTRA FORMA DE EMPRÉSTIMO OU

ADIANTAMENTO DE CUSTOS DE INVESTIMENTO EM PAGAMENTOS

DE TRABALHO OU OUTROS SERVIÇOS OU AINDA AQUISIÇÃO OU

ALUGUER DE BENS, de forma directa ou através de uma

representação comercial, com ou sem personalidade jurídica própria,

desde que devidamente registada noem Moçambique junto das

entidades legais competentes;

l) Investimento imobiliário : operações de aquisição, alienação ou

arrendamento de bens imobil iários entre residentes e não residentes,

no país ou no estrangeiro;

m) Mercadorias : bens objecto de transacção comercial;

n) Moeda estrangeira : notas e moedas metálicas com curso legal nos

países de emissão e quaisquer outros meios de pagamento sobre o

estrangeiro expressos em moeda ou em unidades de conta uti l izadas

em compensações ou pagamentos internacionais ;

o) Moeda estrangeira escritural : valor monetário destituído de suporte

f ísico em nota ou metal de banco;

p) Moeda estrangeira física : notas e moedas metálicas estrangeiras em

circulação;

q) Operação cambial : qualquer acto, negócio ou transacção realizado

entre residente e não residente e que resulte ou possa resultar em

pagamentos ou recebimentos sobre o exterior, ou que simplesmente

seja qualif icada por lei como cambial;

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r) Operações de bolsa : real izadas junto de uma bolsa de valores

nacional ou estrangeira ou com elas relacionadas;

s) Operações de mercadorias : actos ou negócios entre residentes e não

residentes que envolvam a transmissão do direito de propriedade

sobre bens móveis destinados ao comércio;

t) Operador de comércio parcial de câmbios : ent idade autorizada pelo

Banco de Moçambique a realizar, a título prof issional, operações de

compra e venda de moeda estrangeira, estritamente relacionada com

uma actividade comercial principal não f inanceira;

u) Repatriamento de receitas (por definir)

v) Registo cambial : recolha, processamento e manutenção da

informação essencial relat iva a uma operação cambial, incluindo o seu

processamento electrónico ou manual, bem assim o arqu ivo dos

documentos que servem de base;

w) Serviços : prestação de uma actividade económica por um não

residente a um residente ou vice-versa, nas seguintes áreas de

actividade económica: transporte, seguros, informática, informação,

serviços relacionados com o comércio, royalt ies e l icenças, serviço do

governo e f inanciamento (excluindo rendimentos tais como juros);

x) Transacções correntes : quaisquer pagamentos ou recebimentos em

moeda estrangeira, que não sejam para efeitos de transferência de

capitais, nomeadamente, pagamentos ou recebimentos em conexão

com o comércio externo, transferências unilaterais sem

contraprestação ou outras não sujeitas à prévia autorização do Banco

de Moçambique nos termos da Lei e do presente Regulamento;

.ARTIGO 4

(Residência cambial)

Page 6: Lei nº . /2020 de · ao abrigo da legislação vigente na República de Moçambique, . 3. O simples vínculo contratual com representações diplomáticas, consulares ou equiparadas,

1. Para efeitos da presente Lei, são considerados residentes:

a) Pessoas singulares com residência habitual em Moçambique

ou cuja permanência no estrangeiro não exceda um ano;

b) Pessoas singulares cuja permanência no estrangeiro, por um

período igual ou superior a um ano, t iver origem em motivos

de saúde ou de estudo;

c) Pessoas singulares com residência habitual em Moçambique,

que desenvolvam actividade não ocasional em território

estrangeiro, nomeadamente trabalhadores de fronteira ou

sazonais e tripulações de navios, aviões ou outros

equipamentos móveis a operar total ou parcialmente no

estrangeiro;

d) Pessoas singulares com estatuto de diplomatas,

representantes consulares ou equiparados, pessoal militar em

exercício de funções governamentais no estrangeiro bem

como os membros do respectivo agregado familiar;

e) Pessoas colectivas de direito privado com sede em território

nacional;

f) Estado, outras pessoas colect ivas de direito público, os

fundos e inst itutos públicos dotados de autonomia

administrativa e f inanceira;

g) Representações diplomáticas e consulares do Estado

Moçambicano situadas no estrangeiro.

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2. São considerados igualmente residentes, os seguintes entes

estrangeiros:

a) Pessoas singulares que residam em Moçambique há mais de

um ano, excepto os dip lomatas, representantes consulares ou

equiparados, pessoal militar estrangeiro em exercício de

funções governamentais no país, bem como os membros das

respectivas famíl ias;

b) Pessoas singulares com residência habitual em Moçambique,

que desenvolvam actividade não ocasional em território

estrangeiro, nomeadamente trabalhadores de fronteira ou

sazonais e tripulações de navios, aviões ou outros

equipamentos móveis a operar total ou parcialmente no

estrangeiro.

c) Os expatriados que tenham celebrado um contrato de trabalho

com uma entidade residente, com duração de mais de um ano

ou o contrato celebrado tenha sido renovado apos um ano.

d) As f i l ia is, agências, delegações, sucursais ou quaisquer

outras formas de representação de pessoas colectivas não

residentes, quando dotadas de personalidade jurídica própria

ao abrigo da legislação vigente na República de Moçambique,

.

3. O simples vínculo contratual com representações diplomáticas,

consulares ou equiparadas, bem assim com estabelecimentos

militares estrangeiros e organismos f inanceiros internacionais

situados em território nacional, não determina a perda da qualidade

de residente.

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4. A residência presume-se habitual decorrido um ano sobre o seu

início, sem prejuízo da possibil idade de prova em contrário.

5. Em caso de alteração da qualidade de residente ou de não

residente, os bens e direitos anteriormente adquiridos pela pessoa

singular ou colect iva ou pela entidade em causa acompanham o seu

novo estatuto.

6. Nos termos do presente art igo, em caso de dúvida, presume -se que

a pessoa visada é residente, cabendo à mesma, em caso disso,

i l idir essa qualidade.

Artigo 5

(Número de Verif icação Cambial)

1. Entende-se por Número de Verif icação Cambial a identif icação

numérica única e biométrica atribuída pelo Banco de Moçambique

às pessoas singulares e colectivas que realizam operações

cambiais.

2. O número de verif icação cambial é atribuído uma única vez e é de

uso obrigatório na realização de cada operação cambial.

3. O Banco de Moçambique estabelece, por Aviso, as condições e

procedimentos para atribuição e ut il ização do número de verif icação

cambial.

PRINCÍPIOS E DEVERES

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ARTIGO 6

(Liberalização das operações cambiais)

1. As operações cambiais classificadas como transacções

correntes não carecem de autorização.

2. O Banco de Moçambique estabelece, por Aviso, as condições de

realização de operações cambiais classificadas como de

capitais e de outras não correntes, quanto à sua sujeição ou

não à prévia autorização.

3. Para efeitos do número anterior o Banco de Moçambique tem em

conta, entre outros critérios, a situação macroeconómica do

país, nomeadamente, a disponibilidade de moeda estrangeira, o

ponto de situação da balança de pagamento e demais condições

do mercado cambial.

ARTIGO 7

(Pagamento e recebimento em moeda estrangeira)

Compete ao Banco de Moçambique definir, por Aviso, em que casos e

condições são permitidos o pagamento e recebimento em moeda

estrangeira realizados em território nacional.

ARTIGO 8

(Dever de utilização exclusiva do sistema bancário)

As operações cambiais que envolvam pagamentos ou recebimentos sobre

o exterior e, sendo realizadas no pais, envolvam moeda estrangeira,

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devem ser realizadas, exclusivamente, através de bancos autorizados a

operar no país.

ARTIGO 9

(Dever geral de verificação)

1. As entidades autorizadas a exercer o comércio de câmbios devem

verif icar, até à conclusão das operações em que intervenham, a sua

realidade, natureza e o cumprimento das disposições legais e

regulamentares aplicáveis.

2. Para efeitos do número anterior, devem os interessados fornecer os

elementos de prova indispensáveis à caracterização jurídica e

económica da operação requerida, designadamente os relat ivos à

determinação dos sujeitos, objecto, valor e datas de exigibil idade.

3. O dever de verif icação previsto no presente art igo abrange os deveres

de identif icação, di l igência e outros previstos na legislação relat iva à

prevenção e combate ao branqueamento de capitais e f inanciamento

do terrorismo.

ARTIGO 10

(Registo cambial)

1. Todas as operações cambiais estão sujeitas a registo .

2. Salvo disposição expressa em contrário, compete às entidades

autorizadas a realizar o comercio de cambios registar as operações

cambiais.

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3. O Banco de Moçambique estabelece, por Aviso, os termos e

procedimentos de realização de registo.

ARTIGO 11

(Dever de informação e conservação de documentos)

1. As entidades autorizadas a exercer o comércio de câmbios devem

enviar as informações sobre as operações cambiais realizadas ao

Banco de Moçambique, nos termos por este estabelecidos.

2. O Banco de Moçambique pode, sempre que ponderosas razões

just if icarem, exigir informações das demais entidades envolvidas

em operações cambiais, devendo estas fornecer a informação no

prazo de 15 dias

3. As entidades referidas nos números anteriores devem conservar os

elementos necessários à verif icação da natureza e realidade das

suas operações nos termos estabelecidos pela lei comercial, lei

f iscal e demais legislação aplicável.

ARTIGO 12

(Declaração de activos)

1. Todos os residentes devem declarar, junto do Banco de

Moçambique, os seus valores e direitos gerados, adquiridos, ou

detidos no estrangeiro.

2. O Banco de Moçambique estabelece, por Aviso, os procedimentos

para a de declaração de activos.

ARTIGO 13

(Repatriamento de receitas)

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1. Todos os residentes devem repatriar as receitas de exportação de

bens e serviços e os rendimentos de investimento no estrangeiro , nos

termos estabelecidos pelo Banco de Moçambique.

2. O BM estabelece a modalidade de manutenção de receitas receitas de

exportação de bens e servicos e de rendimentos de investi mento no

estrangeiro

OPERAÇÕES CAMBIAIS

ARTIGO 14

(Operações cambiais)

1. São consideradas operações cambiais as transacções correntes, as

operações de capitais e outras operações qualif icadas por Lei.

2. Entende-se por transacções correntes quaisquer pagamentos ou

recebimentos em moeda estrangeira que não sejam para efeitos de

transferência de capitais, nomeadamente os relacionados com o

comércio externo, remessas de valores para despesas familiares e

outras obrigações correntes nos termos a regulamentar.

3. Consideram-se operações de capitais as seguintes:

a) Investimento directo estrangeiro;

b) Investimento imobil iário;

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c) Operações sobre certif icados de part icipação em organismos de

investimentos colectivos;

d) Abertura e movimentação de contas junto de institui ções

f inanceiras no exterior;

e) Créditos ligados a transacção de mercadorias ou à prestação de

serviços;

f) Empréstimos e créditos f inanceiros;

g) Garantias;

h) Transferências em execução de contrato de seguro;

i) Operações sobre títulos e outros instrumentos transa ccionados

no mercado monetário e de capitais;

j) Importação e exportação física de valores;

k) Empréstimos de carácter pessoal; e

l) Outras operações qualif icadas como de capitais que vierem a ser

definidas por Lei.

4. Outras operações cambiais:

a) A aquisição ou al ienação de ouro ou prata amoedados;

b) A exportação de ouro em barra ou em lingote ou outra forma não

trabalhada, prata, platina e outros metais preciosos;

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c) A abertura e movimentação de contas de não residentes em

moeda nacional, quando relacionadas com ope rações de

capitais;

d) A abertura e movimentação de contas de residentes em moeda

estrangeira ou em unidades de conta ut il izadas em

compensações ou pagamentos internacionais;

e) Pagamentos e recebimentos em moeda estrangeira em

transacções domésticas;

f) A concessão de crédito a residentes em moeda estrangeira

incluindo por desconto de letras, l ivranças, extractos de factura,

expressos ou pagáveis em moeda estrangeira, expressos ou

pagáveis em moeda nacional, quando nesses títulos intervenham

não-residentes como sacadores, aceitantes, endossantes,

avalistas, quer como subscritores, quer como emitentes;

g) A aquisição ou alienação de cupões de títulos de crédito

estrangeiros;

h) As operações expressas em moeda estrangeira, em unidades de

conta que envolvam ou possam envolver l iquidação, total ou

parcial, de transacções de capitais, realizadas entre residentes e

não-residentes;

i) As operações expressas em moeda nacional em unidades de

conta que envolvam ou possam envolver l iquidação, total ou

parcial, de transacções de capitais realizadas por não-

residentes;

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j) As transferências para o exterior e o recebimento do exterior de

quaisquer valores ou meios de pagamento, que não se

enquadrem na situação prevista no número 2 do presente artigo;

k) A arbitragem de taxas de câmbios;

l) A importação e exportação ou reexportação, quando realizada

por instituições autorizadas a exercer o comércio de câmbios, de:

(i) Notas ou moedas metálicas estrangeiras em

circulação e outros meios de pagamento externos;

(i i) Letras, l ivranças e extractos de factura, acções ou

obrigações, quer nacionais quer estrangeiros, ou

cupões, bem como títulos de dívida pública.

ARTIGO 15

(Exercício do comércio de câmbios)

1. Para efeitos da presente Lei, é considerado exercício de comércio de

câmbios a realização habitual, com intuito lucrat ivo, por conta própria

ou alheia, de operações cambiais.

2. O comércio de câmbios pode ser exercido por:

a) Bancos;

b) Casas de câmbio;

c) Agências de viagem ou de turismo;

d) Hotéis e similares;

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e) Outras entidades ou inst ituições que vierem a ser def inidas por

Lei.

Artigo 16

(Licença para o exercício do comércio de câmbios)

1. Sem prejuízo do previsto na Lei das Instituições de Crédito e

Sociedades Financeiras e demais legislação aplicável, o exercício do

comércio de câmbios está condicionado a obtenção de uma licença

especial junto do Banco de Moçambique.

2. A licença especial a que se refere o número anterior é renovável

anualmente, e o Banco de Moçambique publica a l ista de inst ituições

autorizadas.

3. O Banco de Moçambique f ixa, por Aviso, os termos e condições de

concessão e renovação da licença para o exercício do comércio de

câmbios.

4. A decisão de não renovação da licença cabe reclamação por

documento devidamente fundamentado junto do Banco de Mocambique

ou recurso contencioso.

Artigo 17

(Leilões de moeda estrangeira)

A realização de leilões de moeda estrangeira e outras operações cujo

resultado seja o mesmo que o do leilão só é permitida no mercado

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cambial interbancário, nos termos regulamentados pelo Banco de

Moçambique.

Artigo 18

(Abertura e movimentação de contas em moeda estrangeira)

1. Podem abrir contas em moeda estrangeira, no país ou no exterior,

os residentes que tenham uma relação não ocasional comprovada

com o exterior ou com não residente, e dessa relação resultem

f luxos em moeda estrangeira.

2. Podem abrir contas em moeda estrangeira no pais, nomeadamente:

a) Estado e outras pessoas colect ivas públicas dotadas de

autonomia administrativa e f inanceira, nos casos em que, por

Lei ou Regulamento, estejam habili tados a receber fundos do

exterior;

b) Exportadores;

c) Entidades com investimento no exterior; e

d) Representações diplomáticas, consulares ou equiparadas.

3. Independentemente dos requisitos referidos no n.º 1 do presente

artigo, podem abrir conta em moeda estrangeira no país, os não -

residentes.

4. O Banco de Moçambique f ixa, por Aviso, as condições de abertura e

movimentação de contas em moeda estrangeira.

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ARTIGO 19

(Entrada e saída de moeda estrangeira)

1. É livre a entrada no terri tório nacional de moeda estrangeira e outros

meios de pagamento sobre o exterior, devendo os respectivos valores

ser declarados sempre que ultrapassem os limites f ixados na

respectiva regulamentação.

2. É livre, para não-residentes, a saída de moeda estrangeira, bem como

de outros meios de pagamento sobre o exterior, até ao limite declarado

à entrada no País, nos termos do número anterior.

3. A saída de moeda estrangeira, bem como de outros meios de

pagamento sobre o exterior é l ivre, para residentes, mediante o

comprovativo da retenção e posse legít ima, passado por entidades

autorizadas a exercer o comércio de câmbios, nos limites f ixados na

respectiva regulamentação.

CONTRAVEÇÕES

ARTIGO 20

(Contravenções)

Constituem contravenções cambiais:

a) A realização de operações cambiais sem prévia autorização,

quando exigida nos termos da presente Lei ou em

regulamentos;

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b) A realização de qualquer operação cambial sem observar o

dever de verif icação, nos termos estabelecidos na presente

Lei ou em regulamentos;

c) A realização de qualquer operação cambial sem o registo, nos

termos estabelecidos na presente Lei ou em regulamentos;

d) A não declaração de valores e direitos gerados, adquiridos, ou

detidos no estrangeiro por residentes;

e) O não repatriamento das receitas de exportação de bens,

serviços e investimento estrangeiro por residentes;

f) A realização de transferências para o exterior, e o

recebimento do exterior , de quaisquer valores ou meios de

pagamento, sem a observância do disposto na p resente Lei ou

em regulamentos;

g) A não prestação de informação ao Banco de Moçambique, por

qualquer entidade que realize operação cambial, quando

exigível por Lei, regulamentos ou solicitação da autoridade

cambial;

h) O pagamento em moeda estrangeira em transacções

domésticas, fora dos casos f ixados pelo Banco de

Moçambique;

i) Violação de preceitos imperativos da presente Lei e dos seus

regulamentos não previstos nas alíneas anteriores.

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ARTIGO 21

(Contravenções especialmente graves)

1. Constituem contravenções especialmente graves, as seguintes

condutas:

a) A obtenção de autorização para realizar operação cambial com

recurso a falsas declarações;

b) A prática das contravenções descritas nas alíneas a) e b) do

artigo anterior, quando o montante envolvido ultrapasse o

equivalente a USD 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil dólares

dos Estados Unidos da América);

c) A prática de contravenções que ponham em causa a estabil idade

do mercado cambial em particular e do mercado f inanceiro em

geral.

2. Sem prejuízo de outras penas cabíveis nos termos de demais

legislação aplicável, é punida com a pena que cabe à contravenção

consumada, a tentativa do cometimento da contravenção referida na

al. a) do nº 1.

ARTIGO 22

(Multas)

1. As contravenções cambiais cometidas por singulares são puníveis

nos seguintes termos:

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a) Multa de cinquenta mil a quinhentos mil Meticais pela prática de

contravenções referidas no art igo 20;

b) Multa de cem mil a um milhão de Meticais pela prática de

contravenções referidas no art igo 21.

2. As contravenções cambiais cometidas por instituições não

f inanceiras, são puníveis nos seguintes termos:

a) Multa de duzentos mil a dois milhões de Meticais pela prática de

contravenções referidas no art igo 20;

b) Multa de quatrocentos mil a quatro milhões de Meticais pela

prática de contravenções referidas no artigo 21.

3. As contravenções cambiais cometidas por inst ituições f inanceiras,

são puníveis nos seguintes termos:

a) Multa de quinhentos mil a cinco milhões de Meticais pela prática

de infrações referidas no art igo 20;

b) Multa de um milhão a dez milhões de Meticais pela prática de

infrações referidas no artigo 21.

ARTIGO 23

(Penas acessórias)

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1. Em função da gravidade da contravenção, da culpa e da situação

económica do infractor, podem ainda ser aplicadas as seguintes

sanções acessórias:

a) Suspensão, total ou parcial, da autorizaçao para o exercício

do comércio de câmbios, com ou sem encerramento do

estabelecimento;

b) Proibição da realização de operações cambiais, com ou sem

suspensão da act ividade económica, por período que não

exceda o da proibição;

c) Revogação da licença especial;

d) Publicação pelo Banco de Moçambique da punição definit iva

num dos jornais mais lidos do país.

2. A suspensão, encerramento ou proibição temporários devem ser f ixa

entre um mínimo de seis meses e o máximo de um ano , contados a

partir da decisão condenatória definit iva.

3. A sanção acessória de proibição da realização de operações

cambiais pode ser aplicada a entidades não autorizadas a exercer o

comércio de câmbios.

ARTIGO 24

(Responsabilidade das pessoas colectivas, sociedades e agentes

individuais)

1. Pela prát ica das infracções a que se refere a presente Lei podem ser

responsabil izadas, conjuntamente ou não, pessoas singulares ou

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colect ivas, ainda que irregularmente constituídas, e associações sem

personalidade jurídica.

2. A responsabil idade do ente colect ivo não exime de responsabil idade

individual, incluindo a criminal, dos membros dos respectivos órgãos

que exerçam cargos de gestão ou os que actuam em sua

representação legal ou voluntária.

3. Não obsta à responsabil idade dos agentes individuais que representem

outrem o facto de o tipo legal de il ícito requerer determinados

elementos pessoais e estes só se verif icarem na pessoa do

representado, ou requerer que o agente pratique o acto no seu

interesse tendo o representante actuado no interesse do representado.

4. As pessoas colectivas e sociedades referidas no número anterior são

solidariamente responsáveis pelo pagamento das multas em que forem

condenados os seus representantes ou empregados, a menos que se

prove que actuaram contra a ordem ou instrução da representada ou

entidade empregadora.

ARTIGO 25

(Presunção legal de responsabilidade)

Presume-se que aqueles que actuam em nome e por conta de outrem

procedem em conformidade com instruções recebidas,

independentemente da responsabil idade individual que possa haver lugar.

ARTIGOS 26

(Responsabilidade de dirigentes e funcionários)

Page 24: Lei nº . /2020 de · ao abrigo da legislação vigente na República de Moçambique, . 3. O simples vínculo contratual com representações diplomáticas, consulares ou equiparadas,

Aos dirigentes, funcionários ou empregados das inst ituições de que

depende a concessão das autorizações para a realização de operações

cambiais são aplicáveis, com as necessárias adaptações, as disposições

dos art igos do Código Penal.

ARTIGO 27

(Corrupção activa e passiva)

Aquele que, no âmbito da presente Lei, prat icar actos de corrupção activa

ou passiva, nos termos da legislação penal, é punido com a pena mais

grave que ao crime couber nos termos da referida legislação.

ARTIGO 28

(Prescrição das contravenções cambiais)

1. O procedimento por contravenção cambial cometida por singulares e

inst ituições não f inanceiras prescreve decorridos três anos, a contar

da prática da infracção.

2. O procedimento por contravenção cambial cometida por instituições

f inanceiras prescreve decorridos cinco anos, a contar da prát ica da

infracção.

3. As multas e sanções acessórias referidas nos números anteriores

prescrevem nos mesmos prazos, a contar da data da decisão

condenatória definit iva.

ARTIGO 29

(Instrução e decisão de processos da competência do Banco)

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1. Compete ao Banco de Moçambique a instrução e decisão de processos

de contravenções cambiais praticadas por instituições sob sua

supervisão ou através delas .

2. Compete ainda ao Banco de Moçambique a instrução e decisão de

processos por prát ica da contravenção prevista na alínea g) do artigo

21 da presente Lei.

3. Instaurado o processo, será o arguido notif icado para, querendo,

apresentar a defesa por escrito, no prazo de dez dias.

4. A notif icação a que se refere o número anterior far-se-á por carta com

aviso de recepção.

5. As autoridades policiais e serviços públicos deverão prestar todo o

auxílio necessário a uma correcta averiguação e instrução dos

processos da competência do Banco de Moçambique.

6. Sem prejuízo do estabelecido no nº 1 deste art igo, se o Banco de

Moçambique no decurso da instrução constatar a existência de indícios

criminais, disso dará conhecimento ao Ministério Público para efeitos

de instauração do competente procedimento criminal .

ARTIGO 30

(Instrução e decisão dos demais processos)

1. Compete às autoridades policiais a instrução dos processos não

compreendidos nos números 1 e 2 do artigo anterior.

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2. Constatada a infracção a autoridade policial deve levantar o

competente auto de notícia, o qual é lavrado e tramitado nos termos

gerais do processo penal.

ARTIGO 31

(Regime especial de penalização)

1. Sem prejuízo do disposto nos art igos 29 e 30, sempre que a multa a

aplicar não exceda um quinto dos valores máximos indicados nas

molduras penais do artigo 22, a entidade instrutora poderá prescindir

da dedução prévia de acusação contra o arguido.

2. Quando use da faculdade conferida pelo número anterior, a entidade

instrutora deve notif icar o arguido para pagamento da multa no prazo

de 10 dias, ou, querendo, no mesmo prazo, reclamar para entidade

instrutora, por escrito, mediante apresentação do comprovativo de

depósito do valor ou caução bancária do valor da multa, dentro do

referido prazo.

3. Em caso de reclamação esta equivale, para todo s os efeitos legais, à

defesa, podendo recorrer -se da decisão que recair sobre a mesma nos

termos do n.º 2 do artigo 33 e art igo 34 da presente Lei e nos termos

gerais do processo penal.

ARTIGO 32

(Apreensão de valores)

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1. Podem ser apreendidas, mediante documento de prova, notas e

moedas, cheques e outros t ítulos, ou valores que constituam objecto

da infracção, quando tal apreensão se mostre necessária à instrução

ou nos casos em que existam indícios que da infracção resulte, como

pena acessória, a perda de bens a favor do Estado.

2. Os valores apreendidos devem ser depositados numa inst ituição

bancária, à ordem da entidade instrutora, para garantia do pagamento

da multa e custas processuais.

ARTIGO 33

(Decisão da competência dos tribunais judiciais)

1. Compete aos tribunais judiciais a decisão das infracções previstas na

presente Lei, excepto as referidas nos números 1 e 2 do artigo 30.

2. Das decisões tomadas nos termos do número anterior cabe recurso

nos termos gerais do processo.

ARTIGO 34

(Recurso das decisões da competência do Banco)

1. Das decisões condenatórias tomadas pelo Banco de Moçambique cabe

recurso nos termos gerais, a ser interposto no prazo de quinze dias

após a notif icação da decisão condenatória, para o Tribunal Judicial de

Província onde se ver if icou a infracção.

2. O recurso terá efeito suspensivo quando o arguido deposite

previamente, numa inst ituição bancária, à ordem do Banco de

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Moçambique, a importância da multa aplicada, salvo se os valores

apreendidos se mostrarem suficientes para o efeito.

Artigo 35

(Cobrança coerciva, destino e actualização de multas)

1. As multas previstas nesta Lei, quando não pagas voluntariamente

dentro dos prazos legais, são objecto dos procedimentos de cobrança

coerciva de dívidas ao Estado.

2. As multas cobradas ao abrigo da presente Lei têm o seguinte destino:

a) 70% para o Estado;

b) 30% para o Banco de Moçambique,

ARTIGO 36

(Regime Penal subsidiário)

Às infracções previstas na presente Lei, aplicam-se as disposições nela

contidas e, subsidiariamente, a lei penal geral.

REGIMES ESPECIAIS

ARTIGO 37

(Casos especiais)

Gozam de tratamento especial:

a) Remessas de emigrantes moçambicanos;

b) Intercâmbio em zonas fronteir iças;

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c) Transferência para o exterior de ganhos resultantes da prática de

jogos de fortuna ou azar ou de diversão social por jogadores não-

residentes, em recintos autorizados pela entidade competente, nos

termos da lei;

d) Bolsa de Valores de Moçambique;

e) Zonas francas (zonas económicas especiais) ;

f) Indústrias petrolífera e extract iva;

g) Outras situações definidas em legislação especial.

DISPOSIÇÕES FINAIS e Transitórias

ARTIGO 38

(Recurso)

Das decisões tomadas no âmbito da presente Lei, em tudo que nela não

esteja especialmente regulado, cabe recurso contencioso para o Tribunal

Administrativo, com efeitos meramente devolut ivos.

ARTIGO 39

(Regulamentação)

Compete ao Banco de Moçambique regulamentar as matérias contidas na

presente Lei, no prazo de cento e oitenta dias após a sua publicação.

ARTIGO 40

(Disposição transitória)

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Salvo quando contrarie as disposições da presente Lei, até a aprovação

da regulamentação referida no artigo 39, mantém-se a regulamentação

actualmente em vigor.

ARTIGO 41

(Revogação)

É revogada a Lei n.º 11/2009, de 11 de Março, e demais legislação que

contrarie a presente Lei.

ARTIGO 42

(Entrada em vigor)

A presente Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Aprovada pela Assembleia da República, aos, ----------- de 2020.

A Presidente da Assembleia da República, Esperança Laurinda Francisco Nhiuane

Bias

Promulgada aos de ----------------- de 2020

Publique-se.

O Presidente da República, Fi l ipe Jacinto Nyusi.