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1 LEI Nº 3.564, DE 20 DE OUTUBRO DE 2006. Dispõe sobre o direito de preempção e dá outras providências. O PREFEITO MUNICIPAL DE TERESINA, Estado do Piauí Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1° Esta Lei estabelece as normas e procedimentos para o exercício do direito de preempção, conforme prescrições da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2.001 - Estatuto da Cidade. Parágrafo único. Fica entendido como direito de preempção, a preferência do Poder Público Municipal na aquisição de imóvel urbano colocado à venda. Art. 2º A Prefeitura Municipal, no interesse coletivo, pode declarar, através de lei e por prazo determinado, frações do solo urbano como áreas preemptas. § 1º Nas áreas declaradas preemptas, os proprietários de imóveis, públicos ou privados, darão prioridade ao Poder Público Municipal para a compra da gleba ou terreno. § 2º O prazo de preempção não pode ser superior a cinco anos. § 3º O prazo de preempção pode ser renovado, a partir de 1 (um) ano, após o decurso do prazo inicial de vigência. § 4º Durante o prazo de preempção, os preços de mercado dos imóveis contidos na área preempta são mantidos em valores iguais aos da data de preempção, e, realizada a venda para o Poder Público, esse valor será corrigido monetariamente, no período entre a data da declaração da preempção por lei e a do efetivo pagamento. § 5º O direito de preempção fica assegurado durante o prazo de vigência fixado, independentemente do número de alienações referentes ao mesmo imóvel. Art. 3º O direito de preempção pode ser exercido sempre que a Prefeitura Municipal necessitar de áreas para: I – regularização fundiária; II – implantação de projetos habitacionais de interesse social; III – constituição de reserva fundiária; IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana; V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários; VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; VII – criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental; VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico. Parágrafo único. A lei municipal, prevista no art. 2º desta Lei, deve enquadrar cada área de incidência do direito de preempção em uma ou mais finalidades enumeradas neste artigo. Art. 4º O proprietário deve notificar sua intenção de alienar o imóvel, para que a Prefeitura Municipal, no prazo máximo de trinta dias, manifeste por escrito o interesse em comprá-lo. § 1º À notificação deve ser anexada a proposta de compra, assinada por terceiro interessado na aquisição do imóvel, com preço, condições de pagamento e prazo de validade. § 2º A Prefeitura Municipal deve publicar, no Diário Oficial do Município e, também, em um jornal local ou regional de grande circulação, edital de aviso da notificação e da intenção de aquisição do imóvel nas condições da proposta apresentada.

Lei n 3.564_de_20.10.2006_-_direito_de_preempcao

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LEI Nº 3.564, DE 20 DE OUTUBRO DE 2006. Dispõe sobre o direito de preempção e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE TERESINA, Estado do Piauí Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1° Esta Lei estabelece as normas e procedimentos para o exercício do direito de preempção, conforme prescrições da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2.001 - Estatuto da Cidade.

Parágrafo único. Fica entendido como direito de preempção, a preferência do Poder Público Municipal na aquisição de imóvel urbano colocado à venda.

Art. 2º A Prefeitura Municipal, no interesse coletivo, pode declarar, através de lei e por prazo determinado, frações do solo urbano como áreas preemptas.

§ 1º Nas áreas declaradas preemptas, os proprietários de imóveis, públicos ou privados, darão prioridade ao Poder Público Municipal para a compra da gleba ou terreno.

§ 2º O prazo de preempção não pode ser superior a cinco anos.

§ 3º O prazo de preempção pode ser renovado, a partir de 1 (um) ano, após o decurso do prazo inicial de vigência.

§ 4º Durante o prazo de preempção, os preços de mercado dos imóveis contidos na área preempta são mantidos em valores iguais aos da data de preempção, e, realizada a venda para o Poder Público, esse valor será corrigido monetariamente, no período entre a data da declaração da preempção por lei e a do efetivo pagamento.

§ 5º O direito de preempção fica assegurado durante o prazo de vigência fixado, independentemente do número de alienações referentes ao mesmo imóvel.

Art. 3º O direito de preempção pode ser exercido sempre que a Prefeitura Municipal necessitar de áreas para:

I – regularização fundiária; II – implantação de projetos habitacionais de interesse social; III – constituição de reserva fundiária; IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana; V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários; VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; VII – criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental; VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico.

Parágrafo único. A lei municipal, prevista no art. 2º desta Lei, deve enquadrar cada área de incidência do direito de preempção em uma ou mais finalidades enumeradas neste artigo.

Art. 4º O proprietário deve notificar sua intenção de alienar o imóvel, para que a Prefeitura Municipal, no prazo máximo de trinta dias, manifeste por escrito o interesse em comprá-lo.

§ 1º À notificação deve ser anexada a proposta de compra, assinada por terceiro interessado na aquisição do imóvel, com preço, condições de pagamento e prazo de validade.

§ 2º A Prefeitura Municipal deve publicar, no Diário Oficial do Município e, também, em um jornal local ou regional de grande circulação, edital de aviso da notificação e da intenção de aquisição do imóvel nas condições da proposta apresentada.

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§ 3º Transcorrido o prazo determinado no caput deste artigo, sem manifestação da Prefeitura Municipal, fica o proprietário autorizado a realizar a alienação do imóvel, nas condições da proposta apresentada.

§ 4º Concretizada a venda a terceiro, o proprietário fica obrigado a apresentar à Prefeitura Municipal, no prazo de trinta dias, cópia do instrumento público de alienação do imóvel.

§ 5º A alienação processada em condições diversas da proposta apresentada é nula de pleno direito.

§ 6º Ocorrida a hipótese prevista no § 5º, deste artigo, a Prefeitura Municipal pode adquirir o imóvel pelo valor da base do IPTU ou pelo valor indicado na proposta apresentada, se este for inferior àquele.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário.

Gabinete do Prefeito Municipal de Teresina, em 20 de outubro de 2006.

SÍLVIO MENDES DE OLIVEIRA FILHO Prefeito de Teresina

Esta Lei foi sancionada e numerada aos vinte dias do mês de outubro do ano dois mil e seis.

MÁRIO NICOLAU BARROS Secretário Municipal de Governo