48
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15, MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30 DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS. Pág. 1 - Secretaria de Serviços Legislativos ATA Nº 39 PRESIDENTE - DEPUTADO DILMAR DAL BOSCO O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Invocando a presença divina, e em nome da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, declaro aberta a presente Audiência Pública com o objetivo de discutir o Projeto de Lei 259/15, Mensagem 36/15, que dispõe sobre as Diretrizes para a elaboração da Lei Orçamentária de 2016 e dá outras providências. Convido para compor a mesa o Deputado Wilson Santos, Líder do Governo, que já se faz presente aqui; o Dr. Mauro Curvo, Promotor de Justiça, neste ato representando o Dr. Paulo Prado, Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público; o Secretário de Estado de Planejamento, meu amigo Marco Marrafon; o Sr. Lourival Carvalho, Superintendente Orçamentário e Financeiro da Secretaria de Estado de Segurança, neste ato representando o Secretário de Estado de Segurança, Mauro Zaque; a Drª Josiane Fátima de Andrade, Secretária Adjunta de Orçamento da Secretaria de Estado de Planejamento. Gostaria de agradecer a presença do Nasser, Consultor de Núcleo Econômico da Assembleia Legislativa; dos técnicos da Secretaria de Estado de Planejamento-SEPLAN; dos servidores da Secretaria de Estado de Planejamento; dos servidores da METAMAT; de toda imprensa que se faz presente; da Drª Valeska, Consultora da nossa Comissão de Comissão de Constituição, Justiça e Redação. Obrigado pela presença de todos! Convido o Deputado Wagner Ramos para compor a mês conosco. Composta a mesa de honra, convido todos para, em posição de respeito, cantarmos o Hino Nacional. (EXECUÇÃO DO HINO NACIONAL.) O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Caso haja interesse de alguém da plateia interpelar o palestrante, poderá fazê-lo com previa inscrição junto ao nosso Cerimonial, estritamente sobre o assunto, conforme preceitua o Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, e o interpelado terá três minutos para a resposta. Antes de passar a palavra ao palestrante para discutir a questão da LDO, gostaria de agradecer a presença do meu amigo Luiz Fernando Caldart, Assessor Parlamentar, neste ato representando o Senador Blairo Maggi; do Sr. Adjair Roque de Arruda, Secretário Executivo de Orçamento, Finanças e Contabilidade do Tribunal de Contas, e de todos os servidores da Secretaria de Estado de Fazenda. Sejam bem-vindos! Eu gostaria aqui, Deputados Wilson Santos e Wagner Ramos... Na Casa, no Colégio de Líderes, pela liderança do Deputado Wilson Santos... Agradecer ao Deputado Guilherme

LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 1 - Secretaria de Serviços Legislativos

ATA Nº 39

PRESIDENTE - DEPUTADO DILMAR DAL BOSCO

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Invocando a presença divina, e

em nome da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, declaro aberta a presente Audiência

Pública com o objetivo de discutir o Projeto de Lei 259/15, Mensagem 36/15, que dispõe sobre as

Diretrizes para a elaboração da Lei Orçamentária de 2016 e dá outras providências.

Convido para compor a mesa o Deputado Wilson Santos, Líder do Governo, que já

se faz presente aqui; o Dr. Mauro Curvo, Promotor de Justiça, neste ato representando o Dr. Paulo

Prado, Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público; o Secretário de Estado de Planejamento,

meu amigo Marco Marrafon; o Sr. Lourival Carvalho, Superintendente Orçamentário e Financeiro

da Secretaria de Estado de Segurança, neste ato representando o Secretário de Estado de Segurança,

Mauro Zaque; a Drª Josiane Fátima de Andrade, Secretária Adjunta de Orçamento da Secretaria de

Estado de Planejamento.

Gostaria de agradecer a presença do Nasser, Consultor de Núcleo Econômico da

Assembleia Legislativa; dos técnicos da Secretaria de Estado de Planejamento-SEPLAN; dos

servidores da Secretaria de Estado de Planejamento; dos servidores da METAMAT; de toda

imprensa que se faz presente; da Drª Valeska, Consultora da nossa Comissão de Comissão de

Constituição, Justiça e Redação.

Obrigado pela presença de todos!

Convido o Deputado Wagner Ramos para compor a mês conosco.

Composta a mesa de honra, convido todos para, em posição de respeito, cantarmos

o Hino Nacional.

(EXECUÇÃO DO HINO NACIONAL.)

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Caso haja interesse de alguém

da plateia interpelar o palestrante, poderá fazê-lo com previa inscrição junto ao nosso Cerimonial,

estritamente sobre o assunto, conforme preceitua o Regimento Interno da Assembleia Legislativa do

Estado de Mato Grosso, e o interpelado terá três minutos para a resposta.

Antes de passar a palavra ao palestrante para discutir a questão da LDO, gostaria

de agradecer a presença do meu amigo Luiz Fernando Caldart, Assessor Parlamentar, neste ato

representando o Senador Blairo Maggi; do Sr. Adjair Roque de Arruda, Secretário Executivo de

Orçamento, Finanças e Contabilidade do Tribunal de Contas, e de todos os servidores da Secretaria

de Estado de Fazenda.

Sejam bem-vindos!

Eu gostaria aqui, Deputados Wilson Santos e Wagner Ramos... Na Casa, no

Colégio de Líderes, pela liderança do Deputado Wilson Santos... Agradecer ao Deputado Guilherme

Page 2: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 2 - Secretaria de Serviços Legislativos

Maluf que, num entendimento no Colégio de Líderes, as duas Comissões, uma presidida pelo

Deputado Dilmar Dal Bosco, a Comissão de Constituição, Justiça e Redação; e a outra pelo

Deputado Zé Domingos Fraga, da Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução

Orçamentária, tivemos um entendimento: a princípio, a nossa primeira Audiência Pública seria no

dia 25, mas, devido a data muito próxima da terça-feira para quinta-feira fazer a primeira Audiência

Pública, foi prorrogada, num entendimento de todos os Parlamentares desta Casa, para a data de hoje

a primeira Audiência Pública, e a próxima agora, já presidida pelo Deputado Zé Domingos Fraga,

que hoje não poderia estar presente. Estamos trabalhando em conjunto, as duas Comissões, no dia

02, quinta-feira, às 14:00 horas, será a próxima a Audiência Pública.

Nesse prazo, todos os Parlamentares e a sociedade que tiver interesse, as emendas

parlamentares terão o prazo máximo até o dia 09 de julho... Ficou acordado no Colégio de Líderes

que o prazo para apresentação das emendas ao Projeto de Lei será até o dia 09 de julho, a partir do

dia 09 de julho. As Comissões, tanto de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária

e a de Constituição, Justiça e Redação, começam a trabalhar junto com o Nasser e com a Drª

Valeska, a fazer o seu trabalho de avaliação de todas as emendas parlamentares para que os devidos

Pareceres estejam prontos até os dias 13, 14, colocando-os em votação. Se assim Deus permitir, no

dia 15 colocar em 1ª discussão e, provavelmente, no dia 16 em 2ª discussão, num entendimento da

LDO.

Então, queria deixar esse recado. Os Deputados Wagner Ramos e Wilson Santos

participaram, todos os colegas sob a presidência do Deputado Guilherme Maluf que deliberou.

Gostaria de convidar para compor a mesa o nobre Deputado Coronel Coronel

Taborelli; Deputado Oscar Bezerra e ilustríssimo amigo Deputado Zé Domingos Fraga - justifiquei

aqui que Vossa Excelência tinha me ligado para falar da sua ausência.

Quero aqui fazer o registro, porque eu havia justificado a ausência do Deputado

Zé Domingos Fraga, porque na sexta-feira nós tínhamos conversado e ontem sai às 06:00 horas, fui a

Brasília, e cheguei a meia noite e não tivemos mais contato para ver se ele estaria presente. Por isso,

estou presidindo a primeira Audiência Pública.

Passo a palavra ao Secretário Marco Aurélio Marrafon, que dispõe de vinte

minutos, para fazer a sua explanação.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Bom-dia a todos!

Gostaria de cumprimentar o nosso Presidente, Deputado Dilmar Dal Bosco; o

nosso Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, nosso Líder do Governo,

Deputado Wilson Santos; demais Deputados presentes, Wagner Ramos, Zé Domingos Fraga,

Coronel Taborelli e, em especial, o meu amigo Oscar Bezerra, conterrâneo da gloriosa cidade de

Juara; demais membros da mesa, o Dr. Mauro Curvo, representando a Procuradoria-Geral de Justiça,

o Dr. Lourival e, também, a minha Secretária Adjunta, Dr. Josiane, com quem tenho traçado

diversos estudos, diversas reflexões que são muito importantes para que possamos pensar o Estado.

Quando nós falamos em uma Audiência Pública para debater a Lei de Diretrizes

Orçamentárias é impossível não se lembrar do quanto isso representa uma conquista civilizatória,

democrática, que vem materializada na Constituição de 1988.

O Governador Pedro Taques sempre tem nos dito e reafirmado a todo tempo:

“ninguém tem compromisso com o erro”.

Page 3: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 3 - Secretaria de Serviços Legislativos

Isso significa o seguinte: nós pensamos um projeto, trazemos à luz da sociedade

civil com a máxima transparência e debatemos com os Parlamentares, porque isso é realizar a

democracia.

Em especial, mais do que apenas uma apresentação, o momento que estamos

vivendo reflete também uma grande e importante união, uma grande concentração dos Poderes, com

um diálogo muito franco e aberto, porque estamos tratando do primeiro grande instrumento

legislativo elaborado em 2015 com aplicação em 2016, que vai justamente coordenar, vai estabelecer

as diretrizes, como o próprio nome diz, daquilo que é o fio condutor, a espinha dorsal, de toda

execução de despesa do Estado de Mato Grosso, de todo planejamento do Estado de Mato Grosso,

da realização das políticas públicas, que é justamente essa materialização que se dá na Lei

Orçamentária Anual.

Como é o primeiro ano de mandato, neste ano temos algumas peculiaridades.

Temos um PPA em fase de elaboração, cujo prazo é 30 de agosto, que será entregue devidamente,

então, esta LDO vem com essa característica, o que quer dizer que o anexo de metas e prioridades

será apresentado diretamente no Plano Plurianual.

Todos esses três instrumentos previstos na Constituição da República, o Plano

Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual são instrumentos, mais do

que nunca, básicos da cidadania, conquistas civilizatórias que devem ser preservadas, não só

preservadas, mas incentivadas e fomentadas, porque nós imaginamos que é assim que nós

construímos um debate democrático sério, um debate democrático transparente, é assim que

avançamos em termos de civilização.

Então, para mim, Sr. Presidente, é um motivo de grande honra ter a oportunidade

de vir a esta Casa de Leis dizer: as diretrizes orçamentárias estruturadas e trabalhadas que serão

apresentadas a seguir já foram entregues a esta Casa, agora é a hora, então, de debatermos, sem

medo das perguntas, com muita lealdade e espírito aberto, para que possamos compreender e evoluir

naquilo que for necessário.

Como nós já tínhamos mencionado, o objetivo geral da apresentação e da própria

Lei Orçamentária é apresentar para a sociedade as diretrizes que orientarão a elaboração e a

execução do orçamento 2016 por meio da exposição resumida dos principais aspectos do Projeto de

Lei de Diretrizes Orçamentária 2016.

É justamente essa diferença, muitas vezes até didática, que temos que trabalhar

entre a Lei Orçamentária, que já é a materialização do planejamento na forma de execução

orçamentária, ou seja, previsão da execução orçamentária; e agora nós temos as diretrizes, ou seja, as

regras que irão determinar, que irão guiar, a própria formulação da lei orçamentária. É essa a

racionalidade constitucional que marcará justamente essa passagem.

Ela também tem como objetivo de transparência da gestão fiscal, como eu havia

dito, está no art.48 da Lei de Responsabilidade Fiscal, onde temos: “Parágrafo único A transparência

será assegurada também mediante a participação popular e a realização de Audiências Públicas

durante o processo de elaboração dos planos, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Orçamento.”

Então, nós também estamos contemplando as determinações legais para que haja

maior participação popular e transparência com a sociedade.

De acordo com o Art. 165, § 2º, da Constituição Federal, a LDO compreenderá

metas e prioridades da administração pública, inclui as despesas de capital para o exercício

financeiro subsequente, orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual, não só orienta como

Page 4: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 4 - Secretaria de Serviços Legislativos

determina suas regras, dispõe sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de

aplicação das agências financeiras oficiais de fomento - no caso do Estado de Mato Grosso a nossa

Agência é o MT Fomento e não há mudanças significativas em relação a isso.

Na Lei de Responsabilidade Fiscal, a LDO disporá: do equilíbrio entre receitas e

despesas; limitação de empenho; controle de custos, avaliação dos programas financiados com

recursos públicos, além das metas e dos riscos fiscais.

Prioridades e metas para 2016. A LDO não contém, eu já fiz essa observação

antes, o anexo de metas e prioridades justamente por conta do próprio permissivo, e isso é uma

inteligência constitucional, digamos assim, da Constituição Estadual, art. 164, § 9º, que justamente

abre a possibilidade de que no primeiro ano da elaboração do PPA, de uma nova gestão, as metas e

as prioridades são enviados no anexo do PPA, justamente porque nós não podemos inverter a

hierarquia e a ordem constitucional.

Nós sabemos que o Plano Plurianual é o plano de planejamento continuado do

Estado, logo, ele é um instrumento mais geral, cuja primeira materialização específica em cada

exercício se dá pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. E a segunda materialização, a segunda

concretização do PPA, se dá pela Lei Orçamentária Anual. Então, isso significa dizer que seria

inverter, como se tivesse o especial dominando o geral, que é o plano continuado. Então, para evitar

essa racionalidade invertida, muito inteligente o § 9º, do art. 164, o legislador mato-grossense,

estabeleceu essa possibilidade para que haja a entrega das metas junto com o Plano Plurianual e isso

então estabelece maior coerência ao sistema de políticas públicas, maior organicidade ao sistema de

políticas públicas, uma vez que você tem que rumar do geral para o particular em cada exercício e,

como eu disse, o particular é sempre em dois níveis, o nível da LDO e o nível da própria LOA.

Premissas e metodologias da previsão de receitas. Esse é um questionamento

muito importante. Sabemos que o grande motor, e há um diálogo muito frutífero que foi feito com a

Secretaria de Fazenda, nós temos trabalhado - é uma determinação do Governador - e eu tenho tido

todo o apoio da Secretaria de Fazenda, do Secretário Paulo Brustolin, trabalhado planejamento e

financeiro de forma integrada, isso é um ganho para o Estado, um ganho de articulação e o primeiro

grande ganho aparecem na coragem, na coragem, muitos nos desafiaram, disseram que nós não

estávamos entendendo a importância de fazer Orçamento subestimado, mas nós queremos aqui

reafirmar a nossa tranquilidade em assumir um Orçamento base real, porque nós queremos que os

Poderes, as Secretarias e os Órgãos tenham capacidade de planejamento, tenham capacidade de

executar um plano coerente e sistematizado de políticas publicas, porque não adianta nada

chegarmos aos últimos quatro meses e liberar um monte de orçamento de excesso de arrecadação e

ter que gastar dinheiro de qualquer maneira porque não havia planejamento prévio. Para isso nós

contamos com o amadurecimento e responsabilidade institucional dos nossos Secretários, que nós

temos aí ainda a possibilidade até de segurar um pouquinho pela via de empenho, mas especialmente

a responsabilidade institucional dos Poderes nesse novo momento que o Estado de Mato Grosso está

propondo, momento que todos nós podemos saber a base real de receita e a base orçamentária

disponível.

Então, nós fizemos as projeções em premissas consistentes - ninguém aqui fez

nenhum voo leviano, ninguém aqui brincou de finanças públicas, tudo foi feito com base nas séries

históricas, com as metas de receitas, com os compromissos de acordo, com a política fiscal pensada

para o ano de 2016. Então, levando-se em conta o cenário econômico real, o esforço fiscal da

administração tributária - o.k? -, para a realização das receitas, rompendo o ciclo de subestimação.

Page 5: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 5 - Secretaria de Serviços Legislativos

Isso fez com que o Orçamento de 2016 tenha uma base geral de dezesseis bilhões e mais alguma

coisa, de cento e cinquenta e três, enquanto que 2015 eram apenas 13,6 bilhões, quando hoje nós já

podemos estabelecer uma previsão bastante razoável de arrecadação em torno de 14,7 bilhões para

2015. Ou seja, a primeira vez ainda na transição, quando eu me deparei com essa diferença, eu falei:

Meu Deus! Tem alguma coisa errada, porque não é possível que técnicos errem em um bilhão e cem

milhões de reais em um ano. Você pode errar em duzentos milhões, em trezentos milhões, um

pouquinho para mais ou para menos, mas a não ser que haja uma hecatombe, uma grande crise, um

bilhão não dá para errar. É muita coisa. Depois ficou muito claro que era mesmo uma determinação

política anterior. Então esse é mais um passo, e, com coragem, estamos assumindo a transformação.

Aqui temos as projeções das receitas orçamentárias. Essa projeção é uma

determinação legal de como nós pensamos a evolução nos dois quadrimestres seguintes.

Aqui nós temos as previsões ainda muito tímidas de 2014 e 2015.

Prevemos para 2016, dezesseis bilhões e trinta e cinco milhões; para 2017,

dezesseis bilhões e trezentos e trinta e quatro milhões; e para 2018, dezesseis bilhões e cento e

cinquenta e oito milhões.

Já vou adiantar alguns questionamentos. Aqui parece uma evolução tímida nesse

período de 2016 para 2017. Mas explicamos isso de maneira muito clara e transparente: em 2016

ainda há ingresso de operação de crédito na ordem de novecentos milhões de reais, operações de

crédito que já estão previstas, operações de crédito que já aguardam liberação com toda nossa,

vamos dizer, briga, com toda nossa insistência com o Governo Federal para que libere nossas

operações de crédito e, mais do que isso, para que repasse o famoso FEX, que o Governo Federal

ainda está nos devendo desde dezembro de 2014.

Receita de ICMS prevista. Nós fizemos um grande esforço, formamos um grande

acordo, uma grande consertação com a Secretaria de Estado de Fazenda - quero ressaltar de novo -

para que chegássemos a um acréscimo muito contundente de ICMS de oito bilhões e trezentos e

dezessete milhões. Onde está a mágica? Onde está a diferença? Está nos esforços de arrecadação,

nas metas de arrecadação e nas políticas. Temos mais de quinze itens segmentares de trabalho

conjunto para aumentar a arrecadação, sem elevação de tributo e também na diminuição da margem

de renúncia fiscal. É uma política governamental.

Nós entendemos que a renúncia fiscal realizada em 2014 e prevista para 2015 era

muito alta. Em 2014, a realizada chegou a um bilhão e quinhentos milhões, dentro do que está

formalizado, e é um quantitativo muito alto, é 10% de toda a Receita do Estado praticamente.

Então estabelecemos como meta conjunta a redução - já adianta um pouco os

próximos slides - de 30% de renúncia fiscal via incentivos, pelo menos 30%, fixando um parâmetro

em torno de um bilhão para isso. Certo?

Receita Corrente Líquida de 2014: nove bilhões, trezentos e trinta e nove; de 2015:

dez bilhões, trezentos e doze milhões; de 2016 - de novo a Receita Corrente Líquida reflete essa

elevação aqui, depois ela estabiliza -: doze bilhões, seiscentos e doze milhões; de 2017: treze

bilhões; de 2018: quatorze bilhões, setecentos e cinquenta e nove milhões. Então esses cenários,

como eu disse, foram montados com base nas séries históricas, com base no esforço de arrecadação

fiscal, nas ações e políticas publicas integradas de planejamento de Fazenda, combinado com uma

nova política de incentivos fiscais que possa ser mais eficazes, para ser mais preciso, mais efetiva

em geração de empregos.

Page 6: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 6 - Secretaria de Serviços Legislativos

Nós sabemos que o Estado de Mato Grosso tem peculiaridades. Nós precisamos

desenvolver a nossa econômica. Nós acreditamos que o desenvolvimento da economia é o

mecanismo indutor não só de maior avanço nas políticas públicas, mas também de bem-estar social.

Então nós entendemos que os incentivos são necessários, mas entendemos também que incentivos

dados como presentes ao léu não são saudáveis para o Estado nem para a sociedade civil.

Aqui eu trouxe um quadro, mas acho que não seria o caso de detalhar item a item,

dado ao próprio tempo da apresentação. Vamos privilegiar o debate. Mas eu trouxe um quadro com

a projeção das principais receitas em específico.

Do ICMS eu já havia falado.

Aqui nós temos um retorno do imposto de Renda de oitocentos e três milhões para

2016; e de oitocentos e sessenta e dois milhões, para 2017. Uma variação de 7%.

O IPVA, quinhentos e oitenta e seis milhões. Aqui haverá uma forte política de

aumento da arrecadação, e não aumento de tributação. Nós acreditamos, estamos equipando o

DETRAN e agora, com a Secretaria de Segurança Pública junto, vamos avançar na fiscalização. É

um importante instrumento de cidadania a fiscalização, até que para nós identifiquemos quem são as

pessoas que estão dirigindo sem carteira, sem pagar os impostos devidos ao carro, ou seja, os ônus

do contribuinte.

Do ICMS total eu já falei: oito bilhões; nove bilhões, em 2017. Uma variação de

9,8%.

Receita do FETHAB. Aqui pode haver alguma variação. É preciso lembrar sempre

que fazemos a receita enquanto receita estimada e a base ainda é a base do FETHAB atual, mas nós

já conhecemos, já estamos levando, já houve uma Audiência Pública com a proposta de um novo

FETHAB, o que pode alterar um pouco esse quadro, e nós esperamos que altere para melhor, senão

não teríamos feito as devidas mudanças.

Então, alterando para melhor, acreditamos que pode melhorar o avanço da receita.

Aqui têm alguns dados especiais, que depois deixaremos à disposição dos

Deputados e de toda a sociedade, aliás, já estão postos na LDO, e Vossas Excelências poderão

conferir um a um para não tornar isso muito pesado.

Renúncia de receita, tema de que já falei também. A renúncia no período de 2016 a

2018 passa pela reavaliação de política de incentivos, ou seja, busca contemplar setores com maior

capacidade de gerar emprego e renda. Nós sabemos que nos últimos anos houve abusos na

concessão de incentivos para empresas que não cumpriam a finalidade social, mas isso não será mais

admitido, não será mais admitido. Para o desenvolvimento do Estado o emprego e a renda são tidos

como premissas fundamentais para qualquer forma de política de desenvolvimento. Disso não

abriremos mão, porque, acima de tudo, acima de interesses particulares, o Governador determina e

nós cumprimos a política governamental de que lutemos pelo desenvolvimento do Estado, e não por

pessoas, nesse sentido o individual da apropriação privada.

Então estimamos uma proporção de 30% inferior, ou seja, meta, isso é meta, num

diálogo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, de corte de incentivos, fixando o limite

de um bilhão, ante ao realizado de um bilhão e quinhentos milhões em 2014. É muita coisa! Nem

nós esperávamos, quando saiu a publicação do relatório para o Tribunal de Contas, nem nós

esperávamos um montante de renúncia tão grande, tão grande.

E temos algumas projeções: um bilhão e sessenta milhões, em 2016; um bilhão,

cento e cinquenta e nove milhões, em 2017; um bilhão, duzentos e sessenta e cinco milhões, em

Page 7: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 7 - Secretaria de Serviços Legislativos

2018, seguindo ainda a proporcionalidade na evolução de receita, mas com corte, pelo menos, de

30%.

Como a LDO trata de 2016, isso não significa que junto com o PPA para 2017 e

2018 não possa haver revisão na política de incentivo e, se for o caso, incremento na meta e

diminuição do incentivo, se isso for necessário. Porque também não podemos prejudicar o

desenvolvimento do Estado. Como eu disse, incentivo é para gerar emprego, renda e

desenvolvimento. No final das contas, ele ajuda a aumentar a arrecadação. Mas o que vemos hoje é

que o incentivo tem interferido drasticamente na arrecadação do Estado, sem a contrapartida

necessária.

Dívida pública e operações de crédito. Da dívida pública estadual nós fizemos uma

análise de 2016 a 2018. Temos a dívida pública consolidada em 2016 de sete bilhões e cem milhões,

isso significa 6,13% do PIB; em 2017, seis bilhões e seiscentos milhões, já há um esforço de

pagamento, de adimplemento. Nós sabemos, quando fazemos a análise, que houve uma sobrecarga

de pagamento de dívida em 2016 e 2017. Nós temos que pagar muita dívida em juros. É o serviço da

dívida, e os juros é amortização. Depois isso começa a dar uma aliviada. Inclusive, a margem para

contrair novos empréstimos melhora para 2017, mas, digamos assim, o presente que está colocado é

justamente o ano de 2015 e o ano de 2016, praticamente, com o pagamento de um bilhão de serviço

da dívida que é uma coisa horrorosa para o Estado que arrecada quatorze bilhões e setecentos

milhões só com juros e amortização.

Inclusive, a nossa margem para 2015 e 2016 de contração de novos empréstimos é

mínimao, o que quer dizer que foi feito tudo o que foi pensado e construído para as obras da Copa,

mas não foi, praticamente, pago nada, dado contrapartida e está sobrando para pagamento, agora. A

situação fiscal nesse ponto não é interessante.

Então, dívida consolidada líquida dará 5,1 bilhões; 4,8 e, depois, vai caindo

novamente para 4,3, porque aqui nós prevemos uma melhoria no caixa para poder ir baixando.

Então, a Dívida Consolidada Líquida significa o quê? São deduzidas as disponibilidades de caixa, as

aplicações financeiras e demais haveres financeiros.

Esse é o dado que eu havia mencionado - serviço da dívida, custo da dívida com

amortização e juros para 2016: um bilhão de reais. É muito dinheiro! É muito dinheiro! É dinheiro

para muito hospital; para nós sairmos da pobreza; para mais policiais nas ruas.

Operações de crédito para 2016: novecentos e setenta e um milhões; operações de

crédito para 2017: cento e quarenta milhões. Isso explica aquela diferença na Receita Corrente

Líquida.

Parâmetros para LOA de 2016.

São novos parâmetros que nós já vimos trabalhando. Já houve uma grande

concentração, um grande diálogo entre os Poderes com relação a isso na base do Art. 17, em que a

redação original previa que seriam 30% dos recursos ordinários, um teto de gasto com os Poderes,

mas, agora, com as novas projeções e com o acordo que houve, nós já estamos trabalhando com a

participação global de 17% da Receita Corrente Líquida para financiar os Poderes Legislativo e

Judiciário, o Tribunal de Contas e o Ministério Público do Estado.

O Art. 33, sem grandes novidades, é a reprodução dos tetos. E isso é para dizer

sempre, para lembrar que a Lei de Responsabilidade Fiscal trabalha com tetos de pessoal, ou seja, é

a margem para todo mundo trabalhar a sua gestão e tornar o serviço mais eficiente, com menor gasto

de pessoal, não tem problema.

Page 8: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 8 - Secretaria de Serviços Legislativos

Nós, então, reproduzimos aquilo que já vinha consolidado na tradição aqui, no

Estado, e, de certo modo, aquilo que já estava previsto no Art. 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Com a regra de compartilhamento dos Poderes não houve mudanças em relação a isso.

Vamos lá: O Art. 33 diz que as despesas com pessoal em encargos sociais deverão

observar percentuais previstos no Art. 20 da Lei Complementar Federal n° 101/00, que é a Lei de

Responsabilidade Fiscal, ficando o Tribunal de Justiça com 6% da Receita Corrente Líquida; a

Assembleia Legislativa com 1,77% da Receita Corrente Líquida; o Tribunal de Contas 1,23%;

Procuradoria-Geral de Justiça 2%.

Aqui é preciso destacar que nesse esforço, nesse grande esforço que estamos

fazendo, nesse grande diálogo com os Poderes - sabemos que há déficit de prestação jurisdicional,

por exemplo, e o Poder Judiciário tem que avançar; o Ministério Público tem que avançar; o

Tribunal de Contas, também; e a própria Assembleia Legislativa com suas próprias funções

fundamentais e essenciais à democracia - nós conseguimos fazer um acordo no sentido de que a

nossa Receita é de base real, mas, também, como eu disse, não temos como prever a hecatombe.

Há um cenário nacional preocupante! De certa maneira, Mato Grosso conseguiu

deslocar um pouco a queda de arrecadação geral dos outros Estados, mas isso não é verificado em

todas as frentes. Há setores em que estamos com problema de arrecadação, atualmente, muito

evidente, o que não permitirá um crescimento no Estado tão grande para 2015, mas com o que

estamos preocupados no cenário nacional é que, eventualmente, possa haver uma grande crise...

O SR. WILSON SANTOS - Secretário, eu posso fazer uma observação?

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Por favor!

O SR. WILSON SANTOS - Uma pergunta: nesses 1,23% do Tribunal de Contas já

está incluso o Ministério Público de Contas ou não?

O SR MARCO AURÉLIO MARRAFON - Não! Não! Nós temos que, depois,

adequar. Está incluso quando estabelecemos o montante global. Passou pelo Tribunal de Contas já

contando o Ministério Público de Contas.

O SR. WILSON SANTOS - Então, haverá aí mais um acréscimo de, mais ou

menos, 0,18 para o MPC?

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Isso!

Na verdade, o que nós temos em termos de série histórica é que o Ministério

Público de Contas tem, agora, determinação constitucional para receber 2% e, na sequência, 4% -

não é isso? - em relação ao que está colocado, Deputado? São 02 e 04 para sua Receita própria.

Então, essa é uma questão que precisamos conversar. Nós queremos apoiar, mas,

também, precisamos estabelecer um limite. Nós estamos trabalhando com o número de 02 por

enquanto.

O que eu quero destacar aqui, Deputado Wilson Santos, é que nesse grande diálogo

feito houve o combinado de um regime múltiplo de partilhamento dos riscos que quer dizer o

seguinte: nós precisamos de uma receita de base real; vamos permitir o planejamento com base no

duodécimo, mas todos foram unânimes em assumir com o Poder Executivo eventual frustração de

Receita. Ou seja, se houver um cenário nacional que chegue a prejudicar o desenvolvimento do

Estado... O que nós não cremos, na verdade. Nós acreditamos no Estado de Mato Gross; acreditamos

no nosso crescimento tanto que as nossas projeções de LDO são de crescimento para 2016, 2017 e

não de retração. Mas, caso haja alguma frustração de Receita, é importante destacar esse acordo em

Page 9: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 9 - Secretaria de Serviços Legislativos

que os Poderes, também, assumem esse risco para diminuição do próprio duodécimo em relação a

essa frustração.

Então, haverá uma regra de redução equivalente do duodécimo, assim como uma

regra das diferenças a maior. Nós assumiremos juntos a melhoria de arrecadação e uma eventual,

mas não desejada, não prevista por hora, não querida, frustração de Receita, apenas uma advertência.

Duodécimo dos Poderes: com o limite global de 17% nós temos uma construção

final que vai propiciar o incremento de Receita, o planejamento e melhor eficiência na prestação dos

serviços públicos, também, aí.

É importante dizer que nós temos a concepção de que somos um grande Estado e a

concentração dos Poderes gera benefício para toda a população. Não adianta pensar isoladamente no

Executivo, no Legislativo, no Judiciário e nos demais órgãos. Juntos quem ganha é a população;

separados e brigando quem perde é a população que é a beneficiaria.

Eu sempre falo em todas as minhas palestras que o serviço público em sentido

geral tem uma característica muito especial: cada dia de trabalho de um servidor público deve gerar

lucro em termos de valor público, lucro social. O que quer dizer? Nós trabalhamos, enquanto

servidor público, para que as pessoas tenham uma vida melhor, em sentido amplo; para que elas

tenham melhor acesso à saúde, a educação; para que elas tenham melhor acesso e vivam seguras.

Então, é importante dizer isto, porque mostra a relevância de estarmos juntos, cada

uma na sua função e todos com papéis constitucionais da maior relevância. E isso significa um

avanço no estágio civilizatório, acima de tudo.

E nós temos, então, uma previsão fixada para a Assembleia Legislativa de 3,5% da

Receita Corrente Líquida, que é a série histórica; uma previsão para o Tribunal de Contas do Estado

de 2,71%...

E aqui, Deputado Wilson Santos, incluso o Ministério Público de Contas.

...uma previsão para o Tribunal de Justiça, um incremento na Justiça de 7,7%;

Procuradoria-Geral de Justiça, também, com um pequeno incremento em torno de 13,11%, fechando

uma Receita total de doze bilhões, cento e quarenta e seis milhões, aproximadamente, para os

Poderes como previsão dessa nova realidade orçamentária financeira, essa nova realidade que visa

inibir suplementações de última hora via excesso de arrecadação.

Reserva de Contingência: no Projeto da Lei Orçamentária Anual deve ser previsto

até 2% da Receita Corrente Líquida.

Na Lei Orçamentária tem que estar, no mínimo - como estamos colocando o art. 25

da PLDO - a previsão é de 1% da Reserva de Contingência. Mas nós levamos em consideração, e há

um compromisso do Governador Pedro Taques, e vamos avançar junto com o Parlamento em

cumprir, de maneira estrita, a emenda constitucional 69/2014, que trata das emendas impositivas.

Então, com as emendas nós temos aqui algumas destinações específicas: para a

área de saúde, destinação de 12%, que vai dar... Aqui nós temos treze milhões para a saúde de

emendas impositivas; 25% de Educação, vinte e sete milhões; Esporte, 6,5%, sete milhões; Cultura,

mais sete milhões; demais áreas, cinquenta e quatro milhões. Essas são as emendas parlamentares,

parlamentares executivas por força da Emenda Constitucional nº 69/2014.

Despesas com Pessoal.

Apurações com Despesas de Pessoal foram previstos eventos que podem aumentar

as despesas, dentre os quais: a revisão geral anual, aqui previsto 7.36% para o exercício de 2016.

Estamos aqui falando do Poder Executivo.

Page 10: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 10 - Secretaria de Serviços Legislativos

Nós temos aqui, também, a regra dos arts. 16 e 17. Temos muito em mente a

importância do cumprimento da Legislação, o que significa dizer que os aumentos de despesas

obrigatórias continuadas, como pessoal, devem ser compensadas pelo aumento permanente de

receitas ou redução permanente de despesas.

Quero fazer um parêntese, porque o noticiário tem mostrado e nós queremos

reafirmar o compromisso com o servidor público, mas, também, com a garantia de pagamento de

salário dos servidores públicos.

Desde o primeiro dia dessa gestão, com o Decreto 02 e os demais Decretos

iniciais, ficou muito claro e nós quisemos deixar bem evidente na transição de que a situação

econômica que nós recebemos não é boa, havia um déficit orçamentário muito intenso de um bilhão

e setecentos milhões.

Déficit orçamentário significa dizer o seguinte: despesas reais que o orçamento não

cobre, e nós estamos fazendo das tripas coração para suprir.

Mais do que isso - isso tem que ser dito, porque aqui eu tenho os nobres Deputados

que estarão juntos olhando as contas - os problemas não são só os restos a pagar que ficaram, como

vocês viram, no relatório formalizado ao Tribunal de Contas na ordem de novecentos e doze

milhões.

O problema, o que revela uma ilegalidade fragrante, são as despesas do exercício

anterior que foram feitas sem base orçamentária. Isso é fraude de orçamento. Nós já tínhamos

mapeado quinhentos e treze milhões, já tem notícia que está chegando a seiscentos.

Já tem notícia, Deputado Wilson Santos, que está chegando a seiscentos. Nós

temos trabalhado a arrecadação, corte de gasto, Secretário desesperado no orçamento, pedindo para

pagar a conta de energia, de telefone, e nós tendo que cumprir um monte de obrigação que existiu,

que já foi auditada, mas que não estava prevista lá. Eu não entendo como é possível que haja

seiscentos milhões de despesa no exercício anterior.

Como eu era professor, professor tem uma vida mais feliz, porque, muitas vezes,

dá aulas pelos livros. Eu nunca disse em nenhuma aula que dei que isso é permitido e não entendo

como ocorreu. Eu acho que isso os membros competentes devem averiguar.

Despesas do exercício anterior já somam junto com Restos a Pagar. Restos a Pagar

tem previsão orçamentária, ele pega o orçamento de 2014. As despesas anterior pega de 2015. Isso

não tem parâmetro e é um dos esqueletos que vai aparecendo: empenho cancelado, ele fica sem

empenho, sem liquidação.

Participação das despesas, em geral, por grupo. Então, Pessoal e Encargos nós

temos o valor aproximadamente de dez bilhões, 62,4%. Vejam! Quanto foi a arrecadação de ICMS

prevista para 2016? Oito bilhões e alguma coisa. O que acontece com o ICMS? Por isso, nós

estamos pensando no Estado.

Não tem como fazer, Deputado Oscar Bezerra, política pública no Brasil se nós

não pensarmos o Estado, se não entendermos que todos nós temos que fazer mais com menos, ser

mais eficientes, pensar novas formas de parceria com a iniciativa privada.

Essa curva é terrível! O aumento de despesa com pessoal é crescente e a

arrecadação não acompanha no mesmo ritmo. O que significa dizer que a data de quebra do Estado

já está no horizonte, e quando acontecer isso vai ter que fazer igual em Portugal, acabou a noção de

direito adquirido lá, cortaram 20% até dos aposentados, 20% para trás, redução linear de gasto para

poder se manter o Estado. Por quê? Porque era um modelo chamado de estado de bem-estar social,

Page 11: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 11 - Secretaria de Serviços Legislativos

cuja base econômica não foi suficientemente bem preparada. E isso vai gerar um problema e não é

de Mato Grosso, o problema é da União; o problema é dos demais Estados da federação, porque é

um modelo de construção que não sustenta mais.

Eu sempre tenho dito... Em alguns artigos, inclusive, científicos, debatendo o

problema de estado de bem-estar social, eu digo o seguinte: a funcionalidade constitucional significa

o quê? A aplicação e a concretização das políticas públicas. Mas a funcionalidade não tem relação

necessária com a estrutura, ou seja, temos que repensar as estruturas para poder cumprir a

Constituição de 1988, que é uma Constituição nítida de bem-estar social.

O que significa dizer? Ela entende a importância da livre iniciativa privada do

direito de empresa, mas ela também entende a importância dos direitos sociais. Ela é um misto

histórico construído entre a leitura liberal dos oitocentos e a leitura social totalitária, muitas vezes,

em regimes terríveis como ocorreu na Europa nos anos de 1900

Então, Pessoal e Encargos: dez bilhões. Só Executivo: oito bilhões. Despesa de

pessoal com Executivo ultrapassa o ICMS. Daí todo esse movimento de cortar mil cargos... Eu

sempre falo: mil parece número singelo, mas não é fácil cortar mil cargos comissionados. Não é

fácil. Muitos Secretários descabelados: “vamos ficar sem o gerente de tal função...” Eu falei: vamos

tocar. Três a quatro níveis, no máximo, para aumentar a rapidez e a eficiência do serviço.

Juros da Dívida: trezentos e trinta três milhões; Poderes, um bilhão trezentos e

trinta e sete milhões; outras despesas correntes em três bilhões de custeio em geral; de investimento

sobra muito pouco, 9.8%. Estamos sem capacidade de investimento.

Primeiro, os estudos que vinham do Plano Plurianual eram desesperadores. A Drª

Josiane chegou para mim e disse: “olha, nesse ritmo simplesmente vai acontecer que os quatro anos

não terão um centavo para investimento. Não terá um centavo para Emenda, não terá um centavo

para nada. Máquina e custeio vão pegar tudo.” Eu disse: Não! Nós fomos eleitos e temos um

compromisso com o povo mato-grossense. Se for assim, nós temos que fazer a nossa parte; temos

que apertar o cinto, porque precisamos concretizar e investir em políticas públicas. Então, a situação

não foi fácil, não.

Amortização da Dívida: setecentos milhões, com os trezentos de juros deu um

bilhão, que eu tinha falado antes.

Reserva de Contingência: duzentos e cinquenta e dois... Total de orçamento,

dezesseis bilhões de reais.

Participação das despesas no orçamento, que seria só um gasto de evolução, acho

que posso deixar isso disponível para vocês, porque, na verdade, reflete graficamente um pouco

aquilo que eu havia falado antes, pessoal e encargos, tanto na projeção de 2015 quanto na projeção

de 2016.

Vinculações constitucionais. Aqui eu preciso fazer uma advertência um tanto

quanto constitucionalista. Nós criamos muita vinculação inconstitucional no Estado de Mato Grosso.

E nós teremos que fazer um diálogo profundo com a Assembleia Legislativa para rever isso. Por

quê? O art. 167, inciso IV, da Constituição da República, e aqui se aplica o princípio da simetria, o

que quer dizer que esse dispositivo é de reprodução obrigatória na Constituição do Estado e está lá

também, no art. 165, que diz que eu não posso vincular dinheiro oriundo de imposto - com todas as

letras. No entanto, houve um processo histórico neste Estado de vinculação, criação dos inúmeros

Fundos, vinculando dinheiro de imposto. Imposto não é tributo. Tributo é uma espécie do gênero.

O.k?

Page 12: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 12 - Secretaria de Serviços Legislativos

Então, as vinculações constitucionais fundamentais, que temos que analisar, são

aquelas previstas na Constituição de 1988 da União, reproduzidas na estadual - reprodução

obrigatória. Todo o demais pode merecer um debate profundamente importante.

Na área da saúde 12%; estão previstos na LOA de 2015 novecentos e trinta e três

milhões de reais, vai chegar a dezesseis, e o recurso da saúde da ordem de um bilhão cento e

sessenta e quatro milhões de reais.

Na educação 25%. Nós estamos trabalhando em patamares mínimos. O.k? Há uma

determinação governamental para avançar em cima desse patamar.

O SR. WILSON SANTOS - O senhor por ventura tem a relação do crescimento

pelo menos nos últimos três, cinco anos dos salários e também da receita corrente líquida?

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Tenho. Tenho. Posso deixar

disponível.

Tem até um gráfico, que eu acho que o pessoal da Fazenda já tinha apresentado,

que cruza muito rapidamente porque não cresce na mesma proporção. Principalmente houve um

aumento muito significativo dos salários nos últimos anos que gerou para nós inúmeros problemas

de lidar com a Lei de Responsabilidade Fiscal já para 2015.

Educação, um bilhão setecentos noventa dois milhões de reais. Previsão para a

LDO é de um bilhão de reais novecentos oitenta e sete milhões de reais, praticamente dois bilhões de

reais.

Eu queria dizer, mais uma vez reforçar isso, toda lógica do PPA, mesmo da Lei

Orçamentária, nós trabalhamos a ideia do Estado para resultados e um orçamento para resultados

significa que claramente o governador fez uma opção política de foco nas áreas prioritárias.

Hoje eu trago aos senhores o patamar mínimo, mas há determinação

governamental de aumentar o repasse para essas áreas especificas e junto a elas a segurança. A

segurança pública também é um lugar de concentração orçamentária para 2016 e isso gerará algumas

implicações, com certeza, em relação as demais áreas. Nós manteremos aquilo que é necessário sem

grandes avanços - o tapete é curto - para poder colocar em saúde e segurança.

Esse é um projeto que foi prometido para a população. Eu digo que a

transformação começa com coisas pequenas e a primeira grande coisa, que na verdade não é

pequena, é pouco mas decidimos fazer, o Governador Pedro Taques no início da gestão já chamou

todo mundo e disse: “Leiam o meu Plano de Governo e todo Secretário tem a tarefa de assistir todos

os programas eleitorais, porque lá tem a cara do povo que vocês ajudarão a melhorar a vida e lá

vocês vão entender o que eu prometi que tem que ser cumprido.” Isso significa Estado para

resultados. Começar com o básico. Aquela cartilha - até tem piadinhas famosas de que no período

eleitoral é uma coisa e depois que entra no governo é outra -, aquela cartilha, estamos fazendo o que

nós podemos para cumprir dia a dia. Lógico que na Secretaria de Planejamento de Gestão de

Fazenda nós estamos fazendo o quê? As reformas necessárias para que o Estado tenha condições de

entregar. Isso é cumprir as finalidades constitucionais. Não precisa muito rebuscamento teórico para

entender isso.

Ensino superior. Temos na LOA de 2015 duzentos e trinta milhões de reais, com a

PLDO duzentos e noventa milhões de reais; Ciência e Tecnologia 1%, cinquenta e oito milhões de

reais, vai para setenta e dois milhões de reais a partir da PLDO de 2016 - também é um ponto que

ainda conversaremos na sequência.

Page 13: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 13 - Secretaria de Serviços Legislativos

No mais, nós já temos uma estrutura formalizada quanto a questões da Lei de

Diretrizes Orçamentárias e as regras gerais vêm mantidas dentro de um padrão que também seguem

as determinações da Legislação Federal, da Constituição do Estado de Mato Grosso, especialmente

da Constituição da República Federativa do Brasil.

Nós buscamos fazer algumas considerações pontuais em relação a essa questão das

metas, aplicações de recursos e as próprias regras de relacionamento entre os Poderes, mas aqueles

dispositivos que podiam ser aproveitados foram aproveitados, buscando sempre que nesse conjunto,

nesse todo coerente, haja maior eficácia e aplicabilidade dos dispositivos para toda a população.

Eu quero lembrar que a PLDO 2016, para que todos possam participar das

Audiências Públicas, fazer perguntas, analisar os dispositivos, está disponível no site da Secretaria

de Planejamento, desde o seu encaminhamento. Assim que foi protocolado, minutos depois já estava

disponível no site, porque a transparência é também um dos nossos principais compromissos e nós

queremos avançar nesse sentido.

Quem quiser consultar, já está...

Eu agradeço, Sr. Presidente.

Desculpe-me ter excedido no tempo...

O SR. WILSON SANTOS - Secretário, o senhor poderia voltar o slide anterior dos

aumentos previstos?

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Esse aqui?

O SR. WILSON SANTOS - Vossa Excelência falou também sobre segurança. Não

está aí, não é?

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Porque aqui são as vinculações

constitucionais. Aqui é um quadro de vinculações...

O SR. WILSON SANTOS - Um incremento para a segurança previsto de quantos

por cento?

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Previsão da segurança?

O SR. WILSON SANTOS - É.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Vai estar em torno de 7%, 8%.

O SR. WILSON SANTOS - Muito obrigado.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Sr. Presidente, eu agradeço, desculpe-

me ter excedido no tempo, mas eram explicações necessárias.

Coloco-me à disposição para que possamos conversar sobre os números e ouvir

toda a audiência.

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Eu quero agradecer a presença

do Deputado Saturnino Masson, que esteve aqui; do Deputado Zé Carlos do Pátio, a quem já faço o

convite para compor a mesa; e do Deputado Emanuel Pinheiro, que também se faz presente.

Agradeço a presença Valdina Fraga, Assessora Parlamentar, neste ato

representando o Deputado Nininho, 1º Secretário desta Casa.

Com a palavra, o primeiro inscrito, Deputado Wilson Santos, Líder do Governo

(TRANSFERE). Com a palavra o nobre Deputado Zé Domingos Fraga.

O SR. ZÉ DOMINGOS FRAGA - Sr. Presidente, meus colegas Deputados, Oscar

Bezerra, Dilmar Dal Bosco, meu parceiro da região norte do Estado.

Muito obrigado, Deputado Dilmar Dal Bosco, por sua gentileza nos prestigiando e

presidindo esta Audiência Pública.

Page 14: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 14 - Secretaria de Serviços Legislativos

Eu já aproveito para convocá-lo para no dia 02 Vossa Excelência presidir, porque

vou estar ausente, Deputado, e eu gostaria que Vossa Excelência, que tem cumprido com muita

dedicação e com muita competência essa função frente à Comissão de Constituição, Justiça e

Redação, possa estar mais uma vez presidindo a segunda Audiência Pública.

Quero cumprimentar aqui o Líder do Governo, Deputado Wilson Santos; o meu

amigo Deputado Emanuel Pinheiro; o Dr. Mauro, neste ato representando o Ministério Público; e o

Secretário Marco Aurélio Marrafon, e em seu nome cumprimentar as demais autoridades aqui

presentes.

Quero, na pessoa do Nasser Okde, parceiro da nossa Comissão, cumprimentar

todos os presentes.

Quero dizer, Sr. Secretário, da nossa satisfação por estar recebendo-o nesta Casa

na sua estreia como Secretário de Estado, nos trazendo uma peça importante, que é a LDO, que

serve de base para um planejamento das demais peças orçamentárias.

Vossa Excelência está vindo com uma proposta diferente do Governo passado.

Esta Casa, reiterada vezes, condenava a apresentação da proposta orçamentária

suborçada, que, com o intuito, no meu entender, de dificultar o acesso dos Poderes à receita corrente

líquida, terminava trazendo um problema para o próprio Poder Executivo.

Hoje Vossa Excelência está trazendo uma proposta orçamentária com um

incremento de 17%, em que pese as dificuldades pelas quais passa o País, mas o Estado de Mato

Grosso tem uma capacidade de regeneração muito grande, prova disso é que hoje o Governo já abriu

crédito por excesso de arrecadação de mais de trinta milhões de reais, mesmo estando no limiar do

mês sete, isso é uma prova da capacidade do Estado de Mato Grosso de gerar oportunidades de

trabalho, de gerar arrecadação para o Estado de Mato Grosso, ainda mais com uma administração

diferente, que está gastando melhor os recursos, está auditando contratos muito mal concebidos em

gestões anteriores e que nós esperamos que possamos maximizar as nossas receitas, revogando

algumas ferramentas totalmente protelatória, como é a Lei nº 10.207, extinguindo Fundos, porque os

Fundos são ruins.

Quando eu vi essa última transparência da vinculação de receitas, 17% da Receita

Corrente Líquida do Estado está engessada. Isso é ruim para a Administração Pública Estadual. Tira

a capacidade de o agente político fazer com que as coisas possam acontecer.

Quando eu ouço falar em Emendas impositivas para o Poder Executivo, eu me

arrepio, até porque já fui Poder Executivo.

E ão podemos conviver com mais de cinquenta fundos, Deputado Oscar Bezerra,

porque já foi demonstrado não só para os Governos passados, mas para o próprio Governador Pedro

Taques que é prejudicial e que é lesivo ao interesse da educação, da saúde e do municipalismo.

E também, Secretário, uma questão que me chamou atenção é a questão da

renúncia fiscal. É uma ferramenta importante que não podemos desprezar. Mas se olharmos a

transparência - se possível, gostaria que colocasse a transparência da renúncia fiscal -, vamos

perceber que, nessa transparência da renúncia fiscal, as regiões de planejamento, de acordo com o

MT+20, aptas a receber um volume maior de empreendimento são justamente as regiões mais

desenvolvidas: um bilhão, quarenta e sete milhões do principal programa de renúncia fiscal, que é o

PRODEIC, um bilhão e quarenta e sete milhões para o ano de 2016; vamos perceber que a região de

planejamento sul, que é Cuiabá, tem mais de seiscentos e sessenta e seis milhões de reais para serem

renunciados; vamos perceber que a região de Rondonópolis tem mais de oitenta e oito milhões, me

Page 15: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 15 - Secretaria de Serviços Legislativos

recordo da região de Rondonópolis, mas também tem a de Cáceres, com oitenta e oito milhões; e

depois a região da grande Sorriso com setenta e um milhões de reais. As demais regiões, oito regiões

de planejamento praticamente não têm nada para renunciar.

E quando nós falamos em renúncia fiscal, Deputado Oscar Bezerra, é para agregar

valor a nossa matéria-prima aqui produzida, principalmente verticalizando a nossa proteína animal, a

nossa proteína vegetal e, acima de tudo, é para diminuir as desigualdades regionais. É para diminuir

as desigualdades regionais! Mas eu não vejo - pela forma que está sendo concebida - a possibilidade

de diminuir as desigualdades regionais deste Estado, que são gritantes, com essa ferramenta tão

importante com a forma pela qual está aí colocada.

Mais de 70% das dotações orçamentárias previstas estão justamente em quatro

regiões. Precisamos fazer com que essa ferramenta continue de uma forma transparente, mas que ela,

de fato, possa literalmente cumprir com o seu papel.

Secretário, também vejo outra preocupação, que é a questão dos Fundos. Os

próprios Fundos que ficarem têm que ter aplicação específica e deveriam ter data para nascer e data

para morrer. Mas Fundos aqui em Mato Grosso são perenes. Eles terminam sendo perenes e, acima

de tudo, os Governos metem a mão nos Fundos - isso era prática de Governos passados -, metem as

mãos nos Fundos para fazer frente a tudo, a todas as despesas do Governo, dentre elas pagamento de

folha, encargos, serviços da dívida.

Recordo-me muito bem que sempre condenamos isso no passado. O Governo

Pedro Taques, que é nosso atual Governador, dizia que não ia meter a mão nos Fundo, mas, por

incrível que pareça, isso ainda continua - não sei se foi o “Ctrl+C, Ctrl+V” -, ainda continua

remetendo 30% das receitas diretamente arrecadadas pelas Autarquias e Fundos para fazerem frente

a todas as despesas da Administração Pública Direta do Estado.

Sei que o Governador Pedro Taques pegou o Estado desorganizado e com um

patrimônio público totalmente dilapidado, pegou aí totalmente desorganizadas as finanças do

Estado, com restos a pagar processados e não processados na casa de mais de novecentos e setenta e

dois milhões de reais. E ele criou ferramentas importantes para honrar os compromissos, como o

leilão reverso. Mas nós precisamos, é hora, dar um basta!

Se não for durante este exercício, Secretário, deixar o Fundo para que possa ter,

realmente, a aplicação específica de acordo com o objeto para qual foi criado, que seja para o

exercício seguinte. Mas nós não podemos mais deixar com que os Fundos sejam simplesmente para

arrecadar e o destino seja dados de acordo com os interesses. Hoje, de acordo com onde o sapato

aperta vamos fazendo esses gastos.

Outra questão, Secretário, que nos preocupa é a questão dos contingenciamentos

de recursos onde existe vinculação.

O Deputado Zé Carlos do Pátio tem condenado, inclusive convidou Vossa

Excelência para que, na próxima reunião, possa estar na Comissão de Fiscalização e

Acompanhamento da Execução Orçamentária.

Nós entendemos que isso é lesivo aos interesses da população mato-grossense,

inclusive não havia necessidade para tal. Mas estamos apresentando uma Emenda nesse sentido para

que, de fato, possamos não mexer nos recursos ora vinculados que foram colocado na última

transparência aqui.

Quero prezar pela transparência do Governador Pedro Taques. Mas, infelizmente,

não sei se foi o “Ctrl+C, Ctrl+V”, na LDO que estamos emendando, Sr. Presidente, estamos

Page 16: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 16 - Secretaria de Serviços Legislativos

emendando porque o FIPLAN só ficaria disponível a esta Casa, que é uma Casa que tem

incumbência não só de propor políticas públicas, mas, acima de tudo, de fiscalizar o Poder

Executivo, por mais que sejamos Poderes diferentes, trabalhamos de forma harmônica, só seria

disponibilizado o FIPLAN por ocasião da discussão da LOA. Eu acho que foi um equívoco muito

grande. Nós estamos reparando esse equívoco, pedindo que fique disponível para a Comissão de

Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária durante todo o exercício financeiro e

disponível para todos os Deputados durante a discussão dessa Peça importante, para que eles possam

conhecer a dotação orçamentária por unidade orçamentária e apresentar as suas sugestões, de forma

com que possamos, cada vez mais, melhorar o orçamento implementado pelo Governo do Estado.

Outra questão, Secretário, que gostaria de levar ao conhecimento de Vossa

Excelência e, ao mesmo tempo, parabenizar, é a questão da Emenda nº 69. A Emenda nº 69, que é a

Emenda Impositiva das Emendas Parlamentares era aclamada por todos os Deputados. Em que pese

a nossa função ser fiscalizar e, ao mesmo tempo, legislar, a nossa janela para legislar é pequenina,

Dr. Mauro Curvo. É pequena nossa janela para legislar. E cabia a nós, muitas vezes, levar algumas

ações, algumas ações de Governo para o interior deste Estado. Apesar de o Governo Pedro Taques

ser extremamente compromissado com o desenvolvimento do Estado de Mato Grosso e tenho

certeza que vai trabalhar para que de fato nós possamos diminuir as desigualdades sociais e regionais

deste Estado, infelizmente, ele não pode estar, até em função do ofício, onde os vinte e quatro

Deputados deste Estado estão. Nós estamos em regiões totalmente longínquas, inóspita, em

assentamentos que o Governo não pode estar em função do ofício. E ninguém melhor do que os

Deputados para saber das necessidades da população do interior deste Estado. Então foi criada a

Emenda nº 69, inclusive, de autoria deste Parlamentar, uma emenda impositiva, e o Governador

Pedro Taques a está trazendo para dentro da LDO, para que, de fato, possamos garantir 1% da

receita corrente líquida, em que pese a responsabilidade que tem esta Casa de gastar, de acordo com

a vinculação ali proposta, 12% para a Saúde, 25% para a Educação, 6,5% para o Esporte, 6,5% para

a Cultura e os outros 49%, 50% livres para que possamos aplicar de acordo com a vontade das

lideranças políticas, com as quais temos o compromisso de melhorar, cada vez mais, a qualidade de

vida.

Não trouxe em termos de ferramenta, de dispositivo legal, mas em compromisso

formal, moral.

Nós estamos trazendo por meio de emenda, Secretário Marco Marrafon, para a

LDO e eu gostaria que Vossa Excelência permitisse que a liderança nos autorizasse a conceber essa

emenda, até porque o Governo é passageiro. O Governador Pedro Taques passará e nós gostaríamos

de deixar cravada essa ferramenta importante que vai direcionar o planejamento, principalmente da

LOA para o exercício de 2016, mas, com certeza, 2017, 2018 e assim por diante.

Então, é uma questão que nós estamos colocando na LDO e gostaríamos que, de

fato, fizesse parte do corpo dessa Lei de muita importância.

Eu quero, também, parabenizar Vossa Excelência, Secretário; o Governador Pedro

Taques por propor aumento nos repasses das políticas públicas tripartites para a área da Saúde para

os municípios mato-grossenses.

Nós aprovamos uma lei aqui, no exercício passado, levando em consideração o

momento ruim pelo qual estava passando o Estado de Mato Grosso quando diminuímos o teto de

repasse aos municípios em 10%. E o Governador Pedro Taques tem dito reiteradamente no interior

deste Estado que quer aumentar; que quer voltar para 20%, até porque muitos desses programas

Page 17: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 17 - Secretaria de Serviços Legislativos

deixaram de existir. Há Posto de Saúde fechado, o Programa de Saúde da Família, porque não houve

mais repasse no mesmo volume que se repassava ano passado, em que pese tenha sido feito de forma

atrasada.

Eu sou favorável a esse aumento, mas fico muito preocupado quando vejo

proposto se gastar 25% na Educação, 12% na Saúde. Nós acompanhamos e no primeiro

quadrimestre, em que pese essa boa vontade do Governo do Estado, infelizmente, ainda, não foi

possível gastar os 12% na Saúde e não foi possível gastar os 25% na Educação.

Se não tiver, Secretário, vontade política para fazer com que possamos alcançar

esses 12 e 25% e aumentar isso, ficará difícil, cada vez mais, porque vamos chegar ao final do ano

quando teremos 13º, encargos, contratos temporários que têm que serem rompidos. Então, ficará

cada vez mais difícil e, daqui a pouco, não conseguiremos fazer esse avanço que está sendo proposto

de chegarmos aos 20% do repasse para os municípios mato-grossense.

Mas eu confio muito no Governador Pedro Taques e ele pode contar comigo aqui,

na Assembleia Legislativa. Somos parceiros para que ele, de fato, possa cumprir com a sua proposta

de Governo.

O ano passa muito rápido e se não fizermos, realmente, um esforço extremamente

imensurável para que, de fato, todos esses avanços possam acontecer é bem provável que quando

chegar o final do ano estejamos cumprindo a duras penas os 12% da Saúde; cumprindo os 25% da

Educação e não consigamos fazer aqueles avanços que, de fato, a sociedade espera, até porque o

quadro da Saúde Pública está totalmente desmantelado e, infelizmente, 12%, hoje, minhas amigas e

meus amigos, não financiam mais a Saúde e fazem com que tenhamos que gastar não setenta

milhões de reais com a judicialização da Saúde, que foram gastos no exercício passado, mas cem,

cento e vinte milhões com a Saúde já judicializada. E isso não resolve a questão da Saúde no Estado

de Mato Grosso. Nós temos que investir na atenção básica; nós temos que investir na saúde

preventiva para que não tenhamos pacientes caríssimos amanhã, até porque quando muitos

conseguem chegar à judicialização, infelizmente, o gasto vai para a cova, porque o estado de saúde

desses pacientes já está totalmente deplorável e não tem mais jeito.

Portanto, Secretário, eu quero parabenizar Vossa Excelência por estar aqui.

Vossa Excelência, realmente, trouxe uma LDO diferente, de forma clara,

transparente, compreensível por todos. Esperamos que, de fato, possamos alcançar esses dezesseis

bilhões de reais e até aumentar, mesmo porque acredito muito na gestão do Governador Pedro

Taques, na sua transparência, na sua eficiência e na sua eficácia com o gasto público para que

possamos maximizar a nossa Receita, revogando algumas ferramentas totalmente protelativas e que,

ao mesmo tempo, possamos fazer justiça com essa ferramenta importante para diminuir as

desigualdades sociais que é a nossa renúncia fiscal.

Portanto, muito obrigado e parabéns por Vossa Excelência estar nesta Casa

totalmente aberto para que os Deputados possam fazer as suas interlocuções e, ao mesmo tempo,

contribuindo de forma bastante expressiva para que possamos ter uma ferramenta que possa planejar

os orçamentos futuros para que este Estado possa ser um Estado diferente.

Obrigado!

O SR. WILSON SANTOS - Permita-me, Sr. Presidente, Deputado Dilmar Dal

Bosco.

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Pois não!

Page 18: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 18 - Secretaria de Serviços Legislativos

O SR. WILSON SANTOS - Eu gostaria de sugerir a Vossa Excelência, Deputado

José Domingos Fraga, que já abordasse o Secretário Marco Marrafon, também, a respeito de outras

duas emendas que Vossa Excelência propôs, uma que trata da possibilidade de os municípios

ofertarem a contrapartida em bens e serviços e a outra que trata da amarração na transferência que o

senhor quer via lei, por gentileza.

O SR. ZÉ DOMINGOS FRAGA - Eu quero até dizer...

Deputado Wilson Santos, obrigado por Vossa Excelência ter recordado dessa

emenda de minha autoria.

Pela primeira vez na LDO vem uma proposta, Deputado Oscar Bezerra,

matemática de contrapartida dos municípios mato-grossenses quando receberem convênio e

transferência voluntária do Governo do Estado.

Apesar de essa proposta matemática por mais justa que ela seja, Deputado Wilson

Santos e Secretário Marrafon, muitas vezes, municípios pobres, carentes e que vivem de FPM

quando recebem um convênio não têm essa contrapartida. Eu falo isto, porque o município onde

nasci, de Nortelândia, que reúne os piores indicadores econômicos sociais, em que pese um avanço,

ainda, tem dificuldade para dar contrapartida. E eu propus que essa contrapartida, desde que seja

mensurada, que possa ser medida, seja dada por meio de serviço por parte da prefeitura. Muitas

vezes, ela faz uma terraplanagem, entra com o terreno, mas desde que possa ser mensurada seja

aceita como contrapartida.

Então, é uma sugestão extremamente importante e eu gostaria de contar com o

apoio de Vossa Excelência. O nosso Líder, inclusive, achou a emenda totalmente interessante e

levantou a bola para que possamos tornar público e para que a Vossa Excelência, realmente possa

referendar.

Obrigado, Deputado Wilson Santos.

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Obrigado, Deputado Zé

Domingos Fraga, Presidente da Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução

Orçamentária.

Agradeço a presença do Deputado Dr. Leonardo, Vice-Líder do Governo na

Assembleia Legislativa, o qual tem compromisso com a CPI.

Então, passo a palavra a Vossa Excelência, Deputado Dr. Leonardo.

O SR. DR. LEONARDO - Bom-dia a todos!

Em nome do Deputado Dilmar Dal Bosco, eu cumprimento os nossos queridos

amigos Deputado Oscar Bezerra, Deputado Zé Carlos do Pátio, Deputado Wilson Santos, meu

querido amigo Deputado Emanuel Pinheiro e outros que aqui estiveram, nosso Satu, também,

Deputado Saturnino Masson, decano dos Deputados que por motivos de saúde está ausente;

assessoria; senhoras e senhores que nos acompanham; Secretário Marrafon, deixar um forte abraço e

agradecer sempre pela disponibilidade da Secretaria de Planejamento deste Estado; Srª Joseane,

Superintendente de Orçamento da Secretaria de Estado de Planejamento; Dr. Mauro Curvo, que aqui

representa o nosso querido Dr. Paulo da Cunha, da Procuradoria-Geral do Ministério Público, um

grande abraço para o senhor; Sr. Lourival, da Superintendência, um forte abraço; e o Deputado

Pedro Satélite.

Quero pedir desculpas, porque nós temos agora que presidir a CPI das OSSs dos

repasses do Estado aos municípios.

Page 19: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 19 - Secretaria de Serviços Legislativos

Cumprimento o SISMA, que está aqui; o companheiro Oscarlino; o Vereador

Paulo, que estava aqui, também, e não o vejo mais.

Nós temos que nos ausentar para dar início à CPI das OSSs e já convido o

Deputado Pedro Satélite, o Deputado Emanuel Pinheiro, que fazem parte da Comissão, para nos

acompanharem. O Deputado Saturnino Masson, por motivos de saúde não está aqui, neste momento,

mas pertence à Comissão também.

A LDO é um instrumento legal e importante que regerá os próximos dois anos. É

importante este debate amplo que a Casa traz para exaurir todas as dúvidas possíveis, porque são os

próximos dois anos, planejando o Estado na questão do orçamento para os próximos dois anos. É

uma peça fundamental, o Governo do Estado, por meio do Secretário, nos apresenta de maneira

clara, límpida, mas sempre é necessário aprimoramentos e esta Casa precisa ouvir a sociedade.

A participação desta Audiência Pública faz-se necessária para que nós cumpramos

o nosso papel de legisladores, de Deputados, que é trazer o anseio da sociedade para os

investimentos, para o orçamento para os próximos dois anos. Esses debates têm que ser ampliados

entre nós. Entre nós que eu digo é a população, porque somos representantes de mais de três milhões

de pessoas neste Estado.

Confiamos plenamente, independente de ser Vice-Líder do Governador, tentamos

representar, eu e o Líder Deputado Wilson Santos, bem essa liderança de Governo dentro desta

Casa, de maneira honrada, sempre ouvindo os Deputados e agradecendo a cada um que sempre nos

atende com carinho, e as discussões são sempre no âmbito do Legislativo, nada pessoal, são para o

crescimento do Estado de Mato Grosso e não para o crescimento individual.

Então, confiamos no Governo Pedro Taques e sabemos da sua excelente e grande

intenção do planejamento para este Estado.

Esta Casa está de parabéns! Não vou delongar muito, porque entrei na fala de

outros companheiros e agradeço-o, Presidente, por permitir esta parte.

Peço desculpas aos senhores e senhores pela minha ausência, mas, na próxima

reunião... Existe mais uma Audiência Pública já marcada e o Presidente vai nos passar a data...

(O SR. PRESIDENTE DILMAR DAL BOSCO FALA FORA DO MICROFONE - INAUDÍVEL.)

O SR. DR. LEONARDO - Não nos ausentaremos e continuamos internamente nas

discussões. O nosso gabinete está aberto, como o de cada um dos outros Deputados.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Obrigado, Deputado Leonardo.

Vossa Excelência engradasse muito esta Casa.

Obrigado pela sua dedicação em deixar à disposição o seu gabinete.

Neste momento, passo a palavra aos inscritos da plateia.

O primeiro inscrito é o cidadão mato-grossense Sr. Odiney Miguel de Arruda.

O SR. ODINEY MIGUEL DE ARRUDA - Bom-dia!

Como cidadão mato-grossense, prometo ser rápido.

Secretário Marrafon, nós defendemos - o Deputado Emanuel Pinheiro e o

Deputado Wilson Santos sabem disse... Eu cheguei atrasado quando o senhor estava falando e não

sei se falou alguma coisa.

Quero falar sobre o ICMS, o benefício ao consumidor direto que vários Estados

brasileiros têm e Mato Grosso não tem até hoje, seja no futebol... Então, eu vivo constantemente

Page 20: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 20 - Secretaria de Serviços Legislativos

cobrando isso das nossas autoridades. Eu não sei se está no orçamento para o ano que vem e gostaria

que o senhor falasse alguma coisa a respeito, porque vivemos cobrando isso.

Eu nunca tinha pensando em fazer um livro e, inclusive, fiz um sobre o futebol,

pesquisei todo Nordeste, onde tem isso, o Estado de Goiás, e aproveito a oportunidade para falar a

Vossa Excelência e aos senhores que se isso não está no orçamento que entre com uma emenda para

o próximo ano, porque o nosso futebol mato-grossense sempre teve ajuda do Governo do Estado e

parou de uns três anos para cá.

O futebol não é para dar dinheiro fácil como estava sendo feito, não. Tem que ser

por meio de incentivo como foi no Nordeste para dar renda para os clubes. Hoje estamos falando

sério sobre o futebol brasileiro, mas temos que ser competitivos iguais a eles. Os nossos times

precisam viver melhores.

O senhor deve saber - acredito que saiba - que os nossos times estão numa capenga

danada, uma hora é o Mixto que está ruim, em outra é o Operário, é cheque que volta, que paga, não

tem condições de cobrir aquilo.

Outra coisa, a respeito do ICMS a ansiedade é tão grande que, pesquisando,

descobri que a Prefeitura Municipal de Juína, não sei como que está fazendo, está usando o ICMS -

está aqui o documento - por meio de cautela. Não sei o que é cautela. Não sou tributarista e não sei o

que é isso. Mas, está aqui.

A Prefeitura de Juína está fazendo, neste ano, essa premiação desde março e vai

até novembro, são nove meses, e estão usando o ICMS. O senhor vê a ansiedade que está e já

chegou ao mundo político e os prefeitos querem isso. Há várias prefeituras que estão fazendo, como

a Nota Cuiabana que todos nós estamos sabendo. Essa é uma pergunta.

Segunda, eu gostaria de saber do senhor, porque tudo que sei é pela imprensa,

sobre a ZPE.

Eu vi um artigo sobre a ZPE de Cáceres e acredito que sejam outras... Mato Grosso

parece que vai passar por um Estado industrial no incentivo. Quero pedir ao senhor, tendo em vista

que o pessoal está pagando luz... Hoje eu li uma notícia que haverá outro aumento de luz e gostaria

que não houvesse isenção de incentivo da energia do transporte e da comunicação, conforme vi a

informação sobre Cáceres, mas, sim, redução. Eu gostaria que fosse incentivado com redução e não

com isenção.

Eu vim aqui para falar isso ao senhor e para toda sua equipe, aos Srs. Deputados,

ao Ministério Público.

Para encerrar, inclusive, quero dizer que o Estado de Goiás, por meio do futebol,

tem um Programa chamado “Futebol Premiando a Saúde”. O pessoal está comprando equipamento

para o hospital público em Goiás com o futebol.

Era isso que eu queria falar ao senhor e aos demais presentes.

Muito obrigado!

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Obrigado, Sr. Odiney.

Vou deixar a palavra livre ao Secretário se quiser responder (PAUSA). Vai

responder no final.

Eu acho melhor responder na sequência.

Eu acho bastante oportuna a ideia do Sr. Odiney, porque vemos como incentivo ao

esporte.

Com a palavra o Secretário Marco Marrafon.

Page 21: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 21 - Secretaria de Serviços Legislativos

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Sr. Odiney, agradeço a sua

participação, as perguntas sempre nos fazem pensar e com isso nós podemos crescer juntos em busca

de construir algo melhor.

A primeira grande questão que o senhor colocou foi sobre Nota Fiscal, incentivo

do tipo da Nota Fiscal Paulista, Nota Fiscal Carioca, que são programas de incentivos para que a

população puxe a Nota e pode ganhar um prêmio, ou mesmo como no GDF, que tem um desconto

no IPVA e lá, por conta da característica própria de ser uma cidade-Estado, município-Estado, o

IPTU.

Essa é uma ideia que temos trabalhado, os técnicos da Fazenda estão se

debruçando sobre ela e assim que tivermos um programa...

Nós temos que fazer uma receita, uma estimativa na LDO, com base naquilo que

nós temos atualmente.

Eu não posso projetar e dizer assim: olha, se a gente for fazer isso, vai colocar

aquilo. Quando o programa estiver fechado, nós podemos eventualmente solicitar à Assembleia

Legislativa uma alteração, colocar em debate a possibilidade dessa forma de política de incentivo à

arrecadação.

Em relação ao futebol, nós precisamos ter um pouco de cuidado porque não

podemos brincar muito com a arrecadação.

Inclusive, Deputado Wilson Santos, agora eu posso dizer com um pouco mais de...

Quando Vossa Excelência me perguntou sobre o cálculo da segurança, eu falei pensando no

custeio/investimento, que era o número macro da cabeça, que dava trezentos e trinta milhões para

este ano de 2015, mas quero dizer, Deputado Wilson Santos, que iniciamos o orçamento com uma

previsão de dois milhões para investimentos na segurança - dois milhões - e o custeio deficitário.

Então, através sucessivas suplementações, e um pouco de contingenciamento passa por isso, nós

conseguimos chegar a trezentos e trinta de custeio/investimento, isso fora Folha de Pagamento, e a

Drª Joseane, chegando aqui, falar “soma a folha de pagamento”, as despesas com a segurança vão

chegar a 25%, mais ou menos os mesmos dois bilhões da educação.

Então, com a folha e o incremento - já houve uma determinação governamental de

chamar os policiais, o cadastro de reserva, agora vamos ter a cerimônia nesta semana, inclusive -

houve, então, um investimento significativo em relação a isso.

Por isso, Sr. Odiney, nós temos que tomar um pouco de cuidado quando vamos

trabalhar outras formas de incentivos.

Então, no primeiro momento, nós tivemos que dar uma arrumada na casa, priorizar

algumas questões, como é o caso da segurança e eu tinha dito, pensando nos trezentos e trinta

milhões, 7%, 8%, mas vai chegar a dois bilhões, incluindo a Folha de Pagamento. Então, estamos

com um pouco de cuidado, mas há uma preocupação com esse assunto, e até recebo o senhor lá na

Secretaria de Planejamento para o senhor me trazer alguma sugestão, para pensarmos em algum

programa, como o senhor disse, nos moldes de Goiás, para poder desenvolver junto essa nova

cultura.

A questão da energia elétrica hoje é uma questão que realmente tem afligido os

cidadãos em geral, subiu muito, pessoalmente eu sei disso, mas também precisamos contrabalancear

com outros problemas de frustração de receita, eu até tinha mencionado anteriormente, para tentar

chegar num ponto de equilíbrio.

Page 22: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 22 - Secretaria de Serviços Legislativos

A ZPE é uma política pública para 2015. Em julho o Governador deve ir a Cáceres

para já fazer o lançamento do projeto, iniciar, porque nós entendemos que ela pode ser uma porta de

entrada e de saída importante para o desenvolvimento econômico para a Região de Cáceres,

especialmente, e de Mato Grosso em geral. Por isso que lá haverá uma política diferenciada em

relação a esses temas, justamente para atrair, virar um polo de atração de empresas, de

desenvolvimento.

Então, a partir daí, quando começarmos a ter mais segurança nos números da

Receita nós podemos voltar a dialogar para pensar nesse problema, que de resto, eu tenho que dizer

para o senhor, Sr. Odiney, com muita lealdade e sinceridade, esse foi um problema causado pelo

Governo Federal, que de maneira irresponsável, no ano passado e nos anos anteriores desonerou a

energia elétrica, quando todos os estudos técnicos - eu estava em Brasília nessa época - diziam que

ele não podia fazer isso. Mas veio a Presidente da República, na campanha de outubro, dizer que

estava tudo bem, quando não estava, porque, se ele tivesse aumentado a conta quando deveria ter

aumentado, o que aconteceria? Ela perdia a eleição. Então, ela mentiu para o povo brasileiro e agora

veio essa política deixando todo mundo numa situação difícil em relação à questão da energia

elétrica. Mas nós estamos preocupados.

Nós vamos tentar fazer a nossa parte, mas sabemos que muitos desses problemas

foram gerados pela União Federal, pela Presidência da República, assim como outros problemas.

Se eu contar para o senhor que nós estamos com dificuldades de repasses para os

municípios, que ontem eu atendi o IPEM, Instituto de Pesos e Medidas, dizendo que cortaram em

quase 40% as verbas deles, ou seja, como nós vamos ter desenvolvimento econômico, se o IPEM

não trabalhar para pesos e medidas, e isso é competência da União Federal; assim como o FEX, que

eles não repassam; assim como o Fundo de Transferência dos Estados, que eles repassam a menor e

ficaram quatro meses sem repassar; assim como a CONAB, que teve setecentos milhões e eles não

nos pagam simplesmente. Nós precisamos de dinheiro para o povo mato-grossense e estamos com

inúmeras dividas que a União Federal não paga para nós.

Então, peço a compreensão do senhor nesse sentido.

O SR. WILSON SANTOS - Presidente, o senhor me permite fazer uma

observação ao Secretário.

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Pois não.

O SR. WILSON SANTOS - Sr. Odiney, em 1998 eu estava aqui no meu segundo

mandato e acabei conhecendo uma experiência de Pernambuco sobre a Nota Fiscal Premiada. Era

Governador em Pernambuco o Miguel Arraes; e o Secretário de Fazenda era o Eduardo Campos. E

acabamos trazendo o Eduardo Campos a Cuiabá numa Audiência Pública e ele explicou como ele

fez.

Naquele ano, não sei se foi 1997 ou 1998, o Esporte Recife teve o terceiro melhor

público médio do Brasil no Campeonato Brasileiro. Nós perguntamos ao Secretário de Fazenda

Eduardo Campos, e ele disse: “Olha, isso só aconteceu porque nós criamos um programa chamado

Vale Lazer. A cada cinquenta reais de Nota Fiscal, o cidadão ganhava um ticket do Vale Lazer que

ele podia utilizar no circo, no cinema, no teatro e também no nosso futebol. Como a nossa cultura é

do futebol, então bombaram de público os jogos do Esporte Recife, na Ilha do Retiro, que davam

mais de 90% de ocupação.”

Diante disso eu apresentei um projeto de lei que foi aprovado pela Assembleia

Legislativa à unanimidade e virou lei.

Page 23: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 23 - Secretaria de Serviços Legislativos

Infelizmente, nenhum Governador pós-1999 o colocou em prática. Por quê?

Porque a cabeça é conservadora. O que mais tem puxado países à evolução é a capacidade de

inovação. A Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia é inovação.

Então quero dizer ao Secretário Marco Aurélio Marrafon que ouse, Secretário, em

inovar a lei! Depois, o então Deputado Joaquim Sucena, na legislatura subsequente a de 1998,

também apresentou um projeto nesse mesmo sentido, que também virou lei. Mas ninguém ousou,

ninguém teve coragem de quebrar paradigmas, tabus, mitos. Sabe por que, Hugueney? Porque, além

de beneficiar o futebol, o teatro, o circo, o cinema, a dramaturgia, aumentou sabe em quantos por

cento a arrecadação do ICMS em Pernambuco? 8%.

Se nós aumentarmos 8%, numa previsão que anotei aqui, Sr. Secretário Marco

Aurélio Marrafon, Vossa Excelência está com uma previsão de arrecadar ICMS para 2016 de oito

bilhões, trezentos e dezessete milhões. E 8% dão mais seiscentos e quarenta milhões.

Então quero aqui ratificar e endossar a sugestão do cidadão que, de maneira

louvável, vem a esta Audiência Pública trazer uma sugestão que, desde 1998, é lei, mas nenhum

Governador, nenhum Secretário de Estado teve coragem de inovar. Então que possamos fazê-lo,

colocar em prática, ainda há tempo! Nós temos mais uma Audiência Pública da LDO para o dia 02

de julho e, então, ela vai à Plenário. Portanto eu vou, Secretário, fazer esta emenda. Se ela não for

aprovada, eu vou repetir o projeto. Eu defendo, sim, que nós temos que inovar. É uma belíssima

sugestão e não é nada inédito, porque já acontece em Pernambuco e em outros Estados do Nordeste,

por consequência do sucesso pernambucano. Já está aqui no Centro-oeste, em Goiás, é mais uma

possibilidade de aumentarmos, de incrementarmos o ICMS do Estado e fazer uma política de

fomento, de sustentação do futebol.

Está aí a Arena Pantanal. Teve um clássico lá: Vasco e Flamengo, mas apenas

quatorze mil pagantes. Uma vergonha! Com certeza os clubes vieram para cá na expectativa de que

encheriam a casa. Apenas quatorze mil pagantes. Se tivéssemos um programa desse, dariam

quarenta e dois ou quarenta e três mil pagantes, capacidade total.

Então quero ratificar e dizer a Vossa Excelência que o que Vossa Excelência

sugeriu já é lei de minha autoria e também do ex-Deputado Joaquim Sucena, mas, infelizmente, até

hoje não encontramos Secretários de Estado nem Governadores que ousaram inovar nessa área,

copiando e adaptando as nossas peculiaridades, guardadas as devidas proporções, os Estados de

Pernambuco e Goiás.

O SR. ZÉ DOMINGOS FRAGA - Sr. Presidente, Deputado Dilmar Dal Bosco, só

a título de informação.

O ex-Deputado Roberto França apresentou, há quatro anos, um Projeto de Lei

neste sentido, chamado Nota Fiscal Premiada. Este Projeto de Lei de autoria do ex-Deputado

Roberto França, se não me falha a memória, foi rejeitado na Comissão ou foi vetado. Mas tinha essa

iniciativa do ex-Deputado Roberto França se espelhando juntamente no Estado de Pernambuco. Ele

trouxe a ideia, que não era nova. Não foi nenhuma inovação do ex-Deputado Roberto França. Na

justificativa inclusive se tratava de um modelo que deu certo no Estado de Pernambuco, a título de

esclarecimento.

O SR. ODENEY MIGUEL DE ARRUDA - Deputado Wilson Santos, eu não

costumo colocar no meu livro nomes. Eu quase não coloco. Mas eu já tinha conversado com Vossa

Excelência sobre o que Vossa Excelência falou agora, e isso está lá no meu livro, o que Vossa

Excelência acabou de falar.

Page 24: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 24 - Secretaria de Serviços Legislativos

E quero só reforçar mais que, além do ex-Deputado Roberto França, o nosso

Deputado Emanuel Pinheiro, em 2013 - estou atento ao que a imprensa está publicando -, entrou

também com um projeto semelhante. O que estou achando é que - é bom que falemos disso agora -,

está na Constituição Federal, quando se trata de despesa inicial, tem que partir do Executivo. Não sei

como funciona isso aqui na Casa Cidadã, mas quero acreditar que seja isto: o Deputado entrou com

o projeto, foi para lá, e o Governo vetou porque talvez se desinteressou. Então o que tem que

acontecer, Deputado Wilson Santos? Vossa Excelência, como Líder do Governo, sabe melhor do

que eu, isso é matéria de Constitucional, tem que partir do Governo do Estado, é despesa inicial, é

do Governo do Estado. Então é o tipo do projeto que tem que estar já conversado com o Executivo.

Talvez seja por isso que não prosperou até hoje. Talvez. Não sei. Entendeu?

Muito obrigado!

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Passo a palavra ao Deputado Zé

Carlos do Pátio, que pediu porque já está para sair. Depois o Oscarlino, Presidente do Sindicato dos

Servidores da Saúde.

O SR. ZÉ CARLOS DO PÁTIO - Eu quero cumprimentar o Presidente, Deputado

Dilmar Dal Bosco. Na figura dele, cumprimento todos os colegas Deputados; e na pessoa do

Secretário Marco Marrafon cumprimento todos os assessores e a equipe técnica do Planejamento

aqui. Também quero cumprimentar a imprensa.

Qual a avaliação que eu tenho dessa projeção da Lei de Diretrizes Orçamentárias?

Se vocês observaram a palestra do Secretário, vocês terão percebido que o Estado cortou gastos. Isso

foi mostrado claramente, que o Estado cortou gastos. E o Estado aumentou os investimentos,

mostrou que vai ter um investimento de 9,8%. Desses 9,8%, investimentos nas áreas básicas. A

saúde chegou a 25%; a educação a 11%; a Ciência e Tecnologia a 24%; e a UNEMAT a 26%. Isso

mostrou claramente que... Quero perguntar à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, ao

Nasser: Está tendo algum problema? Houve algum encaminhamento? Os técnicos podiam

compartilhar conosco e a equipe.

Eu abro a palavra aqui para...

Eu quero aqui colocar, então, que houve uma preocupação quanto aos

investimentos. Agora, ficou claro que o investimento em Educação foi 11%. Quer dizer, enquanto o

Governo teve uma pauta muito positiva na Saúde, na Ciência e Tecnologia, na FAPEMAT, deixou-

me dúvida os 11% da Educação. Por quê? Porque, inclusive, foi um questionamento que nós

fizemos, uma colocação, houve uma redução do Fundo Estadual de Educação. Se há uma redução do

Fundo é porque o Estado tem que colocar mais; se o Fundo, que é um dinheiro federal e está

reduzindo esse Fundo da Educação, é porque está indo para os municípios e o Estado está gastando

menos em Educação, porque o Governo Federal passa esse dinheiro do FUNDEB.

É o seguinte: é um dinheiro que fica no Estado. Tira de um lugar para por no outro.

Então, neste momento está tirando do Estado para colocar nos municípios, porque o Estado está

investindo menos em Educação. Esta é uma avaliação crítica minha. Eu acho que o Estado deveria,

inclusive, provocar, chamar para si a briga, porque, na verdade, o Estado... Com estes dados aqui eu

observo que o Estado está gastando menos em Educação.

O Estado, mais ou menos, para o ano que vem está projetando, na minha opinião,

somente o cumprimento do dever com a Educação. O Estado não está sendo ousado na política de

Educação. Isso me preocupa, porque está contrapondo o discurso do Governador Pedro Taques -

Page 25: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 25 - Secretaria de Serviços Legislativos

ponto -... Eu quero colocar isto. Quer dizer, foi de um bilhão e setecentos milhões para um bilhão e

novecentos milhões que será o investimento na Educação.

Mas eu quero aqui dizer que o Estado o que me preocupou muito...

E aí, gente, eu ouvi a palestra, mas, ainda, não me aprofundei no debate.

Quanto ao Estado o que me preocupou? O Estado apresentou um crescimento da

LOA, da Lei de Diretrizes Orçamentária, de treze bilhões para dezesseis bilhões e da Receita

Corrente Líquida, também, um valor de dez bilhões para treze bilhões, em torno de... Enquanto o

País está em queda livre, o Governador está mostrando uma pauta positiva. Está subindo.

Vejam bem, mas o que me preocupou? A projeção de 2017 e 2018 que foi muito

pequena. O interessante é que a projeção de arrecadação para 2017 e 2018, olhando rapidamente os

números aqui, eu observei que para alguns impostos o Governo está projetando muito menos que a

inflação, o crescimento desses impostos. Olhem o perigo em que está este Estado!

Então, o Estado mostra uma projeção e quero aqui dizer que essa projeção na

minha opinião...

Eu não sou economista. Eu sou Engenheiro e Matemático. Eu tinha até vontade de

fazer o Curso de Economia, que é um curso bonito, Secretário, Marco Marrafon.

Parabéns!

O senhor é Economista?

(O SR. SECRETÁRIO MARCO AURÉLIO MARRAFON FALA FORA DO MICROFONE -

INAÚDIVEL.)

O SR. ZÉ CARLOS DO PÁTIO - Ah, o senhor é formando em Direito. Ah, não!

Quem é economista aqui levante a mão! (PAUSA) Ninguém? Ah, você! É um

curso muito bonito. É um curso de ciência social. Não é um curso de exatas, nem... É um curso de

ciência social muito bonito.

Eu quero aqui colocar que o Estado está fazendo o seu dever de casa, mas me

preocupei isso, a projeção de 2017e 2018.

Outra coisa que me preocupou muito no Estado de Mato Grosso...

Veja bem, por que, Secretário, houve um aumento de 30%? A pergunta, inclusive,

é feita lá... Eu estava sentado lá com a imprensa, nós todos comentando, por que houve uma

projeção em torno de 30% do Orçamento, de 2012, de 2015 para 2016? Eu tenho a minha avaliação:

é que o gestor anterior era uma pessoa inteligente. Ele fazia um Orçamento subdimensionado para

ter o controle do Orçamento nas mãos. Então, ele fazia um Orçamento menor para ter o controle nas

mãos para, depois, ir fazendo suplementações. Agora, pelo o que estou notando, o Governador está

querendo por um Orçamento real. Isso é bom, mas é real.

Agora, preocupou-me muito, logicamente, tenho que deixar claro que foi colocado

- estávamos colocando ali - que ao se reduzir os incentivos isso, também, provoca um maior... Quer

dizer, reduzir os incentivos de um bilhão, seiscentos e setenta milhões de reais para um bilhão, na

minha opinião, é pisar em solo firme, porque realmente... Eu faço parte da CPI da Sonegação e

Renúncia Fiscal e é, realmente, uma vergonha o que estamos vendo. É uma farra com o dinheiro

público. Os incentivos de tinham antes...

O Deputado Max Russi e eu fomos ao Estado de Goiás, fomos recebidos pelo

Vice-Governador, e lá os incentivos são totalmente diferentes: 23, 27% dos incentivos são renúncia

e outros 73% não, são financiados, têm que cumprir metas. E aqui, não! As empresas estão aqui há

dez, vinte anos e recebem 70, 80% de incentivos. É uma vergonha!

Page 26: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 26 - Secretaria de Serviços Legislativos

No Estado de Goiás, vamos supor, eu tenho uma empresa que tem dez anos,

também, tenho direito ao incentivo, mas esse incentivo é em cima dos meus próprios investimentos.

Eu tenho, hoje, um capital de giro de um bilhão de reais, mas se eu passar para um bilhão e duzentos

milhões de reais o incentivo será somente dos duzentos milhões de reais. Não é como aqui! Aqui o

incentivo é de tudo. Aqui é um banco de negócios. É uma vergonha.

Então, o corte dos incentivos foi correto. O senhor está conduzindo corretamente:

cortou incentivo, investiu em Saúde, em Ciência e Tecnologia, na UNEMAT, na Segurança. Então,

o rumo está correto. O que me preocupou foi a projeção de 2017 que mostro uma preocupação muito

grande quanto a uma coisa que me mexeu e me preocupou: 62% do Orçamento serão para pessoal e

da Receita Corrente Líquida 59, está batendo na trave, ou 60%.

Eu quero colocar para todos que o Estado, mesmo assim, está numa situação

crítica. Crítica! Se o País já está mal; está uma bagaceira, aqui está numa situação crítica. E sabem o

que me preocupou muito? Que o planejamento projetou um crescimento de Receita de 2016, 2017 e

2018 menor do que a inflação em algumas áreas de impostos. Então, o Governador vai ter que

espernear para tentar ver onde é que vai fazer, principalmente, para pagamento de folha para garantir

o equilíbrio fiscal do Estado de Mato Grosso. É preocupante.

Agora, eu quero aqui fazer uma crítica, colocar as emendas parlamentares dos

Deputados na Reserva de Contingência, em minha opinião, é melhor não ter emenda parlamentar

impositiva. Eu entendi a jogada. Vai colocar: se der, deu. Mas lá na frente pode não dar, pessoal!

“Olha, não deu! Estava lá na Reserva de Contingência e eu tive que gastar em outra área.” É uma

estratégia. Eu acho que seria melhor jogar limpo com os Deputados. Eu acho. Ou joga limpo que não

vai ter emenda ou coloca as emendas de forma institucional. Jogar do jeito que está, sinceramente,

eu não gosto disso.

Outra coisa que eu quero aqui contestar o Secretário de Planejamento: Secretário,

conquistas, como o Deputado Wilson Santos colocou, não se tira, tem que manter. Então, o senhor

tentou embasar legalmente essa questão das verbas vinculadas. Quero aqui colocar para o senhor que

isso é uma conquista. Não pode jogar os Deputados no colo dos outros ex-governadores! Até porque

nós estamos elogiando o Governador que está tendo uma postura contundente e boa, porque as

conquistas que já tiveram de pesquisa, ciência e tecnologia, universidade, isto tem que ser garantida.

Quando o senhor colocou essas palavras em uma conversa sua - não sou

Advogado, não tive o privilégio de ser um advogado de renome como Vossa Excelência, mas sou

um simples cidadão - particularmente, entendi o recado.

Quero aqui colocar para Vossa Excelência que qualquer procedimento desse não

tem o meu apoio. E se a Assembleia Legislativa quiser colocar a cabeça para isso, que coloque.

Eu tenho oito mandatos e não vou colocar o meu mandato... Agora, estou disposto

a ajudar a melhorar a receita do Estado. Mas as conquistas das lutas dos trabalhadores eu quero que

sejam garantidas, inclusive de verbas vinculadas.

Outra coisa que eu quero colocar para o senhor, Secretário, é que o Estado tem

que... Tem uma Emenda de minha autoria que eu tenho certeza que o meu colega Deputado Dilmar

Dal Bosco vai votar do meu lado, porque eu vou a Sinop agradecê-lo publicamente.

É um absurdo esse Fundo de Apoio à Cultura da Soja! Todos os meses o Estado

arrecadando para a iniciativa privada. “Ah, mas isso não está no Orçamento aqui”. Não está, mas

isso não é papel do Estado.

Page 27: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 27 - Secretaria de Serviços Legislativos

Fundo é público. E Fundo público não tem que estar na iniciativa privada. Isso não

está no Orçamento, mas quem operaciona é o Estado e o ele tem que parar com isso. Esse é um

ponto.

Outro ponto, Secretário: num próprio estudo feito do Deputado Zé Domingos

Fraga diz claramente que a criação dos sessenta Fundos... Foram criados sessenta Fundos neste

Estado. Esses Fundos são instrumentos, além do Estado não cumprir, porque ele tira dinheiro do

Fundo para movimentar... Já tem provas claras de estudo do Deputado Zé Domingos Fraga, que fez

o ano passado, que os Fundos desviam dinheiro da educação, da saúde, das transferências e o Estado

até agora não faz nada.

Então, Deputado Wilson Santos - Vossa Excelência está vendo a minha lealdade

como Deputado neste Governo - eu vou colocar uma Emenda que não se pode mais utilizar dinheiro

de Fundo para outra função a não ser para exercer as atividades afins que foram os Fundos.

Agora, por que eu vou abrir o debate nesse sentido? Justamente, porque, desses

sessenta e quatro Fundos, eu acredito que o Governo poderá utilizar - que é justo, existe Fundos

bons - uns trinta Fundos, o restante tem que extinguir. E tem que colocar na própria receita de

Estado. O Governador ganha com isso e têm provas.

Eu já falei isso para Vossa Excelência, Deputado Wilson Santos, falei para o

Governador e estou falando para o Secretário: tenho provas concretas de que vai aumentar a Receita

do Estado.

Sabe quem é que ganha com esses Fundos? Eu vou citar quem ganha com esses

Fundos: Assembleia Legislativa; Tribunal de Justiça; Ministério Público. Quem perde? Saúde,

Educação, as Transferências Constitucionais.

Então, quero aqui colocar para Vossa Excelência que a tirada desses Fundos é um

mecanismo também de fazer com que possa o Governador ter um aumento de Receita do Estado e

deixar a máquina não ficar engessada.

São Fundos? É lógico. “Ah, Deputado Zé Carlos do Pátio, o senhor está

defendendo todos?” Não. Os estudos mesmo constatam que uns trinta Fundos são viáveis. Tem

Fundo na área social... Agora, têm Fundos que não têm sentido nenhum e nós temos que eliminá-los.

Eu quero só deixar que a Assembleia Legislativa fica com essa posição minha hoje

a respeito dessa questão de colocar as emendas impositivas parlamentares, que é constitucional, na

Reserva de Contingência. Isso, em minha opinião, lá na frente.

Pelo que estou sentindo, a condição hoje do Estado é mais ou menos dizer o

seguinte: “Se der vai sair a emenda, se não der não sai.” É melhor jogar limpo com os Deputados,

porque nós sentimentos que o Orçamento é extremamente rígido. Mas, jogar limpo desde já ou então

todo mundo cortar um pouquinho no osso e manter a emenda; ou manter a emenda para cortar no

osso ou então, também, não assuma as emendas, porque o Estado está em primeiro lugar.

Mas, Secretário, parabéns! Eu sinto que Vossa Excelência está enxugando, está

organizando, está dando rumo.

Mas, quero deixar uma questão, uma sinuquinha com o Deputado Wilson Santos,

porque gosto muito dele: A Educação foi comprometida nessa proposta orçamentária.

Obrigado. Fiquei muito satisfeito com a exposição do Secretário. Podem contar

comigo!

Esta CPI, Secretário, vai ajudar muito no melhoramento da Receita do Estado.

Page 28: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 28 - Secretaria de Serviços Legislativos

Quero parabenizar, em público, o Governador Pedro Taques, porque em 2007 eu

queria essa CPI e o então Governador Blairo Maggi não quis. O Governador Blairo Maggi falou que

não ia aceitar. Eu não tinha voto nem para passar essa CPI. O Governador Silval Barbosa também

foi contra a CPI. Hoje o Governador Pedro Taques, além de aceitar a CPI que estamos investigando

as Sonegações Fiscais, está deixando abrir e fazer todas as investigações.

A Lei nº 10.207, que foi colocada aqui agora, não poderia ter sido toda suprimida.

O Governador mandou para cá e voltou. Está correto, porque tem coisa importante

de Estado que poderia comprometê-la. Ali tem muita coisa absurda e o Governador vai desentranhar,

vai separar o ruim do bom, para votar aqui a Lei nº 10.207 para podermos fazer investigação. Porque

a Lei nº 10.207 e outras leis foram criadas para blindar, não nos deixar investigar e não vermos as

coisas erradas.

Olha como eram sábios os gestores anteriores - foram sábios, Deputado Dilmar

Dal Bosco. Como investigar? Criou-se uma blindagem. Vocês não podem investigar. Para eu poder

pegar um dado demorava dois anos e meio para conseguir um dado. E o Governador está sendo

transparente. Esse é um ponto.

Outro ponto que quero parabenizar publicamente o Governador é que ele vai

mandar a lei de incentivo, um trabalho paralelo com a CPI. Por isso tudo eu quero agradecer ao

Governador e ao Deputado Wilson Santos, que ajudou a trabalhar essa questão.

Nós estamos estudando, o Deputado Max Russi vai fazer uma proposta ao

Governador de uma lei de incentivo e o Secretário Seneri Paludo vai fazer a proposta do

Governador. Vão sentar os dois, nós, e vamos buscar uma lei interessante para o Estado.

Isso, senhores, estou há muitos anos na Assembleia Legislativa e nunca vi isso.

Isso é bom, isso é democracia, isso é transparência. Você poder... O Governador chegar, ouvir a

proposta da Assembleia Legislativa e abrir para investigar - poder fazer isso.

Estou falando aqui, gente, e não sou da Base do Governo, mas o Governador está

respeitando este Parlamento. Isso é um respeito ao Parlamento.

E o Deputado Wilson Santos teve uma conduta extremante de estadista, junto com

o Governando, inclusive acatando tudo, se esforçando, buscando a questão da moralidade.

Tem hora que vemos algumas condutas contra a classe política totalmente

equivocadas daquilo que vemos.

O que eu vejo, por exemplo, do Deputado Wilson Santos na CPI com uma pauta

positiva para buscarmos a verdade, investigar a realidade das coisas e melhorar a receita do Estado.

Mas eu acho que para melhorar a receita do Estado, esse esforço concentrado, tem

que aumentar a receita da educação.

Eu vou dizer, Secretário, dois gestos desse Governador que eu gostei na área da

educação, dois gestos, o primeiro foi uma fala sele no anfiteatro da Universidade Federal, quando ele

estava com o Cristóvão Buarque. Ali eu falei: Esse caboclo é bom! Esse caboclo é ajeitado!

Daí, há alguns dias fui ao seu gabinete com o Deputado Wilson Santos e,

conversando com ele, falei: olha, nessa área nós vamos combater a sonegação e vamos melhorar a

receita em torno de quinhentos milhões. Na hora que eu falei isso - estava o Deputado Wilson

Santos do lado - ele jogou a cadeira para traz, voltou e falou assim: “Com esse dinheiro eu poderia

reformar toda a rede estadual de ensino.”

Page 29: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 29 - Secretaria de Serviços Legislativos

Fiquei feliz com isso. Quer dizer, quando o Governador falou aquilo, eu falei

assim: então esse Governador está preocupado com a educação mesmo, porque foi uma fala de

reflexo dele. Ele falou: “Eu poderia melhorar a rede.”

Agora, o seu planejamento aqui foi tímido, pelo que o Governador propôs.

Mas eu quero dizer que também não tem muito de onde tirar. Eu também não

quero ser irresponsável aqui, não tem muito de onde tirar. Tem que rever, mas eu quero dizer, até

pelo Deputado Wilson Santos, até pelo Governador, porque eu vi a pauta positiva, eu quero pedir a

Vossa Excelência que olhe com carinho esse investimento da educação.

Era só. Muito obrigado!

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Obrigado, Deputado Zé Carlos

do Pátio.

Quero passar a palavra agora ao Oscarlino, Presidente do Sindicato dos Servidores

da Saúde.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Solicito a palavra, Sr. Presidente, para

pontuar uma questão. É muito rápido.

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Com a palavra o Secretário

Marco Marrafon, que solicita a palavra.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Caro Deputado Zé Carlos do Pátio,

agradeço muito as suas palavras. Ouvi-lo é sempre um exercício de aprendizado.

Apenas esclarecendo algumas questões, o que nós projetamos, por exemplo, o

crescimento, a variação anual entre 15%, 16%, na saúde deu 25%, na educação deu 11%, no ensino

superior 26%, e na ciência e tecnologia 24%.

Por que desses 11%? Primeiro quero dizer que os 25% da determinação

constitucional, que é o valor total, está mantido e é uma determinação mesmo do Governador para

avançar, e avançar em duas frentes. Isso eu também sempre falo em relação à saúde, porque a saúde,

aí até já buscando um pouquinho do questionamento também do Deputado Zé Domingos Fraga, nós

sabemos que precisa de mais recursos - o Oscarlino está aí e pode ouvir -, mas também precisamos

de mais gestão.

Há vários ralos de gestão, que nós começamos a identificar, que podem ser

sanados. Então, nós precisamos pensar que não basta apenas aumentar o recurso orçamentário e

aumentar a possibilidade financeira das Secretarias. Nós temos que aumentar a capacidade do Estado

de fazer concretizar. Essas duas frentes estão sendo trabalhadas. Então, muitas vezes não é só

aumentar o recurso para ter o resultado. Mas nós estamos com as duas. O Governador determinou

que fossem enfrentadas as duas questões em saúde, educação e segurança com aumento real de

recursos. É nesse ponto que não só em 2015 deve passar significativamente dos mínimos

constitucionais até a realização do exercício, como também em 2016 vai aumentar.

Só não cresceu mais a educação - nós estamos prevendo 11% em cima dos 25%,

que é a base -, porque nós temos um problema recorrente com o FUNDEB, me desculpe dizer isso

toda, mas é porque hoje um dos grandes problemas que nós temos no campo

orçamentário/financeiro é a União. Então, houve corte de recursos do FUNDEB. E FUNDEB é o

quê? Fundo da Educação Básica. Eles diminuíram corte, mandam menos para os municípios, volta

menos para o Estado. Então, nós não conseguimos projetar um aumento por conta desse Fundo, que

não é um Fundo Estadual, é federal de repasse para os municípios e Estados.

Page 30: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 30 - Secretaria de Serviços Legislativos

O Sr. Zé Carlos do Pátio (FALA FORA DO MICROFONE) - O Fundo é o

mesmo...

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Oi?

O Sr. Zé Carlos do Pátio (FALA FORA DO MICROFONE) - O Fundo é o

mesmo...

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Isso. FUNDEB.

O Sr. Zé Carlos do Pátio (FALA FORA DO MICROFONE) - O FUNDEB é o

mesmo.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Exato.

O Sr. Zé Carlos do Pátio (FALA FORA DO MICROFONE) - O problema não está

em o Governo Federal não mandar mais...

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Menos...

O Sr. Zé Carlos do Pátio (FALA FORA DO MICROFONE) - ...aconteceu que ele

mandou menos...

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Aí eu preciso analisar, porque a ideia

que eu tenho é que a educação básica estaria mais lá mesmo.

O SR. ZÉ CARLOS DO PÁTIO - Secretário, desculpe-me.

Secretário, novamente eu aqui.

Eu estou querendo dizer o seguinte: o FUNDEB diminuiu no Estado, mas

aumentou nos municípios. O valor do FUNDEB é o mesmo. O Governo Federal não cortou dinheiro

do FUNDEB.

Agora, o dinheiro do FUNDEB é diretamente proporcional ao investimento em

educação. Se você investir em educação, tiver matrículas em educação, aumenta o dinheiro do

FUNDEB. Se você não investir em educação, em matrículas, diminui o dinheiro do FUNDEB.

Então, quanto ao FUNDEB, não é que o Estado cortou.

O que tem que ser questionado no FUNDEB - e é um problema que estou abrindo

para um debate -, o Estado, por exemplo, tem que... O que está acontecendo é que os municípios

estão investindo mais em educação do que o próprio Estado.

Não é que foi cortado dinheiro do FUNDEB do Estado. O dinheiro que vem para o

Estado de Mato Grosso é o mesmo. O FUNDEB está diretamente ligado à população estudantil.

Agora, se está migrando...

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Aí que está a chave.

O SR. ZÉ CARLOS DO PÁTIO - Agora se está migrando o aluno da rede estadual

para o município, isso é uma falha do Estado. Inclusive, Secretário, estou entrando com uma

Emenda e já quero dizer isso aqui aos Deputados Dilmar Dal Bosco, Wilson Santos e Oscar Bezerra,

estou entrando com uma Emenda porque nem na nossa Constituição... Em minha opinião, um dos

melhores Deputados que já tivemos e eu conheci foi o Deputado Luiz Soares. Tenho vários

mandatos nesta Casa e, se tem um nome, uns dos três melhores Deputados que eu já vi na minha

vida se chama Luiz Soares, que foi o Relator da Constituição do Estado. Mas ali houve uma falha.

Nós nunca fortalecemos a educação infantil. Então estou entrando com uma Emenda para que a

educação infantil seja prioridade no Estado de Mato Grosso.

Então quero aqui colocar para os senhores que os municípios estão assumindo a

educação infantil, estão assumindo o ensino fundamental, a rede básica, e o Estado está se

acomodando. Com essa evasão escolar do segundo grau, inclusive com uns dos piores IDEBs, está

Page 31: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 31 - Secretaria de Serviços Legislativos

ocorrendo o que? Migração do FUNDEB para a rede municipal, e, por o Estado não estar

investimento em educação, vai cair o dinheiro do FUNDEB. Então é um dado preocupante. Eu não

vi esse dado de 11% como positivo, não. Eu vi como um dado preocupante.

E quero aqui dizer que eu quero abrir o debate com Vossa Excelência, abrir o

debate com o Deputado Wilson Santos, porque nós dois somos Deputados ligados à educação e é

importante nós vermos caminhos, porque a responsabilidade é nossa, caminhos para investimentos

na educação.

Estou abrindo essa questão para Vossa Excelência, porque, se Vossa Excelência

vir os números de forma fria, Vossa Excelência pensa que foi uma vitória, mas não foi, não. Esses

dados estão me preocupando.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Primeiro é preciso deixar claro que,

enquanto está sendo mantido no piso, está aumentando. Porém a questão é que a educação básica é

mesmo principal no município. Então isso que tinha que ser, porque está lá. Então essa é uma

política que nós afetamos, que estamos investindo. Mas se houve, não foi por número de matrícula,

não. Até nós racionalizamos este ano o sistema de matrículas e percebemos que tinham salas de aula

fantasmas. Então precisamos também pensar nisso para podermos adequar o quantum e fazer uma

gestão eficiente. Isso foi constatado na transição e foi uma das primeiras políticas que o Secretário

Permínio teve que detectar, porque havia matrícula duplicada, salas de aula fantasmas. Ou seja,

também inflar artificialmente para poder aumentar os recursos não me parece uma política

republicana.

Agora, o foco do FUNDEB é os municípios mesmo. Isso temos que deixar claro.

Nós temos o ensino médio como o principal foco, que é a parte constitucional do Estado, o Estado

auxilia os municípios na educação básica.

Outra questão, Deputado, que quero colocar para nós conversarmos é com relação

às emendas impositivas. É tranquilo que elas são de cumprimento obrigatório, ou seja, nós

começamos a liberar a reserva de contingência a partir de maio. Até tem um prazos, e tem uma

emenda do Deputado Zé Domingos Fraga em que ele coloca isso. Então é um compromisso que o

Governador assumiu. Portanto de maneira alguma essas emendas impositivas entram como se

fossem meramente simbólicas. Elas serão cumpridas. Então a partir de maio já começa a liberar

algum percentual da reserva de contingência. Elas estão previstas como obrigatórias, são impositivas

na Constituição, isso está previsto na LDO, nos mesmos termos, obedecendo a mesma

proporcionalidade e isso será cumprido.

Outra coisa que quero só pontuar, sem entrar muito na questão, porque sei que

poderemos fazer em outras oportunidades, até na execução orçamentária, que é um debate mais

profundo: Hoje temos muitos Fundos que estão inativos e podemos mesmo dentro dessa proposta

fazer uma extinção de ganho na maioria deles. Fundos ativos mesmo, entre os públicos, nós em

torno de vinte e seis apenas. Então, a partir daí, já é um ponto melhor, que é muito próximo do

número que Vossa Excelência entendeu como adequado. E nem todo recurso... Nós sabemos que

existe a Lei nº 360, que permite, de certo modo, uma destinação diversa do recurso do Fundo. Mas,

quando Vossa Excelência fala: “Estou pegando um dinheiro ‘x’, poderia ser algum Fundo diferente,

e esse dinheiro vai para folha de pagamento”, folha de pagamento, por exemplo, pode ser a folha de

pagamento da educação, porque a educação começou este ano com um déficit orçamentário de cento

e cinquenta milhões de reais somente na folha de pagamento. Ou folha de pagamento também pode

ser da segurança pública, que também tinha um déficit orçamentário da mesma monta. Aliás, a Drª

Page 32: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 32 - Secretaria de Serviços Legislativos

Josiane aqui me fala que é o dobro disso: trezentos milhões de reais, trezentos e cinquenta milhões

de reais.

Então é essa gestão que está sendo muito complicada. Se nós racionalizarmos a

questão dos Fundos, se conseguirmos trazer diretamente e se deixarmos só os Fundos que forem

estritamente necessários, é uma determinação política, é uma determinação governamental e cada

dia mais estamos avançando nisso para os Fundos serem aplicados da maneira correta, da maneira ao

fim que se destina.

Então só para prestar esses esclarecimentos.

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Quero passar a palavra ao Sr.

Oscarlino, Presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde.

O SR. OSCARLINO ALVES - Bom dia a todos!

Quero cumprimentar o Deputado Dilmar Dal Bosco, Presidente; o representante do

Ministério Público e meu amigo, Dr. Mauro Curvo; o Secretário de Planejamento, Dr. Marco, e sua

equipe aqui presente, o Superintendente e a colega gestora governamental.

No último dia 26 de junho, na sexta-feira, em assembleia geral, a minha categoria -

cumprimentar também o Deputado Wilson Santos, desculpe-me, Líder do Governo - decidiu, em

assembleia geral, no último dia 26, sexta-feira, a deflagração de greve, a partir do dia 14 de julho.

Portanto não estamos em greve ainda. Estaremos em greve a partir do dia 14.

E uma das pautas que nós trouxemos hoje para discutir aqui nesta Audiência

Pública é a questão do concurso público. Nós, da Secretaria de Estado de Saúde, estamos, há treze

anos, estamos inteirando o 13º ano sem concurso público na saúde pública do Estado de Mato

Grosso. Desde 2002 nós estamos sem concurso. Nós temos um déficit da mão de obra latente, tanto

é que nós temos hoje, dentro do Estado de Mato Grosso, dois mil cento e vinte e seis postos de

trabalho sendo ocupados por trabalhadores diretos, contratados temporariamente, dentro dos

hospitais que o Estado, na gestão passada, passou para a gestão da Organização Social de Saúde.

Nós não discutimos mais Organização Social de Saúde. Uma das pautas, um dos posicionamentos da

nossa gestão e dos trabalhadores da saúde é a retirada desse modelo de gestão das unidades. Nós não

discutimos mais, porque é uma situação que, se desse certo, ela estava instaurada.

As Organizações Sociais de Saúde, paulatinamente, estão entregando as unidades

novamente, devolvendo as unidades do Estado de Mato Grosso completamente sucateadas, com

trabalhadores doentes e sem insumos para poderem manipular, sem equipamentos, sem manutenção

dos equipamentos, as unidades totalmente depreciada, os escritórios regionais, unidades hospitalares,

ambulatoriais, Adalto Botelho, CRIDAC, CEOP, tudo. Tudo arrebentado foi entregue para essa nova

gestão.

Então uma situação hoje precária, situação que necessitamos tanto, uma das pautas

de reivindicação da nossa categoria é a realização do concurso público, é a sobrevivência da nossa

carreira. Nós temos hoje, em 2015, aproximadamente quatro mil e trezentos trabalhadores ativos

distribuídos no Estado inteiro, mil e setecentos aposentados, setecentos e cinquenta trabalhadores na

iminência da aposentadoria, mais de trezentos trabalhadores tombados em casa por problemas de

saúde. E temos incidência, prevalência na saúde do trabalhador na área de saúde mental de

trabalhador que está tomando medicamento antidepressivo para ficar em casa ou tomando

medicamento antidepressivo para ir trabalhar, suicidando em casa, suicidando dentro da unidade.

Isso são sintomas indicadores da impotência que sentimos hoje.

Page 33: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 33 - Secretaria de Serviços Legislativos

Trabalhadores da saúde que trabalham com vidas sem poder gerar, manipular e

entregar para a sociedade, que paga o nosso salário, serviços dignos e de qualidade.

Então, uma das pautas...

Inclusive, eu quero cumprimentar o colega representante da Educação aqui

presente.

São áreas essenciais tanto para a sociedade quanto para o Governo, mas nós

sempre somos deixados de lado, sempre deixados por último até aqui na fala, porque pedimos para

fazer a inscrição. Não foi por falta de ordem, não foi por desorganização da mesa, mas percebemos

que foi dada prioridade para outros e nós ficamos por último o que nos impediu, inclusive, de correr

e participar da CPI das Organizações Sociais de Saúde.

Então, a pergunta é a seguinte: nós analisamos, ontem, no site que dentro da peça

está dizendo, dentro das Despeças Obrigatórias, sobre a questão da previsão, da projeção que nós

temos de gastar cento e quarenta milhões com novos ingressos, com concurso publico.

Eu gostaria de deixar registrado aqui, de fazer uma pergunta ao Secretário: se a

Secretaria... Está se falando muito em concurso público, que é uma necessidade iminente da nossa

categoria até pelo seguinte, esqueci de pontuar: a questão previdenciária é uma questão preocupante

para o Estado como um todo. Na verdade, houve uma iniciativa do Governo passado para cumprir

com as prerrogativas previdenciárias para ter certidões, para o Estado poder receber as transferências

voluntárias. Pegaram todas as providências, os fundos previdenciários, juntaram num só, no MT-

Prev, que, ainda, é uma incógnita para nós como vai funcionar essa situação; pegaram o Poder

Executivo que tinha uma situação menos piorada que a de outros Poderes; juntaram tudo numa

situação só e nós temos o problema previdenciário.

Se nós não temos um fator renovatório; uma situação nesse ciclo renovatório da

mão de obra do fator produtivo, futuramente, se tivermos a extinção de uma carreira que tem seis

mil trabalhadores, sendo mil e setecentos aposentados e quatro mil e trezentos ativos, vamos virar

uma bomba previdenciária, porque, teoricamente, daqui a dezessete anos, se não tivermos uma

renovação, todos se aposentarão, vão usufruir do Fundo e quem vai pagar essa conta?

Então, lá na peça está dizendo que estão previstos cento e quarenta milhões; este

ano de 2015 está dizendo que tem uma previsão, aproximadamente, de oitenta milhões com gasto de

novos ingressos. Nós temos estudado um pouco a questão da política tanto em nível nacional quanto

em nível estadual e existe um processo de desmonte das carreiras públicas, uma situação muito

peculiar e favorável à terceirização, à privatização do setor público, com a instauração novamente do

Estado mínimo. E o Estado mínimo nas décadas de 70, 80 os serviços públicos de saúde foram

aparelhados e entregues, no início da década de 80, à iniciativa privada. Em 1986, com a 8ª

Conferência Nacional de Saúde; em 1988, com a máxima da Constituição Federal, garantiu-se essa

política pública fantástica que é o Sistema Único de Saúde que está em processo de desmonte. Não

funciona; não está funcionando no Estado e um dos fatores críticos é justamente essa: a precarização

da mão de obra. Contrata-se pessoa jurídica; inflaciona-se o mercado; médicos ganhando muito

dinheiro; profissionais ganhando pouco; a situação precarizada dentro das unidades. E o que as

unidades públicas de saúde do Estado viraram? Viraram uma fábrica de doenças. Nós estamos

fazendo procedimentos de baixa complexidade, onde ao grosso modo uma extração de unha vira

procedimento; o corpo humano foi colocado em várias partes. São feitos vários procedimentos para

justificar um só. Então, essa produção tem larga escala.

Page 34: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 34 - Secretaria de Serviços Legislativos

A judicialização da Saúde com o estrangulamento da regulação que não funciona

no Estado de Mato Grosso...

Eu vi até o Deputado Emanuel Pinheiro propor a aplicação de mais recursos na

Saúde. E concordo nessa fala com o Secretário de Estado de Planejamento que a questão não é só

colocar dinheiro. É preciso criar uma capacidade de gestão. E discordo do posicionamento que o

funcionário de carreira, médico e ex-Secretário de Saúde, Vander Fernandes, deu no seu depoimento

na CPI, dizendo que a culpa é do trabalhador. Não é! Ele disse que a capacidade de gestão é

problema oriundo do trabalhador, mas não é. A gestão tem que ser instalada, sim, dentro da

Secretaria. Nós temos que ter política para seguir e temos que ter vontade para fazer com que a 866

funcione.

Eu escutei, também, em Sorriso, quando foi entregar o hospital, intervir na entrega

do hospital e prometer para entregar ao consórcio, que o Estado não funciona. O Estado é preparado

para não funcionar, porque se o Estado for aparelhado; se ele tiver, sim, responsabilidade fiscal,

transformar em responsabilidade, mas ouvir o controle social e a população também, nós teremos

condições suficientes para termos sucesso em nossa empreitada.

Então, volto a minha pergunta.

Eu pergunto ao Secretário de Estado de Planejamento se dentro desses cento e

quarenta milhões...

Porque nós estamos prevendo no PPA, agora, no que concerne à Secretaria de

Estado de Saúde... A previsão do concurso público para 2016, e na peça orçamentária está dizendo

dos novos ingressos e de um gasto de cento e quarenta milhões nas despesas obrigatórias.

Então, eu gostaria de saber se a Saúde está contemplada nessa situação.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Obrigado, Sr. Oscarlino.

Está contemplado, sim. Nós temos uma previsão de contratação de abertura de

concurso para 2016 de quatrocentos e setenta profissionais de Saúde de nível médio e de nível

superior de apoio ao SUS. Possivelmente, chamará grande parte em 2016, mas tem uma

programação para 2017, também, já na sequência. Então, isso está bem alinhado.

Nós acreditamos que o reforço à Saúde é muito importante. Queremos estar com

Vossas Excelências para conversar sobre isso. Nós sabemos que os direitos têm que ser respeitados.

Nós respeitamos, temos força democrática suficiente e argumento para debater e, inclusive, mais.

Eu gostaria até que o senhor pudesse nos ajudar a repensar os modelos de gestão. É

lógico que tem todo um debate acerca da OS. Eu não quero, hoje, comentar especificamente sobre

isso, porque há modelos que funcionam e outros que não funcionam; há, também, um problema

interno de como foi feito em Mato Grosso, enfim. Mas nós queremos valorizar o servidor, trazê-lo

para dentro da gestão, inclusive, para que possamos construir juntos uma política que estabeleça uma

métrica de como buscamos esses resultados até para premiar os melhores profissionais. Esta é uma

ideia que nós temos. Queremos valorizar o servidor que se dedica e que está aí sempre, porque

sabemos, também, que não é privilégio do servidor, nem do empresariado privado. Todas as classes

advogados, médicos, enfim, tem gente mais animada, que trabalha mais, que gosta mais do que faz e

tem gente que, muitas vezes...

Nós precisamos, hoje, em termos de gestão...

E isso é fazer conjunto com o Sindicato e saber separar o joio do trigo, porque isso

está em todas as categorias.

Quero convidá-lo em relação a isso.

Page 35: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 35 - Secretaria de Serviços Legislativos

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Obrigado, Secretário.

Agora, com a palavra a Srª Wellida Carvalho, Assessora Jurídica do Deputado

Zeca Viana.

Depois, o Sr. Orlando Francisco, último inscrito.

A SRª WELLIDA CRISTINA CARVALHO - Bom-dia!

Devido à exiguidade do tempo, eu gostaria de cumprimentar as autoridades aqui

presentes em nome do Deputado Dilmar Dal Bosco, que é o Presidente da Comissão de

Constituição, Justiça e Redação.

O Relatório de Gestão Fiscal do 1º Quadrimestre deflagrou que houve um gasto

excessivo com a despesa do pessoal, extrapolou o limite constitucional. Lá constam 49,85%.

Nessa linha de intelecção, eu gostaria de saber quais as medidas cautelares e

preventivas adotadas pelo Governo e sua equipe visando à correção dos riscos fiscais, que, inclusive,

devem constar na Lei de Diretrizes Orçamentárias, no Anexo dos Riscos Fiscais, em conformidade

com Art. 69 da Constituição Federal, cumulado com o Art. 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Bem como o Art. 4º § 3º da Lei Complementar, também, impõe essa obrigatoriedade ao Poder

Executivo.

Então, extrapolou, tem um limite mínimo, um limite emergencial e isso é preciso

ser revisto, porque tem cargos comissionados e é uma reivindicação para que sejam nomeados os

concursados, enfim, para que a máquina pública possa funcionar com equilíbrio das suas contas

públicas.

E a minha última pergunta é no que concerne a página 61 do anexo do Projeto de

Lei encaminhado a esta Casa de Leis.

Qual é a margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado em

relação aos cargos comissionados? Porque lá está em branco. No RAG - Relatório Anual de Gestão

de lá não consta nada.

Em conformidade também com o art. 4º, § 2º, inciso 5º, da Lei Complementar nº

101/2000... Depois, eu gostaria também de passar a palavra para o meu colega, que não está inscrito,

que é Assessor do Deputado Zeca Viana, para fazer uma pergunta em relação aos Fundos que foram

instituídos à questão do repasse para a Conta Única.

Todos os Fundos agora recebem diretamente na Fonte 100. É a Lei Complementar

nº 481, de 28 de dezembro de 2012. Essa Lei Complementar demonstra que todos os Fundos, todos

os repasses são diretamente para a Conta Única.

Passo a palavra ao meu colega Luís Carlos Nespoli.

O SR. LUÍS CARLOS NESPOLI - - Bom-dia a todos!

Cumprimento os componentes da mesa em nome do Deputado Dilmar Dal Bosco,

Presidente desta Audiência Pública.

Gostaria de saber... A Lei Complementar 101/2000 estabelece que tem que conter

no anexo a situação financeira dos Fundos, para corroborar com a ideia do Deputado Zé Domingos

Fraga e do Deputado Zé Carlos do Pátio. A situação financeira dos Fundos, como foi dito, está toda

na Conta Única, porém, vou dar um exemplo: existe a Lei Complementar nº 527/2014, aprovada por

esta Casa, de autoria do Deputado Zeca Viana, que estabelece 10% do Fundo de Combate e

Erradicação da Pobreza às APAEs, só que como está sendo recolhido na conta do Tesouro, Conta

Única, como vai ser feito esse repasse? Essa é a minha pergunta.

Page 36: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 36 - Secretaria de Serviços Legislativos

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - A última parte... Eu estava olhando

um dado da LRF e não prestei atenção. Desculpa-me.

O SR. LUÍS CARLOS NESPOLI - É que existe a Lei Complementar nº 527/14, de

autoria do Deputado Zeca Viana, que destina 10% do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza

às APAEs, como seria a aplicabilidade? Visto que esse Fundo já está sendo recolhido direto na conta

do Tesouro.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Primeiro, nós temos que diferenciar

um pouco a situação. Nós vínhamos num modelo de gestão que não era de conta única, era de caixa

único, misturávamos como você está dizendo. Agora a determinação política é que isso já está sendo

segmentado e as coisas estão mudando.

Nós temos até o final do exercício para resolver o repasse das APAEs e esse Fundo

de Combate e Erradicação da Pobreza. Então, isso vai ser complementado e vai ser repassado

durante o exercício. Ou seja, não há nenhum problema neste primeiro momento de você segurar para

depois cumprir o mandamento dentro do exercício, porque a regra da Lei não é tão específica a esse

ponto. Então, não haverá nesse ponto nenhum prejuízo em relação a isso, será tudo repassado.

O SR. LUÍS CARLOS NESPOLI - E em relação aos demais Fundos que têm que

constar em anexo?

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - É essa exigência que eu pedi até para

verificarem.

O SR. LUÍS CARLOS NESPOLI - O art. 4º da Lei nº 101, § 2º, inciso IV, alínea

“b”: “O anexo contará ainda a avaliação da situação financeira e o atuarial dos demais fundos

públicos e programas estatais de natureza atuarial.”

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Mas esse consta que é o Fundo da

Previdência. Natureza atuarial é que resolve o problema. Não são todos os Fundos, são os fundos de

natureza atuarial e a previdência está lá.

O SR. LUÍS CARLOS NESPOLI - Olha na alínea “a”.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - É também não é de natureza atuarial.

O SR. LUÍS CARLOS NESPOLI - Ok, muito obrigado.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Deixe-me responder a pergunta da....

Como é o nome?

A SRª WELIDA CRISTINA - Welida Cristina.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Welida, perguntado da margem para

expansão para cargo comissionado em pleno momento não tem diminuição. Inclusive, nós sabemos

que estão defasados os salários dos comissionados. Nós pegamos pessoas de alta qualificação, com

funções importantíssimas e com salário muito abaixo do que o mercado ofereceria. Isso está sendo

uma dificuldade.

Com relação à LRF, nós sabemos que tem algumas medidas que são determinadas

constitucionalmente quando você extrapola o teto, não só o limite prudencial, mas o teto que é o

nosso caso, porque seria quarenta e nove a parte do Executivo.

Então, seria corte de 20% dos comissionados, nós já fizemos mais do que isso. O

nosso índice está chegando em torno de 25% dos cargos comissionados, porque haveria, mais ou

menos, três mil e setecentos cargos, não as funções, e nós cortamos na primeira projeção mil e cem,

mas com a aprovação da Assembleia Legislativa chegou a mil. Então, chegou a um percentual

próximo de 30%.

Page 37: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 37 - Secretaria de Serviços Legislativos

Na sequência, nós apostamos numa anomalia que houve em relação a 2014, porque

em janeiro de 2014 foi paga a parcela do FEX referente ao último período de 2013, gerou o quê?

Levou a receita. Nós operamos a 49% sem essa receita e ela é muito significativa para trazer o índice

para baixo.

Paralelo a isso, nós estabelecemos outras medidas, porque foi uma - eu digo isso

com muita sinceridade, muito até contra parecer, opiniões minha ali no planejamento - uma medida

de muita coragem política do Governador de assumir todos os aumentos que foram dados em 2014 e

ainda por cima o parcelamento foi de extrema necessidade, o parcelamento do RGA-Reajuste Geral

Anual. Mesmo assim, não haverá perda, ação que poderíamos dizer um deferimento, um pedido para

que esperasse mais um pouco, porque em novembro paga a segunda parcela do RGA, já começa a

ficar FU; em janeiro o RGA será reposto, ou seja, não haverá perda. Isso vai ser atualizado.

Então, foi uma medida de muita coragem, mas muita coragem porque nós tivemos

que sentar junto à Secretária de Estado de Fazenda, fazer um planejamento integrado de aumento de

receita, de pensar em novas maneiras de executar políticas públicas, porque quando eu comprometo

muito com a folha, eu perco dinheiro de investimento, e aí fica um governo para se pagar. O Estado

não retorna, ele paga a folha de pagamento, paga o custeio dele e não retorna para a sociedade

Nós tivemos que fazer uma agressiva formulação de políticas de receita junto com

medidas que foram tomadas há pouco tempo de renúncia fiscal para incrementar a receita para evitar

as outras medidas. Por que o que a Constituição e a Lei falam? Na sequência, nós teríamos que

mandar embora os servidores que estão em estágio probatório. Por último, se não voltasse os

servidores abrir processo contra servidores efetivos. Nós não trabalhamos com essa hipótese. Nós

acreditamos que com corte de comissionados, com as medidas de incremento da receita, a nova

política fiscal de renúncia, nós vamos reenquadrar já para o segundo quadrimestre. Se vier o FEX, o

enquadramento é certo, porque ele é um determinante.

Eu, inclusive, tenho uma posição jurídica muito forte de que deveria ser possível

contabilizar o FEX mesmo não recebido, porque ele é direito creditório, líquido e certo. A União nos

deve; o Governo Federal nos deve e isso não é brincadeira. Eles não podem brincar com o Estado

como estão fazendo. Eles querem resolver o primário deles ferrando o primário nosso. Agora, se é

direito creditório nosso, tinha que contar. Mas isso é uma disputa jurídica que nós vamos

eventualmente enfrentar nesse quesito.

A SRª WELIDA CRISTINA - Gostaria de agradecer a sua consideração.

No entanto, Secretário, essas medidas, como o senhor bem falou, são salutares,

tem a questão do FEX, mas elas têm que constar expressamente dos anexos dos riscos fiscais, e lá

não consta. Se no decorrer do ano o Governador resolver adotar outras medidas, isso não ficou claro.

Então, em homenagem ao princípio da publicidade, da transparência, esculpidos

no art. 37 da Constituição, atendendo também a Lei de Responsabilidade Fiscal, dando total

cumprimento a ela, essas medidas têm que estar adotadas no anexo dos riscos fiscais.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - É que aí tem só um detalhe: nós não

contamos que teremos esse problema em 2016. Essa lei é para 2016.

As medidas já começam agora e todas as medidas que forem sendo tomadas em

relação, por exemplo, à previsão de 30% da renúncia já estão previstas para valer no ano que vem.

O FEX está contabilizado no global da receita.

A LDO para 2017 já é outra situação. Nós estamos fazendo a LDO para 2016. E eu

disse para você um pouco antes: nós precisamos regularizar a situação para o segundo quadrimestre

Page 38: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 38 - Secretaria de Serviços Legislativos

para poder pagar o RGR - Reserva Global de Reversão em novembro. A data de novembro, quando

foi acertada, não é uma data aleatória, da nossa cabeça, porque nós achamos bonito, é porque temos

que fechar o segundo quadrimestre de 2015, não é de 2016 - a LDO não regula 2015 -, e fechar o

segundo quadrimestre em situação de retorno. Se não tiver a situação de retorno, teremos que

reestudar as medidas e, se necessário, tomaremos as medidas legislativas necessárias para promover

as inclusões.

Mas esse não é um cenário que trabalhamos hoje, até porque a receita sempre é

estimada e todas as estimativas para 2016 estão no anexo e estão bem tabuladas, tanto que dá um

valor muito alto, da receita de dezesseis bilhões de reais.

A SRª WELIDA CRISTINA - Se me permite discordar, até porque estou na

qualidade de assessora em relação à questionamentos mesmo, verificamos que a extrapolação desse

limite ocorreu no primeiro quadrimestre. Isso está no relatório de gestão fiscal.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Claro. O segundo é para corrigir.

A SRª WELIDA CRISTINA - Deixe-me só concluir...

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - O segundo extrapolou e o segundo é

que queremos corrigir.

A SRª WELIDA CRISTINA - Mas essas medidas não constam. Esse é o meu

questionamento. Não tem...

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Não é para regular agora, é para 2016.

A LDO é de 2016. Não precisa dessas medidas.

A SRª WELIDA CRISTINA - Tudo bem.

Finalizada essa controvérsia, eu gostaria também de ressaltar que o relatório de

gestão fiscal está em desconformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ele não foi publicado

com as assinaturas digitais que devem constar - está publicado no dia 29 de maio sem a assinatura do

Governador, dos Secretários-Adjuntos -, bem como no relatório de gestão fiscal também está

ausente a disponibilidade de caixa, bem como ainda os restos a pagar. Não tem esses demonstrativos

lá.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Qual relatório? Você está falando do

quadrimestre?

A SRª WELIDA CRISTINA - Do quadrimestre, onde foi deflagrada a estrapolação

dos limites constitucionais com despesa com pessoal.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Veja só, no relatório que é entregue ao

TCU já constava tudo. É lá que tem que estar restos a pagar. Você precisa analisar.

Agora, a questão do relatório de gestão fiscal, eu não posso dizer em relação à

assinatura se foi uma chancela ou se tem uma assinatura publicada eletronicamente. Eu preciso

verificar. Até peço ajuda para o pessoal da Fazenda, que é o responsável mais imediato por isso. Mas

não me parece que essas questões formais, primeiro, tenham a ver com a LDO, com o debate de

hoje. Mas nós podemos verificar e, se tiver algum problema, podemos corrigir. Isso é tranquilo.

A SRª WELIDA CRISTINA - Eu gostaria que ficasse constado, então, registrado

na imprensa o meu pedido de encaminhamento desse relatório, porque o Deputado já pediu, por

meio de Memorando, para a Mesa Diretora, bem como ao Presidente da Comissão de Fiscalização e

Acompanhamento da Execução Orçamentária, o encaminhamento desse relatório e até o presente

momento não... O que consta é só a publicação, sem assinatura, faltando o demonstrativo.

Page 39: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 39 - Secretaria de Serviços Legislativos

Então, eu peço que seja encaminhado para o gabinete do Deputado para ele tomar

maior conhecimento, para atuarmos juntos, numa gestão fiscal transparente, para melhoria da

aplicação dos recursos públicos, onde precisam ser investidos realmente.

Muito obrigada por seus esclarecimentos.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Eu quero justificar que o

Deputado Emanuel Pinheiro também estava inscrito.

Quando o Oscarlino fala da prioridade, o Deputado Emanuel Pinheiro também

estava inscrito, e não pode ficar para escutar a todos, assim como o Deputado Pedro Satélite, que

também teve que se retirar, e o Deputado Emanuel Pinheiro tem várias emendas apresentadas na

LDO, que ele ia comentar, ia discutir, fazer suas ponderações, mas teve que sair também devido ao

tempo de cada orador. Mas ele vai debater tanto na Sessão quanto na próxima Audiência Pública.

Vejo que a próxima Audiência Pública - teremos que discutir no Colégio de

Líderes - talvez não possa ser agora no dia 02, por questões legais, não legais, porque já tínhamos

programado, mas pela questão do tempo, e, talvez, prorrogá-la para o início da semana que vem.

Passo a palavra ao Sr. Orlando Francisco, Secretário de Finanças do SINTEP.

O SR. ORLANDO FRANCISCO - Quero cumprimentar a mesa na pessoa do

Deputado Dilmar Dal Bosco, senhoras e senhores, boa-tarde!

Antes de entrar no ponto educação, Secretário, quero dizer represento o SINTEP

Mato Grosso no Conselho Estadual de Saúde, segmento usuário, e tenho alguns pontos de grande

relevância com relação à saúde.

Primeiro, o PPA 2012/2015 já previa para 2015 13% para a saúde, inclusive em

2013 já também garantiu orçamento para o concurso público. Lá no PPA está sete mil reais para o

concurso público, que já vai fazer duas décadas.

Com relação ainda à saúde, que não é diferente da educação, que tem um vício de

origem, inclusive eu já fazia um questionamento com os Secretários da pasta, tanto da educação

quanto da saúde, mas o que está sendo colocado para nós da educação e da saúde é que o Secretário

da pasta não tem autonomia de gestão financeira. Está colocado para o Secretário de Educação que

ele vai ter que cuidar do ciclo, da meritocracia, dos problemas da educação, questão pedagógica; ao

Secretário da Saúde para cuidar da dengue e da hanseníase. Mas onde está a autonomia financeira

desses Secretários?

Para nós isso é gravíssimo, porque quem responde pelo Orçamento da pasta da

educação tem que ser o Secretário de Educação, é obvio, junto com o Governador e o Secretário de

Saúde a mesma coisa.

Mas, para concluir, por causa do tempo já avançado, erros de origem nos dados

que o próprio Secretário traz aqui: tanto na Audiência da judicialização, como na Audiência Pública

do quarto quadrimestre de 2014, nós já fazíamos esse questionamento e não nos foi dada resposta,

tanto que nós fomos convocados pelo Secretário de Fazenda, os técnicos da SEFAZ tentaram nos

explicar, mas também não conseguiram.

Por exemplo, o custeio da folha, que o Secretário acabou de falar, no caso da

educação, primeiro, o art. 245, da Constituição Estadual, expressa 35% de recurso para a educação e

o Estado está aplicando, e olha lá, os 25%. Esse é o primeiro ponto.

Ainda com relação ao FUNDEB, mesmo que houve redução, Secretário, o senhor

está falando, que é correto, houve redução, mas os 13% do custo/aluno quase diferencia essa perda

Page 40: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 40 - Secretaria de Serviços Legislativos

da receita do FUNDEB. Agora, o maior estrangulamento da folha acontece porque o Estado paga a

folha também dos segurados e dos aposentados. Isso tem um incremento que vai ultrapassar os

limites que o próprio Governador tem colocado sobre os limites de responsabilidade fiscal. Uma

coisa são 25% e outra coisa são 35% de aplicação na educação.

Então, para concluir, se reduzir de um bilhão e novecentos, que estava previsto

para o Orçamento de 2015, se deduzir os segurados e pensionistas, daria inclusive para ter pago a

recomposição integral da Lei nº 510 no mês de maio para a Educação, mas não pagou. Aliás,

descumpriu a Lei. A Lei nº 510 também é Lei, foi assinada por um Governador.

Então, além dessa questão dos 35%, nós temos o custeio da Previdência que está

sendo paga pelo Recurso do Tesouro. A pergunta que fazemos é a seguinte: E o dinheiro da

Previdência, o recurso que nós pagamos da Previdência? Além dos 11% que o trabalhador paga há

mais a contrapartida do Estado. Por isso estamos colocando que há um vício de origem.

Como do primeiro quadrimestre de 2015 nós do Conselho não recebemos o

Relatório Anual de Gestão - RAG ainda, e na Educação não temos ainda toda a peça integral, para

chegar à conclusão de que realmente saiu da folha o que é custeio da previdência, para que possamos

chegar à conclusão dos percentuais mínimos, então fazemos a seguinte pergunta: Estão sendo

inseridos na LOA de 2016 ou não vão incidir na LOA de 2016 os segurados e pensionistas? No

primeiro quadrimestre de 2015, está inserido o custeio da previdência pago pelo Recurso do

Tesouro?

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Quero agradecer a todas as

indagações.

Pela inscrição, temos o Deputado Wilson Santos. Vossa Excelência já quer usar a

palavra? Então vou passar a palavra para Vossa Excelência.

Antes, porém, pergunto ao Secretário se ele quer responder as indagações do Sr.

Orlando Francisco.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Orlando, você toca em dois pontos

fundamentais.

O primeiro deles é sobre essa questão previdenciária, que é uma questão séria e

com a qual temos uma preocupação muito grande. Não é só uma preocupação de Mato Grosso, não;

é uma preocupação do Brasil; é uma preocupação global. E sabemos que, em relação a isso, há uma

política pública em andamento, que é justamente a possibilidade da instauração dos fundos do MT

Prev, ajudar a refinanciar o déficit atuarial que sabemos que gira em torno de setecentos milhões. Já

deve quatorze bilhões só a Previdência do Estado. E precisamos estabelecer uma diferenciação

muito clara entre o passado e o futuro, para que o passado não venha comprometer as futuras

aposentadorias.

Quando você fala: “Mas e os 11%?” O fato básico é: na Educação a informação

que tenho é que a coisa ainda se financia, mas em grande parte os 11% são insuficientes. E a

contrapartida do Estado também sai da Fonte 100, ou seja, está saindo do recurso ordinário do

Tesouro. Então tanto a contrapartida quanto a suplementação que estamos fazendo para cobrir a

Previdência, ainda enquanto era o FUNPREV, ela é do recurso ordinário do Tesouro e ela é, de certo

modo, política pública do Governo, política previdenciária. Não podemos deixar vocês na mão de

maneira nenhuma. Daqui a pouco, quando cada um de vocês se aposentarem, cada um vai querer ter

sua aposentadoria nos termos legais, e o Estado vai dar conta disso.

Page 41: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 41 - Secretaria de Serviços Legislativos

E a política pública está em andamento, você sabe, agora já avançou, a MT Prev

houve um tempo em que estava pela escolha do Presidente, mas esperamos que as coisas sejam

encaminhadas com maior celeridade, na medida em que precisamos constituir os Fundos para tentar

resolver esses passivos atuariais e balancear a questão.

Por hora, ainda está incluída a questão previdenciária na previsão orçamentária,

enquanto não começa a gerar resultados as políticas do MT Prev. Se era essa a sua pergunta, estamos

incluindo os aposentados e pensionistas, até porque não podemos perder o compromisso com os

aposentados e pensionistas servidores do Estado de Mato Grosso.

Em relação... Eu não entendi bem, na verdade, mas quero crer que você não está

me propondo de novo a volta das ilhas, que tanto danaram o nosso Estado, porque o Secretário era

um pequeno imperador em seu feudo. Isso é um dos grandes modelos de transformação que estamos

fazendo.

Nós estamos fazendo um modelo de gestão top-down, é central mesmo, não temos

medo de dizer, em que se faz uma orientação estratégica em diálogo profundo com todas as

Secretarias. Inclusive, no seu caso específico, o Secretário Permínio, Secretário de Educação, foi

ouvido, os servidores foram ouvidos e montamos um mapa da estratégia, tiramos do mapa da

estratégia um modelo de gestão com prioridades governamentais em que os Secretários - incluo-me

nessa, porque sou Secretário e devo continência ao mandatário que foi eleito, que foi pedir voto ao

povo, o Governador e o Vice-Governador - são determinados por uma política governamental que

foi pautada no Plano de Governo. Essa metodologia é top-down, de cima para baixo, centro para

setorial, mas fazemos tudo dialogado. Mas nós, de acordo com o plano do Governador e em comum

acordo com o Secretário, que estabelecemos diretrizes intimando uma primeira versão do acordo de

resultados.

Segunda-feira tem um novo acordo de resultados na educação e na saúde, e vocês

poderão saber, acompanhar, monitorar passo a passo as obrigações que os Secretários assumiram

com o Governador.

Nós mandamos uma primeira Missão. “Olha, o Plano de Governo que foi eleito

pela população quer isso. Como você vai fazer?” Ele vai dar as regras. Isso volta para a Secretaria de

Planejamento. Vamos à Governadoria. Fazemos um debate interno, chamamos o Secretário,

fechamos o acordo de resultado. Segunda-feira todos os acordos de resultados estarão fechados,

prontos para a assinatura, e nós entendemos que é com essa integração, com planejamento central,

inclusive financeiro... Eu não posso quebrar o Estado. Eu tenho que cuidar do Estado de Mato

Grosso para os outros Governos que virão, para as próximas gerações que estão vindo aí. E essa

responsabilidade está até no lema do Governador.

Então, nós temos uma central de gestão financeira, de gestão de políticas públicas

em diálogo com todas as Secretarias, à qual Secretário de Planejamento está submetido. Muitas

vezes eu sofro muito com restrição orçamentária. Você não imagina o quanto, entendeu? Meu

Secretário Adjunto de Orçamento fala: precisamos mandar para a segurança, vamos tirar oitocentos

mil do orçamento da SEPLAN, eu corto despesa, foi uma das Secretarias que cumpriu as metas de

redução de despesas. Então somos todos submetidos a um planejamento central, que, por sua vez,

está fulcrado... No primeiro momento da minha fala, eu disse: uma pequena grande mudança que o

Governador fez foi o Estado de transformação, que começa com o compromisso do Governo com o

plano de Governo vitorioso nas eleições.

Page 42: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 42 - Secretaria de Serviços Legislativos

Então essa é a lógica mesmo. Eu gostaria mesmo de pedir a sua compreensão. Se

você tiver dúvidas do funcionamento do sistema, eu posso recebê-lo lá para nós esclarecermos. Mas

não haverá nenhum Secretário - incluso este que fala - que atue como uma ilha no Governo Pedro

Taques.

O SR. ORLANDO FRANCISCO - O Secretário responde como ordenador. Quem

é o ordenador é ordenador de despesa e de receita, melhor, de receita primeiro.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Meu amigo...

O SR. ORLANDO FRANCISCO - Neste caso não está na lei?

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Não está, a gestão estratégica não está

na lei, nós damos as estratégias e as macropolíticas, a execução, a ordenação de despesas e os gastos

são básicos operacionais. Nós temos três níveis de gestão do Estado. Essa é a diferença do nível de

Secretário para o Superintendente e Coordenador. Ele tem que gastar o dinheiro de acordo não com

o que ele pensa do umbigo dele, seja quem for, mas de acordo com o planejamento estratégico do

Governo. E a gestão estratégica não tem a ver com ordenação de despesa. É o momento de pensar

estrategicamente o nível de despesa pública, e aí ele tem que executar, sendo que essa execução é

um diálogo com o Plano de Governo e com o que o Secretário pensa, porque, se ele não se adéqua

ao Plano de Governo, ele não pode ser Secretário, seja quem for. Se eu não me adequar, eu também

estou saindo.

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DA BOSCO) - Obrigado, Secretário. Passar a

palavra aqui ao Líder do Governo, Deputado Wilson Santos, para depois nós encerrarmos.

O SR. WILSON SANTOS - Muito obrigado, Presidente da Comissão de

Constituição, Justiça e Redação, Deputado Dilmar Dal Bosco. Quero, primeiro, lamentar aqui a

ausência da população, principalmente das organizações não governamentais, dos sindicatos, das

entidades que representam parcela expressiva da sociedade. Nós cansamos de chamar, de avisar, de

convidar para esta Audiência Pública importante.

Nos Estados Unidos, na Europa Ocidental, esse é o tema mais importante do

Parlamento. Quando da discussão do orçamento para o ano vindouro se para tudo e a sociedade

discute intensamente onde cada real, cada dólar, cada euro dos seus impostos será aplicado.

É lamentável uma Audiência Pública tão esvaziada como esta. A Assembleia

Legislativa expediu centenas de convites para essas entidades e não comparecem, mas eu quero

parabenizar aquelas que compareceram.

Secretário, para o exercício de 2014 a Assembleia Legislativa concedeu ao

Executivo uma capacidade de suplementação de 1/3 do Orçamento, que chegou, aproximadamente, a

4,7 bilhões de reais.

A pergunta é a seguinte: qual é o percentual ideal para a suplementação do

Executivo Estadual?

Outra pergunta ou, talvez, uma observação: nós entendemos que é fundamental

que haja clareza em relação ao cumprimento das emendas impositivas do Parlamento Estadual.

Assim como o Governo Federal assumiu o compromisso de cumprir as emendas impositivas, aqui,

no Parlamento, há muita dúvida em manter essa previsão na reserva de contingência e há uma

simpatia unânime em aprovar emenda do Deputado Zé Domingos Fraga no sentido de fazer essa

amarração com mais firmeza e clareza.

É a segunda observação que eu faço para Vossa excelência.

Page 43: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 43 - Secretaria de Serviços Legislativos

Outra observação é no Projeto FETHAB. Na remodelação do FETHAB eu

pretendo apresentar uma emenda que garanta recursos, também, à área da Saúde, até porque para a

área da habitação quando surgiu o FETHAB, no ano de 2000, não existiam tantos programas

habitacionais em nível nacional como o “Minha Casa, Minha Vida”. Então, com a existência do

Programa “Minha Casa, Minha Vida”, se nós garantirmos no FETHAB somente recursos para

contrapartida, no máximo em uma década teremos eliminado o déficit habitacional em Mato Grosso.

Então, diante desta análise, eu gostaria que Vossa Excelência respondesse sobre a

minha possível emenda ao Projeto de Lei que irá aterrissar em breve nesta Casa sobre o FETHAB

pelo qual eu pretendo garantir o mínimo de 5 a 20% dos recursos do FETHAB para investimento na

Saúde.

Outra pergunta, Sr. Secretário: eu pretendo, também, fazer emenda ou, talvez,

fazer uma lei que garanta crescimento escalonado dos recursos para a Educação para que nós

possamos, dentro de alguns anos, atender os 35% que o legislador constituinte garantiu na

Constituição Estadual de 1989.

Eu pretendo garantir aqui, ou na LDO ou na LOA ou por meio de Lei Ordinária ou

de Lei Complementar, que nós façamos o escalonamento desde o primeiro ano do Governo Pedro

Taques para sabermos quando atingiremos os 35%, porque sabemos que é impossível atender de um

dia para outro. Mas nós precisamos ter clareza nessa política pública crescendo 0,5% ao ano, 1%,

não sei quanto, mas temos que deixar claro esse crescimento.

São estas as perguntas e observações, Secretário Marco Marrafon, desde já

agradecendo a presença de Vossa Excelência nesta Casa.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Meu querido Deputado Wilson Santos,

é sempre uma satisfação ouvi-lo.

Como eu digo, a grande questão do debate é que, às vezes, em pouco tempo você

aprende muito. É sempre importante que possamos dialogar e trocar algumas ideias.

Eu acho que tem uma possibilidade muito boa de diálogo sobre a questão da

Reserva de Contingência. Não é uma pauta para nós, digamos... É importante, mas nós colocamos

como debate, até porque, como eu disse, será cumprida. A partir de maio isso já começa a ser

destravado, enfim. Eu vou antecipar isso ou o Deputado Zé Domingos Fraga propôs um cronograma.

Parece-me que não seria esse um grande dilema com relação às emendas parlamentares.

Quanto à margem de suplementação e remanejamento é importante dizer,

Deputado, que é preciso diferenciar inúmeras situações existentes na própria Lei 4.320. Então, tem-

se a possibilidade de suplementação por excesso; a possibilidade de suplementação por superávit; de

mandar à Assembleia Legislativa créditos constitucionais, enfim. Há um contexto em que isso

precisa ser melhor quantificado.

Agora, o que eu posso lhe assegurar é que justamente esse fato de estabelecer

índices tão altos de remanejamento do próprio Orçamento advém de um contexto de ausência de

planejamento - ele é a prova cabal disso - e, também, de um Orçamento que subestimado, que não

atende as despesas mínimas.

Então, isso não corrobora com aquilo que vimos tentando fazer, de modo que nós

temos lutado de forma fervorosa para que se diminua significativamente esse valor dentro da nossa

proposta.

Agora, eu tenho que ser muito sincero, quando falei da garantia do orçamento aos

Poderes, da responsabilidade com as Secretarias, me veio à lembrança um pouquinho todo o

Page 44: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 44 - Secretaria de Serviços Legislativos

contexto da Lei de Responsabilidade Fiscal em que era necessário, ou mesmo das medidas do

Governo do, então, Presidente Fernando Henrique, a partir de 1994, criar certa cultura da eficiência,

da leveza. Por isso foram tomadas medidas drásticas legislativas para que pudesse se sustentar o

Plano real. Nós sabemos que o Plano Real não teria tido sucesso se não fossem as medidas de

austeridade e não havia uma cultura de austeridade em relação a isso.

Dessa maneira, pegando esse paralelo, o que eu gostaria de dizer era isso, que essa

cultura veio e eu acredito nos Poderes; acredito nas Secretarias, no modo de gestão, de maneira que

esse passo que nós demos para estabelecer um Orçamento de base real reflete um pouco a confiança

nessa estrutura de planejamento e na cultura dos Poderes em saberem contribuir com a coisa pública.

Se for preciso, teremos que lançar mão de medidas mais drásticas ou rever essa política para 2017,

caso não funcione em 2016, mas os tempos são outros. Há uma nova governança.

Eu quero deixar de público um convite à Assembleia Legislativa: a SEPLAN está

pensando para o final do ano um grande debate sobre a nova governança em cima de políticas de

compliance, em cima das novas perspectivas para o gestor público.

No mundo inteiro... O mundo não é o mesmo depois da Operação Lava Jato;

depois de outras operações e essa nova governança tem que ser pensada. E a nossa linha é

justamente essa: nós precisamos entender, de uma vez por todas, que ou nós mudamos e

transformamos o trato com a coisa pública ou a sociedade continuará reclamando e não seguraremos

nem o regime democrático na sequência.

Em relação aos recursos à Educação, Vossa Excelência foi Chefe do Executivo e

sabe da dificuldade em se estabelecer essa regra de escalonamento. Nós temos simpatia; nós

gostaríamos de debater.

Mas, também, quero dizer, Deputado Wilson Santos, que em todas as entrevistas

que dou eu digo assim: não tenho medo da política. Não tenho medo da boa política. Essa boa

política que nós queremos fomentar. E nessa boa política, quanto mais você tem governantes

republicanos, menos você precisa de vinculação. Porque eu vou dizer para o senhor: olha, Wilson,

este ano vai dar 30%. Isso vai ser verdade, isso vai se cumprir. Isso é importante que fomentemos.

O fio de bigode surge quando nós lá no medieval não tem o Judiciário para

defender, não tem o Promotor para entrar com uma ação civil pública, mas as divisas entre os

senhores feudais e entre o pacto dos senhores feudais com eles precisa se manter. Esse pacto era

olho no olho. E esse olho no olho faz-se com boa política.

Eu acredito na política. Acho que podemos estabelecer o piso mínimo. Nós não

governamos apenas para quatro anos ou oito anos, nós queremos pensar o Estado. Virão novas

eleições, novos governantes, na sequência, mas nós acreditamos que a força da política vai fazer esse

escalonamento, vai estabelecer critérios cada vez mais na aplicação da educação com um

amadurecimento cultural e a nova forma de pensar. Não precisa ficar o tempo todo pensando em

vinculação que pode trazer engessamento que vai trazer, às vezes, mais prejuízo do que ganho

efetivo.

Então, nós vamos discutir, sim, nós temos simpatia. Como eu disse desde o início

da minha fala: o Governador nos cobra a todo momento para aumentar o percentual da educação,

conseguimos ainda, o Deputado Zé Carlos do Pátio falou que é tímida, mais um crescimento de

11%. Vamos crescer mais e é com base nisso que podemos chegar aos 35% sem precisar de lei

eventualmente.

Era isso que eu gostaria de deixar registrado.

Page 45: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 45 - Secretaria de Serviços Legislativos

O SR. WILSON SANTOS - Secretário Marco Aurélio Marrafon, nós temos sido

testemunha desta nova política como um advento surge no Estado. Torcemos e temos trabalhado

para que se firme. Mas como Vossa Excelência colocou, a república é uma alternância de poder. Se

nós observarmos, na Primeira República tivemos Partidos meramente regionais, não tínhamos

Partido de caráter nacional, depois vivenciamos um período de totalitarismo, a Era Vargas, o Estado

Novo, a extinção dos Partidos, o fim das eleições. Depois vivemos o período da redemocratização de

1946 a 1964, uma alternância aqui no Estado do PSD com a UDN; veio o Golpe Político Militar de

1964, vinte e um anos do regime militar tecnocrata, bipartidarismo; depois vivenciamos o momento

das Diretas Já, novamente uma abertura. E aqui no Estado não foi diferente, tivemos Governadores

eleitos, Governadores indicados. Enfim, quando falamos nesse escalonamento, via Lei, é porque há

essa alternância. E nós observamos que a educação vive um fenômeno de sanfona, de avançar e

retroagir.

Até o final dos anos de 2002 a educação em Mato Grosso estava no ranking do

Estado na fase intermediaria. Depois de doze anos nós observamos que o ensino médio do Estado

voltou a ser o segundo pior do País. Então, é um crime de lesa-pátria, esse tratamento que alguns

governantes inconsequentes, irresponsáveis, tratam a educação.

Até para evitar que amanhã ou depois governantes desse naipe, dessa categoria,

que não tem nenhum compromisso com a educação neste Estado possam retornar ao mando deste

Estado e novamente destruir trabalhos de décadas, é que eu defendo que nós tenhamos leis claras

não para Governos conscientes e responsáveis como o Governo do Dr. Pedro Taques. Mas, não

temos bola de cristal e nem podemos evitar que irresponsáveis, donos de um patrimônio material

extraordinário, grande parte dele feito por roubos à máquina pública, possam retornar ao mando

deste Estado e novamente submergir a qualidade da educação neste Estado.

Eu terminei de fazer um trabalho de oito Audiências Públicas nos oito principais

polos populacionais no Estado e posso afirmar ao senhor que a qualidade da educação deste Estado é

uma tragédia. A educação pública ofertada aos filhos dos trabalhadores é de péssima qualidade!

É uma tragédia o que foi feito com a educação em Mato Grosso nos últimos doze

anos. Foi um crime de lesa-pátria. Estamos condenando meninos e meninas à lata do lixo, no

máximo, ao desemprego ou a fila do subemprego. É o que este Estado está ofertando quando o

assunto é qualidade da educação aos filhos dos mais pobres neste Estado. Eles não têm chance

nenhuma no mundo competitivo! Nenhuma! É claro que vai surgir uma ou outra exceção até para

justificar a regra, mas o que se ofertou aos moços e moças deste Estado pela máquina pública é uma

qualidade criminosa.

E quando defendo e vou defender com intensidade cada vez maior que nós

possamos em nosso Governo fazer uma legislação clara e dura para que os governantes possam

cumprir, sob pena de crime de responsabilidades, percentuais cada vez maiores.

É claro que não basta só isso. Temos que melhorar a qualidade do gasto. Quase

todos os gestores deste País, por consequência e imposição da Lei de Responsabilidade Fiscal, estão

cumprindo os percentuais: 12% para a saúde, 25% para a educação; em nível municipal, 15% para a

saúde, 25% para educação. Mas e a qualidade real?

Quero dizer a Vossa Excelência que respeito a opinião de Vossa Excelência, acho

que o fio do bigode é algo que poderia voltar, em que pese hoje poucos homens usarem bigode, e

mesmo muita gente usando bigode, barba, costeleta e outras coisas mais, não têm cumprido a lei,

calcula não estando na lei. Estão tendo dificuldades em cumprir a lei, calcula se não estiver na lei.

Page 46: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 46 - Secretaria de Serviços Legislativos

Então, respeito profundamente a sua opinião e Vossa Excelência pode falar isso.

Espero que realmente nós tenhamos possibilidades amplas de diálogo, porque essa

questão do cumprimento das emendas impositivas é algo que o Parlamento estabeleceu como claro,

e isso é uma decorrência do que o Parlamento Nacional fez. O Parlamento Nacional estabeleceu isso

e, doravante, todos os presidentes cumprirão. E eu não tenho nenhuma dúvida que o que se

estabelece em nível nacional, geralmente, escorre e produz efeitos nos Parlamentos Estaduais e

Municipais também.

Espero que nós possamos manter essa janela aberta do diálogo para garantir com

mais clareza na LDO, depois na LOA, depois no PPA, até porque as emendas dos Parlamentares

chegam numa capilaridade que o orçamento estadual não consegue chegar, porque os vinte e quatro

Deputados estão ali não só na sede do distrito, mas estão também na sede do município; nos

distritos; nos vilarejos; nas paróquias; em vilas de dez, quinze famílias; nas pequenas comunidades

indígenas e, as vezes, o olhar técnico e burocrático da SEPLAN, da SEFAZ, não chega lá. Mas como

somos vinte e quatro Deputados Estaduais espalhados por todo esse território de novecentos e três

mil quilômetros quadrado, essas indicações parlamentares agem como uma complementação lá no

pé da mesa, lá no chão da escola, lá no chão dos municípios e acabam chegando onde dificilmente

um orçamento com a visão mais macro não atinge.

Eu acho muito importante voltarmos a discutir e até o dia 15, 16, Presidente

Deputado Dilmar Dal Bosco, estabelecermos com mais clareza, porque não está claro para o

Parlamento Estadual que haverá o cumprimento dessas emendas Parlamentares.

Em relação à pergunta que eu fiz sobre qual é a margem de suplementação, foi

porque ela tem que estar estabelecida.

Quando fui Prefeito, o Parlamento Municipal me dava de 10% a 20% de margem

para suplementação de ordem geral, tanto por excesso, como por transferência, como por

substituição, como agora acabamos de fazer a abertura de um crédito de 15 milhões para a Secretaria

das Cidades. Tudo isso tem que estar dentro.

Então, eu gostaria de saber qual a margem ideal - talvez no primeiro ano não

consigamos atingir o ideal -, se são 10%, 15%, ou como foi em 2014, no Governo Silval Barbosa,

que o Parlamento deu a ele 33% para movimentar o orçamento. Eu nunca vi isso. Praticamente

desmontou o orçamento, teve 33% de autonomia e isso impactou em quatro bilhões e setecentos

milhões.

Se fosse repetir esse montante para o exercício de 2016, 33% de 16 bilhões

passariam de 5 bilhões - um terço de 16 bilhões estariam autorizados. Eu penso que é muito, é uma

margem muito elástica e é necessário que haja o estabelecimento de um número absoluto em relação

a isso.

Só isso.

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Pode terminar, Secretário.

Ele está pedindo percentual de utilização.

O SR. MARCO AURÉLIO MARRAFON - Deputado Wilson Santos, nós já

estamos trabalhando com uma margem menor do que foram esses 33%.

Como estamos num regime de orçamento subestimado, não temos ainda uma

segurança, se vamos inclusive cumprir, mas eu diria que para 2016, 20% mais as deduções é um

bom tamanho para começarmos a avançar, o que significa uma redução já de praticamente 50% em

cima dos 33%, 34%.

Page 47: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 47 - Secretaria de Serviços Legislativos

Então, se é um número, como disse várias variáveis, se é um número, está dado.

O SR. PRESIDENTE (DILMAR DAL BOSCO) - Obrigado, Secretário Marrafon.

Eu gostaria aqui, Secretário, até porque participei de outras Audiências Públicas da

LDO e sempre pontuei alguns pontos, primeiro, o entendimento.

Quero parabenizar o Governador Pedro Taques, Vossa Excelência, como

Secretário, toda sua equipe, o Secretário de Fazenda, que em conjunto brilhantemente fizeram essa

Lei de Diretrizes Orçamentária, e trazem clareza, primeiro, aos Poderes.

Se a receita líquida do Estado for crescente ou decrescente, todos nós estamos no

mesmo conjunto, estamos acreditando no Estado.

Essa peça orçamentária traz mais realidade. As peças orçamentárias não tinham

discussão, o próprio secretário que vinha apresentar tinha dificuldades para apresentar para a

Assembleia Legislativa, sempre subestimadas todas as suas peças orçamentárias. A peça deveria

trazer mais clareza, mais transparência, não poderia errar numa peça orçamentária em mais de um

bilhão de reais a receita do Estado.

Essa traz também acréscimo à saúde, à educação, à segurança pública, à

UNEMAT, que vai trazer, com toda certeza, um acréscimo às nossas crianças, aos nossos jovens, e

oportunidade.

A questão da renúncia fiscal, que sempre temos debatido no Estado. Somos

favoráveis aos incentivos fiscais a empreendedores que vêm para o Estado de Mato Grosso,

compromissados com o nosso Estado, mas não à renúncia que era dada a apadrinhados políticos no

Governo passado, e o Governo Pedro Taques traz isso com muita clareza.

Vimos que praticamente um bilhão e cem milhões de renúncia fiscal ficam

concentrados em alguns pontos, como o Deputado Zé Domingos Fraga falou, praticamente

novecentos e sessenta e cinco milhões ficam em quatro regiões. Nós precisamos ver isso, porque há

desigualdades sociais em vários municípios e temos que levar muitas vezes empreendedores a esses

municípios para gerar empregos e também ter renda necessária àqueles municípios para a

sobrevivência daquele município.

A questão dos Fundos, primeiro, quando foi criado o Fundo de Erradicação da

Pobreza ele tinha uma finalidade, e hoje quem contribui é a pessoa que detém.

Está aqui o Paulo, que é jornalista, quando ele for comprar seus óculos de grau ele

contribui para o Fundo de Erradicação da Pobreza, assim como o batom, o protetor solar, o

desodorante, o sabonete.

Se nós já estamos com esses impostos dentro desses produtos, se já tem um

entendimento, se a finalidade do dinheiro for para isso, nós podemos acabar com o Fundo, trazendo

a receita, trazendo a contribuição da carga tributária.

Então, todos os Fundos, como o Fundo da Segurança, da mesma maneira. Todos

os empreendedores, desde que destinemos um recurso para que ajude a segurança pública, podemos

calibrar, talvez, na receita, através da carga tributária.

Hoje nós temos uma carga média de tributos e todo empreendedor, todos os

empresários do Estado de Mato Grosso, quando nós debatemos com as federações, querem ajudar o

Estado de Mato Grosso. Se colocarmos na carga tributária um incremento, talvez, no ICMS, nós

podemos ir acabando com os Fundos do Estado.

Eu acho que não adianta só a crítica. Nós temos que buscar uma solução para que

possamos contemplar.

Page 48: LEI N° DE DE DE 1999. - Mato Grosso€¦ · assembleia legislativa do estado de mato grosso ata da audiÊncia pÚblica para discutir o projeto de lei nº 259/15, mensagem nº 36/15,

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PROJETO DE LEI Nº 259/15,

MENSAGEM Nº 36/15, QUE DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA

LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS, REALIZADA NO DIA 30

DE JUNHO DE 2015, ÀS 09:00 HORAS.

Pág. 48 - Secretaria de Serviços Legislativos

Quantas emendas parlamentares nós estamos colocando em lei, colocadas na LDO

para que seja paga até o segundo quadrimestre? Quer dizer, nós não temos a garantia em lei uma

emenda que vamos colocar na LDO.

No mais, eu queria parabenizar realmente, Marco Marrafon, toda sua equipe; o

Mauro Curvo, que aqui representa o Dr. Paulo Prado, do Ministério Público - obrigado pela presença

desde o início.

Parabéns pela construção ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas, ao

Tribunal de Justiça, à Assembleia Legislativa e ao Governo pelo entendimento, principalmente da

receita corrente líquida e dos repasses aos Poderes!

Parabéns para todos por essa grande união!

Parabéns também ao Governador Pedro Taques!

Pela primeira vez eu venho a uma Audiência Pública em que o Estado apresenta

com toda clareza.

Parabéns para toda a equipe de Governo!

Parabéns, Marco Marrafon! Dê os parabéns para toda sua equipe e ao Governador

Pedro Taques!

Antes de encerrar esta Audiência Pública, Deputado Wilson Santos, eu gostaria de

ver no Colégio de Líderes se permanecerá no dia 02, ou daremos um tempo maior, até para chamar

outras entidades, chamar as pessoas para participarem da segunda Audiência Pública, encerrar os

debates, entrar as emendas e aprovarmos em plenário.

A Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso agradece a presença de todos.

Declaro encerrada a presente Audiência Pública.

Equipe Técnica:

- Taquigrafia:

- Amanda Sollimar Garcia Taques Vital;

- Ariadne Fabienne e Silva de Jesus Carvalho;

- Cristiane Angélica Couto Silva Faleiros;

- Cristina Maria Costa e Silva;

- Dircilene Rosa Martins;

- Donata Maria da Silva Moreira;

- Isabel Luíza Lopes;

- Luciane Carvalho Borges;

- Tânia Maria Pita Rocha.

- Revisão:

- Ila de Castilho Varjão;

- Regina Célia Garcia;

- Rosa Antonia de Almeida Maciel Lehr;

- Rosivânia Ribeiro de França.