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Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.445, DE 5 DE JANEIRO DE 2007. Mensagem de Veto (Vide Decreto nº 7.217, de 2010) Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis n os 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei n o 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Art. 1 o Esta Lei estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico. Art. 2 o Os serviços públicos de saneamento básico serão prestados com base nos seguintes princípios fundamentais: I - universalização do acesso; II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados; III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente; IV - disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado; V - adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais;

LEI Nº 11.445/2004

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Saneamento Ambiental

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LEI N 11.445, DE 5 DE JANEIRO DE 2007.Mensagem de Veto(Vide Decreto n 7.217, de 2010)Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento bsico; altera as Leis nos6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no6.528, de 11 de maio de 1978; e d outras providncias.

OPRESIDENTEDAREPBLICAFao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:CAPTULO IDOS PRINCPIOS FUNDAMENTAISArt. 1o Esta Lei estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento bsico e para a poltica federal de saneamento bsico.Art. 2o Os servios pblicos de saneamento bsico sero prestados com base nos seguintes princpios fundamentais:I - universalizao do acesso;II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos servios de saneamento bsico, propiciando populao o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficcia das aes e resultados;III - abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, limpeza urbana e manejo dos resduos slidos realizados de formas adequadas sade pblica e proteo do meio ambiente;IV - disponibilidade, em todas as reas urbanas, de servios de drenagem e de manejo das guas pluviais adequados sade pblica e segurana da vida e do patrimnio pblico e privado;V - adoo de mtodos, tcnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais;VI - articulao com as polticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitao, de combate pobreza e de sua erradicao, de proteo ambiental, de promoo da sade e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento bsico seja fator determinante;VII - eficincia e sustentabilidade econmica;VIII - utilizao de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usurios e a adoo de solues graduais e progressivas;IX - transparncia das aes, baseada em sistemas de informaes e processos decisrios institucionalizados;X - controle social;XI - segurana, qualidade e regularidade;XII - integrao das infra-estruturas e servios com a gesto eficiente dos recursos hdricos.XIII - adoo de medidas de fomento moderao do consumo de gua.(Includo pela Lei n 12.862, de 2013)Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se:I - saneamento bsico: conjunto de servios, infra-estruturas e instalaes operacionais de:a) abastecimento de gua potvel: constitudo pelas atividades, infra-estruturas e instalaes necessrias ao abastecimento pblico de gua potvel, desde a captao at as ligaes prediais e respectivos instrumentos de medio;b) esgotamento sanitrio: constitudo pelas atividades, infra-estruturas e instalaes operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposio final adequados dos esgotos sanitrios, desde as ligaes prediais at o seu lanamento final no meio ambiente;c) limpeza urbana e manejo de resduos slidos: conjunto de atividades, infra-estruturas e instalaes operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo domstico e do lixo originrio da varrio e limpeza de logradouros e vias pblicas;d) drenagem e manejo das guas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infra-estruturas e instalaes operacionais de drenagem urbana de guas pluviais, de transporte, deteno ou reteno para o amortecimento de vazes de cheias, tratamento e disposio final das guas pluviais drenadas nas reas urbanas;II - gesto associada: associao voluntria de entes federados, por convnio de cooperao ou consrcio pblico, conforme disposto no art. 241 da Constituio Federal;III - universalizao: ampliao progressiva do acesso de todos os domiclios ocupados ao saneamento bsico;IV - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem sociedade informaes, representaes tcnicas e participaes nos processos de formulao de polticas, de planejamento e de avaliao relacionados aos servios pblicos de saneamento bsico;VI - prestao regionalizada: aquela em que um nico prestador atende a 2 (dois) ou mais titulares;VII - subsdios: instrumento econmico de poltica social para garantir a universalizao do acesso ao saneamento bsico, especialmente para populaes e localidades de baixa renda;VIII - localidade de pequeno porte: vilas, aglomerados rurais, povoados, ncleos, lugarejos e aldeias, assim definidos pela Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE.Art. 4o Os recursos hdricos no integram os servios pblicos de saneamento bsico.Pargrafo nico. A utilizao de recursos hdricos na prestao de servios pblicos de saneamento bsico, inclusive para disposio ou diluio de esgotos e outros resduos lquidos, sujeita a outorga de direito de uso, nos termos daLei no9.433, de 8 de janeiro de 1997, de seus regulamentos e das legislaes estaduais.Art. 5o No constitui servio pblico a ao de saneamento executada por meio de solues individuais, desde que o usurio no dependa de terceiros para operar os servios, bem como as aes e servios de saneamento bsico de responsabilidade privada, incluindo o manejo de resduos de responsabilidade do gerador.Art. 6o O lixo originrio de atividades comerciais, industriais e de servios cuja responsabilidade pelo manejo no seja atribuda ao gerador pode, por deciso do poder pblico, ser considerado resduo slido urbano.Art. 7o Para os efeitos desta Lei, o servio pblico de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos urbanos composto pelas seguintes atividades:I - de coleta, transbordo e transporte dos resduos relacionados na alnea c do inciso I do caput do art. 3odesta Lei;II - de triagem para fins de reso ou reciclagem, de tratamento, inclusive por compostagem, e de disposio final dos resduos relacionados na alnea c do inciso I do caput do art. 3odesta Lei;III - de varrio, capina e poda de rvores em vias e logradouros pblicos e outros eventuais servios pertinentes limpeza pblica urbana.CAPTULO IIDO EXERCCIO DA TITULARIDADEArt. 8o Os titulares dos servios pblicos de saneamento bsico podero delegar a organizao, a regulao, a fiscalizao e a prestao desses servios, nos termos doart. 241 da Constituio Federale daLei no11.107, de 6 de abril de 2005.Art. 9o O titular dos servios formular a respectiva poltica pblica de saneamento bsico, devendo, para tanto:I - elaborar os planos de saneamento bsico, nos termos desta Lei;II - prestar diretamente ou autorizar a delegao dos servios e definir o ente responsvel pela sua regulao e fiscalizao, bem como os procedimentos de sua atuao;III - adotar parmetros para a garantia do atendimento essencial sade pblica, inclusive quanto ao volume mnimo per capita de gua para abastecimento pblico, observadas as normas nacionais relativas potabilidade da gua;IV - fixar os direitos e os deveres dos usurios;V - estabelecer mecanismos de controle social, nos termos do inciso IV do caput do art. 3odesta Lei;VI - estabelecer sistema de informaes sobre os servios, articulado com o Sistema Nacional de Informaes em Saneamento;VII - intervir e retomar a operao dos servios delegados, por indicao da entidade reguladora, nos casos e condies previstos em lei e nos documentos contratuais.Art. 10. A prestao de servios pblicos de saneamento bsico por entidade que no integre a administrao do titular depende da celebrao de contrato, sendo vedada a sua disciplina mediante convnios, termos de parceria ou outros instrumentos de natureza precria. 1o Excetuam-se do disposto no caput deste artigo:I - os servios pblicos de saneamento bsico cuja prestao o poder pblico, nos termos de lei, autorizar para usurios organizados em cooperativas ou associaes, desde que se limitem a:a) determinado condomnio;b) localidade de pequeno porte, predominantemente ocupada por populao de baixa renda, onde outras formas de prestao apresentem custos de operao e manuteno incompatveis com a capacidade de pagamento dos usurios;II - os convnios e outros atos de delegao celebrados at o dia 6 de abril de 2005. 2o A autorizao prevista no inciso I do 1odeste artigo dever prever a obrigao de transferir ao titular os bens vinculados aos servios por meio de termo especfico, com os respectivos cadastros tcnicos.Art. 11. So condies de validade dos contratos que tenham por objeto a prestao de servios pblicos de saneamento bsico:I - a existncia de plano de saneamento bsico;II - a existncia de estudo comprovando a viabilidade tcnica e econmico-financeira da prestao universal e integral dos servios, nos termos do respectivo plano de saneamento bsico;III - a existncia de normas de regulao que prevejam os meios para o cumprimento das diretrizes desta Lei, incluindo a designao da entidade de regulao e de fiscalizao;IV - a realizao prvia de audincia e de consulta pblicas sobre o edital de licitao, no caso de concesso, e sobre a minuta do contrato. 1o Os planos de investimentos e os projetos relativos ao contrato devero ser compatveis com o respectivo plano de saneamento bsico. 2o Nos casos de servios prestados mediante contratos de concesso ou de programa, as normas previstas no inciso III do caput deste artigo devero prever:I - a autorizao para a contratao dos servios, indicando os respectivos prazos e a rea a ser atendida;II - a incluso, no contrato, das metas progressivas e graduais de expanso dos servios, de qualidade, de eficincia e de uso racional da gua, da energia e de outros recursos naturais, em conformidade com os servios a serem prestados;III - as prioridades de ao, compatveis com as metas estabelecidas;IV - as condies de sustentabilidade e equilbrio econmico-financeiro da prestao dos servios, em regime de eficincia, incluindo:a) o sistema de cobrana e a composio de taxas e tarifas;b) a sistemtica de reajustes e de revises de taxas e tarifas;c) a poltica de subsdios;V - mecanismos de controle social nas atividades de planejamento, regulao e fiscalizao dos servios;VI - as hipteses de interveno e de retomada dos servios. 3o Os contratos no podero conter clusulas que prejudiquem as atividades de regulao e de fiscalizao ou o acesso s informaes sobre os servios contratados. 4o Na prestao regionalizada, o disposto nos incisos I a IV do caput e nos 1oe 2odeste artigo poder se referir ao conjunto de municpios por ela abrangidos.Art. 12. Nos servios pblicos de saneamento bsico em que mais de um prestador execute atividade interdependente com outra, a relao entre elas dever ser regulada por contrato e haver entidade nica encarregada das funes de regulao e de fiscalizao. 1o A entidade de regulao definir, pelo menos:I - as normas tcnicas relativas qualidade, quantidade e regularidade dos servios prestados aos usurios e entre os diferentes prestadores envolvidos;II - as normas econmicas e financeiras relativas s tarifas, aos subsdios e aos pagamentos por servios prestados aos usurios e entre os diferentes prestadores envolvidos;III - a garantia de pagamento de servios prestados entre os diferentes prestadores dos servios;IV - os mecanismos de pagamento de diferenas relativas a inadimplemento dos usurios, perdas comerciais e fsicas e outros crditos devidos, quando for o caso;V - o sistema contbil especfico para os prestadores que atuem em mais de um Municpio. 2o O contrato a ser celebrado entre os prestadores de servios a que se refere o caput deste artigo dever conter clusulas que estabeleam pelo menos:I - as atividades ou insumos contratados;II - as condies e garantias recprocas de fornecimento e de acesso s atividades ou insumos;III - o prazo de vigncia, compatvel com as necessidades de amortizao de investimentos, e as hipteses de sua prorrogao;IV - os procedimentos para a implantao, ampliao, melhoria e gesto operacional das atividades;V - as regras para a fixao, o reajuste e a reviso das taxas, tarifas e outros preos pblicos aplicveis ao contrato;VI - as condies e garantias de pagamento;VII - os direitos e deveres sub-rogados ou os que autorizam a sub-rogao;VIII - as hipteses de extino, inadmitida a alterao e a resciso administrativas unilaterais;IX - as penalidades a que esto sujeitas as partes em caso de inadimplemento;X - a designao do rgo ou entidade responsvel pela regulao e fiscalizao das atividades ou insumos contratados. 3o Inclui-se entre as garantias previstas no inciso VI do 2odeste artigo a obrigao do contratante de destacar, nos documentos de cobrana aos usurios, o valor da remunerao dos servios prestados pelo contratado e de realizar a respectiva arrecadao e entrega dos valores arrecadados. 4o No caso de execuo mediante concesso de atividades interdependentes a que se refere o caput deste artigo, devero constar do correspondente edital de licitao as regras e os valores das tarifas e outros preos pblicos a serem pagos aos demais prestadores, bem como a obrigao e a forma de pagamento.Art. 13. Os entes da Federao, isoladamente ou reunidos em consrcios pblicos, podero instituir fundos, aos quais podero ser destinadas, entre outros recursos, parcelas das receitas dos servios, com a finalidade de custear, na conformidade do disposto nos respectivos planos de saneamento bsico, a universalizao dos servios pblicos de saneamento bsico.Pargrafo nico. Os recursos dos fundos a que se refere o caput deste artigo podero ser utilizados como fontes ou garantias em operaes de crdito para financiamento dos investimentos necessrios universalizao dos servios pblicos de saneamento bsico.CAPTULO IIIDA PRESTAO REGIONALIZADA DE SERVIOS PBLICOS DE SANEAMENTO BSICOArt. 14. A prestao regionalizada de servios pblicos de saneamento bsico caracterizada por:I - um nico prestador do servio para vrios Municpios, contguos ou no;II - uniformidade de fiscalizao e regulao dos servios, inclusive de sua remunerao;III - compatibilidade de planejamento.Art. 15. Na prestao regionalizada de servios pblicos de saneamento bsico, as atividades de regulao e fiscalizao podero ser exercidas:I - por rgo ou entidade de ente da Federao a que o titular tenha delegado o exerccio dessas competncias por meio de convnio de cooperao entre entes da Federao, obedecido o disposto noart. 241 da Constituio Federal;II - por consrcio pblico de direito pblico integrado pelos titulares dos servios.Pargrafo nico. No exerccio das atividades de planejamento dos servios a que se refere o caput deste artigo, o titular poder receber cooperao tcnica do respectivo Estado e basear-se em estudos fornecidos pelos prestadores.Art. 16. A prestao regionalizada de servios pblicos de saneamento bsico poder ser realizada por:I - rgo, autarquia, fundao de direito pblico, consrcio pblico, empresa pblica ou sociedade de economia mista estadual, do Distrito Federal, ou municipal, na forma da legislao;II - empresa a que se tenham concedido os servios.Art. 17. O servio regionalizado de saneamento bsico poder obedecer a plano de saneamento bsico elaborado para o conjunto de Municpios atendidos.Art. 18. Os prestadores que atuem em mais de um Municpio ou que prestem servios pblicos de saneamento bsico diferentes em um mesmo Municpio mantero sistema contbil que permita registrar e demonstrar, separadamente, os custos e as receitas de cada servio em cada um dos Municpios atendidos e, se for o caso, no Distrito Federal.Pargrafo nico. A entidade de regulao dever instituir regras e critrios de estruturao de sistema contbil e do respectivo plano de contas, de modo a garantir que a apropriao e a distribuio de custos dos servios estejam em conformidade com as diretrizes estabelecidas nesta Lei.CAPTULO IVDO PLANEJAMENTOArt. 19. A prestao de servios pblicos de saneamento bsico observar plano, que poder ser especfico para cada servio, o qual abranger, no mnimo:I - diagnstico da situao e de seus impactos nas condies de vida, utilizando sistema de indicadores sanitrios, epidemiolgicos, ambientais e socioeconmicos e apontando as causas das deficincias detectadas;II - objetivos e metas de curto, mdio e longo prazos para a universalizao, admitidas solues graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais;III - programas, projetos e aes necessrias para atingir os objetivos e as metas, de modo compatvel com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos, identificando possveis fontes de financiamento;IV - aes para emergncias e contingncias;V - mecanismos e procedimentos para a avaliao sistemtica da eficincia e eficcia das aes programadas. 1o Os planos de saneamento bsico sero editados pelos titulares, podendo ser elaborados com base em estudos fornecidos pelos prestadores de cada servio. 2o A consolidao e compatibilizao dos planos especficos de cada servio sero efetuadas pelos respectivos titulares. 3o Os planos de saneamento bsico devero ser compatveis com os planos das bacias hidrogrficas em que estiverem inseridos. 4o Os planos de saneamento bsico sero revistos periodicamente, em prazo no superior a 4 (quatro) anos, anteriormente elaborao do Plano Plurianual. 5o Ser assegurada ampla divulgao das propostas dos planos de saneamento bsico e dos estudos que as fundamentem, inclusive com a realizao de audincias ou consultas pblicas. 6o A delegao de servio de saneamento bsico no dispensa o cumprimento pelo prestador do respectivo plano de saneamento bsico em vigor poca da delegao. 7o Quando envolverem servios regionalizados, os planos de saneamento bsico devem ser editados em conformidade com o estabelecido no art. 14 desta Lei. 8o Exceto quando regional, o plano de saneamento bsico dever englobar integralmente o territrio do ente da Federao que o elaborou.Pargrafo nico. Incumbe entidade reguladora e fiscalizadora dos servios a verificao do cumprimento dos planos de saneamento por parte dos prestadores de servios, na forma das disposies legais, regulamentares e contratuais.CAPTULO VDA REGULAOArt. 21. O exerccio da funo de regulao atender aos seguintes princpios:I - independncia decisria, incluindo autonomia administrativa, oramentria e financeira da entidade reguladora;II - transparncia, tecnicidade, celeridade e objetividade das decises.Art. 22. So objetivos da regulao:I - estabelecer padres e normas para a adequada prestao dos servios e para a satisfao dos usurios;II - garantir o cumprimento das condies e metas estabelecidas;III - prevenir e reprimir o abuso do poder econmico, ressalvada a competncia dos rgos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrncia;IV - definir tarifas que assegurem tanto o equilbrio econmico e financeiro dos contratos como a modicidade tarifria, mediante mecanismos que induzam a eficincia e eficcia dos servios e que permitam a apropriao social dos ganhos de produtividade.Art. 23. A entidade reguladora editar normas relativas s dimenses tcnica, econmica e social de prestao dos servios, que abrangero, pelo menos, os seguintes aspectos:I - padres e indicadores de qualidade da prestao dos servios;II - requisitos operacionais e de manuteno dos sistemas;III - as metas progressivas de expanso e de qualidade dos servios e os respectivos prazos;IV - regime, estrutura e nveis tarifrios, bem como os procedimentos e prazos de sua fixao, reajuste e reviso;V - medio, faturamento e cobrana de servios;VI - monitoramento dos custos;VII - avaliao da eficincia e eficcia dos servios prestados;VIII - plano de contas e mecanismos de informao, auditoria e certificao;IX - subsdios tarifrios e no tarifrios;X - padres de atendimento ao pblico e mecanismos de participao e informao;XI - medidas de contingncias e de emergncias, inclusive racionamento; 1o A regulao de servios pblicos de saneamento bsico poder ser delegada pelos titulares a qualquer entidade reguladora constituda dentro dos limites do respectivo Estado, explicitando, no ato de delegao da regulao, a forma de atuao e a abrangncia das atividades a serem desempenhadas pelas partes envolvidas. 2o As normas a que se refere o caput deste artigo fixaro prazo para os prestadores de servios comunicarem aos usurios as providncias adotadas em face de queixas ou de reclamaes relativas aos servios. 3o As entidades fiscalizadoras devero receber e se manifestar conclusivamente sobre as reclamaes que, a juzo do interessado, no tenham sido suficientemente atendidas pelos prestadores dos servios.Art. 24. Em caso de gesto associada ou prestao regionalizada dos servios, os titulares podero adotar os mesmos critrios econmicos, sociais e tcnicos da regulao em toda a rea de abrangncia da associao ou da prestao.Art. 25. Os prestadores de servios pblicos de saneamento bsico devero fornecer entidade reguladora todos os dados e informaes necessrios para o desempenho de suas atividades, na forma das normas legais, regulamentares e contratuais. 1o Incluem-se entre os dados e informaes a que se refere o caput deste artigo aquelas produzidas por empresas ou profissionais contratados para executar servios ou fornecer materiais e equipamentos especficos. 2o Compreendem-se nas atividades de regulao dos servios de saneamento bsico a interpretao e a fixao de critrios para a fiel execuo dos contratos, dos servios e para a correta administrao de subsdios.Art. 26. Dever ser assegurado publicidade aos relatrios, estudos, decises e instrumentos equivalentes que se refiram regulao ou fiscalizao dos servios, bem como aos direitos e deveres dos usurios e prestadores, a eles podendo ter acesso qualquer do povo, independentemente da existncia de interesse direto. 1o Excluem-se do disposto no caput deste artigo os documentos considerados sigilosos em razo de interesse pblico relevante, mediante prvia e motivada deciso. 2o A publicidade a que se refere o caput deste artigo dever se efetivar, preferencialmente, por meio de stio mantido na rede mundial de computadores - internet.Art. 27. assegurado aos usurios de servios pblicos de saneamento bsico, na forma das normas legais, regulamentares e contratuais:I - amplo acesso a informaes sobre os servios prestados;II - prvio conhecimento dos seus direitos e deveres e das penalidades a que podem estar sujeitos;III - acesso a manual de prestao do servio e de atendimento ao usurio, elaborado pelo prestador e aprovado pela respectiva entidade de regulao;IV - acesso a relatrio peridico sobre a qualidade da prestao dos servios.CAPTULO VIDOS ASPECTOS ECONMICOS E SOCIAISArt. 29. Os servios pblicos de saneamento bsico tero a sustentabilidade econmico-financeira assegurada, sempre que possvel, mediante remunerao pela cobrana dos servios:I - de abastecimento de gua e esgotamento sanitrio: preferencialmente na forma de tarifas e outros preos pblicos, que podero ser estabelecidos para cada um dos servios ou para ambos conjuntamente;II - de limpeza urbana e manejo de resduos slidos urbanos: taxas ou tarifas e outros preos pblicos, em conformidade com o regime de prestao do servio ou de suas atividades;III - de manejo de guas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas, em conformidade com o regime de prestao do servio ou de suas atividades. 1o Observado o disposto nos incisos I a III do caput deste artigo, a instituio das tarifas, preos pblicos e taxas para os servios de saneamento bsico observar as seguintes diretrizes:I - prioridade para atendimento das funes essenciais relacionadas sade pblica;II - ampliao do acesso dos cidados e localidades de baixa renda aos servios;III - gerao dos recursos necessrios para realizao dos investimentos, objetivando o cumprimento das metas e objetivos do servio;IV - inibio do consumo suprfluo e do desperdcio de recursos;V - recuperao dos custos incorridos na prestao do servio, em regime de eficincia;VI - remunerao adequada do capital investido pelos prestadores dos servios;VII - estmulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatveis com os nveis exigidos de qualidade, continuidade e segurana na prestao dos servios;VIII - incentivo eficincia dos prestadores dos servios. 2o Podero ser adotados subsdios tarifrios e no tarifrios para os usurios e localidades que no tenham capacidade de pagamento ou escala econmica suficiente para cobrir o custo integral dos servios.Art. 30. Observado o disposto no art. 29 desta Lei, a estrutura de remunerao e cobrana dos servios pblicos de saneamento bsico poder levar em considerao os seguintes fatores:I - categorias de usurios, distribudas por faixas ou quantidades crescentes de utilizao ou de consumo;II - padres de uso ou de qualidade requeridos;III - quantidade mnima de consumo ou de utilizao do servio, visando garantia de objetivos sociais, como a preservao da sade pblica, o adequado atendimento dos usurios de menor renda e a proteo do meio ambiente;IV - custo mnimo necessrio para disponibilidade do servio em quantidade e qualidade adequadas;V - ciclos significativos de aumento da demanda dos servios, em perodos distintos; eVI - capacidade de pagamento dos consumidores.Art. 31. Os subsdios necessrios ao atendimento de usurios e localidades de baixa renda sero, dependendo das caractersticas dos beneficirios e da origem dos recursos:I - diretos, quando destinados a usurios determinados, ou indiretos, quando destinados ao prestador dos servios;II - tarifrios, quando integrarem a estrutura tarifria, ou fiscais, quando decorrerem da alocao de recursos oramentrios, inclusive por meio de subvenes;III - internos a cada titular ou entre localidades, nas hipteses de gesto associada e de prestao regional.Art. 35. As taxas ou tarifas decorrentes da prestao de servio pblico de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos urbanos devem levar em conta a adequada destinao dos resduos coletados e podero considerar:I - o nvel de renda da populao da rea atendida;II - as caractersticas dos lotes urbanos e as reas que podem ser neles edificadas;III - o peso ou o volume mdio coletado por habitante ou por domiclio.Art. 36. A cobrana pela prestao do servio pblico de drenagem e manejo de guas pluviais urbanas deve levar em conta, em cada lote urbano, os percentuais de impermeabilizao e a existncia de dispositivos de amortecimento ou de reteno de gua de chuva, bem como poder considerar:I - o nvel de renda da populao da rea atendida;II - as caractersticas dos lotes urbanos e as reas que podem ser neles edificadas.Art. 37. Os reajustes de tarifas de servios pblicos de saneamento bsico sero realizados observando-se o intervalo mnimo de 12 (doze) meses, de acordo com as normas legais, regulamentares e contratuais.Art. 38. As revises tarifrias compreendero a reavaliao das condies da prestao dos servios e das tarifas praticadas e podero ser:I - peridicas, objetivando a distribuio dos ganhos de produtividade com os usurios e a reavaliao das condies de mercado;II - extraordinrias, quando se verificar a ocorrncia de fatos no previstos no contrato, fora do controle do prestador dos servios, que alterem o seu equilbrio econmico-financeiro. 1o As revises tarifrias tero suas pautas definidas pelas respectivas entidades reguladoras, ouvidos os titulares, os usurios e os prestadores dos servios. 2o Podero ser estabelecidos mecanismos tarifrios de induo eficincia, inclusive fatores de produtividade, assim como de antecipao de metas de expanso e qualidade dos servios. 3o Os fatores de produtividade podero ser definidos com base em indicadores de outras empresas do setor. 4o A entidade de regulao poder autorizar o prestador de servios a repassar aos usurios custos e encargos tributrios no previstos originalmente e por ele no administrados, nos termos daLei no8.987, de 13 de fevereiro de 1995.Art. 39. As tarifas sero fixadas de forma clara e objetiva, devendo os reajustes e as revises serem tornados pblicos com antecedncia mnima de 30 (trinta) dias com relao sua aplicao.Pargrafo nico. A fatura a ser entregue ao usurio final dever obedecer a modelo estabelecido pela entidade reguladora, que definir os itens e custos que devero estar explicitados.Art. 40. Os servios podero ser interrompidos pelo prestador nas seguintes hipteses:I - situaes de emergncia que atinjam a segurana de pessoas e bens;II - necessidade de efetuar reparos, modificaes ou melhorias de qualquer natureza nos sistemas;III - negativa do usurio em permitir a instalao de dispositivo de leitura de gua consumida, aps ter sido previamente notificado a respeito;IV - manipulao indevida de qualquer tubulao, medidor ou outra instalao do prestador, por parte do usurio; eV - inadimplemento do usurio do servio de abastecimento de gua, do pagamento das tarifas, aps ter sido formalmente notificado. 1o As interrupes programadas sero previamente comunicadas ao regulador e aos usurios. 2o A suspenso dos servios prevista nos incisos III e V do caput deste artigo ser precedida de prvio aviso ao usurio, no inferior a 30 (trinta) dias da data prevista para a suspenso. 3o A interrupo ou a restrio do fornecimento de gua por inadimplncia a estabelecimentos de sade, a instituies educacionais e de internao coletiva de pessoas e a usurio residencial de baixa renda beneficirio de tarifa social dever obedecer a prazos e critrios que preservem condies mnimas de manuteno da sade das pessoas atingidas.Art. 41. Desde que previsto nas normas de regulao, grandes usurios podero negociar suas tarifas com o prestador dos servios, mediante contrato especfico, ouvido previamente o regulador.Art. 42. Os valores investidos em bens reversveis pelos prestadores constituiro crditos perante o titular, a serem recuperados mediante a explorao dos servios, nos termos das normas regulamentares e contratuais e, quando for o caso, observada a legislao pertinente s sociedades por aes. 1o No geraro crdito perante o titular os investimentos feitos sem nus para o prestador, tais como os decorrentes de exigncia legal aplicvel implantao de empreendimentos imobilirios e os provenientes de subvenes ou transferncias fiscais voluntrias. 2o Os investimentos realizados, os valores amortizados, a depreciao e os respectivos saldos sero anualmente auditados e certificados pela entidade reguladora. 3o Os crditos decorrentes de investimentos devidamente certificados podero constituir garantia de emprstimos aos delegatrios, destinados exclusivamente a investimentos nos sistemas de saneamento objeto do respectivo contrato.CAPTULO VIIDOS ASPECTOS TCNICOSArt. 43. A prestao dos servios atender a requisitos mnimos de qualidade, incluindo a regularidade, a continuidade e aqueles relativos aos produtos oferecidos, ao atendimento dos usurios e s condies operacionais e de manuteno dos sistemas, de acordo com as normas regulamentares e contratuais.Pargrafo nico. A Unio definir parmetros mnimos para a potabilidade da gua.Art. 44. O licenciamento ambiental de unidades de tratamento de esgotos sanitrios e de efluentes gerados nos processos de tratamento de gua considerar etapas de eficincia, a fim de alcanar progressivamente os padres estabelecidos pela legislao ambiental, em funo da capacidade de pagamento dos usurios. 1o A autoridade ambiental competente estabelecer procedimentos simplificados de licenciamento para as atividades a que se refere o caput deste artigo, em funo do porte das unidades e dos impactos ambientais esperados. 2o A autoridade ambiental competente estabelecer metas progressivas para que a qualidade dos efluentes de unidades de tratamento de esgotos sanitrios atenda aos padres das classes dos corpos hdricos em que forem lanados, a partir dos nveis presentes de tratamento e considerando a capacidade de pagamento das populaes e usurios envolvidos.Art. 45. Ressalvadas as disposies em contrrio das normas do titular, da entidade de regulao e de meio ambiente, toda edificao permanente urbana ser conectada s redes pblicas de abastecimento de gua e de esgotamento sanitrio disponveis e sujeita ao pagamento das tarifas e de outros preos pblicos decorrentes da conexo e do uso desses servios. 1o Na ausncia de redes pblicas de saneamento bsico, sero admitidas solues individuais de abastecimento de gua e de afastamento e destinao final dos esgotos sanitrios, observadas as normas editadas pela entidade reguladora e pelos rgos responsveis pelas polticas ambiental, sanitria e de recursos hdricos. 2o A instalao hidrulica predial ligada rede pblica de abastecimento de gua no poder ser tambm alimentada por outras fontes.Art. 46. Em situao crtica de escassez ou contaminao de recursos hdricos que obrigue adoo de racionamento, declarada pela autoridade gestora de recursos hdricos, o ente regulador poder adotar mecanismos tarifrios de contingncia, com objetivo de cobrir custos adicionais decorrentes, garantindo o equilbrio financeiro da prestao do servio e a gesto da demanda.CAPTULO VIIIDA PARTICIPAO DE RGOS COLEGIADOS NO CONTROLE SOCIALArt. 47. O controle social dos servios pblicos de saneamento bsico poder incluir a participao de rgos colegiados de carter consultivo, estaduais, do Distrito Federal e municipais, assegurada a representao:I - dos titulares dos servios;II - de rgos governamentais relacionados ao setor de saneamento bsico;III - dos prestadores de servios pblicos de saneamento bsico;IV - dos usurios de servios de saneamento bsico;V - de entidades tcnicas, organizaes da sociedade civil e de defesa do consumidor relacionadas ao setor de saneamento bsico. 1o As funes e competncias dos rgos colegiados a que se refere o caput deste artigo podero ser exercidas por rgos colegiados j existentes, com as devidas adaptaes das leis que os criaram. 2o No caso da Unio, a participao a que se refere o caput deste artigo ser exercida nos termos daMedida Provisria no2.220, de 4 de setembro de 2001, alterada pelaLei no10.683, de 28 de maio de 2003.CAPTULO IXDA POLTICA FEDERAL DE SANEAMENTO BSICOArt. 48. A Unio, no estabelecimento de sua poltica de saneamento bsico, observar as seguintes diretrizes:I - prioridade para as aes que promovam a eqidade social e territorial no acesso ao saneamento bsico;II - aplicao dos recursos financeiros por ela administrados de modo a promover o desenvolvimento sustentvel, a eficincia e a eficcia;III - estmulo ao estabelecimento de adequada regulao dos servios;IV - utilizao de indicadores epidemiolgicos e de desenvolvimento social no planejamento, implementao e avaliao das suas aes de saneamento bsico;V - melhoria da qualidade de vida e das condies ambientais e de sade pblica;VI - colaborao para o desenvolvimento urbano e regional;VII - garantia de meios adequados para o atendimento da populao rural dispersa, inclusive mediante a utilizao de solues compatveis com suas caractersticas econmicas e sociais peculiares;VIII - fomento ao desenvolvimento cientfico e tecnolgico, adoo de tecnologias apropriadas e difuso dos conhecimentos gerados;IX - adoo de critrios objetivos de elegibilidade e prioridade, levando em considerao fatores como nvel de renda e cobertura, grau de urbanizao, concentrao populacional, disponibilidade hdrica, riscos sanitrios, epidemiolgicos e ambientais;X - adoo da bacia hidrogrfica como unidade de referncia para o planejamento de suas aes;XI - estmulo implementao de infra-estruturas e servios comuns a Municpios, mediante mecanismos de cooperao entre entes federados.XII - estmulo ao desenvolvimento e aperfeioamento de equipamentos e mtodos economizadores de gua.(Includo pela Lei n 12.862, de 2013)Pargrafo nico. As polticas e aes da Unio de desenvolvimento urbano e regional, de habitao, de combate e erradicao da pobreza, de proteo ambiental, de promoo da sade e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida devem considerar a necessria articulao, inclusive no que se refere ao financiamento, com o saneamento bsico.Art. 49. So objetivos da Poltica Federal de Saneamento Bsico:I - contribuir para o desenvolvimento nacional, a reduo das desigualdades regionais, a gerao de emprego e de renda e a incluso social;II - priorizar planos, programas e projetos que visem implantao e ampliao dos servios e aes de saneamento bsico nas reas ocupadas por populaes de baixa renda;III - proporcionar condies adequadas de salubridade ambiental aos povos indgenas e outras populaes tradicionais, com solues compatveis com suas caractersticas socioculturais;IV - proporcionar condies adequadas de salubridade ambiental s populaes rurais e de pequenos ncleos urbanos isolados;V - assegurar que a aplicao dos recursos financeiros administrados pelo poder pblico d-se segundo critrios de promoo da salubridade ambiental, de maximizao da relao benefcio-custo e de maior retorno social;VI - incentivar a adoo de mecanismos de planejamento, regulao e fiscalizao da prestao dos servios de saneamento bsico;VII - promover alternativas de gesto que viabilizem a auto-sustentao econmica e financeira dos servios de saneamento bsico, com nfase na cooperao federativa;VIII - promover o desenvolvimento institucional do saneamento bsico, estabelecendo meios para a unidade e articulao das aes dos diferentes agentes, bem como do desenvolvimento de sua organizao, capacidade tcnica, gerencial, financeira e de recursos humanos, contempladas as especificidades locais;IX - fomentar o desenvolvimento cientfico e tecnolgico, a adoo de tecnologias apropriadas e a difuso dos conhecimentos gerados de interesse para o saneamento bsico;X - minimizar os impactos ambientais relacionados implantao e desenvolvimento das aes, obras e servios de saneamento bsico e assegurar que sejam executadas de acordo com as normas relativas proteo do meio ambiente, ao uso e ocupao do solo e sade.XI - incentivar a adoo de equipamentos sanitrios que contribuam para a reduo do consumo de gua;(Includo pela Lei n 12.862, de 2013)XII - promover educao ambiental voltada para a economia de gua pelos usurios. (Includo pela Lei n 12.862, de 2013)Art. 50. A alocao de recursos pblicos federais e os financiamentos com recursos da Unio ou com recursos geridos ou operados por rgos ou entidades da Unio sero feitos em conformidade com as diretrizes e objetivos estabelecidos nos arts. 48 e 49 desta Lei e com os planos de saneamento bsico e condicionados:I - ao alcance de ndices mnimos de:a) desempenho do prestador na gesto tcnica, econmica e financeira dos servios;b) eficincia e eficcia dos servios, ao longo da vida til do empreendimento;II - adequada operao e manuteno dos empreendimentos anteriormente financiados com recursos mencionados no caput deste artigo. 1o Na aplicao de recursos no onerosos da Unio, ser dado prioridade s aes e empreendimentos que visem ao atendimento de usurios ou Municpios que no tenham capacidade de pagamento compatvel com a auto-sustentao econmico-financeira dos servios, vedada sua aplicao a empreendimentos contratados de forma onerosa. 2o A Unio poder instituir e orientar a execuo de programas de incentivo execuo de projetos de interesse social na rea de saneamento bsico com participao de investidores privados, mediante operaes estruturadas de financiamentos realizados com recursos de fundos privados de investimento, de capitalizao ou de previdncia complementar, em condies compatveis com a natureza essencial dos servios pblicos de saneamento bsico. 3o vedada a aplicao de recursos oramentrios da Unio na administrao, operao e manuteno de servios pblicos de saneamento bsico no administrados por rgo ou entidade federal, salvo por prazo determinado em situaes de eminente risco sade pblica e ao meio ambiente. 4o Os recursos no onerosos da Unio, para subveno de aes de saneamento bsico promovidas pelos demais entes da Federao, sero sempre transferidos para Municpios, o Distrito Federal ou Estados. 5o No fomento melhoria de operadores pblicos de servios de saneamento bsico, a Unio poder conceder benefcios ou incentivos oramentrios, fiscais ou creditcios como contrapartida ao alcance de metas de desempenho operacional previamente estabelecidas. 6o A exigncia prevista na alnea a do inciso I do caput deste artigo no se aplica destinao de recursos para programas de desenvolvimento institucional do operador de servios pblicos de saneamento bsico.Art. 51. O processo de elaborao e reviso dos planos de saneamento bsico dever prever sua divulgao em conjunto com os estudos que os fundamentarem, o recebimento de sugestes e crticas por meio de consulta ou audincia pblica e, quando previsto na legislao do titular, anlise e opinio por rgo colegiado criado nos termos do art. 47 desta Lei.Pargrafo nico. A divulgao das propostas dos planos de saneamento bsico e dos estudos que as fundamentarem dar-se- por meio da disponibilizao integral de seu teor a todos os interessados, inclusive por meio da internet e por audincia pblica.Art. 52. A Unio elaborar, sob a coordenao do Ministrio das Cidades:I - o Plano Nacional de Saneamento Bsico - PNSB que conter:a) os objetivos e metas nacionais e regionalizadas, de curto, mdio e longo prazos, para a universalizao dos servios de saneamento bsico e o alcance de nveis crescentes de saneamento bsico no territrio nacional, observando a compatibilidade com os demais planos e polticas pblicas da Unio;b) as diretrizes e orientaes para o equacionamento dos condicionantes de natureza poltico-institucional, legal e jurdica, econmico-financeira, administrativa, cultural e tecnolgica com impacto na consecuo das metas e objetivos estabelecidos;c) a proposio de programas, projetos e aes necessrios para atingir os objetivos e as metas da Poltica Federal de Saneamento Bsico, com identificao das respectivas fontes de financiamento;d) as diretrizes para o planejamento das aes de saneamento bsico em reas de especial interesse turstico;e) os procedimentos para a avaliao sistemtica da eficincia e eficcia das aes executadas;II - planos regionais de saneamento bsico, elaborados e executados em articulao com os Estados, Distrito Federal e Municpios envolvidos para as regies integradas de desenvolvimento econmico ou nas que haja a participao de rgo ou entidade federal na prestao de servio pblico de saneamento bsico. 1o O PNSB deve:I - abranger o abastecimento de gua, o esgotamento sanitrio, o manejo de resduos slidos e o manejo de guas pluviais e outras aes de saneamento bsico de interesse para a melhoria da salubridade ambiental, incluindo o provimento de banheiros e unidades hidrossanitrias para populaes de baixa renda;II - tratar especificamente das aes da Unio relativas ao saneamento bsico nas reas indgenas, nas reservas extrativistas da Unio e nas comunidades quilombolas. 2o Os planos de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo devem ser elaborados com horizonte de 20 (vinte) anos, avaliados anualmente e revisados a cada 4 (quatro) anos, preferencialmente em perodos coincidentes com os de vigncia dos planos plurianuais.Art. 53. Fica institudo o Sistema Nacional de Informaes em Saneamento Bsico - SINISA, com os objetivos de:I - coletar e sistematizar dados relativos s condies da prestao dos servios pblicos de saneamento bsico;II - disponibilizar estatsticas, indicadores e outras informaes relevantes para a caracterizao da demanda e da oferta de servios pblicos de saneamento bsico;III - permitir e facilitar o monitoramento e avaliao da eficincia e da eficcia da prestao dos servios de saneamento bsico. 1o As informaes do Sinisa so pblicas e acessveis a todos, devendo ser publicadas por meio da internet. 2o A Unio apoiar os titulares dos servios a organizar sistemas de informao em saneamento bsico, em atendimento ao disposto no inciso VI do caput do art. 9odesta Lei.CAPTULO XDISPOSIES FINAISArt. 55. O 5odo art. 2oda Lei no6.766, de 19 de dezembro de 1979, passa a vigorar com a seguinte redao:Art. 2o 5oA infra-estrutura bsica dos parcelamentos constituda pelos equipamentos urbanos de escoamento das guas pluviais, iluminao pblica, esgotamento sanitrio, abastecimento de gua potvel, energia eltrica pblica e domiciliar e vias de circulao.Art. 57. O inciso XXVII do caput do art. 24 da Lei no8.666, de 21 de junho de 1993, passa a vigorar com a seguinte redao:Art. 24. XXVII -na contratao da coleta, processamento e comercializao de resduos slidos urbanos reciclveis ou reutilizveis, em reas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associaes ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas fsicas de baixa renda reconhecidas pelo poder pblico como catadores de materiais reciclveis, com o uso de equipamentos compatveis com as normas tcnicas, ambientais e de sade pblica.Art. 58. O art. 42 da Lei no8.987, de 13 de fevereiro de 1995, passa a vigorar com a seguinte redao:Art. 42. 1o Vencido o prazo mencionado no contrato ou ato de outorga, o servio poder ser prestado por rgo ou entidade do poder concedente, ou delegado a terceiros, mediante novo contrato. 3 As concesses a que se refere o 2odeste artigo, inclusive as que no possuam instrumento que as formalize ou que possuam clusula que preveja prorrogao, tero validade mxima at o dia 31 de dezembro de 2010, desde que, at o dia 30 de junho de 2009, tenham sido cumpridas, cumulativamente, as seguintes condies:I - levantamento mais amplo e retroativo possvel dos elementos fsicos constituintes da infra-estrutura de bens reversveis e dos dados financeiros, contbeis e comerciais relativos prestao dos servios, em dimenso necessria e suficiente para a realizao do clculo de eventual indenizao relativa aos investimentos ainda no amortizados pelas receitas emergentes da concesso, observadas as disposies legais e contratuais que regulavam a prestao do servio ou a ela aplicveis nos 20 (vinte) anos anteriores ao da publicao desta Lei;II - celebrao de acordo entre o poder concedente e o concessionrio sobre os critrios e a forma de indenizao de eventuais crditos remanescentes de investimentos ainda no amortizados ou depreciados, apurados a partir dos levantamentos referidos no inciso I deste pargrafo e auditados por instituio especializada escolhida de comum acordo pelas partes; eIII - publicao na imprensa oficial de ato formal de autoridade do poder concedente, autorizando a prestao precria dos servios por prazo de at 6 (seis) meses, renovvel at 31 de dezembro de 2008, mediante comprovao do cumprimento do disposto nos incisos I e II deste pargrafo. 4o No ocorrendo o acordo previsto no inciso II do 3odeste artigo, o clculo da indenizao de investimentos ser feito com base nos critrios previstos no instrumento de concesso antes celebrado ou, na omisso deste, por avaliao de seu valor econmico ou reavaliao patrimonial, depreciao e amortizao de ativos imobilizados definidos pelas legislaes fiscal e das sociedades por aes, efetuada por empresa de auditoria independente escolhida de comum acordo pelas partes. 5o No caso do 4odeste artigo, o pagamento de eventual indenizao ser realizado, mediante garantia real, por meio de 4 (quatro) parcelas anuais, iguais e sucessivas, da parte ainda no amortizada de investimentos e de outras indenizaes relacionadas prestao dos servios, realizados com capital prprio do concessionrio ou de seu controlador, ou originrios de operaes de financiamento, ou obtidos mediante emisso de aes, debntures e outros ttulos mobilirios, com a primeira parcela paga at o ltimo dia til do exerccio financeiro em que ocorrer a reverso. 6o Ocorrendo acordo, poder a indenizao de que trata o 5odeste artigo ser paga mediante receitas de novo contrato que venha a disciplinar a prestao do servio. (NR)