Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.638, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2007. Mensagem de veto Altera e revoga dispositivos da Lei n o 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei n o 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1 o Os arts. 176 a 179, 181 a 184, 187, 188, 197, 199, 226 e 248 da Lei n o 6.404, de 15 de dezembro de 1976, passam a vigorar com a seguinte redação: “Art. 176......................................................... ....................................................................... IV – demonstração dos fluxos de caixa; e V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. ....................................................................... § 6º A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa.” (NR) “Art. 177........................................................... ....................................................................... § 2º As disposições da lei tributária ou de legislação especial sobre atividade que constitui o objeto da companhia que conduzam à utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou à elaboração de outras demonstrações não elidem a obrigação de elaborar, para todos os fins desta Lei, demonstrações financeiras em consonância com o disposto no caput deste artigo e deverão ser alternativamente observadas mediante registro: I – em livros auxiliares, sem modificação da escrituração mercantil; ou II – no caso da elaboração das demonstrações para fins tributários, na escrituração mercantil, desde que sejam efetuados em seguida lançamentos contábeis adicionais que assegurem a preparação e a divulgação de demonstrações financeiras com observância do disposto no caput deste artigo, devendo ser essas demonstrações auditadas por auditor independente registrado na Comissão de Valores Mobiliários. ....................................................................... § 5º As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que se refere o § 3 o deste artigo deverão ser elaboradas em consonância com os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários. §6 o As companhias fechadas poderão optar por observar as normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para as companhias abertas.
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1/6 PresidnciadaRepblica CasaCivil SubchefiaparaAssuntosJurdicos
LEIN11.638,DE28DEDEZEMBRODE2007. Mensagemdeveto
AlteraerevogadispositivosdaLeino6.404, de 15 de
dezembrode1976,edaLeino6.385,de7dedezembro de 1976, e estende s
sociedades de grande porte disposies relativas elaborao e divulgao
de demonstraesfinanceiras.
OPRESIDENTEDAREPBLICAFaosaberqueoCongressoNacionaldecretaeeusancionoaseguinte
Lei:
Art.1oOsarts.176a179,181a184,187,188,197,199,226e248daLeino6.404,de15dedezembro
de1976,passamavigorarcomaseguinteredao:
Art.176.........................................................
.......................................................................
IVdemonstraodosfluxosdecaixae
Vsecompanhiaaberta,demonstraodovaloradicionado.
.......................................................................
6Acompanhiafechadacompatrimniolquido,nadatadobalano,inferior
aR$2.000.000,00 (dois milhes de reais) no ser obrigada elaborao e
publicaodademonstraodosfluxosdecaixa.(NR)
Art.177...........................................................
.......................................................................
2Asdisposiesdaleitributriaoudelegislaoespecialsobreatividade
queconstituioobjetodacompanhiaqueconduzamutilizaodemtodosou
critrios contbeis diferentes ou elaborao de outras demonstraes no
elidemaobrigaodeelaborar,paratodososfinsdestaLei,demonstraes
financeirasemconsonnciacomodispostonocaputdeste artigo e devero
seralternativamenteobservadasmedianteregistro:
Iemlivrosauxiliares,semmodificaodaescrituraomercantilou II no caso
da elaborao das demonstraes para fins tributrios, na
escrituraomercantil, desde que sejam efetuados em seguida
lanamentos contbeis adicionais que assegurem a preparao e a
divulgao de demonstraes financeiras com observncia do disposto no
caput deste
artigo,devendoseressasdemonstraesauditadasporauditorindependente
registradonaComissodeValoresMobilirios.
.......................................................................
5 As normas expedidas pela Comisso de Valores Mobilirios a que se
refere o 3o deste artigo devero ser elaboradas em consonncia com os
padresinternacionaisdecontabilidadeadotadosnosprincipaismercadosde
valoresmobilirios. 6oAs companhias fechadas podero optar por
observar as normas sobre demonstraes financeiras expedidas pela
Comisso de Valores Mobilirios paraascompanhiasabertas.
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2/6 7oOslanamentosdeajusteefetuadosexclusivamenteparaharmonizao
denormascontbeis,nostermosdo2odesteartigo,easdemonstraese apuraes
com eles elaboradas no podero ser base de incidncia de
impostosecontribuiesnemterquaisqueroutrosefeitostributrios.(NR)
Art.178..........................................................
1o................................................................
.......................................................................
c) ativo permanente, dividido em investimentos, imobilizado,
intangvel e diferido.
2o................................................................
.......................................................................
d)patrimniolquido,divididoemcapitalsocial,reservasdecapital,ajustesde
avaliao patrimonial, reservas de lucros, aes em tesouraria e
prejuzos acumulados.
.......................................................................(NR)
Art.179..........................................................
.......................................................................
IVnoativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens
corpreos destinados manuteno das atividades da companhia ou da
empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes
de operaes que
transfiramcompanhiaosbenefcios,riscosecontroledessesbens
Vnodiferido:asdespesasproperacionaiseosgastosdereestruturao
quecontribuiro, efetivamente, para o aumento do resultado de mais
de um exercciosocialequenoconfiguremtosomenteumareduodecustosou
acrscimonaeficinciaoperacional VI no intangvel: os direitos que
tenham por objeto bens incorpreos destinados manuteno da companhia
ou exercidos com essa finalidade,
inclusiveofundodecomrcioadquirido.
.......................................................................(NR)
(VETADO) Art.181.(VETADO) PatrimnioLquido
Art.182...........................................................
1o................................................................
.......................................................................
c)(revogada) d)(revogada).
.......................................................................
3Seroclassificadascomoajustesdeavaliaopatrimonial,enquantono
computadas no resultado do exerccio em obedincia ao regime de
competncia,ascontrapartidasdeaumentosoudiminuiesdevaloratribudo
aelementosdoativo(5odoart.177,incisoIdocaputdoart.183e3odo
art.226destaLei)edopassivo,emdecorrnciadasuaavaliaoapreode
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3/6 mercado.
.......................................................................(NR)
CritriosdeAvaliaodoAtivo
Art.183............................................................
I as aplicaes em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e
em
direitosettulosdecrditos,classificadosnoativocirculanteounorealizvel
alongoprazo: a) pelo seu valor de mercado ou valor equivalente,
quando se tratar de
aplicaesdestinadasnegociaooudisponveisparavendae
b)pelovalordecustodeaquisioouvalordeemisso,atualizadoconforme
disposies legais ou contratuais, ajustado ao valor provvel de
realizao,
quandoesteforinferior,nocasodasdemaisaplicaeseosdireitosettulos
decrdito
.......................................................................
VIIosdireitosclassificadosnointangvel,pelocustoincorridonaaquisio
deduzidodosaldodarespectivacontadeamortizao
VIIIoselementosdoativodecorrentesdeoperaesdelongoprazosero
ajustadosavalorpresente,sendoosdemaisajustadosquandohouverefeito
relevante.
1o.................................................................
.......................................................................
d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um
mercado ativo, decorrente de transao no compulsria realizada entre
partes independentes e, na ausncia de um mercado ativo para um
determinado instrumentofinanceiro:
1)ovalorquesepodeobteremummercadoativocomanegociaodeoutro
instrumentofinanceirodenatureza,prazoeriscosimilares 2) o valor
presente lquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos
financeirosdenatureza,prazoeriscosimilaresou
3)ovalorobtidopormeiodemodelosmatemticoestatsticosdeprecificao
deinstrumentosfinanceiros.
2oAdiminuiodovalordoselementosdosativosimobilizado,intangvele
diferidoserregistradaperiodicamentenascontasde:
.......................................................................
3 A companhia dever efetuar, periodicamente, anlise sobre a
recuperaodosvaloresregistradosnoimobilizado,nointangvelenodiferido,
afimdequesejam:
Iregistradasasperdasdevalordocapitalaplicadoquandohouverdeciso de
interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou
quando comprovado que no podero produzir resultados suficientes
para recuperaodessevalorou
IIrevisadoseajustadososcritriosutilizadosparadeterminaodavidatil
econmicaestimadaeparaclculodadepreciao,exaustoeamortizao.
.......................................................................(NR)
CritriosdeAvaliaodoPassivo
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4/6
Art.184............................................................
.......................................................................
III as obrigaes, encargos e riscos classificados no passivo exigvel
a longoprazoseroajustadosaoseuvalorpresente,sendoosdemaisajustados
quandohouverefeitorelevante.(NR) DemonstraodoResultadodoExerccio
Art.187............................................................
.......................................................................
VI as participaes de debntures, de empregados e administradores,
mesmonaformadeinstrumentosfinanceiros,edeinstituiesoufundosde
assistncia ou previdncia de empregados, que no se caracterizem como
despesa
.......................................................................
2(Revogado).(NR) DemonstraesdosFluxosdeCaixaedoValorAdicionado
Art.188.AsdemonstraesreferidasnosincisosIVeVdocaputdoart.176
destaLeiindicaro,nomnimo: I demonstrao dos fluxos de caixa as
alteraes ocorridas, durante o exerccio, no saldo de caixa e
equivalentes de caixa, segregandose essas
alteraesem,nomnimo,3(trs)fluxos: a)dasoperaes b)dosfinanciamentose
c)dosinvestimentos II demonstrao do valor adicionado o valor da
riqueza gerada pela companhia, a sua distribuio entre os elementos
que contriburam para a gerao dessa riqueza, tais como empregados,
financiadores, acionistas,
governoeoutros,bemcomoaparceladariquezanodistribuda.
.......................................................................(NR)
ReservadeLucrosaRealizar
Art.197............................................................
1o................................................................
.......................................................................
IIolucro,rendimentoouganholquidosemoperaesoucontabilizaode ativo e
passivo pelo valor de mercado, cujo prazo de realizao financeira
ocorraapsotrminodoexercciosocialseguinte.
.......................................................................(NR)
LimitedoSaldodasReservasdeLucro
Art.199.Osaldodasreservasdelucros,excetoasparacontingncias,de
incentivos fiscais e de lucros a realizar, no poder ultrapassar o
capital social. Atingindo esse limite, a assemblia deliberar sobre
aplicao do
excessonaintegralizaoounoaumentodocapitalsocialounadistribuio
dedividendos.(NR) Transformao,Incorporao,FusoeCiso
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Art.226............................................................
.......................................................................
3Nas operaes referidas no caputdeste artigo, realizadas entre
partes independentes e vinculadas efetiva transferncia de controle,
os ativos e passivos da sociedade a ser incorporada ou decorrente
de fuso ou ciso serocontabilizadospeloseuvalordemercado.(NR)
AvaliaodoInvestimentoemColigadaseControladas Art. 248. No balano
patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas sobre cuja
administrao tenha influncia significativa, ou de que participe com
20% (vinte por cento) ou mais do capital votante, em
controladaseemoutrassociedadesquefaampartedeummesmogrupoou estejam
sob controle comum sero avaliados pelo mtodo da equivalncia
patrimonial,deacordocomasseguintesnormas:
.......................................................................(NR)
Art.2oALeino6.404,de15dedezembrode1976,passaavigoraracrescidadoseguinteart.195A:
ReservadeIncentivosFiscais Art. 195A. A assemblia geral poder, por
proposta dos rgos de
administrao,destinarparaareservadeincentivosfiscaisaparceladolucro
lquido decorrente de doaes ou subvenes governamentais para
investimentos, que poder ser excluda da base de clculo do dividendo
obrigatrio(incisoIdocaputdoart.202destaLei).
DemonstraesFinanceirasdeSociedadesdeGrandePorte
Art.3oAplicamsessociedadesdegrandeporte,aindaquenoconstitudassobaformadesociedades
por aes, as disposies da Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976,
sobre escriturao e elaborao de
demonstraesfinanceiraseaobrigatoriedadedeauditoriaindependenteporauditorregistradonaComissode
ValoresMobilirios.
Pargrafonico.Considerasedegrandeporte,paraosfinsexclusivosdestaLei,asociedadeouconjunto
de sociedades sob controle comum que tiver, no exerccio social
anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e
quarenta milhes de reais) ou receita bruta anual superior a R$
300.000.000,00 (trezentosmilhesdereais).
Art.4oAsnormasdequetratamosincisosI,IIeIVdo1doart.22daLein6.385,de7dedezembro
de 1976, podero ser especificadas por categorias de companhias
abertas e demais emissores de valores mobilirios em funo do seu
porte e das espcies e classes dos valores mobilirios por eles
emitidos e negociadosnomercado.
Art.5oALeino6.385,de7dedezembrode1976,passaavigoraracrescidadoseguinteart.10A:
Art. 10A. A Comisso de Valores Mobilirios, o Banco Central do
Brasil e
demaisrgoseagnciasreguladoraspoderocelebrarconvniocomentidadeque
tenha por objeto o estudo e a divulgao de princpios, normas e
padres de contabilidade e de auditoria, podendo, no exerccio de
suas atribuies regulamentares, adotar, no todo ou em parte, os
pronunciamentos e demais orientaestcnicasemitidas. Pargrafo nico. A
entidade referida no caput deste artigo dever ser
majoritariamentecompostaporcontadores,delafazendoparte,paritariamente,
representantes de entidades representativas de sociedades
submetidas ao regime de elaborao de demonstraes financeiras
previstas nesta Lei, de
sociedadesqueauditameanalisamasdemonstraesfinanceiras,dorgo
federaldefiscalizaodoexercciodaprofissocontbiledeuniversidadeou
institutodepesquisacomreconhecidaatuaonareacontbiledemercado
decapitais. Art. 6o Os saldos existentes nas reservas de reavaliao
devero ser mantidos at a sua efetiva
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realizaoouestornadosatofinaldoexercciosocialemqueestaLeientraremvigor.
Art.7oAsdemonstraesreferidasnosincisos IV e V do caputdoart.176 da
Lei no 6.404, de 15 de
dezembrode1976,poderoserdivulgadas,noprimeiroanodevignciadestaLei,semaindicaodosvalores
correspondentesaoexerccioanterior.
Art.8oOstextosconsolidadosdasLeisns6.404,de15dedezembrode1976,e6.385,de7dedezembro
de 1976, com todas as alteraes nelas introduzidas pela legislao
posterior, inclusive esta Lei, sero
publicadosnoDirioOficialdaUniopeloPoderExecutivo.
Art.9oEstaLeientraemvigornoprimeirodiadoexerccioseguinteaodesuapublicao.
Art.10.Ficamrevogadasasalneasceddo1odoart.182eo2doart.187daLein6.404,de15
dedezembrode1976.
Braslia,28dedezembrode2007186odaIndependnciae119odaRepblica.
LUIZINCIOLULADASILVA ArnoHugoAugustinFilho
EstetextonosubstituiopublicadonoDOUde28.12.2007Edioextra.