Lei nº 30

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  • 8/12/2019 Lei n 30

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    Lei n.o 30/11, Dirio da Repblica n.o 176, Ia Srie de 13 de Setembro de 2011

    Lei n.o 30/11, Dirio da Repblica n.o 176, Ia Srie de 13 de Setembro de 2011

    Tradicionalmente, as Micro, Pequenas e Mdias Empresas (MPME) tm sido dos principais instrumentos

    de sustentao das economias modernas, incluindo as dos pases mais desenvolvidos, no apenas porparticiparem na reduo do desemprego, mas tambm por se ajustarem s necessidades das

    comunidades e, com isso, contriburem, significativamente para a reduo da informalidade e da

    pobreza.

    Em Angola, a adopo e implementao de uma ambiciosa estratgia de fomento das MPME

    recomendam a adopo de um amplo programa de simplificao de prticas administrativas, de

    regulamentao e de facilitao do acesso aos mercados e a novas oportunidades de negcios, bem

    como de formalizao de parcerias visando o desenvolvimento de novos produtos e servios em geral.

    Assim, para a formulao da estratgia e estruturao das polticas e programas dirigidos s referidasempresas, bem como a criao ou potenciao de organismos e instituies com autoridade pblica

    para coordenao e avaliao permanentes ao alcance das polticas a implementar, torna-se necessrio

    estabelecer o quadro legislativo, de apoio ao Poder Executivo na sua aco de promoo do

    desenvolvimento econmico e social do Pas.

    A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos do n.o 2 do artigo 165.o e da alnea b)

    do n.o 2 artigo 166.o, ambos da Constituio da Repblica de Angola, a seguinte:

    LEI DAS MICRO, PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    CAPTULO I Disposies Gerais

    ARTIGO 1.o (Objecto)

    A presente lei estabelece as normas relativas ao tratamento diferenciado que devem merecer as Micro,

    Pequenas e Mdias Empresas (MPME), bem como as condies de acesso aos respectivos incentivos e

    facilidades.

    ARTIGO 2.o (mbito)

    A presente lei e a regulamentao dela decorrente so aplicveis s MPME, constitudas e registadas no

    territrio nacional, enquanto instrumentos de fomento do empresariado privado nacional e de

    formalizao da economia, de promoo de emprego, da competitividade e da reduo da pobreza, nos

    termos a seguir definidos.

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    ARTIGO 3.o (Bases da poltica de apoio)

    A poltica de apoio s MPME deve ser prosseguida de acordo com os seguintes pressupostos:

    a) tratamento diferenciado das MPME pelo Poder Executivo, com a adopo de medidas concretas, a

    nvel legal e regulamentar, nos diversos sectores da administrao pblica, para a criao de umambiente de negcios que favorea a constituio e desenvolvimento dessas empresas;

    b) integrao das medidas a adoptar, num conjunto coerente e eficaz que permita alcanar os

    objectivos de fomento das MPME;

    c) adaptao da administrao pblica s necessidades e especificidades das MPME;

    d) desburocratizao de procedimentos que constituem entraves administrativos desnecessrios e a

    adopo de medidas que traduzam os custos de contexto para a actividade desenvolvida pelas MPME,

    facilitando os actos inerentes sua criao e desenvolvimento;

    e) promoo, atravs de criao de programas de incentivos mediante contrapartidas ajustadas

    realidade das MPME em Angola e ao tipo de negcios que desenvolvem;

    f)preferncia nas contrataes pblicas por meio da fixao de uma quota restrita s MPME para o

    fornecimento de bens e servios;

    g) facilitar a participao directa em concursos de empreitadas de obras pblicas de pequena e mdia

    dimenso e, por via da subcontratao ou subempreitada, a participao em concursos de empreitadas

    de obras pblicas de grande envergadura;

    h) participao activa dos rgos da Administrao Local do Estado e das autarquias, na organizao e

    enquadramento das MPME, na economia local;

    i)auscultao das associaes empresariais e profissionais nacionais reconhecidas, na definio dos

    programas de fomento e de apoio formao e superao profissional necessrios s MPME;

    j)asseguramento de polticas favorveis s MPME, cuja maioria ou totalidade do capital social seja

    detida por cidados angolanos.

    CAPTULO II Classificao das Micro, Pequenas e Mdias Empresas

    ARTIGO 4.o (Empresa e tipo de sociedade)

    1. Para efeitos da presente lei, entende-se por empresa, as sociedades que, independentemente da sua

    forma jurdica, tenham por objecto o exerccio de uma actividade econmica.

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    2. So classificadas como MPME as sociedades comerciais que tenham adoptado um dos tipos previstos

    nas alneas a) e b) do artigo 2.o da Lei n.o 1/04, de 13 de Fevereiro Lei das Sociedades Comerciais,

    bem como outros tipos societrios que venham a ser criados por lei.

    3. O exerccio de actividade econmica por pessoa singular, nos termos desta lei, classificada de

    acordo com a tipologia definida no artigo 5.o da presente lei.

    ARTIGO 5.o (Tipologia de MPME e critrios identificadores)

    1. As MPME, distinguem-se por dois critrios, nomeadamente, o nmero de trabalhadores efectivos e o

    volume de facturao total anual sendo esta ltima a prevalecente sempre que for necessrio decidir

    sobre a classificao das mesmas.

    2. Para efeitos da presente lei, consideram-se:

    a) Micro empresas abreviadamente MC, aquelas que empreguem at 10 trabalhadores e/ou tenham

    uma facturao bruta anual no superior em Kz ao equivalente a USD 250 mil;

    b) Pequenas empresas abreviadamente PQ, aquelas que empreguem mais de 10 e at 100 trabalhadores

    e/ou tenham uma facturao bruta anual em Kz superior ao equivalente a USD 250 mil e igual ou

    inferior a USD 3 milhes;

    c) Mdias empresas abreviadamente MD, aquelas que empreguem mais de 100 e at 200 trabalhadores

    e/ou tenham uma facturao bruta anual em Kz superior ao equivalente a USD 3 milhes e igual ou

    inferior a USD 10 milhes;

    3. Para efeitos de enquadramento das categorias de MPME, previstas no presente artigo, os dados a

    serem considerados para o clculo dos trabalhadores e limites de facturao anual bruta so os do

    ltimo exerccio contabilstico encerrado.

    4. A empresa que, data de encerramento das contas, verificar que ultrapassou ou diminuiu o nmero

    de trabalhadores ou o volume de facturao indicado no n.o 1 do presente artigo, mantm o

    enquadramento na mesma categoria, devendo alter-lo no ano fiscal seguinte.

    5. Sem prejuzo da adopo do duplo critrio para a classificao das MPME, considera-se, sempre quenecessrio, como critrio prevalente, o do volume de facturao, documentado nas suas

    demonstraes financeiras, assinadas por contabilista regularmente inscrito no organismo de

    representao de classes.

    6. As MPME que tenham, no decurso do exerccio econmico, excedido o volume de facturao ou

    nmero de trabalhadores previstos neste artigo, ficam excludas, no exerccio econmico seguinte, do

    regime diferenciado previsto na presente lei.

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    ARTIGO 6.o (Trabalhadores)

    1. So considerados trabalhadores, para efeitos da presente lei, as pessoas que tenham trabalhado na

    empresa durante seis meses corridos, sujeitos a um contrato de trabalho, e registados na SeguranaSocial, que devem acompanhar o processo de classificao.

    2. So ainda considerados, para o clculo do nmero de trabalhadores, os scios que exeram uma

    actividade regular na empresa, ainda que apenas de gesto.

    ARTIGO 7.o (Excluso)

    1. No so enquadradas como MPME nem destinatrias do tratamento diferenciado previsto na presente

    lei as seguintes entidades:

    a) Em cujo capital participe, independentemente da percentagem, o Estado ou outras entidades

    pblicas, excepto universidades e centros de investigao, nestes casos com o limite mximo de 25% do

    capital social;

    b) Em cujo capital participe outra empresa que no seja MPME, independentemente do tipo societrio

    em causa;

    c) Que participe no capital de outras empresas que no sejam MPME independentemente do tipo

    societrio em causa;

    d) Que seja filial ou sucursal, no Pas, de uma empresa com sede no exterior do pas;

    e) Que exera actividade no sector financeiro bancrio e no bancrio.

    2. Ficam, igualmente, excludas no mbito da presente lei, as MPME cujo scio maioritrio detenha

    participaes noutras empresas, sempre que a facturao bruta anual exceda o limite mais elevado

    previsto no artigo 5.o-

    CAPTULO III Estrutura Institucional de Apoio

    ARTIGO 8.o (Instituio de apoio)

    (Instituio de apoio)

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    1. O Executivo responsvel pela criao dos procedimentos sistemticos de regulamentao e

    coordenao, para a efectiva concretizao dos objectivos de promoo e apoio s MPME.

    2. O rgo competente de apoio s Pequenas e Mdias Empresas a instituio da administrao

    indirecta do Estado incumbida de acompanhar e certificar a constituio das MPME.

    3. Cabe ao Titular do Poder Executivo ou a quem este delegar, regular o rgo da administrao

    indirecta do Estado de apoio s MPME.

    ARTIGO 9.o (Classificao)

    1. Sem prejuzo dos procedimentos de constituio e registo comercial previstos na Lei n.o 1/04, de 13

    de Fevereiro Lei das Sociedades Comerciais e demais legislao aplicvel, o reconhecimento do

    estatuto de MPME ffeito por certificao, a realizar, nos termos da presente lei.

    2. A certificao das MPME faz-se apresentando os documentos que provam a existncia da sociedadecomercial ou da actividade empresarial, no caso de pessoa singular, para fins de reconhecimento do

    estatuto de Micro, Pequena e Mdia empresas.

    3. Para efeitos de prova do estatuto de MPME devem ser apresentados os comprovativos da

    regularidade da situao fiscal do perodo anterior, os estatutos da empresa, o nmero de contribuinte

    e o alvar da actividade econmica.

    4. A certificao feita por um selo auto-colante para a fixao no estabelecimento do operador

    econmico e com o respectivo nmero de ordem repartido por provncias e acompanhada de um carto

    de identificao, a regular em diploma prprio.

    ARTIGO 10.o (Objectivos da classificao)

    A classificao prevista na presente lei visa, nomeadamente:

    a) Conferir o estatuto de MPME atravs de trmites especiais, caracterizados pela simplificao e

    celeridade, a empresas que necessitem de comprovar o referido estatuto perante entidades pblicas e

    privadas, no mbito dos programas de incentivo e apoio actividade;

    b) Permitir que a afectao de fundos pblicos destinados promoo das MPME se realize com a

    mxima transparncia e rigor;

    c) Instituir uma base de dados fivel de MPME, acessvel s entidades interessadas, para efeitos de

    contratao, parcerias e outras finalidades;

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    d) Melhoria de dados estatsticos e de gesto de informao para a criao de polticas pblicas de

    combate pobreza, promoo do emprego e enpreendedorismo e desenvolvimento econmico e social,

    dotando o Instituto Nacional de Estatstica, dos meios humanos e materiais necessrios prossecuo

    deste fim.

    CAPTULO IV Programas de Apoio as MPME

    ARTIGO 11.o (Programas de incentivo)

    1. A poltica de apoio s MPME integra programas de incentivos fiscais e financeiros, organizacionais, de

    criao de competncias, de inovao e de capacitao tecnolgica a criar pelo Executivo, formulados

    mediante a auscultao das associaes empresariais e ou profissionais nacionais reconhecidas.

    2. O executivo deve estruturar programas de incentivos fiscais, financeiros e organizacionaisespecficos para mulheres e jovens, incluindo cursos de formao e/ou superao profissional com o

    envolvimento das associaes empresariais e/ou profissionais nacionais reconhecidas.

    3. Criar linhas de crdito bonificadas, polticas de leasing ou quais quer outros mecanismos financeiros

    que facilitem a afirmao na economia das empresas de capital angolano igual ou superior a 75% e

    enquadradas neste sistema das MPME.

    ARTIGO 12.o (Acesso aos apoios e incentivos)

    1. O acesso aos apoios e incentivos constantes do presente captulo est reservado s MPME que,

    comprovadamente, demonstrem possuir as suas obrigaes fiscais totalmente regularizadas, atravs da

    instruo do processo de classificao com as competentes certides de inexistncia de dvidas fiscais

    emitidas pela administrao fiscal.

    2. As MPME que tenham acordado com o Estado ou autoridade fiscal, um plano de amortizao de

    dvidas fiscais gozam, igualmente, dos apoios contantes da presente lei.

    SECO I Apoios Institucionais

    ARTIGO 13.o (Constituio, registo e licenciamento de MPME)

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    1. O Executivo deve proceder implementao de um sistema simplificado de formalidades de

    procedimentos para a constituio de empresas e de licenciamento da sua actividade.

    2. Os procedimentos referidos no nmero anterior devem incluir:

    a) Numerao de forma integrada, consolidada e de fcil acesso, de informaes e orientaes quepermitam pesquisas prvias s etapas de constituio, registo e licenciamento das entidades

    empresariais. As pesquisas prvias elaborao de acto constitutivo devem bastar para que os

    promotores empresariais sejam informados pelos rgos e entidades competentes:

    i.da possibilidade de uso da denominao social pretendida e da possibilidade de exerccio da

    actividade desejada no local escolhido;

    ii.de todos os requisitos a serem cumpridos para a obteno das licenas de autorizao defuncionamento, segundo a actividade pretendida, dimenso da empresa e grau de risco.

    b) a entrada, em guichet nico, de documentos e dados de registo e licenciamento.

    ARTIGO 14.o (Medidas de apoio institucional)

    O Executivo, no mbito das suas competncias, deve desenvolver outras medidas de apoio de carcter

    funcional, devendo, para o efeito, orientar os departamentos ministeriais ligados ao sector produtivo

    para a criao de programas anuais especficos de apoio s MPME.

    ARTIGO 15.o (Participao das entidades pblicas e privadas)

    1. O Estado e demais entidades pblicas devem destinar, no mnimo 25% do seu oramento, relativo a

    aquisio de bens e servios, para as MPME, como tal qualificadas pela presente lei.

    2. As empresas privadas de grande dimenso, nos contratos de fornecimento de bens e servios ao

    Estado, obtidos por meio de concursos, devem, reservar, no mnimo, 10% do valor dos contratos para asMPME, a adjudicar por consulta pblica a praa e em regime de concurso pblico e com superviso do

    adjudicatrio.

    3. Nos concursos para adjudicao de empreitadas de obras pblicas, obrigatria a reserva, no

    mnimo, 25%, para as MPME e em regime de concurso pblico a ser fiscalizado pelo adjudicatrio.

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    4. Para efeitos do disposto nos nmeros 1 e 2, as entidades adjudicatrias devem consultar a base de

    dados de MPME a ser elaborada pelo organismo do Estado responsvel pela classificao das MPME.

    5. As empresas que incumprirem o disposto no n.o 2, ficam impedidas de participar em quaisquer

    concursos pblicos promovidos pelo Estado e demais entidades pblicas, por um perodo no inferior a

    dois anos.

    6. As empresas pblicas de grande dimenso ficam obrigadas a integrar nos seus rgos de estrutura,

    gabinetes ou servios de facilitao a contratao de bens ou servios disponibilizados por MPME, ou

    atribuir tais competncias a unidades orgnicas j existentes.

    7. O departamento ministerial responsvel pelo apoio s MPME em colaborao com o departamento

    ministerial responsvel pelas finanas pblicas, deve fiscalizar o cumprimento do disposto, nos

    nmeros anteriores.

    ARTIGO 16.o (Aquisies pblicas)

    1. No obstante o disposto na Lei n.o 20/10, de 7 de Setembro Lei da Contratao Pblica, em caso

    de empate nos concursos pblicos e de subcontratao, deve ser dada preferncia s MPME.

    2. Para efeitos do disposto no nmero anterior, entende-se por empate, aquelas situaes em que as

    propostas apresentadas pelas MPME, so iguais ou at 10% superiores proposta mais bem qualificada

    das empresas que no sejam MPME.

    ARTIGO 17.o (Pagamentos por servios prestados)

    1. Os pagamentos a efectuar pelo Estado ou quaisquer outros entes pblicos s MPME, pelos bens e

    servios fornecidos nos termos da presente lei, devem ser processados no prazo mximo de quarenta e

    cinco dias, contados a partir da data da recepo da respectiva factura.

    2. A violao do disposto no nmero anterior, por causas imputveis ao contratante, obriga ao

    pagamento automtico de uma indemnizao correspondente taxa de juro legal.

    SECO II Apoios Fiscais e Financeiros

    ARTIGO 18.o (Medidas de apoio fiscal e financeiro)

    Sem prejuzo de outras medidas a considerar nos programas referidos no artigo 20.o, na sua elaborao

    o Executivo deve ter em conta:

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    a) simplificao dos actos e procedimentos de tributao;

    b) subvenes diferenciadas, consoante o tipo de actividade, s taxas de juro praticadas pelas

    instituies financeiras bancrias nas actividades ligadas ao micro crdito;

    c) disponibilizao de programas dirigidos ao financiamento das MPME atravs de linhas de crdito comjuros bonificados, a serem disponibilizadas pelas instituies financeiras bancrias.

    ARTIGO 19.o (Emolumentos)

    O acto de aumento de capital social das sociedades abrangidas pela presente lei est isento de

    quaisquer emolumentos e encargos legais.

    ARTIGO 20.o (Incentivos fiscais)

    1. Com a presente lei, as MPME abrangidas, beneficiam, nos primeiros cinco anos para as da Zona A,

    trs anos para as da Zona B e dois anos para as das Zonas C e D, de reduo das taxas previstas no

    Cdigo do Imposto Industrial.

    2. Os incentivos fiscais a aplicar obedecem a uma diviso do Pas em quatro zonas, nomeadamente:

    a) Zona A, compreendendo as Provncias de Cabinda, Zaire, Uge, Bengo, Cuanza-Norte, Malanje,

    Cuando Cubango, Cunene e Namibe;

    b) Zona B, compreendendo as Provncias de Cuanza-Sul, Huambo e Bi;

    c) Zona C, compreendendo a Provncia de Benguela, exceptuando os Municpios do Lobito e de

    Benguela e a Provncia da Hula exceptuando o Municpio do Lubango;

    d) Zona D, compreendendo a Provncia de Luanda, e os Municpios de benguela, do Lobito e do

    Lubango.

    3. De acordo com os nmeros 1 e 2 deste artigo, as MPME abrangidas e desde que possuamcontabilidade ou registo, nos termos dos nmeros 4, 5, 6 e 7 seguintes, beneficiam de reduo das

    taxas previstas no Cdigo do Imposto Industrial, de modo seguinte:

    a) Micro Empresas: pagamento por recurso a Imposto Especial por Conta, incidindo a taxa de 2% sobre

    as vendas brutas independentemente da zona a que se situem. O imposto calculado mensalmente

    sobre as vendas brutas do perodo e pago at ao 10.o dia til do ms seguinte;

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    b) Pequenas e Mdias Empresas: Benefcio de 50% para as empresas da Zona A, 35% para as empresas

    da Zona B, 20% para as empresas da Zona C e 10% para as empresas da Zona D.

    4. As micro empresas, no caso de no possurem contabilidade, devem utilizar um livro de registo decompras e vendas de servios prestados.

    5. As pequenas empresas devem ter no mnimo, um modelo de contabilidade simplificada.

    6. As mdias empresas devem possuir, pelo menos, contabilidade geral. 7. As MPME com capital

    estrangeiro devem possuir contabilidade geral.

    8. Compete ao departamento ministerial responsvel pelas finanas pblicas definir os livros de registo,

    bem como, o modelo de contabilidade simplificada.

    9. As Micro, Pequenas e Mdias Empresas industriais gozam, ainda, de iseno do imposto de consumo

    sobre as matrias-primas e subsidirias.

    ARTIGO 21.o (Administrao do sistema de incentivos)

    1. A gesto do sistema de incentivos e benefcios fiscais, cabe ao Poder Executivo, que a executa

    atravs do departamento ministerial responsvel pelas finanas pblicas.

    2. As MPME que prestam falsas declaraes ou fraudarem a presente lei no que tange aplicao doartigo 20.o, perdem automtica e definitivamente o direito de beneficiar de incentivos fiscais nele

    previstos, devendo ainda, cumprir retroactivamente com as suas obrigaes fiscais, nos termos gerais.

    3. Compete Repartio de Finanas onde se encontra registada a empresa, dar cumprimento do

    disposto no nmero anterior.

    ARTIGO 22.o (Apoio das instituies bancrias pblicas)

    1. As instituies financeiras bancrias pblicas devem manter linhas de crdito especficas para MPME

    devendo o montante disponvel e as condies de acesso ser expresso nos respectivos oramentos e

    amplamente divulgadas.

    2. As entidades referidas no nmero anterior devem publicar juntamente com os seus balanos um

    relatrio circunstanciado dos recursos alocados s linhas de crdito acima referidas e aquelas

    efectivamente utilizadas com a respectiva justificao.

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    SECO III Apoios na Criao de Competncias

    ARTIGO 23.o (Aces de formao profissional)

    1. O Estado, atravs do oramento do departamento ministerial responsvel pela formao profissional

    deve, anualmente, afectar uma verba para subsdios a atribuir s entidades ligadas formao

    profissional de pessoal e proprietrios das MPME.

    2. Para poderem beneficiar dos subsdios mencionados no nmero anterior, as entidades formadoras

    devem apresentar ao departamento ministerial encarregue da formao profissional at Julho do ano

    precedente, as suas propostas de programas de formao acompanhadas das respectivas estimativas

    oramentais.

    3. Os subsdios a atribuir pela formao, devem ser pagos directamente s entidade formadorasreferidas no nmero anterior, em percentagem a determinar pelo poder Executivo.

    4. O departamento ministerial responsvel pela formao profissional, deve acompanhar e verificar a

    correspondncia entre os valores atribudos e o nmero de formandos que tiverem frequentado com

    aproveitamento as aces de formao.

    ARTIGO 24.o (Cursos profissionais)

    1. O departamento ministerial responsvel pelo apoio s MPME, deve desenvolver um programa deformao e certificao profissional atravs de cursos de curta durao.

    2. Os cursos a que se refere o nmero anterior so dirigidos aos proprietrios, gestores e funcionrios

    das referidas empresas, devendo ser ministrados pela entidade vocacionada para tal ou por entidade

    de ensino certificada pela referida entidade, com ou sem apoio das associaes empresariais, mais

    privilegiadamente com estas.

    3. O programa referido no nmero anterior deve, conter no mnimo, matrias ligadas a contabilidade

    bsica, organizao e gesto de empresas e direito da empresa.

    ARTIGO 25.o (Medidas de apoio criao de competncias)

    O Executivo, no quadro da estratgia de fomento das MPME deve ter em conta um programa destinado

    criao de competncias que comporte, nomeadamente:

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    a) Incluir nos programas curriculares das instituies de ensino pblico, matrias ligadas ao

    empreendedorismo;

    b) Incentivar os institutos profissionais e universidades a inclurem nos seus programas curriculares,

    matrias ligadas ao empreendedorismo;

    c) Promover a criao de cursos de curta durao, dirigidos a gestores de pequenos negcios

    pertencentes a cidados angolanos.

    CAPTILO V Tratamento Diferenciado

    ARTIGO 26.o (Procedimentos simplificados)

    Sem prejuzo do disposto no n.o 1 do artigo 13.o e do artigo 19.o, deve o executivo implementar um

    programa alargado de simplificao administrativa para a criao de empresas, que abranja, entre

    outras, as seguintes medidas:

    a) tornar facultativa a realizao de escrituras relativas a determinados actos das sociedades passveis

    de serem certificadas como MPME;

    b) utilizao das novas tecnologias de informao, que permitam a desmaterializao de

    procedimentos de criao de empresas, a no presena fsica dos promotores para certos actos e, para

    a publicao dos estatutos, a possibilidade de escolha entre o papel ou um portal especfico para o

    efeito.

    ARTIGO 27.o (Contratao exclusiva de Micro Empresas) 166Compilao de Legislao Econmica sobre

    o Investimento Privado

    O Estado e demais entes pblicos podem, em determinados concursos para aquisio de bens e

    servios, incluir como requisitos de pr-seleco a qualificao dos participantes como micro e

    pequenas empresas, nos termos definidos na Lei n.o 20/10, de 7 de Setembro Lei da Contratao

    Pblica.

    ARTIGO 28.o (Imposto de selo)

    As micro empresas no desenvolvimento da sua actividade esto isentas do pagamento do Imposto de

    Selo.

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    ARTIGO 29.o (Relaes laborais)

    O Executivo, junto s estruturas competentes deve desenvolver polticas laborais de apoio s micro

    empresas.

    CAPTULO VI Disposies Finais e Transitrias

    ARTIGO 30.o (Omisso de receita)

    Aplicam-se s MPME existentes e classificadas como tal pela presente lei, todas as presunes de

    omisso de receita existentes na legislao nacional.

    ARTIGO 31.o (Obrigao de informar)

    1. As MPME que, pelo volume de facturao ou nmero de empregados, ultrapassem os limites

    definidos no artigo 5.o tm, findo o exerccio econmico, trinta dias para informar a entidade

    encarregue do seu registo.

    2. Sem prejuzo das disposies penais aplicveis, o no cumprimento do disposto no nmero anterior,

    sujeita a sociedade ao pagamento de uma multa correspondente a 10% do total dos impostos e

    contribuies devidos.

    ARTIGO 32.o (Fiscalizao orientadora)

    A fiscalizao decorrente dos benefcios e incentivos constantes da presente lei, bem como dos

    aspectos laborais, ambientais e segurana, deve ter natureza prioritariamente orientadora, quando a

    actividade ou situao, por sua natureza, comportar grau de risco compatvel com esse procedimento,

    salvo se verificar-se qualquer situao de fraude ou embarao a fiscalizao.

    ARTIGO 33.o (Disposio transitria)

    As MPME existentes e interessadas nos benefcios e incentivos previstos pela presente lei, devem, no

    prazo de um ano, contado a partir do incio do ano fiscal seguinte sua publicao, obter a respectiva

    certificao.

  • 8/12/2019 Lei n 30

    14/14

    ARTIGO 34.o (Dvidas e omisses)

    As dvidas e omisses que se suscitarem da interpretao e aplicao da presente lei so resolvidas

    pela Assembleia Nacional.

    ARTIGO 35.o

    (Regulamentao)

    Compete ao Titular do Poder Executivo regulamentar a presente lei at trinta dias antes da sua entrada

    em vigor.

    ARTIGO 36.o (Entrada em vigor)

    A presente lei entra em vigor no dia dois de Janeiro de 2012.

    Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 26 de Julho de 2011.

    A Presidente, em exerccio, da Assembleia Nacional,Joana Lina Ramos Baptista.

    Promulgada aos 2 de Setembro de 2011. Publique-se. O Presidente da Repblica, Jos Eduardo dosSantos.