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Tô vendo uma Esperança ! “Para que todo cidadão possa participar ativa, direta e efetivamente da vida pública”

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Tô vendo

uma

Esperança !

“Para que todo cidadão possa

participar ativa, direta e

efetivamente da vida pública”

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O que é o MCC?

O Movimento pro Mandatos Coletivos Comunita rios - MCC, surgiu a partir de

debates realizados pelas lideranças comunita rias envolvidas diretamente com

diversos Movimentos Sociais presentes na Zona Leste da Cidade de Sa o Paulo,

sobre as realizaço es e respostas dadas a populaça o em geral pelos parlamenta-

res eleitos para os cargos de Vereador, Deputados Estadual e Federal e Senador.

Constatou-se, enta o, verdadeiro desa nimo das pessoas para com a forma de

conduzir o mandato, atualmente empregada pela maioria dos eleitos., que de

modo geral, transformam seus gabinetes em “pequenas empresas gerenciado-

ras de serviços visando sua reeleiça o”.

Assumindo a responsabilidade cidada que cada um tem para com a Democra-

cia Brasileira, decidimos oferecer a sociedade a presente proposta, que preten-

de transformar cada gabinete parlamentar em Mandatos Coletivos nos quais

cada cidada o tenha o direito de participar ativa e democraticamente.

Propomos, a voce que leia este documento, e caso se identifique com ele total

ou parcialmente, fale conosco e seja bem vindo.

A luta e a rdua e grande, mas unidos alcançaremos as mudanças necessa rias no

Sistema Polí tico Brasileiro.

Expediente

Produção: Movimento Pro Mandatos Coletivos Comunitários - Zona Leste - São Paulo - SP Pesquisa / Diagramação / Textos: Waldir A. Augusti

Responsáveis Técnicos: Anderson Migri - Anderson Ramos - Antonio Luis Marchioni Deise Cassi - Maria Inês M. Augusti - Marinalva Silva - Mônica Lopes - Vera Miguel

Waldir A. Augusti

Contatos: [email protected] - [email protected]

Receba maiores Informações ligando ou escrevendo para:

[email protected]

[email protected]

Padre Ticão - (11) 99943-2646 - Professor Waldir (11) 97413-1344

Mônica Lopes (11) 98389-0257 - Deise Cassi (11) 98862-2884

Anderson Migri (11) 98444-9626

Page 3: Leia a cartilha na íntegra!

01

eralmente, a palavra polí tica e utilizada para fazer refere ncia aos par-

tidos, a s eleiço es e ao governo. Devido a s pra ticas adotadas por muitos

polí ticos marcadas pelo na o cumprimento das promessas feitas durante a

campanha, por falsidade ideolo gica ou por atos de corrupça o, a polí tica e

tida como “algo sujo” do qual na o devemos esperar nada bom.

Política, na verdade, envolve todo tipo de relaça o humana: convivê ncia

familiar, participação na comunidadê, na êscola, nas associaçõês dê classês,

nos sindicatos, nas Igrêjas ou em qualquer outro tipo de organização.

A palavra polí tica deriva de polis, termo grego que quer dizer cidade. O

polí tico, por sua vez, e o integrante da cidade, logo, todos os cidada os que,

no exercí cio da cidadania devem exercer o direito e o compromisso de

participarem ativamente da organizaça o da Cidade, do Estado.

Partindo desse pressuposto, a polí tica e praticada em tudo que se vive, a

começar pela solidariedade em casa, na rua, no bairro ou na cidade ate a

escolha daqueles que tera o a responsabilidade de governar a sociedade.

Daí , sob a o tica da e tica e dos valores, polí tica e o conjunto de aço es pelas

quais homens e mulheres buscam organizar a convive ncia em prol do bem

comum.

Sendo assim, na o e errado afirmar que todos vivem politicamente e, ao

contra rio do que muitos pensam, ningue m vive sem tomar partido. Na o

existe neutralidade polí tica. Na medida em que nos posicionamos em rela-

ça o a uma proposta, uma ideia ou uma pratica adotada por algue m, esta-

mos nos posicionando politicamente. O mesmo se da em relaça o aos atos

governamentais. E, a queles que insistem em dizer que “na o tomam parti-

do” resta dizer que, lamentavelmente sua atitude favorece, na imensa

maioria da vezes, aos mais “fortes” ou “poderosos”.

Em outras palavras, quanto maior o nu mero de pessoas convencidas de

que a polí tica e algo ruim e que devem se manter afastadas dela, mais fa cil

sera a vida dos maus polí ticos que agem em prol de seus pro prios interes-

ses ou dos grupos que representam, em detrimento daquilo que realmente

Introdução

Page 4: Leia a cartilha na íntegra!

02

importa e se faz necessa rio para o bem comum.

Assistindo a tantos desmandos praticados pelos maus polí ticos, o cida-

da o brasileiro clama por eleiço es e ticas e transparentes nas quais na o seja

alvo da hipocrisia dos “polí ticos profissionais” ou daqueles que sa o

“lançados” a vida pu blica manipulados por interesses corporativos.

Bombardeado por falsas promessas e tentativas ensandecidas de con-

vencimento praticadas pelos candidatos dos mais diferentes partidos du-

rante uma campanha eleitoral, o povo brasileiro na o suporta mais tanta

falsidade.

Ano apo s ano, mandato apo s mandato o eleitor brasileiro esta sendo en-

ganado. Marqueteiros profissionais sa o contratados a peso de ouro para

“construí rem personagens” capazes de convencer ate mesmo os mais ce ti-

cos. Ora, diante de um quadro como este, ningue m pode ser condenado

por querer se manter distante da “polí tica”.

Mas na o podemos nos acomodar. Na o podemos assistir passivamente a s

pra ticas detesta veis adotadas por aqueles que, apo s serem empossados,

transformam seus gabinetes em escrito rios pessoais onde seus cabos elei-

torais mais poderosos sa o contemplados com cargos e altos sala rios. Ma-

nipulando tudo que encontra a sua disposiça o, o eleito trabalha advogan-

do em causa pro pria visando permanecer no cargo pelo maior nu mero de

mandatos possí vel.

E preciso dar um basta nesta situaça o. E preciso buscar alternativas

que venham ao encontro dos reais interesses e anseios da populaça o. E

preciso fazer com que os mandatos exercidos pelos candidatos eleitos se-

jam conduzidos de modo a manterem-se u nica e exclusivamente a serviço

da coletividade. O mandato na o deve ter o cara ter individual, mas sim co-

lêtivo. O candidato eleito deve, por uma questão lógica, exercer o poder que

lhe e conferido na defesa incondicional dos interesses comuns.

O mandato exercido pelo Vereador, pelo Deputado Estadual ou Federal

ou pelo Senador na o e propriedade desses. Ele pertence ao povo e a servi-

ço deste deve ser colocado. O mesmo se aplica tambe m aos mandatos exe-

cutivos.

Diante dessa realidade, estamos propondo que os mandatos conferidos

Page 5: Leia a cartilha na íntegra!

aos escolhidos em eleiço es livres e diretas sejam Coletivos Comunitá rios,

exercidos por um colegiado escolhido por aqueles que o referendaram

para disputar um cargo eletivo.

Obviamente, muito ha que se falar sobre esta proposta. Pore m, na o a

apresentarí amos sena o entende ssemos ser perfeitamente possí vel sua

praticidade. E por acreditarmos nisto, estamos chamando voce para parti-

cipar conosco desta empreitada.

Algo deve ser feito para que os valores e ticos sejam resgatados e prati-

cados na vida pu blica. E no s queremos fazer parte deste resgate na o como

meros espectadores, mas como protagonistas.

Na o podemos e na o iremos adotar a postura do na o vemos, na o ouvi-

mos e na o falamos de polí tica. Ao contra rio. Queremos e vamos nos lançar

na pra tica do ver, julgár e ágir.

Nas pro ximas pa ginas, apontaremos os encaminhamentos e crite rios

que entendemos, salvo melhor juí zo, serem indispensa veis para que a

proposta dos Mándátos Coletivos Comunitá rios se torne realidade.

03

Page 6: Leia a cartilha na íntegra!

Tô vendo uma Esperança !

Para melhor compreensa o da proposta apresentada, se faz necessa rio o

apontamento de algumas caracterí sticas existentes tanto nos Mandatos

Individuais -modelo hoje adotado em todo o paí s-, quanto nos Mándátos

Coletivos Comunitários propostos como alternativa plausível para

uma mudança no sistema eleitoral vigente, sobremaneira no que se refere

a conduta dos eleitos para os cargos de Vereador, Deputados Estadual ou

Federal e Senadores frente aos seus gabinetes e, consequentemente, seus

mandatos.

Destacamos 8 (oito) quesitos basilares que julgamos indispensa veis pa-

ra o bom andamento de um Mándáto Coletivo Comunitá rio, no qual a par-

ticipaça o dos Movimentos Sociais seja um fato e na o uma hipo tese:

1º. Proposição dá cándidáturá;

Origem do candidato e atuaça o juntos aos movimentos sociais;

2º. Finánciámento de cámpánhá;

Jamais aceitar financiamento empresarial ou corporativo;

3º. Assessoriá párlámentár (composição dos gabinêtês);

Composta sob indicaça o do Conselho Polí tico;

4º. Vencimento dos ássessores;

Paridade nos vencimentos dos assessores;

5º. Voto e posturá párlámentár;

Conduta junto ao mandato de acordo

com o Conselho Polí tico;

6º. Reeleição;

Postura exigida pelo Mandato Coletivo Comunita rio;

7º. Nível de personálizáção do eleito;

Conduta coletiva sem personalismo;

8º. Formáção político-cidádã.

Apoiar as Escolas de Cidadania.

Indicadas as diferenças basilares entre Mandatos Individuais

e Coletivos, vejamos um pouco mais sobre cada uma delas.

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Page 7: Leia a cartilha na íntegra!

No Mándáto Coletivo Comunitá rio, o candidato e escolhido dentre

os possí veis apontados pelos Movimentos Sociais, levando -se

em conta que:

a) Sêrão rêfêrêndados como candidatos somêntê aquêlês quê, comprovadamêntê, vênham atuando junto aos Movimêntos Sociais por um pêríodo mínimo dê têmpo, por êxêmplo, 5 anos.

b) É imprêtêrívêl quê o prêtênso candidato tênha Ficha Limpa dê acordo com o êstabêlêcido pêla Lêi Complêmêntar nº 135/2010 (Lêi da Ficha Limpa);

c) Não sêrão acêitas, sob qualquêr hipótêsê, candidaturas dê quêm quêr quê sêja, êm razão da participação dê familiarês ou amigos nos Movimêntos Sociais, nêm tampouco por indicação dê ocupantês dê cargos êlêtivos ou mêmbros da dirêção dê qualquêr Partido Político. 0

5

Mandato Individual - A proposiça o da candidatura no modelo atu-

al depende, sobretudo, da vontade do indiví duo querer se candidatar. Uma

vez decidido, o indiví duo lança seu pro prio nome e busca um partido polí -

tico que o aceite como candidato. Uma vez eleito, o indiví duo, na mais das

vezes, passa a fazer parte de algum grupo de interesse, o que pode ocorrer

dependendo de sua origem ou de seus interesses pessoais. A partir de en-

ta o, passa a votar e/ou apresentar projetos de acordo com os interesses na

maioria das vezes contra rios ao povo.

Mandato Coletivo Comunitário - O candidato e referen-

dado pelos Movimentos Sociais que faz sua indicaça o ao Conselho Polí ti-

co. Este, por sua vez, tem a prerrogativa de analisar com exclusivida-

de a propositura de acordo com as condiço es prescritas. Sendo eleito, o

detentor do Mandato Coletivo Comunita rio, tera sua atuaça o norteada pelo

bem comum, pelos interesses coletivos comunita rios trazidos das bases,

dos Movimentos Sociais. O eleito, fazendo parte do MCC, tambe m o fara da

bancada do Partido ao qual pertence, como representante do povo e na o

de grupos econo micos.

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Conselho Político - O Consêlho Polí tico e composto por pessoas

oriundas dos Movimentos Sociais constituí dos na cidade ou na regia o ori-

gina rias. Seus componentes sera o escolhidos dentre os membros reconhe-

cidamente atuantes e jamais por indicaço es de dirigentes dos movimentos

ou autoridades constituí das. Nenhum Consêlhêiro ou Consêlhêira tera

qualquer tipo de privile gio, garantia ou prefere ncia para indicaça o de seu

nome para uma eleiça o.

Cabe ao Conselho Político:

I. Atuar continuamente junto aos Movimentos Sociais e aos Mandatos

Coletivos agindo, quando necessa rio, como interlocutor entre estes.

Enfatizamos “quando necessa rio” como condiça o sinê qua non uma

vez que os movimentos tera o acesso direto ao Mandato;

II. Acompanhar e coordenar o desenvolvimento da Campanha Eleitoral;

Rede de

Escolas de Cidadania

Ecologia Creches

CONSELHO

POLÍTICO

Cultura Educação

Segurança Esportes

Saúde Idosos

Transportes Moradia

Pessoas com

Necessidades Especiais

Composição do Conselho Político

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07

III. Constituir a Assessoria Parlamentar de cada mandato;

IV. Participar das discusso es e deciso es sobre voto e postura parlamen-tar do eleito;

V. Promover a formaça o polí tica em todos os movimentos sociais e/ou instituiço es atrave s de Escolas de Cidadania;

VI. Divulgar e promover o Mandato Coletivo Comunita rio como alternati-va para o atual quadro polí tico ta o desacreditado;

VII. Analisar os nomes indicados como possí veis candidatos;

VIII. Acompanhar e avaliar o mandato durante toda sua duraça o propon-do, quando necessa rio, as mudanças cabí veis para o bom e xito do mesmo.

Cabe ainda ao Conselho Polí tico promover, sempre que necessa rio, dia lo-

gos e debates com lideranças sociais e autoridades competentes sobre te-

mas e assuntos considerados pertinentes ao bom andamento dos Manda-

tos Coletivos Comunita rios.

Estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Assiste ncia Parla-

mentar (DIAP) comprovou que dos 594 parlamentares (513 deputados e

81 senadores) eleitos em 2010, 273 eram empresa rios, 160 compunham o

grupo ruralista e apenas 91 parlamentares eram considerados represen-

tantes dos trabalhadores. Em 2014, a composiça o do Congresso eleito e

considerada a mais conservadora dos u ltimos tempos.

15 Ambientalista

55 Feminina

66 Evangé lica

79 Saúde

69 Comunicação

213

91 Sindical

160 Ruralista

273 Empresarial

Educação

Fonte: DIAP

- O Congresso Nacional por Representação -

“A democráciá é á pior formá de governo, sálvo todás ás demáis formás que têm sido experimentádás de tempos em tempos.” (Winston Churchill)

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08

Mandato Individual - Os recursos financeiros sa o oriundos do

pro prio candidato ou daqueles que decidem apoia -lo, o que, neste u ltimo

caso, acaba comprometendo a autonomia do indiví duo eleito. Campanhas

de alto custo.

Mandato Coletivo Comunitário - Os recursos sa o oriun-

dos de rateios entre membros dos Movimentos, Conselho Polí tico e/ou de

trabalhos coletivos de arrecadaça o promovidos por todos os Movimentos

Comprometidos. Festas, rifas, dentre outros, sa o meios considerados para

busca de recursos. Campanhas de baixo custo.

A campanha eleitoral do candidato ao exercí cio do Mandato Coletivo,

deve priorizar a atuaça o de toda a milita ncia junto a s comunidades. A

apresentaça o do candidato e o dia logo direto com os eleitores, devem ser

os principais meios utilizados para a conquista dos votos necessa rios para

a eleiça o. Dizendo de outro modo, o trabalho de conscientizaça o polí tica

deve ser contí nuo e promovido por meio de Centros de Formaça o e Esco-

las de Cidadania.

A campanha eleitoral na o deve ser vista e/ou posta em pra tica apenas co-

mo elemento de propaganda deste ou daquele candidato. Ao contra rio, ela

deve ser utilizada como instrumento de dia logo e formaça o entre candida-

tos e eleitores, entre os Movimentos e Instituiço es. No Mandato Coletivo, a

campanha deve ser encarada como oportunidade de crescimento e forma-

ça o polí tica.

Na o sera o aceitos em nenhuma hipo tese financiamentos privados de cam-

panhas, pois entendemos ser este o principal motivo causador da perda de

identidade e compromisso dos mandatos.

Para o Conselho Federal da OAB, “o dêsênho institucional vigêntê subvêrtê a

lógica do procêsso êlêitoral, gêrando uma assimêtria êntrê sêus participan-

tês, porquanto êxclui cidadãos quê não disponham dê rêcursos para disputar

êm igualdadê dê condiçõês com aquêlês quê injêtêm êm suas campanhas

vultosas quantias financêiras, sêja por conta própria, sêja por captação dê

doadorês. Por outro lado, a proêminência do aspêcto êconômico, como

Page 11: Leia a cartilha na íntegra!

09

condicionantê do (in) sucêsso nas êlêiçõês, cria, (...) um ambiêntê vulnêrávêl

à formação dê pactos pouco rêpublicanos êntrê candidatos ê finánciádores

de cámpánhá, êm êspêcial durantê o êxêrcício dos mandatos êlêtivos,

ocasião êm quê surgiriam atos dê corrupção ê favorêcimênto aos doadorês”.

O volume de recursos financeiros injetados nas campanhas eleitorais de

2002 e 2010 apontados abaixo, e a postura de certos indiví duos eleitos por

grupos corporativos atestam isso.

Na campanha eleitoral dos candidatos indicados pelos Mandatos Coletivos

Comunita rios a utilizaça o de materiais de propaganda sera feita de modo

funcional se em esbanjamento. Jamais sera aceito qualquer tipo de financi-

amento empresarial.

(Montesquieu)

“A corrupção dos governántes quáse sempre começá com á corrupção dos seus princípios.”

Fonte: Pesquisa da UFRJ

2002 827 milhões

2010 4,9 bilhões

- Gastos Gerais das Campanhas Eleitorais -

Para a eleiça o de 2012, R$ 92 milho es foram doados pelas dez maiores fi-

nanciadoras privadas. Deste montante, 75% foram doados por empreitei-

ras. Vale lembrar que estas sa o as doaço es legais. Muitas doaço es ilegais

tambe m sa o feitas e conhecidas como “caixa 2”.

- Financiamento de Campanhas por Empresas -

86%

91,3%

95,1%

200

DO

ÕE

S

FE

ITA

S

Fonte: Estado de São Paulo: http://goo.gl/EJr1Nr

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10

Mandato Individual - Os membros da assessoria parlamentar sa o

nomeados, exclusivamente, pelo eleito o que abre grandes espaços para a

pra tica do nepotismo, inclusive cruzado e/ou a ocupaça o dos cargos por

pessoas na o qualificadas. Observa-se com facilidade a nomeaça o de pesso-

as que interessam politicamente ao eleito, no que se refere a atuaça o como

cabos eleitorais para eleiço es futuras e pretensas recandidaturas.

Mandato Coletivo Comunitário - A nomeaça o dos mem-

bros da assessoria parlamentar, e consequentemente, a composiça o do ga-

binete, e feita de modo coletivo eliminando qualquer possibilidade de ne-

potismo. Preconiza-se a indicaça o de indiví duos mais aptos para o exercí -

cio de cada funça o, entre os membros do Conselho Polí tico ou por eles

apontados. Isto, contudo, na o quer dizer que qualquer membro do Conse-

lho Polí tico obtenha privile gios ou seja tratado de modo diferenciado no

decorrer do processo de nomeaça o dos assessores.

Dentro da estrutura do Mandato Coletivo, a Assessoria Parlamentar na o se

limita aos espaços do Gabinete. Ela deve se estender aos bairros e perma-

necer atuante junto aos Movimentos Sociais.

No Mandato Coletivo, o dia logo entre o gabinete, Movimentos Sociais e/ou

Instituiço es e constante e em duas vias, ou seja, coletando opinio es e su-

gesto es para as aço es parlamentares, ouvindo continuamente o Conselho

Polí tico e os Movimentos, bem como trazendo respostas sobre os encami-

nhamentos adotados, garantindo a efetiva participaça o de toda a comuni-

dade. Todos os membros da Assessoria Parlamentar estara o a serviço da

coletividade e na o do indiví duo eleito. Independente da funça o exercida na

estrutura funcional do Mandato Coletivo Comunita rio, todos os componen-

tes recebera o o mesmo tratamento no processo de indicaça o e posterior

nomeaça o.

(Franz Kafka)

“A solidáriedáde é o sentimento que melhor expressá o respeito pelá dignidáde humáná.”

Page 13: Leia a cartilha na íntegra!

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Todos os envolvidos, direta ou indiretamente, na estrutura funcional do

Mandato Coletivo, devem ter cie ncia de que os sala rios oferecidos para os

cargos aos quais o eleito tem a sua disposiça o, sera o utilizados de maneira

a proporcionar condiço es dignas de trabalho a todos os assessores. Por-

tanto, na o cabe as pretenso es de quem quer que seja de ganhos financei-

ros com o objetivo de enriquecimento pessoal.

Todos os recursos gerados pelo Mandato, sera o socializados entre aqueles

que exercerem qualquer funça o junto ao gabinete. Os crite rios para a divi-

sa o dos recursos sera o estabelecidos pelo Conselho Polí tico sob a e gide da

justiça e da igualdade social.

Mandato Individual - Os sala rios sa o pagos diretamente aos asses-

sores nomeados de acordo com a funça o exercida por cada um. Nas mais

das vezes, cargos com vencimentos maiores, sa o adotados como espe cie de

“pre mio” a cabos eleitorais, destacando-se aqui, lideranças proeminentes

que poderiam vir a concorrer em uma eleiça o, mas sa o cooptados, salvo

exceço es, pelos indiví duos eleitos, transformando-se em “eternos assesso-

res”. Os valores recebidos pertencem exclusivamente ao assessor.

Mandato Coletivo Comunitário - A proposta de paridade

nos vencimentos pagos, preve a partilha dos valores recebidos entre todos

os assessores, promovendo equidade entre eles. Ainda que o assessor na o

trabalhe diretamente no gabinete, ou seja, atue mais junto aos movimen-

tos, seus vencimentos sera o valorados na mesma proporça o daqueles que

trabalham internamente. Atuando com bom senso e justiça social, o Conse-

lho Polí tico, juntamente com o candidato eleito estabelecera a proporcio-

nalidade dos vencimentos valorando adequadamente o serviços prestado

por cada um. Sendo o Mandato Coletivo , os vencimentos tambe m o sera o.

(Paulo Freire)

“A democráciá não pretende criár sántos, más fázer justiçá.”

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Mandato Individual - Na pra tica, a conduta, a apresentaça o de

projetos e deciso es sobre como votar em plena rio dependem u nica e ex-

clusivamente da vontade do eleito. Cabe a sua assessoria justificar junto

aos eleitores as razo es que o levaram a apresentar tal projeto ou a votar de

tal maneira em projetos de outros eleitos. Em suma, o que se assiste e a

conduta individualizada de cada membro eleito, ainda que o partido ao

qual pertença possua uma bancada ampla.

Lamentavelmente -salvo exceço es- observa-se verdadeiras negociatas sen-

do introduzidas no ambiente parlamentar, onde votos favora veis ou con-

tra rios sa o negociados de acordo com os interesses pessoais ou corporati-

vos. Neste u ltimo caso, a decisa o sobe a forma de votar, se favora vel ou

contra rio, depende do ní vel de comprometimento do eleito com o financia-

dor de sua campanha. Isto, sem contar o ja conhecido “toma-la -da-ca ” pra-

ticado entre os poderes Executivo e Legislativo.

Mandato Coletivo Comunitário - A postura e a conduta do eleito, sendo este o representante oficial da coletividade que o elegeu,

sera a de atuar de acordo com as propostas trazidas pelo Conselho Polí tico

a partir das sugesto es apresentadas pelos Movimentos Sociais e Instituiço es.

Entende-se que, na medida em que o nu mero de mandatos coletivos au-

mente, a possibilidade de apresentaça o de projetos e votos coletivos tam-

be m se tornara o uma realidade parlamentar.

Temos enta o, o surgimento natural do chamado Gabinêtê Colêtivo, que por

sua vez, podera apresentar projetos e/ou vota -los de modo coletivo sem-

pre levando em consideraça o, como ponto de decisa o, a vontade da coleti-

vidade, dos Movimentos Sociais. Por certo, os Mandatos Coletivos sera o

fortalecidos na medida em que o individualismo seja substituí do pelo cole-

tivismo.

12

Uma vez que o indiví duo eleito representa aqueles que o elegeram, seus

votos em projetos ou suas propostas parlamentares sera o definidos em

consenso com o Conselho Polí tico. Por certo, havera o momentos em que

ocorrera o choques de interesses, sobremaneira quando o Mandato Coletivo

for exercido por membros do mesmo partido do poder Executivo.

Page 15: Leia a cartilha na íntegra!

Isto se dara , sobremaneira, quando determinado projeto apresentado pelo

executivo, na o corresponda aos interesses ou na o traga benefí cios para a

maioria da populaça o. Nestes casos os membros do Mandato Coletivo

apresentara o seu voto em separado de acordo com os interesses da Cole-

tividade e na o deste ou daquele poder constituí do. No modelo atual de

mandatos individuais, pratica-se incondicionalmente -salvo rarí ssimas ex-

ceço es- o voto favora vel por parte dos parlamentares correligiona rios, aos

projetos apresentados pelo Executivo.

Daí , a importa ncia de se estabelecer o dia logo permanente com as bases. E

dela que vira o as indicaço es de como o parlamentar devera votar, bem co-

mo de projetos a serem apresentados pelo Mandato Coletivo.

Aplicada esta metodologia, a possibilidade de “troca de votos”, de ganhos

ou favorecimentos pessoais por voto dado de acordo com interesses escu-

sos, sera reduzida a zero. O Mandato Coletivo, na o se preocupara com a

quantidade de projetos apresentados, mas sim com a qualidade e a real

necessidade de cada um.

13

(Péricles)

“O Estádo Democrático deve se dedicár á servir à máioriá e proporcionár á todos á iguáldáde diánte dá Lei.

Deve, áo mesmo tempo, proteger-se contrá o egoísmo e proteger o cidádão contrá á árbitráriedáde do Estádo.”

Para refletir...

(Rousseau)

“Uma sociêdadê só é dêmocrática quando ninguém

for tão rico quê possa comprar alguém ê ninguém

sêja tão pobrê quê tênha dê sê vêndêr a alguém.”

“A têndência dêmocrática dê êscola não podê

consistir apênas êm quê um opêrário manual

sê tornê qualificado, mas êm quê cada cidadão

possa sê tornar govêrnantê” (Gramsci)

Page 16: Leia a cartilha na íntegra!

Mandato Individual - Apresentar-se como candidato para a reelei-

ça o depende exclusivamente da vontade do indiví duo detentor do manda-

to de querer ou na o candidatar-se. Como parlamentar em exercí cio, o indi-

ví duo tem a prefere ncia do partido para novo pleito eleitoral. Neste qua-

dro, existe a ampla possibilidade de um mesmo indiví duo continuar ocu-

pando um cargo eletivo por perí odos sucessivos.

Mandato Coletivo Comunitário - A indicaça o dos candi-

datos a ocuparem um cargo eletivo nas insta ncias Municipais, Estaduais e

Federal, depende diretamente do Conselho Polí tico devidamente constituí -

do. Elimina-se aqui, qualquer possibilidade de auto indicaça o ou das cha-

madas indicaço es de “cima para baixo” para que um indiví duo seja candi-

dato sucessivas vezes.

14

Dentro da estrutura dos Mandatos Coletivos, o indiví duo eleito e o repre-

sentante tempora rio da coletividade que o elegeu e como tal, deve condu-

zir suas aço es durante o mandato exercido. Todos os eleitos devera o exer-

cer o mandato que lhes fora confiado em sua totalidade, ou seja, na o pode-

ra o abandonar o mandato para ocupar outros cargos no executivo ou para

disputar eleiço es para outros cargos.

Dizendo de outro modo: no Brasil, temos eleiço es livres e democra ticas a

cada dois anos. Na primeira, elegemos Prefeitos e Vereadores; na seguin-

te, Deputados Estadual e Federal, Senadores, Governadores e Presidente

da Repu blica.

A Lei eleitoral vigente, permite ao indiví duo eleito, abandonar o mandato

para concorrer a uma nova eleiça o, ou para ocupar outros cargos nos go-

vernos Municipal, Estadual ou Federal. Permite tambe m ao indiví duo elei-

to para qualquer cargo legislativo, concorrer sucessivamente a reeleiça o,

proporcionando-lhe a oportunidade de “perpetuar-se no poder”.

Na estrutura dos Mandatos Coletivos, uma vez eleito, o individuo jamais

podera abandonar o Mandato, -a na o ser por motivos alheios a sua vonta-

de, enfermidade, por exemplo– com a pretensa o de candidatar-se a outro

cargo letivo ou para exercer cargos em nomeaça o no Poder Executivo.

Page 17: Leia a cartilha na íntegra!

Quanto a candidatar-se a reeleiça o, ele podera faze -lo, mas somente apo s a

conclusa o do Mandato em exercí cio e em eleiço es vindouras, na o conti-

guas ao mandato em exercí cio.

Ao encerrar o mandato para o qual fora eleito, o indiví duo devera retornar

para as bases, atuar junto aos Movimentos Sociais e, submeter-se a s deci-

so es dos Movimentos e do Conselho Polí tico sobre quem sera indicado co-

mo candidato. O fato de ja ter sido eleito anteriormente, na o lhe acrescen-

tara nenhuma vantagem frente aos demais indicados.

Para os Mandatos Coletivos, o mais importante e o despontar de novas li-

deranças polí ticas a fim de que novos quadros se formem continuamente,

eliminando definitivamente o personagem do “eterno candidato”.

(JF Clarke)

“Um político pensá ná próximá eleição. Um estádistá, ná próximá geráção.”

15

Para refletir...

Dia desses, durante um dos muitos cafe s ja tomados, certo assessor parla-

mentar abordou uma grande liderança dos Movimentos Sociais, dizendo:

- “Rápáz, precisámos retomár nossás áções lá ná suá região. Ano que

vem temos eleições e precisámos gárántir á reeleição do nosso vereá-

dor.” E continuou falando sobre a importa ncia de reeleger tal fulano.

Apo s ouvir atentamente, o outro respondeu apresentado ao seu interlocu-

tor algumas questo es: - “Por quê?” E Continuou: “Porque temos que ree-

leger o vereádor áo invés de lánçármos um novo nome, umá nová lide-

ránçá? Você não áchá que é máis sáudável párá á Democráciá o des-

pontár de novás lideránçás que buscár mánter no poder sempre ás

mesmás? Até quándo teremos que ássistir á perpetuáção de álguns em

detrimento de outros, que sempre se dedicárám com áfinco às cáusás

sociáis?” E encerrou dizendo: “Por máis que você árgumente sobre ás

reálizáções do vereádor duránte seu mándáto, párá mim está cláro

umá coisá: ele ápenás cumpriu com suá obrigáção! E tem máis: todo

indivíduo eleito, comprometido com ás báses e com á democráciá, po-

derá reálizár muito máis. Bástá pensár como Estádistá e não como

Político”.

Pense nisso...

Page 18: Leia a cartilha na íntegra!

Mandato Individual - O personalismo e constante no mandato in-

dividual, uma vez que a visa o particular do eleito e que determina os enca-

minhamentos e postura do mandato. Em conseque ncia, o mandato e total-

mente personalizado na figura do indiví duo. Os votos buscados durante o

processo eleitoral, sa o dirigidos ao indiví duo. E comum a fala “meu mandato”.

Mandato Coletivo Comunitário - Impossibilita a pra tica

do personalismo, uma vez que toda a conduça o do mandato e feita no cole-

tivo deixando claro que o indiví duo eleito e o representante tempora rio da

coletividade e na o o dono do mandato. Durante a disputa eleitoral, os elei-

tores sa o estimulados a votar no Mandato Coletivo. O nome do candidato e

apresentado porque a Lei assim exige. A fala comum e “nosso mandato”.

16

(Abrahan Lincoln)

“Quáse todos os homens são cápázes de suportár ádversidádes, más se quiser por à prová o cáráter de um homem, dê-lhe poder.”

Durante o exercí cio dos Mandatos Coletivos, o dia logo com os Movimentos

sobre os atos praticados, projetos apresentado, votos dados, etc., sera

mantido initerruptamente. Na o se trata de uma prestaça o de contas, mas

sim, de responder a coletividade sobre as propostas que esta apresentou

ao Mandato Coletivo.

Manter-se-a em evide ncia a linguagem coletiva do mandato, enfatizando a

pluralidade de comando nas deciso es tomadas. Sera sempre: “nosso man-

dato”, “nossas propostas”, “nossas deciso es” na o apenas na teoria, mas

sobretudo, na pra tica.

E absurdo o me todo hoje adotado pela maioria dos detentores de manda-

tos individuais. Faltando cerca de 15 meses para as pro ximas eleiço es, os

assessores, em geral, “retomam” contatos com as lideranças polí ticas de

cada regia o, esquecidas ou relegadas a segundo plano durante todo o man-

dato, para tratar da “reeleiça o do vereador, deputado...”, como se isso fosse

imprescindí vel para a manutença o da Democracia. Ou seja: personaliza-se

o mandato na pessoa do indiví duo, que por sua vez, comporta-se como seu

senhor e legitimo proprieta rio.

No mandato coletivo na o ha reeleiça o. Apenas um Mandato Coletivo... Um

mandato!

Page 19: Leia a cartilha na íntegra!

Mandato Coletivo Comunitário - Dentre as caracterí sticas

dos Mandatos Coletivos, a oferta de Formaça o Polí tico-Cidada deve ser

constante. Na o basta produzir folhetos informativos ou material de propa-

ganda destacando as realizaço es deste ou daquele setor pu blico ou parla-

mentar em exercí cio.

E necessa rio oferecer formaça o constante atrave s de semina rios, encon-

tros, palestras, entre outros. Os Mandatos Coletivos tera o como uma de

sua metas oferecer esta formaça o a todos que desejarem.

Mandato Individual - De modo geral, os mandatos individuais na o

se preocupam em oferecer formaça o politico-cidada para os participantes

dos Movimentos Sociais e/ou Instituiço es. Tampouco incentivam a forma-

ça o e o despontar de novas lideranças. Ao contra rio, assistimos a pra tica

de cooptaça o de pessoas que apresentam espirito de liderança ou sa o en-

gajadas nas causas sociais, por meio de oferta de cargos em serviços pu bli-

cos ou mesmo nos gabinetes, a fim de transforma -las em futuros cabos

eleitorais.

Desde 2011, uma experie ncia inovadora surgida na Zona Leste da Cidade

de Sa o Paulo vem obtendo grandes resultados no que se refere a Formaça o

Polí tico-Cidada : a Escola de Cidadania da Zona Leste.

A partir dessa iniciativa, diversas Escolas de Cidadania surgiram e esta o

em plena atividade por toda a cidade de Sa o Paulo e outros municí pios.

Algumas funcionam, inclusive, como Cursos de Extensa o certificados pela

Universidade Federal de Sa o Paulo - UNIFESP. Sa o nota veis os resultados

alcançados atrave s da formaça o oferecida por estas Escolas.

A organizaça o das Escolas, levaram a criaça o da REC - Rede de Escolas de

Cidadania, que reu ne um Conselho Gestor composto por membros repre-

sentantes de todas elas.

Experie ncias como esta, sera o incentivadas e apoiadas pelos Mandatos

Coletivos. Contribuir com a formaça o de novas lideranças e essencial no

processo democra tico. 17

Page 20: Leia a cartilha na íntegra!

Cada Mandato Coletivo, tera a responsabilidade de incentivar iniciativas

como a das Escola de Cidadania e a abertura de novas unidades num pro-

cesso contí nuo, auxiliando, inclusive com a manutença o das mesmas.

(Rosa Luxemburgo)

“Sem eleições geráis, sem umá liberdáde de imprensá e umá liberdáde

de reuniões ilimitádás, sem umá lutá de opiniões livres, á vidá

vegetá e murchá em todás ás instituições públicás, e á

burocráciá torná-se o único elemento átivo.”

18

Para refletir...

Bertolt Brecht O Analfabeto Político

“O pior analfabeto é o analfabeto político.

Ele não ouve, não fala, nem participa dos

acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida, o preço

do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do

remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o

peito dizendo que odeia a política.

Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a

prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos,

que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das

empresas nacionais e multinacionais.”

Page 21: Leia a cartilha na íntegra!

Estes são os quesitos que consideramos básicos e indispen-

sáveis para que a proposta de instituição dos Mandatos Coleti-

vos Comunitários possa se concretizar. Por certo, muitos ques-

tionamentos surgirão e não temos a ousadia de achar que tere-

mos respostas prontas para todos eles. Mas estaremos sempre

prontos para receber opiniões, sugestões e, acima de tudo, ajuda

daqueles que se identificarem com esta proposta, para juntos

buscarmos as respostas e os encaminhamentos que se fizerem

necessários para que nosso Movimento cresça e avance na direção cer-

ta, sempre norteado pelos princípios da mais ampla Democracia.

Entendemos tratar-se de uma proposta inovadora que exigirá

compromisso e muita seriedade da parte de todos que a abraça-

rem. É nosso maior anseio resgatar o direito democrático de todo

cidadão participar ativamente da vida pública da Cidade, do Es-

tado e da Nação. E isso só será possível através de ações políti-

cas comprometidas com a Ética e a Justiça Social.

Nosso atual modelo político beneficia grandes corporações

que pela força do capital, impõem suas vontades. É preciso uma

reforma política ampla e séria.

Temos clareza de que a proposta que apresentamos, possa

parecer utópica aos olhos de muitos, tendo em vista a legislação

vigente que preconiza o mandato individual. Entretanto, temos

também a certeza de que, com seriedade, ética e compromisso

social, a praticidade da proposta é perfeitamente possível.

Basta, pra tanto, que cada cidadão que se identifique com a

proposta em tela, assuma o compromisso de respeitar, defender

e divulgar seu conteúdo.

Para todos aqueles que vierem a cerrar fileiras neste Movi-

mento e forem referendados pelos Movimentos Sociais e pelo

Conselho Político à disputar uma eleição, haverá apenas uma

direção a seguir: assumir o compromisso de trabalhar coletiva

e comunitariamente com o povo, pelo povo e para o

povo.

19

Page 22: Leia a cartilha na íntegra!

20

Concretizada a presente proposta, estaremos diante de uma nova reali-

dade polí tica, pois trata-se de uma possibilidade plausí vel de transforma-

ça o do atual quadro polí tico nacional.

O Mándáto Coletivo Comunitá rio traz intrí nseco a si a valorizaça o da

efetiva participaça o cidada de todos aqueles que queiram faze -lo, elimi-

nando por completo o modelo de mandato individual e personalista.

Pensando e agindo coletivamente, todos os envolvidos no processo te-

ra o a responsabilidade de:

1) Promover e defender a educaça o pu blica laica, inclusiva e de qualidade

desde a Creche ate a Universidade;

2) Atuar junto aos setores responsa veis para que as Escolas pu blicas sejam

transformadas em Centros Educacionais, Culturais e Esportivos, ofere-

cendo, assim, a reas para que a populaça o em geral, sobremaneira os jo-

vens tenham espaços para convive ncia sauda vel;

3) Promover e defender o Sistema u nico de Sau de - SUS em toda a sua ex-

tensa o, a fim de garantir atendimento de qualidade a todos que dele

precisarem;

4) Incrementar projetos junto a s Instituiço es de e para Pessoas com Ne-

cessidades Especiais, buscando garantir o respeito a todos os seus direi-

tos em plenitude e na o paliativamente;

5) Defender o direito a moradia digna para todos combatendo direta e

abertamente a especulaça o e a corrupça o imobilia ria;

6) Defender e promover as culturas local e regional principalmente nas

regio es perife ricas em todas as suas formas de expressa o. A cultura po-

pular deve receber a atença o necessa ria por parte dos o rga os pu blicos

garantindo seu desenvolvimento;

7) Buscar alternativas e desenvolver projetos visando a geraça o de empre-

gos nos locais de origem do trabalhador com remuneraço es justas e car-

gas hora rias na o excessivas;

8) Desenvolver projetos visando a melhoria dos transportes pu blicos em

todos os modais, a fim de garantir a populaça o a dignidade e o respeito

a que faz jus, ofertando-lhe serviços com qualidade e tarifas justas;

Page 23: Leia a cartilha na íntegra!

21

9) Combater a viole ncia em todas as suas formas de expressa o; atuar jun-

to a s polí cias buscando a melhoria na o apenas dos serviços prestados,

mas tambe m das condiço es de trabalho as quais o policial e submetido,

para que possa exercer suas funço es com dignidade com foco comuni-

ta rio e promotor dos direitos humanos;

10) Promover a sustentabilidade ambiental protegendo toda forma de

vida atrave s de campanhas educativas permanentes que visem a pre-

servaça o do meio ambiente.

11) Apoiar e desenvolver projetos de Mobilidade Urbana exigindo que os

mesmos contemplem todo tipo de acessibilidade para pessoas com de-

ficie ncia ou mobilidade reduzida;

12) Trabalhar em prol de polí ticas publicas que contemplem o atendimen-

to necessa rio para Idosos;

13) Lutar pela democratizaça o dos meios de comunicaça o e implantaça o

de Ra dios, TVs e Jornais comunita rios, combatendo, dessa maneira, o

monopo lio dos grandes grupos de comunicaça o;

14) Combater todo tipo de trabalho escravo ou que se aproxime deste;

15) Defender e promover a paz em todas as insta ncias;

16) Promover uma cultura de paz, amor, solidariedade, liberdade e justiça

social garantindo a todos os mesmos direitos e deveres;

17) Defender as reformas agra ria e urbana;

18) Apoiar projetos de economia solida ria no campo e na cidade;

19) Desenvolver projetos visando o atendimento digno aos moradores de

rua, a partir das instituiço es que atuam neste setor;

20) Combater todas as formas de corrupça o;

21) Lutar contra o preconceito racial;

22) Combater todo tipo de exploraça o, opressa o e repressa o;

23) Defender a Democracia em toda sua plenitude.

Com esta bandeira de lutas, os Mándátos Coletivos Comunitá rios esta-

ra o sempre abertos para receber sugesto es, crí ticas e opinio es e discutir

com todos os seguimentos da sociedade sobre temas dos mais diversos. O

dia logo sera sua marca registrada. Todos aqueles que cerrarem fileiras

neste projeto, tera o a responsabilidade de garantir o mais amplo direito e

Page 24: Leia a cartilha na íntegra!

22

liberdade de expressa o a todos que dele se aproximarem.

Buscamos uma nova forma de fazer polí tica a partir do povo, das bases

sociais, ouvindo a todos e todas garantindo-lhes o direito de participar ati-

vamente dos Mándátos Coletivos Comunitá rios.

VEREADOR OU

DEPUTADO

ASSESSORIA PARTIDO

COMUNIDADE LIDERANÇAS CABOS ELEITORAIS

COMUNIDADE

MOVIMENTOS SOCIAIS

VEREADOR ou

DEPUTADO

LIDERANÇAS

CONSELHO POLÍTICO

Page 25: Leia a cartilha na íntegra!

indignáção não é suficiente. Se álguém ácredi-

tá que, párá mudár ás coisás, bástá mánifes-

tár pelás ruás, está errádo. É necessário que á

indignáção se tránsforme em um verdádeiro

compromisso. A mudánçá requer esforço.”

Esta e a opinia o do diplomata e embaixador france s Stéphane Hes-

sel (1917-2013), conhecido como o pai intelectual dos "indignados". Em

seu livro “Indignai-vos”, Hessel faz indicaço es claras sobre como se proce-

der para a construça o de uma sociedade mais justa.

Trazemos aqui algumas delas para refletirmos juntos.

1) Basta ir às ruas e se indignar?

“Não basta se indignar. É a política que muda o mundo. A indigna-

ção não é suficiente. Se alguém acredita que, para mudar as coi-

sas, basta manifestar pelas ruas, está errado. É necessário que a

indignação se transforme em um verdadeiro compromisso. A mu-

dança requer esforço.” E muito bom expressar a nossa rejeiça o das

elites poderosas, mas, ao mesmo tempo, e preciso propor uma visa o

ambiciosa da economia e da polí tica, que seja capaz de transformar a

condiça o do nosso paí s. Na o podemos nos limitar ao protesto. E preci-

so agir (...) Agir de maneira organizada e com Projetos de Qualidade de

Vida.

2) Quais são os maiores desafios?

“O grande desafio é como traduzir os movimentos de indignação

em uma alternativa eficaz para mudar as coisas, para influenciar

as escolhas do governo e promover as reformas desejadas pela

maior parte dos cidadãos.” No caso da Espanha, a trajeto ria dos

23

Para refletir...

Stéphane Hessel

Não basta se indignar.

É a política que muda o mundo.

Page 26: Leia a cartilha na íntegra!

Indignados nem sempre foi fa cil de decifrar. Em 2011, paradoxalmen-

te, os Indignados derrubaram um governo de esquerda e contribuí ram

para entregar o poder a um governo de direita muito distante das suas

reivindicaço es. Eu fui um dos primeiros defensores do Presidente Es-

panhol: Jose Luis Rodrí guez Zapatero: eu pensava que um governo so-

cialista faria a polí tica de que os espanho is precisavam. O seu fracasso

realmente me decepcionou. (...) Vamos acordar.

3) Por onde começam as mudanças?

“Para onde canalizar as energias dos Movimentos nas ruas? Como

frutificar?” Um dos campos -em que os jovens que querem mudar as

coisas se sintam u teis- e o a mbito da economia social e solida ria. O

a mbito da defesa da ecologia e do meio ambiente e outro. Sa o dois la-

dos da mesma moeda. So nos salvaremos se criarmos um novo modelo

de desenvolvimento, socialmente justo e que respeite o planeta (...)

Cada um de no s pode mudar o mundo. Cada um e todo um Povo pode

construir uma sociedade digna para todos e todas.

4) Como incentivar as pessoas a participarem de um Par-

tido Político?

“Não podemos deixar que os Partidos Políticos sejam instrumen-

tos das elites poderosas que sequestram o Poder do Povo de ter os

direitos para viver com dignidade.” E preciso participar dos Partidos

Polí ticos e denunciar os que usam o partido para esquemas de corrup-

ça o e roubalheiras. Isso acontece porque o povo abandonou os Partidos

Polí ticos. Hessel afirma: “Os partidos polí ticos tradicionais se encerra-

ram demais em si mesmos. Esta o anquilosados, caducos e precisam de

uma sacudida. Apesar de tudo, pore m, continuam sendo um instrumen-

to essencial da participação política. Eu acredito que também não

devemos duvidar da oportunidade de entrar em um partido. Estou to-

talmente convencido de que devemos utilizar as forças polí ticas exis-

tentes. Melhor ficar dentro do que fora. Aos meus amigos, eu sempre

repito a mesma coisa: se voce s querem combater os problemas, se vo-

ce s querem que as coisas mudem, nas democracias institucionais em

24

Page 27: Leia a cartilha na íntegra!

que vivemos, o trabalho deve ser feito com a efetiva participaça o nos

partidos polí ticos comprometidos com a democracia. Ate mesmo com

os seus defeitos, as suas imperfeiço es, as suas insuficie ncias. Os ausen-

tes nunca tem raza o.” Vamos acordar.

5) Como as Alianças Políticas devem ser feitas?

“As alianças devem ser feitas com as forças democráticas em defe-

sa de uma sociedade justa e digna.” A aliança mais importante

dos partidos e com o Povo e que signifique avanços na participaça o

democra tica. A democracia e o fim, mas tambe m deve ser o meio. Alian-

ças piramidais e de cúpula geralmente resultam em esquemas de

corrupção, desmandos e levam o povo ao desencanto pela partici-

pação na política, nas eleições, etc. Toda aliança deve ter um Pro-

jeto Global de Políticas Públicas que defenda radicalmente os inte-

resses do povo: moradia digna, saúde, educação, lazer, festas, se-

gurança, transporte, cultura, etc. Vamos acordar.

6) Qual o melhor Partido Político para fazer parte?

“Cada um de nós deve encontrar o partido mais próximo das pró-

prias preocupações, o mais disposto a apoiar as próprias reivindi-

cações e fazer parte dele.” Na o devemos nos iludir. Voce s nunca en-

contrarão um, nem mesmo um, que coincida 100% com a sua li-

nha. Mas as coisas são assim, isso faz parte do jogo. Vocês acham

que na o te m o vigor suficiente? Que na o sa o determinados o suficiente?

Não se esqueçam que são vocês que podem lhes infundir esse vi-

gor e essa determinação.

Das sa bias palavras de Ste phane Hessel, podemos extrair que a participa-

ção na Política é decisiva para se construir uma “Sociedade Justa, Digna

e com Qualidade de Vida para Todos na Moradia, na Sau de, na Educaça o,

no Transporte, no Emprego, no Trabalho, no Lazer, na Cultura, na Seguran-

ça, dentre outros.

Precisamos nos conscientizar de que, somente com a participaça o ativa e

eficaz de todos atrave s dos Movimentos Sociais as mudanças necessa rias

sera o alcançadas. Vámos ácordár...

Page 28: Leia a cartilha na íntegra!

odê-sê dêscrêvêr sintêticamêntê êstê dêspêrtar do libêralismo através da sêguintê progrêssão

ou (rêgrêssão) histórica: a ofênsiva dos libêrais voltou-sê historicamêntê contra o socialismo, sêu natural advêrsário na vêrsão colêtivista (...); nês-tês últimos anos, voltou-sê contra o êstado do bêm-êstar social, isto é a vêrsão atênuada (...); agora é atacada a dêmocracia, pura ê simplêsmêntê. A insídia é gravê”.

Com estas palavras, Norberto Bobbio, renomado cientista polí tico italia-no, fez severa crí tica a s correntes de pensamento, que a pretexto de repri-mir o papel do Estado, atacam ferozmente a democracia. Expressa o clara deste ataque sa o as crí ticas generalizadas aos Partidos Polí ticos e a s Orga-nizações Sociais, pois não existe democracia sem estas instituições.

A crí tica democra tica ao sistema polí tico atual, deve vir acompanhada de propostas tendentes a fortalecer e na o fragilizar os Partidos, a Polí tica e os Movimentos Sociais.

E e exatamente isto que estamos propondo ao defendermos os Manda-tos Coletivos Comunitários. Queremos fortalecer os Partidos, a Polí-tica e os Movimentos Sociais, a partir da participaça o direta, ativa e perma-nente dos cidada os nos processos de Polí ticas Pu blicas.

Mas para isso, o Sistema Polí tico precisa passar por uma ampla reforma a partir das Bases Populares, dos Movimentos Organizados e das Institui-ço es comprometidas com a Democracia.

Que tal aprofundarmos nossa conversa sobre estas questões?

É simples: agendamos um encontro aí onde você está e realizamos

um amplo debate, aberto e democrático.

Você pode ligar, ou se preferir, enviar e-mail para:

Padre Ticão - (11) 99943-2646 - Professor Waldir (11) 97413-1344

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