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FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT A Serviço das Comunidades Impresso Especial 9912259129/2005-DR/MG CORREIOS MITRA JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXI - 300 | NOVEMBRO DE 2014 LEIGOS “Homens da Igreja no coração do mundo e homens do mundo no coração da Igreja” (PUEBLA)

LEIGOS - guaxupe.org.brguaxupe.org.br/wp-content/uploads/2014/10/jornal_comunhao_novembro... · Redação Praça Santa Rita, 02 - Centro ... para famílias, jovens, ... a valiosa

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A Serviço das Comunidades

ImpressoEspecial

9912259129/2005-DR/MG

CORREIOSMITRA

JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXI - 300 | NOVEMBRO DE 2014

LEIGOS“Homens da Igreja no coração do mundo e

homens do mundo no coração da Igreja”(PUEBLA)

Dom José Lanza Neto

2 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Editorial

A Voz do Pastor

ExpedienteDiretor geralDOM JOSÉ LANZA NETOEditor e Jornalista Responsável PE. GILVAIR MESSIAS DA SILVA - MTB: MG 17.550 JPRevisãoMYRTHES BRANDÃOProjeto grá�co e editoração BANANA, CANELA E DESIGN - bananacanelaedesign.com.br (35) 3713-6160Tiragem3.950 EXEMPLARES

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

RedaçãoPraça Santa Rita, 02 - Centro CEP. 37860-000, Nova Resende - MGTelefone(35) 3562.1347E-mail [email protected] Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.Uma Publicação da Diocese de Guaxupéwww.guaxupe.org.br

Retiro, artigo de luxo, assim era entendido e só o clero, os religiosos e religiosas tinham acesso a ele. Hoje, em toda a Igreja, promove-se retiro para famílias, jovens, Ministros Extra-ordinários da Comunhão Eucarística etc. É uma satisfação perceber a ale-gria de quem o faz. Aliás, momento de encontro consigo e com Deus.

Nossa diocese está vivendo este tempo favorável dos retiros das SMPs. Já realizamos o 1º e estão programa-dos mais dois para o ano que vem, além dos retiros paroquiais que se iniciaram em todos os setores. Tive a oportunidade de marcar presença no 1º retiro paroquial, no setor Passos, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, com o padre Eduardo, coordenador

daquele setor. Fiquei impressionado pelo que vi e ouvi. Destacaria, em pri-meiro lugar, a alegria e o entusiasmo, depois o interesse e a partilha de to-dos. O que chamou muito a atenção foi a organização. Todas as paróquias estão envolvidas, servem àquela que está em retiro, acolhem, preparam as refeições, cuidam da limpeza, ajudam a organizar o ambiente.

Os frutos são muitos: em 1º lugar, o retiro mostra, de fato, uma Igreja em “saída”. A Palavra de Deus ganha seu primado, é ouvida, refletida e trans-formada em vida; os ensinamentos da Igreja vão fluindo normalmente. As barreiras são vencidas pela dispo-sição, pela fé, pelo serviço, pelo teste-munho. Reina a compreensão de que

a Igreja, o Reino é maior que minha fé, minha convicção, minha paróquia; sou mais Igreja, discípulo missioná-rio. A causa do Reino supera a ótica egoísta do individualismo.

Os retiros diocesanos e paroquiais vieram para inovar o jeito de ser Igre-ja e de ser paróquia, superando as estruturas que não tinham mais força para evangelizar. Lançam-se na reali-dade das pessoas, dos doentes, dos pobres, das famílias, dos bairros e da zona rural. Todos são chamados, va-lorizados e a Boa Notícia é para todo mundo. Como é bom sentir a presen-ça de forma indiscriminada! O Evan-gelho é comunitário! Precisamos de conversão e busca de santidade.

Os retiros das SMPs têm mostrado

uma realidade de verdadeira família de Deus. Misturamo-nos ou somos misturados, ninguém deve se colo-car como melhor ou maior. O maior é aquele (a) que se coloca a serviço de todos. Jesus se misturava com todos, ele servia, lavou os pés! Estes retiros devem nos colocar em atitude de la-var os pés uns dos outros!

Estamos encerrando o Ano Litúr-gico, seria bom verificarmos nossa vida de fé e nossa espiritualidade, nossa vida enquanto pessoa huma-na e nos perguntarmos o que ainda é necessário fazer. Como num espelho, deixemos aparecer, sem máscaras, o que somos. Nosso espelho é o pró-prio Deus. Deveríamos refletir aquilo que Deus é: amor.

RETIROS PAROQUIAIS: CONSTRUIR NOSSA ETERNIDADE!

“Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro,

nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas;

eu não tinha este coração que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida

a minha face?”

Cecília Meireles, Retrato

O ano de 2014 entardeceu, ficou idoso. Acumulou sabedoria, encon-trou-se e perdeu-se na euforia do tempo. O ano é como cada um de nós. A vida nasce... Ganha caracte-rísticas próprias. Identifica-se a valo-res e pessoas. Gasta-se pelo que crê e ama. Algumas vezes, perde-se por descuido ou engano. O fato é que a vida, como o ano, tem seu tempo de duração. E aborrece saber que nada é para sempre. Esta durabilidade da vida, por outro lado, oportuniza o crescimento, a maturidade, a busca de si mesmo, o encontro com o ou-tro e com Deus.

Pensar que o tempo tem duração

faz exigir uma vida de qualidade. A Igreja está no mundo com esta mis-são, proporcionar ao ser humano, à luz da fé em Jesus Cristo, bens es-pirituais capazes de desabrochá-lo a uma vida plena de sentido rumo à pátria definitiva. A provisoriedade abre caminho para a eternidade. Vi-ver com qualidade a transição é um elemento decisório de quem crê na Ressurreição. Esta empreitada co-meçou com o próprio Cristo, que em tudo viveu a vida de uma maneira magnífica.

O olhar da fé contempla o ano que termina, a vida que envelhece, as despedidas e ausências de uma

maneira diferenciada. Viver bem, ter amado o suficiente para sentir saudade, gastar-se em um projeto de vida... tudo isso antecipa a no-breza do céu. E uma vida bem vivida é, acima de tudo, um passo que não se desfaz no caminho. Será sempre uma referência aos que ainda, pas-santes, passarão...

COMUNHÃO de novembro fala do sentido da existência humana, da importância dos anciãos na socieda-de e de cuidados indispensáveis que lhes são de direito. Também aborda a valiosa vocação dos cristãos leigos e leigas na Igreja. Tenha uma boa leitura e um belo entardecer de ano!

3Novembro/2014

Opinião

Quando celebramos finados, depa-ramo-nos com a finitude terrena do ho-mem. Aqueles que findaram sua peregri-nação histórica, agora jazem no seio de Deus. Esta é uma possibilidade para rever o conceito da vida. Revela a urgência de se refletir sobre nossa missão neste mun-do.

Deus conta com o ser humanoParadigmática é a narrativa bíblica do

êxodo do povo de Deus. A saga da traves-sia existencial do povo pelo deserto da vida e pelo deserto das misérias humanas aponta para a alegria do encontro defi-nitivo com o Deus Amor. Outrora, eram escravos no Egito e, diante do sofrimento, clamam a Deus, que lhes envia um liber-tador.

Como é bonito perceber que Deus sempre conta com o ser humano para implementar seu projeto de vida, salva-ção e libertação. Moisés é o personagem bíblico que assume uma grande missão: conduzir aqueles que o Senhor lhe en-carregou até a terra da abundância de alimento, de vida, de liberdade. Porém, o caminho não foi isento de desafios, recla-mações, medo do deserto e, em alguns momentos, do desejo de retornar à vida anterior, embora de escravidão. Moisés, após quarenta anos, cumpre sua missão de ser o guia daquele povo. Com exímia sabedoria, foi-lhes o líder religioso. Em vários momentos, recordou a eles a ne-cessidade de se manterem fiéis ao Deus libertador. No percurso de travessia, um dos grandes momentos foi o episódio da aliança selada no Sinai, quando Deus apresentou os dez mandamentos ou os grandes conselhos ao povo.

Esta imagem de travessia pelo deserto ilustra bem a nossa caminhada de traves-sia pela vida. Em várias ocasiões, somos tentados ao desânimo, ao cansaço, à descrença na vida em Deus e até em nós mesmos. Vislumbramos a narrativa bíbli-ca do êxodo como modelo de persistên-cia, superação e confiança na providência divina que não falha.

A TRAVESSIA PARA O PERENE

A esta altura, nos encontramos com a realidade do fim da vida, ao celebrar o dia daqueles que encerraram sua peregri-nação neste mundo. Como lidamos com a morte, única certeza que alcançará a todos nós, sem distinção de etnia, credo religioso, condição social? O que esta re-alidade certa nos leva a refletir? Diante de um corpo frio e inerte, como pensamos a vida? Mais ainda, ao celebrarmos os fiéis defuntos, que perspectiva temos da vida? Qual a missão a ser assumida?

O medo da morteSe lançarmos o olhar sobre a socie-

dade atual, o que percebemos é que há uma repulsa em falar e/ou reconhecer esta única certeza: um dia morreremos. Assim, buscamos, cada vez mais, a longe-vidade e quase, a imortalidade. O fato é que a morte nos assombra porque revela nossa condição finita. Culturalmente, não estamos preparados para tratarmos com as perdas, os limites, os fracassos e as mor-tes. Torna-se mais viável colocar a morte como uma experiência fora do dia a dia humano, como se ela não fizesse parte da vida. O viver e o morrer são duas faces de uma mesma moeda, em se tratando de nossa condição de criaturas. Por mais que se busque valorizar a vida, desconsideran-do a possibilidade de seu fim, um dia ela conhecerá o ocaso.

Em todas as tradições culturais e nas religiões, há reverência à morte. A morte marca um momento de ruptura com a vida terrena e é vista como a fronteira en-tre o provisório e o perene. Por meio da morte, a pessoa entra na realidade eterna. Parafraseando o filósofo Heráclito, não cruzaremos o limiar da existência duas ve-zes. A vida é única. Não a viveremos duas vezes, portanto, é preciso vivê-la bem, com responsabilidade e compromisso.

O medo da morte só obstaculiza o reconhecimento deste viés inegável de crescimento humano. A morte pode nos humanizar. Ela deveria ser vista e vivida por nós como o divisor de águas de uma vida limitada para uma vida plena.

Tempo de passagemA tradição cristã, como outras expres-

sões religiosas, ensina que, pela morte, fazemos a passagem para a vida em ple-nitude. Por meio dela, entramos num processo de libertação e de comunhão com os santos, com Deus. Assim como o bebê precisa fazer a ruptura com o útero materno, que representa a segurança, e entrar no processo de parto e nascer para o mundo, a morte marca o nascimento para a vida eterna em Deus. É necessário encarar vida e morte como duas coisas in-separáveis. Não são realidades estanques.

Na perspectiva cristã, viver é morrer e o inverso é verdadeiro. O rebaixamento de Jesus revela a certeza de quem acredi-ta que a vida tem sentido quando doada. Cristo desceu até os porões da existência humana. Visitou o limite último da vida, o túmulo e, a partir de lá, revelou a grande novidade, a ressurreição. Contudo, ensi-nou com sua vida que as pessoas devem doar-se a cada dia. Entre os magistrais en-sinamentos de Jesus, está a passagem do Evangelho de João (Jo 12, 24), “se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho.” A semente que não morre não cumpre sua missão. Ela precisa passar pela morte para que ecloda, de si, todo o potencial de semente. Também nós, na medida em que passamos pelos vários processos de perdas, renúncias e mortes diárias, teremos a possibilidade de dar va-zão às potencialidades contidas em nosso interior.

O referencial para nós, que acredita-mos em Jesus Cristo, é o da doação, da entrega, do pensar no outro. Assim, vis-lumbramos nossa missão enquanto cris-tãos: fazer a diferença no meio em que vivemos. Sermos construtores da paz, da vida e da comunhão. Quando olhamos para a sociedade, enxergamos tantas pes-soas que, na travessia existencial, foram referências de humanidade. No último século e neste, embora tantas expressões de terror, autoritarismo, egocentrismo e individualismo, houve muitos que des-

pontaram como mediadores da paz e da promoção humana.

No universo secular, a figura de Gan-dhi que levantou a bandeira da não vio-lência e revolucionou a consciência do mundo sobre os direitos do Estado india-no. Na África, a figura de Nelson Mandela tornou-se referência na luta pacífica pela superação da diferença racial. Em terras brasileiras, Chico Mendes, exímio defen-sor da vida da floresta e das pessoas que dela vivem. No campo religioso, tantos fo-ram os que pautaram suas vidas a partir dos ensinamentos de Jesus e tornaram-se referência de vida discipulada ao Mes-tre. Citamos Francisco de Assis, Tereza de Calcutá, João XXIII, João Paulo II, Irmã Do-rothy Stang. Entre esses e tantos outros, há os que, no dia a dia, cumpriram, com fidelidade, a missão de partilhar os dons recebidos de Deus. Quantas pessoas, no anonimato, contribuíram para que a vida fosse vivida como possibilidade de cresci-mento humano.

A esta altura, resta-nos perceber que não podemos parar na morte. Ela é ape-nas uma passagem para a Plenitude em Deus. Enquanto travessia que traz em seu bojo algo de provisório, não percamos de vista que o tempo é curto e torna-se urgente nosso compromisso com a vida. Oxalá que no limiar de nossa existência, tenhamos a clareza de consciência de dizer como o Apóstolo Paulo (Tm 4, 7-8): “Combati o bom combate, terminei a mi-nha corrida, conservei a fé. Agora só me resta a coroa da justiça que o Senhor, jus-to Juiz, me entregará naquele dia...” Seja-mos testemunhas da vida que vence as amarras da morte. A confiança em Jesus morto e ressuscitado é alento para supe-rarmos o medo, a indiferença e, numa paz profunda de quem acredita na força da vida, transpormos a morte como oferen-da de vida devotada ao gratuito serviço aos outros.

Por Pe. João Batista da Silva, pároco da Paróquia São Sebastião de Areado

4 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Será realizado no domingo, dia 23 de novembro, no Centro de Eventos Re-gional, em Juruaia, o Cenáculo Diocesa-no da Renovação Carismática Católica da Diocese de Guaxupé. Esse, que é o maior evento carismático da diocese, chega à edição de 2014, completando 10 anos de existência. O tema trabalha-do será a Unidade.

Para comemorar esse momento es-pecial, a organização do encontro já trabalha nos preparativos para receber em torno de cinco mil pessoas.

As pregações e animações serão conduzidas pelo coordenador dioce-sano do Movimento - Cláudio Cardoso, por Edivaldo Araújo, Ailton Oliveira e Banda Nova Face, da RCC de Osasco/SP.

Outra atração será o Cenáculo Kids, um espaço de evangelização infantil onde os pais poderão deixar os filhos, enquanto participam da programação. Neste local, as crianças serão cuidadas pela equipe de servos do Ministério

Nos dias 11 e 12 de outubro, a Pa-róquia Nossa Senhora de Fátima, loca-lizada no Setor Missionário Passos, re-alizou o 1º Retiro Paroquial das Santas Missões Populares. Foram dois dias de muita alegria, com a participação de 154 missionários.

Todos os presentes se conscientiza-ram sobre a importância de se torna-rem discípulos missionários de Jesus, cientes da urgência de sair de si mes-mos e ir ao encontro do outro que, mui-tas vezes, encontra-se afastado e exclu-ído da Igreja.

A paróquia irmã, Nossa Senhora das Graças, juntamente com membros das outras paróquias do Setor, cuidaram com muito carinho da estrutura do en-contro. Por isso, todos os membros da Paróquia de Fátima puderam participar integralmente do retiro.

No sábado à tarde, o bispo diocesa-

Nos dias 26, 27 e 28 de setembro, o bispo diocesano, dom José Lanza Neto, esteve na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Paraguaçu, em visita pas-toral. Através de suas reflexões, dom Lanza destacou a importância dessa visita como oportunidade de estar jun-to à comunidade paroquial. Ressaltou ainda a boa convivência com o pároco, padre Edimar Mendes Xavier e com o padre Pedro Melone, bem como a forte acolhida da comunidade.

Padre Edimar avaliou positivamente a visita pastoral: “Ao longo desses dias, pude partilhar com dom Lanza a reali-dade de nossa paróquia. A visita mar-cou nossa comunidade, deixando-nos frutos vividos a partir das Santas Mis-sões Populares. Outro ponto que é vá-lido ressaltar foi quando o senhor bispo visitou alguns doentes da comunidade

Notícias

RCC prepara Cenáculo Diocesano especial 10 anos

Setor Missionário Passospromove primeiro Retiro Paroquial

Dom Lanza visita Paróquia NossaSenhora do Carmo, em Paraguaçu

Evento será no dia 23 de novembro

Paróquias de Passos se uniram para colaborar com a paróquia Nossa Senhora de Fátima na realização do retiro

Dom Lanza destacou a visita como oportunidade de estar junto à comunidade paroquial

Foto: RCC - Comunicação Social

Foto: Paróquia Nossa Senhora de Fátima

Foto: Paróquia Nossa Senhora do Carmo

para as Crianças, que comandará uma série de atividades lúdicas, adequadas

à idade dos pequenos.Todos os anos, a RCC confecciona

camisetas para divulgar e ajudar cobrir as despesas do Cenáculo. Quem tiver interesse em adquirir a sua, pode entrar em contato com os Grupos de Oração de toda a diocese. O valor é de R$23,00.

O Conselho Diocesano da RCC convida a todos para participar dessa grande festa da unidade! O Cenáculo é aberto a qualquer pessoa e a entrada é de graça. As atividades terão início às 8h e se encerram às 18h, com a Santa Missa que será celebrada pelo bispo diocesano, Dom José Lanza Neto.

O Centro de Eventos Regional está localizado no quilômetro dois da es-trada Juruaia - Nova Resende, no bairro Barra Mansa. O local tem capacidade para acolher até 10 mil pessoas. Outras informações podem ser obtidas no site www.rccguaxupe.com.br ou pela pági-na: facebook.com/RccDioceseGuaxupe.

Por Julianne Batista

no, Dom José Lanza Neto e o coordena-dor diocesano de pastoral, padre Hen-rique Neveston, estiveram no evento e destacaram a importância da realização dos retiros e a necessidade de priorizar as Santas Missões nos trabalhos da pa-róquia.

“Este retiro foi um tempo de graça em nossa paróquia. Ver a alegria e a disposição das pessoas em busca de uma Igreja Missionária foi animador”, revelou padre Eduardo, durante a cele-bração Eucarística, na qual aconteceu o envio dos missionários.

Todas as paróquias da Diocese de Guaxupé deverão realizar seus Retiros Paroquiais para transmitir aos paro-quianos o conteúdo estudado até ago-ra, referente às SMP. O segundo Retiro Diocesano acontecerá em abril de 2015.

Por Paróquia Nossa Senhora de Fátima

e celebrou a Eucaristia com as comuni-dades rurais. Muito bom!”

Os paroquianos também se encan-taram com a presença do bispo, confor-me relata Jesuína Goulart, ministra da Eucaristia e membro do CPP: “Trabalho em uma escola que atende a muitos alunos da zona rural. Pude perceber a alegria das famílias ao receber pela primeira vez, em suas comunidades, a visita de um bispo. Dom José Lanza de-monstrou grande satisfação em estar junto às pessoas da comunidade rural. Um momento marcante foi na última missa do domingo, na Matriz Nossa Se-nhora do Carmo, durante a qual o bis-po nos mostrou a importância de estar junto ao povo, pois saiu do altar e foi cumprimentar os fiéis presentes.”

Por Rovilson Angelo da Silva

5Novembro/2014

Conforme programação da Paróquia São Pedro Apóstolo em Alfenas e da Dio-cese de Guaxupé, foi realizada a almejada “Visita Pastoral”, por dom José Lanza Neto, nos dias 03, 04 e 05 de outubro.

O primeiro diaDom Lanza presidiu a celebração da

Santa Missa das 19 horas. Concelebraram padre Saggio (pároco) e padre Paulo Car-mo (vigário paroquial). Ao iniciar a celebra-ção, o senhor bispo acolheu a todos e disse que era muito grande sua alegria em fazer tal visita. Padre Saggio saudou-o e agrade-ceu sua presença, em nome de todos e fez uma breve apresentação da Paróquia São Pedro Apóstolo. Dom Lanza agradeceu a recepção e explicou o significado da visi-ta: “É um momento para se conhecer mais

Com o tema, Comunicação e Acolhi-da, quase 100 pessoas se reuniram nos dias 11 e 12 de outubro de 2014, para o Encontro Diocesano do Ministério de Co-municação Social da Renovação Carismá-tica Católica da Diocese de Guaxupé.

A formação aconteceu na Associação Rainha da Paz, em Petúnia e foi ministra-da por padre Gilvair Messias, coordena-dor da Pastoral de Comunicação na Dio-cese de Guaxupé e por Gerlice Rosa, do núcleo estadual do MCS da RCC Minas. O encontro diocesano contou também com a participação de membros do Con-selho Diocesano da RCC, inclusive do co-ordenador deste movimento na diocese, Cláudio Cardoso.

Os participantes passaram por mo-mentos de espiritualidade, pregações, formação técnica, oficina e muita parti-lha. O encontro teve início na manhã do sábado, com a acolhida dos participantes que chegaram dos sete setores pastorais da diocese.

Na sequência, padre Gilvair falou sobre a Comunicação e a Igreja Católi-ca, destacando aspectos históricos que envolvem a comunicação eclesial, bem como as temáticas do Dia Mundial das Comunicações Sociais e o Diretório de Comunicação, documento lançado re-

Paróquia São Pedro de Alfenas recebe Visita Pastoral

Quase 100 pessoas se reúnem para formação de Comunicação e Acolhida

Os participantes, membros da RCC, passaram por momentos de espiritualidade, reflexão e partilha

Dom Lanza, além de visitas e encontros variados, também se reuniu com os conselhos da paróquia

Foto: RCC - Comunicação Social

Foto: Paróquia São Pedro de Alfenas

centemente pela CNBB. O sacerdote também elogiou o trabalho que vem sendo desenvolvido na diocese, a partir da unidade entre a RCC e a Pascom.

Gerlice Rosa conduziu quatro momen-tos de formação técnica junto aos parti-cipantes que puderam se aprofundar em temas como Introdução à Comunicação e A Comunicação no Núcleo e no Grupo de Oração. Um dos pontos fortes foi a Ofi-cina de Acolhida, momento no qual os participantes foram divididos em grupos e puderam apresentar diversas formas de receber bem quem chega na Igreja.

Os encontristas também participaram

da Adoração ao Santíssimo Sacramento, Momento Mariano e Celebração da Pa-lavra, durante os quais muitos deles tes-temunharam terem se sentido tocados para seguirem em frente, na missão de comunicar a Boa Nova que é Jesus.

Priciana Sampaio faz parte do Grupo de Oração PHN de Machado e contou que, para ela, foi um evento espetacular. “Deu para sentir o amor e o cuidado usa-dos na preparação deste encontro. Agora eu entendo o porquê da insistência de Deus pra que eu participasse. Sinto-me renovada e enviada. Se Jesus pede, eu vou”, relata.

O coordenador do Ministério de Co-municação da RCC Setor Guaxupé, Júnior Moreira, também falou sobre sua experi-ência: “Às vezes, nós não confiamos tanto na misericórdia de Deus, mas é preciso que caminhemos para ver as promessas feitas sendo cumpridas! E isso me lembra uma frase da formação: ‘Os que mais se desprendem são os que mais desfrutam.’ Quanta alegria participar deste encontro e ver um padre em nosso meio, dando to-tal apoio ao ministério! Isso me inspirou a continuar em unidade, avançando no nosso chamado”, acrescentou.

Por Julianne Batista

profundamente a Comunidade Paroquial.”Em sua homilia, ressaltou que a visita

pastoral tem a oração como mola propul-sora, sendo uma oportunidade de conhe-cer como são as famílias que formam a pa-róquia, quais seus carismas e seus desafios. Destacou que um momento forte é a visita aos enfermos , experiência, segundo ele, importante para se perceber a dor e o sofri-mento das pessoas e das famílias.

Após a Santa Missa, dom Lanza parti-cipou de uma reunião com todas as pas-torais, movimentos e coordenadores dos setores missionários. O bispo salientou a paróquia ter vivido, há poucos meses, a etapa das Missões Redentoristas. É preciso, disse ele, “valorizar a divisão dos setores. Criar a cultura do encontro, construir uma Igreja viva, pois todos somos chamados a

ser missionários. Devemos ir ao encontro do outro.” Finalizou dizendo que é preciso ter a coragem de sair das estruturas e levar o Evangelho em frente. “Não podemos pa-rar de ajudar. Por causa do Reino de Deus, temos que avançar para águas mais pro-fundas.”

O sábadoNo sábado de manhã, o senhor bispo,

juntamente com os padres da paróquia e o seminarista Michel, fizeram um momen-to de oração, rezando a Liturgia das Horas (Laudes). Às 9 horas, chegou a vez de alguns enfermos receberem a visita do pastor. En-tre eles, havia pessoas com dificuldades de se locomover, doente acamado há 12 anos. Todos ficaram muito felizes.

Aconteceu também, nesse dia, o en-contro com as crianças da catequese, pais e catequistas. O seminarista Michel presidiu a celebração da Palavra e alguns catequizan-dos apresentaram uma peça sobre a vida de São Francisco de Assis. Dom José Lanza falou sobre o exemplo de São Francisco e encerrou o encontro com bênção para to-dos.

Ainda no sábado, às 15 horas, o bispo se reuniu com o CPP (Conselho de Pastoral Pa-roquial). Após a oração, padre Saggio pediu que cada membro se apresentasse, dizen-do o nome de sua pastoral ou movimento. Em seguida, falou sobre os trabalhos rea-lizados pela paróquia e o grande número

de pessoas compromissadas e envolvidas com os trabalhos paroquiais. Disse ainda que está muito feliz com a Comunidade. O bispo falou sobre as Conferências Episco-pais, destacando a Conferência de Apareci-da. Citou algumas falas do papa Francisco e disse que a Paróquia São Pedro já vive o que o papa pede: sair de si para ir ao encon-tro do outro.

Após a missa das 19 horas, o bispo se reuniu com o Conselho de Assuntos Econô-micos Paroquiais (CAEP) e falou da impor-tância de se ter o CPP e o CAEP. Explicitou também sobre as normas da Diocese de Guaxupé nos dias atuais.

Último diaNo domingo de manhã, dom Lanza

presidiu a três celebrações eucarísticas: às 7h, na Capela São Judas; às 8h30, na Nova Matriz, transmitida pela Rádio Pinheirinho. Participou do Café da Manhã, que acontece todos os domingos após essa missa. O café é preparado e servido pelas pastorais e mo-vimentos. Às 10h30, foi celebrada a terceira missa na igreja antiga, com a participação dos coroinhas, dos jovens que se preparam para a Crisma e outros.

Foi encerrada a Visita Pastoral com Cele-bração Eucarística, às 19h30, quando dom Lanza fez o envio dos coordenadores de setores, pastorais e movimentos e de todo o Povo de Deus para a visita às famílias.

Por Altina Bastos de Araújo

6 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Notícias

“Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade”, este é o assunto principal da pauta da Igreja no Brasil nos últimos me-ses. Apresentado na última Assembleia Geral (AG) dos bispos, nos dias 30 de abril a 09 de maio, o estudo 107 pretende tor-nar-se documento. Antes, tem como mis-são percorrer todas as dioceses do Brasil e ser trabalhado por mais pessoas. O objeti-vo é que o presente estudo, após os devi-dos ajustes e acréscimos, seja aprovado na próxima Assembleia dos Bispos, em 2015.

Para compreender melhor a eclesio-logia do laicato e sua organização, o cle-ro da diocese esteve reunido na manhã do dia 09 de outubro, em Guaxupé, na Cúria Diocesana. O assessor foi Laudeli-no Augusto dos Santos Azevedo, que é vice- presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), organismo

Estudo sobre cristãos leigos é tema de Reunião do Clero

de comunhão na Igreja e que congrega os cristãos leigos e leigas do país. Antes de apresentar os pontos principais do Estudo 107, Azevedo destacou que não é possível conversão pastoral sem o com-promisso dos presbíteros. Recordou o ca-minho que a Igreja no Brasil realiza deste o Concílio Ecumênico Vaticano II, em vis-ta do protagonismo laical. “A renovação conciliar mostrou-nos que o leigo é Igreja e não um simples fiel sem pertença.” A presença dos leigos na Igreja, disse o as-sessor, ensina a Igreja a não se esquecer do mundo. “Não é preciso sair da Igreja para ir ao mundo. Não é preciso sair do mundo para ir à Igreja. A diferença está no modo de fazer presença e de agir.” No en-tanto, alertou Laudelino, alguns cuidados são necessários à inserção da Igreja na realidade humana. O primeiro, baseado

em Mt 16,6, quando Jesus pede “cuidado com o fermento dos fariseus e saduceus”, é de não se repetirem na Igreja os vícios do mundo. “Nomadismo”, o segundo pe-rigo, já alertado pelo papa Francisco, diz respeito ao isolamento de grupos. “Sem ligação orgânica com a paróquia, o grupo não tem raiz”, completou, à luz de Jo 15, 5, “Sem mim nada podeis fazer.”

Para entender o que é o leigo para a Igreja e a Igreja para o leigo, Laudelino aludiu à teologia da encarnação, que apresenta a Igreja construída sobre o mundo na rocha da fé em Jesus Cristo. “Assim como o Verbo de Deus se encar-nou, a Igreja, Corpo Místico de Cristo, também se encarna na história como Povo de Deus Peregrino.” Segundo o vice-presidente do CNLB, “há espiritu-alidades que são contrárias à lógica da

encarnação”, por distanciarem Igreja e mundo. Ele entende que esta presença eclesial nos caminhos da sociedade exige posturas arraigadas de profetismo. “Papa Francisco tem mostrado as distorções do mundo e enfatiza que a economia neoli-beral mata.”

“Os padres alimentam os leigos com os sacramentos, para serem fermentos na massa. Precisamos de alimento sólido para nós sermos cristãos na sociedade”, concluiu Laudelino. O coordenador de pastoral, padre Henrique Neveston da Silva e o bispo diocesano, dom José Lan-za Neto, agradeceram as contribuições do assessor que, além do testemunho de vida expresso, também fez observar que a Igreja é sempre “vinde” e “ide” e, portan-to, missionária.

Por Pe. Gilvair Messias

Laudelino Augusto dos Santos Azevedo conduziu as reflexões do Estudo 107 da CNBB

Compreensão do laicatoA palavra “leigo” vem do grego laos (povo): o

sufixo ikos (laikos) indica o fato de se pertencer a um grupo, a uma categoria. Assim, na Grécia antiga, os laikoi eram a massa da população, distinta dos seus governantes. Somente no sé-culo III, “leigo” passa de categoria sociológica a categoria religiosa, designando aquele que não é consagrado. Leigo é aquele que pertence ao Povo de Deus, que age em nome da Igreja, no meio do mundo.

Contudo, a partir da Alta Idade Média, pro-duziu-se na Igreja uma desvalorização dos lei-gos, tanto do ponto de vista cultural como es-piritual. Gerou-se uma divisão entre clérigos e leigos: estes deveriam ocupar-se somente das realidades seculares e mundanas, ao passo que os assuntos da Igreja seriam unicamente de res-ponsabilidade dos clérigos.

As coisas começaram a mudar no século XIII, quando passou a firmar-se o “espírito laico”. Iniciou-se o conflito entre a Igreja e os Estados modernos que duraria muitos séculos, provo-cando a separação entre Igreja e Estado, e a total laicização do poder civil.

O caminho dos Cristãos Leigos e Leigas

Vaticano II – Nova EclesiologiaConstituição Dogmática Lumen Gentium,

1964, Sobre a Igreja – Papa Paulo VI“O sacerdócio comum dos fiéis e o sacer-

dócio ministerial ou hierárquico, embora se diferenciem essencialmente e não apenas em grau, ordenam-se mutuamente um ao outro; pois um e outro participam, a seu modo, do único sacerdócio de Cristo (16). Com efeito, o sacerdote ministerial, pelo seu poder sagrado, forma e conduz o povo sacerdotal, realiza o sa-crifício eucarístico fazendo as vezes de Cristo e oferece-o a Deus em nome de todo o povo; os fiéis, por sua parte, concorrem para a oblação da Eucaristia em virtude do seu sacerdócio real (17), que eles exercem na recepção dos sacramentos, na oração e ação de graças, no testemunho da santidade de vida, na abnegação e na caridade operosa.” (LG n. 10)

Campanha da Fraternidade de 1964 – Igreja em Renovação, lema - Lembre-se: você também é Igreja

Campanha da Fraternidade de 1965 – Paróquia em Renovação, lema - Faça de sua paróquia uma comunidade de fé, culto e amor

Documento de Puebla, 1979“Os leigos são homens da Igreja no coração

do mundo e homens do mundo no coração da Igreja.” (n. 786)

Exortação Apostólica Christifidelis Laici,1988, sobre Vocação e Missão dos Leigos na Igreja e no Mundo – Papa João Paulo II

“Frequentemente, o contexto social, sobre-tudo em certos países e ambientes, é violenta-mente sacudido por forças de desagregação e de desumanização: o homem pode encontrar--se perdido e desorientado, mas no seu coração permanece o desejo, cada vez maior, de poder sentir e cultivar relações mais fraternas e huma-nas. A resposta a esse desejo pode ser dada pela Paróquia, quando esta, graças à participação viva dos fiéis leigos, se mantém coerente com a sua originária vocação e missão: ser no mundo ‘lugar’ da comunhão dos crentes e, ao mesmo tempo, ‘sinal’ e ‘instrumento’ da vocação de to-dos para a comunhão; numa palavra, ser a casa que se abre para todos e que está ao serviço de todos, ou, como gostava de dizer o Papa João XXIII, o fontanário da aldeia a que todos acorrem na sua sede.” (n. 27)

Documento de Santo Domingo, 1992 “Que todos os leigos sejam protagonistas

da Nova Evangelização, da promoção humana e da cultura cristã.” (n.97) (…) “Um laicato, bem-es-truturado com formação permanente, maduro e comprometido, é o sinal de Igrejas Particulares que têm tomado muito a sério o compromisso da Nova Evangelização.” (n.103)

Documento 62 da CNBB – Missão e Ministério dos Cristãos Leigos e Leigas, 1999

“É importante que os leigos, vivendo sua vida familiar ou profissional normal, ou engaja-

dos em alguma forma de apostolado ou minis-tério, com ou sem mandato canônico, estejam plenamente convencidos de que o fundamento estatutário e sacramental de sua participação na missão da Igreja se encontra no Batismo, en-quanto sacramento de pertença, e na Confirma-ção, enquanto sacramento da Missão na força do Espírito de Pentecostes.” (n. 93)

Documento de Aparecida, 2007 “Os leigos devem participar do discerni-

mento, da tomada de decisões, do planejamen-to e da execução.” (n.371) (...) “A evangelização do Continente, dizia-nos o papa João Paulo II, não pode realizar-se hoje sem a colaboração dos fiéis leigos. Hão de ser parte ativa e criativa na elabo-ração e execução de projetos pastorais a favor da comunidade. Isso exige, da parte dos pasto-res, maior abertura de mentalidade para que en-tendam e acolham o “ser” e o “fazer” do leigo na Igreja, que por seu batismo e sua confirmação é discípulo e missionário de Jesus Cristo.” (n.213)

Estudo 107 da CNBB – Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade, 2014

“Como Igreja, o laicato está em saída para a missão. O leigo em saída é a Igreja referenciada pelo Reino e direcionada para o mundo, onde deve se encarnar como fermento na massa, sal da terra e testemunha.” (n. 03)

Foto: Pasom - Diocese

7Novembro/2014

Fachada do Lar Pedacinho do Céu

HistóriaAs origens do Lar Pedacinho do Céu,

abrigo para menores carentes sediado em São Sebastião do Paraíso, remontam à década de 1970. Em 1975, um grupo de jovens vicentinos, formado por cerca de 10 adolescentes entre 15 e 18 anos, bastante idealistas, resolveu que era pre-ciso colocar em prática o ideal cristão de ajuda aos mais necessitados. O grupo de jovens chamava-se Conferência Nossa Senhora Aparecida. Preocupados com a situação das crianças abandonadas e, sobretudo, daquelas portadoras de defi-ciências físicas ou mentais, esses jovens deram início a um longo trabalho de mobilização de pessoas de boa vontade para conseguir um local adequado para acolhê-las.

Imbuídos do propósito de criar um lar para essas crianças, chegaram a ir a Guaxupé para conversar com o bispo da época, dom José Alberto Lopes de Cas-tro Pinto e pedir seu apoio. Embora cien-tes das dificuldades que enfrentariam, principalmente por serem muito jovens, foram perseverantes e conseguiram con-vencer mais pessoas a aderirem ao pro-jeto. Já no ano de 1976, adquiriram um terreno na Vila João XXIII, um dos bairros mais carentes da cidade, onde, posterior-mente, foi construído o primeiro prédio, que se tornaria o embrião do abrigo.

As duas primeiras crianças atendidas vivem no abrigo até hoje. Trata-se de duas irmãs portadoras de necessidades especiais que foram acolhidas porque, com o falecimento de sua mãe num aci-dente de trânsito, seu pai, alcoólatra, não tinha condições de criá-las. Mais tarde, o Lar Pedacinho do Céu instalou-se em outro prédio, maior e com acomodações mais amplas, onde está sediado atual-mente, no bairro San Genaro.

Existindo, inicialmente, apenas de maneira informal, desde 1991 a institui-ção passou a ter personalidade jurídica, sendo hoje reconhecida como entidade filantrópica pelas três esferas do Poder Público (municipal, estadual e federal), embora somente o Município conceda subvenção (auxílio em dinheiro).

OrganizaçãoO Lar Pedacinho do Céu conta com o

trabalho de todos os profissionais exigi-dos por lei para esse tipo de atendimen-to a crianças e adolescentes. A maioria é remunerada pela própria entidade: edu-cadoras, cozinheiras, auxiliar de limpeza, motorista, secretária, operadoras de tele-marketing, mensageiros, pedagoga etc. Segundo Antônio César Piccirillo, um dos fundadores e responsáveis pela institui-ção, além desses funcionários, também prestam serviço ao Lar uma assistente social e uma psicóloga, as quais são re-muneradas pela Prefeitura do Município.

RETRATO SOCIAL

Lar, Pedacinho do Céu“Todas as vezes que fizerdes isso a um desses pequeninos...”

Atualmente existem no Lar Pedacinho do Céu 27 internos, entre crianças, ado-lescentes e adultos, estes portadores de necessidades especiais. Entretanto, esse número oscila muito, visto que a rotativi-dade é grande, pois muitas das crianças e adolescentes ficam ali até a Justiça de-terminar se voltam ou não para a família de origem ou até que alguém os adote. Segundo Antônio Piccirillo, são acolhidas anualmente cerca de 25 novas crianças e adolescentes, sempre mediante deter-minação judicial, porquanto nada é feito sem amparo legal. Ao todo, desde a sua fundação, o Lar já acolheu mais de 600 crianças e adolescentes. Cerca de 30% dos internos retornam para as famílias de origem e cerca de 20% são adotados. Os demais permanecem no Lar até atin-girem a maioridade ou, no caso dos por-tadores de deficiências, por toda a vida.

No Lar Pedacinho do Céu, as crianças, os adolescentes e os adultos especiais recebem toda a atenção necessária por parte dos funcionários e voluntários. Os que estão em idade escolar são encami-nhados para a escola e todos têm mo-mentos de recreação nas dependências do próprio abrigo, visto que as instala-ções são muito boas, contando com am-pla área de lazer: parquinho, campinho de futebol, quadra de basquetebol, salão

de jogos (pebolim, xadrez etc.). Além disso, as crianças e os adolescentes rece-bem aulas de informática em uma sala provida de computadores.

Também há uma atenção especial para com os egressos do abrigo, ou seja, aqueles internos que, ao atingirem a maioridade e não sendo portadores de necessidades especiais, precisam sair do Lar. Para eles, há na cidade uma espécie de república, onde podem ficar pelo tempo que for necessário, com a condi-ção de trabalhar para ajudar a custear as despesas. Além disso, os responsáveis pelo abrigo procuram encaminhá-los para empresas associadas que se dispo-nham a dar-lhes emprego, muitas vezes o primeiro, e alguns voluntários contri-buem financeiramente para ajudá-los a estudar.

Antônio Piccirillo fala com orgulho de jovens que, saídos do Lar, conseguiram até mesmo cursar faculdade. Um deles formou-se em Direito e hoje trabalha na Delegacia de Polícia Civil da cidade; Pic-cirillo o chama carinhosamente de “dou-tor”. Segundo ele, graças a Deus e devido à boa formação cristã (católica) e cívica que recebem no Lar, todos os egressos tornaram-se pessoas trabalhadoras e de bem. Aliás, de uns tempos para cá, todos os meses, na primeira segunda-feira, às

19h, é celebrada Missa na capela do Lar Pedacinho do Céu pelo padre Gladstone Miguel da Fonseca ou pelo padre José Pimenta dos Santos, pároco e vigário da Paróquia São José, respectivamente, em cujo território o abrigo se localiza.

ManutençãoAlém das verbas repassadas mensal-

mente pela prefeitura, o Lar se mantém com doações efetuadas por voluntários, bem como com doações provenientes de condenações judiciais (penas alterna-tivas) e com a renda obtida nos eventos que ocasionalmente são realizados com o intuito de arrecadar fundos. A Paróquia São José também faz doações regular-mente.

Sem dúvida, temos no Lar Pedacinho do Céu um grande exemplo de vivên-cia cristã. Assim, se você quiser auxiliar o abrigo de alguma forma, seja traba-lhando como voluntário, seja fazendo doações em dinheiro, entre em contato com a secretaria da instituição pelo tele-fone (35) 3531-4134 ou pelo site “www.larpedacinhodoceu.com.br”. Toda ajuda é sempre bem-vinda.

Por Paulo Vilar, Paróquia São José de São Sebastião do Paraíso

8 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Entrevista

Um cristão leigo apaixonado pela Igreja, pelo Reino de Deus presente no mundo, que não mede esforços e não economiza lutas para encon-trar-se com aqueles que sonham uma sociedade de irmãos. Assim é Laudelino Augusto dos Santos Aze-vedo, 60, membro da Arquidiocese de Pouso Alegre. Reside em Itajubá e tem uma história de vida com muitas

atividades comunitárias. Atualmente é o vice-presidente do Conselho Na-cional do Laicato do Brasil (CNLB), or-ganismo de comunhão, que congrega e articula os cristãos leigos e leigas, tanto na Igreja quanto na sociedade. Trabalha com a formação de leigos, viaja pelas dioceses e regiões de todo o Brasil. Com o presente estudo da Conferência Nacional dos Bispos do

Brasil (CNBB), 107, tem a missão de contribuir para a elaboração do docu-mento sobre o laicato, Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade. An-tes, no entanto, Laudelino já foi vere-ador por dois mandatos, vice-prefeito de Itajubá e deputado estadual em Minas Gerais. Seu serviço atual é o da cidadania, o que considera o mais ele-vado grau de inserção: “Atualmente

não tenho cargo público, mas estou assumindo o que tenho dito que é a mais alta função da cidadania, ser cidadão. Quando a gente é eleito, é para ser servidor dos cidadãos.” Con-vidado a falar ao clero da diocese, no dia 09 de outubro, também prestou esta entrevista ao COMUNHÃO.

COMUNHÃO: Sobre a prática eclesio-lógica do Vaticano II, depois destes 50 anos, a que ponto chegamos, no que diz respeito ao laicato? Podemos dizer que, de fato somos, na práxis, este Povo de Deus peregrino?Laudelino: A eclesiologia do Concí-lio continua a ser, é claro, a do Corpo Místico de Cristo, como nos ensina São Paulo, sermos membros do Cor-po em que Cristo é a cabeça. Pelo Batismo, somos incorporados a Ele. Mas o Concílio avançou no seguin-te sentido: este Corpo Místico está presente e atuante na história, como Povo de Deus. Esta Igreja, que somos nós, é o Povo de Deus peregrino. Al-guns autores dizem que o Vaticano II foi o Concílio do laicato. Não diria tanto, foi o Concílio da Igreja. A Lu-men Gentium, primeiro documento do Concílio, já oferece uma defini-ção positiva do cristão leigo e leiga. Despertou-nos como sujeitos ecle-siais, não simplesmente como co-laboradores ou figuras subalternas, ou como de segunda categoria. Esta mentalidade foi encerrada. Embora, ainda existam, infelizmente, alguns grupos, tanto de leigos quanto de clérigos que afirmam ter o leigo me-nor dignidade. O que nos distingue é o serviço. Neste sentido, eu digo que a Igreja pós-Concílio cresceu muito. Chegamos a ouvir, pelo documento de Aparecida, que a cidadania e ecle-sialidade do leigo são uma coisa só. É um mesmo e único movimento, o cristão é cidadão e o cidadão é cris-tão. Cresce a consciência do cristão leigo e leiga como sujeito eclesial. No entanto, ainda não se observa esta nova mentalidade na sociedade. Ao tomarmos consciência do ser Igreja, vamos atuar mais fortemente na po-lítica, na economia, na educação, na família, na comunicação, na vida, no “vasto e complicado mundo”, como dizia Paulo VI em Evangelii Nuntiandi. O fato de hoje eu falar com os padres da diocese sobre um documento que a CNBB está elaborando, já mostra que há um crescimento e cobrança por parte das comunidades, para que nós, cristãos leigos e leigas, tenha-mos autonomia como sujeitos ecle-siais.

COMUNHÃO: Então, o que falta a esta cidadania de eclesialidade laical?Laudelino: Falta trabalho em níveis da consciência e da prática. Eu diria, como São João Paulo II, na introdu-ção da Exortação Apostólica sobre os cristãos leigos e leigas, a Christifi-deles Laici, que o grande desafio do Sínodo foi buscar caminhos para que a maravilhosa teoria sobre os leigos, expressa no Concílio, pudesse se con-verter numa autêntica prática ecle-sial. Diria que hoje ainda permanece o desafio. Tudo o que adquirimos de consciência tem de transformar-se numa consequente prática. Convém a todos nós, o cristão bispo da dio-cese, os cristãos padres, os cristãos religiosos e religiosas, nós - leigos e leigas, tomarmos consciência e assu-mirmos o espaço que é nosso, que é próprio de nossa vocação. Como lei-gos, temos uma vocação específica, a identidade, espiritualidade e mis-são de leigo. Para isso, precisamos de abertura dos párocos nas paróquias. Não nos é mais permitida a centrali-zação, o clericalismo. Francisco tem chamado a atenção para isso, espaços muito clericalizados. Olhamos para o presbitério e vemos quatro ou cinco padres, porque os leigos estão quase como padres, com túnicas semelhan-tes às dalmáticas. Isto clericaliza. O papa disse aos bispos do CELAM que é uma cumplicidade pecadora o pa-dre clericalizar o leigo e o leigo pedir para ser clericalizado. Há grupos, mo-vimentos, associações e até pastorais nos quais os leigos gozam de status como se fossem mini padres. O leigo é leigo! Leigo em sentido positivo, não é aquele, em sentido pejorativo, que não entende de coisa alguma. Conta com o sentido da vivência do estado de vida, como cristão leigo.

COMUNHÃO: Como se deu o movi-

mento que levou ao estudo 107 da CNBB?Laudelino: O principal, eu diria que é a celebração dos 50 anos do Concí-lio, porque está mexendo com todos. Estamos revendo e atualizando-nos nesta comemoração. Desde as pri-meiras assembleias dos bispos, em 1953, trata-se o assunto dos leigos. Em 1970, discutiu-se este item, quan-do se pensou em criar um conselho nacional de leigos. Em 1976, criou--se o nosso conselho. Assim como há a Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), Comissão Nacional dos Pres-bíteros (CNP), Comissão Nacional de Diáconos Permanentes (CND), Confe-rência dos Religiosos no Brasil (CRB), Conferência Nacional dos Institutos Seculares (CNIS), faltava uma orga-nização dos cristãos leigos e leigas, o CNLB, isso em 1976. Veja que está caminhando. Em 1987 e 1988, ocor-reu o Sínodo Mundial sobre os leigos. A Christifideles Laici é fruto deste Sínodo. Em 1991, o Documento de Santo Domingo insistia muito na au-tonomia dos conselhos de leigos, no nosso protagonismo na Igreja e no mundo. O grande desafio é este, viver no mundo, sem ser dele. E dar teste-munho dos valores eternos. Há uma oração da liturgia que diz podermos “passar entre as coisas que passam e abraçar as que não passam.” Esta-mos no mundo, mas testemunhando o Reino de Deus. Em 1999, o Docu-mento 62 da CNBB, que é base deste 107, Missão e Ministério dos Cristãos Leigos e Leigas, culminando com o documento de Aparecida, insiste novamente nos conselhos, inclusive paroquiais de leigos. Não é o CPP, é o conselho de leigos, em vista da comunhão e missão na Igreja. Final-mente, com a celebração dos 50 anos do Concílio, vimos a importância de um documento. Ano passado, estu-

damos sobre a paróquia. Só teremos conversão paroquial, se tivermos cristãos leigos e leigas conscientes da sua cidadania e eclesialidade, como sujeitos eclesiais. Tenho esperança de que vamos tratar dos padres, dos religiosos, dos bispos, porque é o cor-po todo. Quando o corpo todo está harmonicamente organizado, o Rei-no de Deus é mais testemunhado e as pessoas se convertem mais.

COMUNHÃO: O senhor fala de cri-se do poder na Igreja e no mundo. Como define esta realidade?Laudelino: A grande crise que vi-vemos hoje é a do poder. Pessoas e instituições que tendem e exercem o poder como vantagem, como privilé-gio e prestígio. Assim, fazem esque-mas para conquistar poder e man-ter-se nele. Isso é nítido na política. Olhe quanto se gasta, olhe os esque-mas com as empresas que financiam candidatos. É o poder mal entendido, deveríamos entendê-lo e exercê-lo como serviço. Jesus falou no lava pés, “vocês me chamam de Mestre e Senhor. Dizem bem, pois eu o sou. Se eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, lavem também uns dos outros” (Jo 13, 13-14). O poder é para ser usado a serviço da coletividade. Não é só na sociedade, não é só numa empresa, não só na política, também em espaços eclesiais acontece isso. Às vezes, um cristão leigo, por ser chamado para ao ministério da co-munhão eucarística, pensa que por este motivo deva ser mais respeita-do. Se é um serviço, é necessário hu-mildade. Até o cristão papa é o servo dos servos, como os padres da Igreja assim o chamavam. O bispo na dio-cese é o servo dos servos. O padre na paróquia é o servo dos servos. E o lei-go, na comunidade, também é o ser-vo dos servos. Precisamos resgatar o sentido do verdadeiro serviço. Poder é servir bem. Na sociedade, o poder é dado como vantagem, tanto o Legis-lativo, o Executivo e o Judiciário, bem como o poder da comunicação e do dinheiro. O mundo e a Igreja preci-sam de nosso testemunho. Vamos servir!

COMUNHÃO: Como podemos traba-

Cristãos Leigos e Leigas no Coração da Igreja

“Eu costumo sempre repetir que vivemos entre angústias e esperanças. Mas as

angústias, quando compartilhadas, diminuem. E, na dinâmica do Reino, as esperanças

partilhadas, aumentam.”

9Novembro/2014

lhar, sem detrimento de uma ou ou-tra, fé e política?Laudelino: Sem detrimento de uma ou de outra, mas com a complemen-tariedade que deve haver. Certa vez, eu assessorava uma assembleia dio-cesana, com a participação de leigos, padres, religiosos e o bispo, aqui em Minas Gerais. Quando eu falava da li-gação fé e política, uma senhora, mui-to humildemente me pediu a palavra: “O senhor me desculpa, mas não esta-ria misturando as coisas, não? É pos-sível misturar fé e política?” Foi um silêncio. Eu pedi licença e disse-lhe: “A senhora me pergunta se é possí-vel misturar fé e política? E eu faço a pergunta da seguinte maneira: é pos-sível separar fé e política?” Aí o silên-cio foi maior ainda. Claro que fé é fé e política é política. Mas uma coisa tem de decorrer da outra. O documento de Puebla nos fala que não existe fé autêntica sem um consequente com-promisso social. Aliás, São Tiago já di-zia isso, que “a fé tem de ter obras, se-não é morta” (Tg 2, 26). Frei Clodovis Boff diz que fé e política são duas fa-ces da mesma moeda. Uma face eu a demonstro pela religiosidade, como gente de Igreja. A outra, através das ações, como trabalhador honesto e servidor. Então, temos o registro teó-rico e prático da fé. Eu poderia dizer, sem medo de errar, que a política é a fé colocada em prática. Deveria ser pelo menos. Quando temos ações de fé, nós as chamamos de ações políti-cas. Sem detrimento, mas em favor da verdadeira fé e política, nós, cris-tãos leigos e leigas, precisamos de formação, porque estamos devendo o testemunho de uma verdadeira fé que tem consequências na política e na construção da sociedade solidária e justa, sinal do reino de Deus.

COMUNHÃO: Quais são suas espe-ranças?Laudelino: Esperança... são tantas! Confesso que minha estada hoje, em Guaxupé, alimenta muita esperança. Eu costumo sempre repetir que vi-vemos entre angústias e esperanças. Mas as angústias, quando compar-tilhadas, diminuem. E, na dinâmica do Reino, as esperanças partilhadas, aumentam. Nós partilhamos muitas

esperanças hoje. Esperanças de um mundo melhor, justo, solidário, pos-sível; esperança de que os cristãos presbíteros da Diocese de Guaxupé vão contribuir, como se comprome-teram, a acompanhar o laicato como pastores, com momentos de forma-ção, espiritualidade, com retiros para fortalecer a fé, disponíveis para nos atender no sacramento da penitên-cia, disponíveis na presidência da celebração eucarística em nossas co-munidades. Isso nos alimenta, espe-rança de que os presbíteros garantam a nossa presença no mundo, como sal, fermento e luz. Garantir que a gente seja ramo na videira, para não sair dela e garantir que o sal, a luz e o fermento não fiquem no armazém, mas vão ao mundo. Não adianta a igreja cheia, quinhentas comunhões na missa, se não mudar a sociedade, se não mudar as cidades da diocese, Minas, o Brasil e o mundo. Se o mun-do não se transformar, nossa fé será vã. Minha esperança muito concreta é de um mundo melhor. Como canta Antônio Cardoso, “amadurece a cada instante a esperança de um mundo novo, povoado de irmãos, quem qui-ser acreditar, comece agora, a não ter medo de ser livre até o fim.”

COMUNHÃO: Uma mensagem aos cristãos leigos e leigas da diocese.Laudelino: Amados e amadas, con-versei com o senhor bispo e com os padres das paróquias. Eles ouviram e vão estudar mais ainda este docu-mento que está em elaboração. O destinatário maior são vocês, cristãos leigos. Procurem também se orga-nizar, estudar, entender melhor os documentos da Igreja, peçam ajuda ao seu padre. Quem sabe, logo po-derei voltar aqui para a organização do Conselho de Leigos da Diocese de Guaxupé, o que já houve. Lembro--me da saudosa memória do Senhor Ozório, lá de Nova Resende. Ele nun-ca faltou às reuniões. Outros estão vivos ainda hoje, o Chiquinho, o Jair e tantos mais... em nome deles, eu conclamo vocês, leigo e leiga, a bus-car o conhecimento e o consequente compromisso de fé na Igreja e na so-ciedade.

Por Padre Gilvair Messias

10 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Comentando João 11,32-45

O Papa Bento XVI diz que ler a Bíblia com simples curiosidade his-tórica é esvaziá-la da inspiração e da ação do Espírito Santo (VD 19). A pergunta que devemos fazer à Bíblia não é “O que aconteceu?” e sim, “O que essa história sig-nifica?”. Como ela nos mostra a presença de Deus na nossa história? Assim é que vamos ler este episódio.

Pré-textoAs comunidades

que nos deram o Quar-to Evangelho tinham como maiores inimigos aqueles que o mesmo Evangelho chama de “judeus”. Era o grupo de rabinos fariseus li-derados por Johanan Ben Zakai. Os inimigos da comunidade são, no Evangelho, os inimigos de Jesus.

Esse grupo havia decretado que quem não os acompanhas-se não poderia mais ter o nome de judeu e perderia os privilégios que o Império Romano lhe concedia. Com isso, queriam obrigar todos a fazerem par-te do movimento fariseu. O decreto visava diretamente aos seguidores de Jesus. É a eles que o Evangelho se re-fere quando diz “os judeus”.

O sistema religioso deles era um regime de imposição e submissão. Os chefes impunham e o povo tinha que aceitar e submeter-se. Ninguém po-dia enxergar com os próprios olhos, ninguém podia falar, tomar iniciativa e agir por si mesmo, sem ordem dos chefes. Era um regime de morte, que deixava as pessoas de mãos e pés ata-dos, sem direito de abrir os olhos nem a boca.

ContextoHavia um grupo de irmãos, amigos

de Jesus e de quem Jesus era amigo. É o protótipo da comunidade dos dis-cípulos. Alguém deles (Lázaro, que quer dizer Deus ajuda) fica doente e morre. Essa comunidade-família mo-rava no meio dos “judeus”, bem perto de Jerusalém. Jesus é avisado da do-ença, mas espera a morte e diz estar alegre com a morte do amigo, pois será o meio de os discípulos acredi-

Bíblia

RESSURREIÇÃO E VIDA

tarem melhor nele. Depois decide ir à Judeia, terra dos inimigos.

Os discípulos têm medo, já tenta-ram matar Jesus a pedradas. Tomé, que tem o apelido de “Gêmeo”, diz: “Vamos nós também, para morrermos com ele!”

Ninguém acredita que Jesus seja capaz de tirar Lázaro da sepultura. “Se ele tivesse vindo antes da morte,” di-ziam os amigos e os inimigos. Quan-do Jesus fala em ressurreição, Marta, a “irmã do morto”, pensa na ressurrei-ção final, como ensinavam os fariseus.

Jesus diz ser a ressurreição e a vida, o morto que nele crer, terá a vida e quem vive crendo nele, não morrerá jamais.

TextoJesus não ficou triste com a morte

de Lázaro, antes ele se alegrou, vemos no v. 15. Maria, no meio dos “judeus”, os inimigos que choravam com ela, fez com que Jesus bufasse, ou des-se um forte suspiro de desgosto e se perturbasse. Pouco adiante, o Evan-gelista diz que lágrimas rolaram do rosto de Jesus. Os inimigos “judeus” interpretaram como sendo sentimen-

to de perda pela morte do amigo. Es-tariam certos? As lágrimas não seriam pela fé ainda incompleta de sua co-munidade?

Jesus bufa ou dá um suspiro de desgosto mais uma vez, quando al-guns dos inimigos lembram a cura do cego de nascença.

Marta, chamada de “irmã do mor-to”, expressa bem a fé incompleta da comunidade. Ela crê que Jesus é o Messias aguardado, mas só espera a ressurreição que os fariseus também esperavam, para o fim dos tempos. Mas Jesus é “a ressurreição e a vida”, quem nele crê não morre, vive eter-namente, ressuscita já. Ele é a ressur-reição, agora, para os vivos e para os mortos.

Jesus grita: “Lázaro, vem para fora!” O morto saiu de mãos e pés atados e com um pano cobrindo-lhe o rosto. Já viram isso?

Espelho para a comunidade do Evangelho

Jesus é a ressurreição, a vida. Os “judeus”, os inimigos da comunidade, são do lado da morte. Por isso, seus discípulos não podem enxergar, falar,

ouvir, andar nem agir, estão de mãos e pés atados e de rosto coberto.

Alguns “judeus” chegam a acredi-tar em Jesus, mas os chefes e a maio-ria decidem matá-lo, porque ele deu vida a Lázaro (vv. 47-50). Mostram, assim, que são do lado da morte, que não querem a vida, não querem a li-berdade.

O que o texto diz para nósO Evangelista não quis contar ape-

nas mais um milagre espetacular de Jesus, ele quer trazer uma lição para a nossa vida. A morte não é o fim de tudo, é o começo da ressurreição?

Ainda existem pessoas que estão de pés e mãos atados além do ros-to coberto, sem cara, sem boca, sem visão, pessoas de pé, mas mortas? O discípulo de Jesus deve ser assim também, sem iniciativa, sem ação e sem opinião? Ou deve ajudar a soltar quem se encontra preso?

Pe. José Luiz Gonzaga do Prado, biblis-ta, escritor e professor na Faculdade

Católica de Pouso Alegre (FACAPA)

11Novembro/2014

“Esses seus cabelos brancos, bo-nitos, esse olhar cansado, profundo, me dizendo coisas, um grito, me en-sinando tanto, do mundo...” (Roberto Carlos).

Por natureza, a Catequese se ocupa de várias fases da vida da pessoa e, por isso, costumamos dividí-la em Pré-Ca-tequese, Catequese com adolescentes (preparatória para a Primeira Comu-nhão), Catequese intermediária entre esta e a Crisma, com jovens (preparató-ria para a Crisma) e com Adultos. À pri-meira vista, assim estaríamos cobrindo todas as fases do desenvolvimento hu-mano. Porém, pouco se dedica a uma fase tão importante e, por vezes, cheia de necessidades, da vida humana: a ve-lhice (ou melhor idade).

Valorização ao Idoso

Quão pouco se valoriza o idoso em nossa sociedade e também em nos-sas comunidades! Claro que, dizen-do assim, algumas pessoas poderiam discordar, lembrando algumas ações, especialmente no campo da caridade, voltadas para os mais velhos. E elas re-almente existem. O problema é que ge-ralmente são isoladas e pouco nos le-vam a valorizar a pessoa e a experiência de vida do idoso.

Em outras culturas, a pessoa idosa é muito mais valorizada que em nos-so meio. Isso se vê especialmente em países do extremo oriente como o Ja-pão onde, por tradição, se trata bem, se glorifica e se reverencia os idosos, como resultado de uma educa-ção milenar de dignidade e respeito, ou a China, onde, já no século V a.C,. o filó-sofo Confúcio apregoava que as famílias deveriam obedecer e respeitar aos indivíduos mais idosos. E, para além desses exemplos tão conhecidos, também poderíamos citar povos do Oriente Médio e da África, além das várias nações in-dígenas brasileiras que tão bem sabem tratar seus an-ciãos.

Entre os povos da Áfri-ca Negra, há um ditado que diz que cada ancião que morre é como uma biblioteca que se queima. Essa visão da sabedoria dos anos acumulados é de grande importância para a valorização de seus idosos, o que também ocorria com o Povo de Israel. Quantos exemplos de sábios anci-ãos as Sagradas Escrituras nos trazem! Deparamo-nos

Catequese

A Catequese e a Melhor Idadecom figuras como Abraão, Moisés, Noé e outras que os textos fazem questão de apresentar como pessoas de idade avançada. Inclusive, na linguagem figu-rativa bíblica (conforme já discutimos nesse espaço), mencionar idades até exageradamente longas (como Matu-salém, apresentado como um homem que teria vivido mil anos), tem o signi-ficado de uma vida cheia de bênçãos. Morrer em idade avançada, gerar filhos e possuir a terra eram os grandes sinais da predileção de Deus pelos membros do povo israelense.

Nas tradições judaicas, sempre o ho-mem mais velho da casa tem um lugar de destaque. A celebração da Páscoa se inicia com uma criança perguntando ao ancião o porquê de se repetirem aque-les ritos, e este responde, relembrando a caminhada do povo hebreu sob a proteção de Javé. Também a nossa Igre-ja reserva, em sua hierarquia, funções destinadas a pessoas com certa idade, já mais experientes, que possuem vi-vência na caminhada para poder de-dicar-se à sua comunidade, como os bispos, ou a toda a Igreja, como o Papa. Por falar em Papa, Francisco é um gran-de exemplo para todos nós de alguém que realmente vive a melhor idade. Seu jeito carinhoso, resplendente de bon-dade, mas com um vigor que chama a atenção até mesmo de não católicos que olham com grande respeito a face marcada pelo tempo desse homem tão carismático, com gestos que estão

sempre a nos lembrar que a maturida-de pode ser uma fase da vida como as outras, na qual conhecimento, ações e a alegria de viver podem ser coroadas pela experiência dos anos vividos.

O ancião na catequese

Em nossas comunidades, quantos grandes exemplos de anciãos que se dedicam à comunidade nas orações, nas frequentes participações nas cele-brações, nas ações de caridade, no ensi-no da fé... Quantos de nossos catequis-tas apresentam idade mais avançada e, mesmo assim, continuam cheios de vigor e de vontade de levar à frente a missão recebida: “Ide por todo o mun-do e levai o Evangelho a toda criatura.” E quanto devemos a eles! Afinal, se aqui chegamos, é porque alguém veio antes de nós e nos indicou o caminho.

Além disso, olhando para as famílias de nossos catequizandos, muitas vezes vamos encontrar avós que se encarre-gam dos cuidados dos netos, já que seus pais precisam trabalhar para sus-tentar a família. Assim, é também a eles que cabe o acompanhamento da vida de fé dos netos. Seu exemplo é o que geralmente desperta essas crianças e adolescentes para a Igreja.

PropostasPoderíamos pensar em algumas su-

gestões para valorizar os idosos de nos-sas comunidades e, ao mesmo tempo, despertar essa consciência em nossos

catequizandos.Com as crianças e adolescentes, po-

de-se trabalhar o tema, quando trata-mos do assunto “família”. Propor um le-vantamento nas famílias daqueles que possuem parentes idosos e questionar sobre o modo como eles são tratados, se vivem com seus filhos, se moram no asilo, condições de saúde e, a partir des-ses dados, realizar uma discussão sobre a melhor forma de tratar cada caso. Ou-tro tema propício para essa fase é “O Povo de Deus”, quando se deve dar des-taque para grandes nomes desse povo, como os acima citados e mostrar como em sua época eram valorizados, como se interessavam em ouvi-los com todo o respeito e atenção (lembremos que um dos maiores problemas das rela-ções entre avós e netos é a falta de pa-ciência que muitos destes apresentam em relação às histórias e outras conver-sas dos mais velhos).

Aos jovens, pode-se apresentar a questão ao se discutir o valor da vida. Como vivemos em uma sociedade mar-cadamente guiada pelos princípios do capitalismo, muitos jovens estão acos-tumados a ver pessoas sendo valoriza-das não por elas, mas por sua capaci-dade de trabalho e de consumo. Como muitos idosos estão desligados dessas ações, são vistos como pessoas de se-gunda categoria, como fardos a serem carregados por aqueles que “fazem algo de útil” (muitas vezes, os próprios jovens). Mostrar que essa atitude é ab-

solutamente contrária à ação de Jesus, que sempre valorizava a pessoa, fosse ela quem fosse, é muito im-portante para se criar um senso mais crítico nesses jovens.

Já com os adultos, apre-sentar a velhice como uma etapa normal da vida, que pode ser bem vivida e va-lorizada, e não necessaria-mente como algo a se te-mer. Alguns catequizandos com idade um pouco mais avançada podem apresen-tar receio dessa fase da vida, muitas vezes interpre-tada como uma aproxima-ção da morte.

Saber trabalhar esse tema é de grande impor-tância para nossos cate-quizandos e também para nós. Afinal, quem serão os idosos de amanhã?

Um grande abraço a to-dos e levem esse gesto a nossos idosos.

Por José Oseas Mota, professor e catequista em

Guaxupé

12 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Comunicações

Agenda Pastoral de Novembro

Comemorações de Novembro

6 Diocese: Reunião do Conselho de Presbítero em Guaxupé8 Diocese: Reunião da Coord. Diocesana dos Grupos de Reflexão em Guaxupé Reunião da Coord. Diocesana da Formação de Leigos em Guaxupé Reunião da Equipe Diocesana dos MECEs em Guaxupé Reunião do Setor Famílias em Guaxupé 9 Diocese: Dia Nacional da Juventude10 Setores Alfenas e Areado: Reunião dos Presbíteros em Monte Belo11-13 Assembleia Regional de Pastoral em Belo Horizonte - BH12 Setor Passos: Reunião dos Presbíteros em São João Batista do Glória13 Setor Guaxupé: Reunião dos Presbiteros14-16 Diocese: Encontro Vocacional no Seminário São José em Guaxupé Assembléia Diocesana Avaliativa da Pastoral da Criança em Paraguaçu

Natalício02 Pe. Bruce Éder Nascimento O3 Mons. José dos Reis04 Pe. Luiz Gonzaga Lemos05 Pe. Darci Donizetti da Silva06 Pe. Paulo Sérgio Barbosa

07 Pe. Norival Sardinha Filho13 Pe. Jorge Eugênio da Silva20 Pe. Henrique Neveston da Silva23 Pe. Antônio Garcia30 Pe. Álvaro Alves da Silva

Ordenação09 Pe. André Aparecido da Silva09 Pe. João Batista da Silva14 Pe. Maurício Marques da Silva21 Pe. Claudionor de Barros 25 Pe. Antônio Carlos Maia

14 Setor Poços: Reunião dos Presbíteros na paróquia N. Sra Carmo em Campestre21-23 Cursilho Masculino em Poços de Caldas22 Diocese: Reunião do Setor Juventude em Guaxupé Reunião da Coord. Diocesana da Catequese em Guaxupé Reunião Diocesana do Serviço de Animação Litúrgica em Guaxupé Oficinas de Comunicação em Guaxupé Setor Passos: Reunião do Conselho Diocesano do ECC em Alpinópolis 23 Diocese: 10º Cenáculo Diocesano da RCC em Guaxupé27 Setores Cássia e Paraíso: Reunião dos Presbíteros em Jacuí28-30 Cursilho Feminino em Poços de Caldas30 Setor Guaxupé: Assembleia Diocesana do ECC