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Lenda do Saci- Pererê Origem da lenda do Saci, características principais, personalidade, histórias e lendas da floresta, folclore nacional, cultura popular do interior do Brasil, cultura afro-brasileira, Dia do Saci, curiosidades, imagem, bibliografia e filmografia indicada, comportamento Saci-pererê: um dos mais populares personagens do folclore brasileiro Quem é o saci O Saci-Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Possuí até um dia em sua homenagem: 31 de outubro. Provavelmente, surgiu entre povos indígenas da região Sul do Brasil, ainda durante o período colonial (possivelmente no final do século XVIII). Nesta época, era representado por um menino indígena de cor morena e com um rabo, que vivia aprontando travessuras na floresta. Porém, ao migrar para o norte do país, o mito e o personagem sofreram modificações ao receberem influências da cultura africana. O Saci transformou-se num jovem negro com apenas uma perna, pois, de acordo com o mito, havia perdido a outra numa luta

Lenda Do Saci

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Lenda do Saci-PererOrigem da lenda do Saci, caractersticas principais, personalidade, histrias e lendas da floresta, folclore nacional, cultura popular do interior do Brasil, cultura afro-brasileira, Dia do Saci, curiosidades, imagem, bibliografia e filmografia indicada, comportamentoSaci-perer: um dos mais populares personagens do folclore brasileiroQuem o saciO Saci-Perer um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Possu at um dia em sua homenagem: 31 de outubro. Provavelmente, surgiu entre povos indgenas da regio Sul do Brasil, ainda durante o perodocolonial(possivelmente no final do sculo XVIII). Nesta poca, era representado por um menino indgena de cor morena e com um rabo, que vivia aprontando travessuras na floresta.Porm, ao migrar para o norte do pas, o mito e o personagem sofreram modificaes ao receberem influncias da cultura africana. O Saci transformou-se num jovem negro com apenas uma perna, pois, de acordo com o mito, havia perdido a outra numa luta de capoeira. Passou a ser representado usando um gorro vermelho e um cachimbo, tpico da culturaafricana. At os dias atuais ele representado desta forma.Caractersticas e comportamento do Saci-pererO comportamento a marca registrada deste personagem folclrico. Muito divertido e brincalho, o saci passa todo tempo aprontando travessuras na matas e nas casas. Assusta viajantes, esconde objetos domsticos, emite rudos, assusta cavalos e bois no pasto etc. Apesar das brincadeiras, no pratica atitudes com o objetivo de prejudicar algum ou fazer o mal.Diz o mito que ele se desloca rapidamente dentro de redemoinhos de vento, e para captura-lo necessrio jogar uma peneira ou um rosrio bento sobre ele. Aps o feito, deve-se tirar o gorro (carapua) e prender o saci dentro de uma garrafa. Somente desta forma ele ir obedecer seu proprietrio.Este ter o direito de fazer um pedido ao Saci, que dever realiz-lo.Mas, de acordo com o mito, o saci no voltado apenas para brincadeiras. Ele um importante conhecedor das ervas da floresta, da fabricao de chs e medicamentos feitos com plantas. Ele controla e guarda os segredos e todos estes conhecimentos. Aqueles que penetram nas florestas em busca destas ervas, devem, de acordo com a lenda, pedir sua autorizao. Caso contrrio, se transformar em mais uma vtima de suas travessuras.Entre as travessuras preferidas do Saci, podemos citar: esconder brinquedos de crianas, dar n em crina de cavalos, bagunar as roupas de cama, derramar sal e acar na cozinha, apagar o fogo de foges lenha e assustar as pessoas com um forte e estranho assobio.A crena neste personagem ainda muito forte na regio interior do Brasil. Em volta das fogueiras, os mais velhos contam suas experincias com o saci aos mais novos. Atravs da cultura oral, o mito vai se perpetuando. Porm, o personagem chegou aos grandes centros urbanos atravs daliteratura, da televiso e das histrias em quadrinhos. Saci-perer na literatura brasileiraQuem primeiro retratou o personagem, de forma brilhante na literatura infantil, foi o escritor Monteiro Lobato. Nas histrias do Stio do Pica-Pau Amarelo, o saci aparece constantemente. Ele vive aprontando com os personagens do stio. A lenda se espalhou por todo o Brasil quando as histrias deMonteiro Lobatoganharam as telas da televiso, transformando-se em seriado, transmitido no comeo da dcada de 1950.O saci tambm aparece em vrias momentos das histrias em quadrinhos do personagem Chico Bento, de Maurcio de Souza.Dia do SaciCom o objetivo de diminuir a importncia da comemorao doHalloweenno Brasil, foi criado em carter nacional, em 2005, o Dia do Saci ( 31 de outubro). Uma forma de valorizar mais o folclore nacional, diminundo a influncia do cultura norte-americana em nosso pas.Curiosidades:- Em algumas verses da lenda, o Saci-Perer aparece com as mos furadas.- De acordo com a lenda, a noite todos os sacis do mundo se encontram para planejarem as travessuras que iro fazer.- O Saci-Perer o mascote do time de futebol Sport Club Internacional de Porto Alegre.

Lenda do Negrinho do PastoreioOrigem da lenda do Negrinho do Pastoreio, personagem do folclore brasileiro, escravido, cultura popular, bibliografia indicadaNegrinho do Patoreio: uma lenda da poca da escravidoIntroduoO Negrinho do Pastoreio uma lenda do folclore brasileiro surgida noRio Grande do Sul. De origem africana, estalendasurgiu no sculo XIX, perodo em que ainda haviaescravido no Brasil. Esta lenda retrata muito bem a violncia e injustia impostas aos escravos.A lendaDe acordo com a lenda, havia um menino negro escravo, de quatorze anos, que possua a tarefa de cuidar do pasto e dos cavalos de um rico fazendeiro. Porm, num determinado dia, o menino voltou do trabalho e foi acusado pelo patro de ter perdido um dos cavalos. O fazendeiro mandou aoitar o menino, que teve que voltar ao pasto para recuperar o cavalo. Aps horas procurando, no conseguiu encontrar o tal cavalo. Ao retornar fazenda foi novamente castigado pelo fazendeiro. Desta vez, o patro, para aumentar o castigo. Colocou o menino pelado dentro de um formigueiro. No dia seguinte, o patro foi ver a situao do menino escravo e ficou surpreso. O garoto estava livre, sem nenhum ferimento e montado no cavalo baio que havia sumido. Conta a lenda que foi um milagre realizado por Nossa Senhora que salvou o menino. De acordo com a lenda, o menino foi transformado num anjo e, ainda hoje, fica cavalgando pelos campos.

Objetos perdidosO Negrinho do Pastoreio considerado, por aqueles que acreditam na lenda, como o protetor das pessoas que perdem algo. De acordo com a crena, ao perder alguma coisa, basta pedir para o menino do pastoreio que ele ajuda a encontrar. Em retribuio, a pessoa deve acender uma vela ao menino ou comprar uma planta ou flor.

Lenda do LobisomemOrigem da lenda do Lobisomem, personagem do folclore brasileiro, lendas e mitos, caractersticas, bibliografia indicada, imagem, curiosidadesLobisomem: do folclore europeu para o BrasilIntroduoAlendado lobisomem tem, provavelmente, origem na Europa do sculo XVI, embora traos desta lenda apaream em algunsmitos da GrciaAntiga. Do continente europeu, espalhou-se por vrias regies do mundo. Chegou ao Brasil atravs dos portugueses que colonizaram nosso pas, a partir do sculo XVI. Este personagem possui um corpo misturando traos de ser humano e lobo.De acordo com a lenda, um homem foi mordido por um lobo em noite de lua cheia. A partir deste momento, passou a transforma-se em lobisomem em todas as noites em que a Lua apresenta-se nesta fase. Forte e peludo, vive assustando as pessoas nas ruas, colinas, encruzilhadas e cemitrios. Caso o lobisomem morda outra pessoa, a vtima passar pelo mesmo feitio.

A lenda no BrasilNo Brasil (principalmente no serto), a lenda ganhou vrias verses. Em alguns locais dizem que o stimo filho homem de uma sucesso de filhos do mesmo sexo, pode transforma-se em lobisomem. Em outras regies dizem que se uma me tiver seis filhas mulheres e o stimo for homem, este se transformar em lobisomem. Existem tambm verses que falam que, se um filho no for batizado poder se transformar em lobisomem na fase adulta.

Conta a lenda que a transformao ocorre em noite de Lua cheia em uma encruzilhada. O monstro passa a atacar animais e pessoas para se alimentar de sangue. Volta a forma humana somente com o raiar doSol.

Curiosidades:- Em algumas verses da lenda no Brasil, o lobisomem s volta a ter a forma humana caso consiga visitar sete cemitrios antes do amanhecer.- O lobisomem passa grande parte do tempo uivando em direo a Lua cheia.

- De acordo com a lenda, um lobisomem s morre se for atingido por uma bala ou outro objeto feito de prata.

Lenda da IaraOrigem da lenda da sereia, personagem do folclore brasileiro, lenda da regio amaznica, caractersticas, curiosidades, bibliografia, resumoIara: uma lenda de origem indgenaIntroduoTambm conhecida como a me das guas, Iara uma personagem dofolclore brasileiro. De acordo com a lenda, de origem indgena, Iara uma linda sereia (corpo de mulher da cintura para cima e de peixe da cintura para baixo) morena de cabelos negros e olhos castanhos.A lenda conta que a linda sereia fica nos rios do norte do pas, onde costuma viver. Passa grande parte do tempo admirando sua beleza no reflexo das guas, brincando com os peixes e penteando seus cabelos com um pente de ouro.Nas pedras das encostas, costuma atrair os homens com seu belo e irresistvel canto, que ecoa pelas guas e florestas da regio. As vtimas costumam seguir Iara at o fundo dos rios, local de onde nunca mais voltam. Os poucos que conseguem voltar acabam ficando loucos em funo dos encantamentos da sereia. Neste caso, conta a lenda, somente um ritual realizado por umpaj(chefe religioso indgena, curandeiro) pode livrar o homem do feitio.

Origem da personagem

Contam osndiosda regio amaznica que Iara era uma excelente ndia guerreira. Os irmos tinham cimes dela, pois o pai a elogiava muito. Certo dia, os irmos resolveram matar Iara. Porm, ela ouviu o plano e resolveu matar os irmos, como forma de defesa. Aps ter feito isso, Iara fugiu para as matas. Porm, o pai a perseguiu e conseguiu captur-la. Como punio, Iara foi jogada no rio Solimes (regio amaznica). Os peixes que ali estavam a salvaram e, como era noite de lua cheia, ela foi transformada numa linda sereia.

Curiosidades:

- A palavra Iara de origem indgena. Yara significa aquela que mora na gua.- De acordo com algumas verses da lenda, quando est fora das guas, Iara se transforma numa linda mulher, perdendo seus poderes.- A "rainha das guas" como tambm conhecida Iara, possui o poder de enfeitiar os homens que olham diretamente em seus olhos.

Lenda do CurupiraOrigem da lenda do Curupira, caractersticas principais, defensor das florestas e animais, o que diz os mitos e lendas da floresta, folclore nacional,cultura populardo interior do Brasil, curiosidades Curupira: um dos mais populares personagens do folclore brasileiroQuem o curupiraOfolclore brasileiro rico em personagens lendrios e o curupira um dos principais. De acordo com a lenda, contada principalmente no interior do Brasil, o curupira habita as matas brasileiras. De estatura baixa, possui cabelos avermelhados (cor de fogo) e seus ps so voltados para trs. Este pequeno ndio forte e muito esperto.O protetor das plantas e animais da florestaA funo do curupira proteger as rvores, plantas e animais das florestas. Seus alvos principais so os caadores, lenhadores e pessoas que destroem as matas de forma predatria.Para assustar os caadores e lenhadores, o curupira emite sons e assovios agudos. Outra ttica usada a criao de imagens ilusrias e assustadoras para espantar os "inimigos da florestas". Dificilmente localizado pelos caadores, pois seus ps virados para trs servem para despistar os perseguidores, deixando pegadas e rastros falsos pelas matas. Alm disso, sua velocidade surpreendente, sendo quase impossvel um ser humano alcan-lo numa corrida.De acordo com a lenda, ele adora descansar nas sombras das mangueiras. Costuma tambm levar crianas pequenas para morar com ele nas matas. Aps encantar as crianas e ensinar os segredos da floresta, devolve os jovens para a famlia, aps sete anos.Os contadores de lendas dizem que o curupira adora pregar peas naqueles que entram na floresta. Por meio de encantamentos e iluses, ele deixa o visitante atordoado e perdido, sem saber o caminho de volta. O curupira fica observando e seguindo a pessoa, divertindo-se com o feito.O Curupira existe na realidade?No podemos esquecer que as lendas emitosso estrias criadas pela imaginao das pessoas, principalmente dos que moram em zonas rurais. Fazem parte deste contexto e geralmente carregam explicaes e lies de vida. Portanto, no existem comprovaes cientficas sobre a existncia destas figuras folclricas.Curiosidades:- O curupira considerado, em algumas regies de florestas, como sendo o protetor das rvores, plantas e animais silvestres.- De acordo com a lenda, uma forma de fazer o curupira feliz deixando para ele na floresta alguns presentes como, por exemplo, alimentos, flechas e fumo.- O curupira e o caipora (outro personagem folclrico) so muitos semelhantes, mas uma diferena marcante que o segundo possui os ps normais.

Lenda do BoitatOrigem da lenda do boitat, personagem do folclore brasileiro, lenda, surgimento, curiosidades, caractersticas fsicas, bibliografia indicada, resumo, versesBoitat: a cobra de fogo do folclore brasileiroIntroduoTambm conhecido como "fogo que corre", o boitat, no folclore brasileiro, uma grande cobra de fogo. Este bicho imaginrio foi citado pela primeira vez em 1560, num texto do padrejesutaJos de Anchieta. Na lngua indgena tupi, "mboi" significa cobra e "tata" fogo.A lenda no Norte e NordesteDe acordo com a lenda, o boitat protege as matas e florestas das pessoas que provocam queimadas. O boitat vive dentro dos rios e lagos e sai de seu "habitat" para assombrar e queimar as pessoas que praticam incndios nas matas. De acordo com esta lenda, o boitat possui a capacidade de se transformar num tronco de fogo. Este animal passa grande parte do tempo rastejando pelas florestas na escurido da noite, pois uma alma penada que deve pagar seus pecados desta forma.A lenda no SulNuma lenda do sul do Brasil, a explicao para o surgimento da cobra de fogo est relacionada ao dilvio (histria bblica que fala sobre a chuva que durou 40 dias e 40 noites). Aps o dilvio, muitos animais morreram e as cobras ficaram rindo felizes, pois havia alimento em abundncia. Como castigo, a barriga delas comeou a pegar fogo, iluminando todo o corpo.Explicao cientfica:

- Pesquisadores afirmam que estalendaest associada aos incndios, que ocorrem espontaneamente em funo da queima de gases oriundos da decomposio de material orgnico.Curiosidades sobre a lenda- Algumas verses da lenda contam que se uma pessoa estiver colocando fogo na floresta e encontrar com o boitat pela frente, ter uma terrvel consequncia. Poder morrer, ficar cego ou at mesmo enlouquecer.- De acordo com a lenda, o fogo que sai da boca do boitat mgico, por isso ele no queima as rvores e plantas das florestas. Pelo mesmo motivo, ele tambm no se apaga quando a criatura folclrica encontra-se dentro da gua.- No Nordeste brasileiro o boitat tambm conhecido como "fogo corredor".- Correr desta cobra de fogo no a melhor sada. Contadores da lenda dizem que a soluo ideal ficar parada, de olhos fechados e com a respirao parada.

Lenda do BotoOrigem da lenda do Boto, personagem do folclore brasileiro, folclore amaznico, cultura popular, bibliografia indicadaBoto cor-de-rosa: uma lenda da poca da escravidoLenda do BotoOrigem da lenda do Boto, personagem do folclore brasileiro, folclore amaznico, cultura popular, bibliografia indicadaBoto cor-de-rosa: uma lenda da poca da escravido

IntroduoA lenda do boto tem sua origem na regio amaznica (Norte do Brasil). Ainda hoje muito popular na regio e faz parte do folclore amaznico e brasileiro.O que diz a lendaDe acordo com a lenda, um boto cor-de-rosa sai dosriosamaznicos nas noites defesta junina. Com um poder especial, consegue se transformar num lindo, alto e forte jovem vestido com roupa social branca. Ele usa um chapu branco para encobrir o rosto e disfarar o nariz grande. Vai a festas e bailes noturnos em busca de jovens mulheres bonitas. Com seu jeito galanteador e falante, o boto aproxima-se das jovens desacompanhadas, seduzindo-as. Logo aps, consegue convencer as mulheres para um passeio no fundo do rio, local onde costuma engravid-las. Na manh seguinte volta a se transformar no boto.O boto cor-de-rosa considerado amigo dos pescadores da regio amaznica. De acordo com a lenda, ele ajuda os pescadores durante a pesca, alm de conduzir em segurana as canoas durante tempestades. O boto tambm ajuda a salvar pessoas que esto se afogando, tirando-as do rio.

Cultura popular:

- Nacultura popular, a lenda do boto era usada para justificar a ocorrncia de uma gravidez fora do casamento.

- Ainda nos dias atuais, principalmente na regio amaznica, costuma-se dizer que uma criana filha do boto, quando no se sabe quem o pai.

No cinema

- Alendado boto foi transformada num filme em 1987. Com o ttulo deEle, o boto, o filme tem no elenco Carlos Alberto Riccelli, Cssia Kiss e Ney Latorraca. A direo de Walter Lima Junior.

Lenda do CaiporaOrigem da lenda do Caipora, personagem do folclore brasileiro, lenda, surgimentoCaipora: defensor dos animais da florestaLenda do CaiporaMontado em um porco selvagem, o caipora anda nu pela floresta e domina todos os animais. De acordo com a lenda, ele ataca os caadores que no cumprem os acordos de caa feitos com ele. Assim como o Curupira, de quem possui um parentesco, sua misso proteger os animais da floresta.

Forma de agirDe acordo com a lenda, o Caipora o terror dos caadores que caam alm das necessidades. O Caipora usa todos seus conhecimentos sobre a vida na floresta para fazer armadilhas para os caadores, destruir suas armas e bater nos ces de caa. O caipora assusta os caadores, reproduzindo sons da floresta, alm de modificar os caminhos e rastros para fazer com que os caadores se percam na floresta.

Ainda diz a lenda que aos domingos, sextas-feiras e dias santos o Caipora age com mais fora e de maneira mais intensa. Uma forma de escapar da ao do Caipora oferecer-lhe fumo de corda e outros presentes, que devem ser deixados prximos ao tronco de uma rvore, de preferncia numa quinta-feira. Mesmo assim, no garantia de que o Caipora no ir agir, pois dizem que ele pode ser traioeiro.

O Curupira ou CaiporaEditoria de Pesquisas do Site de Dicas[1]Aspectos gerais do Mito - Continuao

Nos mitos est a essncia de grande parte de nossas crenas.O Curupirafoi o primeiro duende selvagem das amricas que o europeu documentou em papel. Do litoral paulista, em maio de 1560, Jos de Anchieta o divulga aos pases distantes. A maioria dos cronistas colonias inclui seu nome entre os entes mais temidos pelos ndios.

Dentreas muitas lendas, conta-se que o Curupira, algumas vezes, vira-se em caa que nunca pode ser alcanada, mas que nunca desaparece dos olhos do caador. E este, que na esperana de a alcanar a presa, deixa-se levar aos confins da floresta, de onde no consegue mais sair, j que seus rastros que o poderiam gui-lo de volta, so apagados.

Conta-setambm que as vezes ele se deixa facilmente abater pelo caador. No entanto, quando o caador vai pegar sua vtima, descobre que atingiu um amigo, ou um parente, mulher ou filho, que estava sob encanto do Curupira.

crena tambmque ele tenha o poder de ressuscitar animais mortos, ou que ele seja o pai do molequeSaci Perer.

Vigiando rvores, conduzindo manadas de porcos-do-mato, veados ou pacas, assobiando estridentemente, corre o pequeno e gil duende, o mais vivo dos deuses das florestas, o derradeiro justieiro e protetor da vida silvestre, o preferido das estrias infantis.O Curupira e suas variaes pelo Brasil

vistocomo um deus que protege as florestas. crena que quando se aproxima uma tempestade ele costuma bater nos troncos das rvores, para ver se esto firmes para suportar o mau tempo.

Por isso, no raro encontrar caadores ou viajantes, que j tenham escutado as misteriosas batidas nos troncos das rvores vespera dos grandes temporais ou ventanias.

No Amazonas,geralmente um tapuio pequeno, de 4 palmos. Nas regies de Santarm, Rio Negro e Tapajs, ora calvo, ora de cabea pelada e corpo peludo, ou com um olho s; pernas sem articulaes e sem orifcios para as excrees.

Em sua viagempara o sul o Curupira passa a se chamar Caapora, Caiara, Zumbi, e amigo dos ces e porcos-do-mato. Em Pernambuco s tem um p. Do Maranho ao Esprito Santo chama-se Caipora.

Curupira, corpo de menino - deCuruabreviao deCurumiePiracorpo.

No geral, no Nordeste e Norte do Brasil, o Curupira A Caipora, e gosta de aguardente e fumo. Nas matas do Par, Amazonas e Acre, a Caipora moderna, aceita comrcio amoroso com os homens. Mas quem a trai leva uma surra de cip espinhento. No Nordeste, a Caipora, que mulher, monta o porco-do-mato e ressuscita os animais abatidos.Informaes Complementares:

Nomes comuns:Caipora, Curupira, Coropio, Coropira, Currupira, Pai do Mato, Me do Mato, Caiara, Caapora, Anhanga, Flor do Mato, Zumbi, etc.

Origem Provvel: oriundo da Mitologia Tupi, e os primeiros relatos oficiais, datam da carta de Anchieta, em So Vicente, a 31 de maio de 1560. Depois tornou-se comum em todo Pas, sendo juntamente com o Saci, os campees de popularidade. Entre o Tupis-Guaranis, existia uma outra variedade de Caipora, chamada Anhanga, um ser maligno que causava doenas ou matava os ndios.

Existem entidades semelhantes entre quase todos os indgenas das amricas Latina e Central. Em El Salvador, El Cipito, um espirto tanto da floresta quanto urbano, que tambm tem os mesmos atributos do Caipora. Ou seja, ps invertidos, capacidade de desorientar as pessoas, etc. El Cipito chama-se Curupi na Argentina e Paraguai, e nessas regies ele gosta mesmo de seduzir as mulheres.

E conforme a regio, ele pode ser uma mulher de uma perna s que anda pulando, ou uma criana de um p s de formato redondo. Outras vezes pode ser um homem gigante montado num porco do mato, seguido por um cachorro de aparncia esquisita chamadoPapa-mel.

A Lenda da Vitria RgiaEditoria de Pesquisas do Site de Dicas[1]Aspectos Gerais do Mito

Os mitos so representaes alegricas dos maiores temores, dos sonhos, da complexa natureza do homemOspajs tupis-guaranis, contavam que, no comeo do mundo, toda vez que aLuase escondia no horizonte, parecendo descer por trs das serras, ia viver com suas virgens prediletas. Diziam ainda que se a Lua gostava de uma jovem, a transformava em estrela do Cu.

Nai, filha de um chefe e princesa da tribo, ficou impressionada com a histria. Ento, noite, quando todos dormiam e a Lua andava pelo cu, Ela querendo ser transformada em estrela, subia as colinas e perseguia a Lua na esperana que esta a visse.

Eassim fazia todas as noites, durante muito tempo. Mas a Lua parecia no not-la e dava para ouvir seus soluos de tristeza ao longe.

Em uma noite, a ndia viu, nas guas lmpidas de um lago, a figura refletida da Lua. A pobre moa, imaginando que a Lua havia chegado para busc-la, se atirou nas guas profundas do lago e nunca mais foi vista.

ALua, quis ento recompensar o sacrifcio da bela jovem, e resolveu transform-la em uma estrela diferente daquelas que brilham no cu. Transformou-a ento numa"Estrela das guas", que a plantaVitria Rgia. Assim, nasceu uma planta cujas flores perfumadas e brancas s abrem noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.

Origem:Indgena. Para eles, assim nasceu a Vitria-Rgia[2].Informaes Complementares:

Nomes comuns:Vitria Rgia.

Origem Provvel:Trata-se de um Mito indgena.

H uma segunda verso amaznica desse mito[3].

Esta uma das lendas inspiradas por Perud[4], e nasceu do amor entre a ndia Moroti e o guerreiro Pit. A histria narra, como toda histria de amor que se preze, ao menos na alegoria, mais um caso infeliz que termina mal.

Diz esta lenda que um ndio chamado Pit afogou-se nas guas caudalosas de um brao de rio, em busca da pulseira que a ndia Moroti lhe havia atirado. Moroti, querendo mostrar para as amigas o quanto era amada pelo guerreiro, jogou a sua pulseira ao rio desejando que, como prova de amor, Pit a trouxesse de volta.

O infeliz apaixonado atira-se nas guas turbulentas e no mais retorna. Desesperada e arrependida, Moroti joga-se atrs do amado, tendo igual fim.

No dia seguinte, a tribo presenciou o nascimento de uma grande flor, que ao centro era branca, como o nome de Moroti, e as ptalas ao redor eram vermelhas, como o nome do bravo Pit.

A Vitria-Rgia, a rainha das flores da Amaznia, s abre suas ptalas luz do luar, recolhendo-se ao cair do dia, para abrir-se novamente no dia seguinte.

A Lenda do Boi TatEditoria de Pesquisas do Site de Dicas[1]Aspectos Gerais do Mito

O Problema no o que se esconde no escuro, mas aquele que est diante dele...Diz a lendaque o Boitat era uma espcie de cobra e foi o nico sobrevivente de um grande dilvio que cobriu a terra. Para escapar ele entrou num buraco e l ficou no escuro, assim, seus olhos cresceram.

Desdeento anda pelos campos em busca de restos de animais mortos. No sul do Brasil se diz que ele come apenas os olhos dos animais capturados ou j mortos, e tantos olhos devora, que fica cheio da luz de todos esses olhos, e de longe mais parece uma bola de chamas, um claro vivo. Se transforma numa espcie de cobra de fogo que serpenteia dentro da escurido. Com essa forma, algumas vezes, persegue os viajantes noturnos ou caadores mais distrados.

s vezesele visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro no meio da mata[2]. No Nordeste do Brasil chamado de "Alma dos Compadres e das Comadres". Para os ndios ele "Mba-Tata", ouCoisa de Fogo,e mora no fundo dos rios.

O Boi-tat o Fogo-ftuo ou Fogo-de-Santelmo, luz cintilante, intermitente, que aparece e desaparece sem prvio aviso, produto que surge do processo de decomposio dos fosfatos de hidrognio dos corpos de animais mortos.

Dizemque o viajante, quando o encontra, deve ficar parado, imvel e de olhos fechados, sem respirar, e Ento, o Fogo-ftuo desaparece. Mas, quando o viajante teima em persegu-lo, ele foge, intangvel, e tanto mais corre quanto mais procura apanh-lo o perseguidor. E quando, ao contrrio, o homem foge, OBoi-tatpersegue-o, atormentando-o, deixando ele desorientado, enlouquecido, e finalmente o mata[3].

Dizemainda que ele o esprito de gente ruim ou almas penadas, e por onde passa, toca fogo no mato. Outros dizem que ele protege as matas contra incndios.

A cinciaconfirma que existe um fenmeno chamado Fogo-ftuo, que so os gases inflamveis que emanam dos pntanos, sepulturas e carcaas de grandes animais mortos, que vistos de longe, se assemelham a grandes tochas em movimento.

Mboitat o gnio que protege os campos contra aqueles que os incendeiam; como a palavra diz,Mboitat:"Cobra de Fogo". As tradies figuram-na como uma pequena serpente de fogo que normalmente reside ngua. s vezes transforma-se em um grosso madeiro em brasa, chamadoMuan, que faz morrer por combusto quem incendeia inutilmente os campos[4].

Uma das lendasmais tradicionais do Rio Grande do Sul a daBoitat. Boi-tat, cobra de fogo, chamava-seBoi-guassu, ou cobra grande. A lenda existe em todo Brasil, do norte ao sul. ABoi-guassu, quando houve o dilvio, ou quando h inundaes, ao ser acordada pela gua, come todos os animais. No sul ela come apenas os olhos da carnia. Tantos olhos devora, que fica cheia da luz desses olhos. A Lenda do Boi TatEditoria de Pesquisas do Site de Dicas[1]Informaes Complementares:

O Problema no o que se esconde no escuro, mas aquele que est diante dele...Nomes comuns:No Sul; Baitat, Batat, Boi-guassu, Bitat (So Paulo). No Nordeste; Batato e Biatat (Bahia). Entre os ndios; Mba-Tata, Mboitat. Outros Pases: Fogo de Santa-Helena, Vbora-de-fuego, Shinen-Gaki, Feux-follets, Demnio Bifrons, Luz Mala, etc.

Origem Provvel:No Brasil de origem Indgena. Os negros africanos tambm trouxeram o mito de uma entidade que habitava as guas profundas, e que saa a noite para caar, seu nome era Biatat. OFogo-ftuo tema universal no folclore e em todos os pases existem narrativas que tentam lhe dar nomes, torn-lo uma entidade fantstica, viva.

Diz Anchietaem sua carta: "H tambm outros fantasmas nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e do rios, e so chamados deBaetat, que quer dizer, "Coisa de Fogo", o que o mesmo como se dissesse "o que todo de fogo". No se v outra coisa seno um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os ndios e mata-os, como osCurupiras: o que seja isso, ainda no se sabe com certeza."

um mitoque sofre grandes modificaes conforme a regio. Em algumas, por exemplo, ele uma espcie de gnio protetor das florestas contra as queimadas. Em outras, ele causador dos incendios na mata. Uma verso conta que seus olhos cresceram para melhor se adaptar escurido da caverna onde ficou preso aps um dilvio. Noutra ao procurar restos de animais mortos, come apenas seus olhos, assim absorve a luz e o volume dos mesmos, razo pela qual tem os olhos to grandes e incandescentes.