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LEONARDO ARAÚJO PARENTE TIMBÓ & RAYNNER CURSINO DE OLIVEIRA LOPES ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE ALVENARIA ESTRUTURAL E ALVENARIA COVENCIONAL Artigo apresentado ao curso de graduação em Engenharia Civil da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção de Título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Carlos Henrique de Moura Cunha Brasília 2014

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LEONARDO ARAÚJO PARENTE TIMBÓ & RAYNNER CURSINO DE OLIVEIRA

LOPES

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE ALVENARIA ESTRUTURAL

E ALVENARIA COVENCIONAL

Artigo apresentado ao curso de graduação em

Engenharia Civil da Universidade Católica de

Brasília, como requisito parcial para a

obtenção de Título de Bacharel em Engenharia

Civil.

Orientador: Carlos Henrique de Moura Cunha

Brasília

2014

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Artigo de autoria de Leonardo Araújo Parente Timbó e Raynner Cursino de Oliveira Lopes,

intitulado “Análise comparativa entre alvenaria estrutural e alvenaria convencional”

apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil da

Universidade Católica de Brasília, em 09/06/2014, defendido e aprovado pela banca

examinadora abaixo assinada:

__________________________________________________

Prof. Msc. Carlos Henrique de Moura Cunha

Orientador

Curso de Engenharia Civil – UCB

__________________________________________________

Prof. Dr. Miguel Enrique Genovese Soares

Examinador

Curso de Engenharia Civil – UCB

Brasília

2014

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DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho a Deus, nossos pais e

irmãos, namoradas, amigos e familiares.

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AGRADECIMENTOS

Leonardo Araújo Parente Timbó

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado fé, força e foco para desenvolver

com saúde e vontade este trabalho. Aos meus pais Júnior e Juvanete que nunca me deixaram

fraquejar e sempre estiveram ao meu lado com as melhores palavras e os melhores conselhos.

Aos meus irmãos Matheus e Roberta que sempre vibraram com minhas vitórias. A minha

companheira Tainá Martins que todos os dias me fez lembrar-se da importância de seguir em

frente mesmo com as adversidades encontradas no caminho. Aos meus amigos por terem

sempre o melhor remédio para aliviar o estresse acumulado com a rotina. Aos demais

familiares que torceram por esta conquista. Aos nossos mestres que nos ensinaram

conhecimentos fundamentais para seguirmos em frente. Ao meu parceiro de TCC Raynner

Cursino por ter sido responsável e pontual para que todas as atividades fossem concluídas no

tempo estabelecido. Ao nosso orientador Carlos Henrique de Moura Cunha por ter acreditado

em nosso trabalho e contribuído permanentemente para a melhor colocação e

desenvolvimento das idéias.

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Raynner Cursino de Oliveira Lopes

Primeiramente, a Deus, pelo dom da vida, e por seu amor infinito, que mesmo nas

horas de desânimo e dificuldades, confortou-me imensamente, dando-me força e sabedoria

para seguir em frente com meus sonhos e objetivos.

Aos meus pais, Deusdete e Marilde, meu porto seguro, pelo amor e educação que me

deram, a qual despertou em mim o desejo de conhecimento e a busca pelo saber.

A minha irmã, Rayanne, pelo carinho a mim dedicado em todos os momentos, sejam

nos dias de aflição ou de alegria.

A minha namorada, Priscila, pela compreensão e paciência constantes; por estar ao

meu lado em todos os momentos e por escolher construir seu futuro junto ao meu.

Ao meu colega de trabalho de conclusão de curso Leonardo Timbó, pelo interesse e

compromisso na realização deste trabalho.

Aos meus colegas de trabalho, engenheiro Lauriano Bacellar e Luiz Mundim, pela

paciência em poder passar um pouco das suas experiências, proporcionando-me um

aprendizado prático essencial para minha carreira. A todas as pessoas que me deram forças

para a conclusão de mais uma etapa da minha vida.

E, por fim, aos professores da Universidade De Brasília, pelos ensinamentos, em

especial meu orientador, professor Carlos Henrique, pessoa fundamental para a conclusão

deste trabalho; e aos funcionários da instituição que, constantemente, se dedicam na

construção da formação acadêmica e profissional dos seus alunos.

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ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE ALVENARIA ESTRUTURAL E ALVENARIA

CONVENCIONAL

LEONARDO ARAÚJO PARENTE TIMBÓ & RAYNNER CURSINO DE OLIVEIRA

LOPES

RESUMO

A alvenaria é um método de construção tradicional usado há muitos anos. Atualmente

na construção civil se utiliza dois métodos de alvenaria, alvenaria estrutural e alvenaria

convencional. De fato, está inovação na arte de melhor construir vem dos tempos dos povos

primitivos. Devido a isso neste trabalho de conclusão de curso que envolve a comparação

entre alvenaria estrutural e alvenaria convencional tem como objetivo analisar alguns aspectos

relacionados aos benefícios econômicos, construtivos e da sua função principal de habitação.

Palavras-chave: Alvenaria Estrutural. Alvenaria Convencional.

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ABSTRACT

Masonry is a traditional method of construction used for many years. Currently in

construction using two methods of masonry, structural masonry and conventional masonry. In

fact, innovation is the art of building better comes times of primitive peoples. Because of this

this work of completion which involves comparing structural masonry and conventional

masonry aims to analyze some aspects related to economic, constructive and its primary

function of housing benefits.

Keywords: Structural Masonry. Conventional Masonry.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Blocos estruturais...............................................................................................12

Figura 2. Blocos de vedação.............................................................................................12

Figura 3. Alvenaria Estrutural de blocos cerâmicos..........................................................13

Figura 4. Alvenaria convencional de blocos cerâmicos....................................................13

Figura 5. Equipamentos utilizados....................................................................................14

Figura 6. Elevação alvenaria convencional.......................................................................18

Figura 7. Marcação alvenaria convencional......................................................................19

Figura 8. Tubulação embutida alvenaria convencional.....................................................20

Figura 9. Esquematização alvenaria estrutural..................................................................21

Figura 10. Alvenaria estrutural..........................................................................................22

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Comparativo entre alvenaria convencional e alvenaria estrutural...................24

Tabela 2 – Orçamento entre os dois sistemas....................................................................25

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 11

2. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................................... 12

2.1. Materiais ................................................................................................................................ 12

2.2. Equipamentos ........................................................................................................................ 14

2.3. Métodos ................................................................................................................................. 15

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................................ 19

3.1 Resultados ............................................................................................................................. 19

3.2 Discussão ................................................................................................................................... 25

4. CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 26

5. RECOMENDAÇÕES ................................................................................................................... 27

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 28

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1. INTRODUÇÃO

No presente trabalho buscou-se abordar os métodos construtivos da alvenaria

convencional e da alvenaria estrutural ambos sendo utilizados blocos cerâmicos ou blocos de

concreto. Estes dois processos construtivos demandam um crescimento sistemático na

construção civil que gera a necessidade de alvenarias mais econômicas. As alvenarias

estruturais e convencionais sofrem constantes aprimoramentos nos processos construtivos,

gerando assim novas tecnologias para a construção civil.

Atualmente o mercado da construção civil encontra-se em alta, e com a necessidade de

aprimorar os métodos construtivos que alie custo final reduzido, redução do tempo de

execução e a qualidade final do produto.

Demonstrando as etapas de cada método construtivo, alvenaria estrutural e alvenaria

convencional, possibilitando expor a tecnologia de cada um, expondo os pontos positivos e

pontos negativos de ambos os métodos e consequentemente extraindo os pontos principais

desses métodos, para que se tenha uma escolha adequada de qual método a ser utilizado

levando em consideração a situação real do mercado da região do Distrito Federal para tal

escolha.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Materiais

Alvenaria Convencional – consiste em vedar a estrutura da obra entre colunas e vigas

sem contribuir de forma direta para a estrutura do projeto. Sua estrutura tem como

composição pilares, vigas e lajes de concreto armado, sendo que os vãos são preenchidos com

tijolos cerâmicos ou de concreto para vedação. Neste caso, o peso da construção é distribuído

nos pilares, vigas, lajes e fundações e, por isso, as paredes são conhecidas como não

estrutural.

Alvenaria Estrutural – é um método construtivo no qual as próprias paredes compostas

por blocos e unidas por juntas de argamassa, atuam fazendo parte da estrutura da edificação e

tem como objetivo suportar as cargas verticais, e também as cargas laterais. O que caracteriza

as cargas verticais são o próprio peso da estrutura e os pesos de ocupação. Já as cargas laterais

são caracterizadas devido à ação do vento ou por falta de prumo, o desaprumo. Estas cargas,

tanto verticais como laterais, são absorvidas pelas lajes e transportadas às paredes estruturais

paralelas à direção do esforço lateral.

Tanto na alvenaria estrutural como na alvenaria convencional podem-se utilizar blocos

cerâmicos, blocos de concreto entre outros tipos de blocos com especificações e classes

diferentes. As classes dos blocos de concreto podem variar de A, B, C e D.

Classe A: Com função estrutural, para uso em alvenaria acima ou abaixo do nível do

solo;

Classe B: Com função estrutural, para uso em alvenaria acima do solo;

Classe C: Com função estrutural, para uso em alvenaria acima do solo;

Classe D: Sem função estrutural, para uso em alvenaria acima do solo.

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Figura 1 – Blocos Estruturais

Fonte: http://www.pavertech.com.br/blocos

Figura 2 – Blocos de Vedação

Fonte: http://www.pavertech.com.br/blocos

De acordo com as NBR 15270-1/2005 e NBR 15270-2/2005, existem cinco classes

diferentes, A, B, C, D e F para os blocos cerâmicos de alvenaria estrutural e alvenaria

convencional.

Convencional: classe A com resistência à compressão na área bruta de 1,5 MPa;

Convencional: classe B com resistência à compressão na área bruta de 2,5 MPa;

Estrutural: Classe C com resistência à compressão na área bruta de 4,0 MPa;

Estrutural: Classe D com resistência à compressão na área bruta de 7,0 MPa;

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Estrutural: Classe E com resistência à compressão na área bruta de 10,0 MPa.

FIGURA 3 - Alvenaria Estrutural de blocos cerâmicos.

Fonte: http://www.salema.com.br/produtos/alvenaria-estrutural/

FIGURA 4 – Alvenaria convencional de blocos cerâmicos.

Fonte: http://www.ceramicakaspary.com.br/

2.2. Equipamentos

Para execução da alvenaria estrutural e convencional, os principais equipamentos

utilizados nos dois métodos são similares, diferindo logicamente de alguns equipamentos

peculiar que cada alvenaria tem, um exemplo é o funil para a colocação do graute que

geralmente é utilizado para alvenaria estrutural.

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FIGURA 5 – Equipamentos utilizados

Fonte: Livro Projeto e Execução de Alvenaria de Leonardo Manzione

2.3. Métodos

A NBR 8545/1984 especifica sobre execução de alvenaria sem função estrutural de

tijolos e blocos cerâmicos. Existem documentos de referência como projeto arquitetônico,

projeto estrutural e projeto de instalações para que a alvenaria seja posicionada corretamente.

Devem se respeitar os prazos mínimos para se iniciar a execução das alvenarias

convencionais, que são:

Concretagem do pavimento executada há, pelo menos, 28 dias.

Escoramento retirado da laje do pavimento há, pelo menos, 28 dias.

Chapisco realizado há, pelo menos, três dias.

Escoramento da laje do pavimento superior ter sido retirada totalmente.

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Respeitando os prazos dos elementos estruturais como lajes, vigas e pilares nos quais a

alvenaria esta sendo embutida, se tem uma redução de danos patológicos significativos na

alvenaria que são: as trincas, exsudação entre outras, devido ao tempo que se dá para a

estrutura de concreto armado deformar e não afetar a alvenaria de vedação que chamamos de

alvenaria convencional.

A execução da alvenaria inicia-se através da preparação da superfície com sua limpeza

e com sua demarcação. A limpeza da base no caso de laje ou viga de concreto armado

consiste na lavagem com água na superfície de concreto. Realizar o chapisco do concreto que

estará em contato com a alvenaria, realizar a marcação do alinhamento através de linha de

náilon, nível a laser, trena metálica, etc. Definir a altura das fiadas da alvenaria podendo ser

executada com auxilio de nível de mangueira.

A marcação da alvenaria será a segunda parte a ser executada, a correta execução desta

etapa garante a qualidade dos serviços subseqüentes, já que visa aperfeiçoar o consumo de

revestimento e a correção de possíveis defeitos da estrutura de concreto armado, e consiste na

umidificação do alinhamento, assentamento de blocos ou tijolos de extremidade e

assentamento dos blocos intermediários, destacando-se que o ponto mais alto da base será

definido a primeira fiada e todos os outros pontos marcados em relação a este ponto mais alto.

Segundo o código de praticas nº1 (2009), a marcação deve ser iniciada pelos chamados

blocos-chaves, ou seja, aqueles localizados nas extremidades dos panos, nos encontros entre

paredes, em shafts ou cantos de paredes, nas laterais de vãos de portas e outros que

identifiquem singularidades. Na ligação estrutura-alvenaria deve haver um cuidado especial,

devido à diferença dos materiais, levando comportamentos diferenciados, podendo causar

problemas na ligação alvenaria/estrutura. Para combater essas diferenças de comportamentos,

o uso das telas metálicas eletrossoldadas que são fixadas aos pilares com pinos de aço através

do finca pinos, nas ligações entre parede e pilar é o recomendado.

A elevação da alvenaria, sendo a etapa final, se inicia a partir da execução da segunda

fiada, que tem como base projeto executivo visando detalhar o máximo para que a execução

não tenha erros entre os detalhamentos. Destaca-se a paginação dos blocos, instalações

elétricas, hidráulicas, telefonia, ar condicionado, dimensões de vãos, numeração de fiadas,

detalhe da armação pilar/bloco, entre outros. De acordo com o código de praticas nº1 (2009),

a cada duas fiadas ou três fiadas é aconselhável verificar o nivelamento e o prumo da parede,

utilizando-se prumo de face, régua e nível de bolha, além da conferencia da cota, que devem

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ser procedidas com mais cuidado ainda na fiada que ficara imediatamente abaixo dos vãos da

janela. A execução da fixação (“encunhamento”) recomenda-se ser realizada a cerca de dez

dias depois do termino da elevação da alvenaria, a fim de evitar-se a transferência de cargas

para as paredes de vedação durante a execução da obra. O ideal segundo o código de praticas

n°1 é que a fixação (“encunhamento”) seja feita de cima pra baixo após 14dias da elevação da

parede do ultimo pavimento.

Em relação às instalações elétricas, hidráulicas e hidrosanitárias na alvenaria

convencional tradicional, o quesito de passagens de tubulações é relativamente complexa por

ser executada depois da alvenaria pronta, necessitando fazer “rasgos” na alvenaria para

embutir as instalações elétricas, já à parte hidráulica e hidrosanitária poderão ser posicionadas

sobre o forro. A utilização dos shafts que são espaços destinados à concentração de prumadas

hidráulicas, telefonia e de hidrosanitária, na parte da alvenaria convencional visa simplificar

essas instalações.

Já na alvenaria estrutural as passagens de dutos não devem ser empregados rasgos para

o embutimento das instalações, pois além do desperdício e do elevado consumo de material e

de mão de obra empregado nessa operação, temos que levar em conta que nesse sistema as

paredes são portantes. A utilização dos shafts seria uma alternativa, porém devem ser tomados

alguns cuidados no projeto arquitetônico, como projetar cozinhas e banheiros o mais perto

possível para que se consiga agrupar ao máximo as instalações. Segundo a NBR 15961-

1:2011 – Calculo da Alvenaria estrutural de Blocos Vazados de Concreto é proibida a

passagem de tubulações que conduzam fluídos dentro das paredes com função estrutural. Por

esse motivo, para a passagem da tubulação hidráulica são utilizadas paredes de vedação, as

chamadas paredes hidráulicas. Os trechos horizontais da instalação a passagem da tubulação é

feita por baixo da laje de teto e o forro.

Os projetos elétricos em alvenaria estrutural são comuns os eletrodutos passarem pelos

vazados dos blocos, com isso não acarretando em rasgos principalmente horizontais na

alvenaria. A tubulação elétrica desce em cada ponto de força/comando ou ponto telefônico.

Não são necessários rasgos nos blocos para abertura de caixas de luz, interruptores ou de

telefonia, pois são fornecidos pelos fabricantes blocos especiais elétricos, já com a abertura

para o embutimento dessas caixas.

Na alvenaria estrutural há dois tipos: a simples e a armada. A alvenaria estrutural

simples é composta apenas de blocos de alvenaria e argamassa. Os reforços metálicos, nesses

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casos, apenas se limitam em cintas, vergas, na amarração entre paredes e nas juntas

horizontais com o objetivo de evitar fissuras localizadas.

Já a alvenaria estrutural armada se caracteriza por ter alguns furos vazados verticais

dos blocos, preenchidos com graute, ou seja, micro-concreto de grande fluidez, envolvendo

barras e fios de aço, funcionando como armadura convencional.

A execução da marcação da alvenaria estrutural é feita de acordo com o projeto e

igualmente ao processo da alvenaria convencional. Assentar, nivelar e aprumar os blocos

estratégicos, conforme a planta de primeira fiada e a referência de nível determinada na etapa

de preparação, locando e marcando as direções das paredes, vãos de portas e shafts utilizando

a linha traçante, verificando as posições das instalações elétricas e hidráulicas. Concluir a

execução da primeira fiada e verificar o nível e o alinhamento da mesma.

A elevação da alvenaria estrutural simples ou armada é semelhante ao da

convencional, onde se utiliza escantilhões nos cantos principais, estes equipamentos são

aprumados, onde suas demarcações servem como referência para colocação da linha

horizontal que será esticada em todo o perímetro da parede para se ter como referência o

assentamento de toda a fiada. Porém, na alvenaria estrutural é de suma importância a

verificação de alguns pontos como o dos vãos para portas e janelas, e as posições da parte

elétrica e hidráulica.

O grauteamento é uma etapa da alvenaria estrutural de grande importância. Para a sua

execução correta deverão ser seguidas algumas regras estabelecida pela NBR 15961-1:2011

que garantirão uma qualidade da obra:

Deverá ser adequado para preencher todos os vazios sem que haja segregação;

Obrigatoriamente ser misturado com misturador mecânico;

Ser utilizado dentro de 2h30minutos, contadas a partir da adição da água;

Dosagem deve levar em conta a absorção dos blocos e das juntas de argamassa, o que

se pode ter uma redução na quantidade de água;

Saturar alvenaria com água para que o bloco de concreto não absorva a água do graute.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Resultados

Permite-se verificar que a construção convencional é muito utilizada no Brasil, em

função do seu produto final e de se ter uma grande quantidade de possibilidades de reformas

que está enraizado na cultura do brasileiro.

As principais vantagens da alvenaria convencional são:

Isolamento acústico;

Isolamento térmico;

Estanqueidade;

Flexibilidade e versatilidade;

Resistência mecânica.

Figura 6 – Elevação alvenaria convencional

Fonte: http://www.pauluzzi.com.br/

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Figura 7 – Marcação e elevação alvenaria convencional

Fonte: http://www.ufrgs.br/eso/content/?tag=paredes

A alvenaria convencional é uma forma antiga, com isso se tem probabilidades de

conter os famosos vícios construtivos. Pelo fato de oferecer menor possibilidade de

racionalização e possuir grandes possibilidades de improvisos, que podem ocasionar grandes

problemas na execução da obra, que são:

Tubulações elétricas e hidráulicas executadas após a alvenaria executada; levando a

necessidade de cortar as paredes para embutir a tubulação;

Problemas da ligação da estrutura com a alvenaria (pilar/parede);

Elevado desperdícios de materiais;

Exige pouca especialização da mão de obra.

Em relação ao custo, esse método construtivo gera um desperdício de materiais e de

mão de obra, que representa um valor significativo no valor final e devido ao desperdício de

matérias gera uma degradação ambiental.

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FIGURA 8 - Tubulação embutida alvenaria convencional

Fonte: http://www.continenteci.com.br/

A alvenaria estrutural, quando bem utilizada, minimiza índices de desperdício e, por

este motivo, nos últimos anos, vem crescendo o interesse e aplicação da mesma por parte dos

construtores. A partir da década de 70 no Brasil, a alvenaria estrutural começou a ser encarada

como uma tecnologia de engenharia e acabou se firmando no mercado como uma alternativa

eficiente e econômica para a execução de edifícios residenciais e industriais. Esse método

construtivo exige a integração do engenheiro com o arquiteto, tendo em vista que a estrutura e

as instalações já sobem prontas e impossibilitando a efetuação de reformas futuras.

Segundo HENDRY (1981), o sucesso econômico da alvenaria estrutural tem sido

alcançado não só pela racionalização estrutural, mas também porque as paredes que

constituem a estrutura da edificação desempenham várias outras funções simultaneamente,

tais como subdivisão de espaços, isolamento térmico e acústico, proteção ao fogo e às

condições climáticas.

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Na alvenaria estrutural se comparada com a alvenaria convencional, segundo a editora

PINI o custo poderá chegar a uma redução de 20% a 30% em relação ao custo total da obra. O

prazo de execução é menor, no processo construtivo se tem uma racionalização mais

adequada, assim impossibilitando os improvisos de última hora.

As vantagens da alvenaria estrutural em relação aos processos convencionais:

Redução na mão-de-obra em carpintaria e armação;

Redução no uso de concreto e armaduras;

Economia no uso de madeira para formas;

A obra como um todo é modulada de acordo com o tamanho do bloco;

Partes elétricas e hidráulicas já embutidas na alvenaria;

Contribuição com a diminuição do desperdício de matérias;

Melhor aparência no canteiro de obra em relação à limpeza;

Não necessita de chapisco interno, podendo ser aplicado gesso cola logo em seguida.

Figura 9 – Esquematização alvenaria estrutural.

http://www.fkct.com.br/

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FIGURA 10 – Alvenaria estrutural

Fonte: http://festaviva.uol.com.br/escc/Edicoes/37/imprime100845.asp

As principais desvantagens da alvenaria estrutural são:

O projeto arquitetônico fica mais restrito devido às paredes serem “autoportantes”.

Vãos livres são limitados;

Impossibilidade de efetuar modificações na disposição arquitetônica original;

Juntas de controle e dilatação a cada 15m;

Controle tecnológico mais rígido.

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS DOIS MÉTODOS CONSTRUTIVOS

Descrição da Obra de Referência.

A Obra escolhida foi um edifício que está sendo executado no bairro de Taguatinga-

DF, que é composto por três torres de seis andares cada, com oito apartamentos por andar, em

um total de 144 apartamentos, além de um edifício de garagens. Os apartamentos têm em

média 55 m² de área privativa. Cada uma das torres possui 3.202 m² de área construída e o

edifício de garagens tem 3.401 m², somando uma área total de 13.297 m². Foram feitos dois

tipos de orçamentos abordando todos os aspectos envolvendo o comparativo entre alvenaria

estrutural e alvenaria convencional em concreto armado. Porém iremos ressaltar apenas os

quesitos que se referem às alvenarias e estruturas.

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Inicialmente, o levantamento dos materiais a serem utilizados para as paredes de

alvenaria estrutural foi feito baseando-se no projeto de paginação (modulação) do edifício.

Com isso se obteve a quantidade em unidades de cada tipo de bloco de concreto e também o

volume de argamassa de assentamento.

No entanto, como foi usada a medida em metros quadrados de parede – contemplando

os tijolos e a argamassa – na composição do custo do sistema em concreto armado, optou-se

por empregar o mesmo conceito para a alvenaria estrutural.

Neste item, o custo do sistema em alvenaria estrutural é maior, já que o custo dos

blocos de concreto é bastante superior ao dos tijolos cerâmicos.

Tabela 1 – Comparativo entre alvenaria convencional e alvenaria estrutural.

Como na alvenaria estrutural a estrutura é composta pelas elevações armadas de

blocos de concreto, seu custo acaba sendo menor do que no outro sistema. Há diminuição no

consumo de todos os insumos que compõem este item, incluindo concreto, graute, formas e

aço sendo demonstrado na tabela a seguir.

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Tabela 2 – Orçamento entre os dois sistemas.

3.2 Discussão

Analisando os resultados e os fatos, pode-se fazer uma breve comparação geral entre

os dois métodos. A alvenaria estrutural em relação ao tempo global é mais eficaz pelo fato de

ter maior racionalização e industrialização, gerando um rendimento maior da mão de obra. Já

na alvenaria convencional, o tempo é estendido devido a sua própria execução, que deve

respeitar o prazo mínimo de 28 dias para a retirada de formas e escoras. Pelo fato da alvenaria

estrutural ser mais rápida, consequentemente irá reduzir o custo e também por quase não

utilizar formas de madeiras e uma menor quantidade de aço. O método convencional na

questão de projeto arquitetônico está além da estrutural devido à trabalhabilidade que se pode

obter e pela possibilidade de poder efetuar reformas sem que comprometa a estrutura.

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4. CONCLUSÃO

O estudo dos métodos construtivos nas partes executivas de alvenaria estrutural e

alvenaria convencional permitiu-se conhecer os processos e as etapas de cada um.

Aferiu-se que o método da alvenaria estrutural se destaca, devido a sua agilidade de

execução e entrega do empreendimento, porém a alvenaria convencional se tem maior

preferência, pelo fato de possibilitar e efetuar reformas que se tornou tradição na sociedade o

fato de querer está sempre fazendo mudanças.

Possibilitou-se perceber do ponto de vista econômico que a alvenaria estrutural leva

vantagem por ter uma significativa redução de formas e aço, devido a não utilização de vigas

e pilares, sendo vantajoso em relação à alvenaria convencional que utiliza o sistema

tradicional com concreto armado que é sua principal característica. Porém deve-se atentar que

tanto a alvenaria estrutural quanto a alvenaria convencional atendem ao mercado do Distrito

Federal, sendo necessário avaliar os projetos prévios a ser executado, para então definir qual

método será eficaz.

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5. RECOMENDAÇÕES

Propõem-se o desenvolvimento de trabalhos futuros para dar sequência às pesquisas

realizadas e apresentadas neste artigo de graduação. Dentre as sugestões destacam-se:

Realização de estudos detalhados em relação aos impactos ambientais causados pelos

processos construtivos;

Aprofundar nas questões teóricas relacionadas a parte executiva e econômica de cada

sistema construtivo, alvenaria estrutural e convencional.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PARSEKIAN, GUILHERME A.; HAMID, Ahmad A.; DRYSDALE, Robert G.

Comportamento e dimensionamento de alvenaria estrutural. 1ª Ed. EdUFSCar, 2012.

TAULL, CARLOS ALBERTO. Alvenaria estrutural. 1ª Ed. Pini, 2010.

Construção passo a passo. 1ª Ed. Pini, 2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) NBR 15270-1: Componentes cerâmicos

Partes 1: Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação – Terminologia e requisitos. Brasil, 2005

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) NBR 15270-2 Componentes cerâmicos Parte

2: Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação – Terminologia e requisitos. Brasil, 2005