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LESÕES NA CARTILAGEM ARTICULAR DA PATELA – TIPOS DE TRATAMENTOS. Anita Bertozo Keller 1 , Danielly Sousa Mattos 1 e Reinaldo Monteiro Marques 2 . 1- Aluno do Curso de Fisioterapia das Faculdades Integradas de Bauru - Bauru- SP. 2- Prof. Ms. do Curso de Fisioterapia das Faculdades Integradas de Bauru – SP Rua Rodolfina Dias Domingues, Q. 11 – Jdim.. Ferraz – Bauru – SP. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Joelho, Cartilagem Patelar, Condromalácia Patelar. INTRODUÇÃO: O joelho é a estrutura mais afetada pelas lesões articulares por ser uma articulação complexa e imprescindível para vários movimentos. É uma articulação do tipo sinovial que realiza flexão e extensão, mas durante o movimento de flexão ocorre também uma pequena quantidade significativa de rotação fazendo com que a articulação fique vulnerável à lesão, por causa das demandas mecânicas que são colocadas sobre ela e devido à dependência de tecidos moles para o seu suporte. (OLIVEIRA, et. al., 2003). O joelho possui três articulações: a tibiofemoral, a patelofemoral, todas contidas em uma só cápsula articular sinovial, e a articulação tibiofibular superior. (OLIVEIRA, et. al., 2003, e ANDREWS, HARRELSON e WILK, 2000). Funcionalmente essas três articulações não podem ser consideradas separadamente, pois há uma relação mecânica entre elas. A articulação patelofemoral é formada pelas facetas posteriores da patela e pela superfície anterior do fêmur. A patela articula-se com as superfícies anterior e distal dos côndilos femorais. É um osso sesamóide, (achatado e triangular), encontrado dentro da cápsula articular, na face anterior do joelho. (OLIVEIRA, et. al., 2003). OBJETIVO: Este trabalho teve como proposta revisar os tipos de tratamentos das lesões da cartilagem articular da patela, dando ênfase na condromalácia patelar, através de uma revisão de literatura realizada pela coleta de materiais em um levantamento bibliográfico. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram usados como materiais livros, sites e artigos científicos nas áreas de anatomia, fisiologia, biomecânica, ortopedia, reabilitação e lesões em ortopedia. Os artigos foram consultados pela Internet no site do Google e no banco de dados Lilacs, datados de 1995 a 2006. DESENVOLVIMENTO: O termo Condromalácia Patelar era utilizado antigamente para definir qualquer dor na região anterior do joelho, mas hoje este termo é utilizado para descrever um especifico amolecimento patológico da cartilagem articular da patela. (MACHADO, e AMORIN, 2005). É caracterizada por dor, edema e crepitação retropatelar, descrita como uma desconfortável sensação rangedora, assim como por um aumento da sensibilidade local que está associada ao desequilíbrio funcional do músculo quadríceps femoral, especialmente com a atrofia do músculo vasto medial, e com o encurtamento do trato iliotibial. (MACHADO e AMORIN, 2005). Freire et. al. (2006) definem que a condromalácia de patela é um termo aplicado à perda de cartilagem envolvendo uma ou mais porções da patela; sua incidência na população é muito alta, aumentando conforme a faixa etária, sendo mais comum em pacientes do sexo feminino e com excesso de peso. As causas de condromalácia incluem instabilidade, trauma direto, fratura, subluxação patelar, aumento do ângulo do quadríceps (ângulo Q), músculo vasto medial ineficiente, mau alinhamento pós-traumático, síndrome da pressão lateral excessiva e lesão do ligamento cruzado posterior. Dois tipos de alterações podem ocorrer na gênese da condromalácia patelar: degeneração superficial dependente da idade (pessoas de meia-idade e idosos) e degeneração basal (adolescentes). Nos pacientes jovens, as lesões da cartilagem, se não forem diagnosticadas e tratadas, podem resultar em osteoartrose prematura. TIPOS DE TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICOS: A princípio, dá-se ênfase ao alivio da dor, após a diminuição da dor, exercícios de alongamento e fortalecimento isométrico são

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LESÕES NA CARTILAGEM ARTICULAR DA PATELA – TIPOS DE TRATAMENTOS.

Anita Bertozo Keller1, Danielly Sousa Mattos1 e Reinaldo Monteiro Marques2. 1- Aluno do Curso de Fisioterapia das Faculdades Integradas de Bauru - Bauru- SP.

2- Prof. Ms. do Curso de Fisioterapia das Faculdades Integradas de Bauru – SP Rua Rodolfina Dias Domingues, Q. 11 – Jdim.. Ferraz – Bauru – SP.

[email protected] PALAVRAS-CHAVE: Joelho, Cartilagem Patelar, Condromalácia Patelar. INTRODUÇÃO: O joelho é a estrutura mais afetada pelas lesões articulares por ser uma articulação complexa e imprescindível para vários movimentos. É uma articulação do tipo sinovial que realiza flexão e extensão, mas durante o movimento de flexão ocorre também uma pequena quantidade significativa de rotação fazendo com que a articulação fique vulnerável à lesão, por causa das demandas mecânicas que são colocadas sobre ela e devido à dependência de tecidos moles para o seu suporte. (OLIVEIRA, et. al., 2003). O joelho possui três articulações: a tibiofemoral, a patelofemoral, todas contidas em uma só cápsula articular sinovial, e a articulação tibiofibular superior. (OLIVEIRA, et. al., 2003, e ANDREWS, HARRELSON e WILK, 2000). Funcionalmente essas três articulações não podem ser consideradas separadamente, pois há uma relação mecânica entre elas. A articulação patelofemoral é formada pelas facetas posteriores da patela e pela superfície anterior do fêmur. A patela articula-se com as superfícies anterior e distal dos côndilos femorais. É um osso sesamóide, (achatado e triangular), encontrado dentro da cápsula articular, na face anterior do joelho. (OLIVEIRA, et. al., 2003). OBJETIVO: Este trabalho teve como proposta revisar os tipos de tratamentos das lesões da cartilagem articular da patela, dando ênfase na condromalácia patelar, através de uma revisão de literatura realizada pela coleta de materiais em um levantamento bibliográfico. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram usados como materiais livros, sites e artigos científicos nas áreas de anatomia, fisiologia, biomecânica, ortopedia, reabilitação e lesões em ortopedia. Os artigos foram consultados pela Internet no site do Google e no banco de dados Lilacs, datados de 1995 a 2006. DESENVOLVIMENTO: O termo Condromalácia Patelar era utilizado antigamente para definir qualquer dor na região anterior do joelho, mas hoje este termo é utilizado para descrever um especifico amolecimento patológico da cartilagem articular da patela. (MACHADO, e AMORIN, 2005). É caracterizada por dor, edema e crepitação retropatelar, descrita como uma desconfortável sensação rangedora, assim como por um aumento da sensibilidade local que está associada ao desequilíbrio funcional do músculo quadríceps femoral, especialmente com a atrofia do músculo vasto medial, e com o encurtamento do trato iliotibial. (MACHADO e AMORIN, 2005). Freire et. al. (2006) definem que a condromalácia de patela é um termo aplicado à perda de cartilagem envolvendo uma ou mais porções da patela; sua incidência na população é muito alta, aumentando conforme a faixa etária, sendo mais comum em pacientes do sexo feminino e com excesso de peso. As causas de condromalácia incluem instabilidade, trauma direto, fratura, subluxação patelar, aumento do ângulo do quadríceps (ângulo Q), músculo vasto medial ineficiente, mau alinhamento pós-traumático, síndrome da pressão lateral excessiva e lesão do ligamento cruzado posterior. Dois tipos de alterações podem ocorrer na gênese da condromalácia patelar: degeneração superficial dependente da idade (pessoas de meia-idade e idosos) e degeneração basal (adolescentes). Nos pacientes jovens, as lesões da cartilagem, se não forem diagnosticadas e tratadas, podem resultar em osteoartrose prematura. TIPOS DE TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICOS: A princípio, dá-se ênfase ao alivio da dor, após a diminuição da dor, exercícios de alongamento e fortalecimento isométrico são

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usados como alternativa de resolver a causa deste problema. (HAUPENTHAL, et. al. 2006). Envolvendo: utilização de calor profundo, mobilização passiva da patela, alongamento dos membros inferiores (MMII), exercícios ativos de membros inferiores MMII com resistência, exercícios isométricos do músculo quadríceps associados a eletroestimulação, exercícios isotônicos no membro inferior (MI) afetado, com eletroestimulação associada à contração de adutores com uma bola entre as patelas, exercícios isométricos de quadríceps com esfigmomanômetro debaixo do tornozelo, exercícios para correção de arco plantar e exercícios de propriocepção. (HAUPENTHAL et. al., 2006). CONCLUSÂO: Concluímos que a condromalácia pode ser causada por diversas formas, e que se não diagnosticada e tratada a tempo pode evoluir para um quadro de osteoartrose. O papel da fisioterapia é muito importante, pois atuará no quadro álgico, inflamatório, e evolutivo da condromalácia, melhorando as expectativas do paciente e as chances de um retrocesso da lesão, isso apenas nos casos em que a condromalácia ainda não tenha evoluído para uma osteoartrose, fazendo que o paciente volte a suas atividades normais do dia a dia. Em casos de osteoartrose, a fisioterapia atuará no quadro álgico e inflamatório, diminuindo a dor e as dificuldades dos movimentos. BIBLIOGRAFIAS HAUPENTHAL, A., et. al., Tratamento Fisioterapêutico na Síndrome Patelofemoral (SPF). Um Estudo de Caso, Revista Digital - Buenos Aires - Ano 11 - N° 95 - Abr, 2006. FREIRE, M. F. de O., et. al. Condromalácia de Patela: Comparação entre os Achados em Aparelhos de Ressonância Magnética de Alto e Baixo Campo Magnético. Radiol Bras v.39 n.3 São Paulo maio/jun, 2006. MACHADO, F. A. e AMORIN, A. A.; CONDROMALÁCIA PATELAR: ASPECTOS ESTRUTURAIS, MOLECULARES E BIOMECANICOS; Revista de Educação Física, nº. 130, Abr. 2005. OLIVEIRA, A. P. Q. L. de et. al., Condromalácia por Desequilíbrio do Quadríceps Femoral; Caderno Brasileiro de Medicina, Vol. XVI; nº. 1, 2, 3 e 4; Jan/Dez, 2003. WEBER, Mark D. Reabilitação do Joelho. In: ANDREWS, James; HARRELSON, Gary L; WILK, Kevin. Reabilitação Física das Lesões Desportivas. 2°ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. Radiol Bras v.39 n.3 São Paulo maio/jun. 2006