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LESÕES MUSCULARES NO ESPORTE Fabrício Bergelt de Sousa

LESÕES MUSCULARES NO ESPORTE - criandoelo.com.br · Maior ângulo de Inserção > Risco lesão Fibras Curtas: ... –Força biomecânica retorna ao nível prévio mais rapidamente

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LESÕES MUSCULARES NO ESPORTE

Fabrício Bergelt de Sousa

Não há conflito de interesse na apresentação

Importância

• 31% de todas lesões

• 27% de todas abstenções

• Em cada temporada, 37% dos jogadores perdemtreino e/ou jogo por lesão muscular

Epidemiology of Muscle Injuries in Professional Football (Soccer) – Jan Ekstrand; Am J Sports Med 2011

Epidemiologia

• 51 equipes (2299 atletas); 2001 a 2009– Equipe com 25 atletas = 15 lesões na temporada

• 4 grupos (92%)– Isquiotibiais (37%), adutores (23%), quadríceps (19%), calf (13%)

• Isquiotibiais– Maior tempo para retorno– Subgrupo de lesão isolada mais comum (12%)

• 16% de todas lesões musculares eram recidivas– Isquiotibiais

• Bíceps > ST e SM

Epidemiology of Muscle Injuries in Professional Football (Soccer) – Jan Ekstrand; Am J Sports Med 2011

Epidemiologia

• 53% em jogos X 47% em treinos

• 6 x mais comum em jogos– 8.7/1000 horas jogo– 1.37/1000 horas treino

• 95% não-contato

• Reincidências – 30% mais longa recuperação

• Gramado artificial – menos lesões

Epidemiology of Muscle Injuries in Professional Football (Soccer) – Jan Ekstrand; Am J Sports Med 2011

Epidemiologia

• 15 minutos finais – maior incidência

• 15 minutos iniciais – menor incidência

• Quadríceps mais frequente 1T (P=.035)

• Panturrilha mais comum nos últimos 15 minutos do jogo (P<.05)

Epidemiology of Muscle Injuries in Professional Football (Soccer) – Jan Ekstrand; Am J Sports Med 2011

Epidemiologia

Epidemiology of Muscle Injuries in Professional Football (Soccer) – Jan Ekstrand; Am J Sports Med 2011

• 3 grupos– 1. < 22 anos

– 2. 22 a 30 anos

– 3. > 30 anos

• Nos Treinos:– Grupo 3 > Grupo 1 (P=.0003)

– Grupo 2 sem diferença

• Em Jogos:– Quadríceps e isquiotibiais similar

em todos grupos etários

– Adutores• Maior no grupo 2 (2.71/1000)

• Menor no grupo 1 (1.61/1000)

– Panturrilha• < 22 anos – 0.32/1000

• 22-30 anos – 1.07/1000

• > 30 anos – 1.89/1000

Epidemiologia

• 36 clubes / 12 países

• 2001 – 2014

• 1.2 lesões/1000 horas– Jogo 4.77/1000

– Treino 0.51/1000

Hamstring injuries have increased 4% annually - Br J Sports Med 2016 Jun;50(12):731-7; Jan Ekstrand

RadioGraphics 2018; 38:124–148

Aspectos Radiológicos

Radiology: Volume 282: Number 3—March 2017

Histologia

Camadas:• Endomísio - fibras• Perimísio - fascículos• Epimísio - músculo

Histologia• Fibras musculares

– Tipo I (vermelha) RESISTÊNCIA

• Contração lenta

• Resistente a fadigas

• Metabolismo oxidativo; rica enzimas aeróbicas

• Muito capilares e mitocôndrias; facilidade para metabolização de gorduras e carboidratos

– Tipo II FORÇA

• IIa (intermediária)

– Pode gerar energia independente do oxigênio

– Metabolismo anaeróbio de média duração

• IIb (branca)

– Contração rápida; alto potencial para energia de curta e média duração

– Metabolismo anaeróbio; baixo caráter oxidativo

– < idosos

Morfologia

RadioGraphics 2018; 38:124–148

Morfologia

RadioGraphics 2018; 38:124–148

ParalelasMaior variação de volumeMenor forçaRompe no Tendão > JMTMaior retração

PenadosMaior ângulo de Inserção > Risco lesãoFibras Curtas: > Risco de lesãoInterdigitação de Fibras: > ForçaMaior Distribuição de Carga: Menor lesão do tendãoObliquidade da Inserção do tendão: menor retração

Morfologia

Morfologia

RadioGraphics 2018; 38:124–148

Morfologia

RadioGraphics 2018; 38:124–148

Morfologia

RadioGraphics 2018; 38:124–148

Tipos de contração

• Excêntrica:

– contração com aumento do tamanho das fibras

– requer menos oxigênio

– gera mais tensão no músculo

• Concêntrica (isotônica): contração com diminuição do tamanho das fibras;

• Isométrica: contração sem mudança no tamanho das fibras

Mecanismo Lesão

• Trauma direto

– Contusão

• Músculo relaxado: lesão profunda

• Músculo contraído: lesão superficial

• Contração concêntrica

– Reto anterior

• Contração excêntrica

– fase final oscilação

– Inervação “divergente”

Fisiopatologia

Destruição1 semana

Reparo

3-14 dias

Remodelação

2-3 semanas

3 fases:

Fisiopatologia• Destruição:

– Ruptura miofibrilas– Necrose– Hematoma– Células inflamatórias

• Reparo– Fagocitose do tecido necrótico– Formação tecido cicatricial– Início da invasão capilar no tecido cicatricial

• Remodelação– Maturação do tecido regenerado– Reorganização do tecido– Re-capacitação da contratilidade

Hemorragia Intracompartimental

AGUDO: (Desoxihemoglobina)Baixo T1 e Baixo T2

SUBAGUDO: Precoce: Desoxihemoglobina - Metahemoglobina Intracelular

Alto T1Tardio: Metahemoglobina Extracelular (lise de hemácias)

Alto T2

CRÔNICODegradação em Hemossiderina e Ferritina

Baixo Sinal

Hemorragia Intracompartimental

AGUDO SUBAGUDO

T1

T2

T1

T1

DP FatSat

Fatores risco

• Instabilidade joelho/reconstrução LCA

• Força

• Lesão muscular prévia

– 2 a 6 x risco

– Tecido cicatricial

– Reabilitação

Fatores de Risco

• Flexibilidade

• Etnia

• Fadiga

• Propriocepção

• Assimetria pélvica

• Discrepância membros

• Idade

Diagnóstico

• História clínica

– Circunstância

• Jogo/treino

– História pregressa

• Exame físico

– Inspeção: hematoma/edema

– Palpação: tônus/gap/dor

– Testes: alongamento/contração

• Imagem

• Bioquímica– Fast and slow myosins as markers of muscle injury;

BJSM 2008

RadioGraphics 2018; 38:124–148

Revisão

Classificação

Munich consensusTerminology and classification of muscle injuries in sport: The

Munich consensus statement – Br J Sports Med 2013

Classificação

RadioGraphics 2018; 38:124–148

RNM x Ultrasson

• RNM:– Avaliação da morfologia da lesão– Estruturas profundas– Lesões pequenas; edemas– Lesões região inguinal– Junção miotendínea– Não é dependente do operador

• Eco:– Logística– Dinâmica– Seguimento– Examinador-dependente– Auxílio em procedimentos

• Connell DA, Schneider-Kolsky ME, Hoving JL, et al. Longitudinal study comparing sonographic and MRI assessments of acute and healing hamstring injuries. AJR Am J Roentgenol. 2004;183:975– 84;

“DOMS” e Síndrome

Compartimental

DOMS - Lesão do “Overuse” relacionada à

atividade física

SÍNDROME COMPARTIMENTAL

RNM x UltrasonGRAU INORMAL

RNMGrau I: edema; sem rutpura fibras

RNMGrau II: mais edema; hematoma focal; visualização poucas fibras rompidas

RNM x UltrasonGRAU II - COMPROMETE O TENDÃO - MAIOR TEMPO DE RECUPERAÇÃO

RNM x UltrasonGRAU II

RNM x Ultrason

GRAU III

RNMGrau III: descontinuidade

do músculo; retração;

hematoma importante

RNMFatores prognósticos

• Extensão longitudinal

• Secção transversal e volume total

– Envolvimento > 75% da secção transversal

• Envolvimento

– porção central miotendínea

– Próximas a tuberosidade isquiática

• Sintomas nos primeiros dias

• Lesão estrutural > funcional

Am J Sports Med 2016 Fournier-Farley et al

Fatores prognósticos

• Grau 3A (Recuperação)

– 10-15 dias

• Grau 3B

– 3-5 semanas

• Grau 4

– 2-3 meses

Fatores Preditores na Imagem de maior Maior Tempo de Reabilitação

• Imagem NÃO Preditor de evolução da lesãoImagem x Função

• Normalização do “sinal” na RNM x Retorno ao Esporte

• Baixo Sinal T1 (Fibrose em 25%) x Retorno

Complicações

• Fibrose

• Diminuição de força

– 15%

• Recidiva

– Até 2 meses (maioria nas primeiras 2 semanas)

– Posterior coxa 12%

• Miosite ossificante

– 9-17% após contusões

– Sintomas mantém/pioram 3 semanas

Complicações

Tratamento

• Objetivos

– Retorno breve

– Diminuir risco recidiva

Tratamento• Imobilização

– Não aumentar área lesão

– Diminuir recidivas

– Atrofia

– Retardo na recuperação da força

• Mobilização precoce

– Neovascularização mais rápida e intensa

– Melhor regeneração das fibras musculares

– Orientação mais paralela (quando comparada com aquelas submetdias à imobilização) das miofibras regeneradas

– Força biomecânica retorna ao nível prévio mais rapidamente

– Pode ocasionar aumento da lesão

Tratamento• PRP

– Plaquetas – fatores crescimento

– Cicatrização/retorno precoce

– Índice de recidiva

– Confirmação científica• Systematic review/meta-analysis

2016

Efficacy of Autologous Platelet-Rich Plasma Use for Orthopaedic Indications: A Meta-Analysis – JBJS

Feb 15, 2012; Vol 94 Issue 4.

Electron Physician 2016 May 25;8(5):2325-32.

A systematic review and meta-analysis of the application of platelet rich plasma in sports

medicine. Gholami M

Muito Obrigado

[email protected]