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\3S. y

Paulo Paixão

César S a n t o s Silua

J o r g e Luiz Brand

H e nipnose sem Mania

Remodelada e ampliada

EMENDE E ACRESCENTE QUEM SOUBER, APRENDA QUEM NÃO SOUBER, MAS TODOS DÊEM GLÓRIA AO SENHOR

1.7,'. , "77RIipelNunes.iArte da Pintura - apud História das BitlllOteCa Páftld ^$01 Literaturas de Manuel Bandeira).

«cmb. fvíacedc Soares»

Gráfica e Editora Padre Berthier Passo Fundo - RS - Brasil

1995

"BPM EM"

M. Soares CATANDUVA-SP

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Copyright by Paulo Paixão César Santos Silva e

Jorge Luiz Brand, 1995

• •

Direitos de propriedade reservada para os autores. Interdita qualquer transcrição, no todo ou em parte, sem citação da fonte de origem e permissão dos autores.

Endereço para correspondência: Dr. Paulo Paixão

R. Vise. Cabo Frio, 30 20510-160. Rio de Janeiro-RJ Tel.: (021) 268-4753

Pedidos para: Dr. Jorge Luiz Brand

R. Rocha Pombo, 311 Toledo-PR CEP: 85904-030 Tel.: (045) 277-1473

Impresso nas oficinas da Grafica e Editora Padre Berthier Caixa postal 202 Tel.: 054-313-3255 Passo Fundo - RS - Brasil CEP: 99070-220

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ÍNDICE:

Explicação necessária ........... 9

Cap. I - Letargia 11 Çap. II - Respiração Culturista 17 Çap. III - Exercícios Letárgicos , 23 Cap. IV - Bases da Letargia 33 Cap. V - Resumo da Técnica Letárgica 45 Cap. VI - Acupuntura e Letargia 53 Cap. VII - Estados Letárgicos 63 Cap. VIII - Regressão de Memória 71 Cap. IX - O caso Bridey Murphy , 75 Cap. X - A Igreja Católica e a Hipnose 81 Çap. XI - Prática da Hipnose , • • 83 Cap. XII - Auto-hipnose 93 Cap. XIII - Sugestões Noturnas para corrigir maus

hábitos infantis r . . . . 99 Cap. XIV - Que é o Tratamento Autógen? 105 Cap. XV - Liberte sua Personalidade. ............. 109 Cap. XVI - Letargia nos Esportes , . , , 115 Cap. XVII - IBRAP 123

Apêndice • • 125

O Livro de San Michele 127

Glossário • • • 135

Agradecimentos , 142

Bibliografia 143

Referências . • • • 147

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MAX DESSOIR, grande cientista a lemão, cr iador do neologismo -PARAPSICOLOGIA - em junho de 1SS9. Es teve no Bras i l , fazendo conferências, em 1927, e ofereceu esta fotografia com dedicatória ao eminente médico brasileiro, prof. A. da Silva Mello. Max Dessoir nasceu em 1867 e faleceu em 12 junho de 1947 em Konigstein, Alemanha.

ROBERT AMADOU é autor da obra c o n s a g r a d a m u n d i a l m e n t e - A PARAPSICOLOGIA - traduzida para 6 idiomas. E apontado como o maior parapsicólogo vivo. Foi Secretário Gera l do I Co lóqu io de Es tudos Parapsicológicos realizado em Utrecht (Holanda), em agosto de 1953. O prof. Amadou é Doutor em Teologia e Etnologia.

" O que havia em todos esses homens era unia confiança ímpar no que faziam. Uma convicção poderosa de que teriam êxito. Uma segurança absoluta no seu modo de ope ra r . Sem isso, não há modelo conceituai , reflexológico, cibernético, X ou Y, que funcione".

Dr. George Alakija em Hipnose Pitoresca, página 76.

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LIVROS DE PAULO PAIXÃO IRMÃO VITRÍCIO E A LETARGIA

Coletânea - 4 a Edição - Rio, 1960 (Esgotado) Ed. Gráfica Uruguai

NOÇÕES DE LETARGIA Rio de Janeiro, 1961 (Esgotado)

Ed. Gráfica Uruguai MISTÉRIOS E MISTIFICADORES DA LETARGIA

Porto Alegre, 1962 (Esgotado) PROBLEMA DA PROSTITUIÇÃO (tese)

Rio de Janeiro, 1946 (Esgotado) LETARGIA E HIPNOSE MODERNA

Com a colaboração de César Santos Silva Ed. Andrei, São Paulo, 1990

PAÍSES BAIXOS OÜ PAÍS DAS FLORES? Crônicas de viagens pela Holanda - Curitiba, 1957 (Esgotado)

CARCEL SIN REJAS (Prisão sem Grades) Buenos AirèSj 1952 (Esgotado)

LETARGIA PASSADA A LIMPO Ed. Andrei, 8 a Edição, São Paulo, 1964 (Esgotado)

PARAPSICOLOGIA, CIÊNCIA OU MAGIA? Com a colaboração do Dr. César dos Santos da Silva

Ed. IBRAP, 15a Ed., Rio de Janeiro, 1978 (Esgotado) EL HIPNOTISMO DE HOY

da Dra. Galina Solovey, 4 a ed. Ed. Hachette, Buenos Aires, 1988

Prefácio, atualização e ampliação de César Santos Silva e Paulo Paixão. A HIPNOSE DE H O J E

de Galina Solovey, 5 a ed. Ed. 1995

Prefácio, atualização ampliação de Paulo Paixão, César Santos Silva e Jorge Luiz Bratid

LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA de Paulo Paixão, César Santos Silva e Jorge Luiz Brand. 8 a Êd. Editora Padre Berthier Passo Fundo - RS - Brasil, 1995

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Fig. 2 - IRMÃO VITRÍCIO - Introdutor da Letargia no Brasil. Atualmente, Padre Luiz Benjamim Henrique Rech. Vide resumo biográfico na página 12.

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Fig. 3 — Vestido com a camisa JESUS, o excelente cirurgião brasileiro radi­cado nos Estados Unidos Dr. JOSE NERI é exemplo de verdadeiro cristão. Antes de cada cirurgia ele invoca a ajuda de DEUS. Em 1994, fez 82 transplan­tes de fígado com ABSOLUTO SUCESSO. Ele segue as palavras de Wundt Wilhelm, fundador da Moderna Psicologia Experimental: "Todo Médico deveria ser Pastor e todo Pastor deveria ser Médico ". O Médico consciencioso, que emprega todas as suas energias na luta contra a doença, não pode ignorar a mensagem Daquele que se chamou Senhor da Vida e da morte e que provou essa afirmação com numerosos prodígios, especialmente o da Ressurreição. Não pode ignorar, sobretudo, que Cristo promete a todos os homens, dóceis à sua palavra, fazê-los participar um dia de seu triunfo definitivo. O Dr. Neri pratica a hipnologia educacional. Ainda na foto, à esquerda doDr. NERI: César Santos Silva, operado por ele; atrás, sua esposa Débora, Maria Helena, Paulo Paixão e Henriquez Michele. Foto tirada em Miami (USA) em 9 de junho de 1994.

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EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA Não se sabe ainda quantas superstições há na Ciência nem quanta Ciência há nas superstições.

Padre Maximiliano Hell

A Hipnose sempre teve o condão de atrair o grande público. Contudo, até mesmo pessoas instruídas desconhecem o assunto. As bibliotecas con­tinuam cheias de livros que não fazem mais do que repetir conceitos fantasiosos e absurdos. Muitas pessoas nunca viram ninguém hipnotizado, salvo em cinema, teatro ou novela.

Este livro, de modo especial, visa a fornecer ao leitor interessado nos fenômenos hipnóticos - uma síntese atualizada - do desenvolvimento científico dos modernos estudos sobre a matéria.

Pretendemos, apenas, fazer um esquema dos diversos matizes da hipnose, e não um tratado exaustivo de qualquer de seus aspectos.

Além da prática, da observação e produção experimental dos fenôme­nos hipnóticos, estudamos e compilamos os diversos mestres no assunto, empregando todo esforço para resumir-lhes as lições com possível simpli­cidade e clareza. Nem sempre citamos, no correr dos textos, os autores de que nos aproveitamos. Os números que aparecem entre parênteses - no final de alguns parágrafos, correspondem à obra - encontrada na bibliografia -e de cujo texto foi extraída a citação. Nossa intenção ao publicar este volume, foi colocar, ao alcance da inteligência e do bolso dos estudantes, um conjunto de noções que só esparsas se encontram em numerosos livros grossos e caros. Este resumo não se destina aos doutos ou cientistas, mas, sim, ao grande público - mesmo porque - de outro modo não exerceria o seu papel de divulgar. Pretendemos resumir fontes, não expandi-las. Buscar a verdade, não ferir adversários. Comparar idéias, não julgar pessoas. Ter leitores amantes da verdade, não fanáticos de suas próprias opiniões, erros e preconceitos. Distinguir religião e ciência, não confundi-las e nem divor­ciá-las, porque a verdadeira Ciência conduz a Deus.

Este é um trabalho despretensioso e essencialmente prático, visa apenas a traçar um roteiro para os que se iniciam no estudo da Letargia e da Hipnose. Pretende, ainda, estimular o interesse de cada um, na medida das suas possibilidades, a fim de que todos possam praticar os exercícios letárgicos, reconhecidamente benéficos e salutares, incentivar a pesquisa pessoal e alargar os horizontes de seus conhecimentos sobre fenômenos tidos como misteriosos. Já disse acertadamente, há mais de duzentos anos,

M. Soares C A I A N D U V A - S P

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o Padre Maximiliano Hell: "não se sabe ainda quantas superstições há na Ciência e quanta Ciência há nas superstições".

Para os críticos apressados e, por isso mesmo, expostos à superficiali­dade no julgamento, esclarecemos que os vários senões existentes, resulta­ram da rapidez com que foram elaboradas estas páginas. Os erros serão facilmente corrigidos pelo leitor honesto e inteligente.

Convém frisar uma palavra que nos apraz repetir, convencido que estamos da sua profunda verdade psicológica: o melhor método, o melhor compêndio e os melhores processos muito pouco, em rigor quase nada valem, sem a contribuição pessoal, decisiva e sempre meritória do próprio "iniciado".

Cada uma das questões indicadas poderia dar margem a intermináveis debates. A conceituação dos estudos letárgicos, magnéticos e hipnóticos não se mostram, de fato, definida de modo pacífico.

Entregamos à publicidade e à crítica dos doutos este modesto trabalho de equipe, não olvidando, porém, a sentença de Chateaubriand: "quand la critique est juste, j e me corrije: quand le mot est plaisant, j e ris; quand il est grossier, j e Foublie."

Pedimos aos interessados que nos escrevam apontando as falhas e deficiências, enviando suas sugestões para que sejam aproveitadas numa provável e futura edição.

Até lá, repetimos as palavras que se encontram na primeira página deste livro: "Emende e acrescente quem souber, aprenda quem não souber, mas todos dêem glória ao Senhor".

Paulo Paixão César Santos Silva Jorge Luiz Brand

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CAPITllO I

LETARGIA

1 - R E S E N H A H I S T Ó R I C A É fato incontestável que a introdução da Letargia, ou Técnica Letárgi­

ca, no Brasil, pelo internacionalmente famoso - Irmão Vitrício (Padre Luiz Benjamim Henrique Rech) - superou a toda e qualquer expectativa. Resu­midamente, relataremos os fatos.

Em 1956, em visita à Casa Provincial dos Irmãos Maristas em Bruxe­las, pelo marista Frère Médard, ouvimos falar das proezas realizadas pelo Frère Vitrício. Em 1957, tivemos conhecimento que o Prof. lecionava no Colégio Marista de Santa Maria (RS). Fomos até lá e assistimos à primeira demonstração de Letargia. Lá mesmo, fizemos um curso intensivo com o Irmão Vitrício. Posteriormente, assistimos a diversos cursos por ele minis­trados. Em dezembro de 1957, o convidamos a fazer uma demonstração no Colégio São José, no Rio de Janeiro. O Jornal O Globo (Rio, 21/12/57) divulgou o sucesso da demonstração inserindo o seguinte comentário -"Todas as demonstrações foram muito aplaudidas, porém, as que mais entusiasmo causaram foram as de transe moderado e agitado". Naquela época o Irmão Vitrício já era bastante conhecido no Rio Grande do Sul, mas, ainda desconhecido no resto do Brasil.

Ele ministrou o primeiro curso de sua técnica em São José do Rio Preto (SP), a convite da Sociedade Rio-pretense de Hipnologia. O jornal - A Notícia - (São José do Rio Preto, 19/07/58) noticiou: "Acompanhando o ilustre visitante chegou a esta cidade, proveniente do Rio de Janeiro, numerosa comitiva." Em dezembro de 1958, ele ministrou novo curso de Letargia no Colégio São José (Rio de Janeiro). O período de 1958 a 1962 marcou o auge de suas atividades, tendo sua fama atravessado as fronteiras do Brasil. Portanto, é lícito dizer-se que o aparecimento da Letargia no Brasil ocorreu em 1958.

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Depois de 40 anos de estudos e prática divulgamos a Letargia em diversos países da América do Sul e da Europa - sempre com agrado geral. O método sempre atraiu a preferência dos praticantes do hipnotismo clás­sico. Todos, sem exceção alguma, foram unânimes em afirmar: "A Letargia, como método de indução hipnótica, é dos melhores que conhecemos." Todos ficam impressionados com a rapidez da Técnica Letárgica na obten­ção de alguns fenômenos.

2 - I R M Ã O V I T R Í C I O - Padre Luiz Benjamim Henrique Rech

Resumo Biográfico - O Padre Luiz Benjamim Henrique Rech (Irmão Vitrício) nasceu em 16/08/1917, em Santa Cruz do Sul (RS - Brasil).

Descendente de pais alemães: Nicolau Rech e Ana Rech. Iniciou seus estudos no Colégio Marista de Santa Cruz do Sul (RS),

completando-os em Porto Alegre. Aos 2 de janeiro de 1933, entrou para a Congregação dos Irmãos Maristas (Frères Maristes des Écoles) recebendo o nome religioso de Irmão Vitrício. Foi um dos fundadores da Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas Santa Maria (RS) e também da Facul­dade de Direito, daquela cidade. Em ambas, foi Professor e Secretário durante vários anos. Em 1953, fez o segundo noviciado em Saint Paul Trois Châteux (França). Em 1956, publicou um fascículo, "Não Leiam Letargia", desde há muito completamente esgotado, o qual foi refundido e ampliado em nosso livro Noções de Letargia. No período de 1958 a 1962, nas principais cidades brasileiras, fez demonstrações e ministrou cursos de Letargia em diversas Faculdades e Associações Científicas, sendo focaliza­do em mais de 300 reportagens (cujos recortes estão no arquivo do IBRAP) pelos grandes jornais e revistas do Brasil e exterior. Em 1962, visitou Portugal, onde pronunciou diversas conferências, sempre com grande su­cesso, e ministrou cursos de Técnica Letárgica, em Lisboa.

Em 1966, deixou a Congregação Marista, registrou-se como Psicólogo Clínico, casou-se com Aparecida Carneiro Rech, passou a residir em Itanhandu (MG) e a exercer a sua profissão. Tendo deixado os Maristas, perdeu o nome religioso de Irmão Vitrício, mas adotou-o como pseudôni­mo, pois com ele ficara conhecido no Brasil e no exterior. Foi Patrono da Associação Brasileira de Estudos Letárgicos (hoje desaparecida) e um dos fundadores do IBRAP (Instituto Brasileiro de Parapsicologia), 1958.

Para todos - o Irmão Vitrício é o Introdutor da Letargia no Brasil, mas para alguns - ele é o próprio Criador da Letargia.

Em 1988, ficou viúvo e logo depois ordenou-se Padre. Atualmente (1995), o Padre Luiz Rech é o pároco da cidade de Serranos (MG) que dista 60 km da cidade hidro-mineral de Caxambu (MG).

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3 - O P I N I Õ E S I - Dr. Vinitius da Costa Rodrigues, um dos mais arguntos pesquisadores

do Hipnotismo e da Letargia, escreve: "Reina certa controvérsia entre aqueles que acreditam ser a Letargia apenas uma modalidade do Hipnotismo e outros que só admitem as duas técnicas completamente diferenciadas. Não obstante, impõem-se, desde já, as seguintes observações: I a ) A denominação de "Letargia" não pode ser confundida aqui com o primeiro grau hipnótico ("sono­lência ou letargia"). 2 a) As técnicas de indução hipnótica e letárgica, embora aparentadas, são diversas entre si. 3 a) É dispensável ao hipno­tismo a aplicação do estímulo físico no paciente, mas não o psicológi­co; ao passo que o estímulo físico é indispensável à indução letárgica. 4 a ) Diferentes, também, são as discriminações de seus sistemas expe­rimentais: - o hipnotismo é aceito e posto em prática sob três graus ("sonolência", "hipotaxia" e "sonambulismo"), ao passo que a letargia se desdobra em 18 estados, indicados, a seguir. 5 a) A indução letárgica efetua-se em tempo mais curto do que a hipnótica. 6 a ) A indução letárgica depende mais amplamente da aquiescência do paciente do que a hipnótica. O estímulo físico no paciente é chamado de "toque". São locais adequados aos toques, várias regiões periféricas do corpo humano, eleitas.

N.A. /

LA LÉTHARGIE (Résumé) - Le Frère Vitrício (brésilien), pseudonyme du psychologue -Louis Benjamin Henri Rech, est le créateur de la Léthargie ou Technique Léthargique et aussi le chef mondial de l'Ecole Léthargique. Lui-même a commencé sa diffusion au Brésil, par la publication d'un petit livre - Ne lisez pas - Léthargie - en 1956. Ce petit livre a été refondu et amplifié dans le livre de Paul Paixão - Notions de Léthargie - Rio de Janeiro, 1961. Le Frère Vitrício, pendant les années 1958-1962, a fait une grande diffusion de sa Léthargie^ en donnant des classes et en procédant à des démonstrations dans les plus grandes Écoles et Universités du Brésil. En 1963, il a donné des classes au Portugal. Il est devenu célèbre, car, avant tout, il est un sujet doué et um métagnome de bonnes qualités. H est aussi un des fondateurs de l'Institut Brésilien de Parapsychologie (IBRAP). 1959.

On ne peut pas faire confusion entre la Léthargie du Frère Vitrício et la léthargie de Charcot. Il faut observer ce qui suit:

1) Les techniques d 'hypnotisme et de léthargie sont tout à fait différentes; 2) Dans l 'hypnotisme, on emploie la stimulation psychique: dans la léthar­

gie, on emploie l 'estimulation physique, qu 'on apelle attouchements; 3) L 'hypnot isme classique est divisé en trois ou quatre degrés; la léthargie

en 18 degrés; 4) L' induction léthargique est plus rapide que celle de l 'hypnotisme clas­

sique;

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5) La Léthargie a son fondement dans la technique chinoise de l 'Acupunc­ture (introduction lente d 'une aiguile fine d'acier, d 'or, d 'argent ou de platine, de 10 à 15 cent., dans la partie malade ou dans son voisinage, dans les cas de névralgies).

LES OPINIONS La léthargie a été crée pour ordonner et simplifier l 'hypnotisme (Frère

Vitrício). C'est une méthode d 'hypnotisme qui produit des résultats immédiats

et surprenants. Au Brésil, la Léthargie est très employée dans les expériences ESP

(Paulo Paixão). Dans ma spécialité d 'odontopédiatre, j ' a i obtenu de bons résultas par

la méthode de Léthargie du Frère Vitrício (Dr. Alberto Lerro Barretto). En tant que procédé initial d'induction hypnotique, la léthargie est un

des meilleurs que nous connaissions, à tel point qu'i l est pratiqué de routine dans notre clinique. Il présente par rapport aux autres procédés initiaux qui se pratiquent (battement synchronique des paupières, soulèvement du bras, fixation du regard, etc.) certains avantages qu'i l ne faut pas oublier.

Le principal avantage que le procédé léthargique offre par rapport à tous les autres est de ne pas exiger du sujet la fatigue musculaire initiale des paupières et du regard. (Osmard Andrade Faria).

II - Osmard Andrade Faria diz o seguinte: "A Letargia, como procedimento inicial de indução hipnótica, é dos melhores que conhecemos, tanto que o vimos praticando de rotina na clínica. Leva sobre os demais procedimentos iniciais em prática (pes-tanejamento sincrónico, levantamento do braço, fixação do olhar, etc.) algumas vantagens que é preciso não olvidar. Tal fato faz com que o procedimento letárgico se esteja tornando o preferido de quantos praticam a hipnose científica. A principal vantagem do procedimento letárgico sobre todos os outros - exceto talvez o da representação cênica - é que não exige do paciente o inicial cansaço muscular palpebral e visual. Em qualquer dos outros procedimentos iniciais em uso na prática, exploramos, de saída, uma fadiga incondicionada pelo uso dos músculos oculares, braquiais, etc. Aqui, na Letargia, o paciente posta-se diante de nós de olhos fechados, em posição de repouso, corpo acomodado na posição que melhor lhe convier, recostado ou deitado. Também para o operador não exige uma postura determinada. Outra vantagem da Letargia é que, decorrente da obnubilação inicial que provocamos no paciente, surge de imediato uma razoável insensibili­zação geral de todo seu corpo, permitindo-nos, um minuto após ou pouco mais, j á uma prova de anestesia sensivelmente profunda, como

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VII - George Alakija, em seu livro - Feche os Olhos Relaxe e D u r m a ! -diz o seguinte:

"Chegou a Letargia. Foi também em 1957 que ela apareceu no Brasil. De início surgiu uma confusão decorrente do nome. Até então conhecia-se o vocábulo como um dos estados hipnóticos clássicos. São eles: letargia, catalepsia e sonambulismo. Surgiram os esclarecimentos:

Letargia é uma técnica de influência pessoal sem provocar sono. Embora se considere, atualmente, uma técnica de indução hipnótica, logo quando surgiu foi apresentada por muitos extremistas que asseguravam nada ter a mesma a ver com hipnose. Esta seria apenas um estado daquela. Ficou conhecida no Brasil pelo trabalho de introdução e divulgação do prof. LUIZ RECH, irmão VITRÍCIO, e do Dr. P A U L O PAIXÃO.

Trata-se, em resumo, de uma técnica de indução hipnótica que utiliza basicamente toques, sons, posturas, às vezes em conjunto, às vezes isola­damente, obtendo uma série de estados peculiares que podem ser usados com diferentes finalidades, especialmente terapêuticas." Pág. 48 . (1)

Dr 3 . G A L I N A S O L O V E Y , autoridade internacional em hipnose médica, é autora do best-seller A H I P N O S E DE H O J E - Ed. Berthier, Passo Fundo, RS, Brasil, 1995. No Brasil, já ministrou cursos em: Brasília, Rio de Janeiro, Recife e João Pessoa.

A N A T O L M I L E C H N I N , conhecido internacionalmente, é autor de inúmeros trabalhos sobre o tema versado e de HYPNOSIS, Ed. John Wright, 2 ed, Londres, 1967. Vide biografia de Anatol no livro a Hipnose de Hoje de Galina Solovey. Ele criou a frase: las gatitas de Charcot. Vide biografia de Anatol, no livro - A HIPNOSE DE HOJE- de Galina Solovey . Ed. Berthier, Passo Fundo - RS - Brasil, 1995.

1, Milechnin, Anatol - Hypnosis - Ed. John Wright & Sons Ltd. 2". ed. Londres, 1967, página 158.

16 LETARGIA E HIPNOSE SEM M A G I A

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CAPITULO II

RESPIRAÇÃO CULTURISTA

Nunca é demais insistir sobre a importância da respiração, cujo valor simbólico é bastante conhecido: não épor meio de uma inspiração violenta que entramos em contato com o mundo? E não é dando o "último suspiro" que terminamos nossa jornada? O exercício respiratório deve preceder a todo e qualquer tipo de relaxamento. Também na técnica letárgica exigimos que o paciente pratique exercícios respiratórios. A respiração culturista foi idealizada pelo Prof. Mareei Rouet, cujos ensinamentos resumiremos nas linhas abaixo.

Podemos, voluntariamente, apressar ou retardar o ritmo respiratório, prender ou suspender a respiração. A técnica da respiração nasceu dessa faculdade de controlar tão importante função vital, atingindo seu apogeu na índia, na seita dos iogues. Em uma respiração normal, inspiramos e expira­mos cerca de meio litro de ar, enquanto numa respiração profunda inspira­mos è expelimos de quatro a cinco litros. São evidentes as imensas vantagens que essa supersaturação da superfície pulmonar pode trazer ao organismo: o sangue, amplamente oxigenado, fixará esse oxigênio no âmago das células, principalmente nos tecidos musculares e nas células nervosas, proporcionando-lhes uma total depuração e uma regeneração permanente.

Após a respiração completa experimenta-se uma sensação de bem-es­tar e de euforia que seria inútil negar. Após uma sessão de educação física, qualquer fadiga física será dissipada por alguns instantes de respiração completa como por encanto.

Aqui estão as características da respiração completa: existem três tipos de respiração: o tipo costal superior, o costal inferior e o abdominal. O primeiro é típico da mulher, que respira elevando a parte superior do peito; o segundo levanta as últimas costelas e o terceiro dilata a base dos pulmões.

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Este último é, geralmente, característica do homem. A respiração completa utiliza-se desses três processos para atingir ao máximo^a superfície dos pulmões.

A respiração completa pode ser executada de pé, sentado ou andando; deve ser praticada; sempre que possível, ao ar livre ou diante de uma janela bem aberta.

O corpo deve ser esticado sobre uma superfície dura, assoalho ou chão, os músculos descontraídos, os braços descansando relaxados, as mãos meio fechadas, a cabeça sobre o chão. A inspiração e a expiração devem ser feitas muito lentamente, pelo nariz. Deve-se contar mentalmente, durante o

.exercício, na razão de um número por segundo. Para começar, você pode contar até 5 para inspirar e outro tanto para expirar, continuando, você pode elevar esse número até 15 ou mesmo 20. Eis como deve proceder: sem mover as costelas, você inspira lentamente, elevando o ventre o máximo possível. E a respiração diafragmática ou abdominal (primeira fase). Sem­pre inspirando, você deve levantar a parte superior do peito sem abaixar a parede abdominal e sem retrair a parte superior do tórax; é a respiração costal superior. Assim, em uma única respiração você reuniu os benefícios das três maneiras de respirar e encheu os pulmões ao máximo. Para expirar, deTxe o ar escapar lentamente pelo nariz e force, no fim da respiração, em uma contração enérgica dos músculos expiradores, expulsando assim com­pletamente o ar viciado (quarta fase). A inspiração e a expiração efetuam-se sem interrupções, pois a três fases citadas não são distintas mas contínuas e o tempo de passagem de uma para outra é imperceptível.

E necessário chegar, pelo treino, a efetuar respiração completa sem esforços excessivos, sem tensão inútil. Quando você conseguir inspirar contando até 15, poderá introduzir variações na respiração para obter resultados diferentes.

Tendo inspirado até 10, retenha o ar nos pulmões contando sempre mentalmente até 5 e pensando intensamente: "Eu armazeno nos meus plexos toda a força vital contida no ar", depois expire lentamente pelo nariz, contando até 10, pensando. "Eu expulso de meu organismo todas as forças más, todas as coisas doentias que lá podem estar". Esse processo pode parecer pueril, mas se você estiver doente (se for doença pulmonar é aconselhável procurar a orientação de um médico) você conseguirá benefí­cios inacreditáveis e obterá talvez o restabelecimento da saúde. Depois de expirar a fundo, fique sem inspirar, com a boca fechada, cinco segundos, e então inspire. Você pode levar o tempo de inspiração a 12 ou 16 e ficar sem inspirar 6 a 8 segundos.

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Depois de algum tempo desse exercício, você sentirá que se estabele­ceu no seu organismo um ritmo regular. É esse ritmo que você deve cultivar, contando mentalmente de acordo com seu ritmo cardíaco, isto é, cada número deve corresponder a uma pulsação do seu coração. Você consegui­rá, assim, a respiração rítmica, chave de todos os poderes. Você sabe que o ritmo que rege a natureza toda é uma força considerável. Essa força será sua quando sua respiração tornar-se perfeitamente ritmada. Você sentirá então seu organismo vibrar no ritmo de uma gigantesca pulsação. E essa espantosa força do ritmo vai ser utilizada por você para o desenvolvimento muscular como poderá ser empregada para o desenvolvimento de suas faculdades mentais ou para influir à distância sobre seus semelhantes ou curar uma doença. Pense com força, com o ritmo firme: "A força que existe em mim vai agir sobre um tal grupo de músculos e contribuir para o seu desenvolvimento"; faça um esforço mental para projetar toda a força acumulada em seus plexos em direção à região do corpo que pretende desenvolver ou ao órgão que pretende fortificar. Você obterá assim resul­tados espantosos.

Para vencer a emoção, para fortificar seu plexo solar, eis uma variante da respiração completa: inspire da forma habitual mas sem levantar a parte superior do tórax; retenha o ar; depois, sem expirar, projete bruscamente e o máximo possível o ventre para a frente, em seguida, retraia o ventre bruscamente, fazendo o ar subir às regiões mais altas dos pulmões, projete novamente o ventre para a frente. Assim cinco ou seis vezes, sem expirar, depois expire profundamente.

Figura 6. Exercício n" 1 — Braços estendidos diante do corpo, na altura dos ombros. Inspiração: afastar os braços. Expiração: juntar os braços.

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Figura 7-Exercício n° 2 - Braços ao longo do corpo. Inspiração: levantar os braços verticalmente. Expiração: abaixar os braços.

Figura 8. Exercício n° 3 - Busto ligeiramente inclinado para a frente, braços prolongando o corpo. Inspiração: levar os braços para trás. Expiração: levar os braços para a frente.

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Figura 9. Exercício nO4 - Braçosestendidos diante do corpo, àaltura dos ombros. Inspiração:levar os cotovelos para trás.Expiração: levar os braços para afrente.

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RESPIRAÇ A O COMPLETA: Ia fase: Inspirar forçando a parede abdominal para a frente; 2° fase: Continuar inspi­rando, dilatando o tórax; 3a fase: Con­tinuar a inspirar, fazendo o ar atingir o ponto mais alto dos pulmões e levantan­do ligeiramente os ombros; 4a fase: Expirar, encolhendo os ombros e, no fim da respiração, contrair vigoro­samente os mús­culos abdomi­nais.

Figura 10 - I a fase. Figura 11 - 2 a fase.

Figura 12 - 3a fase.

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CAPÍTULO III

EXERCÍCIOS LETÁRGICOS

Quando rezamos, unimo-nos à força motriz inexaurível que liga o universo. Faça orações em toda a parte: nos transportes, no escritório, nas lojas, na escola, assim como na solitude de seu próprio quarto ou na igreja. A verdadeira prece é a luz da vida. Hoje como nunca a oração representa uma grande necessidade na vida do homem e das nações.

Aléxis Carrel

1 - PRELIMINARES Os conhecimentos atuais sobre a matéria e a energia, as últimas

descobertas psicofisiológicas têm aproximado de maneira singular as deli­mitações da matéria e do espírito, mantendo, entretanto, a irredutibilidade essencial desses dois elementos. As referidas descobertas nos facilitam a compreensão de uma união misteriosa no homem, microcosmo, síntese perfeita da Criação.

"É a alma que, começando pela microscópica célula que lhe serve de suporte, constrói seu corpo de conformidade às leis da evolução biológica e, este corpo, ela o constrói à sua imagem e semelhança. Não haverá, portanto, propriamente, luta alguma entre ambos os elementos, visto que nada há neles contraditório, pelo contrário, da parte da alma - elemento superior - há formação, educação, direção, e, da parte do corpo - elemento inferior - docilidade e colaboração." (D

(1) O R. P. Gratry, numa obra de perpétua atualidade: Do conhecimento da alma; o R. P. Poucel em Plaidoyer pour le corps; os Doutores Biot e Carton bem como o Dr. Carrel têm manifestado admiravelmente essas harmonias entre a alma e o corpo. '

LETARGIA E HIPNOS

M. Soares C A T A N D U V A - S P

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As leis psicofisiológicas nos ensinam que um corpo é mais forte, mais sadio e mais calmo estando sob a influência do espírito do que abandonado aos seus caprichos e instintos. A lei do corpo está no espírito.

Os exercícios letárgicos têm por finalidade precípua preparar o pacien­te para entrar nos diversos estados. Devem ser praticados diariamente, durante quinze minutos pelo menos. A repetição dos exercícios confere ao praticante: autodomínio e sensibilidade. Devem ser praticados tanto pelo operador quanto pelo paciente; mas sobretudo pelo paciente.

Alguns dos exercícios abaixo mencionados são também executados pelos yoguins, rozacruzes e umbandistas, o que vem demonstrar que realmente produzem efeitos misteriosos.

2 - PRÁTICA DOS EXERCÍCIOS

I o EXERCÍCIO

O primeiro exercício é chamado "exercício dos oradores". Mãos postas como para a oração, mas em que somente se tocam as pontas dos dedos com exceção dos polegares que são mantidos mais afastados possível; fazer em seguida um leve esforço de compressão nas pontas dos dedos, apertando e afrouxando lentamente, umas dez vezes, ao mesmo tempo a respiração se faz lenta e profunda pelo nariz, mantendo-se a boca fechada e os olhos vagos, como que per­didos no hor izonte . Dent re pouco tempo o sangue já co­meça a irrigar todo o couro cabeludo; sensação de calma, de bem-estar.

Nesta posição, se impri­mirmos às mãos um forte mo­vimento de rotação, de dentro para fora, de baixo para cima, conseguimos maior segurança nas mãos quando delas preci­sarmos para alguma interven­ção delicada (Figura 14).

24 - LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA

Figura 14 - Exercícios de sensibilização e autodomínio: este é o primeiro exercício letárgico - São 15 ao todo. O Io também chamado: exercício dos oradores.

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O segundo exercício corresponde ao "emblema da Letargia": mãos abertas postadas na frente do corpo: a direita com a palma para frente e a esquerda com a palma para trás, ou vice-versa, paralelamente ao corpo, na linha vertical; há uma inicial dificuldade quanto à colocação dos dedos: basta unir em extensão os dedos médio e anular, mantendo os demais bem afastados num mesmo plano; em seguida aplicá-los uns contra os outros, de modo que o indicador da direita toque na ponta do mínimo da esquerda e vice-versa, formando dois triângulos opostos pela base; os polegares são mantidos o mais afastados possível. (Figura 15).

Nesta posição, os braços no mesmo plano dos ombros, procurar movimentá-los, mantendo-os bem firmes para a frente, flexionando somen­te os cotovelos e os pulsos, estes para a frente, ora para trás, formando ângulos agudos, ora ângulos obtusos, respirando naturalmente pelo nariz.

Figura 15 - 2o exercício letárgico. A posição das mãos forma o emblema da letargia.

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O terceiro exercício é feito com os dedos entrelaçados, mãos esticadas à altura da região mamilar, sem apoiá-las; procurar contrair bruscamente os músculos peitorais ao se fazer pressão contra as raízes dos dedos; a contra­ção brusca do músculo peitoral poderá ser percebida pelo ouvido em uma percussão surda.

Executamos este exercício com um movimento de aproximação e afastamento das mãos (só das falanges), sem que os dedos se despreguem (Figura 16). Respirar naturalmente pelo nariz.

4 o E X E R C Í C I O

É destinado à oxigenação do cérebro, pela normalização da respiração; idêntica posição dos dedos e das mãos que são levadas à altura do queixo ou da boca, palmas abaixo; a respiração é feita pela boca e não pelo nariz; portanto, respirar fortemente pela boca, olhando vagamente o horizonte. (Figura 17).

Figura 16 — 3a exercício letárgico. Observar bem a posição das mãos.

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Figura 17 - 4o exercício letárgico. Dedos entrelaçados, mãos esticadas, polegares separados, palmas para baixo, na altura do queixo ou da boca. Respirar fortemente pela boca (aberta).

Figura 18 - 5o exercício letárgico. Dedos entrelaçados, mãos sobre a cabeça, cotovelos baixos. Posição de descanso.

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5 o EXERCÍCIO

É feito em idêntica posição dos precedentes: levamos as mãos a descansar no alto da cabeça procurando acomodá-las na redondeza do crânio, abaixando os cotovelos, sem esforço, bem descansados, olhar vago; respiramos lenta e profundamente pelo espaço de contar mentalmente até dez. (Figura 18).

6" EXERCÍCIO

É feito na posição do precedente, só que viramos as palmas das mãos para cima, polegares para frente, procurando apoio máximo sobre a cabeça, um pouco mais para frente, deixando descansar os cotovelos, mantendo-se a pressão contra a cabeça. Se movimentarmos a cabeça para frente, para trás, para a direita, para a esquerda ou em círculo, os músculos do pescoço é que devem impelir ou arrastar os braços. O tempo deste movimento corresponde ao de contarmos mentalmente até dez; haverá uma certa dificuldade em soltar as mãos nas pessoas sensíveis. (Figura 19).

7 o EXERCÍCIO Corresponde ao primeiro movimento assimétrico: os exercícios desta

natureza são um pouco mais difíceis do que os anteriores, porque são para

Figura 19 — Exercício 6. Mãos em posição contrária ao do exercíco 5.

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Figura 20 — Exercício 7. O primeiro movimento assimétrico efeito com as mãos. Uma delas bate, a outra esfrega. Repetir o movimento dez vezes e trocara posição das mãos.

educar, para testar o controle mental da pessoa. Os outros foram para sensibili­zar.

O primeiro movimento assimétrico é feito com as mãos: enquanto uma delas bate, a outra esfrega sobre um plano; repetir este exercício umas dez vezes e

Figura 21 - Oitavo exercício letárgico. Uma das mãos esfrega a testa enquanto a outra bate sobre o estômago. Seguir as instruções do exercício anterior.

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Fig, 22

trocar a posição e operação das mãos. Este exercício é chamado "exercício do açou­gueiro": corta e separa. (Figura 20).

8° EXERCÍCIO Corresponde ao segundo movimento

assimétrico: é também feito com as mãos -uma bate na cabeça enquanto a outra esfrega o peito. O movimento é depois repetido trocando-se as mãos. Deve-se procurar rea­lizar os movimentos com desembaraço e perfeição. (Figura 21).

9 o EXERCÍCIO

Corpo erecto, sem esforço, bra­ços como se fossem abraçar um bar­ril. Mãos estendidas, dedos unidos, polegares afastados. Os braços em arcos ficam à altura dos ombros. Agora eleva-se o corpo sobre a pon­ta dos pés umas dez vezes. Não es­quecer a respiração pelo nariz, nem tão pouco o olhar vago. (Figura 22).

10° EXERCÍCIO

Chamado a "posição do Papa Pio XII"; posição inicial idêntica à anterior: de pé, braços estendidos, mãos esticadas, palmas levemente voltadas para cima.

Eleva-se o corpo sobre a ponta dos pés umas dez vezes. Respirar fortemente pelo nariz. Fig. 23.

N. AA "Não tendo havido na dinastia gloriosa dos Vigários de Cristo um Papa, que tanto e tantas vezes tenha falado aos médicos como Pio XII, poderíamos com toda justiça intitulá-lo: "o Papa dos Médicos".

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A Universidade de Brasil, a 5 de dezembro de ¡957, homenageou a Pio XII, em atenção a seus numerosos e exímios trabalhos sobre a medicina e suas relações com a religião.

A medicina era uma das ciências que mais o atraíam. Sua Santidade sempre traçou diretrizes claras e seguras, preocupado com seu Movimento por um Mundo Melhor, um mundo mais santo e mais digno dos filhos de Deus."

O Prof. Galeazzi-Lisi, médico particular de Pio XII, informou que ele praticava exercícios letárgicos diariamente. Por ocasião da morte de Pio XII, o Prof. Galeazzi-Lisi provocou um escândalo - vendendo a diversas revistas - as fotos particulares do Papa praticando exercícios.

11° EXERCÍCIO

Posição de joelhos, braços arqueados para frente, como querendo envolver algo e fazer movimentar os pés, flexionando os joelhos para frente e para trás, o mais possível. E uma posição meio incômoda; procuramos calcar sobre as rótulas e sobre a ponta dos dedos dos pés. Verificaremos um certo tremor nos braços, conseqüência de estarem sendo mantidos rígidos.

Fig. 24

12° EXERCÍCIO

O quarto exercício do equilíbrio é um movimento de oscilação; colo­camo-nos de pé, um pé na frente do outro; abrimos as mãos e procuramos equilibrar-nos fazendo força com os pés de encontro ao solo e flexionando os joelhos. Devemos andar na posição in­dicada durante um minuto. Depois tro­camos os pés e repetimos os mesmos movimentos. A posição dos braços não muda. As vezes, parece que vamos cair, mas o próprio joelho traz ajuda à reali­zação dos movimentos com segurança. Tudo é feito com a boca fechada respi-rando-se pelo nariz. Fig. 25.

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Figura 25a. - Deitado de costas - a mais repousante e neuroléptica.

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~CAPITULO IV

BASES DA LETARGIA

A Letargia pode ser produzida desde que fa~amos uso dos meiosadequados, todos eles extern os, oferecidos pel a nossa tecnica. Esta tecnicacoloca a nossa disposi~ao os seguintes procedimentos: 1) toques baseadosno princfpio da acupuntura; 2) acupuntura; 3) sons; 4) posturas; 5) combi-nar;;aodos itens anteriores.

Em determinadas regi6es, especial mente sensfveis, da cabe~a, do peitoe das costas. A crian~a que adormece nos bra~os da mae, enquanto esta lheda palmadinhas nas costas ... e vftima de toques letargicos. 0 co~ar-se naface, nas fontes ... adormece; e, ao acordar, passar da semiconsciencia parao estado de vigflia, co~ando-se, e tecnica letargica. 0 bocejar, 0 esfregardos olhos e urn exercfcio para se libertar da Letargia.

Em determinados pacientes nao e 0 toque apenas, que conduz aLetargia, mas uma serie de fatores conjugados (sobretudo 0 fator emocio-nal) que conduzem ao que se deseja, muito embora, com toques apenas, semnenhuma sugestao, se possa provocar diversas analgesias.

Lembra acertadamente 0 Dr. Horace Chanel que ninguem negara aimportancia dos toques em zonas er6genas. Entretanto, em determinadascircunstancias, eles nao produzirao efeito algum.

Quando se toca a pele diretamente intervem sensa~6es semelhantes asproduzidas por carfcias, as quais sao sensfveis ate os animais. Segundo JeanDauven: "a epiderme e urn tecido abundantemente nervoso cuja trama naoesta identificada e cujas fun~6es sao ainda, em muitos casos, misteriosas.

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Ja no primeiro curso de Letargia, ministrado em 1958, dizia 0 IrmaoVitrfcio: "urn born letargista deve conhecer urn minimo de acupuntura".Naquela epoca a tecnica chinesa era praticamente desconhecida, nao so-mente do grande publico, mas tambem dos medicos. Hoje, ha entre nosinumeros livros versando sobre a materia. Em 1959, em nosso livro, IrmiioVitrfcio e a Letargia, abordamos 0 assunto.

Com 0 titulo de Hipnose e Acupuntura, 0 Dr. Erwin Wolffenbutel, deSao Paulo, escreveu interessantes artigos, inseridos na Revista Brasileira deMedicina, no ana de 1967.I - Zonas Hipnogenas - Pitres (1848-1928) acrescentava aos procedi-

mentos usuais a explorayao metodica das zonas hipnogenas descober-tas empiricamente por Mesmer e depois por diversos fisiologos comoPurkinje (1787-1869) e Laborde (1831-1903) que inventou as traf;f5esrftmicas da lingua em caso de asfixia. A existencia de zonas hipnoge-nas continua sendo discutida ate hoje.Richet, Binet, Fere, Charcot e outros autores tambem admitiam aexistencia de zonas hipnogenas, segundo informa Jean Dauven."A assim chamada letargia, uma tecnica de indur;iiohipn6tica, reviveuo interesse pelas zonas hipn6genas". Erwin Wolffenbuttel, in separatada Revista Brasileira de Medicina, n° 9, setembro de 1967.

II - 0 toque, que poderfamos chamar de cirupressura (do grego: ciru =mao, e, pressura = pressao) ou datilopressura (do grego: dactilo = dedoe pressura = pressao) e baseado no princfpio da acupuntura.Para frisar bem a importancia dos pontos sensiveis do corpo humano,damos aqui ligeiras informayoes sobre a Acupuntura (acus = agulha,punctura = picada). :E processo medico de origem extremo orientalbaseado na teoria filosofica antiga da alternancia do equilIbrio cosmicoaplicado ao organismo animal, uma forya negativa, (vago-tonica)chamada "Inn" e uma forya positiva (simpatico-tonica) "Yang". Utili-za-se de pontos cutaneos sensiveis para diagnosticos e terapeutica;esses pontos sao ligados entre si por linhas mais ou menos verticaischamadas "Kings" ou meridiano de orgaos, e "Mos" ou feixes extraor-dinarios onde circula a Energia Vital.

- agulhas de DurOintroduzidas na profundidade devida no ponto terminaldo meridiana do corayao, que esta situado proximo da unha do dedomfnimo, tonifica a funyao cardiaca;agulhas de prata postas na proximidade do cotovelo, nas terminayoesnervosas que tern seu raio de ayao na face, acalmam dores nevralgicas oudores devidas a infecyoes na regiao da face.

34 - LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA

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uma agulha de prata posta no ponto sedativo do King dos rins, situadona sola do pe, q.escongestiona 0 rim do lado respectivo.

o padre Harvieu, missionario no Celeste Imperio, foi 0 primeiro apublicar, em 1671, na Fran<;a,alguns segredos da medicina chinesa. Daf pordiante, numerosos tratados de acupuntura apareceram par toda a Europa.Entre nos era praticamente desconhecida ate 0 ana de 1955, quando foiintroduzidano Brasil pelo Dr. Frederico J. Spaeth. 0 Dr. Spaeth e hojefigura-de proje<;ao internacional, sendo seus trabalhos acatados pel as maio-res autoridades no assunto na: China, Japao, Coreia e em varios pafses daEuropa. Naturalizado brasileiro, ja representou 0 Brasil em varios congres-sos internacionais de acupuntura. Em 1979, foi eleito Presidente Honorarioda Academia Sueca de Medicina TradicionaI. No Brasil, 0 Dr. Frederico J.Spaeth e 0 mestre dos mestres em acupuntura.

Sao de autoria do Dr. Spaeth as seguintes observa<;6es:"ELUCIDA<;OES SOBRE A ACUPUNTURA E A SUA UTILIDA-

DE".a) A Acupuntura e uma terapeutica que nos vem do Oriente, onde esta

sendo praticada ha mais de 5.000 anos, sobretudo na China. Ela ebaseada no equilibrio psicossom<itico, criadora da perfeita harmoniza-<;aoentre 0 vago e 0 simpatico, de acordo com 0 tipo do paciente.

Figura 26 - Regioes doabdome.1) Diafragma; 2) Hipoc6ndriodireito; 3) Regiiio umbilical; 4)Regiiio lombar dire ita; 5)Espinha ilfaca anterior esuperior; 6) Regiiio fliacadire ita; 7) Bordo lateral do retoanterior do abdome, na espinhapubica lateral; 8) Epigastrio; 9)Hipoc6ndrio esquerdo; 10) loacostela; 11) Bordo lateral domusculo reto (linha semilunar);12) Regiiio lombar esquerda;13) Regiiio iliaca esquerda; 14)Hipogastrio.

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b) a China e no Japao, a acupuntura e ensinada nas escolas tecnicas eespecializadas e, apos a conclusao de urn curso de 5 anos, e uma vezaprovados nos rigorosos exames de aptidao, recebem os diplomas quelhes dao 0 direito de exercer a fun<;ao de acupunturista nos territoriosrespectivos.

c) Introduzida na Europa, a acupuntura se desenvolveu sucessivamente,ate que, nas ultimas decadas, chegou a ser ensinada em larga escala pel a"Societe Internacionale D' Acupuncture" atraves do seu "Institut duCentre D' Acupuncture de France", em cursos com a dura<;ao de doisanos, e vem sendo aceita e praticada por cerca de 6.000 medicosacupunturistas, organizados em sociedades e sindicato (Syndicat Natio-nal des Medecin§ D' Acupuncture de France).Na Alemanha, Austria, Italia, Suecia, Dinamarca e Portugal tambemforam organizadas sociedades de Acupuntura, as quais estao filiadas a"Societe Internacionale D' Acupuncture" de Fran<;a.Nas Americas, a acupuntura esta progredindo rapidamente. Na Argen-tina, 0 Dr. Rebuelto foi 0 introdutor da acupuntura. No Uruguai, Para-guai, Equador e Peru ja existe grande divulga<;ao da tecnica chinesa.

d) A terapeutica na acupuntura e praticada pela introdu<;ao subcutanea deagulhas finfssimas, numa profundidade mInima, nos pontos predetermi-nados, as quais provocam reflexos procurados, estimulando a fun<;aodoorganismo.

e) 0 campo da sua utilidade e restrito a:I) A<;aoprofilatica (pel a manuten<;ao do equilibrio energetico do or-

ganismo);II) A<;ao antialgica em geral (reumatismo, cefaleia, neuralgias, ecze-

mas);III) A<;aoregularizadora dos disturbios funcionais: digestivos, respira-

torios e urogenitais.

N. A. - Em 12/04/81, estavamos em Caiena (Cuiana Francesa) quando assistimos, pelaTV, a uma oper(l(;ao de amputGJ(xlode perna realizada no Brasil (Teres6polis-RJ) pelocirurgiao Dr. CERALDO ARA VJO FILHO. A anestesiafoifeita unicamente com acupun-rura pelo Dr. SPAETH. 0 paciente falou durante a opera~ao, dizendo que nao sentia dol',e, apenas ouvia 0 barrulho da serra. 0 referido programa tambem foi transmitido pelo"Fantastico" da TV Clobo.No seculo passado, James Esdaille realizou varias opera~oes de amputa~ao de perna,usando, apenas, passes e toques para provocar anestesia. As opera~8es foram realizadasno Hospital Medico de Calcuta, Indicl.

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o Dr. William Fitzgerald, de Hartford, Estados Unidos, depois deafirmar ser possIvel determinar insensibilidade, distante ou proxima emdeterminadas partes do corpo humano, exclusivamente pela pressao fez umademonstra~ao pnitica do seu metodo denominado anestesia local inibitiva.

o metodo foi assim descrito:A anestesia de uma ou mais partes do corpo (inclusive anestesia geral)

pode ser obtida por uma pressao aplicada em determinado ponto do corpohumano.

A pressao, feita pel os dedos ou por urn corpo rombico, e exercida sobreas proeminencias osseas, as mucosas ou os nervos, durante dois ou tresminutos.

Comumente, a anestesia e precedida de uma sensa~ao de dlimbra,semelhante a do bra~o adormecido, logo seguida da anestesia completa ouparcial da regiao. Em certos casos, 0 paciente acusa uma certa sensa~ao emtodo 0 trajeto nervoso ate a por~ao terminal.

As areas estao assim estabelecidas:Pressao no dedo indicador da mao esquerda: anestesia dos premo lares

esquerdos superiores e inferiores; dedo indicador da mao direita; anestesiados mesmos dentes do lado direito.

Pressao do dedo medio: anestesia do primeiro molar inferior.Pressao do anular: anestesia do terceiro molar.

Figura 27 - Toque geral na cabe(,:a.Pressiio continua com 0 dedoindicador.

Figura 28 - Toque para analgesiada arcada dental inferior.

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Figura 29 - Toque na regtaoindicada na figura para suprimirdor de caber;a. Pressiio contlnuacom a ponta do dedo indicador.

Figura 30 - Toque para suprimirdor de caber;a e para condur;iio aor estado letargico. Use 0 polegarpara massagearcomforr;a. 0 pontoeo VB 20, indicado nafig. 46.

Pressao do dedo grande do pe: anestesia dos centrais, laterais e caninossuperiores e inferiores, sendo lado direito para os dentes do mesmo lado e,lado esquerdo, para os do lado esquerdo.

Pressao do angulo da mandfbula, pr6ximo ao nervo dentario inferior:anestesia da hemiface direita ou esquerda.

Pressao no labio superior: anestesia da ab6bada palatina.Pressao na ap6fise mast6ide: alivia dores do ouvido.o Dr. De Ford, comentando 0 fitzgeraldismo, assinalou as mesmas

areas e estabelece as seguintes regras: para anestesia dos premolares com-prime-se lateral mente, com os dedos polegar e indicador, a segunda articu-lac;ao do dedo indicador do paciente pOI'urn minuto e, a seguir, urn ou doisminutos as partes superior e inferior, desta feita, porem, com maior pressaoainda que cause uma pequena dor.

Os dois primeiros molares sao anestesiados pela pressao exercida nasegunda falange do dedo medio, enquanto que 0 terceiro molar e os tecidosadjacentes podem ser insensibilizados pela pressao exercida na segundaarticulac;ao do dedo anular ou do quarto dedo do pe, sendo este ultimo 0

mais conveniente.A pressao na segunda articulac;ao do dedo mfnimo produz anestesia

do ouvido, tendo chegado mesmo a permitir operac;oes mastoidianas sem 0uso de qualquer anestesico.

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Colocadas as pontas dos dedos umas contra as outras e exercida umapressao durante tres minutos, ha 0 relaxamento de todos os musculos etecidos do corpo.

o Dr. Fitzgerald afirmou que, entrela~ando os dedos das maos, quedeverao ficat na frente do corpo e sempre sob forte pressao de uma sobreoutra, e comprimindo lateral mente os dedos em todas as articula~6es aomesmo tempo, uma completa anestesia de todos os dentes se verifica muitorapidamente.

Figura 31 - 0 Prof Paulo Paixiia letargiza Susana Farina paraextrar;iia dentaria. A paciente, completamente anestesiada, sarri semmeda e sem dor. Observe os toques no peito e na caber;a. Muitospacientes, ao entrarem em estado hipn6tico, tem um riso incontrolavel;e 0 chamado risa louco (risa loca). Poucos tem crise de choro. Ascrianr;as recem-nascidas riem muito novas, sem ter a menor ideia do quee engrar;ado. 0 riso incontrolavel e a riso fisico, niio 0 riso cerebral. Ajovem dentista e a excelente odont610ga Dr. Susana Monz6n. Paraguai,1995.

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Figura 32 - Dr. FRANZ ANTON MESMER (1734-1815), precursor dapsicoterapia moderna (Apud Franz Volgyesi). Criador da teoria dos flu{dosmagnificos, foi adulado, invejado, admirado e caluniado. Teve as maio resgl6rias e terminou no ostracismo. Segundo Stefan Zweig - "foi a pedra angularda moderna psiquiatria".Notemos que 0 sucesso de Mesmer foi imenso, mesmo fora do campo daTerapeutica, pois a sua doutrina teve influencia ate no movimento cultural daepoca. Ela penetrou nafilosofia atraves das obras de Schelling, Hegel, Fichet,Schopenhauer, assim como na literatura, pelas de Balzac, Poe, Brentano, T.AHoffmann e diversos OLttroS.Mesmer possu{a e tocava diversos instrumentosmusicais, tendo se tornado a sua casa um refugio de arte e ciencia, ondeapareciam Haydn, Mozart, Beethoven, sem contar inumeros sabios e artistasranceses, assim como as figuras mais representativas da epoca.

Em 23 de maio de 1780, os admiradores de Mesmer, reunidos para celebrarseu aniversario, cantaram a seguinte quadra:

"Sao os nervos, sao os nervos.Que dominam 0 Universo!Pelos nervos, pelos nervosVamos ter 0 Universo".

"Mesmer, com porte majestoso, vestido com longa tUnica de seda Was,circulava no salao entre os enfermos, como um Prfncipe em sua corte. Na mao,empunhava um bastao que dizia magnetico. Segundo Wagner- 0 Was e a cordos desejos espirituais" (Jean Dauven).

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Sons que impressionam profundamente 0 paciente, variando a alturae a intensidade de acordo com os indivfduos. A mae, que cantarola 0 "tutumaramba ..." e outras cantigas de ninar e adormece a crianc;a, e "tecnica" emhipnagogia. 0 orador que nao varia a voz, que nao foge do tom hipnagogico,acaba por adormecer todos aqueles, e so aqueles, que tiverem 0 ouvidohipnestesico "afinado" com a voz dele.

Esse tom hipnag6gico e 0 tom que a tecnica letargica empregaria paraobter 0 sono artificial.

Basta que 0 orador mude de tonalidade para que os "cabec;a-baixa" se"recordem" que nao devem apoiar com 0 queixo, mas com a razao. Se 0 quefala se fixa agora num outro tom, 0 resultado sera que urn outro grupoadormecera.

Daf a necessidade de 0 que fala em publico ter ouvido musical que 0possibilite a captar 0 "tom" da plateia e baseado neste tom, construir "acordeperfeito". Se nao houver consonancia entre a voz do orador e a "voz" daplateia, esta se irritara (os hipersensfveis, os hipnoticos) ou adormecera (oshipossensfveis, os hipnestesicos).

o operario que atende uma maquina, por maior barulho que esta fac;a,pode adormecer, entrar em "sono letargico". Despertara, porem, ao menorrufdo estranho. Acontece que 0 barulho e hipnagogico para ele em particu-lar. Outro operario, nao "acostumado" (que nao "educou" 0 ouvido) nuncaadormecera ao lado da maquina, mas, acordado, nao percebera rufdosestranhos a maquina.

o dirigente de orquestra, alheio a tudo 0 que acontece ao redor dele,(verdadeira hipnolepsia) "acorda" e se irrita (hipnofobia) a mfnima desafi-naC;ao.

Pierre Well* observa muito bem a importancia da vibraC;aosonora.- A importancia da musica em Psicoterapia e na produC;ao de certos

estados de espfrito.- 0 uso de sons vibratorios na hipnose.- 0 uso de trombetas em Jerico para derrubar muralhas.- A existencia de tratamentos por "ultra-sons" .

. - 0 uso do ritmo do tambor nos rituais iniciaticos em todas as culturas,ritmo semelhante ao do coraC;ao.

- 0 uso de certos gritos nas lutas orientais (KIAI, por exemplo) paraconcentrar a energia no centro ffsico do abdomen.

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- A repetic;ao de certas rezas com uso do rosario no cristianismo eislamismo e do lapa-Mala no hindufsmo e budismo.

Em diversos pafses da America do SuI, usamos com grande sucesso amusica do folclore paulista, Lampitio de Gas, para induzir ao relaxamentoe estado letargico.

Entre os lutadores de judo, e bem conhecido 0 KIA!.o "Kiai" e urn grito muito especial, utilizado primeiramente pelos

samurais e hoje pelos praticantes de judo, muito alto e que, bem lanc;ado,provoca uma especie de inibic;ao do adversario, podendo ir, teoricamente,ate a sfncope.

Imp5e-se uma referencia: qualquer rufdo estridente pode provocar umaespecie de inibic;ao, mas este mesmo rufdo pode fazer cessar uma lipotfmia;o "Kiai" pode ser tanto urn inibidor como urn meio de reanimac;ao (e entaoo "Kwatsu").

Y. Tarle, de Bourges (Rev. Oto-Neurol. 1959,31, n° 288) procurou asmodificac;5es eletroencefalognificas provocadas por este grito.

o "Kiai" provoca modificac;5es nftidas de E.E.G.: trac;ado mais rapido,ponta-ondas, amplas disfasicas.

Isto poderia provar que 0 "Kiai" age nao somente por intermedio delabirinto mas provavelmente ainda mais por propagac;ao intracerebral dasondas de choque, com impacto ao nfvel do diencefalo e do cortex.

Os rufdos que ouvimos - agradiiveis e desagradaveis - produzemcompletas reac;5es fisiologicas, inclusive alterac;5es nos hormonios. Isto foio que revelou 0 Dr. Robert Henkin, da Escola de Medicina da Universidadeda California, em Los Angeles, que e diplomado em Musica e Medicina.

Numa pesquisa anterior, 0 Dr. Henkin conseguiu demonstrar umareac;ao fisiologica mensunivel de urn indivfduo a uma determinada pec;a demusica e que podia determinar 0 que 0 mesmo achava da obra, isto e, ateque ponto 0 agradava ou desagradava.

A medic;ao fisiologica foi a reac;ao galvanica da pele, urn importanteelemento do detentor de mentiras.

Os sons desagradaveis podem produzir urn quadro de hormonioscaracterfsticos do "stress". Os sons agradaveis, como a musica, podemproduzir ou manter uma situac;ao organizada de hormonios.

A musica que nao entendemos parece nao ter urn efeito fisiologicodiferente do silencio, segundo afirmou 0 pesquisador da Universidade daCalifornia. Em outras palavras, se nao entendemos, talvez nao a percebamoscomo musica.

N.A. - Alguns iogues tambem conseguelll 0 "Estado de transe" por meio da musica. Caio Miranda diz 0 seguinte:depois de obtido 0 "relax" tota!. passa 0 praticante a ser subllletido a a~iio de Mantrans especiais. como tambema de perfumes queilllados durante a sessiio rejuvenescedora. Entra entiio numa especie de delicioso torpor,conservando, niio obstante isso, a plena consci€ncia de si mesmo. Nesse estado de letargia e abandono, passaalgum tempo, que varia confonne as necessidades do caso.

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men os possIvel, pois em nossa tecnica se emprega a linguagem universaldos toques.

A Letargia e uma tecnica que deve ser aprendida com urn professorcompetente e s6 se.adquire pelo exercfcio diario. Nem todos conseguidioos mesmos resultados, pois uma grande parte e reservada a capacidadeintuitiva dos operadores e a sensibilidade tMil das suas maos: esses doisrequisitos SaG uma especie de dadiva divina como 0 dom de urn musico oude urn escultor.

Mas, tambem seria de pouco valor essa dadiva se 0 seu possuidor naoa desenvolvesse pela pratica constante.

..L

Figura 33 - Cilena e 0 encantamento de cobras venenosasEmbora alguns animais possam sentir-se surpreendidos ou ate aterrorizadosao enfrentarem uma cobra, nenhum zoologo aceita a ideia de que os repteispossuam poderes hipnoticos. Contudo, diversos aspectos ainda nao foramabordados cientificamente. Por sua vez, 0 encantamento de serpentes e umaforma de hipnotismo a que a cobra e sujeita. As cobras, que tem um sentidoauditivo muito limitado, apenas detectam sons de baixa freqiiencia. Elas ficampresas pelo ritmo batido pelo pe. pela osci/arao do corpo e da flauta - e naopela musica que 0 encantador toea. A reputarao hipnotica da serpente procedede que suas palpebras, soldadas entre si, sao transparentes e recobrem 0 olhocom uma especie de redoma de cristal. Como 0 globo ocular tem poucamobilidade, resulta um olhar jixo que se chama de fascinador.Franz Volgyesi, eximio hipnotista hungaro, realizou centenas de experienciascom anima is no zoologico de Budapest, relatadas em seu livro - "Hypnosis ofMan J:1 Animals", Ed. Bailiere, Tindal J:1 Cassel, Londres, /962.

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~CAPITULO V

I'

RESUMO DA TECNICAI'

LETARGICA

Como ja dissemos, a Letargia tern seus fundamentos em tres pontosprincipais: 1) toques; 2) sons; 3) posturas, 4) combina<;ao dos itens anterio-res.

o procedimento de indu<;aoaos estados Ietargicos varia de acordo coma natureza do "sujet". Como e sobejamente conhecido "nao encontraremosdois pacientes iguais". Em medicina se afirma: ha doentes e nao doen<;as.Por conseguinte e necessario que haja concordancia entre a natureza dopaciente e os procedimentos a serem empregados. Dns reagirao maisfacilmente pelos toques, outros pela musica, estes em pe, aqueles sentados,etc., etc.

Todos os estados letargicos podem ser obtidos com 0 paciente acorda-do ou dormindo, consciente ou inconsciente. Excetuam-se 0 16° e 0 18°estados em que 0 paciente sempre perde a consciencia. Nem todas as pessoasentram indistintamente em qualquer estado letargico.

RESUMO DA PRATICA1) 0 paciente podera estar de pe, sentado ou deitado. Com 0 paciente de.

pe, pedimo-Ihe que junte os pes, que se relaxe ao maximo,junte as maos,entrelace os dedos e feche os olhos.

N.A. - Este capitulo foi extraido na integra de uma grava~ao feita durante 0 curso de Letargia ministrado peloIrmao Vitricio em Sao Paulo, em 1961.N.A. - Metodos ~ Nao devemos confundir metodos com processos e com normas. Metodo e 0 conjunto deprocessos para atingir um determinado fim. E cada processo e que segue determinadas normas.

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2) Ao mesmo tempo em que se fez ligeira compressao com as maos quedeverao estar na posi<;ao indicada pelas figuras 37 e 38 procedemos auma oscila<;ao, figura 36. Por essa oscila<;ao verificaremos 0 maior oumenor grau de barreira emocional do paciente. Em seguida, observare-mos a posi<;aodo globo ocular, cuja reversao nos dani a c1assifica<;aodopaciente.. Quanto maior for a reversao mais sensfvel sera 0 paciente.

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FIG. B

FIG. C

Figura 34 - Toques letargicos. Os pontos circulares e retangulares das figuras Ae C devem ser correspondentes com os das maos, assinalados nas figuras BeD.46 - LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA

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Figura 35 - Principais pontos letargicos no homem. Percorrendo-se a colunavertebral com a ponta dos dedos de cima para baixo, conforme indica a figura,tambem poderemos colocar 0 paciente em transe, depois de ter procedido aostoques basicos.

3) Quando balan<;armos 0 "sujet" faremos uma contagem de 1 a 5 emdiapasao decrescente. Nao e a contagem que leva 0 paciente ao estado,mas 0 lapso de tempo decorrido entre 0 toque e a contagem. Esta poderiaser substitufda par musica, mfdos, etc.

4) 0 tempo que 0 operador leva para produzir 0 primeiro estado de letargiapode variar entre 15 a 60 segundos, confarme a natureza do paciente.Se ele exigir mais do que isso, teremos urn hipn6fobo.

5) Para as senhoras colocamos apenas 0 dedo sobre 0 esterno. Como naopoderemos balan<;a-Ias, em pe, Ua que estamos tocando com os dedos),e preferfvel que estejam sentadas, balan<;amos apenas a cadeira. Dequalquer modo deve haver 0 balan<;o.

6) Os toques amplos podem ser: toques basicos, limites e auxiliares (figs.37,38,39 e 40, etc).

7) Com toques amplos e auxiliares 0 paciente esta apto a produzir de persi pelo menos os seis primeiros estados.

8) As principais regi5es a serem tocadas sao as seguintes: a) abdome -regi5es epigastric a, mesogastrica e hipogastrica; b) cabe<;a- VG 19, VB

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20 e INN TRANG, todos assinala-dos nas figuras 45, 49 e explicadosno capitulo seguinte; c) membro su-perior - regiao deltoidiana - abaixodo acromion sobre 0 tendao da lon-ga pon;ao do bfceps; neste pontocalcar com a ponta dos dedos; d)cotovelo - comprimi-Io entre 0 po-legar e 0 medio; e) membro inferior:1) acima do grande trocanter, entreeste e a crista ilfaca; 2) no meio dacoxa; 3) na articula9ao do joelho; 4)no meio da perna; f) na mulher:sobre a crista do ilfaco (na regiaocostoilfaca). Todos os pontos estaoindicados na fig. 35).

9) Os toques devem ser executadoscom perfei9ao e quando percuss6-rios, de modo seco.

10) 0 toque que induz a urn estado, aoser repetido, retira ou anula este estado. Assim por exemplo: a indu9aoconseguida pelo alisamento dos cabelos ou pelo movimento circularsobre a fonte, e anulada quando se faz movimento em sentido contnirio.

11) Os unicos comandos que damos aos pacientes saGos seguintes: queroque se sinta bern, quero que se sinta descansado, quero que se sintacalmo, que normalize sua respira9ao, seu sistema nervoso, etc. Deve-sefalar mais baixo posslvel, junto do ouvido do paciente. 0 toque nacoluna vertebral de cima para baixo leva ao transe: de baixo para cimaa prostra9ao.

12) Para se fixar 0 paciente em determinado estado, pois caso contnirio eleira passando automaticamente ate 0 100, colocam-se as maos espalma-das sobre os ombros, polegares sobre a coluna vertebrallado a lado, atese perceber que houve urn completo relaxamento.

13) Para se retirar 0 paciente de determinado estado, desconta-se a partirdo estado em que se acha, ate zero. Em seguida, mandamos que bataas maos.

14) Pode-se tambem tirar 0 paciente de alguns estados com urn leve soprono ouvido.

15) CONSELHOS - 10) na pratica da Letargia use 0 maximo de dignidade

para com 0 paciente; 2) nao empregue a Letargia com finalidade dediversao publica ou privada; 3) antes de praticar a Letargia, consulte 0

paciente sobre seus habitos, sua vida e sua saude; 4) elogie e agrade9a48 . LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA

Figura 36 - Execuf;fio do balanf;ocaracterfstico da tecnica letargicapara induf;iio aos diversos estados.

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sempre a colabora<;ao do paciente no final do exerdcio; 5) nunca leveo l?aci~nte alem do sexto estado, ao submete-lo a tecnica letargica pel apnmeua vez.

Figura 37 - Toque basico com 0

paciente de frente.

Figura 39 - Toque basico nascostas com a mao em sentidovertical.

Figura 38 - Toque basico com 0

paciente de costas.

Figura 40 - Toque auxiliar entre a3a e 4a vertebras.

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Aqui fica 0cora9ao

Aqui fica 0ceco

Aqui fica 0estomago

Aqui fica 0ffgado

Aqui fica 0

ba90Aqui ficam

os rins

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RESUMEN DE LATECNICA LETARGICA

La tecnica de induccion en los estados letargicos, cambia con lanatureza del sujeto. Como ya es por demas conocido no iremos a encontrardos sujetos iguales, unos entranln mas facilmente en estado letargico porlos toques, otros por medio de la musica, otras sentados, otras acostados,etc.

Practica1) El sujeto podra estar parado, sentado 0 acostado. Con el sujeto parado,

solicitamos que junte los pies y se relaje al maximo, junte las manos ycierre los ojos. .

2) Al mismo tiempo que se hace una compresion indicada de la figura (36)haremos un balanceo, con este balanceo, verificamos el mayor 0 menorgrado emocional del sujeto, enseguida observaremos la posicion quetiene el ojo, cuya reversion nos dara el estado y grado en que esta elsujeto. Cuando mayor fuera la reversion, mas sensible sera el sujeito.

3) Cuando hacemos el balanceo vamos al mismo tiempo contando de cincoa cera para que se marque un tiempo necesario en el cual el sujeto serrelajara.

4) Pedimos luego al sujeto que se siente comodamente en un siIlon,decimos, yo voy a con tar de uno a cinco y luego Ud, cierre los ojos yrespire profundamente por la nariz y expire por la boca. Cuando Ilega-mos a cinco decimos cierre los ojos y respire. Al mismo tiempo tocamosel pecho del paciente como esta indicado en la fig. 37 e 38.

5) Para las senoras haremos el mismo ejercicio pera tocaremos con el fndicey el pulgar de la mana derecha en el esternon en la parte alta.

6) Los mandos dados al sujeto son los seguientes: quiera se sienta bien,calma, tranquila y muy feliz. Debemos hablar bajo y al ofdo del sujeto.

7) Para que se prafundice los estados, se procede con las tecnicas clasicasde la sugestion.

8) Para regresar al sujeto del estado letargico al estado normal comenzamosa contar de cinco a cera diciendo antes. Mientras cuente de cinco a ceray all Ilegar a cera yu, ud, volvera al estado normal con toda calma,tranquilidad y muy feliz. Para los sujetos que presenten algun mareo ouobnubilacion ordenamos que aplauda con fuerza.

9) Depues de cada experimentacion debemo agradecer al sujeto la colabo-racion.

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~~"

Figura 42 - Toque basico com a paciente de frente. Observe 0 pontoem que se toea e a posir;iio dos dedos.

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,CAPITULO VI

ACUPUNTURA E LETARGIA

as pontos de acupuntura conservaram a denominac;ao chinesa. Entre-tanto, por ter sido aFran~a 0 primeiro pais ocidental a divulgar a acupuntura,tornaram-se correntes as denomina~6es francesas para os diversos pontos.Aos letargistas interessam apenas alguns pontos. Por isso, daremos adenomina~ao chinesa com as iniciais francesas e respectiva traduc;ao.

Sao 12 os Meridianos Laterais Simetricos e 2 os Circuitos Medianos(ou levemente Paramedianos).

As siglas que correspondem aos meridianos lateralS simetricos sao:Para 0 "Meridien du Coeur": a sigla C. (meridiano do corac;ao).Para 0 "Meridien de l'Intestin Grele": a sigla I.G. (meridiano do

intestino delgado).Para 0 "Meridien de la Vessie": a sigla V. (meridiano da bexiga).Para 0 "Meridien des Rins": a sigla R. (meridiano dos rins).Para 0 "Meridien Maitre du Coeur et de la Sexualite: a sigla M.C.S.

(meridiano do corac;ao e da sexualidade).Para 0 "Meridien des Trois Rechauffeurs": a sigla T.R. (meridiano dos

tres reaquecedores).Para 0 "Meridien de la Vesicule Biliaire": a sigla V.B. (meridiano da

vesicula biliar).Para 0 "Meridien du Foie": a sigla F. (meridiano do ffgado).Para 0 "Meridien des Poumons": a sigla P. (meridiano dos pulm6es).Para 0 "Meridien du Gros Intestin": a sigla G.I. (meridiano do grosso

intestino).Para 0 "Meridien de l'Estomac": a sigla E. (meridiano do estomago).o~~~~"t

M. ~oaresCA TAN lIll~- S.:i

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Para 0 "Meridien du Rate-Pancreas": a sigla RP. (meridiano doba~o-pancreas).

Sao dois os Circuitos Medianos (ou ligeiramente para-medianos):"Vaisseau MerveiIIeux de la Conception": cuja sigla e V.c. (vaso maravi-lhoso da concep~ao. .

"Vaisseau MerveiIIeux Gouverneur": cuja sigla e V.G. (vaso maravi-lhoso timoneiro).

o numero de pontos em cada meridiano:

Em C: ha 9 pontos.Em !.G.: 19Em V: 67Em R: 27EmM.C.S.: 9Em T.R: 23Em V.B.: 44Em F.: 14Em P.: 11Em G.!.: 20Em E.: 45Em RP.: 21Em V.c.: 24Em V.G.: 27. Figura 45 - Observe 0 ponto INN

TRANG indicado nafigura.

Para designar urn "ponto" qualquer situado em "meridiano" usa-se asigla do meridiano mais 0 numero de "pontos": por exemplo: C. 2; !.G. 16;V. 67; R 22; M.C.S. 7; T.R II; V.B. 43; F. 13; P. 7; G.!. 4; E. 24; RP. 21.V.c. 19; V.G. 12.

Aos letargistas, de modo especial, interessam os seguintes pontos:Fong Chen (VB 20); VesfculaBiliar; Tien Tchou (V 10); Vesicula; Pae Roe(VG 20); Vaso Governador, e, 0 Inn-Trang, fora dos meridianos, e situadoentre os dois cflios (Fig. 45).

Outrossim, ensina 0 Dr. Frederico Spaeth: "para os excessos denervosismo que incluem tambel11.uma agitar;aoj{sica - 0 triangulo da calma- Chen Tchou - VG 11, Vaso Governador e Sinn Iu (V 15). Parafacilitara indur;ao hipn6tica, como mencionei acima, usa 0 Inn Trang - Fong Chenn(VB 20). Tien Tchou (V 10) e 0 Pae Roe (VG 19) como sedativo" (Apud,revista - Acupuntura - Sao Paulo, ana II, n° 2, pag. 19).

N.A. - Separata da Revista Brasileira de Medicina, volume 25, junho de 1968, n° 6, Rio de Janeiro. 0 Dr. ErvinWolffenblittel reside em Sao Paulo (SP).

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o Dr. Ervin Wolffenbtittel publicou na Revista Brasileira de Medicinauma serie de substanciosos artigos intitulados - Hipnose e Acupuntura, nosquais aborda 0 assunto com discernimento e imparcialidade. Data venia,transcrevemos suas palavras no que se refere a zonas hipn6genas.

"Curioso e que parte dos "pontos" indicados pela Acupuntura paradispor 0 indivfduo a aceitar a indueraohipn6tica mais facilmente encontra~sedentro das assim chamadas "zonas hipn6genas".

Alguns dos "pontos" de Acupuntura recomendados para dispor 0organismo a aceitar mais facilmente a hipnose situam-se dentro das chama-das "zonas hipn6genas" neste trabalho referidas.

Lista de "Zonas hipn6genas" que contem "pontos" de acupuntura"favorecedores" da induerao hipn6tica.NB. - Cada "zona hipnogena" marcada com (+) contem um ou mais "pontos" deacupuntura que favoreceriam 0 preparo do terre no para melhor aceitar a induraohipnotica.

(+) No alto do cranio. Nas protuberanciasoccipitais.

Abaixo das boss as occipitais:V. 10 e VB. 20.

- Justamente onde a face posterior do pesco~ose junta com as pro!. occipitais.

Na extremidade do apendice xif6idee onde falta 0 aparelho xif6ide em lugar corres-pondente: Vc. 15.

Na face iintero-lateral da espadua ao nfvel daarticula~ao acr6mio clavicular G I. 15.

Nos cotovelos.Nos c6ncavos dos cotovelos.(+) Nos punhos. No meio da prega do punho: MeS. 7.

Na extremidade inferior da goteira radial:P.9.

(+) Nas maos.Nos polegares.Nus extremidades dos dedos.

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Na face t:xterna, na parte mais saliente dogrande trocenter: VB. 30.

Na face 5.ntero-externa (entre a tibia e 0 peroneo),um grosso dedo transversa para fora da

crista tibial, um pouco acima da horizontal quepassa pelo cola do peroneo: E. 36 (SANN-Ll).Na fact: t:xterna da perna, diante do bordoanterior do peroneo, 5 dedos trans versos acimado ponto mais saliente do maleolo externo: VB. 38 .

.Nos cocavos politeos.(+) Nos tornozelos.

Abaixo do maleolo interno: R. 6.Abaixo do maleolo externo: V. 62.Entre a maleolo externo e a tend5.o de Aquiles,sobre a bordo superior do calcanea: V. 60.

(+) Nos pes.Nas plantas dos pes.

Na face superior do pe.Entre 0 10 e 20 artelho: F. 2.Entre 0 10 e 20 metartasiano: F. 3.

Na linha mediana, justamente abaixoda ap6fise espinhosa da 3' vertt:bra dorsal: VG J I.Nas linhas para-medianas, a direita e esquerda dalinha mediana, a dois dedos trans versos da linhamediana, entre as ap6fises transversas das 5' e 6'vertebras dorsais: V. 15.

2 - APLICA <;OES PM TICASaS gregos chamavam a Hercules tambem de "Daktylos", que significa

dedo; eo nome latino "medicus" (medico) nao e outra coisa senao 0 dedomedio. A tradi<;ao chinesa ensina: 1) os dois primeiros dedos de cada mao(0 polegar e 0 indicador) san tonificantes; 2) os tres ultimos dedos de cadamao (0 medio, 0 anular e 0 mlnimo) san calmantes.

Como utilizar os pontos? Na tecnica letargica ou dactilopressura,convem pressionar fortemente 0 ponto, tao logo ele seja bem localizado,com 0 dedo indicador ou outro. as pontos que nos interessam estaoindicados nas figuras 46, 47 e 48. E necessario praticar urn movimentocirculat6rio no sentido dos ponteiros do rel6gio. Este movimento deve

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prolongar-se até que se obtenham os resultados desejados que podem exigirum tempo mais ou menos longo, mas, geralmente, bastam alguns minutos.Os pontos podem ser pressionados ou massageados.

A seguir mostraremos alguns procedimentos para abolir dor de cabeça,dor de dentes e combater os vícios de drogas.

Dor de cabeça - O ponto é o VB20 indicado na figura 49. Outro pontoessencial, quando a dor está localizadana nuca, está indicado na figura 49.Dobra-se a mão até o meio e vê-sedesenhar a grande ruga, conhecidacomo "linha de cabeça". É aí que énecessário massagear. Ao tocar-se oponto, sente-se, quase sempre, uma pe-quena sensação dolorosa. Fig. 46

Dor de dente - O ponto é IG.I. Pressão contínua com o dedo

polegar, conforme está indicado na fi-gura 47. Poderá pressionar também ospontos indicados nas figuras.

Convém frisar que os pontos aci-ma indicados não irão curar ninguémde uma cárie ou abscesso dentário; maspermitirão que se espere a hora de che-gar ao dentista. Fig. 47

Para combater drogas - Paracombater drogas, principalmente otabagismo, o ponto fica no crânio,em sua face lateral, exatamente navertical do ponto mais alto do pavi-lhão da orelha, a cinco dedos dedistância para cima (fig. 48). Con-tudo, há outros 2 pontos situados naorelha e também indicados na figo

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48. O 10 ponto fica situado nessa pequena ponta que de certa forma constituia raiz da orelha.

O segundo no meio deste buraco que se forma ao pavilhão; é seme;-lhante de tal forma ao interior de uma ostra - que se chama concha. Enecessário pressionar e esfregar várias vezes por dia esses pontos paralivrar-se do tabagismo.

3 - INDUÇÃO À LETARGIAPrimeiro balançamos o paciente conforme está indicado na figura 36.

Depois mandamos que respire profundamente pelo nariz e expire pela boca,enquanto contamos até cinco. Logo após, pedimos que feche os olhos e queimagine uma sensação de calma, de bem-estar ou que viva em pensamentouma situação que lhe foi agradável. Logo depois do balanço inicial opaciente deverá deitar-se ou sentar-se (o melhor é sempre deitar-se). Em

Figura 49 - Os pontos que interessam aos letargistas são: Fong Chen (VB 20);Tien Tchou (V 10); Paé-Roé (Ve 20); Chao-Ting (Ve 19), todos assinalados nafigura acima, e também o 1nn-Trang, fora dos meridianos e assinalado na figura45.

58 - LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA

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Figura 50 - Observe a posição dos dedos da mão direita no toque básico. Ospontos VG 11 e V 15 (duplos) devem ser abrangidos pela mão como indicamas figuras 39 e 40, e, pressionados quando se procede ao balanço inicialindicado nafigura 36.Para suprimir a tensão, comprimir e soltar alternadamente o ponto VB 21 etoda área do ombro.

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seguida tocamos o ponto INN-TRANG, o VB 20, V 10 e o VG 19. Com opaciente sentado ou deitado de lado, poderemos ainda dedilhar a colunavertebral, várias vezes, de cima para baixo. Com o procedimento acimaindicado o paciente entrará rapidamente no primeiro estado letárgico, ouseja, obnubilação.

Para combater a insônia - deite-se de costas, deixe cair o braço e aperna esquerda fora da cama (fig 51). Respire profundamente umas 6 vezes.Dentro de alguns minutos, sentirá uma dormência ou formigamento nobraço e perna. Neste momento, troque de posição e faça a mesma coisa como lado direito. Depois, repita a operação deitando-se de bruços. (Semprerespirando).

A seguir, faça um "coquetel mental" que consiste em evocar uma escalacompleta de recordações sensoriais tranqüilizantes: lembrança de umamúsica suave, um quadro harmonioso, uma fruta saborosa, um perfumesuave, uma sensação cutânea agradável, a que se tem com um banho quente,por exemplo.

60 - LETARGIA E HIPNOSE SEIVIIVIAGIA

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Acrescente-se que o sono é grandemente facilitado pela absorção,antes de deitar, de um copo de coalhada ou iogurte misturado com umacolher de sopa de leite em pó e de uma colher de sopa de melaço preto.

Leite e melaço levam ao organismo o íon Cálcio Ca++ e a VitaminaB6, reconhecidamente sedativos e tranqüilizantes devido ao equilíbriohumoral que contribuem para estabelecer.

Há cerca de trinta anos, alguns médicos e psiquiatras, reunidos nosEstados Unidos, começaram a se interessar pela influência que as corespodem exercer sobre a mente humana.

Foi assim que nasceu a cromoterapia.Os pacientes passaram a ser tratados em quartos com paredes de cor

considerada benéfica ao seu estado de saúde, podendo a mesma técnica serutilizada sob a forma de vidros ou de lâmpadas de cor.

Para ajudá-Ios a pôr em prática uma cromoterapia caseira, preparamoso esquema que se segue:- o vermelho excita, aumenta a circulação sangüínea e a atividade respira-

tória. Ele provou ser um aliado eficaz contra a neurastenia, a melancolia,a apatia e a depressão nervosa;o rosa facilita o sono;o amarelo é a cor do sol, por isso esquenta, exalta, estimula o organismo ...reanima os linfáticos, mas excita os nervosos. Seu poder tonificante éexcelente contra a fadiga geral;

- o azul, cor do céu e do mar, repouso, calma, equilíbrio ... Favorece o sono.Um ambiente onde predomina o azul é ideal para o tratamento das doresde cabeça, das crises nervosas, da asma ... O azulão possui forças maisativas do que o azul-céu, contribui para o pleno restabelecimento dosconvalescentes e auxília na cura das doenças anêmicas;o verde, símbolo da natureza, é calmante por excelência. Ele relaxa,acalma as pessoas estafadas, previne as perturbações nervosas e cardía-cas. Excelente remédio contra o enfarte, o verde-claro convida à boa vida,à preguiça. O verde-esmeralda tonifica, aumentando, ao que tudo indica,os desejos sexuais;

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- o laranja estimula sem excitar. Tem se revelado excelente no combate àindolência, à depressão e às doenças mentais;

- o violeta, tendendo para o azul, acalma; para o vermelho, enerva. Ovioleta médio abranda as paixões.

- o marrom, assim como a cor de vinho, aumenta a resistência do doentee facilita a compreensão intelectual;

- o cinza é uma cor neutra e, como tal, facilita o equilíbrio e torna as funçõesorgânicas mais lentas. (Alain-Rollat). *

* (Apud Louise Chauchard. Truques paraVencer a Angústia, Ed. Nova Fronteira, Rio,1974, página 33).

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~CAPITULO VII

ESTADOS LETÁRGICOS 1*)

1° ESTADO: OBNUBILAÇÃOÉ um estado especialíssimo de nossa natureza, quando estamos com a

musculatura relaxada; toda ela está em "resolução". Esta é a denominaçãotécnica que adotamos. Em termos mais simples: relaxamento muscular.

Fig. 52 - Toque básico paraindução ao r estado letárgico.Obeserve a posição da mão dooperador.

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Neste estado o paciente cochila e fica semiconsciente. A impressão éde quem está para adormecer. Não tem idéia exata do que está acontecendocom ele, apesar de sentir o "gozo" de quem está adormecendo. Faz movi-mentos com os braços, cochila, como quem quer dar mostras que não dormee, contudo, está mais para lá do que para cá, em assunto de sono. Pode dar-secom ele o que acontece com qualquer pessoa próxima de adormecer: acordarsobressaltado, como quem leva um susto ao "pressentir" que cai numprecipício; houve um desequilíbrio, e a reação veio para repô-Io em estadonormal. Este "susto" é conseqüência da entrada em ação da medula. Estesfenômenos (cochilos, a convicção que não dorme, ou não sonha e, contudo,dorme e sonha ...) se dão mais vezes quando se dorme sentado e... duranteconferências, discursos, sessões solenes ...

Difere muito do estado hipnótico porque a palavra hipnose significadormir, estado de dormência, e o nosso 2° estado de letargia é apenas estadode adormecimento, mas não uma verdadeira inconsciência; a consciênciaestá perfeita, - apenas o indivíduo sente-se como que cansado, e temvontade de dormir.

Sem hipnestesia, isto é, sem nenhuma sensação de sono, o pacientedorme; fecha os olhos; faz a revolução do globo ocular, que instantes após,fica completamente insensibilizado; respira cadenciado, ritmo perceptívele naturalmente passa para o 3° estado.

o indivíduo não sente dor na epiderme e na derme - zonas onde asensibilidade é mais aguda, onde estão localizados os terminais nervosos,últimas ramificações do sistema nervoso.

Pode ser beliscado, batido, puxado pelos cabelos e nada sentirá. Issonão contradiz o que foi afirmado acima: na letargia tudo é consciente. Oque se dá é o seguinte: o paciente não se dá conta, não reage, por não sentir,não ver o que se passa com ele. Nada há nada na inteligência que não tenhapassado pelos sentidos.

N.A. - Extraído do fascículo esgotado: "Não leiam (Letargia)".O próprio Irmão Vitrício foi o primeiro a publicar, em 1956, em fascículo sobre sua especialidade, intitulado"NÃO LEIAM ... (LETARGIA)".Posteriormente, incumbiu-nos de refundir e ampliar o mencionado trabalho, desde há muito completamenteesgotado. Foi o que fizemos em nosso livro - NOÇÕES DE LETARGIA - que além do histórico, da bibliografiaespecializada, e do glossário bastante aumentado, apareceu com capítulos que não constavam daquela publicação.As assertivas do presente capítulo são de inteira responsabilidade do Irmão VitrÍcio.

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Este estado foi muito utilizado por Charcot nas suas demonstrações naSalpêtriere.

Fig. 53 - O Comissário Severino Rocha no 6° estado letárgico, sob as vistas deFederico Abente, é estapeado pela jovem sem sentir a menor dor.Rocha, aos 86 anos (aparenta 60), faz prodígios com auto-hipnose e deslumbraos aficiOlwdos.

5° ESTADO: FLACIDEZ MUSCULAR OURELAXAMENTO

Atinge a flacidez e o verdadeiro amolecimento muscular (perda dotônus).

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6° ESTADO: INSENSIBILIDADE MUSCULARPROFUNDA

Embora com a sensação de estar acordado, o paciente não sabe o queacontece consigo. Varadas suas massas musculares por longas agulhas, sóquando o letargísta chama sua atenção percebe que está transpassado poragulhas .

.~ . :@-.; ~

Fig. 54 - Quarto e quinto estado letárgicos acumulados, rigidez de algunsmembros e flacidez de outros.

7° ESTADO: PRÉ-SUGESTÃOIniciam-se os estados predominantemente psíquicos. O paciente tor-

na-se sugestionável. Alguns antecipam o fenômeno de "andar dormindo"(sonambulismo), que é a característica do 13° estado.

8° ESTADO: SUGESTÃOImpropriamente chamado alucinação, se bem que nele se possa pro-

duzir alucinação. Quem diz alucinação, confunde a parte com o todo,já queisto é um dos fenômenos possíveis de serem realizados neste estado.

As sensações características são de frio, calor, bem-estar, mal-estar,medo, confusão de bebidas, coragem; tocar os mais variados instrumentos,cantar como um "Caruso" e muitas variantes outras; personifica o pescador,o jóquei, o dançarino exímio, com ou sem par, o esportista, o orador, omaestro de música, executando todos os movimentos, tomando todas asatitudes para "encarnar" os papéis todos com perfeição. É o estado "teatral",

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e o mais empregado, nas representações ,e exibições dos artistas, dos quaisfalamos na primeira parte deste estudo. E a diversão do povo.

Este estado pode ser provocado pelo éter, pelo lança-perfume ... e oCarnaval que fale! Sugestionados, por exemplo, na dança, agüentam noitesinteiras, demonstrando uma resistência incrível (uma pessoa dançandodesenvolve capacidade de caminhar 50 ou mais quilômetros, sendo que adança de uma valsa normal exige um "passeio" de mais de mil metros, deacordo com observações e experiências realizadas). Daí o abuso de bebidas,de narcóticos, que favorecendo a sugestão, aumentam a capacidade demovimentos, até o frenesi, nas festas mundanas.

Coloca-se o paciente no 80 estado para receber sugestões de melhorar:nos estudos, nos esportes, memorizar com facilidade, abandonar vícios, etc.

9° ESTADO: INSENSIBILIZAÇÃO VISCERALPROFUNDA

Relaxação muscular completa, em virtude da insensibilidade acumu-lada dos estados, 30 e 60, agora em apogeu. O paciente nada sente. Perce-bem-se as vísceras isoladas sob a capa abdominal. Isquemia. Anestesiaoperatória.

10° ESTADO: HIPNOSE PROPRIAMENTEDITA OU HIPNOTISMO

Cremos que entramos aqui no terreno que interessa à medicina, psico-logia e odontologia por causa da denominação de "hipnose propriamentedita". Mas em letargia a hipnose é o acúmulo de todos os estados anteriores,quer dizer, é um acúmulo de estados.

Neste estado os fenômenos começam a se estender em amplitude. Atéagora tínhamos falado em insensibilidade fisiológica. Começa então umaoutra, insensibilidade psíquica. Entramos no psiquismo, na terapêuticapsiquiátrica. É campo experimental para o vencimento de complexos, tiquesnervosos, abulias, amnésias, escrúpulos, ansiedade, frustrações, inibições,tartamudez (gagueira); para incutir medo, coragem; para produzir pânico;corrigir defeitos, vícios, tiques, hábitos. É terreno vasto para a moralpastoral.

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Os fenômenos característicos deste estado são: regressão da memória.O paciente recorda cenas da infância, torna -se capaz de verificar exatamenteem que idade aprendeu a falar, ler, contar, escrever, a andar de gatinhas, achorar, a mamar, etc ...

Transição para o sonambulismo. Aumenta no paciente a capacidadede direção. Procura, portanto, dirigir-se dormi,ndo para tudo e para todosque sente ou que pressente no seu perimundo. E, de certa forma, um estadode ansiedade que tende para a definição do sonambulismo.

Anda dormindo, de olhos abertos ou fechados. Perfeição das sensaçõescinestésicas. Estando-lhe suprimida a visão, apresenta hiperestesia de com-pensação nos outros sentidos.

14° ESTADO: PRÉ-TRANSE (*)Aproxima-se a culminância do psiquismo na escala letárgica. Tendên-

cia à hlpersensibilização (pólo oposto da insensibilização). Se o pacientenão consegue transpor esse estado, regressa a um dos anteriores que melhorse coadune com sua natureza em particular. Se o transpõe, alcança o"transe".

15° ESTADO: TRANS~MODERADOEstado hipniátrico, de hipniatria. É amplitude do subcosciente. Nesta

fase letárgica o paciente torna-se apto, após exercícios, para reproduzirpoesias de autores vivos e mortos; para fazer, na hora, versos de cadênciae rimas indicadas; para fazer diagnósticos; para descrever cenas acontecidashá muitos anos; para escrever os "ditados", as "mensagens" do "além" parao aquçm; para falar e escrever em línguas estranhas, etc.

E uma condição psicológi,ea, porque há um levg.ntamento psicológico,ao lado de um, vamos dizer, abatimento fisiológico. E nesse estado de transeque somos também religiosos, que temos um ideal, que adquirimos a idéiade fidelidade, de harmonia, de cooperação. Todos são estados reduzidos detranse, mas necessários.

(*) N.A. - o transe pode ser desencadeado por diversos procedimentos:a) na letargia: com toques letárgicos, música, batuques;b) no hipnotismo: por indução hipnótica;c) nas sessões espíritas: toques, passes, batuques, ponto cantado, ponto riscado;d) na medicina: drogas químicas;e) emoção: uma emoção violenta também conduz ao transe;f) autotransejg) transe espontâneo: (quase sempre patológico).

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"Observando com atenção a atividade dos médiuns e das videntes,descobrimos logo que a maioria dos fenômenos de conhecimento extra-sen-sorial se produzem quando o "percipiente" (dotado de percepção) seencontra num estado especial de dissociação psicológica que libera osubconsciente da intervenção do Eu consciente. Este estado é caracterizadopelo relaxamento da atenção, uma espécie de distração em relação ao meioe, de abandono do controle consciente, realizando o que se chama de transe.

Tornamos a encontrá-Io, em graus diversos, em todas as manifestaçõesmediúnicas: na entrada em contato com a mesinha como no "sim-sim", naescrita automática, no copo falante, na psicoterapia, etc.

Sempre o operador deve pôr-se num estado de relaxação, de recolhi-mento que é constituído mais de receptividade do que de atividade; mais depassividade do que de tensão: é necessário apagar ou pelo menos reduzirdo mínimo possível a consciência psicológica para permitir que o subcons-ciente aflore, domine sem ser molestado por nenhuma censura reflexa oupor contr91e voluntário, e se manifeste sem a intervenção do Eu que foiabafado. E então o "Outro Eu" que predomina com todas as suas insondáveisriquezas de percepção e sobretudo de associações espontâneas de imagens.

Quanto mais uma pessoa está treinada, tanto mais rapidamente entranesse estado de transe, da mesma maneira que as pessoas acostumadas aadormecer por auto-sugestão chegam muito depressa ao estado de sonoquando elas querem.

A entrada em transe pode ser o efeito de um esforço voluntário derelaxação total, como quando não encontrando uma palavra esquecida, umnome, dizemos: "Não procuremos mais; não pensemos mais nisso: issovoltará sozinho", a fim de deixar o subconsciente continuar só a investiga-ção sem ser perturbado pelo esforço voluntário de procura. Esta concentra-ção do transe tem isto de notável por não ser uma tensão em direção a umobjeto já visto e sobre o qual aplicaríamos o olhar da imaginação: é antesum esforço de abstração em relação a todas as sensações, a todas asrepresentações intelectivas ou imaginativas, a fim de tornarmo-nos inteira-mente passivos e receptivos em relação ao subconsciente".

Mas existe também o transe provocado. Ele pode ser desencadeadopor meio de drogas e estupefacientes. Pouco importa se é a escopolaminadoratosa e o doruro de amônio usado pelos médicos para narcoanálise ouse é o peyote ("a planta que faz os olhos maravilhosos") dos índiosmexicanos, o yague dos peruanos ou mesmo a morfina dos nossos terreiros,ingerida para receber espíritos. O fim é diferente, mas o estado provocadoserá sempre e essencialmente o mesmo. Existe toda uma literatura consa-grada aos meios de provocar a evasão aparente do homem para fora de siou seu contato com seres misteriosos.

O modo mais habitual e corrente para conseguir o transe será a sugestãoverbal direta e temos então, como resposta, a hipnose propriamente dita.Mas ela só difere dos outros transes no modo como é provocado. Igualmente

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sobre isso existe vasta literatura especializada, não raras vezes misturad:com muita fantasia e formidáveis exageros".

Se o paciente não regressar espontaneamente, ou se não for reconduzido aos estados anteriores, atinge a uma situação desarmônica, que s(caracteriza por maior ou menor descontrole muscular e nervoso do tipeconvulsivo. Seus músculos adquirem plasticidade e resistência incríveisContorções e quedas vi,olentas, sem entretanto, contundir-se praticamente

17° ESTADO: PRÉ.PROSTRAÇÃODo cansaço proveniente do estado anterior, surge certo erijecimentc

muscular, seguido de relaxação. O paciente deixa-se ficar deitado no chão.gemendo baixinho.

18° ESTADO: PROSTRAÇÃODefine-se o aniquilamento psicossomático. Sobrevém o torpor. Neces-

sidade de descansá completo. Dura, em geral, 2 minutos.São esses, brevemente comentados, os 18 estac!os da Letargia, nos

quais estão incluídos a "catalepsia" e a "hipnose". E, sem dúvida, umaacepção nova, para produção e experiência, em extensão e minúcias, dosfenômenos paranormais, até então dominados pelos processos hipnóticos.

Fig 54 - O DI'. César Santos Silva toca com um canivete o globo ocular de umapaciente allestesiada pela técnica letárgica. Observe a reversão do globo ocular.Dentre os sinais físicos, indicativos de estado de hipnose, destaca-se a posiçãodos olhos

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"CAPITULOvm

REGRESSÃO DE MEMÓRIA

I - Um dos capítulos mais interessantes e mais controvertidos da hipnoseé a regressão de memória ou regressão de idade. Para os leigos é umapanacéia que soluciona todos os traumas.A regressão de idade é um fato ou um artefato? É uma realidade ouuma fantasia?À luz dos trabalhos de Erickson, Kubie e Weitzenhoffer há 3 tipos deregressão: Tipo I - é chamado desempenho de um papel, isto éartefato; Tipo 11- um verdadeiro retorno a um estado psicofisiológicopassado; Tipo 111 - estado em que as duas condições anteriorescoexistem. A regressão tipo 11só se consegue com o paciente em estadode hipnose profunda.Nenhum tribunal aceita confissão de réu em estado de regressão,porque os próprios especialistas se contradizem.Para esclarecer o tema vamos citar a opinião de quatro autores abali-zados. Os leitores tirarão suas próprias conclusões.

11- JUNG - Para vários autores, Jung em particular, consideram a regres-são como uma espécie de peça teatral onde o paciente é um ator quedesempenha seu papel.

111- JEAN DAUVEN (médico e hipnólogo francês:Regressões à Primeira InfânciaAs regressões experimentais no tempo podem ser comparadas àsfaçanhas do grande período do sonambulismo. Não se diz mais aoindivíduo hipnotizado que ele está viajando para outro continente oupara a lua, mas sim que ele é novamente uma criança. E o indivíduoregride a esta idade em poucos momentos. Os experimentadores nãoficam perturbados pelo fato de o indivíduo, que, supostamente, nãotem mais do que seis meses de idade, entenda o que eles estão lhe

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dizendo. Não pensam, nem por um momento, que uma criança tãonova seria incapaz de entender o que eles querem, e que, portanto,não poderia obedecer às instruções de retornar à idade normal - e,assim, teria de permanecer na idade a que havia regredido!

Ninguém parece ter notado este detalhe; no entanto, as reportagens eartigos nunca param de criticar as circunstâncias destas regressões. Osindivíduos regredid'os são testados para que se certifiquem de que eles nãoregrediram mais do que à idade prescrita. Então, os incidentes ou cenas dainfância a que eles se referem são conferidos para verificar se realmente

/ aconteceram.A concentração da memória certamente permite que alguns indivíduos

lembrem-se de detalhes esquecidos e, sem dúvida, permite-lhes reviveracontecimentos distantes que não fazem mais parte da sua memória norma!.Porém, são necessárias provas melhores que testes de interpretação deborrões de tinta ou de desenhos infantis, antes de podermos afirmar que ahipnose pode obliterar tudo do cérebro, de modo que o indivíduo não selembre de nada além da idade a que regrediu, a não ser as palavras que irãoterminar com a regressão. Os testes de borrões de tinta e desenhos podiamser feitos com a mesma inocência por indivíduos que não estivessemhipnotizados. Tampouco os gestos e as entonações infantis dos indivíduosregredidos são provas adequadas de regressão absoluta; imitadores lúcidospodem reproduzir versões que são tão boas quanto estas.

Associando estas duas possibilidades, alguns investigadores concluí-ram que, sob hipnose, o paciente devia conseguir lembrar-se da vida feta!.Alguns indivíduos até corresponderam a esta expectativa. Em 1953, noJournal ofMental Science (Revista de Ciência Mental), o Dr. D.E.R. Kelseypublicou as lembranças pré-natais de uma mulher que, sob hipnose, lem-brou-se de que sua mãe havia usado um bico de clister para tentar interrom-per a gravidez na sexta semana. Regredindo ainda mais, lembrou-se de suaovulação e do doloroso impacto causado pela ejaculação dos esperma-tozóides. Um paciente lembrou-se de sua própria fertilização e tambémdo desconforto que lhe causava a determinação de seu pai em manterseus deveres conjugais.

O famoso caso Bridey Murphy, ocorrido nos Estados Unidos, em1956, que relataremos a seguir, deu origem a milhares de reuniões onde aspessoas se "reencarnavam" à vontade. Um hipnotizador chegou até aanunciar que podia encontrar uma existência anterior para qualquer pessoaque lhe pagasse uma taxa de 25 dólares, é claro.

No mesmo período, um tal de Dr. Tawney, almejando o mesmosucesso, publicou uma regressão de cinco mil anos. Uma mulher lembrou-se

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até de ter vivido no Egito dos Faraós, três mil anos A.c. Sete sessõeshipnóticas, alguns capítulos introdutórios e o livro estava escrito, tendo asua primeira edição vendido centenas de milhares de cópias. O atraentesubtítulo anunciava que a hipnose fornecia provas de reencarnação. O autorera descrito como "Presidente da Associação Nacional dos Hipnotizadorese Terapeutas". O prefácio era escrito por Bordeaux, "Consultor de Psicolo-gia e Psicoterapia". A. Bordeaux, que era também autor de um trabalho, eLe Cron, de Los Angeles, foi atribuída a indução hipnótica em 60 fraciona-mentos (re-hipnotizações múltiplas em uma sessão) - recorde mundial.

Estando a hipnose reduzida a isto, é fácil compreender por que osgrupos científicos sérios dos Estados Unidos franzem o cenho ao escu-tarem a palavra "hipnose". (15)IV -GEORGE ALAKIJA (médico psiquiatra e hipnólogo):

Em determinadas fases da vida, o indivíduo vai encontrando aconte-cimentos que estavam esquecidos e que muitas vezes representamsoluções definidas para o seu problema atual, pois esclarecem porqueo paciente está apresentando determinados sintomas. Não se pense queisso acontece sempre resolvendo assim facilmente todos os casosclínicos, curando todas as neuroses. Nem todos os distúrbios psíquicospodem ser tratados dessa forma.Regressão a vidas passadas e terapia de vida passada não constituem

matéria de hipnose e sim de parapsicologia: Nunca utilizei esses procedi-mentos na minha clínica. *

A Regressão está dentro de um posicionamento analítico e seu usoterapêutico consiste, como já falamos, em ir buscar em alguma época davida atual do paciente as causas de seu sofrimento.

Quando se regride um paciente a um determinado período de sua vidae se descobre acontecimentos traumatizantes, a terapia está começando. Nãobasta isso para curar ou aliviar o indivíduo. Não basta ser médico ehipnotizar bem, mas é necessário, se não for psiquiatra, que esteja familia-rizado com aquele tipo de terapia. Os relatos impressionantes feitos porpessoas leigas e, o que é pior, também por profissionais não habilitados,dão uma visão distorcida desta técnica. Uma única sessão de regressão,mesmo quando os resultados são miraculosos, nada significará se o pacientenão for acompanhado, fazendo outras sessões hipnoterápicas e também emvigília. (1)

* N.AA. A escola de Rhine, nos USA, não faz nenhuma experiência parapsicológica com pacientes hipnotizados.O próprio Rhine, Pai da moderna Parapsicologia Experimental, afirmava: "a hipnose já foi egressa e promovidada Parapsicologia". Contudo a escola francesa e a escola russa utilizam a hipnose.News Experiments in Parapsychology - J. B. Rhine. FRNM, DURHAM, N. C. (U. S. A.), 1980.

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v - DAVID AKSTEIN (médico psiquiatra e hipnólogo):Erickson procurou provar ser a regressão um fato e não um artefato,regredindo um paciente hipnotizado de trinta anos para um ano deidade. Colocou-o em um tipo especial de cadeira, cujo encosto, em umdado instante, podia cair subitamente. Uma pessoa adulta ou umacriança de mais idade em geral reage estendendo os braços e pernasno sentido de obter um equilíbrio do corpo. No entanto, no pacienteregredido àquela idade, aquela reação não apareceu; contudo, outra,inesperada, apareceu: o paciente urinou nas calças! Teria havidosimplesmente um desempenho de papel?- É difícil de se provar, devendo-se também levar em conta queErickson é um dos mais experimentados hipnologistas da atualidadee, por certo, não se deixaria enganar com facilidade. Todavia deve-seaguardar novas experiências semelhantes para uma total avaliação doproblema.Diversos testes psicológicos têm sido feitos para provar que é umarealidade a regressão hipnótica em vários níveis de idade. Assim, têmsido feitos testes de associações verbais como, por exemplo, aqueleem que são feitas perguntas que o indivíduo não sabia responder naidade a que foi regredido. Este teste é falho, pois permite facilmente asimulação. Outro teste é o da velocidade da leitura, a qual é medida naidade regredida, para comparação com a que o paciente apresenta noestado normal de vigília. Também, pela mesma razão anterior, poucovalor tem. Os testes de inteligência (exemplo: de Binet-Simon), igual-mente aplicados com a mesma finalidade, são também sujeitos a falhas,resultantes principalmente da simulação. Os testes de memorização,em que os pacientes recordam fatos nas várias idades regredidas e quepodem ser comparados com um grupo de controle, podem ser consi-derados de grande valor. O hipnotista, porém, deve precisar bem asdatas e os fatos a serem memorizados pelo paciente em cada idaderegredida.O EEG tem servido de meio de pesquisas para aferição da verdadesobre a regressão de idade. Entretanto, cremos que é absolutamenteimpossível, por exemplo, mediante uma regressão à bem tenras idades,obter um traçado indicando EEG imaturo. Foi o que observaramSchwarz e colaboradores, True e Stephenson, McCranie, Crasil-neck e Teter, e outros, que submeteram ao EEG pacientes sob·regressão hipnótica a idades bem tenras, não tendo verificado qualquermodificação no traçado que pudesse indicar EEG imaturo. (2)

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~CAPITULO IX

I- O CASO BRIDEY MURPHY

o mais famoso caso de pseudoreencarnação, ocorrido nos EstadosUnidos da América do Norte, já foi analisado com detalhes por autores deescol. Entre outros: Anatol Milechnin, Galina Solovey, Jean Dauven,Robert Amadou, Léon Chertok e Dom Estêvão Bettencourt, OSB.

"Em 1956, apareceu nos Estados Unidos, de repercussão internacional,traduzido para vários idiomas, inclusive português, o livro The Search forBridey Murphy (Em Busca de Bridey Murphy), escrito pelo comerciantee hipnotizador aficionado Morey Bernstein, de Pueblo Colorado (USA).

Berstein não era especialista no assunto, mas dado o sensacionalismodespertado, em poucas semanas venderam-se 170.000 exemplares.

li - Transcreveremos a seguir o resumo do relato feito por DomEstêvão Bettencourt, no seu excelente livro: Reencarnação: Prós e Con-tras, cuja leitura recomendamos. *

Que se terá dado propriamente?Depois de haver colocado a Sra. Ruth Simmons em profundo estado

hipnótico, Bernstein ligou o seu gravador a fim de fixar fielmente a tramado diálogo que ele estava para empreender com a paciente. A seguir,começou a sugerir-lhe regressão no tempo, levando-a a descrever episódiosocorridos aos seus sete anos de idade, aos cinco, aos três, ... Depois de haverfeito Ruth atingir a idade de um ano, pediu-lhe que retrocedesse para temposainda mais remotos, desse "o grande salto" e se esforçasse por descrever oslocais e as cenas correspondentes a uma vida anteriormente passada aquina terra (destarte Bernstein queria tentar uma experiência que ele mesmo

* N.AA. Ruth Simmons é o pseudônimo de Virginia Tighe. No citado livro ela aparece sempre com o pseudôrnino.N.AA - REENCARNAÇÃO: PRÓS E CONTRAS. Ed. Maler Eclesia.Pedidos para: Escola Mater Eclesia. Rua Benjamin Constant. 23 - 3° ando 20241-150 - Rio de Janeiro - RJ.

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nunca fizera, mas que ele sabiajá ter sido realizada por médicos, psiquiatras,engenheiros e outros técnicos do hipnotismo).

Ruth, de fato, rendeu-se a intimação e pôs-se a contar uma histórianova, que ela foi desenvolvendo em sucessivas sessões de hipnotismo, atécompletá-Ia; entrementes, Bernstein e os demais observadores se admira-vam grandemente: Bridey Murphy (assim se teria ela chamado nessa vidaanterior) haveria nascido em Cork, na Irlanda, aos 20 de dezembro de 1798,como filha do casal Duncan Murphy, advogado, e Kathleen Murphy.

Habitâvam em uma casa de madeira. Aos 17 anos de idade, conheceuo filho do advogado John MacCarthy, o jovem Brian MacCarthy, com oqual se casou mais tarde, indo ambos residir em Belfast; moravam perto deDooley Road, numa pequena mansão freqüentemente visitada pelo Pe. JohnGoran, da igreja de Santa Teresa. Bridey comprazia-se então tocar lira,dançar o bailado irlandês chamado "jiga matinal" e jogar cartas (o jogo dito"da fantasia"). Seu marido lecionava Direito na "Queen's University" deBelfast e escrevia para o periódico "News-Letter" dessa cidade; Brideylembrava-se muito bem de que comprava sua roupa na loja "CadennsHouse". Enquanto falava, a paciente tomava sotaque genuinamente irlan-dês, usava de expressões raras e típicas da Irlanda, de modo a não deixardúvida de que realmente estava revivendo episódios históricos. Finalmentenarrou a sua morte, ocasionada por um tombo; descreveu, outrossim, osseus funerais e a sua existência subseqüente no "astral", após a qual se teriade novo encarnado no ano de 1923 nos Estados Unidos da América.

À guisa de ilustração, transcrevemos aqui um dos trechos finais dodiálogo de Bernstein com Bridey Murphy:

Prossigamos até o tempo de sua morte ... Você disse que assistiu aosseus próprios funerais. Viu como a enterravam. Não é?

-É.- Bem. Se se lembrava disso, deve lembrar-se também do ano em que

morreu. Talvez o tivessem marcado na cova ou numa lápide ou onde secostuma fazer. Provavelmente presenciou isso. Em que ano foi?

- Foi ... em mil oitocentos ... uhmmm ... mil... um-oito-seis ... quatro.- Um-oito-seis-quatro?- Estava na lápide ... um-oito ... creio ... Vi um-oito-seis-quatro (1864).- Está vendo a lápide agora?- Estou.- Que diz ela? Leia tudo o que está escrito, além dos números. Que

está escrito?- Ah ... Bridget ... Kathleen ... Uhmmm ... M ...MacCarthy ...- Talvez os primeiros números lhe possam dizer quando nasceu.

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- Um ... sete ... nove ... oito.- Bem. Agora, que dizem os outros números?(Nesse ponto ela fez um movimento com a mão, ao dizer "Há um

traço").- Um ... Há um traço ... um traço e depois ... um-oito-seis e quatro.- Está certo. Esqueçamos isso. Descanse e relaxe o corpo.Tão minuciosas é verossímeis eram as informações fornecidas por

Bridey Murphy a respeito da sua "pré-vida" que os observadores se impres-sionaram. Resolveram então enviar à Irlanda uma comissão de repórteres eperitos encarregados de examinar até que ponto tais notícias podiam cor-responder à realidade; os resultados do inquérito deram a ver que, ao ladode elementos imprecisos ou incoerentes, Bridey havia referido muitos dadosque, de fato, eram fiéis à realidade.

À guisa de espécimes, citamos aqui os seguintes tópicos:Bridey: Teria nascido em Cork no dia 20 de dezembro de 1798, e

morri do em Belfast num domingo do ano de 1864.Realidade: Os registros irlandeses de nascimentos não são anteriores

ao ano de 1864; nenhum deles refere nascimento ou morte de BrideyMurphy. Também não se encontrou diretório da cidade de Cork quemencionasse a sua família. Poder-se-ia supor que, como esposa de umadvogado, tivesse deixado um testamento, coisa da qual não foi encontradovestígio. Nem a imprensa de Belfast noticiou a morte de Mrs. BrideyMacCarthy em 1864.

Bridey: "Raspei toda a pintura de minha cama ... de metal", quandotinha 4 anos (1802).

Realidade: Antes de 1850 não se usavam camas de metal na Irlanda.Bridey: Como criança, teria feito uma excursão a Antrim. "Aí há

alcantis. A água corre, as águas dos riachos correm rápidas e formamredemoinhos ... quando chegam ao mar. .. Os alcantis são realmente bran-cos".*

Realidade: Descrição notavelmente exata.Bridey: Ter-se-ia casado com Sean Brian MacCarthy.Realidade: Brian é o segundo nome do esposo atual de Virgínia Tighe

(ou Ruth Simmons).Bridey: Brian teria sido professor de Direito na "Queen's University"

de Belfast e haveria escrito alguns artigos para o "News-Letter" dessacidade.

* N.AA. ALCANTIL: I) Despenhadeiro escarpado.2) Rocha escarpada, talhada a pique.

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LETARGIA EHIPN •.SMEM~jê'S 7

CATAI'JDUVA·SP

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Realidade: A "Queen' s Uni\'ersilY" só foi fundadLl em 1908: desde1849 havia, sim, um "Queen' s College" em Belfast. mas nenhuma Facul-dade de Direito. - Quanto ao "News-Letter" de Belfast, existiu, mas em seusarquivos não se encontra artigo algum de Brian.

Bridey: Muitas vezes preparava para Brian "um bom prato irlandês":um cosido de carne de vaca e cebolas.

Realidade: Tal prato só nos últimos cinqüenta anos é comum naIrlanda; anteriormente, a alimentação típica se preparava com toucinho ecouve.

Bridey: Teria morado perto de Dooley Road. "Eu freqüentava a igrejade Santa Teresa ... na rua principal ... quase na esquina de Dooley Road."

Realidade: Segundo John Bebbington, bibliotecário de Belfast, nuncaexistiu nessa cidade uma dita "Dooley Road"; quanto à igreja de SantaTeresa, data de 1911.

Bridey: Haveria comprado sua roupa no "Caddens House"; recodava-se até de ter pago certa vez uma libra e seis pences por uma camisola.

Realidade: Não se descobriu vestígio do "Caddens House"; na épocapressuposta seria acontecimento muito estranho vender-se uma camisolapor preço tão elevado.

Bridey: Referindo-se aos seus conhecimentos musicais, declarou quetocava a lira.

Realidade: Richard Hayward, conceituado harpista irlandês, asseguraque a lira nunca foi conhecida na Irlanda.

Bridey: Interrogada acerca dos nomes de algumas companhias deBelfast, declarou: "Havia uma grande companhia de tecelagem.

Sim, uma tabacaria ... "Realidade: Com efeito. Uma das mais importantes fábricas de cigarros

de Belfast, Murray Sons and Company, foi fundada em 1805; a "BelfastRop work Company", constituída em 1876, formou-se de pequenas empre-sas que já tinham muitos anos de existência.

Todavia, ao lado de tão entusiastas adeptos, havia também observado-res e cientistas que mantinham suas reservas em torno do caso "BrideyMurphy". Sabiam que o hipnotismo, no decorrer da história, já apresentarasemelhantes fenômenos de regresso à "encarnação anterior", fenômenosque podiam, sem dúvida alguma, ser explicados por impressões colhidaspelo paciente dentro dos trâmites mesmos da vida corrente. Sendo assim,puseram-se a pesquisar atentamente o currículo de vida juvenil de VirgíniaTighe e chegaram finalmente a uma explicação do caso bem diferente dapreconizada (veja-se a respeito o pronunciamento de abalizada comissão demédicos e psicólogos que estudaram o caso na obra "A scientific Report on78 - LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA

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'The Search for Bridey Murphy''', edited by Milton V. Kline - The JulianPress, Inc. New York, N. Y. 1956).

Mais precisamente, pergunta-se, que descobriram os estudiosos?

11- A GENUíNA INTERPRETAÇÃOEm Chicago o Rev. Wally White, pastor de um templo que Virgínia

Tighe outrora freqüentava, aplicou-se à análise cuidadosa das circunstân-cias da juventude dessa paciente, conseguindo finalmente atingir as fontesde suas "revelações" ...

Verificou, sim, que Virgínia, por muito tempo, a partir dos seus seteanos de idade, habitara em Chicago, do outro lado da mesma rua em queresidia uma senhora irlandesa denominada Bridie (não Bridey) MurphyCorkeJl; ajovem freqüentava assiduamente a casa dessa pessoa, que ofere-cia ambiente tipicamente irlandês, onde Virgínia dançava a "jiga" e decla-mava poesias regionais da Irlanda, reproduzindo até mesmo a pronúncia eas expressões lingüísticas dos habitantes desse país; Virgínia aos poucostornou-se mais e mais interessada por quanto via e ouvia nesse meioirlandês, já que entrou em namoro com o filho de Bridie Murphy Corkell,chamado João (Sean, em irlandês regional); no seu pretenso enredo deencarnação anterior, "Bridey Murphy" chegava a dizer que se casara comSean MacCarthy!. .. Ficou outrossim averiguado que aos sete anos de idadeVirgínia raspara realmente a pintura de sua cama, e em conseqüencia foraseveramente punida (o que lhe causara, por certo, profunda impressão). Osperitos reconheceram igualmente que muitos nomes de pessoas e lugaresda Irlanda, assim como certos episódios da vida na Irlanda descritos porBridey Murphy no seu enredo, haviam sido manifestados à Virgínia pelocontato assíduo que a jovem tinha com a colônia irlandesa freqüentadorada casa de Bridie Murphy Corkell. Assim puderam os estudiosos chegar àconclusão de que os pormenores, por vezes tão vivos e realistas, da"pré-vida"de Virgínia Tighe nada mais eram do que noções adquiridas pelapaciente no decorrer mesmo da vida atual, tornando-se então inútil earbitrária a explicação reencarnacionista.

A revista "Life" (edição inglesa) de 6/VIIU56 encarregou-se da divul-gação dos resultados dessas novas pesquisas sobre o caso de "BrideyMurphy", esclarecendo assim a opinião pública; o mesmo foi feito pela"Seleções" no Brasil.

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Em conseqüência, a comissão de médicos e psicólogos norte-america-nos mencionados atrás exortava seriamente o público a não empreeendernem tolerar a prática da hipnose a mero título de divertimento. Os hipnoti-zadores autodidatas ou amadores, ignorando o alcance da sua técnica, assimcomo a responsabilidade moral que sobre eles pesa, podem facilmentedeformar a personalidade de alguém, incutindo-lhe atitudes mais ou menospermanentes de dupla personalidade, de devassidão moral, de desequilíbriomental, etc.

Assim se desfez o sensacionalismo em torno do caso de BrideyMurphy. Não houve regressão a vidas passadas.

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"CAPITULO X

,A IGREJA CATOLICA

E A HIPNOSE

A Igreja, através do pronunciamento de três Papas: Pio IX, Leão XIIe Pio XII, já se pronunciou favorável ao emprego da hipnose como coadju-vante de terapia - desde que sejam respeitadas as prescrições da ética e damoral.

Importante discurso de conteúdo atualíssimo pronunciou o Papa PioXII, no dia 24 de fevereiro de 1957, perante uma seleta assembléia declínicos, cirurgiões, cientistas e anestesistas.

Na ocasião o Santo Padre falou em francês. O texto que aqui reprodu-zimos é dos Serviços de imprensa do Vaticano.

O IX Congresso Nacional da Sociedade Italiana de Anestesiologia, quese realizou em Roma de 15 a 17 de outubro de 1956, apresentou-nos, porintermédio do Presidente da Comissão organizadora, o Professor PedraMazzoni, três questões, sobre os aspectos religiosos e morais da analgiaconsiderada perante a lei natural, e sobretudo perante a doutrina cristãcontida no Evangelho e proposta pela Igreja.

"Mas a consciência pode também ser alterada por meios artificiais.Obter este resultado, ou pela aplicação de narcóticos ou pela hipnose (quese pode chamar um analgésico psíquico), não difere essencialmente sob oponto de vista moral. A hipnose, contudo, mesmo considerada só em si, estásubmetida a certas regras. Seja-nos permitido a este propósito lembrar abreve alusão ao uso médico da hipnose, que fizemos no princípio daalocução de 8 de janeiro de 1956, sobre o parto natural indolor.

Na questão que nos ocupa presentemente, trata-se de uma hipnosepraticada pelo médico, a serviço de um fim clínico, observando as precau-ções que a ciência e a moral médicas requerem, tanto do médico que a

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emprega, como do paciente que a aceita. A esta utilização determinada dahipnose, aplica-se o juízo moral que formulamos sobre a supressão daconsciência.

Mas, não queremos que se estenda, pura e simplesmente, à hipnose emgeral, o que dizemos da hipnose ao serviço do médico. Com efeito, esta,como objeto de investigação científica, não pode ser estudada por quemquer que seja, mas só por um sábio sério e dentro dos limites morais, quevalem para toda a atividade científica. Não é este o caso de qualquer círculode leigos ou eclesiásticos que a praticassem como coisa interessante, a títulode pura experiência ou mesmo por simples passa-tempo."

CONCLUSÕESI- A hipnose praticada pelo médico, psicólogo e odontólogo, a serviço

de um fim clínico, observando togas ~s precauções tanto da ciênciamédica como da ética médica - E LICITA - porque neste caso, asupressão da consciência é permitida pela moral natural e compatívelcom o espírito do Evangelho.

U - É LÍCITA também a hipnose praticada por pessoa competente parafins científicos.

lU - N~O $ qCIT A a hipnose praticada por pessoa que não é competente.IV - NAO E LICITA a hipnose praticada como divertimento num grupo de

pacientes, seja por leigos, seja por eclesiásticos. (REB Jun. 1957).Convém notar que a maioria dos autores condena de maneira formala hipnose praticada como divertimento e os shows de hipnose pelat~levisão por pseudos "professores".E ainda conveniente recordar que os hipnotizadores teatrais mesclamsuas demonstrações de "hipnotismo" com truques engenhosamentepreparados que dão a falsa idéia de "um poder sobrenatural" que elesnão têm. Decreto lei n° 51.0009 de 22.07.1961.O Decreto-Lei de 22.07.1961 que proibia espetáculos de hipnotismoem circo, teatro e televisão, foi revogado pelo ex-presidente ColloL

V - MORALIDADE"Sendo a palavra bíblica: Darás à luz na dor, uma assertiva e não ummandamento, tudo o que pode aliviar o sofrimento dos humanos, seusinconvenientes graves, para a saúde física ou moral das pessoas emcausa, é não somente permitido, mas louvável. As investigaçõesdestinadas a aliviar as dores do parto são boas; a lembrança de doresmenos intensas pode favorecer na mulher, liberta de um excesso deansiedade, a perspectiva de novos nascimentos". (Código Social deMalinas ou .~sboço da Doutrina Social Católica - Código Familiar,Capo IV - Pab. 56).

N. A. - o Papa Pio XII solicitado a externar a opinião da Igreja sobre o palpitante assunto do "Parto sem dor",fê·lo nUIll congresso em que se reuniram 700 ginecologistas em Roma, provenientes de vários países. SuaSantidade chegou à conclusão <k que a Escril"ra não proíbe Pano sem Dor. A íntegra deseu discurso foi publicada,no seutexlO francês original. na e<.li,ão de "L'Ossel'valore Romano" de 10 de janeiro de 1957.

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CAPÍTULO XI

,PRATICA DA HIPNOSE

Ninguém jamais se manifestou contra ohipnotisnw próprio, senão unicamente contra ohipnotismo dos outros.

PRELIMINARESÉ curioso observar que em cada período áureo do hipnotismo tenham

procurado mudar a terminologia. Mesmer o chama de Magnetismo: Braidde Hipnotismo; Irmão Vitrício de Letargia. Alfonso Caicedo de Sofrologia,e, finalmente Alberto Lerro Barreto de Panose.

Hipnose ou Hipnotismo? Qual o certo? Como queiram, responde o Dr.L. Chertok em seu livro: L' Hypnose: leurs problémes théoriques etpratiques (Paris 1989). "Pode-se usar um ou outro. Na prática, são vocábu-los sinônimos, entretanto alguns autores preferem dizer que: hipnotismo éa técnica e hipnose o estado conseguido pela técnica". Braid depois de 4anos de ter proposto o neologismo - hipnotismo - já se lamentava da infelizescolha e propôs - monodeísmo. Ia adotar: - consciência dupla - quandomorreu em 1860.

No Brasil, o I Congresso Pan-Americano de Hipnologia realizado noRio de Janeiro, em 1961, recomendou que HIPNOSE seria a praticada pelomédico, psicólogo e odontólogo, e seus praticantes serão chamados dehipnotistas ou hipnologistas. Hipnotismo é o praticado no teatro e circo pelohipnotizador, sempre misturado com truques e fraudes.

Atualmente, a palavra hipnose é utilizada nos meios científicos dequase todos os países.

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Um bom hipnotista é o que sabe improvisar métodos. Todos osmétodos podem ser resumidos em: preâmbulo, relacionamento interpessoale técnica.

O hipnotista tem necessidade de possuir uma técnica e não um poder.Todos os estados hipnóticos podem ser resumidos em 3 fases: leve, médioe profundo, apesar de haver inúmeras classificações que variam de 3 a 50estados. Segundo KarI Weissmann: "Hipnotismo é também uma arte. É aarte de convencer. Hipnotizar é convencer. E convencer é sugestionar. Sósugestiona quem convence. E só quem. convence hipnotiza".

Para se hipnotizar uma pessoa, 5 requisitos são necessários: prestígio,preâmbulo, relação interpessoal ou rapport, técnica e paciência.

1) PREÂMBULOWilliam T. Heron recomenda o seguinte preâmbulo (contudo cada

hipnotista deverá esquematizar seu próprio preâmbulo que poderá variar deacordo com os pacientes e com as circunstâncias):

"O processo de nos submetermos à hipnotização é algo que uma pessoanormal pode aprender, da mesma forma que aprendemos a dançar, aescrever, etc. É necessário que você coopere comigo e que siga as minhasinstruções, para adquirir perfeita capacidade. O máximo que posso fazer éajudá-Io a seguir o caminho certo. "A idéia é a seguinte: - Não pare paraanalisar ou calcular o que estou tentando fazer. Deixe apenas que as minhaspalavras penetrem em seus ouvidos e saiam novamente sob a forma de açãosugestionada, sem fazer quaisquer indagações a respeito de si próprio.

"Você sabe que quando se bate na região que fica abaixo do joelho, aperna faz um ligeiro movimento. A pancada feita no tendão envia impulsospara dentro e eles voltam novamente sob a forma de ação. Você não pára afim de pensar se deve mover a perna ou se ela se move, simplesmente. Damesma forma, as minhas palavras devem penetrar nos seus ouvidos eretomar sob a forma de ação".

"Estou tentando explicar-lhe o significado da Hipnose da melhormaneira possível. Para verificarmos o seu grau de aprendizado, teremos quesubmetê-I o a alguns testes. Estes terão a forma de movimentos muscularessimples e você os deve encarar como simples testes de diagnóstico. Elesserão muito simples e você os achará muito fáceis".

Se for n~cessário usar a palavra "sono" em sua fraseologia ao paciente,seria interessante explicar-lhe, que está sendo usada diferentemente dosignificado ·comum. A vossa frase deve aproximar-se destas linhas: -"Quan,d~ eu usar a palavra "sono" não estarei me referindo ao sono noturno.Você sabe que quando está adormecida à noite, você está inconsciente. Mas84· LETARGIA'E HIPNOSE SEM MAGIA

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nesta espécie de sono você não ficará inconsciente, porque sempre poderáouvir as minhas palavras. Usamos a palavra "sono" para que você possarelaxar-se e ficar mais à vontade. Seus olhos poderão se fechar e se alguém,eventualmente, vê-Io, poderá pensar que está dormindo. Você achará que éuma condição muito agradável".

Os cometários devem ser feitos num tom de voz calmo e seguro e, nofinal, seria interessante obter-se uma expressão de afirmação do paciente.Isto poderá ser feito dizendo-se: - "Certo?" de forma interrogativa, ou domodo mais natural possível.

Agora, ao se usar uma cadeira, o paciente, invariavelmente, cruzará aspernas. Se ele assim proceder, pedi-lhe que as descruze, explicando-lhe queno estado hipnótico há pouco movimento espontâneo e que se as pernasficarem cruzadas durante longo tempo, ocorrerá uma interferência nacirculação sanguínea e isto poderá causar um desconforto. De qualquermodo, pedi ao paciente que ponha os pés no chão e deixe que as mãos caiamnaturalmente no colo ou nos braços da cadeira. "Quando você entrar noestado hipnótico, terá pouca vontade de mover os braços ou as pernas.Portanto, para começar, queremos que eles fiquem confortavelmente. Aexperiência toda será agradável".

Com tudo isso, estaremos, não somente trabalhando para livrar apessoa de quaisquer ansiedades que possa ter, como, também, para bom-bardeá-Ia com sugestões com o fito de induzi-Ia fortemente a submeter-seao estado hipnótico.

Cada uma das frases é verdadeira e, conquanto sugestivas, não produ-zem malefícios. O hipnotista pode proferir estas frases, confiando plena-mente em que, se o paciente se submete ao estado hipnótico é porqueconsiderou corretas estas frases, desde que o hipnotista seja suficientementehabilidoso para não dar sugestões que façam com que o paciente pense deoutra forma.

O propósito oculto, através da movimentação do paciente de umacadeira para outra ou de fazê-Ia ter os pés em posição normal, é o de fazê-Iaapresentar uma disposição receptiva. Ninguém se negará a realizar estasinstruções e, quando o faz, se aproxima da aceitação de outras sugestões.

Tanto quanto possível, procurai sempre dar ao paciente uma razão peloseu comportamento. Ele vai para a outra cadeira "porque é mais confortá-vel". Ele descruza as pernas "para que não seja interrompida a correntesanguínea", etc. Lembrai-vos - o vosso objetivo é fazer com que o pacientefique em posição passiva, portanto, nunca lhe dando a oportunidade deperguntar por que motivo deve fazer isto ou aquilo. Dai-lhe as respostas,tornando-as lógicas. Não provoqueis a sua credulidade. Ao mesmo tempo, ....

LETARGIA E HIPNo\~BP~d~M';~yt -.;O a !e s

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lançai sugestões sobre a maneira pela qual ele deve agir ou sentir, tais como"a perna cruzada pode produzir desconforto, porque há pouco movimentoespontâneo no estado hipnótico". Não queremos que o paciente comece amovimentar-se enquanto está no estado hipnótico. Queremos que os seusmovimentos sejam razoavelmente controlados pelo mecanismo verbal dohipnotista.

Procurai, também, dar ao paciente a sugestão de que ele é responsávelpelo que acontecer. A única coisa que lhe poderá impedir de entrar no estadohipnótico é a sua própria incapacidade de seguir ádequadamente as instru-ções que lhe são dadas.

O hipnotista é somente um professor e, aquilo que pode fazer, dependeda espécie de material com o qual ele tem de trabalhar.

Estas frases são também corretas, mas sua principal finalidade é lançara responsabilidade ao paciente, de modo que, em caso de ocorrer algumafalha o prestígio do hipnotista não seja atingido. *

2)RELAÇÃOINTERPESSOALDiz a Dra. Galina Solovey."O contato hipnótico não é mais um instante teórico o qual pode

desvanecer-se em seguida, ou constituir o ponto de partida duma relaçãointerpessoal hipnótica, mais ou menos profunda e duradoura. Na nossa vidadiária abundam os contatos hipnóticos fugazes e as relações hipnóticasincompletas ou breves, ao ponto de se poder dizer que nossa vida se encontrarepleta deles.

O próprio caráter cotidiano de tais experiências faz com que não selhes preste maior atenção nem se lhes tome como objeto de estudo. Entre-tanto, elas constituem a base das relações que tem lugar no consultório domédico ou dentista hipnólogo, no laboratório do pesquisador psicólogo, ouno palco do hipnotizador de teatro.

Por conseguinte, é evidente que a disposição emocional do sujeito (a"extremidade-sujeito" do todo que constitui o "bom rapport" de váriosautores) para entrar em transe hipnótico não se obtém com sugestões delevantamento da mão, fechamento dos olhos, etc., mas pela "preparação"sutil que as precede e graças à qual o "sujet" pode atender tanto àsmencionadas sugestões como a outras adequadas que se lhes faça.

* N.A. - o livro de William T. Heron - Aplicações Clínicas da Sugestão e da Hipnose, Ed. Monte Scopus, 3'ed., Rio, 1958, é especialmente recomendado para médicos e odontólogos.

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Watkins disse, com razão, que "a indução dum transe hipnótico não équestão de manipulação técnica, mas um problema de compreensão einteração no ambiente duma relação interpessoal íntima". *

Sobre o rapport escreve o Dr. Envin Wolffenbüttel: "Uma definiçãode rapport é difícil, uma explicação será mais fácil: "Mesmer descobriu queprecisa desenvolver-se um interesse entre o médico e o paciente. Eledescreveu isso como rapport, um conceito francês que quer dizer "hanno-nia" ou "conexão". Esta palavra tem permanecido em uso, na psiquiatria,até o presente, para descrever a relação na qual o médico conquistou ointeresse e a cooperação de seu paciente."

"Excelente maneira de estabelecer oureforçar o rapport com o paciente é fazê-Iofalar a respeito do seu estado de saúde. E,se necessário, fazê-Io contar ainda mais ounovamente". "Também, deixá-Io contar osseus êxitos" (e ouvi-Io com simpatia).

Há, pois, no rapport "uma dupla cor-rente de sentimentos entre o operador e opaciente".

3) TÉCNICAÉ natural que métodos hipnóticos de

épocas passadas pareçam antiquados aosjovens. Entretanto, desta opinião não par-tilham destacados psicólogos, como bemacentua J. H. Schultz. Além da técnica énecessário que se tenha muita paciência.

a) O MÉTODO DE BERNEHEIM"Eu começo por hipnotizar - diz Ber-

neheim - da ~guinte maneira: inicio di-zendo ao paciente que acredite que grandesbenefícios advirão para o seu caso, atravésda terapêutica sugestiva, e que é perfeita-mente possível curá-I o ou pelo menos me-lhorar o seu estado de saúde por meio dehipnose. Acrescento que nada há de peno-so ou de estranho nesse processo, que é um

••Fig. 55 - Uma das provas desugestionabilidade.O operador sugere ao paciente:"Ao retirar minhas mãos de seusombros, você sentir-se-á atraídapara trás ". O mesmo teste poderáserfeito com o paciente defrente,se elefor para trás, como mostraa figura, será facilmentehipnotizável.

* N.A. - Galina Solovey, EI Hipnotismo de Hoy, Ed. Hachelle, 4' Ed. Buellos Aires, 1988, pág. 56.

LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA - 87

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sono no sentido normal da palavra ou então um estado de torpor que podeser produzido em qualquer pessoa, estado esse que restaura o equilíbrio dosistema nervoso. Se necessário hipnotizo uma ou duas pessoas na presençado candidato, a fim de mostrar-lhe que nada é doloroso nesse processo eque não há sensações estranhas a acompanhar o estado hipnótico. O pacientejá não se mostrará desconfiado e refratário ao nosso intento. Ato contínuo,digo-lhe:

- "Olhe para mim e não pense senão unicamente no sono. Suaspálpebras estão ficando cada vez mais pesadas; sua vista cansada, começaa piscar. Seus olhos, estão se fechando. Estão úmidos. Já você não enxerganitidamente. Seus olhos vão se fechando, fechando ... Fecharam".

Pacientes há que fecham os olhos e entram em transe quase queinstantaneamente. Já com outros é preciso repetir e insistir.

- "Preste mais atenção nas minhas palavras. Preste mais atenção. Maisconcentração" .

Às vezes pode esboçar-se um gesto. Pouco importa o tipo do gesto queesboça. Entre outros, dois dedos em forma de V. Pedimos ao paciente sefixe os olhos nos dedos. E incitando-o ao mesmo tempo a concentrar-seintensamente na idéia do sono, repetimos:

- As suas pálpebras estão pesadas. Estão se fechando. Já não conseguemanter os olhos abertos. E agorajá não consegue abrir os olhos. Seus braçosestão ficando pesados. Suas pernas já não sentem o corpo. Suas mãos estãoimóveis. Vai dormir. Em tom imperativo acrescento: "DURMA!"

Em muitos casos esta ordem tem ação decisiva, e resolve o problema.O paciente fecha imediatamente os olhos e dorme. Pelo menos sente-seinfluenciado pela hipnose. Assim que noto que uma das sugestões estásendo aceita aproveito-a para formular a seguinte.

Às vezes recomendo ao paciente acompanhar a experiência por meiode movimentos com a cabeça. Peço-lhe que faça um sinal com a cabeça,afirmativo ou negativo. Cada sugestão a que o paciente responde afirmati-vamente é considerada uma conquista e é preciso aproveitá-Ia para outrasconsecutivas, dizendo ao paciente:

- "Está vendo como funciona bem, como está cOlTespondendo? Seusono está se aprofundando realmente. Seus braços cada vez mais pesados.Já não consegue baixar os braços, etc."

- Se o paciente intenta baixar o braço, eu lhe resisto, dizendo:

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- "Não adianta, meu velho. Quanto mais se esforça para baixar o braço,mais o seu braço vai se levantando. Vou fazer agora com que seu braço sejaatraído pela sua própria cabeça, como se a cabeça fosse um ímã".

Aconselha Berneheim não sugerir a catalepsia dos braços, senão dasegunda ou terceira sessão em diante. Insiste o mesmo autor em que não sedeve fazer o paciente fixar a vista demasiado tempo. Um minuto, nomáximo ..b) O MÉTODO DA AUTO-VISUALIZAÇÃO

Um dos métodos mais tipicamente subjetivos é o da autovisualização.O paciente, acomodado em uma cadeira, poltrona ou leito, recebe a

recomendação de imaginar-se a si mesmo (assentado ou deitado) de olhosfechados, enquanto ele próprio se esforça durante algum tempo por manteros olhos abertos.

Imagine-se, pois, de olhos fechados, dormindo. Mas enquanto a suaimagem visualizada está de olhos fechados, você continuará de olhosabertos, enquanto puder. Você está conseguindo imaginar-se a si mesmo deolhos fechados, dormindo? (O paciente responderá afirmativamente, comum movimento da cabeça ou da mão). Você vai sentindo sono também ... Aexemplo de sua imagem, você vai entranclo também num profundo sono ...Você está sentindo sono, também ... Você não consegue ficar com os olhosabertos, pensando em si mesmo de olhos fechados Você também vaifechando os olhos ... Já está querendo dormir também etc, etc ..."

Este método tem-se mostrado particularmente eficiente com certos"sujets" refratários aos processos menos subjetivos de indução. Já se disseque a hipnose se baseia acima de tudo nas leis da imaginação. E imaginaré, antes de mais nada, visualizar, ver mentalmente.

Com ligeiras variantes, ditadas pelas circunstâncias e natureza dopaciente, o método de Wolberg e Erickson consiste no que se segue: ooperador, sentado defronte ou ao lado do "sujet", preferentemente em umacadeira comum, inicia o processo de indução, com estas palavras:

"Afrouxe os músculos. As mãos sobre os joelhos ... Vá prestando todaatenção nas suas mãos. Procure registrar tudo que sentir em relação a elas.É possível que sinta o calor ou o peso das mãos sobre as pernas. Às vezes,um formigamento ... Não importa qual seja a sensação que experimentar. O

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que importa é registrá-Ia ... Vá prestando atenção no que sentir... Repare,agora, na imobilidade das mãos ... Como estão imóveis! Mas isso não vaicontinuar assim ... Em breve, um dos dedos começará a se mover. Qual delesse moverá primeiro? O indicador? O mínimo? O polegar? Não se podeprever. Será primeiro um dedo da mão direita? Ou um da esquerda? Repare:umjá começou a mover-se. Preste atenção ... Outro ... Agora, os dedos vãose braços se levantam ... Quando as suas mãos chegarem à altura de seu rosto,você estará profundamente adormecido (ou hipnotizado). À medida que assuas mãos se aproximam de seu rosto, o seu sono (ou hipnose) se aprofunda.Ao tocarem o rosto, você estará em sono profundo. Durma tranqüilamente ...Nada o molesta, nada o preocupa ... Sua mente não abriga nenhum pensa-mento ... Você está perfeitamente à vontade ... Está se sentindo perfeitamentebem É uma sensação agradável de perfeito bem-estar. .. Só ouve a minhavoz Só eu posso acordá-Io etc, etc.".

SINAIS DE HIPNOSE: Geralmente em alguns pacientes manifesta-seuma crise de riso, chamado o riso louco. Em outros, crises de choro. Outrofenômeno intrínseco da hipnose é a analgesia, e nQS estados profundosanestesia. Entre os sinais psicológicos estão certa passiviàad~ inclinaçãode não falar. Ser hipnotizado, mesmo em estado profundo, na~nificaestar inconsciente.

Convém frisar que o Hipnotismo somente mobiliza as capacidades quê"estão dentro do indivíduo. É puramente fantasioso o enredo do filme"Svengali", exibido no Brasil em 1932, com grande sucesso, e extraído danovela de George Du Maurier. Na refeíida película, a heroína Trilby,totalmente incapaz de cantar, transformou-se numa grande cantora sob ainfluência das sugestões dadas pelo hipnotizador "Svengali". A mentalida-de de Trilby, acreditando nos poderes mágicas de Svengali, ainda perma-nece na crença de muitas pessoas no que se refere à hipnose.

Em nosso livro - PARAPSICOLOGIA: CIÊNCIA ou MAGIA?(Rio de Janeiro, 1974), escrevemos o seguinte:Para alcançar o sucesso, Geller se vale de suas inegáveis qualidades

de "showman". Mas isso lhe custa tenaz oposição dos mágicos e ilusionistasdos Estados Unidos. Eles o acusam de colega desleal, pois lança mão deargumentos sobrenaturais para camuflar seus truques bem feitos. De fato,um desses profissionais, JAMES RANDI, assistiu a uma exibição de UriGeller e saiu de lá convencido de que pode reproduzir seus truques. Diz

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Randi: "Nada do que Geller realizou na minha presença se situa no âmbitodo paranormal".

Convém lembrar as palavras do Prof. Robert Tocquet: "Até hoje osfenômenos paranormais são espontâneos e incontroláveis. Resulta, portan-to, que todas as experiências chamadas paranormais que podemos ver emteatro e apresentadas_ com regularidade são necessariamente EMBUS~Sou CONTRAFACÇOES".

Já dizia Camilo Castelo Branco": "Os antigos videntes fê-Ios a santi-dade; a corrupção faz os profetas contemporâneos" .

.\ ,:.

Fig. 56 - Dr. Alberto Lerro Barretto coloca a paciente em estado de hipnoseprofunda. Observe a reversâo do globo ocular. A reversâo total indica um estadode hipnose profunda.

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Fig. 57 - O assombroso prestidigitador-JAMES RANDI-observando o baralhoZener. Este ilusionista norte-americano afirma que está em condições de igualare repetir os truques de Uri Geller e Tômas Morton. O que eles fazem, afirma:"não tem nada que se possa qualificar de paranormal. "

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~CAPITULO xn

AUTO-HIPNOSE

o melhor e mais rápido método para aprender auto-hipnotizar-se é serprimeiramente hipnotizado por um hipnotista.

A maior barreira em conseguir auto-hipnose é não saber reconhecer oestado de hipnose. Por isso, é bom gravar os seguintes pontos que são desuma importância:1) Hipnose é um estado normal e natural. É um fenômeno da vida diária.2) A não ser em estados profundos a pessoa não adormece e nem perde a

consciência.3) É um estado de hipersugestibilidade.4) A única prov'a da hipnose eficaz ou da auto-hipnose é a reação post-hip-

nótica.5) São requisitos necessários para aprender auto-hipnose: mente normal,vontade de aprender e prática constante.

Com auto-hipnose, um de nossos amigos, Severino Rocha, faz verda-deiras proezas, mas ele a pratica há mais de quarenta anos.

Para um programa de treinamento observe o seguinte:Estude estas primeiras regras: Você deve: (1) querer relaxar, (2)

compreender que isso não é uma novidade, porém uma prática antiqüíssimae evidentemente racional; (3) decidir a fazê-lo em intervalos regulares, ecompreender que auto-hipnose não pode ser forçada.

Noutras palavras, não cometa erro de tentá-lo de maneira demasiadoárdua, pois isso, simplesmente, o impediria de relaxar totalmente. Modera-da, suave, paciente, deve ser a sua linha de introdução. Se de maneirademasiado árdua ou tornar-se impaciente, você criará um sentimento detensão, o qual implica em contração muscular, que é justamente o que nosesforçamos por evitar. *

Escolha um lugar e uma hora durante a qual esteja seguro de não serincomodado. Isto é vital. Você faz a tentativa de eliminar toda sensação.

* PAUL ADAMS - Ajuda-te pela Nova AUlo-hipnose, Ed. !BRASA, 4' edição, página 46, São Paulo, 1978.

LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA - 93

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Se alguém irrompe subitamente no quarto, você será arrancado abruptae desagradavelmente de seu enlevo. Portanto, o lugar destinado ao Relaxa-mento Profundo deve ser tão plácido quanto possível.

Frank S. Caprio e Joseph R. Berger, em seu livro - Ajuda-te pelaAuto-Hipnose, recomendam a técnica da auto-hipnose em quatro etapas:auto-relaxamento, auto-sugestão, auto-análise e auto terapia.

r fase: Auto-Relaxamento.Para indução ao estado de auto-relaxamento dinâmico, siga, cuidado-

samente, as seguintes instruções:1) Escolha um lugar ou quarto em sua casa onde possa estar mais ou menos

seguro de não ser perturbado pelo t,elefone ou por outros ruídos e, ainda,por desnecessárias interrupções. E aconselhável cerrar as cortinas ouescurecer o ambiente. Verificamos também, pela experiência, que quasesempre urna música suave põe o paciente mais depressa em estado deralaxamento hipnótico. Você poderá querer fazer uma experiência,

Fig 58 - Nizugan, o grande maglco e iLusionista suL-americano, recebe ocertificado do curso de LETARGIA.

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escolhendo um tipo de música que lhe seja um verdadeiro calmante ecapaz de conduzi-Ia a um estado de entorpecimento semelhante ao dosono.

2) Deite-se numa cama, num sofá confortável ou numa poltrona semi-in-clinada, pondo os pés num tamborete ou um apoio firme que acomodebem. Desaperte as roupas.

3) Respire profundamente três vezes. Respire fundo e lentamente.4) Feche os olhos.5) Diga para si mesmo.

Vou relaxar todos os músculos do meu corpo ... começando da cabeçaaté os pés ... os músculos do rosto e os do pescoço estão se relaxando ...os músculos do ombro e do peito estão frouxos ... Estou começando ame sentir livre de toda tensão muscular. .. Meus traços estão ficandomoles e frouxos. Os músculos de minhas coxas, pernas e pés estãofrouxos ... Enquanto respiro fundo e devagar, todo o meu corpo estárealmente relaxado. Sinto-me completamente calmo e relaxado.

6) Durante esse estado de auto-relaxamento, lembre a si mesmo que orelaxamento é um estado de espírito. Significa "soltar-se", alívio deansiedade e tensão, estar livre de medos e preocupações, pensar coisasagradáveis.

7) Diga também a si mesmo. "O auto-relaxamento trará grandes benefíciospara a minha saúde. Vou dedicar quanto tempo e esforço puder parapraticar a técnica do auto-relaxamento. Se não obtiver resultados ime-diatos, nem por isso vou me sentir desanimado. Com o tempo, acabareipor dominar a arte do auto-relaxamento. A cada novo exercício, ele setornará mais fácil".

Método rápido de auto-relaxamento. Após ter praticado todos osdias, por mais de uma semana, o método de relaxamento acima descrito, everificar que é capaz de relaxar-se completamente, você estará preparadopara usar um método mais rápido de auto-relaxamento. Isso exige o uso deuma palavra-chave ou frase-chave, tal como "solte-se". "Acalma-se". "Re-laxe os músculos". "Controle os pensamentos". Pode ser qualquer palavraou expressão desse gênero. O importante é que a palavra ponha imediata-mente em atividade o processo de auto-relaxamento. E preciso que vocêresolva de antemão o que vai fazer, logo que der a si mesmo uma determi-nada palavra-comando. Isto pode implicar em fechar os olhos, respirarfundo duas ou três vezes e sugerir que todos os seus músculos, da cabeçaaos pés, estejam ficando moles e distendidos, repentinamente.

N.A. o teste foi extraído de Melvin Powers - Técnicas avançadas de Hipnotismo, Ed. Glem, 5' ed. Buenos Aires.página 41.

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Escolha algum objeto que esteja colocado acima do nível dos seusolhos, de modo que para olhá-Ia você tenha que fazer um ligeiro esforçotanto do globo ocular como da pálpebra. Pode ser, por exemplo, umamancha no teto. Tente fazer com que as suas pálpebras se fechem, enquantovocê conta até dez. Se você sentir uma necessidade irresistível de fechar osolhos no instante em que você chegar a dez ou antes, isso significa que vocêestá em estado de alta sugestibilidade ou de auto-hipnose. Se você nãoconseguir o objetivo da primeira vez, é possível que você não estejasuficientemente relaxado.

Se os seus olhos não se fecham involuntariamente, feche-os volunta-riamente e, a seguir, faça as sugestões pós-hipnóticas desejadas, tal comose você estivesse em estado hipnótico.

Eis aqui algumas sugestões que você poderá usar para realizar o testede fechamento dos olhos. Não decore as palavras com exatidão, o impor-tante é obedecer a forma:

Quando eu completar a contagem até dez, minhas pálpebras se tornarãomuito pesadas, úmidas e cansadas. Até mesmo antes de chegar a dez,poderei ser obrigado a fechar os olhos. No instante em que eu fechar osolhos, cairei em estado de auto-hipnose. Estarei plenamente consciente,ouvirei tudo e poderei dirigir sugestões à minha mente subconsciente. Um ...minhas pálpebras estão ficando muito pesadas ... Dois ... minhas pálpebrasestão ficando úmidas ... Três ... minhas pálpebras estão ficando muito can-sadas ... Quatro ... Mal posso manter os olhos abertos ... Cinco ... Estoucomeçando a fechar os olhos ... Seis ... Minhas pálpebras estão se fechandocada vez mais ... Sete ... Estou completamente relaxado e à vontade ... Oito ...Quase não posso mais ficar com as pálpebras abertas ... Nove ... Meus olhosestão fechados, estou em estado auto-hipnótico ... Dez ... Posso dar a mimmesmo qualquer sugestão pós-hipnótica que quiser.

Você aprendeu a técnica do auto-relaxamento e pôs à prova a suaprópria sugestibilidade. Como dissemos anteriormente, a capacidade defazer essas coisas sempre existiu em você - tal como um músculo não usado.Agor51você está pondo essa força a trabalhar - possivelmente pela primeiravez. E como se estivesse ligando um interruptor de força. Você está prontopara dar a si mesmo sugestões no sentido de analisar e resolver problemaspessoais, destruir um hábito, adquirir melhor personalidade ou uma filosofiade vida mais positiva.

33 fase: Auto-análise.Comece' com o auto-relaxamento. A seguir, ponha em prática a técnica

do fechamento dos olhos. Depois dê ª-si mesmo a sugestão de que agoraestá pronto para resolver o problema específico que o aflige. Analise todosos lados' do problema. Remonte ao passado até o ponto que for necessário.Procure associar os acontecimentos e circunstâncias de sua vida que con-

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duziram ao seu problema atual. Essa espécie de busca em sua alma cai nacategoria de auto-análise hipnótica. A expressão se explica por si mesma.Refere-se ao fato de você analisar-se e comp~eender a si mesmo, enquantose acha em estado de hipnose auto-induzida. E útil porque lhe permite obtera resposta.a muitas perguntas que gostaria de fazer a si mesmo, como porexemplo.

Que espécie de pessoa sou?Até que ponto minha saúde é influenciada pela minha maneira de

pensar?Até que ponto sou hipersensível?Quero, realmente, aperfeiçoar-me?Que planos tenho feito para o futuro?Tenho tendência para culpar meus pais ou outras pessoas por minhas

deficiências?Qual é a minha atitude em relação ao sexo, ao amor, ao casamento?Você ficará assombrado com o acervo de coisas que aprenderá sobre

si mesmo. Este método permitir-Ihe-á compreender suas falhas, de modoque lhe será mais fácil corrigi-Ias. Tome uma ou duas perguntas de cadavez e procure pensar em tantas respostas quantas lhe for possível. Assimque desperte de seu estado auto-hipnótico, anote as respostas num caderni-nho. Estude cuidadosamente tudo que anotou e procure chegar a algumaconclusão sobre os motivos por que pensa e age e de que maneira o faz.Lembre-se de que o conhecimento de si mesmo é a chave para uma boaautodisciplina. \

Anote, separadamente, em seu caderno, duas perguntas fundamentais:"Que tenho aprendido sobre mim mesmo?" e a outra "Que progresso tenhoalcançado no seu aperfeiçoamento". Você verá que, mais cedo do queesperava, a sua mente lhe tem proporcionado o progresso. Os bons resulta-dos o encorajarão a continuar o método. Você notará que é significativo oseu desenvolvimento e que um novo passo foi dado na aquisição de bonshábitos mentais.

43 fase: Autoterapia.A autoterapia consiste em condicionar a sua mente ao pensamento

positivo e a um plano de ação positivo, por meio do uso de sugestõespós-hipnóticas.

Não nos é possível, nesta altura, dar-lhe instruções específicas, sobreo que deverá dizer a si mesmo ou o que deverá fazer, pois isso depende doobjeto específico que deseja atingir ou do problema que você está procu-rando resolver. Por outras palavras, os pormenores desta quarta etapa deauto-hipnose estão incluídos nos capítulos subseqüentes deste livro. Porexemplo, ser-Ihe-ão dadas sugestões terapêuticas pós-hipnóticas para váriosproblemas de corrigir hábitos, como comer demais, D!.1J1CU:. " er

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demais. Nesses capítulos, que tratam de tensão nervosa, depressão, medose desenvolvimento da personalidade, dar-Ihe-emos, ainda, uma lista desugestões pós-hipnóticas, que você poderá seguir ou que lhe servirão deguia para ajudá-Io a formular suas próprias instruções autoterapêuticas.

Por autoterapia queremos dizer aqui autoterapia hipnótica, que sebaseia no princípio consubstanciado nesta afirmativa: "Eu posso - eupreciso - eu conseguirei atingir meu objetivo. Eu tenho a força mentalnecessária para aceitar e pôr em prática certas sugestões que darei a mimmesmo e que me permitirão vencer praticamente todas as dificuldades,melhorar minha personalidade e adquirir uma filosofia de vida mais sã".Sempre imaginar que já está conseguindo o que deseja.

Nesta altura, você pode começar a dar a si mesmo sugestões específi-cas. Estas sugestões devem ser cui-dadosamente planejadas, antes da in-dução, de modo que você saiba o queirá dizer ao seu subconsciente.

Que tal você achou esses testes?Ficou impressionado com sua pró-pria sugestibilidade - ou teve apenasum grau razoável de reação às suaspróprias sugestões? Não importa omuito ou pouco êxito que você teve,lembre-se de que poderá melhorar.Sim, podemos garantir-lhe isto: oêxito virá. Quando, por meio doexercício, você chegar a concluir es-ses testes satisfatoriamente, terá ex-perimentado o primeiro e leve estadohipnótico. Você poderá então conse-guir resultados maravilhosos, utili-zando sugestões pós-hipnóticas.Começará a experimentar o poder dasua própria mente - e se tornarásenhor do seu próprio destino. À me-dida que praticar a auto-hipnose eutilizá-Ia como uma força para oBem, você verá que o seu próprio"domínio mental" poderá influenciarseus hábitos. Você se tornarácânsciodaquilo que o Dr. S. 1. Van Peltchama de "PODER INTERIOR".

Fig. 59-L1L1AN ROMERO, cantora,foi treinada em estado letárgico paraperder o medo e a timide~ de cantarem público. Com três sessões, apenas,obt('!le muito sucesso e venceu quatroconcursos de canto. Um ww depoistornO/l-se profissional.

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"CAPITULOxm

SUGESTÕES NOTURNAS PARACORRIGIR MAUS HÁBITOS

INFANTIS

Em nossa especialidade de Odontopediatria, lidando diariamente commuitas crianças, tivemos ocasião de observar que são muitos e vários oshábitos perniciosos infantis. Estes são mais evidentes quanto maior for adesarmonia do ambiente em que vive a criança. São quase todos de origempsíquica e psicossomática.

Os hábitos, devido a sua persistência e duração, influem de maneiradecisiva na personalidade do indivíduo, tanto física como mentalmente.

Segundo Copen, o efeito da angústia mental é o recaIque, no subcons-ciente da pessoa, de um mal inevitável, que não pode resistir à verdade.Inúmeros homens e mulheres preferem sofrimentos "físicos", sob a formade enfermidades aceitáveis, ao reconhecimento de seu estado emocional.Tais pessoas preferem padecer de uma afecção física ou de um permanenteestado de ansiedade com sintomas físicos, a resignar-se a um papel solitáriode um ser não desejado ou amado.

N.A. Atendemos a inúmeros pedidos e, com a devida autorização do autor. reproduzimos o excelente trabalhodo Df. Alberto Lerro Barreto, Cirurgião-Dentista, inserido na n;vista "Seleções Odontológicas", nO43,julho-agos-to, 1953, e já traduzido para diversos idiomas. Omitimos os relatórios. que avaliam a eficácia do método. Oprocedimento do Df. Barreto também poderia ser chamado de HIPNOPEDIA (vide significado no glossário).

LETARGIA E HIPI'JOSE SEM MAGIA - 99

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Um exemplo clássico deste mecanismo foi dado por Freud: uma jovempreferia inconscientemente sofrer de dor aguda em seu braço a enfrentar acausa verdadeira de frustrações de sua vida amorosa e a indiferença de seuprometido. Muitas autoridades crêem que esta observação de Freud marcao começo da "Medicina psicossomática", se bem que este termo não tenhasido empregado por ele. A condição da paciente ilustra claramente o efeitoda emoção sobre o corpo. Este efeito emocional produzia uma forma dereação em que a dor física era preferível a enfrentar a dor original (mental)de não ser amada.

São estas "Dores psicossomáticas" que na maioria das vezes sãoresponsáveis por muitos hábitos perniciosos infantis, havendo tambémcertas atitudes viciosas que, como os hábitos perniciosos, de fundo emocio-nal, requerem correção precoce. Citaremos alguns:

1) Usar chupeta,2) Roer as unhas (onicofagia),3) Chupar o dedo,4) Atitude viciosa de dormir, com a mão ou braço debaixo do rosto,5) Atitude viciosa de ler, apoiando a face sobre a mão,6) Dormir de boca aberta (às vezes devido a adenóides),7) Ranger os dentes, à noite ou durante o dia,8) Morder a língua,9) Chupar balas e comer doce em excesso,10) Urinar na cama (enurese),11) Sono agitado,12) Falar à noite (hipnagógica),13) Sonambulismo,14) Ter medo de escuridão,15) Ter medo de isolamento,16) Irritabilidade,17) Teimosia,18) Desobediência,19) Inapetência,20) Não querer estudar,21) Colocar o dedo no nariz,22) Colocar a mão nos órgãos genitais freqüentemente (peotilomania),23) Chorar facilmente,24) Tique de piscar o olho,

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25) Fazer caretas,26) Mentir (mitomania),27) Furtar ou roubar (cleptomania).28) Arrancar os cabelos (tricotilomania),29) falar com dificuldade (gagueira),30) Negativismo, etc ...Nós, dentistas, principalmente os odontopediatras e ortodontistas,

temos a obrigação de corrigir esses hábitos, principalmente os nove (9)primeiros, pois são causas responsáveis por diversas maloclusões dentárias,prejudicando enormemente a arcada dentária.

Para corrigir esses hábitos, usam-se geralmente métodos físicos etraumáticos dos mais variados, tais como: amarrar as mãos, colocar pimentanos dedos, usar luvas, aparelhos mecânicos ortodônticos, inclusive um quetivemos a oportunidade de ver, que parecia um verdadeiro "ancinho",traumatizando a língua além de outros variados castigos.

São todos métodos ineficientes, pois o método físico só poderá algu-mas vezes agir no psíquico do paciente depois de muita insistência.

Os hábitos psíquicos na criança podem ser removidos na maioria dasvezes pela psicanálise da criança, pela dos pais e principalmente pelo estudodo ambiente, o que os possibilitaria descobrir a verdadeira causa do mauhábito, conseguindo-se, pela sua eliminação, a cura radical.

Como sabemos, as curas psicanalíticas são morosas, durando mesesou anos e exigindo entrevistas quase diárias. Isto a coloca fora das possibi-lidades materiais da grande maioria da população. É impraticável para esteshábitos tão comuns, que se apresentam em certa época da vida infantil,(dando, às vezes, recalques ou defeitos físicos permanentes), principalmen-te nos "filhos únicos", ou com nascimento de um segundo filho, pois oprimeiro sentirá o efeito da mudança do ambiente no lar, surgindo entãouma neurose provocada pelo "ciúme".

O problema da psicoterapia contemporânea é, pois, o de conciliar asvantagens da psicanálise com as da sugestão. O método ideal, no querespeita a sua difusão prática, seria aquele que proporcionasse os mesmosresultados duradouros da psicanálise e permitis,se, por outro lado, uma curarápida, como é a cura sugestiva e como é o método que passaremos adescrever:

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Sugestões noturnas.

Para a correção de todos estes maus hábitos poderemos empregar o"Método das Sugestões Noturnas" que não é novo, pois emjunho de 1897,Lourenço Prado menciona-o num trabalho intitulado "A educação duranteo sono" e cerca de um ano depois o Dr. Paul Ferez, na França, escreveu umasérie de artigos perfilhando esse tratamento e os seus resultados. TambémEmile Coué apóia este método, que é, cremos nós, completamente ignoradopela Odontologia.

O Prof. Baudoin, o famoso psicólogo suíço, afirma que o êxito desteprincípio, em muitos casos observados por ele mesmo, foi extraordinário.

Também nós já o experimentamos várias vezes e tivemos a satisfaçãode verificar sua grande eficiência e sua facilidade de execução. É como umanalgésico para uma dor de cabeça, agindo sintomaticamente. Se tivemoso dom psicológico de descobrir a causa, o resultado será ainda maissurpreendente.

Q-lIMétodo das Sugestões Noturnas" deve ser feito da seguinte manei-ra: Depois que a criança estiver adormecida, o pai, a mãe ou qualquer pessoaque tenha autoridade sobre ela, deve entrar no quarto, chegar à distância de50 centímetros a 1 metro da cabeça da criança e, concentrando-se, repetirde 10 a 20 vezes uma frase curta, simples, de preferência que não tenha apalavra NÃO, falando em primeiro lugar o nome da criança e em seguidadizendo o "PORQUÊ" ela deve corrigir o defeito, isto durante uns 10 a 20dias seguidos e sem interrupção.

A criança não deve despertar porque perder-se-ia então o valor dasugestão que é o de agir no subconsciente e não no consciente. A frase seráfeita de acordo com o mau hábito que a criança apresenta. Usa-se emprimeiro lugar o nome da criança ou seu apelido para chamar a atenção dosubconsciente. Em seguida deve dizer-se o "PORQUÊ" não deve continuarcom o defeito, pois a criança também tem a sua lógica e um dom intuitivodo certo ou errado.

Quanto menos se chamar a atenção da criança, durante o dia, sobre omau hábito, será melhor. Geralmente as crianças não "negativistas", isto é,tendem sempre a fazer o contrário. Quando sabem que os pais queremalguma coisa, aí é que não a fazem, porque sentem-se aborrecidas o dia todopor mandarem-nas comer, dormir, estudar, etc ... Aproveitam-se então distopara vmgarem-se.

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Em casos de enurese poderia dizer-se, assim: - "Carlinhos, é feiourinar na cama e lhe faz mal. "

Quando bem aplicado, o "Método das Sugestões Noturnas" corrige deuma maneira maravilhosa, de 4 a 5 dias, qualquer mau hábito. Mas mesmoassim devemos continuar usando-o durante 20 dias mais ou menos, paraque a sugestão fique bem gravada no subconsciente. Poder-se-ia compararo cérebro da criança a um disco virgem de vitrola, em que, gravada a frase,esta aparecerá no consciente quando se fizer qualquer ato involuntário. Nóssabemos que a nossa personalidade é comandada pelo subconsciente, e éeste que transmite ao consciente a maneira de agir.

Para melhor compreensão, poderemos considerar o cérebro divididoem 3 partes: 1) Consciente, 2) Censura e 3) Subconsciente.

A noite, quando dormimos, ou quando estamos sob a ação da hipnoseou de um hipnótico, a censura relaxa a sua vigilância e daí o aparecimentodos sonhos, que são as imagens do subconsciente transmitidas ao conscien-te. São endógenas, isto é, vêm de dentro para fora. Pelo "Método dasSugestões Noturnas", agiremos de modo inverso, de fora para dentro e asimagens são exógenas.

Uma das principais causas dos maus hábitos infantis é o "Ciúme". Istose dá comumente em filhos únicos, tratados com todos os mimos e comopequenos "Reis" do lar, e cujos pais têm depois um segundo filho. Estacriança sente-se desamparada e desambientada, pois acha (no seu subcons-ciente), que os pais dão mais atenção ao menor e, portanto, gostam maisdele. De maneira nenhuma o ambiente será o mesmo e daí aparecendo osmais variados maus hábitos, tendo como fin'alid~e principal chamar aatenção dos pais sobre ele.

Infelizmente e para maior dificuldade de aplicação do "Método dasSugestões Noturnas", há muitos pais que não compreendem o papel dosubconsciente dominando o consciente, aceitando sem maior preocupaçãoa afirmação do filho quando este diz que gosta muito do irmão ou quandoafirma que deseja deixar o mau hábito.

No caso de "ciúme" (subconsciente) é surpreendente o resultado, umavez que se repita durante umas 10 vezes, à noite, por 10 a 20 dias, a seguintefrase: "Zezinho, a mamãe e o papai gostam tanto de você como do Jorge".

Depois de uns IOdias, fazer a frase de acordo com o mau hábito, se éque este já não desapareceu só com a simples frase citada.

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Tivemos um caso interessante de uma menina cuja gagueira, bempronunciada, aparecia somente quando estava nervosa. Havia outra irmãzi-nha de 1 ano. Mandamos que a mãe fizesse a frase acima. Verificamos, em3 dias apenas, uma melhora extraordinária na criança, que já havia percor-rido diversos médicos psiquiatras para corrigir este defeito; sem resultadoalgum.

Fig. 60 - Dr. Alberto Lerro Barretto, um dos pioneiros da Hipnose Científica noBrasil, repete afaçanha do Padre Kircher - Hipnotizando o galo. Para algunsautores, a hipnose animal é chamada de -fascinação.

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"CAPITULO XI\

,QUE E O TREINAMENTO,

AUTOGENO?

o treinamento autógeno de Schultz deriva-se da hipnose Schultz,porém partiu dos métodos tradicionais, no sentido de que o treinamentoautógeno é um método de condicionamento fisiológico racional destinadoa produzir uma alteração psicobiológica geral no indivíduo, no qual todasas manifestações obtidas pela hipnose superficial tornam-se possíveis. Istoé obtido sem que se recorra a técnicas psicológicas para ganhar a confiançado paciente e sem que se insista para que deixe de lado seu livre-arbítrio econsinta em ser influenciado. Assim, evita-se uma das principais objeçõeslevantadas contra a hipnose, o domínio do hipnotizador. A técnica deSchultz é a "hipnotização fisiológica" ou "auto-relaxamento através daconcentração". Seu objetivo é desconcentrar o cérebro pensante do resto doorganismo. Conseqüentemente, como Paul Chauchard exprimiu muito bem,"uma vez que a barreira da consciência não existe fisiologicamente nocórtex cerebral, o controle dos músculos voluntários estender-se-á tambémaos músculos involuntários".

O indivíduo começa obtendo controle sobre os músculos voluntários,já que isto lhe é bastante familiar. Depois, ele vai progressivamente desen-volvendo o controle sobre o sistema circulatório, coração, respiração,órgãos e, finalmente, a cabeça (pois o treinamento autógeno é um processoterapêutico). Em sua própria casa, duas vezes por dia e nunca mais do quetrês, o indivíduo realiza uma série graduada e progressiva de seis exercícios.

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Fig. 61 - Em Miami (USA), o Prof Paulo Paixão letargizajovem muçulmanapara aprendizado de idiomas.

Depois de cerca de três meses, o indivíduo será capaz de colocar-se em umestado de relaxamento perfeito, seguido por uma sensação de peso nosmembros e uma sensação geral de calor. Estas sensações constituem duasdas características da hipnose leve.

Primeiro exercício - O indivíduo está deitado ou sentado de olhosfechados, e totalmente relaxado. Diz para si mesmo, cinco ou seis vezes emqualquer ritmo que lhe agradar: "Meu braço direito está muito pesado" (obraço direito se ele é destro e o esquerdo, se canhoto). Então, acrescentauma vez, para lembrar-se do objetivo básico de todo o treinamento: "Estoutotalmente relaxado." Este exercício dura poucos minutos, e, então, paraterminá-Ia o indivíduo estende e flexiona rapidamente o braço e respirafundo. Depois disto, abre novamente os olhos.

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Este exercício deve ser repetido durante duas semanas. Se for realizadocom sucesso, a sensação de peso, sentida primeiro no braço, torna-seespontaneamente generalizada em todos os membros.

Segundo exercício - Uma vez que a sensação generalizada de peso foiobtida (e verificada pelo médico), o indivíduo diz para si mesmo: "Meubraço direito está muito quente". Leva duas ou três semanas para o calorespalhar-se por todo o corpo de uma forma generalizada como aconteceucom a sensação de peso. O indivíduo fica consciente disto, porém a sensaçãonão é uma simples impressão. Observou-se algumas vezes que a tempera-tura da pele, sobe até dois ou três graus e a temperatura retal cai um pouco.

Terceiro exercício - Depois deste controle dos vasos sanguíneos, queestá vinculado ao aumento da temperatura, vem a regulação do coração, ou"conscientização do coração". O indivíduo interessa-se pelo funcionamentodo seu coração e descobre que pode influenciá-lo. Algumas vezes ele écapaz de acelerar ou diminuir as batidas consideravelmente. Um pacientecuja pulsação normal era 76 foi capaz de produzir variações entre 44 e 144batimentos cardíacos por minuto enquanto ainda estava imóvel e sem havernenhum trauma emocional precipitando a situação. Este exercício deve serfeito durante duas ou três semanas.

Quarto exercício - O controle da respiração constitui o quarto estágio.Não é tanto uma questão de controlar a respiração, mas sim de deixá-Iafuncionar sem nenhum esforço consciente. Schultz escreveu: "Instruímosos pacientes a abandonarem-se às suas respirações." Esta libertação causamudanças marcantes e permanentes no ritmo respiratório. Conseqüente-mente, os exercícios anteriores agora tornam-se mais intensos e demons-tram efeitos mais notáveis.

Quinto exercício - O indivíduo concentra a atenção no seu plexo solarpara integrar o controle dos órgãos abdominais aos órgãos controlados docorpo. Ele imagina que o plexo solar está "repleto de calor". É comumobservar um relaxamento imediato do intestino com raio-X. Além disto,todo o corpo está relaxado porque todos os cinco exercícios foram domina-dos. Agora o indivíduo tem a sensação de emanar calor por todo o corpo:um calor comparável ao de um banho, e, ~ fato, o método de Schultz foiinspirado pelo psiquiatra Kraepelin, que havia descrito o banho comocalmante.

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Sexto exercício - O indi víduo concentra-se na frase: "Minha fronte estáagradavelmente fria". Isto é o mesmo que colocar uma compressa fria natesta do indivíduo quando ele está imerso em um banho quente.

N.A. OS exercícios de treinamento autógeno podem causar distúrbios no organismo. Portanto, é perigoso adotá-I ossem supervisão médica.

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-'CAPITULO XV

LIBERTE SUA PERSONALIDADE

Na Bíblia, lemos que Jesus ensina: "O que quer que um homempense, assim ele o será". Num sentido muito real, nós somos o queacreditamos ser.

Princípios GeraisA "auto-imagem" é a chave da personalidade humana e do comporta-

mento humano. Mudemos a auto-imagem e mudaremos a personalidade eo comportamento.

Mais ainda: a "auto-imagem" estabelece as fronteiras das realizaçõesindividuais. Expandir a auto-imagem é expandir a "área do possível". Aaquisição de uma auto-imagem realista, adequada, parece insuflar no indi-víduo novas faculdades, novas aptidões e, literalmente, transformar ofracasso em sucesso.

A psicologia da auto-imagem não apenas foi comprovada graças a seuspróprios méritos, como também explica muitos fenômenos que desde hámuito tempo eram conhecidos, mas que não foram devidamente compreen-didos no passado. Por exemplo: existem hoje no campo da psicologiaindividual, da medicina psicossomática e da psicologia industrial, irrefutá-veis provas clínicas de que há "personalidades do tipo sucesso", e "perso-nalidades do tipo fracasso", "personalidades propensas à felicidade" e"personalidades propensas à infelicidade", e "personalidades propensas àsaúde" e "personalidades propensas à doença". A psicologia da auto-ima-gem projeta nova luz sobre o "poder do pensamento positivo" e, o que émais importante, explica por que este "dá certo" com alguns indivíduos enão com outros.

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Para compreender a psicologia da auto-imagem e poder aplicá-Ia emsua própria vida, você precisa conhecer um pouco do mecanismo que elaemprega para atingir seus objetivos.·Há abundância de provas científicasque mostram que o cérebro e o sistema nervoso humano operam delibera-damente de acordo com os princípios conhecidos da Cibernética para atingiros objetivos do indivíduo. O cérebro e o sistema nervoso constituem umcomplicado e maravilhoso "mecanismo perseguidor de objetivos", umaespécie de sistema inerente de orientação automática que trabalha para vocêcomo um "mecanismo de êxito" ou contra você como um "mecanismo defracasso", dependendo de como "você", o operador, o opera.

A Cibernética, que por ironia começou como um estudo de máquinase princípios mecânicos, está contribuindo muito para restaurar a dignidadedo homem como um ser incomparável, dotado de espírito criador. APsicologia, que começou com o estudo da psique, ou alma humana, quase

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acabou por privar o homem de sua alma. Os behavioristas, que não com-preendiam nem o homem nem sua máquina, e portanto confundiam um coma outro, nos afirmavam que o pensamento é o mero movimento de elétrons,e a consciência simples reação química. A "vontade" e a "resolução" erammitos. A Cibernética, que começou com o estudo de máquinas, não cometetais erros. A ciência da Cibernética não nos diz que o homem é uma máquinamas sim que o homem tem e usa uma máquina. Além disso, ela nos ensinacomo essa máquina funciona e como poder ser utilizada.

A nova ciência da Cibernética ( I) nos esclarece porque a auto-imagemproduz resultados tão surpreendentes e mostra que tais resultados consti-tuem o funcionamento normal e natural da nossa inteligência e do nossocérebro. Ela encara o cérebro, o sistema nervoso e o sistema muscular dohomem como um "servo mecanismo" altamente complexo. (Uma máquinaautomática de busca de objetivos, que "dirige" sua rota até a um alvo ouobjetivo, usando para isso dados de "retroação" e informações armazenadas,e retificando automaticamente seu curso quando necessário). Como disse-mos anteriormente, este novo conceito não significa que "você" é umamáquina, mas que seu cérebro e seu corpo funcionam como uma máquinaque "você" opera. Esse mecanismo criador automático que há dentro de nósatua em uma só direção. Ele precisa de um alvo em que atirar. Como disseAlex Morrison, precisamos primeiramente ver com nitidez uma coisa emnosso espírito, antes de podermos executá-Ia. Satisfeita essa condição, o"mecanismo de êxito", que há em nós assume; o comando e faz o que precisaser feito melhor do que nós o poderíamos fazer por meio de esforçoconsciente ou da "força de vontade".

Em vez de tentar fazer determinada coisa por meio de uma férrea forçade vontade, preocupando-se continuamente, imaginando tudo que poderásair errado, você deve simplesmente relaxar a tensão, interromper o esforço,desenhar mentalmente o alvo desejado, e "deixar" que seu mecanismo deêxito assuma a direção. Assim, desenhando mentalmente o objetivo visado,você se obriga a um "pensamento positivo". Nem por isso você será, depois,poupado de esforço e trabalho, mas seus esforços serão no sentido deconduzi-Io para a frente, em direção do seu objetivo. Você não se perderáem conflitos mentais, que ocorrem quando você "quer" e "tenta" fazerdeterminada coisa, mas vê mentalmente outra coisa qualquer.

(I) N.T. - a) CIBERNÉTICA é a ciência da comunicação e da regulagem nas coisas. b) CIBERNÉTICA:Denominação dada por WIENER (em 1948) ao estudo do controle e da eomunieação, tanto em relação ao.comportamento do homem como do animal e também em relação aos sistemas e1etromecãnicos. Alguns modelosjá foram elaborados. Entre eles, destacam-se os CEREBROS ARTIFICIAIS e o Homcostato de Ashby. Aetimologia da palavra é grega, e, significa: timoneiro, governo. c) CIBERNETICA: Ciência moderna (1948) queestuda o funcionamento das eonexôes nervosas nos seres vivos e os sistemas de comunieação. assim como aregulagem automática com sistemas eletrônicos e mecãnicos semelhantes aos SUIS. É uma ciência interdiscipli-nária com aplicaçôes na matemátiea, na biologia, na mecânica. na lingüística e sobretudo na informática comseus complexos aparelhos eletrônicos.

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Exercício(Para ser praticado pelo menos 30 minutos diariamente).Sente-se confortavelmente numa poltrona ou deite-se de costas. Cons-

cientemente, "solte" tanto quanto possível os vários grupos musculares, semfazer muito esforço nesse sentido. Também conscientemente, preste aten-ção às várias partes do seu corpo e solte-as um pouco. Você descobrirá quepode sempre relaxar-se, voluntariamente, até certo ponto. Você pode pararde franzir o sobrolho, relaxando a fronte. Pode afrouxar um pouco a tensãodos maxilares. Pode deixar as mãos, os braços, os ombros, as pernas, ficaremum pouco mais relaxadas do que estão. Gaste nisso uns cinco minutos,depois pare de prestar atenção aos músculos. Você tentará ir só a esse ponto,mediante o controle consciente. Daí em diante você relaxará mais e mais,usando seu mecanismo criador para que produza automaticamente umestado de relaxação. Em suma, você vai usar "imagens de objetivos", quemanterá diante de sua imaginação, e deixar que seu mecanismo automáticoalcance esses objetivos para você.

Quadro Mental N° 1Mentalmente veja-se a si mesmo deitado numa cama, bem estirado.

Forme de suas pernas a imagem de como seria se fossem de concreto. Vejaa si mesmo deitado com duas pernas de concreto, muito pesadas. Veja essaspernas afundando no colchão em virtude de seu peso. Agora procure verseus braços e mãos como se fossem de concreto. Seus braços e mãos sãotambém muito pesados e estão afundando no colchão e fazendo tremendapressão na cama. Com os olhos do espírito veja um amigo entrar no quartoe procurar erguer suas pesadas pernas de concreto. Ele agarra seus pés etente levantá-Ios. Mas são muito pesados para ele; não consegue fazê-Io.Repita isso com os braços, pescoço, etc.

Quadro Mental N° 2Seu corpo é uma enorme boneca de pano. Suas mãos estão amarradas

aos pulsos, de maneira frouxa, por meio de um barbante. Seu antebraço estáfrouxamente ligado ao braço e o braço frouxamente ligado ao ombro, pormeio de um barbante. Seus pés, pernas, coxas, também estão ligados um aooutro por meio de barbante. Seu pescoço consiste de um pedaço de barbantemuito bambo. Os barbantes que controlam seus maxilares e mantêm juntosos lábios afrouxaram-se de tal maneira que seu queixo caiu molemente no

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peito. Todos os barbantes que ligam várias partes do seu corpo estão bambose em conseqüências seu corpo está esparramado na cama.

Quadro Mental N° 3Seu corpo consiste de uma série de balões de borracha, cheios, duas

válvulas se abrem em seus pés, e o ar começa a deixar as pernas. Estascomeçam a se esvaziar até não passarem de balões murchos largados sobrea cama. Em seguida uma válvula se abre em seu tórax, o ar começa a escapare todo o seu corpo fica murcho amarrotando-se sobre a cama. Contiriue comos braços, cabeça e pescoço.

Quadro Mental N° 4Muitos acham este exercício o mais relaxador de todos. Busque na

memória alguma aprazível e tranqüilizadora cena do passado. Há semprena vida de todos nós uma época em que nos sentimos repousados, à vontade,em paz com o mundo. Escolha entre suas lembranças o quadro preferido eprocure recordar imagens com todos os pormenores possíveis. Suponhamosque a cena é um lago na montanha, onde você foi pescar. Em tal caso, presteatenção nas pequenas coisas incidentais que há nas redondezas. Lembre-sedo rumorejar da água. Que sons estavam presentes? Você ouvia o suavesussurro das folhas. Ou talvez você se recorde de estar sentado, perfeita-mente à vontade, e até um pouco sonolento, diante de uma lareira, há muitotempo. Os troncos de maneira soltavam faíscas e estalavam? Que outrossons e imagens estariam presentes? Você talvez prefira lembrar-se dequando esteve deitado ao sol, numa praia. Qual era a sensação da areia emseu corpo? Você sentia o calor repousante dos raios de sol que tocavam emseu corpo quase como se fossem um objeto palpável. Havia uma aragemmuito leve? Havia gaivotas na praia? Quanto mais detalhes desse gênerovocê puder lembrar e desenhar para si mesmo, melhores serão os resultadosdo exercício.

A prática diária tornará esses quadros mentais, ou lembranças, cadavez mais nítidos. O efeito do aprendizado será também cumulativo. Aprática fortalecerá a correlação entre a imagem mental e a sensação física.Você terá cada vez maior perícia em conseguir relaxação, e isto será também"lembrado" em futuros exercícios.

Quando nos decidimos a reduzir as atividades mentais e sociais, nosembrutecemos a nós mesmos. Ficamos "fossilizados" em nossas maneirasde ser, nos aborrecemos e abandonamos nossas esperanças. Não tenho amenor dúvida de que poderíamos pegar um indivíduo saudável de 30 anos

LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA. 113

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e dentro de cinco anos fazer dele um "velho", se pudéssemos convencê-Iode que ele estava velho, de que qualquer atividade física era perigosa, e deque as atividades mentais eram inúteis. Se pudéssemos induzi-Io a sentar-seo dia inteiro numa cadeira de balanço, abandonar os sonhos do futuro, ointeresse em novas idéias, e ver a si mesmo como "liquidado", "inútil", estoucerto de que poderíamos criar experimentalmente um velho. O Dr. JohnSchindler, em seu famoso livro How to Live 365 Days a Year (Como Viver365 Dias por Ano), salientou o que acreditava serem as seis necessidadesbásicas de todo ser humano:

1. Necessidade de Afeição2. Necessidade de Segurança3. Necessidade de Expressão Criadora4. Necessidade de Reconhecimento5. Necessidade de Novas Experiências6. Necessidade de Amor-PróprioA essas seis eu acrescentaria mais uma necessidade básica: a necessi-

dade de mais vida - a necessidade de encarar o amanhã e o futuro comexperiência e alegria.

Extraído de Liberte sua Personalidade - de Maxwell Maltz, Ed.Bestseller, 2a ed., São Paulo, 1971.

N.AA - A Máquina Humana.Da máquina humana (do corpo humano) não, po<J~[irJ.r mais do que: uma agulha de aço, sete pequenos tabletesde sabão, 2.000 palitos de: fósforo. artigos cujo pn:'o 'onjul1lo não exct:derá de UIl1dólar. O fato de que essamáquina - que apenas vale um dólar - seja capaz de: pôr e:1I1movime:nto durante sua curta vida valoresextraordinários, e seja capaz de: subjugar for'as nalllrais aparel1l~me:l1le invencíveis, é fruto da ajuda anímico-es-piritual que lhe dá um COl/Slrulorexterno e mais alto. Me:tade:da vida humana é biologia; a outra metade é espíritoe inspiração divina. As forças espirituais conseguem venCér e desatar as ligaduras [errenas do homem e o levampara os ·ideais da beleza eterna. Levam 11 imortalidade - essa máquina que vale um dólar.

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"'CAPITULO XVI

LETARGIA NOS ESPORTES

A hipnose, considerada até o século passado como bruxaria, descar-tou-se de seu aspecto mágico e serve como auxiliar de vários tratamentos etreinamentos. Nos Estados Unidos, na U.R.S.S., na Alemanha, França eRomênia, a hipnose, a título de ensaio, é empregada para aprendizagem eno treinamento de atletas.

É sabido que o treinamento de um esportista tem como objetivoprincipal prepará-Io para que fique em condições de render o máximo dentrode suas capacidades e especialidades esportivas que pratique. Na evoluçãohistórica do treinamento de atletas, verificamos que no início ela se limitavaa ser um simples treinamento físico. Posteriormente, houve a preocupaçãoem atender aos aspectos médicos gerais, e nos últimos dez anos a influênciado psicólogo adquiriu uma importância relevante no âmbito das práticas~~~~. -

Segundo concepções modernas, um treinamento'rigoroso e os aspectosmédicos gerais não são suficieQtes. Atualmente, abalizados psicólogosconsideram que a atitude mental representa mais de 50% da batalha quecada desportista vai travar para conseguir uma boa atuação ou mesmo paraconseguir novos recordes.

Apenas, para citar alguns casos concretos, mencionaremos o êxito dosnadadores australianos, dos atletas russos, romenos e de alguns futebolistaseuropeus em que se introduziu a prática hipnótica com objetivo de seconseguir o máximo de rendimento de cada atleta.

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NAS OLÍMPIADASoDr. Forbes V. Carlile, médico da equipe de natação da Austrália, na

última olímpiada, aproveitou a aplicação de sugestões post-hipnóticas paratreino de seus nadadores, e foi assim que a própria campeã olímpica denatação ludy Joy Davies atribuiu seu recorde de 100 metros de nado decostas ao processo hipnótico empregado pelo Dr. Carlile. Igual processo foiutilizado com ajovem romena - Nádia Comaneci, de 14 anos de idade, queassombrou o mundo com a sua ginástica acrobática. Juntamente com o Dr.Carlile destacou-se o psicólogo australiano, Frank Cotton, sendo conside-rados os pioneiros do hipnotismo aplicado à natação.

No caso dos jogadores de futebol, brasi leiros, con vém frisar desde logoque o hipnotismo não é uma fórmula mágica que permita criar aptidões deque careça um determinado jogador. Mas propiciaria o melhor aproveita-mento das capacidades potenciais que ele possua. A hipnose é apresentadacomo uma técnica que oferece muitas promessas de excelentes resultados,desde que utilizada como parte do treinamento, e empregado por profissio-nais competentes.

Alguns autores, entretanto, entendem que o emprego da hipnose notreino dos jogadores seria uma espécie de "dopping". Atualmente, seconceitua como "dopping" todo maior rendimento obtido por meiosartifi-ciais. Isso faz com que o hipnotismo figure, para alguns, na lista negra dosque encetaram a campanha contra o "dopping" nas práticas esportivas.

Contudo, o médico chileno Carlos Ramirez, em seu recente livrointitulado - Temas de Hipnosis - diz o seguinte: "pessoalmente considera-mos muito discutível o conceito atual de "dopping" e muito particularmenteno que se refere às sugestões post-hipnóticas tendentes a propiciar umamaior resistência à fadiga, pois é sabido que hoje se permite ministrarglicose e os derivados do ácido aspártico em pleno período de competição,justamente para mitigar os efeitos do cansaço".

O emprego da hipnose nas práticas esportivas constitui um banco deensaio para aferição das reais possi bi Iidades do homem, pois já disse Wundt:"Relegar o hipnotismo ao gabinete do médico é desconhecer sua verdadeiranatureza".

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Não seria difícil demonstrar que quanto mais progride o homem naconquista de seus poderes secundários - que são de origem mecânica, maisretrocede na posse de seus poderes primários - que são de origem intuitiva,e os quais vai perdendo sem cessar, numa época em que as preocupaçõesessenciais são mecânicas, espaciais e nucleares, isto é, de todas as espécies,menos humanas.

Fig. 62 - Jogadora de voley faz treinamento em estado letárgicoVISUALlZANDO o alvo para arremesso correto. Relaxamento, imagem mental,visualização de movimentos e prática constante constituem o segredo dosgrandes campeões nos esportes.

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Uma das primeiras lições que se deve aprender é que a mente constituipoderoso fator de tudo que se faz, inclusive de exercícios que parecem exigirum máximo de força física.

Recordemos que, além da força mental, há dois fatores básicos: 1°)Aprática constante é o segredo do sucesso; 2°) auto-confiança. Auto-confian-ça é um componente da crença de um atleta em sua vontade de vencer. Existetambém uma experiência interior que freqüentemente acompanha essesmomentos de confiança; trata-se da sensação de possuir poderes que ultra-passam as experiências cotidianas.

Pelé, o Atleta do Século, em sua auto-biografia - My Life and theBeautiful Game (Minha Vida e o Jogo Maravilhoso) pintou um quadrovivo de tal momento: "Sentia que poderia correr todo o tempo dapartida sem me cansar, que poderia driblar qualquer jogador e toda aequipe e quase poderia atravessá-los fisicamente".

Pelé, antes das partidas, praticava auto-relaxamento e visualizava asjogadas.

Segundo Kellner, "o jogador que pensa demasiadamente fica inibido".O jogo deve ser natural, automático e espontâneo. Kellner identifica quatroetapas para conseguir este estado de atuação:

1 - Relaxamento da mente de do corpo; 2 - Descobrir o poder mentaldas imagens; 3 - Aumentar a concentração mantendo imagens mentais doresultado final desejado durante uns segundos; 4 - Prática constante.

O primeiro passo é você instalar-se tão confortavelmente quantopossível. Estamos supondo que seus pés estejam apoiados de algum modo.Mantenha-os descruzados e lado a lado, separados apenas por algunscentímetros. Os braços devem estar também em repouso, o braço esquerdoamparado no encosto lateral esquerdo e o direito pousado no encosto lateraldireito. Agora, recoste-se e recline a cabeça no respaldo da poltrona.

Você ainda não está relaxado.Relaxar o corpo inteiro é mais difícil do que se imagina, exceto, é claro,

no caso em que hád~smaio. Mas sem que seja necessário desmaiar,concentre-se no relaxam'ento de cada uma das partes do corpo. Comece pela

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perna e pés esquerdos. Levante um pouco o pé e mantenha-o no ar por algunssegundos; feito isso, deixe a perna cair pesadamente sobre o apoio. Passe,agora, para a perna direita. Levante um pouco o pé direito, mantenha-o noar por alguns segundos e então solte a perna.

Agora, sem tirar o pé esquerdo do seu apoio, imagine que você o estálevantando. Você sente uma leve tensão na perna, uma leve tensão no pé.Relaxe. Mantenha o pé direito imóvel e imagine-se levantando a perna noar. Outra vez, você sente uma leve tensão. Relaxe.

Concentre-se, agora, no braço esquerdo. Levante-o um pouco e man-tenha-o no ar por alguns segundos. Deixe-o cair pesadamente, sem vida.Faça o mesmo com o braço direito; levante-o no ar e solte-o.

Mantenha o braço esquerdo repousado e imagine que você está prestesa levantá-Io. Você sente uma leve tensão no braço. Relaxe. Repita o mesmocom o braço direito: imagine que está outra vez prestes a Ievantá-Io. Liberea tensão e relaxe.

Volte sua atenção para a cintura. Desencoste o estômago e a parteinferior do tronco da cadeira, espere um pouco, deixe-se cair. Permaneçaencostado, mas imagine que você está prestes a levantar-se. Sentirá umaleve tensão. Relaxe. Agora, afaste os ombros e o tórax da cadeira, mante-nha-se assim por alguns minutos e deixe-se cair outra vez. Sem se mover,mantenha os ombros e o peito repousados e imagine-se levantando-se dacadeira. Você sentirá leve tensão. Mantenha-se assim. Relaxe.

Finalmente, a cabeça. Desencoste-a da poltrona alguns centímetros.Deixe-a cair. Imagine-se afastando-a outra vez do encosto. Sentirá uma levepressão. Relaxe. Sem mover a cabeça, contraia todos os músculos faciais,mais e mais. Relaxe as feições. Sentirá uma leve tensão no rosto, ao redordos olhos, através do nariz e na boca. Relaxe.

Agora você está sentindo todo o seu corpo relaxado, pesado. Desd~ acabeça, o rosto, o pescoço, os ombros, todo o tronco, até as pernas e os pés.Você sente o corpo todo pesado e morno, afundando na poltrona. Desfrutedesta sensação de relaxamento por um momento. Seu corpo parece estardeslizando, afundando mais e mais na cadeira.

N.AA - Este tipo de relaxamento é aconselhado pelo Dr. Roger Bernhardth e David Martin no livro: Autodomínioatravés da Auto-Hipnose, Ed. Recod, São Paulo, 1977. Vide outro tipo de relaxamento no capítulo: LIBERTESUA PERSONALIDADE.

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IN,DUÇÃO/ Agora passemos para o processo de indução propriamente dito. Oprocesso divide-se em três etapas que deverão ser cumpridas sucessivamen-te:

Um. Levante os olhos em direção às sobrancelhas. Continue a levan-tá-Ios cada vez mais em direção ao alto da cabeça.

Dois. Mantenha o olhar naquela posição, feche as pálpebras devagare inspire profundamente.

Três. Expire. Relaxe os olhos. Deixe-se flutuar.Assim, de acordo com a nossa contagem progressiva, na primeira

etapa, você faz um único movimento: levanta o olhar. Na segunda etapa sãodois movimentos: fecha os olhos e inspira profundamente. Na terceira etapa,são três movimentos: expira, relaxa os olhos e deixa-se flutuar.

Sentir-se relaxado e deslizando pela poltrona são sensações muitoagradáveis.

Agora, deixa-se abandonar neste relaxamento e tire umas férias ima-ginárias. Imagine-se num lugar onde você já esteve ou gostaria de estar,algum recanto onde você se sinta à vontade, em paz consigo mesmo e como mundo.

Muitas pessoas imaginam-se numa praia deserta, sob o calor do sol,sentindo a bri a do mar, ouvindo o barulho das ondas. Outras imaginam-senum isolado recanto nas montanhas. Há ainda aqueles que se imaginamdesfrutando de uma grande e morna piscina. Escolha o seu local prediletopara passar as féria . Imagine-se lá. E grátis.

Agora, você e [á no lugar com que sonhou. Seu corpo continuadeslizando mais e mai pela poltrona. Seu corpo agora é uma coisa à partede você. Você pode deixá-Io parado e distanciar-se dele. Agora, você podedar instruções ao seu corpo, dizer-lhe como ele deve agir.

Aqui entra a fase de indu, ão ao oitavo estado letárgico já descrito nocapítulo: estados letárgicos.

Convém frisar que o hipnoti mo somente mobiliza as capacidades queestão dentro do indivíduo. É puramente fantasioso o enredo do filme"Svengali", exibido no Brasil em 1932, com grande sucesso, e, extraído danovela de George Du Maurier. a referida película, a heroína Trilby,totalmente incapaz de cantar,· transforma-se numa grande cantora sob ainfluência das sugestões dadas pelo hipnotizador "Svengali ". A mentalidade

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de Trilby, acreditando nos poderes mágicos de Svengali, ainda permanecena crença de muitas pessoas no que se refere à hipnose.

Você deve praticar a auto-hipnose algum tempo antes de qualquergrande partida, jogo ou competição e a cada duas horas no dia do grandedesafio. Com o auxílio da auto-hipnose você se sentirá mais calmo econfiante e, à medida que o grande momento for se aproximando, seusmúsculos estarão relaxados, porém atentos, seu interesse pela próximacompetição será ávido. Além disso, você estará encorajando e incentivandoa sua equIpe.

NÁDIA COMANECI, SUCESSO MUNDIAL

Fig. 63 - NÁDIA COMANECI, a ginastaromena, que aos 14 anos de idade,assombrou o mundo nas Olimpíadas deMontreal (Canadá, 1976), arrebatandotodas as medalhas de ouro. Ao voltar à f

Romênia, foi recebida como heroínanacional: ganhou casa, automóvel e umbom ordenado. Sua vida foi motivo de umfilme: LA CAMPIONA. Em 1989, fugiuda Romênia· e exilou-se nos EstadosUnidos da América. Em entrevista àimprensa, declarou: "Prefiro a liberdadee o amor a todo sucesso que tinha naRomênia".

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Fig. 64 - Nádia entre seu pai (àesquerda) e seu treinadorromeno Bela Karolyi que ainiciou nos exercíciosletárgicos, ensaio mental evisualização. Desde 1981, BelaCarolyi vive nos EstadosUnidos.

Fig. 66 - Nádia visitando a sededa Sociedade CulturalBrasi/-Romênia, em São Paulo,1983. Ao seu lado - Dr. AugustinRi/a - presidente da referidasociedade. Nádia esteve no Brasilduas vezes.

Fig. 65 - Atualmente (1995),Nádia Camaneci, aos 33 anos, viveno Canadá, onde é professora deeducação física.

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,CAPITULO XVII

INSTITUTO BRASILEIRO DEPARAPSICOLOGIA (IBRAP)

o IBRAP (lntituto Brasileiro de Parapsicologia), primeira instituiçãocientífica no gênero a surgir no Brasil, foi fundado em 06/0111958 - poridéia e iniciativa do psicólogo Lázaro Brízzio (+ 1972) que o mantevesempre atuante graças a seus esforços e ajuda financeira. O IBRAP foiregistrado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, sob o n° 7335, Livro A5,em 27/0111960, Rio de Janeiro, RJ. O padre Estêvão Bettencourt, O.S.B.foi Presidente do Instituto Brasileiro de Parapsicologia durante 19 anos,desde sua fundação até 12/03179.

Segundo o art. 1° dos Estatutos:"O IBRAP, Sociedade Civil de intuito não lucrativo tem por finalidade:

a) Desenvolver o conhecimento científico da Psicologia, Parapsicologia edemais ciências afins, através de pesquisas, cursos, conferências, epublicações;

b) Manter um Centro de Pesquisas e outros Departamentos, em colabora-ção científica com Institutos congêneres nacionais e internacionais."

Na Assembléia Geral, realizada em 6.6.1995, foi eleita a nova Diretoriaque está assim constituída:

Presidente: Dr. Paulo Paixão; Vice-Presidente: Dr. César dos SantosSilva; Secretário Geral: Maria Alice Balestrero; Tesoureiro: Dr. AristeoGonçalves Leite; 1° Diretor Assistente: Lúcia Helena do Nascimento; 2°Diretor Assistente: Severino Rocha; Diretor do Centro de Pesquisa: Dr.Flávio Infante Vieira; Diretor do Departamento de Psicologia Experimen-tal: Dra. Teresa Balbi.

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SÓCIOS FUNDADORES: Dr. Aristeo Gonçalves Leite; Dom Boa-.ventura Kloppenburg, Bispo Diocesano de Novo Hamburgo (RS); Dr. Césardos Santos Silva; Padre Estêvão Bettencourt, OSB; Padre Luiz BenjamemHenrique Rech (Irmão Vitrício); Dr. José Lopes e Dr. Paulo Paixão.

SÓCIOS CORRESPONDENTES no Brasil: Dr. Alberto Lerra Barre-to; Dr. Avelino Sobrinho, Dr. Eurico da Silva Mattos; Dr. Jorge Luiz Brand;Dr. Plínio Miranda; Dr. Osvaldo Monteiro Filho; Márcia Danielson; Dr.João Pedro Matta; Dom Belchior Silva Neto (Bispo émerito de Luz (MG));Prof. Percy Holanda, Dr. Rui Fernando Cruz Sampaio e Dr. HaeckelMeyer.

SÓCIOS CORRESPONDENTES no Exterior: (Correspondents mem-berships): Abdo Fadlala (Paraguai), América Glasfeld (Equador), Dr. Eu-dora Falconi (Equador), Bianca Montague (Austrália),Célia Watanabe(Tailândia), Dr. César Paredez (Equador), Df". Diana Lopes Nieto (Equa-dor), Federico Abente (Paraguai), Df". Galina Solovey (Uruguai), GilberteThirion (Bélgica), Grima Martinez (Equador), Dr. Henrique Guzman(Equador), Dr. Hubert Larcher (França), Iva Thomson (USA), Larry Carr(USA), Dra. Magda Volgyesi (Hungria), Padre MareeI Allard (Canadá),Maria Mercedes Maricevich (Paraguai), Manuel Alfaro (Paraguai), Df".Olinda Massare Kostianovsky (Paraguai), Df" Josefina Delia Ponce (Argen-tina), Dr. Robert Amadou (França), Dr. Robert Toquet (França); Dr. PatricioBermudez (Equador); Ruth Garcia (Equador), Nizugan (Paraguai), SimonMoskal (Bélgica), Susana Cairá (Argentina), Scotty Thomson (USA), Dr.Van Halle (Bélgica) e Dr. Raul Rivelli (Paraguai).

PRESIDENTE DE HONRA: Em Assembléia do IBRAP, realizada em12/03/81, foi aclamado Presidente de Honra do IBRAP o Padre DomEstêvão Bettencourt, OSB, que durante 19 anos dirigiu o IBRAP.

SEDE ATUAL: Av. N. S. de Copacabana, 1183, sala 1203.Copacabana22.070-000RIO DE JANEIRO, RJ (Brasil)Tel: (021) 247-4278

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-APENDICE

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Foto

(}bvac.sAV. PERU 255 E/ MCAL. LOPEZ Y ESPANA

TELEFONO 202363 FAX 213 091ASUNClON - PARAGUAY

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o LIVRO DE SAN MICHELE

o Livro de San Michele ** foi um best-seller na década de 1930.Chegou a ser traduzido para 20 idiomas. A obra está esgotadadesde 1945. Osjovens não a conhecem. Atendendo a inúmerospedidos, vamos reproduzir parte dos capítulos XVIlI - ASalpêtriere - e o capítulo XIX - O Hipnotismo. Repetimos quereproduzimos apenas alguns trechos dos referidos capítulos comnossos agradecimentos à Editora Globo. Os mencionados trechossão de grande interesse para aqueles que se iniciam no estudo daHistória da Hipnose.Antes, porém, para esclarecer os leitores, faremos um resumobiográfico de dois personagens envolvidos na história: Charcot eAxel Munthe.

Jean Martin Charcot, filho de um carruageiro, nasceu em Paris a 29de novembro de 1825. Foi educado no Lycée Saint-Louis, depois começoua trabalhar como interno na Salpêtriere em 1852, do qual, posteriormente,foi Diretor. O Hospital de La Salpêtriere foi construído para ser um hospíciode segurança máxima. Na chegada de Charcot, havia 4.000 internas. Eleresolveu observar, anotar, e fotografar aquilo que chamava de "museupatológico vivo". Um casamento com mulher rica e contatos influentespermitiram-lhe dar a Salpêtriere uma projeção que nunca tivera antes. Foiprofessor e amigo de Freud. Pioneiro da Neurologia, ele ensinou os cien-tistas a enxergar a diversidade das doenças mentais.

Publicou as seguintes obras: Lições sobre as doenças do SistemaNervoso; Lições sobre as doenças do fígado; Lições de anatomia, em 9

* N. AA - Esclerose Lateral Amiotrófica ou Mal de Charco!. Doença descrita por Charcot no século passado, écaracterizada por uma perda progressiva de neurônios, e se manifesta através de uma fraqueza que afetageralmente um dos membros e vem acompanhada de atrofia muscular. Com a evolução do mal outros músculossão afetados. A morte normalmente é causada por colapso respiratório. A doença tem duas variações: a escleroseperiférica que atinge os músculos dos membros, e a do bulbo, que se manifesta inicialmente na fala e problemasna degustação. O tempo de evolução da esclerose lateral amiotrófica é variável, mas em 50% dos casos a morteocorre num período de três a cinco anos depois do começo da doença.

** Munthe Axel- o livro de San Michele Tradução de Jayme Cortezão - 7' edição, Ed. GloboPorto Alegre - RS, 1945

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volumes; Iconografia fotográfica daSalpêtriere: Artropatia de ataxialocomotora leva o nome: Doença de Charcot*. Era membro da Academiade Medicina e da Academia de Ciências. Interessou-se pelo hipnotismodepois de assistir a uma demonstração teatral feita pelo hipnotizador belgaDonato. A exploração do hipnotismo na Salpêtriere, juntamente com apesquisa sobre histeria tornou-se muito conhecida em Paris e em todomundo.

Charcot, apesar de seu talento em outros campos médicos, cometeuerros grosseiros em suas considerações sobre hipnotismo e seu trabalho foiprejudicado pela falta de sinceridade das pacientes e pelas futilidades dealgumas pesquisas. Ele era adorado na Salpêtriere pelas enfermas e enfer-meiras. As pacientes faziam tudo para agradá-Ia, muitas vezes foi ludibriadopelas gatitas de Charcot, como escreveu Anatol Milechnin. Rosalie, suapaciente preferida, após a morte do Mestre, declarou que havia sempreenganado o ilustre neurologista.

Charcot foi Presidente de Honra do Primeiro Congresso Internacionalde Hipnotismo realizado em Paris, no Hôtel de Dieu, de 8 a 12 de agostode 1889.

Figura polêmica e muito discutida, Charcot foi homenageado em Paris,em 1993, por ocasião do centenário de sua morte. Na França, os capítulos

Fig. 67 - O Castelo Torre deMaterita onde Axel Munthe viveudurante 33 anos. Anacapri

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Fig. 68 - Axel Monthe.

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que vamos transcrever, por exigência do Editor, foram retirados da ediçãofrancesa do Livro de San Michele.

Charcot morreu de edema pulmonar em 16 de agosto de 1893.

2 - AXEL MUNTHEAxel Munthe nasceu em 31 de outubro de 1857, em Oskarshamn,

Suécia. Fez seus primeiros estudos em Estocolmo e se doutorou em Medi-cina em Paris, aos 23 anos. Rápido foi o seu sucesso como médico, tantoem Paris como em Roma. Em 1903, foi nomeado médico particular daRainha Vitória, da Suécia. Ficou muito conhecido, pelas suas reproduçõesliterárias até o seu triunfo mundial com o LIVRO DE SAN MICHELE,publicado em 1929. Também fez curso de Hipnotismo com Charcot.

Axel Munthe passou a maior parte de sua vida na ilha de Capri (Itália).Na verdade viveu na parte alta da ilha chamada Anacapri, primeiro na Vilade San Michele (hoje museu muito visitado pelos turistas) e desde 1910 noCastelo Torre de Materita. Emjunho de 1943, deixou para sempre Anacaprie morreu em 11 de fevereiro de 1949 no Palácio Real de' Estocolmo, ondeviveu completamente cego, seus últimos seis anos, como hóspede da famíliareal. No Castelo Torre de Materita, César Santo Silva e Paulo Paixãofizeram várias demonstrações de Letargia para médicos, psicólogos e_odontólogos. Todos ficaram impressionados com a rapidez do método.

Ao deixar Anacapri, Axel Munthe escreveu: "A Vila de San Micheleeu a construí de joelhos para fazer um santuário ao Sol, onde busquei asabedoria e a luz do glorioso Deus, o qual adorei toda minha vida".

Um dos pavilhões do Asilo de Mulheres, fundado em 1657: "o maior hospício domundo". .' ._- _ II

LETARGIAEHIPN~S{SEM' MAGIA. 1 9~ ~.~ C""'at'eS, i': j , ••••.•., 4 .

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Na suafal1!osa obra,IcollografiafiJtográfica de

La Salpêtriere, Charcotregistrou nUlnitestaç6esdas quatro fases em quedividiu o grande ataque

histérico. Acil1Ul, exemplosdas "atitudes passionais"dafase de contorç6es. Aolado, sintol1Ul do período

epileptôide

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Fig. 69 - Uma aula de Charcot na Salpêtriere (quadro de Brouilet, 1857-1914,Museu Nacional de Nice). A histérica desfalece nos braços do Prof Babinski,o que lhe era sugerido de antemão pela presença da padiola que devia levá-ia.O resto da tela (que não é reproduzido aqui) se estende apresentando cerca de30 personagens. Sentado à mesa, à direita de Charcot, o Dr. Paul Richer (ApudJean Dauven).

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3 - A SALPÊTRIERE"XVIII - SALPÊTRIERE - Nunca deixava de assistir às famosas

lições das terças-feiras do professor Charcot, na Salpêtriere, então dedicadasà grande histeria e ao hipnotismo. O vasto anfiteatro regorgitava de umpúblico multiforme que acorria de todo o país; escritores, jornalistas, atorese atrizes, semi-mundanas elegantes, todos espicaçados por uma curiosidademórbita de presenciar o surpreendente fenômeno do hipnotismo, quase.esquecido, desde os dias de Mesmer e Braid.

Foi precisamente numa daquelas conferências que travei conhecimen-to com Guy de Maupassant, já então famoso pelas suas Boule de Suif e ainolvidável Maison Tellier. Falava sempre de hipnotismo e de toda a espéciede perturbações mentais, e não se cansava de questionar-me para conhecero pouco que eu sabia dessas matérias. Reunia ele então materiais para a suaterrível obra Le Horla, quadro fiel do seu trágico futuro. Uma vez acompa-nhou-me até Nancy para visitar a clínica do professor Bernheim, o que meabriu os olhos sobre os erros da escola da Salpêtriere quanto ao hipnotismo.

Fig 70 - As célebres experiências de hipnotismo na Salpêtriere: uma "gatita"de Charcot em estado cataléptico. Fotografiafeita por Charcot, em 1890. (Apud- EL ALMA LO ES TODO - de Franz Volgyesi.

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Para mim, que durante anos dedicara a maior parte do tempo que tinhalivre a estudar o hipnotismo, aquelas representações no cenário da Salpê-triere ante todo o público de Paris não eram mais que uma absurda farsa,uma mescla inesplicável de verdade e mentira. Algumas daquelas mediuns,eram sem dúvida verdadeiras sonâmbulas que executavam em estado devigília os diversos atos que lhe haviam sido sugeridos durante o sono-su-gestões pós-hipnóticas. Muitas eram apenas charlatãs que sabiam o queesperavam delas, contentes por se mostrarem em público, enganando osmédicos e até aquele com a surpreendente astúcia das histéricas, estavamsempre dispostas para um ataque da grande histeria clássica de Charcot, aexibir as suas três famosas fases do hipnotismo: letargia, catalepsia esonambulismo, inventadas todas pelo Mestre e muito raramente observadafora da Salpêtriere. Algumas cheiravam com deleite um frasco de amoníaco,se lhes afirmavam que era água de rosas; outras tragavam um pedaço decarvão, se lho davam como chocolate. Arrastava-se outra de gatas pelo chão,ladrando com fúria, se lhe diziam que era um cão. Esta agitava os braçospara voar, quando lhe insinuavam que era pomba. Aquela levantava as saiasgritando com horror, quando atiravam uma luva ao chão e lhe diziam queera uma serpente. Outra enfim, embalava e beijava ternamente um cilindroque lhe apresentavam como um filho seu. Hipnotizadas a torto e a direito,dúzias de vezes ao dia por médicos e estudantes, muitas daquelas desgra-çadas jovens passavam o dia em estado de semi-Ietargia, com os cérebrosaturdidos por toda a classe de sugestões absurdas, meio inconscientes eseguramente sem ter responsabilidade dos seus atos, destinadas mais cedoou mais tarde a terminar os seus dias na Sala dos Agitados, ou no manicô-mio. Ainda que condene esses espetáculos de gala das terças-feiras noanfiteatro, como não científicos e indignos da Salpêtriere, seria injusto nãoreconhecer que na sala se realizava um trabalho sério para investigar muitosdos sintomas, ainda então obscuros, no hipnotismo. Também eu, comautorização, do Chefe de Clínica, ensaiei algumas experiências de telepatiacom uma daquelas jovens, uma das melhores sonâmbulas que tinha encon-trado.

Desde logo tive grandes dúvidas acerca da exatidão das teorias deCharcot, que eram recebidas sem a menor oposição pelos seus discípulos,e pelo público; o que pode explicar-se por uma espécie de sugestão coletiva.Voltava eu da minha última visita à clínica do Professor Bernheim deNancy, obscuro mas decidido defensor da chamada escola de Nancy que seopunha à lição de Charcot. Falar então da escola de Nancy na Salpêtriereera quase considerado como um delito de lesa magestade. O próprio Charcotsó de ouvir o nome do Professor Bernheim ficava furioso. Um dos ajudantes

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do Mestre, que me detestava cordialmente, mostrou-lhe um artigo meu naGazeta dos Hospitais, inspirado na minha visita a Nancy. Durante váriosdias Charcot simulou ignorar por completo a minha presença. Depoisapareceu no FígarQ um violento artigo firmado com o pseudônimo deIgnotus, - um dos principais jornalistas de Paris - denunciando aquelasdemonstrações de hipnotismo em público, como espetáculos ridículos,perigosos, sem valor científico e indignos enfim do grande Mestre daSalpêtriere. Estava presente quando mostraram o artigo a Charcot durantea sua visita matutina: e fiquei estupefato perante o ressentimento quemostrou contra um simples artigo de jornal a que eu julgava não dariaimportância. Entre os seus discípulos havia grande inveja, do que me tocavaabundante parcela. Não sei de quem partiu a mentira; mas em breve soube,com horror, correr a voz de que Ignotus tinha sabido por mim a parte maisnociva da sua informação. Charcot não me disse nunca uma palavra sobreo assunto; mas desde aquele dia variaram muito as cordiais atenções quetinha comigo. Breve recebi o golpe, um dos mais amargos que sofri na vida.O destinopreparara a armadilha; e nela me deixei cair com a minha habituale louca temeridade.

XIX - HIPNOTISMO - As famosas representações no cenário daSalpêtriere, causa daquela cena penosa, foram condenadas durante muitotempo por todos quantos têm estudado a sério o fenômeno hipnótico. Asteorias de Charcot sobre o hipnotismo, impostas apenas pelo peso da suaautoridade a toda uma geração de médicos, caíram em descrédito, depoisde terem atrasado por mais de vinte anos o nosso conhecimento acerca daverdadeira natureza desse fenômeno. Demonstrou-se que quase todas asteorias de Charcot relativas ao hipnotismo são errôneas. O hipnotismo nãoé, como ele disse, uma nevrose introduzida artificialmente, que se encontraapenas no histerismo, nos hipersensíveis, nos de mente débil e nos desequi-librados. A verdade é o contrário disso. Os indivíduos histéricos são, emgeral, menos fáceis de hipnotizar do que as pessoas bem equilibradas e demente sã. As pessoas inteligentes, de caráter forte e dominadoras são maisfacilmente hipnotizáveis do que os patetas, os estúpidos, os superficiais eos de escassa inteligência. Os idiotas e os loucos são os mais refratários àinfluência hipnótica. Os que asseguram não acreditar no hipnotismo cons-tumam ser os mais fáceis de adormecer. As crianças são facilmente hipno-tizáveis. O sono hipnótico não pode produzir-se só com meios mecânicos.As bolas de cristal, os-espelhitos adotadospelos caçadores de pássaros, os

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N. AA - Era uma das "galitaScJe Charcot". como escreveu Anatol Milechnill.

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imãs, o fixar os olhos no idivíduo, os clássicos passes mesmerianos usadosna Salpêtriere e na Charité, são verdadeiros contra-sensos.

Não é para desprezar o valor terapêutico do hipnotismo, como diziaCharcot. Pelo contrário é considerável, se o adotam médicos competentes,de clara inteligência e de mãos limpas, possuindo a sua complicada técnica.As estatísticas de milhares de casos bem comprovados provam-no semdiscussão. Quanto a mim, que nunca fui o que se chama um hipnotizador,mas apenas um especialista de enfermidades nervosas, obrigado a usar essaarma quando os remédios são inúteis, obtive com freqüência resultadosmaravilhosos desse mal compreendido método de curar. Transtornos men-tais de várias classes, com perda da vontade ou sem ela, alcoolismo,morfinomania, cocainomania, ninfomania, podem curar-se muitas vezespor esse meio.

O grande benefício derivado da anestesia hipnótica nas operaçõescirúrgicas e nos partos está hoje reconhecida por todos. E, mais surpreen-dente é ainda, o efeito beneficioso deste método na mais dolorosa de todasoperações, que, regra geral, deve suportar-se sem anestesia, a morte. O queme foi dado fazer a muitos dos nossos soldados morimbundos durante aúltima guerra é suficiente para dar graças a Deus por me haver posto nasmãos tão poderosa arma. No outono de 1915 passei dois dias e duas noitesinolvidáveis entre uns duzentos soldados moribundos, cobertos com capo-tes ensangüentados, agrupados no pavimento da igreja de uma aldeia deFrança. Não havia nem morfina, nem clorofórmio, nem anestésico denenhuma classe para aliviar os seus tormentos e abreviar a sua agonia.Muitos morriam sob meu olhar, insensíveis e alheios, às vezes com o sorrisonos lábios, a minha mão na sua fronte e nos ouvidos o som das minhaspalavras de esperança e de consolo, lentamente repetidas. A pouco e pouco,dos seus olhos semicerrados ia desaparecendo o terror da morte.

Que misteriosa força era aquela que quase parecia emanar da minhamão? De onde vinha? Procedia da corrente de consciência que circulava emmim, sob a minha vida exterior? ou consistia, no fundo, no fluído magnéticode que falava Mesmer?

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..,GLOSSARIO

ACUPUNTURA (Acus = agulha; punctura = picada). Subo Fem. - Opera-ção que consiste em se introduzir nos tecidos ou nos órgãos agulhasespeciais, quase capilares, que aí permanecem durante um tempovariável, com finalidade terapêutica. (Dic. de Termos Tec. de Medic.- Garnier Delamare).

AFERENTE - Diz-se do processo que se dirige para os centros nervosos;a mensagem sensorial é conduzida por influxos aferentes.

ANALGESIA - Perda da sensibilidade dolorosa.

ANAMNESE - Conjunto de informações obtidas por interrogatório feitoao paciente sobre seu passado e história de sua moléstia.

ANESTESIA - Perda da sensibilidade táctil.

ASANA - Postura. Postura ióguica.

CARISMA - Força divina conferida a uma pessoa, em vista da necessidadeou utilidade da comunidade religiosa. Atribuição a outrem de qualida-des especiais de liderança, derivadas de sanção divina, mágica, diabó-lica ou apenas de individualidade excepcional. Conjunto dessasqualidades de liderança.

CATALEPSIA - Suspensão parcial ou total da sensibilidade e dos movi-mentos voluntários. Estado de plasticidade motora no qual o pacienteconserva as posições que lhe são dadas, como se tratasse de um bonecode cera. Os músculos tornam-se como que mecânicos.

CAT ATONIA - Conjunto de signos patológicos que se observam, habi-tualmente, na demência precoce e em certas doenças infecciosas (febretifóide, encefalite). - Caracteriza-se essencialmente por um estado de

* N.A - os vocábulos deste Glossário foram extraídos do fascículo esgotado - Não Leiam (Letargia) - escritopdo Irmão Vitrício. As palavras que não constavam daquela publicação têm aqui indicada a fonte de origem ouum número entre parênteses, cuja obra correspondente é enconlrada na Bibliografia.

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passividade e estupor, conservação das atitudes impostas ou espontâ-neas e negativismo (recusa em falar, em comer). Muitas vezes, impul-sos repentinos dilaceram esse conjunto: gritos, atos de violência, furore outras manifestações que tornam o doente perigoso para o seu meio.O tratamento é realizado em centros psicoterápicos, onde se poderecorrer aos métodos de choque (eletrochoque, insulina).

CATARSE - 1. Palavra grega, universalmente adotada com o sentidofigurado que lhe foi dado por Aristóteles, quando se referiu à catarsedas paixões, isto é, à sua liberação por derivação; 2. Técnica psicote-rápica que visa ao desaparecimento dos sintomas por meio de exterio-rização dos traumatismos realçados. Essa exteriorização podeefetuar-se verbalmente, emocionalmente e por meio de ações. Breuerpromovia a catarse por meio de hipnose.

CIBERNÉTICA - Denominação dada por Wiener ao estudo das funçõesde controle e de comunicação, tanto em relação ao comportamento dohomem e do animal, como em relação aos sistemas eletromecânicospassíveis de substituí-Ios, dos quais, aliás, alguns modelos já se temelaborado. Entre esses, destacam-se os cérebros artificiais, como ohomeostato de Ashby, os cérebros eletrônicos. A origem do termo estána palavra grega que significa: timoneiro, governo.

ESOTÉRICO - Todo ensinamento ministrado a círculo restrito de ouvintes.Diz-se do ensinamento ligado ao ocultismo.

HATHA- YOGA - É a parte do ioguismo que trata da saúde e do equilíbriofísico, HA = sol, THA = lua. Hatha será então a harmonização entre o

. Prâna Solar e o Lunar, no homem. A mesma coisa que o INN e oYANG da acupuntura chinesa.

HIPNAGÓGICO - Que produz sono; alucinação e visões que se tem ao cairno sono.

HIPNIATRO - Sonâmbulo que durante o sono hipnótico ou letárgico indicaremédios para suas doenças ou para as de outrem.

HIPNO - Palavra de origem grega significando sono.

HIPNOANESTESIA - Anestesia pelo sono.

HIPNOBATA - Sonâmbulo.

HIPNOFOBIA - Medo de dormir.

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HIPNÓFONO - Aquele que fala durante o sono hipnótico.

HIPNOSE i Conjunto de manifestações psicofisiológicas que aparecem emqualquer estado emocional de intensidade aumentada (Galina Solo-vey).

HIPNOSE - Estado particular do sistema nervoso no qual a inibição decertas zonas permite uma ação inusitada.

HIPNOTISMO - Qualquer procedimento que possa desencadear umareação emocional no paciente (Galina Solovey).

HIPNOTISMO - Sugestão por meio de um agente (Max Doris).

HIPNOPÉDIA - Método educacional baseado em sugestões efetuadasdurante o sono do indivíduo. Neologismo criado por Huxley, em 1932.

HISTERIA - (gr. hustera, útero, posto se acreditasse, até bem pouco tempo,que essa afecção tivesse origem no citado órgão), neurose que semanifesta fisicamente. - As crises histéricas - convulsões turbulentas,

'paralisias, perda da visão ou da fala, etc. - Não assentam sobrenenhuma base orgânica (o indivíduo afirma que não pode mais andar,por exemplo, mas seus reflexos tendinosos permanecem em perfeitoestado); por outro lado, elas sobrevêm, praticamente, sempre empresença dos outros. Por muito tempo imconpreendidas (na Idade.Média, atribuía-se-lhes a ocorrência à possessão demoníaca; no secoXIX, a supersolicitações sexuais), as crises histéricas foram minucio-samente descritas por Charcot e depois explicadas por S. Freud. Ahisteria é uma neurose expressional, e suas crises têm uma significa-ção. São elas a manifestação, somática e espalhafatosa, de conflitosinconscientes, e possuem mesmo o valor de uma linguagem.

HOLÍSTICO - O termo Holístico foi objeto deuma definição pela Univer-sidade Holística Internacional, em Paris, em 1986. Eis o seu conteúdo:"Holístico" (do grego Halas: Todo).O paradigma holística "considera cada elemento de um campo comoum evento que reflete e contém todas as dimensões do CAMPO (Cf ametáfora do holograma). É uma visão na qual "o todo" e cada umade suas sinergias estão estreitamente ligados, em interações constan~tes e paradoxais".

INCONSCIENTE - 1. Domínio dos processos nervosos que escapaminteiramente ao conhecimento pessoal, como a maioria das regulações

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orgânicas, reflexos, automatismos, dos quais somente os efeitos po-dem tornar-se conscientes. Diferencia-se dos processos igualmenteinconscientes, num momento dado, mas que, em outro, possam serobjeto de conhecimento pessoal, domínio este chamado subconscien-te. 2. Em sentido mais amplo, tudo quanto num determinado momento,escape à consciência, sem diferenciar-se entre o subconsciente e oinconsciente essencial. 3. No sentido de Freud, qualifica os processosdinâmicos que eficazmente atuem sobre a ~onduta, sem que atinjam aconsciência; só se tornam conscientes esses processos quando rompamas resistências, no sonho, no decorrer de estados psicóticos, ou me-diante tratamento psicanalítico. Inco/lsciente coletivo. No sentido deJung, aquilo que no inconscien~ individual provenha de origemancestral (Cr arquétipo).

LA YA- YOGA - A palavra sânscrita LA YA significa "dissolução". Ássim,LA Y A- YOGA será "união com Deus por meio da dissolução dapersonalidade" (segundo a crença dos iogues).

LETARGIA - Ou Técnica Letárgica. Conjunto de processos mecânicos efisiológicos para se induzir um paciente aos diversos estados letárgi-cos.

LETARGIA - Estado em que as funções da vida estão atenuadas a pontode pareceram suspensas (Dic. Prát. - Jaime Séguier).

LETARGIA - Técnica de Indução hipnótica introduzida no Brasil peloIrmão Vitrício (Marista) em 1956. Hoje, Padre Luiz_ I3-~ch.

LETARGIA - Sono profundo em que parecem suspensas a circulação e arespiração. (Dic. Cândido de Figueiredo).

LETARGIA - Sono profundo e prolongado durante o qual o âoente falasem saber o que diz, esquece o que disse, sem contudo deixar o estadoem que se encontra. (Dic. de Termos Téc. de Med. - Garnier Delama-re).

LET ARGIZADO - Aquele que se acha sob a ação da Técnica Letárgica.

LET ARGIZAR - Produzir, pela Técnica Letárgica, um ou vários estadosletárgicos.

MAGNETISMO ANIMAL - Ação que uma pessoa exerce sobre o sistemanervoso de outra em determinadas circunstâncias e por certas práticas,infundindo-lhe um sono artificial e produzindo, às vezes, sonambulis-

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mo. Segundo Mesmer, existe uma matéria sutilíssima que exerce seupoder através do Universo e a mútua influência dos seres viventes emvirtude desta matéria deu o nome de "Magnetismo Animal", sustentavaque as enfermidades não eram outra coisa que perturbações destemagnetismo. (Dic. Enciclopédico Salvat, Tomo VIII, pág. 1042,1954).

MILAGRE - 1. Na linguagem comum, costuma-se entender por "milagre"um fato maravilhoso ou extraordinário que suscite admiração ouespanto, o termo miraculum latino vem da mesma raiz que admirari.2. O milagre, na teologia e na apologética católicas, não é simplesmen-te um feito que derrogue às leis da natureza, suscitando admiração esurpresa nos seus observadores, mas é, antes do mais, um sinal ou umapalavra "plástica" de Deus aos homens. Em conseqüência, entenda-sepor "milagre" um acontecimento real, que seja inexplicável aos olhosda ciência contemporânea e que ocorra em autêntico contexto religiosocomo resposta de Deus a esse contexto. O autêntico milagre, para aapolongética católica, não poderá ser um fenômeno de experiênciameramente individual, que os homens não possam reconhecer porcritérios objetivos; nem um fenômeno ambivalente, isto é, suscetívelde dupla interpretação (a natural e a sobrenatural); nem uma cura demoléstia funcional (requer-se moléstia orgânica tida como incurávelpela medicina contemporânea), nem algo que se verifique em ambientede imoralidade, charlatanismo, cobiça de lucros financeiros, sensacio-nalismo, arrogância em relação a Deus ... Ao contrário, o autênticomilagre se realiza em contexto de prece humilde, fé autêntica, e dáfrutos de conversão à verdade, repúdio do pecado, concórdia e caridadeentre os homens. - Caso seja a cura de alguma moléstia orgânicadevidamente, diagnosticada, requer-se que seja instantânea ou quaseinstantânea. E mediante tais critérios que se podem distinguir de falsosportentos (devido à ilusão ou a forças ocultas) os verdadeiros milagres,sinais de Deus que confirmam uma mensagem ou um arauto daverdadeira fé. O milagre, pOltanto, está sempre relacionado com algumquadro religioso; Deus o produz para confirmar algo que aí deva serconfirmado. Os feitos maravilhosos que não tenham este significadode sinal religioso, não interessam diretamente à teologia, mas hão deser estudados primeiramente pelas ciências psicológicas e parapsico-lógicas. (Padre Estêvão Bettencourt, OSB, Revista Pergunte e Respon-deremos, n° 176, agosto de 1974, página 323).

OBNUBILAÇÃO - Estado vertiginoso, em que os objetos são vistosatravés de uma nuvem.

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OBNULATION - (Do lat. obnubilatus). Entouré comme dún nuage. Syn.Eblouissemente, vertige.

PARANORMAL - Termo forjado por Wately Carington para substituir"Supranormal". Literalmente significa: que está ao lado do normal ouque se acrescenta ao normal. Sinônimo de "parapsicológico". NoBrasil, vem sendo usado erroneamente para designar percipiente,médium, testador.

PARAPSICOLOGIA - Termo proposto emjunho de 1889 por Max Des-soir. A Parapsicologia pretende pôr em evidência, estudar experimen-talmente as funções psíquicas que ainda não estão incorporadas aosistema da psicologia científica, não com o fim de chegar a constituir-se em alguma ciência autônoma e revolucionária (estas eram as pre-tensões dos metapsiquistas da velha escola), mas com a modestafinalidade de, aos poucos, incorporar suas descobertas na Psicologia,ampliando-a e completando-a. Portanto, o lugar natural desta novaCadeira é ao lado da Psicologia, (ou atrás dela) nas Faculdades deFilosofia.

PERCIPIENTE - Aquele que percebe. Em telepatia ou em clarividência, éa pessoa que se submete a uma experiência ou manifesta um compor-tamento de origem paranormal. (Indivíduos que têm capacidade paraver a distância, sentir a distância e ouvir a distância).

PITIATISMO - (gr. peithein, "persuadir", e iatos "curável"), afecçãonervosa devida à sugestão e curável mediante a persuasão. O termo foicriado por Babinski (190 I) para caracterizar a histeria dita de "conver-são". (Dic. de Psicologia, ed., Larousse do Brasil).

PRANA - Energia vital.

RAPPORT - Relação interpessoal. Transferência positiva. Fator curativodas diversas psicoterapias. Relação interpessoal entre o terapeuta e opaciente.

RELAXAMENTO - Aliviar a mente e o corpo de toda a tensão e contraçãoconsciente. Deriv-a-se do latim "laxare" que significa soltar ou afrou-xar.

SAMADHI - Termo iogue. Estado de transe.

SARVAGANASANA - Termo iogue. Postura que contribui para o rej~e-nescimento do indivíduo.

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SAVASAN - Termo iogue. Postura da morte.

SÍNDRüME - Conjunto bem determinado de sintomas que não caracteri-zam necessariamente apenas uma afecção patológica ou uma só mo-léstia, mas podem traduzir uma certa modalidade patogênica.Síndrome comocional. Conjunto de distúrbios neuropsíquicos, conse-qüentes a explosões ocorridas próximo ao indivíduo sem que este sejaferido ou apresente lesões nervosas localizadas (Mairet e Piéron,1915). Os principais sintomas são: astenia, fatigalidade, aprossexia,hipoestesias, cefaléias, vertigens, hiperrefletividade. Este síndrome

.depende de um confundindo-o com síndromes emocionais, psiconeu-roses emotivas e manifestações histeriformes (ou pitiáticas). ü síndro-me atópico (Grasset) dos feridos craniocerebrais, e que compreendedistúrbios independentes de lesões nervosas localizadas, confunde-sena maioria dos casos com o síndrome comocional.

SUBCONSCIENTE - Domínio de processos mentais que escapam quasecompletamente ao campo do conhecimento, emborajá tenham perten-cido a ele e possam voltar ao foco da consciência. Exercem, contudo,influência mais ou menos marcada sobre a vida mental. Sin: pré-cons-ciente (FREUD), infraconsciente (BURLOUD).

SUGEST Ãü - Indução ou tentativa de indução de uma idéia, crença,decisão ou ato, realizada na pessoa alheia, por meio de estímulosverbais ou outros estímulos, à base uma argumentação exclusivista. Éum estímulo geralmente de natureza verbal, por cujo intermédiointentamos levar uma pessoa a agir independente das suas funçõescríticas e integradoras (Dic. de Termos Psic. de Warren).

SUGEST ÃO - Ação da vontade de um indivíduo sobre a de outro com oobjetivo de influir sobre seus atos ou idéias. (Dic. de Med. Dabout,pág. 841, ed., 1948).

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AGRA"DECIMENTOSAqui deixamos consignado o testemunho de nosso reconhecimento, de

nosso apreço e de nossa estima a todos que direta ou indiretamente nosajudaram na confecção deste modesto trabalho. Agradecemos de modoparticular:

Aos Doutores: Alberto Lerro Barretto, Yves Ponroy e João PedroMatta.

Aos amigos: Albertino Fonseca, Federico Abente, Manuel Alfaro,Raul Rivelli e Severino Rocha.

Às modelos: Andressa Balbi, Carolina Maricevich, Lorena Lacarrub-ba Toffoletti, Lúcia Helena do Nascimento, Malu, Marta de Castro, RobertaArantes e Susana Farifía.

Aos ESTÚDIOS KOV ÁCS, apontado como o melhor estúdio foto-gráfico da América do Sul. Av. Peru 225 - entre Mariscal Lapes e Espanha.Tel.: 202.;.363e Fax: 2l3-031. Assunción - Paraguai.

Homenagem Póstuma: ao Dr. Anatol Milechnin e Dr. Milton H.Erickson.

Moça da capa: LORENA LACARRUBBA TOFFOLETTI

Foto da capa: ESTÚDIO KOV ÁCS

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35. ROCHA LIMA - Gramática Normativa da Língua Portuguesa - Ed.José Olympio, 16a ed., Rio de Janeiro, 1973.

36. RODRIGUES, Vinitius da Costa - Parapsicologia, Ciência X Bruxaria- Ed. Sono Viso do Brasil, Rio de Janeiro, 1973.

37. ROUET, Marcel- Méthode Culturiste, Ed. J. Susse, 2a ed., Paris, 1956.

38. ROUET, MarceI - Maigrir et Vaincre Ia celulite Par La DétenteNerveuse - Ed. Dangles, Paris, 1986.

39. SILVA, Joston Miguel - Segredos da Psicologia para o Jogador deFutebol - Ed. do Autor, Brasília, 1981.

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42. SOLOVEY, Galina e MILECHNIN, Anatol- EI Hipnotismo de Hoy-3a ed., Ed. hachette, Buenos Aires, 1988. Com prefácio, ampliação eatualização de César Santos Silva e Paulo Paixão.

43. TOCQUET, Robert - Tout l'Occultisme Dévooilé - Ed. Amiot, Paris,1952 - Les Dessous de I' Impossible - Ed. Speciale, Paris, 1972. - OsPoderes Secretos do Homem - IBRASA, São Paulo, 1967.

44. TOCQUET, Robert - A Cura Pelo Pensamento - Ed. Mundo MusicalLtda., Rio de Janeiro, 1973.

45. TOCQUET, Robert - Cultive Seu Cérebro - Ed. IBRASA. 3a Ed., SãoPaulo, 1977.

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48. VOLGYESI, Franz - EI Alma do es Todo - Ed. Caralt, Barcelona, 1956,- Hypnosis of Man & Animais - Ed. Bailliere. Tindal & CasseI,Londres, 1962.

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-.REFERENCIAS

Autoridades internacionais em Hipnose Médica opinam sobrePAULO PAIXÃO.

"Os Doutores PAULO PAIXÃO e CÉSAR SANTOS SILVA já mi-nistraram cursos sobre Letargia em todos os países da América do Sul etambém na Europa". Galina Solovey, M.D. - El Hipnotismo de HOY, 4a

ed., Ed. Hachette, Buenos Aires, 1988, pág. 44."O Dr. PAULO PAIXÃO já pronunciou numerossísimas conferências

em vários países ressaltando a importância da hipnose moderna". Dr.Jimenez deI Oso - Teoria y Practica de Ia Hipnosis - Ed. Uve, Madrid,1980, pág. 45.

"O Dr. PAULO PAIXÃO, autor de vários livros sobre hipnose, jáproferiu conferências em vários países enfatilizando que a hipnose é parteintegrante da vida cotidiana". Prof. D' Arbó - Magia dei Hipnotismo - Ed.Ramon Plana, Barcelona, 1975, pág. 47.

O Dr. PAULO PAIXÃO é um dos grandes investigadores e divulga-dores do hipnotismo contemporâneo e da Parapsicologia - Anatol Milech-nin - Hypnosis - Ed. John Wright & Sons Ltda., Londres, 2a ed., 1967.

"No Brasil, o Dr. PAULO PAIXÃO é uma das maiores autoridadesem Letargia" - Franz Volgyesi - Hypnosis of Man & Animais - Ed.Bailliere, Tindal & Cassei, Londres, pág. 3, 1962.

"Uma corrente variante - a indução por meio de toques - foi lideradapelo Dr. PAULO PAIXÃO". Karl Weissmann - O Hipnotismo - Ed.Martins, São Paulo, 1973, 3a ed., pág. 51.

"A Letargia ficou muito conhecida no BRASIL pelo trabalho deintrodução e divulgação do Irmão Vitrício, Marista (hoje Padre Luiz Rech)e do Dr. PAULO PAIXÃO."

George Alakija - Feche os olhos, Relaxe e Durma - Ed. do Autor,Salvador - Bahia, 1993.

"No Rio de Janeiro, temos entre outros, PAULO PAIXÃO que, pelosseus méritos, é muito citado neste trabalho".

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Haeckel Meyer - Acupuntura e Letargia nos Esportes - Ed. do Autor,Salvador -Bahia, 1992.

"Dos famosos Hipnólogos - Dr. PAULO PAIXÃO Y Dr. CÉSARSANTOS SILVA darán mafíana, a Ias 10.00 a.m., en el Hotel Savoy unaconferencia de prensa. "EL COMERCIO, QUITO, 13/11/1978."

"Le livre de PAUL PAIXÃO, Parapsychologie, Science ou Magie?,complété par des photos, des dessins, un lexique et une bibliographie, birllepar Ia richesse des observations qu' il contient". - LE MONDE, Paris,21/07177.

"El Prof. PABLO PAIXÃO, sefíalado como el mayor parapsicológode América do Sul, hizo impressionantes demonstraciones deI estado detrance y de su tecnica letárgica, em Ia ciudad de Rosario" - LA RAZON,Buenos Aires, 18/04178.

"El Dr. PAULO PAIXÃO, un grande deI hipnotismo, es una de Iasfiguras latinoamericanas más importantes de Ia hipnosis moderna". RevistaCARTELERA, n° 78, Asunción, 23/12/1988.

"Com a magia de sua oratória e com sua cultura invejável, o Prof.Paixão fez impressionantes demonstrações do estado de transe, telestesia erespondeu com precisão às mais variadas perguntas sobre o assunto". - OGLOBO, Rio de Janeiro, 26/09176.

"El professor PAULO PAIXÃO, conocido internacionalmente y autorde varios libros sobre hipnosis, dictará un cursillo intensivo de hipnosis ..."

ABC - Asunción 10.08.1992."El Prof. PAULO PAIXÃO es famoso internacionalmente y es citado

con destaque en varios libros de hipnosis por reconocidas autoridades en eltema".

HOY-Asunción 11.10.1989."En demonstración de Letargia el professor PAULO PAIXÃO des-

lumbró aI auditorio".EL PUEBLO - Bogotá, 24.07.1989.El Dr. PAULO PAIXÃO, famoso internacionalmente, participó de

Conferencia de Carismaticos, juntamente con el Dr. CESAR SANTOSSILVA, donde tivieron uh feliz encuentro con el no menos famoso sacerdoteEMILIANO TARDIF.

CRONICA - Asunción 02.06.1994.El professor PAULO PAIXÃO, autor de varios libros sobre hipnosis,

habló para los carismaticos.EL NUEVO HERALD - Miami (USA) 08.06.1994."El professor PAULO PAIXÃO, experto en hipnosis, brindará una

charla sobre Letargia y Terapia por imaginación".

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ÚLTIMA HORA - Asunción, 20.10.1992.EI professor PAIXÃO es conocido internacionalmente y es citado en

varis lib~os de hipnosis por autoridades en el tema.DIARIO DE NOTICIAS - Asunción - 10.09.1989."PAULO PAIXÃO é um dos maiores propagadores mundiais da

Técnica letárgica" - FOLHA DE SÃO PAULO, São Paulo, 09/04/63."PAULO PAIXÃO é um dos mais renomados técnicos do país em

matéria de hipnotismo e letargia, cujo nome é citado com destaque noexterior, em diversos tratados de hipnotismo" - Revista O CRUZEIRO, N°20, Rio de Janeiro, 16/05/73.

Opiniões valiosas sobre as primeiras edições de "Parapsicologia:Ciência ou Magia?" de PA ULO PAIXÃO E CÉSAR SANTOS SILVA.

"Je me ferai un tres grand plaisir de faire connaltre vos ouvrages auxparapsychologues français, et en particulier, à mes collegues de I'IMI, Jene manquerai pas de citer vos travaux chaque fois que cela me serapossible". - ROBERT TOCQUET, Diretor do Instituto de MetapsíquicaInternacional de Paris, 10.05.74.

"Felicito-o muito calorosamente pela publicação dessa obra-marco,redigida com singular clareza, concisão e admirável sen o didático." - Prof.ROCHA LIMA. Catedrático de Português do Colégio Pedro lI, Rio deJaneiro, 22/06/74.

"Seu livro é excelente. Muito grata pela inclusão de resumo biográficode meu marido". - MAGDA VÓLGYESI, Diretora do In tituto deParap-sicologia Franz Volgyesi de Budapest - Hungria, 06/0

"O Prof. RHINE felicita-o pela publicação de Parap icologia: Ciênciaou Magia?" - WALTER J. LEVY JR. Diretor do Instituto de Parapsicologiada Fundação para Pesquisa da Natureza do Homem - .S.A 19/03/74.

"Agradecemos a Ud. que nos haga conocer u impresiones conrespecto a 10 expuesto más arriba y aI mismo tiempo ugerencias, tanto en10 referente a Ia Revista, como a Ia relación de inter ambio cientifico denuestras actividades".a) Dr. ISAAC GUBEL, Presidente de Ia Federación Latino-Americana de

Hipnosis Clínica Buenos Aires - Argentina, 1961.

I oibÍi~lcca fÚhlica Mu~icipal Ili"':"b.5"'·' s·"'j~I~ J ~ •. ~I --_..--._ .

50 - LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA ._.-

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