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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – CAMPUS
UNIVERSITÁRIO DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
SINOP
MATO GROSSO - BRASIL
2017
LETÍCIA MARIA DE CARVALHO PEREIRA
OS BENEFÍCIOS DE METODOLOGIAS ATIVAS COM ÊNFASE NA
SIMULAÇÃO CLÍNICA EM ENFERMAGEM PARA DISCENTES DE
GRADUAÇÃO: REVISÃO INTEGRATIVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – CAMPUS
UNIVERSITÁRIO DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
SINOP
MATO GROSSO - BRASIL
2017
LETÍCIA MARIA DE CARVALHO PEREIRA
OS BENEFÍCIOS DE METODOLOGIAS ATIVAS COM ÊNFASE NA
SIMULAÇÃO CLÍNICA EM ENFERMAGEM PARA DISCENTES DE
GRADUAÇÃO: REVISÃO INTEGRATIVA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade Federal de Mato Grosso – Campus de
Sinop, como requisito parcial para obtenção do
título de Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: Profª Me. Luciene Mantovani Silva
Andrade
LETÍCIA MARIA DE CARVALHO PEREIRA
OS BENEFÍCIOS DE METODOLOGIAS ATIVAS COM ÊNFASE NA SIMULAÇÃO
CLÍNICA EM ENFERMAGEM PARA DISCENTES DE GRADUAÇÃO: REVISÃO
INTEGRATIVA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso
de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal
de Mato Grosso- Campus Sinop, como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.
Aprovado em ___/___/_____
Profª. Me. Luciene Mantovani Silva Andrade
Orientadora
Instituto de Ciências e Saúde- Curso de Graduação em Enfermagem pela UFMT
Profª. Me. Cláudia Regina Barros Costa
Banca examinadora
Instituto de Ciências e Saúde- Curso de Graduação em Enfermagem pela UFMT
Profª. Patrícia Reis de Souza
Banca examinadora
Instituto de Ciências e Saúde- Curso de Graduação em Enfermagem pela UFMT
Profª. Me. Cezar Augusto da Silva Flores
Suplente
Instituto de Ciências e Saúde- Curso de Graduação em Enfermagem pela UFMT
Dedico esse trabalho à todas as pessoas que
contribuíram direta ou indiretamente ao meu
processo de formação. Em especial meus pais e
meus irmãos, por todo apoio e incentivo ao
longo de todos esses anos.
AGRADECIMENTOS
Quero primeiramente agradecer a Deus pelo Dom da vida, por iluminar o meu caminho e guiar
meus passos.
À meu pai, Rafael de Fátima Pereira, que me criou com tanto carinho, e fez com que eu me
tornasse uma vencedora, sempre acreditando em meu potencial, me incentivando e motivando
nos momentos difíceis. Me ensinou a tríade: humildade, fé e honestidade.
À minha mãe, Roseli Dias de Carvalho, que me ensinou a batalhar pelos meus sonhos e nunca
desistir dos meus objetivos, mulher de garra, confesso que ela é um pouco difícil de lidar, no
entanto é um modelo de mulher a ser seguido, pois mesmo com todas as dificuldades que a vida
lhe proporcionou, 3 filhos para criar, manteve-se forte, de cabeça erguida e és uma vencedora.
À minha irmã caçula Anne Carolina Dias de Carvalho, minha companheira de todos os dias,
sempre me apoiando e incentivando. Ao meu irmão mais velho, Pedro Amon de Carvalho
Pereira, por estar sempre ao meu lado me apoiando e aconselhando.
Aos meus avós Carmelita Neres de Carvalho e Geraldo Dias de Carvalho, que participaram
ativamente em minha criação.
À minha prima Michelly Dias de Carvalho, que me cuidou com tanto amor e carinho durante
minha infância, me balançou em seus braços muitas e muitas vezes, por eu ser muito “chorona”.
Você se tornou uma mulher de sucesso e me orgulho muito de você por isso.
Ao meu namorado Aksou Victor Kestring Vera, que esteve ao meu lado durante o período da
faculdade, me apoiando e incentivando, meu ombro amigo e companheiro.
À Universidade Federal do Mato Grosso campus de Sinop, juntamente com seu corpo docente,
direção e administração pela oportunidade de estudar nessa instituição e pela presteza nos
momentos que necessitei.
A minha orientadora, Enfermeira Mestre Luciene Mantovani Silva Andrade, que me acolheu,
como uma mãe acolhe seus filhos. Sou grata a ti pela paciência, ensinamentos e por contribuir
seus conhecimentos comigo.
Às minhas companheiras de classe Michelly Lemes Paniago, Fabíula Massaranduba, Gesiely
Gimenes, Valéria Lazaroto, Alana Celoni, Camila Esperidião, Pollyana Fanin, Amanda
Moreira, Paloma Filomena, Suzana D., que me aturaram durante 4 anos e meio, foram muitas
brigas, discórdias, fofocas, afinal, somos uma turma só de mulheres, e quais são as mulheres
que não brigam? Mas também muitas risadas, muitos lanchinhos gostosos, muitas lágrimas ao
receber uma nota ruim e muitos gritos de alívio ao receber as notas de APROVADAS ao final
dos semestres longos e cansativos.
À queridíssima professora do Estágio Supervisionado II, Doutora Marieli Basso Bolpato, por
acreditar em meu potencial, me incentivar e me dar forças.
A todos os Docentes que realizam vosso trabalho com tanto amor e carinho e participaram do
processo de minha formação. Cada semestre, uma equipe diferente de Colaboradores, isso
mesmo, colaboraram para que eu pudesse desenvolver o senso crítico e conhecimento
científico. Levarei um pouquinho de cada um de vocês comigo.
Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para meu processo de formação, meus
sinceros agradecimentos, dedico este trabalho a vocês.
Ainda que a minha mente e o meu corpo enfraqueçam, Deus é a minha força, Ele é tudo o que
eu preciso. (Salmo 73:26)
RESUMO
PEREIRA, Letícia Maria de Carvalho. Os benefícios de metodologias ativas com ênfase na
simulação clínica em enfermagem para discentes de graduação: revisão integrativa. 2017.
84 f. Trabalho de Curso. Instituto de Ciências da Saúde. Curso de Enfermagem. Universidade
Federal de Mato Grosso, Sinop, 2017.
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que buscou identificar os benefícios de
metodologias ativas com ênfase na simulação clínica em enfermagem para discentes de
graduação, a partir de publicações científicas indexadas nas bases de dados LILACS e
MEDLINE, no período entre 2014 e 2017. Seguindo os critérios de busca, a amostra da revisão
integrativa totalizou em 14 artigos indexados nas bases de dados propostos, sendo 5 artigos
encontrados no Lilacs e 9 artigos encontrados na MedLine. Através desse estudo, pode-se
constatar que a simulação clínica em enfermagem vem sendo um tema fortemente estudado nos
últimos anos, devido aos benefícios para acadêmicos e profissionais atribuídos por ela. Dentre
os benefícios apontados pelos estudos, constatou-se o desenvolvimento de habilidades e
competências, a melhora do raciocínio clínico e julgamento crítico para a tomada de decisões,
contribuindo assim para a prática clínica real. Embora a simulação de alta fidelidade traga
benefícios, existem limitações para o seu uso, como a autenticidade da vivência, pois não
reproduz fidedignamente as manifestações humanas tendo em vista que, o software controlador
dos simuladores, é pré-programado para reproduzir os sinais clínicos, e neste caso, não “prevê”
intercorrências que eventualmente podem ocorrer na prática real. Outro fator limitante apontado
pela literatura é o alto custo, visto que demanda tecnologia altamente sofisticada, além disso
necessita de treinamentos constantes para os professores envolvidos no processo de ensino-
aprendizagem com essa ferramenta de ensino. Embora existam diversos estudos abordando o
tema, grande parte deles são de revisões de literatura e é escasso o número de estudos
experimentais quantitativos, abordando a vivência e uso dessa tecnologia a longo prazo. Com
base nos levantamentos realizados, recomenda-se a realização de estudos adicionais que
utilizem medidas quantitativas para avaliar o impacto da simulação no pensamento crítico,
autoconfiança, desenvolvimento de habilidades e competências clínicas.
Descritores: Simulação; Enfermagem; Educação.
ABSTRACT
PEREIRA, Letícia Maria de Carvalho. The benefits of active methodologies with an
emphasis on clinical nursing simulation for undergraduate students: integrative review.
2017. 84 f. Trabalho de Curso. Instituto de Ciências da Saúde. Curso de Enfermagem.
Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop, 2017.
It is a literature integrative review, which sought to identify the benefits of active methodologies
with emphasis on clinical nursing simulation for undergraduate students, from scientific
publications indexed in LILACS and MEDLINE databases, between 2014 and 2017. Following
the search criteria, the sample of the integrative review totaled 14 articles indexed in the
proposed databases, with five articles found in Lilacs and nine articles found in MedLine.
Through this study, it can be verified that clinical simulation in nursing has been a subject
strongly studied in the last years, due to the academics and professionals’ benefits attributed by
it. Among the benefits pointed out by the studies, skills and competences development, the
improvement of clinical reasoning and critical judgment for decision making, thus contributing
to the actual clinical practice were verified. Although high-fidelity simulation brings benefits,
there are limitations to its use, such as the experience authenticity, because it does not reproduce
reliably human manifestations, since the simulator controller software is pre-programmed to
reproduce the clinical signs, and in this case, does not "predict" intercurrences that may occur
in actual practice. Another limiting factor pointed out in the literature is the high cost, since it
demands highly sophisticated technology, besides that requires constant training for teachers
involved in the teaching-learning process with this teaching tool. Although there are several
studies about the topic, most of them are from literature reviews and the number of experimental
quantitative studies is scarce, approaching the experience and use of this technology in the long
term. Based on the search done, additional studies using quantitative measures to evaluate the
simulation impact on critical thinking, self-confidence, skills development and clinical skills
are recommended.
Descriptors: Simulation; Nursing; Education.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Síntese dos passos para realização de uma revisão integrativa ...............................39
Figura 2: Fluxograma metodológico do levantamento bibliográfico – 2017 .........................42
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Classificação da força das evidências, definidas segundo as características da
proveniência das fontes utilizadas .............................................................................................36
Quadro 2: Descritores para metodologia de ensino em simulação clínica para enfermagem…38
Quadro 3: Número de referências bibliográficas e artigos selecionados na base de dados
LILACS ...................................................................................................................................41
Quadro 4: Número de referências bibliográficas e artigos selecionados na base de dados MED
LINE ........................................................................................................................................41
TABELAS
Tabela 1: Distribuição dos artigos encontrados no LILACS incluídos na revisão ............... 44
Tabela 2: Distribuição dos artigos encontrados na MEDLINE incluídos na revisão .............45
APÊNDICE
APÊNDICE I: Protocolo para revisão integrativa.................................................................. 77
ANEXO
ANEXO A: Instrumento de coleta de dados dos artigos da revisão integrativa de
literatura....................................................................................................................................82
LISTA DE ABREVIATURAS
BVS: Biblioteca Virtual de Saúde
CASP: Programa de Competências de Avaliação Crítica
CST: Treinamento de Habilidades de Comunicação
DeCS: Descritores de Ciências da Saúde
HFS: High Fidelity Simulation
HPSMs: Manequins de Simulador de Pacientes Humanos de Alta Fidelidade
LILACS: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
MEDLINE: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MeSH: Medical Subject Headings
NLM: National Library of Medicine, USA
PBE: Prática Baseada em Evidência
PS: Pacientes Simulados
RI: Revisão Integrativa
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 18
2. OBJETIVOS ................................................................................................................... 22
2.1 GERAL ...................................................................................................................... 22
2.2 ESPECÍFICOS ........................................................................................................... 22
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 23
3.1 ÉTICA PROFISSIONAL .......................................................................................... 23
3.2 SIMULAÇÃO, CONTEXTO HISTÓRICO .............................................................. 25
3.3 SIMULAÇÃO NO ENSINO DE ENFERMAGEM .................................................. 28
3.4 METODOLOGIAS ATIVAS .................................................................................... 32
4. METODOLOGIA ........................................................................................................... 35
4.1 PROCESSO PARA SELEÇÃO DE ARTIGOS ........................................................ 38
4.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ................................................................................... 39
4.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO .................................................................................. 39
4.4 ESTRATÉGIA DE BUSCA ...................................................................................... 40
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 42
5.1 VISÃO ACADÊMICA SOBRE O USO DA SIMULAÇÃO CLÍNICA .................. 49
5.2 ABORDAGEM GERAL SOBRE O USO DA SIMULAÇÃO CLÍNICA ................ 57
5.2.1 Simulação no contexto educativo ....................................................................... 60
5.2.2 Avaliação do desempenho dos alunos ................................................................ 63
5.2.3 Professores .......................................................................................................... 64
5.3 BARREIRAS ENFRENTADAS PARA O USO DA SIMULAÇÃO ....................... 64
5.3.1 Limitações do uso da simulação no contexto educativo .................................... 66
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 67
7. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 69
8. APÊNDICE I ................................................................................................................... 77
9. ANEXO A ........................................................................................................................ 82
18
1. INTRODUÇÃO
As transformações da sociedade contemporânea, têm feito com que no decorrer da
formação acadêmica, os centros de ensino, junto com seus facilitadores de conhecimento,
busquem metodologias de ensino inovadoras, a fim de maximizar o alcance de conhecimento
técnico-científico, refletindo diretamente no crescimento pessoal e competência profissional
dos indivíduos.
As metodologias de ensino-aprendizagem tradicionais ainda são utilizadas em larga
escala na formação dos profissionais da saúde. Nesses modelos de educação, denominada por
Paulo Freire como bancária, destacam-se a transferência de conhecimentos pelo docente ao
aluno, a supervalorização da formação técnica e a dissociação entre o conhecimento teórico
recebido passivamente pelo discente e o contexto social em que está inserido (SOBRAL, 2012).
Podemos definir essa prática de um ensino verbal como uma herança deixada pelos
primeiros educadores (os jesuítas), caracterizada pela repetição e pela memorização sem
criticidade (BRIGHENTE, 2016). É uma educação que valoriza a leitura mecânica, já que, “em
lugar de ser o texto e sua compreensão, o desafio passa a ser a memorização do mesmo. Se o
estudante consegue fazê-lo, terá respondido ao desafio” (FREIRE, 2002, p. 10).
Para minimizar o distanciamento entre os avanços científicos e a prática assistencial,
surgiu na década de 70, inicialmente, no campo da Medicina, e, posteriormente, na
Enfermagem, a Prática Baseada em Evidências (PBE). A PBE consiste em uma importante
ferramenta na assistência à saúde, especialmente porque o desenvolvimento acelerado da
produção científica torna impossível tanto seu total acesso quanto o reconhecimento de sua
qualidade. A utilização de um método sistematizado possibilita reunir, classificar e analisar
resultados de pesquisa e concluir por evidências, ou não, a tomada de decisões, assim como a
necessidade de desenvolvimento de novos estudos primários (OKUNO; BELASCO;
BARBOSA, 2014).
A medicina baseada em evidências consiste em um novo paradigma, desenvolvido por
estudiosos da Universidade McMaster (Canadá), na década de 80. Trata-se de um processo
sequencial, constituído pelas seguintes etapas: 1ª - Levantamento do problema e formulação da
questão, 2ª - Pesquisa da literatura correspondente; 3ª - Avaliação e interpretação dos trabalhos
coletados mediante critérios bem definidos; 4ª - Utilização das evidências encontradas, em
termos assistenciais, de ensino e/ou de elaboração científica (GALVÃO et al 2002).
Segundo Galvão et al (2002), a enfermagem baseada em evidências é definida como o
uso conciso, nítido e racional de informações advindas de teorias e pesquisas para a tomada de
decisão sobre o cuidado prestado a indivíduos ou grupo de pacientes, levando em conta as
19
necessidades individuais e preferências, promovendo a qualidade da assistência prestada ao
cliente/paciente. Para que isso ocorra, essa prática requer habilidades que não são tradicionais
na prática clínica, pois exige identificar as questões essenciais nas condutas realizadas, buscar
informações científicas pertinentes à pergunta e avaliar a validade das informações.
A enfermagem baseada em evidências não dá ênfase a rituais, experiência clínica não
sistemática, opiniões infundadas ou tradição como base para a prática de enfermagem, mas
acentua a utilização de resultados de pesquisas e, na ausência desses dados, obtidos de forma
sistemática, utiliza ainda programas de avaliação e de melhoria de qualidade e/ou consenso de
especialistas reconhecidos ou confirmada experiência para comprovar a prática (OKUNO;
BELASCO; BARBOSA, 2014). A evidência é “algo” que fornece provas, segundo Cruz (2005)
a força de evidência pode ser categorizada em 5 níveis, de acordo com as características de
fontes da pesquisa abordadas mais profundamente no decorrer do trabalho.
De acordo com José et al (2014) as metodologias de ensino-aprendizagem tradicionais
ainda são utilizadas em larga escala na formação dos profissionais da saúde, entretanto, a
simulação clínica é uma metodologia inovadora, a qual recentemente está sendo introduzida
nas ciências da saúde brasileira. A simulação é uma estratégia de ensino que permite que as
pessoas vivenciem a representação de um evento real com o propósito de praticar, aprender,
avaliar ou entender estas situações. Enquanto ferramenta de ensino é fundamentada na
metodologia ativa, centrada no aluno e nas suas necessidades de aprendizagem em conceitos
necessários para a compreensão e resolução do problema, ao invés de dar enfoque no doente,
como ocorre em contexto clínico. Possibilita uma exposição sistemática, proativa e controlada
dos alunos aos desafios clínicos progressivamente mais complexos, incluindo aquelas situações
potencialmente fatais, que não poderiam ser treinadas de outra forma (BENTO, 2014).
Atualmente, há um crescente interesse pela simulação no ensino da Enfermagem, que se
deve, entre outros, essencialmente a três ordens de razões: ao aumento da complexidade em
saúde; ao desenvolvimento tecnológico e a familiaridade e interesse dos estudantes, cada vez
maior, pelas novas tecnologias, tornando-se estas num meio incontornável no processo ensino-
aprendizagem (BENTO, 2014).
Bento (2014) afirma que com a familiarização da população estudantil do século XXI
com as tecnologias disponíveis, além do fato da mesma se sentir confortável e apta em utilizar
esses recursos, demanda uma participação cada vez maior dessas ferramentas de ensino no
processo formativo, com uma dimensão mais realística das situações de aprendizagem,
contribuindo definitivamente, para o êxito na utilização da simulação como estratégia de ensino
aprendizagem. Através da simulação, pode ser criado um ambiente previsível para permitir que
20
os estudantes pratiquem dentro de condições realistas, em tempo real, utilizando os materiais
clínicos; melhora a aquisição e retenção de conhecimento por parte do estudante, mais do que
as leituras tradicionais e facilita a ligação entre teoria e prática; aumenta a auto eficácia e a
autoconfiança do estudante.
Estudos realizados recentemente, apontam que os estudantes envolvidos na aprendizagem
por simulação ao vivenciar práticas clínicas reais, demonstram um aumentam do seu nível de
competência na execução de técnicas e procedimentos, centrando-se mais no paciente como
pessoa, exercitando o atendimento humanizado, realizando a técnica, porém, não sendo essa o
foco principal do cuidado (BARRETO et al, 2014).
A aprendizagem por simulação proporciona um aumento das oportunidades dadas aos
estudantes para se familiarizarem com as competências clínicas antes de as consolidarem na
prática clínica real. Permite que aos alunos experienciar práticas que podem estar indisponíveis
nos contextos clínicos, mas que farão parte da rotina no mundo real dos cuidados de saúde.
Ao contrário do cenário tradicional da sala de aula, uma situação simulada permite que o
aluno pense espontaneamente e de forma mais ativa do que passiva; fornece oportunidades aos
estudantes de cometerem erros num cenário seguro; e consequentemente, transformar esses
erros em oportunidades de aprendizagem; pode ser usada para avaliar a aquisição de
competências relevantes para a prática clínica; permite a demonstração dos conceitos
fisiológicos de forma mais fácil do que lendo os manuais; melhora a capacidade de visualizar
as respostas fisiológicas às medicações e intervenções de enfermagem. Facilita a aprendizagem
da tomada de decisão e do pensamento crítico. A eficácia dos estudantes no desempenho
melhora após as experiências simuladas (BENTO, 2014).
O uso das novas tecnologias de simulação não existe sem desafios para as Escolas de
enfermagem, para os gestores das escolas e facilitadores do ensino. Apesar dos benefícios serem
evidentes, a implantação da simulação como estratégia na implementação dos currículos de
enfermagem tem custos associados à manutenção dos centros de simulação, o que pode
constituir um grande desafio, dado tratar-se de um investimento muito elevado. Não obstante,
evidencia-se outros impasses, incluindo tempo, suporte técnico e espaço para armazenamento
e utilização do equipamento. Assim como, o tempo para os facilitadores de ensino capacitarem-
se a manusear o equipamento altamente sofisticado, desenvolverem os cenários relacionados
com os objetivos da aprendizagem e realizarem pesquisa para validar a simulação como uma
estratégia efetiva de ensino/aprendizagem é crucial (BENTO, 2014).
Barreto (2014) em uma Revisão Integrativa, afirma que a simulação é um método efetivo
e inovador, que oferece melhores oportunidades de aprendizagem e treinamento, além de
21
ampliar as relações entre a teoria e a prática do corpo discente em um ambiente seguro.
Entretanto, há necessidade de engajamento do corpo docente, para garantir a implementação
dessa estratégia de forma balanceada, assegurando a robustez do processo de ensino-
aprendizagem.
Dessa forma, para elaboração desse trabalho, buscou-se responder a seguinte questão
norteadora como foco principal deste trabalho: Quais os benefícios do uso de metodologias
ativas com ênfase na simulação clínica em enfermagem para os discentes de graduação?
22
2. OBJETIVOS
2.1 GERAL
Investigar quais os benefícios do uso de metodologias de ensino ativas com ênfase na
simulação clínica em enfermagem na graduação para os discentes disponível na literatura
nacional e internacional.
2.2 ESPECÍFICOS
Identificar os principais benefícios do uso da simulação clínica para a enfermagem;
Identificar os níveis de evidência e os delineamentos dos estudos sobre simulação
clínica selecionados;
Identificar as principais resistências para o uso da simulação clínica em enfermagem.
23
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 ÉTICA PROFISSIONAL
A ética refere-se a uma parte da filosofia que estuda os princípios morais que orientam a
conduta humana. Envolve, portanto, uma discussão sobre o agir humano em determinada
realidade (GRAY, 2008). Nesse sentido, em nossas vidas, podemos nos envolver em situações
que impliquem em escolhas difíceis e que gerem dúvidas quanto à sua adequação moral. Sendo
assim, é importante buscar uma argumentação que fundamente uma reflexão sobre nossas
escolhas, valorizando a dignidade humana e o respeito à autonomia do outro (VENTURA,
2014, página 29).
Para Ventura (2014) o enfermeiro, como profissional responsável pelo cuidado à saúde,
enfrenta em sua prática uma série de dilemas de cunho ético e precisa de uma capacitação que
enfatize sua formação ética, embasada na existência humana.
Segundo Porto, a ética funciona como o eixo norteador da arte de “cuidar do outro”,
portanto, tema imprescindível na formação acadêmica, científico e sociopolítico (CARNEIRO
et al, 2010).
Os Códigos de Ética em Enfermagem de diferentes países do mundo definem ações
consideradas éticas como as que visam garantir um cuidado seguro e profissional, sem
discriminação e que considere as diferenças culturais dos usuários dos serviços de saúde (ICN,
2006).
Docentes dos cursos de enfermagem desempenham um papel fundamental na reflexão de
seus alunos sobre a ética em sua profissão (VENTURA, 2014). O ensino de enfermagem
envolve disciplinas técnicas e aquelas desenvolvidas para ensinar o pensamento crítico. Dessa
forma, enseja-se que discentes de enfermagem adquiram habilidades que lhes permitam refletir
sobre questões éticas relacionadas ao cuidado de enfermagem, tendo em vista que, enfermeiros
lidam com dilemas no dia a dia de seu trabalho, o que requer que estabeleçam distinções entre
o certo e o errado. Ressalta-se, ainda, que o processo de tomada de decisão interdisciplinar,
envolvendo a equipe multiprofissional e relações interpessoais, representam componentes
fundamentais para o sucesso da enfermagem atual, já que o trabalho em saúde é eminentemente
um trabalho em equipe (SHAPIRA-LISHCHINSKY, 2014).
O ensino na área de saúde e enfermagem deve envolver o contato direto com pessoas, ao
mesmo tempo em que deve prezar pela segurança e bem-estar dos pacientes. Estes dois
24
imperativos geram uma tensão ética na educação em saúde, muito reconhecida, mas ainda
pouco discutida (VENTURA, 2014).
Com o passar dos anos e com o objetivo de atender as necessidades da sociedade, o ensino
na Enfermagem tem sofrido diversas transformações, e está em contínua mudança e evolução.
Nessa perspectiva, tem-se investigado o emprego de novas tecnologias, como uma estratégia
de ensino-aprendizagem, na qual se busca o desenvolvimento e aprimoramento de habilidades
necessárias para as atividades assistenciais futuras (TEIXEIRA, 2011).
Dentre as tecnologias existentes, a simulação clínica com o emprego dos simuladores é
destacada na literatura como uma estratégia que possibilita o desenvolvimento do pensamento
crítico, bem como o aumento da habilidade para a avaliação e decisão clínica que será requerida
na prática assistencial (TEIXEIRA, 2014).
Algumas literaturas no campo da bioética, condenam o uso indiscriminado de pacientes
– especialmente os que estão sedados ou morrendo – como ferramenta de treinamento para os
alunos. (VENTURA, 2014). Assim, o uso de tecnologias inovadoras –Simulação Clínica em
Enfermagem- no ensino e em serviços de saúde, gera expectativas maiores em oferecer
cuidados de qualidade aos pacientes, visando o comprometimento profissional durante
atendimentos, a segurança dos pacientes além de questões éticas. O modelo de utilização de
simulação com base em um programa sistemático ao longo de toda a formação já existe na
aviação desde a década de 1930 e na educação há pelo menos 3 décadas. Na enfermagem vem
sendo utilizado com mais frequência e de forma sistematizada a partir da década de 1990
(RAUEN, VENTURA, 2014).
Segundo Ziv et al. (2003), o ensino por meio de simulação pode ser considerado um
instrumento interessante para lidar com tensões éticas e dilemas práticos, uma vez que valoriza
o aprendizado com base na experiência prática e vem sendo cada vez mais aceito e solicitado
por alunos. Dentre os aspectos positivos, McCallum (2007) cita a diminuição da ansiedade dos
futuros profissionais, o sentimento de que possuem as competências necessárias para
desempenhar suas funções e a redução da lacuna entre a teoria e a prática.
Nesse contexto, para Ventura (2014) o ensino por meio da simulação possibilita a
preparação dos alunos para que atuem posteriormente na prática de forma efetiva, protegendo,
como consequência, a saúde dos usuários dos serviços de saúde e evitando a ocorrência
excessiva de erros, pois a simulação proporciona aos alunos, desenvolvimento de atividades
semelhantes às encontradas no campo, exercitando a prática, a qual permite equívocos, sem que
isso ofereça riscos para os pacientes e para os próprios alunos.
25
Estudos afirmam que alunos e professores precisam estar preparados para usar a
simulação como ferramenta de ensino e aprendizagem. A preparação dos alunos deve ser
estruturada visando garantir que compreendam que devem se envolver no cenário e não atuar
como atores (SMITH et. al., 2012). Nessa perspectiva, Salas e Burke (2002) enfatizam que uma
ferramenta somente será efetiva se utilizada de forma apropriada.
3.2 SIMULAÇÃO, CONTEXTO HISTÓRICO
Foi uma longa caminhada até a Enfermagem adquirir a notabilidade e a importância de
que desfruta atualmente. Tudo começou com a percursora, Florence Nightingale, durante a
Guerra da Crimeia 1853-1856 envolvendo o Império Russo e do outro o Império
Otomano (atual Turquia), Grã-Bretanha, França, e o reino da Sardenha, por disputas territoriais,
destacando a importância da formação para o exercício profissional de enfermagem, ao afirmar
que a enfermeira não basta ser dotada de compaixão, mas, deve exercer funções somente
quando for possuidora de sólidos conhecimentos, iniciando-se a era de uma enfermagem
científica e de um ensino de enfermagem estruturado (MARTINS et. al., 2012).
Com o passar dos anos, o conhecimento em Enfermagem evoluiu significativamente,
integrando saberes de várias disciplinas e possibilitando o caminho rumo à autonomização.
Todavia, a dimensão técnica do saber em Enfermagem continuou a crescer pelo mesmo
processo de imitação, sempre com os aprendizes a praticar e melhorar seu desempenho nos
pacientes e, algumas vezes, neles próprios ou nos colegas em formação. As escolas não
dispunham de instalações e equipamentos que simulassem o ambiente de cuidados e que
permitissem aos estudantes treinar procedimentos técnicos inerentes à profissão, antes de sua
inserção na prática clínica. Ainda é comum o treino de procedimentos de enfermagem entre os
estudantes, embora seja uma prática não recomendada pelos riscos que pode ocasionar
(COREN, 2009). Na maior parte das instituições de ensino, salvo algumas exceções, a
simulação tem sido apoiada por simuladores de baixa fidelidade, em razão de gestão acadêmica
ineficiente, escassez de recursos das escolas ou sua subutilização (MARTINS et. al., 2012).
A partir de 1870, o desenvolvimento das indústrias elétrica, de fundição, siderúrgica,
química e de refinaria de petróleo possibilitou o manejo de matéria-prima necessária para a
produção de diversos aparatos tecnológicos em larga escala, incluindo os manequins, tornando-
os mais acessíveis e parecidos com o ser humano. Além disso, houve a necessidade de substituir
o ser humano por manequim, com o objetivo de preservar sua integridade física (VIEIRA,
2005).
26
Em 1850, Ignaz Semmelweis, o médico obstetra húngaro, que de forma pioneira
estimulou a lavagem de mãos de estudantes, declarou ao jornal “Privatdozent” que o
aprendizado em pacientes reais era prática humilhante e que o manequim deveria ser utilizado
em seu lugar (BERCHE, 2010). Essa influência da Medicina na Enfermagem Moderna no uso
de simulador consolidou-se no século XIX, influenciada também por outras áreas profissionais,
que começaram a utilizar recursos de simulação em locais e situações de risco potencial para o
ser humano, tais como usinas nucleares, projetos de Engenharia (construção de pontes e
edifícios), academias de polícia e de bombeiro, testes de colisão automobilística e,
especialmente, na Aviação, que em 1920, tornou essencial o uso de simulação no treinamento
de pilotos (VIEIRA, 2005).
Os primeiros registros sobre utilização de manequins na Enfermagem, para prática de
habilidades psicomotoras, são da primeira década do século passado, marcando o início da
produção dos manequins de baixa fidelidade. Em 1911, uma instituição de ensino localizada
em Hartford (EUA), chamada Hartford Hospital Training School, encomendou uma boneca de
tamanho humano real para a empresa M.J. Chase Company. O primeiro manequim lá criado foi
do gênero feminino e denominado de Mrs. Chase. Nos anos 1950, esse foi o simulador mais
popular nos Estados Unidos, período em que a enfermagem americana adotou em larga escala
a simulação por manequim (VIEIRA, 2005).
Na mesma época, iniciou-se a era da produção do manequim de média fidelidade,
representado pelo "The Harvey", que apresentava ruídos de batimentos cardíacos e permitia a
sensação de pulso (HYLAND, 2009). Concomitamente, nos Estados Unidos, houve a primeira
tentativa de associar o manequim ao computador, o "Sim One", que permitiu o treinamento da
intubação endotraqueal pelos médicos e enfermeiros residentes de anestesia. Na década de
1960, a empresa americana Laerdal Corporation criou o manequim "RessuciAnne", iniciando
a produção de diversas versões hoje existentes no mercado. A partir dos anos 1970, os
simuladores começaram a apresentar produtos sintéticos associados ou revestindo partes dos
manequins tornando-os esteticamente mais parecidos com o ser humano. Os estudos de
enfermagem em anestesia começaram a ser realizados prioritariamente em simuladores, na
década seguinte, sendo a área que mais os utilizaram. Por sua vez, a década de 1990 é
considerada a explosão da quantidade, diversidade e complexidade dos simuladores, que
apresentavam, por exemplo, a capacidade de treinar função respiratória, inserção de cateter
vascular e parto vaginal.
Martins et. al., (2012) diz que, alguns dos fatores que levaram à emergência da simulação
foram seis, tais como os que conhecemos hoje: a exigência social de segurança e qualidade nos
27
cuidados de saúde, a necessidade de renovar a formação dos profissionais de saúde, as
considerações éticas, os avanços tecnológicos, a inexperiência profissional e os ambientes e
contextos da prática em constante mutação.
Ao contrário do que ocorreu em países hoje desenvolvidos, o Brasil não passou por uma
fase interna de desenvolvimento tecnológico que propiciasse a criação nacional de manequins
e nem migração de conhecimentos de simulação de outras áreas profissionais para a área da
Saúde. O simulador começou a ser utilizado neste país desde a década de 1920. Em sua
inauguração, em 1923, a Escola Anna Nery já contava com sala de aulas práticas, com
manequins simuladores. Este fato indica a adoção instantânea de uma tendência de ensino de
enfermagem ao nível americano: aumento do tempo de aprendizado em Laboratório de
Enfermagem, diminuindo o uso de pacientes na fase de aprendizagem (VIEIRA, 2005).
Desse modo, a recém modernização da Enfermagem brasileira buscou elementos
tecnológicos a partir do modelo anglo-americano de educação, sendo a presença do manequim
no ensino de procedimentos o indicativo de sua apropriação, pois não apenas se importou uma
tecnologia de simulação, como também um método de ensino mediado por ela. Dessa forma, o
Brasil apropriou-se de um modelo mundialmente incipiente no ensino de Enfermagem,
assumindo em plena década de 1920 uma postura moderna de simulação por tecnologia
(VIEIRA 2005).
A partir da década de 1990, alguns autores registraram em poucas linhas, mas ainda de
forma preocupante, a relação entre o manequim e o aprendizado de habilidades psicomotoras
de estudantes. Um desses autores, por exemplo, denunciou a relação desproporcional de um
manequim e uma peça de braço, utilizada para treinamento da técnica de venóclise, para cada
20 alunos, considerada uma das causas da baixa procura de estudantes pelo treinamento de
procedimentos mais complexos, em Laboratórios de Enfermagem. (OHNISHI et.al., 1995).
Outros autores relataram soluções alternativas tecnológicas e artesanais a fim de melhorar os
manequins de baixa fidelidade, principalmente no ensino de técnica de retirada de pontos e
curativos, terapia intravenosa e banho no leito (NASCIMENTO, 1993; MACEDO, 1998). Esses
relatos indicam que os manequins de baixa fidelidade estavam aquém das necessidades
educacionais frente às novas habilidades exigidas pelos estudantes de enfermagem (VIEIRA,
2005).
Vieira (2005) afirma que existe uma relação inversamente proporcional entre discussão e
uso de manequins nos Laboratórios de Enfermagem no Brasil, pois adotou-se um modelo
internacional de educação por simulação, mas não se atualizou o mesmo. A literatura
internacional demonstra que o simulador de alta fidelidade aumenta a qualidade de aprendizado
28
de estudantes de enfermagem, aperfeiçoa seu conhecimento e desenvolve melhores habilidades
psicomotoras (HASKVITZ, 2004), principalmente na identificação e intervenção em diferentes
tipos de complicações fisiológicas, entre elas, as cardíacas, pulmonares e metabólicas (RAUEN,
2004).
Para Vieira (2005) se houvesse mudança tecnológica dos atuais manequins de baixa
fidelidade para o manequim de alta fidelidade nas instituições brasileiras de ensino superior,
um enorme impacto econômico poderia ser esperado, graças aos custos de tais simuladores. No
entanto, poderia se desenvolver um perfil diferente de profissional de enfermagem, mais crítico
em sua prática clínica e que proporcionasse melhor segurança ao paciente.
3.3 SIMULAÇÃO NO ENSINO DE ENFERMAGEM
A simulação entendida como “a imitação de algo real” tem sido realizada ao longo da
história como forma de resolução de problemas, aquisição de conhecimento e julgamento. A
primeira simulação militar foi através da criação do jogo de xadrez datada do século VI. A
aviação teve seu primeiro simulador de voo conhecido como “caixa azul” no século XX. Na
saúde já se utilizavam cadáveres como forma de simular o paciente (ROSEN, 2008). Simulação
é a imitação ou representação de um ato ou sistema por outro (SOCIETY FOR SIMULATION
IN HEALTHCARE, 2012). Pode ser definida como uma “situação ou lugar criado para permitir
que um grupo de pessoas experimente a representação de um acontecimento real com o
propósito de praticar, aprender, avaliar ou entender sistemas ou ações humanas” (GONZÁLEZ
GÓMEZ et al, 2008, p.612).A simulação é definida como:
[...] um processo dinâmico, que envolve a criação de uma
oportunidade hipotética, que incorpora uma representação
autêntica da realidade, facilitando a participação ativa do aluno e
integrando as complexidades do aprendizado prático e teórico
com oportunidades para a repetição, feedback, avaliação e
reflexão (BLAND; TOPPING; WOOD, 2011; pág 665).
Vários estudos têm apontado vantagens em se utilizar a simulação no ensino em
enfermagem. Um fator principal e mais importante é a segurança do paciente que virá a ser
cuidado por estes alunos. Segundo Cassiani (2010) a simulação permite aos alunos a vivência
em tempo real das consequências de suas ações e decisões, o que favorece uma reflexão crítica
perante os erros sem causar danos aos pacientes ou sentimento de culpa nos alunos.
Martins (2012) afirma que um dos objetivos da experiência clínica simulada é replicar os
aspectos essenciais de uma situação clínica, para que esta situação possa ser fácil e
29
integralmente entendida pelo estudante, permitindo uma resposta adequada quando algo
semelhante acontecer em um contexto real.
Existem algumas barreiras que dificultam o uso da simulação, dentre elas Gomez, Vieira
e Scalabrini Neto (2011) destacam: integrar a simulação aos conteúdos curriculares; manter a
disciplina e a regularidade de uso e participação em processos de simulação; o tempo necessário
para o desenvolvimento de novos cenários; tempo para corrigir e avaliar as atividades; e a
orientação sobre o cuidado com os simuladores. Além do custo elevado de muitos materiais.
Os manequins de simulação humana, largamente encontrados em Laboratórios de
Enfermagem, podem ser classificados em três categorias, conforme suas possibilidades
tecnológicas.
São categorizados de baixa fidelidade quando se trata de um modelo com uma anatomia
exterior parecida com a humana, de corpo completo ou parcial, que permite movimentos
grosseiros nas articulações principais e que não tem qualquer tipo de resposta às intervenções
efetuadas, tais como braços para punções intravenosas e pelves para cateterismo vesical. Tem
como vantagens o baixo custo, a robustez e a manutenção simples. Particularmente, é indicado
para a aprendizagem de habilidades específicas como a punção venosa, sondagem nasogástrica,
entre outras. Um dos primeiros simuladores destinado ao ensino do exame físico a estudantes
de enfermagem surgiu, por volta de 1950, no Reino Unido (MARTINS et al 2012).
Os de média fidelidade vão além dos aspectos anatômicos, encontram-se simuladores
com sons respiratórios e cardíacos, que permitem a monitorização do traçado de
eletrocardiograma e a pesquisa de alguns pulsos (habitualmente centrais) e que podem ainda ter
alguns sons pré-gravados (tosse, vômito, gemido, entre outros), que são reproduzidos sob o
comando do docente que opera o simulador. Estes simuladores são mais onerosos, quando
comparados aos de baixa fidelidade e sua manutenção exige a intervenção de técnicos
especializados. Particularmente, são indicados para a aprendizagem de competências
específicas e à composição de cenários simples de prática clínica. Neles, espera-se que perante
uma determinada situação, o estudante avalie de forma simples o “paciente/simulador” e realize
intervenções específicas, como por exemplo, detectar uma parada respiratória e iniciar a
ventilação assistida (MARTINS et al 2012).
Ainda são considerados de alta fidelidade manequins de corpo inteiro, anatômicos e
fisiologicamente semelhante a uma pessoa. Inicialmente, foram desenvolvidos para o treino na
área de anestesia, e, atualmente, têm sido usados na formação de diversos profissionais de
saúde. Possuem movimentos respiratórios e oculares, permitem a avaliação de diversos
parâmetros vitais, como pressão arterial e temperatura, a ausculta de sons respiratórios,
30
cardíacos e intestinais e, ainda, a avaliação de alguns dados na pele, como o tempo de perfusão
capilar, cianose, diaforese e outros. Seu funcionamento é gerido por um computador, com um
software que permite respostas fisiológicas extremamente realistas às intervenções realizadas e
com variação em função da idade e da condição de saúde previamente definidas (MARTINS et
al 2012).
Outros tipos de dispositivos empregados na simulação denominam-se part task trainers,
que são partes anatômicas para o treinamento de habilidades como braços para punção venosa,
pelve para treinamento de sondagem vesical etc. Esses simuladores podem ser utilizados
isolados ou associados a outros simuladores (ARAÚJO; QUILICI, 2012).
A Realidade Virtual também é um recurso utilizado na simulação, sendo que Braga (2001,
p.2) a define como: uma técnica avançada de interface, na qual o usuário realiza imersão (estar
dentro do ambiente), navegação e interação em um ambiente resumidamente tridimensional
gerado pelo computador por intermédio de vias multissensoriais. Com a utilização da
computação gráfica tridimensional é possível simular, por exemplo, cirurgias por laparoscopia
(ARAÚJO; QUILICI, 2012).
Os Simuladores baseados em programas de computadores são recursos interativos que
auxiliam na resolução de problemas como o simulador de eletrocardiograma (ARAÚJO;
QUILICI, 2012).
Já os Game Based Simulation como o second life®, são jogos de computadores interativos
que reproduzem a vida em diferentes ambientes. No second life hospital® os participantes ao
realizar o cadastro podem criar um personagem e interagir com outros participantes
simultaneamente em um contexto clínico (ARAÚJO; QUILICI, 2012).
Um recurso também utilizado é o Simulador Hibrido, trata-se do uso simultâneo de dois
tipos de simuladores diferentes, é comumente utilizado para realizar procedimentos sem perder
a realidade proporcionada por um paciente real (ator), com este recurso podem ser
desenvolvidas tanto habilidades técnicas como comportamentais. Pode-se simular um
atendimento ao parto com uma atriz utilizando um simulador de parto - part task treiner
(ARAÚJO; QUILICI, 2012).
Este contexto de simulação, conta também com um a possibilidade do uso de Pessoas
(atores/pacientes) os chamados Pacientes Simulados, recurso amplamente utilizado para o
treinamento de habilidades como: entrevista e exame físico, e pode ser realizado com qualquer
pessoa que se disponha a interpretar (DUDLEY, 2012). Este tipo de simulação que iniciou em
centros da América do Norte, hoje ganha adeptos em todo o mundo e gradativamente também
no Brasil (TRONCON, 2007).
31
O Role-playing é uma variação desse recurso, utilizando os próprios alunos e professoras
neste “jogo de papeis” em que em um momento o aluno representa o paciente e em outro
representa o profissional (RIERA; CIBANAL; MORA, 2010). A realização de simulação
clínica com Pacientes Simulados pode proporcionar uma simulação de alta fidelidade
psicológica em situações em que a interação humana se faz necessária e que mesmo simuladores
de alta tecnologia não são capazes de reproduzi-la, além de não exigir os custos de uma
simulação de alta tecnologia.
O uso de simulação se faz necessário no atual cenário econômico, devido ao aumento dos
cursos da área de saúde, da quantidade de alunos em campos de estágio e do seu impacto nos
custos de aprendizagem. A justificativa mais conhecida e tradicional para o investimento
tecnológico em metodologias ativas de ensino, é a busca da autoconfiança do estudante em
desenvolver habilidades psicomotoras, cujo resultado é o oferecimento de assistência baseada
na segurança dos pacientes, inclusive pediátricos. Supostamente, essas motivações levaram à
maioria dos laboratórios de escolas e faculdades a utilizarem pelo menos o manequim de baixa
fidelidade, inserindo-o, assim, na cultura educacional da Enfermagem (VIEIRA, 2005).
A simulação com o uso de manequins tornou-se uma forma de poupar o paciente de
exposição desnecessária a erros iatrogênicos e melhorar o aproveitamento do tempo de contato
entre ele e o estudante, deixando para o campo clínico o aprendizado das habilidades
impossíveis de serem trabalhadas com o manequim, tais como reações fisiológicas complexas,
habilidade de comunicação e tratamento humanizado (VIEIRA, 2005).
A Simulação na área da saúde pode-se dizer que tem quatro objetivos principais -
educação, avaliação, pesquisa e integração do sistema de saúde, facilitando a segurança do
paciente (SOCIETY FOR SIMULATION IN HEALTHCARE, 2012). Araújo e Quilici (2012)
apresentam a simulação clínica nas seguintes fases:
1) Sessão informativa: acontece cerca de duas semanas antes da simulação, é uma fase
não presencial em que os alunos recebem a orientação de estudo sendo de grande utilidade o e-
learning;
2) Introdução aos ambientes: é uma fase presencial em que os participantes recebem
orientações gerais sobre a temática. Nesta fase são levantadas as expectativas formadas durante
a sessão informativa;
3) Entrada da teoria: Nesta etapa, através de métodos ativos de ensino, a teoria é explorada
com os participantes;
4) Reunião informativa sobre o cenário (briefing): nesta fase os participantes recebem
informações sobre o caso clínico que será simulado, são informações básicas suficientes para o
32
desenvolvimento da simulação. É um momento de contextualizar a situação clínica que será
vivenciada;
5) Cenário/ sessão de simulação: É a fase de desenvolvimento da cena, os cenários são
preparados previamente de modo a reproduzir da forma mais fidedigna a realidade clínica. O
planejamento do cenário precisa ser baseado nos objetivos que se deseja trabalhar, estes devem
ser poucos, dois ou três por sessão. Recomenda-se que os cenários sejam testados a fim de
impedir imprevistos. Durante a realização da cena um sistema de áudio e vídeo deve estar
disponível para gravá-la, as imagens serão trabalhadas na próxima fase;
6) Debriefing: Nesta fase os participantes interagem, mediados por um facilitador, e
podem refletir sobre a experiência vivenciada; é o diálogo entre duas ou mais pessoas para rever
um evento simulado ou atividade de modo a explorar, analisar e sintetizar as ações
desenvolvidas, os processos de pensamento formulados e as emoções desencadeadas para
melhorar o desempenho em situações reais
Para sistematizar o ensino baseado em simulação clínica algumas ferramentas didáticas
são utilizadas. As Guias Clínicas são instrumentos elaborados pelos docentes e devem refletir
os objetivos pedagógicos da instituição. Podem ser divididas em Guias de Manejo, de
Procedimento e de Estudo. As Guias de Manejo são instrumentos que auxiliam na montagem e
manutenção dos simuladores, dos cenários e são úteis para a logística do laboratório, pois esse
conhecimento fica acessível a qualquer funcionário do laboratório através deste documento. As
Guias de Procedimento são check lists do passo a passo de procedimentos e facilitam o estudo
dos alunos quando em treinamento de habilidades, pois proporcionam uma verificação dos
pontos que o aluno ainda precisa aperfeiçoar. As Guias de Estudo são instrumentos mais
estruturados, compreendem o caso clínico, o simulador a ser utilizado e exigem do aluno um
conhecimento prévio para que consiga desenvolver o cenário. Neste estágio não basta, por
exemplo, identificar um som respiratório anormal, é preciso relacioná-lo com a história clínica
e justificar sua relação com a patologia apresentada, por exemplo (AMAYA AFANADOR,
2011).
3.4 METODOLOGIAS ATIVAS
Nos dias atuais, há uma grande necessidade de que os docentes do ensino superior
desenvolvam competências profissionais para preparar os estudantes numa formação crítico
social. É preciso, portanto, substituir as formas tradicionais de ensino por metodologias ativas
33
de aprendizagem, que podem ser utilizadas como recurso didático na prática docente cotidiana
(BORGES, 2014).
Metodologia ativa é definida por Fernandes et al (2005) como aquela que possibilita o
ensino e aprendizagem, que garanta o aprender fazendo, centrada no aluno, cidadão sujeito do
processo do ensino-aprendizado. Defendidas também por Wall, Prado e Carraro (2008) como
sendo aquela em que os alunos são os protagonistas de seu processo de aprendizagem e os
professores assumem o papel de mediadores/ facilitadores. As metodologias ativas constituem
uma possibilidade de implementação do modelo pedagógico apoiado na Pedagogia Crítica
proposta por Freire (1996), capazes de estimular no aluno e no professor uma “atuação mais
crítica, criativa e também cada vez mais consciente politicamente (no sentido da postura
político-pedagógica) ” (BERBEL, 1998, p.153).
Metodologias Ativas são estratégias de ensino-aprendizagem que utilizam experiências
reais ou simuladas para despertar a curiosidade do aluno mobilizando-o para a busca de
conhecimento, realização de análise e tomada de decisão individual ou coletiva visando à
solução de problemas em diferentes contextos da prática social (BERBEL, 2012).
Para Souza (2015) as metodologias ativas são pontos de partida para avançar para
processos mais avançados de reflexão, de integração cognitiva, de generalização, de
reelaboração de novas práticas. Nas metodologias ativas de aprendizagem, o aprendizado se dá
a partir de problemas e situações reais; os mesmos que os alunos vivenciarão depois na vida
profissional, de forma antecipada, durante o curso.
Para Bastos (2006, p.10) o conceito de metodologias ativas se define como um “processo
interativo de conhecimento, análise, estudos, pesquisas e decisões individuais ou coletivas, com
a finalidade de encontrar soluções para um problema. ” Ainda segundo o autor docente deve
atuar como um facilitador, para que o estudante faça pesquisa, reflita e decida por ele mesmo o
que fazer para alcançar os objetivos.
A principal razão para adoção de metodologias ativas no ensino em saúde é justamente o
objetivo de formar o profissional crítico, criativo, agente de mudança e capaz de acompanhar a
evolução do conhecimento (FERNANDES et al, 2005).
Neste contexto, o docente precisa se adequar às novas tecnologias de educação e os
alunos, necessitam adquirir novas habilidades para aprender, pois deixam de ser receptores
passivos para tornarem-se agentes ativos no processo de ensino aprendizagem (SILVEIRA,
ROBAZZI, 2011).
A aprendizagem ativa ocorre quando o aluno interage com o assunto em
estudo – ouvindo, falando, perguntando, discutindo, fazendo e ensinando
34
– sendo estimulado a construir o conhecimento ao invés de recebê-lo de
forma passiva do professor. Em um ambiente de aprendizagem ativa, o
professor atua como orientador, supervisor, facilitador do processo de
aprendizagem, e não apenas como fonte única de informação e
conhecimento (BARBOSA; MOURA, 2013, p.55).
Sendo assim, é preciso que os professores que acompanham os alunos nas experiências
clínicas tenham sensibilidade para lidar com as suas dificuldades e sentimentos transformando-
os em sujeitos ativos no processo de aprender num ambiente de estímulo e compreensão; pois
a aprendizagem só será efetiva se ocorrer “não uma repetição da situação através da
memorização visual ou mecânica, mas uma construção do conhecimento de forma
individualizada numa atitude de criação e recriação, numa auto formação para uma
transformação da realidade” (GOMES; GERMANO, 2007, p.207).
É indispensável que o docente participe do processo de repensar a construção do
conhecimento, na qual a mediação e a interação são os pressupostos essenciais para que ocorra
aprendizagem. Não obstante, a mudança na prática pedagógica não deve acontecer de forma
agressiva para o professor, nem para o acadêmico, evitando-se assim a queima de etapas. A
opção por uma metodologia ativa deve ser feita de forma consciente, pensada e, sobretudo,
preparada para não tirar do professor a alegria de ensinar. Está mais do que na hora de rever a
prática pedagógica universitária para que os futuros profissionais não sejam mais rotulados
como “cópias”, que cursou a faculdade reproduzindo o saber existente, sem acrescentar nada
de novo. Uma proposta construtivista para o ensino superior consiste em educar para a
autonomia, através de metodologias inovadoras, para a descoberta, utilizando-se da pesquisa,
participação dos alunos, trabalhos em grupo, como um meio de aprofundar os conhecimentos
(BORGES, 2014).
35
4. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento e alcance dos objetivos propostos, foi realizada uma revisão
integrativa (RI) de literatura como método de pesquisa, sendo este, um dos métodos utilizados
na PBE, que aborda e encoraja o desenvolvimento e utilização de resultados de pesquisas na
prática clínica. A RI tem a finalidade de reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre um
delimitado tema ou questão, de maneira sistemática e ordenada, contribuindo para o
aprofundamento do conhecimento do tema investigado (GALVÃO, 2008).
Segundo Domenico (2003, página 116), define-se a Prática Baseada em Evidências (PBE)
como “o uso consciente, explicito e judicioso da melhor evidência atual para a tomada de
decisão sobre o cuidar individual do paciente”. Compreende um processo integralizador da
competência clínica individual com os achados clínicos gerados pelas pesquisas sistemáticas
existentes e nos princípios da epidemiologia clínica.
De acordo com Guanilo et al (2011) a PBE surgiu da necessidade de aprimorar a prática
clínica e a qualidade do ensino. Manifesta a ânsia em sintetizar a grande quantidade de
informação científica com a finalidade de obter subsídios para fundamentar propostas de
aprimoramento, de implementação e de avaliação dos resultados obtidos para o incremento da
assistência e do ensino.
A PBE iniciou-se no Canadá, na década de 1980, inicialmente limitada ao contexto da
clínica médica, nomeando-se Medicina Baseada em Evidências - MBE. Posteriormente, foi
abraçada por outras áreas do conhecimento como enfermagem, saúde mental, fisioterapia,
terapia ocupacional, educação e psicoterapia, entre outras, abordando temas relativos à
prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. Essa prática também é utilizada pelos
formuladores de políticas de saúde e gestores de serviços de saúde. (GALVÃO, 2002).
A prática baseada em evidências objetiva a contribuição na melhoria da assistência à
saúde, através de evidências científicas, para que ocorra a melhor tomada de decisão ao se tratar
dos cuidados ao paciente (GALVÃO, 2002).
Trata-se de um processo sequencial, constituído pelas seguintes etapas: 1ª - Levantamento
do problema e formulação da questão, 2ª - Pesquisa da literatura correspondente; 3ª - Avaliação
e interpretação dos trabalhos coletados mediante critérios bem definidos; 4ª - Utilização das
evidências encontradas, em termos assistenciais, de ensino e/ou de elaboração científica
(GALVÃO, 2002).
Um dos propósitos da Prática Baseada em Evidências (PBE) é encorajar a utilização de
resultados de pesquisa junto à assistência à saúde prestada nos diversos níveis de atenção,
36
reforçando a importância da pesquisa para a prática clínica. A PBE é uma abordagem de solução
de problema para a tomada de decisão que incorpora a busca da melhor e mais recente
evidência, competência clínica do profissional e os valores e preferências do paciente dentro do
contexto do cuidado. Envolve a definição de um problema, a busca e a avaliação crítica das
evidências disponíveis, a implementação das evidências na prática e a avaliação dos resultados
obtidos. Assim, essa abordagem encoraja a assistência à saúde fundamentada em conhecimento
científico, com resultados de qualidade e com custo efetivo (MENDES, et al 2008).
Para Mendes (2008), a utilização de resultados de pesquisas é um dos pilares da PBE, e
dessa maneira, para a implementação desta abordagem na enfermagem, o enfermeiro necessita
saber como obter, interpretar e integrar as evidências com os dados clínicos e preferências do
paciente na tomada de decisões na assistência de enfermagem aos pacientes e seus familiares.
A evidência é “algo” que fornece provas, e de acordo com Cruz (2005) pode ser categorizada
em V níveis.
Quadro 1: Classificação da força das evidências, definidas segundo as características da proveniência das fontes
utilizadas.
TIPO FORÇA DE EVIDÊNCIA
I Evidência forte a partir de pelo menos uma revisão sistemática de ensaios clínicos
randomizados, bem delineados
II Evidência forte a partir de pelo menos um ensaio clínico controlado, randomizado,
bem delineado
III Evidência e um ensaio clínico bem delineado, sem randomização, de estudos de
apenas um grupo do tipo antes e depois, de coorte, de séries temporais, ou de estudos
caso-controle
IV Evidência a partir de estudos não experimentais por mais de um centro ou grupo de
pesquisa
V Opiniões de autoridades respeitadas, baseadas em evidência clínica, estudos
descritivos ou relatórios de comitês de especialistas
Fonte:(CRUZ; PIMENTA, 2005; página 416)
A força da evidência nessa classificação é definida por características das fontes em que
foram geradas. As pesquisas clínicas são as fontes de evidências fortes e, quanto mais bem
delineadas, mais forte a evidência (CRUZ; PIMENTA, 2005).
Segundo Galvão et al (2008), desde 1980 a revisão integrativa é relatada na literatura
como método de pesquisa, esse abrange pesquisas relevantes que influenciam na escolha da
decisão mais adequada e aperfeiçoamento na prática clínica, através da síntese e compreensão
de assuntos, permitindo a inclusão simultânea de pesquisa experimental e não experimental,
associando literatura científica e empírica. A ampla amostra, em conjunto com a diversidade de
37
propostas, gera um panorama consistente e compreensível de conceitos complexos, teorias ou
problemas de saúde relevantes para a enfermagem.
Estudos sugerem que a RI é um método valioso para a enfermagem, pela praticidade em
coletas de informações, pois muitas vezes os profissionais não têm tempo hábil para realizar a
leitura de todo o conhecimento científico disponível (GALVÃO, 2008; SOUZA, 2010).
Para produção do presente trabalho, foram seguidos os 6 passos de Ganong (1987), autor
que estabeleceu alguns critérios para realização de uma revisão integrativa conforme
demonstrado anteriormente, sendo assim segue a descrição dos passos.
O primeiro passo foi o estabelecimento da pergunta científica de pesquisa, ou seja, a
questão norteadora do trabalho: Quais os benefícios do uso de metodologias ativas com ênfase
na simulação clínica em enfermagem para os discentes de graduação?
O segundo passo foi a busca de amostragem na literatura, estabelecendo critérios de
inclusão e exclusão. Essa busca foi realizada nas bases de dados relacionados à área da saúde,
com acesso via internet, como LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde) e MEDLINE (Literatura Internacional em Ciências da Saúde).
O terceiro passo foi a coleta de dados, extraindo informações dos artigos referentes ao
assunto proposto. Um meio simples e prático, é através da confecção de gráficos, tabelas e
esquemas, a fim de o leitor possa visualizar, analisar, classificar e discutir os resultados e
conclusões mais significativos.
Como quarto passo realizou-se a análise crítica de forma sistemática dos estudos incluídos
na revisão integrativa. Interpretando os dados primários de forma clara.
Na quinta etapa houve à interpretação dos dados extraídos, com apresentação da
discussão, propostas e sugestões de temas para pesquisas futuras.
No sexto passo realizou-se a apresentação da revisão na íntegra, com o objetivo de
proporcionar a síntese de evidências encontradas ao longo de todo estudo.
38
Figura 1: Síntese dos passos para realização de uma revisão integrativa.
Fonte: Elaboração própria.
4.1 PROCESSO PARA SELEÇÃO DE ARTIGOS
Para seleção dos artigos, foi realizado o cruzamento de descritores encontrados no DeCS.
As definições dos conceitos adotados foram encontradas na Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS), e são descritos no quadro 2.
Quadro 2: Descritores para metodologia de ensino em simulação clínica para enfermagem.
(DeCS) Português (MESH) Inglês
Simulação
Uso de modelos em situações em que
a experiência é impraticável com o
objetivo de determinar os efeitos
produzidos em algum resultado,
Simulation
A research or teaching technique that
reproduces actual events and processes under
test conditions.
39
dependendo das condições (fatores,
variáveis, parâmetros).
(http://www.britannica.com/EBchecked/topic/
545493/simulation, accessed in May 20th,
2012)
Educação em Enfermagem
Uso de artigos em geral que dizem
respeito a educação em enfermagem.
Education, Nursing
Use for general articles concerning nursing
education.
Instituições de Ensino Superior
Instituições educacionais de ensino
superior, tais como escolas,
faculdades e universidades.
Higher Education Institutions
Educational institutions of higher education
such as schools, colleges and universities.
Educação
Aquisição de conhecimento como
resultado de instrução em um curso
formal de estudo.
Education
Acquisition of knowledge as a result of
instruction in a formal course of study.
Aprendizagem
Mudança de comportamento
relativamente duradoura que resulta
da experiência passada ou da prática.
O conceito inclui a aquisição de
conhecimento.
Learning
Relatively permanent change in behavior that
is the result of past experience or practice. The
concept includes the acquisition of knowledge.
Ensino
Processo formal e organizado de
transmissão de conhecimento para
uma pessoa ou grupo.
Teaching
A formal and organized process of transmitting
knowledge to a person or group.
Fonte: DeCS Descritores em Ciências de Saúde <http://bvsalud.org/>
4.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Foram incluídos nessa RI, os textos disponíveis na íntegra, conterem os descritores
listados no protocolo, possuírem nível de evidência I, II, III, IV e V e por fim abordarem
aspectos relacionados na simulação como estratégia educacional, mesmo que este não seja o
objeto principal do estudo, atendendo assim a pergunta do protocolo (APÊNDICE I).
Ainda como critérios de inclusão, textos advindos de publicações em periódicos
nacionais e internacionais produzidos nos últimos 3 anos (2014-2017), indexados nas seguintes
bases de dados informatizadas (LILACS, MEDLINE) através da BVS, escritos nos idiomas
português e/ou inglês.
4.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
40
Foram excluídos deste estudo as publicações duplicadas, os estudos que não apresentem
os descritores no resumo e/ou título e que estejam publicados, carta, editorial, teses e
dissertações, textos incompletos, com falta de abordagem da temática e fora do período pré-
determinado descrito acima.
4.4 ESTRATÉGIA DE BUSCA
Após determinar o objetivo, formular hipóteses a serem analisadas, suceder-se-á buscas
de material científico em bases de dados informatizadas para identificar e coletar o máximo de
pesquisas relevantes sobre o tema a ser discutido. A busca de artigos foi realizada em base de
dados relacionados à área da saúde, através da BVS, como LILACS (Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (Literatura Internacional em
Ciências da Saúde).
LILACS: É uma base de dados cooperativa do Sistema BIREME e que compreende a
literatura relativa às Ciências da Saúde, publicada nos países da América Latina e Caribe, a
partir de 1982. Contém artigos de cerca de 670 revistas mais conceituadas da área da saúde,
atingindo mais de 350 mil registros, e outros documentos tais como: teses, capítulos de teses,
livros, capítulos de livros, anais de congressos ou conferências, relatórios técnico-científicos e
publicações governamentais (BVS, 2012).
MEDLINE: É uma base de dados da literatura internacional da área médica e biomédica,
produzida pela NLM (National Library of Medicine, USA) e que contém referências
bibliográficas e resumos de mais de 4.000 títulos de revistas publicadas nos Estados Unidos e
em outros 70 países. Contém aproximadamente 11 milhões de registros da literatura desde 1966
até o momento, que cobrem as áreas de: medicina, biomedicina, enfermagem, odontologia,
veterinária e ciências afins. A atualização da base de dados é mensal (BVS, 2012).
Os descritores utilizados em português foram: Simulação, Educação em Enfermagem,
Instituição de Ensino Superior, Educação, Aprendizagem, Ensino. E em inglês: Simulation,
Teaching, Nursing, Training, Higher Education Institutions, Education e Learning. A partir
destes, houve a seleção dos artigos, com critérios de inclusão e critérios de exclusão
estabelecidos, com objetivo de verificar quais se adequam à pergunta norteadora do estudo.
Os dados coletados desses estudos, a partir do protocolo (Apêndice I), foram analisados
e interpretados, sendo a partir destes, conclusões formuladas originadas dos estudos incluídos
a RI.
Foram realizados 4 diferentes cruzamentos de descritores na base de dados LILACS, para
facilitar, foram nominados “B” da seguinte forma: B1: Simulação X Ensino X Enfermagem;
41
B2: Treinamento por simulação X Ensino X Enfermagem; B3: Instituições de ensino superior
X Simulação X Enfermagem; e B4: Educação em enfermagem X Simulação X Aprendizagem,
onde do total de cruzamentos, encontrou-se 24 artigos para o cruzamento B1, 1 artigo em B2,
0 artigos em B3 e 21 artigos em B4, totalizando 45 artigos para leitura na íntegra. Destes apenas
5 foram selecionados para o estudo de acordo com os critérios de inclusão. (Quadro 3).
Na base de dados MEDLINE, foram utilizados os mesmos descritores, porém, na língua
inglesa, estes foram nominados “C” da seguinte forma: C1: Simulation X Teaching X Nursing;
C2: Simulation Training X Teaching X Nursing; C3:Higher Education Institutions X
Simulation X Nursing; e C4: Education, Nursing X Simulation X Learning, onde do total de
cruzamentos, encontrou-se 401 artigos para o cruzamento C1, 0 artigos em C2, 0 artigos em C3
e 0 artigos em C4, totalizando 401 artigos. Destes 25 foram selecionados para leitura na íntegra
e 9 incluídos no estudo conforme critérios de inclusão (Quadro 4).
Quadro 3: Número de referências bibliográficas e artigos selecionados na base de dados LILACS.
Classificação Cruzamento de palavras chave Números
de artigos
obtidos
Artigos
selecionados
para RI
B1 Simulação X Ensino X Enfermagem 24 5
B2 Treinamento por simulação X Ensino X
Enfermagem
1 -
B3 Instituições de ensino superior X Simulação X
Enfermagem
- -
B4 Educação em enfermagem X Simulação X
Aprendizagem
21 -
Total de artigos encontrados com o
cruzamento de descritores
45
Total selecionado para leitura na íntegra 28 5 Fonte: Elaboração própria.
Quadro 4: Número de referências bibliográficas e artigos selecionados na base de dados MEDLINE.
Classificação Cruzamento de palavras chave Números de
artigos obtidos
Artigos
selecionados para
RI
C1 Simulation X Teaching X Nursing 401 9
C2 Simulation Training X Teaching X
Nursing
-
C3 Higher Education Institutions X
Simulation X Nursing
-
42
C4 Education, Nursing X Simulation
X Learning
-
Total de artigos encontrados com o
cruzamento de descritores
401
Total selecionado para leitura na
íntegra
25 9
Fonte: Elaboração própria.
No levantamento dos artigos, através do cruzamento de descritores, foram encontrados
445 referenciais, destes foram selecionados 53 para leitura na íntegra, de acordo com os critérios
de inclusão e exclusão, e 14 foram selecionados para o presente estudo, os quais estavam de
acordo com a metodologia proposta (Figura 2).
Após a leitura na íntegra dos artigos, foi realizada uma análise crítica dos mesmos,
culminando no preenchimento de um instrumento (Anexo A) de coleta de dados. A
apresentação dos resultados foi realizada de forma descritiva, viabilizando as informações
específicas sobre os artigos incluídos na revisão.
Figura 2: Fluxograma metodológico do levantamento bibliográfico – 2017
Fonte: Elaboração própria.
A amostra da revisão integrativa totalizou em 14 artigos indexados nas bases de dados
propostas, sendo eles, 05 artigos encontrados na LILACS, 09 artigos encontrados na
MEDLINE.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
43
O levantamento das publicações nas bases de dados LILACS e MEDLINE foi realizado
concomitantemente, em junho de 2017.
A amostra da revisão integrativa totalizou em 14 artigos indexados nas bases de dados
propostos, sendo 5 artigos (35,71 %) encontrados no Lilacs e 9 artigos encontrados na MedLine
(64,28%). Em relação ao nível de evidência científica, 9 artigos (64,28%) classificam-se como
nível V, 2 artigos (14,29%) classificam-se como nível III, 2 artigos (14,29%) classificam-se
como nível I e 1 artigo (7,14%) classifica-se como nível II. Quanto ao idioma das publicações,
4 artigos (28%) dos artigos selecionados foram em português e 10 artigos (71,42%) em língua
inglesa. Para visualização e demonstração dos artigos, todos receberam um código com uma
letra e um número. (Como apresentados nas tabelas 1 e 2).
44
Tabela 1: Distribuição dos artigos encontrados no LILACS incluídos na revisão.
Fonte: Dados da pesquisa.
Código Título Autores
Base
de
Dados
Ano de
publicação Periódico
Nível de
Evidencia
Delineament
o
A1 Anxiety and performance
of nursing students in
regard to assessment via
clinical simulations in the
classroom versus filmed
assessments
Teixeira, C.R.S., et.
al.
Lilacs 2014 Ivest Educ
Enfermagem
I Ensaio
Controlado
A2 O uso da simulação em
enfermagem no Curso
Técnico de Enfermagem
Sanino, G.E.C. Lilacs 2012 Journal Of
Health
Informatics
V Relato de
experiência
A3 O uso da simulação no
contexto da educação e
formação em saúde e
enfermagem: uma
reflexão acadêmica
Costa, R..R.O., et. al. Lilacs 2015 Revista
Espaço Para
Saúde
V Estudo teórico
reflexivo
A4 Simulação realística como
estratégia de ensino para
o curso de graduação em
enfermagem: revisão
integrativa
Barreto, D.G., et. al. Lilacs 2014 Revista
Baiana de
Enfermagem
V Revisão
Integrativa
A5 Utilização da simulação
no ensino da
enfermagem: revisão
integrativa
Oliveira, S.N., et. al. Lilacs 2014 Revista Min
Enfermagem
V Revisão
Integrativa
45
Tabela 2: Distribuição dos artigos encontrados na MEDLINE incluídos na revisão.
Código Título Autores Base de
Dados
Ano de
publicação
Periódico Nível de
Evidencia
Delineamento
A6 Use of simulated
patients to
develop
communication
skills in nursing
education: An
integrative
review.
MacLean, S., et.
al.
MedLine 2017 Nurse
Education
Today
V Revisão Integrativa
A7 Undergraduate
nursing students'
experiences
when examining
nursing skills in
clinical
simulation
laboratories with
high-fidelity
patient
simulators: A
phenomenologic
al research
study.
Sundler, A.J.,
Berglung,
A.P.M
MedLine 2015 Nurse
Education
Today
V Pesquisa
Fenomenológica
A8 Perceived
benefits and
challenges of
repeated
Kaddoura, M.,
et. al.
MedLine 2016 Nurse
Education
Today
V Pesquisa qualitativa
46
exposure to high
fidelity
simulation
experiences of
first degree
accelerated
bachelor nursing
students.
A9 Barriers and
enablers to the
use of high-
fidelity patient
simulation
manikins in
nurse education:
an integrative
review.
Al-Ghareeb,
A.Z., Cooper,
S.J.
MedLine 2016 Nurse
Education
Today
V Revisão Integrativa
A10 A systematic
review of the
effectiveness of
simulation-based
education on
satisfaction and
learning
outcomes in
nurse
practitioner
programs.
Warren, J.N., et.
al..
MedLine 2016 Nurse
Education
Today
III Teste de controle
aleatório pós-teste
apenas design com
grupo de controle
47
A11 Satisfaction and
gains perceived
by nursing
students with
medium and
high-fidelity
simulation: A
randomized
controlled trial.
Baptisra,
R.C.N., et. al.
MedLine 2016 Nurse
Education
Today
II Ensaio Controlado
randomizado
A12 Use of
simulation-based
learning in
undergraduate
nurse education:
An umbrella
systematic
review.
Cant, R.P.,
Cooper, S.J.
MedLine 2017 Nurse
Education
Today
I Revisão Sistemática
A13 Development
and validation of
the Simulation
Learning
Effectiveness
Scale for nursing
students.
Hsiang-Chu Pai MedLine 2016 Journal of
Clinical
Nursing
V Estudo quantitativo
A14 'Putting it
together':
unfolding case
studies and high-
fidelity
West, J.M.C., et
al.
MedLine 2014 Nurse
Education in
Pratice
III Caso controle
48
Fonte: Dados da pesquisa.
simulation in the
first-year of an
undergraduate
nursing
curriculum.
49
Os artigos que de alguma forma atendem aos objetivos propostos, abordam os benefícios da
simulação clínica para discente de enfermagem, assim, para organizar a exposição dos mesmos e
compreensão dos resultados, agruparam-se os artigos conforme o foco de atenção, totalizando 3
categorias:
Categoria 1: Visão acadêmica sobre o uso da simulação clínica
Categoria 2: Abordagem geral sobre o uso da simulação clínica
Categoria 3: Barreiras enfrentadas para o uso da simulação clínica
Os resultados foram obtidos a partir dos artigos selecionados conforme a metodologia proposta
e descritos em concordância com as categorias.
5.1 VISÃO ACADÊMICA SOBRE O USO DA SIMULAÇÃO CLÍNICA
A1
Nível de Evidência: I
Título: Anxiety and performance of nursing students in regard to assessment via clinical
simulations in the classroom versus filmed assessments.
Autores: Carla Regina de Souza Teixeira, Luciana Kusumota, Marta Cristiane Alves Pereira,
et. al.
Objetivo: Comparar o nível de ansiedade e desempenho dos estudantes de enfermagem ao
realizar uma simulação clínica através do método tradicional de avaliação com a presença de
um avaliador e através de uma avaliação filmada sem a presença de um avaliador.
Ano de publicação: 2014
Idioma: Inglês
Metodologia: Ensaio controlado com a participação da universidade pública brasileira 20
alunos que foram distribuídos aleatoriamente para um dos dois grupos: a) avaliação através
do método tradicional com a presença de um avaliador; b) avaliação filmada. O nível de
ansiedade foi avaliado usando o teste de Zung e o desempenho foi medido com base no
número de respostas corretas.
Objetivo: Comparar o nível de ansiedade e desempenho dos estudantes de enfermagem ao
realizar uma simulação clínica através do método tradicional de avaliação com a presença de
um avaliador e através de uma avaliação filmada sem a presença de um avaliador.
Resultados: Obtiveram-se médias na escala de ansiedade das avaliações de antes e depois da
simulação de 32 e de 27, respectivamente, no grupo do método tradicional contra 33 e 26 no
grupo de filmagem depois da simulação, correspondendo as pontuações finais a ansiedade
leve. Apesar da diminuição significativa estatisticamente das pontuações antes e depois de
ansiedade dentro de cada grupo, não teve diferença entre os grupos. Quanto à avaliação do
rendimento na simulação clínica, obtiveram-se porcentagens de acertos similares nos grupos
(83% em avaliação tradicional e 84% na filmada) sem uma diferença estatisticamente
significativa.
A3
Nível de Evidência: V
50
Título: O uso da simulação no contexto da educação e formação em saúde e enfermagem:
uma reflexão acadêmica
Autores: Raphael Raniere de Oliveira Costa, Soraya Maria de Medeiros, José Carlos Amado
Martins, et. al.
Objetivo: O estudo tem por objetivo refletir sobre as perspectivas atuais de ensino e
aprendizagem no contexto da formação em saúde e enfermagem a partir do uso da simulação
enquanto metodologia ativa.
Ano de publicação: 2015
Idioma: Português
Metodologia: Trata-se de um estudo teórico reflexivo a partir do levantamento bibliográfico
do projeto de pesquisa intitulado “A simulação realística como estratégia de ensino
aprendizagem em enfermagem”, desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Para a busca e análise do referencial estudado foi realizada uma revisão narrativa da literatura.
Objetivo: O estudo tem por objetivo refletir sobre as perspectivas atuais de ensino e
aprendizagem no contexto da formação em saúde e enfermagem a partir do uso da simulação
enquanto metodologia ativa.
Resultados: Ao refletir sobre as metodologias ativas e a simulação no processo de formação
em saúde e enfermagem, pôde-se pensar o processo de ensino aprendizagem numa
perspectiva de construção de saberes em que alunos e professores participam efetivamente, e
implica em substituir os processos de memorização de informações e de transferência
fragmentada do saber de forma vertical.
A7
Nível de Evidência: V
Título: Undergraduate nursing students' experiences when examining nursing skills in
clinical simulation laboratories with high-fidelity patient simulators: A phenomenological
research study.
Autores: Annelie J. Sundler, Annika Pettersson, Mia Berglung
Objetivo: O objetivo deste estudo foi explorar as experiências de estudantes de graduação de
enfermagem ao examinar conhecimento, habilidades e competências em laboratórios de
simulação clínica com simuladores de pacientes de alta fidelidade e analisar as experiências
de aprendizagem desses alunos durante o exame.
Ano de publicação: 2015
Idioma: Inglês
Metodologia: Utilizou-se uma abordagem fenomenológica e realizaram-se entrevistas
qualitativas entre 23 estudantes de graduação de enfermagem de segundo ano - 17 mulheres
e 6 homens.
Objetivo: Explorar as experiências de estudantes de graduação de enfermagem ao examinar
conhecimento, habilidades e competências em laboratórios de simulação clínica com
simuladores de pacientes de alta fidelidade e analisar as experiências de aprendizagem desses
alunos durante o exame.
Resultados: Os resultados revelaram que, independentemente de ter passado ou falhado no
exame, foi experimentado como uma valiosa avaliação dos conhecimentos e habilidades dos
alunos. Mesmo que os alunos considerassem que o exame era desafiador, eles o descreveram
como uma oportunidade de aprendizagem. No exame, os alunos foram capazes de integrar a
51
teoria com a prática, e o conhecimento estabelecido anteriormente foi examinado ao refletir
sobre os cenários. O exame adicionou aspectos à aprendizagem dos alunos que os preparou
para o mundo real da enfermagem em um ambiente seguro, sem arriscar a segurança do
paciente.
A8
Nível de Evidência: V
Título: Perceived benefits and challenges of repeated exposure to high fidelity simulation
experiences of first degree accelerated bachelor nursing students.
Autores: Mahmoud Kaddoura, Olga Vandyke, Christopher Smallwood, Kristen Mathieu
Gonzalez
Objetivo: Explorar percepções de estudantes de enfermagem e os desafios da exposição a
cenários de simulação de alta fidelidade múltipla (HFS)
Ano de publicação: 2016
Idioma: Inglês
Metodologia: Este estudo usou sete cenários de saúde diferentes, avaliados consecutivamente
em uma única sessão experimental de simulação.
Objetivo: Explorar percepções de estudantes de enfermagem e os desafios da exposição a
cenários de simulação de alta fidelidade múltipla (HFS)
Resultados: HFS foi percebido pelos alunos como promovendo cinco atributos: pensamento
crítico, confiança, competência, integração teórico-prática e identificação do déficit de
conhecimento. Alguns alunos perceberam que as experiências repetidas com HFS foram
desafiantes, pois revelaram a falta de conhecimento prévio que ajudaram a levar a
sentimentos de serem sobrecarregados.
A10
Nível de Evidência: III
Título: A systematic review of the effectiveness of simulation-based education on satisfaction
and learning outcomes in nurse practitioner programs.
Autores: Jessie N. Warren, Marian Luctkar-Flude, Chistina Godfrey, et. al.
Objetivo: Para sintetizar as melhores evidências disponíveis sobre a eficácia do HFS nos
programas de educação NP em todo o mundo. A questão da revisão específica foi: qual é o
efeito do HFS sobre satisfação, conhecimento, atitudes e desempenho de habilidades do aluno
na educação NP?
Ano de publicação: 2016
Idioma: Inglês
Metodologia: A metodologia de revisão sistemática do Instituto Joanna Briggs foi utilizada.
Os seguintes bancos de dados foram pesquisados: MEDLINE, CINAHL, EMBASE,
Epistemonikos, PROSPERO, HealthSTAR, AMED, Cochrane, Saúde Global e PsycINFO.
Os estudos foram incluídos se fossem de natureza quantitativa e relatados em qualquer
aspecto HFS dentro de um programa NP.
Objetivo: Para sintetizar as melhores evidências disponíveis sobre a eficácia do HFS nos
programas de educação NP em todo o mundo. A questão da revisão específica foi: qual é o
52
efeito do HFS sobre satisfação, conhecimento, atitudes e desempenho de habilidades do aluno
na educação NP?
Resultados: Dez estudos foram incluídos na revisão. Todos os estudos foram realizados nos
Estados Unidos e publicados entre 2007 e 2014. Os resultados explorados incluem:
conhecimento, atitudes, habilidades e satisfação. A maioria dos estudos comparou o HFS
com a aprendizagem on-line ou com a leitura tradicional da sala de aula. A maioria dos
cenários de estudo apresentou alta acuidade, eventos de baixa freqüência dentro de
configurações de cuidados agudos; Apenas dois estudos utilizaram cenários simulados nos
cuidados primários.
A11
Nível de Evidência: II
Título: Satisfaction and gains perceived by nursing students with medium and high-fidelity
simulation: A randomized controlled trial.
Autores: Rui C.N. Baptisra, Luís A.R.Paiva, Rui F.I. Gonçalves, et. al.
Objetivo: Analisar e avaliar os ganhos e a satisfação percebidos pelos estudantes de
enfermagem, de acordo com sua participação na prática simulada de média e alta fidelidade.
Ano de publicação: 2016
Idioma: Inglês
Metodologia:
Uma escala de satisfação e uma escala de ganhos percebidos da simulação foram aplicadas
aos alunos que se submeteram a prática simulada em um ambiente de fidelidade média (grupo
controle) e ambiente de alta fidelidade (grupo experimental).
Objetivo: Analisar e avaliar os ganhos e a satisfação percebidos pelos estudantes de
enfermagem, de acordo com sua participação na prática simulada de média e alta fidelidade.
Resultados: Dos 85 alunos que participaram do estudo, a maioria era do sexo feminino
(92,94%), com idade média de 21,89 anos (DP = 2,81 anos). A satisfação é estatisticamente
significativa na dimensão do realismo e na satisfação geral. Nos ganhos percebidos com a
simulação, há uma diferença estatisticamente significativa no reconhecimento / decisão de
dimensão.
A14
Nível de Evidência: III
Título: 'Putting it together': unfolding case studies and high-fidelity simulation in the first-
year of an undergraduate nursing curriculum.
Autores: Jane Mills, Caryn West, Tanya Langtree, et al.
Objetivo: Avaliar o nível de satisfação dos estudantes de primeiro grau de primeiro grau com
um novo modelo de habilidades clínicas de ensino usando estudos de caso de desdobramento
em um cenário clínico simulado de alta fidelidade.
Ano de publicação: 2014
Idioma: Inglês
53
Metodologia: O design incorporou um estudo de caso realizado por mais de 4 x 6 h sessões
de simulação. Os participantes incluíram 47 alunos do primeiro ano de Bacharel em Ciências
da Enfermagem, três funcionários acadêmicos e dois pacientes padronizados.
Objetivo: Avaliar o nível de satisfação dos estudantes de primeiro grau de primeiro grau com
um novo modelo de habilidades clínicas de ensino usando estudos de caso de desdobramento
em um cenário clínico simulado de alta fidelidade.
Resultados: Os achados do estudo fornecem evidências qualitativas e quantitativas para
apoiar um modelo simulado de fidelidade de ensinamento de desenvolvimento de habilidades
clínicas para estudantes de graduação de enfermagem. Pontuações positivas elevadas em
todas as seções da pesquisa de estudantes fornecem evidências quantitativas da satisfação do
aluno com todos os elementos do modelo de ensino e dados qualitativos de entrevistas que
apoiem essa afirmação. Além disso, a análise dos dados da entrevista fornece evidências
qualitativas para apoiar o valor da experiência de aprendizagem para estudantes e
acadêmicos, e os alunos desejam participar mais frequentemente em sessões de simulação.
As metodologias empregadas na educação em enfermagem apontam para a adoção de
métodos inovadores, onde o currículo é o elemento norteador da seleção de conteúdos a serem
desenvolvidos, integrando a sistemática do processo ensino-aprendizagem. Com base neste
estudo, diversas vantagens foram encontradas com uso da simulação na educação dos
profissionais de saúde, a qual possibilita aos alunos praticar as habilidades necessárias em um
ambiente que permite erros e crescimento profissional, sem arriscar a segurança do paciente.
No estudo teórico reflexivo realizado por A3, mostra a evidente tendência atual no
processo de educação em formar por competência e identificá-la nos futuros profissionais das
ciências da saúde. A simulação tem sido um instrumento de grande utilidade para capacitar os
estudantes a partir de situações que podem encontrar frequentemente no momento de enfrentar
a realidade com o paciente. Para A3 Não existe justificativa para que os estudantes de
enfermagem treinem todo um conjunto de habilidades de forma deficiente ou, pior ainda, que
esse treino aconteça em uma pessoa real, muitas vezes, vulnerável pela própria doença. A escola
tem o dever de ser exemplo de boas práticas, começando pelo respeito integral pela pessoa
humana. Com o uso da simulação, os estudantes consolidam seus conhecimentos e
desenvolvem as capacidades de raciocínio crítico e tomada de decisão e as competências
técnicas, relacionais e éticas.
O estudo realizado por Gomes e Germano (2007) permitiu constatar as contribuições e os
benefícios da simulação, conforme assinalam os estudantes quando afirmam e reafirmam que
o laboratório de Enfermagem é um mediador e facilitador do processo ensinar/aprender.
No ensino, o ambiente de simulação realística é controlado, evitando que os pacientes
reais sejam colocados em situações de risco e inexperiência por parte dos estudantes de
Enfermagem. Após a experiência da simulação, conforme a maioria dos artigos, (A1, A3, A7,
54
A8, A10, A11) há um aumento de confiança e maior engajamento do estudante em relação a
sua conduta, decorrente da vivência de diversas situações comuns na assistência, mas muitas
vezes impossíveis na prática clínica real durante a graduação. A7 aborda que a educação em
enfermagem deve permitir aos alunos aprimorar suas habilidades de enfermagem, resolver
problemas e desenvolver suas abordagens de pensamento reflexivo e crítico para enfermagem.
Além disso, A7 relata que o feedback foi experimentado como significativo para a
aprendizagem dos alunos, pois nesse momento, puderam observar quais procedimentos
precisavam ser melhorados. O exame deu novas dimensões à sua aprendizagem; embora fossem
examinados, ainda era visto como uma oportunidade de treinar e aprender de maneira segura
em situações da vida real. Em A14, estudantes de enfermagem afirmam que identificaram um
aumento na aprendizagem experiencial como uma necessidade de aprendizagem chave com o
uso da simulação.
Os erros com os pacientes não podem ser tolerados, sendo fundamental a segurança para
a aprendizagem dos procedimentos. No entanto, nas simulações, os acadêmicos podem errar
para aprimorar as técnicas, executando os procedimentos sem temerem os danos, pois as
atividades em laboratório facilitam a transição para a realidade assistencial (TEIXEIRA, 2011).
De acordo com A2, o aprendizado que ocorreu nos laboratórios de simulação foi
considerado pelos discentes/docentes de alta qualidade, porque os alunos tiveram tempo e
vontade para cometer erros e aprender com eles em um ambiente seguro, sem o medo de
prejudicar os usuários do serviço de saúde, ou saírem prejudicados com uma avaliação docente
desfavorável sobre as atividades realizadas em estágio. Nesta situação, os estudantes receberam
feedback do educador e dos colegas, e refletiram sobre seus conhecimentos, habilidades e
pensamento crítico em relação à simulação. A7 na visão dos alunos, a experiência lhes permitiu
desenvolver seus conhecimentos profissionais e sua autoconfiança melhorou. O exame foi
significativo e ajudou a preparar os alunos para o mundo real da enfermagem.
Estudos apontam que a simulação é uma abordagem pedagógica inovadora que pode
proporcionar oportunidades para que os alunos desenvolvam suas habilidades clínicas de
enfermagem (BERRAGAN, 2011; MOULE, 2011).
As experiências clínicas simuladas podem fornecer uma abordagem em grande parte livre
de risco para aprender em um ambiente tão próximo da realidade quanto possível e permitir aos
alunos construir conhecimento, explorar suposições e desenvolver habilidades psicomotoras em
um ambiente seguro (FORONDA et al., 2013).
Por exemplo, uma revisão sistemática de Yuan et al. (2012) confirmaram que as
experiências de simulação são eficazes na melhoria das habilidades clínicas psicomotoras, no
55
aprimoramento do conhecimento, estimulando o pensamento de ordem superior, reduzindo o
tempo necessário para alcançar a competência e possibilitando práticas seguras.
De acordo com uma pesquisa realizada por Teixeira et. al., (2010), estudantes mostraram
entender determinado saber teórico, mas não apresentaram o correspondente saber
procedimental e atitudinal, revelando lacunas na integração de saberes. Contudo, reconheceram
tal aspecto no debriefing e se propuseram a reduzir as lacunas. Nessa perspectiva, a pesquisa
realizada com o objetivo de comparar o conhecimento de estudantes de enfermagem, antes e
após a estratégia de simulação, indica que o conhecimento teórico e a confiança diante da
situação clínica proposta melhoraram após a simulação. Neste mesmo estudo, foi evidenciado
que a experiência de simulação é considerada como uma transição por meio de um conjunto de
etapas, começando com o nervosismo inicial e ansiedade que, eventualmente, avança para a
fase de ganhar mais confiança e valorização do ambiente em que possam cometer erros sem
causar danos ou serem criticados.
Vários estudos referem que as experiências clínicas simuladas são uma importante
estratégia no ensino de enfermagem, tanto na formação de graduandos como de pós-graduandos
em enfermagem, com ganhos para os formandos, sobretudo, no que se refere ao
desenvolvimento de um pensamento crítico e reflexivo, sendo utilizada como uma ferramenta
para a integração da teoria e da prática, contribuindo na tomada de decisão, realização de ações
corretas, trabalho em equipe e correção de erros sem os efeitos desses erros nos pacientes (A1,
A3, A7, A8, A10, A11).
Como mostra Ferreira (2015) em uma revisão sistemática de literatura, ao proporcionar
aproximação entre o estudante e seu cotidiano profissional futuro, o uso desta metodologia
insere o aluno em um contexto que simula a realidade e se mostra estrategicamente adequada
ao ensino de qualidade na área da saúde. É válido ressaltar que nas situações, cujo aprendizado
depende da vivência, são encontrados relatos de melhora do desempenho profissional na área
de saúde. Além disso, essa metodologia permite ao discente posicionar-se como ator principal
do seu aprendizado, redirecionando a função e as habilidades do docente, levando-o a
compartilhar o conhecimento, através de elementos como: provocação, problematização e
contextualização dos cenários que serão encontrados na prática profissional, levando o discente
ao desenvolvimento amplo da cognição, do comportamento e da técnica do fazer em situações
críticas. Esta aproximação da realidade aumenta a capacidade de intervenção imediata após a
identificação do problema proposto pelo docente e a proposição de soluções, em prol dos
melhores resultados terapêuticos.
A melhora significativa da perícia e das competências de execução dos formandos são
acrescidas quando comparadas aos métodos tradicionais de ensino, à auto eficácia e
56
autoconfiança no que se refere à avaliação de sinais vitais e à educação do paciente, à satisfação
dos estudantes, ao desenvolvimento de capacidades para a resolução de problemas, para pensar
e agir como enfermeiros e no desenvolvimento de competências de comunicação (A1, A3, A7).
Opiniões de estudantes reforçam as contribuições das simulações em laboratórios, com a
finalidade de desenvolver habilidades psicomotoras antes de ir para a prática clínica. (GOMES,
GERMANO, 2007).
Teixeira (2011) afirma que as simulações contribuem para que os estudantes
desenvolvam as habilidades necessárias aos cuidados, em situações anteriores aos atendimentos
na clínica. Nas primeiras experiências com os pacientes, os estudantes sentem ansiedade, que é
expressa por tremores, palidez e sudorese. Esses sintomas podem estar associados ao desmaio,
choro e descontrole emocional. Quando é assegurado o tempo adequado para a aprendizagem
no laboratório, a ansiedade na área clínica é atenuada.
A simulação específica à área da saúde é uma tentativa de reproduzir os aspectos
essenciais de um cenário clínico para que, quando um cenário semelhante ocorrer em um
contexto clínico real, a situação poder ser gerenciada facilmente e com êxito. A simulação para
ser bem-sucedida necessita suspender a realidade e interagir como se o simulador fosse um
paciente real. A aprendizagem é mantida e produzida ao se considerar que ela ocorre em um
ambiente realista (SANTOS, 2010).
Deste modo, compreendemos que o uso da metodologia de simulação pode direcionar e
proporcionar ruptura no modo tradicional de ensino por contemplar um método no qual o
professor deixa de ser o detentor do conhecimento e passa a construí-lo em conjunto com seus
alunos, proporcionando ao discente participação proativa no seu próprio aprendizado. Neste
formato, o conhecimento é compartilhado e, através de tarefas simuladas, passa a requerer dos
envolvidos intervenções e habilidades capazes de promover melhoria real na apreensão do
conteúdo aprendido. (FERREIRA, 2015).
Ao refletir sobre as metodologias ativas e a simulação no processo de formação em saúde
e enfermagem, pôde-se pensar o processo de ensino aprendizagem numa perspectiva de
construção de saberes em que alunos e professores participam efetivamente, e implica em
substituir os processos de memorização de informações e de transferência fragmentada do saber
de forma vertical. (COSTA, et. al., 2015).
(A1, A3, A7, A10 e A11) mostram a simulação, como forma inovadora de metodologia
de ensino, ganha espaço como resposta ao avanço das tecnologias e na necessidade de inovação
do ensino, bem como na adequação de estratégias educacionais a uma população familiarizada
com o uso da tecnologia no seu dia a dia.
57
Assim, sugere-se que a metodologia ativa, com ênfase na simulação realística possibilita
emergir o saber ser estar do sujeito, sendo um elemento dinamizador fundamental, em aspecto
constitutivo da realidade recriada nos cenários instituídos, colocando-os em uma condição de
autonomia na tomada de decisão, convergindo com o pensamento de Piaget, que afirma que o
sujeito atua e pensa, mediante os objetos resultantes de suas experiências, afirmando ainda que
a apropriação do conhecimento só é possível através das atividades dos organismos sobre o
objeto (PIAGET, 1966). Seguindo esta lógica o mesmo autor afirma que a ação permite ao
sujeito conhecer o mundo, e conhecer-se a se mesmo através de um duplo movimento de
interiorização e EXTERIORIZAÇÃO (PIAGET, 1970; FERREIRA, 2015).
5.2 ABORDAGEM GERAL SOBRE O USO DA SIMULAÇÃO CLÍNICA
A2
Nível de Evidência: V
Título: O uso da simulação em enfermagem no Curso Técnico de Enfermagem
Autores: Giane Elis de Carvalho Sanino
Objetivo: Esse trabalho objetiva descrever o uso da simulação realística no ensino em um
curso Técnico em Enfermagem.
Ano de publicação: 2012
Idioma: Português
Metodologia: Análise descritiva exploratória retrospectiva, em comparação com os dados
presentes na literatura sobre o tema, com a legislação educacional e, a experiência no uso da
simulação.
Objetivo: Descrever o uso da simulação realística no ensino em um curso Técnico em
Enfermagem.
Resultados: O uso da simulação contribuiu para o desenvolvimento de habilidades humanas
e técnicas, que podem levar o discente à descoberta de novas possibilidades de conhecimento,
em conformidade com as demandas sociais, políticas, éticas e cidadãs.
A4
Nível de Evidência: V
Título: Simulação realística como estratégia de ensino para o curso de graduação em
enfermagem: revisão integrativa.
Autores: Daniele Gomes Barreto, Kamilla Grasielle Nunes da Silva, Sthefânya Shabryny
Cavalcante, et. al.
Objetivo: Analisar o referencial teórico e descrever as vantagens acerca da simulação
realística como estratégia de ensino para o curso de enfermagem.
Ano de publicação: 2014.
Idioma: Português.
Metodologia: Dados coletados nas bases indexadas ScieLo, PubMed e LiLacs dos últimos 5
anos. Foram selecionados 754 artigos e, destes, 26 foram analisados após cumprimento dos
critérios de elegibilidade.
58
Objetivo: Analisar o referencial teórico e descrever as vantagens acerca da simulação
realística como estratégia de ensino para o curso de enfermagem.
Resultados: Em 69% dos artigos, a simulação foi apontada como importante veículo para a
promoção de oportunidades de aprendizagem e treinamento. A simulação foi considerada um
método inovador que oferece possibilidades de ampliação da teoria e da prática para o corpo
discente.
A5
Nível de Evidência: V
Título: Utilização da simulação no ensino da enfermagem: revisão integrativa
Autores: Saionara Nunes de Oliveira, Marta Lenise do Prado, Silvana Silveira Kempfer
Objetivo: Conhecer como a simulação vem sendo utilizada no ensino de Enfermagem.
Ano de publicação: 2014
Idioma: Português
Metodologia: Revisão integrativa da literatura de publicações no período 2008-2012. Dos
1.837 estudos encontrados, 54 foram selecionados para análise.
Objetivo: Conhecer como a simulação vem sendo utilizada no ensino de Enfermagem.
Resultados: Os estudos estavam distribuídos em 31 periódicos; o ano de 2010 apresenta o
maior número de publicações, a maioria nos Estados Unidos. Da análise emergiram três
categorias: a simulação utiliza diferentes tipos de simuladores; a simulação é utilizada para
desenvolver diferentes competências e a simulação clínica é mais do que o simples uso de
um simulador.
A6
Nível de Evidência: V
Título: Use of simulated patients to develop communication skills in nursing education: An
integrative review.
Autores: Sharon MacLean, Michelle Kelly, Fiona Geddes, et. al.
Objetivo: O primeiro objetivo é analisar como SPs são usados na educação de enfermagem
para desenvolver habilidades de comunicação. O segundo objetivo é avaliar a evidência
disponível para apoiar a eficácia do uso de SPs para capacitar enfermeiros em habilidades de
comunicação e, finalmente, para revisar o processo de recrutamento e treinamento de SP.
Ano de publicação: 2017
Idioma: Inglês
Metodologia: A revisão integrativa incluiu dezenove estudos de 2006 a 2016. O método de
avaliação do Programa de Competências de Avaliação Crítica (CASP) foi utilizado. Os temas
emergentes foram extraídos com perspectivas semelhantes e divergentes.
Objetivo: O primeiro objetivo é analisar como SPs são usados na educação de enfermagem
para desenvolver habilidades de comunicação. O segundo objetivo é avaliar a evidência
disponível para apoiar a eficácia do uso de SPs para capacitar enfermeiros em habilidades de
comunicação e, finalmente, para revisar o processo de recrutamento e treinamento de SP.
Resultados: A análise identificou sete contextos clínicos para o treinamento de habilidades
de comunicação (CST) e dois papéis de SP dos dezoito estudos. Os SPs foram diretamente
envolvidos no ensino de comunicação (papel ativo) ou utilizados na avaliação da eficácia de
59
um programa de habilidades de comunicação (papel passivo). A maioria dos estudos utilizou
instrumentos de medição projetados pela faculdade.
A12
Nível de Evidência: I
Título: Use of simulation-based learning in undergraduate nurse education: An umbrella
systematic review.
Autores: Robyn P. Cant, Simon J. Cooper
Objetivo: Realizar uma revisão sistemática para avaliar e analisar evidências sobre o impacto
da educação baseada em simulação para estudantes de enfermagem de graduação / pré-
licenciamento, usando revisões existentes da literatura.
Ano de publicação: 2017
Idioma: Inglês
Metodologia: Revisões de literatura realizadas entre 2010 e 2015 em relação à educação
baseada em simulação para estudantes de enfermagem pré-licenciado.
Objetivo: Realizar uma revisão sistemática para avaliar e analisar evidências sobre o impacto
da educação baseada em simulação para estudantes de enfermagem de graduação / pré-
licenciamento, usando revisões existentes da literatura.
Resultados: Vinte e cinco revisões sistemáticas da literatura foram incluídas, das quais 14
foram recentes (2013-2015). A maioria descreveu o nível de evidência de estudos de
componentes como uma mistura de projetos experimentais e quase experimentais. As
avaliações mediram cerca de 14 variáveis de resultado principais diferentes, limitando assim
o número de estudos primários que cada revisão individual poderia agrupar para avaliar.
Muitas análises concordaram com os principais resultados de aprendizagem da aquisição de
conhecimento, embora nenhum efeito quantitativo geral tenha sido derivado. Três das quatro
avaliações de alta qualidade descobriram que a simulação apoiou o desenvolvimento
psicomotor; um quarto encontrou poucos estudos de alta qualidade para fazer uma
comparação estatística. A simulação melhorou estatisticamente a auto eficácia em estudos
pré-teste-pós-teste e, em projetos experimentais, a auto eficácia foi superior à de outros
métodos de ensino; Desenhos de pesquisa de nível inferior que limitam a comparação
adicional. As críticas geralmente relataram forte satisfação dos alunos com a educação de
simulação e alguns relataram uma confiança melhorada e / ou pensamento crítico.
A13
Nível de Evidência: V
Título: Development and validation of the Simulation Learning Effectiveness Scale for
nursing students.
Autores: Hsiang-Chu Pai
Objetivo: Desenvolver e validar a Escala de Eficácia da Aprendizagem de Simulação, que se
baseia na teoria cognitiva social de Bandura.
Ano de publicação: 2016
60
Idioma: Inglês
Metodologia: No Estudo 1, uma amostra de conveniência sem probabilidade de 151
estudantes de enfermagem completou a Escala de Eficácia de Aprendizagem de Simulação.
A análise fatorial exploratória foi utilizada para examinar a estrutura do fator do instrumento.
No Estudo 2, que envolveu 365 estudantes de enfermagem, análise de fatores confirmatórios
e modelagem de equações estruturais foram utilizados para analisar a validade de construção
da Escala de Eficácia de Aprendizagem de Simulação.
Objetivo: Desenvolver e validar a Escala de Eficácia da Aprendizagem de Simulação, que se
baseia na teoria cognitiva social de Bandura.
Resultados: A Escala de Eficácia de Aprendizagem de Simulação pode ser usada para
examinar a eficácia de aprendizagem dos alunos de enfermagem e servir como base para
melhorar a eficiência de aprendizagem do aluno através de programas de simulação.
5.1.1 Simulação no contexto educativo
Em todos os estudos analisados (A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8, A9, A10, A11, A12,
A13, A14) os termos habilidade, competência, comportamento e desempenho são
frequentemente usados na literatura de simulação para se referir às habilidades observadas e
demonstradas pelos alunos.
A10 aborda que a HFS utiliza um manequim ligado a um computador, permite o treinamento
experiencial de habilidades, conhecimento e tomada de decisões, criando um ambiente seguro
e controlado. A tecnologia da simulação, associada a métodos tradicionais de ensino, como
palestras em sala de aula, leitura de livros didáticos, é uma estratégia instrucional eficaz para
simular a prática clínica real. As sessões interativas com oportunidades práticas ajudam alunos
a vincular os conceitos teóricos com a prática baseada em evidências.
Vários estudos demonstraram a satisfação dos alunos NP relacionados ao HFS (HAUT et
al., 2014; KAPLAN et al., 2011). Especificamente, os alunos relataram entusiasmo e prazer
com experiências de HFS (HAUT et al., 2014; KAPLAN et al., 2011). Além disso, os
estudantes do NP perceberam HFS para aprimorar suas habilidades de pensamento crítico,
prática baseada em evidências e conhecimento e capacidade de atuar no cenário clínico
(KAPLAN et al., 2011).
A10 aponta que as experiências em laboratórios de HFS são locais apropriados e
necessários para melhorar a eficácia de métodos tradicionais de educação em enfermagem e
deve ser fortemente considerada como uma opção na preparação educacional.
Os resultados no nível de aprendizagem podem envolver conhecimento (saber), atitudes
(sentimento) ou habilidades (fazendo) (AGÊNCIA DE PESQUISA E QUALIDADE EM
SAÚDE, 2014, KARDONG-EDGREN, 2010).
61
Com a simulação, os educadores de enfermagem têm a oportunidade de introduzir a
tecnologia relevante em um currículo focado em teoria enquanto ainda preservam o componente
humano da enfermagem (RICHARDSON; CLAMAN, 2014).
Em A5, A6, A12 e A14, mostra que experiências de simulação clínica oferecem aos
educadores em enfermagem uma oportunidade para avaliar e medir a integração de um
estudante às múltiplas competências profissionais. Para maximizar a experiência de
aprendizagem do aluno e melhorar a aplicação efetiva da simulação como estratégia de ensino-
aprendizagem, o plano de avaliação ponderado e informado se faz necessário.
Cuidadosa atenção às variáveis de entrada como as práticas educativas da simulação e de
medição direta dos resultados dos alunos irão fornecer a retroalimentação mais abrangente e
credível sobre a aprendizagem do aluno a partir da experiência de simulação. O bom
planejamento da simulação deve conter quatro elementos para executar o processo avaliativo:
script da simulação; desenvolvimento pessoal e orientação ao estudante; executar a simulação;
e, avaliação da simulação. (SANTOS, 2010).
A6 aborda que o uso da simulação de paciente como metodologia de ensino e
aprendizagem não é de um conceito novo e reconhece que a utilização de SPs e pesquisa
associada em enfermagem aumentou ao longo da última década, porém, geralmente é utilizada
para treinamento de habilidades e comunicações para áreas especializadas, como cuidados de
fim de vida, cuidados oncológicos, tratamento de saúde mental, deficiência auditiva, admissão
do paciente e alta do paciente.
Estudos incluíram proporcionar aos enfermeiros a oportunidade de aprender estratégias
adequadas para lidar com questões psicológicas sensíveis, tais como as situações de fim de vida
(BLOOMFIELD et al., 2015) e atendimento do paciente na unidade de terapia intensiva (UTI)
(ZAVERTNIK et al., 2010). Outras aplicações incluíram ensaios de abordagens de
comunicação com pacientes com problemas de saúde mental, como depressão (BROWN et al.,
2009), distúrbios bipolares, ansiedade e esquizofrenia (DOOLEN et al., 2014).
A6 traz que o benefício para os alunos que aprendem com SPs é a realidade da
experiência, com a capacidade de SPs retratar um paciente autenticamente sem colocar
pacientes reais em risco. Embora os estudos comparativos entre SP e as modalidades de ensino
tradicionais indiquem a utilidade desta abordagem, há um alcance considerável para expandir
a base de evidências para a eficácia da metodologia de SP na educação em habilidades de
comunicação de enfermagem. A6 os SPs podem ser um meio eficaz de preparar os alunos para
se comunicar com os pacientes e suas famílias, em um nível apropriado de alfabetização em
saúde antes da alta.
62
Estudos apontam que, dentre os benefícios incluem o desenvolvimento de liderança e
trabalho em equipe (ENDACOTT et al., 2014), melhoria da tomada de decisões e do
pensamento crítico (RHODES; CURRAN, 2005), habilidades clínicas e benefícios de
desempenho clínico (ALINIER et al., 2006), gerenciamento aprimorado da deterioração do
paciente (COOPER et al., 2012), melhoria da consciência da situação (BOGOSSIAN et al.,
2014) e administração segura de medicamentos (SEARS et al., 2010). A simulação também
promoveu o aprendizado na diversão cultural e de assistência (HAAS et al., 2010).
Os provedores educacionais precisam estar conscientes de que a simulação não pode ser
assumida automaticamente como autêntica porque os simuladores de alta fidelidade estão sendo
usados (BLAND et al., 2014). No entanto, mesmo que existem diferenças complexas entre o
mundo real e o da simulação do paciente, o último ainda pode oferecer oportunidades aos alunos
para explorar como se sente ser enfermeiro e começar a entender as complexidades da
enfermagem (SCHOLES, 2008). Uma mistura de simulação e treinamento na prática pode ser
preferida e vital para a aprendizagem de alunos de graduação de enfermagem.
Mesmo que os benefícios da simulação sejam notáveis, a prática clínica não deve ser
completamente substituída pela simulação. O ambiente de aprendizagem clínica é, em geral,
relatado como positivo por estudantes de enfermagem (SUNDLER et al., 2014). No entanto, o
ambiente de aprendizagem difere entre as configurações clínicas (BISHOLT et al., 2014) e os
estágios clínicos podem ser estressantes para os estudantes (BLOMBERG et al., 2014).
Pacientes e práticas reais são necessários na educação em enfermagem.
A8 recomenda que o corpo docente use simulações múltiplas em laboratórios antes de
enviar os alunos para a prática clínica. É essencial aplicar uma grande variedade de cenários
desenvolvidos para uso em educação baseada em simulação em diversas áreas da enfermagem
como, enfermagem cirúrgica médica, maternidade, pediatria e outros cursos clínicos da área.
Os cenários de simulação precisam ser escritos de forma pensada, variando de simples a
complexos a fim de construir conjuntos de conhecimentos prévios para que as simulações
possam ser gradualmente introduzidas na formação em beneficio a educação dos alunos.
Através dos estudos A2, A4, A5, A6, A12, e A14 foi possível identificar que a simulação
de alta fidelidade beneficiou estudantes de enfermagem em termos de aquisição de
conhecimento e pensamento crítico; aumentou os resultados dos alunos em exames de
conhecimento e habilidades e criou um ambiente de aprendizagem que contribuiu para um
maior conhecimento, habilidades, segurança e confiança dos alunos.
Não há dúvida de que a aprendizagem baseada em simulação é uma estratégia válida de
aprendizagem e ensino que pode ajudar estudantes de enfermagem a aprender habilidades
clínicas e não-clínicas igualmente, bem como qualquer modo de instrução interativo similar.
63
Uma série de estudos de revisão informaram que a simulação melhorou o conhecimento dos
alunos (ADAMSON, 2015; BERNDT, 2014; CANT AND COOPER, 2010; CANT AND
COOPER, 2014; FISHER AND KING, 2013; SKRABLE E FITZSIMONS, 2014; STROUP,
2014).
Entretanto, Lee e Oh (2015) ao estudar 26 ensaios controlados em línguas inglesas e
coreanas realizadas até o ano de 2014, relataram efeitos limitados da simulação sobre os
resultados de aprendizagem para estudantes de enfermagem. Da mesma forma, Ross (2012),
que se concentrou na aquisição de habilidades psicomotoras em uma revisão de 19 estudos três
anos antes, relatou que não havia evidências suficientes para apoiar a eficácia da simulação para
ensinar habilidades psicométricas em enfermagem. Nesse caso, eles relataram que os dados
vieram de estudos com limitações que afetaram a interpretação e a generalização dos achados -
como os projetos quase experimentais. Stroup (2014) que analisou o uso da simulação no ensino
dos fundamentos da enfermagem concluiu que a simulação promove resultados cognitivos e
psicomotores equivalentes aos métodos tradicionais de instrução.
5.1.2 Avaliação do desempenho dos alunos
A6 em relação a avaliação do desempenho do aluno de enfermagem que utiliza a
simulação como metodologia de ensino, deve ser avaliada com instrumentos válidos e
confiáveis. Os achados desta revisão sugerem a necessidade de novas pesquisas para expandir
as áreas de capacitação em SP, validação de instrumentos avaliativos e atenção à transparência
para apoiar pesquisas futuras neste campo de simulação de saúde.
Em A7, traz que a forma como os professores agem e respondem ao que acontece no
momento da avaliação é descrita como importante pelos alunos. Além disso, as situações que
interferem no momento da simulação, agem negativamente no aprendizado. Para haver
aprendizagem contínua, quando confrontados com diferentes problemas, os alunos precisam
entende-los e procurar maneiras de gerenciar e resolver a situação.
A8, estudo o qual alunos são expostos a uma série de simulações clinicas, retrata que a
integração do HFS nos currículos de enfermagem dá aos alunos a oportunidade de praticar
habilidades recém-aprendidas e reforçar o conhecimento prévio em um ambiente seguro para o
cuidado do paciente. A confiança para participar na prestação de cuidados a diferentes pacientes
durante o HFS aumentou porque os participantes sentiram que sabiam o que esperar e o que era
esperado deles depois de terem enfrentado múltiplas simulações complexas. A13 aborda que a
Escala de Eficácia de Aprendizagem de Simulação pode ser usada para examinar a eficácia de
64
aprendizagem dos alunos de enfermagem e servir como base para melhorar a eficiência de
aprendizagem do aluno através de programas de simulação.
5.1.3 Professores
O desafio para os educadores é de preencher a lacuna entre o uso de simulação em
laboratórios de aprendizagem e transferir esse conhecimento aplicando à prática clínica real.
Embora a simulação não deva ser um substituto para a experiência clínica direta, oferece a os
estudantes oportunidades para a aprendizagem experiencial com adaptações específicas, feitas
para estilos e necessidades únicas de aprendizagem (TEIXEIRA et al 2015).
De acordo com uma pesquisa realizada por Teixeira et. al., (2010), estudantes mostraram
entender determinado saber teórico, mas não apresentaram o correspondente saber
procedimental e atitudinal, revelando lacunas na integração de saberes. Contudo, reconheceram
tal aspecto no debriefing e se propuseram a reduzir as lacunas. Nessa perspectiva, pesquisa
realizada com o objetivo de comparar o conhecimento de estudantes de enfermagem, antes e
após a estratégia de simulação, indica que o conhecimento teórico e a confiança diante da
situação clínica proposta melhoraram após a simulação.
A8 recomenda que os facilitadores de simulação considerem o impacto psicológico de
qualquer cenário potencialmente estressante. As entrevistas com estudantes para monitorar seu
estado psicológico e emocional são uma solução potencial para esse problema.
A13 refere que as escolas de enfermagem devem considerar a importância da
competência do professor em incentivar a aprendizagem e autorreflexão para melhorar a
eficácia de aprendizagem dos estudantes de enfermagem. Neste contexto, um ambiente de
aprendizagem de simulação deve ser estabelecido nas escolas de enfermagem e oferecer cursos
relacionados à prática que levem os alunos a desenvolver competências.
5.3 BARREIRAS ENFRENTADAS PARA O USO DA SIMULAÇÃO
A9
Nível de Evidência: V
Título: Barriers and enablers to the use of high-fidelity patient simulation
manikins in nurse education: an integrative review.
Autores: Amal Z. Al-Ghareeb, Simon J. Cooper
Objetivo: Esta revisão integrativa identificou, criou e sintetizou criticamente a
evidência existente sobre as barreiras e capacitadores para o uso de manequins
65
de simulador de pacientes humanos de alta fidelidade (HPSMs) em educação de
enfermagem de graduação.
Ano de publicação: 2016
Idioma: Inglês
Metodologia: A revisão incluiu todos os projetos de pesquisa para artigos
publicados entre 2000 e 2015 que identificaram as barreiras e facilitadores para
o uso de HPSM de alta fidelidade na educação de enfermagem de graduação.
Os estudos foram avaliados com os critérios do Programa de Competências de
Avaliação Crítica. A análise temática foi realizada e os temas emergentes foram
extraídos.
Objetivo: Esta revisão integrativa identificou, criou e sintetizou criticamente a
evidência existente sobre as barreiras e capacitadores para o uso de manequins
de simulador de pacientes humanos de alta fidelidade (HPSMs) em educação de
enfermagem de graduação.
Resultados: As barreiras à simulação relacionam-se especificamente com as
tecnologias complexas inerentes às abordagens HPSM de alta fidelidade.
Abordagens estratégicas que apoiam a habilidade avançada e fornecem suporte
tecnológico dedicado podem superar essas barreiras.
No estudo realizado por A9, a falta de tempo foi uma barreira para integrar simulação nos
currículos de enfermagem, com muitos participantes indicando que um tempo adicional os
encorajaria a usar a simulação de forma mais ampla. Conforme afirmado, a simulação não é um
conceito novo e os educadores de enfermagem usaram simulação por muitos anos. No entanto,
a disponibilidade de tecnologia sofisticada é nova.
Outros levantamentos realizados apontam que a adoção da tecnologia no ensino é
complexa e envolve compromisso de tempo considerável, desenvolvimento de competências e
experiência passada. Além disso, a integração de HPSM sofisticados de alta fidelidade em
currículos de enfermagem pode ser assustadora tanto para professores quanto para programas
devido à curva de aprendizado íngreme, requisitos operacionais complexos e altos custos.
Esse medo pode resultar no desuso da tecnologia. O medo da tecnologia entre os
professores está bem documentado na literatura (BROWN et al., 2006). Seropian et al. (2004)
recomendou que um especialista em simulação trabalhe com os membros da faculdade para
melhorar o ensino.
Estudos revelam uma série de barreiras que os educadores de enfermeiras enfrentam ao
usar HPSM de alta fidelidade. Isso inclui o tempo necessário para se familiarizar com a
tecnologia, escrever e executar cenários realistas e gerenciar de forma flexível a tecnologia
durante os episódios de ensino com muitos alegando frustração e fobia tecnológica. Os
manequins HPSM de alta fidelidade são sofisticados e os educadores raramente são treinados
66
para usá-los (DOWIE; PHILIP, 2011). Há também falta de técnicos dedicados e coordenadores
de simulação (BRAY et al., 2009).
A incorporação de HPSM de alta fidelidade em todo o currículo tem implicações
administrativas. As conclusões sugerem que não é suficiente comprar equipamentos e solicitar
que o corpo docente o use. É necessário um treinamento adequado, educação e apoio
administrativo. Por esse motivo, os administradores devem estar dispostos a se envolver no
processo e aprender sobre a incorporação de tecnologia de simulação em programas (FOX-
YONG et al., 2012). Os administradores de enfermagem devem, portanto, estar preparados para
desenvolver um plano de implementação de HPSM de alta fidelidade, com o envolvimento de
todos os membros da equipe e com o apoio dos diretores da faculdade.
No entanto, existem facilitadores que podem aumentar o uso dessa tecnologia, incluindo
treinamento através de oficinas de simulação, conferências, observação, prática prática e
feedback do mentor (KING et al., 2008). A importância de ter um coordenador de simulação
em tempo integral foi citada em seis estudos (FEINGOLD et al., 2004; FOSTER et al., 2008;
HOWARD et al., 2011; KARDONG-EDGREN et al., 2008; PARSH, 2010; WALTON et al.,
2011), com a responsabilidade de ensinar aos membros do corpo docente sobre como usar a
tecnologia e incorporar simulação em seus cursos (HOWARD et al., 2011).
5.1.4 Limitações do uso da simulação no contexto educativo
A7 aborda que inicialmente, alguns estudantes ficaram desconfortáveis sabendo que
estavam sendo gravados em vídeo, mesmo que pudessem vê-lo mais tarde como uma
oportunidade de aprender. A8 embora os estudantes estivessem ansiosos, a ansiedade não
interferiu do aprendizado.
A simulação tem suas limitações em relação à autenticidade e não pode substituir
completamente o contexto dos cuidados de saúde humanos porque as preocupações e as
respostas dos pacientes são complexas (DUNNINGTON, 2014).
Alguns estudos indicam que a simulação de alta fidelidade (HFS) melhora habilidades
clínicas, comunicação, tomada de decisão clínica e pensamento crítico e promove a
autoconfiança e o trabalho em equipe (KAMEG et al., 2010; SHRADER et al., 2013). No
entanto, esses simuladores e ambientes de simulação realistas são caros, exigem muita prática
e treinamento para professores, eles requerem manutenção especializada e consumem muito
tempo de preparação antecipada para cada cenário (KARDONG-EDGREN et al., 2007)
67
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa se propôs a avaliar a produção científica nacional e internacional
sobre os benefícios de metodologias ativas com ênfase em simulação clínica em enfermagem
para discentes de graduação dos períodos de 2014-2017, através de uma revisão integrativa de
literatura.
Com a análise da literatura científica disponível, pode-se constatar que a simulação clínica
em enfermagem vem sendo um tema grandemente estudado nos últimos anos, devido aos
benefícios para acadêmicos e profissionais atribuídos por ela.
Dentre os benefícios, pode-se perceber que grande parte dos estudos encontrados
abordam o desenvolvimento de habilidades e competências, melhora do raciocínio clínico e
julgamento crítico para a tomada de decisões, que contribuem para a prática clínica real. Além
disso, a simulação proporciona um Feedback positivo aos alunos, pois permite aos estudantes
colocar em prática os conteúdos estudados, integrando a teoria ministrada em sala de aula com
a prática, através das simulações autênticas. Posteriormente, durante o debrifing com o
docente/instrutor, pode-se avaliar os erros cometidos, com o objetivo de melhorá-los, e assim
os evitando durante a prática em pacientes reais, pois os estudantes possuem segurança e
convicção dos procedimentos a serem realizados.
Na visão acadêmica foi encontrado diversos fatores que contribuem para a melhora da
prática clínica real através da simulação clínica, como por exemplo a autoconfiança para
desenvolver as habilidades adquiridas, além do trabalho em equipe, desenvolvimento de
liderança e motivação ao aprendizado.
Embora a simulação traga benefícios, existem limitações para o seu uso. Dentre elas, a
autenticidade da vivência, pois apesar de ter alta fidelidade, não reproduz fidedignamente as
manifestações humanas, assim sendo, o software que controla os simuladores, é pré-
programado para reproduzir os sinais clínicos, e neste caso, não “prevê” intercorrências que
eventualmente podem ocorrer na prática real.
Por dispor de tecnologia altamente sofisticada, necessita de treinamentos constantes para
os professores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem com essa ferramenta de ensino.
A necessidade da educação continuada, garante a preservação dos materiais, pois estes possuem
alto custo financeiro para as instituições de ensino.
Durante as simulações, os treinadores/docentes juntamente com a instituição de ensino,
devem ofertar recursos necessários para que o aprendizado seja efetivo. A teoria deve ser
abordada com exímio para que ocorra uma associação com a prática. Salienta-se que a
68
simulação não substitui a prática real, que é de suma importância para acadêmicos de
enfermagem durante o processo de formação, mas garante aos alunos que realizem
procedimentos quantas vezes forem necessários, para obtenção de habilidades, garantindo
assim a competência no mercado de trabalho, além de assegurar que pacientes sejam atendidos
por profissionais preparados, que saibam lidar com diversas situações clínicas.
É importante que ocorra a avaliação do processo de ensino-aprendizagem dos alunos com
instrumentos válidos e confiáveis. Embora existam diversos estudos abordando o tema, grande
parte deles são de revisões de literatura e é escasso o número de estudos experimentais
quantitativos, abordando a vivência e uso dessa tecnologia a longo prazo.
Com base nos levantamentos realizados, recomenda-se a realização de estudos adicionais
que utilizem medidas quantitativas para avaliar o impacto da simulação no pensamento crítico,
autoconfiança, desenvolvimento de habilidades e competências clínicas.
69
7. REFERÊNCIAS
ARAÚJO, A. L. L. S.; QUILICI, A. P. O que é simulação e por que simular. In: Simulação
Clínica: do conceito à aplicabilidade. São Paulo: Editora Atheneu. p. 1-16. 2012.
ADAMSON, K. A systematuc review of the literature related to the NLN/Jeffries
simulation framework. Nurs. Educ. Perspect. N.36 V.1 PÁG.281-291. 2015.
AMAYA AFANADOR, A. Importancia y utilidad de las “Guías de simulación clínica” en
los procesos de aprendizaje en Medicina y ciencias de la salud. Univ. Méd. Bogotá,
Colômbia, v. 52, n. 3, p. 309- 314, 2011.
BASTOS, C. C. Metodologias Ativas. 2006. Disponível em:
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77
8. APÊNDICE I
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO- Campus SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ENFERMAGEM
PROTOCOLO PARA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
DISCIPLINA PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE E ENFERMAGEM
I. RECURSOS HUMANOS
Letícia Maria de Carvalho Pereira, Prof.ª Me. Luciene Mantovani Silva Andrade
II. PARTICIPAÇÃO DOS PESQUISADORES
Todos os autores participaram de todas as etapas do estudo descritas no item IV e V deste
protocolo.
III. VALIDAÇÃO EXTERNA DO PROTOCOLO
1. Luciene Mantovani da Silva Andrade – Profª Me. Universidade Fedaral de Mato
Grosso, Campus de Sinop-ICS.
IV. PERGUNTA DE PESQUISA
Quais os benefícios do uso de metodologias ativas com ênfase na simulação clínica em
enfermagem para os discentes de graduação?
V. OBJETIVO
78
Investigar quais os benefícios do uso de metodologias de ensino ativas com ênfase na
simulação clínica em enfermagem na graduação para os discentes disponível na literatura
nacional e internacional.
VI. DESENHO DO ESTUDO
Trata-se de uma Revisão Integrativa, sendo que as etapas serão conduzidas da seguinte forma:
1) Escolha da pergunta de pesquisa e objetivos do estudo;
2) Definição dos critérios de inclusão e exclusão dos estudos;
3) Elaboração e teste de protocolo;
4) Busca de artigos na base de dados;
5) 1ª etapa de análise (título e resumos): aplicação de critérios exclusão e inclusão de
dados sobre artigos em planilha eletrônica estruturada com auxílio do software
Microsoft Excel 2007
6) 2ª etapa de análise (textos completos): leitura dos artigos incluídos no estudo e
inclusão de dados sobre artigos em planilha eletrônica estruturada com auxílio do
software Microsoft Excel 2007 (código do artigo, objetivos do estudo, achados);
7) Discussão e análise dos resultados, com a apresentação das principais características
sobre metodologias ativas com ênfase na simulação clínica em enfermagem.
8) Apresentação do estudo em forma de Trabalho de Conclusão de Curso.
9) Revisão final do professor orientador.
10) Elaboração da versão final do Trabalho de Conclusão de Curso.
VII. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
79
Artigos produzidos por pesquisadores brasileiros;
Artigos que tratem da temática do estudo, mesmo que a análise da divisão do trabalho não
seja o objeto do estudo;
Estudos que contenham os descritores listados neste protocolo, preferencialmente no
resumo e/ou no título do estudo;
Publicações nos idiomas: inglês ou português;
Disponíveis em texto completo;
Publicados nos últimos 3 anos (Janeiro de 2014 a Julho de 2017)
VIII. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Estudos que não contenham as palavras chaves listadas neste protocolo; no resumo e/ou no
título e que estejam publicados.
Fora do ano de seleção
Teses e dissertações
Editorial
Carta
Protocolos
Livros
Falta de pertinência à temática
Texto completo indisponível
IX. ESTRATÉGIAS DE BUSCA (Pesquisa avançada)
As estratégias de buscas serão realizadas com base nos Descritores em Saúde:
Descritor Português: Simulação, Educação em Enfermagem, Instituições de Ensino
Superior
Educação, Aprendizagem, Ensino.
80
Descritor Inglês: Simulation, Nursing, Higher Education Institutions, Education, Learning,
Teaching.
BASES DE DADOS:
LILACS
MEDLINE
X. COLETA DOS DADOS
A busca dos artigos será realizada com o acesso na base de dados SciELO, por meio de acesso
portal de periódicos CAPES/UFMT, nas quais serão estipulados os limites desejados. Todos
os estudos encontrados serão submetidos à próxima etapa deste protocolo
XI. CAPTAÇÃO DOS TRABALHOS
Os dados serão coletados nas bases de dados mencionadas acima, utilizando os respectivos
descritores. Primeiramente será realizada a leitura flutuante dos resumos para verificar se
estão enquadrados na temática proposta para este estudo; após, os manuscritos selecionados
serão lidos na integra.
XII. AVALIAÇÃO CRÍTICA DOS ESTUDOS
A análise de dados será realizada a partir da leitura dos artigos e discussão com a literatura
acerca da temática.
XIII. INFORMAÇÕES A SEREM EXTRAÍDAS DAS PRODUÇÕES
Referência completa
Idioma
81
Objetivo dos estudos
Metodologia dos estudos
Principais resultados dos estudos
XIV. DIVULGAÇÃO
Encaminhamento do manuscrito para banca examinadora do TCC.
XIV. CRONOGRAMA
Atividade Abril Maio Junho Julho
Realização do protocolo X
Validação do protocolo X
Revisão de literatura X
Categorização dos dados X X
Realização do manuscrito e
revisão pelo orientador
X X X
Envio do Manuscrito para
banca examinadora do TCC
X
Defesa final X
XV. REFERÊNCIAS:
MENDES KDS, SILVEIRA RCCP, GALVÃO CM. Revisão Integrativa: Método de
pesquisa para a incorporação de evidencias na saúde e na enfermagem. Texto Contexto
Enferm, Florianópolis; N. 17 V.4 PÁG. 758-64. Out.-Dez. 2008.
GALVÃO CM, SAWADA NO, MENDES IA. A busca das melhores evidências. Rev Esc
Enferm USP. N.37 V.4 PÁG.43-50. Dez. 2003.
82
9. ANEXO A
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS DOS ARTIGOS DA REVISÃO
INTEGRATIVA DE LITERATURA
1. IDENTIFICAÇÃO
Título do artigo
Periódico
Idioma
Ano de publicação
Autores Nome:
Local de trabalho:
2. TIPO DE REVISTA
CINTÍFICA
Publicação de enfermagem em
geral
Publicação de enfermagem de
outra especialidade
Publicação médica
Publicações em outras áreas da
saúde
3. CARACTERÍSTICAS
DO ESTUDO
METODOLÓGICO
Tipo de estudo Pesquisa
( ) Abordagem qualitativa
( ) Delineamento Experimental
( ) Delineamento Quase Experimental
( ) Abordagem Qualitativa
Não Pesquisa
( ) Revisão de Literatura
( )Relato de Experiência
83
( ) Outras, Quais?
Ojetivo ou questão de
intervenção
Amostra
3.1) Seleção: ( ) Randômica ( ) Conveniência (
) Outra
3.2) Tamanho (n): Inicial: Final:
3.3) Característica: Idade: Sexo: F ( ) M ( )
3.4) Critério de inclusão/exclusão dos sujeitos
Tratamento dos dados
Intervenções realizadas 3.5) Variável independente (intervenção):
3.6) Variável dependente:
3.7) Grupo controle: ( ) SIM ( ) NÃO
3.8) Duração do estudo:
3.9) Métodos empregados para mensuração da
intervenção:
Resultados
Análise 3.10) Tratamento estatístico:
3.11) Nível de significância:
Implicações 3.12) As conclusões são justificadas com base
nos resultados:
3.13) Quais as recomendações dos autores:
Nível de evidência
4. AVALIAÇÃO DO RIGOR
METODOLÓGICO
Clareza na identificação da
trajetória metodológica no texto (método
empregado, sujeitos participantes,
critérios de inclusão/exclusão,
intervenções e resultados
84
Identificação de limitações ou
vieses