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LEVANTAMENTO DO PROGRAMA DE GESTÃO PARTICIPATIVA COM ENFÂSE NO MEIO AMBIENTE NO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO/AC ALAN DE LUCENA DANTAS BELO HORIZONTE / MG 2010

LEVANTAMENTO DO PROGRAMA DE GESTÃO … de Lucena... · A pesquisa se deu através da caracterização do PGP, onde foi levantado seu histórico e metodologia, descrição da área

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LEVANTAMENTO DO PROGRAMA DE GESTÃO PARTICIPATIVA COM ENFÂSE NO MEIO AMBIENTE NO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO/AC

ALAN DE LUCENA DANTAS

BELO HORIZONTE / MG 2010

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ALAN DE LUCENA DANTAS

LEVANTAMENTO DO PROGRAMA DE GESTÃO PARTICIPATIVA COM ENFÂSE NO MEIO AMBIENTE NO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO/AC

Monografia apresentado ao Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais, como parte das exigências do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais, para a obtenção do título de especialista em Conselheiros Nacionais. Orientador: Prof. Msc. Renato Moraes

BELO HORIZONTE / MG 2010

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ALAN DE LUCENA DANTAS

LEVANTAMENTO DO PROGRAMA DE GESTÃO PARTICIPATIVA COM ENFÂSE NO MEIO AMBIENTE NO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO/AC

Monografia apresentado ao Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais, como parte das exigências do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais, para a obtenção do título de especialista em Conselheiros Nacionais.

APROVADA em ___ de __________ de 2010.

Prof. _________________________________

Prof. _________________________________

Prof. Msc. Renato Moraes UFMG

(Orientador)

BELO HORIZONTE / MG 2010

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Dedico este trabalho de pesquisa ao

amigo Prof. Marcos Afonso, (in

memoriam), que nos deixou precocemente

vítima da barbárie urbana.

Saudades amigo...

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AGRADECIMENTOS

Há DEUS pela presença constante;

Aos meus Pais que apesar da distância me mantêm fortalecido;

Aos meus irmãos, em especial ao saudoso Francisco Cartaxo;

Ao Professor, orientador e Mestre Renato Moraes – UFMG;

Agradeço a minha noiva Katya Ferraz, pela paciência e solidariedade;

Agradeço aos amigos e colegas da Prefeitura Municipal de Porto Acre, meu atual

ambiente de trabalho;

Aos companheiros da Prefeitura Municipal de Rio Branco, em especial o sempre

companheiro Evandro Luzia;

Aos amigos Pedro Gustavo e Fabiana Santos, pelas palavras de força e coragem,

além de confiança;

Aos Amigos e colegas Acreanos.

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“A prisão foi abalada, e suas portas abertas,

mas, a menos que saiamos de nossas celas e

sigamos em direção à luz da liberdade, ainda

permanecemos sem verdadeira remissão”

Donald Bloesch

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RESUMO

O presente trabalho pretende mostrar que no Brasil é evidente que já existe um

processo em curso, voltado para uma maior participação popular e exercício da

cidadania, através de ferramentas, como o Orçamento Participativo e Controle

Social, evidentemente do Orçamento Público. Este trabalho de pesquisa tem como

objetivo informar a importância do Programa de Gestão Participativa de Rio Branco,

como também, mostrar que a pratica da participação popular, já é uma realidade,

mesmo sendo entendida como um novo paradigma, que ainda precisará ser muito

exercitado. A pesquisa se deu através da caracterização do PGP, onde foi levantado

seu histórico e metodologia, descrição da área pesquisada, ou seja, o próprio

município de Rio Branco, além de revisão bibliográfica a partir de fontes primárias e

secundárias, como também análise de documentos. Através desses resultados e

fontes pesquisadas chegamos a uma série de evidências, que torna possível a

veracidade das informações e prática do Orçamento Participativo, ou Programa de

Gestão Participativa.

Palavras-chave: Orçamento, Participação, Meio Ambiente e Comunidade.

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ABSTRACT

This present work intends to show that, Brazil it is obviously this, already exist a

process going on, about a major popular participation and citizenships rights, by the

use of specific tools such as participatory budgeting and social control, from the

public budgeting. This research work has the main purpose to inform that how

important is the Participative Management Program of the city of Rio Branco, and

also, show this the Popular Participation is a reality, even been understood as a new

paradigm that still need to be exercised. This research was carried by the

characterization of the PGP, where it was analyzed the history and methodology,

description of the researched area, it means, the city of Rio Branco, beyond

bibliographic research from primary and secondary sources and also analyzing

documents. Based on these results and researched sources, we reach a series of

evidences, those make it possible the accuracy of these information and the practice

of the participatory budgeting or Participative Management Program.

Keywords: budget, participation, environment and community.

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SUMÁRIO

Resumo......................................................................................................................07 Abstract......................................................................................................................08 Lista de Siglas............................................................................................................11 Lista de Figuras, Tabela e Anexos.............................................................................12 CAPÍTULO I – Introdução.........................................................................................13 1.1 Problematização...................................................................................................15 1.2 Objetivos...............................................................................................................16 1.2.1 Objetivo Geral....................................................................................................16 1.2.2 Objetivos Específicos........................................................................................16 1.3 Metodologia..........................................................................................................17 CAPÍTULO II – Fundamentação Teórica: Orçamento Público......................................................................................................................18

2.1- Conceito..............................................................................................................18 2.2- Orçamento Público no Brasil e Marcos Legais...................................................19 2.3- Responsabilidades Compartilhadas....................................................................21 CAPÍTULO III – Histórico do Município de Rio Branco, Histórico e Metodologia do PGP e resultados da pesquisa de campo.........................................................23 3.1- Histórico do Município de Rio Branco.................................................................23 3.2- Histórico e Metodologia do Programa de Gestão Participativa...........................24 3.2.1- O PGP na composição do Orçamento Anual...................................................27 3.2.2- Etapas da elaboração do Orçamento Anual do PGP.......................................28 3.2.2.1- Diretrizes do PGP.........................................................................................28 3.2.2.2- O Processo Metodológico.............................................................................29 3.2.2.3- Critérios para distribuição dos recursos - Regional Urbana..........................32 3.2.2.4- Formato da Organização do Conselho.........................................................32 3.3- Resultados da Pesquisa de Campo....................................................................35 CAPÍTULO IV – Considerações Finais...................................................................38 4.1 Considerações finais............................................................................................38 V – Referências Bibliográficas................................................................................40 VI – ANEXOS

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LISTA DE SIGLAS

ZAP – Zona de Atendimento Prioritário.

ZED – Zona Especial de Desenvolvimento.

PGP – Programa de Gestão Participativa.

SEFAZ – Secretaria de Estado da Fazenda do Acre.

IBAMA/AC – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente do Estado do Acre.

ZEE/AC – Zoneamento Econômico Ecológico do Estado do Acre.

SEMEIA – Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Rio Branco.

SEMSUR – Secretaria Municipal de Serviços Urbanos.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

SEAPROF – Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar.

LOA – Lei Orçamentária Anual.

LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias.

LRF – Lei de Responsabilidade Federal.

PPA – Plano Plurianual.

UTRE – Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos.

OP – Orçamento Participativo.

RC – Receita Própria.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 – Mapa das Regionais Urbanas.

FIGURA 02 – Estratégia de Governo.

FIGURA 03 – Estrutura de Planejamento e Gestão.

FIGURA 04 – Processo de Decisão.

FIGURA 05 – Organização do Conselho.

LISTA DE TABELA

TABELA 01 – Tabela Descritiva referente ao PPA, LDO e LOA.

LISTA DE ANEXOS

ANEXO A – Execução e acompanhamento do PGP.

ANEXO B – Relação dos Bairros que compõe as 07 Regionais Urbanas.

ANEXO C – Modelo de Questionário de entrevista aplicado nos Bairros.

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CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

As recentes transformações que vêm contribuindo para romper as

resistências, à ampliação das diversas instituições da democracia participativa no

país, em nível social- econômico, as mudanças no mundo do trabalho, decorre do

processo atual que vive os países globalizados.

“O surgimento de novas formas de intervenção civil, organizadas em torno de uma política de direitos e de prestação de contas, indica a presença de um salutar processo de renovação política na região, processo este destinado a unificar dois elementos que a tradição democrática populista mantinha separados: a democracia e o constitucionalismo.” (PERUZZOTTI, 2000, p. 03)

O Estado do Acre localizado na Amazônia Ocidental se destaca no contexto

nacional e internacional por iniciativas concretas de conservação e preservação

ambiental, integração dos povos da floresta, o manejo florestal sustentável, o estilo

de vida das populações tradicionais, além das lutas que deram início a recentes

transformações políticas que vem passando o Brasil, fato este lembrado na pessoa

emblemática do seringueiro Chico Mendes.

O presente trabalho de pesquisa pretende analisar o Programa de Gestão

Participativa da prefeitura de Rio Branco, com ênfase no Meio Ambiente, levantando

sua importância e necessidade para o progresso do município e o Estado.

Para tanto, buscaremos entender os paradigmas que norteiam este programa

de participação e inclusão social, além de conceituar o que seja Orçamento Público

e Orçamento Participativo e difundir a necessidade e importância da democracia

junto a sociedade civil organizada.

Contudo já é possível perceber que a novidade que existe na atual conjuntura

em termos de democratização do processo orçamentário e que vem revolucionando

a forma de se planejar, elaborar e acompanhar o orçamento público no Brasil é o

chamado Orçamento Participativo.

Idealizado pelo Partido dos Trabalhadores e colocado em prática na maioria

das cidades administradas por este mesmo partido político, vem sendo copiado por

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quase todos os outros partidos, notadamente pelas administrações que pretendem

tornar as contas públicas acessíveis à população.

Portanto o Orçamento Participativo tem se mostrado como um instrumento de

participação popular ativo, na medida em que permite a participação direta do povo

nas deliberações e tomada de decisão quanto às formas mais eficazes e eficientes

de aplicação dos recursos públicos.

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1.1- Problematização

Tendo em vista a necessidade de socializar o processo de decisão junto a

sociedade civil organizada, foi criado ao longo dos últimos anos determinadas

ferramentas que viesse transformar as formas de participação popular, para tanto

chegou-se ao orçamento participativo que é a participação efetiva e direta da

sociedade na elaboração do orçamento municipal, apontando as demandas mais

urgentes para aquela população, de tal forma que possa ser possível e praticada

pelo Poder Executivo na esfera municipal.

Sendo assim, o município de Rio Branco capital do Estado do Acre, localizado

na Amazônia Ocidental, através da gestão do então Prefeito Raimundo Angelim (PT)

que se iniciou no ano de 2004, tratou de introduzir no município esta ferramenta,

chamada de Programa de Gestão Participativa.

Portanto segue, quais os verdadeiros avanços no que diz respeito ao meio

ambiente, a partir da efetivação do Programa de Gestão Participativa do município

de Rio Branco?

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1.2- Objetivos:

1.2.1- Objetivo Geral

Levantar a importância do Programa de Gestão Participativa do município de

Rio Branco/AC, com ênfase no meio ambiente.

1.2.2- Objetivos Específicos

Caracterizar o Programa de Gestão Participativa e suas interfaces no

município de Rio Branco;

Socializar as informações a partir de uma nova perspectiva democrática que é

o Programa de Gestão Participativa de Rio Branco, tendo como referencial

temático o Meio Ambiente.

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1.3- Metodologia

O Presente trabalho de pesquisa levará em conta a importância do PGP,

tendo como eixo o meio ambiente para o município de Rio Branco e suas regionais

tendo em vista a importância da capital acreana para o Estado.

Contudo, iremos nos concentrar numa pesquisa a partir da análise de

documentos e referenciais bibliográficos, além de buscarmos dados secundários a

partir das comunidades de bairros que já experimentaram e viveram a experiência

de ter o PGP em suas localidades.

Nosso estudo então se concentrará:

a) Estudos Bibliográficos;

b) Pesquisa Documental ou com dados consultados em bases de dados junto

à própria Prefeitura Municipal de Rio Branco;

c) Pesquisa de campo com coleta de dados primários, ou seja, coletados e

produzidos pelo próprio pesquisador, que visitará determinados bairros da

cidade/capital, executando um breve questionário, que nos dará base para

determinadas conclusões.

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CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1- Conceito

O Orçamento Público nada mais é que um plano de governo vinculado à lei,

que tem como principal objetivo, estimar a receita, arrecadar e fixar a despesa de

igual valor para um período determinado de um ano, chamado exercício financeiro.

Para Horvath (1999), “Classicamente, o orçamento é uma peça que contém a

previsão das receitas e a autorização das despesas, sem preocupação com planos

governamentais e com interesses efetivos da população. Era mera peça contábil, de

conteúdo financeiro.”

Já para Silva (1996), “Orçamento é um plano de trabalho governamental expresso

em termos monetários, que evidencia a política econômico-financeira do Governo e em cuja

elaboração foram observados os princípios da unidade, universalidade, anualidade,

especificação e outros que estudaremos adiante.”

A participação da população se efetiva de maneira direta, livre e universal nas

assembléias públicas em decorrência do Orçamento Participativo. Através dele, todo

cidadão tem assegurada sua participação com peso comum no processo de

decisões, independente de possuir qualquer tipo de organização.

Portanto, o orçamento participativo, consiste no processo pelo qual o cidadão

participa diretamente nas decisões, além do controle ou accountability do orçamento

público e não apenas por representações indiretas através de entidades.

Peruzzotti, (2000, p. 17), coloca que, “O surgimento de uma política de

accountability social indica a emergência de uma salutar e nova preocupação com a

qualidade e o desempenho das instituições democráticas na região.”

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Para Azevedo (2009),

“Temos um longo caminho a percorrer no aperfeiçoamento do controle público. Do ponto de vista do accountability vertical, a participação dos cidadãos deve ser mais efetiva, em todos os momentos relacionados à política pública, desde sua elaboração até execução. Questões relativas à discussão orçamentária (PPA, LDO e LOA) em todas as esferas, precisam ter um caráter mais público. Os espaços públicos devem ser mais pró-ativos e menos espaços de referendos. Accountability vertical e horizontal são complementares.”

Segundo Anastasia, (2000, p. 02), fala que, “...os canais institucionalizados e

permanentes de accountability vertical fazem parte do conjunto de questões que

interessam os cidadãos das democracias contemporâneas.”

2.2- Orçamento Público no Brasil e Marcos Legais

Para Silva (1996), os aspectos do orçamento, podem ser: “aspectos jurídicos,

políticos, financeiros e econômicos.”

Culturalmente no Brasil, a distância entre a sociedade e o estado, em quanto

poder público, sempre foi tida como algo apenas “representado”, sem muita

interferência por parte da sociedade civil organizada e seus movimentos.

“Enquanto persistir a gigantesca assimetria entre estados e entre cidadãos, ela será a expressão da incapacidade de nossas instituições políticas de realizarem os preceitos constitucionais que apontam para a diminuição das desigualdades e das assimetrias entre os brasileiros, os entes da Federação e as regiões do país”. (AVELAR E CINTRA, p. 240).

Ao longo de muitos anos as constituições brasileiras passaram por algumas

evoluções e retrocessos, há que se destacar aquela que provocou profundas

alterações no processo orçamentário que foi a de 1967, instituída durante o período

do Regime Militar, da qual se retirou, através de emenda constitucional, a

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competência do Congresso Nacional de discutir e votar o orçamento, embora nessa

constasse como uma das suas atribuições.

No Brasil a primeira Lei Orçamentária foi formulada por um corpo legislativo,

desde a fundação do Império, e sancionada por decreto de 15/12/1830, para os

exercícios de 1831-1832. O papel do Legislativo foi reduzido à aprovação do projeto

de lei oriundo do Executivo, já que a hipótese de rejeição era impossível de ser

considerada.

A restrição de competência do Congresso Nacional só foi extinta com a

Constituição de 1988 que restabeleceu a participação dos representantes do povo,

eleitos através do voto direto, e inseriu também o princípio da participação popular,

tendo inicio um período de conquistas e construção de novos paradigmas.

A Constituição Federal de 1988 mudou a temática de elaboração, acarretando

a fixação da obrigatoriedade de elaboração do Plano Plurianual (PPA), da Lei de

Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei do Orçamento Anual (LOA), devolvendo

assim, aos Legisladores a prerrogativa de participar, de forma concreta, da

elaboração dos planos e dos orçamentos públicos, nos três níveis de governo.

O que em outros momentos tinha sido ceceado a partir da Constituição de

1967, instituída durante o período da Ditadura Militar, pela qual se retirou, através de

emenda constitucional, a competência do Congresso Nacional de discutir e votar o

orçamento.

Segundo Avritzer e Pereira, (2000, p. 02),

“A reforma constitucional de 1988 propôs importantes modificações nas práticas das políticas públicas, de um lado, e na origem e significado das ações sociais e coletivas, de outro. Ela também abriu espaço, através de legislação específica, para as seguintes práticas ou "instituições híbridas" A reforma constitucional de 1988 propôs importantes modificações nas práticas das políticas públicas, de um lado, e na origem e significado das ações sociais e coletivas, de outro. Ela também abriu espaço, através de legislação específica, para as seguintes práticas ou "instituições híbridas”.

As leis que estabelecem as premissas segundo a Constituição Federal, nos

incisos I, II e III, art. 165, são:

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I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

O Plano Plurianual é um plano feito para a duração de quatro anos, tendo

vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato da futura

administração. Já a Lei das Diretrizes Orçamentárias é um plano de curto prazo

capaz de traduzir as diretrizes e os objetivos do PPA em metas e prioridades para o

ano seguinte. Em quanto que a Lei Orçamentária Anual concretiza o planejado no

PPA, obedecendo às metas e prioridades estabelecidas pela LDO, transformando-as

em dotações orçamentárias efetivas.

Tabela 01 - Descritiva referente ao PPA, LDO e LOA

Projeto Encaminhamento ao

Poder Legislativo

Devolução ao Poder

Executivo

Plano Plurianual

04 meses antes do

Termino do primeiro

exercício financeiro do

presidencial (31 de agosto)

Até 15 de dezembro do

exercício em que for

encaminhado

Lei de Diretrizes Orçamentária

08 meses e meio antes do

termino do Exercício

financeiro (15 de abril)

Até 30 de junho do

exercício que foi

encaminhado

Lei Orçamentária Anual

04 meses antes do termino

do exercício financeiro

(31de agosto)

Até 15 de dezembro do

exercício que for

encaminhado

Fonte: produzido por Alan de Lucena Dantas

2.3- Responsabilidades Compartilhadas

A gestão do PGP exige o acompanhamento do chefe do poder executivo, o

prefeito, uma vez que a prefeitura se compromete legalmente e politicamente com a

execução das ações pactuadas com a comunidade, dos responsáveis pela

execução e monitoramento das ações, que são os secretários municipais, das

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equipes executoras, formadas pelos diversos técnicos das secretarias municipais, e

pelos conselheiros regionais.

Por isso, a responsabilidade compartilhada, compreende a elaboração, a

execução, o acompanhamento e a avaliação dos resultados, configurando-se numa

rede, que se desdobra em dois eixos, que se encontram permanentemente: do lado

interno, a responsabilidade do ente público, que transita por dentro da prefeitura e

do lado externo, o da sociedade civil, para o acompanhamento e o controle social.

A idéia principal era promover participação cidadã e social, orientado e

democratizando o planejamento, além da gestão, levando assim ações para os

bairros e a zona rural do município.

Segundo Rodrigues (2000), “o lugar surge com toda a sua força e deter-se no

lugar significa abandonar a crença predominante nas soluções pretensamente

universais e opor-se a fórmulas extensas”.

O plano de gestão por programas permite a reorganização das ações

individualizadas em ações coletivas, especialmente, quando a estrutura orgânica,

que a gestão pública no Brasil costuma subdividir numa infinidade de gestões

setoriais, causando a subutilização de recursos e dificuldades de coordenação.

O arranjo de ações em programas permite a otimização dos recursos

institucionais, financeiros, materiais e humanos e maior eficácia na coordenação.

Todas as ações do governo municipal da prefeitura de Rio Branco estão

organizadas em 06 (seis) grandes programas que são: - Modernização da gestão; -

Infra-estrutura, Urbanismo e Serviços Urbanos; - Saúde e Saneamento; - Educação,

Inclusão Social e Cidadania; - Desenvolvimento Econômico; - Meio Ambiente.

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CAPÍTULO III – HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO, HISTÓRICO E

METODOLOGIA DO PGP E RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO

3.1- Histórico do Município de Rio Branco

Fundada em 28 de dezembro de 1882, tem como atual prefeito o Professor

Raimundo Angelim(PT), que foi reeleito, ficará no cargo até 2012.

Localizado na microrregião do Baixo do Acre, que engloba a mesorregião

do Vale do Acre, Rio Branco faz divisa com os municípios do Bujari, Capixaba, Porto

Acre, Senador Guiomard e Xapuri.

Sua distância a capital federal, e de cerca de 2.246 km, já sua área

corresponde a 9.222, 577 km2, com densidade de 32,7/km2, com população de

305,954 hab, correspondendo a quase metade da população de todo o Estado,

segundo o IBGE. Seus indicadores aponta para um município relativamente estável,

segundo PNUD, tendo aproximadamente R$ 10.464,00 de renda per capita.

Rio Branco foi também um dos primeiros povoados a surgir as margens do

Rio Acre. Em 1913, tornou-se município e em 1920, capital do território do Acre e,

onde logo a seguir, em 1962, capital do Estado.

A capital acreana, traz consigo uma série de curiosidades, o nome Acre

origina-se de Aquiri, transcrita pelos exploradores desta região da palavra Uwakuru

do dialeto dos índios Ipurinã. Esta região, foi fundada por volta de 1882, pelo

cearense Neutel Maia, onde passou a ser chamada Rio Branco, em homenagem ao

diplomata Barão do rio Branco, que junto com Assis Brasil e José Plácido de Castro,

teve papel de destaque na questão do acreana, que culminoou com a assinatura do

Tratado de Petópolis, entre o governo brasileiro e boliviano, este ato diplomático

garantiu para o Brasil a posse das terras do território do Acre e o direito à exploração

da borracha na região, por brasileiros.

Segundo a tradição, por volta dos fins de 1882, uma frondosa gameleira,

árvore típica da região, chamou atenção de exploradores que subiam o rio o que os

levou a abrir um seringal ali mesmo. A partir daquele momento surgiria diversos

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seringais, as magens do Rio Acre, onde foram construídos barracões, em erras

antes ocupadas por índios Aquiris, Canamaris e Maneteris.

Anos depois, a mesma gameleira seria testemunha de diversos combates

travados na volta da empresa, juntos aos seringais, entre revolucionários e tropas

bolivianas. Este período marcou uma época de grandes embates, que culminou com

a Revolução Acreana, onde o Acre passou de fato a ser parte do Brasil.

3.2- Histórico e Metodologia do Programa de Gestão Participativa

O PGP é um instrumento de planejamento e gestão municipal, iniciado no ano de

2005. Para fazer uma gestão de qualidade e atender a população nas suas demandas

estruturais e emergenciais a prefeitura adotou o Programa de Gestão Participativa (PGP),

com o intuito de aprimorar o processo de participação popular, disponibilizando a informação

junto às comunidades, através das plenárias, a prefeitura passou a provocar o povo para

que houvesse participação na elaboração e execução do orçamento, PPA e LDO, bem

como na execução e acompanhamento de projetos que envolvem o interesse e recursos

públicos.

“Se pensarmos que a informação pode sair ou entrar não apenas por suportes físicos, mas virtualmente, podemos reconhecer a enorme porosidade provocada pelo avanço tecnológico, do tantã ao satélite. Assim, não é raro que uma localidade remota - no interior da Amazônia, por exemplo, cujas vias de acesso são ainda limitadas e, por vezes, impõem dificuldades, se conecte ao mundo por meio do telefone, do rádio, da televisão e até mesmo da Internet.” (HENRIQUES,

2004. p. 06)

A democratização da tomada de decisão e de execução no conjunto da gestão

municipal tem como principal instrumento de participação o PGP, que se materializa na

composição do orçamento anual e na implementação dos programas e projetos cuja origem

dos recursos é a arrecadação dos tributos municipais, o chamado recurso próprio e outras

fontes de receita do Orçamento Geral da União e operações de crédito.

O PGP acontece no contexto da divisão da cidade em regionais como espaço de

participação das comunidades na gestão municipal.

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Para a divisão das Regionais levou-se em consideração os problemas e

potencialidades locais, a infra-estrutura e os equipamentos comunitários existentes, estágios

de urbanização, as características geográficas e ambientais, bem como os vínculos

políticos, as relações sociais, de produção e de gênero, os sentimentos coletivos e as

identidades culturais historicamente constituídas. Nesses termos, a cidade foi dividida em 07

(sete) regionais urbanas e 04 (quatro) regionais rurais, que serão implementadas nos

próximos anos.

O PGP é um instrumento de participação que visa dar funcionalidade ao tripé

em que está estruturada a gestão municipal:

(a) participação, que implica em fazer com e não para a comunidade;

(b) descentralização, onde a prefeitura faz junto ao cidadão e atinge o seu

bem estar e da coletividade;

(c) centralidade no bairro, onde as pessoas vivem e convivem – no seu

espaço de vida.

As regionais urbanas estão divididas conforme mapa abaixo:

Figura 01 - Mapa das Regionais Urbanas

Fonte: Prefeitura Municipal de Rio Branco

Nesse modelo, a participação assume-se como processo que conjuga

interação e ação, do ente público e da comunidade. Significa, de um lado, a

integração da população no trabalho de pensar a ação do poder municipal. Daí, a

participação no planejamento acontece nos três níveis: normativo (o que deve ser

feito) ou a proposição das políticas públicas, o estratégico (o que pode ser feito) ou a

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definição de prioridades e o operacional (o será feito) ou a especificação da ação

concreta. Este procedimento exige a participação das comunidades nos diversos

instrumentos de planejamento da prefeitura: o Plano Diretor, o PPA, LOA e LDO.

Supostas as limitações financeiras, materiais e institucionais, no nível

operativo, a participação comunitária vai operar num quadro delimitado de oferta.

De outro lado, o processo participativo consiste na ação coletiva, não apenas

no que respeita a implementação imediata das políticas públicas, mas também na

assunção de tarefas que são próprias da sociedade civil, e cuja omissão importa na

ineficácia e insustentabilidade da ação do poder municipal. As políticas ambientais, a

limpeza urbana, a iluminação pública, entre outras, são tarefas dessa ordem.

A forma de participação será sempre representativa, envolvendo instâncias

formais e informais de representação, e dar-se-á no ambiente das regionais da

cidade, que serão os espaços privilegiados de encontro e interação do poder

municipal e das comunidades.

Aqui a descentralização compreende efetivação do benefício da ação para

atender a necessidade essencial do cidadão, ou seja, a atenção prioritária ao

cidadão, a promoção do benefício onde ele se faz mais necessário, evitando

investimentos ditados pelo propósito de “visibilidade”. Esta visão também supõe a

descentralização como delegação de competência, com as responsabilidades

compartilhadas.

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Figura 02 - Estratégia de Governo

INTE R VE NINTE R VE NÇÇ ÕE S E QUIL IB R ADAS ÕE S E QUIL IB R ADAS E M TODOS OS E S P AE M TODOS OS E S P A ÇÇ OSOS

E s tratE s tratéég ia de G overnog ia de G overno

C idade

C entro B airros

Meio R uralMeio R uralMeio R ural

Fonte: Prefeitura Municipal de Rio Branco

3.2.1- O PGP na composição do Orçamento Anual

O principal instrumento de planejamento operativo, que resulta na execução

física e financeira/orçamentária é o orçamento anual, que após passar por uma

revisão técnica e jurídica se transforma na Lei Orçamentária Anual (LOA). Por isso é

o mais importante instrumento de discussão, elaboração e acompanhamento no

Programa de Gestão Participativa (PGP).

O orçamento possui um caráter público não só por ser uma lei, mas também

por ser apreciado por três instâncias decisórias: pelo poder executivo, contemplando

seus programas, projetos, metas e ações; pela comunidade através de propostas

consensuadas no âmbito das instâncias de participação popular e seus conselhos

regionais; e pela câmara de vereadores, que além de aprovar o orçamento em

sessão, propõe emenda, quando é o caso.

Os instrumentos de planejamento normativo do poder executivo que compõe

o orçamento público, conforme estabelece a Constituição Federal de 1988 são: o

Plano Plurianual PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária

Anual (LOA).

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a) Plano Plurianual (PPA): prevê as despesas com programas, obras e

serviços decorrentes, que durem mais de um ano. No primeiro ano de governo, o

prefeito deve propor diretrizes, metas e objetivos que, após aprovação pela câmara

de vereadores, terão vigência nos próximos três anos de sua gestão e no primeiro

ano da gestão seguinte. É do PPA que saem as metas para cada ano de gestão.

b) Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO): a partir do PPA, define as metas e

prioridades para o ano seguinte. A LDO define também as regras sobre mudanças

nas leis de impostos, finanças e pessoal, além de estabelecer orientações de como

elaborar o orçamento anual.

c) Lei Orçamentária Anual (LOA): consiste no orçamento propriamente dito,

contendo os programas, projetos e atividades que contemplam as metas e

prioridades estabelecidas na LDO, juntamente com os recursos necessários para o

seu cumprimento. Dessa forma, define as fontes de receita e autoriza as despesas

públicas, expressas em valores, detalhando-as por órgão de governo e por função.

Muitas vezes a LOA autoriza a abertura de créditos suplementares ou a

realização de empréstimos pelo prefeito, sem prévia autorização da câmara.

3.2.2- Etapas da elaboração do Orçamento Anual no processo de Gestão

Participativa - PGP

3.2.2.1- Diretrizes

a) o PGP é instrumento de planejamento participativo para a gestão

municipal, iniciada no exercício de 2005, com programação executiva iniciada em

2006, e previsto para um segundo mandato, ou seja, até 2012, que foi confirmado

com a reeleição do atual projeto político que administra a cidade de Rio Branco;

b) a participação da comunidade, através das instâncias e espaços de

participação popular do município;

c) a participação dos conselhos regionais na definição das prioridades, após

consulta e pactuação com os representados dos segmentos que forma o conselho

regional;

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d) a definição pela prefeitura do valor orçamentário destinado a aplicação dos

investimentos demandados pela comunidade;

e) a definição pela prefeitura dos valores investidos com outras fontes de

recursos oriundos do OGU, parceria com o Governo Estadual e outras fontes de

financiamento que resultem em benefício nas regionais;

f) a elaboração de critérios técnicos para a repartição justa dos recursos

próprios (RP) de forma a atender as 07 regionais urbanas e as 03 regionais rurais;

g) Elaboração pela prefeitura de projetos técnicos para os investimentos

demandados pela comunidade, para apreciação e aprovação dos conselhos

regionais;

h) incorporação das demandas aprovadas pelos conselhos regionais no

orçamento anual da prefeitura;

i) o acompanhamento e avaliação das ações demandadas pela comunidade

pelos conselhos regionais e prefeitura, como processo continuado.

3.2.2.2- O Processo Metodológico

A primeira etapa do PGP, para a elaboração do orçamento anual, é a

pactuação com os setores internos da prefeitura. Para isso ocorre uma etapa de

planejamento, por programa, que resulta na composição do quadro de investimentos

da prefeitura por programa. A coordenação dessa etapa é de responsabilidade das

secretarias de planejamento e o governo.

O planejamento interno visa organizar e revisar a programação estabelecida

no Plano de Gestão por Programa – PGPP e no PPA. Nele estão estruturadas todas

as metas e ações dos programas de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente,

Inclusão Social e Cidadania, Infra-estrutura, Urbanismo e Serviços Urbanos, Saúde

e Saneamento, Educação e Modernização da Gestão.

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Figura 03 - Estrutura de Planejamento e Gestão

E M F AS E DE C ONC L US ÃO

• Z E AS• P lano D iretor de T rans porte e T rânsito

E M F AS E DE E M F AS E DE C ONC L US ÃOC ONC L US ÃO

• Z E AS• P lano D iretor de T rans porte e T rânsito

E s trutura de P lanejamento e G es tãoE s trutura de P lanejamento e G es tão

L .D.O.L .D.O.L .O.A.L .O.A.P .G .P.P .G .P.

PL A NE J AME NT OPL A NE J AME NT O G E S T ÃOG E S T ÃO

P .G .P.P .P .G .P.P .P .P .A.P .P .A.

P L ANO P L ANO

DIR E T O RDIR E T O RP L ANO DE P L ANO DE

G OVE R NOG OVE R NO

OP E R AT IOP E R AT IVOVO

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C OC OPode Ser Pode Ser

/ Como/ Como

NOR MAT IVONOR MAT IVO

Deve SerDeve Ser

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ITU

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ÃO

ÃO

RE

GIO

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ISR

EG

ION

AIS

Fonte: Prefeitura Municipal de Rio Branco

A programação anual do PGP é definida a partir de critérios, visando

equacionar o potencial de arrecadação (receita) com os gastos (despesa). Incluem-

se ai as ações legalmente definidas como saúde (15%) e educação (25%), os custos

com manutenção e os investimentos, de forma a não ferir a Lei de Responsabilidade

Fiscal e outras relacionadas. Desta forma, a alocação dos recursos da prefeitura

atende o PGPP, o PPA e o Plano de Governo. Tudo isso resulta num quadro de

investimentos para a Gestão, que se encerra nas ações setoriais, executadas nas

regionais ano a ano.

A segunda etapa é realização das plenárias ampliadas com os conselheiros e

convidados. Essa etapa é a de negociação e pactuação com a comunidade, através

das plenárias regionais, onde participam os conselheiros e convidados, são eles:

parlamentares e lideranças tradicionais formais e não formais que não atuam como

conselheiro e a comunidade em geral.

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Figura 04 - Processo de Decisão

P MR BC ons elhos

dasR eg ionais

P roc es s o de Dec is ãoP roc es s o de Dec is ão

Fonte: Prefeitura Municipal de Rio Branco

Antecedendo as plenárias regionais, os conselheiros, em primeira instância,

fazem reuniões com as pessoas de referência do seu segmento (religiosos/igrejas,

empresários/comerciantes/juventude, mulheres, arte/cultura/esporte, educação,

lideranças tradicionais não formais, associação de moradores e entidades

comunitárias-Umarb/CMP/Famac), para definição de prioridade de investimento para

a regional. Essas reuniões são sempre acompanhadas por um representante da

prefeitura. As prioridades são limitadas ao número de 03 por segmento, totalizando

27 demandas por regional, que serão apreciadas e aprovadas nas plenárias

regionais ampliadas, pelos conselheiros da regional.

A programação do orçamento anual da prefeitura é desta forma, o resultado

da pactuação dos investimentos entre os gestores públicos e os conselheiros, que

representam a comunidade.

Na programação do orçamento anual somente os recursos de receita própria

para investimento é destinado à definição da aplicação pelos conselheiros. Já os

que têm origem em convênios e operação de crédito são apreciados e negociados

com os conselhos somente a forma de gestão, uma vez que o objeto a ser

executado é previamente definido pelas partes conveniadas.

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Vale lembrar que o PGP não se encerra com a sua elaboração. O ponto alto é

o processo continuado de acompanhamento e avaliação, para garantir a

transparência na aplicação dos recursos financeiros e, ainda, a qualidade dos

resultados/benefícios para a comunidade no seu espaço de vida.

3.2.2.3- Critérios para distribuição dos recursos - Regional Urbana

A distribuição dos recursos para investimentos nas regionais obedecerá ao

critério da progressividade. Dessa forma, a distribuição dos recursos de

investimentos decorre da aplicação de critérios objetivos, definidos pelos conselhos

regionais urbanos e técnicos da prefeitura, da seguinte forma:

a) Carência de serviço ou infra-estrutura urbana;

b) Poder aquisitivo da população;

c) População total de cada regional da cidade.

A cada critério serão atribuídas notas, variando de 01 a 04, de modo

diretamente proporcional aos itens acima citados, bem como um peso numa escala

de 01 a 04 atribuído pelo corpo técnico da prefeitura referente aos itens infra-

estrutura e poder aquisitivo.

A nota que cada regional recebe na classificação de cada critério é

multiplicada pelo peso do critério, obtendo-se, assim, para cada regional, uma

pontuação que determina o percentual de recursos que ela receberá.

Isso significa que a região com maior carência em infra-estrutura, maior

população e baixo poder aquisitivo será contemplada com mais obras ou serviços.

3.2.2.4- Formato da Organização do Conselho

Os conselheiros das regionais colherão propostas, por segmento, para levar à

apreciação do conselho regional nas plenárias regionais do PGP. Para isso, será

realizada reunião com todos os conselheiros, que são representantes de segmento,

com as suas bases, tendo como ferramenta a mobilização social.

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“...a questão da mobilização social contemporânea não pode ser vista somente em relação a uma comunicação no âmbito local. Talvez, uma das maiores transformações tenha sido a crescente possibilidade de rápida troca de informações com o desenvolvimento das telecomunicações e da grande mídia. O avanço e o acoplamento das várias tecnologias, especialmente dos meios eletrônicos, passa a prover um contato cada vez mais intenso e rápido entre quaisquer lugares do mundo, numa escala global. Isso permite transcender o localismo, quebrando o isolamento de comunidades e tornando-as extremamente permeáveis. Desta forma, tanto o rádio como a televisão serão fundamentais e, mais recentemente, a internet também.” (PAIVA, 2003. p. 175)

As reuniões com as 07 regionais urbanas acontecerão de forma simultânea,

onde participarão os conselheiros e convidados, por segmento. Toda a mobilização

das pessoas que participarão da reunião ficará a cargo dos conselheiros. As

reuniões serão acompanhadas por representantes da prefeitura, preferencialmente

aqueles setores que atuam diretamente com cada segmento.

A reunião é ampliada (conselheiros e comunidade) e estruturada em dois

momentos:

a) primeiro momento: exposição, por representante da prefeitura, do objetivo

da reunião, a metodologia de trabalho e o resultado que se pretende atingir. Esse

momento é de reunião ampliada, com todos os conselheiros das 07 regionais

urbanas e os convidados que representam cada segmento (juventude, mulher,

empresários/comércio, associação de moradores, entidades comunitárias,

religiosos/Igrejas, arte/cultura/esporte, educação/escolas, lideranças tradicionais não

formais). O representante da prefeitura fará uma exposição da proposição de

atuação do conselho e da importância estratégica para a gestão municipal e para o

desenvolvimento da regional.

b) segundo momento: cada regional reúne-se, separadamente, com seus

convidados e cada conselheiro inicia o debate, por segmento, sobre as principais

ações que precisam ser desenvolvidas na regional para melhorar as condições de

vida da população.

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O debate resulta na escolha de 03 propostas de intervenção, por segmento,

totalizando 27 propostas por regional, que será levada à apreciação na plenária

regional do PGP.

Deve ser destacado que ações que demandam um grande volume de

investimento e, que por sua vez, requerem um montante expressivo de recursos

para a sua manutenção e funcionamento, não podem ser objeto de discussão nas

plenárias para a aprovação no orçamento anual na fonte recurso próprio (RP).

Ações dessa natureza são sempre agregadas e alocadas em outras fontes de

recursos, especialmente de origem do OGU ou operações de crédito. Desta forma,

serão discutidas e alocadas na matriz de investimentos geral da prefeitura.

No total, serão 09 (nove) segmentos por regional, totalizando as propostas

necessárias para os bairros e evidentemente a cidade de Rio Branco.

Figura 05 - Organização do Conselho

3 PROPOSTAS PARA CADA

SEGMENTO DAS 7 REGIONAIS

TOTALIZANDO 189 PROPOSTAS

C R ITÉ R IOSC R ITC R IT ÉÉ R IOSR IOS

P L E NÁR IAP L E NP L E NÁÁR IAR IAR E G IONAIS UR B ANASF ÓR UM DA C IDADE

R E G IONAIS UR B ANASR E G IONAIS UR B ANASFF ÓÓ R UM DA C IDADER UM DA C IDADE

C ONS E L HE IR OSC ONS E L HE IR OSC ONS E L HE IR OS

R E GI

R E GR E GII

C ONVIDADOSC ONVIDADOSC ONVIDADOS

P R E F E ITUR AP R E F E ITUR AP R E F E ITUR A

Maior benefíc io e maior leg itimaç ão

Maior benefíc io e maior leg itimaç ão

S atis faç ão deNec es s idade

S oc ial

S atis faç ão deNec es s idade

S oc ial

R es oluç ão de problema s oc ial

R es oluç ão de problema s oc ial

R E GII

R E GR E GIIII

R E GIII

R E GR E GIIIIII

R E GIV

R E GR E GIVIV

R E GV

R E GR E GVV

R E GVI

R E GR E GVIVI

R E GVII

R E GR E GVIIVII

RELIGIOSOS

ARTE, CULTURA, ESPORTE

ESCOLAS

LIDERANÇAS TRAD. NÃO FORMAIS

COMERCIANTES/EMPRESÁRIOS

MULHERES

JOVENS

ASSOCIAÇÃO DE MORADORES

ENTIDADES COMUNITÁRIAS

S

E

G

M

E

N

T

O

S

Fonte: Prefeitura Municipal de Rio Branco

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Será usado formulário recomendado pela prefeitura para o registro das

propostas dos segmentos, que leva a assinatura dos participantes da reunião.

No caso das regionais rurais, serão eleitas prioridades por regional e

apreciadas em plenária geral, com as 07 regionais urbanas, num único encontro.

A reunião para escolha de propostas por segmento antecede a elaboração a

plenária regional do PGP e, nessa, serão priorizados os investimentos para o

orçamento do ano seguinte, ex: 2010 é discutido e decidido em 2009.

Os representantes da prefeitura que acompanharão a reunião prestarão

esclarecimentos sobre a viabilidade, custos e benefícios dos investimentos,

considerando as limitações de recursos financeiros e operacionais, quando for o

caso. Não cabe ao representante da prefeitura influenciar nas preferências dos

participantes da reunião, devendo permanecer isento de valores que poderão

nortear a tomada de decisão do conjunto.

As propostas sugeridas nesse encontro serão levadas às plenárias regionais,

onde serão avaliadas pelos conselheiros e pelos técnicos da prefeitura, em seus

aspectos político/social, técnico, financeiro/econômico.

A relevância dessa reunião se justifica pelo levantamento de demandas por

segmentos, que reflete concretamente o problema do bairro e pela legitimidade do

processo.

Isso possibilita uma definição das linhas prioritárias, por grandes temas e

facilitar a tomada de decisão dos conselheiros quanto a aplicação dos recursos. Por

outro lado, antecede a análise técnica pela prefeitura, auxiliando na organização dos

parâmetros de composição de custos, para discussão nas plenárias regionais.

3.3- Resultados da Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo se deu através de questionário, onde foram

entrevistadas, 14 pessoas, compreendendo moradores de bairros, sendo 02(duas)

de cada regional urbana, foram visitados 10 bairros que estão destacados, em cor

vermelha, no anexo - B.

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O resultado da pesquisa será descrito através de texto, pois o questionário

que serviu de base para tais evidências, nos fez avaliar, em boa parte, os anseios e

falas dos entrevistados.

A partir das entrevistas se identificou 03(três) ações importantes voltadas para

ao meio ambiente, que foram a limpeza dos Igarapés São João Batista e São

Francisco, em 2006 e logo a seguir a construção da Unidade de Tratamento de

Resíduos Sólidos (UTRE) de Rio Branco.

A maior herança até agora efetivamente conquistada pela comunidade

riobranquense, através do PGP junto à temática ambiental, foi a execução da UTRE,

segundo relatos das pessoas entrevistadas, que surgiu a partir da necessidade de

se desativar o antigo lixão, para se ter um ambiente sadio e capaz de resolver a

problemática dos resíduos sólidos, como também gerar ocupação e renda, através

da reciclagem.

No decorrer das entrevistas, percebeu-se que a população não dispunha de

muitas informações a respeito da temática ambiental, o que acarretou, numa breve

conversa, no entanto, foi identificado a importância da problemática ambiental,

voltada para o lixão e uma certa preocupação da população para com os resíduos

sólidos, que há anos vinha acometendo a cidade de Rio Branco.

A importância da UTRE de Rio Branco é fruto de varias discussões surgido a

partir do PGP, onde foi identificada a necessidade de uma unidade para tratamento

de resíduos sólidos, que já a maior da Amazônia com área de 80 hectares e

capacidade de tratar mais de 200 toneladas de resíduos sólidos ao dia, prestando

serviço para os municípios de Rio Branco, Porto Acre, Senador Guiomard e Bujari.

A UTRE é um complexo de obras que conta com uma central de recebimento

de pneus; unidade de triagem e compostagem (para separar resíduos sólidos

recicláveis e o aproveitamento dos resíduos orgânicos para produção de

compostos); central de podas e resíduos madeireiros; unidade de tratamento de

resíduos de serviços da saúde; disposição final (células de aterro sanitário), entre

vários outros dispositivos e investimentos.

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A referida unidade de tratamento, além de sua dimensão social, ambiental e

econômica, a mesma esta ligada diretamente a uma exigência da própria população

de Rio Branco.

A prefeitura concluiu que o tratamento de resíduos sólidos aliado a fatores

como a busca pela melhoria da qualidade de vida proporcionada por equipamentos

como os parques urbanos e o tratamento de água servida poderão gerar economia

de milhares de reais no tratamento de doenças decorrentes do contato inadequado

do ser humano com o meio ambiente.

Dos 80 hectares, a UTRE estará utilizando apenas 20 hectares nesta primeira

fase, o que não deixará passivo ambiental nem afetará as populações, a fauna, a

flora e os mananciais da região. A área restante, de 60 hectares, será transformada

em zona de compensação ambiental com trilhas ecológicas e equipamentos de

educação e conscientização ambiental. Cerca de duas mil mudas de espécies

nativas estão sendo plantadas como meio de recuperar a floresta e proteger

nascentes na área da UTRE.

A unidade poderá gerar créditos de carbono a partir do tratamento do gás

gerado em sua operação. Hoje, Rio Branco produz até 160 toneladas de lixo ao dia.

Estima-se que cada pessoa produza um quilo de lixo/dia.

São partes integrantes do projeto da UTRE: - A implantação de uma cerca em

toda a área do empreendimento; - Reflorestamento ao entorno de 120 metros de

regiões de nascentes de igarapés; - Preservação de espécies vegetais imunes á

corte; - Sistema de impermeabilização com manta especial para proteger o solo de

infiltração de chorume e água de chuva; - Sistema de drenagem protegidos; -

Sistema de tratamento usando lagoas de estabilização; - Sistema de dreno de

gases; - Sistema de drenagem de águas de chuva; - Jardinagem com espécies

ornamentais, exóticas e nativas; - Sistema de abastecimento de água; - Sistema de

telefonia móvel; - Iluminação externa; - Instalação de uma balança com 60 toneladas

para caminhões; - Guarita; - Setor de administração para as secretarias de Serviços

Urbanos (Semsur) e Meio Ambiente (Semeia); e, - Três praças e abrigo para os

caminhões.

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CAPÍTULO IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS

4.1- Considerações Finais

A prática do Orçamento Público e evidentemente participativo nos vem

mostrando que é um fenômeno fantástico, do ponto de vista da mobilização e

participação popular, junto ao poder publico, ou seja, um verdadeiro marco na

relação entre o poder público e sociedade civil organizada.

As experiências na democratização das informações do orçamento no país

vêm proporcionando resultados positivos, para a prática da democracia e exercício

da cidadania. O processo pelo qual se da esta relação, vem permitindo ampliar as

possibilidades de controle social, a estrutura administrativa, a partir do município e

seus governantes, quebrando com ciclos e paradigmas atrasados que tanto

acometeram a democracia, que antes era exercitada apenas pela escolha dos

governantes através do voto, direto e secreto, onde o povo apenas delegava as mais

diversas formas de poder de decisão ao gestor ou administrador da coisa pública,

lhe conferindo prerrogativas que muitas das vezes se tornaram autoritárias perante a

opinião pública.

Com a implantação do Orçamento Participativo no município de Rio Branco, o

povo de forma cautelosa recebeu muito bem a proposta inovadora, pois a partir

dessa relação, surgiu realmente o que se pode pensar de democracia saudável,

onde o povo passa a ser consultado, e a seguir delibera, fazendo valer o sufrágio e

suprindo anseios de toda uma população.

Contudo, há ainda muito que se melhorara no sentido da participação e

exercício da cidadania, porém, o que se tem certeza é que as bases para este

exercício foram fincadas, cabendo agora a sociedade civil organizada, cada vez

mais fazer valer o seu direito junto às decisões e tomadas deliberativas, promovendo

as verdadeiras políticas públicas que tento necessita o município.

A partir da pesquisa de campo, foi identificado também que naturalmente o

PGP vem despertando sentimentos, sadios entre os principais atores deste

programa que são a própria população e o poder publico, esta relação acarretou

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maior controle social e mais transparência por parte do poder público referente ao

orçamento publico.

Embora o PGP seja um programa recente para o município, percebe que a

pratica da democracia vem sendo desde então exercitada, mesmo fugindo de temas

importantes como a educação e programas voltados para melhoria do sistema de

saúde e até mesmo mais ações voltadas para proteção e melhoria do meio ambiente

do município de Rio Branco.

O Programa de Gestão Participativa de Rio Branco parece não ser apenas a

única solução dos problemas sociais e econômicos da cidade, porém se percebeu

que o mesmo, possa ser sim um elo de aproximação, que certamente irá trazer dias

melhores, para uma sociedade que tanto clama por justiça, segurança, liberdade e

obviamente bem estar social.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HORVATH, Regis Fernandes de Oliveira Estevão. Manual de Direito Financeiro. 03 ed. São Paulo: Editora RT, 1999, p. 69. SILVA, Lino Martins da. Contabilidade Governamental: Um Enfoque Administrativo. 03 ed. São Paulo: Atlas, 1996, p. 37. AZEVEDO, Sandson. Comentário síntese do Fórum de Discussão – Disc. Obrigatória - Módulo IV. 2009. PERUZZOTTI, Enrique. A política de Accountability Social na América Latina. 2000. p. 03, 17. AVELAR, L. e CINTRA, A.(org) O. Sistema Político Brasileiro. Ed. UNESP - São Paulo – SP. 2001, p. 240.

ANASTÁSIA, F. O Poder Legislativo nos Estados: Diversidade e Convergência. Belo Horizonte – MG. 2000, p. 02.

SILVA, Lino Martins da. Contabilidade Governamental: Um Enfoque Administrativo. 03 ed. São Paulo: Atlas, 1996. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Branco> Acesso em, 19 de fev de 2010, as 13:10. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2009. Acesso em, 12 de jan de 2010, as 14:00. PAIVA, Raquel. O Espírito Comum: Comunidade, Mídia e Globalismo. Rio de Janeiro: MAUAD, 2003. p. 175. AVRITZER, L.; PEREIRA, M. L. D. Democracia, participação e instituições

híbridas. 2000. p. 02. HENRIQUES, M. S. Comunicação, comunidades e os desafios da mobilização social. 2004. p. 06. RODRIGUES, Adyr Balastreri. Turismo: Desenvolvimento Local. São Paulo - SP, Hucitec. 2000. GUIMARÃES, Juarez. As Culturas Brasileiras da Participação Democrática. Belo Horizonte – MG, 2003.

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ANEXOS

ANEXO A – Execução e acompanhamento do PGP

E X E C UE X E C UÇÇ ÃO E ÃO E AC OMP ANHAME NTO DO P G PAC OMP ANHAME NTO DO P G P

CONSELHEIROSCONSELHEIROS

DAS REGIONAISDAS REGIONAIS

INSTRUMENTOSINSTRUMENTOS

ALBUM DO PGP EXECUTADO (2006 E 2007 RP - R$13.551.396,74)ALBUM DO PGP EXECUTADO (2006 E 2007 RP - R$13.551.396,74)

CRONOGRAMA DE INVESTIMENTOS POR REGIONALCRONOGRAMA DE INVESTIMENTOS POR REGIONAL

PASTA EXECUTIVA DO PGPPASTA EXECUTIVA DO PGP

AGENDAAGENDA

E X E C UE X E C UÇÇ ÃO E AC OMP ANHAME NT O DO P G PÃO E AC OMP ANHAME NT O DO P G P

CONSELHEIROSCONSELHEIROS

DAS REGIONAISDAS REGIONAIS

MONITORAMENTO TÉCNICOMONITORAMENTO TÉCNICO

GESTOR DA PMRBGESTOR DA PMRB

Reunião para apresentação da

metodologia e entrega da Pasta

Executiva

Reunião para apresentação da

metodologia e entrega da Pasta

Executiva

Encontro de Avaliação

50% da execução do projeto

Encontro de Avaliação

50% da execução do projeto

CONSELHOSCONSELHOS

INÍC IO

ME IO

F IM

Primeiro encontro da

acompanhamento

Primeiro encontro da

acompanhamento

Encontro de Avaliação

Encerramento do Projeto

Encontro de Avaliação

Encerramento do Projeto

Fonte: Prefeitura Municipal de Rio Branco

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ANEXO B – Relação dos Bairros que compõe as 07 Regionais Urbanas

Regional - I: formadas pelos bairros 06 de Agosto, Amapá, Cidade Nova, Comarca,

Loteamento Alzira Cruz, Loteamento Praia do Amapá, Quinze, Taquari, Triangulo Novo e Triangulo Velho. Regional - II: formada pelos bairros 10 de Junho, Adalberto Aragão, Aviário, Baixa da

Colina, Baixada da Habitasa, Baixo São Francisco, Base, Boa Esperança, Bosque, Cadeia Velha, Capoeira, Centro, Cerâmica, Conjunto Guiomard Santos, Cohab do Bosque, Conjunto Eletra, Conjunto Procon, Conjunto Solar, Dom Giocondo, Ipase, Jardim Américo, José Augusto, Morada do Sol, Terminal da Cadeia Velha e Tropical. Regional - III: formada pelos bairros Adalberto Sena, Alto Alegre, Apolônio Sales, Chico

Mendes, Conjunto Ouricuri, Defesa Civil, Edson Cadaxo, Invasão das Placas, Irineu Serra, Jarbas Passarinho, Jardim Eldorado, Jorge Lavocat, Juarez Távora, Loteamento Jaguar, Loteamento Novo Horizonte, Loteamento Popular, Loteamento Santo Antonio, Loteamento Vila Mariana, Montanhês, Oscar Passos, Parque dos Sabiás, Placas, Raimundo Melo, Residencial Santa Cruz, São Francisco, Tancredo Neves, Vila Nova, Vitória, Wanderlei Dantas, Xavier Maia. Regional - IV: formada pelos bairros Paz, Barro Vermelho, Conjunto Mariana, Conjunto P.

César Oliveira, Conjunto Rui Lino, Conjunto Universitário, Conquista, Custódio Freire, Distrito Industrial, Estação Experimental, Geraldo Fleming, Hélio Melo, Isaura Parente, Jardim Primavera, Loteamento dos Engenheiros, Loteamento Flora, Loteamento Isaura Parente, Loteamento Jardim Brasil, Loteamento Joafra, Loteamento São José, Loteamento Vila Maria, Manoel Julião, Mocinha Magalhães, Monte Alto, Nova Estação, Parque das Palmeiras, Residencial Iolanda, Residencial Petrópolis, Santa Quitéria, Santa Terezinha, Tangará, Tucumã, Vila Waldemar Maciel e Vila Aquiles Peret. Regional - V: formada pelos bairros Abraão Alab, Chácara Ipê, Conjunto Bela Vista,

Conjunto Castelo Branco, Conjunto Esperança I e II, Conjunto Esperança III, Conjunto Laelia Alcântara, Conjunto LBA, Conjunto Mascarenhas de Moraes, Conjunto Mauro Bittar, Conjunto Nova Esperança, Conjunto Nova Morada, Conjunto Jardim de Alah, Conjunto Village Tiradentes, Doca Furtado, Flor de Maio, Floresta Norte, Floresta Sul, Habitar Brasil, Ilson Alves Ribeiro, Ivete Vargas, Jardim Europa, Jardim Nazle, Jardim Universitário, Loteamento Portal da Amazônia, Novo Calafate, Novo Horizonte, Novo Horizonte, Residencial José Furtado, Residencial Maria Íris, Vila Betel, Vila Calafate, Vila Pedro Roseno, Vila São Miguel, Waldemar Maciel. Regional - VI: formada pelos bairros Aeroporto Velho, Airton Sena, Bahia Nova, Bahia

Velha, Glória, Boa União, Boa Vista, João Eduardo I, João Eduardo II, João Paulo II, Loteamento São Sebastião, Palheiral, Pista, Plácido de Castro, Preventório e Sobral. Regional - VII: formada pelos bairros Albert Sampaio, Areal, Belo Jardim I, Belo Jardim II,

Corrente, Dom Moacyr, Loteamento e Residencial Bom Jesus, Loteamento Saad, Loteamento Santa Helena, Loteamento Santo Afonso, M.Mendonça Lima, Mauri Sérgio, Residencial Rosa Linda, Residencial Vilacre, Santa Cecília, Santa Inês, Santa Maria, Vila Acre, Vila Benfica e Vila da Amizade.

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ANEXO C – Modelo de Questionário de entrevista aplicado nos Bairros - Programa de Gestão Participativa do Município de Rio Branco/AC

1) Nome: Idade: Regional: Bairro: 2) Você tem conhecimento do Programa de Gestão Participativa?

( ) Sim - ( ) Não 3) Quais foram os principais acontecimentos no bairro desde 2005, época de

implantação do PGP? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 4) Como você ver a ferramenta de gestão pública, o PGP? ( ) Ótimo – ( ) Bom – ( ) Regular – ( ) Ruim 5) O bairro já foi atendido pelo PGP?

( ) Sim - ( ) Não 6) Quais as principais ações executadas pelo PGP no bairro? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 7) O eixo ambiental, foi discutido e/ou sugerido para ser trabalhado pelo PGP? ( ) Sim - ( ) Não 8) Como você ver a questão ambiental no município de Rio Branco?

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 9) Você tem conhecimento da Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos de Rio

Branco? ( ) Sim - ( ) Não 10) Como esta sendo feita a coleta de resíduos sólidos no bairro?

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 11) Existe programas de educação ambiental por parte da prefeitura no bairro?

( ) Sim - ( ) Não 12) O que você sugeri para melhoria e aplicação do PGP no seu bairro? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________