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Levantamento expedito de Hortas Urbanas e Periurbanas no RS
Engº Agrº Gervásio PaulusCoordenador Técnico Estadual de Olericultura
Levantamento expedito de hortas urbanas e peri-urbanas no RS
Considerações preliminares:
- Trata-se de um levantamento expedito;
- Refere-se tanto a hortas assistidas como não assistidas pela Emater-RS/Ascar;
- Existe uma dificuldade em definir, a rigor, até onde vão os limites de “urbano”, “periubano” e “rural”;
Levantamento expedito sobre Hortas Urbanas e Periubanas:
Tipo de
Horta/Finalidade
Nº de Hortas Nº de Municípios que
registraram
Comunitária 51 28
Escolar 412 101
Assistência Social 61 29
Saúde 43 27
Centros Terapêuticos 65 23
Geração de Renda 423 68
Espaços ligados a
religiões
16 10
Outras 102 24
TOTAL 1.173 130
Levantamento expedito sobre Hortas Urbanas e Periubanas
Principais desafios/dificuldades:
Água e irrigação (24)
- Disponibilidade de água, equipamentos para irrigação)- Contaminação por águas de má qualidade (poços rasos).- Falta de Local adequado para armazenar a Água que será utilizada
na irrigação;- Falta de água de qualidade para irrigação; - Reserva de Água e sistema de irrigação;- Contaminação por águas de má qualidade (poços rasos).
Levantamento expedito sobre Hortas Urbanas e Periubanas
Principais desafios/dificuldades:
Mão-de-obra Mão de obra permanente, especialmente para manutenção das
hortas escolares Manutenção em períodos de férias escolares Falta de continuidade após a mudança de ano letivo; As instituições não dão sequencia no trabalho Organização da mão-de-obra disponível para melhor desenvolvimento
do trabalho Trabalho tem que ser rotineiro Falta de mão de obra voluntária; Poucos professores engajados; Falta de capacitação dos envolvidos;
Levantamento expedito sobre Hortas Urbanas e Periubanas
Principais desafios/dificuldades:
Acesso a insumos:
Aquisição de sementes/mudas
Composto/adubação orgânica
Insumos para preparo de biofertilizantes e caldas
Dificuldade de compra de insumos em pequena quantidade,
Correção da acidez e fertilidade
Dificuldade de compra de insumos em pequena quantidade
Levantamento expedito sobre Hortas Urbanas e Periubanas
Principais desafios/dificuldades
Cercamento Cercamento, evitando entrada de animais domésticos. O elevado custo para cercamento das hortas também dificulta.
Máquinas e equipamentos Máquinas e equipamentos para preparo do solo e canteiros; Dependência de terceiros Ferramentas básicas; Picador de galhos para produção de composto;
Material técnico para consulta
- Cartilhas, folderes, etc
Falta de espaço ou espaço físico inadequado;
Falta de um “programa municipal” que ordene e incentivea implantação de hortas escolares e comunitárias
Terreno/solo/umidade. Espaços limitados e algumas vezes inadequados;
Levantamento expedito sobre Hortas Urbanas e Periubanas
Principais desafios/dificuldades
Levantamento expedito sobre Hortas Urbanas e Periubanas
Principais desafios/dificuldades
Acesso a financiamento em função da documentação dasáreas.
Falta de recursos Local Apropriado para plantio Dificuldade das famílias sobre o entendimento a respeito do
trabalho coletivo. Pouca área. Roubo
Em algumas situações ocorrem furtos e vandalismo.
Levantamento expedito sobre Hortas Urbanas e Periubanas
Principais desafios/dificuldadesAssistência Técnica e Social
Pouco conhecimento da importância que uma horta tem na alimentação familiar, principalmente das comunidades mais carentes;
Conhecimento sobre a aplicação de defensivos e preparo das dosagens,que normalmente são pequenas;
Resistencia a utilização de produtos alternativos para controle depragas e doenças;
Dificuldade com certas pragas e plantas daninhas; Falta de conhecimento por parte das famílias; Compactação do solo e tipo de solo; Controle de pragas (pássaros), lesmas; Sombreamento
“Quando entrei na Emater, trabalhando em municípios pequenos, sempre atendemos o público urbano que tem hortas e pomares domésticos, o chamado público "rurbano”. ... E isso continua ainda hoje, uma vez que muitas famílias residentes no meio urbano dos pequenos municípios são oriundas do rural (filhos de agricultores, aposentados, etc.). E também existem os neo-rurais, público essencialmente urbano mas que por interesses relacionados à saúde e qualidade de vida, passam a cultivar alimentos básicos em hortas e pomares domésticos, ou inclusive em apartamentos.”
(Gilmar Vione – Regional Santa Rosa)
“Em Santo Ângelo, tem uma experiência interessante, de uma moradora urbana que começou a cultivar hortaliças no quintal, e foi aumentado a produção até tornar-se produtora comercial, e atualmente tem certificação orgânica através da Rede Ecovida de Agroecologia.”
“Também existem hortas e pomares de comunidades terapêuticas e/ou de entidades sócio-assistenciais, que acolhem crianças e adolescentes vítimas de violência e/ou abandono.”
Mais de ¼ dos municípios do Rio Grande do Sul registra experiências de hortas urbanas ou peri-urbanas;
Em que pese existirem muitas experiências disseminadas no estado, falta uma articulação regional, estadual e, muitas vezes, local;
É necessário um esforço conjunto no sentido de abordar e integrar distintos aspectos da realidade urbana.
Exemplo: Falta de composto - lixo orgânico – coleta seletiva –compostagem
É necessário avançar na construção de políticas públicas. Em nível municipal, apenas dois municípios relataram ter legislação específica: São Leopoldo e Lajeado;
Todas as regiões (e os municípios?!?) têm condições de desenvolver Agricultura Urbana e Peri-Urbana.
Considerações Finais:
Agradecimentos
A todas a pessoas que contribuíram para a realização do levantamento estadual, em especial aos colegas:
Sandro Flidler, pela sugestão de roteiro de questionário
Antônio Borba Leite, pela confecção dos mapas com a espacialização das hortas
A maior mudança que precisamos fazer é a do consumo
para a produção, mesmo que em pequena escala, nos nossos
próprios quintais. Se apenas 10% de nós fizermos isto,
haverá o suficiente para todos. Daí a futilidade dos
revolucionários que não têm quintais, que dependem do
próprio sistema que atacam, e que produzem palavras e
balas, não comida e abrigo.
(Bill Mollison)
“Temos de acreditar em alguma coisa e, sobretudo, temos de ter sentimento de responsabilidade coletiva, segundo a qual cada um de nós é responsável pelos outros”.
José Saramago