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Universidade Federal de Goiás Escola de Engenharia Elétrica Coordenação de Estágios e Projeto Final Projeto Final Levitação Magnética de uma Esfera Metálica Usando Controle Eletrônico em Malha Fechada Allysson Gontijo de Mesquita Edgar Martins Moura Maia Orientador: Prof. José Wilson Lima Nerys, PhD. Goiânia, novembro de 2000.

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Universidade Federal de Goiás

Escola de Engenharia Elétrica

Coordenação de Estágios e Projeto Final

Projeto Final

Levitação Magnética de uma Esfera Metálica

Usando Controle Eletrônico em Malha Fechada

Allysson Gontijo de Mesquita

Edgar Martins Moura Maia

Orientador: Prof. José Wilson Lima Nerys, PhD.

Goiânia,

novembro de 2000.

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Universidade Federal de Goiás

Escola de Engenharia Elétrica

Coordenação de Estágios e Projeto Final

Projeto Final

Levitação Magnética de uma Esfera Metálica

Usando Controle Eletrônico em Malha Fechada

Allysson Gontijo de Mesquita

Edgar Martins Moura Maia

Orientador: Prof. José Wilson Lima Nerys, PhD.

Goiânia,

novembro de 2000.

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”Perguntou o homem de DEUS: Onde caiu?

Mostrou-lhe ele o lugar. Então Eliseu cortou um

pau, lançou-o ali, fez flutuar o ferro, e disse:

Levanta-o.”

(Segundo Livro dos Reis, 6: 6-7)

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A DEUS PAI, que nos ama imensamente, por

intermédio de Seu Unigênito.

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Aos professores e funcionários da Universidade

Federal de Goiás que, direta ou indiretamente,

colaboraram na composição deste trabalho;

principalmente ao orientador deste, pelo seu

valoroso empenho e participação.

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Sumário

364.4. O Controlador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

364.3. A Planta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

344.2. A Esfera e seu Movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

324.1. A Fonte de Força Magnética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

324. Análise Computacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

243.5. Modelamento Matemático da Planta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

233.4. A Característica Força-Corrente-Distância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

213.3. A Localização do Objeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

213.2. A Esfera Metálica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

193.1. Criação da Fonte de Campo Magnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

193. O Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

172.4. O Interfaceamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

112.3. O Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

52.2. A Força Magnética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

32.1. O Campo Magnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

32. Conceituação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

11. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

ivResumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

vLista de Abreviaturas e Símbolos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

iiiLista de Ilustrações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

i

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71Índice Remissivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

70Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

67Apêndice I. Arquivo de Comandos para Traçar Algumas Curvas - fd_c.m .

65Apêndice H. Arquivo de Comandos para Relacionar os Dados

Experimentais com uma Função Matemática - equation.m . .

63Apêndice G. Arquivo de Dados para Análise Computacional - data_lev.m

61Apêndice F. Lista de Componentes Utilizados na Confecção do Circuito. .

60Apêndice E. Diagrama Elétrico da Alimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

59Apêndice D. Diagrama Elétrico do Acionamento e Potência . . . . . . . . . . . .

58Apêndice C. Diagrama Elétrico do Comparador Operando com Histerese

57Apêndice B. Diagrama Elétrico do Somador / Controlador Proporcional . .

56Apêndice A. Diagrama Elétrico do Sensor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

546. Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

445.1. Do Descontrole ao Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

445. Resultados Experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

394.7. A Estabilidade Computacionalmente Conseguida . . . . . . . . . . . . . . . . .

384.6. O Sistema Completo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

374.5. O Interfaceamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

ii

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Lista de Ilustrações

41Simulação do comportamento da esfera, quanto à posição.Fig. 4.8:

40As curvas traçadas pelo bloco Scope, do Simulink.Fig. 4.7:

38O sistema em malha fechada.Fig. 4.6:

37O controlador proporcional-integral-derivativo, com restriçõesde saída.Fig. 4.5:

36O objeto do controle - a planta.Fig. 4.4:

35A tradução em blocos do movimento da esfera.Fig. 4.3:

34A fonte de força magnética completa.Fig. 4.2:

33A fonte de força magnética, segundo o equacionamentodefinido.Fig. 4.1:

31As curvas de modelamento força x corrente, para váriasdistâncias.Fig. 3.6:

30A curva b(I), para uma faixa de valores de corrente.Fig. 3.5:

29Alguns dos dados experimentais defronte à aproximação pelaEq. (2.27).Fig. 3.4:

28A Tab. 3.2, retirada a massa da esfera, traçada em gráfico.Fig. 3.3:

26Os valores de "massa" da esfera (gramas) quando a umadistância d da fonte de campo magnético, estando estaalimentada com uma corrente I.

Tab. 3.2:

23Configuração usada para determinar o comportamento da forçamagnética.Fig. 3.2:

22Acoplamento do sinal do sensor de luminosidade.Fig. 3.1:

20Características magnéticas de alguns materiais industrialmentecomuns.Tab. 3.1:

18Diagrama de blocos de um interfaceamento de potência.Fig. 2.4:

16Amplificador operacional operando como comparador comhisterese.Fig. 2.3:

14Amplificadores operacionais formando um controlador PID.Fig. 2.2:

8Ciclo de histerese de uma lâmina de 2mm de DeltamaxFig. 2.1:

2Exemplo de aplicação do eletromagnetismo - a levitaçãomagnética.Fig. 1.1:

iii

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61Lista de componentes necessários.Tab. F1:

60Circuito usado para energizar os sistemas de potência,comando, controle e detecção.Fig. E1:

59Circuito usado para comandar a corrente da bobina.Fig. D1:

58Circuito usado no controle por histerese.Fig. C1:

57Circuito que compõe o somador (erro de posição) e controladorproporcional.Fig. B1:

56Circuito usado no sensor de posicionamento.Fig. A1:

53A montagem final setorizada (Vista superior-frontal).Fig. 5.8:

52O circuito montado em placa: Vista superior-frontal, e; Vistasuperior lateral, respectivamente.Fig. 5.7:

51Demonstração com outros objetos ferromagnéticos: (a) Duasesferas simultaneamente; (b) Um núcleo de ferro laminado.Fig. 5.6:

50Panorama da área de experimentos.Fig. 5.5:

50Sucesso no equilíbrio da esfera em posição determinada.Fig. 5.4:

48Configuração do sistema manipulador de corrente da fonte decampo magnético (L1).Fig. 5.3:

47O diagrama do sistema completo usado.Fig. 5.2:

45Estrutura Experimental para Levitação Magnética.Fig. 5.1:

43A corrente na bobina, para os valores de controle dados.Fig. 4.11:

42Ampliação na região de oscilação mais preponderante.Fig. 4.10:

42A tensão necessária para suspender e estabilizar a esfera.Fig. 4.9:

iv

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Lista de Abreviaturas e Símbolos

confer (compare)cf.

circa (cerca de)c.

id est (isto é)i.e.

ObservaçãoObs.

EquaçãoEq.

TabelaTab.

FiguraFig.

v

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Resumo

Percebe-se um desejo cada vez mais intenso de desenvolver formas de

controlar posicionamento e deslocamento com o mínimo contato físico entre partes

controladas e controladoras, objetivando minimização de desgastes, redução de

manutenção, aumento de velocidade, ampliação da mobilidade, preservação de

estados físico-químicos e melhor aproveitamento da energia. Este desejo pôde

encontrar a porta do sonho para a realidade através da manipulação dos eventos

característicos de uma ferramenta extremamente complexa - o eletromagnetismo.

Atualmente, o uso desta ferramenta possibilitou desde o 'simples' movimento de

veículos sem contato físico com o solo, até o seguro confinamento magnético de

matéria em temperaturas solares (plasmas de deutério e trítio) para produção de

energia. Aqui, usufruindo de um sistema simples de controle análogico, geração de

campo magnético e localização espacial, esta ferramenta encontra utilidade no

posicionamento unidimensional de vários objetos, de características

ferromagnéticas, equilibrados por forças peso e magnética.

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1. Introdução

Os efeitos do campo magnético são conhecidos desde épocas muito antigas,

quando os efeitos do imã permanente, encontrado em forma natural - a magnetita

(Fe3O4), foram observados pela primeira vez. A descoberta do campo magnético

terrestre teve enorme influência na orientação do homem. Entretanto, só no começo

do século XIX, Oersted1 descobriu que uma corrente elétrica produzia um campo

magnético. Juntamente com os trabalhos posteriores de Gauss, Henry2, Faraday3 e

outros, o campo magnético foi projetado em associação com o campo elétrico. Os

esforços dos homens que dedicaram-se a estes tipos de experimentos e estudos

tiveram como resultado o desenvolvimento da maquinaria elétrica, equipamentos de

comunicação e computadores, responsáveis pelos fenômenos magnéticos que

desempenham importante papel em nossa vida diariamente [1].

Tecnicamente, um corpo colocado sobre outro está levitando a uma distância

microscópica, devido às forças eletromagnéticas intermoleculares. Mas isto não é

conhecido por levitação, por causa das pequenas dimensões envolvidas nos efeitos

quânticos. No que relaciona-se com distâncias úteis aos processos humanos, o

progresso da tecnologia aumentou as possibilidades de uso do campo magnético.

Através do emprego do conceito de realimentação4, é possível utilizar-se da força

magnética para reduzir o atrito na movimentação de corpos, pela levitação dos

1

4 A teoria da realimentação negativa foi desenvolvida por Harold S. Black em 1927, enquantotrabalhava no Bell Laboratories, nos E.U.A. [6].

3 Michael Faraday (1791-1867), Físico e químico inglês, descobriu o fenômeno da induçãoelétrica, o diamagnetismo e as leis da eletrólise. Foi diretor da Royal Society de Londres em1837.

2 Joseph Henry (1797-1878), Físico inglês, descobriu a auto-indução e construiu o primeirotelégrafo eletromagnético.

1 Hans Christian Oersted (1777-1851), Físico dinamarquês, precursor da pilha elétrica e doeletromagnetismo.

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mesmos. Estes princípios já são utilizados para transporte, em veículos

denominados por MagLev (vide Fig. 1.1). Apesar disso, ainda é discutível o

rendimento de tais máquinas, pois caracterizam-se por elevado consumo de energia

e baixa relação entre sua capacidade de transporte e sua massa própria.

Provavelmente, o desenvolvimento de materiais supercondutores à temperatura

ambiente possibilitará uma utilização em muito maior escala do campo magnético.

Fig. 1.1: Exemplo de aplicação do eletromagnetismo - a levitação magnética.

Este trabalho tem esta finalidade - a de manter um objeto, no caso, uma

esfera ferromagnética, suspenso somente através do equilíbrio entre força

magnética e gravitacional, numa posição estável, utilizando um controle analógico

retroalimentado. Sendo a interação do campo magnético com os corpos muito

complexa, extremamente dependente de suas características, este trabalho

mostra-se bem empírico, porém embasado nos conceitos e definições já existentes.

Aqui, é aproveitado o relacionamento entre corrente elétrica e campo magnético,

além das propriedades dos materiais ferromagnéticos.

2

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2. Conceituação

Para que este trabalho possa materializar-se de maneira científica, vários

conceitos devem ser colocados de forma bastante evidente. Portanto, estes serão

explanados a seguir.

2.1. O Campo Magnético

A fonte de um campo magnético estacionário pode ser um ímã permanente,

um campo elétrico variando linearmente no tempo ou uma corrente elétrica contínua

[4]. As duas primeiras formas não encontram utilidade neste trabalho. Enfocaremos,

portanto, somente a última.

A Lei de Biot-Savart5 estabelece que, num condutor filamentar6, a corrente, I,

que flui em um vetor elemento diferencial de comprimento do filamento, dl, produz

num ponto P um campo magnético de intensidade proporcional ao produto das

magnitudes da corrente, do comprimento diferencial e do seno do ângulo que

forma-se entre o elemento diferencial e a linha que o liga ao ponto P. É, também,

inversamente proporcional ao quadrado da distância, R, do elemento diferencial ao

ponto em questão.

Sendo aR o vetor unitário que tem a direção elemento diferencial-ponto P,

(2.1),dH = I.dl%aR4 R2

3

6 Um condutor filamentar é o caso limite para um condutor cilíndrico de seção reta circularcujo raio tende a zero.

5 Jean-Baptiste Biot (1774-1862) e Félix Savart eram colegas de André Marie Ampère(1775-1836) e os três foram professores de Física no Colégio de França na mesma época. Alei de Biot-Savart foi proposta em 1820.

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A unidade da intensidade de campo magnético, H, no sistema MKS é dada

em ampère por metro, A/m. A Lei de Biot-Savart é ainda conhecida por Lei de

Ampère para o elemento de corrente.

Não se pode verificá-la experimentalmente da forma que apresenta-se.

Quando trata-se de uma corrente fluindo em um circuito fechado,

(2.2),H =“ I.dl%aR4 R2

pode-se verificar experimentalmente.

Derivada da Lei de Biot-Savart, a Lei Circuital de Ampère estabelece que a

integral de linha do campo magnético, H, em qualquer percurso fechado é

exatamente igual à corrente enlaçada pelo percurso,

(2.3),“ H $ dl = I

temos, assim, uma relação mais perceptível entre corrente elétrica e campo

magnético.

O relacionamento entre força e campo magnético é mais tratado através da

densidade de fluxo magnético, B, que no vácuo é dada por,

(2.4),B = 0H

e é medida em weber por metro quadrado, Wb/m2. O Sistema Internacional de

Unidades ainda adota o tesla, T. Uma unidade antiga é o gauss, onde 1Wb/m²

equivale a 10000 gauss. A constante µ0 é a permeabilidade magnética do vácuo7.

4

7 A permeabilidade magnética do vácuo é igual a 4π.10-7H/m.

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Com a densidade de fluxo magnético, pode-se ter o fluxo magnético, Φ, em

weber, Wb, em uma determinada superfície,

(2.5),= ¶ B $ dS

Costuma-se referenciar a densidade de fluxo magnético, B, como campo

magnético. Este trabalho, portanto, seguirá esta notação.

Como o campo magnético, neste trabalho, será criado por uma corrente,

ainda é preciso entender como o fluxo magnético relaciona-se com a corrente. Num

circuito isolado, o fluxo magnético é dependente da corrente existente. Esta

dependência é traduzida pela indutância (medida em henry, H), que é definida como

a variação do fluxo magnético com a corrente,

(2.6),L = ddI

2.2. A Força Magnética

O trabalho teórico de Maxwell8 e outros mostrou que os campos magnético e

elétrico estão inextricavelmente entrelaçados [1]. Nesta linha, a força sobre uma

partícula em movimento com uma velocidade, v, devida a combinação dos campos

magnético e elétrico e dada pela equação da força de Lorentz9,

(2.7),F = q(E + v % B)

5

9 Antoon Hendrik Lorentz (1853-1928), Físico holandês, contribuiu para teoriaeletromagnética da luz e a formulação da teoria da relatividade. Nobel de 1902.

8 James Clerk Maxwell (1831-1879), Físico inglês, desenvolveu a teoria eletromagnética daluz.

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Sabendo que a carga elétrica é o produto da densidade volumétrica de carga

pelo volume,

(2.8),dq = .dV

a densidade de corrente é a velocidade da densidade volumétrica de carga,

(2.9),J = .v

e que o produto da densidade de corrente e do elemento diferencial de volume pode

ser interpretado como um elemento diferencial de corrente,

(2.10),J.dV = I.dl

a força de Lorentz é perfeitamente aplicável a um filamento diferencial de corrente,

que integrada, da origem à formulação,

(2.11),F = −I “ B % dl

Com isso, basta entender os elétrons em órbita como pequeníssimas espiras

de corrente, que interagindo com um campo magnético externo, experimentarão

forças. Embora resultados quantitativos rigorosos possam somente ser preditos com

o uso da teoria quântica, este modelo provê uma teoria qualitativa satisfatória [4].

Nos materiais ferromagnéticos cada átomo tem um momento de dipolo

relativamente grande, causado principalmente por um momento eletrônico de spin10

6

10É necessário assimilar a teoria quântica para mostrar que um elétron pode ter um momentomagnético de spin igual a !9.10-24A.m2. O sinal indica que ele pode incrementar oudecrementar o campo externo. Somente os spins dos elétrons das camadas incompletascontribuem para o momento magnético do átomo.

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não-compensado. Forças interatômicas obrigam estes momentos a se alinharem de

modo paralelo em regiões de densidade atômica maior. Estas regiões são

conhecidas por domínios11. Sob a aplicação de um campo externo, os domínios que

possuem momentos magnéticos com a mesma direção crescem em detrimento dos

demais. Assim, o campo interno cresce grandemente quando comparado ao

externo. Na remoção do campo externo, um campo de dipolo residual permanece na

estrutura macroscópica, e ela não terá as mesmas características magnéticas de

anteriormente. Este fato é denominado de histerese12. Tem-se, então, que a

permeabilidade magnética nesse tipo de material não é constante, pois cada

amplitude de campo magnético, H, ocasionará orientações de momentos

magnéticos, relacionando-se de modo diferente com a densidade de fluxo

magnético, B, no material. É perfeitamente visível que, quando os momentos

magnéticos se alinharem ao máximo possível com o campo externo, o material

estará saturado [3]. Assim, o campo magnético pode continuar crescendo, mas a

densidade de fluxo magnético mantém-se constante.

Variando-se o campo magnético externo ao material estudado, tanto em

amplitude (nula até a saturação) quanto em sentido, e medindo a densidade de fluxo

7

12Ao retardamento do efeito de um fenômeno físico sobre um corpo dá-se o nome de histerese(do grego, hystéresis, i.e., o que está atrasado).

11Os domínios têm em torno de 10-2 a 10-5cm de tamanho.

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magnético, levanta-se uma característica muito importante - o ciclo de histerese. A

Fig. 2.1 mostra o resultado do levantamento deste ciclo para um material industrial.

Fig. 2.1: Ciclo de histerese de uma lâmina de 2mm de Deltamax13.

A área dentro do ciclo está relacionada com a energia requerida para inverter

as paredes dos domínios magnéticos quando se inverte o campo magnético. É uma

energia irreversível e traduz-se em perdas de energia conhecidas como perdas por

histerese. Esta área é dependente da temperatura e freqüência de inversões do

campo magnético [3].

As linhas de fluxo magnético experimentam dificuldades diferentes para se

formarem nos materiais. Esta dificuldade é interpretada por relutância e medida em

8

13Deltamax é o nome industrial de um tipo de aço-silício usado em núcleos detransformadores.

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henry-1, H-1. Num material magnético homogêneo, linear e isotrópico, de

comprimento l, seção reta uniforme S e permeabilidade magnética µ, a relutância é

dada por,

(2.12),≠ = l.S

Como o universo se acomoda de forma a possuir a menor energia, o fluxo

magnético procurará formar um caminho de menor relutância. Nos materiais

ferromagnéticos, os domínios magnéticos alinhados oferecem um caminho de menor

energia ao fluxo magnético. Daqui surge a força magnética experimentada nesses

materiais - o fluxo tenta concentrar-se o máximo possível na estrutura, atraindo esta

para sua fonte, para reduzir a relutância do caminho magnético.

A força magnética ainda pode ser conhecida de outro ponto de vista, quando

tem-se acesso a outras características do sistema magnético. Este ponto será

descrito a seguir:

Segundo a Lei de Lenz14, a variação do fluxo magnético que atravessa um

circuito induz uma força eletromotriz que opõe-se a esta variação. A Lei de Faraday

equaciona este relacionamento,

(2.13),e = − ddt

que transforma-se, pela Eq. (2.6), em,

(2.14),e = L $ dIdt

9

14Em 1833, Heinrich Lenz determina a lei do sentido das correntes induzidas.

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Obs.: o sinal negativo na Eq. (2.13) indica a oposição enunciada pela Lei de Lenz,

podendo ser omitido por simples convenção.

A energia dissipada (ou armazenada, dependendo da configuração) de um

circuito é dada pelo produto da potência e o intervalo de tempo do evento,

(2.15),W = ¶ e.I.dt

que, pela Eq. (2.14),

(2.16),W = L.I2

2

Como a energia é o produto entre força e deslocamento e, admitindo que um

deslocamento infinitesimal causa uma variação também infinitesimal na indutância

do circuito,

(2.17),F = I2

2 $dLdx

Assim, a força pode também ser analisada pela variação da indutância do

sistema magnético com a variação de suas dimensões [2].

2.3. O Controle

Como o objetivo é manter uma esfera suspensa através do equilíbrio entre

força magnética e gravitacional, e a força magnética é produzida por uma corrente

elétrica que, por sua vez, surge por uma diferença de potencial elétrico (tensão

elétrica), é necessário a presença de algum mecanismo que regule esta tensão,

para alcançar o intento.

10

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A tensão, portanto, pode ser comandada por um método bem eficiente - o

controle analógico com realimentação. Sistemas analógicos são utilizados,

geralmente, no controle de pequeno número de variáveis, com poucas entradas e

pequenas probabilidades de alteração nas características, pois acarretariam a

necessidade de novo circuito [7]. Assim, como a fonte de campo magnético e o

objeto a ser suspenso são de propriedades invariantes, o controle analógico é bem

satisfatório, pois é de fácil implementação. No caso de um controle digital, a

complexidade cresceria (interfaces analógico-digitais, composição de programas,

conhecimento de microcontroladores e periféricos etc.), impossibilitando sua

execução no tempo disponível.

A realimentação é dada pelo conhecimento da posição do objeto, realizado

pelo progressiva oclusão de um dispositivo sensível à luz. Em melhores palavras, à

medida que a esfera se movimenta, impede um facho de luz de alcançar o

dispositivo sensível. O sinal deste dispositivo é tratado, verificando se a posição

atual é a desejada.

O controle define a forma com que a esfera é conduzida à estabilização na

posição desejada. Em virtude do desconhecimento da função de transferência da

planta, no que se refere à transformada de Laplace15 (o domínio s), optou-se

inicialmente por uma malha de controle de posição, utilizando um controlador

proporcional-integral-derivativo (PID), de constantes ajustadas empiricamente e, no

decurso dos experimentos, apesar dos esforços, não se logrou êxito em manipulá-lo.

Recorreu-se, então, à formação de duas malhas de realimentação: uma com

controle proporcional e outra com controle por histerese16. É válido informar que

11

16Não há relação alguma com ciclo de histerese, e sua operação será descrita posteriormente.

15O marquês Pierre Simon de Laplace (1749-1827) foi um matemático e astrônomo francês,que ainda contribuiu ao eletromagnetismo.

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houve uma tentativa de utilizar o controle proporcional-integral-derivativo e por

histerese conjuntamente. Entretanto, a resposta não se mostrou em nada

satisfatória, permanecendo semelhantes dificuldades de ajuste.

A primeira malha, de controle proporcional, destina-se ao posicionamento da

esfera, e a segunda, de controle por histerese, ao valor de corrente na fonte de

campo magnético. Um diagrama completo é apresentado na Seção 5.1. Seus

parâmetros serão igualmente ajustados no decurso dos experimentos.

O controlador proporcional tem a função de elevar a velocidade de operação

do sistema, pois amplifica o erro (diferença entre posição desejada e posição

conseguida) aplicando-o na planta [7]. Dessa forma, a planta “enxerga” um erro

maior do que o real, reagindo mais rapidamente ao estímulo. Entretanto, por ser

apenas um amplificador, faz-se necessária a existência de um sinal de erro em

regime permanente, pois, caso contrário, o sistema seria desligado.

O controlador integral diminui a velocidade de resposta do sistema e torna-a

oscilatória, mas cancela o erro de regime permanente (experimentalmente é quase

nulo). Adicionado ao proporcional, retira a característica de erro em regime não-nulo,

mas insere estas outras citadas.

O controlador derivativo responde à taxa de variação do erro, podendo

produzir uma correção do sistema antes do erro tornar-se demasiadamente grande.

Nunca é usado isoladamente, pois a taxa de variação do erro não define o valor

deste erro. Quando adicionado ao controlador proporcional, aumenta a

sensibilidade do sistema, iniciando uma ação de correção mais cedo. Por amortecer

o sistema, possibilita o uso de um ganho proporcional maior, melhorando a precisão

no regime permanente.

12

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A união dos três tipos, formando o controlador proporcional-integral-

derivativo, melhora o tempo de resposta, o sobre-sinal (evitando saturação do

sistema) e o erro em regime permanente é nulo. Abaixo, pode ser observada a

união, já com o somador do erro:

Fig. 2.2: Amplificadores operacionais formando um controlador PID.

As relações de entrada-saída nas unidades são:

(2.18),Vout = −R1

R2$ Vin

para o proporcional;

(2.19),Vout = − 1(R3+R3

∏ ).C1$¶0tVin(t)dt

para o integral, e;

(2.20),Vout = −R4.C2 $dVin(t)dt

para o derivativo.

13

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O somador inversor da saída retira o sinal negativo das relações, somando os

sinais das parcelas com a mesma ponderação (R12, R13, R14 e R15 com o mesmo

valor de resistência).

Este controle não obteve êxito. Conforme mencionado, a aplicação do

controle por histerese como alternativa para formar uma malha interna, objetivando

controlar a corrente, substituiu o uso do controlador integral. Sabendo que o

derivativo poderia acarretar picos de corrente destrutivos, foi removido do sistema de

controle.

O controle por histerese opera ligando e desligando o sistema de alimentação

da fonte de campo magnético quando a corrente nesta está fora de uma faixa de

tolerância pré-estabelecida em torno da corrente requerida pelo sistema de controle

de posicionamento. No caso, o valor da corrente na fonte de campo magnético é

obtido por um sensor de efeito Hall17, na forma de tensão, para ser comparado com

o valor requerido. A Fig. 2.3 mostra o controle por histerese (nada mais que um

14

17Denomina-se efeito Hall o fenômeno do aparecimento de um campo elétrico em um metalou semicondutor quando estes, ao conduzirem uma corrente elétrica, são expostos a umcampo magnético transversal e uniforme [4].

Este campo elétrico é perpendicular ao plano formado pela direção da corrente e do campomagnético e tem a finalidade de restabelecer o estado de equilíbrio (Vide Seção 2.2: Força deLorentz).

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amplificador operacional operando como comparador), e a equação que a segue

define seu dimensionamento.

Fig. 2.3: Amplificador operacional operando como comparador com histerese.

A faixa de tolerância relativa à tensão de entrada é definida pela equação:

(2.21),VV& = 2.R1. V0

R2.V&

onde é a largura absoluta da faixa, é a tensão máxima de entrada (tensão deV V&

referência), representa a tensão de saturação do amplificador operacional e, V0

e respectivamente as resistências de entrada e realimentação doR1 R2

amplificador operacional. Assim, escolhida a faixa relativa e de posse do valor

máximo exigido pela referência, encontra-se a relação entre resistências. Deve-se

ressaltar que esta equação é uma aproximação, onde supõe-se que a resistência de

realimentação seja muito maior que a resistência de entrada.

2.4. O Interfaceamento

As tensões e correntes envolvidas nos circuitos de controle são baixas,

quando comparadas com as utilizadas na planta. É sempre desejado controlar

15

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grandes quantidades de energia através de um pequeno dispêndio da mesma.

Sendo assim, um intermediário entre a fonte de campo magnético e o controlador é

necessário.

Um transistor bipolar de porta isolada (Insulated Gate Bipolar Transistor -

IGBT) e um transistor de efeito de campo de porta isolada por óxido metálico

(Metal-Oxide-Semiconductor Field-Effect Transistor - MOSFET) fazem o papel de

intermediários18. Ambos tem o acionamento idêntico, não representando diferenças

que impossibilitem o uso conjunto nesta aplicação [5]. O primeiro dispositivo tem a

capacidade de mudar seu estado (ligar ou desligar) em apenas um microsegundo19

(1µs), possuindo uma relação entre tensão de controle e tensão controlada de um

para quinhentos (1:500) e trabalhando com correntes elétricas chegando a mil e

duzentos (1200) ampères [9]. O segundo tem uma faixa de operação que excede mil

(1000) volts acionado por uma tensão de apenas cinco (5) volts [5]. Entretanto, o

sinal do controlador não é aplicado diretamente nestes dispositivos. Uma interface

de comando é colocada entre o sistema de controle e a alta tensão. Este interface,

um circuito integrado denominado 2110, garante tensão e corrente suficientes para

acionar as chaves de potência, e sua simultaneidade. Além disso, oferece isolação

16

19Sua freqüência de chaveamento ultrapassa vinte quilohertz (20kHz).

18Melhor seria adotar um único tipo de chave semicondutora de potência, aumentando aeficiência do sistema pela maior semelhança de características. Entretanto, a ausência destescomponentes no laboratório da Escola de Engenharia Elétrica, aliado ao seu elevado preço edificuldade de compra, forçou a utilização de diferentes tipos de chave em determinada fasedos experimentos.

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entre a baixa tensão e a alta tensão com relação de um para cinqüenta (1:50 -

10V/500V) segundo o fabricante20. A Fig. 2.4 exemplifica a interface utilizada.

Fig. 2.4: Diagrama de blocos de um interfaceamento de potência.

17

20Para o IR2110, segundo a International Rectifier.

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3. O Projeto

3.1. Criação da Fonte de Campo Magnético

Como mencionado, o campo magnético necessário ao projeto tem origem na

circulação de uma corrente elétrica.

A Eq. (2.3) mostra que quanto maior for a corrente enlaçada no caminho

magnético, maior será a intensidade do campo sobre este caminho. Desta forma,

optou-se por um enrolamento de condutores, formando uma bobina, para ser a fonte

de campo magnético.

A bobina, somente, não representaria uma fonte eficiente, pois as linhas de

fluxo formadas estariam bem dispersas no ar. Assim, um núcleo laminado de

dezessete (17) centímetros de altura com uma base quadrada de dois (2)

centímetros de lado foi acrescentado ao enrolamento. Este núcleo, pelas

propriedades descritas na Seção 2.2, concentra as linhas de fluxo magnético,

tornando-as mais disponíveis para orientar momentos no corpo a ser suspenso. As

características do núcleo são desconhecidas, entretanto, os seguintes valores para

alguns materiais comuns são encontrados na Tab. 3.1 [1] e [3]:

18

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Tab. 3.1: Características magnéticas de alguns materiais industrialmente comuns.

1000040.0002Fe, C, SiM-195~1305.2000,8Fe, CFerro laminado5.500160.0002,15100 FeFerro (recozido)8.000562,0296 Fe, 3 SiFerro-silício

Permeabilidademagnéticarelativamáxima, µ/µ0

Campomagnéticomínimo parasaturação, A/m

Densidade defluxo nasaturação, T

Composição, %Material

A bobina utilizada no experimento pertencia ao Laboratório de Conversão de

Energia da Escola de Engenharia Elétrica, sendo preenchida com mais espiras,

completando em torno de três mil e trezentas (3300) espiras, e acrescida do núcleo

(Laboratório de Materiais Elétricos e Eletromagnetismo). Através de mensurações

realizadas com multímetros digitais, a fonte de campo magnético é caracterizada por

uma resistência de dez ohms (10Ω) e uma indutância de aproximadamente oito

décimos de henry (800mH).

Pela Eq. (2.6), e supondo uma relação linear entre o fluxo magnético e a

corrente elétrica em cada espira (n espiras),

(3.1),= I.Ln

e, como a densidade de fluxo magnético é a razão do fluxo pela área envolvida,

neste caso, entendendo que todo o fluxo magnético (ou pelo menos grande parte

dele) concentra-se no núcleo, de seção reta transversal quadrada de área igual a

quatro centímetros quadrados (4.10-4m2), três ampères produzem,

19

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B = S = I.Ln.S =(3A).(8.10−3H)

(3300e).(4.10−4m)

B j 1, 82T

um valor considerável, tendo que, pela Tab. 3.1, os melhores materiais relacionados

já tem sua saturação em torno de dois (2) teslas.

3.2. A Esfera Metálica

Uma esfera de aço, usada em rolamentos de maquinaria pesada (caminhões,

tratores etc.), foi adquirida em comércio. Com um diâmetro de uma polegada e um

quarto (1,25pol ou 3,175cm) tem uma massa de cento e doze (112) gramas, medida

com uma balança eletrônica.

3.3. A Localização do Objeto

Como mencionado na seção 2.3, a esfera metálica é localizada pela oclusão

de um dispositivo sensível à luz. Este dispositivo é formado por um conjunto de

fototransistores, montados convenientemente, de forma que, conforme a quantidade

20

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de energia luminosa que incide sobre eles e sobre quais deles pode-se detectar o

posicionamento do objeto somando-se os sinais provenientes de cada um.

Fig. 3.1: Acoplamento do sinal do sensor de luminosidade.

Quanto mais próxima a esfera encontra-se da fonte de campo magnético,

mais fototransistores são obstruídos. Este componente semicondutor está polarizado

para que quando sem iluminação o ponto de operação seja conduzido à região de

corte, e contrariamente, quando iluminado, à região de saturação, agindo o conjunto,

portanto, como um sensor discretizado. Por um amplificador operacional operando

21

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como somador, a tensão sobre os fototransistores é coletada e somada, fornecendo

ao controle o posicionamento da esfera.

3.4. A Característica Força-Corrente-Distância

O comportamento da força magnética foi encontrado pela medição da

“massa” da esfera.

Montando a fonte de campo magnético em um suporte, de forma a

permanecer sobre uma balança eletrônica, foi ajustada a uma altura de

aproximadamente vinte (20) centímetros da base metálica da balança, evitando que

o campo magnético interagisse com a balança. Então, um pedestal de madeira,

acrílico e papel, de altura variável, para posicionar a esfera, foi colocado sobre a

base da balança, imediatamente abaixo do núcleo, e cancelada sua influência sobre

a medição de massa. A montagem é vista na Fig. 3.2.

Fig. 3.2: Configuração usada para determinar o comportamento da força magnética.

22

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A “massa” da esfera foi, então, medida para diferentes valores de corrente de

alimentação e distâncias esfera - fonte de campo magnético. A massa da esfera

decrescida dos valores medidos e multiplicada pela aceleração da gravidade é a

força magnética.

Estas medições possibilitaram a formação de uma tabela, que auxiliou no

estabelecimento de uma função para a força [8],

(3.2),F = f(I, d)

onde I representa a corrente de alimentação e d a menor distância entre a esfera e

a fonte de campo magnético.

3.5. Modelamento Matemático da Planta21

A execução do procedimento descrito na seção 3.4 resultou nos valores da

Tab. 3.2. Decrementando cada um destes dados da massa da esfera (112g) e

representando o resultado em gráficos, percebeu-se que há uma considerável

linearidade entre o logaritmo22 do inverso da força magnética (F) e a distância (d),

(3.3),log(0, 0098.F−1) = a.d + b

Obs.: Os valores de força nula são retirados, pois a função logarítmica é

descontínua quando seu argumento é nulo.

23

22O logaritmo aqui tratado é na base neperiana (ln ou loge).

21O modelamento (interpolações, aproximações, gráficos e modelo) foi obtido com o auxíliodo MATLAB v5.3.

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As retas formadas, para cada valor de corrente elétrica23, são deslocadas

uma das outras conforme uma dependência da própria corrente, subentendendo

uma forma,

(3.4),log(0, 0098.F−1) = a.d + b(I)

que é comprovada quando se interpola o logaritmo do módulo24 de b segundo o

logaritmo da corrente elétrica, em acordo com um polinômio de segundo grau,

(3.5),log(|b|) = p.[log(I)]2 + q.[log(I)] + r

24

24É necessário o uso do valor absoluto (módulo), pois da interpolação que origina a Eq. (3.3)os valores de b são todos negativos.

23Os dados obtidos com os três últimos valores de corrente são desconsiderados, poisdesrespeitaram a linearidade desejada.

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Tab. 3.2: Os valores de “massa” da esfera (gramas) quando a uma distância d dafonte de campo magnético, estando esta alimentada com uma corrente I.

-----------785,75

----------72805,50

-------12395774815,25

------1217426177835,00

------1722463779844,75

------2227507081864,50

------2732547283874,25

-----03337587585894,00

-----113842614887903,75

-----194347658089923,50

-----274851698290933,25

----11405861768794953,00

----23476366799094962,75

----23476366799096982,50

---734556971839298992,25

---214462747787951001012,00

--9375671818391981021031,75

-2325366798789961011041051,50

-305568798894951001041061071,25

335772829095991001041061081081,00

65788994981021041051071091101100,75

88951001031051071081081101101111110,50

1041061081091091101101101111121121120,25

1,381,671,952,182,482,733,013,293,573,854,144,40d (cm)hI (A)o

25

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Assim, isolando o valor deste deslocamento, tem-se,

(3.6),b = −er.I[log(I)]p+q

Substituindo o deslocamento na força magnética25, e também isolando-a,

(3.7),F(d, I) = 0, 0098. exp(exp(r).I(logp(I)+q) − 10−2.a.d)

onde a corrente elétrica I é dada em ampères, a distância d em metros e a força

magnética F em newtons.

A interpolação, seguindo estas funções, resultam nos seguintes valores para

as constantes26:

a = 9,733340495804534.10-1;

p = -4,952032521164080.10-2;

q = 2,609467113568522.10-1 , e;

r = 1,733427614239792.

26

26A programação desenvolvida no MATLAB com a finalidade de modelar a planta pode serencontrada nos apêndices (APÊNDICE G - I).

25A função exp(x) é uma simples substituição da simbologia ex.

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Para mostrar os dados da Tab. 3.1, subtraídos da massa da esfera, tem-se a

Fig. 3.3. O termo utilizado - "redução de massa" - representa a diferença entre a

massa real e a leitura obtida na balança eletrônica.

Fig. 3.3: A Tab. 3.2, retirada a massa da esfera, traçada em gráfico.

27

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Para uma comparação, algumas das curvas são traçadas sobre o respectivo

modelamento na Fig. 3.4.

Fig. 3.4: Alguns dos dados experimentais defronte à aproximação pela Eq. (3.7).

É facilmente visível a distorção com o aumento da corrente. Como este

aumento influencia diretamente no deslocamento das curvas (vide Eq. 3.5), este

deslocamento é colocado em gráfico (Fig. 3.5), o qual mostra que para valores de

corrente na fonte de campo magnético acima de quinze (15) ampères a equação já

não traduz o evento da forma esperada - uma redução de força em substituição da

provável saturação. Será entendido, portanto, que o material atingiu a saturação a

28

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partir deste limite, sendo o fato acrescentado ao modelamento, através de

limitadores.

Fig. 3.5: A curva b(I), para uma faixa de valores de corrente.

Pode-se perceber em algumas das curvas do equacionamento, quando

apresentadas no formato da Fig. 3.6, a saturação do material modelado, onde o

decréscimo da força resultante na esfera já não corresponde em intensidade

proporcional ao aumento da corrente aplicada na fonte de campo magnético (Obs.: a

força magnética é tida como positiva e, portanto, a força peso, negativa). No caso de

29

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distância nula, nota-se que uma corrente de aproximadamente meio (0,5) ampère é

exigida para igualar forças peso e magnética.

Fig. 3.6: As curvas de modelamento força x corrente, para várias distâncias.

30

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4. Análise Computacional

A equação da fonte de campo magnético, além de outros parâmetros do

sistema, tais como, massa da esfera e distâncias limítrofes (base, topo),

possibilitaram a utilização de um aplicativo para análise computacional - o

MATLAB/Simulink. Para tanto, todas as características consideradas foram traduzidas

em forma de blocos.

4.1. A Fonte de Força Magnética

Até agora, considerou-se a fonte como de campo magnético. Entretanto, será

referenciada neste capítulo como fonte de força magnética, pois só este parâmetro é

conhecido experimentalmente, e equacionado.

A Eq. (3.7) é divisível em uma parte dependente da distância, outra da

corrente, e um fator multiplicativo:

(4.1),g(d) = exp(−10−2.a.d)

(4.2),h(I) = exp(exp(r).I(logp(I)+q))

e,

(4.3),c = 0, 0098

de modo que,

(4.4),F(d, I) = c.g(d).h(I)

31

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O modelo em blocos usa esta separação em fatores, para uma melhor

visualização. Abaixo, é então apresentado:

Fig. 4.1: A fonte de força magnética, segundo o equacionamento definido.

Contudo, foi mencionado na Seção 2.3. que será aplicada uma tensão na

fonte de força magnética e, como esta fonte é uma bobina, deve-se acrescentar ao

modelo a característica da mesma - o relacionamento entre tensão e corrente.

Trabalhando no domínio s, a equação de malha de um circuito série com

fonte de tensão de valor v(t), um indutor com indutância L e resistência r, percorrido

pela corrente i(t) é dada por,

(4.5),V(s) = r.I(s) + L.s.I(s)

32

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Isolando-se a corrente e aplicando o resultado ao modelo anterior, obtém-se

uma interpretação mais completa:

Fig. 4.2: A fonte de força magnética completa.

4.2. A Esfera e seu Movimento

O posicionamento da esfera, sua faixa de movimentação e peso também

devem ser fornecidos ao modelo.

A forca, F, relaciona-se com a aceleração, α, através da massa, m. A

aceleração, α,, é a derivada da velocidade, v, e segunda derivada da posição, d, em

relação ao tempo. Assim,

(4.6),F(t) = m. (t)

e,

(4.7),(t) =dv(t)dt =

d2d(t)dt2

33

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que por integrações, são colocadas no modelo, pois a saída e a posição.

Independente dos limites usados na parte real, foi considerado na análise

computacional que o topo da esfera pode se movimentar da posição de dois

centímetros e meio (0,025m) até a posição zero, respectivamente, sobre o pedestal

de repouso e suspensa em contato com a fonte de força magnética.

O modelo que define isto é dado a seguir:

Fig. 4.3: A tradução em blocos do movimento da esfera.

34

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4.3. A Planta

Reunindo a fonte de força magnética, a esfera e suas implicações, obtém-se

a planta do sistema.

Fig. 4.4: O objeto do controle - a planta.

4.4. O Controlador

Apesar do descrito na Seção 2.3, um controlador proporcional-integral-

derivativo compõe o modelo. Isto deve-se ao fato que um sistema por histerese

(liga-desliga) acarretaria um grande esforço computacional e, sendo o objetivo da

simulação obter apenas a idéia do comportamento do sistema devido ao

desconhecimento e a mais que provável complexidade das equações planta no

domínio s não se percebe a necessidade de fidelidade ao controle usado

experimentalmente. Assim, por intermédio de sucessivas simulações, os valores das

35

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constantes de cada unidade que forma o controlador serão determinadas,

respectivamente, kp, ki, e kd.

Em atenção aos limites operacionais de integrados27 que servirão para

realizar o controle no experimento [6], foram acrescentados ao modelo de blocos

informações quanto a esta saturação. O controlador, então, é mostrado na Fig. 4.5.

Fig. 4.5: O controlador proporcional-integral-derivativo, com restrições de saída.

4.5. O Interfaceamento

Com respeito aos modelos usados, na Seção 2.4 mencionou-se o

interfaceamento por um circuito integrado 2110. Entretanto, a saída do mesmo

representa a saída do controle por histerese, que pode atingir dezenas de quilohertz,

o que causa um período de décimos de milisegundo. Obviamente, a simulação deve

36

27De antemão, os amplificadores operacionais usados têm um módulo de tensão máximo nasaída igual a quinze (15) volts, devido a alimentação usada.

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caracterizar-se por um passo de cálculo bem menor que o período do sinal aplicado.

Assim, um tempo absurdo seria necessário para obter valores de controle

satisfatórios, inviabilizando a análise computacional (na tentativa, notou-se haveria

necessidade do dispêndio de vários dias). Porém, a idéia da histerese é variar o

valor sinal de corrente dentro de uma faixa, o que é feito ‘analogicamente’ na

aplicação do sinal de controle apenas amplificado. Entende-se que o comportamento

será equivalente.

4.6. O Sistema Completo

Unindo todos os subsistemas anteriores, forma-se o modelo computacional:

Fig. 4.6: O sistema em malha fechada.

37

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4.7. A Estabilidade Computacionalmente Conseguida

Após subseqüentes simulações, que não foram registradas, conseguiu-se a

estabilidade da esfera em uma posição desejada, dezesseis milímetros (0,016m),

conforme as definições anteriores.

Esta estabilidade necessitou dos seguintes valores para as constantes do

controlador:

kp = 12;

ki = 10, e;

kd = 5;

38

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Usando a resolução de equações ordinárias de quinta ordem, com um passo

de cálculo de dois décimos de milisegundo (0,2.10-3s), as seguintes curvas foram

obtidas (Os traçados de maior relevância são Posição e Corrente):

Fig. 4.7: As curvas traçadas pelo bloco Scope, do Simulink.

O período de adaptação do controle foi evitado, inicializando-se o controlador

integral com o valor necessário para mudança de posição da esfera28 (c. -12).

Quando este procedimento não é realizado, o controlador integral varia linearmente

sua saída de zero até cerca de doze 'volts' negativos, para que a posição comece a

manifestar alguma alteração.

39

28Este valor foi encontrado no decurso da simulação.

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Os principais sinais foram carregados no espaço de trabalho, e puderam ser

traçados em seguida, separadamente. Vê-se o posicionamento do topo da esfera e

a tensão fornecida à fonte de força magnética na Fig. 4.8 e Fig. 4.9,

respectivamente:

Fig. 4.8: Simulação do comportamento da esfera, quanto à posição.

40

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Fig. 4.9: A tensão necessária para suspender e estabilizar a esfera.

Uma ampliação é realizada na região de maior oscilação, para melhor

visualização:

Fig. 4.10: A tensão aplicada com ampliação na região de oscilação mais acentuada.

41

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A corrente requerida pela planta:

Fig. 4.11: A corrente na bobina, para os valores de controle dados.

42

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5. Resultados Experimentais

5.1. Do Descontrole ao Controle

A idéia inicial previa uma leitura de posição por intermédio de um resistor

fotossensível (LDR) iluminado por um ponto de luz próximo (c. 20cm) representado

por uma lâmpada incandescente (12V/5W). Possuindo o resistor fotossensível

formato circular e diâmetro aproximado de três centímetros (3cm), seria ideal para

localizar a esfera. Entretanto, sua velocidade de resposta à variação de

luminosidade é muito inferior ao exigido para o controle da planta. Dessa maneira,

adotou-se o fototransistor conforme já relatado na Seção 3.3. Este possui resposta à

variação de energia luminosa incidente consideravelmente mais rápida que o

resistor fotossensível. Como a área sensível de um fototransistor é muito pequena

em relação às dimensões trabalhadas, um conjunto foi necessário para amenizar o

efeito de discretização. Devido a questões construtivas, um grupo composto de sete

fototransistores forma o sensor de posicionamento. O sinal proveniente de cada um

deles é somado por intermédio de um amplificador operacional na configuração de

somador inversor. O circuito é montado de modo que quanto mais fototransistores

forem cobertos pela sombra do objeto erguido pela força magnética, maior é o

43

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módulo da tensão presente na saída do somador. A Fig. 5.1 apresenta a estrutura

de sustentação experimental, conforme montagem:

Fig. 5.1: Estrutura Experimental para Levitação Magnética.

Conforme mencionado na Seção 2.3., inicialmente o controle

proporcional-integral-derivativo foi aplicado para atingir o intento de estabilizar a

esfera em posição definida. Nesta fase de projeto, o sinal de controle era aplicado a

fonte de campo magnético através de modulação em largura de pulsos (Pulse Width

Modulation - PWM) com freqüência de operação de vinte quilohertz (20kHz), além

do acionamento pelo circuito integrado 2110. Somente uma chave de potência era

usada. Apesar dos esforços, o êxito não foi alcançado por simples ajuste dos valores

das constantes do controlador PID. A resposta do controle manteve-se sempre lenta.

Com o sensor formado por semicondutores, a resposta melhorou significativamente,

mesmo assim lenta, sendo incapaz de manter um equilíbrio entre forças magnética e

peso.

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Com isso, resolveu-se adicionar, além da posição, uma nova malha de

controle, agora para a corrente. Através da leitura da corrente por um semicondutor

(efeito Hall: vide Seção 2.3) a corrente requerida pelo controlador é mais

rapidamente aplicada à fonte de campo magnético com a atuação de um controle

por histerese. Com a corrente da fonte de campo magnético atravessando o sensor

de corrente cinco vezes, obtém-se uma saída de meio volt para cada ampère, com a

inserção de um resistor propriamente escolhido (100Ω). O controle por histerese é

configurado para uma faixa relativa de aproximadamente 2% (cf. Eq. 2.21,

substituindo por 4,7V (devido ao limitador), por 15V e, e V& V0 R1 R2

respectivamente por 1kΩ e 330kΩ). Esta faixa previne que freqüências de

acionamento do circuito de potência tornem-se muito altas, desgastando-o devido a

dissipação desnecessária de potência. A Fig. 5.2 ilustra o sistema de levitação

45

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magnética completo com as duas malhas de realimentação. Além disso, as

grandezas físicas e a forma de seus sinais também são apresentadas.

Fig. 5.2: O diagrama do sistema completo usado.

Em adição, uma outra chave de potência (conjuntamente com um diodo de

retorno) é adequadamente colocada no circuito. Assim, a corrente também pode ser

retirada mais rapidamente, pela inversão de polaridade proporcionada pela

configuração das chaves de potência e diodos de retorno. A Fig. 5.3 é uma melhor

disposição de parte do circuito do APÊNDICE D, e ilustra a descrição deste

parágrafo. Facilmente observa-se que a corrente através da bobina (fonte de campo

46

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magnético - L1) continuará circulando através dos diodos, contra a fonte de

alimentação (+300V), quando as chaves de potência estiverem desligadas.

Fig. 5.3: Configuração do sistema manipulador de corrente da fonte de campo

magnético (L1).

Como a Seção 2.3. referencia, o controle proporcional-integral-derivativo não

demonstrou resposta satisfatória, mesmo com um controle por histerese na malha

de corrente, apesar de muitas tentativas de ajuste. Assim, somente o controle

proporcional foi utilizado na malha de posição. Para prevenir correntes danosas ao

sistema, acrescentou-se ao controle proporcional um limitador de tensão de saída,

usando dois diodos tipo zener (4,7V), polarizados um contrariamente ao outro,

colocados em paralelo à resistência de realimentação do controlador (vide

47

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APÊNDICE B). Assim, quando a maior corrente possível for requerida (erro de

posicionamento com valor negativo máximo) a operação dos diodos limitam a saída

do proporcional em quatro volts e sete décimos (4,7V), o que pela relação

estabelecida no sensor de corrente (0,5V/A), conduz a aplicação de uma corrente de

nove ampères e quatro décimos (9,4A), e não quinze ampères, que ocorreria sem o

limitador, ou trinta ampères, em caso de falha envolvendo saturação do amplificador

operacional (gerando saída de quinze volts), sendo além de danosa, inútil, pois a

saturação observada no modelamento ocorre a partir de quinze (15) ampères (cf.

Seção 3.5). Esta limitação, entretanto, confina a obtenção do equilíbrio entre força

magnética e força peso em uma faixa de distância pouco menor que o diâmetro da

esfera padrão (c. 3cm).

Agora, com grande facilidade de ajuste, a esfera manteve-se estabilizada na

posição desejada (vide Fig. 5.4), limitada apenas pela corrente máxima de aplicação

e à faixa monitorável de posicionamento.

Fig. 5.4: Sucesso no equilíbrio da esfera em posição determinada.

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Uma visão mais ampla, mostrando a área de experimentos e seus

componentes, juntamente com a levitação em processo, é dada pela Fig. 5.5.

Fig. 5.5: Panorama da área de experimentos.

Sendo alcançado o objetivo, outros objetos ferromagnéticos foram postos na

tentativa de substituir à esfera usada e generalizar o sistema. Esferas menores,

agrupamento de esferas, um núcleo laminado - com todos o sistema obteve êxito em

equilibrar força peso e força magnética, estabilizando-os em posição definida. A Fig.

5.6 registra estas variações.

a) b)

Fig. 5.6: Demonstração com outros objetos ferromagnéticos: (a) Duas esferas

simultaneamente; (b) Um núcleo de ferro laminado.

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O esquema do circuito final é apresentado nos Apêndices (APÊNDICE A - E).

Ainda no sentido de melhorar a estabilidade por redução de interferências, e

garantir que o sistema permaneça funcionando por um tempo razoável, foi todo

montado em circuito impresso. Cabos blindados foram acrescidos à montagem

definitiva29. A Fig. 5.7 apresenta o circuito montado em base de madeira, já dotado

de conectores. Da montagem final, surgiu a necessidade de um ventilador para

forçar a circulação de ar entre as aletas do dissipador de calor, pois sua disposição

na placa dificultou troca de calor. O sistema foi modularizado, tendo a parte da fonte

de alimentação/chaves de potência e controle/acionamento em placas distintas,

interconectadas por terminais removíveis, facilitando a mudança do sistema de

controle e acionamento, na ocasião de melhorias.

Fig. 5.7: O circuito montado em placa:

Vista superior-frontal, e; Vista superior-lateral, respectivamente.

50

29O orientador, Prof. José Wilson Lima Nerys, Ph.D., comentou futuras alterações estéticas eelétricas, tais como: colocação em acrílico; modificação dos materiais de construção daestrutura experimental; acréscimo de controle integral à malha de posição, entre outras idéias.

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Com a finalidade de apresentar esta modularização e ressaltar componentes

da conjunto definitivo, uma panorâmica da montagem final é mostrada na

setorização da Fig. 5.8.

Fig. 5.8: A montagem final setorizada (Vista superior-frontal).

51

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6. Conclusões

Apesar da extrema complexidade dos eventos que envolvem o

eletromagnetismo, conforme efetivamente observado no equacionamento da planta,

e já anteriormente notado através da teoria apresentada neste trabalho, o projeto

aqui desenvolvido prova que existe um sistema de controle analógico, não

complexo, que mostre-se notavelmente eficiente no ato de simplificar a manipulação

daqueles eventos.

O relativo equilíbrio entre duas forças de origens diferentes, sendo uma delas

portadora de comportamentos não-lineares, dependente de fatores na sua maior

parte desconhecidos e ainda imprevisíveis, é conseguido por um sistema composto

de dispositivos de mercado, sendo a parte significativamente mais onerosa residente

na alta tensão/corrente, o que era esperado.

Este sistema de controle também possibilita a quase extinção da dependência

do equilíbrio entre estas diferentes forças, frente a objetos fora do padrão que iniciou

o estudo (esfera de 112 gramas e 1,25 polegadas de diâmetro), pois sem

modificação de valores de controle, o equilíbrio com estes outros objetos foi

conseguido com êxito. O sistema só encontra seu limite de capacidade no sensor de

posicionamento - que reflete na forma da região do espaço monitorada e no formato

do objeto que não causa conflitos na percepção do sensor; e na máxima corrente de

alimentação - que reflete na intensidade da força magnética e, portanto, no peso

máximo do objeto.

É necessário salientar a vulnerabilidade a ruídos, pois o envolvimento de

freqüências/correntes relativamente altas no acionamento e valores de tensão

baixos no sensor de posicionamento provoca discrepâncias nos sinais do

52

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controlador, desfazendo rapidamente o equilíbrio. Uma conveniente blindagem

eletromagnética dos condutores, e a montagem em circuito impresso, foram

capazes de sanar parte destas interferências. Entretanto, não só ruídos elétricos

causam interferências; ruídos mecânicos (e.g. trepidação da mesa) também podem

romper o equílibrio entre forças peso e magnética.

Melhorias no sensor de posicionamento, com acréscimo de fototransistores e

redução do espaçamento entre os mesmos, com intercalação; a adoção de detecção

por infravermelho, com compensação da radiação ambiente; ou ainda a utilização de

uma lógica mais aprimorada para evitar conflitos na monitoração; a utilização de um

núcleo com propriedades magnéticas mais convenientes, manifestariam-se

significativamente no equilíbrio e versatilidade do sistema. Em adição, ampliações

na capacidade de corrente aumentariam a distância de funcionamento e a

capacidade para suspensão de massas mais elevadas.

53

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APÊNDICE A

Diagrama Elétrico do Sensor

54

Fig. A1: Circuito usado no sensor de posicionamento.

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APÊNDICE B

Diagrama Elétrico do Somador / Controlador Proporcional

55

Fig. B1: Circuito que compõe o somador (erro de posição) e o controladorproporcional.

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APÊNDICE C

Diagrama Elétrico do Comparador Operando com Histerese

56

Fig. C1: Circuito usado no controle por histerese.

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APÊNDICE D

Diagrama Elétrico do Acionamento e Potência

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Fig. D1: Circuito usado para comandar a corrente da bobina.

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APÊNDICE E

Diagrama Elétrico da Alimentação

58

Fig. E1: Circuito usado para energizar os sistemas de potência, comando, controle, edetecção.

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APÊNDICE F

Lista de Componentes Utilizados na Confecção do Circuito.

Tab. F1: Lista de componentes necessários.

1 (um)Entrada: 220VSaída: 18+18V - 1,5A

Transformador1 (um)275 k20Varistor1 (um)VermelhoLED2 (dois)Diodo Zener, 4,7V1N4733AC4 (quatro)Diodo retificador1N40041 (um)STTA1206DI1 (um)BYT60P4001 (um)DiodoBYV291 (um)MOSFETIRPF4501 (um)IGBTIRGPC40UD2

1 (um)Sensor de corrente,1:1000

LA50-P

1 (um)Regulador de tensão,12V

7812

1 (um)Regulador de tensão,-15V

7915

1 (um)Regulador de tensão,15V

78151 (um)Ponte retificadoraSKB25/08

1 (um)Acionador das chaves depotência.

IR2110

1 (um)Conjunto de quatroAmplificadoresoperacionais.

MC34074P7 (sete)FototransistorTIL781 (uma)12V/5WLâmpada incandescente

1 (uma)Esfera de aço, derolamento de maquináriopesado, com diâmetro de1,25pol.

Esfera

1 (uma) c. 3300 espiras decondutor de cobre com1,5mm2, sobre núcleo deferro laminado17x2x2cm3.

BobinaQuantidadeDescrição/ComplementoComponente

Continua...

59

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Tab. F1: Lista de componentes necessários (Continuação).

--Conectores, cabos eoutros.

1 (uma)220V/30AChave liga/desliga

1 (um)Circulação de ar nasaletas do dissipador decalor.

Ventilador

1 (um)Unidade que ligatermicamente chaves depotência, diodos deretorno e ponteretificadora.

Dissipador de calor1 (um)10A1 (um)200mAFusível1 (um)1kΩPotenciômetro1 (um)100kΩ1 (um)5kΩTrimpot1 (um)560kΩ, 1/2W1 (um)330kΩ, 1/8W3 (três)11kΩ, 1/8W1 (um)10kΩ, 20W10 (dez)10kΩ, 1/8W1 (um)1,2kΩ, 1/8W3 (três)1kΩ, 1/8W8 (oito)910Ω, 1/8W3 (três)100Ω, 1/8WResistor2 (dois)2200uF/425V, eletrolítico2 (dois)470uF/400V, eletrolítico2 (dois)330uF/25V, eletrolítico1 (um)220uF/25V, eletrolítico1 (um)22uF/63V, eletrolítico1 (um)220nF/35V, tântalo3 (três)100nF/250V, poliéster3 (três)100nFCapacitorQuantidadeDescrição/ComplementoComponente

60

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APÊNDICE G

Arquivo de Dados para Análise Computacional - data_lev.m

% dados experimentaislev=[[0 .25 .5 .75 1 1.25 1.5 1.75 2 2.25 2.5 2.75 3 3.25 3.5 3.75 4 4.25 4.5 4.75 5 5.25 5.5 5.75];[4.4 112 111 110 108 107 105 103 101 99 98 96 95 93 92 90 89 87 86 84 83 81 80 78 ];[4.14 112 111 110 108 106 104 102 100 98 96 94 92 90 89 87 85 83 81 79 77 74 72 nan ];[3.85 112 110 109 106 104 101 98 95 92 90 87 85 82 80 78 75 72 70 67 61 57 nan nan ];[3.57 111 110 107 104 100 96 91 87 83 79 76 72 69 65 61 58 54 50 46 42 39 nan nan ];[3.29 110 108 105 100 95 89 83 77 71 66 61 56 51 47 42 37 32 27 22 17 12 nan nan ];[3.01 110 108 104 99 94 87 81 74 69 63 58 53 48 43 38 33 27 22 17 12 nan nan nan ];[2.73 110 107 102 95 88 79 71 62 55 47 40 34 27 19 11 0 nan nan nan nan nan nan nan ];[2.48 109 105 98 90 79 66 56 44 34 23 11 4 nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan ];[2.18 109 103 94 82 68 53 37 21 7 nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan ];[1.95 108 100 89 72 55 32 9 nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan ];[1.67 106 95 78 57 30 2 nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan ];[1.38 104 88 65 33 nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan nan ]];

% As definicoes dos vetores para graficosdistanciacm=2:13;correnteA=2:24;pesocorrente=2:24;pesodistancia=2:13;

% Os parametros do controladorkp=12;ki=10;kd=5;

% A posicao inicial [m]pos_inicial=0.025;

% e a posicao desejada [m]dw=0.016;

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global syncron l h m resistencia fonte_tensao tp frequencia

% fonte de tensao [V]fonte_tensao=60;

% corrente de inicializacao [A]start_current=3.25;

% resistencia da bobina [ohms]resistencia=10;

% raio da esferam=0.015;

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APÊNDICE H

Arquivo de Comandos para Relacionar os Dados Experimentais com uma FunçãoMatemática - equation.m

global a p q r

% Valores de massa virtual estao em data_lev.mdata_lev;

% Calculando 'a' e 'b', para todas as curvas de corrente constante...% A funcao eh exp(a*d+b), onde 'd' eh a distancia.

for i=2:24, dd=2; for d=2:13, if ~isnan(lev(d,i)) data(d-1)=lev(d,i); if data(d-1)==112 % Valores que produzirao zero no argumento do logaritmo sao

% rejeitados. dd=d+1; end end end if size(data,2)>=2 aandb(i-1,:)=polyfit(lev(dd:size(data,2)+1,1)',log((112-data(1,dd-1:size(data,2))).^(-1)),1); end clear data; clear dd;end

% Valores de 'a' e 'b'...% aandb

% entendendo a variacao de 'b' como funcao da corrente...% b(I)=-exp(r)*I^(p*log(I)+q)bfun=polyfit(log(.5:.25:5),log(-aandb(2:20,2)'),2);

% fazendo 'a' o valor medio...a=median(aandb(:,1));

% Parametros da funcao 'b'...p=bfun(1);q=bfun(2);r=bfun(3);

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% A funcao completa usada eh...% massa virtual = exp(a*d)*exp(exp(r)*I^(p*log(I)+q)) [g, cm, A]

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APÊNDICE I

Arquivo de Comandos para Traçar Algumas Curvas - fd_c.m

figure;hold on;

for i=2:24, plot(lev(distanciacm,1),112-lev(pesodistancia,i));endplot(lev(distanciacm,1),112*ones(size(lev(distanciacm,1))));title('Forca x distancia [g-f; cm]');

figure;hold on;

for i=2:13, plot(lev(1,correnteA),112-lev(i,pesocorrente));endplot(lev(1,correnteA),112*ones(size(lev(1,correnteA))));title('Forca x corrente [g-f; A]');

figure;hold on;

for i=2:24, plot(lev(distanciacm,1),log((112-lev(pesodistancia,i)).^(-1)));end

for i=2:24, dd=2; for d=2:13, if ~isnan(lev(d,i)) data(d-1)=lev(d,i); if data(d-1)==112 dd=d+1; end end end if size(data,2)>=2 aandb(i-1,:)=polyfit(lev(dd:size(data,2)+1,1)',log((112-data(1,dd-1:size(data,2))).^(-1)),1); end clear data; clear dd;end

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aandb

d=0:.1:5;

d=1.38:.1:4.5;

figure;hold on;plot(log(.5:.25:5),log(-aandb(2:20,2)),'y+');

bfun=polyfit(log(.5:.25:5),log(-aandb(2:20,2)'),2);

c=.01:.1:5;plot(log(c),bfun(1)*log(c).^2+bfun(2)*log(c)+bfun(3),'c');

figure;hold on;c=.0001:1:50;plot((c),-c.^(log(c.^bfun(1))+bfun(2))*exp(bfun(3)),'c');

a=median(aandb(:,1))p=bfun(1)q=bfun(2)r=bfun(3)

figure;hold on;

for i=2:3:24, plot(lev(distanciacm,1),9.8*(112-lev(pesodistancia,i))/1000,'y'); plot(d,9.8/1000*(exp(a*d-exp(r)*lev(1,i).^(log(lev(1,i).^p)+q))).^(-1),'c');endaxis([1.25 4.75 0 1.10]);title('Forca x distancia [N;cm]')

figure;hold on;

for i=2:3:24, plot(lev(distanciacm,1),log(9.8/1000*(112-lev(pesodistancia,i))),'y'); plot(d,log(9.8/1000*(exp(a*d-exp(r)*lev(1,i).^(log(lev(1,i).^p)+q))).^(-1)),'c');endtitle('log(Forca) x distancia [cm]')

clear aandb;

figure;hold on;

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d=0:.1:6;for i=0:1:10, plot(d,-112+(exp(a*d-exp(r)*i.^(log(i.^p)+q))).^(-1),'w');endplot(d,112*ones(size(d)),'m-');axis([0 6 -112 20]);title('g-f x distancia [g-f;cm]')text(4,15,'corrente: 0:1:10A');

figure;hold on;

i=0:.1:6;for d=0:.5:6, plot(i,-112+(exp(a*d-exp(r)*i.^(log(i.^p)+q))).^(-1),'w');endplot(i,112*ones(size(i)),'m-');axis([0 6 -112 20]);title('g-f x Corrente [g-f;A]')text(3,-125,'distancia: 0:.5:6cm');

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Referências Bibliográficas

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México, Editorial Limusa, SA, 1982. p. 35-77.

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Índice Remissivo

2

2110, 17, 37, 45

B

balança eletrônica, 21, 23bobina, 19

C

Cabos blindados, 51campo magnético estacionário, 3campo magnético, H, 4Características magnéticas, 20chave de potência, 47ciclo de histerese, 8circuito impresso, 51Conclusões, 54constantes do controlador, 39Controlador, 36controlador derivativo, 13controlador integral, 12controlador proporcional, 12controlador proporcional-integral-derivativo, 13, 36controlador proporcional-integral-derivativo (PID), 12controle analógico, 11controle por histerese, 12, 15, 37, 46controle proporcional, 12corrente, 46

D

densidade de fluxo magnético, B, 4deslocamento na força magnética, 27diâmetro, 21diodo de retorno, 47diodos tipo zener, 48discretização, 44distância, 24domínios, 7

E

efeito Hall, 15, 46

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equilíbrio, 50equílibrio, 55Esfera, 34Estabilidade, 39

F

Faraday, 1fluxo magnético, F, 5Fonte de Campo Magnético, 19, 23, 32Fonte de Força Magnética, 32força, 24força de Lorentz, 6força magnética, 24fototransistor, 21, 44função logarítmica, 24

G

Gauss, 1

H

Henry, 1histerese, 7, 36

I

indutância, 5Interfaceamento, 37interferências, 51interpolação, 27IR2110, 18

L

lâmpada incandescente, 44Lei Circuital de Ampère, 4Lei de Ampère, 4Lei de Biot-Savart, 3Lei de Faraday, 9Lei de Lenz, 9levitação, 1logaritmo, 24

M

MagLev, 2magnetita, 1, ii, 61massa, 21, 23Matlab, 24Matlab/Simulink, 32Maxwell, 5

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Melhorias, 55modulação em largura de pulsos (Pulse Width Modulation - PWM), 45momento eletrônico de spin, 7Movimento, 34

N

núcleo laminado, 19

O

Oersted, 1

P

perdas por histerese, 9planta do sistema, 36programação, 27

R

realimentação, 1relutância, 9resistor fotossensível (LDR), 44Resultados, 44ruídos, 54ruídos elétricos, 55ruídos mecânicos, 55

S

saturação, 29, 49sensor, 45sensor de posicionamento, 54somador inversor, 15

T

transformada de Laplace, 12transistor bipolar de porta isolada (Insulated Gate Bipolar Transistor - IGBT), 17transistor de efeito de campo de porta isolada por óxido metálico(Metal-Oxide-Semiconductor Field-Effect Transistor - MOSFET), 17

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Procedeu-se a tradução para o formatoMS Word para Windows 95, versão 7.0,

e subseqüente atualização e correções noMicrosoft Word 97, da Microsoft Corporation.

As figuras foram editadas através doMicrosoft Paint para Windows 98 e do

PhotoImpact, versão 4.0, da Ulead Systems, Inc.As imagens foram digitalizadas utilizando o

TWAIN-compliant Scanner Controller for Windows, versão 2.46, da MicrotekInternational Inc.

Os esquemas dos circuitos foram editados noMicroSim Schematics, Evaluation Version 8.0, da MicroSim Corporation.

A análise computacional foi efetuada noMatlab, versão 5.3 (R11) e Simulink, versão 3.0 (R11), da The MathWorks, Inc.

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