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lEYLA rEGIS
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Stricto Sensu em Educação Física
A PERCEPÇÃO CORPORAL DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA PROJEÇÃO SOBRE O CORPO
EUTRÓFICO E OBESO
Brasília - DF 2011
Autora: Leyla Regis de MenesesOrientadora: Profa. Dra. Gislane Ferreira de Melo
LEYLA REGIS DE MENESES SOUSA
A PERCEPÇÃO CORPORAL DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA
PROJEÇÃO SOBRE O CORPO EUTRÓFICO E OBESO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Educação Física.
Orientadora: Dra. Gislane Ferreira de Melo
Brasília 2011
Dissertação de autoria de Leyla Regis de Meneses Sousa, “A percepção corporal de
profissionais de Educação Física e sua projeção sobre o corpo eutrófico e obeso”,
requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação Física, defendida e
aprovada em 14 de dezembro de 2011 pela banca examinadora abaixo assinada:
Profa. Dra. Gislane Ferreira de Melo Orientadora
Mestrado e Doutorado em Educação Física - UCB
Prof. Dr. Daniel Alexandre Boullosa Alvarez Universidade Católica de Brasília - UCB
Prof. Dr. Nilton Formiga Faculdade Maurício de Nassau
Profa. Dra. Tânia Mara Vieira Sampaio Universidade Católica de Brasília - UCB
Brasília - DF 2011
Dedico este trabalho a DEUS, sempre amigo, companheiro, responsável pela minha existência, concedendo-me fé e esperança que dias melhores virão. Ao amado esposo, Murilo de Carvalho; Aos meus queridos pais, Pedro e Geniza; Meu irmão Pedro Filho e sobrinho Mateus; E às minhas orientadoras Gislane Ferreira e Adriana Giavoni (in memorian).
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, quero agradecer a DEUS, que me deu força e coragem, iluminou meus
caminhos e pensamentos, me ajudou a superar cada desafio guiando-me por onde seguir
nestes dois anos de caminhada, e claro, pelas oportunidades profissionais que me destinou.
Você realmente é providencial!!!
Aos Santos amados e amigos: Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora do Desterro,
São Francisco e Santo Antônio por irradiar minha vida com suas graças!
A meu esposo Murilo de Carvalho, amado, amigo e companheiro, por participar dos
momentos de alegria e angústia. Obrigada, foi mais fácil com você ao meu lado. AMO-TE!!!
Ao meu pai, homem guerreiro, trabalhador e honesto que sempre buscou o melhor
para sua família e que sempre apostou e acreditou em mim. Herói, amigo digno de todo amor
que sinto por ele, Obrigada, pai!
À minha mãe, flor amada, mulher trabalhadora e sensível. Mãe, você é minha
florzinha! Aproveito a oportunidade para agradecer-lhe pela vida.
Ao meu único irmão, Pedro Filho, amigo e prestativo e ao meu sobrinho Mateus.
Lindo!
À Profª Drª Adriana Giavoni, in memorian que passou pela minha vida feito um raio e
eu nem ao menos pude dizer o quanto eu a admirava, que Deus esteja contigo!
De modo especial, à minha Orientadora Profª Drª Gislane Ferreira de Melo que
acolheu esta mestranda cheia de sonhos e pretensão, no momento que fiquei órfã de
orientadora, sempre paciente, amiga, inteligente, cheia de conhecimentos estatístico e bastante
humilde. Saiba que a tenho como referência, suas risadas foram a minha energia. Sinto-me
lisonjeada por seres minha orientadora!
A todos os professores da Universidade Católica de Brasília que contribuíram de
forma admirável nestes dois anos de formação, em especial à professora Tânia Mara, sábia e
competente.
À Genuvina Melo (Duduzinha), eterna amiga de infância e revisora oficial deste
projeto.
Aos amigos e companheiros do Mestrado, em especial Edvaldo César (jovem), Márcia
Cristiane, professor Raul Feitosa, à amiga conquistada no percurso desta empreitada, Ângela
Vasconcelos, por ter dividido o mesmo teto e feito dessa fase uma passagem mais alegre, pelo
companheirismo que foi muito precioso no período de elaboração deste projeto.
À minha Coordenadora e amiga Maria Beike Waquim Figueiredo, pelo incentivo,
exemplo e pelo muito que aprendi na minha graduação.
Aos alunos da Faculdade Aliança de modo especial os de Educação Física e os da
Universidade Estadual do Piauí, que cooperaram com cada questionário solicitado, vocês são
lindos! Obrigada!
Aos alunos do Curso de Educação Física da Universidade Federal do Piauí e aos
alunos do PARFOR que colaboraram nas respostas do questionário. Agradeço de coração.
Aos professores da Universidade Federal do Piauí que permitiram que eu adentrasse
nas suas salas de aulas para aplicar os questionários: professores David Emérito, Ana Maria e
José Nelson.
A todos os profissionais de Educação Física das Academias Eugênio Fortes, By Side,
Demóstenes Ribeiro, Diana Carvalho, Pro Fit e Ricardo Paraguassu que responderam
prontamente ao questionário de pesquisa.
Aos alunos da Escola “Helena Aquino” e “Presidente Castelo Branco” que também
contribuíram no preenchimento dos questionários.
Aos professores que aceitaram o convite para participar da banca e executaram suas
contribuições no sentido de promover a leitura crítica do meu trabalho e torná-lo cada vez
mais científico, por meio de valiosas sugestões.
À FUNPESQ e a SEDUC pelo financiamento concedido.
A todos os autores citados na bibliografia que com suas pesquisas pré-existentes
contribuíram neste constructo.
Enfim, a todas as pessoas que colaboraram direta ou indiretamente para a
concretização deste trabalho.
Obrigada!!!!
“Enfim, é bom chegar ao fim de uma jornada,
mas é a jornada que conta, não o fim". (Desconheço o autor) “O Senhor é meu pastor e nada me faltará...”.
(Salmo 23)
RESUMO
SOUSA, Leyla Regis de M. A percepção corporal de profissionais de Educação Física e sua projeção sobre o corpo eutrófico e obeso 2011. 86f. Dissertação do curso de mestrado em Educação Física – Universidade Católica de Brasília, Brasília (DF), 2011.
A percepção da imagem corporal e suas relações com a saúde física e mental dos indivíduos é uma assunto que está em voga. Então o trabalho do profissional de Educação Física deve ser investigado já que a ferramenta principal da sua arte é a saúde do corpo. Assim, o objetivo deste estudo é avaliar se há discrepância na imagem corporal destes profissionais e se sua percepção de corpo influencia na aplicação de estereótipos e na prescrição de exercícios físicos. Para tanto, foram utilizadas escala de avaliação da silhueta feminina, de dimensões e proporções corporais e, construída uma escala de silhuetas masculina. A amostra da validação da escala foi composta por 211 homens e o teste t pareado mostrou que a mesma tem validade confirmada. Para avaliação da percepção da imagem corporal e os estereótipos participaram da amostra 207 sujeitos, sendo 50,7 % do sexo feminino com média de idade 27-54 ± 5,75; IMC médio de 23-89 ± 3,67; tempo médio de profissão de 4,02 ± 3,6 anos (1-21); média de peso de 67-79 ± 15,30 kg/m2 e média de estatura de 1,68 ± 0,09 cm. Para avaliação dos dados foram rodados o teste ANOVA Two Way para amostra repetidas. O resultado, porém, permitiu constatar que as imagens idealizadas por parte dos profissionais de Educação Física do sexo feminino foi a de perfil magro (conforme silhueta 04) da escala e o grupo masculino foi de perfil musculoso (03). No entanto, quanto à projeção da imagem, ambos projetaram forma semelhante tanto para o aluno eutrófico quanto para o aluno com sobrepeso, a dizer, imagens de grandes proporções, distanciando assim do padrão de corpo que a sociedade impõe. Outrossim, os resultados permitiram demonstrar ainda que, a Escala de Silhueta Masculina (ESM) é capaz, pelos resultados estatísticos, de avaliar com confiabilidade a percepção corporal de homens jovens e adultos nos diferentes perfis somatotipo: musculoso, magro e obeso, podendo confirmar a validade da mesma. O respectivo estudo possibilitou ainda comprovar que, os profissionais de Educação Física de ambos os sexos idealizam para si imagem corporal imposta pelo meio social, sendo que as mulheres almejam silhuetas mais magras com músculos visíveis e os homens silhuetas mais musculosas. Não manifestaram discrepâncias nas suas imagens, porém, possuem concepções estereotipadas, uma vez que não depositaram muitas expectativas nos alunos com sobrepeso no alcance de suas metas, mesmo estes sendo submetidos a treinamento intensivo.
Palavras-chave: Autoconceito, Discrepância, Imagem corporal, Estereótipos.
ABSTRACT
SOUSA, Leyla Regis de M. Physical Education professionals’ body perception and their projection over the eutrophic and obese body. 2011. 86f. Master Degree Dissertation in Physical Education. Universidade Católica de Brasília, Brasília (DF), 2011.
The body image perception and its relation to the individuals’ physical and mental health is a very current issue. Then, the work of the physical education professional is supposed to be investigated inasmuch as their main working tool is body’s health. Thus, this study aims at evaluating if there is discrepancy in the body image of those professionals as well as if their body perception influences on both the stereotype application and the prescription of physical exercises. The research used a female silhouette scale for evaluation purposes, a scale for body dimensions and body proportions and a male silhouette one. 211 male subjects were used as a sample to validate the scale and the paired t-test confirmed its validation. To assess both body image perception and stereotypes 207sample subjects were used, among those 50,7% were women aged 27-54 ± 5,75; Body Image Index rating 23-89 ± 3,67; professional activity rate of 4,02 ± 3,5 years (1-21); body weight rate of 67-79 ± 15,30 kg/m2 and height rate of 1,68 ± 0,09 cm; The Two-Way ANOVA test was used to evaluate the data regarding repeated measures. The result, thus, made possible to prove that the idealized images of female physical education professionals was of a thin silhouette (silhouette 4) of the scale, and male professionals’ image was of a muscular profile (03). Nevertheless, concerning the image projection, both projected a similar shape for both the eutrophic and the overweight student. Great proportion images are far away from the ideal body standards society imposes. The results also showed that the Male Silhouette Scale (MSS) may reliably evaluate, through statistics, body perception of both young and grown-up men in different somatotype profiles: muscular, thin, and obese , which assures its validity. The present study proved as well that both male and female physical education professionals idealize a body image imposed by society for them. Women dream of thinner silhouettes with visible muscles while men dream of muscular silhouettes. Although no discrepancies in their images were showed, they have stereotyped conceptions inasmuch as they did not expect the overweight students to get their goals accomplished, even though these students were under intensive treatment.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
2 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 4
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................. 4
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................................................... 4
3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 5
3.1 AUTOCONCEITO .............................................................................................................. 5
3.1.1 Pressupostos Históricos e Teóricos do Autoconceito ....................................................... 5
3.1.2 Características do Autoconceito: Multidimensionalidade e Complexidade ..................... 6
3.2 PROCESSO AVALIATIVO DO AUTOCONCEITO: A IMAGEM CORPORAL ............ 8
3.2.1 Contexto Histórico e Conceituação da Imagem Corporal ............................................... 8
3.2.2 A Construção da Imagem Corporal ................................................................................ 10
3.2.3 Aspectos Psicossociais da Imagem corporal .................................................................. 11
3.2.4 O contexto Atual da Imagem Corporal ........................................................................... 13
3.3 A OBESIDADE ................................................................................................................. 14
3.3.1 A Imagem Corporal no Contexto Psicossocial do Obeso ............................................... 14
3.3.2 Estereótipos e Obesidade ................................................................................................ 16
4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 22
4.1 AMOSTRA ........................................................................................................................... 22
4.2 INSTRUMENTOS .................................................................................................................. 22
4.3 PROCEDIMENTOS ................................................................................................................ 25
4.4 DELINEAMENTO E ANÁLISE ESTATÍSTICA .......................................................................... 28
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 29
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 42
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 44
8 APÊNDICE ......................................................................................................................... 50
9 ANEXOS ............................................................................................................................. 67
1
1 INTRODUÇÃO
O autoconceito é um constructo subjetivo, elaborado ao longo da vida e percebido
pelo indivíduo de forma intrínseca. Concebido através de crenças, valores sociais e culturais,
agrega valores positivos e negativos em sua estrutura (GIAVONI; TAMAYO, 2000). Kanno,
Rabelo, Melo e Giavoni (2008) descrevem o autoconceito com sendo uma combinação de
cognições, afetos, sentimento e valores que o indivíduo possui a respeito de si mesmo, dos
outros e do meio no qual esta inserido.
Segundo Silva (2000), o autoconceito geral é subdividido em autoconceito
acadêmico, social, emocional e físico. O autoconceito acadêmico diz respeito aos aspectos
centrais como a linguagem, Matemática, História, Geografia, entre outras. Enquanto que no
autoconceito não acadêmico aparecem conectados três domínios: o físico, ligado a aparência
física e a aptidão física; o emocional, que conjectura o estado emocional do indivíduo e, o
social, que reproduz a as afinidades dos indivíduos para com os outros e para a sociedade em
geral.
A imagem corporal assume diferentes perspectivas que muitas vezes gera
discordâncias e questionamentos de caráter conceitual. Porém, sua característica principal é o
de representar como o ser humano vivencia seu corpo, situando-o no contexto subjetivo e na
relação com outras imagens, onde, há uma avaliação do próprio corpo com referencial ao
corpo do outro no sentido de ver, perceber e qualificar. É, portanto, uma temática que desperta
interesse, uma vez que, corpo e aparência são atributos marcantes de nossa sociedade.
De acordo com Shilder (1999), a imagem corporal é o desenho de nosso corpo
constituído em nossa mente, ou seja, a forma pelo qual o corpo se apresenta para nós. Na
visão de Tavares (2003) envolve todas as formas pelas quais o sujeito experiencia seu corpo e
o conceitua, compreendida como um fenômeno singular, estruturado na existência subjetiva
em um contexto relacional.
A imagem corporal é formada por de vários aspectos, dentre eles, os motores, sociais
e afetivos, que o indivíduo executa e manifesta através do seu corpo. Esta concepção está
diretamente relacionada ao âmbito do contexto social midiático, que propõe padrões
corporais, tais como: juventude feminina (magreza e beleza) e juventude masculina (musculo
e definição). Estes ideais sociais circulam de forma bem clara pela mídia televisiva, revistas e
jornais, o que reforça o entendimento de que a construção da imagem corporal sofre
influência do ambiente cultural no qual o indivíduo está inserido.
2
No contexto atual, o ideal para a cultura brasileira são corpos magros, firmes,
esbeltos e delineados. Os indivíduos que não se encontram dentro deste ditame cultural,
podem desenvolver uma imagem corporal negativa de si, resultando em insatisfação com o
corpo e, consequentemente, produzindo um sentimento de exclusão e discriminação, gerando
assim uma baixa autoestima e depressão (KANNO; RABELO; GIAVONI; MELO, 2008;
LUDORF, 2009).
Desta forma, pode-se observar que a liberdade na gestão do corpo soma-se à teoria
da autodiscrepância, que é a diferença entre a percepção de corpo real e ideal, isto é, o que
somos e gostaríamos de ser (QUEIROZ, 2008; KANNO ET AL., 2008), fazendo com que
indivíduos busquem, cada vez mais, meios exagerados e até ilícitos para ter um corpo
perfeito. Nesses casos, a estética torna-se motivo de complexos psicológicos, de problemas
existenciais e até problemas de relacionamentos entre pessoas, desencadeando baixa
autoestima, distorções da imagem corporal e padronização de estereótipos (LUDORF, 2009).
Na busca por alterações rápidas e visíveis está incluída a prática exagerada de
atividade física. Mulheres, homens, jovens e idosos, magros e gordos procuram nesta prática
um meio para sanar seus conflitos corporais. Conflitos estes que em sua maioria estão
relacionados aos conceitos impostos pela sociedade, os quais são denominados de
estereótipos. Para Melo, Giavoni e Trocóli (2004), estereótipo é uma construção cognitiva ou
sóciocognitiva que leva em consideração as características partilhadas por determinados
grupos.
Nesta perspectiva, o profissional de Educação Física muitas vezes se vê preso a estas
distorções com sua própria imagem corporal, ou seja, ninguém por mais que trabalhe na área
da saúde estará isento de apresentar distúrbios psicológicos com relação a sua imagem. A
profissão em questão já apresenta características impostas que podem, muitas vezes, levar este
profissional a desencadear estereótipos corporais. Geralmente, utilizam-se dois estereótipos,
um para o corpo feminino, de magro e esbelto e outro de elevado componente muscular para
os homens (ASSUNÇÃO, 2002). Nos homens, as preocupações com a má aparência são mais
sutis, a sociedade se mostra mais complacente em aceitar o corpo masculino, enquanto para o
feminino, o rigor é de tal ordem que não tem justificativa (NOVAES; VILHENA, 2003).
Diante do exposto, esta pesquisa buscou perceber se o profissional esboça seu ideal
de imagem corporal para seus alunos e se isso interfere na sua prescrição de exercícios.
Perguntas como: A imagem corporal ideal dos profissionais de Educação Física se assemelha
aos padrões impostos pelo contexto social? Estariam estes profissionais projetando suas
concepções de corpo ideal em seus alunos? E se estiverem, esta imagem corporal idealizada
3
por estes profissionais poderia intervir na prescrição dos exercícios e, consequentemente, nos
resultados, uma vez que estes podem não ser compatíveis com os objetivos de seus alunos?
Há aplicação de estereótipos por estes profissionais sobre seus alunos que se distanciam do
seu padrão corporal ideal?
Partindo do pressuposto, de que o profissional de Educação Física se vê,
constantemente, empenhado com técnicas corporais e com a cultura do corpo nos mais
variados espaços como: escolas, academias de ginástica, clubes, universidades e demais
espaços sociais (LUDORF, 2009), este profissional assumiria o papel de potencializador,
contribuindo para a formação de valores, crenças subjetivas e até estereotipadas?
Pesquisas já investigaram o quanto a imagem corporal influencia a percepção dos
indivíduos e quais são as consequências desta percepção no próprio indivíduo (BOSI, LUIZ,
UCHIMURA, OLIVEIRA, 2008; MACHADO, PEREIRA, SILVA, GONÇALVES, 2007;
SERNAGLIA, DUARTE, DÉA, 2010). Porém, não foram encontrados estudos que avaliavam
se estas percepções corporais interferem na atuação de profissionais de Educação Física. Um
estudo com o mesmo objetivo, realizado por Kanno e Giavoni (2009) foi feito com
nutricionistas, tornando-se nossa referência principal para discussões futuras.
Diante de tantos questionamentos e, devido à natureza de intervenção pedagógica do
profissional de Educação Física, sentiu-se a necessidade de verificar até que ponto este
profissional lida com as suas concepções de corpo na contemporaneidade, dentre as quais se
destaca a idealização da dimensão estética que vem adquirindo contornos gigantescos na
atualidade.
Portanto, o foco principal deste estudo é verificar se os profissionais de Educação
Física idealizam para os seus alunos a imagem corporal que concebem para si e se há
influência na sua prescrição de exercícios.
4
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Avaliar a discrepância na imagem corporal de profissionais de Educação Física e se
tal aspecto influencia na percepção de imagem que estes têm de seus alunos e na prescrição de
exercícios físicos.
2.2 Objetivos Específicos
• Elaborar uma escala de Imagem Corporal Masculina;
• Analisar a discrepância entre a imagem real e ideal destes profissionais;
• Verificar se os profissionais de Educação Física idealizam para os seus alunos a
imagem corporal que concebem para si e se há influência na sua prescrição de
exercícios;
• Identificar se há aplicação de estereótipos pelos profissionais de Educação Física sobre
os alunos que se distanciam do seu padrão de corpo ideal.
5
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 AUTOCONCEITO
3.1.1 Pressupostos Históricos e Teóricos do Autoconceito
O autoconceito pode ser definido como a ideia que cada sujeito configura acerca de
si próprio, das suas habilidades, atitudes e valores nas diferentes perspectivas existenciais,
física, social ou moral (CARAPETA; RAMIRES; VIANA, 2001) Segundo Sonoo, Hamada e
Oshino (2008) este construto é capaz de se modificar e se reestruturar segundo o
desenvolvimento do indivíduo.
A abordagem de alguns teóricos acerca de autoconceito como uma temática
complexa reporta a perspectivas diversas. Em 1890, Wiliam James tornou-se dos estudos
sobre o autoconceito procurando uma unidade psicológica do sujeito através da continuidade
e consistência do comportamento deste (SILVA, 2000). Seus estudos foram prejudicados já
que psicólogos behavioristas boicotaram suas ideias por acharem as mesmas muito
“mentalistas” para a época.
Em 1943, Allport volta a referenciar o tema com muita expressão na Psicologia
Social (TAMAYO, 2001) e na década de 70 dá-se um ressurgimento do estudo do
autoconceito através de Marsh e Hater, que começaram a evidenciar uma consciência
progressiva da sua relevância em diferentes comandos da atividade humana (SILVA, 2000).
Os estudos de James (1890) revelaram uma distinção entre dois pontos importantes
do Eu (Self): I-self e Me-self. Sendo o I-self considerado como sujeito, o conhecedor;
enquanto o Me-self é o objeto, o conhecido, um agregador de coisas e conceitos que,
objetivamente, são considerados como pertinentes ao self (GIAVONI, 2000; GIAVONI,
TAMAYO, 2001, 2003, 2005, 2010).
Assim sendo, o autoconceito produz uma sensação de posse que engloba além do
nosso eu (self) todos os nossos pertences e isso inclui objetos e pessoas de um modo geral,
inclusive as que fazem parte do nosso mundo, que servem de “espelho” para nós, produzindo
6
uma impressão de dualidade eu e os objetos (Me Self) (GIAVONI, 2000; GIAVONI;
TAMAYO, 2010).
No entanto, na visão de Cunha, Sisto e Machado (2007), o sujeito não nasce com um
autoconceito predefinido, mas o constrói desde a infância, aprimorando-o no decorrer de toda
sua vida. Este autoconceito sofre, ainda, influências das relações com os familiares, na
escola, no trabalho, dentre outros, o que irá permitir a individualização e a independência no
momento em que o sujeito se iguala e se diferencia (SISTO, MARTINELLI, 2004;
ZUGLIANI; MOTTI; CASTANHO, 2007)
Na idade adulta, o autoconceito assume um caráter de maior autonomia, uma vez que
o indivíduo toma decisões próprias, no tocante à escolha da profissão, do trabalho
propriamente dito, casamento e maternidade, estando estas associadas à sua aceitação plena e
necessidade de ser vislumbrado como capaz de escolher seus próprios caminhos.
Nos idosos, o autoconceito está muito ligado à submissão da aparência física que se
ajusta gradativamente no transcorrer da passagem dos anos, seguindo um processo de
construção e reconstrução, devido às implicações de caráter patológico e psicológico.
Reforçando esta idéia, Matsuo et al (2007) evidencia que a imagem corporal dos idosos não
sofre distorção apenas porque estas pessoas envelheceram, mas pelas alterações e problemas
vivenciados como patologias, perca da autonomia e, principalmente, a influência de
estereótipos.
3.1.2 Características do Autoconceito: Multidimensionalidade e Complexidade
Cada pessoa possui sua própria identidade, isto é, seu autoconceito, no qual estão
presentes seus valores, crenças e normas. Os indivíduos têm capacidade de se reconhecerem
como diferentes tanto na dimensão física quanto mental, desta forma são capazes de perceber
que cada pessoa enxerga o mundo diferentemente (MICHENER, 2005).
Em seus estudos, Tamayo et al (2001, p.158), classificou três componentes do
autoconceito: “o avaliativo, o cognitivo e o comportamental, aparentemente diferentes porém,
interdependentes”. O primeiro é denominado autoestima consiste na avaliação integral que a
pessoa faz do seu próprio valor. Normalmente, a autoestima se destaca pela aceitação de si
mesmo como pessoa e por sentimentos que agregam de valor pessoal e de autoconfiança. O
segundo, denominado aspecto cognitivo é formado pelas percepções que o indivíduo tem dos
7
traços, das características e das habilidades que possui ou anseia possuir. E o terceiro, o
aspecto comportamental integra as estratégias de auto apresentação utilizadas pelo
indivíduo, com o objetivo de transmitir aos outros uma imagem positiva de si (TAMAYO et
al., 2001).
Em se tratando da hierarquização e da multidimensionalidade do autoconceito,
Tamayo (1981) afirma que há uma hierarquização nas várias dimensões do self: self social,
self pessoal, self somático e self ético-moral, que são acomodadas de acordo com o
dinamismo individual, da relação com as outras pessoas e pelo contexto que estas se
encontram. No entender de Tamayo (1981), o self somático abrange os seguintes itens: O ser
humano habita em um corpo, que é físico, e unicamente seu; existem percepções que o seu
corpo proporciona direta ou indiretamente; a percepção que as outras pessoas que interagem
com este indivíduo têm do corpo deles. O respectivo self na concepção do autor por meio dos
estudos de Shilder (1999) comporta o conceito de imagem corporal, que apresenta os eventos
do membro fantasma, da imagem social do corpo e os efeitos da beleza sobre esta imagem.
Segundo Santana (2003) o indivíduo organizará as suas concepções de corpo de
acordo com contexto sociocultural no qual o mesmo está inserido, formando um corpo
psicológico diferente do corpo biológico. A aparência do corpo físico, que é subjetivo, assume
também uma dimensão social, uma vez que nos julgamos se “belos ou feios” através de
preceitos socialmente construídos e esta dimensão assume, portanto, o self somático
construído de maneira individual e ao mesmo tempo social. A aparência física tem dimensão
social, nós nos avaliamos bonitos ou feios porque a sociedade nos avalia assim.
Reforçando esta linha de raciocínio, Tamayo (1981) enfatiza ainda que: a aparência
física e o estado físico são elementos fundamentais do self somático. O sucesso nas relações
sociais tem ligação com a qualidade estética do corpo e que está intimamente relacionada com
o self somático.
As mudanças de padrões na imagem corporal são construídas e reconstruídas pela
sociedade. Kanno et al (2008) afirma que o autoconceito assume uma estrutura
multidimensional constituído por uma série de aspectos tanto central (self real) quanto
periférica (self real, self ideal e self desejável), às quais levaram alguns autores a postularem a
teoria da autodiscrepância. Esta teoria foi proposta a partir da subdivisão de três domínios
básicos do self.
O self real está referenciado às percepções que agregam características e/ou atributos
que o indivíduo possui ou acredita possuir; o self ideal trata das aspirações, metas e anseios
que o indivíduo idealiza para si e; o self desejável que são os aspectos incorporados e
8
construídos pelo indivíduo através dos atributos desejáveis pela sociedade (KANNO,
RABELO; MELO; GIAVONI 2008; KANNO, 2009).
A presente teoria se dará quando o indivíduo se autoavalia e nesta autoavaliação há
diferenças de conceito do self real para o self ideal o que poderá ocorrer desconforto ou
consequentes problemas psicológicos, inclusive apontando para distúrbios alimentares e
insatisfação com a imagem corporal.
Segundo Kanno et al. (2008); Queiroz (2008), quanto maior for à discrepância entre
o self real (autoconceito) e as demais autorrepresentações (self ideal e self desejável), maior
será a fragilidade do indivíduo a estado afetivo negativo. Ainda de acordo com Queiroz
(2008) a discrepância entre o self real e o self ideal manifesta-se, principalmente, quando o
sujeito descobre a dificuldade que há em atingir o alcance de suas metas. Quando isso ocorre,
o indivíduo passa a experimentar sentimentos de tristeza, angústia, desânimo, depressão e
conflitos pessoais.
3.2 PROCESSO AVALIATIVO DO AUTOCONCEITO: A IMAGEM CORPORAL
3.2.1 Contexto Histórico e Conceituação da Imagem Corporal
A imagem corporal é uma construção multidimensional que descreve a maneira
como os indivíduos percebem o seu corpo no que tange a sua aparência física e a dos outros,
sendo influenciada pelo meio cultural no qual está inserido. Assevera Tavares (2003) que a
imagem do corpo é a reprodução mental do próprio corpo.
É pertinente assinalar que cada indivíduo possui um retrato mental e avaliativo do
seu eu físico, podendo considerar-se alto, baixo, gordo, magro, belo, velho, jovem, sem graça,
ou algo intermediário. Com o passar dos anos aprende-se a viver e conviver com sua imagem
corporal (retrato que tem de si mesma). Este retrato afeta a maneira de pensar sobre si como
pessoa, e consequentemente, sua interação com os outros.
Há de se concordar, portanto, que esse tema desperta atenção, tendo em vista que
cada vez mais, as pessoas têm a sua percepção de corpo aliada a essa imagem, já que a
preocupação com a aparência física é característica marcante na nossa sociedade. Ressalta
Nogueira (2004) que a imagem corporal é um processo avaliativo da aparência física e deve
9
ser refletida como uma ampla estrutura cognitiva. Schilder (1999) aponta para o fato que a
imagem corporal não é só uma construção cognitiva, é também reflexo dos desejos, atitudes
emocionais e de interação com os outros e com os eventos diários que contribuem para sua
construção. Corroborando, Campana e Tavares (2009) idealizam a imagem corporal como
uma estrutura tridimensional que agrega a dimensão fisiológica e as experiências psicológicas
internas mediadas pelo aspecto social da experiência corporal.
Os estudos voltados com esta abordagem surgiram na França no século XVI através
do médico e cirurgião Ambroise Paré, que percebeu a existência do membro fantasma,
caracterizando-o como a alucinação de que um membro ausente estaria presente (BARROS,
2005).
Em pesquisa efetivada por Turteli (2003), a grande inovação na área veio em 1935
com o trabalho de Paul Schilder. No seu livro "A Imagem do Corpo", o autor trata desta
temática de forma bastante contextualizada e atual. Seus estudos ainda hoje são vistos como
referências nas diversas linhas de pesquisa. Seu grande mérito foi sua capacidade de
percepção da imagem não somente no campo neurológico, mas em estender de forma integral,
numa perspectiva bastante avançada o vínculo da imagem corporal com a identidade do
indivíduo atrelada ao contexto sociocultural que o produz.
Paul Schilder ampliou suas pesquisas tanto na Neurologia quanto na Psiquiatria,
assim como, na Psicologia. Em seus estudos, Schilder (1999) confirma a teoria de que a
imagem corporal é um fenômeno multifacetado, onde faz a análise desta não apenas na
conjunção orgânica, mas também na Psicanálise e na Sociologia.
No Brasil, Conti (2008) evidencia que as pesquisas iniciaram na década de 90. Um
dos estudos pioneiros foi expandido por Cordás e Castilho que demonstraram uma versão do
Questionário de Imagem Corporal (Body Shape Questionnaire- BSQ) para o português. O
presente estudo tinha por objetivo avaliar a insatisfação corporal de pacientes com transtornos
alimentares.
Outrossim, Tavares et al (2010) destaca que a produção científica brasileira sobre
imagem corporal é considerável com uma produção de 256 teses entre 1992 e 2007, das quais
126 foram feitas entre 2007 e 2004. Assim, há inúmeras contribuições de pesquisa nesta área
com estudos voltados para aparência e percepção do corpo, distorções de tamanho e forma,
níveis de satisfação com o corpo e sua relação com os transtornos alimentares, a aparência
corporal e a relação com a prática de exercícios físicos abrangendo vários grupos como
jovens, idosos, deficientes e obesos nos diferentes sexos e faixas etárias.
10
3.2.2 A Construção da Imagem Corporal
Na infância, a criança vivencia o corpo através de múltiplas experiências como: o
conhecer e o brincar com o corpo, ela executa suas experiências com outras crianças e com
adultos e estas vivencias dão suporte para que compare seus limites e diferenças manifestadas
no seu corpo e na do outro como um processo de feedback (QUEIROZ, 2008).
Num segundo momento, a criança passa a vivenciar a linguagem que assume um
papel importante na formação e construção da sua imagem e capacidade de discernimento
entre “eu e “meu” dão um suporte mais seguro frente aos demais que a cercam e se autoavalia
como sendo diferente dos demais. Sente um valor pessoal individual de grande contribuição
na consolidação do seu autoconceito. Sobre a importância do domínio físico, Faria (2005)
reforça que este assume um papel relevante, desde a infância, nas adaptações psicossociais do
indivíduo.
Na concepção de Queiroz (2008), este é um período aproximado entre dois e cinco
anos, surge à linguagem e inicia uma fase de construção da imagem de si mesma os termos
“eu” e “meu” passam a ser utilizados indicando uma consciência mais definida de si mesma
com relação aos outros. A partir destas relações indivíduo irá edificar seu valor pessoal
consentindo um feedback através de suas capacidades e habilidades (QUEIROZ, 2008). A
esse respeito, Santana (2003) destaca que no período compreendido entre 5 a 10-12 anos as
experiências são ampliadas por estar conhecendo e frequentando um mundo novo: o mundo
escolar. A criança precisa adaptar-se a estas novas exigências e experiências.
Quando o indivíduo atinge a fase escolar, uma vasta convivência com diferentes
grupos ampliarão a relação interpessoal com seus pares, amplas vivências são possibilitadas
na escola, esta relação servirá de grande influência na manutenção e ou transformação do seu
autoconceito. A inserção no contexto escolar trará situações novas, dentre elas situações de
caráter positivo e negativo e isso inclui situações de medo, fracassos, erros, acertos, vitórias e
êxito nos resultados acadêmicos. Vertelo (2007) revela que este período terá uma grande
influência na manutenção ou mudança do autoconceito do aluno.
Na fase de adolescência ocorrem transformações de ordem fisiológica agregadas às
mudanças psicossocial e, em virtude destas transformações há uma maior necessidade de
ajuste na percepção de sua imagem corporal nestes jovens. Este momento representa um
período de transição para a fase adulta, caracterizando-se pelas transformações e consequente
adaptações das capacidades no âmbito produtivo e reprodutivo (CONTI, 2008).
11
Para Queiróz (2008), diante das transformações físicas ocorridas na adolescência,
observa-se uma necessidade do indivíduo adaptar-se a sua nova imagem, podendo adquirir a
autovalorização, uma vez que nesta fase ele busca sua autonomia, procurando diferenciar-se
de seus pais.
Quanto aos adultos e idosos que se encontram presos às diferentes mudanças e aos
diferentes aspectos interligados ao envelhecimento não só a imagem corporal está em
contínua construção, mas todo seu autoconceito geral. Estas mudanças permitem ao indivíduo
ajustar-se gradualmente ao seu corpo nesta fase, podendo sofrer alterações, devido aos
comprometimentos na saúde, declínio físico e psicológico. Este processo pode afetar e
comprometer sobremaneira sua auto-imagem (BALESTRA, 2002).
Convém ressaltar que uma das grandes causas da distorção da imagem corporal dos
idosos ocorre em função da concepção negativa de envelhecimento, pautada no estereótipo de
que envelhecer é ser incapaz. O declínio das capacidades físicas, as modificações sofridas
pelo corpo, surgimento de doenças, redução da vida social e profissional e outros eventos que
ocorrem em função do envelhecimento são fatores que influenciam de maneira negativa na
percepção da autoimagem.
3.2.3 Aspectos Psicossociais da Imagem corporal
Vários fatores estão diretamente associados com o processo de formação, percepção
e transformação da autoimagem, dentre eles idade, sexo, presença ou não de transtorno
emocional e influências socioculturais. Estas influências podem gerar, através da avaliação
negativa ou depreciativa do corpo, mudanças e flutuações do peso que podem influir no
desenvolvimento da autoimagem e dos transtornos a ela associados.
Becker (1999) assegura que as pessoas aprendem a analisar seus corpos através da
influência mútua com o ambiente, assim sua autoimagem é ampliada e reavaliada
ininterruptamente durante a vida inteira. A forma como se constrói esta imagem diz respeito
ao tamanho da forma do corpo que pode desencadear sensações de conforto ou desconforto,
satisfação ou insatisfação. A maneira como se percebe e vivencia os corpos está atrelada à
percepção que nos é própria.
A autopercepção é uma característica importante na avaliação da imagem corporal.
Nesse fator se concentra o nível de satisfação, insatisfação e as preocupações com a forma e o
12
peso do corpo que podem ser influenciados por normas e valores culturais predominantes em
uma dada sociedade.
Na assertiva de Kanno et al. (2008), o ideal da cultura brasileira são corpos magros,
firmes, esbeltos e delineados, então aqueles cujos corpos não se encontram dentro deste
ditame determinado e não alcançam este ideal cultural, podem desenvolver insatisfação
imagem corporal, resultando em baixa autoestima e depressão.
Neste pressuposto, pode-se observar que os ditames sociais e a liberdade na
autogestão corporal vêm influenciando cada vez mais os indivíduos na busca de meios
exagerados na busca do corpo perfeito. Camargos e Assumpção (2007) afirmam que são
inúmeros os modelos de técnicas existentes para obter, aumentar ou conservar a beleza,
atenuados por meio das recompensas emocionais, sociais e até materiais oferecidos pela
sensação de estar belo.
Com a mídia exibindo corpos atraentes não é surpresa que, uma parte da sociedade,
procure por uma aparência física idealizada. Para Alves et al. (2009), o processo de formação
e desenvolvimento da auto-imagem está relacionado às concepções socioculturais, onde o
ideal de estética corporal sofre modificações à medida que valores, normas e comportamentos
forem-se modificando. A influência da sociedade sobre a imagem corporal dos indivíduos,
que buscam objetivos estéticos tem uma aceitação social melhor ampliada nas relações
amorosas, de trabalho e amizades (NOGUEIRA, 2004; TESSMER, et al., 2006).
Diante destas percepções, quanto maior a distância entre o que se percebe do corpo
neste momento com o que se desejaria de um corpo ideal maior será a predisposição de
manifestação de distúrbios psíquicos como a anorexia, bulimia, vigorexia, depressão, dentre
outros. Na Psicologia esta distância entre o real e o ideal corporal é chamada de Teoria da
Autodiscrepância.
Esse paradoxo entre o corpo real e ideal estimula a busca de exagerada de meios
estéticos como dietas, suplementos, cirurgias plásticas, que muitas vezes podem se tornar
prejudiciais à saúde física e mental (SECHI; CAMARGO; BERTOLDO, 2009).
Silva e Souza (2004) inferem que a intensa pressão social na busca da beleza
(estética) do corpo esbelto, muita vezes faz como que a discrepância de imagens seja cada vez
maior, evidenciando o aparecimento de alterações alimentares, principalmente quando existir
a crença de que controlar o apetite é o caminho para atrair admiração e alcançar sucesso social
e nas relações amorosas.
No que tange a distúrbios, Costa (2008) apresenta algumas formas de manifestações
como o distúrbio de percepção, quando há distorção de imagem; distúrbio na cognição e
13
afeto, quando o paciente tem insatisfação com o próprio corpo ou o avalia negativamente e
distúrbio de comportamento que considera às atitudes direcionadas para a corporeidade
(CONTI, 2008).
As conexões entre os fatores psicossociais e a imagem corporal são impostas pelo
estereótipo de beleza, estabelecendo o padrão estético da magreza às vezes impossível de ser
alcançado, assumindo um comportamento de exclusão e discriminação. A bem dizer, este
comportamento pode gerar alterações da percepção da imagem corporal tendo como
consequência distúrbios na imagem corporal, principalmente, para os indivíduos que se
encontram fora destes ditames, inclui assim, os obesos, feios, idosos e outros.
3.2.4 O contexto Atual da Imagem Corporal
Atualmente, existe o discurso do corpo ideal apontado pela mídia, moda, mercado da
cosmetologia e sociedade de um modo geral que não é compatível com a grande maioria de
corpos circulantes na mesma. Neste aspecto, é relevante acentuar que a mídia constrói
diariamente uma imagem ideal de corpo através do meio visual, físico e sociocultural de
mulheres e meninas.
A posição que lhes é imposta por essa imagem as situa incessantemente sob o olhar
dos outros: homens e mulheres, conscientes do seu próprio reflexo. Seja qual for seu peso
corporal, elas sempre estarão atreladas ao discurso ditatorial da beleza que constroem a sua
imagem dentro da perspectiva de magreza com a obrigação de agradar a sociedade de um
modo geral. A imagem mostra o corpo a serviço do meio buscando cada vez mais formas
alternativas para produzir e reproduzir-lo.
Faz-se importante mencionar que as transformações da imagem corporal
manifestam-se a partir da percepção das mais diversas sensações, das necessidades
emocionais, das relações com o meio externo (ambiente) e das relações com as imagens
corporais de outras pessoas. Cria-se um “protótipo do belo”. Acerca desse ideário, Camargos
e Assumpção (2007) comungam, ao afirmar que o corpo torna-se como um figurino de
guarda-roupa que precisa ser ostentado, adaptado, manipulado, trabalhado, costurado, ornado,
arquitetado, produzido e imitado.
Segundo Fontes (2006), o corpo é marcado pela busca do prazer, em torno de uma
imagem construída através do uso de cosméticos e fetiches, esta imagem assume perspectivas
14
distorcidas, ou seja, erotizadas e sensuais. O corpo considerado desejado é um corpo vendável
e comprável, que a um só tempo assume caráter de produto e utensílio de compra e venda.
Diante de tais afirmações os ditames da estética é transformar-se, não pelo desejo
individual, mas sim pela influência que a sociedade acaba por infligir. Modificar o corpo
também é um dos aspectos desta sociedade atual, através do aparato tecnológico, tem
permitido aos indivíduos a possibilidade de remodelar e reconstruir o corpo.
Fontes (2006) advoga ainda que todo corpo que não se adaptar a essa concepção
médico e cultural de uma corporeidade mercadológica, tende a ser classificado como um
corpo dissonante e inválido, quando conferido com os ideais da boa forma e do vigor físicos.
Adami, et al. (2005) ressaltam que o não ajustamento ao estereótipo está pautado à etiologia
de patologias e práticas distorcidas. Tais práticas acabam, muitas vezes, por perder suas
relações positivas com o ser humano para lhe causar aspectos negativos.
A busca exacerbada pelo corpo “perfeito” vem desencadeando excessos e gerando
preocupações por parte de alguns profissionais da saúde. Tavares (2003) destaca que enquanto
profissionais de Educação Física é indispensável apresentar uma imagem corporal bem
resolvida, para não comprometer seu desempenho.
Portanto, faz-se necessário um estudo mais crítico da realidade deste profissional no
que diz respeito às suas concepções de corpo, incluindo principalmente a percepção de sua
imagem corporal e os reflexos desta em sua profissão.
3.3 A OBESIDADE
3.3.1 A Imagem Corporal no Contexto Psicossocial do Obeso
O crescimento significante da obesidade na população constitui hoje tema relevante
de debates e produções científicas de caráter interdisciplinar. A humanidade está presenciando
o surgimento de um fenômeno social com reflexos políticos e econômicos de grandes
proporções e isto nos remete a perceber as novas formas de gestão e imagem no que tange a
obesidade. Segundo Felipe (2003), o problema da obesidade já é social, uma vez que,
ultrapassa questões individuais, pois carrega significados a questões políticas e econômicas
que extrapolam o peso corporal físico.
15
Para sociedade de forma geral, a obesidade é percebida como não sedutora, podendo
ter como consequência atitude negativa frente à própria imagem corporal onde, muitas vezes,
apresenta-se distorcida e atrelada a angústia, insatisfação, distúrbios alimentares, preocupação
com a forma física e isolamento social (FELIPE, 2003).
Ressalta ainda, o citado autor, que a mídia contribui incessantemente para a
alienação e estigmatização dos obesos, aumentando cada vez mais a sensação de exclusão
destes sujeitos. Na atualidade, o indivíduo gordo apresenta características que o torna distinto
dos outros, sendo avaliado como uma pessoa com atributos que o marca negativamente. O ser
gordo passa a ser classificado como um indivíduo que arrasta um estigma (SUDO; LUZ,
2007).
Nas palavras de Mattos (2007), “o ser gordo” se tornou um exemplo da feiura,
enquanto o aspecto físico se tornou um capital de circulação. Há, portanto, cada vez menos
aceitação para os desvios nos modelos estéticos atribuídos na sociedade. Percebe-se através da
gordura a exclusão carregada de adjetivos depreciativos e estereotipada.
Em pesquisa realizada por Kanno et al. (2008) com um grupo de indivíduos obesos
observou-se uma discrepância de imagem onde estes projetaram para sim um corpo ideal, cuja
aparência física é mais positiva do que a aparência real, o que pode acarretar distúrbios
afetivos típicos, tais como, tristeza, desânimo e depressão.
Ferriani et al. (2005) afirmaram que a alegria e despreocupação apresentada por
indivíduos obesos, estão muitas vezes escondendo sentimentos de inferioridade, insatisfação,
carência afetiva e, ainda, eles se utilizam destas características para se sentirem aceitos e
amados. Damiani, Damiani e Oliveira (2002) corroboram este pensamento quando concluem
que pessoas com excesso de peso sofrem ou atribuem-se restrições em importantes aspectos
sociais do seu cotidiano como ir à escola, mudar de emprego, comprar roupas ou mesmo
procurar serviços de saúde.
Em pesquisa efetivada por Ferriani et al (2005) com adolescentes obesas um dos
depoimentos mais comuns das adolescentes é o de se sentirem observadas e diferentes pois
suas amigas possuem aparência magra, são bonitas e isto a fazem se sentirem feias, alem dos
apelidos de caráter pejorativo referenciados ao corpo. Através dos depoimentos, manifestam-
se, sentimentos conflituosos e de insatisfação com a imagem corporal e de baixa autoestima, o
sentir-se diferente, degrada e humilha através dos apelidos pejorativos e depreciativos
direcionados ao corpo.
Para os autores, esta situação acaba por retirar do obeso a sua própria identidade,
causando, às vezes, estranheza de si próprio, fazendo com que perceba que seu corpo não
16
corresponde ao idealizado para si e entre seus pares, uma vez que é através da identificação
com os outros que ele começa a assumir um papel de insatisfação e rejeição com o próprio
corpo.
Outro aspecto apontado como relevante pela pesquisa de Ferriani et al. (2005) refere-
se a convivência social dos adolescentes obesos que se sentem limitados na realização das
atividades físicas, ocasionando prejuízos ainda maiores nos relacionamentos sociais, somados
aos sentimentos de ineficácia e fracasso. A obesidade afasta as crianças e os adolescentes da
prática da atividade física. Uma situação que deveria ser de lazer e prazer torna-se um
tormento desencadeador de desânimo e stress em virtude das atitudes hostilizantes dos
próprios colegas que implicam com o “ser gordo” utilizando-se de apelidos. E, por serem
crianças, falta maturidade na condução desta situação constrangedora, podendo desencadear
quadro de depressão e, em caos mais graves, passam a não querer ir à escola, muito menos
participar das aulas de Educação Física.
Nestas circunstâncias, concordam Coelho e Fagundes (2007), a discriminação poderá
afetar a autoestima, a eficácia intelectual e os resultados como oportunidades de estudo e de
emprego.
Neste contexto, a obesidade tem sido tratada com preconceito, discriminação que
resultam em diferenciação na aquisição de empregos, salários e relacionamentos
desencadeando depressão, isolamento social e distorção na imagem corporal. Contudo,
recomenda-se que para a redução do quadro de obesidade, é necessário alem do conhecimento
nutricional necessário, o trabalho de profissionais de Educação Física também é importante
para a prevenção e controle desta disfunção metabólica.
3.3.2 Estereótipos e Obesidade
O preconceito é um julgamento prévio que assume caráter negativo frente a pessoas
ou grupo de pessoas, que exclui e rotula estereótipos fabricados socialmente. A terminologia
passou a ser avaliada como sendo generalizações impróprias atribuindo determinadas
características a indivíduos ou grupos de indivíduos, fundamentadas em processos
motivacionais em contraposição aos processos cognitivos (GIAVONI, 2002).
Considerando a concepção de Giavoni (2002), o termo estereótipo surgiu como uma
forma de determinar o preconceito e/ou para esclarecer expressões preconcebidas a respeito
da forma como se percebe e interpreta os fatos que ocorrem no mundo externo. Embora
17
reconhecidos como construções exacerbadas frente a um determinado grupo, em geral são
desconexos da realidade, os indivíduos não possuem noção do impacto que estas exercem
sobre os seus julgamentos e depreciações (KANNO, MISAEL, MELO, GIAVONI, 2009).
Conforme Michener; Delamater e Meyer (2005), o termo estereótipo representa
esquemas de grupos que sugerem os atributos e os comportamentos considerados como
típicos dos integrantes desse grupo ou dessa categoria social. Os estereótipos funcionam como
lentes que selecionam as informações, armazenando, organizando e estruturando somente
estímulos que se referem à composição cognitiva (MELO; GIAVONI, TROCÓLI 2004).
A origem etimológica do termo estereótipo é composto por duas palavras gregas,
stereos, que significa rígido, e tupos/typos, que corresponde a traço, marca, tipo, designação
esta retirada das artes gráficas, particularmente, da tipografia, que designa as pranchas, clichês
ou moldes mecânicos (KANNO, MISAEL, MELO, GIAVONI, 2009). É uma formação
cognitiva ou sociocognitiva direcionada a determinadas características manifestadas por
grupos específicos (MELO; GIAVONI, TROCÓLI, 2004).
Hodierno, são muitos os grupos estereotipados na nossa sociedade como os grupos
étnicos, grupos sexuais, classe social, idosos ou qualquer outro desvio considerado fora dos
ditames sociais. A sociedade contribui para a disseminação dos estereótipos que partem do
geral para o específico, isto é, através de uma só característica é possível generalizar todo um
grupo criando assim estereótipos específicos àquele grupo que pode ser de caráter positivo ou
negativo
No caso dos obesos, a valorização dos estereótipos projeta sobre a obesidade uma
representação social lipofóbica e contribui para a imagem que estes têm se si próprios. A
discriminação e o ato de rotular grupos manifestam-se porque as características individuais
com traços negativos são atribuídas a todos os indivíduos pertencentes a este grupo. Assim, as
palavras “gordo ou gorda”, descrevem sentimentos ou preconceitos resultantes de ideias e
“mitos” acerca dos obesos.
Os preconceitos envolvem geralmente crenças, de que os obesos são relaxados, feios,
sujos e culpados de sua condição, desleixados, gulosos e preguiçosos. Estes são os
estereótipos criados para o obeso que de “doente” passa a relaxado. Ao nos ajudar a
rapidamente classificar pessoas ou grupos, os estereótipos levam-nos a formar impressões
injustas de pessoas e prever o seu comportamento com o mínimo de informação: os grupos
aos quais elas pertencem (MICHENER; DELAMATER, MEYER 2005).
O protótipo de “corpo perfeito” utiliza dois estereótipos um para o corpo feminino e
outro para o masculino, sendo o de magra e esbelta para a mulher e de baixo percentual de
18
gordura e com massa muscular para os homens. Corroborando esta ideia, Assunção (2002)
afirma que os homens têm por objetivo se tornarem fortes e musculosos e as mulheres buscam
torna-se mais magras. Os autores Novaes e Vilhena (2003) admitem que nos homens a
ansiedade com a má aparência é mais sutil, já que a sociedade se mostra mais complacente
com a feiura masculina, enquanto que para as mulheres o rigor é de tal ordem que não se
justifica.
Também merece menção a pesquisa efetivada por Triches e Giugliani (2007) que
concluíram que mesmo em pequenas cidades do interior, o nível de insatisfação com o corpo
já compromete grande parte de pré-adolescentes, embora em menor grau que o relatado nos
grandes centros urbano da mesma região. A pesquisa destaca que há um menor alcance desse
problema em crianças residentes na zona rural, devido ao fato de que são menos influenciadas
a adotarem estereótipos de beleza.
Não foram encontrados estudos que representassem e auxiliassem na elaboração
desta pesquisa no que diz respeito à existência ou não da aplicação de estereótipos aos
indivíduos obesos quando se trata da elaboração do treinamento físicos destes indivíduos por
profissionais de Educação Física. Segundo Ludorf (2009) é essencial pesquisar em que
medida os professores de Educação Física se relacionam com as demandas corporais
contemporâneas, dentre as quais, a valorização do aspecto estético, que vem adquirindo
contornos impressionantes atualmente.
Utilizando-se do questionamento de Ribeiro (2007) podemos idealizar em fazer do
corpo do outro ou do nosso uma estátua e arquitetar que ela possa se tornar um corpo vivo?
Para esta indagação existe uma teoria na Psicologia denominada Teoria da
Autoprofecia ou Profecia Autorrealizável ou ainda Efeito pigmalião, que se originou da
mitologia grega através de relatos da lenda de Pigmalião, um escultor grego que projetou na
construção de sua estátua o símbolo da mulher ideal. A lenda mencionada evidencia muito
bem a possibilidade de tentarmos moldar o corpo do outro como se fosse um objeto, pois
segundo a história, Pigmalião projetou uma mulher ideal para si através de suas concepções
de beleza. Poderia estar os profissionais de Educação Física esculpindo através de suas
concepções de beleza o corpo ideal para seu aluno?
De acordo com Alencar e Virgolim (2001), o Efeito pigmalião foi um termo
estudado por Rosenthal e Jacobson em 1968. Valle (2005) narra que o termo é empregado
para indicar a relação na qual o sujeito (Pigmalião), localizado na posição de criador, produz
outro sujeito no mero lugar de objeto (o pigmalionizado), para modificá-lo em uma extensão
19
de sua própria pessoa, com a possibilidade de possuí-lo e controlá-lo, e desse modo legitimar
seu próprio sentimento de grandiosidade.
Conforme Flores-Mendonza et al (2002) trata-se do efeito das expectativas dos
pesquisadores sobre seus experimentos, que indiretamente influenciariam inconscientemente
para que os resultados de experimentos se manifestasse na direção almejada por eles. É como
se os professores conspirassem inconscientemente para que a profecia se cumprisse, isto
ocorre em professores que depositam seus anseios e expectativas nos seus alunos podendo em
algumas circunstâncias interferir no alcance destes.
Nesse sentido, uma conjectura pode se tornar uma convicção o que provoca sua
própria concretização, isto é, quanto mais às pessoas acreditam em determinados fatos, maior
será o poder de concretização para a ocorrência destes fatos. Assim, a teoria da Autoprofecia
define que os ideais subjetivos, induzem a procedimentos e atitudes que acabam por aceitar a
preconcepção original a respeito de um indivíduo e/ou grupo (KANNO, 2009).
Em pesquisa realizada por Alencar e Virgolim (2001) formaram-se dois grupos de
professores. Um grupo (experimental) foi informado da competência intelectual de alguns
alunos e o outro (controle) não foi informado sobre estas competências. Os resultados
demonstraram que o grupo experimental onde os professores foram informados a respeito da
competência intelectual dos alunos, estes passaram a agir de forma diferenciada com relação
aos alunos, levando-os efetivamente a apresentar expectativas superiores no que diz respeito
ao desempenho destes, enquanto que no outro grupo a postura dos professores foi diferente as
expectativas de desempenho foram na faixa da média.
Observa-se, então, que os estereótipos formados a respeito do grupo que o
professores que tinham conhecimento acerca das habilidades intelectuais, isto é as suas
expectativas projetadas foram em função daquele grupo, no entanto no grupo no qual o
professores não tinham conhecimento a respeito das características a projeção foi outra
totalmente diferente. No caso os professores, tendem a manifestar uma postura condizente
para aquele grupo projetando expectativas em cima das características deste enquanto que se
as características fossem inversas as expectativas seriam outras totalmente diferentes, pois
assim outro estereótipo seria criado mudaria de acordo com o grupo avaliado.
Pode-se dizer, dessa forma, que os estereótipos se constituem socialmente numa
construção complexa de retroalimentação, sendo assim, as expectativas sejam elas individuais
ou grupais cobram atitudes tidas como “anunciadas” ou mesmo “almejáveis” de pessoas
(LUCHESI; CARAMASCHI, 2009). Dessa forma, a teoria da Autoprofecia define que os
20
ideais subjetivos, induzem a procedimentos e atitudes que acabam por aceitar a preconcepção
original a respeito de um indivíduo e/ou grupo (KANNO, 2009).
Em linha de pesquisa similar Luchesi e Caramaschi (2009) avaliaram a compleições
físicas e os estereótipos no que se refere aos aspectos físicos relacionados à aparência
(ectomórfico, endomórfico e mesomórfico) de graduandos de Educação Física chegaram aos
seguintes resultados: no tipo físico endomórfico os estereótipos mais citados foram
preguiçoso, afetuoso, bondoso, gentil, simpático, desastrado; tipo mesomórfico: competitivo,
corajoso, determinado, ousado, firme, ativo, eficiente, preciso e otimista; tipo ectomórfico:
pensativo, retraído, introspectivo, desconfiado, calmo, tímido tiveram maior destaque.
Partindo de tais resultados, os indivíduos endomórficos mais propensos a obesidade
agregaram adjetivos de caráter mais negativo o que vai de encontro com as características que
mais estigmatizam o obeso na sociedade.
As características do tipo mesomórfico apresentaram padrões positivos, uma vez que
a aparência destes indivíduos condiz com a perspectiva social. Para o perfil ectomórfico
observou-se a agregação de características de ordem negativa, porém, atenuadas partindo do
pressuposto que estes indivíduos são menos sociáveis por serem tímidos, introspectos e
calmos. Neste contexto, adjetivos como introspectivo, retraído e tímido evidenciam um
julgamento de pequena sociabilidade desse tipo físico. Tais atributos não deveriam ser
considerados desagradáveis, porém pressupõe uma maior dificuldade nas relações
interpessoais (LUCHESI E CARAMASCHI, 2009).
Os autores concluem sua pesquisa afirmando a existência de um ditame social no que
toca ao aspecto físico que valoriza um em detrimento dos demais, enquanto que rotulam e
discriminam outros. O tipo mesomórfico por ter uma característica física “ideal” no âmbito
das concepções sociais é o mais valorizado e mais bem aceito enquanto que o endomórfico,
mais propensos ao sobrepeso, é rotulado com adjetivos de menor importância no que se refere
aos preceitos sociais.
Nesta temática, com relação aos profissionais da saúde, particularmente os
profissionais de Educação Física, como são percebidos os obesos? A imagem corporal
idealizada pelos profissionais de Educação Física assemelha-se aos padrões impostos pela
sociedade? Poderiam os profissionais de Educação Física estereotipar o corpo de seus alunos
que se distanciam do seu padrão corporal ideal projetando expectativas? E ainda, como foco
deste constructo estes profissionais, poderiam também influenciar ou prejudicar seu
planejamento de prescrições de exercícios, uma vez que, tal planejamento poderia ser
elaborado baseado em seus pré-julgamentos? As manifestações corporais sejam elas do
21
professor ou do aluno, não são positivas nem negativas, mas são traços de pessoas que tem
suas expectativas e que jamais conseguirão ser explicadas completamente.
22
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Amostra
A amostra para validação da Escala de Silhueta Masculina (ESM) foi composta por
433 sujeitos do sexo masculino dos quais somente 211 foram submetidos ao reteste.
Para o estudo da avaliação da discrepância na imagem corporal participaram da
amostra 207 profissionais e alunos de Educação Física, sendo 107 do sexo feminino e 100 do
sexo masculino. Todos residentes em Teresina/PI.
Como critério de inclusão os sujeitos deveriam estar formados em Educação Física,
ou estar cursando o último período e que já tivessem, no mínimo, 06 meses de experiência
prática na prescrição de exercícios físicos como personal ou instrutores de musculação.
Todos os sujeitos foram convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, assegurando-lhes a confidencialidade dos dados confidenciais, utilizados para os
fins da pesquisa e acessados somente pelas pesquisadoras. Ressalta-se que o estudo foi
devidamente aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Católica de Brasília mediante o
protocolo de número CEP/UCB 151/2008.
4.2 Instrumentos
Foram utilizados os seguintes instrumentos de pesquisa:
Questionário identificação de dados: Elaborado com questões constando: idade, peso,
estatura, IMC (Índice de massa corporal) e tempo de intervenção na área.
Escala de Silhueta Feminina (ESF)
Constituída por 12 figuras ilustrativas iniciando por uma imagem muito musculosa
(silhuetas 1, 2, 3 e 4), em seguida imagem eutrófica (silhuetas 5, 6, 7 e 8) e finaliza com as
imagens de sobrepeso e obesidade respectivamente (silhuetas 9, 10, 11, 12), conforme
apresentado na Figura 1, a seguir:
23
1 2 3 4 5 6 7 8 09 10 11 12
Figura 1: Imagens corporais que compõem a escala de silhuetas femininas.
Fonte: KANNO; GIAVONI, 2009.
Escala de Silhueta Masculina (ESM)
Para o presente estudo, verificou-se que a escala de Stunkard et al (1993) não
atenderia o perfil da proposta da pesquisa, visto que a mesma avalia a projeção de uma
imagem corporal que varia de um homem muito magro há um muito obeso.
Figura 2: Conjunto de silhuetas masculinas propostas por STUNKARD et al.. Fonte: STUNKARD et al. 1993
Validação da Escala de Silhuetas Masculina (ESM):
Constituída por 11 figuras ilustrativas iniciando por uma imagem muito musculosa
(silhuetas 1, 2, 3), em seguida, caminha para a imagem eutrófica (silhuetas 4,5, 6, 7) e
finaliza com as imagens de sobrepeso e obesidade respectivamente (silhuetas 8, 9, 10, 11).
24
Figura 3: Imagens corporais que compõem a escala de silhuetas masculinas Fonte: SOUSA; MELO 2011.
Escala de Imagem Corporal (EIC)
Figura 3: Imagens corporais que compõem a escala de silhuetas masculinas Fonte: SOUSA; MELO 2011.
Para aplicação, realizou-se um pré-teste no qual a amostra deveria marcar a imagem
que mais se adequasse com sua percepção de imagem corporal e esta comparada ao seu IMC.
Após 01 mês, os sujeitos foram submetidos ao reteste. As análises descritivas e inferenciais
do tipo teste t pareado e correlação de Pearson, foram executadas utilizando-se o pacote
estatístico SPSS 15.0 for Windows, atribuindo um erro de 5%.
Escala de Imagem Corporal (EIC):
Elaborada por Queiroz (2008), a EIC tem como objetivo avaliar a percepção da
imagem corporal a partir de partes do corpo composta por quatro fatores: definição muscular
(α=0,84); proporção cintura quadril (α=0,61); aptidão física (α=0,77) e proporções corporais
gerais (α=0,77). Entretanto, para este estudo utilizou-se somente os fatores definições
musculares (constituído por panturrilha, abdômen, coxas, bíceps, glúteos e tonicidade
muscular do corpo) e proporções corporais gerais (constituído por circunferência da cintura,
25
largura do quadril, tamanho do glúteo, tamanho das mãos, tamanho dos pés e seios). Os itens
variavam entre os escores 1 a 5, no qual o escore 1 para o fator definição muscular indica
“pouca definição muscular” e o escore 5 indica “muita definição”. Para o fator proporções
corporais gerais, o escore 1 indica “muito pequena” e o escore 5 indica “muito grande”.
As duas escalas descritas anteriormente compõem o protocolo de avaliação. Este
protocolo foi elaborado de tal forma que se obtivesse as percepções da imagem corporal real e
ideal que os profissionais de Educação Física têm de si (autopercepção), assim como, as
percepções que estes profissionais teriam das imagens real e ideal dos estudos de casos
propostos. O protocolo de Escala de Imagem Corporal (EIC) encontra-se em anexo.
Para verificar a discrepância corporal, utilizou-se a diferença entre a Imagem Real
(IR) e Imagem Ideal (II) marcadas pelo indivíduo onde se poderá obter, segundo Cavalheiri,
Roth, Lopes (2009), as seguintes implicações:
Caso a diferença resultar entre 1 e 2 pontos, indicará insatisfação de nível pequena ou
normal em relação ao próprio corpo;
Caso a diferença resultar entre 3 ou 4 pontos, indicará insatisfação mediana;
Caso a diferença resultar entre 5 ou 6 pontos, indicará insatisfação de nível elevado;
Acima de 7 pontos ou mais, indicará a possibilidade de possuir distorção na imagem corporal,
dependendo da situação, avaliado como patológico. Ressaltamos que em momento algum o
avaliador manifestou sua de opinião na escolha das silhuetas.
Na Escala de Imagem Corporal (EIC) utilizou-se a tabela para descrever a percepção
de corpo atual e ideal, utilizando fatores de definição muscular: muito pouco definido, pouco
definido, moderadamente definido, muito definido e totalmente definido, para os respectivos
grupos musculares: glúteos, coxa, bíceps, panturrilha, abdômen e tonicidade muscular do
corpo.
Utilizou-se a tabela para descrever a percepção de corpo atual e ideal, utilizando
fatores de proporções corporais: muito pequena, pequena, média, grande e muito grande para
as respectivas partes do corpo: circunferência da cintura, largura do quadril, tamanho do
glúteo, tamanho das mãos, tamanho dos pés e dos seios.
4.3 Procedimentos
Para cada aplicação do teste foram adotados os seguintes critérios:
26
I. Solicitação da autorização de cada sujeito antes de cada aplicação do teste através
da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;
II. Solicitação preenchimento do Questionário de Identificação de dados, como:
idade, peso, estatura, IMC (Índice de massa corporal) e tempo de experiência
com prescrição de exercícios, se acadêmico ou profissional formado.
Protocolo do Estudo
Assim, o protocolo ficará dividido em 06 seções:
Seção 1: Autoavaliação das imagens corporais real e ideal dos profissionais de
Educação Física de ambos os sexos utilizando as ESF, ESM e EIC;
Seção 2: Avaliação das imagens corporal real e ideal do Estudo de Caso 01, em que
se descreve uma aluna eutrófica que deseja hipertrofia muscular, conforme apresentado
abaixo. A função da pesquisa é de avaliar as projeções das imagens real e ideal que possuem
os alunos de avaliados de ambos os sexos. O protocolo de avaliação com a apresentação dos
estudos de caso encontra-se a seguir.
Quadro adaptado de KANNO; GIAVONI, 2009.
Seção 3: Avaliação das imagens real e ideal projetadas pelas profissionais de
Educação Física do sexo feminino para o estudo de caso 02, no qual será apresentada uma
aluna com estado de sobrepeso que deseja reduzir o peso e aumentar a massa corporal.
Quadro adaptado de (KANNO; GIAVONI, 2009).
M.C.R., 30 anos (Peso: 45,0; Estatura: 1,60m; IMC:14,5Kg/m²; % G:11%), solteira, residente em Teresina, deseja ganhar peso. Afirma que sempre foi magra e sempre consumiu todos os tipos alimentos como frutas, hortaliças, carnes e massas. Sempre praticou exercício físico com o objetivo de hipertrofia (ganho ponderal).
S.C.L., 38 anos (Peso: 96,0; Estatura: 1,60m; IMC: 32,5 Kg/m²; % G:30%), casada, residente da zona Sul, deseja perder peso. Afirma ter aumentado de peso consideravelmente nos últimos anos. Assegura ter necessidade de perder peso, pois se sente mal com o corpo, fazia caminhada esporadicamente e sem orientação. Procurou um profissional de Educação física com o objetivo de reduzir o peso e aumentar a massa corporal.
27
Seção 4: Avaliação das imagens real e ideal projetadas pelos profissionais de
Educação Física, sexo masculino, para o estudo de caso 01, no qual será apresentado também
um aluno eutrófico que deseja hipertrofia muscular. O protocolo de avaliação com a
apresentação dos estudos de caso encontra-se em anexo.
Quadro adaptado de KANNO; GIAVONI, 2009.
Seção 5: Avaliação das imagens real e ideal projetadas pelos profissionais de
Educação Física sexo masculino para o estudo de caso 2, no qual será apresentado também
um aluno obeso que deseja reduzir o peso e aumentar a massa corporal. O protocolo de
avaliação com a apresentação dos estudos de caso encontra-se em anexo.
Quadro adaptado de KANNO; GIAVONI, 2009.
Ao final dos estudos de casos atuais apresentados, os professores de Educação Física
fizeram uma prescrição de exercícios: aeróbico, anaeróbico, treinamento funcional, treinamento
resistido e circuito. Conforme o tipo de exercício prescrito utilizou-se novamente as escala de
silhuetas e a tabela de EIC para descrever o resultado que este aluno foi capaz de alcançar
após 06 (seis) meses de treinamento intensivo, para avaliarmos se tal prescrição é adequada
ao tipo de objetivo desejado pelos alunos e comparou-se o nível de expectativa que o
professor deposita para os alunos eutróficos e com sobrepeso.
A.C.L, 38 anos (Peso: 96,0; Estatura:1,60m; IMC:32,57,18Kg/m²; % G:30%), casado, residente da zona Sul, deseja perder peso. Afirma ter aumentado de peso consideravelmente nos últimos anos. Assegura ter necessidade de perder peso, pois se sente mal com o corpo, fazia caminhada esporadicamente e sem orientação. Procurou um profissional de Educação Física com o objetivo de reduzir o peso e aumentar a massa corporal.
E.F.J., 30 anos (Peso: 45,0; Estatura: 1,60m; IMC: 14,5Kg/m²; % G:11%), solteiro, residente em Teresina, deseja ganhar peso. Afirma que sempre foi magra e sempre consumiu todos os tipos alimentos como frutas, hortaliças, carnes e massas. Sempre praticou exercício físico com o objetivo de hipertrofia (ganho ponderal).
28
4.4 Delineamento e Análise Estatística
Foram realizadas análises descritivas e inferenciais do tipo Two-Way ANOVA para
medidas repetidas,, utilizando-se o pacote estatístico SPSS 15.0 for Windows, e estipulando o
nível de significância de 5%.
As variáveis independentes foram definidas como grupos (profissionais de Educação
física, estudo de caso 1, estudo de caso 2 ) e Imagens (real e ideal) e as variáveis dependentes
foram as silhuetas apresentadas na ESF, ESM e os fatores da EIC (Definição Muscular e
Proporções Corporais Gerais).
29
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para uma melhor exposição dos resultados apresentar-se-á, primeiramente, a
validação da escala de Silhuetas Masculinas e, posteriormente, as diferenças entre as imagens
corporal dos professores de Educação Física e dos estudos de caso 1 e 2.
a) Validação da Escala de Silhueta Masculina (ESM)
A amostra inicial para a validação da Escala de Silhuetas Masculina foi constituída
por 433 sujeitos adultos jovens do sexo masculino, de diferentes faixas etárias (26,62±3,58
anos) e escolaridade (Ensino médio 11,3%, universitários 61,3%, completo superior 27,4),
com IMC variados para confrontar com as diferentes possibilidades de silhuetas existentes na
Escala. Após, um mês da aplicação do pré-teste foi aplicado novamente a Escala nos sujeitos
amostrais, onde, neste momento, daqueles 433 que tinham respondido o pré-teste, somente
211 foram encontrados.
Rodou-se o teste t pareado, o qual não apresentou diferenças significativas (t (209) =
1,55; p=0,12) entre o pré (5,45±2,17) e o pós-teste (5,38±2,18), demonstrando que os homens
entrevistados conseguiram avaliar-se na mesma silhueta no pré e pós- teste. Há também uma
correlação positiva entre o IMC e a percepção da imagem corporal real (r =0,32; p=0,001).
A Escala de Silhueta Masculina (ESM) é capaz, pelos resultados estatísticos, de
avaliar com confiabilidade a percepção corporal de homens jovens e adultos.
Diferenças entre as imagens corporais
Participaram da amostra deste estudo 207 profissionais de Educação Física sendo
50,7% do sexo feminino com média de idade 27,54 ± 5,75, IMC médio de 23,89 ± 3,67,
tempo médio de profissão de 4,02 ± 3,6 anos (1-21), média de peso de 67,79 ± 15,30 kg/m2 e
média de estatura de 1,68 ± 0,09 cm.
Os resultados obtidos para avaliação da Imagem corporal demonstraram haver
diferenças entre os casos [(2,205) = 3,054,47; p=0,0001)], o que já era de se esperar, pois
tratam de grupo diferenciados (profissionais/ eutróficos e obesos), nas imagens (Real e Ideal)
[(F(1,206) = 1.010,92; p=0,0001)] que infere que a imagens são diferentes para os três grupos
e no efeitos de interação de grupos X imagens F[(2,205 = 4,44; p=0,01], conforme tabela 01 e
figura 01, a seguir.
30
Tabela 1: Imagem Corporal Ideal e Real dos Casos
Média DP
Prof. Imagem Real 5,6 2,33
Prof. Imagem Ideal 3,3 1,71
Est. Caso 1 Real 5,44 0,80
Est. Caso 1 Ideal 3,67 0,81
Est. Caso 2 Real 10,59 0,82
Est. Caso 2 Ideal 8,79 1,03
Os resultados permitem inferir que existem diferenças significativas nas imagens dos
próprios profissionais (5,6 – 3,3) com relação ao estudo de caso 2 (obesidade) que obteve
valores iguais a 10,59 - 8,79, porém não há diferenças entre as imagens dos profissionais com
o estudo de caso 1 (eutrófico). Observa-se, então, que os profissionais e estudantes de
Educação Física se percebem como eutrófico (magros) e que gostariam de modificar suas
silhuetas para aquelas mais definidas com relação a massa muscular.
Estes resultados respondem um dos nossos objetivos, afirmando que a imagem ideal
do profissional de Educação Física tende buscar um corpo com maior definição muscular.
Cabe ressaltar que as imagens (tanto para si quanto para o estudo de caso 01) não se
encontram com valores discrepantes e estão dentro do limite ideal, ou seja, estes valores não
demonstram qualquer tipo de discrepância.
Gráfico 01: Relação entre as imagens reais e ideais dos profissionais e para os estudos de caso 01 e 02
Segundo Ludorf (2009) os profissionais de Educação Física almejam um corpo mais
definido (menos gordura e mais musculoso). A própria profissão pode ser um fator
31
motivacional desta percepção corporal, já que o corpo “sarado” é a porta de entrada para o
trabalho em grandes academias.
Ainda corroborando os resultados encontrados neste estudo, Sechi, Camargo e
Bertold (2009) encontraram diferenças significativas na imagem corporal entre alunos
universitários dos cursos de moda, psicologia e educação física, onde os alunos da educação
física apontaram a definição muscular como meta de corpo ideal.
Analisando a percepção das imagens dos estudos de caso, infere-se que no estudo de
caso 2 (obesos), a imagem real para aquele estudo está de acordo. Porém observa-se que os
profissionais não acreditam que seus alunos com obesidade possam diminuir suas silhuetas de
forma mais expressiva (passaram da silhueta 11 para 9). Cabe ressaltar que foi solicitado que
eles imaginassem um treinamento de seis meses para os estudos de caso.
Já para estudo de caso 1 (eutróficos) percebe-se não haver nenhuma aplicação de
estereótipos, já que a percepção do profissional é de que este conseguirá aumentar sua silhueta
em dois pontos, já que o ganho de massa magra é mais difícil do que a perda de gordura
corporal.
O referente resultado indica um anseio de aquisição pelo modelo ideal de corpo,
conforme padrão evidenciado pelos ditames sociais, que segundo Jorge e Vitalle (2008),
valorizados pela sociedade atual que cultua a magreza, incentivando grande parte das pessoas
à busca frenética do corpo ideal. Em algumas circunstâncias, a imagem que a pessoa idealiza
de seu corpo passa a ser mais real que o próprio corpo em si, transformando em objeto de
consumo, símbolo de valor, beleza e realização.
Diferenças entre as Definições Musculares
No que se refere ao Fator de Definição Muscular da Escala de Imagem Corporal
(EIC), foram encontradas diferenças significativas entre os grupos. Considerando [F(2,204) =
544,41; p=0,001] e para efeito de interação grupo e imagem [F(2,204) = 8,06; p=0,001]. A
tabela X e a figura 2 apresentam os valores da Definição Muscular.
32
Tabela 2: Apresentação da variável Definição Muscular (DF).
Média DP
DM Prof. Real 2,65 0,53
DM Prof. Ideal 3,60 0,60
DM Est. Caso 1 -Real 1,96 0,73
DM Est. Caso1 Ideal 3,11 0,52
DM Est. Caso 2 Real 1,23 0,36
DM Est. Caso 2 Ideal 2,40 0,51
O presente estudo assegurou ainda que, os profissionais, buscam atingir modelos
expostos pela mídia, visando alcançar corpos com definição muscular. Corroborando com os
estudos realizados por Coqueiro, Petroski, Pelegrini e Barbosa (2008) com universitários
jovens, os resultados também apontaram que a maioria 78,8% estava insatisfeitas com sua
imagem corporal. Além disso, observou-se que 49,2% almejavam reduzir a dimensão da
silhueta, enquanto que 26,6% almejavam aumentar.
Gráfico 02: Projeção entre as imagens reais e ideais dos profissionais e dos Estudos de caso 01 e 02
Assim, uma maior definição muscular é desejada para si mesmo, como para os
alunos com perfis eutróficos e com sobrepeso. Já que estas idealizações não ultrapassam seu
limite, percebe-se que estes resultados, mais uma vez, comprovam a importância da busca
pelo aumento da massa muscular. Isso é justificado, uma vez que o aumento da massa magra
acompanhada de uma redução da massa gordura traz consequências positivas para saúde e
deve ser sim objetivo dos profissionais da área, desde que não haja exageros e medidas
impróprias para seu ganho.
33
Diferenças entre as Proporções corporais
Para o fator de Proporção Corporal foram encontradas diferenças significativas
entre os grupos [F(2, 205) = 520,87; =0, 001], nas imagens [F(1, 206) = 0,99; p=0,001] não
havendo nível de significância na interação.
Tabela 3: Apresentação da variável Proporções Corporais Gerais
Média DP
Prop. Corporais Prof. Real 2,92 0,43
Prop. Corporais Prof. Ideal 3,04 0,34
Prop. Corporais Est. Caso 1 -Real 2,05 0,39
Prop. Corporais Est. Caso1 Ideal 2,61 0,36
Prop. Corporais Est. Caso 2 Real 3,83 0,47
Prop. Corporais Est. Caso 2 Ideal 3,21 0,38
A pesquisa comprova que o profissional percebe as proporções corporais como:
tamanho da cintura, quadril, glúteo, mãos, pés e seios a imagem real como sendo (2,92)
(pequena) e idealiza proporções (3,04) (média), conforme apresentado na tabela 3.
Para os alunos eutróficos (estudo de caso 01) os profissionais projetam proporções
corporais reais (2,05) (média) e projeta (2,61) (média) para os alunos com obesidade (estudo
de caso 02) proporções corporais reais (3,83) (média) e ideais de (3,21) (média).
Acredita-se que os valores das proporções corporais estão ligados, diretamente, a
cultura do brasileiro, onde a mulheres necessitam estar com mais busto, coxa e glúteo e
homens como maiores valores de perna, peitoral e braço. Estes dados serão melhor discutidos
na comparação entre os sexos.
Gráfico 03: Relação entre as Proporções corporais reais e ideais dos profissionais e dos Estudo de caso 01 e 02
3.83
3.21
2.05
2.922.61
3.04
Profissionais Estudo de Caso 1 Estudo de Caso 2
Real
Ideal
34
Segundo estudos de Machado et al (2007), relacionando o índice de massa corporal e
a percepção da autoimagem em estudantes de Educação Física foi plausível analisar que os
acadêmicos manifestaram distorções expressivas de sua autoimagem, seja para menos ou
para mais em relação ao real avaliado.
Partindo do pressuposto que muitos dos futuros profissionais analisados irão
trabalhar diretamente com pessoas que também manifestam distúrbios de imagem, o fato
deles também não terem uma real visão das suas dimensões corpóreas poderá desencadear
problemas na condição do serviço oferecido aos seus futuros alunos.
Comparações entre as imagens corporais (real e ideal) dos profissionais de Educação
Física do sexo masculino e feminino a partir da Escala de Silhueta de Masculina (ESM)
e Escala de Silhueta de Feminina (ESF) e Escala de Imagem Corporal (EIC):
Para investigar se estas variáveis apresentavam diferença entre homens e mulheres,
rodou-se no mesmo teste, a comparação entre grupo (sexo).
Tabela 4: Comparação entre a percepção de Homens e Mulheres para Imagem Corporal
Imagem corporal Homens Mulheres p
P real 5 6
p=0,91 P ideal 3 4
Es Caso 1 real 5 5
Es Caso 1 ideal 3 3
Es Caso 2 real 10 11
Es Caso 2 ideal 8 9
O presente resultado da tabela 4 evidencia a relação entre as percepções de imagens
corporais de homens e mulheres (reais e ideais) dos profissionais e dos estudos de caso 1 e 2.
35
Figura 1: Projeção real e ideal dos profissionais de educação física
Apoiando-se nos estudos efetivados por Kanno (2009) com nutricionistas do sexo
feminino estas esboçaram suas imagens corporais reais (07) e ideais silhuetas mais magras
(05) sugerindo percepção de imagem ideal mais para o magro, esguio, associado com o
padrão de corpo ditado pela sociedade que profetiza o ser magro como condição de saúde,
atratividade e plenitude principalmente para as mulheres.
A respeito da relação imagem corporal de homens e mulheres, Quadros et al (2010),
através de sua pesquisa com 874 universitários enfoca que a prevalência de insatisfação com a
imagem corporal entre os universitários pesquisados foi de 77,6%, sendo maior a insatisfação
por excesso de peso do que por magreza, verificando que quanto ao sexo, pode-se observar os
indivíduos do sexo masculino manifestaram maior prevalência de insatisfação por magreza,
enquanto que seus pares do sexo feminino descreveram maior insatisfação por excesso de
peso.
Conforme pesquisa executada por Rech, Araújo e Vanat (2010) com 294
universitários de Educação Física, utilizando Escala de silhuetas de Stunkard, Sorenson e
Schlusinger (1983), evidenciou que, a silhueta ideal para 79,7% dos homens é a silhueta (03)
ou (04), enquanto que as mulheres demonstraram uma maior preferência pela silhueta 02
(57,0%). Nenhum indivíduo propôs as silhuetas mais avantajadas (08) e (09). Observou-se no
sexo masculino um desejo de aumentar a silhueta corporal, especialmente naqueles homens
que descreveram como corpo atual as silhuetas mais magras.
Utilizando também a Escala de silhuetas de Stunkard, Sorenson e Schlusinger (1983)
Damasceno et al (2005) com sujeitos dos sexo masculino estes assinalaram, como ideal, a
silhueta (04), constatando a tendência masculina de possuir um corpo com maior volume e
menor quantidade de gordura corporal e para as mulheres, foi considerada ideal a silhueta
36
(03), percebe-se que os sujeitos que se identificavam com as silhuetas abaixo de (04) queriam
aumentar, conjeturando o desejo de apresentar maior quantidade de massa corporal, porém em
relação à insatisfação corporal, as mulheres apresentaram um grau de insatisfação similar ao
dos homens, 76% e 82% respectivamente.
Estudo de Caso 01
Pautado na percepção corpo-professor e projeção corpo-aluno os dados deste estudo
mostraram que os professores, de ambos os sexos, marcaram no Estudo de caso 01 a silhueta
de número (05), a que mais se caracterizava com os dados prestados no estudo, isto é,
percebem os corpos eutróficos de forma semelhante. Conforme figura 02.
Figura 2: Projeção dos profissionais em relação ao aluno do estudo de caso 1.
Esta semelhança na percepção da imagem corporal de ambos os sexos demonstra que
existe na nossa sociedade um padrão de beleza corporal que define como belo o corpo que é
considerado como abaixo do peso, mediante pesquisa executada por Freitas et al (2010), que
ratificou não só a existência de um padrão de beleza sobre o corpo feminino, como também
uma tendência à uniformidade na percepção do corpo por estudantes e profissionais de
Educação Física.
Estudo de Caso 02
37
Figura 3: Projeção dos profissionais em relação ao aluno do estudo de caso 2.
No Estudo de caso 02 marcaram as silhuetas (10) e (11) como as que mais se
assemelhavam às características do respectivo estudo e após a prescrição do exercício e
treinamento intensivo durante 06 meses as expectativas depositadas para os alunos com
obesidade também foram semelhantes com alcance máximo nas silhuetas (09) Mulheres e (
08) homens. Conforme figura 03.
Estes resultados comprovam que, mesmo após sua prescrição de exercícios os
professores de Educação Física não confiaram que os alunos com sobrepeso pudessem
alcançar uma silhueta fina e magra, os achados são semelhantes aos dos estudos de Kanno
(2009) com profissionais da Nutrição que mesmo após a dieta, as nutricionistas não
acreditaram na capacidade de alcance das silhuetas finas e magras.
Tabela 5: Comparação entre a percepção de Homens e Mulheres para Definição Muscular Imagem corporal Homens Mulheres p
P real 2,82 2,49
p=0,41
P ideal 3,70 1,84
Es Caso 1 real 2,08 1,84
Es Caso 1 ideal 3,15 3,06
Es Caso 2 real 1,26 1,20
Es Caso 2 ideal 2,41 2,40
A tabela 5 evidencia a relação entre as percepções de homens e mulheres (reais e
ideais) dos profissionais e dos estudos de caso 1 e 2. Percebe-se que os profissionais do sexo
38
masculino percebem definição muscular real (2,82) (pouco definida) segundo EIC e idealizam
definição muscular ideal (3,70) (moderadamente definida), enquanto que as mulheres a real
foi (2,49) (pouco definida) e a ideal (1,84) (muito pouco definida).
Entretanto, a projeção dos profissionais para os alunos do sexo masculino com
eutrofia (Estudo de caso 01) pode-se observar que foi pouca e moderada definição muscular
(2,08 e 3,15), respectivamente, enquanto que, para os alunos com obesidade (Estudo de caso
02) a imagem projetada real e ideal (1,26 e 2,41) muito pouca e pouca definição
respectivamente.
As profissionais do sexo feminino projetaram para as alunas com eutrofia (Estudo de
caso 01) imagem real e ideal muito pouca e moderada definição muscular (1,84 3,06)
respectivamente, enquanto que, para as alunas com obesidade(Estudo de caso 02) a imagem
real e ideal (1,20 e 2,40) muito pouca e pouca definição respectivamente, semelhante ao
professor do sexo masculino.
Os resultados são semelhantes aos estudos efetuados por Kanno (2009) que para suas
pacientes com sobrepeso pode-se analisar que as nutricionistas esquematizaram corpos ideais
com pouca definição muscular (2,80 e 2,78) respectivamente, permitindo observar que as
nutricionistas idealizam um corpo mais musculoso para a paciente eutrófica, enquanto que,
para as pacientes com sobrepeso as nutricionistas esboçam, tanto para a definição muscular
real quanto a ideal, um corpo pouco definido.
O respectivo resultado demonstra que esta idealização por corpos magros e
musculosos por parte dos profissionais de Educação Física inicia ainda na graduação. Em
pesquisa efetivada por Bosi et al (2008) com 191 universitárias do curso de Educação Física
do sexo feminino confirmou que a maioria das alunas apresentaram um IMC normal, sendo
consideradas eutróficas em relação ao seu peso corporal, porém, quando avaliadas as
diferenças entre o peso informado e o peso desejado, dessas alunas, foi visto uma media de
insatisfação com o peso.
Os professores de Educação Física de ambos os sexos perceberam e projetaram para
seus alunos com sobrepeso (estudo de caso 02) a definição muscular de forma semelhante. Tal
resultado alerta para o fato dos profissionais estarem inseridos em um mesmo contexto e
apresentam contato direto com vários corpos, o deles propriamente para exibir e o dos alunos
como alcance de suas metas, resultado de sua prescrição enquanto profissionais.
Segundo Rech, Araújo e Vanat (2010), esta percepção advinda do profissional de
Educação Física se mostra relevante, uma vez que, serão os mesmos que atuarão com os
exercícios corporais nas diferentes áreas de intervenção.
39
O protótipo do “corpo perfeito” emprega dois estereótipos, um para o corpo feminino
(magra e esbelta) e outro para o masculino (baixo percentual de gordura e com conteúdo
muscular). As mulheres anseiam ser magras, enquanto os homens em se tornarem cada vez
mais fortes, musculosos e atléticos (ASSUNÇÃO, 2002; DAMASCENO et al 2005;
FIDELYX et al, 2011).
Tabela 6: Comparação entre a percepção de Homens e Mulheres para Proporções
Corporais Gerais
Proporções Corporais Homens Mulheres p
P real 3,08 2,77
p=0,06 P ideal 3,16 2,92
Es Caso 1 real 2,08 2,03
Es Caso 1 ideal 2,70 2,52
Es Caso 2 real 3,84 3,82
Es Caso 2 ideal 3,15 3,26
A tabela 6 permite observar a relação entre as proporções corporais (reais e ideais)
dos profissionais e dos estudos de caso 1 e 2. Os profissionais do sexo masculino mesmo
havendo diferença significativa, projetaram para si, tamanhos reais médios de (3,08) e ideais
também médios (3,16), isto é, os profissionais idealizam a circunferência da cintura, largura
do quadril, tamanho do glúteo, mãos, pés e seios (tamanho médio) segundo EIC.
Em relação aos alunos eutróficos (estudo de caso 01), não foram detectadas
diferenças significativas, no qual, os profissionais esboçaram proporções corporais ideais
pequenas, bem próximas das reais, de (2,08 e 2,70), que evidencia dimensões pequenas.
Para os alunos com obesidade, percebeu-se também não houve diferença
significativa, onde homens e mulheres visualizaram proporções corporais reais e ideais
grandes (3,84) e (3,15)
As profissionais do sexo feminino projetaram para si, tamanhos reais e ideais (2,77)
pequenos em relação aos reais (2,92), isto é, as profissionais idealizam a circunferência da
cintura, largura do quadril, tamanho do glúteo, mãos, pés e seios (pequeno) segundo EIC.
Em relação às alunas eutróficos (Estudo de caso 01), as profissionais esboçaram
proporções corporais ideais pequenas, bem próximas das reais, de (2,03 e 2,52), que o que
confirma volumes pequenos. Para as alunas com obesidade (Estudo de caso 02), percebeu-se
40
também diferença significativa, idealizaram proporções corporais grandes (3,82) e para o
médio (3,26), ou seja, diminuíram na projeção para as alunas com obesidade o tamanho das
partes corpóreas.
Com relação à prescrição ideal de exercícios para o Estudo de Caso 01 (eutrófico) e o
Estudo de Caso 02 (obeso), 67,7% dos profissionais prescreveram o treinamento resistido e
26,6% indicaram exercícios anaeróbicos, para o estudo de caso 01 e 44,9% prescreveram
Circuito e 39,1% exercícios aeróbicos para o estudo de caso 02.
Vale ressaltar que, foi estipulado nos estudos de caso um tempo de 06 meses de
treinamento intensivo considerando a dieta e sua intervenção na prescrição, assim mesmo não
depositaram muitas expectativas nos alunos com sobrepeso que permaneceram entre as
figuras 08 e 09 das respectivas escalas (ESM e ESF) evidenciando que os mesmos seriam
incapazes de atingir contornos mais magros e esbeltos enquanto que para as alunas eutróficas
projetaram, padrões corporais semelhantes aqueles idealizados para eles mesmos.
Estudo semelhante efetuado por Kanno (2009), o tempo não foi tratado, porém, em
circunstância alguma os sujeitos indagaram a respeito do tempo da dieta para depois projetar a
imagem ideal. Isto leva ao questionamento de que a imagem ideal possa ser tão “idealizada”
que se sobreponha o tempo de dieta.
Isto nos remete à seguinte reflexão será que os profissionais consideraram o tempo
insuficiente para o alcance de uma silhueta mais esbelta nas metas dos seus alunos com
sobrepeso? Ou realmente há aplicação de estereótipos por parte destes profissionais, neste
contexto declarar que todos os profissionais de Educação Física fazem uso de estereótipos
para seus alunos, com sobrepeso pode ser uma afirmação incompleta ou até mesmo emprego
de um estereótipo, porém, esta observação leva a crer que embora os profissionais de ambos
os sexos prescrevam treinamentos similares (circuitos) para os indivíduos que se encontram
acima do peso não confiaram que os mesmos alcançariam silhuetas mais reduzidas,
levantando a reflexão de que a organização da imagem corporal e por conseguinte da
identidade está circundada de padronizações.
A esse respeito Kanno (2009) aborda que os indivíduos constroem em suas
identidades subjetivas estereótipos voltados para a obesidade e acreditam nestes estereótipos
e, consequentemente, operam em função destas crenças, atribuídas pela sociedade e agrupadas
de modo inconsciente. Nesta perspectiva, poderia assim mesmo inconscientemente os
profissionais não esperar que os alunos acima do peso pudessem alcançar um corpo esbelto e
se enquadrar na silhueta ditada pela sociedade, talvez por incorporar estereótipos fabricados e
produzidos em relação à pessoa obesa como: inaptidão, preguiça e lerdeza.
41
No ponto de vista de Corrêa e Hernandez (2010), grande parte das pessoas,
inconscientemente, faz apreciação impensada acerca dos indivíduos, por acreditar que o
sucesso das pessoas depende do seu atributo físico desprezando os demais atributos que o
mesmo possa apresentar.
Pode-se dizer, em consonância com Luchesi e Caramachi (2009), que os estereótipos
se formam socialmente numa construção complexa de retroalimentação, onde as expectativas
das pessoas do grupo de convivência assumem atitudes tidas como “esperadas” ou mesmo
“desejáveis” de pessoas com cada tipo físico. Os indivíduos avaliados socialmente, por sua
vez, tendem a se assentar aos rótulos estabelecidos previamente, estabelecendo um círculo
vicioso e previsível.
Vale enfatizar que, as expectativas por parte dos professores para com seus alunos
com sobrepeso não foram relevantes, possibilitando refletir através deste constructo uma
discussão positiva sobre a importância da imagem corporal na prescrição de exercícios e na
prática docente destes atuais e futuros profissionais. É relevante que compreendam a relação
imagem e aparência, sem exageros, para que o professor em vez de focar o corpo do aluno
como fim valorize sim sua capacidade de superação e nesta perspectiva, enquanto
profissional, ser atuante e transformador nas suas diferentes áreas de intervenção.
Professores que têm uma percepção positiva dos alunos tendem a estimular o lado
bom desses na busca dos melhores resultados, porém, professores que vêm os alunos de forma
negativa tomam posturas que acabam por afetar negativamente sua performance.
42
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo possibilitou comprovar que os profissionais de Educação Física,
de ambos os sexos, idealizam para si imagem corporal imposta pelo meio social, onde homens
e mulheres almejam silhuetas com definição muscular, apesar de não apresentarem
discrepâncias consideráveis ou patológicas.
Verificando se a imagem corporal idealizada pelos professores é projetada para o
aluno consente concluir que ambas as imagens são semelhantes a real do professor e a
idealizada para o aluno principalmente para o aluno eutrófico, portanto, através dos resultados
apontados os profissionais de Educação Física não apresentam discrepância nas imagens de
silhuetas nem entre eles e nem com relação aos estudos de caso. Quanto à prescrição do tipo
de exercícios percebe-se que os profissionais de ambos os sexos prescreveram as mesmas
configurações de exercícios.
Analisando os fatores de proporções corporais e definição muscular de Escala de
Imagem Corporal (EIC) os profissionais depositaram para os indivíduos do Estudo de caso 01
(eutrófico) silhuetas semelhantes a sua: magreza e definição muscular, porém, para os
indivíduos de estudo de caso 02 (obesidade), alocaram proporções corporais consideráveis e
sem definições musculares quadro este que comprova estereótipo negativo no que se refere ao
corpo obeso.
O corpo dos alunos acima do peso pode desencadear aplicação de estereótipos
evidenciando que os indivíduos se comportam, tomam atitudes ou ainda predizem baseados
nos esquemas cognitivos adquiridos através do meio social no qual estão inseridos,
principalmente no que diz respeito aos anseios e expectativas que poderão vir a depositar nos
seus alunos com sobrepeso. Ou seja, levando em consideração o tempo de 06 meses adotado
para adquirir uma silhueta mais magra as expectativas não foram relevantes, enquanto que
para os indivíduos eutróficos eles adotaram silhuetas similares à sua.
Quanto a elaboração da Escala de Silhueta Masculina (ESM) também objetivo desta
pesquisa permitiu avaliar indivíduos nas suas diferentes dimensões corpóreas, a qual licencia
verificar a percepção da imagem corporal nos diferentes perfis somatotipo: musculoso, magro
e obeso de indivíduo do sexo masculino, podendo confirmar a validade da mesma.
Espera-se, portanto, que este estudo seja um meio para se advertir os profissionais de
Educação Física sobre a importância da imagem corporal na sua prática docente, não como
algo associado somente à saúde e beleza, mas dentro de uma conjectura mais ampla, uma vez
que, este profissional pode deparar-se com indivíduos também insatisfeitos e sua conduta na
43
prescrição de exercícios frente a este aluno deve ser exemplar, ética e adequada. Outrossim,
independente da dimensão corporal que este adota, o corpo na perspectiva do profissional de
Educação Física é sempre um corpo, livre de qualquer estereótipo ou preconceito.
No que diz respeito às limitações da pesquisa sugere-se também a realização de uma
avaliação física mais complexa envolvendo mensuração de dobras cutâneas, que sevem como
suporte para avaliar o estado nutricional do grupo avaliado.
Para finalizar, aponta-se a importância de estudos futuros nesta temática tais como:
comparar os níveis de percepção da imagem corporal em diferentes práticas de exercícios;
outro estudo relevante seria de comparar a projeção da imagem corporal de professores do
sexo masculino para alunas e de professoras do sexo feminino, assim como, para alunos do
sexo masculino e assim, verificarmos como esses idealizam corpos do sexo oposto.
Sugere-se outro estudo voltado para as expectativas depositadas pelos alunos em
relação ao corpo do profissional de Educação Física no que diz respeito a possíveis aplicações
de estereótipos dos alunos para com seus professores que tenham corpos fora dos padrões
atribuídos pela sociedade.
44
7 REFERÊNCIAS
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51
Este estudo visa validar a Escala de Silhueta Masculina (ESM), visualize as figuras abaixo e
marque com um (x) a imagem que mais se aproxima de sua silhueta atual. Obrigada pela
colaboração!
1. Qual aparência física mais se parece com você ATUALMENTE?
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11)
2. Qual aparência física você GOSTARIA DE TER?
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11)
FICHA COMPLEMENTAR
a). Identificação: 1. Nº.: ________ 2.Data: ______/______/______ 3.Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 4.Data de nascimento: ______/______/______ 5.Idade: ________ 6.Tempo de profissão: ________
b). Dados antropométricos: 1.Peso: _______________ 2.Estatura: _______________ 3.IMC:_______________ c).Escolaridade: ( )Fundamental ( ) 2º grau ( ) 3º Grau incompleto. Curso:_________________________________ ( ) 3º Grau completo. Profissão:_________________________________ ( ) Pós-Graduado: Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Outros:_________________ d.Você está satisfeito com seu corpo? a). ( ) Sim b). ( ) Não
52
A). Identificação:
1.No.:________
2.Data: ______/______/______
3.Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
4.Data de nascimento: ______/______/______
5.Idade:____________________
6.Curso:____________________
B). Dados antropométricos:
1.Peso: __________________
2.Estatura: _______________
3.IMC:__________________
a)Utilize a escala abaixo indicando com um (X) no número da silhueta que mais se parece
com você ATUALMENTE?
O presente estudo faz parte do projeto de Mestrado desenvolvido na Universidade
Católica de Brasília-UCB, sob a supervisão das professoras Leyla Regis de Meneses Sousa
e Gislane Ferreira de Melo (Orientadora). O respectivo estudo objetiva avaliar a
discrepância na imagem corporal de profissionais de educação física e se esta discrepância
influencia na percepção de imagem que estes têm de seus alunos e na prescrição de
exercícios físicos.
53
b) Utilize a tabela abaixo para descrever a sua percepção de CORPO ATUAL?
GLÚTEOS Muito
pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
COXA Muito
pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
BÍCEPS Muito
pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
PANTURRILHA Muito
pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
ABDÔMEN Muito
pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
TONICIDADE
MUSCULAR DO
CORPO
Muito
pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
CIRCUFERÊNCIA
DA CINTURA
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
LARGURA DO
QUADRIL
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DO
GLÚTEO
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DAS
MÃOS
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DOS
PÉS
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
SEIOS OU
PEITORAIS
Muito
pequeno
Pequena Média Grande Muito Grande
54
c). Utilize a escala novamente marcando com um (X) no número da silhueta que você GOSTARIA
DE TER:
d) Utilize a tabela abaixo para descrever a sua percepção por partes corporais de CORPO IDEAL?
GLÚTEOS Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
COXA Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
BÍCEPS Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
PANTURRILHA Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
ABDÔMEN Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
TONICIDADE
MUSCULAR DO
CORPO
Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
CIRCUFERÊNCIA
DA CINTURA
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
LARGURA DO
QUADRIL
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DO
GLÚTEO
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DAS
MÃOS
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DOS
PÉS
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
SEIOS OU
PEITORAIS
Muito
pequeno
Pequena Média Grande Muito Grande
55
ESTUDOS DE CASO 01
a)Utilize a escala abaixo para descrever a imagem CORPORAL ATUAL do sujeito de Estudo de caso 01:
b) Utilize a tabela abaixo para descrever a imagem CORPORAL ATUAL do sujeito de Estudo de caso 01:
GLÚTEOS Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
COXA Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
BÍCEPS Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
PANTURRILHA Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
ABDÔMEN Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
TONICIDADE MUSCULAR DO
CORPO
Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
CIRCUFERÊNCIA DA CINTURA
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
LARGURA DO QUADRIL
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DO
GLÚTEO
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DAS MÃOS
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DOS PÉS
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
SEIOS OU
PEITORAIS
Muito pequeno Pequena Média Grande Muito Grande
E.F.J., 30 anos (Peso: 45,0; Estatura: 1,60m, IMC: 17,5Kg/m², % G:11%), solteiro, residente em Teresina, deseja ganhar peso. Afirma que sempre foi magro e sempre consumiu todos os tipos alimentos como frutas, hortaliças, carnes e massas. Sempre praticou exercício físico com o objetivo de hipertrofia (ganho ponderal).
56
c)Com relação ao Estudo de caso 01, que tipo de exercício você prescreveria para este aluno?
a)( ) Aeróbico b) ( )Anaeróbico c) ( )Treinamento funcional
d) ( )Treinamento resistido e) ( )Circuito
d)Com relação ao tipo de exercício você prescreveu para seu aluno, utilize a escala abaixo para
descrever a o resultado que ele será capaz de alcançar em 06 (seis) meses de treinamento intensivo:
e) Finalmente, com relação ao tipo de exercício você prescreveu para seu aluno do estudo de caso 01,
utilize a tabela abaixo para descrever a o resultado que ele será capaz de alcançar por partes corporais
em 06 (seis) meses de treinamento intensivo?
GLÚTEOS Muito pouco
definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
COXA Muito pouco
definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
BÍCEPS Muito pouco
definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
PANTURRILHA Muito pouco
definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
ABDÔMEN Muito pouco
definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
TONICIDADE MUSCULAR DO
CORPO
Muito pouco
definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
CIRCUFERÊNCIA DA CINTURA
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
LARGURA DO QUADRIL
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DO GLÚTEO
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DAS MÃOS
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DOS PÉS
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
SEIOS OU PEITORAIS
Muito pequeno
Pequena Média Grande Muito Grande
57
ESTUDOS DE CASO 02
a) Utilize a escala abaixo para descrever a imagem CORPORAL ATUAL do sujeito de
Estudo de caso 02:
b) Utilize a tabela abaixo para descrever a imagem CORPORAL ATUAL do sujeito de
Estudo de caso 02:
GLÚTEOS Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido Totalmente definido
COXA Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido Totalmente definido
BÍCEPS Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido Totalmente definido
PANTURRILHA Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido Totalmente definido
ABDÔMEN Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido Totalmente definido
TONICIDADE MUSCULAR DO
CORPO
Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido Totalmente definido
CIRCUFERÊNCIA DA CINTURA
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
LARGURA DO QUADRIL
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DO GLÚTEO
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DAS MÃOS
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DOS PÉS
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
SEIOS OU PEITORAIS
Muito pequeno
Pequena Média Grande Muito Grande
A.C.L, 38 anos (Peso: 96,0; Estatura:1,60m, IMC:37,50,18Kg/m², % G:30%), casado, residente da zona Sul, deseja perder peso. Afirma ter aumentado de peso consideravelmente nos últimos anos. Assegura ter necessidade de perder peso, pois se sente mal com o corpo, fazia caminhada esporadicamente e sem orientação. Procurou um profissional de Educação física com o objetivo de reduzir o peso e aumentar a massa corporal.
58
c)Com relação ao Estudo de caso 02, que tipo de exercício você prescreveria para seu aluno?
a)( ) Aeróbico b) ( )Anaeróbico c) ( )Treinamento funcional d) ( )Treinamento resistido
e) ( )Circuito
d)Com relação ao tipo de exercício você prescreveu para seu aluno, utilize a escala abaixo para
descrever o resultado que ele será capaz de alcançar após 06 (seis) meses de treinamento intensivo?
e) Finalmente, com relação ao tipo de exercício você prescreveu para seu aluno do Estudo de caso
02, utilize a tabela abaixo para descrever a o resultado que ele será capaz de alcançar por partes
corporais após 06 (seis) meses de treinamento intensivo?
GLÚTEOS Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
COXA Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
BÍCEPS Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
PANTURRILHA Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
ABDÔMEN Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
TONICIDADE MUSCULAR DO
CORPO
Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
CIRCUFERÊNCIA DA CINTURA
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
LARGURA DO QUADRIL
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DO GLÚTEO
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DAS MÃOS
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DOS PÉS
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
SEIOS OU PEITORAIS
Muito pequeno Pequena Média Grande Muito Grande
59
A). Identificação:
1. Nº.: _____
2.Data: ______/______/______
3.Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
4.Data de nascimento: ______/______/______
5.Idade: ________
6.Tempo de profissão: ________
B). Dados antropométricos:
1.Peso: _______________
2.Estatura: _______________
3.IMC:_______________
a). Utilize a escala abaixo indicando com um (X) no número da silhueta que mais se parece
com você ATUALMENTE?
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)
O presente estudo faz parte do projeto de Mestrado desenvolvido na Universidade
Católica de Brasília-UCB, sob a supervisão das professoras Leyla Regis de Meneses Sousa e
Gislane Ferreira de Melo (Orientadora). O respectivo estudo objetiva avaliar a discrepância
na imagem corporal de profissionais de educação física e se esta discrepância influencia na
percepção de imagem que estes têm de seus alunos e na prescrição de exercícios físicos.
60
c) Utilize a tabela abaixo para descrever a sua percepção de CORPO ATUAL?
GLÚTEOS Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
COXA Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
BÍCEPS Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
PANTURRILHA Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
ABDÔMEN Muito pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
TONICIDADE MUSCULAR DO
CORPO
Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
CIRCUFERÊNCIA
DA CINTURA
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito
Grande
LARGURA DO
QUADRIL
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito
Grande
TAMANHO DO
GLÚTEO
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito
Grande
TAMANHO DAS
MÃOS
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito
Grande
TAMANHO DOS PÉS
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
SEIOS Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
c). Utilize a escala novamente marcando com um (X) no número da silhueta que você
GOSTARIA DE TER?
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)
61
d) Utilize a tabela abaixo para descrever a sua percepção por partes corporais de CORPO IDEAL?
GLÚTEOS Muito
pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
COXA Muito
pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
BÍCEPS Muito
pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
PANTURRILHA Muito
pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
ABDÔMEN Muito
pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
TONICIDADE
MUSCULAR DO
CORPO
Muito
pouco
definido
Pouco
definido
Moderadamente
definido
Muito
definido
Totalmente
definido
CIRCUNFERÊNCIA
DA CINTURA
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
LARGURA DO
QUADRIL
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DO
GLÚTEO
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DAS
MÃOS
Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DOS PÉS Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
SEIOS Muito
pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
62
ESTUDOS DE CASO 01
a) Utilize a escala abaixo para descrever a imagem corporal ATUAL do sujeito de
Estudo de caso 01:
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)
b) Utilize a tabela abaixo para descrever a imagem corporal ATUAL do sujeito de Estudo de
caso 01:
GLÚTEOS Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
COXA Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
BÍCEPS Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
PANTURRILHA Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
ABDÔMEN Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
TONICIDADE MUSCULAR DO
CORPO
Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
CIRCUFERÊNCIA DA CINTURA
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
LARGURA DO QUADRIL
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DO GLÚTEO
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DAS MÃOS
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DOS PÉS
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
SEIOS Muito pequeno
Pequena Média Grande Muito Grande
M.C.R., 30 anos (Peso: 45,0 Estatura: 1,60m, IMC: 17,57Kg/m², % G:11%), solteira, residente em Teresina, deseja ganhar peso. Afirma que sempre foi magra e sempre consumiu todos os tipos alimentos como frutas, hortaliças, carnes e massas. Sempre praticou exercício físico com o objetivo de hipertrofia (ganho ponderal).
63
c)Com relação ao Estudo de caso 01, que tipo de exercício você prescreveria para sua aluna?
a)( ) Aeróbico b) ( )Anaeróbico c) ( )Treinamento funcional d) ( )Treinamento resistido
e) ( )Circuito
d)Com relação ao tipo de exercício você prescreveu para sua aluna, utilize a escala abaixo
para descrever a o resultado que ele será capaz de alcançar em 06 (seis) meses de treinamento
intensivo:
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)
e) Finalmente, com relação ao tipo de exercício você prescreveu para seu aluno do Estudo de
caso 01, utilize a tabela abaixo para descrever a o resultado que ela será capaz de alcançar por
partes corporais em 06 (seis) meses de treinamento intensivo?
GLÚTEOS Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
COXA Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
BÍCEPS Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
PANTURRILHA Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
ABDÔMEN Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
TONICIDADE MUSCULAR DO
CORPO
Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
CIRCUFERÊNCIA DA CINTURA
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
LARGURA DO QUADRIL
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DO GLÚTEO
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DAS MÃOS
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DOS PÉS
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
SEIOS Muito pequeno
Pequena Média Grande Muito Grande
64
ESTUDOS DE CASO 02
a) Utilize a escala abaixo para descrever a imagem corporal ATUAL do sujeito de Estudo de
caso 02:
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)
b) Utilize a tabela abaixo para descrever a imagem corporal ATUAL do sujeito de Estudo de
caso 02:
GLÚTEOS Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
COXA Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
BÍCEPS Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
PANTURRILHA Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
ABDÔMEN Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
TONICIDADE MUSCULAR DO
CORPO
Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido
Totalmente definido
CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
LARGURA DO QUADRIL
Muito pequeno
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DO GLÚTEO
Muito pequeno
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DAS MÃOS
Muito pequena
Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DOS PÉS
Muito pequeno
Pequena Média Grande Muito Grande
SEIOS Muito pequeno
Pequena Média Grande Muito Grande
S.C.L., 38 anos (Peso:96,0 Estatura: 1,60m, IMC: 37,5 Kg/m², % G:30%), casada, residente da zona Sul, deseja perder peso. Afirma ter aumentado de peso consideravelmente nos últimos anos. Assegura ter necessidade de perder peso, pois se sente mal com o corpo, fazia caminhada esporadicamente e sem orientação. Procurou um profissional de Educação física com o objetivo de reduzir o peso e aumentar a massa corporal.
65
c)Com relação ao Estudo de caso 02, que tipo de exercício você prescreveria para sua aluna ?
a)( ) Aeróbico b) ( )Anaeróbico c) ( )Treinamento funcional d) ( )Treinamento resistido
e) ( )Circuito
d). Com relação ao tipo de exercício que você prescreveu, utilize a escala abaixo para descrever o
resultado que ela será capaz de alcançar após 06 (seis) meses de treinamento intensivo:
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)
e) Finalmente, com relação ao tipo de exercício você prescreveu para sua aluna do Estudo de caso 02, utilize a tabela abaixo para descrever a o resultado que ela será capaz de alcançar por partes corporais após 06 (seis) meses de treinamento intensivo?
GLÚTEOS Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido Totalmente definido
COXA Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido Totalmente definido
BÍCEPS Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido Totalmente definido
PANTURRILHA Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido Totalmente definido
ABDÔMEN Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido Totalmente definido
TONICIDADE MUSCULAR DO
CORPO
Muito pouco definido
Pouco definido
Moderadamente definido
Muito definido Totalmente definido
CIRCUFERÊNCIA DA CINTURA
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
LARGURA DO QUADRIL
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DO GLÚTEO
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DAS MÃOS
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
TAMANHO DOS PÉS
Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
SEIOS Muito pequena Pequena Média Grande Muito Grande
66
Este estudo visa validar a Escala de Silhueta Masculina (ESM), visualize as figuras
abaixo e marque com um (x) a imagem que mais se aproxima de sua silhueta atual. Obrigada
pela colaboração!
1. Qual aparência física mais se parece com você ATUALMENTE?
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11)
2. Qual aparência física você GOSTARIA DE TER?
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11)
FICHA COMPLEMENTAR
a). Identificação:
1. Nº.: ________
2.Data: ______/______/______
3.Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
4.Data de nascimento: ______/______/______ Idade: ________
b). Dados antropométricos:
1.Peso: _______________
2.Estatura: _______________
3.IMC:_______________
c).Escolaridade:
( )Fundamental
( ) 2º grau
( ) 3º Grau incompleto. Curso:_________________________________
( ) 3º Grau completo. Profissão:_________________________________
( ) Pós-Graduado: Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Outros:_________________
d).Você está satisfeito com seu corpo? a). ( ) Sim b). ( ) Não
68
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
Dados de identificação
Nome:_________________________________________________ Telefone: _____
Identidade:________________________________ Data de Nascimento: ___/___/___
Endereço: _________ _____________________Nº._____________Apto:___________
Bairro:_____________________________CEP:_______________
Cidade:_________________ Estado:_______
VALIDAÇÃO DE ESCALA PSICOMÉTRICAS DE SILHUETA MASCULINA
Eu, _________________________________________________________________abaixo
assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário (a) do
projeto de pesquisa acima, sob responsabilidade da pesquisadora Leyla Regis de Meneses
Sousa, mestranda do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física da
Universidade Católica de Brasília - UCB.
Assinando este termo de consentimento estou ciente de que:
1) O objetivo da pesquisa é validar a escala psicométrica de silhueta masculina; 2) Para fazer parte da amostra os sujeitos deverão assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para assegurar-lhes que os dados sejam confidenciais, utilizados para os fins da pesquisa e acessados somente pelas pesquisadoras. Ressalta-se que estudo foi devidamente aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Católica de Brasília mediante o protocolo de número CEP/UCB 151/2008. 3) Para coleta de dados será utilizado a Escala de silhueta masculina (ESM) constituída por 11 figuras ilustrativas iniciando por uma imagem muito musculosa (figuras 1, 2, 3), em seguida imagem eutrófica (figuras 4, 5, 6 e 7 ) e finaliza com as imagens de sobrepeso e obesidade respectivamente (figuras 8, 9, 10 e 11). 4) Obtive todas as informações necessárias para decidir conscientemente sobre minha participação na referida pesquisa, estando livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa; 5) Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo; 6) Os resultados obtidos serão utilizados apenas para o alcance dos objetivos do trabalho exposto acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada; 7) A minha participação será isenta de quaisquer despesas de ordem financeira; 8) Poderei entrar em contato com a responsável pelo estudo, caso julgue necessário, pelo telefone (86) 9987-2352.
Data: _____/_____/_____ Assinatura:__________________________________________________________________
69
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
Dados de identificação
Nome:_________________________________________________ Telefone: _______
Identidade:________________________________ Data de Nascimento: ____/___/___
Endereço: _________ _____________________Nº._____________Apto:___________
Bairro:_____________________________CEP:_______________
Cidade:_________________ Estado:_______
IMAGEM CORPORAL E PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS FÍSICOS
Eu, ___________________________________________________________________abaixo
assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário (a) do
projeto de pesquisa acima, sob responsabilidade da pesquisadora Leyla Regis de Meneses
Sousa, mestranda do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física da
Universidade Católica de Brasília - UCB.
Assinando este termo de consentimento estou ciente de que:
1)O objetivo da pesquisa é validar a escala psicométrica de silhueta masculina; 2)Para fazer parte da amostra os sujeitos deverão assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para assegurar-lhes que os dados sejam confidenciais, utilizados para os fins da pesquisa e acessados somente pelas pesquisadoras. Ressalta-se que estudo foi devidamente aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Católica de Brasília mediante o protocolo de número CEP/UCB 151/2008. 3)Para coleta de dados será utilizado a Escala de silhueta masculina (ESM) constituída por 11 figuras ilustrativas iniciando por uma imagem muito musculosa (figuras 1, 2, 3), em seguida imagem eutrófica (figuras 4,5, 6, 7 e 8) e finaliza com as imagens de sobrepeso e obesidade respectivamente (figuras 8, 9, 10 e 11). 4)Obtive todas as informações necessárias para decidir conscientemente sobre minha participação na referida pesquisa, estando livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa; 5)Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo; 6)Os resultados obtidos serão utilizados apenas para o alcance dos objetivos do trabalho exposto acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada; 7)A minha participação será isenta de quaisquer despesas de ordem financeira; 8)Poderei entrar em contato com a responsável pelo estudo, caso julgue necessário, pelo telefone (86) 9987-2352.
Data: _____/_____/_____
Assinatura:__________________________________________________________________