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LGN 313 Melhoramento Genético Tema 14 MELHORAMENTO DE ESPÉCIES ALÓGAMAS Estrutura populacional, Seleção massal, Seleção recorrente Departamento de Genética Prof. Natal Vello www.genetica.esalq.usp.br/lgn313/nav [email protected]

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LGN 313 Melhoramento Genético

Tema 14 MELHORAMENTO DE ESPÉCIES ALÓGAMASEstrutura populacional,

Seleção massal,Seleção recorrente

Departamento de Genética

Prof. Natal Vello

www.genetica.esalq.usp.br/lgn313/nav [email protected]

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Bibliografia básica:

PATERNIANI, E.; VIEGAS, G.P. (eds.). 1987. Melhoramento e

produção do milho. Campinas, Fundação Cargill,

* volume 1 ( p. 221 - 340 )

MELHORAMENTO DE ESPÉCIES ALÓGAMAS

Bibliografia adicional:

PINTO, R.J.B. 2009. Introdução ao melhoramento genético de plantas. 2ª ed., Maringá, Eduem, UEM, 351 p. ( 1ª edição, 1995, 275 p.)

* capítulo VIII ( p. 247 – 276 )

BORÉM, A.; MIRANDA, G.V. (eds). 2009. Melhoramento de plantas, 5ª ed.,Viçosa, Editora UFV, 529 p.

OU

BORÉM, A..; MIRANDA, G.V. (eds). 2013. Melhoramento de plantas. 6ª ed.,

Viçosa, Ed. UFV, 523p.

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MELHORAMENTO DE ESPÉCIES ALÓGAMAS

SEMENTES SÃO FORMADAS POR INTERCRUZAMENTOS NATURAIS (mínimo: 95%)

FECUNDAÇÃO CRUZADA→ fluxo gênico entre indivíduos diferentes

(pólen transportado pelo vento, insetos, beija-flor, morcegos)

. Ocorrência obrigatória:

. espécies dióicas: araucária, aspargo, tamareira, erva mate, kiwi

• Ocorrência comum:

• espécies frutíferas perenes, espécies florestais e

animais (pan-mixia);

• espécies monóicas: milho, mandioca, abacateiro.

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• Alogamia em espécies com flores hermafroditas

ocorrência limitada às espécies com mecanismos especiais:

- machoesterilidade: híbridos F1 comerciais (cebola);

- auto-incompatibilidade esporofítica: brássicas (couve, repolho,

couve-flor, brócolis, couve-de-bruxelas, colza/canola);

- auto-incompatibilidade gametofítica: abacaxi, fumo, centeio ;

- auto-incompatibilidade heteromórfica: girassol, trigo-sarraceno;

- protoginia: abacate, beterraba, milheto;

- protandria: milho, cebola, cenoura.

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MELHORAMENTO DE ESPÉCIES ALÓGAMAS

ESTRUTURA GENÉTICA DAS POPULAÇÕES

Intercruzamentos = fecundação cruzada = fluxo gênico

♀ p A q a

p A p2 AA pq Aa

q a pq Aa q2 aa

♂Frequências gênicas: p + q = 1

Frequências genotípicas: p2 + 2pq + q2 = 1

Equilíbrio de Hardy-Weinberg: após uma geração de

intercruzamentos, a população entra em equilíbrio, ou seja, as

frequências genotípicas não se alteram e as médias dos

caracteres não mudam mais.

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ESPÉCIES ALÓGAMAS

� Consequências da alogamia:

- níveis altos de heterozigose nas plantas;

- alta variabilidade genética na população;

- carga genética alta na população: altas frequências de alelos

deletérios recessivos em heterozigose; consequência = depressão

por endogamia.

� Produto comercial:

- variedades de polinização livre ( OP = Open Pollinated varieties ) e

variedades sintéticas: milho, gramíneas forrageiras, esp. florestais;

- híbridos comerciais (alta tecnologia): milho, cebola;

- clones altamente heterozigóticos: espécies com propagação

vegetativa : cana-de-açúcar, frutíferas perenes, mandioca.

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SELEÇÃO MASSAL SIMPLES EM ALÓGAMAS

Pouco difere da executada em autógamas, porém alguns tópicos

devem ser observados:

� Não se exerce controle sobre a polinização (há possibilidade de que

plantas geneticamente inferiores polinizem as fêmeas selecionadas).

� O método não supõe testes de progênies; ganho dependerá bastante

da magnitude da herdabilidade do caráter ; S.M. Simples é eficiente

apenas para caracteres de alta herdabilidade, p.ex. resistência a

doenças, altura da planta, ciclo (número de dias para a maturidade).

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SELEÇÃO MASSAL SIMPLES EM ALÓGAMAS

As perspectivas de maior uso da seleção massal em alógamas são:

a) Em espécies pouco melhoradas, como por exemplo espécies

forrageiras.

b) Para caracteres de alta herdabilidade.

c) Na purificação de linhagens, variedades (OP = polinização livre e

sintéticas ) e compostos (pre-breeding populations, conservação de

germoplasma, grupos heteróticos).

Limitação: hoje, o expressivo efeito ambiental e a menor variabilidade

encontrada nos genótipos cultivados restringem o uso da seleção

massal simples em espécies alógamas.

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SELEÇÃO MASSAL ESTRATIFICADA

Consiste no aperfeiçoamento da seleção massal simples, visando-

se reduzir o efeito do ambiente.

O melhorista subdivide a área de avaliação das plantas em

pequenos estratos (parcelas; p.ex. milho: um estrato = 10 m2) mais

homogêneos (principalmente em declividade, fertilidade, nível de acidez e

umidade do solo) e aplica a mesma percentagem de seleção (p) em todos

os estratos. Por consequência:

a) O uso de estratos reduz a probabilidade de que plantas geneticamente

inferiores localizadas em estratos mais férteis venham a ser selecionadas.

b) A subdivisão do terreno reduz a probabilidade de que as plantas

geneticamente superiores localizadas em estratos menos férteis venham

a ser excluídas da seleção.

c) A S.M. Estratificada também pode ser aplicada para caracteres de

média a baixa herdabilidade.

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SELEÇÃO RECORRENTE

PRINCIPAIS ETAPAS:

1. Obtenção de progênies

2. Avaliação experimental de progênies

3. Recombinação de progênies selecionadas para se formar a geração seguinte

• Sistema planejado para aumentar gradativamente as freqüências de alelosfavoráveis que controlam um caráter quantitativo, por meio de ciclossucessivos de seleção e recombinação.

• Ganhos genéticos cumulativos nos vários ciclos.

• Mais apropriada para objetivos a longo prazo e para caracteres quantitativos.

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Obtenção de

progênies

Avaliação e seleção

de progênies

Recombinação de

progênies selecionadas

C0

C1

C2

.

.

.

Cn

Seleção recorrente

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C0 C1 C2

Progresso genético da população original com dois ciclos deseleção recorrente, mantendo a sua variabilidade genética.

SELEÇÃO RECORRENTE

> > ≡ ≡s2Co s2

C1 s2C2

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Espécie País Instituições

Alógamas (uso mais antigo)

Milho BrasilEUA

USP/ESALQ, UFV, EmbrapaUniv. Carolina Norte, Iowa State Univ.

Alemanha Univ. de Hohenheim

Autógamas (uso mais recente)

Arroz Brasil Embrapa Arroz e Feijão

Feijão Brasil UFLA e UFV

Soja EUA Univ. Carolina Norte, Iowa State Univ.

Brasil USP/ESALQ e Embrapa Soja

Cevada Canadá Univ. de Guelph

Aveia EUA Univ. Minnesota, Iowa State Univ.

Exemplos de instituições que conduzem

programas de melhoramento com seleção recorrente

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TIPOS DE PROGÊNIES

.. ..

..... ..

. ......

. ... ....... .

Pólen dediversas plantas

Meios Irmãos (PMI)

.......

....

...

Irmãos Germanos (PIG)

.... ...

. .....

. .... ...

. .....

.

PS1 PS2

.......

....

...X

X

. .... .

. .... ... ..... . .

Polinização livre

Polinização protegida( macho e fêmea )

♂ ♀

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PRINCÍPIO: V ≡ PARENTESCO ( PAR )ENTRE PLANTASDENTRO PROGÊNIES

PLANTASINDIVIDUAIS

PROGÊNIES

X

X

X

X

X

X

1 2 . . . N

PAR1 PAR2 PARn → PARDENTRO PROGÊN.

P1 . P1 P2 . P2 Pn . Pn → ΣΣΣΣ P2i

POPULAÇÃO ORIGINAL ( F = 0 )

____

ENTRE MÉDIAS PROGÊNIES

s2G = s2

A + s2D + . . .

x1 x2 xN → VENTRE PROGÊNIES. . . MÉDIAS

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ALÓGAMAS : MELHORAMENTO DE POPULAÇÕES

ENTRE DENTRO

MEIOS IRMÃOS 0 1

IRMÃOS GERMANOS

14

34

12

14

12

34

PROGÊNIES

s2G = s2

A + s2D + . . .

s2A s2

As2D s2

D

PLANTAS DA POPULAÇÃO ORIGINAL :

VARIÂNCIA GENÉTICA DA POPULAÇÃO : DECOMPOSIÇÃO ENTRE E DENTRO DE PROGÊNIES