44
01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 1/44 Este texto foi publicado no site Jus Navigandi no endereço http://jus.com.br/artigos/22219 Para ver outras publicações como esta, acesse http://jus.com.br Brasil: a laicidade e a liberdade religiosa desde a Constituição da República Federativa de 1988 Andrea Russar Rachel Publicado em 07/2012. Elaborado em 11/2011. Abordamos a liberdade religiosa (crença, culto e organização religiosa), seus desdobramentos (direito ao ateísmo, prestação de assistência religiosa nos estabelecimentos de internação coletiva, proibição de o Estado interferir na religião, escusa de consciência por motivos religiosos, ensino religioso nas escolas públicas, imunidade tributária e casamento religioso com efeitos civis) e algumas polêmicas como uso de símbolos religiosos em locais públicos e consagração de municípios a Jesus Cristo. Su m á ri o: 1 INTRODUÇÃO. 2 A laicidade No Brasil. 3 A LAICIDADE E A liberdade religiosa na história das Constituições brasileiras. 3.1 A Constituição Imperial de 1824. 3.2 A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891. 3.3 A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1934. 3.4 A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1937. 3.5 A Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 1946. 3.6 A Constituição da República Federativa do Brasil de 1967/69. 3.7 A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 4 A liberdade religiosa na Constituição Federal de 1988. 4.1 O preâmbulo da CONSTITUIÇÃO DE 1988. 4.2 Direito ao ateísmo. 4.3 a Prestação de assistência religiosa nos estabelecimentos de internação coletiva. 4.4 A Proibição dE o Estado interferir na religião (art. 19, inciso i, da CONSTITUIÇÃO). 4.4.1 Possibilidade de Parceria entre o Estado e a Igreja na Colaboração de Interesse Público. 4.4.2 Uso de Símbolos Religiosos em Locais Públicos. 4.5 Escusa de consciência POR MOTIVOS RELIGIOSOS. 4.5.1 Serviço Militar Obrigatório. 4.5.2 Serviço Do Júri. 4.6 Imunidade tributária. 4.7 o Ensino religioso nas escolas públicas. 4.8 Casamento religioso com efeitos civis. 5 Limites DO DIREITO À liberdade religiosa. 5.1 Direito à vida x não- recepção de sangue por testemunhas de Jeová. 5.2 Proteção ambiental x SACRIFÍCIO de animais nos rituais religiosos. 5.3 curandeirismo x ministração de curas nos rituais religiosos. 5.4 ProjetoS de Lei da Câmara dos Deputados 6.418/2005 e 122/2006. 6 A liberdade religiosa na legislação infraconstitucional FEDERAL. 6.1 Atribuição de personalidade jurídica às organizações religiosas. 6.2 Feriados religiosos. 6.2.1 A Lei 9.093/95. 6.2.2 A Senhora Aparecida dos Católicos como Padroeira do Brasil (Lei 6.802/80). 6.3 o Estatuto da Criança e do Adolescente. 6.4 o Estatuto do Idoso. 6.5 a PROTEÇÃO PENAL À LIBERDADE RELIGIOSA. 7 Outras manifestações da questão da liberdade religiosa no Brasil. 7.1 A Expressão “Deus seja louvado” no dinheiro brasileiro. 7.2 Atuação de bancadas religiosas na política. 7.3 Dias de “Yom Kipur”, “PESSACH” E “ROSH HASHANÁ” e PROFISSIONAIS judeus. 7.4 Concursos públicos e vestibulares x adventistas de sétimo dia. 8 Conclusão. Referência. Bibliográfica 1 INTRODUÇÃO A vigente Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º, inciso VI, dispõe que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias . Há quem diga que a liberdade de consciência e a liberdade de crença são sinônimas. Todavia, isso não é verdade. [1]

Liberdade Religiosa e Questões Polêmicas - Jus Navigandi

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Religiao e direito

Citation preview

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 1/44

Este texto foi publicado no site Jus Navigandi no endereçohttp://jus.com.br/artigos/22219Para ver outras publicações como esta, acessehttp://jus.com.br

Brasil: a laicidade e a liberdade religiosa desde a Constituição da República

Federativa de 1988

A ndrea Ru ssar Rachel

Publicado em 07/2012. Elaborado em 11/2011.

Abordamos a liberdade religiosa (crença, culto e organização religiosa), seus

desdobramentos (direito ao ateísmo, prestação de assistência religiosa nos

estabelecimentos de internação coletiva, proibição de o Estado interferir na religião,

escusa de consciência por motivos religiosos, ensino religioso nas escolas públicas,

imunidade tributária e casamento religioso com efeitos civ is) e algumas polêmicas

como uso de símbolos religiosos em locais públicos e consagração de municípios a

Jesus Cristo.

Sumári o: 1 IN TRODUÇÃ O. 2 A laicidade N o Brasi l . 3 A LA ICIDA DE E A l iberdade rel igiosa na h istória das

Consti tu ições brasi leiras. 3.1 A Consti tu ição Imperial de 1824. 3.2 A Consti tu ição da Repú bl ica dos Estados

Unidos do Brasi l de 1891. 3.3 A Consti tu ição da Repú bl ica dos Estados Unidos do Brasi l de 1934. 3.4 A

Consti tu ição da Repú bl ica dos Estados Unidos do Brasi l de 1937. 3.5 A Consti tu ição dos Estados Unidos do Brasi l

de 1946. 3.6 A Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l de 1967/69. 3.7 A Consti tu ição da Repú bl ica

Federativa do Brasi l de 1988. 4 A l iberdade rel igiosa na Consti tu ição Federal de 1988. 4.1 O preâmbu lo da

CON STITUIÇÃ O DE 1988. 4.2 Direito ao ateísmo. 4.3 a Prestação de assistência rel igiosa nos estabelecimentos de

internação coletiva. 4.4 A Proibição dE o Estado interferir na rel igião (art. 19, inciso i , da CON STITUIÇÃ O). 4.4.1

Possibi l idade de Parceria entre o Estado e a Igreja na Colaboração de Interesse Pú bl ico. 4.4.2 Uso de Símbolos

Rel igiosos em Locais Pú bl icos. 4.5 Escu sa de consciência POR MOTIV OS RELIGIOSOS. 4.5.1 Serviço Mil i tar

Obrigatório. 4.5.2 Serviço Do Jú ri . 4.6 Imu nidade tribu tária. 4.7 o Ensino rel igioso nas escolas pú bl icas. 4.8

Casamento rel igioso com efei tos civis. 5 Limites DO DIREITO À l iberdade rel igiosa. 5.1 Direito à vida x não-

recepção de sangu e por testemu nhas de Jeová. 5.2 Proteção ambiental x SA CRIFÍCIO de animais nos ri tu ais

rel igiosos. 5.3 cu randeirismo x ministração de cu ras nos ri tu ais rel igiosos. 5.4 ProjetoS de Lei da Câmara dos

Depu tados 6.418/2005 e 122/2006. 6 A l iberdade rel igiosa na legislação infraconsti tu cional FEDERA L. 6.1

A tribu ição de personal idade ju rídica às organizações rel igiosas. 6.2 Feriados rel igiosos. 6.2.1 A Lei

9.093/95. 6.2.2 A Senhora A parecida dos Catól icos como Padroeira do Brasi l (Lei 6.802/80). 6.3 o Estatu to da

Criança e do A dolescente. 6.4 o Estatu to do Idoso. 6.5 a PROTEÇÃ O PEN A L À LIBERDA DE RELIGIOSA . 7 Ou tras

manifestações da qu estão da l iberdade rel igiosa no Brasi l . 7.1 A Expressão “Deu s seja lou vado” no dinheiro

brasi leiro. 7.2 A tu ação de bancadas rel igiosas na pol í tica. 7.3 Dias de “Y om Kipu r”, “PESSA CH” E “ROSH

HA SHA N Á ” e PROFISSION A IS ju deu s. 7.4 Concu rsos pú bl icos e vestibu lares x adventistas de sétimo dia. 8

Conclu são. Referência. Bibl iográfica

1 INT RODUÇÃ O

A vigente Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l , em seu art. 5º, inciso V I, dispõe qu e é inviolável a

l iberdade de consciência e de crença, sendo assegu rado o l ivre exercício dos cu l tos rel igiosos e garantida, na

forma da lei , a proteção aos locais de cu l to e a su as l i tu rgias .

Há qu em diga qu e a l iberdade de consciência e a l iberdade de crença são sinônimas. Todavia, isso não é verdade.

[1]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 2/44

A l iberdade de consciência pode orientar-se tanto no sentido de não admitir crença algu ma (o qu e ocorre com os

ateu s e os agnósticos, por exemplo), qu anto também pode resu l tar na adesão a determinados valores morais e

espiri tu ais qu e não se confu ndem com nenhu ma rel igião, tal como se veri fica em algu ns movimentos

paci fistas qu e, apesar de defenderem a paz, não impl icam qu alqu er fé rel igiosa .

A l iberdade de crença, por su a vez, “envolve o direi to de escolha da rel igião e de mu dar de rel igião” , conforme

será melhor expl ici tado adiante.

Ou trossim, a Consti tu ição Federal , em seu art. 19, inciso I, preconiza qu e é vedado ao Poder Pú bl ico estabelecer

cu l tos rel igiosos ou igrejas, su bvencioná-los, embaraçar-lhes o fu ncionamento ou manter com eles ou seu s

representantes relações de dependência ou al iança, ressalvada, na forma da lei , a colaboração de interesse

pú bl ico.

Por força desses dispositivos consti tu cionais, diz-se qu e o Brasi l é u m Estado laico, onde há l iberdade rel igiosa.

Em qu e pese a aparência de simpl icidade do tema, as qu estões da laicidade e da l iberdade rel igiosa no Brasi l têm

tantos desdobramentos qu e não pu demos nos deter diante do desejo de conhecê-los mais a fu ndo, e trazer aos

lei tores desse trabalho u ma abordagem mais especí fica, mas não exau stiva, de vários deles.

Iniciaremos a exposição apontando as diversas espécies de relação Estado-Igreja e o momento em qu e o Brasi l se

tornou u m Estado laico.

Em segu ida, faremos u m escorço h istórico da l iberdade rel igiosa nas Consti tu ições brasi leiras anteriores.

Relativamente à Consti tu ição vigente, abordaremos a abrangência da l iberdade rel igiosa (l iberdade de crença,

l iberdade de cu l to e l iberdade de organização rel igiosa), seu s desdobramentos (o direi to ao ateísmo, a prestação

de assistência rel igiosa nos estabelecimentos de internação coletiva, a proibição de o Estado interferir na

rel igião, a escu sa de consciência por motivos rel igiosos, o ensino rel igioso nas escolas pú bl icas, a imu nidade

tribu tária e o casamento rel igioso com efei tos civis) e algu mas polêmicas relacionadas à proibição de o Estado

interferir na rel igião, tais como o u so de símbolos rel igiosos em locais pú bl icos e consagração de mu nicípios ao

Senhor Jesu s Cristo.

N a seqü ência, trataremos acerca dos l imites impostos à l iberdade rel igiosa, especi ficamente a não-recepção de

sangu e pelas Testemu nhas de Jeová em contraposição ao direi to à vida, o sacri fício de animais nos ri tu ais

rel igiosos em contraposição à proteção ao meio ambiente, a ministração de cu ras rel igiosas diante da proibição

da prática do cu randeirismo, e os Projetos de Lei da Câmara dos Depu tados 6.418/2005 e 122/2006 em

contraposição ao direi to de se pregar contra o homossexu al ismo.

N o capítu lo segu inte, anal isaremos o tratamento da l iberdade rel igiosa na legislação infraconsti tu cional , tal

como se dá com a atribu ição de personal idade ju rídica pelo Código Civi l às organizações rel igiosas, a

possibi l idade de insti tu ição de feriados rel igiosos trazida pela Lei 9.093/95, a insti tu ição da Senhora A parecida

dos catól icos como padroeira do Brasi l pela Lei 6.802/80, o direi to de l iberdade rel igiosa conferido às crianças e

aos adolescentes pelo Estatu to da Criança e do A dolescente (Lei 8.069/90) e aos idosos pelo Estatu to do Idoso (Lei

10.741/2003) e a proteção penal à l iberdade rel igiosa.

Por fim, traremos de algu mas ou tras manifestações da qu estão da l iberdade rel igiosa no Brasi l , como a

referência a Deu s nas notas de dinheiro, a atu ação de bancadas rel igiosas na pol í tica, os profissionais ju deu s e a

gu arda de seu s respectivos feriados, e a al teração de datas de concu rsos pú bl icos e vestibu lares para os

adventistas de sétimo dia.

2 A LA ICIDA DE NO BRA SIL

Estado laico é estado leigo, secu lar (por oposição a eclesiástico) . É estado neu tro.

Conforme leciona Celso Lafer, “laico significa tanto o qu e é independente de qu alqu er confissão rel igiosa qu anto

o relativo ao mu ndo da vida civi l ” .

A inda segu ndo Celso Lafer :

[2]

[3]

[4]

[5]

[6]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 3/44

Uma primeira dimensão da laicidade é de ordem filosófico-

metodológica, com suas implicações para a convivência coletiva. Nesta

dimensão, o espírito laico, que caracteriza a modernidade, é um modo

de pensar que confia o destino da esfera secular dos homens à razão

crítica e ao debate, e não aos impulsos da fé e às asserções de

verdades reveladas. Isto não significa desconsiderar o valor e a

relevância de uma fé autêntica, mas atribui à livre consciência do

indivíduo a adesão, ou não, a uma religião. O modo de pensar laico

está na raiz do princípio da tolerância, base da liberdade de crença e

da liberdade de opinião e de pensamento.

O modo de pensar laico teve o seu desdobramento nas concepções do Estado. O Estado laico é di ferente do Estado

teocrático e do Estado confessional . N o Estado teocrático, o poder rel igioso e o poder pol í tico se fu ndem (exemplo:

Irã), enqu anto no Estado confessional existem víncu los ju rídicos entre o Poder Pol í tico e u ma Rel igião

(exemplo: Brasi l -Império, cu ja rel igião oficial era a catól ica). O Estado laico, por su a vez, “é o qu e estabelece a

mais completa separação entre a Igreja e o Estado, vedando qu alqu er tipo de al iança entre ambos” .

Em perfei ta síntese, Celso Lafer leciona qu e “em u m Estado laico, as normas rel igiosas das diversas confissões

são conselhos dirigidos aos seu s fiéis e não comandos para toda a sociedade” .

O Brasi l tornou -se u m Estado laico com o Decreto nº 119-A , de 07/01/1890, de au toria de Ru y Barbosa .

A té o advento do Decreto nº 119-A /1890, havia l iberdade de crença no Brasi l , mas não havia l iberdade de cu l to.

Os cu l tos de rel igiões di ferentes daqu ela adotada como oficial pelo Estado (Catol icismo Romano) só podiam ser

real izados no âmbito dos lares.

Com o mencionado decreto, o Brasi l deixou de ter u ma rel igião oficial . Com a separação Estado-Igreja, a extensão

do direi to à l iberdade rel igiosa foi ampl iada.

3 A LA ICIDA DE E A LIBERDA DE RELIG IOSA NA H IST ÓRIA DA S CONST IT UIÇÕES BRA SILEIRA S

3 .1 A CONST IT UIÇÃ O IMPERIA L DE 1 8 2 4

A Consti tu ição do Império, ou torgada em nome da “Santíssima Trindade” , trazia a rel igião catól ica romana

como rel igião oficial , mas era permitido aos segu idores das demais rel igiões o cu l to doméstico .

De acordo com Celso Ribeiro Bastos, havia, no Brasi l Império, l iberdade de crença sem l iberdade de cu l to.

Segu ndo ele, “na época só se reconhecia como l ivre o cu l to catól ico. Ou tras rel igiões deveriam contentar-se com

celebrar u m cu l to doméstico, vedada qu alqu er forma exterior de templo”

3 .2 A CONST IT UIÇÃ O DA REPÚBLICA DOS EST A DOS UNIDOS DO BRA SIL DE 1 8 9 1

A pós a proclamação da Repú bl ica, qu e se deu em 15 de novembro de 1889, Ru y Barbosa redigiu o Decreto 119-A ,

de 7 de janeiro de 1890, separando definitivamente o Estado e a Igreja Catól ica Romana no Brasi l .

Em seu artigo 1º, referido Decreto determinava qu e “é proibido a au toridade federal , assim como a dos Estados

federados, expedir leis, regu lamentos ou atos administrativos, estabelecendo algu ma rel igião, ou vedando-a, e

criar di ferenças entre os habitantes do país, ou nos serviços su stentados à cu sta do orçamento, por motivos de

crenças, ou opiniões fi losóficas, ou rel igiosas” .

O artigo 2º preconizava a ampla l iberdade de cu l to, enqu anto os artigos 3º e 5º previam a l iberdade de

organização rel igiosa sem a intervenção do poder pú bl ico .

Conforme leciona A ldir Gu edes Soriano, “a consti tu cional ização do novo regime repu bl icano consol idou ,

através da Consti tu ição de 1891, a separação entre a Igreja e o Estado, fazendo do Brasi l u m estado laico” .

Segu ndo Fábio Dantas de Ol iveira, “a Consti tu ição Federal de 1891 representou u m marco no qu e tange à

laicidade do Estado, pois todas as Consti tu ições qu e lhe su cederam mantiveram a neu tral idade inerente a u m

Estado Laico, ainda qu e teoricamente” .

N ão há menção a Deu s em seu preâmbu lo .

3 .3 A CONST IT UIÇÃ O DA REPÚBLICA DOS EST A DOS UNIDOS DO BRA SIL DE 1 9 3 4

[7]

[8]

[9]

[10]

[11]

[12]

[13]

[14]

[15]

[16]

[17]

[18]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 4/44

Em breve síntese, é possível afirmar qu e há menção à figu ra de Deu s no preâmbu lo da Consti tu ição da

Repú bl ica dos Estados Unidos do Brasi l de 1934 e qu e ela reconheceu a l iberdade de cu l to, desde qu e não

contrariasse a ordem pú bl ica e os bons costu mes .

3 .4 A CONST IT UIÇÃ O DA REPÚBLICA DOS EST A DOS UNIDOS DO BRA SIL DE 1 9 3 7

Thiago Massao Cortizo Teraoka leciona qu e, “nos moldes das Consti tu ições anteriores, a Consti tu ição de 1937

previu qu e o Estado não estabelecerá, su bvencionará ou embaraçará o exercício de cu l tos rel igiosos” , ou seja,

também reconheceu a l iberdade de cu l to. N ão há, contu do, menção a Deu s no preâmbu lo.

3 .5 A CONST IT UIÇÃ O DOS EST A DOS UNIDOS DO BRA SIL DE 1 9 4 6

Há menção à proteção de Deu s no preâmbu lo .

Conforme magistério de Thiago Massao Cortizo Teraoka :

A Constituição de 1946 manteve a proibição de a União, os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios estabelecerem, subvencionarem ou

embaraçarem cultos religiosos.

A o contrário da Consti tu ição anterior, não há previsão expressa de o Estado manter “relação de al iança ou

dependência com qu alqu er cu l to ou igreja”.

N o capítu lo pertinente aos direi tos e garantias individu ais, a Consti tu ição de 1946 assegu ra o l ivre exercício

dos cu l tos rel igiosos “salvo os dos qu e contrariem a ordem pú bl ica ou os bons costu mes”. A s organizações

rel igiosas adqu irem a personal idade ju rídica dos termos da lei civi l .

Há algu mas inovações importantes no tema. A Consti tu ição de 1946 inova ao estabelecer a previsão da

imu nidade tribu tária, com relação aos impostos, para os “templos de qu alqu er cu l to”, “desde qu e as su as rendas

sejam apl icadas integralmente no País para os respectivos fins”.

A Consti tu ição de 1946 inovou , ainda, ao prever pioneiramente a “escu sa de consciência”. A lei poderia

estabelecer obrigações al ternativas àqu eles qu e se recu sassem a cu mprir obrigações impostas por lei a todos os

brasi leiros.

Há, também, previsão de assistência rel igiosa aos mil i tares e aos internados em habitação coletiva. A

assistência rel igiosa somente pode ser prestada por brasi leiro.

Os cemitérios poderiam ser secu lares (administrados pelos Mu nicípios) ou confessionais (mantidos por

entidades rel igiosas). A s organizações rel igiosas poderiam praticar seu s ri tos, mesmos nos cemitérios

secu lares.

Também havia previsão da insti tu ição de descansos remu nerados, em dias de feriados rel igiosos.

Previu -se a possibi l idade de efei tos civis ao casamento rel igioso.

Também há a previsão do ensino rel igioso facu l tativo.

A Consti tu ição dos Estados Unidos do Brasi l de 1946, portanto, também consagrou o direi to à l iberdade de cu l to,

mas trou xe importantes novidades para implementar o exercício desse direi to.

3 .6 A CONST IT UIÇÃ O DA REPÚBLICA FEDERA T IV A DO BRA SIL DE 1 9 6 7 /6 9

Thiago Massao Cortizo Teraoka ensina :

Há menção à proteção de Deus, no preâmbulo.

A Consti tu ição de 1967, nos moldes das Consti tu ições anteriores, proíbe o Estado de estabelecer, su bvencionar ou

embaraçar o exercício de cu l tos rel igiosos. Porém, há a previsão expressa de colaboração entre o Estado e as

organizações rel igiosas, no interesse pú bl ico, especialmente nos setores edu cacional , assistencial e hospitalar.

N ão há previsão de “escu sa de consciência”, impu tando-se a perda dos direi tos pol í ticos no caso de recu sa, por

convicção rel igiosa, de cu mprir encargo ou serviço imposto por lei .

N o Capítu lo “Dos Direitos e Garantias Individu ais” há afirmação de qu e todos são igu ais perante a lei , sem

distinção de credo rel igioso.

São assegu rados a l iberdade de consciência e o exercício de cu l tos rel igiosos, desde qu e “não contrariem a ordem

pú bl ica e os bons costu mes”.

[19]

[20]

[21]

[22]

[23]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 5/44

Há a previsão de assistência rel igiosa, prestada por brasi leiros, às forças armadas e nos estabelecimentos de

internação coletiva.

Igu almente são assegu rados o repou so remu nerado, nos feriados rel igiosos; o casamento rel igioso de efei tos

civis; o ensino rel igioso facu l tativo.

A Consti tu ição de 1967 mantém a previsão da imu nidade tribu tária, no tocante aos impostos, dos “templos de

qu alqu er cu l to”.

Percebe-se, pois, qu e a l iberdade de cu l to também foi mantida na Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do

Brasi l de 1967/69, com algu mas modificações em relação à Consti tu ição de 1946.

3 .7 A CONST IT UIÇÃ O DA REPÚBLICA FEDERA T IV A DO BRA SIL DE 1 9 8 8

Há menção à proteção de Deu s no preâmbu lo da Consti tu ição vigente .

A respeito dela, Thiago Massao Cortizo Teraoka ministra :

Na mesma linha das anteriores, a Constituição de 1988 não consagra a

expressão “liberdade religiosa”. Porém, em passagens de seu texto, a

Constituição faz referência a “culto”, “religião” e “crença”.

Topologicamente, a primeira referência da Constituição ao termo

encontra-se no artigo 5º, VI, que dispõe ser “inviolável a liberdade de

consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos

religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e

suas liturgias”.

(...)

Também nos termos das Constituições precedentes, há a previsão de

assistência religiosa aos militares e nas entidades de internação

coletiva, inovando-se, porém, ao não se impor a condição de brasileiro

para os que devem prestar essa assistência.

A Consti tu ição atu al , acompanhada pela Consti tu ição de 1946, consagra a possibi l idade de a lei prever a

“escu sa de consciência”, nos segu intes termos: “ningu ém será privado de direi tos por motivo de crença rel igiosa

ou de convicção fi losófica ou pol í tica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e

recu sar-se a cu mprir prestação al ternativa, fixada em lei”.

Segu indo a tradição consagrada desde 1891, a Consti tu ição de 1988 impõe a proibição de estabelecer,

su bvencionar ou embaraçar o fu ncionamento de cu l tos rel igiosos ou igrejas. Há, porém, a possibi l idade de

“colaboração de interesse pú bl ico”, nos moldes antes previstos pelas Consti tu ições de 1934 e 1967.

Também há previsão de ensino rel igioso, de matrícu la facu l tativa e do casamento rel igioso de efei tos civis.

Igu almente é prevista a imu nidade dos templos de qu alqu er cu l to, no tocante aos impostos, conforme é de nossa

tradição desde 1946.

N ão há previsão de respeito aos feriados rel igiosos, como direi to social do trabalhador.

Logo, a l iberdade rel igiosa também está prevista na Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l de 1988 e

seu s desdobramentos serão mais detalhados adiante.

4 A LIBERDA DE RELIG IOSA NA CONST IT UIÇÃ O FEDERA L DE 1 9 8 8

Segu ndo Iso Chaitz Scherkerkewitz, A ldir Gu edes Soriano ensina qu e a l iberdade rel igiosa é o princípio ju rídico

fu ndamental qu e regu la as relações entre o Estado e a Igreja em consonância com o direi to fu ndamental dos

indivídu os e dos gru pos a su stentar, defender e propagar su as crenças rel igiosas, sendo o restante dos

[24]

[25]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 6/44

princípios, direi tos e l iberdades, em matéria rel igiosa, apenas coadju vantes e sol idários do princípio básico da

l iberdade rel igiosa .

Consoante assevera José A fonso da Si lva , a l iberdade de rel igião engloba, na verdade, três tipos distintos,

porém intrinsecamente relacionados de l iberdades: a l iberdade de crença; a l iberdade de cu l to; e a l iberdade de

organização rel igiosa.

Qu anto à l iberdade de crença, José A fonso da Si lva professa qu e ela compreende a l iberdade de escolha da

rel igião, a l iberdade de aderir a qu alqu er sei ta rel igiosa, a l iberdade (ou o direi to) de mu dar de rel igião, e

também a l iberdade de não aderir a rel igião algu ma, bem como a l iberdade de descrença, a l iberdade de ser ateu

e de exprimir o agnosticismo. N ão engloba, contu do, a l iberdade de embaraçar o l ivre exercício de qu alqu er

rel igião, de qu alqu er crença, “pois aqu i também a l iberdade de algu ém vai até onde não preju diqu e a l iberdade

dos ou tros” .

N o qu e tange à l iberdade de cu l to, José A fonso da Si lva expl ica :

[26]

[27]

[28]

[29]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 7/44

(...) a religião não é apenas sentimento sagrado puro. Não se realiza na

simples contemplação do ente sagrado, não é simples adoração a

Deus. Ao contrário, ao lado de um corpo de doutrina, sua

característica básica se exterioriza na prática dos ritos, no culto, com

suas cerimônias, manifestações, reuniões, fidelidades aos hábitos, às

tradições, na forma indicada pela religião escolhida.

(...)

A Constituição ampliou essa liberdade e até prevê-lhe uma garantia

específica. Diz, no art. 5º, VI, que é assegurado o livre exercício dos

cultos religiosos e garantida, na forma da lei, proteção aos locais de

culto e a suas liturgias. (...)

O dispositivo transcrito compõe-se de duas partes: assegura a

liberdade de exercício dos cultos religiosos, sem condicionamentos, e

protege os locais de culto e suas liturgias, mas aqui, na forma da lei. É

evidente que não é a lei que vai definir os locais do culto e suas

liturgias. Isso é parte da liberdade de exercício dos cultos, que não

está sujeita a condicionamento. É claro que há locais, praças por

exemplo, que não são propriamente locais de culto. Neles se realizam

cultos, mais no exercício da liberdade de reunião do que no da

liberdade religiosa. A lei poderá definir melhor esses locais não típicos

de culto, mas necessários ao exercício da liberdade religiosa. E deverá

estabelecer normas de proteção destes e dos locais em que o culto

normalmente se verifica, que são os templos, edificações com as

características próprias da respectiva religião. Aliás, assim o tem a

Constituição, indiretamente, quando estatui a imunidade fiscal sobre

“templos de qualquer culto” (art. 150, VI, b). Mas a liberdade de culto

se estende à sua prática nos lugares e logradouros públicos, e aí

também ele merece proteção da lei.

Enfim, cumpre aos poderes públicos não embaraçar o exercício dos

cultos religiosos (art. 19, I) e protegê-los, impedindo que outros o

façam. (...)

Por fim, relativamente à l iberdade de organização rel igiosa, José A fonso da Si lva ministra qu e “essa l iberdade

diz respeito à possibi l idade de estabelecimento e organização das igrejas e su as relações com o Estado” .

Para Iso Chaitz Scherkerkewitz, “a l iberdade de rel igião não está restri ta à proteção aos cu l tos e tradições e

crenças das rel igiões tradicionais (Catól ica, Ju daica e Mu çu lmana), não havendo sequ er di ferença ontológica

(para efei tos consti tu cionais) entre rel igiões e sei tas rel igiosas” .

Segu ndo Scherkerkewitz :

[30]

[31]

[32]

[33]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 8/44

(...) o critério a ser utilizado para saber se o Estado deve dar proteção

aos ritos, costumes e tradições de determinada organização religiosa

não pode estar vinculado ao nome da religião, mas sim aos seus

objetivos. Se a organização tiver por objetivo o engrandecimento do

indivíduo, a busca de seu aperfeiçoamento em prol de toda a

sociedade e a prática da filantropia, deve gozar da proteção do Estado.

Fábio Dantas de Ol iveira nos lembra qu e, tamanha a importância dada à l iberdade rel igiosa pelo legislador

consti tu inte, qu e tal direi to foi erigido à categoria de cláu su la pétrea, ou seja, trata-se de u m dispositivo qu e não

pode ser abol ido, sendo qu e somente o advento de u ma nova Consti tu ição poderá modificar tal condição .

4 .1 O PREÂ MBULO DA CONST IT UIÇÃ O DE 1 9 8 8

Preâmbu lo é o enu nciado qu e antecede o texto consti tu cional . N em todas as consti tu ições o possu em. N as

consti tu ições brasi leiras ele esteve sempre presente , embora nem todos mencionassem o nome de Deu s.

A Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l de 1988 foi promu lgada “sob a proteção de Deu s”, como é

possível veri ficar em seu preâmbu lo :

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia

Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático,

destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a

liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e

a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista

e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na

ordem interna e internacional, com a solução pacífica das

controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Segu ndo Thiago Massao Cortizo Teraoka, “isso não significa qu e a Consti tu ição resolveu consagrar a

necessidade de obediência à determinada dou trina rel igiosa. N ão significa sequ er a apologia a u ma ideia

monoteísta, em contraposição às rel igiões pol i teístas”

Conforme leciona Fábio Dantas de Ol iveira, o Su premo Tribu nal Federal , gu ardião da Consti tu ição da Repú bl ica

Federativa do Brasi l , adota a tese da "irrelevância ju rídica", segu ndo a qu al o preâmbu lo não se si tu a no

domínio do Direito, mas da pol í tica ou da h istória, possu indo apenas u m caráter pol í tico-ideológico desti tu ído

de valor normativo e força cogente, motivo pelo qu al não pode ser invocado como parâmetro para o controle da

consti tu cional idade .

4 .2 DIREIT O A O A T EÍSMO

O direito ao ateísmo também está protegido pela Consti tu ição vigente, na medida em qu e a l iberdade de crença

compreende, além da l iberdade de escolha da rel igião, da l iberdade de aderir a qu alqu er sei ta rel igiosa, da

l iberdade de mu dar de rel igião, a l iberdade de não aderir a rel igião algu ma, bem como a l iberdade de descrença,

a l iberdade de ser ateu e de exprimir o agnosticismo .

De acordo com A lexandre de Moraes, “(...) a l iberdade de convicção rel igiosa abrange inclu sive o direi to de não

acreditar ou professar nenhu ma fé, devendo o Estado respeito ao ateísmo” .

Dirley da Cu nha Jú nior, contu do, encaixa o direi to ao ateísmo não como decorrência da l iberdade rel igiosa, mas

sim como decorrência da l iberdade de consciência, também protegida pela Consti tu ição Federal vigente .

De u ma maneira ou de ou tra, o direi to ao ateísmo encontra gu arida na Consti tu ição e deve ser respeitado.

4 .3 A PREST A ÇÃ O DE A SSIST ÊNCIA RELIG IOSA NOS EST A BELECIMENT OS DE INT ERNA ÇÃ O

COLET IV A

A Consti tu ição Federal vigente, em seu art. 5º, inciso V II, também cu idou de assegu rar, nos termos da lei , a

prestação de assistência rel igiosa nas entidades civis e mil i tares de internação coletiva , como, por exemplo,

nas penitenciárias, casas de detenção, qu artéis, hospitais, entre ou tras.

[34]

[35]

[36]

[37]

[38]

[39]

[40]

[41]

[42]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 9/44

A lexandre de Moraes assevera qu e “trata-se de u ma norma consti tu cional de eficácia l imitada, cu ja

regu lamentação em relação às Forças A rmadas foi dada pela Lei nº 6.923/81, parcialmente al terada pela Lei nº

7.672, de 23-9-1988, ambas recepcionais pela nova ordem consti tu cional” .

Especi ficamente qu anto aos civis, a Lei de Execu ção Penal (Lei 7.210/84), em seu art. 24 , assegu ra aos presos

a assistência rel igiosa, com l iberdade de cu l to, in verbis:

Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada

aos presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos

serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de

livros de instrução religiosa.

§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos

religiosos.

§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de

atividade religiosa.

É interessante atentar para o qu e Ju l io Fabbrini Mirabete preconiza sobre o assu nto :

[43]

[44]

[45]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 10/44

Na atualidade, a assistência religiosa no mundo prisional não ocupa

lugar preferencial nem é o ponto central dos sistemas penitenciários,

tendo-se adaptado às circunstâncias dos nossos tempos. Não se pode

desconhecer, entretanto, a importância da religião como um dos

fatores da educação integral das pessoas que se encontram internadas

em um estabelecimento penitenciário, razão pela qual a assistência

religiosa é prevista nas legislações mais modernas. Em pesquisa

efetuada nos diversos institutos penais subordinados à Secretaria de

Justiça do Estado de São Paulo por um grupo de trabalho instituído

pelo então Secretário Manoel Pedro Pimentel, concluiu-se que a

religião tem, comprovadamente, influência altamente benéfica no

comportamento do homem encarcerado e é a única variável que

contém em si mesma, em potencial, a faculdade de transformar o

homem encarcerado ou livre. Foram as seguintes as conclusões desse

trabalho de pesquisa: I – há necessidade de conscientização dos

homens que lutam pela reabilitação do presidiário da marcante e

benéfica influência da religião no comportamento humano e de que ela

constitui a única forma de tratamento que subsiste por si mesma,

independendo de qualquer outro para atuar como fator de valorização

do homem; II – essa influência reflete-se em todas as áreas de

tratamento penal e pode levar à recuperação de delinqüentes; III – é

de fundamental importância dar ao presidiário condições de

expressar sua religiosidade ou de conscientizar-se de que ela existe

por meio da liberdade de culto, propiciando-lhe o exercício do direito

de opção por uma religião com a qual se identifique; IV – impõe-se,

portanto, que se proceda com urgência à sistematização, melhoria e

expansão dessas atividades nos estabelecimentos penais, para que

toda a população carcerária seja beneficiada, possibilitando o ensino

religioso, leitura, diálogo, conforto espiritual, contribuindo, assim, para

sua evolução moral e cultural.

Mirabete adu z, ainda, acerca da maneira pela qu al a assistência rel igiosa deve ser prestada aos presos e

internados :[46]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 11/44

A assistência religiosa dos presos e internados, conforme a

regulamentação local, pode estar a cargo de um corpo de capelães, de

sacerdotes ou párocos das diversas religiões, e os internos devem ser

atendidos pelos ministros da religião que professem. O serviço de

assistência deve compreender todas as atividades que sejam

necessárias para o adequado desenvolvimento religioso da pessoa,

permitindo-se, portanto, a celebração de missas, a realização de

cultos, a promoção de atividades piedosas, como a leitura da Bíblia ou

de outros livros sagrados, os cânticos, as orações etc. Não basta,

porém, que se permitam essas atividades religiosas, sendo preciso

que o capelão esteja sempre presente para escutar os presos que o

procuram e dizer-lhes a palavra de que necessitam, para guiá-los,

aconselhá-los ou censurá-los.

Para qu e as atividades dos serviços de assistência rel igiosa alcancem su as final idades na execu ção da pena, é

necessário qu e se integrem na organização de todos os serviços penitenciários, razão pela qu al devem ser eles

organizados pelo próprio estabelecimento penal , como prevê a lei , impedindo-se assim qu e possam pertu rbar o

trabalho penitenciário com relação a horários, discipl ina etc. A lém das celebrações regu lares, deve a direção

programar palestras, instalar bibl ioteca especial izada para cada setor rel igioso, sem qu e se exclu a a permissão

legal da posse, pelos presos e internados, de l ivros de instru ção rel igiosa.

Para a celebração de missas, real ização dos cu l tos e de ou tras atividades rel igiosas, é indispensável qu e em

todas as prisões haja u m local adequ ado e reservado, tal como o determina o art. 24, §1º, da Lei de Execu ção

Penal .

A lgu ns dou trinadores cri ticam o inciso V II do artigo 5º da Consti tu ição Federal , afirmando qu e não há

compatibi l idade entre u m Estado laico e a previsão, como direi to individu al , de prestação de assistência

rel igiosa nas entidades de internação coletiva.

A lexandre de Moraes rebate essa crí tica. Segu ndo ele, “o Estado brasi leiro, embora laico, não é ateu , como

comprova o preâmbu lo consti tu cional , e, além disso, trata-se de u m direito su bjetivo e não de u ma obrigação,

preservando-se, assim, a plena l iberdade rel igiosa daqu eles qu e não professam nenhu ma crença” .

Sobre a execu ção penal , A ldir Gu edes Soriano traz à tona qu estão bastante interessante: indaga-nos se o

condenado, cu ja pena privativa de l iberdade foi su bsti tu ída, pode recu sar-se a cu mprir a reprimenda de

prestação de serviços à comu nidade em determinado templo rel igioso, com base no direi to à l iberdade rel igiosa,

por sentir-se constrangido com a tarefa .

Segu ndo Soriano, “entende-se qu e tal reprimenda não pode ser imposta ao condenado, pois viola o direi to à

l iberdade rel igiosa, consagrada no art. 5º, incisos V I e V III” . Há, inclu sive, ju rispru dência nesse sentido.

4 .4 A PROIBIÇÃ O DE O EST A DO INT ERFERIR NA RELIG IÃ O (A RT . 1 9 , INCISO I, DA

CONST IT UIÇÃ O)

O artigo 19 da Consti tu ição Federal está assim redigido :

[47]

[48]

[49]

[50]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 12/44

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos

Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,

embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus

representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na

forma da lei, a colaboração de interesse público;

II - recusar fé aos documentos públicos;

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

Para os fins do presente estu do interessa-nos apenas a vedação contida no inciso I acima.

De acordo com magistério de José A fonso da Si lva :

Pontes de Miranda esclareceu bem o sentido das várias prescrições

nucleadas nos verbos do dispositivo: “estabelecer cultos religiosos

está em sentido amplo: criar religiões ou seitas, ou fazer igrejas ou

quaisquer postos de prática religiosa, ou propaganda. Subvencionar

cultos religiosos está no sentido de concorrer, com dinheiro ou outros

bens da entidade estatal, para que se exerça a atividade religiosa.

Embaraçar o exercício dos cultos religiosos significa vedar, ou

dificultar, limitar ou restringir a prática, psíquica ou material, de atos

religiosos ou manifestações de pensamento religioso”. Para evitar

qualquer forma de embaraços por via tributária, a Constituição

estatui imunidade dos templos de qualquer culto (art. 150, VI, b).

Não se admitem também relações de dependência ou de aliança com

qualquer culto, igreja ou seus representantes, mas isso não impede as

relações diplomáticas com o Estado do Vaticano, porque aí ocorre

relação de direito internacional entre dois Estados soberanos, não de

dependência ou de aliança, que não pode ser feita.

4 .4 .1 POSSIBILIDA DE DE PA RCERIA ENT RE O EST A DO E A IG REJA NA COLA BORA ÇÃ O DE

INT ERESSE PÚBLICO

Segu ndo José A fonso da Si lva :

[51]

[52]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 13/44

Mais difícil é definir o nível de colaboração de interesse público

possibilitada na ressalva do dispositivo, na forma da lei. A lei, pois, é

que vai dar a forma dessa colaboração. É certo que não poderá

ocorrer no campo religioso. Demais, a colaboração estatal tem que ser

geral a fim de não discriminar entre as várias religiões. A lei não

precisa ser federal, mas da entidade que deve colaborar. Se existe lei

municipal, por exemplo, que prevê cessão de terreno para entidades

educacionais, assistenciais e hospitalares, tal cessão pode ser dada em

favor de entidades confessionais de igual natureza. A Constituição

mesma já faculta que recursos públicos sejam, excepcionalmente,

dirigidos a escolas confessionais, como definido em lei, desde que

comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes

financeiros em educação, e assegurem a destinação de seu patrimônio

a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder

Público, no caso de encerramento de suas atividades (art. 213). É

mera faculdade que, por conseguinte, não dá direito subjetivo algum a

essas escolas de receber recursos do Poder Público.

A ldir Gu edes Soriano resu me o artigo 19, inciso I, da Consti tu ição Federal , ministrando qu e “o Estado laicista

não pode favorecer u ma rel igião em detrimento de ou tras (...). Isso não impede, entretanto, qu e a Igreja e o

Estado possam ser parceiros em obras sociais e de interesse pú bl ico” .

4 .4 .2 USO DE SÍMBOLOS RELIG IOSOS EM LOCA IS PÚBLICOS

É bastante comu m encontrar símbolos rel igiosos em prédios pú bl icos (salas de au diência, tribu nais, Congresso

N acional etc.), em su a maioria cru ci fixos, mas também placas nas entradas de algu ns mu nicípios,

especialmente do Estado de São Pau lo (Mau á, Sorocaba, Itu , Itu peva, dentre ou tros), nas qu ais se faz referência a

Jesu s Cristo como sendo o Senhor da cidade.

Isso trou xe qu estionamentos no tocante à l iberdade rel igiosa das minorias não adeptas de tais símbolos, já qu e

se diz qu e o Brasi l é u m estado laico, sendo-lhe proibido interferir na rel igião.

Sobre esse aspecto, Fernando Fonseca de Qu eiroz assim se posiciona :

Como bem afirma Dr. Roberto Arriada Lorea "(...) O Brasil é um país

laico e a liberdade de crença da minoria, que não se vê representada

por qualquer símbolo religioso, deve ser igualmente respeitada pelo

Estado". (LOREA, O poder judiciário é laico. Folha de São Paulo, São

Paulo, 24 set. 2005. Tendências/Debates, p.03).

Sal iente-se então qu e, conforme nosso entendimento, não é l íci to qu e prédios pú bl icos ostentem qu aisqu er

símbolos rel igiosos, por contrariar o princípio da inviolabi l idade de crença rel igiosa. O Estado deve respeito ao

ateísmo e qu aisqu er ou tras formas de crença rel igiosa. O predomínio do Catol icismo no Brasi l não ju sti fica tais

símbolos.

N ão entramos no mérito das rel igiões. N ão aval iamos qu al ou qu ais rel igiões o cru ci fixo representa. Isto não

tem conotação pú bl ica e não nos interessa. Se tais símbolos ofendem a l iberdade de crença ou descrença de u ma

ú nica pessoa, já se torna ju sti ficada a retirada destes objetos.

Entretanto, Thiago Teraoka alerta qu e :

[53]

[54]

[55]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 14/44

No Brasil, no âmbito do Conselho Nacional de Justiça, há

jurisprudência no sentido de que os símbolos religiosos não devem ser

obrigatoriamente retirados dos diversos tribunais. Com exceção do

relator, todos os ministros entenderam que os objetos seriam

símbolos da cultura brasileira e que não interferiam na universalidade

e imparcialidade do Poder Judiciário. Também Gilmar Mendes, do

STF, já manifestou, em entrevistas, que há “certo exagero” naqueles

que pretendem a retirada de crucifixos nos tribunais. Na doutrina,

José Levi Mello do Amaral Júnior está entre os que defendem a

manutenção do crucifixo no Supremo Tribunal Federal, por motivos

culturais e artísticos.

Infel izmente, parece qu e, em relação a pronu nciamentos de órgãos oficiais, no Brasi l prevalece a posição de qu e

os símbolos rel igiosos u ti l izados pelo Estado são consti tu cionalmente legítimos, por qu estões cu l tu rais,

artísticas e de tradição , com o qu e não concordamos.

4 .5 ESCUSA DE CONSCIÊNCIA POR MOT IV OS RELIG IOSOS

A Consti tu ição Federal , em seu artigo 5º, inciso V III , preconiza qu e ningu ém será privado de direi tos por

motivo de crença rel igiosa ou de convicção fi losófica ou pol í tica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação

legal a todos imposta e recu sar-se a cu mprir prestação al ternativa fixada em lei .

Sobre a escu sa de consciência (ou objeção de consciência), Dirley da Cu nha Jú nior ministra :

Assim, por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou

política ninguém poderá ser privado de direitos. Essa é a regra, que

está em total harmonia com a liberdade de consciência e de crença

declarada no inciso VI do art. 5º. Porém, vai mais longe a

Constituição, pois admite que alguém invoque a liberdade de crença

religiosa ou de convicção filosófica ou política para se eximir de

obrigação legal a todos imposta desde que se preste a cumprir

obrigação alternativa fixada em lei. A Constituição assegura, assim, a

chamada escusa de consciência, como um direito individual que

investe a pessoa de recusar prestar ou aceitar determinada obrigação

que contrarie as suas crenças ou convicções.

De acordo com Dirley da Cu nha Jú nior, “a legitimidade da escu sa de consciência depende, todavia, do

cu mprimento da prestação al ternativa fixada em lei . Caso contrário, a escu sa não é legítima, devendo a pessoa

responder pelas conseqü ências de seu s atos” .

A su spensão ou perda dos direi tos pol í ticos é a consequ ência consti tu cionalmente estabelecida para qu em se

recu sar a cu mprir obrigação a todos imposta ou a prestação al ternativa (art. 15, IV ) .

Dirley da Cu nha Jú nior arremata :

[56]

[57]

[58]

[59]

[60]

[61]

[62]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 15/44

Mas é importante ressaltar que o cumprimento da prestação

alternativa depende de sua previsão legal, só estando a pessoa

obrigada ao seu cumprimento quando fixada por lei. Não é correto

dizer que a escusa de consciência depende de lei, sobretudo em face

da aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais (art. 5º, §1º). O

que depende de lei é a fixação da prestação alternativa, não o

exercício da escusa de consciência. Assim, fundada em suas crenças

ou convicções, pode uma pessoa deixar de cumprir uma obrigação

legal a todos imposta, sem, no entanto, se sujeitar a uma prestação

alternativa, quando esta não estiver prevista em lei.

A s escu sas de consciência regu lamentadas no direi to brasi leiro são as qu e fixam prestação al ternativa ao

serviço mil i tar e ao serviço do jú ri , ambos obrigatórios.

4 .5 .1 SERV IÇO MILIT A R OBRIG A T ÓRIO

O serviço mil i tar obrigatório está previsto no artigo 143 da Consti tu ição Federal :

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.

§ 1º - às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço

alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem

imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de

crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem

de atividades de caráter essencialmente militar.

§ 2º - As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar

obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a

lei lhes atribuir.

O “capu t” do artigo 143 da Consti tu ição Federal foi regu lamentado pela Lei 4.375 , de 17.08.1964, e esta, por

su a vez, foi regu lamentada pelo Decreto 57.654 , de 20.01.1966. A Lei 8.239, de 04.10.1991 , regu lamentou

os §§ 1º e 2º do artigo 143 acima.

A lexandre de Moraes expl ica qu e a Lei 8.239/91 dispõe sobre a prestação de serviço al ternativo ao serviço mil i tar

obrigatório. Segu ndo ele :

Assim, ao Estado-Maior das Forças Armadas compete, na forma da

lei e em coordenação com o Ministério da defesa e os comandos

militares, atribuir serviços alternativos aos que, em tempo de paz,

após alistados, alegarem imperativo de consciência decorrente de

crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, para se

eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. Entende-

se por “serviço militar alternativo o exercício de atividades de caráter

administrativo, assistencial filantrópico ou mesmo produtivo, em

substituição às atividades de caráter essencialmente militar”.

O serviço al ternativo será prestado em organizações mil i tares da atividade e em órgãos de formação de reservas

das Forças A rmadas ou em órgãos su bordinados aos ministérios civis, mediante convênios entre estes e o

Ministério da Defesa, desde qu e haja interesse recíproco e, também, qu e sejam atendidas as aptidões do

[63]

[64]

[65] [66]

[67]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 16/44

convocado.

Dirley da Cu nha Jú nior ministra qu e :

Ao final do período de atividade, será conferido ao escusante um

Certificado de Prestação Alternativa ao Serviço Militar Obrigatório,

com os mesmos efeitos jurídicos do Certificado de Reservista.

Contudo, segundo a lei, a recusa ou cumprimento incompleto do

serviço alternativo, sob qualquer pretexto, por motivo de

responsabilidade pessoal do convocado, implicará o não-fornecimento

do certificado correspondente, pelo prazo de dois anos após o

vencimento do período estabelecido. Findo esse prazo de dois anos, o

certificado será emitido após a decretação, pela autoridade

competente, da suspensão dos direitos políticos do inadimplente, que

poderá, a qualquer tempo, regularizar sua situação mediante

cumprimento das obrigações devidas.

A seita rel igiosa das testemu nhas de Jeová é u ma das qu e costu ma alegar a escu sa de consciência para não

prestar o serviço mil i tar obrigatório.

J. Cabral ensina qu e “as testemu nhas-de-Jeová recu sam pu bl icamente servir à pátria, sau dar a bandeira e

ou tros deveres qu e a pátria nos impõe. A firmam ser ato de idolatria”. Segu ndo ele, “essa posição tem posto as

testemu nhas-de-jeová de vez em qu ando em confl i to com os tribu nais” .

4 .5 .2 SERV IÇO DO JÚRI

O serviço do jú ri também é obrigatório e está previsto no artigo 436 do Código de Processo Penal :

Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alistamento

compreenderá os cidadãos maiores de 18 (dezoito) anos de notória

idoneidade. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

§ 1o Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri ou

deixar de ser alistado em razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo,

profissão, classe social ou econômica, origem ou grau de instrução.

(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

§ 2o A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no

valor de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de

acordo com a condição econômica do jurado. (Incluído pela Lei nº

11.689, de 2008)

Contu do, Thiago Teraoka nos lembra qu e, “nos termos do Código de Processo Penal , al terado pela Lei nº 11.689 de

09/06/2008, em seu artigo 438, pode-se se recu sar à prestação dos serviços de ju rado, desde qu e se preste serviço

al ternativo, fixado pelo ju iz” .

Eis o teor do artigo 438 do Código de Processo Penal :

[68]

[69]

[70]

[71]

[72]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 17/44

Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa,

filosófica ou política importará no dever de prestar serviço

alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto

não prestar o serviço imposto. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de

2008)

§ 1o Entende-se por serviço alternativo o exercício de atividades de

caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo,

no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no Ministério Público ou

em entidade conveniada para esses fins. (Incluído pela Lei nº 11.689,

de 2008)

§ 2o O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos princípios da

proporcionalidade e da razoabilidade. (Incluído pela Lei nº 11.689, de

2008)

Pelas mesmas razões expostas acima, os adeptos da sei ta das Testemu nhas de Jeová são algu ns dos qu e invocam

a escu sa de consciência por motivo rel igioso para não prestar o serviço do jú ri .

4 .6 IMUNIDA DE T RIBUT Á RIA

A Consti tu ição Federal , em seu artigo 150, inciso V I, al ínea “b”, vedou à União, aos Estados, ao Distri to Federal e

aos Mu nicípios insti tu ir impostos sobre templos de qu alqu er cu l to . Trata-se de l imitação ao poder de

tribu tar, considerada cláu su la pétrea pelo Su premo Tribu nal Federal .

O mencionado dispositivo consti tu cional proíbe a tribu tação sobre qu alqu er templo ju stamente com a

final idade de não di ficu l tar seu fu ncionamento pela via financeira .

Para Sacha Calmon N avarro Coelho, “o templo, dada a su a isonomia de todas as rel igiões, não é só a catedral

catól ica, mas a sinagoga, a casa espíri ta kardecista, o terreiro de candomblé ou u mbanda, a igreja protestante,

sh intoísta ou bu dista e a mesqu ita maometana” .

Hu go de Brito Machado professa qu e :

[73]

[74]

[75]

[76]

[77]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 18/44

Nenhum imposto incide sobre os templos de qualquer culto. Templo

não significa apenas a edificação, mas tudo quanto seja ligado ao

exercício da atividade religiosa. Não pode haver imposto sobre

missas, batizados ou qualquer outro ato religioso. Nem sobre

qualquer bem que esteja a serviço do culto. Mas pode incidir imposto

sobre bens pertencentes à Igreja, desde que não sejam instrumentos

desta. Prédios alugados, por exemplo, assim como os respectivos

rendimentos, podem ser tributados. Não a casa paroquial, ou o

convento, ou qualquer outro edifício utilizado para atividades

religiosas, ou para residência dos religiosos.

A imunidade concerne ao que seja necessário para o exercício do

culto. Nem se deve restringir seu alcance, de sorte que o tributo

constitua um obstáculo, nem se deve ampliá-lo, de sorte que a

imunidade tributária constitua um estímulo à prática do culto

religioso.

Há quem sustente que os imóveis alugados, e os rendimentos

respectivos estão ao abrigo da imunidade desde que sejam destinados

à manutenção do culto. A tese é razoável quando se trate de locação

eventual de bens pertencentes ao culto. Não, porém, quando se trate

de atividade permanente deste. A locação de imóveis, com a ressalva

feita há pouco, é uma atividade econômica que nada tem a ver com

um culto religioso. Colocá-la ao abrigo da imunidade nos parece

exagerada ampliação. A ser assim, as entidades religiosas poderiam

também, ao abrigo da imunidade, desenvolver atividades industriais e

comerciais quaisquer, a pretexto de angariar meios financeiros para a

manutenção do culto, e ao abrigo da imunidade estariam praticando

verdadeira concorrência desleal, em detrimento da livre iniciativa e,

assim, impondo maus tratos ao art. 170, inciso IV, da Constituição.

(...)

Nenhum requisito pode a lei estabelecer. Basta que se trate de culto

religioso.

Thiago Teraoka, entretanto, leciona qu e há u ma interpretação mais ampla para esse dispositivo consti tu cional ,

segu ndo a qu al “considerar-se-ão imu nes não somente os templos e as atividades vincu ladas aos templos, mas a

própria pessoa ju rídica (organização rel igiosa), integralmente, em todas as su as atividades”, posição à qu al ele

se fi l ia e qu e também foi adotada pelo Su premo Tribu nal Federal .

O Su premo Tribu nal Federal tem interpretado ampl iativamente a imu nidade dos “templos de qu alqu er cu l to”,

para abranger não somente os prédios destinados ao cu l to, mas também o patrimônio, as rendas e os serviços

relacionados com as atividades essenciais das entidades nela mencionadas .

N essa toada é qu e a Su prema Corte “entende qu e há imu nidade de Imposto Predial e Terri torial Urbano (IPTU)

também em relação aos prédios alu gados de propriedade de organizações rel igiosas . N o mesmo sentido

ampl iativo, em 2008, o Su premo Tribu nal Federal reconheceu a imu nidade tribu tária aos cemitérios

pertencentes às organizações rel igiosas , equ iparando aos ‘templos de qu alqu er cu l to’” .

[78]

[79]

[80]

[81] [82]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 19/44

4 .7 O ENSINO RELIG IOSO NA S ESCOLA S PÚBLICA S

O §1º do art. 210 da Consti tu ição estabelece qu e “o ensino rel igioso, de matrícu la facu l tativa, consti tu irá

discipl ina dos horários normais das escolas pú bl icas de ensino fu ndamental” .

Para A ldir Gu edes Soriano, “é evidente qu e, se a matrícu la do ensino rel igioso nas escolas pú bl icas fosse

obrigatória, o direi to à l iberdade rel igiosa estaria sendo violado” . Segu ndo ele, a ministração de atividade de

cu nho rel igioso só poderá acontecer com o consentimento do alu no ou responsável .

De acordo com A nna Cândida da Cu nha Ferraz, o desdobramento desse preceito consti tu cional é qu e “os alu nos

podem optar por segu ir au las de rel igião, podem não optar por ensino rel igioso, podem mu dar de rel igião qu ando

entendam, não ficam obrigados a segu ir au las de rel igião ainda qu ando optem pela discipl ina no início do

ano” , sob pena de ofensa ao direi to de l iberdade rel igiosa.

A s escolas particu lares, contu do, estão l ivres para promover o ensino rel igioso, segu ndo a fi losofia adotada, sem

qu e isso lesione o direi to à l iberdade rel igiosa, já qu e a cl ientela, ao procu rar a escola, tem ciência da rel igião

propagada pela insti tu ição de ensino. A matrícu la do alu no no estabelecimento equ ivale a u m consentimento

tácito para o ensino de determinada dou trina rel igiosa .

4 .8 CA SA MENT O RELIG IOSO COM EFEIT OS CIV IS

Conforme leciona José A fonso da Si lva, “o casamento vál ido ju ridicamente é o civi l , mas o casamento rel igioso

terá efei to civi l , nos termos da lei” (art. 226, §§1º e 2º, da Consti tu ição Federal ).

Em ou tras palavras, cu mpridas as formal idades legais, será reconhecida a val idade ju rídica do casamento

rel igioso.

Para Thiago Teraoka :

No entanto, deve-se observar que a existência do reconhecimento de

efeitos jurídicos ao casamento religioso não implica no reconhecimento

de uma determinada verdade teológica. Há uma mitigação razoável

do princípio da separação Igreja-Estado. Essa mitigação é válida, pois

plenamente justificada em razão da realidade social brasileira, além

de ter sido instituída pelo Poder Constituinte Originário.

A inda segu ndo Teraoka, Caio Mario da Si lva Pereira, sob a égide da Consti tu ição de 1967/69, professava qu e

apenas o casamento celebrado por ministro de confissão rel igiosa reconhecida seria vál ido em termos civis.

De acordo com Teraoka, “para esse au tor, ‘não se admite, todavia, o qu e se real iza em terreiro de macu mba,

centros de baixo espiri tismo, sei tas u mbandistas, ou ou tras formas de crendices popu lares qu e não tragam a

configu ração de sei ta rel igiosa reconhecida como tal ’” .

Teraoka entende qu e essa visão preconceitu osa contrária às rel igiões afro-brasi leiras não pode prevalecer na

Consti tu ição de 1988, mas adu z qu e não seria desarrazoado exigir qu e a organização rel igiosa seja regu larmente

consti tu ída, nos termos das leis brasi leiras .

A Lei de Registros Pú bl icos (Lei 6.015/73 ), porém, não exige qu alqu er comprovação da regu laridade da

organização rel igiosa, bastando qu e os nu bentes se su bmetam ao procedimento de habi l i tação perante o oficial

de registro civi l .

5 LIMIT ES DO DIREIT O À LIBERDA DE RELIG IOSA

Conforme leciona Edison Migu el da Si lva Jú nior, “no Estado Democrático de Direito brasi leiro, não existe

nenhu m direito absolu to” .

Para ele, a tarefa do profissional do direi to é ju stamente a de “constru ir a solu ção ju sta para cada caso concreto e

não, simplesmente, apl icar a l i teral idade do texto legal para todos os casos qu e possam su rgir em u ma sociedade

dinâmica, cada vez mais complexa e sofisticada” .

Diante da inexistência de direi tos absolu tos, não há dú vidas de qu e o direi to à l iberdade rel igiosa também

encontra l imites, podendo não prevalecer sobre ou tros direi tos em algu mas si tu ações.

A baixo anal isaremos algu mas h ipóteses em qu e poderá haver confl i to de direi tos, cu ja solu ção caberá ao

magistrado decidir no caso concreto posto a seu exame.

[83]

[84]

[85]

[86]

[87]

[88]

[89]

[90]

[91]

[92]

[93]

[94]

[95]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 20/44

5 .1 DIREIT O À V IDA X NÃ O-RECEPÇÃ O DE SA NG UE POR T EST EMUNH A S DE JEOV Á

Por crenças rel igiosas, os adeptos da sei ta das Testemu nhas de Jeová não se su bmetem a transfu são de

sangu e :

Transfusão de Sangue – o livreto Sangue, Medicina e a Lei de Deus é

uma apologia da posição que assumem contra a transfusão. Citam

textos como: Gênesis 9:3,4; Levítico 3:17; Deuteronômio 12:23-35;

Salmo 14:32,33; Atos 15:28,29. Afirmam que sendo o sangue a alma,

não podemos passá-la a outra pessoa, pois desobedecemos ao

mandamento de amar a Deus com toda a alma.

N a prática, a não aceitação ao tratamento hemoterápico pode resu l tar na morte do paciente, pondo em confronto

dois princípios garantidos consti tu cionalmente: o direi to à l iberdade rel igiosa e o direi to à vida.

Sobre isso, Fábio Dantas de Ol iveira professa qu e :

Em caso de situação emergente o médico pode solucionar de acordo

com sua ética ou a solução pode ser dada pela justiça. Entretanto,

pode o médico conseguir uma liminar que o autorize a realizar os

tratamentos médicos devidos. De acordo com o artigo 2º do Conselho

Federal de Medicina, independentemente do consentimento do

enfermo ou dos seus representantes legais, o médico pode praticar a

transfusão sangüínea, em caso grave onde a vida do paciente está em

risco.

Em se tratando de paciente maior e capaz, Thiago Massao Cortizo Teraoka, por su a vez, adu z :

Na parte que trata dos direitos da personalidade, o artigo 15 do

Código Civil determina que “ninguém pode ser constrangido a

submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a

intervenção cirúrgica”.

Em u ma interpretação simpl ista e contrario sensu , poderia se admitir qu e todos podem ser su bmetidos a

tratamento de saú de, desde qu e não hou vesse risco de vida no tratamento. Ou seja, por exemplo, todos nós

poderíamos ser compu lsoriamente su bmetidos a tratamento estético perante u m dermatologista, desde qu e o

tratamento não trou xesse risco de vida.

Porém, interpretação qu e consagre a compu lsoriedade de tratamento médico, seja qu al for, não parece

consentânea com os princípios da l iberdade e da dignidade da pessoa hu mana.

A ssim, a melhor interpretação da legislação infraconsti tu cional deve condu zir ao sentido de qu e todos podem se

opor ao tratamento médico, ainda qu e esteja em risco de vida. Essa interpretação, além de mais consentânea

com o restante do ordenamento ju rídico, não afronta a l i teral idade do dispositivo.

Diante disso, conclu ímos qu e a recu sa ao tratamento médico por pessoa maior e capaz é absolu tamente legítima,

desde qu e a recu sa seja expressa e l ivre. N ão há motivos para se desconsiderar a vontade do próprio paciente,

real izada de maneira expressa.

O principal argu mento contrário diz respeito à indisponibi l idade do direi to a vida. Porém, no caso, a l iberdade

de crença, o direi to à privacidade e o direi to de au todeterminação do paciente devem prevalecer. A té porqu e a

recu sa a tratamento médico não é vedada por Lei , conforme a correta interpretação do artigo 15 do Código Civi l .

N o caso de manifestação prévia da vontade, por pessoa maior e capaz, a solu ção a ser adotada é a acima referida.

A recu sa permanece sendo vál ida. Por manifestação prévia, consideramos aqu ela em qu e a pessoa recu sa-se a

determinado procedimento médico, ainda antes de iniciado o tratamento. A manifestação prévia é vál ida, ainda

qu e no momento da necessidade do tratamento médico, o paciente esteja inconsciente.

[96]

[97]

[98]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 21/44

Qu ando, todavia, o paciente é ju ridicamente incapaz, é necessário anal isarmos a possibi l idade de recu sa de

tratamento médico pelo representante legal .

Thiago Massao Cortizo Teraoka expl ica qu e, “nessa h ipótese, não há manifestação expressa de vontade. Há

manifestação de vontade por representação-impu tação. A vontade do representante é impu tada ju ridicamente

ao representado, pois este não pode manifestar su a vontade” .

O mesmo au tor aponta a solu ção qu e entende mais adequ ada a essa h ipótese :

Assim, a recusa do representante legal não pode ser considerada

válida, para a finalidade de se impedir o tratamento médico

convencional. A liberdade de crença, para prevalecer no caso, deve

ser absolutamente inequívoca e livre. A crença, ainda que possa ser

manifestada publicamente, é interna e personalíssima à própria

pessoa; a decisão de não se submeter a tratamento médico, que pode

salvar-lhe a vida terrena em nome de uma vida divina também.

Mesmo se houver comprovação de que é adepto de determinada

religião (por exemplo: Testemunhas de Jeová) não significa que o

paciente debilitado aprove todos os seus dogmas e mandamentos. Um

católico, ainda que fervoroso praticante, pode se utilizar de métodos

anticoncepcionais. Da mesma forma, um adepto das Testemunhas de

Jeová pode não estar disposto a correr risco de vida por sua religião.

A ssim, para a recu sa a tratamento médico tradicional , a manifestação por representação ou presu mida não

pode ser aceita.

Em relação aos menores, é importante a anál ise do Estatu to da Criança e do A dolescente (ECA ) aprovado pela Lei

nº 8.069, de 13/07/1990.

(...)

A crença rel igiosa do menor deve ser respeitada, ainda qu e em confronto com a vontade dos pais. (...)

A ssim, entendemos qu e a manifestação de vontade inequ ívoca e l ivre da criança e do adolescente deve ser

considerada, no caso da recu sa de tratamento médico convencional . E, frise-se, ainda qu e contra a vontade dos

pais.

(...)

Porém, se não hou ver manifestação inequ ívoca de vontade do menor, deve-se optar pelo tratamento

convencional . Entendemos qu e a manifestação do menor deve ser considerada, especialmente se se tratar de

adolescente, conforme cri tério legal presente no ECA .

Celso Ribeiro Bastos, contu do, adota entendimento diverso qu anto aos menores :

Sabe-se que o pátrio poder inclui a tomada de decisões que envolvem

toda a vida dos filhos menores sob sua tutela. Não se pode negar, pois,

a tomada de decisões pelos pais, desde que os filhos sejam atingidos

pela incapacidade jurídica de decidirem por si mesmos. A decisão

sobre não submeter-se a determinado tratamento médico, como

visto, é perfeitamente legítima e, assim, inclui-se, como qualquer

outra, no âmbito da decisão dos pais quando tratar-se de filho menor

de idade.

Por fim, cabe a anál ise da responsabi l idade do médico ou do hospital qu e su bmete compu lsoriamente a

tratamento médico o paciente qu e o recu sou sob a alegação de l iberdade de crença.

[99]

[100]

[101]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 22/44

Thiago Massao Cortizo Teraoka entende qu e caberá indenização por danos morais, por lesão a direi to da

personal idade, consistente no direi to à disposição do próprio corpo e da su a l iberdade de crença. Entretanto,

para ele, “é cabível a redu ção equ itativa da indenização pelo ju iz, nos termos do artigo 944, parágrafo ú nico, do

Código Civi l , dada a boa-fé presu mida dos agentes” .

5 .2 PROT EÇÃ O A MBIENT A L X SA CRIFÍCIO DE A NIMA IS NOS RIT UA IS RELIG IOSOS

Leciona Thiago Massao Cortizo Teraoka qu e “o sacri fício de animais é amplamente di fu ndido entre as rel igiões”.

Como exemplo, menciona o h indu ísmo, o islamismo e as rel igiões afro-brasi leiras (candomblé, xangô, batu qu e

e u mbanda) .

O artigo 32 da Lei 9.605/98 estabelece :

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais

silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou

cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos,

quando existirem recursos alternativos.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do

animal.

Su rge, então, a segu inte indagação: sacri ficar animais em ri tu ais rel igiosos configu ra ou não crime

ambiental?

Thiago Massao Cortizo Teraoka nos traz algu ns del ineamentos sobre o assu nto :

Em interessante artigo Daniel Braga Lourenço sustenta que “a prática

de rituais religiosos, consistente na matança de animais não humanos,

é condenável, filosófica, ética e juridicamente, constituindo tais

condutas atos ilícitos que acarretam responsabilidade civil e criminal,

devendo ser enquadradas nos tipos penais pertinentes, especialmente

no previsto no art. 32 da Lei 9.605/98”.

Jayme Weingartner N eto, por ou tro lado, entende qu e a Lei nº 9.605/1998 não se apl ica ao sacri fício ri tu al de

animais. “N ão faz parte do programa das normas ambientais vedá-lo, nem se encontra no âmbito normativo a

proibição das si tu ações decorrentes do exercício rel igioso”. A ssim, Jayme Weingatner N eto não se manifesta

conclu sivamente a respeito; l imita-se a afirmar qu e a lei ambiental não se apl ica, pois não trata de sacri fício de

animais.

N ão podemos concordar com o argu mento de Jayme Weingartner N eto. O artigo 121 do Código Penal qu e trata do

crime de homicídio também não é especí fico para a proibição de sacri fícios hu manos. E nem por isso algu ém

argu mentaria qu e o sacri fício hu mano é possível em nossa ordem consti tu cional , em razão da l iberdade de

cu l to.

Pela au sência de exceção na regra ambiental , entendemos qu e o sacri fício de animais em cu l tos rel igiosos

enqu adra-se na descrição legal da condu ta prevista na legislação. Porém, em razão da proteção consti tu cional à

l iberdade de cu l to, a condu ta passa a ser atípica.

Teraoka conclu i a discu ssão expondo su a opinião, da qu al parti lhamos, no sentido de qu e “impedir totalmente o

sacri fício de animais significaria impedir a própria prática de diversas rel igiões. A legislação penal referente

ao direi to ambiental não pode ser levada a interpretação de impedir a prática rel igiosa” .

5 .3 CURA NDEIRISMO X MINIST RA ÇÃ O DE CURA S NOS RIT UA IS RELIG IOSOS

O artigo 284 do Código Penal prevê o crime de cu randeirismo :

[102]

[103]

[104]

[105]

[106]

[107]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 23/44

Curandeirismo

Art. 284 - Exercer o curandeirismo:

I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer

substância;

II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;

III - fazendo diagnósticos:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o

agente fica também sujeito à multa.

O bem ju rídico protegido pela norma penal é a incolu midade pú bl ica, particu larmente a saú de pú bl ica .

Segu ndo Damásio Evangel ista de Jesu s, “o su jei to ativo pode ser qu alqu er pessoa qu e não possu a conhecimentos

médicos”. Todavia, “não são su jei tos ativos do del i to as pessoas qu e se dedicam à cu ra por meio de métodos qu e

fazem parte do ri tu al da rel igião qu e abraçaram. N o espiri tismo, u mbanda etc., os ‘passes’ fazem parte do ri tu al

da rel igião, não integrando a figu ra típica”. Para o mencionado au tor, “as palavras e gestos, qu ando atos de fé,

não caracterizam o del i to” .

De acordo com Cezar Roberto Bitencou rt, “su jei to passivo é a coletividade, bem como qu alqu er pessoa qu e seja

tratada pelo agente” .

O entendimento de qu e são atípicos os atos das pessoas qu e se dedicam à cu ra por meio de métodos qu e fazem

parte do ri tu al da rel igião qu e professam é u m evidente desdobramento do direi to à l iberdade rel igiosa.

Os pastores evangél icos, por exemplo, ministram a cu ra aos fiéis em nome do Senhor Jesu s Cristo. Isso, além de

ter respaldo bíbl ico , jamais poderá ser considerado cu randeirismo pelo ordenamento ju rídico brasi leiro, sob

pena de ofensa ao direi to à l iberdade rel igiosa.

A lexandre de Moraes preconiza qu e “(...) a qu estão das pregações e cu ras rel igiosas deve ser anal isada de modo

qu e não obstacu l ize a l iberdade rel igiosa garantida consti tu cionalmente, nem tampou co acoberte práticas

i l íci tas” .

5 .4 PROJET OS DE LEI DA CÂ MA RA DOS DEPUT A DOS 6 .4 1 8 /2 0 0 5 E 1 2 2 /2 0 0 6

Thiago Massao Cortizo Teraoka nos relata qu e “algu ns l íderes cristãos evangél icos se insu rgiram contra dois

projetos de lei (PL nºs 122/06 e 6.418/2005), qu e criminal izam condu tas homofóbicas”, com a preocu pação de

qu e haveria restrições à pregação .

O au tor também expl ica qu e, atu almente, a discriminação por opção sexu al consti tu i ato i l íci to, reprimido no

âmbito civi l , não havendo disposição especí fica a respeito do assu nto no âmbito penal .

Entretanto, Teraoka entende importante a tipi ficação penal da discriminação por orientação sexu al , mas

sem qu e isso impl iqu e restrição ao exercício do direi to à l iberdade rel igiosa de se pregar contra o

homossexu al ismo.

Segu ndo ele :

Porém, seja qual for a tipificação da conduta, a legislação não poderá

impedir a divulgação ou propagação de idéias religiosas. Os líderes

religiosos, suas homilias e livros poderão continuar a desestimular a

prática homossexual. Porém, já não podem e não poderão humilhar

ou estimular atos violentos ou repulsa aos homossexuais.

[108]

[109]

[110]

[111]

[112]

[113]

[114]

[115]

[116]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 24/44

Ou tra interpretação seria desarrazoada. A total criminal ização de opinião desfavorável ao homossexu al ismo

impediria a pu bl icação de mu itos l ivros sagrados, assim considerados pelas rel igiões. N a própria Bíbl ia, no

N ovo e no A ntigo Testamento (este também apl icável aos ju deu s), há trechos qu e consideram pecado o

homossexu al ismo. N o A lcorão, l ivro sagrado dos mu çu lmanos, também há prescrição semelhante.

N ão é preciso nem dizer qu e a proibição, legislativa ou ju dicial , da divu lgação e pu bl icação da Bíbl ia e do

A lcorão seria afrontosa à l iberdade rel igiosa e à Consti tu ição Federal . Da mesma forma, pregações ou

comentários baseados em tais l ivros não podem ser considerados i l íci to penal ou civi l .

Teraoka final iza sinal izando qu e deve haver l imites até mesmo à l iberdade rel igiosa, pois “a hu milhação de u m

homossexu al em particu lar e/ou mesmo o estímu lo à intolerância e à violência não podem ser admitidos em

nosso ordenamento ju rídico” .

A lexandre de Moraes adu z qu e “obviamente, assim como as demais l iberdades pú bl icas, também a l iberdade

rel igiosa não atinge grau absolu to, não sendo, pois, permitidos a qu alqu er rel igião ou cu l to atos atentatórios à

lei , sob pena de responsabi l ização civi l e criminal” .

6 A LIBERDA DE RELIG IOSA NA LEG ISLA ÇÃ O INFRA CONST IT UCIONA L FEDERA L

A proteção consti tu cional da l iberdade rel igiosa irradia seu s efei tos para todo o ordenamento ju rídico, sendo

comu m encontrar dispositivos da legislação infraconsti tu cional federal dispondo sobre o tema, conforme

veremos a segu ir.

6 .1 A T RIBUIÇÃ O DE PERSONA LIDA DE JURÍDICA À S ORG A NIZA ÇÕES RELIG IOSA S

O inciso IV do artigo 44 do Código Civi l , introdu zido pela Lei 10.825, de 22.12.2003, inclu iu as organizações

rel igiosas no rol das pessoas ju rídicas de direi to privado, ao lado das associações, das sociedades, das fu ndações

e dos partidos pol í ticos:

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações;

II - as sociedades;

III - as fundações.

IV - as organizações religiosas;

V - os partidos políticos.

§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o

funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder

público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos

e necessários ao seu funcionamento.

§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se

subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte

Especial deste Código.

§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o

disposto em lei específica.

Pablo Stolze Gagl iano e Rodol fo Pamplona Fi lho ensinam qu e :

[117]

[118]

[119]

[120]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 25/44

Juridicamente, podem ser consideradas organizações religiosas todas

as entidades de direito privado, formadas pela união de indivíduos

com o propósito de culto a determinada força ou forças sobrenaturais,

por meio de doutrina e ritual próprios, envolvendo, em geral,

preceitos éticos.

N esse conceito enqu adram-se, portanto, desde igrejas e sei tas até comu nidades leigas, como confrarias ou

irmandades.

A inda segu ndo Gagl iano e Pamplona Fi lho, o §1º do art. 44 do Código Civi l , acima transcri to, soa dispensável ,

pois o art. 19, inciso I, da Consti tu ição Federal vigente já vedou à União, aos Estados, ao Distri to Federal e aos

Mu nicípios “estabelecer cu l tos rel igiosos ou igrejas, su bvencioná-los, embaraçar-lhes o fu ncionamento ou

manter com eles ou seu s representantes relações de dependência ou al iança, ressalvada, na forma da lei , a

colaboração de interesse pú bl ico” .

Prossegu em os au tores lecionando qu e “trata-se, portanto, do qu e se convencionou chamar ju stamente de

l iberdade de organização rel igiosa, u ma das formas de expressão da l iberdade rel igiosa, coexistindo com a

l iberdade de crença e de cu l to” .

Logo, é inequ ívoca a importância desse reconhecimento, trazido pela Lei 10.825/03, das organizações rel igiosas

como pessoas ju rídicas de direi to privado, por reforçar o direi to fu ndamental de l iberdade rel igiosa,

especi ficamente no aspecto da l iberdade de organização rel igiosa.

6 .2 FERIA DOS RELIG IOSOS

Ou tro aspecto bastante polêmico é a (in)consti tu cional idade dos feriados rel igiosos no Brasi l , u m (su posto)

Estado laico.

Iso Chaitz Scherkerkewitz defende a consti tu cional idade da existência dos feriados rel igiosos em si . Segu ndo

ele :

Creio não ser inconstitucional a existência dos feriados religiosos em

si. O que reputo ser inconstitucional é a proibição de se trabalhar

nesse dia, por outras palavras, não reputo ser legítima a proibição de

abertura de estabelecimentos nos feriados religiosos. Cada indivíduo,

por sua própria vontade, deveria possuir a faculdade de ir ou não

trabalhar. Se não desejasse trabalhar, a postura legal lhe seria

favorável (abono do dia por expressa determinação legal), se

resolvesse ir trabalhar não estaria obrigado a obedecer uma postura

válida para uma religião que não segue. Pode-se ir mais além nesse

raciocínio. Qual é a lógica da proibição de abertura de estabelecimento

aos domingos? Com certeza existe uma determinação religiosa por

trás da lei que proibiu a abertura de estabelecimentos nos domingos

(dia de descanso obrigatório para algumas religiões). Como ficam os

adeptos de outras religiões que possuem o sábado como dia de

descanso obrigatório (v.g., os judeus e os adventistas)? Dever-se-ia

facultar aos estabelecimentos a abertura aos sábados ou aos

domingos, sendo que a ratio legis estaria assim atendida, ou seja,

possibilitar o descanso semanal remunerado.

Para grande parte da dou trina, todavia, a oficial ização de feriados rel igiosos é inconsti tu cional , por afrontar a

l iberdade rel igiosa daqu eles qu e não professam a mesma rel igião em favor da qu al o feriado foi insti tu ído.

6 .2 .1 A LEI 9 .0 9 3 /9 5

A Lei 9.093, de 12 de setembro de 1995, é a qu e dispõe acerca dos feriados.

[121]

[122]

[123]

[124]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 26/44

Segu ndo esse diploma legal :

Art. 1º São feriados civis:

I - os declarados em lei federal;

II - a data magna do Estado fixada em lei estadual.

III - os dias do início e do término do ano do centenário de fundação

do Município, fixados em lei municipal. (Inciso incluído pela Lei nº

9.335, de 10.12.1996)

Art. 2º São feriados religiosos os dias de guarda, declarados em lei

municipal, de acordo com a tradição local e em número não superior a

quatro, neste incluída a Sexta-Feira da Paixão.

A Lei 662, de 6 de abri l de 1949, e posteriores al terações, declara os feriados nacionais civis. São sete: 1º de

janeiro (Dia da Confraternização Universal ), 21 de abri l (Dia de Tiradentes), 1º de maio (Dia do Trabalho), 7 de

setembro (Dia da Independência do Brasi l ), 2 de novembro (Dia de Finados), 15 de novembro (Dia da

Proclamação da Repú bl ica) e 25 de dezembro (N atal ) .

A lém dos sete feriados constantes na Lei 662/49, também é considerado feriado nacional o dia 12 de ou tu bro,

criado pela Lei 6.802, de 30 de ju nho de 1980, dedicado à Senhora A parecida dos catól icos. Dessa forma, são oito

os feriados nacionais no Brasi l .

Considerando a au torização legislativa geral contida no art. 2º da Lei 9.093/95 (acima transcri to), algu mas

comemorações rel igiosas podem ser fixadas como feriados por lei mu nicipal , observado o l imite máximo de 4

(qu atro).

A sexta-feira da Semana Santa e o "Corpu s Christi", por exemplo, são feriados rel igiosos com datas móveis. N o

mu nicípio de São Pau lo, a Lei 14.485/07, qu e consol ida a legislação referente a datas comemorativas, eventos e

feriados, é qu e os prevê .

Os dias de Carnaval não estão inclu ídos dentre os feriados oficiais, sendo dias ú teis para todos, estando os

festejos carnavalescos somente inclu ídos no Calendário de Eventos da Cidade de São Pau lo .

6 .2 .2 A SENH ORA A PA RECIDA DOS CA T ÓLICOS COMO PA DROEIRA DO BRA SIL (LEI 6 .8 0 2 /8 0 )

Conforme exposto acima, a Lei 6.802/80 declara feriado nacional o dia 12 de ou tu bro, consagrado à Senhora

A parecida dos catól icos, tida como padroeira do Brasi l .

Segu ndo o artigo 2º dessa lei , o dia 12 de ou tu bro deve ser dedicado a cu l to pú bl ico e oficial à mencionada

entidade , contra o qu e protesta grande parte da dou trina.

De acordo com Danilo Gonçalves Montemu rro :

Apesar de a referenciada lei ser inconstitucional e relacionar-se a

culto bastante específico, possui caráter histórico e origina-se de

religião que possui um grande número de seguidores (cerca de um

terço da população), sendo sua revogação perigosa, podendo causar

conflitos entre seus membros e o Estado, constituindo um assombroso

pesadelo para aqueles que se preocupam com a interferência da

Igreja no Estado democrático.

Data maxima venia às rel igiões, respectivos dogmas e membros, não se pode permitir qu e seu poder e seu s ideais

interfiram na administração pú bl ica, u ma vez qu e a nação viraria u m caos. Se ergu ermos u ma estátu a da

imagem da V irgem de N azaré com o dinheiro dos cofres pú bl icos, teremos de constru ir a imagem de Iemanjá e a

[124]

[125]

[126]

[127]

[128]

[129]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 27/44

imagem de Bu da e de mu itos ou tros santos e deu ses dos vários cu l tos rel igiosos existentes, assim como teriam de

ser oficial izados vários feriados em virtu de de comemorações rel igiosas. Imaginemos se fosse oficial izado o

feriado mu çu lmano Ramadham: 30 dias de feriado seria inviável e impraticável para a economia do país.

De sorte qu e não é aceitável a interferência ou a influ ência, pelas várias rel igiões existentes no país. N ão é

admissível qu e o poder pú bl ico interfira em algu m cu l to rel igioso ou su bvencione em nenhu ma hipótese,

evitando, assim, confu ndir Estado democrático com cu l to rel igioso.

Renata Eiras dos Santos observa, com perspicácia, qu e, “se o Estado em seu s três poderes Execu tivo, Legislativo

e Ju diciário, é leigo, como poderá a A dministração Pú bl ica, através de lei , impor aos seu s administrados o

respeito a u m feriado de cu nho flagrantemente catól ico, como é o dia 12 de ou tu bro (...)?” .

Fica a indagação.

Para el iminar qu alqu er resqu ício de inconsti tu cional idade, Scherkerkewitz propõe o alargamento do

“calendário de feriados e dias santi ficados para inclu ir as datas das maiores rel igiões existentes no nosso país e

tornando estes feriados e dias santi ficados facu l tativos (no sentido de ser fei ta a opção entre ir trabalhar ou

não)”.

N ão concordamos com a proposta do au tor. N a nossa opinião, a conseqü ência lógica da laicidade do Estado

deveria ser a el iminação da existência oficial de feriados rel igiosos.

6 .3 O EST A T UT O DA CRIA NÇA E DO A DOLESCENT E

O Estatu to da Criança e do A dolescente (Lei 8.069/90 ) elenca u ma série de direi tos dos qu ais as crianças e os

adolescentes são portadores, dentre os qu ais se encontra o direi to à l iberdade de crença e de cu l to rel igioso

(inciso III), como é possível veri ficar dos artigos 15 e 16 desse diploma legal :

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito

e à dignidade como pessoas humanas em processo de

desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais

garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários,

ressalvadas as restrições legais;

II - opinião e expressão;

III - crença e culto religioso;

IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

VI - participar da vida política, na forma da lei;

VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

A ssim, não bastasse a Consti tu ição Federal já assegu rar, em seu art. 5º, inciso V I, o direi to de l iberdade

rel igiosa aos indivídu os em geral , o Estatu to da Criança e do A dolescente hou ve por bem refrisá-lo, tamanha a

importância do tema.

6 .4 O EST A T UT O DO IDOSO

O Estatu to do Idoso (Lei 10.741/03 ) também assegu ra à pessoa idosa a l iberdade de crença e de cu l to rel igioso

(inciso III), como é possível veri ficar no §1º do artigo 10 desse diploma legal :

[130]

[131]

[132]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 28/44

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa

idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e

sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na

Constituição e nas leis.

§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes

aspectos:

I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços

comunitários, ressalvadas as restrições legais;

II – opinião e expressão;

III – crença e culto religioso;

IV – prática de esportes e de diversões;

V – participação na vida familiar e comunitária;

VI – participação na vida política, na forma da lei;

VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.

§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade

física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da

identidade, da autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e

dos objetos pessoais.

§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a

salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante,

vexatório ou constrangedor.

Tal como se deu com as crianças e com os adolescentes na Lei 8.069/90, o legislador ordinário entendeu

importante ressal tar o direi to de l iberdade rel igiosa dos idosos, a despeito da previsão consti tu cional qu e já o

assegu ra a todos (art. 5º, inciso V I).

6 .5 A PROT EÇÃ O PENA L À LIBERDA DE RELIG IOSA

Thiago Teraoka preleciona qu e “na legislação penal , há vários exemplos de artigos qu e pretendem conferir

proteção penal ao exercício da l iberdade rel igiosa” .

N o Código Penal , por exemplo, veri ficamos o artigo 140, §3º, o artigo 149, §2º, inciso II, e o artigo 208 :

Injúria

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:

[133]

[134]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 29/44

I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a

injúria;

II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua

natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena

correspondente à violência.

§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça,

cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou

portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)

Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº

9.459, de 1997)

Redução a condição análoga à de escravo

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer

submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer

sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo,

por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o

empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de

11.12.2003)

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena

correspondente à violência. (Redação dada pela Lei nº 10.803, de

11.12.2003)

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 10.803,

de 11.12.2003)

I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do

trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela

Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera

de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-

lo no local de trabalho. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído

pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 30/44

I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 10.803, de

11.12.2003)

II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou

origem. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

CAPÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO

Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo

Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença

ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de

culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto

religioso:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de

um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

De acordo com A ndré Estefam, o §3º do artigo 140 do Código Penal cu ida da injú ria qu al i ficada pelo preconceito,

pois “a ofensa é l igada a elementos de preconceito de raça, cor, etnia, rel igião, origem ou condição de pessoa

idosa ou portadora de deficiência” .

Qu anto ao artigo 149, §2º, inciso II, Thiago Teraoka destaca qu e, no crime de “redu ção a condição análoga à de

escravo”, há cau sa de au mento de pena “se o agente o cometer por motivo rel igioso” .

N o qu e atine ao artigo 208 do Código Penal , Damásio Evangel ista de Jesu s expl ica qu e tal dispositivo legal

protege “o sentimento rel igioso, independentemente da rel igião escolh ida. De forma secu ndária, assegu ra-se a

l iberdade de cu l to” .

A inda de acordo com Damásio, o artigo 208 do Código Penal “contém três figu ras típicas: 1ª) escarnecer de

algu ém pu bl icamente, por motivo de crença ou fu nção rel igiosa; 2ª) impedir ou pertu rbar cerimônia ou prática

de cu l to rel igioso; 3ª) vi l ipendiar pu bl icamente ato ou objeto de cu l to rel igioso” .

N a legislação penal especial também é possível encontrar ou tros dispositivos qu e revelam a preocu pação do

legislador de proteger a l iberdade rel igiosa.

Conforme leciona Thiago Teraoka :

[135]

[136]

[137]

[138]

[139]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 31/44

A Lei 4.898, de 09/12/1965, considera como abuso de autoridade

qualquer atentado ao “livre exercício de culto religioso”. Porém, a

abrangência da norma penal deve ser reduzida a ponto de proteger

somente os cultos religiosos protegidos em definitivo pela liberdade

religiosa, prevista constitucionalmente. É evidente, no entanto, que

não deve ser considerado como abuso de autoridade impedir a

realização de cultos religiosos, fora da proteção constitucional, como

eventual reunião religiosa na qual pretenda oferecer sacrifícios

humanos.

A Lei nº 7.716, de 05/01/1989, pretende criminalizar condutas que

manifestem preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência

nacional. Nesse ponto, merece destaque o genérico artigo 20, que

criminaliza a prática, a indução ou a incitação de discriminação ou

preconceito.

(...)

A Lei nº 2.889, de 01/10/1956, tipifica como genocídio algumas

condutas praticadas com a intenção de destruir, no todo ou em parte,

grupo nacional, étnico, racial ou religioso. O genocídio é mais

abrangente do que o preconceito, e exige a intenção específica de

destruir grupos homogêneos (nacional, étnico, racial ou religioso). “O

ânimo do agente não é atingir determinada pessoa em razão do

preconceito, mas destruir o grupo nacional, étnico, racial ou religioso.”

Teraoka também nos recorda de qu e há disposição especí fica qu e impõe sanção penal a qu em escarneça de ri tos

rel igiosos indígenas . Trata-se do inciso I do artigo 58 da Lei nº 6.001/73 (Estatu to do Índio) :[140] [141]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 32/44

Art. 58. Constituem crimes contra os índios e a cultura indígena:

I - escarnecer de cerimônia, rito, uso, costume ou tradição culturais

indígenas, vilipendiá-los ou perturbar, de qualquer modo, a sua

prática. Pena - detenção de um a três meses;

II - utilizar o índio ou comunidade indígena como objeto de

propaganda turística ou de exibição para fins lucrativos. Pena -

detenção de dois a seis meses;

III - propiciar, por qualquer meio, a aquisição, o uso e a disseminação

de bebidas alcoólicas, nos grupos tribais ou entre índios não

integrados. Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. As penas estatuídas neste artigo são agravadas de

um terço, quando o crime for praticado por funcionário ou empregado

do órgão de assistência ao índio.

Por fim, há, ainda, a Lei nº 11.343/2006 , qu e dispõe acerca da proibição da plantação, cu l tivo e

comercial ização de plantas qu e podem ser u ti l izadas na produ ção de plantas psicotrópicas.

Thiago Teraoka ministra qu e referida lei estabelece como exceção as plantas de u so ri tu al ístico-rel igioso.

Conforme seu magistério, “a exceção da Lei nº 11.343/2006 e da Convenção de V iena são importantes ao exercício

da l iberdade rel igiosa”. O h indu ísmo, por exemplo, é u ma das sei tas rel igiosas qu e u ti l iza drogas em seu s

ri tu ais (a maconha) .

7 OUT RA S MA NIFEST A ÇÕES DA QUEST Ã O DA LIBERDA DE RELIG IOSA NO BRA SIL

7 .1 A EX PRESSÃ O “ DEUS SEJA LOUV A DO” NO DINH EIRO BRA SILEIRO

Em conformidade com o qu e ensina Thiago Massao Cortizo Teraoka, “a referência ‘Deu s seja lou vado’ nas cédu las

de Real não significa qu e o Estado brasi leiro possa fazer apologia a crença rel igiosa” .

Segu ndo Teraoka ,

(...) a opção pela menção “Deus seja louvado”, nas notas de Real, é

opção válida eleita pelo administrador, pois (i) o próprio preâmbulo da

Constituição faz referência genérica a Deus; e (ii) na análise das

cédulas de Real, percebe-se que não houve apologia a uma doutrina

religiosa específica; a palavra “Deus” pode ser representativa de

tantas crenças, que acaba esvaziando seu significado teológico

específico.

O au tor em comento, contu do, entende qu e “qu alqu er referência a Deu s, ainda qu e de forma genérica (‘Deu s seja

lou vado’), em docu mentos pú bl icos, poderia violar o direi to de qu em não acredita em qu alqu er rel igião”, motivo

pelo qu al tal referência deveria ser retirada de docu mentos pú bl icos, como é o caso da moeda Real , opinião

da qu al parti lho.

7 .2 A T UA ÇÃ O DE BA NCA DA S RELIG IOSA S NA POLÍT ICA

[142]

[143]

[144]

[145]

[146]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 33/44

De acordo com Iso Chaitz Scherkerkewitz, “não existe nenhu m empeci lho consti tu cional à participação de

membros rel igiosos no Governo ou na vida pú bl ica. O qu e não pode haver é u ma relação de dependência ou de

al iança com a entidade rel igiosa à qu al a pessoa está vincu lada” .

A Igreja do Evangelho Qu adrangu lar, por exemplo, tem, na atu al legislatu ra (2010-2014), membros na Câmara

dos Depu tados (Pastor Mário de Ol iveira e Pastor Jefferson Campos ) e na A ssembléia Legislativa do

Estado de São Pau lo (Pastor Carlos Cezar ).

7 .3 DIA S DE “ Y OM KIPUR” , “ PESSA CH ” E “ ROSH H A SH A NÁ ” E PROFISSIONA IS JUDEUS

V aléria Gerber Mariscal aponta legislação qu e visa a tornar efetivo o direi to à l iberdade rel igiosa dos

profissionais ju deu s. Trata-se da Lei 1.410, de 21 de ju nho de 1989, do Mu nicípio do Rio de Janeiro, também

conhecida como “Lei Gomlevky”, qu e dispensa os servidores do Poderes Legislativo e Execu tivo, da

A dministração direta e indireta, qu e professam a rel igião ju daica, de assinar ponto nos dias determinados à

observância de “Y om Kipu r”, “Pessach” e “Rosh Hashaná”, e da Lei nº 2.874, de 19 de dezembro de 1997, do

Estado do Rio de Janeiro, qu e au toriza o Poder Execu tivo estadu al a dispensar os fu ncionários qu e professam a

rel igião ju daica nos dias determinados à observância de “Y om Kipu r”, “Pessach” e “Rosh Hashaná” .

Gabriela Rocha, jornal ista do si te Consu l tor Ju rídico, também noticia interessante decisão do Su premo

Tribu nal Federal , no Mandado de Segu rança nº 30.491, sobre o adiamento de au diências qu e coincidam com o

feriado ju daico do “Y om Kipu r” :

Audiência no dia de feriado religioso pode ser adiada

O ministro Marco A u rél io, do Su premo Tribu nal Federal , su spendeu a decisão do Conselho N acional de Ju stiça

qu e cassou a recomendação, do Conselho da Magistratu ra do Tribu nal de Ju stiça do Rio de Janeiro, de qu e ju ízes

acolham pedidos de adiamento para as au diências qu e recaiam no feriado ju daico do Y om Kipu r (dia do perdão).

Segu ndo o ministro, o ato do TJ-RJ, qu e só permite o adiamento qu e não preju dicar as partes, foi mera

recomendação aos ju ízes e respeitou o princípio consti tu cional básico de respeito à crença rel igiosa. “Em

momento algu m, adentrou a seara da normatização. Interpretou , sim, a Consti tu ição Federal e, sem discrepar

da razoabi l idade, sopesando valores caros em u m Estado Democrático de Direito”.

Marco A u rél io considerou qu e “ao Poder Ju diciário é assegu rada au tonomia administrativa e financeira. A

atu ação do Conselho N acional de Ju stiça l imita-se ao âmbito administrativo e deve ser conci l iada com a ci tada

independência. A real ização, ou não, de au diência circu nscreve-se ao campo ju risdicional”.

Segu ndo Fernando Lottenberg, advogado e secretário-geral da Confederação Israel i ta do Brasi l Conib, o ministro

Marco A u rél io demonstrou sensibi l idade para com o assu nto, respeitando, ao mesmo tempo, os princípios

consti tu cionais e as prerrogativas do CN J.

Fal ta de competência

O Mandado de Segu rança no qu al a medida cau telar foi concedida pelo ministro foi apresentada pela Federação

Israel i ta do Estado do Rio de Janeiro e pela A ssociação N acional de A dvogados e Ju ristas Brasi l -Israel .

O ato do TJ-RJ foi pu bl icado no Diário Oficial do Estado em 4 de abri l de 2006, nos segu intes termos:

Por unanimidade, deliberou o Conselho da Magistratura em

recomendar aos Excelentíssimos Senhores Juízes de Direito, em

atuação no 1º Grau de Jurisdição, no sentido de, mediante prévio

requerimento dos advogados de fé mosaica, sem prejuízo às partes,

recolhidas as custas que forem devidas para eventuais intimações,

acolher pedidos de adiamento ou de designação de nova data para as

audiências que recaiam no feriado religioso do ‘Yom Kipur’ (Dia do

Perdão).

Em 23 de novembro de 2010, o CN J entendeu qu e o conteú do da recomendação só poderia ter sido editado em lei

federal , “pois o conteú do normativo atinge a ordem processu al”.

O Conselho considerou qu e “a recomendação é ato normativo com certo grau de cogência, pois, nos casos em qu e o

ju iz admita terem sido preenchidos os pressu postos fáticos e ju rídicos para su a apl icação, o seu

descu mprimento sistemático e ostensivo poderá dar ensejo a sanções”.

7 .4 CONCURSOS PÚBLICOS E V EST IBULA RES X A DV ENT IST A S DE SÉT IMO DIA

[147]

[148] [149]

[150]

[151]

[152]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 34/44

Fábio Dantas de Ol iveira nos traz mais u m exemplo de incidência do princípio da l iberdade rel igiosa :

Outro exemplo de invocação do princípio da liberdade religiosa foi a

controvérsia acerca da possibilidade de candidato a concurso público,

em razão de ser membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ter

como justificada sua ausência no dia de sábado, em curso de formação.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios julgou

procedente a ação judicial em favor de candidato, sob o argumento de

que o texto constitucional respalda todas as crenças, consagrando o

Estado Democrático de Direito com sua máxima liberdade religiosa.

O Su premo Tribu nal Federal também noticiou qu e anal isará a possibi l idade de mu dança da data de concu rso

por crença rel igiosa :

Mu dança de data de concu rso por crença rel igiosa será anal isada em repercu ssão geral

A ssu nto tratado no Recu rso Extraordinário (RE) 611874 interposto pela União teve manifestação favorável do

Su premo Tribu nal Federal (STF) qu anto à repercu ssão geral . O Plenário V irtu al da Corte, por votação u nânime,

considerou qu e o caso extrapola os interesses su bjetivos das partes, u ma vez qu e trata da possibi l idade de

al teração de data e horário em concu rso pú bl ico para candidato adventista.

O caso

O caso diz respeito à anál ise de u m mandado de segu rança, pela Corte Especial do Tribu nal Regional Federal da

1ª Região (TRF1), qu e entendeu qu e candidato adventista pode al terar data ou horário de prova estabelecido no

calendário de concu rso pú bl ico, contanto qu e não haja mu dança no cronograma do certame, nem preju ízo de

espécie algu ma à atividade administrativa. O TRF1 concedeu a ordem por entender qu e o deferimento do pedido

atendia à final idade pú bl ica de recru tar os candidatos mais bem preparados para o cargo. Essa é a decisão

qu estionada pela União perante o Su premo.

N atu ral de Marabá (PA ), o candidato se inscreveu em concu rso pú bl ico para provimento de vaga no TRF-1. Ele

foi aprovado em primeiro lu gar na prova objetiva para o cargo de técnico ju diciário, especial idade segu rança e

transporte, classi ficado para Rio Branco, no Estado do A cre.

A o obter aprovação na prova objetiva, o impetrante se habi l i tou para a real ização da prova prática de

capacidade física qu e, conforme edital de convocação, deveria ser real izada nos dias: 22 de setembro de 2007

(sábado) nas cidades de Brasí l ia (DF), Salvador (BA ), Goiânia (GO), São Lu ís (MA ), Belo Horizonte (MG) e

Teresina (PI); 29 de setembro de 2007 (sábado) nas cidades de Rio Branco (A C), Macapá (A P), Cu iabá (MT),

Belém (PA ), Porto V elho (RO), Boa V ista (RR) e Palmas (TO); e 30 de setembro de 2007 (domingo) para as provas

em Manau s (A M).

Desde a divu lgação do Edital de Convocação para as provas práticas, o candidato tenta ju nto à organizadora do

concu rso - Fu ndação Carlos Chagas - obter au torização para real izar a prova prática no domingo (30/09/2007),

mas não teve su cesso. Por email , a Fu ndação afirmou qu e não há apl icação fora do dia e local determinados em

edital .

Com base nesta resposta, o candidato impetrou mandado de segu rança e entendeu qu e seu direi to de l iberdade de

consciência e crença rel igiosa, assegu rados pela Consti tu ição Federal (artigo 5°, incisos V I e V III), “foram

su mariamente desconsiderados e, consequ entemente, su a participação no exame de capacidade física do

concu rso está ameaçada, fato qu e cu lminará com a exclu são do Impetrante do certame e o preju dicará

imensamente”.

Segu ndo ele, o caso tem cau sado u m grande transtorno, u ma vez qu e professa o Cristianismo sendo membro da

Igreja A dventista do Sétimo Dia, insti tu ição rel igiosa qu e determina gu ardar o sábado para atividades l igadas

à Bíbl ia.

Por meio do recu rso extraordinário, a União su stenta qu e há repercu ssão geral da matéria por esta se tratar de

interpretação do princípio da igu aldade (artigo 5º, capu t, da Consti tu ição Federal ) em comparação com a norma

do mesmo artigo (inciso V III) qu e proíbe a privação de direi tos por motivo de crença rel igiosa. Para a au tora, as

atividades administrativas, desenvolvidas com o objetivo de prover os cargos pú bl icos, não podem estar

condicionadas às crenças dos interessados.

Repercu ssão

[153]

[154]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 35/44

De acordo com o ministro Dias Toffol i , relator do RE, a qu estão apresenta densidade consti tu cional e extrapola os

interesses su bjetivos das partes, sendo relevante para todas as esferas da A dministração Pú bl ica, qu e estão

su jeitas a l idar com situ ações semelhantes ou idênticas.

“Cu ida-se, assim, de discu ssão qu e tem o potencial de repetir-se em inú meros processos, visto ser provável qu e

sejam real izadas etapas de concu rsos pú bl icos em dias considerados sagrados para determinados credos

rel igiosos, o qu e impediria, em tese, os seu s segu idores a efetu ar a prova na data estipu lada”, afirma Toffol i .

V aléria Gerber Mariscal também nos alerta para atu ações positivas do Poder Pú bl ico no sentido de efetivar o

direito à l iberdade rel igiosa. São exemplos de tais atu ações: a Lei nº 1.631/2006, do Estado de Rondônia, qu e

determina qu e as provas de concu rsos pú bl icos e exames vestibu lares, em todo o Estado, sejam apl icados de

domingo à sexta-feira entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, e a Lei nº 73/2006, do mu nicípio de Manau s, qu e

estabelece períodos para os concu rsos, vestibu lares e também o abono de fal tas para os alu nos qu e gu ardam o

sábado .

8 CONCLUSÃ O

O Brasi l é u m estado teoricamente laico, onde, todavia, ocorrem si tu ações qu e põem em xequ e tal laicidade, como

é o caso do u so de símbolos rel igiosos em locais pú bl icos e dos feriados rel igiosos.

Como decorrência da laicidade estatal (ainda qu e qu estionável), a Consti tu ição Federal de 1988 confere aos

indivídu os o direi to não absolu to à l iberdade rel igiosa.

O direi to à l iberdade rel igiosa, por su a vez, é tema qu e tem mu itos desdobramentos e cada u m deles poderia,

isoladamente, dar origem a u ma monografia.

A ampl itu de do tema é tamanha qu e vários ou tros desdobramentos não foram abordados no presente trabalho,

tais como o prosel i tismo rel igioso, o u so de docu mentos espiri tu ais como prova nos processos ju diciais, os

ju ramentos rel igiosos, a privacidade em matéria rel igiosa, o estatu to ju rídico dos ministros rel igiosos, dentre

ou tros.

Optamos por não abordar tais qu estões porqu e, além de não ser possível esgotar o assu nto em u m trabalho de

conclu são de cu rso, também tivemos a intenção de deixar o lei tor com o desejo de bu scar ou tras fontes de estu do

para se aprofu ndar mais no assu nto.

REFERÊNCIA BIBLIOG RÁ FICA

BA STOS, Celso Ribeiro. Curso de Di rei to Consti tuci onal . 21. ed. São Pau lo: Saraiva, 2000.

BA STOS, Celso Ribeiro. Di rei to de recusa de paci entes submeti dos a tratamento terapêuti co às

transfusões de sangue, por razões ci entí fi cas e conv i cções rel i gi osas (parecer). São Pau lo: Revista dos

Tribu nais, 2001, volu me 90, nº 787, p.493-507.

BÍBLIA . Portu gu ês. Bí bl i a Apol ogéti ca de Estudo. Tradu ção: João Ferreira de A lmeida. 2. ed. São Pau lo:

Insti tu to Cristão de Pesqu isas, 2005.

BITEN COURT, Cezar Roberto. Códi go Penal Comentado. 4. ed. São Pau lo: Saraiva, 2007.

BRA SIL. Consti tu ição Pol í tica do Império do Brazi l . Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/consti tu i%C3%A 7ao24.htm>. A cesso em 14 ou t. 2011.

BRA SIL. Consti tu ição da Repú bl ica dos Estados Unidos do Brasi l de 1891. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/Consti tu icao91.htm>. A cesso em 14 ou t. 2011.

BRA SIL. Consti tu ição da Repú bl ica dos Estados Unidos do Brasi l de 1934. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/consti tu i%C3%A 7ao34.htm>. A cesso em 14 ou t. 2011.

BRA SIL. Consti tu ição dos Estados Unidos do Brasi l de 1937. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/consti tu i%C3%A 7ao37.htm>. A cesso em 14 ou t. 2011.

BRA SIL. Consti tu ição dos Estados Unidos do Brasi l de 1946. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/consti tu icao46.htm>. A cesso em 14 ou t. 2011.

BRA SIL. Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l de 1967. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/Consti tu i%C3%A 7ao67.htm>. A cesso em 14 ou t. 2011.

BRA SIL. Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l de 1988. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/Consti tu icaoCompilado.htm>. A cesso em 14 ou t. 2011.

[155]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 36/44

BRA SIL. Decreto-lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. A cesso em 21 ou t. 2011.

BRA SIL. Decreto-lei 3.689, de 03 de ou tu bro de 1941. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm>. A cesso em 25 ou t. 2011.

BRA SIL. Decreto 57.654, de 20 de janeiro de 1966. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/decreto/D57654.htm>. A cesso em 25 ou t. 2011.

BRA SIL. Lei 662, de 06 de abri l de 1949. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/L0662.htm>. A cesso em 20 ou t. 2011.

BRA SIL. Lei 4.375, de 17 de agosto de 1964. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/L4375.htm>. A cesso em 25 ou t. 2011.

BRA SIL. Lei 6.001, de 19 de dezembro de 1973. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/Leis/L6001.htm>. A cesso em 25 ou t. 2011.

BRA SIL. Lei 6.015, de 31 de dezembro de 1973. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/L6015compilada.htm>. A cesso em 29 ou t. 2011.

BRA SIL. Lei 6.802, de 30 de ju nho de 1980. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/l6802.htm>. A cesso em 20 ou t. 2011.

BRA SIL. Lei 7.210, de 11 de ju lho de 1984. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/L7210compilado.htm>. A cesso em 14 ou t. 2011.

BRA SIL. Lei 8.069, de 13 de ju lho de 1990. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/L8069Compilado.htm>. A cesso em 14 ou t. 2011.

BRA SIL. Lei 8.239, de 04 de ou tu bro de 1991. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/Leis/L8239.htm>. A cesso em 25 ou t. 2011.

BRA SIL. Lei 9.093, de 12 de setembro de 1995. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/L9093.htm>. A cesso em 20 ou t. 2011.

BRA SIL. Lei 9.605 de 12 de fevereiro de 1998. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/L9605.htm>. A cesso em 21 ou t. 2011.

BRA SIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/2002/L10406compilada.htm>. A cesso em 21 ou t. 2011.

BRA SIL. Lei 10.741, de 01 de ou tu bro de 2003. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/2003/L10.741.htm>. A cesso em 14 ou t. 2011.

BRA SIL. Lei 11.343, de 23 de agosto de 2006. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/_ato2004-

2006/2006/lei/l11343.htm>. A cesso em 29 ou t. 2011.

BRA SIL. Su premo Tribu nal Federal . Pleno. RE nº 325822/SP. Relator: Ministro Ilmar Galvão. Relator para

acórdão: Ministro Gi lmar Mendes. DJ 14.05.2004.

BRA SIL. Su premo Tribu nal Federal . Pleno. RE nº 578562/BA . Relator: Ministro Eros Grau . DJ 12.09.2008.

CA BRA L, J. Rel i gi ões Sei tas & Heresi as à l uz da Bí bl i a . 8. ed. Rio de Janeiro: Gráfica Universal , 1993.

CA MPOS, Pr. Jefferson. Disponível em: <http://www.jeffersoncampos.com.br/portal/>. A cesso em 13 ou t. 2011.

CEZA R, Pr. Carlos. Disponível em: <http://www.prcarloscezar.com.br/>. A cesso em 13 ou t. 2011.

COELHO, Sacha Calmon N avarro. Curso de Di rei to Tri butári o Brasi l ei ro. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense,

1999.

ESTEFA M, A ndré. Di rei to Penal – Parte Especi al . São Pau lo: Saraiva, 2010, volu me 2.

FERRA Z, A nna Cândida da Cu nha. Regi stro hi stóri co documental : Parecer Jurí di co apresentado ao

Gov ernador do Estado de São Paul o (a questão do ensi no rel i gi oso nas escol as públ i cas). In: Ensino

Rel igioso em Escolas Pú bl icas – Impactos sobre o Estado Laico. São Pau lo: Factash , 2008.

FIESP. Parecer: Feri ados do ano-cal endári o de 2011 . Departamento Ju rídico. Disponível em:

<http://www.fiesp.com.br/sindical -ju ridica/pdf/parecer%20feriados%202011.pdf>. A cesso em 20 ou t. 2011.

FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Rel i gi ão, Estado e Di rei to. Revista de Direito Mackenzie, ano 3, nú mero

2, São Pau lo, 2002.

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 37/44

GA GLIA N O E FILHO, Pablo Stolze e Rodol fo Pamplona. Nov o Curso de Di rei to Ci v i l . 9. ed. São Pau lo:

Saraiva, 2007, volu me I.

JESUS, Damásio Evangel ista de. Di rei to Penal – Parte Especi al . 19. ed. São Pau lo: Saraiva, 2010, volu me 3.

JÚN IOR, Dirley da Cu nha. Curso de Di rei to Consti tuci onal . Salvador: Ju s Podivm, 2008.

LA FER, Celso. Estado Lai co. In: Direitos Hu manos, Democracia e Repú bl ica – Homenagem a Fábio Konder

Comparato. São Pau lo: Qu artier Latin do Brasi l , 2009.

MA CHA DO, Hu go de Brito. Curso de Di rei to Tri butári o. 30. ed., São Pau lo: Malheiros, 2009.

MA RISCA L, V aléria Gerber. Feri ados rel i gi osos em um paí s l ai co. Disponível em: <http://www.pu c-

rio.br/pibic/relatorio_resu mo2008/resu mos/ccs/dir/j_valeriagm.pdf>. A cesso em 20 ou t.2011.

MICHA ELIS: Mi ni di ci onári o Escol ar da Lí ngua Portuguesa . São Pau lo: Companhia Melhoramentos,

2000.

MIRA BETE, Ju l io Fabbrini . Execução Penal . 10. ed. São Pau lo: A tlas, 2002.

MON TEMURRO, Dani lo Gonçalves. N ão pode haver feriado rel igioso em u m Estado laico. Consul tor Jurí di co,

São Pau lo, 05.10.2006. Disponível em: <http://www.conju r.com.br/2006-ou t-

05/nao_haver_feriado_rel igioso_estado_laico>. A cesso em 20 ou t. 2011.

MORA ES, A lexandre de. Di rei to Consti tuci onal . 24. ed. São Pau lo: A tlas, 2009.

Mu dança da data de concu rso por crença rel igiosa será anal isada em repercu ssão geral . Notí ci as STF,

Brasí l ia, 19.04.2011. Disponível em: <http://www.stf.ju s.br/portal/cms/verN oticiaDetalhe.asp?

idConteu do=177596>. A cesso em 20 ou t. 2011.

OLIV EIRA , Fábio Dantas de. Aspectos da l i berdade rel i gi osa no ordenamento jurí di co brasi l ei ro. Ju s

N avigandi , Teresina, ano 16, n . 2966, 15 ago. 2011. Disponível em: <http://ju s.com.br/revista/texto/19770

(http://jus.com.br/revista/texto/19770) >. A cesso em: 19 ou t. 2011.

OLIV EIRA , Pr. Mário de. Disponível em: <http://www.mariodeol iveira.org/site/>. A cesso em 05 nov. 2011.

QUEIROZ, Fernando Fonseca de. Brasi l : Estado l ai co e a i nconsti tuci onal i dade da exi stênci a de

sí mbol os rel i gi osos em prédi os públ i cos. Ju s N avigandi , Teresina, ano 11, n . 1081, 17 ju n. 2006. Disponível

em: <http://ju s.com.br/revista/texto/8519 (http://jus.com.br/revista/texto/8519) >. A cesso em: 19 ou t. 2011.

ROCHA , Gabriela. A u diência do dia de feriado rel igioso pode ser adiada. Consul tor Jurí di co, São Pau lo,

17.05.2011. Disponível em: <http://www.conju r.com.br/2011-mai-17/stf-su spende-decisao-cnj-vetou -

adiamentos-feriado-rel igioso>. A cesso em 21 ou t. 2011.

SA N TOS, Renata Eiras. O Estado l ai co e a i nsti tui ção de feri ado naci onal em homenagem à

canoni zação de Frei Gal v ão. Disponível em: <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3473/O-Estado-

laico-e-a-insti tu icao-de-feriado-nacional-em-homenagem-a-canonizacao-de-Frei-Galvao>. A cesso em 20 ou t.

2011.

SÃ O PA ULO. Lei 14.485, de 19 de ju lho de 2007. Disponível em:

<http://www3.prefei tu ra.sp.gov.br/cadlem/secretarias/negocios_ju ridicos/cadlem/integra.asp?

al t=03082007L 144850000>. A cesso em 20 ou t. 2011.

SCHERKERKEWITZ, Iso Chaitz. O Di rei to de Rel i gi ão no Brasi l . Revista da Procu radoria Geral do Estado de

São Pau lo. Disponível em

<http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestu dos/revistaspge/revista2/artigo5.htm>. A cesso em 11 ju l . 2011.

SILV A , José A fonso da. Curso de Di rei to Consti tuci onal Posi ti v o. 16. ed., São Pau lo: Malheiros, 1999.

SORIA N O, A ldir Gu edes. Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal e Internaci onal . São Pau lo:

Ju arez de Ol iveira, 2002.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo.

NOT A S

Li tu rgia: 1. Ordem das cerimônias e preces de qu e se compõe o serviço divino, como se encontra determinado

no ri tu al eclesiástico. 2. A s fórmu las consagradas das orações (MICHA ELIS: Minidicionário Escolar da Língu a

Portu gu esa. São Pau lo: Companhia Melhoramentos, 2000, p. 369).

[1]

[2]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 38/44

JÚN IOR, Dirley da Cu nha. Curso de Di rei to Consti tuci onal . Salvador: Ju s Podivm, 2008, pp. 650-651.

JÚN IOR, Dirley da Cu nha. Curso de Di rei to Consti tuci onal . Salvador: Ju s Podivm, 2008, p. 651.

MICHA ELIS: Mi ni di ci onári o Escol ar da Lí ngua Portuguesa. São Paul o: Companhia Melhoramentos,

2000, p. 355.

LA FER, Celso. Estado Lai co. In: Direitos Hu manos, Democracia e Repú bl ica – Homenagem a Fábio Konder

Comparato. São Pau lo: Qu artier Latin do Brasi l , 2009, p. 226.

LA FER, Celso. Estado Lai co. In: Direitos Hu manos, Democracia e Repú bl ica – Homenagem a Fábio Konder

Comparato. São Pau lo: Qu artier Latin do Brasi l , 2009, p. 226.

LA FER, Celso. Estado Lai co. In: Direitos Hu manos, Democracia e Repú bl ica – Homenagem a Fábio Konder

Comparato. São Pau lo: Qu artier Latin do Brasi l , 2009, p. 227.

LA FER, Celso. Estado Lai co. In: Direitos Hu manos, Democracia e Repú bl ica – Homenagem a Fábio Konder

Comparato. São Pau lo, Qu artier Latin do Brasi l , 2009, p. 228.

LA FER, Celso. Estado Lai co. In: Direitos Hu manos, Democracia e Repú bl ica – Homenagem a Fábio Konder

Comparato. São Pau lo: Qu artier Latin do Brasi l , 2009, p. 227.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 110.

“A rt. 5. A Rel igião Cathol ica A postol ica Romana continu ará a ser a Rel igião do Império. Todas as ou tras

Rel igiões serão permitidas com seu cu l to domestico, ou particu lar em casas para isso destinadas, sem forma

algu ma exterior do Templo.”

BA STOS, Celso Ribeiro. Curso de Di rei to Consti tuci onal . 21. ed. São Pau lo: Saraiva, 2000, p. 191.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 111.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 111.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 111.

SORIA N O, A ldir Gu edes. Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal e Internaci onal . São

Pau lo: Ju arez de Ol iveira, 2002, p. 85.

OLIV EIRA , Fábio Dantas de. Aspectos da l i berdade rel i gi osa no ordenamento jurí di co brasi l ei ro.

Ju s N avigandi , Teresina, ano 16, n . 2966, 15 ago. 2011. Disponível em: <http://ju s.com.br/revista/texto/19770

(http://jus.com.br/revista/texto/19770) >. A cesso em: 19 ou t. 2011.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 113.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 115.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 117.

Consti tu ição dos Estados Unidos do Brasi l de 1946. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/consti tu icao46.htm>. A cesso em 14 ou t. 2011.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, pp. 118-119.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, pp. 120-121.

Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l de 1988. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/Consti tu icaoCompilado.htm>. A cesso em 14 ou t. 2011.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, pp. 122-123.

A pu d SCHERKERKEWITZ, Iso Chaitz. O Di rei to de Rel i gi ão no Brasi l . Revista da Procu radoria Geral do

Estado de São Pau lo. Disponível em

<http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestu dos/revistaspge/revista2/artigo5.htm>. A cesso em 11 ju l . 2011.

[2]

[3]

[4]

[5]

[6]

[7]

[8]

[9]

[10]

[11]

[12]

[13]

[14]

[15]

[16]

[17]

[18]

[19]

[20]

[21]

[22]

[23]

[24]

[25]

[26]

[27]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 39/44

SILV A , José A fonso da. Curso de Di rei to Consti tuci onal Posi ti v o. 16. ed. São Pau lo: Malheiros, 1999, p.

251.

SILV A , José A fonso da. Curso de Di rei to Consti tuci onal Posi ti v o. 16. ed. São Pau lo: Malheiros, 1999, p.

252.

SILV A , José A fonso da. Curso de Di rei to Consti tuci onal Posi ti v o. 16. ed. São Pau lo: Malheiros, 1999, p.

252.

SILV A , José A fonso da. Curso de Di rei to Consti tuci onal Posi ti v o. 16. ed. São Pau lo: Malheiros, 1999, pp.

252-253.

SILV A , José A fonso da. Curso de Di rei to Consti tuci onal Posi ti v o. 16. ed. São Pau lo: Malheiros, 1999, p.

253.

SCHERKERKEWITZ, Iso Chaitz. O Di rei to de Rel i gi ão no Brasi l . Revista da PGE. Disponível em

<http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestu dos/revistaspge/revista2/artigo5.htm>. A cesso em 11 ju l . 2011.

SCHERKERKEWITZ, Iso Chaitz. O Di rei to de Rel i gi ão no Brasi l . Revista da PGE. Disponível em

<http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestu dos/revistaspge/revista2/artigo5.htm>. A cesso em 11 ju l . 2011.

OLIV EIRA , Fábio Dantas de. Aspectos da l i berdade rel i gi osa no ordenamento jurí di co brasi l ei ro.

Ju s N avigandi , Teresina, ano 16, n . 2966, 15 ago. 2011. Disponível em: <http://ju s.com.br/revista/texto/19770

(http://jus.com.br/revista/texto/19770) >. A cesso em: 19 ou t. 2011.

QUEIROZ, Fernando Fonseca de. Brasi l : Estado l ai co e a i nconsti tuci onal i dade da exi stênci a de

sí mbol os rel i gi osos em prédi os públ i cos. Ju s N avigandi , Teresina, ano 11, n . 1081, 17 ju n. 2006. Disponível

em: <http://ju s.com.br/revista/texto/8519 (http://jus.com.br/revista/texto/8519) >. A cesso em: 19 ou t. 2011.

Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l de 1988. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/Consti tu icaoCompilado.htm>. A cesso em 20 ou t. 2011.

Gri fos e destaqu es nossos.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 229.

OLIV EIRA , Fábio Dantas de. Aspectos da l i berdade rel i gi osa no ordenamento jurí di co brasi l ei ro.

Ju s N avigandi , Teresina, ano 16, n . 2966, 15 ago. 2011. Disponível em: <http://ju s.com.br/revista/texto/19770

(http://jus.com.br/revista/texto/19770) >. A cesso em: 19 ou t. 2011.

SILV A , José A fonso da. Curso de Di rei to Consti tuci onal Posi ti v o. 16. ed. São Pau lo: Malheiros, 1999, p.

252.

MORA ES, A lexandre de. Di rei to Consti tuci onal . 24. ed. São Pau lo: A tlas, 2009, p. 47.

JÚN IOR, Dirley da Cu nha. Curso de Di rei to Consti tuci onal . Salvador: Ju s Podivm, 2008, pp. 650-651.

BRA SIL. Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l de 1988. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/Consti tu icaoCompilado.htm>. A cesso em 14 ou t. 2011.

MORA ES, A lexandre de. Di rei to Consti tuci onal . 24. ed. São Pau lo: A tlas, 2009, p. 49.

Lei 7.210/84. Disponível em: < http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/L7210compilado.htm>. A cesso

em 25 ou t. 2011.

MIRA BETE, Ju l io Fabbrini . Execução Penal . 10. ed. São Pau lo: A tlas, 2002, p. 82.

MIRA BETE, Ju l io Fabbrini . Execução Penal . 10. ed.. São Pau lo: A tlas, 2002, p. 83.

MORA ES, A lexandre de. Di rei to Consti tuci onal . 24. ed. São Pau lo: A tlas, 2009, p. 49.

SORIA N O, A ldir Gu edes. Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal e Internaci onal . São

Pau lo: Ju arez de Ol iveira, 2002, p. 97.

SORIA N O, A ldir Gu edes. Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal e Internaci onal . São

Pau lo: Ju arez de Ol iveira, 2002, p. 97.

Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l de 1988. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/Consti tu icaoCompilado.htm>. A cesso em 20 ou t. 2011.

SILV A , José A fonso da. Curso de Di rei to Consti tuci onal Posi ti v o. 16. ed. São Pau lo: Malheiros, 1999, pp.

254-255.

[27]

[28]

[29]

[30]

[31]

[32]

[33]

[34]

[35]

[36]

[37]

[38]

[39]

[40]

[41]

[42]

[43]

[44]

[45]

[46]

[47]

[48]

[49]

[50]

[51]

[52]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 40/44

SILV A , José A fonso da. Curso de Di rei to Consti tuci onal Posi ti v o. 16. ed. São Pau lo: Malheiros, 1999, p.

255.

SORIA N O, A ldir Gu edes. Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal e Internaci onal . São

Pau lo: Ju arez de Ol iveira, 2002, p. 85.

QUEIROZ, Fernando Fonseca de. Brasi l : Estado l ai co e a i nconsti tuci onal i dade da exi stênci a de

sí mbol os rel i gi osos em prédi os públ i cos. Ju s N avigandi , Teresina, ano 11, n . 1081, 17 ju n. 2006. Disponível

em: <http://ju s.com.br/revista/texto/8519 (http://jus.com.br/revista/texto/8519) >. A cesso em: 19 ou t. 2011.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 237.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, pp. 237-238.

Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l de 1988. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/Consti tu icaoCompilado.htm>. A cesso em 20 ou t. 2011.

JÚN IOR, Dirley da Cu nha. Curso de Di rei to Consti tuci onal . Salvador: Ju s Podivm, 2008, p. 652.

JÚN IOR, Dirley da Cu nha. Curso de Di rei to Consti tuci onal . Salvador: Ju s Podivm, 2008, p. 652.

Há divergência dou trinária sobre a qu estão, tendo au tores qu e defendem qu e se trata de h ipótese de

su spensão dos direi tos pol í ticos, enqu anto algu ns ou tros entendem qu e se cu ida de h ipótese de perda dos direi tos

pol í ticos.

Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l de 1988. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/Consti tu icaoCompilado.htm>. A cesso em 20 ou t. 2011.

JÚN IOR, Dirley da Cu nha. Curso de Di rei to Consti tuci onal . Salvador: Ju s Podivm, 2008, p. 652.

Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l de 1988. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/Consti tu icaoCompilado.htm>. A cesso em 20 ou t. 2011.

Lei 4.375/64. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/L4375.htm>. A cesso em 25 ou t.

2011.

Decreto 57.654/66. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/decreto/D57654.htm>. A cesso

em 25 ou t. 2011.

Lei 8.239/91. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/Leis/L8239.htm>. A cesso em 25 ou t.

2011.

MORA ES, A lexandre de. Di rei to Consti tuci onal . 24. ed. São Pau lo: A tlas, 2009, pp. 47-48.

JÚN IOR, Dirley da Cu nha. Curso de Di rei to Consti tuci onal . Salvador: Ju s Podivm, 2008, p. 653.

CA BRA L, J. Rel i gi ões Sei tas & Heresi as à l uz da Bí bl i a . 8ª ed. Rio de Janeiro: Gráfica Universal , 1993,

p. 261.

Decreto-lei 3.689, de 03 de ou tu bro de 1941. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/decreto-

lei/Del3689Compilado.htm>. A cesso em 25 ou t. 2011.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 151.

Decreto-lei 3.689/41. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/decreto-

lei/Del3689Compilado.htm>. A cesso em 25 ou t. 2011.

Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l de 1988. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/Consti tu icaoCompilado.htm>. A cesso em 20 ou t. 2011.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 217.

QUEIROZ, Fernando Fonseca de. Brasi l : Estado l ai co e a i nconsti tuci onal i dade da exi stênci a de

sí mbol os rel i gi osos em prédi os públ i cos. Ju s N avigandi , Teresina, ano 11, n . 1081, 17 ju n. 2006. Disponível

em: <http://ju s.com.br/revista/texto/8519 (http://jus.com.br/revista/texto/8519) >. A cesso em: 19 ou t. 2011.

COELHO, Sacha Calmon N avarro. Curso de Di rei to Tri butári o Brasi l ei ro. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense,

1999, p. 269.

MA CHA DO, Hu go de Brito. Curso de Di rei to Tri butári o. 30. ed. São Pau lo: Malheiros, 2009, p. 288.

[52]

[53]

[54]

[55]

[56]

[57]

[58]

[59]

[60]

[61]

[62]

[63]

[64]

[65]

[66]

[67]

[68]

[69]

[70]

[71]

[72]

[73]

[74]

[75]

[76]

[77]

[78]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 41/44

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 213.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, pp. 213-214.

STF, Pleno, RE nº 325822/SP, Rel . Min. Ilmar Galvão, Rel . para acórdão Min. Gi lmar Mendes, DJ

14/05/2004.

STF, Pleno, RE nº 578562/BA , Rel . Min. Eros Grau , DJ 12/09/2008.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 214.

Consti tu ição da Repú bl ica Federativa do Brasi l de 1988. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/consti tu icao/Consti tu icaoCompilado.htm>. A cesso em 20 ou t. 2011.

SORIA N O, A ldir Gu edes. Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal e Internaci onal . São

Pau lo: Ju arez de Ol iveira, 2002, p. 101.

SORIA N O, A ldir Gu edes. Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal e Internaci onal . São

Pau lo: Ju arez de Ol iveira, 2002, p. 101.

FERRA Z, A nna Cândida da Cu nha. Regi stro hi stóri co documental : Parecer Jurí di co apresentado

ao Gov ernador do Estado de São Paul o (a questão do ensi no rel i gi oso nas escol as públ i cas). In:

Ensino Rel igioso em Escolas Pú bl icas – Impactos sobre o Estado Laico, São Pau lo: Factash , 2008, p. 82.

SORIA N O, A ldir Gu edes. Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal e Internaci onal . São

Pau lo: Ju arez de Ol iveira, 2002, p. 102.

SILV A , José A fonso da. Curso de Di rei to Consti tuci onal Posi ti v o. 16. ed. São Pau lo: Malheiros, 1999, p.

256.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 256.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 256.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 256.

Lei 6.015/73. Disponível em: < http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/L6015compilada.htm>. A cesso

em 29 ou t. 2011.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 256.

JÚN IOR, Edison Migu el da Si lva. No Estado Democráti co, não exi ste nenhum di rei to absol uto.

Disponível em: <http://www.conju r.com.br/2007-mar-

27/estado_democratico_nao_existe_nenhu m_direito_absolu to>. A cesso em 25 ou t. 2011.

JÚN IOR, Edison Migu el da Si lva. No Estado Democráti co, não exi ste nenhum di rei to absol uto.

Disponível em: <http://www.conju r.com.br/2007-mar-

27/estado_democratico_nao_existe_nenhu m_direito_absolu to>. A cesso em 25 ou t. 2011.

CA BRA L, J. Rel i gi ões Sei tas & Heresi as à l uz da Bí bl i a . 8ª ed. Rio de Janeiro: Gráfica Universal , 1993,

pp. 261-262.

OLIV EIRA , Fábio Dantas de. Aspectos da l i berdade rel i gi osa no ordenamento jurí di co brasi l ei ro.

Ju s N avigandi , Teresina, ano 16, n . 2966, 15 ago. 2011. Disponível em: <http://ju s.com.br/revista/texto/19770

(http://jus.com.br/revista/texto/19770) >. A cesso em: 19 ou t. 2011.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, pp. 161-163.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 163.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, pp. 163-165.

[78]

[79]

[80]

[81]

[82]

[83]

[84]

[85]

[86]

[87]

[88]

[89]

[90]

[91]

[92]

[93]

[94]

[95]

[96]

[97]

[98]

[99]

[100]

[101]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 42/44

BA STOS, Celso Ribeiro. Di rei to de recusa de paci entes submeti dos a tratamento terapêuti co às

transfusões de sangue, por razões ci entí fi cas e conv i cções rel i gi osas (parecer). São Pau lo: Revista dos

Tribu nais, 2001, volu me 90, nº 787, pp. 504-505.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 166.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 181.

Lei 9.605/98. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/L9605.htm>. A cesso em 21 ou t.

2011.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, pp. 180-182.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 182.

Decreto-lei 2.848/40. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/decreto-

lei/Del2848compilado.htm>. A cesso em 21 ou t. 2011.

BITEN COURT, Cezar Roberto. Códi go Penal Comentado. 4. ed. São Pau lo: Saraiva, 2007, p. 1021.

JESUS, Damásio Evangel ista de. Di rei to Penal – Parte Especi al . 19. ed. São Pau lo: Saraiva, 2010,

volu me 3, pp. 431-432.

BITEN COURT, Cezar Roberto. Códi go Penal Comentado. 4. ed. São Pau lo: Saraiva, 2007, p. 1021.

Evangelho de Marcos, capítu lo 16, versícu los 17 e 18: “E estes sinais segu irão aos qu e crerem: Em meu nome

expu lsarão os demônios; falarão novas l íngu as; Pegarão nas serpentes; e, se beberem algu ma coisa mortí fera,

não lhes fará dano algu m; e porão as mãos sobre os enfermos, e os cu rarão”.

MORA ES, A lexandre de. Di rei to Consti tuci onal . 24. ed. São Pau lo: A tlas, 2009, p. 48.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, pp. 193-194.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 194.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 194.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 194.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 195.

MORA ES, A lexandre de. Di rei to Consti tuci onal . 24. ed. São Pau lo: A tlas, 2009, p. 48.

Lei 10.406/2002. Disponível em:

<http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/2002/L10406compilada.htm>. A cesso em 21 ou t. 2011.

GA GLIA N O E FILHO, Pablo Stolze e Rodol fo Pamplona. Nov o Curso de Di rei to Ci v i l . 9. ed. São Pau lo:

Saraiva, 2007, volu me I, pp. 223-224.

GA GLIA N O E FILHO, Pablo Stolze e Rodol fo Pamplona. Nov o Curso de Di rei to Ci v i l . 9. ed. São Pau lo:

Saraiva, 2007, volu me I, p. 224.

GA GLIA N O E FILHO, Pablo Stolze e Rodol fo Pamplona. Nov o Curso de Di rei to Ci v i l . 9. ed. São Pau lo:

Saraiva, 2007, volu me I, p. 224.

SCHERKERKEWITZ, Iso Chaitz. O Di rei to de Rel i gi ão no Brasi l . Revista da PGE. Disponível em

<http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestu dos/revistaspge/revista2/artigo5.htm>. A cesso em 11 ju l . 2011.

Lei 9.093/95. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/L9093.htm>. A cesso em 20 ou t.

2011.

Lei 662/49. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/L0662.htm>. A cesso em 20 ou t.

2011.

[101]

[102]

[103]

[104]

[105]

[106]

[107]

[108]

[109]

[110]

[111]

[112]

[113]

[114]

[115]

[116]

[117]

[118]

[119]

[120]

[121]

[122]

[123]

[124]

[125]

[126]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 43/44

Lei Mu nicipal 14.485, de 19 de ju lho de 2007. Disponível em:

<http://www3.prefei tu ra.sp.gov.br/cadlem/secretarias/negocios_ju ridicos/cadlem/integra.asp?

al t=03082007L 144850000>. A cesso em 20 ou t. 2011.

FIESP. Parecer: Feri ados do ano-cal endári o de 2011 . Departamento Ju rídico. Disponível em:

<http://www.fiesp.com.br/sindical -ju ridica/pdf/parecer%20feriados%202011.pdf>. A cesso em 20 ou t. 2011.

Lei 6.802/80. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/l6802.htm>. A cesso em 20 ou t.

2011.

MON TEMURRO, Dani lo Gonçalves. N ão pode haver feriado rel igioso em u m Estado laico. Consul tor

Jurí di co, São Pau lo, 05.10.2006. Disponível em: <http://www.conju r.com.br/2006-ou t-

05/nao_haver_feriado_rel igioso_estado_laico>. A cesso em 20 ou t. 2011.

SA N TOS, Renata Eiras dos. O Estado l ai co e a i nsti tui ção de feri ado naci onal em homenagem à

canoni zação de Frei Gal v ão. Disponível em: <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3473/O-Estado-

laico-e-a-insti tu icao-de-feriado-nacional-em-homenagem-a-canonizacao-de-Frei-Galvao>. A cesso em 20 ou t.

2011.

Lei 8.069/90. Disponível em: < http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/L8069Compilado.htm>. A cesso

em 21 ou t. 2011. Gri fos e destaqu es nossos.

Lei 10.741/03. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/leis/2003/L10.741.htm>. A cesso em

21 ou t. 2011. Gri fos e destaqu es nossos.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 82.

Decreto-lei 2.848/40. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/decreto-

lei/Del2848compilado.htm>. A cesso em 21 ou t. 2011. Gri fos e destaqu es nossos.

ESTEFA M, A ndré. Di rei to Penal – Parte Especi al . São Pau lo: Saraiva, 2010, volu me 2, p. 261.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 83.

JESUS, Damásio Evangel ista de. Di rei to Penal – Parte Especi al . 19. ed. São Pau lo: Saraiva, 2010,

volu me 3, p. 99.

JESUS, Damásio Evangel ista de. Di rei to Penal – Parte Especi al . 19. ed. São Pau lo: Saraiva, 2010,

volu me 3, pp. 99-100.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, pp. 84-86.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 86.

Lei 6.001/73. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/Leis/L6001.htm>. A cesso em

25.10.2011.

Lei 11.343/2006. Disponível em: <http://www.planal to.gov.br/ccivi l_03/_ato2004-

2006/2006/lei/l11343.htm>. A cesso em 29 ou t. 2011.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 87.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 230.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 230.

TERA OKA , Thiago Massao Cortizo. A Li berdade Rel i gi osa no Di rei to Consti tuci onal Brasi l ei ro. São

Pau lo, 2010. 282f. Tese de dou torado em Direito. Facu ldade de Direito, Universidade de São Pau lo, p. 230.

SCHERKERKEWITZ, Iso Chaitz. O Di rei to de Rel i gi ão no Brasi l . Revista da PGE

<http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestu dos/revistaspge/revista2/artigo5.htm>. A cesso em 11 ju l . 2011.

Si te do Pr. Mário de Ol iveira. Disponível em: <http://www.mariodeol iveira.org/site/>. A cesso em 05 nov.

2011.

Si te do Pr. Jefferson Campos. Disponível em: <http://www.jeffersoncampos.com.br/portal/>. A cesso em 13

ou t. 2011.

[126]

[127]

[128]

[129]

[130]

[131]

[132]

[133]

[134]

[135]

[136]

[137]

[138]

[139]

[140]

[141]

[142]

[143]

[144]

[145]

[146]

[147]

[148]

[149]

[150]

01/12/2014 Laicidade, liberdade religiosa e questões polêmicas - Jus Navigandi

http://jus.com.br/imprimir/22219/brasil-a-laicidade-e-a-liberdade-religiosa-desde-a-constituicao-da-republica-federativa-de-1988 44/44

Si te do Pr. Carlos Cezar. Disponível em: <http://www.prcarloscezar.com.br/>. A cesso em 13 ou t. 2011.

MA RISCA L, V aléria Gerber. Feri ados rel i gi osos em um paí s l ai co. Disponível em: <http://www.pu c-

rio.br/pibic/relatorio_resu mo2008/resu mos/ccs/dir/j_valeriagm.pdf>. A cesso em 20 ou t. 2011.

ROCHA , Gabriela. A u diência do dia de feriado rel igioso pode ser adiada. Consul tor Jurí di co, São Pau lo,

17.05.2011. Disponível em: <http://www.conju r.com.br/2011-mai-17/stf-su spende-decisao-cnj-vetou -

adiamentos-feriado-rel igioso>. A cesso em 21 ou t. 2011.

OLIV EIRA , Fábio Dantas de. Aspectos da l i berdade rel i gi osa no ordenamento jurí di co brasi l ei ro.

Ju s N avigandi , Teresina, ano 16, n . 2966, 15 ago. 2011. Disponível em: <http://ju s.com.br/revista/texto/19770

(http://jus.com.br/revista/texto/19770) >. A cesso em: 19 ou t. 2011.

Mu dança da data de concu rso por crença rel igiosa será anal isada em repercu ssão geral . Notí ci as STF,

Brasí l ia, 19.04.2011. Disponível em: <http://www.stf.ju s.br/portal/cms/verN oticiaDetalhe.asp?

idConteu do=177596>. A cesso em 20 ou t. 2011.

MA RISCA L, V aléria Gerber. Feriados rel igiosos em u m país laico. Disponível em: <http://www.pu c-

rio.br/pibic/relatorio_resu mo2008/resu mos/ccs/dir/j_valeriagm.pdf>. A cesso em 20 ou t. 2011.

Autor

A n drea Ru ssa r Ra ch el

A dvogada. Professora plantonista da Rede de Ensino Lu iz Flávio Gomes (LFG). Pós-

gradu ada em Processo Civi l pela PUC/SP. Especial ista em Grandes

Transformações do Processo pela Universidade do Su l de Santa Catarina (UN ISUL).

Pós-gradu anda em Direito Pú bl ico pela Universidade do Su l de Santa Catarina

(UN ISUL). Licenciada em Fi losofia pela Universidade São Ju das Tadeu . Estu dante de Teologia no

Insti tu to Teológico Qu adrangu lar.

Inform ações sobre o texto

Com o c it a r est e t ex t o (NBR 6 0 2 3 :2 0 0 2 A BNT )

RA CHEL, A ndrea Ru ssar. Brasi l : a laicidade e a l iberdade rel igiosa desde a Consti tu ição da Repú bl ica

Federativa de 1988. Jus Nav i gandi , Teresina, ano 17, n . 3300, 14 ju l . 2012. Disponível em:

<http://ju s.com.br/artigos/22219>. A cesso em: 1 dez. 2014.

[150]

[151]

[152]

[153]

[154]

[155]