Licença e condições de exercício Portaria 394-99

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    MINISTRIOS DO PLANEAMENTO E DA ADMINISTRAO DOTERRITRIO E DO EMPREGO E DA SEGURANA SOCIAL

    Portaria n. 394/99de 29 de Maio

    Publicado no DR 141, Srie I-B de 1999-05-29

    Com a publicao do Decreto-Lei n. 316/95, de 28 de Novembro, foi regulado o exerccio dediversas actividades sujeitas a licenciamento, entre as quais a actividade de guarda-nocturno.

    Importa agora estabelecer os requisitos gerais e especficos de atribuio de licena para oexerccio da actividade de guarda-nocturno, bem como as condies de exerccio dessaactividade.

    Assim:Manda o Governo, pelo Ministro da Administrao Interna, ao abrigo do n. 2 do artigo 3. e do

    n. 1 do artigo 6. do anexo ao Decreto-Lei n. 316/95, de 28 de Novembro, o seguinte:

    Criao e modificao do servio de guardas-nocturnos

    1. - 1 - A criao e extino do servio de guardas-nocturnos em cada localidade e a fixaoou modificao das reas de actuao de cada guarda so feitas por despacho do governadorcivil, ouvida a cmara municipal respectiva e os comandantes de brigada da GNR ou de polcia daPSP, conforme a localizao da rea a vigiar.

    2 - As cmaras municipais, as juntas de freguesia e as associaes de moradores podemtomar a iniciativa de requerer ao governador civil a criao do servio de guardas-nocturnos emdeterminada localidade, bem como a fixao ou modificao das reas de actuao de cadaguarda-nocturno.

    2. - 1 - Do despacho de criao do servio de guardas-nocturnos numa determinadalocalidade devem constar:

    a) A identificao dessa localidade pelo nome da freguesia ou freguesias e municpio a quepertence;

    b) A definio das possveis reas de actuao de cada guarda-nocturno;

    c) A referncia audio prvia da cmara municipal da localidade respectiva e aoscomandantes de brigada da GNR ou de polcia da PSP, conforme a localizao da reaa vigiar.

    2 - O governador civil pode modificar as reas de actuao de cada guarda-nocturno de cadalocalidade, nomeadamente mediante requerimento dos guardas-nocturnos que actuam nessalocalidade.

    3. O despacho de criao ou extino do servio de guardas-nocturnos bem como o despachode fixao ou modificao das reas de actuao de cada guarda-nocturno sero afixadossimultaneamente no governo civil, cmara municipal e junta ou juntas de freguesia da localidade aque disserem respeito.

    Emisso de licena e carto de identificao

    4. - 1 - O exerccio da actividade de guarda-nocturno depende da atribuio de licena pelogovernador civil do distrito a que pertence a localidade para a qual requerida a licena.

    2 - A licena emitida mediante o pagamento de taxa a fixar por portaria do Ministro daAdministrao Interna, nos termos do artigo 49. do anexo do Decreto-Lei n. 316/95, de 28 deNovembro.

    5. - 1 - Criado o servio de guardas-nocturnos numa determinada localidade e definidas asreas de actuao de cada guarda-nocturno, cabe ao governador civil da rea da localidadepromover, a pedido de qualquer interessado ou grupo de interessados, a seleco dos candidatos atribuio de licena para o exerccio da actividade de guarda-nocturno.

    2 - A seleco a que se refere o nmero anterior ser feita por um jri composto pelo secretriodo governo civil, um oficial da PSP ou da GNR e pelo presidente da junta de freguesia dalocalidade ou rea para a qual se atribuir a licena.

    3 - O processo de seleco inicia-se com a publicitao do incio do processo de seleco,desenrolando-se pelas fases de apreciao das candidaturas, classificao e audio prvia doscandidatos e proposta de atribuio da licena, nos termos do anexo I.

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    6. - 1 - O requerimento de candidatura atribuio de licena dirigido ao governador civil enele devem constar:

    a) Nome e domiclio do requerente;b) Declarao, sob compromisso de honra, da situao em que se encontra relativamente a

    cada uma das alneas do n. 7.;

    c) Outros elementos considerados com relevncia para a deciso de atribuio da licena.2 - O requerimento acompanhado dos seguintes documentos:

    a) Fotocpia do bilhete de identidade e do carto com o nmero de identificao fiscal;b) Certificado das habilitaes acadmicas;c) Certificado do registo criminal;d) Ficha mdica a que se refere a alnea j) do n. 7.;e) Os que forem necessrios para prova dos elementos referidos na alnea c) do n. 1.

    3 - O requerimento deve ser assinado pelo candidato ou por procurador seu com poderes parao acto.

    4 - Se o requerimento for apresentado por procurador do requerente, a sua identificao feitamediante exibio do bilhete de identidade.

    7. So requisitos de atribuio de licena para o exerccio da actividade de guarda-nocturno:a) Ser cidado portugus, de um Estado membro da Unio Europeia ou do espao

    econmico europeu ou, em condies de reciprocidade, de pas de lngua oficialportuguesa;

    b) Ter mais de 21 anos de idade e menos de 70;c) Possuir a escolaridade mnima obrigatria;d) Possuir plena capacidade civil;e) No ter sido condenado, com sentena transitada em julgado, pela prtica de crime

    doloso;f) No exercer, a qualquer ttulo, cargo ou funo na administrao central, regional ou

    local;g) No exercer a actividade de fabricante ou comerciante de armas e munies, engenhos

    ou substncias explosivas;h) No ter sido membro dos servios que integram o sistema de informaes da Repblica

    nos cinco anos precedentes;i) No se encontrar na situao de efectividade de servio, pr-aposentao ou reserva de

    qualquer fora militar ou fora ou servio de segurana;j) Possuir, no momento da emisso da licena, a robustez fsica e o perfil psicolgico para

    o exerccio das suas funes, comprovados por ficha de aptido emitida por mdico dotrabalho, o qual dever ser identificado pelo nome clnico e cdula profissional, nostermos do Decreto-Lei n. 26/94, de 1 de Fevereiro, e da Lei n. 7/95, de 29 de Maro.

    8. - 1 - Os candidatos que se encontrem nas condies exigidas para o exerccio da actividadede guarda-nocturno so seleccionados de acordo com o seguinte critrio de preferncia:

    a) J exercer a actividade de guarda-nocturno na localidade da rea posta a concurso;b) J exercer a actividade de guarda-nocturno;c) Habilitaes acadmicas mais elevadas;

    d) Terem pertencido aos quadros de uma fora de segurana e no terem sido afastadospor motivos disciplinares.

    2 - A atribuio de licena para o exerccio da actividade de guarda-nocturno numadeterminada rea faz cessar a anterior.

    9. - 1 - A licena, pessoal e intransmissvel, atribuda para o exerccio da actividade deguarda-nocturno numa localidade do modelo constante do anexo II a esta portaria.

    2 - No momento da atribuio da licena emitido um carto de identificao do guarda-nocturno do modelo constante do anexo III a esta portaria.

    10. - 1 - A licena, pessoal e intransmissvel, vlida por um ano a contar da data darespectiva emisso.

    2 - O pedido de renovao, por igual perodo de tempo, deve ser requerido ao governador civilcom pelo menos 30 dias de antecedncia em relao ao termo do respectivo prazo de validade.

    3 - Esse requerimento feito nos termos do n. 1 do n. 6.

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    4 - O pedido de renovao indeferido, por deciso fundamentada, aps audincia prvia dointeressado, quando se verificar a alterao de algum dos requisitos que fundamentaram aatribuio da licena, no prazo de 30 dias.

    5 - Considera-se o pedido deferido se, no prazo do nmero anterior, o governador civil noproferir qualquer despacho.

    6 - Do despacho de indeferimento do governador civil cabe recurso nos termos do artigo 6. doDecreto-Lei n. 252/92, de 19 de Novembro.

    11. - 1 - O governo civil mantm um registo actualizado das licenas emitidas para o exerccioda actividade de guarda-nocturno nas localidades do respectivo distrito.

    2 - Desse registo devem constar os seguintes elementos:

    a) Os indicados no n. 5.;b) A data da emisso da licena e, ou, da sua renovao;c) A localidade e a rea para a qual vlida a licena;d) Contra-ordenaes e coimas aplicadas.

    Exerccio da actividade de guarda-nocturno

    12. No exerccio da sua actividade, o guarda-nocturno ronda e vigia, por conta dos respectivosmoradores, os arruamentos da respectiva rea de actuao, protegendo as pessoas e bens.Colabora com as foras de segurana, prestando o auxlio que por estas lhes seja solicitado.

    13. O guarda-nocturno deve:

    a) Apresentar-se pontualmente no posto ou esquadra no incio e termo do servio;b) Permanecer na rea em que exerce a sua actividade durante o perodo de prestao de

    servio e informar os seus clientes do modo mais expedito para ser contactado oulocalizado;

    c) Prestar o auxlio que lhe for solicitado pelas foras e servios de segurana e protecocivil;

    d) Frequentar anualmente um curso ou instruo de adestramento e reciclagem que fororganizado pelas foras de segurana com competncia na respectiva rea;

    e) Usar em servio o uniforme e distintivo prprios;f) Efectuar e manter em vigor um seguro de responsabilidade civil que garanta o

    pagamento de uma indemnizao por danos causados a terceiros no exerccio e porcausa da sua actividade;g) Usar de urbanidade e aprumo no exerccio das suas funes;h) Tratar com respeito e prestar auxlio a todas as pessoas que se lhe dirijam ou caream

    de auxlio;i) Receber, no incio, e depositar, no termo do servio, os equipamentos no posto ou na

    esquadra;j) Fazer anualmente, no ms de Janeiro, prova de que tem regularizada a sua situao

    contributiva para com a segurana social;k) No faltar ao servio sem motivo srio.

    Uniforme, insgnia e equipamento

    14. - 1 - Em servio o guarda-nocturno usa uniforme, insgnia e equipamento.

    2 - Durante o servio o guarda-nocturno deve ser portador do carto de identificao a que serefere o n. 8. e exibi-lo sempre que isso lhe for solicitado pelas autoridades policiais ou pelosmoradores a que se refere o artigo 21.

    15. O uniforme de modelo a aprovar por despacho do Ministro da Administrao Interna.16. A insgnia tem as caractersticas indicadas no anexo IV a esta portaria.17. - 1 - O equipamento composto por cinturo de cabedal preto, basto curto e pala de

    suporte, arma de fogo e coldre, um apito e algemas.2 - Esse equipamento entregue ao guarda-nocturno diariamente, no incio da actividade, pela

    fora de segurana responsvel pela sua rea de actuao, e por ele devolvida no termo damesma.

    18. - 1 - No exerccio da sua actividade, o guarda-nocturno pode utilizar equipamento deemisso e recepo para comunicaes via rdio, devendo a respectiva frequncia sersusceptvel de escuta pelas foras de segurana.

    2 - O uso indevido do equipamento de rdio e a utilizao dos sinais que assinalam a marchaconstitui facto punvel nos termos da lei.

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    Perodos de descanso e faltas

    19. - 1 - O guarda-nocturno descansa do exerccio da sua actividade uma noite aps cadacinco noites consecutivas de trabalho.

    2 - Uma vez por ms o guarda-nocturno descansa do exerccio da sua actividade duas noites.3 - No incio de cada ms o guarda-nocturno deve informar o comando da fora de segurana

    responsvel pela sua rea de actuao de quais as noites em que ir descansar.4 - At ao dia 15 de Abril de cada ano o guarda-nocturno deve informar o comando da fora de

    segurana responsvel pela sua rea do perodo ou perodos em que ir gozar as suas frias.20. Nas noites de descanso, durante os perodos de frias, e em caso de falta do guarda-

    nocturno, a actividade na respectiva rea exercida, em acumulao, por um guarda-nocturno derea contgua, para o efeito convocado pelo comandante da fora de segurana responsvel pelamesma, sob proposta do guarda-nocturno a substituir.

    Remunerao

    21. A actividade do guarda-nocturno remunerada pelas contribuies voluntrias daspessoas, singulares ou colectivas, em benefcio de quem exercida.

    Contra-ordenaes e coimas

    22. - 1 - Constituem contra-ordenaes:

    a) A violao dos deveres a que se referem as alneas b), c), d), e) e i) do n. 13., punidacom coima de 5 000$00 a 30 000$00;

    b) A violao dos deveres a que se referem as alneas a), f) e g) do n. 13., punida comcoima de 2 500$00 a 20 000$00;

    c) O no cumprimento do disposto na alnea h) do n. 13. punida com coima de 5 000$00a 20 000$00.

    2 - A falta de exibio da licena s entidades fiscalizadoras constitui contra-ordenao punidacom coima de 10 000$00 a 30 000$00, salvo se estiverem temporariamente indisponveis, pormotivo atendvel, e vierem a ser apresentadas ou for justificada a impossibilidade de apresentaono prazo de quarenta e oito horas.

    3 - A negligncia e a tentativa so punveis.23. No processo de contra-ordenao podem ser aplicadas as sanes acessrias previstas

    na lei geral.

    Disposies finais

    24. No prazo de 45 dias contados da data da publicao da presente portaria, a GNR e a PSPdevem organizar e remeter ao governador civil de cada distrito uma relao contendo aidentificao dos guardas-nocturnos que se encontram a desenvolver actividade em cada uma daslocalidades ou partes delas em que essas foras so responsveis pela segurana.

    25. Um ano aps a entrada em vigor do presente diploma deixam de exercer a actividade osguardas-nocturnos que tiverem 70 ou mais anos de idade.

    26. Aos guardas-nocturnos em actividade data da entrada em vigor da presente portariaser atribuda licena, no prazo mximo de 90 dias, pelo governador civil do distrito da sua reade actuao.

    27. Aps a entrada em vigor da presente portaria cessa a vigncia dos regulamentos policiaisnos distritos em tudo o que respeita ao exerccio da actividade de guarda-nocturno.

    28. A presente portaria entra em vigor 30 dias aps a data da sua publicao.

    O Ministro da Administrao Interna, Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho, em 14 de Maio de1999.

    ANEXO I

    1 - O processo de seleco inicia-se com a publicao num jornal local ou regional e apublicitao por afixao no governo civil, cmara municipal e junta ou juntas de freguesia dorespectivo aviso de abertura.

    2 - Do aviso de abertura do processo de seleco devem constar os seguintes elementos:

    a) Identificao da localidade ou da rea da localidade pelo nome da freguesia oufreguesias e municpio a que pertence;

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    b) Composio do jri, constitudo nos termos do n. 2 do n. 5.;c) Descrio dos requisitos de admisso do n. 7.;d) Prazo para apresentao de candidaturas;e) Indicao do local ou locais onde sero afixadas as listas dos candidatos e a lista final de

    graduao dos candidatos seleccionados.

    3 - O requerimento de candidatura atribuio de licena dirigido ao governador civil e deledevem constar todos os elementos do n. 6.

    4 - Findo o prazo para a apresentao das candidaturas, o jri elabora, no prazo de 10 dias, alista dos candidatos admitidos e excludos do processo de seleco, com indicao sucinta dosmotivos de excluso, publicitando-a atravs da sua afixao no governo civil.

    5 - Os candidatos que se encontrem nas condies exigidas para a atribuio de licena para oexerccio da actividade de guarda-nocturno so ordenados de acordo com os critrios do n. 7.

    6 - Finda a seleco, o jri procede, no prazo de 10 dias, elaborao da acta final da qualconsta a ordenao dos candidatos e sua fundamentao sucinta.

    7 - A acta a que se refere o nmero anterior homologada por despacho do governador civil.8 - Homologada a acta, a lista de ordenao final publicitada atravs da sua afixao no

    governo civil.9 - Da homologao cabe recurso nos termos do artigo 6. do Decreto-Lei n. 252/92, de 19 de

    Novembro.

    ANEXO II

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