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Licenciado para Maurélio Machado

Licenciado para Maurélio Machado · 2015. 5. 18. · Esta obra foi adquirida por Maurélio Machado, cujo número da identidade é 173579, no dia 18/05/2015 às 10:32:00. É vedado

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Licenciado para Maurélio Machado

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Esta obra foi adquirida por Maurélio Machado, cujo número da identidade é173579, no dia 18/05/2015 às 10:32:00.

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Desejamos a você uma ótima leitura!

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

1

Antologia

Premium V

Poesias & Textos

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

2

Copyright 2015 (1ª Edição) Todos os direitos desta Edição reservados aos autores. Impresso no Brasil Printed in Brazil

Depósito Legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto n 1.825, de 20/12/1907

Projeto Editorial Diagramação :

Antônio Ramos da Silva

Capa: UQC – comunicação Visual Ltda

Revisão técnica e ortográfica: dos autores.

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

ISBN –

PERMISSÃO DOS AUTORES PARA CITAÇÃO

É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, inclusive

quanto às características gráficas e/ou editoriais. A violação de direitos autorais

constitui crime (Código Penal, art. 184 e Parágrafos, e Lei nº 6.895, de 17/12/1980)

sujeitando-se à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei nº 9.610/98).

A634 Antologia Premium V: poesias & textos / Ana Maria Ramos...

[et al.]. – 1. ed. – [S.l.]: Bookess, 2015. 150 p.

ISBN: 978-80-87049-09-9

1. Poesia brasileira. 2. Literatura brasileira – Miscelânea.

I. Ramos, Ana Maria II. Título.

CDD: 869.98

Elaborada por: Andréa Blaskovski CRB 14/999

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

3

Ana Maria Ramos

Lydice Cardoso

Mirian Menezes de Oliveira

Antônio Ramos da Silva

Margarida Cimbolini

José Batista

Maurélio Machado

Marize Rodrigues Ukwakusima

Luana Cller

Antologia

Premium V

Poesias & Textos

1ª Edição

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

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Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

5

Está obra é um projeto da Academia de Letras Infanto Juvenil para Santa Catarina integrando escritores, Alagoano, Catarinense, Gaúcho, Mineiro, Paulista, Pernambucano e

Português. Intercambio cultural de ideias retratados em poesias, pensamentos e textos.

“Reunir Escritas é Possível”.

A educação tem raízes amargas,

mas os seus frutos são doces.

Aristóteles

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

6

Sumário

Apresentação: (5)

Poesias & Textos:

Ana Maria Ramos (7/22)

Lydice Cardoso (23/38)

Mirian Menezes de Oliveira (39/54)

Antônio Ramos da Silva (55/70)

Margarida Cimbolini (71/86)

José Batista (87/102)

Maurélio Machado (103/118)

Marize Rodrigues Ukwakusima (119/134)

Luana Cller (135/150)

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

7

Ana Maria Ramos

Ana Maria Ramos

Nasceu em 26 de Setembro de 1952 na cidade de Porto Alegre (RS). Vive e trabalha em Guaíba (RS). Poetisa e tem no artesanato o seu hobby. Autodidata. Dedicada a família, desde menina sempre teve o gosto pela leitura e a escrita, sua mãe gostava de poesia e isso sempre fez parte da sua vida. Ler livros espíritas foi e é a sua predileção. Incentivada pelos amigos a publicar um livro, diz a poetisa: “nunca me vi escritora e nem poetisa. Sempre escrevi pelo prazer de colocar no papel meus sentimentos. Seu grande incentivador foi o Poeta Edy Simão do grupo a qual é coordenadora “Um Sentimento Chamado Amor”. Não tem livro publicado, sendo que já teve convites que ficaram em análise de decisão. Opta em lançar no projeto cultural “Premium V”, sua estréia como poetisa, uma integração como escritores brasileiros e com o mercado nacional, sendo uma vitrine para as suas composições. Contato:

[email protected] Blog e Páginas:

https://www.facebook.com/pages/Ana-Maria-Veiga-Ramos/ Facebook: https://www.facebook.com/veigaramos?fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/anamariaramos/

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Antologia – Premium V

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Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

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Te quero

Acolha-me em teus braços

é destes instantes que meu sentir precisa.

Ver a ternura do teu olhar emergir.

Quando te sinto voo como as gaivotas

libertas sob o imenso mar. Teu amor é chama

que queima sem machucar.

Preciso do sumo da tua boca; do teu corpo a me saciar.

Os teus lábios são água cristalina; banha-me com teus beijos

suavemente. Tocas-me

mesmo que distante estejamos. Nada mais existe

quando comigo estas.

Teu amor é minha estrada. Teu sorriso meu caminhar.

Tu em mim és vida que viverei, sempre...

cada minuto mesmo quando longe estas.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

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Toques

Senti em meu corpo

toques suaves,

tuas mãos um leve roçar na pele.

Sussurros, brotaram em mim adentraram meus sentidos.

Teus lábios tocaram os meus por momentos.

Teu afago aqueceu-me. Minha pele junto a tua

teu corpo meu corpo transcendeu.

O sentir beijou-nos a alma; tudo se tornou silêncio e calma.

Inebriados ficamos de amor.

Partisse Meus olhos são cachoeiras, rios lagos.

Teus braços já não mais sinto. Teus lábios emudeceram.

Teu corpo chama viva apagou-se. O amor das tuas palavras

não mais ouço.

O silêncio ronda-me. Tudo tornou-se breu.

Hoje a saudade me faz companhia. Saudades dos teus abraços,

teu corpo quente junto ao meu. Mais que saudade sinto...

falta do ardor dos beijos teus.

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Antologia – Premium V

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Deixo...

Que o vento

me arraste ao relento. Que a chuva

molhe meus cabelos. Que minhas palavras

voem como pássaros não sejam ouvidas.

Que não sinta o chão...

Em mim há tantos absurdos

que estes momentos são bálsamos

que aquietam minha alma.

Só por um instante Por um instante

senti teu cheiro, o calor dos teus braços;

um suave toque na face.

Só por um instante te senti... Bastou só um instante!

Criei asas como borboletas, colibris.

Voei para você. Pousei no teu sentir.

E só por um instante...

voltei a ser Feliz.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

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Estive em tantos lugares

Procura do sentido vaguei mares, montanhas.

Vislumbrei lugares cheguei ao infinito

no limite da procura.

Na ansiedade

procurei alento abrigo. Sossego. Percebi.

Somos instantes

de uma eternidade, unos no sentir.

Andei tanto.

Adormeci tornei-me,

desejo. Sonhei percebi...

Que na insana procura Tudo que preciso e quero

encontra-se bem aqui. Dentro do meu sentir.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

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Mutações

Às vezes sinto-me

calma tranquila; no minuto seguinte

transmuto. Ressurge a mulher

que a momentos era menina. Tem dias que tudo me encanta

outros me desanima. Esta metamorfose

persiste sempre todos os dias.

Já me disseram: és um enigma. Por vezes penso que sim outras me vejo simples.

São mutações que persistem,

emoções que adentram... depende muito do momento. Sou um misto de sentimentos que não cabem dentro de mim,

como o assovio do vento;

forte enigmático desconhecido quando anuncia a tempestade.

Depois passa para dar lugar a calmaria do dia...

depois do seu assovio.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

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Quando

Fecho os olhos te imagino...

Amor. Sinto tuas mãos

a afagar-me. O calor do teu hálito.

Procuro-te nas noites. Meus lábios te querem.

Meus desejos. Amor. Sacia...

Traga-me teu sorriso

que ilumina-me. Da tua boca,

quero o toque que me fascina. Somos taças transbordando.

Vinho que embriaga os sentidos degustado em goles bem devagar.

Mesmo que eu te diga não. Tome-me em teus braços.

Ama-me!

Com o amor que em você esta. Sou tua nada muda isso.

Sou cativa nestes momentos que em teus braços estou prisioneira

do teu Amor.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

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Quem és tu

Que na calada da noite

me visita traz a calma arrebata minha alma

toma conta do meu ser?

Quem és Tu

que meus sonhos encantam; que ao longe te vislumbro

a me fitar puxando-me com o olhar?

Sei que te conheço no íntimo,

mas quando acordo... esqueço... não de ti!

Porque sei quem és, onde estas!

Beba-me Como vinho que embriaga,

toca-me com suavidade, dá-me teus sussurros.

Sinta-me como a brisa que acarinha. Toma-me como mulher tua.

Ser terreno que aguça teus desejos

nesse encontro de sensações. Faz-me tua melodia

que embala teus devaneios; tuas doces loucuras...

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Outono

Folhas caem aos borbotões.

Turbilhão de perguntas algumas respostas... muitas nada dizem

pairam no ar...

Como as árvores foram-se o viso.

Nos olhos instalou-se o mar. Com águas turbulentas Agitam-se estremecem.

Terra árida folhas secas levadas pelo vento sem lugar.

Incerto é o destino...onde chegar. O coração torna-se morno.

Quase frio, não existem labaredas para aquecer. Muitos galhos molhados da chuva;

difícil ascender. Esperança que aqueça

quando chegar a primavera no limiar do ser.

Não sei viver no inverno. Quero a beleza das flores.

O brilho do astro sol para espantar o frio gélido

que inverno traz.

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Antologia – Premium V

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Acalma

Acalma esta fúria

do sentir que experimento. Abranda-me com teu carinhoso,

sentimento.

Sinto-me inundada de sensações; algumas não conheço.

Tão fortes e avassaladoras, insistentes inexplicáveis.

Traga-me a calma. Observa minha alma e segue-a,

pois está a tua procura desde sempre.

Adoça meus lábios. Sinta-os... são revestidos de vida

procuram os teus para retornar

e continuar a ser Eu!

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Antologia – Premium V

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Encantamento

Paixão!

Sinto tua presença. Me instiga, faz-me sonhar

com o impossível.

Teus olhos desvendam-me desnudam ;

neles vejo além de você. Vislumbro teus desejos,

anseios, vontades.

Percorro teu corpo

ávida de sentir em mim, tuas mãos delicadas a tocar-me.

Desejos invadem-me,

loucos sem nexo. Irresistível inexplicável. Loucuras imaginárias.

Doces delírios que anseio toda vez que penso em ti.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

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Emergir

Contidos estão teus versos

em um canto do teu Eu. Palavras que outrora eram

felicidade os poucos se escondem se vão.

Não vislumbras mais as flores nascendo,

só galhos tornando-se secos, as folhas desfalecendo.

Onde estas tu?

Perdestes no tempo? Quando de fato a inércia a saudade

te fizer cativo triste descrente. Olha a tua volta estenda tua mão.

Tente tatear o vazio! Se sentires que a seguram...

Pense! É o Amor que mais uma vez

te ampara te toma

para romperes as barreiras do tempo!

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

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Torrente

Tudo é inquietude

desejos paixão. Do silêncio ao barulho

tudo mexe com a emoção.

Horas de incertezas. Furor

invadem-me como enchente de rio.

Águas calmas... furiosas tornam-se.

Abalam-me nesta torrente de emoções.

O ser tranquilo calmo

mistura-se. Furacão lava quente.

Tempestades.

Sol ardente. Quando te apossasses

do meu coração; tornei-me um vulcão

em plena erupção!

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

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Faz-se

Inverno em minha alma folhas secas inundam meu ser.

O frio torna-se gélido

na paisagem outrora florida. Hoje flores e folhas murchas

adornam o chão. Cinza cor da saudade

hoje habita meu coração.

Procuro letras sons e tons. Procuro rimas beleza colorido das palavras versos sublinhados...

por tuas mãos. Eco da tua voz.

Luz do teu sorriso. Para que o inverno se vá;

quero a primavera,

o retorno do sol na imensidão de saudade que esta no meu coração!

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

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Incertezas

Dentro de mim

silêncios que falam.

Palavras que nada dizem.

Esperanças que calo.

Verdades questionadas. Certezas que já não sei...

Sonhos que foram desfeitos; muitos que realizei.

Em tudo que fiz e faço...

uma certeza?! Nunca saberei.

Quando tudo será? Ou se será...

perfeito alguma vez!

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Antologia – Premium V

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Teresinha Lydice Cardoso Nasceu em 5 de Março 1948 na cidade de Araxá (MG). Vive e trabalha em Goiânia (GO). Analista em Cultura e Professora de Dança em Sapateado. Graduou-se em Educação Física, pela instituição ESEFEGO - Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia do Estado de Goiás (1980). Pós graduou-se em Psicologia, pela instituição PUC-GO - Pontifícia Universidade Católica de Goiânia. Administra os grupos “Souespoeta Brasil” e “Vida & Poesia”. Participa de vários grupos de poesia no Brasil e Portugal. Pretensa escritora. Fantasia-se de poetisa e se realiza com seus poemas. Tem como objetivos futuros, ser sempre a mesma, feliz por amar a vida, ser mãe e agora avó. Ama a dança e acredita que todos nós nos tornamos responsáveis por tudo que cativamos. O que escreve é simplesmente o espelho da alma do que participa e vive, diz a escritora e poetisa. Participou das Antologias: “Goiânia 80 Anos- Goiânia”. “Souespoeta Coletânea de Poesias” e “Souespoeta Antologia Lusófona”, ambas lançadas em Portugal. Publicou em parceria com o escritor e poeta português, Carlos Manuel Alves Margarido, ”Gritos no Infinito” e “De mim para ti”. Ambos lançados em Goiânia e Portugal. Contato:

[email protected] Blog e Páginas:

Facebook: https://www.facebook.com/teresinhacardoso?fref=ts

Bookess: http://www.bookess.com/profile/lydicecardoso/

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Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

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Poeta

São imagens

Desdobradas

Recordações

Eternamente

Guardadas

Tempo

Noites frias

Acaloradas

Por mãos

Cerne

Os dedos escrevem

Verões

Tornam

Invernos...

Consumidos

Sentidos

Sem tempo de validade

Um simples ponto

Poesia

Alto astral

Tudo transforma

Magia

Poeta é poesia.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

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Sonho

Teus sussurros

Desalinham-me

Queimam a carne

Padecida na distância

Sons

Percorrem o corpo

Alongado nos lençóis

Vazios

Impudico calor aquece

Beijos ousados nas ondas

da magia

Mãos a deslizar o cetim

que me vestia

Lânguida

Entrego-me a Morfeu

Me aconchego delírios

de prazer em teus braços

Ficas em mim e

Sonho

Até o romper do dia.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

27

Apraz-me

Sorver o néctar

Das palavras

Senti-las andarilhas

Incrustadas na pele

Deslizante como mel

Lentamente

Sendo absorvidas

Em sussurros

Envolventes

Estremeço

Emudecida

Permaneço

Entorpecida...

Regada

No prazer voluntário

De sentir e ser.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

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No cimo

Mar intranquilo

Sob o olhar faminto

Do farol

Caía à noite

Passos

Do silêncio presenteado

Descrevia a sensação

Do momento

Lado a lado

Pensamentos cruzados

Evidenciavam o sorriso

Da solidão acompanhada

Banhada pelo mar

Testemunho

Dos suspiros segredados

Insolitamente

Guardados.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

29

Metáfora Entrelinhas

Muralhas

Pedras lavradas

D’água nasce

Burburinhos

Escorrem seixos

Resvalam

Nada impede

O deslizar

Gotejado

Dos olhos

À distância

Sombra imperativa

Dedilha

Teu aninhar

Marcam

Cascatas

Seixos

Contínuos a rolar

Nas águas transpiradas da mata.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

30

Atrevo-me

No corpo um arrepio

Contorcem-se os gestos,

Misturam-se os afetos

Aquecem

Pensamentos

Desorganizam-se

Tremulam desejos,

Sem brios ou recatos,

Atrevidamente

Um beijo te peço.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

31

Amo-te

Formei-te

No risco do meu beijo

No rodapé do meu pé

Neste espaço sem teto

Procurei-te

No menor brilho da escuridão

Sem sentir deixei a mão

Confundi o vento com teu respirar

Despi-me na tua transparência

Nesta procura

Perdi-me.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

32

Hoje!

Apetece-me

Estar contigo

Em nosso abrigo

Na distância

Voo em tuas asas

Não renegarei meu prazer

Meu querer

Tua presença

Em mim habita

Sinto-te na batida das horas

Estás em cada passo

Que dou

Nos mínimos detalhes

Que fizeram cruzar

Nossas vidas

És o ar que respiro

Jamais esqueceria

Está tua maneira de ser,

de amar por prazer.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

33

Nas Asas “De mim para ti”

Fizemos

Um passado juntos

Escrevemos

Tempo doirado

Fui eu, foste tu

Mãos e dedos

Lado a lado

Calei-me, porém

Sou a imagem por ti formada

Como fugir

Da própria história

Serei um ser sem memória

Foste meu, fui tua

Estar em ti

Minha única vitória.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

34

Busca

Incansável silêncio

Incessante prazer

Incrustado na loucura

De querer-te por querer

Espaços vazios e a

Percepção de nada ter

Aglutinam alma e

Nesta sensação

Incomensurável da busca de ti

Em meu ser.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

35

“Amigos”

Perdoa meu amor

Esta cantiga

Mas afoita como sou

Quero ser ”tua amiga”

Entre aspas eu diria

Impetuosa, ardente

No peito meu,

O coração não mente,

Bate e repete todo dia

Se eu pudesse...

mil vidas eu teria.

VII

Dança

Fechei os olhos

Acariciei teu corpo

Colados a dançar

Perdemo-nos na noite,

O teu querer sentiu o meu

Flutuamos em pouco espaço

Em teus braços

Adentrei o paraíso

Colhi estrelas

Sorri no teu sorriso.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

36

No mar

Sou o balanço das ondas

Quebrada na praia

na varredura do mar

Adormecida ao sol

A espera da lua cheia

Sangra

Veios escorridos

D’água deixada

Sal da vida

Sou o balanço das ondas

Que busca guarida

Estrela viva na areia esquecida.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

37

Champanhe

Champanhe

Taças

Esquecidas

Corpos

Aquecidos

Aconchego em teu peito

Sacio no licor

O transpirado do beijo.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

38

Sou tuas mãos

Quando te escrevo

Teu pensamento

Quando sozinho

Sou nave evasiva

Nas horas de decisão

Navego águas tranquilas

Consciente sem derivas

eterna emoção

Vento que acolhe brisas

Nas horas de solidão

Sou teu espaço vazio

do frio, dos desafios

Sou tua interrogação.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

39

Mirian Menezes de Oliveira

Nasceu em 19 de Junho 1967 na cidade de Guaratinguetá (SP). Vive e trabalha em São José dos Campos (SP).

Professora, Escritora e Ativista Cultural. Graduou-se em Letras – Licenciatura Plena – Português e Inglês, pela instituição

UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba - São José dos Campos – SP (1990). Pós graduou-se em Leitura e Produção de Textos (Lato Sensu), pela instituição UNITAU –

Universidade de Taubaté - SP (1997). Dissertação de Mestrado, defendida na instituição UBC – Universidade Braz Cubas - Mogi das Cruzes - SP (2004). Mestrado

em Semiótica. Tecnologias de Informação e Educação. Membro da REBRA, CETRANS e AJEB - Associação de Jornalistas e Escritoras Brasileiras. Embaixadora da Divine Académie Française des Arts, des Lettres et de la

Culture - São José dos Campos – SP. Publicou “O Cientista e a Poeta” – Editora Triom e “Rotinas e Surpresas – Espirais de

vida” – Editora Scortecci. Participou em 30 Antologias e em trabalho articulado a

outros artistas. Exposição no Carrosel du Louvre – Museu du Louvre – Outubro de 2014. Contato:

[email protected] Blog e Páginas:

http://mirianmenezesdeoliveira.blogspot.com.br/

Facebook: https://www.facebook.com/mirian.menezesdeoliveira?fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/mirianmenezes/

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Antologia – Premium V

40

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

41

O que Ícaro não viu?

Ícaro, afoito jovem, mirou o sol...

cego, por ver o mundo, “perdeu” o mar.

Na ânsia imprudente, quis ser girassol!

(Não se compara a Pégaso, no ar!)

Pobre Ícaro,

surdo aos fortes apelos de Dédalo:

velho e prudente pai

Voou muito alto em “ganância” e atropelos;

derreteu sua asa, caiu sem um “ai”!

O que não viu?

Há resposta eficaz?

Deixou de ver as cores?

Morreu em Paz?

Ícaro viu:

morros, terras, jardins?

Pergunto:

O que Ícaro não viu?

Em sua imprudência, a si mesmo traiu.. .

E as texturas?

As cores?

Os jasmins?

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

42

Conflito dos “EUS”

O “eu” que fui e ainda sou...

grita pela eternidade...

Não sou a mesma,

mas também não sou AQUELA...

que, de mim, nunca se apartou...

Leio poemas antigos...

retomo velhos escritos...

Sinto as linhas do tempo...

tracejadas... contínuas...

Mundos e mundos...

circulam... giram... saltam...

Ideias vão e vem,

mas nunca iguais!

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

43

Morta-viva

Folha seca que o vento leva,

Liberta de tronco vivente...

Uma mancha de sangue carrega:

Amostra de vida dormente.

Membro seco de humilde tronco...

Morcegos a tem como oásis!

Planta bela! Alimenta “monstros”?

“Só” sei que é uma planta de fases!

Circula a seiva em tronco vivo...

A folha? Tem sangue na “pele”?

“Morta-viva?” – É membro ativo!

Morcego? – É bicho com ninho!

Na árvore, busca a epiderme...

Ser vivo... derrama carinho...

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

44

NÓS

(...)

palavra

não-palavra

una

trina

sujeito

simples

complexo

substantivo

próprio

comum

três letras

três pontos

(reticências)

NÓS

terceiro elemento

circular

curvilíneo

pontiagudo!

NÓS:

Substantivo

quase verbo:

três pilares.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

45

Olhar de bicho

A intenção canina

se reflete no olhar.

Espelhos fiéis...

Tristeza, amor e ódio...

são:

tristeza, amor e ódio!

As íris:

portas semiabertas,

cerradas para o externo e o supérfluo...

decantam

a alma do bicho

Amor, saudade e alegria...

são:

amor, saudade e alegria!

(A intenção canina se reflete no olhar!)

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

46

Encontro entre amigos

Paineira e periquito

resolveram se encontrar.

Paineira soltou-se toda.

Periquito a voar...

E nesse encontro bonito

o verde pôs-se a reinar.

Deus, do alto, contente...

desceu à terra a plainar...

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

47

Serviço de (in)

utilidade pública

Procuram-se metáforas,

vivas ou mortas,

capazes de minimizar

o “sangrar” da alma.

Recompensa aos que

as encontrarem:

poema de mediana qualidade,

sem contra-indicações,

mas que não serve para nada.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

48

Tributo à dor

A dor é uma amiga carrancuda,

que invade os cômodos da alma...

Violenta, abre a porta do peito...

finca à força uma faca...

e grita descontroladamente:

- Força!

Você tem que viver!

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

49

Trilhas

“Três Marias” na areia:

fugitivas do espaço...

numa simples brincadeira,

pularam, em nervos de aço.

Neste solo reluzente,

viram, nos grãos, nebulosas

e, na nova cama ardente,

sentiram-se preciosas!

Três amigas, “Três Marias”

juntinhas, por três minutos

sem o céu; as regalias.

Em primeira calmaria,

vagaram em poucos segundos,

“independentes” nas trilhas.

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Antologia – Premium V

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HAICAIS

Mirian Menezes de Oliveira

Tronco morto,

no vaso natural...

A planta vive.

Galho seco de palmeira

Hortênsias solidárias

velam o corpo.

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HAICAIS

Mirian Menezes de Oliveira

(Equilíbrio falso)

A palmeira se agita

na paisagem dócil.

O beija-flor beija a telha

posso vê-lo

pelo vidro transparente.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

52

HAICAIS

Mirian Menezes de Oliveira

Grande músico!

O vento põe as plantas

pra dançar.

Sabiá sozinho sabia

Que no solitário tapete de relva

Ele seria rei.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

53

HAICAIS

Mirian Menezes de Oliveira

Pássaro insatisfeito...

A gravidade lhe toma do bico

o ramo.

Céu nublado.

O cinza desceu

pra virar mar.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

54

HAICAIS

Mirian Menezes de Oliveira

Gigante de água,

a cascata me fez

virar girino.

Uma pedra, uma árvore,

uma menina sentada...

Pérolas do viver!

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Antônio Ramos da Silva Nasceu em 19 de setembro de 1960 na cidade de Brusque (SC). Vive e trabalha em São Bento do Sul (SC). Professor, Radialista, Escritor, Ativista Cultural, Historiador e Poeta. Graduou-se em Ciências Econômicas, pela Faculdade De Plácido e Silva – FADEPS – Curitiba (PR) (1984). Pós graduou-se em Gestão Financeira, pela Pontifícia

Universidade Católica do Paraná – PUCPR - Curitiba (PR) (1987). Em suas atividades em exercício é Presidente da Academia de Letras Infanto-Juvenil para Santa Catarina Municipal de São Bento do Sul (SC) e membro da Associação

Internacional de Poetas para São Bento do Sul. Idealizou, planejou e executa o projeto “Diferente Sim, Indiferente Não”, e “Oficina de Poetas” em São Bento do Sul (SC).

Recebeu a Medalha do Mérito Cultural Dr. Arthur João de Maria Ribeiro - 2013, concedido pelo Instituto Montes Ribeiro e o Troféu Escritor Osvaldo Deschamps de

Literatura e Artes - 2013. Publicou: 30 títulos, entre poesias, textos, diálogo e história.

Contato: [email protected]

Blog e Páginas: http://antonioramospoesias.blogspot.com.br/ http://www.facebook.com/escritor.antonioramosdasilva http://www.facebook.com/academiadeletrasinfantojuvenilscsbs

https://www.facebook.com/groups/659480440734716/ http://pensador.uol.com.br/colecao/antonioramosdasilva/

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Sua voz

Ouvir-te Oh! Meu amor.

É como o meu ser, se conectasse a velocidade da luz

em melodias e sons e sentir meu interior emergir.

Voz que encanta e me seduz num bailar de sílabas soltas;

num entrelaçar de uma paixão envolta.

Seus sons. Oh! Meu amor.

Aquele que sorrateiro foge de teus lábios

como brisa leve, e repousa em meus ouvidos

como labaredas de fogo. Deixa meu corpo fervido

e me chicoteia suavemente. Abriga-me em tua doce euforia. Quero ser melodia; num arranjo só me inebria. Faça-me frequência e única sintonia. Seu som me capta e de amor castiga. Varre as malditas palavras que não ouso escutar: Infelicidade, dissabores, desarmonia. Eu não canto decepção estagnada; aquela que fazeis dele pranto e no canto da alma se fez pó. Não quero mais desamor disso eu tenho dó.

Vida se canta numa nota só. Amor!

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Banheira sem sais

Chovem lágrimas.

(finas gotas cristalizadas).

O tempo chora lento.

Arrebento; ouço sentimentos invernais.

Um deserto nas mãos.

Aflição guardada no peito. Água doce banheira sem sais.

Poesia banha no leito. Em brasa a saudade arde.

Não há caminho e nem eito numa busca covarde.

Avessos de mim revirados.

Passado de ti esquecido.

Trago-te no coração tragado.

Desilusão que me invade sorvem água, impurezas...

dos meus olhos resguardados.

Solitários, derrama na face esquecida.

Frases de poemas amarrotados; bebida amarga; engolida solidão.

Não há remédio que cure feridas

de uma perdida e picante ilusão.

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Sinto-te

A prosa some

na pele que tem fome.

Não há existir sem o teu sentir nem poema sem teu nome.

Venha inteira, sem segredos.

Sopre o amor aos meus ouvidos céu meu dos meus desejos.

Há brisa nos lábios teus...

num corpo em apogeu

refrescando os sonhos meus degustando um grande beijo.

Tenho sentido todos teus sentidos,

aviva o amor aos meus ouvidos...

Os céus os teus beijos

deixa-me havido. Toque-te. Polinizo.

Quero-te ver florindo.

Amor que advir. Amor do meu sentir.

Amor que tenho sentido.

Amor que acolhi. Amor que idealizo.

Tem sentido.

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Vejo-te de olhos cerrados

Quando fecho as cortinas

dos meus olhos; vejo-me no silenciar;

subtrair do meu sentir a escura ausência.

Nem a míngua lua

quer dormir a esperar-te.

Eco em tua boca faz-me suspirar,

mínima arte desenhar, verso exilado expulsar.

Diz-me tudo em alma.

Peco a carne. Desarme que me faz emudecer.

Fatias de insônia despojar

em plena noite fria.

Não é agonia.

É prazer até a luz do dia.

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61

Abra-te

Ficaste em mim alojada.

Quanto mais o teu querer no caos da pele me abrigar;

escrevo-te ainda mais.

Não modere! Esse amor que encontrastes nos beirais da contestação;

não há perigo.

Tempere tuas letras e abra a minha capa;

revire as palavras como se fosse lençol de prazer

com a tua marca.

Há todos os desejos nesse livro que é teu.

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62

Que segredo é esse?

Um par de asas

faz-me voar as palavras.

Há letras nos sóis; e nos teus céus são tuas linhas.

Há rima em tua lua. Nas frases que abrigas

quando sou seu.

Nos teus rascunhos sonhos lunares;

quaisquer lugares.

Teus papéis

falam de mim e comigo.

Quão doce é teu planar

sobre o grafitado lençol; abro as tuas páginas

envolto a caracol.

Único livro

que deixarás em mim escrito. Tua alma solta sobre o leito quando te leio e me deito.

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63

Consciência pensada

Foi tudo súbito

esse aperto que esmaga.

Dia desses tenho um surto. Corrigir os meus acertos,

antes que o tempo cavalga.

O tempo passa.

A vida amarrota, quebrantada no meio.

Poesia não te esqueças?! Nem diga por que veio.

Misto de tédio e mistérios.

Palavras acordas... Primeiro.

No cativeiro. Poema nascente.

Pão adormecido. Pomar e canteiro.

Me dita o que pensas.

Depressa adensa

antes que a tinta seque no tinteiro.

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Bendita

No orvalho dos teus olhos

o verde que brilhava cobria densa neblina.

Olhar se escondia nos olhos daquela menina.

Só o silêncio era meu.

Rosto pálido, despojado. A lágrima que escorria

nas linhas de minha mão

bendizia maldita hora o que um poema escondia.

Triste fado.

Um amor dilacerado em plena luz do dia.

Que agonia!

Sonho que não nasceu.

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65

Lapidador

Ah! Poeta.

As palavras se aprofundam e tem raízes;

brotam quando se lê.

Rendo-me a sentir quando descreves

acondicionando as palavras em um belo estojo;

como se pedra preciosa fosse.

Uma jóia rara! Tuas vogais.

Teus pronomes. Teus verbos.

E tuas consoantes

verdades e ilusões.

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66

Ame

Clama o amor em nossa cama?!

A lua afaga a silhueta; prometa o que ti reclama.

Zomba farta colheita!

Esse amor que não se deita diante dessa vida insana.

Fale para mim.

Como compensar viver? Os que ousam. Reflita.

És tão bonita. Uma dama!

Amor é isso?! O tempo que não se esgota.

Nesse madrugar todos os pecados ousar,

a alma se que trague em prazer e alcance os céus num beijo.

Adormeça nesse corpo extasiado.

És desejo.

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67

Fina dor

A dor que dói os meus versos;

abasta-me o sangue, o alento. Deságua num só ferimento.

Sangra gota a gota o que na alma padeço.

Para que tanto sofrer?

O que lá cresça e não se converta.

Baques que arrebato

untado dentro de mim. Ainda que se inverta;

nestes desvãos sem fim.

Poeira tapa o vidro da janela.

Álgidos muros que ergo. Deles pálidos alaridos

emergem o meu sossego.

Surpreendo-me

emparedado em mim.

De novo me despeço o que a vida não teceu.

Murchos amores. Flores na tumba...

Morreu.

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68

Reinvento

Desvisto a alma...

de tanto que chorei.

Dentro de mim

lágrimas se vão com o vento...

Secam ao relento.

Somem em si.

Lamento.

O que perdi...

Não vi.

Por viver o que não vivi.

Foi encantamento?!

Foi sofrimento.

A vida que invento...

que inverta.

Reinvento outro sofrer.

O que se ama?!

Não se perde;

Pede-se a Deus

o amor que não se mede.

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69

Dois corações

A cada passo que ela dá

transbordam versos.

Por onde ela passa,

poesia a lhe seguir.

Tudo silencia e escurece,

deixando-nos a sós...

diante de nós adormece.

Mulher de beleza completa,

na certa se acha em defeito.

Só desfruto-a sob efeito;

sempre em sinal de alerta.

Tropeço nas letras

Inspirando-me tanto,

ao ponto do punho a disparar,

brancas folhas dançar

desenhando todo encanto.

O que a ela tem de sobra,

que me encantou de começo...

a luz, isso nela transborda,

a luz dela é tanta, não meço

que se for de seu desejo,

planto dois corações no peito.

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Mimar-te

Ah! Meu amor.

O que não faço por ti

se ontem regaste com tua seiva

todas as minhas raízes,

aparastes todos os teus silêncios

no meu infinito,

araste minha pele

os mais profundos desejos

e nos meus olhos

fizestes brotar

a assimetria da felicidade.

Hoje sigo o teu sol;

nas pálpebras da noite

o luar do teu corpo.

Sinto-te o que me é

e o que te sou.

Ah! Meu amor.

Mimar-te não me é oneroso.

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Margarida Cimbolini

Nasceu a 9 de maio de 1958 em Lisboa (PT). Vive e trabalha em Lisboa (PT).

Formou-se como Educadora de Infância na Escola Superior de Educação João de Deus. Licenciou-se em História de Arte na Universidade Autônoma. Frequentou o Instituto de Psicologia Aplicada e a Escola Lusitânia Feminina de Lisboa. Participou de Workshop sobre astrologia, tarologia e ciências esotéricas. Recebeu em 1975 o

conhecimento de “Prem Rawt, na Associação de Raja Yoga, formação que exerceu durante 8 anos.

Atualmente dedica-se á escrita e ao comércio, avaliação e restauro de Antiguidades e Obras de Arte.

Residiu na França Bélgica e Amsterdam, onde desenvolveu a atividade de Antiguidades e Obras de Arte. Fundou em 1992 a empresa “Lindo-e-Velho”, com sede em Linda-a-Velha, e com rede de lojas em Lisboa. Realiza exposições de Antiguidades e Arte por toda Portugal. Foi consultora no Museu Bordalo Pinheiro (Lisboa – PT),

atividade que manteve até 2013.

Toda a sua vida escreveu contos, poesias e crônicas. No ano de 2010 começou a publicar nas redes sociais onde recebeu várias menções honrosas. Pertence a 560 grupos de poesias, e publica regularmente. Participou de 32 Antologias Poéticas entre

elas: “Nós Poetas Poeta-mos”, “Poesia sem Gavetas”, “Despertar dos Sentidos” e “Essência da Poesia”. Participa de várias tertúlias literárias e debate sobre literatura, poesia e obras de arte. Contato:

[email protected] Blog e Páginas:

Facebook: https://www.facebook.com/margarida.cimbolini?fref=ts

Bookess: http://www.bookess.com/profile/margaridacimbolini/

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72

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73

A praia

Caminhei na praia branca tão branca que quase julguei

ser a areia neve... e o mar constelações...

grupos de estrelas brilhantes...

coalhadas nas minhas retinas.

Caminhava ao de leve não sentia o frio da neve,

mas queria muito chegar lá.

Aí nesse sítio a que chamava mar

estavam os lábios rosados das donzelas viviam rapazes de pés ligeiros

via-os ao longe saltitando nas estrelas.

Sábios roçavam aquela planície ondulante e azul. Branca era a praia; e eu branca e nua

temi não chegar ao mar.

Sentei-me naquela branca lonjura. A ilusão é tão fácil de amar!

Quando despertei estava cansada e doce.

No meu quarto sem janela ouvia-se o som da poesia. Aquele som dos sonhos onde voamos...

na realidade das quimeras!

Senti nas mãos o frio da neve.

É no meu quarto sem janela vesti-me de brancura!

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74

Sentir

Às vezes eu sinto.

Sinto a vida.

Tão minha tão grande!

Tão una! Tão forte!

Tão frágil!

Tão imensa!

Tão insustentável!

Sem dimensão,

mas tão há minha medida.

Tão eu!

Morre-me então a morte!

Não pode morrer a sorte...

de ter um corpo e sentir;

não pode viver a morte

nesta viagem de ir.

Então a angústia serena

e só assim vale a pena

ter alma... ter corpo.

Só sabendo vale a pena

ser humana gerar e parir!

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75

Tempo morto

Gostava de querer ver o Sol.

E de me sentar à beira do rio...

deixando correr os poemas que trago dentro e que nunca escrevi.

Gostava de ouvir de novo o marulhar das águas...

escutar os pios das gaivotas... e de os cacilheiros a fazer as travessias

sentindo os passos das pessoas sempre apressadas... a atravessar as pontes.

Naquele tempo também eu tinha pressa, mas retinha o tempo... ficava à beira do rio...

cheia de certezas e de incertezas. Ainda tinha tempo.

Ainda queria ver o Sol.

Agora sinto-me ausente!

Ausente de mim. Sobra-me tempo pra matar.

Nunca gostei de matar o tempo. Mato agora cada momento!

Não retenho o pensamento.

Espraio o olhar,

mas não vejo o rio. Vejo apenas o marulhar lento

dos dias, das horas dos anos... e quando acordo dos sonhos...

já passou muito tempo... e já não vale a pena acordar!

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76

Momento

Os teus beijos!

Meu amor esses teus beijos!

Os beijos dessa tua boca! Onde estarão esses desejos?

Como será saciá-los com outra...? Morrem meus lábios de sede.

Os meus olhos não te alcançam.

Penso em ti ... pensam em ti meus dedos

rola o meu corpo em segredo.. .

em marés de sobressalto numa doce inquietude

num manso desassossego.

Exijo aos sentidos silêncio! Não te quero mal...

e ciúmes não tenho.

O que tenho é medo da vida... e que está saudade se perca...

se esvaia no tempo... e se torne apenas um caso.. .

memória já passada, apenas mais um momento!

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77

Gestos

Tem a alma gestos brancos,

gestos que veem de dentro.

Tem a alma gestos puros

elevam o pensamento!

São gestos...

quiçá sementeiras...

gestos quietos

da cor das amendoeiras!

Gestos da alma.

Mil águas a regar o mundo.

Águas mil a calar fundo!

São elas bênçãos de brilhos.

Viajo correndo esses trilhos

e recebo os seus recados...

são sussurros... são trinados.

São beijos que recebo

com as minhas mãos abertas

e com meus olhos fechados.

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78

Lírios

Lírio d’água mansa flor

dá-me das tuas pétalas o odor.

Tuas raízes cantam versos lindos mergulhando nas águas do amor.

Onde buscas-te tal cor?

Longe onde os ventos fluem. Longe onde os mares se unem

em universos sem dor.

Tuas hastes são tão finas.

São íris de meninas. São alvas manhãs peregrinas.

São corpos amando

em suave esplendor.

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79

Da terra

A terra ardendo em azuis,

roubou o mar.

Levou-lhe a cor, as águas,a s pedras.

Levou também labaredas ardendo em azuis

. tomou o poder do sol...

dos ventos e das marés! Entre brilhos se fez luar!

A terra ressurgiu em ser.

Abriu sendas no coração sentiu-se a cantar...

fez-se canção e rodopia agora no ar. Vaidosa, senhora das claras malvas...

das rosas... das manhãs alvas.

A terra aprendeu a amar.

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80

A lua quer primavera

Há quanto tempo não é manhã

e na manhã não corre o sorriso.

Há quanto tempo persigo sonhos na beira deste postigo

e bailam pombas comigo.

São pombas da madrugada aventam assim o tempo

para me terem guardada.

Coso ilhoses nos meus dedos

agulhas de porcelana dedais de prata a cinzel

esculpidos escorre-me a prata dos dedos

e os dedos fazem sentido ás vezes falo dormindo.

Faço dos sonhos teatro e vou esquecendo o que digo...

caminha comigo a lua, mas fala da primavera.

Quem me dera.

Quem me dera...

guardar a minha mão na tua... e partir nas asas dela.

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81

Dentro de mim

Dentro de mim é noite,

mas não noite de trevas;

são olhos abertos ao luar sexos escancarados de prazer,

gaivotas voando a cantar, pio de rouxinóis

e este amor fecundo que ás vezes me enche

e ás vezes transborda mais alto que o sol.

É magia e uma alma triturada

em almofariz tão branca

como pau de giz, mas sempre a chiar

sedenta de amor

feita de mar e de dor.

Dentro de mim

talvez eu não saiba, mas eu sou amor.

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82

Ciúme

Tenho ciúme do poeta

cujo lume

me enche de espanto e claridade daquele que sabe cantar a magia

que escuta a alma e a guia no finito da sua infinidade.

Invejo o clarividente tão simples

que cândido e ardente me ensina eternidade.

Ciumenta sou daquele que sem queixume

quieto e calado sábio e fadado transforma as palavras sem alarde

e as leva ao mais alto cume em poesia...

em profana santidade.

São estes os crimes

que confesso impunemente crendo que daí não vem mal á humanidade.

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83

O universo acordou

Inexorável

reclama partículas de vida.

Conta-nos a sua história e é sempre uma história de amor!

O tempo também ama.

Ama-nos e quando fala abana.

Pai cuidadoso.

Cuida glorioso.

Sangue do seu sangue dimensão imensa

presença sempre presente... é às vezes mais intensa.

Aí quietos expectantes!

Sangue do seu sangue.. .

o sangue torna-se luz, 'e um novo equinócio.. .

do fosco vem lúcida claridade.

O tempo também ama e a alma também seduz.

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84

Sim

Sou eu!

O vento que te acaricia os cabelos

o beijo que sentes na testa quente. Sou eu o som do mar

e quem te manda o sol poente e a adaga na cintura...

E o que te agita o pensamento

quando te pões a pensar e a foice que corta a ceara rente

e faz o teu corpo vibrar.

E quanto te sentas na esteira tocando...

e se te pões a cantar... num lamento...

que nem a música pode calar.

Sou eu!

E quando amas sem amor e se beijas por beijar.

Sou eu meu amor... que sinto a dor...

de estar longe e de te amar.

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85

Quem

E quem cala o verso?

Ainda que controverso.

Ainda que quadrado ou convexo. Em espiral.

Losango ou oval...

Uma vez desenhei um losango.

Olhei. Medi.

Pesei.

Trinquei. Pintei...

e depois zanguei-me com ele, porque não passava

de um losango desenhado num papel.

Avesso

No meu avesso

que transpareço

mulher vergada pela lua

sou no avesso de mim

apenas uma mulher nua.

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86

Lonjura

Que lonjura...

que lonjura

esta em que me sinto

só a dor em mim perdura.

Nem sei se rindo me minto

humana riqueza esta

e tão funda e longe a sinto.

É dentro o meu caminho

dentro de mim luz emana

o corpo não é prisão

e através dele respiro

porque fujo eu então.

Deste meu Divino abrigo

as luzes de neon

trazem melancolia.

Quero a graça desse abraço

fundir-me nessa magia

só assim serei verdade

e almejo essa alegria.

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José Batista da Silva Filho Nasceu em 01 de Setembro de 1961 na cidade de Recife (PE). Vive e trabalha em

Carpina (PE). Poeta e Artesão na Madeira. Desde 1989 está em benefício assistencial por incapacidade laborativa devido a problemas na coluna vertebral, o que lhe tornou cadeirante, por dificuldades de deambulação. Cursou o Técnico em Edificações na ETERPAM - Escola Técnica Prof. Agamemnom Magalhães. Aos 10 anos de idade saia

para vender bolos, doces e salgados, para ajudar as despesas de casa. Aos 12 a nos aprendeu a entalhar na madeira e prestou serviços numa galeria do Alto da Sé. Começou a escrever poesias após um teste de português, quando teve o melhor desempenho da sala. Foi premiado com o 3º lugar a em um concurso de redação a

nível municipal, com o tema “A Poliomielite“, ainda no ensino fundamental e venceu o 1º Concurso Manuel Bandeira de Poesias, com o poema “Antologia Bandeiriana”, promovido pela Secretaria de Turismo Cultura e Desportos do Carpina (1986). Participou do “1º MOVIMENTO ARTÍSTICO DO CARPINA“, onde ao lado de

artistas, coordenou a 1ª Passeata de Protesto Contra o Descaso aos Artistas Locais, invadindo o Desfile Cívico Militar de 1988, em atividade pacífica, mas determinante para a consolidação dos movimentos artísticos no município. Participou da edição do livro, Floresta dos Poetas (Uni-Versos). Carpina – PE – Poesias, Coletânea de Poetas

Carpinenses, promovido pelo Movimento Agosto Para Todos, com apoio da Prefeitura Municipal do Carpina (2006). Mar-A-Tona de Poesias e As Cores do Mar pela Editora Modocromia. Antologia de Poesias – Portugal - 2015 e “2ª Antologia Poemas e Verdade (UNIÃO) - Clube dos Autores - 2015. Membro da UCEA - União

Carpinense de Escritores e Artistas. Homenagem do poema do dia pelo grupo Solar de Poetas – Portugal. Contato:

[email protected] Blog e Páginas:

Facebook: https://www.facebook.com/jose.batista.5209000?fref=ts

Bookess: http://www.bookess.com/profile/batistapoeta/

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89

Esse amor por ti

Viajei no tempo para me descobrir

estacionei em vaga proibida,

rebocaram-me os sonhos,

causando um blackout em minha vida.

Jogaram-me em um pátio onde o tempo se perdeu,

e só o passado vive,

recostado nos próprios anseios,

a perder-se de vista nesse abandono.

E o tempo que me restava foi consumido

pela dor da impossibilidade

que se arrasta em mim,

impedindo-me de que me arraste

até ajoelhar-me aos teus pés

para confessar meus amores,

debulhar os sonhos que criei só para ti ,

ser teu menino,

eterno domínio de bem viver,

e se tiver que morrer,

que seja em teus braços.

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90

À noite em mim

A noite surge como um anjo em negro baby doll,

trazendo nos braços como um doce acalanto,

o silêncio dos corpos abandonados

e a solidão do mundo em agonia,

despeja tudo aos meus pés

como quem se livra do indesejável,

antes de partir para o desconhecido,

sem malas, sem bilhete de passagem,

levando apenas o desejo do voo rasante

e as lembranças dos desencontros aflitos,

tremulando como uma bandeira sem país.

E nessas horas mergulhadas entre lamentos

e a espera do novo dia,

entrego-me as insônias que me invadem

como pesadelos à revelia,

saudando as tristezas em desespero,

como quem parte no momento do amor sublime,

para depois nos horizontes incendiados

se esquecer de viver na busca do último aceno.

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91

A plenitude de tua beleza

Como é lindo teu rosto na tarde sorrindo,

teus braços se abrindo

envolvendo-me num caloroso abraço,

convite para o entrelaçar dos sonhos,

teu corpo se despindo,

chama do desejo ardendo,

ritual em que me exponho

para traçar os perfis da noite

nos emaranhados de nossos lençóis.

Lamento a noite ser tão curta

não dando tempo para abraçar esse amor,

vejo-te transbordando nessa plenitude,

riacho desaguando para semear sementes,

encanto que seduz,

mulher que na escuridão reluz

a beleza plena diante de mim.

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92

A canção do amor em silêncio

De silêncio fiz a canção

que adormece teu corpo em chamas

e anseia ser consumido ao relento

enquanto admira constelações

e mistura o prazer aos delírios

por onde escorrem os desejos

fantasiando-se de sonhos perdidos,

como um grito contido

no momento pleno do encontro das águas.

E de êxtases fez-se a história

em que quadros estamparam as paredes

anunciando tuas noites de glórias,

por de sol nas manhãs de teus olhos

brindando o sublime amor

que em ti explode de emoções

para depois derramar-se em minhas mãos

até transformarem-se em carícias,

eternas nessa noite de encontros

onde nossos corpos esquecem do tempo aflito

para florescerem arco íris noturnos

enquanto repousamos nossos desejos um sobre o outro.

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93

Abandono

Noite passada

invadi teu sono,

roubei-te um beijo,

adormeci ao teu lado,

embalei-me no perfume de teus cabelos,

realizei todos os meus sonhos em um único,

violei todos os teus desejos,

retornei à vida entristecido,

pois que descobri que não estava,

em nenhum deles.

Perdi-me na noite vazia de mim,

atravessei desfiladeiros sem fim,

mergulhei no absurdo que é viver sem ti,

fragelei-me nas ruas que desconheci,

mendiguei a vida de volta assim,

e nessa fome que tenho de ti,

dormi ao relento nesse tempo que não vivi,

andei por onde as dores me guiaram,

e jamais descobri para onde fui,

tentei voltar ao teu sono,

mas já nem conseguia mais lembrar teu rosto,

pois que a tristeza inundou-me o semblante

que lavou tuas marcas em meu corpo,

e sendo assim, não consigo mais sonhar-te de novo.

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94

Amor flagelado

As sementes de amor eclodem em minhas mãos

no cansaço da espera por ti,

e a tristeza dessa solidão escancarada estatelou-se num tempo perdido

onde a angústia desintegrou os desejos e os sonhos partiram em revoada

com destino ao por do sol, em busca da luz que jamais viveram.

e nesse abandono em que me instalei, fui demência e desespero,

fui carência e desmantelo,

sou mendigo desse sentimento, sou flagelo de teu amor.

Anoitecendo

Cada noite é uma saudade inacabada, uma tortura desfazendo sonhos,

uma viagem sem retorno, um abraço na solidão,

uma luz perdida na escuridão,

um desejo perdido no tempo, uma lágrima agredindo o silêncio,

um choro invadindo a alma, uma lembrança incontida,

um mergulho em tua ausência, uma paisagem esquecida no canto do quarto,

uma dor que maltrata,

uma espera que nunca acaba.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

95

Ausência de teu carinho

Nas manhãs ensolaradas surgem sentimentos alados

anunciando desperdícios de sonhos

pelas noites em que a solidão desata, ressurgindo dores como pássaros em revoada,

quebrando as vidraças do tempo aflito para depois pousarem exaustas

no quintal de meus desejos.

E um silêncio se apresenta como dúvida

nesses desenganos ancorados na alma, interrompendo o despertar das flores

derramando sobre as ruas desertas de meu itinerário

uma enxurrada de desencontros onde sempre me perco

e jamais me alcanço.

Vejo perambulando entre esquinas e fome,

sonhos ausentes e sem nome, em busca do destino

que apague a aflição do homem que ficou à deriva

na noite em que não sonhou,

pois que a espera se fez de angústias e nas próprias mágoas naufragou,

águas que desatou sem perceber pela ausência do carinho de uma mulher.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

96

Catador de sonhos reinventados

Não sei falar de amores conquistados,

Vivi a vida catando sonhos reinventados,

Reciclando desejos abandonados,

Buscando abrigos ao relento,

Agasalhando-me no frio dos olhares esquivos,

Perdendo-me no desencontro das mãos distantes,

Colhendo noites despedaçadas,

Para transformar em leito,

Forrado por anseios reaproveitados,

Num tempo forjado por ressentimentos,

Feridas abertas pelas ausências

Que a vida colecionou na memória,

São lembranças do que não se viveu,

E que morreu entre a busca e a espera,

Um voo proibido de voar,

Retorno que não existiu

Por não ter onde pousar,

Naufrágio onde o sonho se perdeu,

Aceno que a distância apagou.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

97

DEITANDO AO TEU LADO

Deitar no silêncio de minha timidez,

Amordaçar as fantasias,

Despir os sonhos,

Como se te desnudasse

Nesse negro baby doll,

Ancorar em teus braços,

Esquecer o cansaço

Para galgar teus desfiladeiros,

Nadar e se preciso morrer

Em tuas águas,

Beber teu suor

Como quem degusta

O mais nobre vinho,

Esquece o tempo,

Perder a conta dos dias,

Ser apenas esse momento,

Ser brisa e vento,

Receber-te flor

Para ser em ti semente,

Voar em tua imensidão,

Pousar em teu sorriso,

Anoitecer-te,

Amanhecer em ti.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

98

Espelho sem batom

Não escreveste tua despedida no espelho com batom,

nem enviaste cartas com pseudônimos ausentes, não lembraste sequer do aceno triste,

nem deixaste qualquer pegada que fosse na poeira da estrada em que seguiste,

foste embora assim, simplesmente, rabiscastes com tuas unhas meu peito

na última noite ausente, deixastes derramadas sobre os cantos da casa

paisagens de nossos momentos vividos como se não representassem mais nada,

como se fossem recordações abandonadas, únicas lembranças que restaram

desse prazer sempre tão presente.

Entre a saudade e o abandono Sou feito de carinho, de prazeres da alma em desalinho, de alegrias intermináveis, mas tua ausência plantou em mim essa paisagem de silêncio e saudades. Hoje sou feito de lembranças, vagas recordações postadas no álbum da memória, onde não há espaço para os sonhos e as fantasias se perdem nos caminhos tortuosos dos desenganos. Sou feito de tuas lembranças, e de tudo que imaginei ao teu lado, deixei de ser presente para ser passado e então ter-te ao meu lado, mesmo que seja em recordações esmaecidas, paisagens desbotadas dessa vida, em que tua ausência me assombra.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

99

Lembranças de tuas saudades

Vivi uma saudade tua a cada dia,

enquanto sofria diariamente com tua distância,

ausência perdida entre tantas noites

encobertas pelos lençóis do passado,

guardados ainda com o mesmo perfume teu.

Tuas lembranças mantêm viva a chama

que acende os candelabros de nossa história,

talvez amor de um só,

mas tão imenso que inundaria constelações.

E nessa ausência em que me perco

escalo paredões desse desfiladeiro

em que habitam minhas alegrias

emparedadas entre silêncio e desespero,

paisagem em que o olhar se perde,

solidão em que a vida se acaba...

Só não acaba esse amor,

nutrindo desejos em meu leito,

desenhando tua silhueta em meu peito,

que sob os lençóis sonolentos e adormecidos,

ainda sente as carícias de teus beijos.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

100

Meu abandono

Vesti tuas fantasias

para poder viver teus sonhos,

e esqueci-me dos meus que nesse abandono

perderam-se no tempo esquecido,

pois que as noites não são feitas apenas de silêncio,

e os gritos revelaram-se num instante

em que de prazer fez-se o momento dos amantes,

e de desespero a tristeza dos solitários.

Tento alcançar estrelas da janela,

mas preciso da alegria contida nela

que levou para longe meus sonhos,

meus desejos e essa ânsia

que me arrasta como um pesadelo,

e me atira na noite em abandono...

Sem destino, sem nação, sem dono,

carregando nas mãos apenas o medo

de olhar para trás e não ver teu aceno,

fechar os olhos e não sentir tuas saudades,

atirar-me nesse abismo

que é essa distância de ti,

para morrer náufrago em tua ausência.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

101

Coração em pedaços Dedicado à Márcia Sampaio

Se teu coração estiver em pedaços, então vem para o meu lado e pega o meu emprestado,

pois que só assim poderei ver-te sorrindo outra vez, e quando tocar tua pele macia com meus lábios sedentos de ti,

sentirei teu corpo arrepiar-se como ave no primeiro voo, desgarrando-se da terra rumo ao infinito de nós mesmos,

incendiando-se de desejos como um por de sol na tarde despretensiosa,

permitindo-se invadir pelo sabor de meus beijos, até inflamar-se em delírios,

forjando paisagens sobre esse leito.

Mãos sensíveis acariciando-me as costas nuas, como se bordasse sonhos sobre a minha pele,

lábios carnudos a deslizar sobre meu suor, corpo estremecendo de prazer entrelaçado ao meu, cobrimo-nos um ao outro com nossos corpos nus,

enquanto derramamos manhãs alucinadas, e colhemos estrelas embriagadas por nossas fantasias.

Sacio minha sede em tua fonte para esvair-me em teus braços,

e a aurora faz-se de luz em meu viver, para amanhecermos um no outro,

já não mais apenas eu, pois que tu me completas e agora também sou parte de ti,

embalamos nossos sorrisos nas constelações, e o amor reflete em nós seus desejos,

acendemos as noites com o olhar, naufragamos as mágoas e dores em nossos balanços.

Assim vão exterminando-se os medos enquanto em nós renascem paisagens

onde não haverá mais nenhum segredo.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

102

Canto a uma mulher desconhecida

Ei você! Que não se importa em abrir a porta para que eu possa entrar

e sair da chuva e em seus braços na noite me aquecer.

Você que me entrega seu sorriso sem medo do desperdício desse amor te esquecer.

Você que se aperta em meus braços como se mergulhasse em um precipício

para não enlouquecer. Ei você! Que beija minha boca

como uma deusa ou uma louca até o dia amanhecer;

que na despedida ao me olhar uma lágrima deixa rolar manchando tua beleza na dor dessa partida,

deixando aberta uma ferida que só me faz lembrar você.

Que na noite passada embalou-se em meus braços esquecendo-se do cansaço dessa espera entristecida,

das lágrimas perdidas, que não te deixam adormecer. Que nos enche de saudades

mostrando a realidade em que precisamos viver. Pois que em nossas noites o amor é uma eternidade,

e nos dias essa louca saudade que só nos faz entristecer.

Mas que faz da dor dessa espera, uma certeza que me leva

a jamais deixar de amar você.

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Antologia – Premium V

103

Maurélio Machado

Nasceu em 31 de agosto de 1946 na cidade de São Bento do Sul (SC). Casado com

Karim Voigt, pai de Daniela, Fernanda e Fábio Luis; avô de Giovanna e Eduardo. Vive

e trabalha em São Bento do Sul (SC). É Escritor e Poeta. Graduou-se em Ciências

Contábeis, pela instituição UNIVILLE – Universidade da Região de Joinville (1980).

Especializou-se em finanças, economia e administração. Membro da USBE - União

São-Bentense de Escritores. Membro da APCL - Academia Parano-Catarinense de

Letras (cadeira nº 41). Membro do Poetas Del Mundo para Santa Catarina. Membro

da Diretoria da Oficina de Poetas - formação de jovens poetas nas escolas públicas.

Membro da Diretoria da Academia de Letras Infanto Juvenil para Santa Catarina.

Mérito Cultura 2013 pela ALIJSBS - Academia de Letras Infanto Juvenil para Santa

Catarina Municipal São Bento do Sul. Publicou: “Poeteiro de Rua” – Editora Clube de

Autores, “Infinita Saudade”, “Palavras de Amor e Paixão” e “Além Mar das

Palavras”, ambos pela Bookess Editora. Tem participações em diversas

Antologias no Brasil e em Portugal: Antologias “Vida, Motivos, Degraus” -

Editora Nova Letra. “Antologia Brasileira Diamantes III e IV - Editora

Berthier. “Encontro Feras da Poética do Mindim” - Luna Di Primus (90

escritores). Além de inúmeros artigos para jornais e sites.

Contato:

[email protected] Blog e Páginas:

http://www.recantodasletras.com.br http://poeteiroderua.blogspot.com http://www.facebook.com/groups/maurmach/.

http://www.jornalevolucao.com.br/colunistas/30/maurelio-machado. http://rencantodasletras.50webs.com/maurelio.htm Facebook: https://www.facebook.com/maurelio.machado?fref=ts

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104

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

105

Agruras

Ventos do sul que enregelam

Corpos doentes em letargia

Vestes rotas e descoloridas

Tardes de aflição e agruras

Sons tristes tangem na ermida

Não há mais amor ou ternura

Muitas sombras no triste dia

E a miséria, a fome o descaso

Abandono de crianças na rua

Final de solitária tarde, o ocaso

Cede seu espaço para a lua.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

106

Ao Léu

Nos labirintos da angustiada alma

O fogo que me consome dia a dia

A dor que sem tréguas não acalma

Prostrando-me em louca agonia.

Sombras de mistério não relatadas

Pobre farrapo humano devassado

Triste e abandonado pelas calçadas

Ébrio doentio a perambular calado

No inocente e estraçalhado coração

O nome de um amor quase revelado

Sussurro aos ventos versos sombrios

Maldita que me enfeitiçou de paixão

A quem tanto amo e tenho velado

Preenchendo-me de eternos vazios.

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Antologia – Premium V

107

Poesia para uma pedra

Silencioso segue o séquito

Na manhã chuvosa e tristonha

Entre os labirintos dos túmulos

Adormecem flores, pedras e lembranças

A pequena multidão cessa a caminhada

A hora derradeira é chegada

Tempo de orar pela partida

Os últimos laços de adeus

Ante o jazigo funesto e cinza

Uma cruz encravada no alto

Súplicas pelas bênçãos de Deus

Flores incolores adormecidas

entre velas derretidas empobrecidas

Luzes bruxuleantes

Sombras aterrorizantes

Ao derredor lamúrias e lágrimas

No canto fúnebre a hora sombria

Derradeira despedida

Para sempre se foi uma vida.

Rezas em forma de poesia

Diante da branca lápide fria

A poesia para uma pedra.

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Antologia – Premium V

108

Olhar distante

O brilho no rosto esplendoroso

E o alvo sorriso escancarado

Belo olhar esverdeado, fascinante

Olhos que perscrutam o horizonte

Além do anil da faixa inatingível

Muito mais que se pode imaginar

O Sol iluminando a alva praia deserta

Flanar de gaivotas engalanando a natureza.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

109

No ano de 3014

Porque flores rimam com dores

Ou traidores com amores?

Tão contraditórios nos finais loucos,

confusos ou marginais

Confuso mundo em desarmonia

Sempre falseando a alegria

Creio que veio do beijo de Judas

Em Nosso Senhor Santo peregrino

Nada que nos auxilie ou acuda

Deverá ser o triste, miserável destino?

Será... será???

Daqui há mais de mil anos saberás...

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

110

Eu não queria chorar

Estava preparado para terminar

Aquele amor que não tinha jeito

Sem sentimentos ou afeição

Queria sem mais demora acabar

Era a decisão, certa e bem feito

A única e definitiva solução...

Mas eu a amava, amava demais...

Ela não ligava pro meu sentimento

Em meu caminho de amarga ilusão

Senti que era definitivo o momento...

Eu não queria chorar!!!

Dia Feliz

Amanheceu gris

Aos poucos azulando

Manhã sonolenta

Tarde de sol

De muita beleza

Só sonhos e sorrisos

Belo final de tarde

Maravilhoso arrebol.

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Antologia – Premium V

111

Amor

Nas mãos dos ventos

te trago a poesia

os meus lamentos

deixei-os no passado

amargurados dias

Faço este afago

deixo-te meus sentimentos

pássaro alado

ao mar meus tormentos

Só sorrisos de alegria

Para ti magnífica flor Sorria, sorria...

meu encantado amor!

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

112

O que te move?

A leveza de tua alma

O sorriso de criança

Tua meiguice e calma

A férrea esperança.

A energia desta paixão

Doces palavras de amor

Carinho de um coração

As palavras do Senhor.

Perguntam:

O que te move?

Exato objetivo a alcançar...

Com o espírito sempre jovem

Sonhada vitória conquistar!

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Antologia – Premium V

113

O amor primeiro

Muito linda, amiga sorridente

Brincavas com toda a petizada

Vivia e nos deixava contentes

Eram tempos de muita alegria

Da pré-adolescência, encantada

A galera se encontrava todo dia

Eram tempos sem maldades

De muito respeito e carinhos

Maravilhosa e bela mocidade

Mas todo sonho tem um final

Eles escolheram os caminhos

Focados na vida profissional

Partiram amigos e amigas

E eu pobre ser, quê destino?

Lamentos em aflitas cantigas

Lembranças daquele olhar

Marcante sorriso cristalino

Para sempre vou te amar!

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

114

Meus dois lados

Constato que há em mim

Um coração esperançoso,

Mas alma cheia de amargura

É sempre assim

Momento prazeroso

Instantes de ternura

Na caminhada busco sim

Sucesso permanente acalentado

A paz para o meu coração

Contigo sempre ao meu lado

Perfume de alecrim

Estimulando longa paixão

Nestes labirintos sem-fim

Caminhamos apaixonados

Sonho brilhante e multicor

Sob o peso dos meus dois lados

Longos beijos no jardim

Trocas longas de juras de amor.

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Antologia – Premium V

115

Flores de plástico não morrem

“Pelos campos há fome Em grandes plantações

Pelas ruas marchando Indecisos cordões

Ainda fazem da flor Seu mais forte refrão

E acreditam nas flores

Vencendo o canhão” Geraldo Vandré

Andavas entre rosas e espinhos Nos porões fétidos da ditadura

A liberdade privada, desatinos Privações, horrores... torturas.

E na luta árdua pela nossa libertação

Enfrentastes os fuzis com belas flores No teu olhar o desprezo pela revolução

Gesto sutil; sorristes disfarçando dores. Das pacíficas intenções incompreendidas

Eles te torturaram, es tupraram, abortastes O sonho de liberdade que habitava teu ser

Sozinha, em frangalhos, mas destemida

No derradeiro instante final enfrentastes Os fuzis que anteciparam tua breve partida.

Na tua lápide Neide Alves Santos, morta sob tortura no DOPS/RJ

“Flores de plástico que não morrem” como não morreram teus sonhos de liberdade!

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Antologia – Premium V

116

Candeeiro

Temia a sombria escuridão Os ruídos noturnos da mata

Em companhia do violão Cantava triste serenata...

Candeeiro ilumina o caminho

Não me deixe em fria solidão Aqueça este meu pobre ninho

Aquietando sôfrego coração! Nesta noite tão gelada

Na soleira do ranchinho Pensarei na doce amada

Que me deixou tão sozinho...

Lacunas

Aquele pobre analfabeto funcional Não passará de menino de recado

Sem perspectivas na comunidade

Será sempre considerado anormal Sem entender simples textos

Pobre coitado terá dificuldades Nos emaranhados de contextos

Traços elaborados pela sociedade Viverá a experiência rude e hostil

De um pobre analfabeto de fato

Situação de desencanto, muito vil Pobre ser de capacidade limitada

Em sua mente nebulosa, o hiato Vida cruelmente tenebrosa...

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Antologia – Premium V

117

Um dia talvez

Sonhos loucos de menino

Doce aventura presente

Ah! O imponderável destino

Alma doida, aventureira

Bate o coração ardente

Peripécia derradeira

Pelo mundo a viajar

Buscar novos caminhos

Novos rumos encontrar

Nas viagens pelas cidades

Pinçar almejados destinos

Controlar as ansiedades

Jovens sofrem precocemente

Buscando sonhados sonhos

Em situações comoventes

Mantendo sempre a altivez

Controlando olhares tristonhos

O amor, um dia talvez...

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

118

Felicidade

Descobri que há tantas flores tristes

Esperando visitas dos colibris

Porém, eles se foram

Não se encontram aqui

As matas destruídas

Os jardins poluídos

E aquela curva do rio da prata?

Os homens maus

Destruíram as margens

Tristes imagens ficaram

Sem a viçosa mata...

Será que o amor morreu?

Ainda creio que há esperança

O sonho lindo de criança

Relembrando o lugar

Onde a árvore frondosa feneceu.

Creio que o céu anilado

Os ventos suaves de verão

O sopro de perfumes de flores

Voos de borboletas

Todos e tudo contribuirão

Para uma nova vida nesta cidade

Que merece nosso carinho

Nosso amor e contribuição

Para sempre, felicidade.

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119

Marize Rodrigues Ukwkusima

Nasceu em 6 de Novembro de 1961, na cidade de Maceió(AL). Mora em São Paulo (SP) desde dois anos de vida quando os pais emigraram do Nordeste. Trabalha como Auxiliar de Enfermagem, na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, há 19 anos. Desde menina se sobressaia na escola escrevendo pequenos textos, adquiridos pelo sem bom hábito de ler e dividia com familiares as suas composições. Sendo muito incentivada a escrever de forma a entrar para literatura por ofício, mas nunca quis deixar a área da saúde. Passou por momentos inoportunos e através de orientações médicas como prescrição: “doar-se a escrita”. Recentemente começou a participar de grupos de poesias onde publica seus poemas. Nunca estudou Literatura nem Filosofia. Faz parte de um grupo de poetas e poetisas de Luanda (AO), “Ukwakusimas”, nome da língua Umbundo que significa "O Pensador" concedido pelo mentor do grupo (Ukwakusima Jonas), por mérito, aqueles que alcançam notoriedade entre os poetas e poetisas do movimento Lusofonia (Brasil Portugal e Angola). Participa dos grupos do “Movimento Lev-Arte” (Brasil Portugal e Angola). Vários convites para publicar sua obra composta de cerca de 250 poemas, alguns contos e pequenos textos, porém aguarda o momento propício. Incentivada por seu amigo Poeta José Batista a fazer parte do projeto “Premium”, onde reunir escritas é possível. Contato:

[email protected]

Blog e Páginas:

Facebook: https://www.facebook.com/marize.rodrigues2?fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/marize2015rodrigues/

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120

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121

Só Por Hoje

Tu és o meu vício.

Mas juro, vou te esquecer

Nem que use de artifício Só por hoje, não vou te beber.

Só por hoje amor meu É assim que vou viver

Como quem por ti já morreu Não implores, não vou te comer.

Vicias como a cachaça Vicias como o chocolate,

Mas vestirei uma couraça

Para te vencer neste combate...

Vou lutar com toda energia

Vou matar esse desejo Nem que tenha que usar magia

Ficar livre de ti é o que almejo.

Só por hoje, não quero sua boca Não adianta, não vais me vencer

De desejo por ti, minh'alma sufoca, Mas eu juro, a ti vou esquecer.

Estás sugando a minha essência Por teu amor estava me acabando,

Mas nem que eu entre em abstinência

Agora sou eu que estou no comando. Só por hoje a cada dia vou repetir

Como viciada que sou E nunca mais vou permitir

Que me faças sonhar... Esse sonho que passou.

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122

Solidão

Madrugada

Quieta, calada Apenas o leve ressonar

Daqueles que são cuidados Sinto-me terrivelmente só

Ligo o rádio baixinho A melodia suave me invade

Lembranças de momentos vividos As cortinas descem

Sobre janelas molhadas

Estou parada no tempo Do nosso esquecimento

Na alma um amor enfermo Nos seus últimos suspiros

Mas nunca morre Quisera que morresse de vez

Para que eu fosse liberta Desse sortilégio

Presa na redoma do tempo

Que já passou Esperando a morte desse amor.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

123

O Poeta

O Poeta é um encanta (dor)

Mágico dos mais valorosos

Com suas letras é anima (dor) Para isso de tudo na natureza

Não perde a chance de ser observa (dor)

Percebam que não é um ama (dor) Observa a Lua, o Sol, as estrelas, o mar

E com criatividade se torna um sonha (dor) Cativa, emociona, poetiza e excita

Dando alento, alegria, esperança...

Torna-se um namora (dor)

Ah! Querido Poeta!

Sem ti o quê seria de nós? Neste mundo, onde quase tudo é desanima (dor)

Com tua criatividade, fantasia e utopia

Faz a vida mais bonita, das ilusões és domina (dor) Só tu querido Poeta!

Faz tanta dor rimar com AMOR!

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124

A Poesia e Eu

Amo a Poesia

E por ela

Sou amada

Nos apaixonamos

A primeira vista

Quando por "Ele"

Fomos apresentadas

Agora temos um belo

Caso de amor

Andamos de mãos dadas

Sorrindo ou chorando

Estamos sempre juntas

A Poesia e eu, enamoradas...

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125

Palavras Soltas

Solto as palavras

Que nascem dentro de mim

Elas saem pulando

Se organizando

Formando frases

Revelando sentimentos

Sensações, dúvidas

E certezas

É terapêutico

Libertador

Essa comunhão

Com a caneta e o papel

Dá prazer

E prazer vicia

Por isso preciso escrever

Alguém pode não entender

Ou não gostar

Mas não me importo

Essas palavras são minhas

Expressam os meus sentimentos

Se alguém se identificar

Acho ótimo, fico feliz

Se alguém não gostar

Nem ligo, ignoro

Não sou perfeita

Aliás, tenho muitos defeitos

Perfeito é o Senhor

E nos ama a todos

Sem acepção de pessoas.

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126

Haverá um amanhã?

A noite é longa e fria

A insanidade está em lugares próximos

Os sonhos dão os últimos suspiros Olhando para os planos que morreram

Os que mataram olham insensíveis Apreciam apenas os lugares alcançados

Nunca sentiram o sabor do amor.

Que apodreçam em suas alturas Alcançadas com passos pesados

Sobre a dor e o desespero

Dos que confiaram E agora estão por terra

Extenuados por não aprenderem Que não se pode ter certeza

Que o Sol vai voltar E haverá um amanhã

Quem pode ter essa certeza?

Licenciado para Maurélio Machado

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127

Prefiro a solidão

A solidão me devora,

Mas o amor me segue

Está a minha procura Espreita-me, de lugares escondidos.

A solidão me incomoda

E o amor me persegue Quer me convencer que sou amada

Promete-me prazeres infindos.

A solidão me atormenta

E o amor me assedia Aproxima-se e me esquenta,

Mas dele fujo por instintos.

A solidão me acompanha O amor me faz promessas,

Mas não acredito na sua manha

Não deixo que desperte os meus sentidos.

A solidão é minha canção Enquanto o amor ronda de longe,

Pois ele é como uma assombração Que tenho medo, por sofrimentos conhecidos.

O amor só traz alegrias, quando é verdadeiro Prefiro a solidão a me acompanhar

Do que descobrir desse amor matreiro Que com ele só vou me arriscar.

Licenciado para Maurélio Machado

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128

Funeral

Olho para você nesse caixão

Último leito, para o seu descanso

Inerte, fria, a morte levou de você Toda a tristeza e alegria

Lembro de suas doidices Como cantava, dançava e ria

Um vento, uma brisa Às vezes ventania

Sentimentos a flor da pele Desde a raiva, a tristeza e a alegria

E o prazer, quando o sentia

Era furacão, delírio, obsessão Amava demais, chegava a sufocar

Não sabia ser diferente Maltratava, de tanto amar

Quando odiava, era de matar Só Deus para segurar

E agora?

Está aí, tão morta, tão calada Está melhor assim?

Sem sentir nada? Sim, passa sua voz, numa brisa

Cansei de sentir tanto Não aguentava mais

Por favor, não chorem

Deixem-me descansar Eternamente, num suave descanso

Sem nada a pedir, sem nada a dar Mergulhar na luz infinita e ali repousar...

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

129

Enterro

Hoje me apetece

Cometer um assassinato Sim, quero matar-te

Matar-te em meu coração Em minha mente, matar-te

Arrancar-te de minh'alma Da minha vida, arrancar-te

Quero-te morto Que saia o féretro De dentro de mim

Ei de preparar-te um belo enterro Enterrar-te-ei em cova profunda

Para não correr o perigo Que retornes para dentro de mim

Morra o teu riso Teus beijos; quero bem mortos Enterro contigo o nosso amor Dele não quero lembranças

Preciso matar-te querido

Para que eu possa viver Será que me entendes, Carinho?

Te deixarei belas rosas Em meu coração os espinhos.

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

130

Semeando lágrimas

Lágrimas aparecendo devagarzinho

Pequenas pérolas saindo pelas janelas da alma

Janelas nubladas, garoa caindo Pelos cantinhos

O soluço é o trovão Que faz da garoa um temporal

Lágrimas em enxurradas Despejando cachoeiras de pérolas

Pelas janelas da alma Lágrimas quentes transparentes

De feridas antigas

Que são machucadas Chora coração ferido

Feridas fundas de cascas finas Não podem ser tocadas

Muito menos arranhadas, Mas se queres sarar de vez

Oh! Coração sofredor

Deixa a ferida sangrar até estancar Estou lhe dizendo, que chore tudo que tenha que chorar

Só assim terás a chance de sarar de verdade, Pois as lágrimas são sentimentos líquidos

Que lavam a alma, preparando o caminho Para os risos

Semeie tuas lágrimas, sementes peroladas

Que brotarão de pérolas lacrimosas Centenas de risos, sorrisos

Risadas de rosas...

Licenciado para Maurélio Machado

Antologia – Premium V

131

Incompleta

Condenada para todo o sempre

Enclausurada numa prisão sem grades

A sofrer a perda de sua própria metade.

Caminhando sem descanso

Através da névoa da solidão

Uma ânfora de cristal em suas mãos.

Onde recolhia cada lágrima que caia

A fonte de lágrimas não secava

A ânfora cristalina não enchia.

Era o preço por amar demais

Seria para sempre metade

Sua metade não encontraria jamais.

Vagando nas brumas da ilusão

A procura do que perdera

Tendo no peito metade do coração.

Licenciado para Maurélio Machado

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132

Os dias em que não mais estarei

Quando os novos tempos vierem Os dias em que não mais estarei

O quê terá restado de tudo que sou e sei? E que trago em minha mente e coração?

Fico a pensar na fragilidade da vida E que nesse momento sou e estou, Mas sei que como um sopro sou...

Contido em um vaso de barro.

Toda a minha essência, tudo que vivi e aprendi Todos os momentos de intensa felicidade

Tudo que chorei, sofri e senti O amor profundo, os sonhos que sonhei.

Em um fugaz instante partirei, não mais serei Nos novos tempos, nos dias em que não mais estarei

Restarão lembranças de mim? Na mente e no coração, daqueles a quem amei?

Ou apenas serei uma brisa que passou E nada nem ninguém marcou?

Não. Não deixarei que tudo o que sou Desapareça nas minhas cinzas.

Quero deixar algo de mim, por isso escrevo Minhas opiniões, as sensações

De coisas que penso,sinto,ouço e vejo A impressão digital da minh'alma.

Todo amor e dor, alegrias e mágoas Apenas eu sou eu, não há outro ser igual

E todo esse universo que sou Não posso totalmente, deixar chegar ao final.

Quero que alguém ao ler o que escrevi Perceba pelo menos um pouco

Daquilo que fui e senti

Assim terei a certeza, que completamente, não morri...

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Antologia – Premium V

133

Enquanto durmo

Enquanto durmo e meu corpo

está a descansar o meu eu quase sempre

sinto dentro de mim estar,

mas às vezes, assim que adormeço

saio de mim derrepente, sem esperar.

A sensação é maravilhosa

um eu que voa e vai onde quero e pensar.

Sentindo todas as sensações

do meu corpo de mulher.

Voo rapidamente para o mundo da poesia

onde sei que estás a me esperar.

E quando nos encontramos...

Ah! Meu amor o quê sinto não dá para explicar.

Aconchego-me em teu peito;

sinto teus braços fortes a me abraçar.

E este teu cheiro, que é só teu parece me embriagar;

e tua boca quando toma a minha convidando-me a amar.

Fazemos amor nos quatro elementos: Terra, água, fogo e ar.

Quando à hora de partir chega me dá vontade de chorar;

porque minha vontade é para sempre contigo ficar.

E tu me dizes: Vá meu amor.

Precisas voltar eu estarei sempre aqui

no mundo da poesia a te esperar.

Beija-me amor, me beija, eu digo

respiro o beijo amado, dou um suspiro

e acordo dentro de mim.

Olhos molhados, a saudade a começar

não vejo a hora de outra vez

para os teus braços voar...

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Antologia – Premium V

134

Vem colher frutas em meu pomar

O meu pomar é secreto só chega a ele

quem eu ensino o caminho e desde que te vi

meu pomar se assanhou todo em flores e frutas.

Vem meu Adônis faça de mim tua Afrodite.

Eu estava com medo de certa alegria cega,

mas quando vi o desejo arrebatador em teus olhos faiscando

a minha vontade de querer foi mais forte.

Era o amor, antes do amor ainda coruscando

como relâmpagos dos teus olhos para os meus;

Vem, vem depressa, colher frutas em meu pomar.

Colha em mim, figos maduros,

inchados e vermelhos com sua polpa suculenta.

Chupa em mim o fruto da videira com sua seiva doce,

que escorre entre as árvores morenas.

Ah! Meu amor tua fruta grande, doce e latejante

me deixa trêmula e agitada, jogo a cabeça pra trás,

esquecida de mim mesmo.

Deixe a seiva fluir através de nós.

Vamos deixar nossos corpos ditar nossa paixão;

os frutos suculentos e o desejo de vida,

tão excitante de misturas

da polpa do figo, o suco do fruto da videira,

amoras, pitangas, mangas sumarentas,

morangos ardentes.

Deixa escorrer o néctar em meus lábios.

Vem meu amor, esprema coma e chupe

as frutas do meu pomar.

Me consuma...

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Antologia – Premium V

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Luiza Senis (Luana Cller)

Nasceu em 9 de agosto de 1955 na cidade de São Paulo (SP). Vive e trabalha em São Paulo (SP). Poetisa. O lado acadêmico ficou em segundo plano. Autodidata, generalista, passou a ler sobre os mais variados assuntos e claro, a leitura desde cedo e o vivenciar levaram a escrever. Diz a poetisa: escrevi desde menina amo a poesia, faz parte de mim e espero que a poesia seja tratada com respeito para que sobreviva ao caos dos nossos dias; sou uma mulher cheia de sonhos e poesia. As palavras saltaram de sua alma e tomaram vida através de suas mãos. Busca inspiração em: Fernando Pessoa, Pablo Neruda. Cora Coralina e milhares deles. Não tem livros publicados, sendo que já teve vários convites que estão sendo analisados. Opta em lançar no projeto cultural “Premium”, sua estréia literária numa integração como escritores brasileiros e com o mercado nacional, sendo uma vitrine para as suas composições. Contato:

[email protected] Blog e Páginas:

https://www.facebook.com/pages/Lupoemas/260401200821605 Facebook: https://www.facebook.com/luana.cller?ref=ts&fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/luizasenis/

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136

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Antologia – Premium V

137

Alma nua

Trago a alma nua.

Nem um sentimento

enfim você partiu de mim

nem marcas deixou.

Já não lhe tenho amor

não sou capaz de perdoar

o abandono que em mim causou.

Total ausência de amor

que era pra mim

toda uma inspiração

no verso e na canção

hoje descobri...

o erro que cometi

dedicando-me a você

o tempo vai passar

nada terei pra lembrar!

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Antologia – Premium V

138

Marcas que o tempo fez

Foi tudo o que restou.

Marcas e nada mais...

de uma história

que começou tão de brincadeira...

inconsequente.

Parecia acabar num piscar de olhos,

mas ao contrario se fortaleceu.

Criou raiz; tem vida dói e faz sofrer.

As marcas estão na alma ainda

mais profundas mais doloridas...

essas não vão se curar

só quando você chegar!

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Antologia – Premium V

139

Do abstratismo a realidade absoluta

Como numa tela

revivi minha historia.

Passando por mim tão irreal

algo que não chamava minha atenção.

Abstrato,

mas aos poucos as nuances

foram se legitimando...

figuras que antes eram indecifráveis

se moldando;

então com um outro olhar percebi

que a figura antes mal construída

que nenhuma importância

significava em minha vida...

se tornou real.

Já sentia necessidade

de ter todos os dias...

nesse momento percebi

que te queria.

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Antologia – Premium V

140

Eu nada fui pra você

Eu nada fui pra você

enfim entendi.

Tudo se findou

não houve presença de amor.

Tudo muito frio

não me permitiu continuar.

O sentimento

como um cristal espatifou...

a alma teve tempo de vasculhar

e limpar sentimentos.

Retirar o que havia nos cantos

aparar arestas

por fim deixar de sofrer

porque eu nada fui pra você!

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141

Na sua teia

Assim envolvida na sua teia estou...

num emaranhado de fios

que me prendem ao teu coração.

Tão envolvida

que não acho à saída.

Num labirinto impossível

de me encontrar

e nem a você...

perdida de nós dois o que farei

qual o caminho. Não sei!

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142

Suave você

Suave você!

Vêm depressa.

A saudade quer me matar.

Eu já entendi...

sem você não sei ficar.

As noites sem ti se arrastam

em vez de passar

não sinto alegria

se você não está.

Te amo nem sabia.

Cansei de negar,

mas minha alegria

é quando você está.

É tanto desejo!

Parece queimar

e quando eu te beijo

me sinto embriagar.

Por isso te peço corre pra cá.

Meu corpo te quer vêm me saciar

mata meu desejo eu quero te amar.

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Antologia – Premium V

143

Memória

E assim por fazer parte

do meu eu.

Sobrevivi.

No arquivo das minhas memórias

encontrei no subterrâneo de mim...

reminiscências de você.

Imagens envelhecidas

amareladas pelo tempo.

Então cheguei à conclusão.

Você vive...

em meu presente

viveu no meu passado

e eu sou louca por você!

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Antologia – Premium V

144

Retrato de mulher

Um ser alado

asas para facilitar sua locomoção

sentimentos contraditórios

ela mesmo procura se analisar

tem febre de amar...

seu interior por vezes

entra em parafuso.

Todas as funções de uma só vez...

esse ser supremo tem um nome.

Superação! Assim as mulheres são!

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Antologia – Premium V

145

Tatuagem

A minha alma

tem cantos e espaços

que só eu sei

lugares que tive que arejar

só pra te guardar.

Labirintos segredados tão meus...

onde consigo transitar

sem me perder.

Alma repleta de você...

tatuada com seu DNA

sofre por não entender

o porque de sozinha amar

e quando a tristeza se avizinha

verseja o desencanto enfim

de não ter sua alma

fazendo morada em mim...

e paciente espera

que você possa perceber

que o ar que eu respiro

vêm de você.

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Antologia – Premium V

146

Cama vazia

Sinto-me vazia.

Sem esperanças;

no meu barulho

procuro buscar você

que se foi como chegou...

sem cerimônia

nada anunciou

partiu apenas.

Me destruiu.

Tão acostumada ao seu amor

vejo a cama sem você

quero morrer!

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Antologia – Premium V

147

A nossa música nunca mais tocou

Hoje resta apenas a lembrança

e uma ponta de dor.

Já não sou seu amor.

Recordar?!

Dizem... é viver.

Não é bem assim.

Faz muito mal pra mim

o processo é lento,

mas haverá o esquecimento

de tudo que houve entre nós.

Essa música vou deletar...

seus retratos rasgar

e arrancar do peito o motivo

de tanta dor

e matar esse amor.

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Antologia – Premium V

148

Desejo sufocado

Nas paredes nuas

do meu quarto

sinto a sua presença...

seu cheiro o seu calor.

Sinto falta desse amor

que me embriaga..

me enlouquece

e sufocado o desejo anoiteço...

sem você em minhas manhãs

que são de sol,

mas não me aqueço...

pago o preço por estar sem ti

e a tristeza de saber que nunca te esqueci.

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149

Alma apaixonada

Recordações

Tanto te amei não entendia

como haver tamanho sentimento

me inundava a alma

e eis que cada dia que passava...

mais e mais te amava.

Mas algo mudou.

O castelo de cartas

como que por encanto

desmoronou.

O amor desvaneceu.

O verso emudeceu,

sabia aconteceria desse jeito...

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Antologia – Premium V

150

Aconteceu

Uma história como tantas.

Começou tão despretensiosa e a cada dia foi se modificando e esse

amor ficando imenso e enlouquecido que desequilibrou a alma que

por já não ter a calma que era o seu habitual, outro sentimento

chegou se instalou com a força de um furacão; o ciúme em forma da

mais torpe obsessão desmedida acabando com o que restava de

lucidez.

O fim eu vou relatar agora.

Sofrimento muitas lágrimas e uma única certeza... a de jamais se

entregar. Por não ser capaz de amar sozinha e sentir o desprezo

dilacerar o que de melhor descobriu em seu ser sentir ; o amor ser

tratado como uma pedra que passava a incomodar. Com muita dor

teve que enterrar vivo um sentimento que continuava pulsando

fazendo uma promessa ao seu eu interior extinguir do seu ser o

sentimento chamado amor.

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