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Língua Portuguesa Acordo ortográfico de unificação do idioma Pág.6 Foto: Thiago Altafini ABRIL 2008 UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA ANO 24|EDIÇÃO 399 LIDERANÇA Pesquisa mostra o perfil do jovem líder | Págs. 8 e 9

LIDERANÇA - unimep.br · mo”, destaca Maria de Lourdes Barbosa, responsável pela admi-nistração de pessoal e idealiza-dora da cerimônia. Itaipu-Binacional Em março, o Prof

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Língua Portuguesa Acordo ortográfico de unificação do idioma

Pág.6

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ABRIL 2008 UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA ANO 24|EDIÇÃO 399

LIDERANÇAPesquisa mostra o perfil do jovem líder | Págs. 8 e 9

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Sugestões

Vi minha carta com suges-tões publicadas na última edição do Acontece e portanto, meus agradecimentos. Inclusive tenho outras demandas solicitadas pela minha classe. Vou encaminhá-las.

Fábio Leissmann (Gaúcho)4ºsemestre letras-português

Sugestões 2

À equipe do informativo Acontece Unimep, meus cum-primentos. Gostaria de ler ma-térias sobre o comportamento humano e reflexões filosóficas do cotidiano. Quem sabe tam-bém, uma seção que mostre as mudanças dos diversos espaços da Unimep. Ficam as dicas.

Sandra Helena Medinila Ex-aluna

Satisfação

Fiquei muito satisfeito em ter participado da reportagem “Além

das Fronteiras”. Muito obrigado e parabéns pela reportagem!

Leandro P. Santalla Ex-aluno do curso de engenharia

de controle e automação

Gostei

Bela reportagem sobre as pes-soas com deficiência. Ficou clara a preocupação da Unimep com o assunto e os espaços na sociedade que os estudantes com deficiência têm que conquistar. Gostei.

Cristiane BrunoProfessora do ensino médio

Colaboração

Quero deixar aqui minha dis-posição para novas contribuições de informações sobre a Unimep. Estarei sempre disposto a cola-borar com vocês.

Saulo Castellari Pereira Ex-aluno do curso de

engenharia industrial mecânica

Adeus Unimep

Em silêncio me lembro quando pisei em solo universitário pela primeira vez. Isso foi há quatro anos, quando estive no cam-pus Taquaral da Unimep para prestar o vestibular para o curso de licenciatura em ciências biológicas. O que me esperava? Ser um biólogo e ficar imerso em florestas? Talvez. Isso dependerá do futuro. Pois é! Isso foi há quatro anos. Se eu não pensar em silêncio, parece que nada aconteceu e tudo foi rápido... rápido demais! Pode ter sido. Mas então como explicar o fato de estar sentindo tanta falta dos meus amigos, professores, corredores e até das provas? Saudades e alegrias. Eventos breves e vazios não marcam o coração. A saudade se manifesta docemente quando caminha com o amor. Ah sim! O amor que tenho pelos meus ami-gos. O amor que fica nas lembranças das brincadeiras, das saidei-ras, das viagens. Com certeza está tudo gravado nas fotos, posso imaginar os movimentos e faço tudo acontecer novamente. Não me canso de reviver os momentos, pois está tudo ainda fresco na memória. Se as fotos não me deixam esquecer, o meu coração faz-me reviver! E espero não esquecer.

Os olhares cruzados na sala seguidos de risadas gostosas. Sorrisos sarcásticos. Que saudade de brincar de forma descarada com os companheiros! Isso é saudade de verdade. Sacanagem amiga! Ponho quadros em minha memória, ponho os perfumes na minha caixinha, ponho todos vocês no meu cofre. Lutando contra o fim. Mas contra o fim ninguém luta! O fim faz parte. Tranqüilo. Sejamos serenos e aceitemos. Pego outra foto, vivo de novo o momento. Isso é amor. Tranqüilo, meu caro. Dê-me outra foto. Amo-te! Amo a todos. Eu posso amar todas as pes-soas que eu quiser na vida... Saudade!

Felipe Fonseca,Ex-aluno do curso de biologia

2

O Acontece Unimep é uma

publicação do Departamento de

Comunicação e Marketing da

Unimep (Universidade Metodista

de Piracicaba)

Reitor

Davi Ferreira Barros

Pró-reitor administrativoSérgio Marcus Nogueira Tavares

Pró-reitora de graduação e educação continuadaRinalva Cassiano Silva

Pró-reitora de pós-graduação, pesquisa e extensãoRosa Gitana Krob Meneghetti

Gerente de Comunicação e Marketing Jorge Vidigal da Cunha

Jornalista responsável Celiana Perina

MTB - 31.320

Textos Angela Rodrigues

Celiana Perina

Vanessa Piazza

FotografiaThiago Altafini

Seção Foca Jacqueline Brossi

Natalia Gregolin

Projeto e DiagramaçãoOzonio Propaganda e Marketing

Fotolito e ImpressãoGráfica Mundo Digital

A Unimep é mantida pelo Instituto

Educacional Piracicabano (IEP)

Conselho Diretor do IEP

Paulo Borges Campos Júnior

(presidente); Márcio Rillo

(vice-presidente); Clóvis de

Oliveira Paradela (secretário);

Misael Lemos Silva (titular);

Vânia Aparecida Ferreira

Sakiyama (titular) e Leila

Machado Pereira (suplente)

Diretor Geral do IEP

Davi Ferreira Barros

CARTAS

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É COM VOCÊ

Participe!Sua colaboração é muito importante para otimizar o conteú-

do deste jornal. Então, envie críticas, comentários ou sugestões sobre o conteúdo geral ou específico do Acontece Unimep. Faça contato pelo e-mail [email protected], telefone 3124-1646; por carta ou pessoalmente, no endereço rodovia do Açúcar, Km 156, Taquaral (Piracicaba), CEP 13400-911, 1º andar do prédio administrativo, no Departamento de Comunicação e Marketing da Unimep.

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3AMBIENTEUNIMEP

PARCERIA CONTRAO PARKINSON

Sintomas e CausasO mal de Parkinson é uma doença neurológica que afeta os movimentos e causa tremores, lentidão, rigidez, desequilíbrio e alterações na fala e escrita. Ela é lenta, degenerativa e sem cura total. No entanto, não é fatal, contagiosa ou afeta a capacidade intelectual. Existem inúmeros tratamentos que garantem uma rotina semelhante à que teriam sem a doença.

Também não há evidências de que o mal de parkinson seja he-reditário. Apesar de os avanços científicos, ainda continua incu-rável e sua causa continua desconhecida. Ela foi descrita pela primeira vez em 1817, pelo médico inglês James Parkinson.

À frente de um espelho, elas repetem os movimentos contí-nuos orientados pela estagiária, com sorriso e disposição envol-ventes. Portadoras da doença mal de Parkinson (leia texto nesta página) Sílvia Helena Rigoldi Simões, 55, e Vanderli Zatarim Libardi, 52, desenvol-vem exercícios terapêuticos que visam o relaxamento, alonga-mento, equilíbrio, coordena-ção e a melhora de postura. O atendimento do qual participam é uma das atividades decorren-tes da parceria informal entre a Unimep, por meio da Clínica de Fisioterapia, e a Associação Brasil Parkinson núcleo Piraci-

caba, implantada em 1992, que tem como meta, socializar e in-tegrar pacientes com diagnósti-co de parkinson.

Com o convênio, 30 dos 40 associados ao núcleo Piracicaba são atendidos mensalmente em sessões individuais ou em gru-po. Trata-se de uma oportunida-de de interação. “Quando des-cobri que tinha parkinson fiquei muito abalada e deprimida. Hoje não consigo mais ficar longe das atividades da clínica. As dores começaram a diminuir, houve um enrijecimento dos músculos e comecei a me sentir melhor”, avalia Vanderli, que há quatro anos soube do diagnóstico.

Prática O atendimento com exercícios

fisioterápicos ocorre duas vezes por semana e é realizado por dez alunos dos 7º e 8º semestres do curso de fisioterapia da Unimep sob a supervisão da professora Izabel Baraldi. “É uma parceria de ação e boa vontade, a partir do contato entre os órgãos e pela qual também foram promovidas várias palestras. De 1992 a 2005 as atividades ocorriam esporadica-mente, mas a partir de 2006, foram reiniciadas com mais freqüência”, afirma Izabel.

A docente conta que a clíni-ca deu assistência à associação desde a sua implantação, com atendimento associado à doença. Em 2007, cedeu espaço também para a realização das tardes de terapias, evento mensal promo-vido de setembro a dezembro, direcionado aos parkinsonianos e aos seus familiares. Entre os

temas abordados, estão higiene bucal, noções de artes plásticas e exercícios de fala, ministrados por profissionais da saúde e áreas específicas, que atuaram como voluntários.

E não é somente por meio dos exercícios que a parceria gera resultados. Dez monografias e trabalhos de conclusão de curso foram produzidos pelos alunos de

fisioterapia da Unimep, além de um projeto de iniciação científica, coordenado por Izabel e por Carlos Alberto Fornasari, também docente do curso. De acordo com ela, para este ano, há a intenção de se fir-mar novos projetos de extensão e pesquisa e elaborar um programa multidisciplinar, envolvendo outros cursos da área da saúde existentes na universidade.

Maria Lúcia Pianelli, presidente da Associação Brasil Parkinson, e Izabel Baraldi, professora do curso de fisioterapia

Pacientes em atividade na clínica

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4 SALADENOTÍCIAS

PesquisaUm grupo de professores do

mestrado profissional em ad-ministração da Unimep progra-mou uma série de seminários de pesquisa para ocorrer ao longo deste ano. A proposta da inicia-tiva, que tem entrada gratuita e é aberta à comunidade, é discutir e socializar temas de pesquisa desenvolvidos pelos docentes no campo da administração. No dia 24, às 13h, no Anfiteatro de Pes-quisa, do bloco 7, André Sathler Guimarães, diretor da Faculdade de Gestão e Negócios, fala sobre Privacidade e Marketing Perso-

nalizado, a segunda palestra do programa.

Vida saudável A professora Miriam Coelho

do curso de nutrição da Unimep ministra palestra no próximo dia 16, às 19h30, no Sesc Piracica-ba. Na ocasião, ela, que é dou-tora em ciências dos alimentos pela Universidade de Reading (Inglaterra), fala sobre a impor-tância do consumo de alimentos funcionais como parte de uma dieta e vida saudável. A entra-da é gratuita. Informações: (19) 3437-9292.

Matemática A coordenadora do curso mú-

sica – licenciatura, Débora Letí-cia, ministrou palestra aos alu-nos de matemática-licenciatura e química-licenciatura, no campus Centro. Na ocasião ela falou so-bre a ligação entre as proporções numéricas e os harmônicos mu-sicais. Esta descoberta no pas-sado levou o matemático grego Pitágoras e seus discípulos a ela-borarem uma visão mística do mundo fundada sobre a noção de número. A docente do curso de física Maria Guiomar Tomazello diz que o objetivo é descompar-timentalizar o saber e mostrar como as diferentes áreas se rela-cionam.

Despedida Com os dizeres “Amigos não

se separam. Apenas seguem ca-minhos diferentes”, um grupo de funcionários da Unimep eterni-zou, por meio do plantio de uma árvore no campus Taquaral, a presença da funcionária Maria Therezinha Coelho Wakasugui, 60, na história da instituição. A homenagem ocorreu em março e contou com a participação de cerca de 30 pessoas. “A Therezi-nha trabalhou na Unimep por 28 anos, e nesse tempo foi exemplo de dedicação e companheiris-mo”, destaca Maria de Lourdes Barbosa, responsável pela admi-nistração de pessoal e idealiza-dora da cerimônia.

Itaipu-BinacionalEm março, o Prof. Dr.

Francisco Negrini Romero foi convidado pelo Instituto Harpia Harpyia, cujo pre-sidente é Dom Mauro Mo-relli, para dirigir a oficina Pesquisa Participante Cons-cientizadora, Sistematização

Participante e Planejamento Estratégico Participativo, na Itaipu-Binacional, a maior hidrelétrica do mundo em ge-ração de energia. A iniciativa foi realizada a partir da ex-periência prática do docente com trabalho desenvolvido na comunidade do bairro Parque Piracicaba (Balbo).

Inscrições Abertas A 16ª edição do Salão Uni-

versitário de Humor de Piraci-caba – Unimep amplia a possi-bilidade de participação, já que agora não só universitários de graduação e pós-graduação da América Latina, como de todo o mundo, podem mandar seus de-senhos. As inscrições, que são gratuitas, se encontram abertas até 26 de maio e podem ser fei-tas pessoalmente, pela internet ou pelo correio nas categorias charge, cartum, caricatura e HQ (História em Quadrinhos). Dados sobre regulamento, bem como ficha de inscrição, fotos de salões das edições anterio-res, história e obras premiadas se encontram no site www.uni-mep.br/salaodehumor

Informações no tel. (19) 3124-1611 (das 8h às 12h) ou no e-mail [email protected]

Em Portugal Para apresentar a metodologia de elaboração do documen-

tário-ficção “Imagens da Cidade” (1998), estrelado pela atriz Letícia Sabatella, a coordenadora do curso de rádio e TV da Unimep, a cineasta Maria Thereza Azevedo, participou na úl-tima semana de março do Seminário do Porto 2008. Realizado na Cidade do Porto, em Portugal, o evento foi multidisciplinar e contou com a participação de profissionais de todo o mundo e de várias áreas do conhecimento. A docente foi a única brasi-leira a participar do evento.

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5SALADENOTÍCIAS

MEU NOME É...Não só para aqueles que chegam à universidade, como também aos que estão há mais tempo, nem sempre é fácil identificar os responsáveis pelas unidades acadêmicas. Para facilitar e au-xiliar sua estada, o Acontece Unimep publica nesta edição a equipe da Faculdade de Ciências da Saúde. Confira também a equipe de outras Faculdades nas edições anteriores do informa-tivo, disponíveis para consulta nas bibliotecas de cada campus.

Diretor Olney Leite Fontes

Coordenadores

Clauberto de Oliveira Costa

Educação física (bacharelado e licenciatura)

Vera Lúcia Mendiondo Osinaga

Enfermagem

Thais Adriana do Carmo

Farmácia

Maria Silvia Mariani Pires de Campos

Fisioterapia

Ana Cláudia Balieiro Lodi

Fonoaudiologia

Patrícia Carreira Nogueira

Nutrição (Taquaral)

Luciene de Souza Venâncio

Nutrição (Lins)

A Unimep e a Ideal Invest oficializaram parceria que be-neficiará calouros e veteranos dos quatro campi da institui-ção: Taquaral e Centro, ambos em Piracicaba, Santa Bárbara e Lins. Trata-se do programa de crédito universitário Pravaler, que permite financiamento de estudos de até 50% e com amplo prazo de pagamento. O benefí-

cio é válido também aos alunos evadidos e com mensalidades atrasadas.

Diferentemente do Fies (Fi-nanciamento Estudantil) e do Prouni (Programa Universidade para Todos), não é necessário comprovar carência de recursos para conseguir o crédito, já que o Pravaler não é um programa de desconto ou de bolsa de es-

tudo. Entre as facilidades estão o parcelamento de até cinco mensalidades em aberto, inclu-sive rematrícula. Detalhes sobre inscrições, prazos de pagamen-tos, valores de financiamentos e simulador de crédito podem ser obtidos no site www.creditopra-valer.com.br Na Unimep, infor-mações no tel. (19) 3124-1666 (Atendimento Integrado).

CRÉDITO E TUDANTIL

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6 NOSSALÍNGUA

Vanessa Piazza [email protected]

“Nova data é estabelecida no Brasil para o início do processo de implementação do acordo or-tográfico da língua portuguesa, que foi assinado pelos oito pa-íses que têm o português como idioma oficial – Brasil, Angola, Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé, Príncipe e Timor Leste”. Ao ler a informação acima, a impressão que se tem é de tratar-se de um

“déjà vu” de algum noticiário da década de 90, ou quem sabe de 2005, 2006 ou 2007. Na reali-dade o dado é recente, já que o tema voltou a gerar inquietações, principalmente no Brasil e em Portugal, dois pilares da reforma ortográfica assinada há exatos 18 anos e que já contou com muitos prazos e critérios para entrar em vigor. Até hoje nenhuma mudan-ça ocorreu na prática.

Entretanto, parece que um novo passo foi dado. O Conselho de Ministros de Portugal, país

de grande peso político e pai da língua portuguesa, aprovou a re-forma no último dia 6 de março. Mas será que agora o acordo sai do papel? Em entrevista por te-lefone ao jornal Acontece Uni-mep, o presidente da Comissão de Língua Portuguesa (Colip), órgão ligado ao MEC (Ministé-rio da Educação) e responsável pelo assessoramento quanto às propostas brasileiras sobre a uni-ficação ortográfica, Godofredo de Oliveira Neto, conta que a aprovação do acordo pelo Con-

MAIORIDADEORTOGRÁFICA

selho de Ministros de Portugal representa um grande avanço e demonstra o desejo político de o país retomar as discussões e cumprir o compromisso assumi-do em 1990.

Mas vale ressaltar que as al-terações na ortografia ainda es-

tão longe de se concretizarem de imediato. Em Portugal, o acordo terá que ser aprovado pelo Con-gresso e depois pelo Presidente da República, Mário Soares, para então traçar um plano de transi-ção. Já no Brasil, mesmo com a aprovação nas diversas esferas, Neto afirma que em 2009 ocor-rerá a partida para o processo de implementação, que de acordo com previsões anteriores do Mi-nistério da Educação teria esse ano regras ortográficas estampa-das nos livros didáticos, dicioná-rios e gramaticais.

“Num primeiro momento am-pliaremos a divulgação das mu-danças gramaticais. Gostaríamos também de ouvir a população, os representantes das universidades e editoras e a própria mídia. Se a recepção for positiva, precisa-remos de aproximadamente dois anos para preparar a reformu-lação dos materiais didáticos e então estabelecer um prazo mí-nimo de cinco anos para concluir o processo”, avalia.

Prós e Contras Longe de um consenso, que conforme destaca Neto, não

existe nem mesmo entre os integrantes da Colip, especialistas da área de letras da Unimep que falam sobre prós e contras da padronização ortográfica. Para Josiane Maria de Souza, coor-denadora do curso de letras-licenciatura em português, o úni-co ganho que a reforma traz diz respeito a questões políticas e diplomáticas, que visa a conferir mais força internacional à língua portuguesa, já que o português é a terceira língua oci-dental mais falada no mundo, perdendo apenas para o inglês e o espanhol. No entanto, é a única que apresenta mais de uma grafia oficial. Ainda segundo Josiane, o tema deve gerar muita discussão, pois para a população portuguesa, mexer no idioma é mexer naquilo que a identifica, já que possui uma relação de identidade cultural e social com a língua.

Na opinião de Luiz Fernando Fonseca Silveira, professor de português dos cursos de jornalismo, letras português e fisio-terapia da Unimep, as mudanças são naturais. “Sempre há uma preocupação em atualizar a escrita de acordo com as mudan-ças que ocorrem na forma falada do idioma. Considerando que a escrita é uma convenção, motivada por questões históricas, creio que não há como ser contra, pois quer na oralidade quer na escrita não há como estancar as mudanças, já que a língua é dinâmica e viva”, diz.

Para o presidente da Colip, a unificação ortográfica propi-cia uma maior circulação de materiais e a abertura de mercados entre os países de língua portuguesa, facilitando a documen-tação em fóruns internacionais, como na ONU (Organização das Nações Unidas). Leia mais na coluna Em Bom Português, na página 7.

Principais Mudanças*Não se usará mais hífen:

-quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como em contrarregra e infrassom. Exceção: o hífen será mantido quando os prefixos terminam com r como em hiper e super

-quando o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar com uma vogal diferente. Extraescolar e autoestrada

*Trema deixará de existir, exceto em nomes próprios e derivados

*Não se usará mais acento para diferenciar

-pára (flexão do verbo parar) de para (preposição) -pélo (flexão do verbo pelar), pêlo (substantivo) e pelo (combinação da preposição com o artigo).

*O alfabeto passará a ter 26 letras, ao incorporar as letras k, w e y

*Não se usará mais acento circunflexo

-nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos ler, crer, dar, ver e seus derivados. -em palavras terminados em hiato oo, como enjôo que será enjoo.

Não se usará mais acento agudo - nos ditongos abertos ei e oi de palavras paroxítonas, como assembléia e jibóia. - nas palavras paroxítonas, com i e u tônicos, quando precedidos de ditongo, como feiúra que passa a ser grafada feiura.

Fonte: Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

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SINTONIZADO 7

IDIO

MA

Em Bom Português

DUAL CORE CORE DUO

Nesta edição da seção de in-formática a dica é para aqueles que desejam comprar ou trocar o computador. Nesse sentido, fique atento aos termos “Dual Core” e “Core Duo”, que são gerações de processadores – cir-cuitos integrados de controle das funções de cálculos e tomadas de decisões, uma espécie de cérebro do computador – para rodar apli-cação multitarefa, que consiste na capacidade de realizar tarefas simultaneamente, principalmente de equipamentos móveis como “notebooks”. Apesar dos nomes semelhantes, as duas tecnologias apresentam diferenças.

O “Core Duo” é uma geração de processadores fabricada pela Intel e trabalha como se fossem dois cérebros em um. Ele foi

projetado para rodar sistemas operacionais de 32 bits – isso re-presenta a quantidade de dados e instruções que o processador consegue trabalhar por vez – como o Linux, Windows® XP ou Windows Vista™. Eles são mais velozes se comparados às gerações anteriores e é o compo-nente fundamental na tecnologia dos processadores Intel Centri-no. Isso é possível devido à tec-nologia chamada Napa (National Adaptive Processing Architectu-re), que surgiu posteriormente à batizada de HT (Hyper Threa-ding), que foi utilizada em diver-sos equipamentos da Intel.

Já o “Dual Core”, nome que a AMD – Advanced Micro Devi-ces, (concorrente da Intel) utiliza em seus processadores com du-

plo núcleo – dois processadores dentro de um chip – é batizado de X2 e geralmente preparado para rodar em 64 bits, possui prote-ções especiais contra os vírus MSBlaster e Slammer, se estiver rodando Windows® XP Service Pack 2 ou Windows Vista™. É compatível com os concorrentes da Intel.

Então, ao adquirir um novo equipamento observe qual o fa-bricante do processador e veri-fique o sistema operacional que será instalado, pois a escolha correta será fundamental para a utilização integral dos recursos disponíveis, além de garantir uma maior rapidez.

Departamento de Tecnologia e Informática da Unimep (DTI)

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Norma Culta A unificação da escrita do português nos países que o adotam como língua oficial tem gerado muita polêmica, afinal as mu-danças ortográficas tra-zem dúvidas a todos. Po-

rém, tem contribuído de modo significativo para que o nosso idioma seja repensado, discutido e avaliado.

O português é uma ferramenta essencial na carreira e no crescimento pessoal. No campo profissional pode fazer a diferença entre o emprego e desemprego nos testes de admissão. Os profissionais de todas as áreas que têm o domínio do idioma, geralmente, acabam sendo mais bem avaliados pelos seus superiores, pois demonstram ter elaboração de pensamento e ra-ciocínio lógico, além de segurança. Há de se pensar também que a linguagem é a base de tudo, ou seja, sem ela todos os outros aprendizados ficariam com-prometidos. Como resolver equações de matemática ou física se não souber interpretar corretamente os enunciados dos problemas?

Muitos brasileiros não dominam o próprio idioma – en-tenda-se a norma culta da língua portuguesa –, em razão de vários fatores, inclusive as deficiências existentes no sistema educacional brasileiro, especialmente no tocante à educação básica. Entretanto, é possível ter esse conhe-cimento. Primeiramente, exorcize os terríveis fantasmas “português é difícil” e “já sei o suficiente”. Toda língua, seja qual for sua origem, tem sua complexidade e o es-tudo a seu respeito não tem fim, é um eterno desafio, ou seja, jamais saberemos tudo. Assim, em certas ocasiões, errar será inevitável, porém, por meio de estudos, dedi-cação e persistência, pode-se errar cada vez menos.

Para atingir esse objetivo, alguns procedimentos são fundamentais: cultive o saudável hábito da leitura. Se não puder ler bons livros, leia revistas, jornais, informativos, sites, bulas de remédio, mas leia! Use e abuse de dicionários, gramáticas, manuais de re-dação, sites sobre o tema, etc. Utilize os serviços e acervos das bibliotecas municipais e das escolas. Enriqueça seu vocabulário. Seja curioso. Ao se de-parar com palavras desconhecidas, busque seus significados e tente aplicá-las no seu dia-a-dia. Ao falar, procure fazê-lo com clareza, simplicidade e objetividade. Analise seus textos escritos com rigor. Dificilmente, um texto está pronto na primeira ver-são. Sempre podemos melhorá-lo. Enfim, seja um bom usuário da norma culta da língua portuguesa e encante-se com seu uso e aprendizado.

Mirian de Fátima PollaGraduada em letras e funcionária da Unimep

Comentários, críticas e sugestões: [email protected]

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CAPA 8

Angela [email protected]

O papa Bento 16, o trei-nador da seleção de vôlei brasileira, o Bernardinho e o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva são, em segmentos diferen-tes, lideranças. E você, se considera um líder? Ou al-guma vez já pensou no as-sunto? A pesquisa Percepção do Jovem de Piracicaba so-bre o Conceito de Liderança, desenvolvida por seis alunos do 7º semestre do curso de economia da Unimep e atu-ais membros da diretoria executiva da Empresa FGN Consultoria Jr. (leia texto nesta página) trouxe o tema à tona e concluiu, em linhas gerais, que os jovens entre 15 e 24 anos são apáticos

NOSSOS JOVENS LÍDERESquando o assunto é ser um líder.

E mais, a pesquisa que teve 305 jovens de institui-ções públicas e privadas en-trevistados, concluiu tam-bém que a maioria deles não se vê como um líder, mas acredita que a capa-cidade pode ser adquirida aos que se predisponham ao objetivo. Mesmo assim, apontaram que um líder é alguém que age com de-terminação e se preocupa com o bem-estar das pesso-as com as quais trabalha. A pesquisa foi realizada entre os meses de agosto e no-vembro de 2007.

Com alguns universitá-rios, a postura não é dife-rente. A piracicabana Lígia Martins, 20, que cursa o 5º semestre de educação fí-sica, prefere passar as res-

ponsabilidades de liderança aos colegas de classe a ter de tomar as decisões pelo grupo. “Na fa-culdade, não sou líder e também não ligo. Deixo mais para os ou-tros correrem atrás. Para mim, ia ser muita dor de cabeça”, afirma. Entretanto, a posição muda quan-do o cenário é a sua residência. “Na minha casa, a palavra final é minha”, enfatiza a estudante, que mora com a mãe e a irmã.

O comportamento esporádico também é adotado por Andressa Zanchetta, 20, aluna do 3º semes-tre de nutrição. “Sou líder apenas quando o assunto é animar a ga-lera. Nunca parei para pensar em assumir esse papel seriamente”, diz. Para ela, as pessoas aptas à liderança nascem mais comuni-cativas e devem ter bom senso, ter calma, saber ouvir para deci-dir e, principalmente, saber lidar com o outro.

“Acho que a juventude atual está de-sinteressada pelos assuntos de responsabi-lidade geral e social”, opina Victor Costa Cordeiro, 18, aluno do 1º semestre de ad-ministração, que também não se considera e nem almeja ser um líder. Em sua opinião, um líder deve ser uma pessoa preparada, com determinação, personalidade e, acima de tudo, sociável. “Os líderes se formam ao longo da vida. Qualquer pessoa pode ser, desde que tenha interesse”, fala Cordeiro, para quem o país tem bons representantes apenas no esporte e cultura.

Para Guilherme Macedo, 23, aluno do 3º semestre de rádio e TV, a juventude atu-al está mais para ser liderada do que para liderar. “Infelizmente, nossos exemplos de líderes hoje são ex-participantes de “reality shows”, como o Big Brother Bra-sil, exibido pela Rede Globo de Televisão, e políticos idiotas. Nossos modelos atuais de liderança são complicados. Não vejo a posição com bons olhos por causa da situa-ção atual”, ressalta Macedo, para quem um líder deve manter o foco no bem comum e querer servir o próximo.

Victor, Andressa, Guilherme e Ligia

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CAPA 9

Consultoria JR. A FGN Consultoria Jr. nasceu em 1997

e parou em 2004. Em julho de 2007, vol-tou à ativa por iniciativa de Diego Fantim, Aline Pelaes, Breno Costa, Luiz Casemiro, Mayara Oliveira e Mateus Santos, alunos do 7º semestre de economia, que atuam sob a coordenação da direção da faculdade.

A Empresa Jr. presta consultoria, as-sessoria contábil, orienta e desenvolve projetos nas áreas de economia, contabili-dade e negócios internacionais, gastrono-mia, comércio exterior, ONGs, entidades privadas e públicas. “Nosso maior bem é o conhecimento. Recebemos o pedido dos clientes, contatamos professores e orienta-dores e recrutamos os consultores da área. São os alunos que fazem os trabalhos e ao final recebem um certificado com especifi-cação da carga horária”, conta Fantim.

Localizada no campus Taquaral da Uni-mep (rodovia do Açúcar, km 156), a FGN Consultoria funciona de segunda a sexta-fei-ra, das 8h às 12h e das 13h às 18h, no bloco 5. Informações pelo tel. (19) 3124-1567.

NOSSOS JOVENS LÍDERESCausa e Efeito

As razões do atual desinte-resse pela maioria da juventude decorrem de vários motivos. Segundo Magali Rodrigues Ser-rano, 45, mestre em psicologia da educação, docente do curso de psicologia e coordenadora do Centro de Estudos Aplicados em Psicologia (CEAPsi) da Unimep, o contexto ideológico e econô-mico vigente faz com o que o jovem de hoje permaneça mais tempo na casa dos pais, demore mais para constituir sua própria família ou assumir outras res-ponsabilidades, como lideran-ças. “Além de ser mais vantajoso em termos econômicos, já que o mercado de trabalho está satura-do”, afirma.

A docente argumenta tam-bém que cada vez mais as pesso-as se preocupam apenas consigo mesmas, sem assumir a posição de líderes, pois os que aceitam

Principais Qualidades • Saber se comunicar; • Ser justo e ético;

• Saber ouvir; • Assumir responsabilidades;

• Motivar pessoas.

Fonte: Empresa FGN Consultoria Jr.

o desafio estão sujeitos a co-branças e retaliações. “O jovem está mais apático não somente à liderança, mas a uma série de acontecimentos sociais e cultu-rais, entre os quais a participação política”, declara. A apatia tam-

bém é uma fase que deve ter fim, na opinião de Magali. “Acredito que gradualmente as coisas ten-dem a mudar. Em determinado momento, o indivíduo se cons-cientiza de que não pode viver isolado”, destaca.

Professora e psicóloga Magali Serrano

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Líder Ideal Na opinião dos entrevistados durante a pesquisa Percepção do Jovem de

Piracicaba sobre o Conceito de Liderança, 53% não se considera líder,

contra 47% que afirma sê-lo. Para 46% deles, um líder é determinado,

preocupado em alcançar objetivos, exigente e cobra resultados e para 61%

desenvolve a liderança ao longo de sua trajetória. O Brasil não possui bons

líderes, de acordo com 62%, e a posição independe de sexo para 86%.

Já as lideranças mais citadas como modelos foram: papa Bento 16 no cam-

po religioso; Bernardinho no segmento esportivo; Lula no político; Irmã

Doroth Stang como líder comunitária e Roberto Justus como líder empre-

sarial.

“O jovem está mais apático...”

Integrantes da diretoria da FGN Consultoria Júnior

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FOFOCANÃO!SÓFOCA 10

CADA VEZ MAIS CEDO

“Foi um aprendizado gratificante, em que a gente pôde colocar em prática o que aprendemos. A

dificuldade maior foi em levantar fontes que tivessem a disposição de falar sobre o

assunto ou até mesmo assumir uma plástica, mas a profissão é cheia de

obstáculos”.

Jacqueline Brossi “A possibilidade de se ter contato

próximo com a profissão nos foi bas-tante válida, uma vez que no curso de jornalismo não nos é permitido (por

lei) o estágio. Pudemos vivenciar, mesmo que brevemente, os per-

calços da rotina jornalística e nos testar enquanto

profissionais, o que torna o aprendi-

zado acadê-mico mais completo”.

Natália Gregolin

O Brasil vive uma nova re-alidade em relação às cirurgias plásticas estéticas, que estão mais acessíveis e cresceram em quanti-dade e diversidade. E um dos da-dos que mais chamam a atenção é que elas são feitas por jovens com idade entre 18 e 25 anos. Pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) dão conta da realização de cerca de 700 mil cirurgias desta natureza por ano. Deste total, 105 mil, o que equivale a 15%, são feitas por “teens”. Há dez anos a ade-são era de apenas 5%. Ainda con-forme dados da SBCP a procura maior é por cirurgias de lipoaspi-ração e aumento ou diminuição das mamas.

É a busca por uma barriga sa-rada, seios turbinados, bumbum arrebitado e orelhas alinhadas, imperfeições que para muitos quanto antes forem corrigidas, melhor. A estudante Estela Aggio Possignollo, 21, do 7º semestre de jornalismo ajuda a engordar esta lista. Há um ano e oito me-ses, ela fez um implante de 280 ml de silicone em cada mama. “Achava meus seios muito des-proporcionais para o meu corpo, que tem muitas evidências”, jus-tifica. Satisfeita com o resultado, Estela tem consciência de que sua iniciativa foi motivada pelo apelo estético. “Está relacionada à beleza sim, queria que a minha aparência ficasse melhor e não desproporcional”, destaca. Uma nova cirurgia não está nos planos imediatos da estudante.

Paulo, 21, (que não permitiu a publicação de seu verdadeiro nome com receio de retaliação) se submeteu a uma ginecomas-tia – redução do peito masculino. “Além da questão estética, a ci-rurgia foi recomendada, porque a minha glândula mamária havia inflamado, o que foi um dos mo-tivos pelo qual ela se desenvol-

veu. Apesar de estar satisfeito, não faria outra, pois o pós-ope-ratório é doloroso e complicado”, conta.

Mesmo com o aumento da procura por cirurgias, a insegu-rança ainda adia decisões. Da-niele Rosolen, 21, do 6º semes-tre de publicidade e propaganda, gostaria de fazer uma correção de septo e aproveitar a mesa de cirurgia para realizar uma plásti-ca no nariz.

EstereotipadaPara o especialista em estéti-

ca e cultura de massa, o diretor da Faculdade de Comunicação da Unimep, o professor Belarmi-no César Guimarães da Costa, a cirurgia plástica em jovens, a ri-gor, expressa a insatisfação com o próprio corpo e a angústia nar-císica de ser em função de ter a aparência valorizada pela moda e pela indústria da beleza. “Na vida contemporânea, em função da linguagem publicitária e da mercantilização de tudo, o ideal de beleza está associado àquilo que é jovem, esbelto e que escon-da as marcas do tempo”, destaca.

Nesse sentido, o estudante Thiago Dantino, 21, do 5º se-mestre de fisioterapia da Unimep critica a busca incessante pela perfeição e pondera riscos que envolvem qualquer cirurgia. Em sua opinião, é válido buscar aju-da médica somente em casos de incômodo ou prejuízo ao psico-lógico.

Riscos e CuidadosAssim como em qualquer

outra cirurgia, a decisão de submeter-se à uma intervenção estética deve ser realizada com precauções, entre as quais uma das mais importantes: conhecer o profissional e tudo sobre a

intervenção esco-lhida. O cirurgião plástico do Hos-pital Samaritano de Capinas, Mário de Mo-raes, fala que como em qual-quer outra cirurgia, a plástica possui riscos que podem ser acentuados nos ado-lescentes, uma vez que o corpo ain-da está em for-mação. “Muitas vezes, os jovens são impulsivos e imediatistas, portanto, uma in-tervenção cirúrgica do gênero deve ser avaliada com rigor”, acrescenta.

Antes de optar por uma in-tervenção e para um resultado mais satisfatório, os especia-listas também recomendam cuidados com reações de me-dicação, sedativos e anestesia, bateria de exames preparatórios, conhecer os procedimentos pré e pós-operatórios e conversar com o especialista para que se esclareçam todas as dúvidas e riscos. “Assim o resultado tem chances de ser mais satisfató-rio”, diz a psicoterapeuta Maria Benedita Rodrigues.

Entrevistas de Jacqueline Brossi e Natalia Gregolin, alunas do 7º semestre do curso de jornalismo e orientadas pelo coordenador do curso de jornalismo, Paulo Roberto Botão.

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11INTERCÂMBIO

Ao desenvolver a monogra-fia para a conclusão do curso gestão de negócios internacio-nais da Unimep em 2003, o ex-aluno Gustavo Leoce, 28, não imaginou que o projeto seria o passaporte para o seu mestra-do em gestão de transportes na Université Libre de Bruxelles (ULB), na Bélgica, entre 2006 e 2007. O que parecia impossí-vel, a princípio, tornou-se re-alidade graças a um convênio firmado em 2002 entre a Uni-mep, por meio da Assessoria para Assuntos Internacionais, e a Universidade de Liége, na Bélgica. “O curso foi espeta-cular. Pude estudar todos os modais de transporte e viver onde o sistema efetivamente funciona. Cresci intelectual e profissionalmente. Revi valo-res, despertei para novos pon-tos de vista. Minha turma era formada por mestrandos de vá-rias nacionalidades. Foi como se eu fosse bombardeado cul-turalmente”, analisa.

O pontapé inicial foi dado a partir da elaboração da mo-nografia Estudo Sobre o De-senvolvimento do Sistema de Transporte Ferroviário. Apo-geu, Decadência e a Nova Ati-vidade Ferroviária no Brasil, para a conclusão da graduação. Após finalizá-la, em 2003,

Leoce entregou uma cópia do trabalho traduzido em francês para Jean Marchal, pesquisador e criador do Centre Interuniver-sitaire d’Etudes de la Mobilité (Ciem), com sede em Bruxelas (Bélgica), em um dos seus semi-nários promovidos na Unimep. Ao ler o projeto, Marchal indi-cou ao ex-aluno o programa de bolsas de estudos. “As indica-ções do professor e da Unimep foram fundamentais no dossiê de candidatura. Eram apenas nove vagas para o meu mestrado e fui selecionado entre mais de 300 candidatos de todas as par-tes do mundo”, explica ele, que conta que recebeu bolsa com passagens ida e volta, ajuda de custo para instalação, despesas de transporte, alimentação, via-gens técnicas e compra de mate-rial didático, além de um salário mensal para despesas gerais. A moradia foi reservada pelo ser-viço social da Université Libre de Bruxelles.

Em contrapartida, Leoce dedicava-se integralmente aos estudos. “Participava de con-ferências, feiras e congressos realizados na própria ULB ou em outras instituições, além das aulas de segunda a sábado, nos períodos vespertino e noturno”, destaca.

No período em que esteve fora, ele fez 16 visitas técnicas na Bélgica, França, Alemanha e Holanda, nas quais conheceu as mais modernas e sofisticadas instalações de transportes. A tese de mestrado A Integração Euro-péia do Transporte Ferroviário de Mercadorias veio pela partici-pação em um estágio acadêmico no Departamento de Geografia de Transportes da Université Ca-tholique de Louvain (UCL).

AtuaçãoAo retornar, em outubro de 2007, o profissional recebeu

várias propostas de trabalho de empresas e multinacionais, mas optou por aceitar o convite para lecionar no curso de negócios internacionais da Unimep e logística internacional em outra faculdade. Hoje concilia as aulas com o trabalho integral no escritório de logística integrada e comércio exterior Simetrans, em Piracicaba. “Tive o privilégio de estudar e conhecer o que existe de mais moderno na área. Aplico o conhecimento ad-quirido na assessoria e transmito aos alunos os conceitos e as experiências vividas”, conta.

PASSAPORTE PARAO MESTRADO

Universidade Livre de Bruxelas

Bruxelles Catedrale ST-Michel

Bolsa de Bruxelas - Bélgica

O projeto de conclusão do curso de Gustavo Leoce foi o passaporte para um estudo no exterior.

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12 UNIVERCIDADES

ESQUEMA TÁTICOROSARINO

A história é de quatro argen-tinas. Todas elas conhecem o Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba, mas, obviamente, Julieta Garcia, 24, prefere Mara-dona a Pelé, afinal, segundo ela, cada nação deve defender o seu próprio futebol. Nadia Catelli, 23, está ansiosa para assistir um clássico entre Corinthians e Pal-meiras, pois o alvinegro teve em suas fileiras um de seus conterrâ-neos, o jogador Herrera. Já Flo-rencia Luzia Vignatti, 22, e Sa-brina Paili, 23, não ligam muito para futebol, mas acompanham jogos às vezes. Nadia, Julieta, Florencia e Sabrina, que residem em Rosario, na Argentina, loca-lizada a 300 km a noroeste de Buenos Aires, e desde novembro estão em Piracicaba, são perso-nagens da 7ª edição do Univer-Cidades, que traz experiências

de estudantes de outros municí-pios, Estados e países.

Em Piracicaba permanecem até junho por meio de um in-tercâmbio firmado entre a Uni-mep (Universidade Metodista de Piracicaba) e a Universidad del Centro Educativo Latino-americano (Ucel), a primeira universidade metodista funda-da na Argentina. Para as quatro conterrâneas do revolucionário e também rosarino Ernesto Che

Costumes Tal como o chimarrão, é

comum na Argentina o preparo de uma bebida feita com erva e água quente, conhecido como mate, e preparado por elas por meio de um produto conheci-do como Playadito. O contato com a comida também foi difí-cil. “Aqui é tudo frito, há muita fritura até no café da manhã”, explica Florencia, que ao lado das colegas prefere preparar o próprio alimento, à base de muita salada e produtos envia-dos pelos pais. Florencia optou em cursar nutrição e participa de estágios nos bairros Jardim Oriente e Bosque dos Lenhei-ros. De acordo com ela, ir de um ponto a outro é um proble-ma. “Não tem comodidade e os ônibus são antigos. Tem de se levantar muito mais cedo para

Guevara (1928-1967), a tempo-rada em terras brasileiras, an-tes conhecidas em período de férias, tem sido importante na trajetória profissional e pessoal. E de muitas mudanças culturais. A começar pelo movimento e ritmo de vida dos dois lugares. “Piracicaba é bonita, apesar de não ter muitas coisas para fa-zer. As lojas do Centro fecham muito cedo e tudo é bem mais tranqüilo. A vida em Rosario é mais ativa: há cinemas no Cen-tro, nos shoppings, nos bairros, perto ou longe. Para compras as opções são muito melhores”, compara Julieta, formada em engenharia de alimentos e que veio em busca de estágios em empresas da área.

Nadia, que cursa disciplinas dos cursos de administração de manhã e economia à noite, con-

corda com a amiga, mas ressalta que há algo muito forte e natural nos brasileiros: o acolhimento e a simpatia. “Acho que os pira-cicabanos são solidários e aten-ciosos, estão atentos às nossas necessidades. Todo mundo quer nos conhecer, conversar. Na Ar-gentina não é assim”, afirma ela, que acredita também que Pira-cicaba tem um grande potencial de crescimento econômico e muito emprego a oferecer.

As argentinas Sabrina, Florencia, Julieta e Nádia

ROSARIOHabitantes: 1.300.000

Localização: zona sul da Província de Santa Fé, República Argentina. Situada às margens do rio Paraná, um dos maiores da América do Sul.

Atividades econômicas: indústria, comércio e agro-pecuária.

Fonte: Assessoria para Assuntos Internacionais da Unimep e site www.rosario.gov.ar

conseguir chegar no horário e as viagens são cansativas”, detalha Sabrina, que também cursa nu-trição e faz estágios nos bairros Itapuã e Tupi. Segundo a inter-cambista, as ruas à noite são de-sertas e as pessoas alertam que é perigoso. “Em virtude disso e do cansaço, não saímos muito”, conta.

Ponto de Vista A postura dos alunos brasi-

leiros em sala de aula também foi alvo de críticas das quatro ar-gentinas. “Nas aulas há desaten-ção e às vezes falta de respeito”, observa Sabrina. “Os alunos fi-cam no celular, conversam mui-to, fazem outras atividades, sem ligar para o professor”, destaca Nadia, que diz considerar os professores mais exigentes em seu país.

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13CULTURAÉOQUEHÁ

Música Faz Bem

Orquestra e Relações HumanasA Orquestra Orpheus, de Nova York, faz muito mais que música. Além de ser uma das melhores do mundo, é um exemplo de boas relações humanas. O que essa orquestra tem de diferente? Para começar, ela não tem regente. Foi fundada em 1972, com o objetivo de le-

var os ideais democráticos dos pequenos conjuntos musicais – democracia, envolvimento pessoal e respeito mútuo – ao universo mais amplo da orquestra sinfônica.

O segredo do sucesso é o processo Orpheus, onde liderança e responsabilidade são compartilhadas. Cada concerto tem um líder diferente e as posições dos músicos são trocadas. Um detalhe importante e que explica o seu sucesso: todos são excelentes músicos. Essa característica, imprescindível para a Orquestra Orpheus, decerto dificulta o uso do modelo em nossas relações pessoais, onde lidamos com maior número de indivíduos, compartilhando experiências e objetivos diversos. Mas não custa tentar, principalmente em casa, no trabalho ou na roda de amigos.

Aqui estão alguns dos princípios da Orquestra Orpheus:

Atribua poder a todos e procure o consenso: nessa orquestra • todos compartilham o poder, procurando, de maneiras criati-vas, alcançar o consenso.

Encoraje a responsabilidade: todos os músicos são igual-• mente responsáveis para que a orquestra alcance seu objeti-vo, que é a excelência da execução musical.

Estabeleça linhas de atuação: membros da Orpheus conhe-• cem bem seus papéis dentro dos naipes da orquestra e respei-tam os papéis dos outros.

Trabalhe em equipe: nessa orquestra todos têm qualificação • para atuar e opinar; assim, os problemas são resolvidos em conjunto.

Compartilhe a liderança: como o grupo pratica a liderança • rotativa, todas as habilidades individuais podem ser conheci-das e recompensadas.

Fale e escute: a liberdade de expressão é exercida com res-• peito por todos os membros do grupo.

Trabalhe com paixão: esse é o principal segredo que levou a • Orquestra Orpheus a ser uma das melhores do mundo.

“Mais prazeroso que ouvir os músicos da Orquestra Orpheus é sentir a paixão com que tocam e a intensidade com que escu-tam uns aos outros”. (The Boston Globe)

Beatriz de Castro VictoriaDiretora Executiva da Escola de Música de

Piracicaba Maestro Ernst [email protected]

INVERNO

2 8Faltou um pouco mais de criatividade e inovação para este inverno. Aliás, esta é uma crítica constante na moda brasileira, que se estende também a lançamentos de coleções internacionais. Cortes e formas seguem os mesmos padrões, alternando entre “looks” ajustados e amplos. Para as mulheres, calças “skinny” e pantalo-nas, cinturas marcadas e trapézios soltos, golas estruturadas, blusões de “tricot” e a grande aposta do momento: o colete. As cores estão mais dramáticas: preto, marrom, bordô, laranja, vermelho, azul, verde-escuro, mas incluem ainda nuan-ces neutras como o bege, o cinza e o caramelo, sem deixar de lado os bem comportados tons pastéis.

Apesar do frio, os curtos resistem e vêm acompanhados de meias-calças para usar com botas ou sandálias. As bolsas continuam gigantes, combinadas com chapéus e cachecóis. O xa-drez é a estampa da vez. Para os homens, além do estilo faroeste, em voga na moda, na música e no cinema, o vestuário tem também apelo “street wear”, cores em tecidos tecnológicos, influências de uniformes militares e calças de corte reto. Para as formalidades, blazers acinturados e ternos de dois botões. Nos pés, coturnos, sapatos e tênis bicolores deixam o visual contempo-râneo.

Carol Aleoni é jornalista e produtora de moda [email protected]

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14 MAIS CULTURA...

ANDAIME

EM CENACom a peça “Lugar Onde o

Peixe Pára”, o grupo de teatro Andaime iniciou em março uma agenda com oito apresentações em seis municípios do Estado de São Paulo. A iniciativa é fru-to da conquista do grupo ao ser escolhido para integrar o pro-jeto PAC (Programa de Ação Cultural), concurso de apoio à circulação de espetáculos de te-atro da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Este mês estão confirmadas apresentações em Santana do Parnaíba, no dia 12; em Bauru, no dia 19, e em Tietê no dia 21. Também estão agendadas encenações no dia 1º de maio, no Teatro Municipal de Piracicaba Dr. Losso Netto; no dia 14, no Teatro Unimep; no dia 18, em Limeira, e em Cerqueira César no dia 24.

A montagem, que é um re-trato bem-humorado do caipira brasileiro e tem roteiro e direção de Carlos ABC, foi encenada na Itália em maio de 1999. O texto, que é do próprio grupo, retrata o universo caipira. O cotidiano dos que habitam às margens do rio fica evidenciado e traz à tona os

mitos que permeiam e compõem esse universo. No espetáculo são mesclados recursos cênicos com elementos autênticos do folclore e da cultura popular. O simbolis-mo do rio é usado como fio con-dutor. Também estão presentes outros fortes símbolos piracica-banos, como a Festa do Divino, o cururu, as piadas de pescador, a pamonha e as lendas da Nha-la Seca e do Turco que come crianças.

A bem sucedida e profissio-nal exploração e encenação do universo caipira já renderam ao Andaime mais de 62 apresenta-ções para mais de 30 mil pesso-as. “O Lugar onde o Peixe Pára” recebeu 48 prêmios e 40 indica-ções, em oito festivais de teatro nacionais.

Elenco Antonio Chapéu, Jorge Lode,

Ercília de Souza, Vânia de Paula, Carlos Jerônimo, Luzia Stocco, Paulo Faria, Nelma Nunes, Ma-ria Trevisan, Márcio Abegão, Lu-ciana Sarcedo, Andréa Ferreira, Barbosa Neto e Bruno Agulhari.

Humor ContemporâneoPara atender aos pedidos dos fãs, a trupe humorística Terça Insana, de São Paulo, voltou a Piracicaba com espetáculo iné-dito: “Fora da Lei”. Na ocasião o humor inteligente e contempo-râneo, com pitadas de popular, ganhou destaque e foi conferi-do no dia 12 de abril no Teatro Unimep, campus Taquaral. Ao público o grupo mostrou novas cenas e personagens criados por Grace Gianoukas e Roberto Camargo, atores fundadores do projeto, no elenco fixo desde a estréia, além de três novos in-tegrantes: Agnes Zuliani, atriz com vasta experiência teatral, Guilherme Uzeda, ator que se destacou nos palcos paulista-nos, e Marco Luque, um novo talento revelado. Os humoristas também realizaram outras apre-sentações na Unimep.

Experiência Com mais de 500 persona-

gens já criados, o humorístico Terça Insana comemora o séti-mo ano em cartaz. A trupe re-presenta um dos maiores fenô-menos teatrais paulistanos dos últimos tempos e tem realizado turnês nacionais e internacio-nais. A primeira delas foi em outubro de 2004 na cidade de Lisboa. O espetáculo apresenta-do foi “Terça Insana – Grandes Momentos”, coletânea de algu-mas cenas, personagens e atores que participaram do projeto en-tre 2001 e 2003, no palco-sede de São Paulo.

A idéia original do Terça In-sana é manter um espaço aberto para criadores, capazes de fo-mentar idéias contemporâneas para produzir um humor refi-nado, inusitado, que respeite a inteligência do público sem dei-xar de ser popular.

Carlos Jerônimo e Antonio Chapéu

MarcoMary e RobertoBetinaBotox

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15

Cine às Quartas

CULTURA

Os Mais, Mais...

Curtas-metragens de ficção, um programa piloto de TV, um experimental, críticas à socieda-de contemporânea e a primeira experiência em animação a partir da técnica “stop-motion” – mo-dalidade que utiliza modelos re-ais em diversos materiais, dentro dos mais comuns estão a massa

de modelar. Esse eclético uni-verso de produções é projeto de conclusão de curso produzido por ex-alunos de rádio e TV da Uni-mep formados no ano passado e que participa da mostra Brazil on the Screen (Brasil na Tela), pro-movida no Massachusetts Colle-ge of Art and Design, em Boston,

Dentre as atrações do mês de abril, o Cine Humberto Mau-ro apresenta no dia 16 a ficção “Fahrenheit 451” (1966), de François Truffaut. A obra, diri-gida por um dos maiores ícones da história do cinema, é baseada no livro homônimo do escritor norte-americano Ray Bradbury e aborda uma sociedade em que os livros e toda forma de escrita são proibidos por um regime totali-tário. Já no dia 23, está prevista a produção brasileira “A Má-quina” (2006), de João Falcão, que conta a história de Karina e Antônio, um casal de namora-dos que encontra-se pressionado pelas condições sociais de Nor-destina, uma pequena cidade do sertão brasileiro. No elenco con-

tracenam Lázaro Ramos, Wag-ner Moura, Paulo Autran, Maria-na Ximenes, entre outros. Para encerrar, no dia 30 será exibido “Antes do Anoitecer” (2005), de Julian Schnabel. O filme, que ganhou diversos prêmios no Festival de Veneza, traz às telas a cinebiografia do escritor cuba-no Reynaldo Arenas, que foi perseguido em Cuba e exilado em Nova York. No elenco estão Javier Bardem, Johnny Depp, Sean Penn e Hector Babenco. As exibições são gratuitas e aconte-cem em três horários, às 9h, 15h e 19h30, no auditório verde, blo-co 2, campus Taquaral. Informa-ções no tel. (19) 3124-1707 ou no site www.cinehumbertomau-ro.com.br

Nesta edição confira os livros mais retirados nas bibliotecas dos campi da Unimep.

Lins

“Direito Romano Moder-no” (1999), José Cretella Jr.; Editora Forense; 348 páginas.

Taquaral

“Manual de Direito Penal” (2008), Júlio Fabrini Mira-bete; Editora Atlas.

Santa Bárbara d` Oeste

“Princípios de Termodi-nâmica para Engenharia” (2002), Michel J. Moran; Editora LTC; 681 páginas.

Fonte: Bibliotecas Unimep

RÁDIO E TV

EM BOSTONEUA, no dia 26 de abril. É a pri-meira vez que os projetos expe-rimentais dos profissionais de rádio e TV da Unimep participam do evento, que exibirá trabalhos produzidos por jovens com idade entre 18 e 29 anos.

A proposta da iniciativa é promover a arte e a cultura bra-sileira, além de trazer também oportunidade da exposição in-ternacional de todos os outros países participantes. A participa-ção no evento ocorreu graças a um projeto de intercâmbio entre a Unimep, a partir de contatos realizados entre a coordenadora do curso de rádio e TV, Profª Drª Maria Thereza de Oliveira Aze-vedo e a aluna do curso de cine-ma do Massachusetts College, Savana Vagueiro, a universidade americana e a Fundação Arman-do Alvares Penteado (Faap).

Exibição No total são nove trabalhos

experimentais elaborados no final de 2007 pelos jovens pro-fissionais, são eles os vídeos em ficção “Na Troca o Troco”, da produtora Montage; “Saída”, da produtora Ludens; “Janela Fechada”, da Ventura; “Betta”, da Sapatos de Veludo Azul, e o vídeo programa de web TV “In-terligado”, produzido pela Origi-nal Faia. Participam também os ficcionais “Dedo em Gatilho”, da produtora Seringa Surda, e “Entre os Dentes”, da equipe Picadeiro Visual; o vídeo insta-lação “Impacthos” e “As Mira-culosas Aventuras de Fátima”, elaborados pelo Coletivo Olho de Peixe.

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Coletivo Olho de Peixe

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Angela Rodrigues [email protected]

Traduzido para o portu-guês, a expressão francesa “Beau Geste” significa belo gesto. É também o título de um filme norte-americano di-rigido em 1939 por William Wellman, que conta a saga de três irmãos para proteger um grande segredo. A produção é um dos 40 vídeos que com-põem um segmento pouco conhecido de um acervo his-tórico sob guarda da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) e foco da última reportagem da série Baú, que a partir da próxima edição trará curiosidades históricas registradas nos acervos ins-titucionais, na forma de uma coluna. As relíquias cinema-tográficas foram colecionadas pelo jornalista Delphim Fer-reira da Rocha Netto (1913-2003), ituano de nascimento e piracicabano de coração, conhecido por sua coleção de fotografias, jornais e informa-ções sobre futebol, mas que integra também elementos ra-ros de outra paixão: a sétima arte.

O acervo surgiu em 1919 e em um “belo gesto” foi doado à Unimep em 2003. Além dos títulos, concentra publicações raras sobre cinema, como cin-co edições da “Revista Selec-ta”, publicadas entre 1925 e 1927; dez da “Cinearte”, de 1920 a 1930; seis edições da quinzenal “Hollywood Cine Ilustrado”, de 1948, e outras publicações como a italiana “Cinema”, de 1953, com re-

Ao Mestre Rocha NettoNa produção dessa matéria, me deparei com a expressão “os astros não morrem”, que muito relembrou Rocha Netto, com quem trabalhei de 2001 a 2003. Profissional e pessoalmente, o período foi inesquecível por todo o conhecimento recebido ao seu lado na área do jornalismo, na memória esportiva, sobre os grandes atletas do passado, filmes, astros do cinema e outros ensinamentos. Em minha memória e por meio do meu traba-lho, Rocha Netto e suas obras permanecerão sempre vivas.

(Angela Rodrigues)

portagens especiais sobre a sua evolução, e a “Cine Magazine”, de 1951, que aponta curiosidades sobre a cinematografia francesa.

No acervo também há curio-sidades e informações históricas como dados sobre a produção ja-ponesa dos anos 20. No total são cerca de 200 publicações abertas a consultas de alunos, pesquisa-dores e interessados. “Permitir a comparação em vários contextos de pesquisa é um diferencial. As revistas trazem os principais acontecimentos do cinema, além de um vasto material de divul-gação, com imagens belíssimas. Isso possibilita uma pesquisa diferente da oferecida pela inter-net. O material impresso permite várias leituras e interpretações, além da visão do jornalista da época”, destaca Maria Heloisa Ferreira, 37, professora de ci-nema do curso de publicidade e propaganda da Unimep.

Heloisa lembra que na região apenas duas universidades pú-blicas contam com acervos no segmento, o que torna necessária a sua divulgação não somente no universo acadêmico, por meio de exibições especiais dos filmes, além da interação com escolas e outros ambientes de educação.

Também raras no acervo são as cerca de 300 fotos de atores, cenas de filmes e dos seriados do cinema mudo. “As imagens podem servir como ilustração de

épocas diferentes do cinema e da atuação dos atores”, afirma. Al-gumas delas, muitas raras, foram publicadas nas colunas escritas entre 1992 e 1998 por Rocha Netto.

De Pai Para Filho A paixão do jornalista pelo

cinema começou na infância, época em que acompanhava a avó às sessões matinês dos se-riados. Em 1927, conheceu um de seus maiores ídolos, o ator americano Eddy Polo, em sua passagem pelo Rio de Janeiro. Ao iniciar a coleção, que origi-naria o mais completo acervo particular sobre futebol, com 50 mil fotos, Rocha Netto estendeu a iniciativa ao cinema. A cole-ção cinematográfica permitiu a realização de exposições sobre o tema, além de transmitir a pai-xão para um de seus filhos, Del-fim Sérgio Freire da Rocha. “Ele apreciava os seriados antigos e sempre relembrava os atores do cinema mudo. Na infância gos-távamos tanto que nem nos pe-ríodos de luto parávamos de ir, como era o costume. Íamos às escondidas, em sessões menos freqüentadas”, relembra.

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Professora Heloisa: “poucas universidades possuem acervos do gênero”.

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