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LIDERANDO PARA A ETERNIDADE

LIDERANDO PARA A ETERNIDADE - afmbrasil.org · Formando para a Eternidade Entrevista comissão administrativa SAMIR DOMINGUES COSTA Diretor AFM Brasil CONRAD A. RAYMOND VINE Presidente

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LIDERANDO PARA A ETERNIDADE

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sumárioEditorial

Missão em ação

Dia das mães na Tailândia

Infográfico

Oceano Cultural

Aprendendo a fazer o bem

Formando para a Eternidade

Entrevista

comissão administrativa

SAMIR DOMINGUES COSTADiretor AFM Brasil

CONRAD A. RAYMOND VINEPresidente AFM

SINISA MILOVANOVICTesoureiro Executivo AFM

MARC COLEMANDiretor Internacional de Missões AFM

JOHN BAXTERDiretor de Recrutamento AFM

JOSÉ PAULO MARTINIDiretor Geral Unasp-EC

MARCELO DIASDiretor - Núcleo de Missão Unasp-EC

EDSON ROMERODiretor de Desenvolvimento Espiritual Unasp-EC

EDITORIALAna Caroline Gonçalves Editora-chefe da revista AFM Brasil

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Chegamos ao último trimestre do ano. Até aqui, muitas bênçãos já foram der-ramadas, para que cada missionário consiga realizar o trabalho que lhe foi designado pelo Grande Mestre. Em janeiro, a AFM Brasil enviou pes-soas à Tailândia, Guiné Conacri e o Camboja. Já em agosto, Guiné Cona-cri e Camboja continuaram a rece-ber missionários, e para completar a lista, o Oriente Médio também.

É interessante pensar que independen-te do lugar em que cada um se encon-tra, todos possuem o mesmo objetivo: falar da esperança que Cristo oferece! Mais interessante ainda, é pensar em nosso país: em que a maioria das pes-soas é cristã e vivem em liberdade re-ligiosa, mas que também está à beira de um precipício por parecer não ter nenhuma esperança de um futuro mel-hor. E aí fica a questão: por que nos-sos missionários não pregam para seu próprio povo, que também sofre por falta de esperança? A resposta é fá-cil. A própria religião do país já prega um mundo melhor no porvir. E ainda que muitas coisas precisem mudar, e que muitas pessoas também pre-cisem ser alcançadas, existem cristãos o suficiente para fazer este trabalho.Mas e em outros lugares? Quem estará

disposto a deixar todo seu conforto e servir onde nem o mundo atual e nem o porvir são dignos de depositar alguma esperança? Ou onde se faz muitos acor-dos de paz, mas que só se cumpre a guer-ra? Certamente são poucas pessoas!

Mas são nesses lugares mais distantes e remotos, que o evangelho ainda precisa ser pregado. E não apenas isso. O mun-do também carece de amor, compan-heirismo e de saciar até mesmo suas necessidades físicas. O mundo precisa de pessoas que estejam dispostas a ser-vir, movidas unicamente pelo amor! A ordem de Cristo é clara: “ide por todo o mundo”, portanto, alguém precisa al-cançar essas pessoas que tanto carecem. E este é o objetivo da AFM: enviar mis-sionários até os confins da Terra, a fim de levar a verdadeira esperança aos que sempre ouviram somente promessas!Por isso, você também é convidado a fazer parte da pregação do Evangelho, seja intercedendo em oração, doando recursos para os nossos missionários ou se tornando um missionário conosco!

Que o Eterno abençoe você e sua família, e esteja a cada dia confirman-do os propósitos dEle para a sua vida!

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Missão em açãoPor Jonathan FernandezComunicação AFM Brasil

Dia das mães na TailândiaPor Gabriela Messias

A família real tailandesa é, sem dúvida, muito amada e respeita-da. A rainha, em específico, é uma mãe para toda a nação, e por esse motivo, em comemoração ao seu aniversário, eles decidiram mudar o dia das mães para o dia doze de agosto, e o dia treze entra como um plus onde ocorrem várias festas pelo país. E a nossa escola não poderia ficar de fora. Então nos preparamos para fazer dois concertos: um da escola de música, um do coral da nossa igreja, o SDA KHON KAEN CHOIR, e uma feira de saúde.

Resolvemos fazer em um lugar um pouco inusitado, um parque aquáti-co aqui em Khon Kaen, o Dino wa-ter park. Não preciso nem dizer que as crianças, simplesmente, amaram essa ideia. Foram três meses de en-saio que realmente valeram a pena. Deus sempre à nossa frente, prepa-rando o caminho e nos mostrando a melhor direção. Seria uma opor-tunidade incrível de nos aproxi-marmos mais de nossos alunos e de seus pais, já que passaríamos o dia todo juntos, envolvidos pe-las músicas e atrações do parque. E assim aconteceu. Pela graça de Deus, o temporal previsto não ocorreu, e, assim, várias pessoas vieram para o parque naquele dia.

O concerto da escola de música foi incrível. Pelo fato de ser um grande palco e no meio de uma piscina

“CADA UM EXERÇA O

DOM QUE RE-CEBEU PARA SERVIR OS

OUTROS, AD-MINISTRANDO

FIELMENTE A GRAÇA

DE DEUS EM SUAS

MÚLTIPLAS FORMAS.”–

1 PEDRO 4:10

os alunos não ficaram muito ner-vosos, eles puderam dar o melhor de si. Tivemos o grupo de violinos, o grupo de ukuleles, apresentações individuais, bandas compostas por alunos, bandas compostas por pro-fessores e outras atrações. Com o

coral, nós cantamos sete músicas, entre elas, duas em tailandês . Várias pessoas se mostraram interessa-

das em saber mais sobre os assun-tos tratados nas canções. O que foi muito interessante, já que não sabíamos como eles iriam reagir pelo fato de serem musicas cristãs.Na feira de saúde, tivemos cálcu-los corporais, massagens, apresen-tações sobre os remédios naturais e ao final de cada sessão, o pastor de nossa igreja se oferecia para fazer uma oração por cada paciente, o que chamou a atenção dos visitantes. Deus realmente nos abençoou!

O evangelho está em grande cresci-mento aqui. Várias pessoas en-traram em contato com a nossa escola, interessadas nos nossos mét-odos de ensino e filosofias, o que nos dá a chance de mostrar para essas pessoas quem somos e quem é Deus que, em muitos dos casos, não sabem nem de sua existência .

Por favor, continue orando por nós como escola, como igreja e como pessoas, para que possamos alcançar os que ainda não foram alcançados!

Gabriela estudou no IACS. Atual-mente é missionária no Projeto Khon Kaen, na Tailândia, dando aulas de música na Peace Music Academy

Comodidade. Essa é uma pa-lavra que não se encaixava no dia a dia da vida de nosso Me-stre. Com uma vida resumi-da em serviço e uma constan-te busca por salvar as pessoas perdidas, Cristo dedicava pou-co tempo para preocupações banais. E é exatamente isso o que acontece quando o amor pelo próximo se torna uma realidade em nossa vida. O “sentir comodidade física” se torna um assunto secundário e, até mesmo, desnecessário.Como servos de Deus, temos a responsabilidade de continuar o trabalho que nosso Senhor começou: de levar o amor de Jesus para as pessoas que nun-ca tiveram, sequer, a oportuni-dade de receber uma pequena demonstração de compaixão. Quando deixamos que a como-didade e o sedentarismo inva-dam nossa vida, estamos re-jeitando diretamente o grande esforço que nosso Pai fez para poder salvar os perdidos! So-mos diretamente responsáveis por levar o evangelho por

meio de nossa vida e exemplo.E, muitas vezes, basta ape-nas uma palavra de ânimo ou alento, uma ação, ou, até mes-mo, deixar no coração das pes-soas, uma pequena semente para conhecer o motivo pelo qual nossa vida irradia uma luz diferenciada da luz que o mundo está acostumado, a qual permitirá que o Espírito San-to trabalhe por meio deste ex-emplo, e assim, possamos co-laborar no Plano da Salvação. Mas esta missão não será com-pleta, nem possível se não nos levantarmos e irmos aonde Deus mandar, sem duvidar, sem medo, sempre confiando que o amor de Jesus encherá nossos corações ao ponto de não ne-cessitarmos de nenhum tipo de conforto banal para sermos felizes, e então, irmos aos lu-gares mais inimagináveis dos confins da Terra. Poderemos, assim, encher nossa vida de felicidade ao ver pessoas sal-vas pelo amor ao nosso Deus.

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Oceano CulturalPor Wesley Rocha*

* Missionário no Oriente Médio. Nome fictício por questões de segurança.

Cheguei há pouco tempo. Mas esses dias eu já estava olhando o mar, en-quanto pensava em minha família e em outras pessoas que são im-portantes para mim e ficaram no Brasil. Refletir sobre isso, levou-me a tirar algumas conclusões. A primeira é que realmente estamos muito longe. Por outro lado, ainda que exista um oceano entre nós, eu sei que eles estão bem ali na outra margem, e se eu quisesse explorar esse oceano para chegar ao out-ro lado com um barco só haveria uma forma: navegar, um metro por vez, aumentando a profundidade e entendendo os novos desafios.

De fato, eu não sou pescador nem marinheiro, mas como missionário, penso que isso não é tão diferente. Estou em um país de cultura islâmi-ca e praticamente tudo por aqui tem suas peculiaridades e diferenças provindas da tradição local. En-tender todas essas peculiaridades de uma vez só, com o objetivo de criar estratégias para alcançar as pessoas que vivem aqui, parece uma tarefa impossível devido à complexidade que essas diferenças implicam. Gos-to de pensar nesse país como um oceano cultural. Um lugar com su-perfície, mas também com raízes profundas que devem ser entendi-das, respeitadas e, se necessário, mu-dadas com muito amor. Tenho cer-teza de que mesmo que ficasse aqui a vida inteira, não entenderia tudo,

mas como no mar, acredito que de-vemos dar uma remada de cada vez.Temos grandes desafios aqui. Um dos primeiros é aprender a língua local, que não é nada fácil, por sinal.

Outro grande desafio é tentar en-tender a mente muçulmana de pes-soas que vivem em uma metrópole e vêm, gradualmente, tornando-se pós-modernas. Por exemplo, por aqui não é tão difícil encontrar algu-ma moça que usa o véu na cabeça, seguindo o costume muçulmano, mas que ao mesmo tempo tem tatu-agens por todo o braço. Assim como ver mulheres usando burca, en-quanto fumam, como se isso fosse a coisa mais comum do mundo.Nosso grande objetivo aqui é sal-var. Ser pescadores de homens como Cristo mandou. Existe um grande trabalho a ser feito e peço que você ore para que Deus con-tinue nos ajudando a explorar esse mar de pessoas que precisam deses-peradamente conhecer o Salvador!Que Deus ajude a todos nós, onde quer que estivermos, a entender o mundo que nos cerca e desenvolv-er estratégias para salvar nossos queridos irmãos de todas as partes.

O internato acolhe pessoas que não têm condições de ir à escola porque moram em vilarejos distantes ou quando os pais não têm condições de os alimentar o ano inteiro. Eles pagam uma pequena quantia, que não chega a 70 reais por ano e as crianças ficam lá. Existe um menino chamado M’Po, que tem dois irmãos: o Chabi e o Bio. Não sabemos ao certo a idade do M’Po, porque ele não tem registro de certidão de nascimento, apenas sabemos que ele é o irmão mais velho dentre os três. Os dois estão no internato des-de que são pequenininhos, mas M’Po ficou com os pais.

Seu pai busca ouro há muitos anos, e, embora nunca tenha encontrado, tem a esperança de encontrar para mudar sua situação de vida. A mãe de M’Po trabalha-va no campo plantando para dar o sustento para o fil-ho, mas há pouco tempo ela resolveu ir atrás do pai, para poder ajudá-lo nessa busca de ouro. Dessa manei-ra, eles deixaram M’Po sozinho dentro de casa. E em-bora não saibamos a idade correta dele, acreditamos que ele tenha entre 14 e 15 anos, mas sua estatura é de uma criança de 9 anos. M’Po sofre com desnutrição, e tem uma defasagem muito grande escolar, ele está na es-cola há 4 anos e não sabe ler, nem sequer conhece o al-fabeto. M’Po é um menino muito sofrido, porque como os pais são muito ausentes, ele precisa sempre se virar.

Um dia resolvi levá-lo até sua casa, que era distante e eu também queria conhecer sua família, mas ao chegar, me deparei com uma surpresa: sua casa era 8 quilômet-ros mata a dentro e era, literalmente, sozinha dentro do mato. Quando eu entrei, procurei pelo saco de mil-ho, que faz a comida local daqui, e perguntei onde es-tava, mas ele disse que não tinha. Eu perguntei o que ele tinha para comer, e ele disse que também não tinha nada para comer. E eu perguntei, então, há quantos dias ele estava sozinho em casa, e ele me respondeu que há

uma semana. Nessa situação, meu coração não aguen-tou, pois, além de ser um menino sozinho, ainda tinha todas as suas debilidades. Então neste momento eu orei muito, o trouxe de volta, conversei com o dono do in-ternato que hesitou muito em aceitá-lo. Mas nós fizemos um pequeno acordo, em que ele somente dormiria lá, mas comeria e faria todas as suas coisas aqui em minha casa, e ele só ficaria no internato até começarem as férias.

Descobri que seus pais eram alcoólatras e todo dinheiro que conseguiam, gastavam com bebidas, enquanto os fil-hos ficavam sem alimento. Quando as férias começaram, M’Po e seus irmãos deixaram o internato. Mas eles não poderiam ficar em casa naquelas condições precárias. Então, depois de muito conversar, consegui que eles fi-cassem na casa de um vizinho. Durante o mês de férias, iniciei um trabalho com aqueles irmãos. O trabalho consistia em alfabetizar M’Po e apoiá-los como uma família. Dei livros para que eles pudessem ler, porém, ainda não introduzi livros da igreja, por só terem con-teúdos densos e que crianças não entenderiam. Certo dia, Chabi me perguntou com quem eu falava quando orava, e isso abriu uma oportunidade para que eu pu-desse começar a falar sobre oração com eles e também explicar o porquê os ritos espirituais praticados lá não eram corretos. Com o final das férias, Chabi e Bio vol-taram para o internato, já para M’Po, conseguimos um centro de apoio (no estilo de um internato) para que ele ficasse ali e saciasse suas necessidades básicas.

Já faz algum tempo que nós estamos o ajudando, e quando eu digo nós, é porque eu não faço nada sozinha, tudo isso é somente através das doações que eu recebo. Peço oração para que eu possa con-tinuar ajudando M’Po e também os seus irmãos.

Aprendendo a fazer o bemPor Bruna QueirozMissionária em Benim

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COMO CRISTÃO, A SUA VIDA TEM PREGADO DE ACORDO COM AQUILO QUE VOCÊ FALA? COMO LÍDER, VOCÊ TEM PREPARADO NOVOS

LÍDERES?

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Formando para a eternidadeDesde que chegaram em Guiné, Leandro e Haline desenvolvem muitos trabalhos com o Clube de Desbravadores

Por Leandro Monteiro

“LEMBREM-SE DOS SEUS LÍ-DERES, QUE

TRANSMITIRAM A PALAVRA DE DEUS A VOCÊS.

OBSERVEM BEM O RESUL-TADO DA VIDA QUE TIVERAM

E IMITEM A SUA FÉ.” –

HEBREUS 13:7

Chegamos em Fria em fevereiro de 2018 e, após alguns dias para se acostumar com o novo fuso horário e clima, no dia 01 de março, fomos à capital Conakry, no escritório lo-cal da Igreja Adventista do Sétimo Dia conhecer o Pastor Jacob Gbalé, presidente da igreja nesta região. Nesta conversa, nos apresenta-mos e discutimos um pouco em quais aspectos nossos dons pode-riam ser úteis à obra neste local. Após alguns minutos de conver-sa mediada pelo líder do projeto Sussu, o Tio Fred, acabei dizendo que era líder de desbravadores e o Pr. Gbalé, de pronto, perguntou se poderíamos fazer um treinamento para formar líderes para trabalhar com a juventude no país. Como não faz parte do nosso histórico rejeitar desafios, topamos a tare-fa de reunir jovens de todo o país, por uma semana, na escola de Fria para prepará-los para o ministério jovem. Marcamos a formação para julho, pois teríamos tempo de for-mar um grupo de confiança para apoiar as atividades e também es-taríamos mais familiarizados com a cultura e língua e ainda seria o mês de férias da maioria dos jovens.

Observamos os jovens da igreja local e, mediante oração, convida-mos os 8 mais habilidosos, na nossa opinião, para formar um pequeno

grupo que se reuniria semanal-mente em nossa casa. Durante os meses que antecederam o trein-amento, tivemos a oportunidade de desenvolver a amizade e estudar um pouco sobre liderança e trabalho em equipe. Aos domingos, convidamos todos os jovens da igreja local para participar de reuniões que seriam os primeiros passos para formar o clube de desbravadores. Os meses foram se passando e nos empenha-mos em planejar e preparar todo o material para essa formação. Apos-tilas, manuais e tudo mais que seria necessário para iniciar o trabalho do clube em Guiné. Pedimos ajuda de vários colegas no Brasil e em out-ros países para nos ajudar nesse tra-balho. Envolveram-se pessoas em quatro países diferentes para apoiar as necessidades que teríamos.

Enfim, o grande dia chegou, tra-zendo com ele muitos obstáculos: estradas bloqueadas por uma greve geral por conta do aumento dos combustíveis, a equipe da cozinha ficou presa em outro programa na capital que atrasou e dificultou a chegada delas em Fria, falta de água todo o dia, os responsáveis por al-gumas palestras simplesmente não apareceram, a metade dos partici-pantes chegaram com, pelo menos, 3 horas de atraso, o responsável por confeccionar e trazer os lenços

para a admissão chegou de mãos vazias… Essas foram algumas di-ficuldades apenas do primeiro dia! Esses problemas só nos mostraram que Deus realizaria milagres nes-sa formação, pois o adversário fez de tudo para nos frustrar. Ele não conseguiu! Aos poucos os jovens foram chegando de várias partes do país, um deles viajou, cerca de, 36 horas para vir ao treinamento e foi recebido com alegria e surpre-sa. O espírito de união e equipe não estava muito forte no primeiro dia, então fizemos o possível para integrá los e conseguimos com que um espírito de união e coop-eração surgisse e fosse tocando de modo especial cada um deles.

O sábado foi o encerramento sim-bólico do programa, que só termi-naria, de fato, no domingo. Por vol-ta das 6 horas da manhã do sábado, o Tio Fred liga dizendo que, em oração, o Espírito Santo o havia pe-dido para me dizer uma coisa: faça apelo para o batismo! Muitos jovens de 15 a 20 anos estão na igreja há vários anos, mas não tomam a de-cisão. Perguntei onde seria o batis-mo, pois o tanque batismal estava vazio e muito sujo. Ele disse que poderíamos caminhar até o rio, sem problemas, caso algum candidato decidisse pelo batismo. O culto de adoração na igreja aconteceu con-

forme o planejado e sentimos a pre-sença de Deus através da reverên-cia e dos louvores entoados ao Pai naquele dia. Chegou o momento da investidura e consagração daque-les novos desbravadores e também o momento de convidá-los ao ba-tismo. Geralmente as pregações eu faço em inglês e alguém traduz, mas apelo para batismo traduzido não ficaria bom. Pedi a Deus, naquele momento, o dom de línguas, não para falar em francês, mas para falar a língua dos corações daqueles jov-ens. Fiz o apelo em francês mesmo e, de imediato, sete jovens daquele grupo aceitaram se batizar naquele mesmo dia. Imediatamente os diáconos e outros membros saíram da igreja para limpar o tanque batis-mal que fica fora da igreja e enchê-lo naquela mesma hora. Foi uma das cenas mais bonitas que já vimos neste país. Homens e mulheres se juntaram para carregar água de um poço até o tanque batismal e en-chê-lo com água limpa, para que os batismos acontecessem ali mes-

mo. Os baldes não foram suficientes para o tanto de pessoas que queri-am ajudar naquele momento ímpar. Após o batismo dos sete primeiros jovens só tivemos mais alegrias, pois o Senhor havia preparado mais pessoas para aquele momento. En-tre lágrimas e cânticos mais pessoas foram decidindo e se entregando aos braços de Jesus naquele mesmo instante. Ao todo foram batizadas dezenove pessoas. Toda a igreja sentiu o poder do Espírito Santo descendo sobre a vida daquelas pes-soas e sobre a igreja como um todo. O projeto Sussu e a igreja de Fria estão crescendo e sem suas orações e doações isso não seria possível.

Leandro é formado em teologia. Sua esposa, Haline é professora de bio-logia. Atualmente, eles servem como missionários em Guiné Conacri.

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trabalho em duplaEntrevista com Bruna QueirozPor Analía Roa

A entrevista dessa edição é com Bruna Queiroz, missionária desde 2017 em Benim e que traz lin-dos testemunhos sobre as doações que recebeu.

AFM: Por que você decidiu fazer missão?

Bruna: Ao conhecer a Cristo e a mensagem da cruz, não pude continuar do mesmo jeito, isto é, não pude continuar vivendo a minha vida como se toda aquela mensagem fosse banal e comecei a ver que muitas pessoas ainda não tinham con-hecimento da salvadora e maravilhosa Graça do Mestre e não pude ficar indiferente a isso. Com-ecei a compartilhar e as fronteiras se alargaram.

AFM: Como foi o processo de arrecadação?

Bruna: No começo foi bem complicado, pois con-fiei nos meus próprios esforços, vendendo bolo de pote a amigos e água na 25 de março, mas esse não era o plano de Deus. A partir disso, foi base-ado na fé! Pois, humanamente falando, eu não via nenhuma possibilidade de conseguir o valor. Mas após orar e apresentar as dificuldades com as ven-das, senti paz no meu coração ao ler a promessa bíblica: “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei”. Jo. 14:13-14. Eu estava indo pra um lugar total-mente pagão levar as boas novas e mostrar a graça salvífica dEle, que é dono de todo ouro e de toda prata (Ageu 2:8), pra quê temer? Após isso, tive al-gumas ideias, que, sem dúvidas, vieram de Deus.Então contatei alguns amigos e fiz divulgação do projeto mas redes sociais e, aos poucos, as por-tas foram se abrindo, até a conclusão do valor.

AFM: Teve algum momento em que você pensou que não conseguiria seu objetivo?

Bruna: Após o choque com o valor para arreca-dar e a decepção com as vendas de bolo e água. Esse momento foi decisivo para provar e ver!

AFM: Como foi o momento em que você viu que de verdade estava arrecadando o dinheiro?

Bruna: Resplandescente, eu creio que seja a mel-hor palavra pra me definir naquele momento.Eu pude testemunhar da minha fé e da fideli-dade do meu Deus que não falha nunca. Quan-do o propósito é justo, quando o trabalho é dig-no e da vontade dEle, há bênçãos sem medidas.

AFM: Como você conseguiu doadores?

Bruna: No primeiro momento foi através de men-sagens pelas redes sociais, visitas a igrejas e com amigos próximos. Mas o que realmente funcionou foi a divulgação feita através de um vídeo que bon-dosamente o pastor Bruno Cruz preparou para mim.

AFM: Para que serve o dinheiro que é arrecadado?

Bruna: Para os custos de viagem (ida e vol-ta ao país de destino), para gastos com vistos e burocracias do país destinado. Moradia, al-imentação e projetos locais ao logo do ano.

AFM: Qual é a influência dos doadores na missão?

Bruna: Total! Nem todos têm o perfil para estar em um país como Benim e em muitos outros, porém a oferta de cada um nos mostra que não estamos

só. “Toda missão é resultado de uma visão.” (Cyril Barber). Sem a visão do doador, de que Jesus em breve virá e que a mensagem precisa se propagar, não há como pregar! É um trabalho de parceria!

AFM: Pode contar alguma experiência que te mar-cou com algum doador?

Bruna: Sim! Uma senhora que não tem uma condição financeira estável entrou em conta-to comigo e disse que queria ajudar. Sendo con-hecedora das suas condições, eu disse que a maior doação que ela poderia fazer era orar verdadeira-mente pelo meu trabalho. Ela concordou e achei que havíamos ficado naquilo. No mês seguinte, ela me disse que orar era muito pouco e que ela sabia que Deus havia feito muito por ela, enviando um missionário para lhe mostrar o caminho correto e que ela queria se sentir verdadeiramente na missão, por isso, fez um pacto com Deus que durante um ano ela investiria R$ 10 e ela foi fiel até o fim.Isso mexeu muito comigo, pois sou de cidade grande e sei como gastamos R$ 10 com besteiras facilmente. Pra muitos, isso não é nada. Mas aque-la senhora fez verdadeiramente um grande esforço em dar aquilo que ela não gastava em besteiras, mas

em necessidades. Isso me faz lembrar a história da viúva pobre (Mc. 12:42-43). Se todos pensásse-mos como essa senhora, com certeza veríamos muito mais as bênçãos de Deus em nossa vida.

AFM: O que você faz para estar em contato com seus doadores?

Bruna: Eu envio um relatório mensal a eles, com fotos e vídeos do trabalho que estamos desenvol-vendo aqui. Além de mostrar o avanço da obra, eles podem se sentir verdadeiramente parte dela.

AFM: Qual é a mensagem que você deixa aos do-adores e a quem deseja se tornar doador?

Bruna: Aos que já são doadores, o meu muito obriga-da! Sem vocês esse trabalho seria muito mais difícil do que já é. Ter o seu apoio espiritual e financeiro contribui a cada dia para o avanço da obra de Deus. Aos que querem se tornar doadores, faça seu voto com Deus, seja sincero, Ele conhece o seu coração. Todas as bênçãos que Ele colocou na sua vida servem para repassar aos outros, pois nada levaremos daqui. Aquilo que você pensa ser pouco, pode ser exatamente o que faltava pra que alguém seja salvo!

Crianças do Projeto Otammari, em Benim, em brincadeiras com a missionária Bruna Queiroz

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