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Fundada em 10 de junho de 1942 Edição de 70 anos Junho de 2012 Ex-presidentes falam sobre a entidade Memória da Liga Jauense é resgatada Veja relação dos campeões amadores “Os 10 do Ademir” faz homenagens anos Organização e credibilidade ao longo da história

LIGAJAUENSEDEFUTEBOL-70ANOS

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Revista que conta a história da Liga Jauense de Futebol, de Jaú, clubes, presidentes, campeões amadores de Jaú, região e do Estado. Torino, Paulicéia, XV de Jaú, Ipiranga, Maloca, Aristocrata

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Liga Jauense de futeboL

Fundada em 10 de junho de 1942Edição de 70 anos Junho de 2012

Ex-presidentesfalam sobrea entidade

Memória daLiga Jauenseé resgatada

Veja relaçãodos campeões

amadores

“Os 10 doAdemir” fazhomenagens

7anosOrganização e credibilidade ao longo da história

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Liga Jauense De FuTeBOL 370 anos

Expediente

Publicação:Millenium Comunicações

Rua Pedro Ronchesel, 61- Jardim Bela VistaJaú – São Paulo – CEP 17.208-640

CNPJ nº 05.078.665/0001-31

EditorPaulo César Grange

MTb: 22.931Fone: (14) 9752-9286

ColaboradoresDr. Ramon Pavanato

([email protected])Ademir LeonelEdson Frabetti

Francisco A CapobiancoFederação Paulista de Futebol

FotografiaPaulo César GrangeRodrigo Luiz Paulino

Acervo da Liga JauenseColaboradores

ImpressãoTiliform/Bauru

DIRETORIA DA LIGA

Presidente:Rodrigo Luiz Paulino

Vice-Presidente:Augusto Fernando Picolli

Conselho Fiscal – Titulares1 – Wanderlei Ramos de Lima2 – Eduardo Augusto Borges

3 – Sebastião Galera

Conselho Fiscal – Suplentes1 – Alberto Derzi

2 – Leandro Batistin3 – Ronaldo Paulino

Diretores NomeadosSecretário Geral: Gilberto Aparecido Romachélli

1º Secretário: Rodrigo César Rocha2º Secretário: Marcos Donizete de Almeida

1º Tesoureiro: Jair Pereira de Miranda2º Tesoureiro: Ailton Fabiano ChristianiniDiretor Depto. Técnico: Evandro Devides

Diretor de Árbitros: Daniel José Pereira de SouzaDiretor de Patrimônio: Robson Roberto Volpato

Diretor de Comunicações: Ricardo Pereira

Comissão DisciplinarPresidente: Dr. Adão Marcos de Abreu

Procurador: Edenilson Almeida De LimaAuditor: Dr. Sérgio Eduardo Braggion

Auditor: Dr. Gustavo de Lima CambaúvaAuditor: José Luis de Souza Filho

Auditor: Dr. Renato Simão de Arruda

Liga Jauense De FuTeBOLFUNDAÇÃO: 10/06/1942

PRAÇA DO CENTENÁRIO S/N.ºCENTRO - CEP. 17.201.251 - JAÚ – SP

FONE: (14) 3624-8917CNPJ: 02.842.499/0001-00

FILIADA À FEDERAÇÃO PAULISTA DE FUTEBOL

Liga Jauense70 anos

História em revistaA revista “Liga Jauense 70 Anos” que está em suas mãos é resulta-

do de um sonho do presidente Rodrigo Luiz Paulino. Quis ele resga-tar fatos históricos da entidade que preside desde 2011 e nada mais oportuno do que publicar uma revista registrando um pouco da his-tória permeada em sete décadas de dedicação ao esporte amador de Jaú e região.

Rodrigo buscou parcerias, pesquisou, entrevistou e contou com um jornalista para ajudá-lo a colocar no papel a missão de documen-tar um pouco da trajetória da Liga Jauense de Futebol. Os dados apu-rados estão aí, alguns provenientes de jornais de épocas, outros de documentos da própria entidade e mais alguns colhidos em depoi-mentos de pessoas que viveram a entidade.

Falhas? É possível que ocorram, afinal a memória do ser huma-no nem sempre é infalível. Mas tenham a certeza de que a apuração dos fatos teve cuidado jornalístico para que o registro deles fosse o mais fiel possível. Ao longo de 70 anos, a Liga Jauense perdeu boa parte dos documentos oficiais, perdeu boa parte de sua história. In-felizmente.

O que a diretoria atual fez foi tentar preservar o que ainda existe. Buscou fatos e fotos e colheu depoimentos. Tudo foi parar nessa re-vista histórica. Nem todos os personagens do esporte amador estão nas páginas a seguir, afinal são centenas ou milhares que contribuí-ram ou se relacionaram com a entidade desde 1942.

Em relação às fotografias, a pesquisa feita pela Liga tentou ob-ter as mais significativas. Parte do que foi obtido com colecionado-res e esportistas está nesta edição histórica. A revista “Liga Jauense 70 Anos” não esgota a história da entidade, mas é o primeiro passo para começar a contá-la.

Boa leitura!

Paulo César Grange, editor

Presidente e vice da Liga Jauense, Rodrigo Paulino (à esq) e Leão (à dir), com o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero (centro)

Divulgação

Federação Paulista de Futebol

Cumprimenta a Liga Jauense de Futebolpelos 70 anos de dedicação ao esporte amador

FUTEBOL É FAMÍLIA

Presidente: Marco Polo Del Nero

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4 Liga Jauense De FuTeBOL 70 anos

Liga Jauense: 70 anos de vida

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Liga Jauense De FuTeBOL 570 anos

Entidade completa sete décadas de apoio ao esporte; clubes fazem história, desaparecem e abrem espaço para novas agremiações

Em 2012 a Liga Jauense de Fute-bol completa 70 anos de atividades dedicadas ao futebol amador local e regional. Hoje, sob a presidência de Rodrigo Luiz Paulino. Neste ano, destaque para o Campeonato Ama-dor Regional no primeiro semestre e para o Campeonato Amador de Jaú a partir de agosto. Para celebrar mais um aniversário, a entidade pu-blica uma revista que resgata a his-tória e registra momentos marcan-tes de todas as épocas.

Início - Em 10 de junho de 1942, reunidos na sede do Esporte Clube XV Júnior, na Rua Marechal Bitten-court, 653, 12 esportistas jauenses tinham um só objetivo: fundar a Liga Jauense de Futebol. Os presen-tes aclamaram para presidir a reu-

nião João Jacintho de Almeida, que pediu a João Alvarez Otero que re-gistrasse em ata o discutido naque-le dia.

Almeida explicou que a criação de uma Liga exigia a presença de mais um clube disputando o cer-tame local. Na época, o único clu-be registrado legalmente era o E.C XV de Novembro de Jaú, que viria a ser profissional anos mais tarde. Portanto, seria preciso o registro de outros clubes e a consequente par-ticipação no certame.

Naquela primeira reunião foi eleito o Conselho Deliberativo, cuja presidência ficou com Washington Pares. Pares marcou para o dia 12 seguinte a eleição e a posse da di-retoria, que deveria dirigir os des-tinos da Liga ate 31 de dezembro

de 1943.

Diretoria - Quatro clubes en-viaram representantes à reunião. Miguel Chiachio Neto, pela Asso-ciação Athlética Palmeiras; Cha-fik Buchalla, pelo Club Athlético Jahuense; João Alvarez Otero, pelo E.C XV de Novembro de Jaú; e Ale-xandre de Magalhães, pelo E.C XV Junior; e demais fundadores.

João Jacintho de Almeida foi elei-to presidente, com Octavio Pacheco de Almeida Prado de vice. A secre-taria ficou com Miguel de Chiachio Neto; a sub-secretaria coube a João Alvarez Otero. Chafik Buchalla era o tesoureiro, com Alexandre Maga-lhães de ajudante. Conhecido o re-sultado da votação, foi lido o esta-tuto que regia a entidade.

Ex-presidente do XV de Jaú, Zezinho Magalhães dá o pontapé inicial no jogo entre Ipiranga e Guarani em

1950, no Estádio Arthur Simões. Com ele, Nelsinho, Botche e Carlitão

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O primeiro vencedor de uma dis-puta organizada pela Liga Jauen-se de Futebol foi o Club Athlético Jahuense, que tinha como presiden-te Chafik Buchalla. O Club Jahuen-se conquistou o Torneio Inicio para o Campeonato Amador de Jaú de 1943. O XV de Jaú ficou em segun-do lugar, com o XV Junior em ter-ceiro.

Aquele torneio, que recebeu a denominação “Taça João Jacintho”, foi disputado no dia 11 de abril de 1943, no estádio do XV de Novem-bro. Seis times se enfrentaram em jogos de dois tempos de 15 minu-tos: A.A Palmeiras x XV Júnior, A.C Guarani x XV de Novembro e Estu-dantes F.C x Club Jahuense. Partici-param da arbitragem João Caetano, Victorio Ronchesel e Domicio dos Santos.

Octacampeão - Clube tradicio-nal de Jaú nas principais divisões do

No Início, XV de Jaú era soberano

futebol paulista, o XV de Novembro de Jaú não teve adversário nos pri-meiros anos na história dos campe-onatos organizados pela Liga. Ven-ceu oito vezes consecutivas – nas últimas já disputando paralelamen-te o campeonato profissional. Em 2012, o Galo da Comarca disputou a Série A-3 do Paulista e foi rebaixa-do para o equivalente à quarta divi-são, que é o primeiro degrau para um clube que sai do amadorismo ingressar no profissionalismo.

Em 1943, o prefeito de Jaú, An-tonio Neves de Almeida Prado, ofe-receu uma taça a ser entregue à equipe vencedora do campeona-to de estreia da recém-criada Liga Jauense de Futebol. A copa recebeu o nome de Alfredo Lima Camargo, juiz de direito da comarca.

O campeonato teve início em 18 de abril com as partidas A.A Palmei-ras x Clube Jahuense e Guarani x XV de Novembro. No final de maio,

XV de Jaú em 1947, época em que o Galo da Comarca disputava o Amador: Dorival, Cartucho, Celeste, Alemão, Tingo, Reducinio, João Gostoso, Ismael, Hipólito, Manolico e Pedrinho Bussab

UniãO CrUzeirO dO SUl, CampeãO amadOr em 2002Em pé: Roberto Mello (diretor), Roberto Ramos (técnico), Celsinho, Márcio, Beia, Pipi, Aleixo, Rogerinho, Valmir Tosi, Kiko Barra, Paulinho, Castanhassi, Magrão, Gaúcho, Richard, Cabelinho, Edenilson de Almeida (aux. Tec) Agachados: Mirabel (prep fis), Carlos Ramos (mass), Mário, Marquinho Viccioli, Abacaxi, Diego Bariri, Joel Gomes, Nono, Marolinha e Dinei (diretor)

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Liga Jauense De FuTeBOL 770 anos

COrinthianS JaUenSe, ViCe em 1988Em pé: Isaac, Celso Campos, Carlão, Montanha, Jumbão, Ricardo, Bechinho, Mick e Benê. Agachados:; Nivaldo, Nenê Bento, Nivaldo, Pavani, Hans, Paulo e Muller

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a competição chegava ao fim com a equipe XV de Novembro campeã geral, com dois pontos perdidos. Na segunda colocação, com quatro pontos perdidos, ficaram XV Júnior, Guarani e Jahuense.

Para resolver o problema do empate e apontar o verdadeiro vice, os três times jogaram entre si, com o XV de Novembro vencen-do os rivais. Naquele ano, a equi-pe A.A Palmeiras foi desclassifica-da, pois queria mandar seus jogos no campo dos Cônegos Premons-tatenses.

Campeão jauense, o XV de No-vembro recebeu as faixas e o tro-féu num jogo amistoso contra a seleção da Liga, em 4 de julho, ani-mado pela Banda Carlos Gomes. Antes do final do campeonato, po-rém, em 10 de maio, o presidente da Liga, João Jacintho de Almeida, pediu afastamento, sendo substitu-ído por Manuel Porto, que ficaria no comando da entidade durante qua-tro anos.

A história passa – A partir de então, os campeonatos se sucedem ao longo de décadas. Após a era XV de Jaú surge como força na cidade o Atlético Clube Guarani, que passa a rivalizar com Esporte Clube Amé-rica, Associação Atlética Palmeiras, Clube Atlético Ypiranga, este último a emplacar quatro títulos seguidos entre 1957 e 1960.

Uma nova fase se inicia no ano seguinte, quando surge o Torino

laranJa meCâniCa CampeãO em 2008Em pé : Cride, Alécio Marchezani, Dani, Adriano, Alex Manjubinha, Caio, Juvenil, Buguinho, Cláudio, Montanha, Daniel Plácido, Kakuli, Tcharles, Bidão (José Plácido) e Rui Malagoli. Agachados : Luis Filipe, Bijú, Mózinho, Danilo, Pavão, Ito, Zé da Matta, Titão, Reinaldo, Anderson, Neilon, Mandi e Rafael Vendramini.

GUarani CampeãO de 1946Em pé: Zu Merchan, Chevarrrieta, Molan, Haroldo, Roberto Pavan e Fazendeiro. Agachados: Nato Preto, Paleari, Secanha, Rido Devides e Zezé

JUVentUS de 1972Em pé: André, Medina, Vadinho, Marcos, Pé de Ferro, Santa Cruz, Cidão e Silvano. Abaixados: Capelozza, João Campó, Tuca, Carlos Coló, Vardão, João Chacon e Clodo

Fotos: Arquivo

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Liga Jauense De FuTeBOL 970 anos

Futebol Clube, dono dos títulos de 1961 e 1962 e de outros 15 ao lon-go de uma trajetória vitoriosa, es-pecialmente nos anos 70, 80 e 90 – entre as conquistas locais, o Tori-no chegou a ser campeão estadual em 1970, ano do tricampeonato do Brasil na Copa do Mundo.

O clube que mais chegou per-to dessa trajetória de conquistas do Torino foi a Associação Atléti-ca Paulicéia, que obteve dez triun-fos na história após os anos 80. O Paissandu entrou no páreo na mes-ma época, mas ficou apenas no bi-campeonato. Grandes clássicos fo-ram realizados envolvendo Torino e Paulicéia, até que ambos se afastas-sem das disputas nos últimos anos.

Fase recente - Recentemente, quem tem se destacado é o Laranja Mecânica, campeão em três oportu-nidades. A última conquista foi em 2010. No ano passado, o título fi-cou com o Potunduva Futebol Clu-be. Em 2012, tanto Laranja como Potunduva buscam mais um título. O próprio Aristocrata Clube é outro concorrente de peso, tendo em vis-ta que foi campeão em 2009. Esses três campeões vão duelar pela taça contra outras sete equipes. A partir de agosto começa a se definir um novo campeão.

Na região, os grandes campeões nas duas últimas décadas foram ti-mes de Boracéia e de Bariri, sempre

e.C. amériCa em 1965Em pé: Lolo, Toti, Robertinho, Bahia, Manga, Zezo, Jacaré e Inocêncio. Agachados: Bichinho, Deu, Ciola, Claudio e Baleia

COmerCial de 1963Em pé: Moia, Zé Martins, Marrom, Nasrri, Fininho, Chanão e Moschetta. Agachados: Mamede, Capelozza, Wilson, Zico, ,João Lopes e Coruja

aa palmeiraS na déCada de 40Em pé: Doca, Lin, Zerica, Adelino, Pedrinho, Hilário, Pintado, Manolo, Renato e Féu. Agachados: Oswaldo Toffano, Aristides Coló, Araci, Madela, Irineu, Paulo, Alcides, Pengo 2 e Pengo 1

enfrentando rivais de peso de cida-des como Bocaina, Brotas, Igaraçu e Itapuí.

Em 2011, no entanto, um novo clube entrou para o rol dos campe-ões, o Ribeirão Bonito, que passou pelos bocainenses (DJEL/Bocaina) na final. O time foi campeão com Milton Belluci; Wilker “Pato”, Inho, Dodô e Moral; Renatinho, ET, Chu-ca e Piu (Marcelão); Cafu e Sergi-nho (Milton). Também fazem parte do elenco: Igor, Bigode, Rick Perro-ne, Dri, Washington e Luiz Fernan-do O técnico foi o Bebeto, auxilia-do por Telê.

Em 2012, o campeonato prosse-gue em andamento, com previsão de término no início de julho.

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10 Liga Jauense De FuTeBOL 70 anos

‘a história da Liga jamais poderia tersido esquecida’

Rodrigo Luiz Paulino, 32 anos, conduz os destinos da Liga Jauense desde outubro de 2011, com mandato de dois anos. Adminis-trador de empresas, ele atua na Liga Jauense de Futebol desde 2008, primeiro como secre-tário (2008/2009), depois como vice-presi-dente (2010/2011) e agora na presidência. Na entrevista a seguir ele aborda questões

como a história da entidade, a falta de inves-timento numa sede própria e a meta de se consegui-la em breve, analisa a participação de Jaú e região no Amador Estadual, destaca o trabalho feito com as seleções locais e re-conhece que seus antecessores foram “guer-reiros” ao conduzir a entidade ao longo de 70 anos

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Liga Jauense De FuTeBOL 1170 anos

Você se considera um presi-dente de sorte por estar na presidência da Liga justamente quando ela completa 70 anos?

Rodrigo Paulino - Posso afir-mar que sim. Sempre tive sonhos com futebol e, como não vinguei como atleta, passei a dirigir equi-pes, participar ativamente, e hoje, em um patamar mais elevado, es-tou à frente da entidade máxima no futebol de Jaú e região. E tenho pre-tensões cada vez maiores para co-laborar com o futebol dessa imen-sa região.

O Amador de Jaú vai ter jogos noturnos pela primeira vez. Qual o intuito disso em um campeonato cuja tradição é jo-gar durante o dia?

Rodrigo - É novidade. Temos como objetivo poupar atletas e di-

rigentes, além dos torcedores, da exposição ao forte calor, principal-mente das partidas com inicio às 13h30 de sábado. E também ofere-cer atrativo aos amantes do futebol durante a semana. Outro fator a ser enaltecido é para adaptar melhor o calendário, pois, neste ano, o Ama-dor de Jaú tem início previsto para 18 de agosto. O Amador do Estado inicia-se em setembro. Em anos an-teriores equipes que atuaram nas duas competições jogaram no sá-bado e no domingo, às vezes com menos de 24 horas de diferença.

A Prefeitura liberou subvenção de R$ 49,8 mil para a Liga este ano. Qual a destinação desses recursos?

Rodrigo - Essa verba liberada pela Prefeitura e aprovada pelo Le-gislativo é destinada ao custeio da

realização do Campeonato Amador de Jaú, desde material esportivo, como uniformes, premiação com aquisição de troféus e medalhas, bolas, pagamento da arbitragem e gandulas, bem como despesas ad-ministrativas e de consumo ao lon-go do ano.

O que caberá a cada clube como premiação pela presença no campeonato?

Rodrigo - Cada clube partici-pante receberá da Liga um unifor-me completo (25 conjuntos). Além de toda estrutura para realização das partidas, inscrições de atletas na Federação Paulista de Futebol e, ao final, premiação com troféus e medalhas, além de premiação em dinheiro ao campeão, vice, terceiro e quarto colocados. Essa premiação vai ser definida em conjunto com possíveis patrocinadores.

A cada época o Amador sobe e desce na preferência popular. Hoje, o Varzeano rivaliza com o Amador ou ambos se comple-tam?

Rodrigo – Atualmente, o Cam-peonato Jauense de Futebol da 1ª Divisão desperta interesse maior por parte das pessoas que dirigem as equipes, com altos investimen-tos, mas estamos planejando uma súbita mudança neste quadro.

Em termos de seleções de Li-gas, Jaú também não consegue deslanchar, parando sempre na primeira fase. O que esperar em 2012?

Rodrigo - No campeonato de seleções de ligas, infelizmente, não conseguimos alcançar campanhas notórias. Porém, nunca coloquei o resultado com meta principal. Sem-pre pautei primeiro a “disciplina”, depois o resultado. Neste ano tere-mos o 2º Campeonato, que é rea-lizado em parceria com o governo do Estado, promovido pela Fede-ração Paulista de Futebol. Espera-mos uma campanha melhor e pas-sar para a segunda fase.

Qual a vantagem de se investir num time sub-21 para o Esta-dual de Ligas e ao mesmo tem-

guerreiros. Com certeza, todos os presidentes que passaram ao longo dos anos pela Liga enfrentaram dificuldades financeiras

“Divulgação

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po ter esse time para defender Jaú nos Jogos Regionais?

Rodrigo - Tive essa idéia no encerramento da edição de 2011, quando enfrentamos inúmeros problemas no que tange a joga-dores, principalmente nos jogos fora. Quando viajamos no sábado para atuar no domingo os atletas, na maioria casados, eram obriga-dos a deixar suas famílias para via-jar com a delegação, sendo que a maioria não se apresentava para a viagem. Com isso refleti bastante. Depois, em reuniões com o atual Secretário de Esportes, João Carlos Coló, e com o treinador de futebol da Secretaria, José Antonio, decidi-mos valorizar o trabalho dos garo-tos e montarmos a Seleção Jauen-se, com atletas sub-21. O time terá uma parcela de experiência tam-bém com o goleiro Coutinho, o meia Zé Toledo e três atletas da equipe de Nova Europa, com desta-que para o meia Luiz Ricardo.

O que a FPF oferece de benefí-cio para que o Estadual de Li-gas ganhe projeção e não seja mais um campeonato sem atra-tividade?

Rodrigo - O presidente da Fe-deração Paulista de Futebol, Mar-co Pólo Del Nero, desde que assu-miu a presidência, passou a olhar com outros olhos o futebol amador e hoje vemos o resultado. No Cam-peonato Estadual de Seleções de

Sempre pautei primeiro a “disciplina”, depois o resultado

Geraldo Jabur dá o pontapé inicial na abertura da copa que o homenageou em 2010, na presença de Rodrigo Paulino, Ariel Pacífico e do vereador Formigão

Ligas temos transmissões ao vivo pela TV, toda estrutura fornecida - desde uniforme, bolas e arbitragem de ponta, bem como transporte, alimentação e hospedagem. Além de sempre estar de portas abertas para receber presidentes de ligas amadoras, seja pra requisitar ma-terial ou apoio em projetos espor-tivos, atendendo a um presidente de liga amadora da mesma forma que ao presidente de um clube da elite do futebol nacional. Sou imen-samente grato a tudo que a Fede-ração nos apoiou e com certeza continuará apoiando.

A Liga funciona num prédio da Prefeitura (Piscina Municipal), já esteve em ginásio de espor-

tes e sala alugada. Dá para so-nhar com sede própria?

Rodrigo - Quando assumi a pre-sidência uma das metas seria ob-ter uma sede própria, partindo da obtenção de uma gleba de ter-ra. Continuamos com esse objeti-vo, porém, infelizmente, este ano por se tratar de ano eleitoral, qua-se toda tratativa no quesito doação é proibida. Em 2013 retomaremos essa iniciativa. Com 70 anos, a Liga Jauense merece sua “casa própria”.

Ao olhar para trás como você analisa o trabalho dos seus an-tecessores, que mantiveram a entidade sempre ativa?

Rodrigo - Guerreiros. Com cer-teza, todos os presidentes que pas-saram ao longo dos anos pela Liga enfrentaram dificuldades financei-ras. Por um período recebeu fundos do Bingo, mas, na maioria das ve-zes dependia e depende do poder público municipal. Mas fica aqui um “puxão de orelhas”, pois a his-tória da Liga jamais poderia ter sido esquecida: hoje não temos docu-mentado quais são todos os cam-peões do Amador Regional.

Hoje, uma lacuna que existe nos registros da Liga é a fal-ta de uma listagem dos campe-ões amadores regionais de an-tes de 1990. O que a Liga vai fazer?

Rodrigo - Estamos resgatando o passado, pois, em um futuro não muito distante, também faremos parte deste passado. Enquanto es-tiver no comando da Liga Jauense não medirei esforços para resgatar o passado, prestigiar o presente e elaborar o futuro.

O comando da Liga nos últi-mos anos passa pelas mãos de gente ligada à arbitragem. É o reconhecimento a uma catego-ria de profissionais cuja ido-neidade sempre foi colocada em dúvida?

Rodrigo - Existem vários fatores em que se consiste assumir o desa-fio de ser presidente da Liga, o des-gaste é alto, mas, com certeza, um dos fatores é o reconhecimento da classe, um sonho que foi se tornan-

Arquivo

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Liga Jauense De FuTeBOL 1370 anos

secretário de esportes defende parceria

João Carlos Coló foi quem in-termediou a liberação da sub-venção da Prefeitura para a Liga Jauense. O secretário de Espor-tes de Jaú diz que parceria en-tre poder público e entidade é fundamental. Ele diz que o di-nheiro liberado é para cobrir os gastos com o Amador de Jaú, principalmente de arbitragem, e para a ajuda de custos aos dez clubes. “A Prefeitura faz esse convênio e cobra prestação de contas da Liga”, diz Coló.

Além do Amador, Jaú tem o Campeonato Jauense promovi-do pela Secretaria de Esportes. Essa competição varzeana é di-vidida em duas divisões e tem se valorizado nos últimos anos. Para João Coló, essas duas divi-sões com acesso e rebaixamen-to valorizam a disputa. “É bom para a cidade essa busca para reforçar os times”.

Para Coló, o fato de Jaú ter Amador e Varzeano estimula a criação de times, mesmo assim, segundo ele, hoje a cidade tem menos equipes do que décadas atrás. “A meninada só pensava em jogar bola. Hoje é diferen-te”. E exemplifica a situação do

do realidade, dia após dia. Tudo se iniciou no começo da década de 90, quando ainda tinha meus 12 anos. Hoje, 20 anos depois, a consolida-ção. Mas acredito que tenho mais por fazer. Dois anos é muito pouco. Estamos estudando uma alteração no sentido de prolongar esse tem-po. E também almejo um algo mais: prestar serviços ao E.C. XV de No-vembro de Jaú.

A quem você agradece numa palavra final?

Rodrigo - Agradeço a Deus, pois sem Deus nada é possível; à minha família, em especial à minha espo-sa, que sempre está junto, lado a lado, incentivando nos projetos, au-xiliando na administração; a todos os parceiros-amigos da atual dire-toria; ao Dr. Marco Pólo Del Nero, grande incentivador; ao poder pú-blico municipal (prefeito Osvaldo Franceschi Júnior; ao poder legisla-tivo, em especial ao vereador Tito Coló Neto, um batalhador do es-porte; aos presidentes das equipes de Jaú e região; ao meu amigo José Carlos Borgo, que foi quem nos lan-çou à frente da Liga; aos meus par-ceiros de início da caminhada, Pa-cífico e Sandrão, e em especial aos amigos do Laranja Mecânica, clube pelo qual defendi ao longo de apro-ximadamente 15 anos e onde tudo começou: roupeiro no início, depois massagista, passei a administrar a sede social, depois técnico do sub-20 e futsal, sendo vice-campeão em ambos; e a todos os amigos con-quistados ao longo dos anos.

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XV de Jaú, que não mantém ca-tegorias de base.

Há alguns anos o XV cedia o Galinho para defender Jaú nos Jo-gos Regionais e Abertos, quase sempre com chance de medalha de ouro. Atualmente, a própria Prefeitura encampou a monta-gem de um time sub-21, dando ao técnico José Antonio Domin-gues o comando do grupo. Aliás, é essa equipe que defende a Liga Jauense no Campeonato Estadual de seleções de ligas.

“Essa junção entre Secretaria de Esportes e Liga é muito boa. O trabalho da Liga é fundamen-tal na organização”, comenta Coló, que ressalta o bom rela-cionamento e espera que, um dia, a Liga Jauense tenha sua sede própria.

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14 Liga Jauense De FuTeBOL 70 anos

Augusto Fernando Picolli, o Leão, é vice-presidente da Liga Jauense de Futebol. Mas foi como árbitro de futebol de campeonatos amadores que ele fez carreira na ci-dade e se tornou um profissional respeitável do apito. Tanto é res-peitável que até hoje, aos 57 anos de idade, ainda é dos mais requisi-tados para conduzir jogos de bola tanto em Jaú como na região.

Árbitro desde 1979, Leão inte-gra o quadro de árbitros da Liga Jauense de Futebol. Hoje, segun-do ele, são cerca de 60 profissio-nais na ativa, incluindo assistentes e mesários. Ele diz que essa serie-dade na arbitragem contribui para que os campeonatos amadores te-nham jogos de qualidade.

“A credibilidade de Jaú na arbi-tragem é muito boa. A cidade está entre as duas escolas mais respei-tadas, incluindo Piracicaba”, co-menta, lembrando que os árbitros jauenses atuam em competições de toda a região, como Bariri, Areal-

Leão, o vice: origem no apitoSeriedade na condução da arbitragem

va, Pratânia, Torrinha, Barra Bonita e outras. Além disso, também api-ta campeonatos internos de clubes, como o do Caiçara.

Antes de ser vice da Liga, Leão foi diretor de árbitro da entidade no mandato de Ariel Pacífico, que tam-bém tem origem na arbitragem. O próprio presidente atual, Rodrigo Paulino, também atua na arbitra-gem.

“Infelizmente tem muitos árbi-tros descontentes hoje com a pro-fissão. A gente não tem segurança e é uma dificuldade receber o pa-gamento quando apitamos com-petições da Prefeitura”, comen-ta, lembrando que alguns árbitros de futebol investiram na carreira e hoje são profissionais.

Em Jaú, segundo ele, uma safra promissora de árbitros está na ati-va. E cita Marco Melo, Ricardo Pe-reira, Jair Miranda, Juninho Alceu... “É bom isso, porque os veteranos, como eu, o Sérgio Torini, o Cidão Borsoli estamos no fim da carreira.”

Jaú, diz ele, também tem árbi-tros profissionais que apitam para a Federação Paulista de Futebol. Leonardo Vinicius Pereira (ex-pre-sidente da Liga) é um deles. “Tem ainda o José Claudio da Rocha Filho (árbitro CBF), Juninho Alceu, Miguel Ribeiro (assistente, atuou no Paulis-tão deste ano), João Guilherme, Gil-berto Romachelli, Gustavo Chacon, Eduardo Borges e o Rafael.

Ju da Rocha – Um dos jauenses que estão em evidência quando se fala em arbitragem é Ju da Ro-cha (José Claudio da Rocha Filho). Ele arbitrou pelo segundo ano con-secutivo a decisão do Título do In-terior do Campeonato Paulista. No dia 12 de maio, Ju da Rocha co-mandou o jogo entre Mogi Mirim e Bragantino. Ele vai atuar na Série B do Brasileiro deste ano. Ju da Ro-cha tem origem em competições da Liga Jauense, tendo trabalhado em muitos campeonatos de Jaú e da re-gião.

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16 Liga Jauense De FuTeBOL 70 anos

Dirigente de Jaú detona juiz da Libertadores e quer pegar o Timão

‘Ele não apitaria aqui’, diz presi-dente da Liga Amadora, que é pal-meirense, mas sonha ver sua se-leção local num amistoso contra o Corinthians

Por Rafaela Gonçalves Jaú, SP

Os dirigentes do futebol amador de Jaú não ficaram nem um pouco ofendidos com as declarações feitas pelo presidente do Corinthians, Má-rio Gobbi Filho, na última quarta--feira, após o empate por 0 a 0 com o Emelec, quando o cartola compa-rou a atuação do árbitro colombia-no Jose Buitrago com o futebol de várzea de sua cidade natal, no inte-rior de São Paulo.

- Não sei que mel que a Liberta-dores tem. Isso aqui é um povico, uma coisa medíocre, ridícula. Foi uma arbitragem dolosa, tenden-ciosa, nos prejudicou abertamente. (...) Nem o varzeano de Jaú é tão ruim como isso aqui. É terra sem lei - disse o mandatário corintiano, logo após a partida.

O presidente da Liga Jauense de Futebol Amador, Rodrigo Pauli-no, conta que se sentiu lisonjeado com a menção feita pelo conterrâ-

Jaú x Timão no GloboEsporte.com

neo ilustre.- Nós não achamos que ele (Má-

rio Gobbi) falou isso para desmere-cer o nosso campeonato e entende-mos perfeitamente o que ele quis dizer. Talvez ele não tenha sido muito feliz com as palavras, mas ele estava de cabeça quente, afi-nal a atuação do árbitro foi pífia e acabou prejudicando o Corinthians - comentou

Apesar de ser palmeirense, o presidente da Liga Jauense concor-dou com as criticas feitas por Mário Gobbi e afirma que o árbitro Jose Buitrago não atuaria na várzea de Jaú de forma alguma.

- Ele foi muito mal no jogo e nós não deixaríamos ele apitar aqui. 90% dos nossos árbitros são ama-dores, mas 10% são profissionais e têm potencial para atuar melhor do que aquele juiz na Libertadores.

Convite - Rodrigo Paulino apro-veitou o contato da reportagem do GLOBOESPORTE.COM para fazer

um pedido ao presidente do Corin-thians.

- Não sei se o convite vai chegar até o Mário Gobbi, mas já que ele lembrou da gente, gostaríamos de convidar o Corinthians para fazer um amistoso contra a seleção ama-dora de Jaú, que disputa o Campe-onato Paulista Amador. Em junho a Liga Amadora completará 70 anos e ficaríamos honrados em receber o Corinthians para um jogo. Não pre-cisa ser o time completo, um “com-binadão” já estaria bom demais.

A Liga Jauense de Futebol Ama-dor faz aniversário no dia 9 de ju-nho. O sonho dos dirigentes é de fa-zer um amistoso no Estádio Zezinho Magalhães contra o Timão. A renda ficaria como investimento no fute-bol local.

- Lotaríamos o Zezinho e faría-mos uma festa linda. Seria muito legal porque poderíamos cobrar in-gressos com preços simbólicos para ajudar a nossa Liga - concluiu.

O presidente da Liga Jauense de Futebol, Rodrigo Paulino, foi pro-curado pelo portal GloboEsporte.com para repercutir declaração do presidente do Corinthians sobre a atuação da arbitragem na Taça Li-bertadores. A seguir, a reportagem publicada no dia 4 de maio de 2012:

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Liga Jauense De FuTeBOL 1770 anos

Relíquias do baúEssas duas imagens são do fundo do baú. Foram re-

passadas à Revista da Liga Jauense por José Luiz Ro-drigues Borges, o Bambu, presidente do Aristocrata. Diz ele que as imagens são do irmão, Walter Rodrigues Borges, que as conserva como se fossem relíquias. É a família Borges ajudando a contar a história da Liga. Quem tiver fotos antigas e quiser compartilhar para o acervo da Liga pode ligar para (14) 3624-8917.

BOtafOGO da ÁlVarO flOret 1969Em pé: Bambu, Ditão, Carlinhos, Rosela, João Carlos,

Lelão. Agachados: Antonio Pedro, Deleu, Toninho Alemão, Tirão, Guilherme. Técnico: Chico Fernandes

paUliStanO 1965Em pé: Bento, Ênio,

Titão, Pitova, Lydei, Neu. Agachados: Jair, Bambu,

Pui, Zecão e Esquerdinha. Técnico: Zé Mineiro

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18 Liga Jauense De FuTeBOL 70 anos

O Campeonato Amador Regional, organizado pela Liga Jauense de Fu-tebol, teve início em 11 de março e vai chegar ao fim no início de ju-lho, quando será definido o cam-peão da temporada. Ribeirão Bonito busca o bicampeonato, enquanto a AA Boracéia tenta ampliar sua gale-ria de troféus, mantendo a tradição de maior vencedor pós-1990.

Mas outros times também estão no páreo, inclusive o ex-campeão estadual de 2000, a Associação Atlética Itapuí. A lista dos clubes que avançaram para a segunda fase inclui AA Boracéia, AA Itapuí, Ribei-rão Bonito, Mineiros e Livramento. No páreo por três vagas estavam Bocaina, Nova Europa, Boa Esperan-ça e Tabatinga. Divididos em cha-ves, a meta agora é buscar a classi-ficação rumo à grande decisão.

De 1990 para cá, o grande cam-peão amador regional é a Associação Atlante Boracéia, com oito títulos. Na “cola” está a Associação Atlética Bariri, com cinco conquistas. A cida-de de Bariri foi campeã outras duas vezes, com Juventude e Arrudão. Bo-caina também fez a festa com o Cor-da Bamba e com o Bocaina FC.

Campeões – O futebol amador

AMADOR REGIONAL

Campeão sai em julhoJunho começa com os oito melhores times da região em busca do título

mineirOS eSpOrte ClUBe, CampeãO reGiOnal em 1990: feSta daS faiXaS COntra a pOnte preta/CampinaSEm pé: Mario, Maurílio, Dirce, Niltinho, Matão, Airton Alonso, Sabugo, Marco Cipola, Paulo Puim, Pedrinho Cipolla (técnico), Dirceu (prefeito) e diretoresAbaixados: Betinho Perez, Marcão, Carlinho, Binho, Si, Carlos, Luiz Carlos, Henrique, Palito, vereadores e diretores

aSSOCiaçãO atlétiCa Bariri fOi Campeã dO amadOr

reGiOnal em 2005: cidade tem três times com títulos regionais da Liga Jauense

Foto www.cidadedebocaina.com.br

BOCaina f. C. CampeãO de 1949Em pé: Damazine, Paulo, Diogo, Coqueiral, Paziani, Clóvis, Madela. Agachados: Hipólito, Wilson, João Ferrari, Darly e Ditinho

Arquivo

Arquivo

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Liga Jauense De FuTeBOL 1970 anos

de Bocaina foi um dos grandes vi-toriosos na região quando a Liga Jauense de Futebol dava seus pri-meiros passos. Foram quatro títu-los na década de 40 e dois nos anos 50. Mais recentemente, o Bocaina FC. conquistou o título de 2009, mas tem feito bonito ano após ano – chegou a ser vice no ano passado.

Fundada no dia 16 de maio de 1924, a equipe conheceu o seu pe-ríodo de maior glória entre as déca-das de 40 e 50, ficando conhecido como o “Leão da Douradense”, de-pois de conquistar o tricampeona-to entre 1945 e 1947. O campeona-to de 1946 teve um sabor especial para os torcedores, já que o mesmo foi conquistado de maneira invicta e depois de duas vitórias por 3 a 0 contra o EC XV de Novembro de Jaú nos dois jogos da final.

Destaque ainda para o C. A. Bo-tafogo, de Barra Bonita, que foi fun-dado em 24 de fevereiro de 1968. Tricampeão amador regional pela Liga Jauense na década de 70, foi ainda campeão estadual em 1976 e vice-campeão do Estado em 1977.

aa Barra BOnita, Campeã amadOr reGiOnal em 1973Em Pé: Ditinho, Aldo, Sérgio, Jairzinho, Ditão, Cescatto, Duda, Beto Gerin, Dirceu, Beto Ireno, Zé Mané e CelsoAgachados: Vado, Helinho, Laércio, Bilica, Ademar, Taio, Dejair, Neto de Marchei e Zinho

aa itapUí 1975,CampeãO reGiOnal

Em pé: Altair Lanza (presidente), Horácio (médico), Pateta, Téio, César,

Paulão, Camilo, Fiati, Bigode, Telefone, Testão, Horacinho e Pedro Batata (téc.)

Agachados: Pitito, Zito, Armandinho, Vô, Mansano, Beto, Ademir e Gino

Pedro Batata/Divulgação

BOa eSperança é Um dOS partiCipanteS dO CampeOnatO amadOr reGiOnal de 2012

aa BOraCéia COnqUiStOU O títUlO reGiOnal em 2008

Foto www.cidadedebocaina.com.br

Arquivo

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20 Liga Jauense De FuTeBOL 70 anos

A edição 2012 do Campeonato Amador de Jaú começará no dia 18 de agosto, com previsão de encer-ramento em 27 de outubro. A reu-nião do Conselho Arbitral foi rea-lizada no dia 21 de maio na sede da entidade. Os dirigentes defini-ram os detalhes da competição que será marcada pelos 70 anos da Liga Jauense de Futebol.

Dos dez clubes em ação, três já foram campeões – Aristocrata, La-ranja Mecânica e Potunduva, este último em 2011. Pelo retrospecto e pela tradição, portanto, o trio pode ser apontado como favorito, mas vão ter de enfrentar equipes novas e também tradicionais, mas que ainda almejam um troféu inédito.

Regulamento - Ao longo dos meses o campeonato será dividido em quatro fases. Na primeira delas com dois grupos de cinco clubes, nos quais jogarão em turno único dentro do próprio grupo. Classifi-cam-se à segunda fase os quatro melhores de cada grupo, perfazen-do 20 partidas aos sábados à tar-de, domingo cedo e nas noites de quarta-feira.

Na segunda fase (quartas-de-fi-nal), os oito times formarão qua-tro chaves, com apenas o vencedor do confronto único (mata) segue adiante.

Nas semifinais, os vencedores da fase anterior disputarão dois mata--mata, com jogos em turno e retur-no em busca das vagas nas finais. A decisão do título também será em turno e returno, sendo que a equi-pe com melhor campanha ao longo da competição jogará com a vanta-gem de dois resultados iguais.

JAÚ

Em agosto, um novo campeonatoCampeonato Amador de Jaú começa em 18 de agosto, com término em 27 de outubro: dez clubes estão na briga

ariStOCrata, CampeãO amadOr de Jaú em 2009EM Pé: Bambu, Celso, Dida, Cleitinho, Oséias, Caninho Juvenil, Pelé, Lelo, Dani, Márcio Beia e Célio do Bar. AGACHADOS: Mandi, Deja, Ito, Juninho, Fernando, Romarinho, Reinaldo, Mazinho, Carlos Prado

pOtUndUVa fC 2011, CampeãO amadOr de JaúEM Pé: Bruno, Marquinho, Ruster, Ton, Maicon, Léo, Robson, William, Joãozinho, Carraro, Jura e Banana. AGACHADOS: Matheus, Marcelo, Roberval, Charles, Bodão, Guilherme, Sachetti, Vitinho, Lela, Pietro e Du

Técnico Franja, último campeão do amador

Paulo César Grange

Participantes 2012Grupo A Grupo Bpotunduva F.C. Aristocrata ClubeIndustrial A.A. Barra MansaInternacional F.C. Expressinho F.C.E.C. Trovão Negro A.A. Laranja Mecânicapouso Alegre E.C. A.D. Nacional p.A.S.

1ª roDADA - 18/08/201218/08 14H40 poTuNDuVA X INDuSTrIAL18/08 16H40 ArISToCrATA X BArrA MANSA19/08 09H10 LArANJA MECANICA X NACIoNAL22/08 19H40 pouSo ALEGrE X TroVÃo NEGro

Fonte: Liga Jauense de Fufebol

Divulgação

Divulgação

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Liga Jauense De FuTeBOL 2170 anos

1943 XV DE NoVEMBro DE JAÚ1944 XV DE NoVEMBro DE JAÚ1945 XV DE NoVEMBro DE JAÚ1946 XV DE NoVEMBro DE JAÚ1947 XV DE NoVEMBro DE JAÚ1948 XV DE NoVEMBro DE JAÚ1949 XV DE NoVEMBro DE JAÚ1950 XV DE NoVEMBro DE JAÚ1951 ATLÉTICo CLuBE GuArANY1952 ATLÉTICo CLuBE GuArANY1953 E.C. AMÉrICA1954 ATLÉTICo CLuBE GuArANY1955 A.A. pALMEIrAS1956 ATLÉTICo CLuBE GuArANY1957 C.A. YpIrANGA1958 C.A. YpIrANGA1959 C.A. YpIrANGA1960 C.A. YpIrANGA1961 TorINo F.C.1962 TorINo F.C.1963 NÃo rEALIZADo1964 C.A. INTErNACIoNAL1965 E.C. AMÉrICA1966 A.A. pALMEIrAS1967 NÃo rEALIZADo1968 NÃo rEALIZADo1969 E.C. AMErICA1970 TorINo F.C.1971 pAuLISTANo F.C.1972 ATLÉTICo CLuBE GuArANY1973 JuVENTuS F.C.1974 TorINo F.C.1975 TorINo F.C.1976 TorINo F.C. E XV DE JAÚ1977 TorINo F.C.1978 TorINo F.C.1979 TorINo F.C.

1944 AA BArrA BoNITA1945 BoCAINA FC1946 BoCAINA FC1947 BoCAINA FC1949 BoCAINA FC1953 AA BArrA BoNITA1955 BoCAINA FC1957 AA BArrA BoNITA1958 BoCAINA FC1959 rIBEIrÃo BoNITo1965 AA ITApuÍ1967 AA BArrA BoNITA1970 IGArAÇuENSE/IGArAÇu1973 AA BArrA BoNITA1975 AA ITApuÍ1976 C A BoTAFoGo/BArrA1977 C A BoTAFoGo/BArrA1978 AA ITApuÍ1979 C A BoTAFoGo/BArrA1980 C A BoTAFoGo/BArrA1990 MINEIroS EC1991 AA BorACÉIA1992 CoM.IND. BArIrI1993 GrEMIo DE IGArAÇu1994 A.A. BorACEIA1995 A.A. BorACEIA1996 A.A. BorACEIA

1980 A.A. pAuLICEIA1981 pAISSANDu F.C.1982 pAISSANDu F.C.1983 A.A. pAuLICEIA1984 A.A. pAuLICEIA1985 A.A. pAuLICEIA1986 A.A. pAuLICEIA1987 TorINo F.C.1988 TorINo F.C.1989 A.A. pAuLICEIA1990 TorINo F.C.1991 A.A. pAuLICEIA1992 A.A. pAuLICEIA1993 MALoCA F.C.1994 A.A. pAuLICEIA1995 uNIÃo CruZEIro Do SuL1996 TorINo F.C.1997 TorINo F.C.1998 TorINo F.C.1999 TorINo F.C.2000 TorINo F.C.2001 parou antes da final2002 uNIÃo CruZEIro Do SuL2003 MALoCA F.C.2004 E.C. prIMAVErA2005 NÃo rEALIZADo2006 A.A. pAuLICEIA2007 A.A. LArANJA MECÂNICA2008 A.A. LArANJA MECÂNICA2009 ArISToCrATA2010 A.A. LArANJA MECÂNICA2011 poTuNDuVA

CAMPEÕES DO AMADOR DE JAÚ CAMPEÕES DO REGIONAL (*)1997 A.A. BArIrI1998 A.A. BorACEIA1999 A.A. BArIrI2000 A.A. BorACEIA2001 A.A. BArIrI2002 A.A. BArIrI2003 A.A. ArruDÃo/Bariri2004 C.A. BroTENSE2005 A.A. BArIrI2006 E.C. JuVENTuDE/BArIrI2007 CorDA BAMBA/BoCAINA2008 A.A. BorACEIA2009 BoCAINA F.C. 2010 AA BorACEIA2011 rIBEIrÃo BoNITo

(*) relação disponível pela entidade. A Liga Jauense está empenhada em conseguir completar a lista nos anos faltantes e conta com a colaboração de todos os esportistas

obs.:Não foi realizado campeonato nos anos de 1963, 1967, 1968 e 2005.Em 2001 o campeonato não chegou à final após interrupção e recursos e ficou sem campeão

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22 Liga Jauense De FuTeBOL 70 anos

Bauru, Araraquara e Lins sãos as cidades adversárias de Jaú no 2º Campeonato Estadual de Seleções de Ligas, cuja primeira fase vai de 3 de junho a 12 de agosto, com jo-gos em turno e returno. Serão qua-tro fases, incluindo a final, prevista para os dias 14 e 21 de outubro. A Seleção Jauense está pronta, desta vez investindo no time sub-21 com alguns atletas experientes.

Destaque para o goleiro Couti-nho, que no ano passado foi cam-peão varzeano pelo Frutas Boca Rica e tem várias conquistas no fu-tebol local. Coutinho é o promotor

ESTADUAL

seleção da Liga tem até promotorJaú forma time sub-21 para o estadual e incorpora alguns reforços, como o experiente goleiro Coutinho

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Coutinho: carreira de sucesso nos clubes amadores e agora faz parte da Seleção da Liga

Seleção Jauense em 2009: Cuca, Carraro, Cleitinho, Batista, Robson, Zé Toledo, Raul, Bruno, Pelé, Vinicius e Rodrigo Paulino; abaixados, Juninho, Murgo, Nilson, Pavão e Pedrinha

Divulgação

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Liga Jauense De FuTeBOL 2370 anos

Seleção JauenseCoutinho (goleiro), João Carlos (goleiro), Luiz Ricardo, Marcos Giro e Guilherme (todos de Nova Europa), Zé Toledo, Douglas, Mu-rilo, Bera, Lima, Lú, Sergio Rena-to, David, Lucas, Dadaltro, Abner, Janaelson, Paulo Henrique, Vitor, Diego Souza, Tainan, Lucas Coca-to, Bruno, Igor, Luis Felipe, Den-nis, João Pedro, Cleiton e Bob.

Técnico: José Antonio DominguesAuxiliar: CaculéMassagista: Alemão e Celso Moreno

Estadual – 1ª FasE

Grupo 2Liga Araraquarense de Futebol araraquaraLiga Linense de Futebol Amador linsLiga Bauruense de Futebol Amador BauruLiga Jauense de Futebol Jaú

tabela de jogos

03/6 Jaú x Bauru17/6 Araraquara x Jaú (tV)01/7 Jaú x Lins

15/7 Lins x Jaú29/7 Jaú x Araraquara12/8 Bauru x Jaú

Fonte: www.futebolpaulista.com.br

de Justiça, Luciano Gomes de Quei-roz Coutinho. Além dele, o gol do time da Liga Jauense terá João Car-los. Três atletas vieram da cidade de Nova Europa para reforçar a equipe.

No comando técnico da equipe está José Antonio Domingues, téc-nico que vai utilizar o mesmo time nos Jogos Regionais, defendendo a Secretaria de Esportes de Jaú.

Regulamento - O presidente da Liga Jauense de Futebol. Rodrigo

time entre os quatro de cada grupo. O presidente da Liga Jauense suge-riu passar dois de fase. “O futebol amador precisa de motivação. Se a equipe perder nas primeiras roda-das praticamente estará sem chan-ce de classificação, porém, ainda terá mais quatro partidas a reali-zar, fato que gera imensa dificulda-de aos dirigentes das equipes”, ar-gumentava na época. A FPF não se manifestou até o fechamento des-ta edição.

Seleção Jauense de 2012 durante amistoso preparatório para a disputa do Estadual: base da equipe vai jogar por Jaú nos Jogos Regionais

Luiz Paulino, explica que são 32 as seleções inscritas no campeonato. Jaú está no grupo 2, ao lado de Ara-raquara, Bauru e Lins. A estréia foi marcada para 3 de junho, em Jaú, contra os bauruenses. Duas sema-nas depois, dia 17, Jaú vai a Arara-quara (com TV Bandsports, às 11h) e depois recebe Lins, dia 1º de ju-lho, fechando o primeiro turno.

Paulino questionou o regula-mento do campeonato. A FPF deter-minou a classificação de apenas um

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24 Liga Jauense De FuTeBOL 70 anos

Francisco Aparecido Capobian-co, o Chiquinho, é o profissio-nal de imprensa cuja imagem está mais vinculada ao esporte amador jauense. E não é por acaso. Ele co-bre competições esportivas na ci-dade desde o início dos anos 70 e até hoje é visto em campos de fu-tebol e em quadras poliesportivas com seu gravador em punho para dar voz aos atletas e dirigentes. Chiquinho é a própria voz do es-porte amador.

Tudo o que se fala de espor-te amador passa pelo seu progra-ma diário de rádio, hoje sintoniza-do na Rádio Jauense (11h e 18h30). Resultados, tabela de jogos, entre-

Chiquinho, a

‘voz’ do Amador

vistas, comentários, jogos oficiais e amistosos... tudo é abordado pelo locutor esportivo. Na entrevista concedida à Revista da Liga Jauen-se, Chiquinho Capobianco fala de aspectos que testemunhou ao lon-go do tempo – até 1997 pelas on-das da Piratininga e de março de 1998 pelas ondas da Jauense..

Precursores - “Na década de

70 eu estava engatinhando no meu trabalho, mas acompanhei o Torino FC na conquista do título estadual. Naquela época, a Rádio Piratinin-ga transmitiu jogos pelo interior do Estado. Era uma verdadeira guerra, com José Aparecido Capobianco e

Antonio Luiz Cremasco enfrentan-do muitos problemas para fazer a transmissão”, relembra Chiquinho, falando do irmão que já trabalha-va em rádio e que foi precursor no acompanhamento do futebol ama-dor.

No fim da temporada daquele ano, o “Touro da Potunduva” con-quistou o primeiro dos oito títu-los estaduais da Liga Jauense. “A conquista do Torino foi importante também para a Liga”, comenta Chi-quinho. A partir daí, ele viu e co-briu conquistas estaduais de times da região, como Botafogo da Barra, Torrinha E.C., Brotense e AA Itapuí, e ainda da AA Paulicéia, que viria a

Radialista cobre competição desde os anos 70 e fala das rivalidades e de quem fez história

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ser um dos grandes times da cida-de a partir dos anos 80.

Rivais eternos - Aliás, a maior rivalidade que Chiquinho acompa-nhou no amadorismo jauense foi justamente entre Torino e Paulicéia – de 1974 a 2006, esses dois clu-bes faturaram nada mais nada me-nos do que 24 títulos, sendo 14 para os torinenses e 10 para os ri-vais. Só quatro times “furaram” a lista no período: Paissandu FC (2 vezes), Maloca (2), União Cruzeiro do Sul (2) e E.C. Primavera (1). Em 1976, o título foi dividido entre To-rino e XV de Jaú,

Chiquinho prossegue: “Tivemos equipes como Torino (maior cam-peão amador de Jaú) e Paulicéia (se-gundo maior vencedor) que fize-ram grandes batalhas no campo e entre os torcedores, num momento bom vivido pela Liga Jauense com grandes campeonatos.”

Chiquinho relembra das “boas brigas” na base da agitação entre dirigentes dos dois clubes, como os “saudosos Bodão do Torino e

Nego Gasparotto do Paulicéia, en-tre outros que já se foram, como o fotógrafo Romildo Cipriano Rasca-chi (Boche), também o Borgo Lua, do Paulicéia, e ainda os irmãos Ca-etaninho, do Torino”. Na opinião do radialista, as grandes equipes for-madas ao longo dos anos se devem a esses apoiadores.

Sobre o Torino, Chiquinho diz que o clube foi em quem iniciou a prática de contratar jogadores de fora. Depois, o Paulicéia fez o mes-mo, repetindo o feito do rival ao chegar ao título estadual no ano de 1994.

Outros destaques - Bicam-peão na década de 80, ao faturar os títulos de 1981 e 1982, o Paissan-du também é citado como exemplo de grande time por Chiquinho Ca-pobianco. “Destaque para seus di-rigentes Airton Massan, João Vicen-te Batóchio, o saudoso técnico Ivo Vergílio, que depois dirigiu o Tori-no”. O Maloca, do saudoso Sabugo Palomares, é outro clube que per-meia as memórias do radialista.

“Também tivemos sempre o S.C. Corinthians Jauense, do Nenê do Bento, o Atlético e ainda o Ma-loca, que por duas vezes foi cam-peão amador de Jaú. Este último do saudoso Sabugo Palomares”, des-taca Chiquinho, completando a lis-ta com o também bicampeão União

Chiquinho entrevista o técnico Mido, do Santa Helena, durante jogo do Varzeano

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26 Liga Jauense De FuTeBOL 70 anos

Cruzeiro do Sul e, mais recente-mente, o Laranja Mecânica, dono de três troféus.

Personalidades – A respeito de dirigentes que marcaram época na Liga Jauense, Chiquinho Capo-bianco fala de muitos, entre eles os presidentes da transição dos anos 70 para os anos 80, casos de Pau-lo Blassioli (1977/80) e José Bermu-des (1981/85). “Foram alguns dos batalhadores do Amador. O campo do kartódromo foi construído gra-ças à luta do presidente Bermudes”, diz ele.

Esse campo, aliás, recebeu o nome de outro ex-presiden-te da Liga, Vanthier Mantovanelli (1973/74). Comentarista esportivo, o “Capitão”, como é chamado, ain-da está na ativa aos 78 anos de ida-de. Vanthier relembra a época em texto nesta revista na homenagem aos ex-presidentes (página 36 em diiante)

“Na época do Paulo Blassioli ti-vemos o saudosos Milton Paulino de Carvalho como organizador do campeonato. Alguns anos depois tivemos o José Francisco Martins Peres, o Zeca Peres, que também prestou muito bom trabalho na Liga Jauense”, completa Chiquinho.

Zeca Peres foi vice-presidente da entidade por alguns anos e depois se elegeu presidente, ficando no comando de 1994 a 1997. O pró-prio pai dele, Pedro Martins Peres, também comandou a Liga nos anos de 1960 a 1963. Dos parceiros de Zeca destacam-se os ex-dirigentes Ronaldo Cucato (Roni), Antonio Pa-van Neto e Ângelo Gabriel dos San-tos.

Dificuldades – Em 70 anos de vida a Liga Jauense sempre teve momentos de dificuldade. Chiqui-nho Capobianco noticiou alguns deles. “Tivemos alguns anos, não muito distantes, tempos ruins para o Amador de Jaú, porém, o Amador Regional sempre foi considerado modelo e até encarado como semi-profissional.”

Acostumado a cobrir tanto o Amador como o Varzeano (este or-ganizado pela Secretaria de Espor-tes), Chiquinho disse que o Amador

perdeu um pouco de sua atração quando a Prefeitura dividiu o var-zeano em Campeonato Jauense de Futebol (Primeira e Segunda Divi-sões).

“Foi na época do secretário José Carlos Borgo, quando o Amador de Jaú passou para o segundo plano por algum tempo. O Jauense da Pri-meira Divisão segue até hoje e é o mais forte campeonato da cidade, apesar de a Liga Jauense ter traba-lhado muito nos últimos anos para revalorizar o Amador”, analisa, ci-tando a fase da retomada iniciada por Ariel Vanderlei Lopes (Pacífico), que presidiu a entidade de 2008 a 2011, e que teve continuidade com Rodrigo Paulino, atual presidente da associação.

Profundo conhecedor do espor-te local e dos bastidores, Chiqui-nho Capobianco reconhece a im-

portância da Prefeitura no apoio ao futebol amador. “Para realizar os campeonatos, a Liga depende da Prefeitura para o pagamento da ar-bitragem e da ajuda financeira aos clubes. A Liga não tem rendimen-tos, a não ser na época dos bingos que repassavam uma porcentagem para a entidade”

Continuidade – Por fim, Chi-

quinho Capobianco prevê um gran-de Campeonato Amador de Jaú no segundo semestre, para completar o forte Campeonato Amador Re-gional deste ano e que chega ao fim no mês de junho. “Nossa men-sagem especial é de parabéns aos abnegados dirigentes, que sempre batalharam visando à manutenção da Liga Jauense. Sem todos eles não teríamos essa liga em ativida-de.”

Chiquinho (à dir.) na companhia de Atílio Madela Neto aguardando encerramento de campeonato municipal

Capobianco, PX, Antonio Aparecido Serra, Marcos Rodrigues, Tito Coló, João Izar, João Sanzovo Neto (prefeito), Pacífico, José Carlos Borgo, Sandrão e Rodrigo Paulino no Amador de 2008

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28 Liga Jauense De FuTeBOL 70 anos

Ao longo da história, a Liga Jauense de Futebol conquistou oito títulos no Campeonato Amador do Estado de São Paulo. Dessas con-quistas, duas são de equipes jauen-ses, obtidas em 1970 (Torino) e 1994 (AA Paulicéia). Recentemente, o Aristocrata Clube de Jaú tem sido o único representante da cidade na competição, mas sem lograr êxito em repetir o feito dos antecessores.

A região fez outros seis campe-ões, sendo que o último a faturar o título foi o Clube Atlético Brotense, de Brotas, em 2004. A equipe de Bro-tas é a única bicampeã, já que tam-bém venceu o certame em 1984.

Em 2000, a AA Itapuí também foi campeã. O Grêmio da Vila de Iga-raçu do Tietê faturou sua taça em 1991, batendo na final o Paulicéia. A cidade de Barra Bonita teve seu momento de glória em 1976 com o C.A. Botafogo. O Torrinha ganhou a taça do Estado em 1980.

Liga Jauense tem 8 títulos estaduaisTorino e Paulicéia são os jauenses campeões. Aristocrata tem sido o último representante local a sonhar com conquista. Da região, destaque para o CAB/Brotas

Ainda em termos regionais, a AA Bariri foi vice-campeã em 1997, perdendo o título para o Triagem/Bauru. E ainda a AA Mocoembu, de Dois Córregos, foi campeã em 1995, mas não representou a Liga Jauense na ocasião.

Sem apoio - Presidente da Liga Jauense, Rodrigo Paulino, comenta os motivos de, em muitos anos, Jaú nem ter representantes no Campe-onato do Estado.

“O Amador do Estado é uma competição de alto custo financei-ro. Quando atua como mandante, o clube necessita de estrutura de fu-tebol profissional, com policiamen-to, ambulância com equipamentos de primeiros socorros (desfibrila-dor), médico, gandulas, maqueiros, sistema de som.. E ainda um elenco de jogadores, hoje muito inflacio-nado, pois qualquer jovem atleta, antes mesmo de completar 18 anos

já requer do clube um par de chu-teiras, transporte quando não resi-de em Jaú, além de um valor por partida disputada, na faixa de R$ 100 a R$ 300. Se somado um elen-co de 20 jogadores, só com atletas em uma média de R$ 150 por atle-ta, o custo de uma partida chega a R$ 3 mil em contar as despesas ci-tadas acima.”

Ele prossegue: “Quando visitan-te, ou seja, atua fora de Jaú, exis-tem despesas de transporte e ali-mentação, que, dependendo a distância, inclui almoço e jantar. Por causa disso, na maioria das ve-zes não temos representantes. Nos quatro últimos anos tivemos em 2008 e 2009 o Aristocrata Clube de Jaú e o A.D.I.A. de Agudos; em 2010 e 2011 apenas o Aristocrata jogou, clube que hoje é conhecido em todo o Estado.”

Rodrigo também analisa o fato de o Aristocrata disputar alguns estaduais, mas sem muito suces-so. Segundo ele, falta “apoio” para Jaú chegar ao topo novamente. “O Aristocrata sempre participou sem oferecer ‘bicho’ a seus atletas. In-felizmente, hoje, não temos mais patrocinadores como anteriormen-te, e também grandes diretorias como em décadas anteriores. Hoje os clubes se resumem a quatro ou cinco diretores, que se desdobram para colocarem seus times em campo. Antes, tínhamos equipes com dezenas de dirigentes corren-do em busca de apoio, vendendo rifas, enfim correndo em busca de maneiras de montar grandes equi-pes para realizarem boas campa-nhas nas competições locais, re-gionais e estaduais.”

tOrinO, CampeãO amadOr dO eStadO em 1970Vaico (treinador), zeco, atílio, Bilo, mica, Baía, Beto, Carlinhos, Belmiro, Botche e massagista tião – tão, renato Blassioli, quinho, moya, Guilherme e Chiquinho Barranco

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Liga Jauense De FuTeBOL 2970 anos

paUliCéia CampeãO amadOr de Jaú em 1994, ano do título estadual, cuja base foi mantidaEm pé - renato Borgo, pavani, marinho, tonhão, ditinho, Jair, palitinho, preto, niltinho, Júnior rossi e durival ribeiro (Bananão). Abaixados – nego, zequinha, Betinho, Sandro, Casão, pedrinho, Jader, miller e raimundo

Campeões Amadores de São PauloAno Campeão1934 Juventus/São paulo)1942 LpB/São paulo1943 portuguesa do Brooklyn/São paulo1944 Guarani/Campinas1945 SE palmeiras/São paulo1946 Bauru AC/Bauru1947 SE palmeiras/São paulo1948 LpB/São paulo1949 LpB/São paulo1950 América EC/Ibitinga1951 ponte preta/Campinas1952 Amparo/São paulo1953 Jhonson Clube/SJ.Campos1954 CA pirassununguense/1955 AA Matarazzo/São paulo1956 Cr Nitro Química/São paulo1957 EC Sampaio Moreira/São paulo1958 EC Sampaio Moreira/São paulo1960 usina São João/Araras1961 AA Matarazzo/São paulo1962 usina São João/Araras1970 Torino FC/Jaú1971 Máquinas piratininga/São paulo1972 Santos FC/Adamantina1974 Industrial/pinadamonhangaba1975 SE Bambozzi/Matão1976 CA Botafogo/Barra Bonita1978 rhodia/São José dos Campos1979 rhodia/São José dos Campos1980 Moleque Travesso/São paulo1981 Moleque Travesso/São paulo1982 Moleque Travesso/1984 CA Brotense1987 Quatá FC/Quatá1991 Grêmio Igaraçu/Igaraçu do Tietê1994 AA paulicéia/Jaú1995 AA Mocoembu/Dois Córregos1996 AA Flamengo/Guarulhos1997 Triagem/Bauru1998 Nacional AC/Bauru1999 Triagem/Bauru2000 AA Itapuí/Itapuí2002 Bandeirante/Brodówski2004 CA Brotense/Brotas2005 Santos/presidente prudente2006 parque das Nações/Santo André.2007 Estrela/Guarulhos2008 Nacional Vivaldi/SB do Campo2009 ADC Valtra/Mogi das Cruzes2010 união da Vila Sá/Santo André2011 Boa Vista/Diadema

obs.: Anos em que campeões não foram identificados

Campeões EstaduaisTÍTuLoS DA LIGA JAuENSE

Ano clube cidade1970 Torino FC Jaú1976 CA Botafogo Barra Bonita1980 Torrinha E.C. Torrinha1984 C.A Brotense Brotas1991 Grêmio Igaraçu Igaraçu do Tietê1994 AA paulicéia Jaú2000 AA Itapuí Itapuí2004 CA Brotense Brotas

Fonte: Liga Jauense de Futebol

Fonte: Wikipédia e internet

aa itapUí 2000 – CampeãO eStadUalGalão (presidente), Maracanã (diretor), Thiaguinho (supervisor), Chiquinho (téc), Miquim (prep fis), Rossi (massagista), Claudinho (mordomo). Em pé: Di, Anísio, Claudinho, Walace, Aladim, Adilson, Jacaré, Saulo, Separado, Furlan, Gonaldo, Gê, Vandir, Marquinho, Joãozinho, Tigrão, Nicom, Li e Miradinha

Ca BOtafOGO/Barra: JOGadOreS e diretOreS dO títUlO de 1976Em pé: De Luca (pres), Alcindo Biazetti (tec); Duda, Zé Haroldo, Zé Mané, Dirceu, Cescato, Valter Biliassi, Tentico, Nelsinho, Taio e diretores Sérgio Grana e Zé Carlos de Luca. Agachados: Vado, da Guia, Molina, Odair, Vardinho Varasquim, Honorato, Jairzinho, Helinho, Pedro Boareto e Válter

Pedro Batata/Divulgação

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30 Liga Jauense De FuTeBOL 70 anos

“Os 10 do Ademir”Nota do colunistaHá trajetórias que merecem ser contadas pela grandiosidade do que representam para a comunidade. Fiquei muito honrado pelo convite para aqui apresentar este trabalho que me remete a um passado que faz parte da minha vida – os 70 anos da Liga Jauense de Futebol. Comecei a acompanhar as equipes amadoras da cidade ainda de calças curtas, com meus 5 anos de idade. Confesso que tudo que vi foi colírio para meus olhos. Tive a felicidade de experimentar emoções memoráveis e de acompanhar equipes integrantes da Liga Jauense de Futebol que me fascinaram por uma vida toda. Destaco aqui algumas destas equipes.Parabéns Liga Jauense de Futebol, parabéns presidente Rodrigo Paulino, um jovem dinâmico, cujas raízes estão fincadas no esporte amador da cidade. Obrigado pelo convite, senti-me honrado.

O 1º grande time Quando vi pela primeira vez aquele time do Ypi-ranga meus olhos de menino brilharam. Tratava-se de uma equipe espetacular, recheada de atletas de inegáveis recursos técnicos. Naquele ano em 1960 o time colocava no peito a faixa de tetracampeão amador da cidade. Este foi o primeiro grande time que me lembro de ter visto jogar. Nada era mais bo-nito.Ypiranga 1960Em pé: Lei, Newton Coló, Laerte, Jorge Armando, Aldo Muzegante:Abaixo: Azulão, Zulão, Toninho Campos, Vinício e Pedrinho

paissanduO futebol amador e varzeano de Jaú sempre foi muito forte. Diria que nos anos 60 tratava-se de um celeiro inesgotável de craques... Era preciso ficar atento para os novos talentos que não paravam de surgir. Em 1961 pude ver de perto também a extraordinária equipe do Paissandu F.C. A equipe da Vila Carvalho encantava a todos com um futebol cheio de magia. Sagrou-se bicampeã varzeano da cidade.paissandu 1961Em pé: João Batochio, Zezo, Parola, Ari, Jacaré, Baia:Abaixo: Nelson, Amauri, Tim, Vande, Deu

Fotos: Arquivo

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Liga Jauense De FuTeBOL 3170 anos

“Os 10 do Ademir” américa 65Naque ano, os dirigentes do América conseguiram trazer para suas fileiras cinco jogadores do Paissandu: Zezo Castan – Jacaré Castan – Bichinho – Josél e Deu, que se juntaram aos remanescentes do elenco do América: Manga – Tóti – Robertinho – Cláudio Brancaglion – Pinga e Baleia. Formou-se então um dos melhores times amadores da cidade em todos os tempos.américa 1965 Em pé: Tóti, Manga, Robertinho, Zezo, Claudio e Jacaré:Abaixo: Bichinho, Josel, Pinga, Deu e Baleia

santosOutra equipe que admirava no final da década de 60 era o Santos do Bairro de Santo Antonio. Como jogava bonito! Era uma equipe altamente técnica e que detinha uma expressiva posse de bola durante as partidas. Aquele time ficou marcado em minha memória.santOs 1970Em pé: Gerson, Bibi, Zé Maria Verdini, Ademar, Severino, Vinha;Abaixo: Sidnei, Curimba, Rebomba, João Rezende e Paulo Ciola

a.a. palmeiras 68 O Palmeirinha se destacou também no cenário esportivo jauense. Sempre com equipes fortes e competitivas, a equipe de Vila Meschini se sagrou várias vezes campeã do amador jauense. Em 1968 formou esta bela equipe.palmeiras 1968Em pé: Ernesto Pengo, Benzova, Cabaleiro, Zé Martins, Guido, Ditão, Tito, Fininho, Norberto Pires e Zé Lingüiça;Abaixo: João Lopes, Silvano, Dito Galante, Davi, Baleia e Pengo

revelado pela lJFEle nem mesmo passou pelo XV... foi revelado pela A.A. Palmeiras, integrante do Campeonato Amador de Jaú, tornou-se nossa maior referência: tricampeão do mundo em 1970. Esta é a história de Jonas Eduardo Américo, o nosso Eduardinho, que um dia Pelé levou de Jaú para o mundo conhecer. Edu é o mais claro exemplo de importância da Liga Jauense de Futebol.

Fotos: Arquivo

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“Os 10 do Ademir” torino 70O Torino FC representou a Liga Jauense de Futebol no Campeonato Amador do Estado após ter conquistado o Amador no ano de 1970. Contava com a “nata” do amadorismo jauense, com uma diretoria das mais dedicadas. Ganhou com méritos tanto o amador da cidade, como também o amador do Estado. Encheu Jaú de alegria. tOrinO 1970Em pé: Belmiro, Du, Parada, Bilo, Cid, Betinho, Atilio e Zeco;Abaixo: Tão, Móia, Renato, Carlinhos, Guilherme, Quinho e Bibe

paissandu 70Talvez não esteja à altura das demais equipes aqui colocadas, porém, merece destaque por ter sido a única a conseguir derrotar o Torino em sua trajetória maravilhosa, e quase invicta de 1970. Naquela equipe atuei como centroavante, fiz um gol contra o grande Torino, vencemos por 2x0 - o outro gol foi do Tentico.Não tem como deixar de colocar aqui, até porque foi naquele ano que também tive o prazer de estar inscrito como atleta em nossa homenageada Liga Jauense de Futebol.paissandu 1970 (abaixO)Em pé: Pedro Perez, Biugue, Biuguinho, Valter, Tê, Baixinho e NuggetAbaixados: Jair Ferrucci, Renato Galante, Ademir Leonel (Mi), Jair Coló e Tentico

depois de 1975Não estranhem deixar de colocar aqui equipes anteriores à década de 60: é que não as vi jogar. Os grandes times que surgiram após o ano de 1975, e foram muitos, também não tive a oportunidade de acompanhá-los. Foi a partir daquele ano que iniciei minhas atividades no rádio esportivo, e meus domingos foram todos consumidos pelo nosso querido XV de Jaú. Mas, certamente, teremos quem poderá contar a trajetória dos times amadores de Jaú entre 1975 e 2012. Pra exemplificar, segue o Paissandu de 1982, um timaço de respeito.paissandu 1982 (acima)Diretores: Tota, Olívio, Nilson, Toninho, Claudio Matta, Ailton e NelsonEm pé: João Batochio, Cido, Grizzo, Pitova, Sérgio Aroni, Alemão, Moya, Sartori, Azedinha, Longhi, Carlos Coló e MaurícioAbaixados: Neca, Mosca, Zé Carlos, Toninho, Nando, Tito Coló, Ciola, Osvaldo Nálio e Pavanelli

Fotos: Arquivo

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Liga Jauense De FuTeBOL 3370 anos

“Os 10 do Ademir”1 Atleta Tonhão Ribeiro

percorrendo as ruas da cidade com a pira acesa para a solenidade de abertura do Amador de Jaú

2 Solenidade de abertura do Campeonato Amador – o inesquecível prefeito Alfeu Fabris ladeado pelos atletas Biugue e Odair no Estádio Municipal

3 XV no Amador: cartaz divulgando o clássico jauense entre Torino x XV de Jaú

4 Mandora foi um dos maiores craques do futebol jauense, eis sua ficha de inscrição na Liga Jauense de Futebol

5 João Gostoso, o atleta que mais vezes vestiu a camisa do XV e quem mais gols marcou pelo Galo, em dia de abertura do Campeonato Amador da cidade

6 Solenidade de Abertura do Amador de 1994. Zeca Peres era o presidente da Liga. No palco, o esportista Alcides Bernardi e os políticos Waldemar Bauab, Zé Mineiro e Candão

7 Tiri (ex-atleta do XV chega ao Estádio Municipal para a solenidade de abertura de mais um Campeonato Amador. No microfone, o prefeito da época, Celso Pacheco.

Fotos históricas

Momentos marcantes do Campeonato Amador de Jaú

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“Os 10 do Ademir”

1975 - Início de carreira, escrevendo ‘As 10 do Ademir’ no Jornal de Jaú1976 – Plantão Esportivo da Rádio Jauense1978 a 1982 – Repórter esportivo da Rádio Jauense1982 – Colunista de “As 10 do Ademir” no Comércio do Jahu1982 – Estréia como narrador esportivo na extinta Rádio Itaipu de Jaú1984 – Transferiu-se como narrador para a Rádio Jauense1985 – Transferiu-se para a Rádio Clube de Tanabi1986 – Atuou pela Rádio Clube de Birigui1988 – Atuou pela Rádio Canoa Grande, onde foi pioneiro a transmitir uma partida internacional em emissoras da região: transmitiu direto do Estádio Nacional de Santiago do Chile Colo Colo x São Paulo, partida válida pela Taça Libertadores de América1989 – Retornou à Rádio Jauense1991– Atuou pela Rádio Cultura de Araçatuba1992 – Transmitiu o Campeonato Paulista para a Rádio Piratininga1993 a 2004 – Comandou uma das mais

consagradas equipes esportivas do rádio interiorano, o escrete de ouro, equipe esportiva da Rádio Cultura Regional, cujo projeto era ousado: a transmissão ao vivo dos estádios dos principais jogos de Campeonatos Paulista, Brasileiro, Libertadores, Rio-SP, Eliminatórias da Copa do Mundo, Copa do Brasil...2004 – Retornou à Rádio Piratininga de Jaú2005 – Narrando os jogos do XV, foi considerado pela diretoria quinzeana como responsável pelos grandes públicos registrados naquela temporada, que culminou com quase 20 mil pessoas no Estádio Zezinho Magalhães quando o XV perdeu a vaga à Série A-2 ao perder para o Rio Claro aos 47 minutos da etapa final.2005 a 2008 – Esteve em Santa Catarina atuando pelas Rádios Hulha Negra e Eldorado, ambas do Grupo Salvaro. Cobriu a Série B do Brasileiro e o campeonato estadual2008 – Retornou a Jaú para a Rádio Piratininga e começou sua coluna “As 10 do Ademir” no Jornal Gente2012 – Vai estrear na Rádio OK – 88.5, com estúdios na cidade de Jaú

Quem é Ademir Leonel?

8 Torneio Início de 1987: observe a presença do grande radialista Laerte Masiero no comando da solenidade, com o prefeito Celso Pacheco à esquerda no palco

9 Os pombos-correios do Zé Maria Veneziani estavam sempre presentes nas solenidades de abertura dos campeonatos em Jaú

10 Prá não dizer que não falei das flores, consegui esta foto com o amigo Frabetti: eis o Guarani campeão amador de 1956

guarani 1956Em pé: Ayub, Romildo, Dito, Aldo, Zinho, Ducho, Carlito, Zé das Cabras e Zé do Bolo:Abaixados: Aylon, Waldir, Tim, Echevarrieta, Américo, Tico Moreira, Olibone e Botch

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25 comandantes em sete décadasEx-presidentes são homenageados e comentam trabalho da entidade

Ao longo das sete décadas de existência, a Liga Jauense de Fute-bol teve 25 presidentes, boa parte deles com mais de um mandato. Ou-tros, por apenas um período. Quem mais geriu os destinos da entida-de foi Antonio Cipolla, presidente por dez anos (1955/60 e 1964/68). O mandato da entidade é de dois anos, podendo ocorrer reeleição por um mandato (atualmente).

Na história recente, fato curioso se deu após a eleição de 2006. Leo-nardo Vinicius Pereira foi eleito pre-sidente, mas abdicou do cargo no ano seguinte quando a Federação Paulista de Futebol (FPF) questio-nou se ele poderia presidir a enti-dade por ser árbitro de futebol fe-derado.

No seu lugar assumiu o vice, Lelo Fantin, que completou o man-dato, mas precisou nomear o ex-se-cretário municipal de Esportes José Carlos Borgo como secretário-geral. Borgo conduziu os destinos da Liga

até a eleição, quando Ariel Vander-lei Lopes, o Pacífico, foi eleito.

Time de ex – A Revista da Liga Jauense faz uma homenagem aos ex-presidentes. Todos os coman-dantes ainda vivos foram chama-dos a tecer um comentário sobre a entidade que presidiram. São 11 ex-presidentes, sendo que Van-thier Mantovanelli teve o mandato mais antigo entre o grupo: 1973 e 1974. Entre seus sucessores, dois já faleceram: Emanuel Luiz Bertol-di (1975/1976) e José Bermudes (1981/1985).

Para Mantovanelli, cada presi-dente que passou pela entidade “fez sua parte”, enfrentando difi-culdades, como a falta de sede fixa e falta de recursos. Tempos atrás, segundo ele, a situação era ain-da pior, uma vez que o poder pú-blico não contribuía com nada. “A Liga não tinha a força que tem hoje, que recebe recursos da Prefeitura”.

Além disso, relembra, “tudo gira-va em torno da política”, ou seja, o prefeito da ocasião queria a todo custo interferir na entidade.

Para Ronaldo Cucato, o Roni, que foi presidente em 1988, com-pletando o mandato iniciado por Tatão Grizzo, seu antecessor con-seguiu que a Prefeitura de Jaú des-se uma verba para os clubes, o que até então era inédito. Após isso, se-gundo ele, passou a ser difícil as negociações a cada campeonato, já que os clubes passaram a encarar como obrigação do Poder Público dar essa ajuda de custo.

Ele lamenta que boa parte dos times que disputa o Amador atual-mente representa alguma vila, as-sociação ou bar - os clubes tradicio-nais, com sede própria, afastaram-se da disputa. Por isso, ele defende uma mobilização para trazer de vol-ta ao campeonato equipes de clu-bes como América, Palmeiras, Tori-no, Paulicéia, Corinthians e outros.

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Liga Jauense De FuTeBOL 3770 anos

Borgo ajuda na ‘transição’

A amizade com Lelo Fantin fez de José Carlos Borgo um dirigente informal da Liga Jauense em 2007. O ex-vereador e ex-secretário de Esportes de Jaú assumiu o coman-do da entidade como secretário-ge-ral, atendendo a uma solicitação do presidente Fantin, que tinha com-promissos profissionais e precisou viajar muito na época para acompa-nhar Jogos Regionais, Abertos, Es-colares, Idosos e outros.

Dedicação - Borgo viu de per-to que para dirigir a Liga é preciso ter muita dedicação. “Na verdade o presidente tem de ficar em conta-to permanente com os clubes, com a entidade. No fim de semana tem os campeonatos, tem os jogos e é preciso acompanhar tudo. No meio da semana tem de estar na Liga, tem de atender os clubes, discutir questões de arbitragem...”

Por conta disso, segundo ele, a Liga Jauense vive altos e baixos

dependendo do presidente da oca-sião. “Jaú já teve os maiores cam-peonatos amadores do Estado, mas decaiu e hoje tenta se resta-belecer a importância que tivemos na Federação Paulista. O Rodrigo (Paulino) está conseguindo, mas ainda não é como antigamente. Ele está no caminho certo para ocupar o espaço de tempos atrás.”

Para completar o trabalho, José Carlos Borgo sugere a realização de campeonatos de base para dar espaço para a garotada. Ele enten-de que a Liga tem papel importan-te para ajudar na formação dos jovens, evitando que muitos vão para o caminho das drogas.

Segundo ele, a Liga teria essa função de ajudar a formar jogado-res, abrindo espaço para os garo-tos de Jaú e região. A recomenda-ção dele é que a entidade consiga apoio do Poder Público para pro-mover as competições. “É preciso ir além do Amador de Jaú e Regio-nal”, destaca, defendendo par-cerias públicas e privadas, esta última inclusive para conseguir pa-trocinadores para os clubes.

José Carlos Borgo foi secretário-geral da Liga a pedido do presidente Lelo Fantin, que assumiu o cargo após renúncia do presidente eleito Leonardo Vinicius Pereira

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“A Liga Jauense persiste durante 70 anos “viva” porque Jaú é apaixonada por campeonatos amadores. Isto pode ser comprovado por quem frequenta o campo municipal durante a disputa do Campeonato Varzeano da Primeira Divisão. Neste ano teve jogo no campo municipal que tinha mais torcedores do que em jogos do XV de Jaú. O Amador nunca vai deixar de existir, pois é o pai que vai ver o filho, o amigo ver o amigo para que durante a semana possa ter aquela gozação do time que perdeu, o time que ganhou. Acaba virando assunto na mesa do bar, no trabalho ou onde quer que seja. Durante o período em que fui presidente da Liga senti de perto o amor e o fanatismo de algumas pessoas por seus times amadores, pois investem dinheiro do próprio bolso, deixam mulher, filho, pai, mãe, irmão, namorada ou noiva para, no domingo, ir ao campo de futebol para jogar uma partida, muitas vezes, nas cidades da região quando é o caso do Amador Regional. Podemos acrescentar a isso que rádios das cidades da região, que apoiam 100% a equipe da cidade. Isso torna rentável, pois existe vendas de propagandas e divulgação do time, divulgação dos jogadores. Essa cobertura faz com sempre alguém interessado em estar à frente da Liga Jauense de Futebol, para não deixar esses ’sonhos’ morrerem. Sempre tem alguém apaixonado pelo futebol, mas que com os pés não consegue estar no meio, então arruma um jeito de estar no meio e, assim, acaba sendo árbitro de futebol ou dirigente da Liga. É verdade também que não é fácil fazer a coisa funcionar, pois muitas vezes tem que enfrentar a fúria sem explicação da imprensa. Mesmo sem conhecer você, sem saber qual sua intenção, sua origem, resolve ‘bater’ em você, fazendo afirmações ou insinuações maldosas. Você só consegue reverter isso com o tempo, mostrando suas qualidades e vontade de fazer acontecer, obviamente, contando sempre com o apoio de diretores, amigos. Muitas vezes mais amigos do que diretores, mas que nunca deixam a peteca cair. Confesso que,muitas vezes, a vontade era chutar tudo para o alto, pois da noite para o dia seu nome estava nos jornais, sendo questionado sobre coisas que você só fez porque queria ajudar, mas pessoas que não lhe conheciam aproveitavam para tentar manchar sua imagem, mas jamais conseguiu. Tudo isso fez valer a pena, pois podemos

chegar ao fim e olhar para traz e dizer..”VENCEMOS”. A casa ficou organizada, o respeito junto aos diretores de equipes, jogadores e população foi recuperado. Hoje, o Rodrigo Luiz Paulino, que está à frente da instituição, pode navegar em águas calmas pois esteve comigo sofrendo o que sofri, sentindo as dores que senti e, com isso, adquiriu mais experiência.Tenho certeza que o Rodrigo dá continuidade no projeto que criamos no final de 2006 e início de 2007, quando, numa reunião no vestiário do campo municipal tivemos a idéia de criar a UNIÃO JAUENSE DE ÁRBITRO. No fim de 2007, aquela mesma ‘equipe’ sonhou em assumir a direção da Liga Jauense de Futebol e deu nisso. Amigos pensaram igual, arregaçaram as mangas e foram para o trabalho. E deu trabalho, mas no fim pudemos dizer ‘VENCEMOS’. Isso é Liga Jauense de Futebol: nós a conhecemos e logo nos apaixonamos e, para se distanciar, é dolorido.”

ariel Vanderlei lopes (Pacífico), 2008-2011

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Liga Jauense De FuTeBOL 3970 anos

“Sendo o futebol um esporte de massa, a Liga Jauense de Futebol é imprescindível porque é um canal aberto entre Jaú e filiados (regional) à Federação Paulista de Futebol. Sem se esquecer, porém, que o EC XV de Novembro de Jaú, o nosso Galo da Comarca, já esteve na elite do futebol paulista, o que faz com que a LJF se torne mais importante ainda.“É do meu entender que a LJF não deva se prender somente no Amador Municipal e Regional (pois absorve atletas de maior idade e mais experientes), mas sim promover campeonatos de base (mirim, infantil e juvenil) com objetivo de fazer um trabalho social e proporcionar oportunidade de se tornarem atletas profissionais. Isso tudo patrocinados pela Federação Paulista de Futebol, poder público e entidades privadas.”

lelo Fantin, 8/03/2006 a 30/10/2007

“Embora assumi a presidência da Liga por um curto espaço de tempo, devido ao vínculo com a arbitragem no quadro da FPF e a mesma não permitiu, pude perceber dentro da entidade maior do futebol paulista a importância da Liga Jauense no âmbito amador daquela entidade. Realmente era prazeroso pertencer a uma das principais ligas filiadas à FPF.A Liga sempre mostrou sua seriedade junto aos campeonatos amadores locais, bem como regional. Entendo que deveria haver uma parceria entre o poder executivo e a Liga e o poder público promover todas as categoria de futebol organizadas pela LIga, transformando inclusive em divisões. Ou seja: o Campeonato Varzeano viraria segunda divisão, criando uma disputa para ver quem sobe e quem cai de divisão.”

leonardo Vinicius Pereira, 2006

“Durante vários anos atuei como presidente, vice ou membro da diretoria da Liga Jauense. No período tive vários parceiros que me auxiliaram na condução da entidade, mas não citarei nomes para não cometer injustiças por esquecimentos. Por ser um desportista nato, confesso humildemente, que minha maior alegria foi ser presidente da LJF e ter contribuído para o crescimento da mesma.“Assim, para as pessoas que estão agora no comando e as que virão a estar deverão ter em mente que para exercer qualquer função na Liga é necessário ter amor e estar ciente do tempo que ela nos exige. O restante vem com a conquista da credibilidade das decisões daqueles que a comandam. Um abraço a todos e, mesmo à distancia, continuo torcendo pelo esporte de nossa cidade.”

antonio Pavan Neto, 1989-1990 e 1998-2001

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40 Liga Jauense De FuTeBOL 70 anos

“A Liga Jauense de Futebol, uma das mais, se não a mais tradicional, Liga de Futebol Amador do Estado de São Paulo, tem sua importância na condução do futebol amador para Jaú e região, uma vez que, embora com as dificuldades encontradas dentro do cenário amador, sempre realizou grandes campeonatos tanto em Jaú, como na nossa imensa região. Lembro-me que equipes de outras regiões vinham disputar nosso Amador Regional, por ser considerado o de nível mais forte do Estado. Em nível municipal, a Liga de Jaú sempre esteve à frente das suas limitações, fazendo grande campeonatos e congratulando atletas de Jaú e da região”

José Francisco Martins Peres, 1994-1997

“A Liga não tinha nem onde ficar. Ficamos um tempo na paróquia da Igreja Matriz. Depois, conseguimos um lugar na Legião Mirim e acabamos numa sala na Piscina Municipal. Conseguimos comprar telefone, mesa e organizamos a sede da Liga e a arbitragem. Todos os campeonatos foram montados. O Amador Regional, por exemplo, chegou a ter 22 clubes no maior campeonato até então. No Amador de Jaú tivemos até 25 equipes e hoje são dez ou até menos. A importância da Liga para fazer os campeonatos de Jaú e da região é como se fosse a Federação Paulista de Futebol”

Ronaldo Cucato (Roni), 1988

“Como esportista que sou, e sempre fui, tive a oportunidade de, no passado, dar minha colaboração ao futebol amador da nossa cidade. Naquele tempo os clubes lutavam com muita dificuldade e não era fácil organizar campeonatos. A Liga Jauense de Futebol lutava com disposição e dependia do auxilio da prefeitura municipal para a compra dos troféus e mesmo da cessão de uma sala para poder fazer as reuniões. Tudo era muito difícil, e os trabalhos que foram executados nos anos anteriores não poderiam ser interrompidos. Nessas circunstâncias eu aceitei e na qualidade de presidente eleito dei minha parcela de colaboração ao lado do companheiro Babi Bertoldi.“Tive a felicidade, de através do comandante da Polícia Militar, Nilson Giraldi, contar com o sargento Masseri na chefia do Departamento de Árbitros, o que foi uma garantia para os campeonatos. Hoje, fico orgulhoso ao ver a atual Liga Jauense de Futebol, que, com jovens esportistas, vem merecendo os melhores elogios pela organização, modernização e o que é mais importante, a imparcialidade com que é dirigida. Parabéns a todos por tudo que têm feito e que continuem assim pelo engrandecimento do esporte amador.”

Vanthier a. Mantovanelli, 1973-1974

“A Liga Jauense de Futebol Amador não somente mantém viva a paixão pelo futebol local, como também é a única entidade de direção de futebol no município que pode realizar competições oficiais com amparo legal da Federação Paulista de Futebol.”

angelo Gabriel dos santos, 2002-2005

Arquivo

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Liga Jauense De FuTeBOL 4170 anos

“Fiquei muito contente e envaidecido com o convite para escrever sobre a Liga. Ter Liga há 70 anos na cidade é motivo de orgulho para todos nós, pois, com muito esforço e dedicação que temos ainda a Liga Jauense, mantendo vivo o amadorismo de nossa cidade. Agradeço aos atuais mandatários da nossa Liga, em mostrar um pouco da existência da mesma e homenagear os ex - presidentes.”

antonio Roberto tatão Grizzo, 1986-1987

“A Liga Jauense é importante para a cidade, apesar de o Amador estar em baixa. Quem gostava do Amador ficou velho ou está parando de acompanhar. Os mais novos partiram para o Varzeano, que chama mais a atenção e é mais barato para disputar. Do Amador, o Regional ainda continua em alta. Os jogadores do Amador querem ganhar dinheiro hoje, sendo que antes jogavam a troco de uma chuteira. Além disso, antes, os jogos do Amador tinha bilheteria, com 200, 700, 1.200 e até mais de 2.000 pagantes e o dinheiro ficava com os clubes.”

Paulo Celso Blassioli, 1977-1980

“No biênio 1992/1993, com poucos recursos financeiros, eu e minha equipe conseguimos fazer ótimos campeonatos amadores jauense e regional. Sem interferência de política, quer no Campeonato Amador de Jaú ou no Regional. Deixamos a Liga Jauense sem dívidas e com um pouco de organização e com bastante credibilidade, que nos campeonatos de nossa cidade como nos campeonatos regionais”

ademar Francisco Moschetta, 1992-1993

Presidentes da Liga Jauense de FutebolAno Nome1942 João Jacinto de Almeida1943 João Jacinto de Almeida1943 Manuel porto1944 Manuel porto1945 Manuel porto1946 Manuel porto1947 Alcides Bernardi1948 Alcides Bernardi1949 osvaldo Dalpino1950 osvaldo Dalpino1951 Antonio Jorge1952 Antonio Jorge1953 Aristeu Chaves1954 Aristeu Chaves1955 Antonio Cipolla1956 Antonio Cipolla1957 Antonio Cipolla1958 Antonio Cipolla1959 Antonio Cipolla1960 pedro Martins peres1961 pedro Martins peres1962 pedro Martins peres1963 pedro Martins peres1964 Antonio Cipolla1965 Antonio Cipolla1966 Antonio Cipolla1967 Antonio Cipolla1968 Antonio Cipolla1969 Gilney Gonçalves da Silva1970 Gilney Gonçalves da Silva1971 Izante Boldan1972 Izante Boldan1973 Wanthier Mantovanelli1974 Wanthier Mantovanelli1975 Emanuel Luiz Bertoldi1976 Emanuel Luiz Bertoldi1977 paulo Celso Blassiolli1978 paulo Celso Blassiolli1979 paulo Celso Blassiolli 1980 paulo Celso Blassiolli1981 José Bermudes1982 José Bermudes1983 José Bermudes1984 José Bermudes1985 José Bermudes1986 Antonio r. Tatão Grizzo1987 Antonio r. Tatão Grizzo1988 ronaldo Cucato (roni)1989 ronaldo Cucato (roni)1990 Antonio pavan Neto1991 Antonio pavan Neto1992 Ademar F. Moschetta1993 Ademar F. Moschetta1994 José Francisco Martins peres1995 José Francisco Martins peres1996 José Francisco Martins peres1997 José Francisco Martins peres1998 Antonio pavan Neto1999 Antonio pavan Neto2000 Antonio pavan Neto2001 Antonio pavan Neto2002 Angelo Gabriel dos Santos2003 Angelo Gabriel dos Santos2004 Angelo Gabriel dos Santos2005 Angelo Gabriel dos Santos2006 Leonardo Vinicius pereira2007 Lelo Fantin2008 Ariel V. Lopes (pacífico)2009 Ariel V. Lopes (pacífico)2010 Ariel V. Lopes (pacífico)2011 Ariel V. Lopes (pacífico)2012 rodrigo Luiz paulino2013 rodrigo Luiz paulino

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Entre 1961 e 2000, o Torino FC conquistou 17 títulos no Amador de Jaú. Entre 1980 e 2006 a Asso-ciação Atlética Paulicéia obteve 10 conquistas. Esses dois clubes são os maiores vencedores da história da competição. E, certamente, são os maiores rivais que o esporte lo-cal já produziu. O Amador nunca mais foi o mesmo desde que am-bos deixaram de dividir os grama-dos.

O primeiro embate entre eles se deu em 1979, quando o Pauli-céia decidiu trocar os amistosos pela disputa do Campeonato Ama-dor pela primeira vez. Na decisão, o Torino levou a melhor, chegan-do ao hexacampeonato iniciado em 1974. No ano seguinte, o Paulicéia deu o troco e iniciou um “reinado” com nove triunfos em 15 tempora-das.

De 1980 a 1994, o Paulicéia fa-turou nove títulos, contra três do Torino, dois do Paissandu e um do

Torino x Paulicéia:rivalidade históricaClubes têm 27 títulos e protagonizaram disputa mais ferrenha da história nos anos em que dividiram os gramados

tOrinO e O títUlO de 1961Em pé: Álvaro, Baldan, Chevrolet, Lin, Lula, Du, Chico, Tião, Dilo, Adalberto, Vicente, Neu, Luiz, Liminha e Zé Bernardi. Abaixados: Anísio, Paulo, Bebé, Botche, Nenê, Renato, Pitcho e Renato Galante

eqUipe dO tOrinO qUe COnqUiStOU O tetra nO anO de 1999. nO anO SeGUinte OBteVe O pentaEm pé: Claudio, Titolo (técnico), Bodinho, Dani, João Luiz, Valmir, Ricardo, Pastel, Paulinho, João Carlos, Wilson Prudêncio e Montanha. Abaixados: Toninho Cascão, Zampieri, Fuad, Santo, Flavinho, Murilo, Adriano Camarão, Gibinha, Vadinho Navarro e Inho

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Relembre campeonato que não acabou

A competição de 2001 pa-rou após o final da 1ª fase, quan-do as quatro primeiras equipes se classificaram para as semifi-nais. O Expressinho, que termi-nou em 5º lugar, entrou com um pedido de medida cautelar jun-to ao Tribunal de Justiça Despor-tiva, denunciando uma suposta irregularidade do Paulicéia, que teria inscrito em um atleta profis-sional.

A diretoria da Liga pediu in-formações sobre o atleta André Luiz da Costa na Federação Pau-lista de Futebol e CBF (Confede-ração Brasileira de Futebol) - am-bas as entidades enviaram fax constatando que o jogador tinha vínculo profissional com o Rio-verdense (GO). No julgamento, o TJD deu ganho ao Expressinho, eliminando o Paulicéia. Antes da segunda rodada das semifinais, o Paulicéia obteve uma liminar na Justiça comum, paralisando o campeonato. O TJD tentou der-rubar a liminar, mas não conse-guiu. Cansados de esperar por uma decisão, os clubes dispensa-ram seus jogadores e o campeo-nato não chegou ao fim.

Maloca. O Torino viria a ser pen-tacampeão entre 1997 e 2000, enquanto o Paulicéia venceu em mais uma oportunidade, no ano de 2006. O Paulicéia disputou o Ama-dor pela última vez em 2007. Hoje, dedica-se apenas ao bocha, moda-lidade na qual foi campeão jauen-se em 2011. O Torino parou antes e também se dedica ao bocha.

Técnico do último time do Tori-no, Valmir Vanderlei Pereira, o Tito-

lo, disse que a confusão criada no campeonato de 2001 foi o que le-vou o clube a se afastar do Amador. “O Torino estava na final para ser hexa invicto. Foi nossa última par-ticipação. Nosso time era finalista, depois de ganhar do Ajax na semi-final. Mas teve recurso de um time contra o outro, porque queriam ga-nhar os pontos do Paulicéia.” (VEJA BOX)

Segundo Titolo, esse imbróglio desanimou a diretoria da época, que decidiu se afastar dos grama-dos. Ele se recorda dos grandes ti-mes do Torino no fim dos anos 90, com cinco títulos seguidos invic-tos. Um dos grandes times, segun-do ele, foi o de 1999, que chegou ao tetra em jogo realizado no cam-po do XV.

Titolo diz que a rivalidade com o Paulicéia era importante, obri-gando o Torino a ir atrás de refor-ços. Quando voltou a ser campeão em meados dos anos 90, segundo ele, o Torino chegou a gastar R$ 23 mil com o time. Depois, a conta su-biu ainda mais. Boa parte era gas-to para assinar os atletas, comprar chuteira e pagar os bichos pelos tí-tulos.

Presidente no “adeus”, João Man-gilli disse que teve ano de o clu-be gastar mais de R$ 40 mil com a equipe de futebol. Em dado momen-to, a diretoria decidiu que os investi-mentos seriam direcionados apenas à sede própria, que ganhou novas dependências, como bar, salão, can-cha de bocha e campo society.

paUliCéia CampeãO em 2006, últimO títUlO da eqUipeDirigido Joel Monegato, Leonildo Mageste, Júnior Monari e o técnico Marcelo Silva, time conta com os goleiros Mutaio e Marcão e jogadores como Flaviano, Toquinho, Mário, Gustavinho, Max e outros

Fotos: Arquivo

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O principal ano na história do Paulicéia foi em 1994, quando conquistou dois títulos: o amador jauense e o amador estadual. Trei-nador daquela época, Durival Ribei-ro, o Bananão, conta que a equipe levava uma multidão aos jogos fora de Jaú. “Íamos com cinco, seis ôni-bus. Era uma multidão”, relembra. Segundo ele, quando o time chega-va a Jaú a festa ocorria na sede do clube regada a churrasco e cerveja.

O título estadual foi conquista-do em 27 de novembro de 1994 em Bebedouro após vitória com gol de Pedrinho Garcia sobre o União de Valentim Gentil. Em 1991, o Pau-licéia tinha sido vice-campeão ao perder a decisão para o Grêmio de Igaraçu do Tietê. Em 1990, o Pauli-céia ficou na terceira colocação en-tre os melhores do Estado.

“No ano em que ficamos cam-peão estadual trouxemos cinco jo-gadores de fora de Jaú”, diz Ribei-ro. Ex-jogador do Paulicéia, ele diz que sempre participou das conquis-tas do clube, exceto na última de-las, em 2006, quando o técnico era Marcelo Silva (Marcelão) e o presi-dente era Joel Monegato.

Paulicéia move multidões em 1994

“Depois de ser campeão em 2006 disputamos mais um campeonato e o time parou. Está parado até hoje e acho difícil voltar”, lamenta. Hoje, segundo ele, o Paulicéia mantém uma escolinha de futebol e disputa campeonatos de bocha.

Sobre os grandes rivais, Durival Ribeiro coloca a trinca Paulicéia-To-

rino-Paissandu. “De 1980 pra frente fomos o time mais forte”, garante. “Enfileiramos um título atrás do ou-tro por vários anos”.

Boa parte da força do Paulicéia vinha de ações criadas para levan-tar recursos empregados na equi-pe. “Para ter time bom tínhamos uma diretoria que fazia festa juni-

Durival Ribeiro, ex-jogador e ex-técnico do Paulicéia, na sala de troféus do clube

Paulo César Grange

paUliCéia CampeãO em 1991Em pé - Zé Biliassi, Costa, Nego Gasparotto (presidente) e os jogadores Pitota, Marcão, Pastel, Ferreira, Airton Alonso, Betinho Peres, Zé Construtor, Daniel, Mutaio, Palito; e diretores Renato Borgo e Jorge Ferreira. Abaixados – Diretores Raimundo, Durival Ribeiro e Edson Peres; e jogadores Júnior, Giba, Niltinho, Sabugo Palomares, Clodomiro, Ricardo, Toninho Campos, Di e Carlos Lampião

Arquivo

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na e até festa do peão”. Além disso, torcedores empresários também colaboravam com dinheiro, como Toninho da Farmácia, Toninho Gra-ciano, João Rayes, Paulo Poloniato e outros – todos estão em algum pôs-ter na sala de troféus do clube.

História – A data em que o Pau-licéia foi criado é desconhecida por Durival Ribeiro. Ele lembra que nos anos 50 o clube tinha sede em um bar na Rua Capitão José Ribeiro. “O João Carnaval começou a montar ti-mes. Eu e minha turma começamos a mexer com o time por volta de 1965, mas era apenas para jogar amistosos e em fazendas”.

A entrada no amador, de fato, deu-se em 1979, quando Bana-não era quarto-zagueiro/lateral e o técnico era João Carlos Fonse-ca. A sede atual foi inaugurada em 15 de setembro de 1989, na ges-tão do ex-prefeito Sigefredo Griso – a construção começou na época do prefeito Celso Pacheco.

paUliCéia nO primeirO CampeOnatO da eqUipe, qUandO fOi ViCe-CampeãO em 1979Em pé - Sete, Tonhão, Nei, Zé Batóchio, Pedrinho, Bonga, Durival Ribeiro e Paulo Borges; Abaixados - Jair, Dalvo, Silvano, Zé Biliassi, Paulinho Telê, Turiba e Edinho Cavassani

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Atual presidente do Torino, José do Carmo Marques de Freitas (Co-manche) diz que o Torino só dis-puta campeonatos de bocha. E tem sido campeão com freqüência em Jaú e até no regional (2007). O clu-be hoje também é conhecido pelos bailes de forró nas sextas-feiras. A sede, aberta em 1998, também alu-ga seu salão social para festas.

Retomar o futebol? “No momen-to não pensamos nisso”, diz Coman-che. A diretoria atual foi eleita em 2009, reelegeu-se e vai até 2013. O vice é José Fernando Romano, o Ba-gaço. Ambos dizem que no fim dos anos 90 a Prefeitura ajudava mais os clubes amadores e que, hoje, a aju-da é apenas simbólica.

Sobre a época de glória do To-rino, em 1970, ele se recorda dos grandes craques da equipe. E diz que três jogadores chegaram a dei-xar o clube para ir jogar no Corin-thians: Guilherme, Atilinho e Ade-mir, este último por fim defendendo o XV de Piracicaba.

Origem – O início do Torino foi em 15 de novembro de 1948. “Co-mecei o Torino no quintal da minha casa”, relembra Francisco Bernardi, 74 anos, contando que reuniu um

Bocha e baile no ‘Touro da Potunduva’

grupo de amigos de 8 a 12 anos de idade para montar um time de ga-rotos. “A gente jogava descalço”, diz ele, hoje aposentado depois de defender o Torino em vários cam-peonatos, até 1966, e de trabalhar na extinta Cia. Jauense Industrial.

Na lista dos precursores do Tori-no Chico Bernardi inclui também Ré-gis Matielo, Vicente Bernardi, Sidnei Ortuzar (Pitcho), Adalberto Bernardi, Alcides Edvard Pavan (Lula), Valter Blassioli, Eduardo Pavan (Du), João

Comanche (à esq.) é o presidente atual do Torino; ao lado, integrantes da diretoria atual

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tOrinO nO CampeOnatO de 1977Em pé: Du, Viadana, Ferrarezi, Osmar, Jorginho, Jair Coló, Baixo e Moschetta. Abaixados: Claudinho, Quinho, Dão, Guilherme e Frana

Munhoz, Carlito Módulo, João Mar-tins, Caetano Conti, Irineu Segantin, Humberto Batóchio (Bebé) e outros.

O nome foi escolhido para ho-menagear o Torino italiano, que ti-nha feito uma excursão ao Brasil. No regresso à Itália, o avião caiu e toda o time morreu – era a base da seleção italiana na época. Os meni-nos do Potunduva cresceram, dis-putavam o varzeano e, enfim, joga-ram o Amador. E logo de cara foi campeão, em 1961. “Fomos cam-peões invictos, enfrentando equi-pes como Palmeiras, Ipiranga, Gua-rani e América”, fala Chico Bernardi.

Sobre a conquista estadual de 1970, Bernardi diz “que a torcida

Arquivo

Paulo César Grange

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do Torino não foi só do Torino, foi de toda a cidade”. Ele lembra que o XV de Jaú, time profissional da cida-de, não disputava o Paulistão, por isso o Amador tinha tanto interes-se. No intervalo de tempo entre as ausências do XV da Primeira Divi-são o Amador “foi muito prestigia-do” e o Torino conquistou muitos admiradores, segundo Bernardi.

“No início o Torino não usava a tradicional camisa bordô”, relem-bra. “Foi a partir de quando con-seguimos uma camisa original do Torino da Itália que o Touro da Po-tunduva passou a usar uma camisa idêntica do clube italiano”.

Paulo César Grange

Francisco Bernardi criou o Torino “no quintal de casa” com a parceria de amigos de infância

tOrinO CampeãO amadOr 78Em Pé: Botche, Camarguinho, Cascudo, Babi Bertoldi, Nelson Lopes, Tota, Ademir, Toninho Romão, Barranco, Paulo Chanão, Leão, Jesus, Du, Neu Segantin, Tonhão da Charme e Tião. Abaixados: Tão, Jorge Porquinho, Rubens, Adilson Trajano, Dário, Jorge, Jorginho, Renato Picelli, Luizinho, Trajano, Sadia e Valmir

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Ele nasceu em 29 de junho de 1924, portanto, completa 88 anos em 2012. Quando a Liga Jauen-se de Futebol era criada 70 anos atrás por um grupo de esportistas jauenses, João Pedro Palomares já corria atrás da bola em Jaú. Ele é um dos poucos jogadores que atu-aram nos anos 40 do século pas-sado e que ainda podem relem-brar o princípio do amadorismo jauense.

O futebol amador já existia des-de antes da criação da entidade, mas foi com a Liga Jauense que ele se desenvolveu. O próprio XV de Jaú já tinha 18 anos de vida quando surgiu a Liga. E logo mostrou sua força, conquistando oito títulos se-guidos (1943 a 1950) até se dedi-car ao profissionalismo. Palomares chegou a ser convocado algumas vezes para compor o elenco quin-zeano.

“Comecei a jogar amador em 1945. Joguei pelo Paulista naque-

Palomares volta 70 anos no tempoMeia-esquerda dos anos 40 e 50 tem títulos no currículo, mas diz que nunca ganhou prêmio como ex-atleta do Amador

João Pedro Palomares, em foto como técnico do Jahu Progride, empresa em que trabalhou

le ano, que tinha um time formado só por carregadores de café. Meu cunhado era o chefão e me colocou para jogar. Eu era molequinho”, re-lembra, citando confrontos contra o Ypiranga, que tinha como sede um bar na Rua Quintino Bocaiúva. Palomares também jogou pelo Ypi-ranga, ficando campeão quatro ve-zes nos anos 50.

Ele diz que em 1942 e nos anos seguintes chegou a vestir a camisa do segundo quadro do XV de Jaú. Palomares era meia-esquerda, tinha 1m70 e dominava o meio-de-cam-po. “Ficava tocando a bola no meio, armando jogadas”, conta. “Depois do Ypiranga parei de jogar no Ama-dor e só joguei nos times da vár-zea.”

De um time do Ypiranga cam-peão, Palomares diz que só resta ele e Romeu Mira (médico). “Só eu e ele estamos vivos daquele time. Mas tem mais alguns atletas da época por ai, como os irmãos Dino

Fotos: Arquivo

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e Lê, outros que vestiram a camisa ipiranguense.

Época? - .”Na época a gente jo-gava muito nas fazendas, na Barra Mansa, na Vila Ribeiro, nos Grizzo... “, recorda-se, destacando que sem-pre tinha um grande público acom-panhando os jogos amadores. Na cidade eram poucos campos, como do XV de Jaú, do Palmeiras (no co-légio dos padres) e do Guarani no Potunduva.

Segundo Palomares, na sua épo-ca um confronto de muita rivalida-de era entre Ypiranga e América. “Era quem nem Corinthians e Pal-meiras hoje”. O ex-meia diz que jo-gou em todos os times de Jaú, foi campeão por vários, mas nunca ga-nhou nada para jogar. “Não ganha-va nada, tinha até de comprar bo-tina. ‘Malemá’ os times davam a camisa”.

Polivalente – “Joguei com o Mandora, com o João Gostoso, que foram craques no XV. Treinava com eles porque trabalhavam comigo no Jahu Progride”, diz Palomares, que aprendeu o ofício de marcenei-ro ainda criança, exercendo a pro-fissão até se aposentar.

João Pedro Palomares Júnior, fi-lho do ex-meia esquerda das déca-das de 40 e 50 e pesquisador do es-porte jauense (XV de Jaú e amador), diz que em 1938, quando seu pai tinha 14, 15 anos, já jogava bola no

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50 Liga Jauense De FuTeBOL 70 anos

Campeão só tomava guaraná

Palomares tem uma coleção de medalhas por jogar vôlei, palito, bocha e futebol de veterano, mas nenhum prêmio em sua trajetó-ria como atleta de futebol amador. “Como jogador nunca ganhei di-nheiro, nunca ganhei nenhum prê-mio. Quando era campeão só to-mava guaraná. Naquela época não tinha nem churrasco. A gente ia num barzinho na Rua Quintino (Bar do Calixto) e ficava tomando gua-raná.. Era assim que o time come-morava”, relembra.

Hoje, ele não vai mais aos jogos amadores, mas faz questão de estar sempre nas partidas do XV de Jaú. Aliás, sobre o Galo da Comarca, ele fala que ficou chateado com o rebai-xamento do time. “Foi duro cair. Fi-quei muito chateado. Como pode um time que passou pela primeira divisão ir agora para a quarta divi-são? Não foi falha do Zé (Construtor, presidente), que trabalhou bem. O time não deu certo”, lamenta.

Torcedor do Corinthians, João Pedro Palomares é casado com Geni Spoldário Palomares há 63 anos. Ela a conheceu nas imediações do Campo do Conde, onde ambos mo-ravam. Até hoje moram na mesma região. O casal teve dois filhos – Jú-nior e Regina e tem quatro netos.

Campo do Conde, onde hoje está a casa da família, nas proximidades do posto de saúde do bairro de São Benedito e do portal de acesso à fa-zenda Maria Luiza, propriedade dos Arruda Botelho.

“No Caiçara joguei até os 85 anos de idade. Era o mais velho em campo. Até colocaram meu nome num campeonato no clube”. Vete-rano do esporte, Palomares jogou vôlei pela associação da tercei-ra idade de Jaú, viajando sempre para Jogos Regionais e Jogos Aber-tos do Idoso. Ganhou muitas me-dalhas, incluindo outros esportes, como palito e bocha. Ele também participou de provas pedestres, in-cluindo os 10 Km de Jaú de alguns anos

João Pedro Palomares e suas medalhas ganhas em diversas modalidades esportivas

João Pedro Palomares e a esposa, Geni Spoldário Palomares: casa onde casal mora é em terreno onde ficava o Campo do Conde, próximo do Bairro de São Benedito

Fotos: Paulo Cesar Grange

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