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UNIVERSIDADE PARANAENSE UNIPAR Curso de Engenharia Civil - Campus Umuarama TFC 2016 TRABALHO FINAL DE CURSO 1 LIGHT STEEL FRAMING: BAIXO DESPERDÍCIO E MAIOR PRODUTIVIDADE EM COMPARAÇÃO A UM SISTEMA CONVENCIONAL DE CONSTRUÇÃO LIGHT STEEL FRAMING: LOW WASTAGE AND GREAT PRODUCTIVITY COMPARED A CONVENTIONAL CONSTRUCTION SYSTEM Autores: ALLISSON FREITAS SILVESTRE¹; MAURO SERGIO ALDROVANDI JUNIOR² Professor: Aluízio Torres da Silva³ ¹Acadêmico do Curso de Engenharia Civil da UNIPAR, ²Acadêmico do Curso de Engenharia Civil da UNIPAR, ³Orientador e Professor do Curso de Engenharia Civil da UNIPAR Resumo Considerado um sistema construtivo inovador, o Light Steel Framing possui um grande potencial de crescimento e exploração em sua utilização com a finalidade de atender as necessidades de habitação, devido a características intrínsecas do seu processo construtivo que comprovam à valia da utilização deste método de construção industrializada. O objetivo do trabalho é expor à valia e eficiência da utilização do sistema LSF na construção civil, apresentando características desta técnica construtiva em relação ao desperdício de materiais e tempo de execução de obra onde se torna possível obter um retorno de investimento melhor se comparado ao sistema convencional. O presente trabalho se faz por meio de pesquisas bibliográficas nos meios disponíveis, como livros e artigos científicos. Com base neste estudo, foi realizado um levantamento de informações com empresas que atuam no ramo da construção civil, buscando dados no mercado, sobre a eficiência energética, tempo de execução, desperdício gerado na construção e o retorno de investimento para a construção de uma residência de aproximadamente 100 m 2 . Dessa forma, entendemos que por se tratar de uma obra de maior velocidade, o LSF possui uma maior eficiência energética, com uma menor quantidade de horas trabalhadas para a sua execução. Tendo assim, um melhor retorno financeiro devido à antecipação da ocupação do imóvel. Por também se tratar de uma obra industrializada, onde o número de resíduos gerados ao final da obra é reduzido, esse método construtivo torna-se mais sustentável quando comparado à técnica convencional. Palavra-Chave: Light Steel Framing, Eficiência, Sustentabilidade, Engenharia, Construção. Abstract Considered as an innovative construction system, the light steel framing has a great potential of growth and exploration in its use, in order to meet the needs of housing, due to the intrinsic characteristics of its construction process that prove the value of the use of this method of industrialized construction. The objective of the work and to show the value and efficiency of the use of the LSF system in civil construction presenting characteristics of this constructive technique in relation to the wastage of materials and compared to the conventional system. The present work is done through bibliographical research in the available means, such as books and scientific articles, based on this study, a survey of information was carried out with companies in the field of civil construction, searching the market for energy efficiency, execution time, waste generated in the construction and return of investment for the construction of a redemption of approximately 100 square meters. In this way, we understand that because it is a work of greater speed, the LSF has a greater energy efficiency with a smaller amount of hours worked for its execution. Having a better financial return due to the anticipation of the occupation of the property because it is also an industrialized work, where the number of residues generated at the end of the work is reduced, this constructive method becomes more sustainable when compared the conventional technique. Keywords: Light Steel Framing, Efficiency, Sustainability, Engineering, Construction.

LIGHT STEEL FRAMING: BAIXO DESPERDÍCIO E MAIOR … · 2019. 2. 6. · Framing (LSF), que de acordo com Lourenço et al. (2015 apud KLEIN E MARONEZI, 2013), é uma metodologia construtiva

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TFC 2016 – TRABALHO FINAL DE CURSO 1

LIGHT STEEL FRAMING: BAIXO DESPERDÍCIO E MAIOR

PRODUTIVIDADE EM COMPARAÇÃO A UM SISTEMA

CONVENCIONAL DE CONSTRUÇÃO

LIGHT STEEL FRAMING: LOW WASTAGE AND

GREAT PRODUCTIVITY COMPARED

A CONVENTIONAL CONSTRUCTION SYSTEM

Autores: ALLISSON FREITAS SILVESTRE¹; MAURO SERGIO ALDROVANDI JUNIOR²

Professor: Aluízio Torres da Silva³

¹Acadêmico do Curso de Engenharia Civil da UNIPAR, ²Acadêmico do Curso de Engenharia

Civil da UNIPAR, ³Orientador e Professor do Curso de Engenharia Civil da UNIPAR

Resumo Considerado um sistema construtivo inovador, o Light Steel Framing possui um grande potencial de crescimento e exploração em sua utilização com a finalidade de atender as necessidades de habitação, devido a características intrínsecas do seu processo construtivo que comprovam à valia da utilização deste método de construção industrializada. O objetivo do trabalho é expor à valia e eficiência da utilização do sistema LSF na construção civil, apresentando características desta técnica construtiva em relação ao desperdício de materiais e tempo de execução de obra onde se torna possível obter um retorno de investimento melhor se comparado ao sistema convencional. O presente trabalho se faz por meio de pesquisas bibliográficas nos meios disponíveis, como livros e artigos científicos. Com base neste estudo, foi realizado um levantamento de informações com empresas que atuam no ramo da construção civil, buscando dados no mercado, sobre a eficiência energética, tempo de execução, desperdício gerado na construção e o retorno de investimento para a construção de uma residência de aproximadamente 100 m

2.

Dessa forma, entendemos que por se tratar de uma obra de maior velocidade, o LSF possui uma maior eficiência energética, com uma menor quantidade de horas trabalhadas para a sua execução. Tendo assim, um melhor retorno financeiro devido à antecipação da ocupação do imóvel. Por também se tratar de uma obra industrializada, onde o número de resíduos gerados ao final da obra é reduzido, esse método construtivo torna-se mais sustentável quando comparado à técnica convencional. Palavra-Chave: Light Steel Framing, Eficiência, Sustentabilidade, Engenharia, Construção.

Abstract

Considered as an innovative construction system, the light steel framing has a great potential of growth and exploration in its use, in order to meet the needs of housing, due to the intrinsic characteristics of its construction process that prove the value of the use of this method of industrialized construction. The objective of the work and to show the value and efficiency of the use of the LSF system in civil construction presenting characteristics of this constructive technique in relation to the wastage of materials and compared to the conventional system. The present work is done through bibliographical research in the available means, such as books and scientific articles, based on this study, a survey of information was carried out with companies in the field of civil construction, searching the market for energy efficiency, execution time, waste generated in the construction and return of investment for the construction of a redemption of approximately 100 square meters. In this way, we understand that because it is a work of greater speed, the LSF has a greater energy efficiency with a smaller amount of hours worked for its execution. Having a better financial return due to the anticipation of the occupation of the property because it is also an industrialized work, where the number of residues generated at the end of the work is reduced, this constructive method becomes more sustainable when compared the conventional technique. Keywords: Light Steel Framing, Efficiency, Sustainability, Engineering, Construction.

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1. INTRODUÇÃO

Em vista do crescimento populacional e dos avanços tecnológicos, a indústria da

construção civil no mundo, está em busca de sistemas mais eficientes de construção

com o propósito de promover uma maior produtividade e reduzir a quantidade de

resíduos produzidos no processo construtivo, diminuindo seu impacto ambiental e o

consumo dos recursos naturais disponíveis.

Os métodos de construções convencionais, se comparados com o início de sua

utilização, não apresentam grandes evoluções em termos de desperdício e

produtividade, onde sua execução acaba causando grande impacto ao meio

ambiente.

De acordo com a CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço), devido a grande

demanda em razão do crescimento da população nacional e em virtude dos avanços

tecnológicos, cabe ao ramo da construção civil buscar sistemas com maior eficácia

para se construir, atingindo maior rapidez de execução, visando o aumento da

produtividade e diminuição do desperdício de material (CBCA, 2016).

Como um sistema alternativo surge às construções a seco, como o Light Steel

Framing (LSF), que de acordo com Lourenço et al. (2015 apud KLEIN E MARONEZI,

2013), é uma metodologia construtiva caracterizada por uma estrutura constituída de

perfis de aço leve galvanizados a frio. Já segundo Santiago (2012), é um sistema

industrializado e possibilita a construção seca com grande rapidez e qualidade.

Frechettte (1999) considera como uma nova tecnologia e ressalta que a origem do

Light Steel Frame remonta ao início do século XIX. No contexto histórico, em 1933,

com o grande avanço da indústria do aço nos Estados Unidos, foi exposto, na Feira

Mundial de Chicago, o modelo de uma residência em Light Steel Framing concebido

por perfis de aço substituindo a estrutura de madeira, que era o material mais

utilizado na época até então.

A utilização dos perfis de aço produzidos a frio, substituindo a madeira, passou a ser

benéfico devido a maior resistência e eficiência estrutural do aço, e a capacidade da

estrutura resistir a catástrofes naturais, como terremotos e furacões, além do mais,

as flutuações na qualidade e no custo da madeira estimularam o uso do aço na

construção (BATEMAN, 1998).

Conforme Alves (2015 apud JARDIM E SOUZA, 2007), as primeiras construções,

utilizando-se desta técnica no Brasil, começaram em 1998. O novo produto

tecnológico passou a ser introduzido, pelo fato da necessidade de um produto mais

industrializado, ganhando aplicabilidade pelos fatores de: qualidade homogeneizada,

facilidade de fabricação, grande desempenho estrutural, baixo peso, baixo custo,

dentre outros.

Apesar de o Brasil ser um dos maiores produtores mundiais de aço, o emprego

deste material tem sido pouco expressivo se comparado ao potencial do parque

industrial brasileiro. Baseado nisso, há de se observar a propícia oportunidade de

exploração desse método, adentrando tal abundância para o desenvolvimento desta

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alternativa em disseminação em nosso país, utilizando e se beneficiando da grande

capacidade de produção de aço galvanizado (SANTIAGO, 2012).

Contudo, o objetivo desse trabalho foi apresentar parâmetros que evidenciem a

maior eficiência do sistema Light Steel Framing, apresentando as características

desta técnica construtiva em relação ao impacto ambiental gerado pelo desperdício

de materiais e consumo de recursos naturais; tempo de execução de obra em

relação ao custo e retorno de investimento, se comparado ao sistema convencional.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 - Sistema Convencional

Segundo Santos (2014), o sistema construtivo convencional se caracteriza pela

parte estrutural, pilares, vigas e fundação, feita em concreto armado enquanto que a

vedação se da pelo uso de alvenaria.

No caso da técnica convencional, o peso da construção é distribuído pelo sistema

estrutural composto por pilares, vigas, lajes e fundações e, por isso, as paredes são

conhecidas como estrutura não-portantes. Na concepção dos elementos estruturais,

os pilares e vigas são confeccionados com o uso de aço estrutural e concreto sendo

apoiados por formas de madeira, conforme mostrado na Figura 1 (VASQUES, 2014).

Figura 1 - Exemplo de um sistema convencional com parede de alvenaria ainda apoiada por formas

de madeira

Fonte: Alfa Materiais de Construção (2016)

Vasques (2014) afirma que, a alvenaria é utilizada como elemento de fechamento,

resistindo apenas seu próprio peso, não sendo dimensionada para resistir outras

ações externas, desta forma a vedação vertical fica responsável pelo fechamento da

edificação e também pela divisão dos ambientes internos. Após a execução das

paredes, é preciso abrir fendas para realizar as instalações hidráulicas e elétricas,

ocasionando retrabalho e desperdício. Em seguida, deve ser iniciada a parte dos

acabamentos, caracterizada pela aplicação dos revestimentos, do chapisco, massa

grossa (emboço), massa fina (reboco) e pintura.

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Vasques (2014), ainda cita algumas vantagens e desvantagens do sistema

convencional, de acordo com a Tabela 1.

Vantagens Desvantagens

Bom isolamento térmico e acústico; Baixa produtividade na execução;

Boa estanqueidade à água; Elevada massa por unidade de

superfície;

Excelente resistência mecânica ao fogo; Necessidade de materiais adicionais

para ter a textura lisa;

Facilidade de produção; Deficiente na limpeza e higienização;

Facilidade e baixo custo dos

componentes;

Retrabalho para instalação de rede

hidrossanitária e elétrica;

Excelente versatilidade e flexibilidade;

Ótima aceitação pelo usuário e

sociedade.

Tabela 1 - Vantagens e desvantagens do sistema convencional de construção

Fonte: Adaptado de Vasques, 2014.

No sistema construtivo convencional, a falta de projetos detalhados e planejamentos

condizentes com a realidade da obra, pode causar uma série de manifestações

patológicas na edificação, além de improdutividade e desperdício de materiais

(ALVES, 2015).

No sistema tradicional, parte dos elementos que compõe a edificação, são

produzidos no próprio canteiro de obras, com participação direta dos operários nas

atividades de conversão. Por se tratar de procedimentos com bases artesanais,

erros na produção podem resultar em algumas características como diferença na

qualidade dos produtos, imprecisão dimensional, baixo controle tecnológico, dentre

outros. Devido à falta de fornecimento de informação nos projetos de produção,

ocasionalmente acontecerá, atividades que contribuam para o desperdício de mão

de obra e materiais, resultando em prejuízos e improdutividade (ALVES, 2015).

As perdas no sistema convencional que ocorrem na fase de execução mais comuns

são os erros de concretagem, deformações nas fôrmas de pilares e vigas, erros de

prumo, nível e esquadro das alvenarias prejudicando o alinhamento das paredes,

causando engrossamento do reboco para regularização que podem passar de 5 cm

de espessura (Figura 2a), além das perdas associadas à reexecuções de tarefas,

seja por erro do profissional na atividade ou seja por retrabalhos durante os serviços

de instalações elétricas e hidráulicas (Figura 2b). Outras perdas menos visíveis

também podem ocorrer na fase de projeto com superestimativa dos índices de

armadura ou de concreto da estrutura, falta de projeto específico de paginação de

pisos, que geram sobras e perdas pela necessidade de fragmentação, entre outros

(ALVES, 2015).

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(a) Exemplo de engrossamento de reboco (b) Retrabalhos para serviço de instalações

Figura 2 - Perdas no sistema convencional

Fonte: Portal Acrópole Engenharia (2016)

De acordo com Alves (2015, apud Pinto, 1999), a massa estimada das edificações

executadas predominantemente pelo sistema convencional é de 1.200 kg/m², 25%

deste valor é o percentual de perda média de materiais em relação à massa de

materiais levados ao canteiro de obras, isso significa que, a cada metro quadrado

construído, são gerados 300 quilos de resíduo/desperdício.

2.2. Light Steel Framing

O Steel Framing é caracterizado por utilizar o aço galvanizado a frio como esqueleto

estrutural do sistema, que associado com outros subsistemas industrializados é

projetado para trabalhar de forma a resistir às cargas da edificação, o que propícia

maior rapidez na execução da obra. Os perfis de aço galvanizado são utilizados para

compor painéis estruturais ou não estruturais, vigas de piso, vigas secundárias,

tesouras de telhado e demais componentes, de forma a garantir baixo peso à

construção como um todo. Os elementos que compõem os fechamentos da

edificação no sistema que envolve externamente a estrutura devem ser leves, para

assim não mudar a definição da estrutura Light Steel Framing (SOUZA; AMPARO;

GOMES, 2011).

Contrapondo-se as estruturas convencionais, onde o peso dos elementos da

estrutura se concentra em vigas e pilares, todas as paredes externas do Light Steel

Framing são consideradas como parte substancial da estrutura, por onde se divide

todas as cargas da construção, sendo que cada uma é projetada para receber uma

pequena parcela de carga se transformando em estruturas autoportantes. A obra

ainda é reforçada por revestimento de Oriented Strand Board (OSB), como

exemplificada na Figura 3, garantindo o bom comportamento quanto a abalos

sísmicos (SOUZA; AMPARO; GOMES, 2011).

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Figura 3 - Placas OSB para fechamento de paredes autoportantes

Fonte: Construagil (2016)

Através do cálculo estrutural é indicado o tipo de fundação mais adequado para a

execução do Light Steel Framing, sendo geralmente utilizada a fundação do tipo

radier, como mostra a Figura 4.

Figura 4 - Execução de fundação tipo radier

Fonte: Pet Engenharia Civil UFJF (2016)

Logo após a execução da fundação, as peças da estrutura de aço são fixadas à

fundação através de chumbadores conforme salienta revista Téchne, nº 135 de

junho de 2008 (Figura 5) (HASS; MARTINS, 2011).

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Figura 5 - Esquematização de fixação de chumbadores

Fonte: HASS e MARTINS (2011)

Todos os elementos metálicos e não-metálicos de uma estrutura em Light Steel

Framing são interligados através de parafusos de aço galvanizado, perfurantes e

roscantes.

Para o fechamento das construções em Light Steel Framing, se encontra em maior

disponibilidade no mercado nacional as placas de OSB, as placas cimentícias e o

gesso acartonado usados no fechamento externo e interno das paredes. Os

fechamentos obedecem ao conceito de isolação multicamadas, onde o vazio entre

as placas é preenchido com material isolante, como por exemplo, a lã mineral e a lã

de vidro, como mostrado na Figura 6 (SOUZA; AMPARO; GOMES, 2011).

Figura 6 - Esquematização de fechamento externo, interno e preenchimentos

Fonte: SOUZA e GOMES (2011)

Segundo Domaraski e Fagiani (2009 apud BAPTISTA, 2005), a industrialização da

construção civil promoveu um salto de qualidade nos canteiros de obras, pois

através de componentes industrializados com alto controle ao longo de sua

produção, com materiais de boa qualidade, fornecedores selecionados e mão-de-

obra treinada e qualificada, as obras tornaram-se mais organizadas e seguras.

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Para Nakamura (2016), nos últimos anos, avanços foram registrados em relação à

aceitação desse sistema, que tem a industrialização, a precisão e a velocidade de

execução como principais características.

Vivan, et al. (2010), afirmam que dentro do setor da industrialização de edificações,

o Light Steel Framing aparece como uma considerável alternativa em comparação

ao sistema tradicional, que mesmo apresentando com maior disponibilidade no

mercado, técnicas e tecnologias aos profissionais da construção civil, ainda é

definido pela lentidão no processo de produção, por haver grandes desperdícios de

materiais e por ser mais sujeito ao aparecimento de manifestações patológicas

durante a vida útil da edificação. Portanto, é notável a diferença quando comparado

à produção de ambas as técnicas de construção.

Devido ao tempo inferior de fabricação e montagem da estrutura, o emprego do

sistema Light Steel Framing proporciona a redução de custo, pois permite a

execução de diversas etapas simultaneamente, por exemplo, enquanto as

fundações são executadas no canteiro de obra, as placas de vedação das paredes

são confeccionadas em fábrica. O fato de a estrutura metálica possuir baixo peso

contribui para um menor carregamento na fundação possibilitando uma redução no

custo desta etapa (JARDIM; CAMPOS, 2005).

Vivan (2010 apud GORGOLEWSKI, 2006), salienta que ao se utilizar o sistema Light

Steel Framing inúmeras vantagens são obtidas, como: baixo peso com alta

resistência, grande precisão dimensional, resistência ao ataque de insetos, onde os

materiais utilizados são quase que totalmente recicláveis, contribuindo para a

sustentabilidade da edificação. Em razão de este sistema poder contribuir para o

aumento do nível de especialização e qualidade da mão de obra estabelecendo altos

padrões de construção, despertou-se o interesse de muitos países para a utilização

da técnica Light Steel Framing no setor das construções de casas unifamiliares.

Hass e Martins (2011, apud RODRIGUES, 2006) lista algumas vantagens e

desvantagens do Light Steel Framing:

- Vantagens:

Maior produtividade, devido à possibilidade da execução simultânea de várias

etapas, o menos uso de formas e escoras;

Maior qualidade acústica e térmica pelo uso de matérias com melhor

desempenho, como a lã de rocha e lã de vidro, superando em cerca de duas

vezes e meio as paredes em alvenaria convencional;

Maior praticidade e menor custo para manutenção das instalações elétricas e

hidráulicas;

Vários materiais utilizados no sistema são recicláveis e podem ser

reaproveitados, como o aço que não perde suas características e pode ser

reciclado inúmeras vezes;

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Por dividir seu peso por todas as paredes, garante melhor desempenho

estrutural;

O aço utilizado de acordo com as especificações pode garantir alta

durabilidade para toda vida útil da obra, possuindo grande estabilidade

dimensional e resistindo à corrosão. Os perfis de aço galvanizado não

contribuem para a propagação do fogo;

A estrutura metálica possui maior facilidade para adaptações, ampliações,

reformas e mudança de ocupação de edifícios;

Por se tratar de uma obra industrializada que conta com mão-de-obra

altamente qualificada, garante ao cliente uma maior qualidade devido ao

maior controle do processo industrial e maior precisão construtiva por usar

como unidade o milímetro nas estruturas metálicas;

Melhor retorno do capital investido devido ao ganho antecipado pela

ocupação do imóvel em função da maior velocidade de execução;

- Desvantagens:

No Brasil, o sistema ainda sofre preconceito por algumas pessoas

acreditarem que a estrutura é frágil;

Falta de mão-de-obra especializada;

Maior dificuldade para se obter peças e equipamentos;

Alguns componentes possuem custo elevado.

3. METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho consiste na coleta de

informações por meio de revisão de literatura, através de estudos nos meios

disponíveis, como livros e artigos de diversos autores, acerca da eficiência

energética e tempo de execução da obra para análise das vantagens do sistema

Light Steel Framing em relação ao sistema convencional de construção.

Conjuntamente, foi realizada uma pesquisa, para levantamento de informações em

torno da construção de uma casa com 100 m2 com as empresas A, B e C que atuam

na área do Light Steel Framing e as empresas D e E atuantes no ramo da

construção convencional, com a finalidade de coletar dados sobre a quantidade de

resíduo gerado através do número de caçambas com volume de 5 m3,

exclusivamente preenchidas por materiais descartados da construção de uma

residência executada em alvenaria e de uma obra executada em Light Steel

Framing, e a quantidade de operários envolvidos na execução das obras de ambos

os sistemas.

Para o retorno do capital investido, foi adotado o valor por metro quadrado médio

cobrado pelas empresas da pesquisa para a execução de uma casa de 100 m2. Para

ambos os casos o valor do terreno considerado foi o mesmo e ambas as casas

obtiveram o mesmo valor final de venda para fins comparativos.

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Em relação ao tempo de execução de obra, foi exposto um cronograma de uma

residência com 100 m2, realizada em ambos os sistemas, detalhando as etapas

construtivas e o tempo para serem executadas. A partir do cronograma, da

quantidade de funcionários envolvidos na obra e assumindo que eles trabalhem 8

horas por dia, foi calculado, a quantidade horas/homem necessário para a execução

de cada sistema, sendo expressa por:

(

)

( ) (

)

Onde,

N= Quantidade de horas por funcionário trabalhadas (horas/funcionário);

D= Quantidade de dias para execução do sistema;

F= Quantidade de funcionários envolvidos na execução da obra.

4. RESULTADOS

4.1 - Dados coletados na pesquisa

Segue informações fornecidas pelas empresas pesquisadas na tabela abaixo.

Empresas A B C

Tempo de atuação no mercado (anos) 6 11 15

Obras por ano 6 30 25

Tempo de execução em dias (100 m²) 120 90 à 120 120

Nº funcionários na obra 4 3 à 5 3 à 4

Valor Médio por m² (R$) 1.800,00 1.500,00 1.400,00

Quantidade de caçambas por obra 2/3 1 1

Tabela 2 - Informações coletadas das empresas de Light Steel Framing Fonte: Autor (2016)

Empresas D E

Tempo de atuação no mercado (anos) 5 17

Obras por ano 10 15

Tempo de execução em dias (100 m²) 180 150 à 180

Nº funcionários na obra 4 4

Valor Médio por m² (R$) 1.500,00 1.350,00

Quantidade de caçambas por obra 2 2

Tabela 3 - Informações coletadas das empresas que utilizam técnica convencional Fonte: Autor (2016)

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4.2 – Cronogramas de execução de obra

Os cronogramas a seguir foram elaborados, para melhor comparação, tendo como

base, os cronogramas disponibilizados pelas empresas consultadas na pesquisa.

Descrição Dias

15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180

Serviços Preliminares X

Fundação X X

Supra-estrutura X X

Paredes X X

Laje X X

Cobertura X X

Esquadrias X

Instalações Elétricas X

Instalações Hidráulicas X

Acabamentos X X X

Quadro 1 - Cronograma de execução de obra em alvenaria Fonte: Adaptado da empresa D

Descrição Dias

15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180

Serviços Preliminares X

Fundação X X

Estrutura X X X

Painéis de Vedação X X X

Cobertura X

Esquadrias X

Instalações Elétricas X

Instalações Hidráulicas X

Acabamentos X X

Quadro 2 - Cronograma de execução de obra em Light Steel Framing

Fonte: Adaptado da empresa A

Analisando o cronograma de uma obra em alvenaria convencional, de acordo com o

Quadro 1, foi observado que a obra executada nesse sistema, teve uma duração de

180 dias. Enquanto que, ao utilizar-se da técnica LSF, foi obtido um tempo de

execução de 120 dias, conforme Quadro 2. Desse modo, foi constatada uma

redução de 60 dias, o que representa que a obra em LSF é aproximadamente 33 %

mais veloz que a obra executada no sistema convencional. Essa redução se deve ao

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fato do LSF possibilitar a execução de várias etapas simultaneamente, como

observado no Quadro 2.

4.3 - Retorno de investimento

Através da pesquisa realizada com empresas do ramo LSF, conforme Tabela 2,

foram obtidos das empresas A, B e C as respectivas respostas nos valores de R$

1.800,00/m2, R$ 1.500,00/m2 e R$ 1.400,00/m2, resultando em um valor médio de

R$ 1.567,00/m2. Do mesmo modo, as empresas D e E do sistema convencional,

citadas na Tabela 3, atribuíram nesta ordem os valores de R$ 1.500,00/m2 e R$

1.350,00/m2, obtendo o valor médio de R$ 1.425,00/m2.

Sistema Construtivo Convencional Light Steel Framing

Valor do Terreno R$ 50.000,00 R$ 50.000,00

Valor da Construção R$ 142.500,00 R$ 156.700,00

Investimento Total R$ 192.500,00 R$ 206.700,00

Valor da Venda R$ 250.000,00 R$ 250.000,00

Lucro Total R$ 57.500,00 R$ 43.300,00

Tabela 4 - Estimativa de valores dos sistemas construtivos

Fonte: Autor (2016)

Sistema Construtivo Convencional Light Steel Framing

Prazo da Obra (Meses) 6 4

Lucro/Mês R$ 9.583,33 R$ 10.825,00

% Sobre o Investimento Inicial 4,98% 5,24%

Tabela 5 - Retorno de investimento em relação ao tempo de execução da obra

Fonte: Autor (2016)

Conforme Tabela 4, verifica-se que o sistema construtivo convencional possui um

investimento inicial de aproximadamente 7% inferior em relação ao LSF.

Considerando o mesmo valor de venda, para fins comparativos, a técnica de

construção em alvenaria obteve um maior lucro.

Porém, ao analisar a Tabela 5 e feita à comparação levando em conta o prazo de

execução de obra, nota-se que o LSF possui um melhor retorno de investimento,

com um maior lucro mensal, o que torna a técnica interessante para as construtoras,

que podem executar um maior número de obras em determinado tempo,

aumentando sua produção.

4.4 - Geração de Resíduos

Por meio da pesquisa realizada com as empresas A, B e C, disponível na Tabela 2,

a quantidade de caçambas utilizadas no LSF foi em média de apenas uma para a

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execução da obra. Ambas as empresas, da Tabela 3, que se utilizam da técnica

convencional, informaram a utilização de duas caçambas para o decorrer da obra.

Sistema Construtivo Convencional Light Steel Framing

Quantidade de Caçambas Retiradas da Obra 2 1

Quantidade de Resíduos em m3 10 m3 5 m3

Tabela 6 - Quantidade de entulho gerado na obra

Fonte: Autor (2016)

De acordo com a Tabela 6, o número de caçambas retiradas da obra em LSF é

reduzido pela metade quando comparado com o sistema convencional. Esse número

representa uma queda de 50% na geração de resíduos. Valor considerável, que

expõe o LSF como um sistema mais limpo, organizado e sustentável.

4.5 - Quantidade de horas/homem por obra

A quantidade de funcionários informada pelas empresas da Tabela 2, variam de 3 a

5 funcionários, obtendo uma média de 4 funcionários ao decorrer da obra. Sendo

que, as empresas da Tabela 3, que utilizam a técnica convencional, também

informaram o mesmo número de funcionários.

Sistema Construtivo Convencional Light Steel Framing

Quantidade Funcionários 4 4

Quantidade de dias para execução da obra 180 dias 120 dias

Quantidade total de horas dedicada ao sistema 1.440 h 960 h

Quantidade de horas/funcionário trabalhadas 360 h/F 240 h/F

Quantidade de horas para execução de 1 m2 3,6 h 2,4 h

Tabela 7 - Número de horas trabalhadas

Fonte: Autor (2016)

Com a mesma quantidade de funcionários envolvidos na execução de uma obra de

mesma proporção, em ambos os sistemas, foi evidenciado, conforme Tabela 7, um

menor número de horas trabalhadas por funcionários para a execução de 1 (um) m2

de construção utilizando a técnica LSF. Tal redução, se deve ao fato do sistema

convencional, levar um maior tempo para sua conclusão, gastando assim, um maior

número de horas trabalhadas pelos funcionários.

5. CONCLUSÃO

Ao analisar o conteúdo teórico, constata se que o sistema industrializado Light Steel

Framing em seu todo, possui grande rigidez estrutural com baixo peso, superando

em alguns casos o desempenho acústico e térmico das obras realizadas pela

técnica convencional.

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Quando comparado os dados dos cronogramas de obra de ambos os sistemas, nota

se que, para a execução de uma obra de 100 m² no sistema convencional, tem se

um tempo estimado de 180 dias, quando que, para a execução dessa mesma obra

no sistema LSF, o prazo diminui para 120 dias, uma redução aproximada de 33% no

tempo de execução de obra a favor do sistema industrializado, confirmando uma das

vantagens descritas no conteúdo teórico.

Essa redução de tempo faz com que aumente a eficiência energética do sistema,

diminuindo a quantidade de horas trabalhadas por funcionário para a execução de 1

(um) m2 de obra, de 3,6 horas com a utilização da técnica convencional, para 2,4

horas no sistema LSF.

Quanto à sustentabilidade do sistema industrializado, pesa a seu favor o fato de que

grande parte dos materiais empregados na obra são recicláveis, como o aço, que

pode ser reciclado inúmeras vezes. Por ser um sistema com maior organização,

ocorreu uma variação de 50% na geração de resíduos, sendo utilizado em média 2

(duas) caçambas de entulhos por obra no sistema convencional, enquanto é

utilizada apenas 1 (uma) na técnica LSF, o que significa um menor desperdício por

parte do sistema industrializado.

Em contrapartida, o investimento inicial para o sistema industrializado supera em

cerca de 7% o sistema convencional, diferença que pode ser revertida com um

melhor retorno financeiro pela antecipação da ocupação do imóvel.

Deste modo, conclui se que, o LSF é uma excelente opção frente ao sistema

convencional, no qual possui uma propícia oportunidade na sua exploração e maior

utilização, tendo como ponto chave sua melhor organização, agregando maior

velocidade na execução, com um menor consumo energético, aliado ainda a uma

menor geração de resíduos, diminuindo os desperdícios dentro da obra.

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