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Limitações ao poder de tributar
São reguladas nos art. 150 a 152 da CF.
Princípios e Imunidades: São regras limitadoras ao poder de tributar.
Princípios limitam o poder de tributar atuam em: como, quando e quanto é possível cobrar.
São regras/diretrizes norteadores da cobrança tributária.
As imunidades impedem a cobrança de tributos. São regras que estabelecem proteção a
determinadas pessoas, bens ou situações da incidência de tributos. São previstas na CF.
Imunidade x isenção
Imunidade Isenção
Prevista na CF Prevista em lei (legislação infraconstitucional)
Não há fato gerador Ocorre o fato gerador
Se o ente tentar tributar algo ou alguém imune a lei que institui o tributo será
inconstitucional.
Isenção: O Contribuinte que pratica o fato gerado é dispensado do pagamento do tributo.
Exemplo de Isenção: 156, § 3, II, CF -> Cabe à lei complementar afastar o ISS nos casos da
exportações.
A CF no art. 151, inc. III diz que não cabe isenção heterônoma. Um ente legisla sobre isenção
de outro ente com exceção do exemplo acima.
Classificação das imunidades
Específica x Genérica
As imunidades específicas são aquelas que atingem um imposto em especial.
Ex: ITR – proprietário de imóvel de pequeno porte em zona rural que não possui outro imóvel.
As imunidades genéricas são aquelas que atacam todos impostos seja da esfera federal,
estadual ou municipal. Não atacam os outros tipos de tributos.
As imunidades mais importantes atacam impostos.
Existem imunidades que atacam taxas e contribuições.
Ex: pobres podem tirar certidão de nascimento de graça.
As receitas de uma empresa decorrentes de exportação estão imunes do pagamento de
contribuições sociais, nem CIDE.
Obs: não existe uma única imunidade que ataque impostos, taxas e contribuições.
As imunidades genéricas:
São aqueles que versam sobre todos os impostos de qualquer esfera.
Recíproca: (art. 150, VI, a da CF) Proíbe a cobrança de impostos entre os entes federados.
Atinge também as autarquias e fundações públicas conforme CF.
Segundo o STF, atinge sociedades de economia mista e empresas públicas desde que prestem
serviços públicos essenciais a população e exclusivamente estatais.
Religiosa: (art. 150, VI, b da CF) protege os templos de qualquer culto. Influência da liberdade
religiosa e a garantia de crença.
150 § 4º CF – A imunidade religiosa se estende às finalidades essenciais da igreja. Ex: imóvel do
pastor.
Condicional: (art. 150, VI, c da CF) – protege todos os partidos políticos, os sindicatos dos
trabalhadores, entidades de assistência social e entidades educacionais que se sujeitem a
certas condições.
O Art. 114 do CTN estabelece os requisitos:
1 – Não visar lucro;
2 – O dinheiro deve ser aplicado no país;
3 – Devem manter escrituração contábil regular (obrigações acessórias).
Sumula 724 STF – Os imóveis pertencentes às pessoas atingidas pela imunidade condicional
será imune ao IPTU desde que o dinheiro auferido seja revertido às finalidades essenciais da
pessoa atingida.
Imprensa: (art. 150, VI, d da CF) – estão imunes os jornais, livros, periódicos e o papel
destinado à impressão aos citados produtos. Escopo de proteger a difusão da cultura.
Musical: (art. 150, VI, e da CF) – estão imunes fonogramas e videofonogramas (Cd e DVD)
musical produzido no Brasil de artistas brasileiros. Salvo a replicação industrial de mídias
ópticas
Princípios
- Princípio da Legalidade tributária (art. 150, inc. I da CF)
É vedado os entes federados criar tributo sem lei ordinária ou Medida Provisória que o
estabeleça (criar/majorar/instituir).
OBS: Alguns tributos só podem ser legislados por Lei Complementar: Empréstimos
Compulsórios, Imposto sobre Grandes Fortunas, Novos impostos e Novas contribuições
sociais.
Quando a CF for silente sobre qual tipo de legislação se trata será lei ordinária.
Se for por lei complementar a CF estabelecerá expressamente.
O Tributo que for legislado por MP ou LO poderá ser legislado por LC.
O tributo que for legislado por LC só poderá ser legislado pela LC.
Exceções
• Art. 153, § 1º - II, IE, IPI e IOF – impostos federais instituídos por lei, mas podem ter alíquotas
alteradas por decreto desde que respeitado os limites legais;
• Art. 177, § 4º, inc. I, b - CIDE-COMPUSTÍVEL
• ICMS-COMBUSTÍVEL – As alíquotas serão alteradas por convênio firmado numa reunião com
os Estados e DF – CONFAZ
Majoração x atualização
Majoração de tributo (art. 97, § 1º CTN) Atualização da carga tributária (art. 97, § 2º CTN)
Alteração da alíquota A atualização do valor venal ocorre por causa de mudanças de política e demoram muitos anos. O Governo instituirá por decreto e obsevará o índice oficial de correção monetária.
Mudança da base de cálculo
Princípio da Igualdade (art. 150, inc. II)
É vedado tratamento desigual entre contribuintes.
Será respeitado as desigualdades dos contribuintes levando em consideração alíquotas mais
tênue ou elevadas conforme pode aquisito, por exemplo.
Este princípio está ligado ao Princípio da capacidade contributiva (art. 145, § 1º CF)
Princípio da irretroatividade (art. 150, inc. III, a)
É vedado os entes federados cobrar tributos em fatos geradores anteriores à publicação da lei
que institui do tributo. Visa proteger a segurança jurídica.
Exceções
A lei poderá retroagir:
Quando a lei for expressamente interpretativa (lei que vem para estabelecer conteúdo de lei
confusa) a lei retroagirá até a publicação da lei confusa.
Atos não definitivamente julgados
Quando a lei fixar ato que deixa de ser infração (enquanto se discute se há ou não infração -
sem transito em julgado). Se houver uma lei que surge retirando infração a lei retroagirá a
benefício do contribuinte.
Quando deixa de ser contrário a ação ou omissão.
Quando estabelece penalidade menos severa. Se houver uma lei que surge alterando infração
a lei retroagirá a benefício do contribuinte.
Princípio da anterioridade (art. 150, III da CF)
Visa proteger a segurança jurídica. O princípio da anterioridade concede um espaço para que o
contribuinte se preparar para cobrança de tributo.
Regra 1: ANUAL - O princípio veda a cobrança de tributo no mesmo exercício financeiro da
data da lei que institui ou majorou o tributo.
Regra 2: NONAGESIMAL - O princípio veda a cobrança de tributo antes de 90 dias da data da lei
que institui ou majorou o tributo.
Aplica-se as regras concomitantemente. A regra que prevalecerá será aquela que deixar a
cobrança do tributo mais longe da incidência.
Exceções:
II, IE, IOF, Empréstimos compulsórios decorrentes de calamidade pública ou guerra, Imposto
Extraordinário de Guerra – não respeitam a anterioridade anual e nonagesimal. São cobrados
imediatamente.
IPI, Contrib. Sociais, ICMS e CIDE- Combustível – não respeitam a anterioridade anual, mas
respeitam a anterioridade nonagesimal.
IR, IPVA e IPTU – não respeitam a anterioridade nonagesimal, mas respeitam a anterioridade
anual desde que haja alteração na base de calculo ou valor venal modificados (atualização). Se
for alteração de alíquota teria que respeitar a anterioridade anual e nonagesimal.
Majoração do tributo Redução do tributo
Aplica-se a anterioridade anual ou nonagesimal
Não aplica a anterioridade anual ou nonagesimal
Princípio do não-confisco (art. 150, inc. IV)
É vedado os entes federados utilizar tributo com efeito de confisco.
Tributo confiscatório: alíquotas abusivas.
Obs: As multas não podem ter efeito confiscatório conforme STF.
Princípio da liberdade de trafego (art. 150, inc. V da CF)
Tem por regra impedir a cobrança de tributos intermunicipais e interestaduais que de alguma
maneira limitem o trafego de pessoas ou de bens.
Não pode ter a existência de um tributo que cobre a entrada ou saída de pessoas num estado
ou município.
Exceção: A cobrança de pedágio é admissível nas vias conservadas pelo poder público.
Princípio da uniformidade geográfica (art. 151, inc. I)
É vedado a união instituir um tributo que não seja uniforme em todo território nacional.
Visa evitar dar preferência um ente federado em detrimento de outro.
Exceção: Ressalvada a concessão de incentivo fiscais para dirimir as desigualdades
socioeconômicas.
Ex: Zona franca de Manaus.
Princípio da não discriminação tributária (Art. 152 CF)
Restringe todos os entes federados, exceto a união, de estabelecer diferença tributária para
bens e serviços em razão da procedência (origem) ou destino.
Uniformidade geográfica (art. 151, inc. I) Não discriminação (art. 152)
Restringe as ações federais. Os outros entes federados não estão vedados.
Restringe todos os entes federados com exceção da união. Ex: A alíquota do II é diferenciada dependendo do país de origem do produto.
Legislação tributária
A CF estabelece no capítulo do Sistema Tributário Nacional o poder de tributar, imunidades,
princípios e repartição de competências.
A CF estabelece que as normas gerais de direito tributário devem ser estabelecidas por lei
complementar. Art. 146 da CF
O CTN foi recepcionado como lei complementar pela CF e cabe a ele dispor a respeito das
normas gerais.
Livro I – Poder de tributar, competência tributária, repartição de receitas, princípios e
imunidades;
Livro II – Normas gerais (art. 96 a 218)
A legislação tributária (art. 96) compreende conjunto de leis, tratados e convenções
internacionais, decretos e normas complementares
A norma legal deve versar no todo ou em parte sobre tributo para ser identificada como
legislação tributária.
Lei (art. 96) - para que o tema tributário dependa de lei para ser legislado, o mesmo deverá
estar expresso no CTN. Princípio da reserva legal.
Tratados e convenções internacionais (art. 98) – revogam e modificam a legislação tributária
interna. Tem força de lei ordinária.
A revogação e modificação de um tratado internacional (assinado pelo Brasil e confirmado
pelo congresso nacional) pode prevalecer sobre a legislação interna de acordo com o princípio
da especialidade das leis. Aplica-se a legislação especial em detrimento da legislação interna.
Ex. O tratado internacional pode permitir que a união conceda isenção de impostos de outros
entes (isenção heterônoma) segundo o STF.
Aplicação da Legislação Tributária
Lei
- Vigência: Capacidade de produzir seus efeitos. Período entre publicação e entrada em vigor –
vacatio legis. Está ligado ao princípio da irretroatividade.
- Eficácia: Produção dos efeitos da norma. A lei se sujeita ao princípio da anterioridade
tributária.
A retroatividade da lei (Art. 106 do CTN)
A regra é que a lei tributária não retroage.
A lei incidirá sobre fato gerador posteriores a data de publicação da lei.
Casos excepcionais:
A) Quando a lei tributária for expressamente interpretativa – retroagindo em qualquer
caso.
Trata-se de uma lei que explica melhor uma lei anterior que tenha ficado confusa e
que lhe dá um norteamento a nível de interpretação.
Entretanto não se aplicará penalidade (cobrança de tributo) matéria da lei
interpretativa.
B) Atos que ainda não foram definitivamente julgados: (não se aplica ao transito em
julgado preservando a segurança jurídica)
b.1 – Quando deixar de ser infração ato praticado – visa beneficiar o contribuinte.
b.2 – Quando deixar de ser ação ou omissão
b.3 – Quando a pena de multa ficar menos gravoso – visa beneficiar o contribuinte.
(art. 106, inc. II, c CTN)
- obs: a alíquota do fato gerador vai ser sempre na época do fato gerador.
Interpretação e integração da legislação tributária
Quando não há legislação expressa sobre assunto tributário aplica-se, na seguinte
ordem :
1. Analogia: A analogia não cria tributo. Por analogia ninguém paga tributo. Pois o tributo
só pode ser criado ou dispensado por lei.
2. Princípios gerais do Direito tributário:
3. Princípios gerais do Direito público:
4. Equidade: Trata-se do bom senso da lei. Não é capaz de dispensar o pagamento do
tributo. Pois o tributo só pode ser criado ou dispensado por lei.
Formas de interpretação
Extensiva – Ex: imunidades
Literal (Art. 111 do CTN) – Ex: isenção
Benéfica (art. 112 do CTN) – Leitura mais benéfica apenas nas infrações tributárias se houver
dúvida.