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ense Rio Paraíba do Sul

Limite entre os municípios deItaocara e Aperibé - Estadodo Rio de Janeiro

Foto: Álvaro Castelan

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Luiz Rogério Gonçalves Magalhães

Presidente da Fundação CIDE

o processo decisório, a informação estratégica é sem dúvi-

da a ferramenta mais importante em qualquer organização, seja

pública ou privada; no entanto, durante esse processo existe

um intenso fluxo de informações, a começar pela identificação

de problemas ou de oportunidades, e nota-se que ambos fun-

damentam, em condições internas e externas, por meio de

dados e fatos, notícias, tanto no ambiente econômico, quanto

no técnico, político e social. Assim o gestor toma consciência

de uma situação nova que pode ser um problema ou até mes-

mo uma oportunidade a ser explorada. Desta forma, torna-se

cada vez mais necessário um número maior de informações

relevantes a respeito do assunto em questão, por meio das

quais o gestor busca planejar e desenvolver caminhos que pos-

sam atingir seus objetivos e metas. Avaliar as conseqüências de

cada alternativa delineada levará à escolha da solução mais apro-

priada, assim como permitirá sua implementação para alcan-

çar o sucesso desejado.

A informação como recurso gerencial é sem dúvida o papel

que cabe à Fundação CIDE: avaliar que informação é necessá-

ria ao gestor , bem como atribuir o seu valor em termos de

contribuição para decisões mais acertadas. A maneira como a

informação é disponibilizada ao gestor pode indicar o que é útil

ou não. Os gestores tendem a ser inundados com informa-

ções de baixa qualidade. Para que seja útil, a informação deve

ser sabiamente coletada, analisada, interpretada e, finalmente,

arrumada em um formato que permite que o processo decisório

seja exercido em um ambiente de eficiência e eficácia. Idealizar

uma agência governamental que seja capaz de exercer um pa-

pel de lidar com a informação como instrumento na gestão é

o desafio de um governo que pensa grande e longe e que, sem

dúvida, terá maiores garantias de sucesso neste processo com-

plexo que é governar um Estado como é o Rio de Janeiro.

Transformar a Fundação CIDE, com toda sua história e tra-

dição, em uma Agência de Informação Estratégica a serviço do

Estado é sem dúvida um desafio estimulante e gratificante.

N

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Governo do Estado doRio de JaneiroGovernador: Sérgio Cabral

Secretaria de Estado de Plane-jamento e Gestão - SEPLAGSecretário: Sérgio Ruy BarbosaGuerra Martins

Fundação CIDEFundação CIDEFundação CIDEFundação CIDEFundação CIDECentro de Informaçõese Dados do Rio de Janeiro

PresidenteLuiz Rogério Gonçalves Magalhães

Diretoria TécnicaMárcia Borja

Diretoria AdministrativaRonaldo Padilha

Conselho EditorialRenata La Rovere, SérgioBesserman, Waldir Peres e FlorianoPeixoto

Coordenação TécnicaSeráfita Azeredo Ávila

Equipe TécnicaAna Cristina Andrade, Armandode Souza Filho e Seráfita AzeredoÁvila

Jornalista ResponsávelFranklin Campos

RevisãoArnor José Guapyassú Trovão

Projeto GráficoSandra Fioretti

DiagramaçãoGilvan Francisco da Silva

Apoio EditorialAna Maria Fiorani, Carlos AlbertoBarbosa da Silva, Berta Ribeiro eMartha Helena Nunes Pereira

Capa: Baía de Guanabara

Foto capa: Ignácio Ferreira

Tiragem: 5.000 exemplares

RRRRReestruturaçãoeestruturaçãoeestruturaçãoeestruturaçãoeestruturaçãoeconômica,econômica,econômica,econômica,econômica,planos deplanos deplanos deplanos deplanos dedesenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimentoe mudançase mudançase mudançase mudançase mudançasterritoriais noterritoriais noterritoriais noterritoriais noterritoriais noEstado do Rio deEstado do Rio deEstado do Rio deEstado do Rio deEstado do Rio deJaneiroJaneiroJaneiroJaneiroJaneiroPor Floriano JoséGodinho de Oliveira

EditorialEditorialEditorialEditorialEditorial

Pico da Pedra BrancaFoto: Arquivo Secom

Página 6

Página 3

A Revista de Economia Fluminense é um espaço de divulgaçãode informações e análises sobre a realidade econômica e social do Estado.

F u n d a ç ã o C I D ECentro de Informações eDados do Rio de Janeiro

Palácio Guanabara - Prédio Anexo,Rua Pinheiro Machado, s/nºLaranjeiras, 22231-901Rio de Janeiro, RJTel.: (21) 2299-5362Fax: (21) 2552-4283e-mail: [email protected]: http://www.cide.rj.gov.br

i n f o r m a ç ã o , a c h a v e d e s u a d e c i s ã oi n f o r m a ç ã o , a c h a v e d e s u a d e c i s ã oi n f o r m a ç ã o , a c h a v e d e s u a d e c i s ã oi n f o r m a ç ã o , a c h a v e d e s u a d e c i s ã oi n f o r m a ç ã o , a c h a v e d e s u a d e c i s ã o

Página 18

A propósito de umaA propósito de umaA propósito de umaA propósito de umaA propósito de umanova regionalizaçãonova regionalizaçãonova regionalizaçãonova regionalizaçãonova regionalizaçãopara o Estado dopara o Estado dopara o Estado dopara o Estado dopara o Estado doRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroPor Carlos Eduardo dosSantos SaraçaIone Salomão RahyMarcos Antonio SantosMarta Bebianno Costa eWaldir Rugero Peres

Fundação CIDEFundação CIDEFundação CIDEFundação CIDEFundação CIDE

Apoio

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IndicadoresEconômicosda Indústria,de Índices de Preços,do Comércio,de Transporte e de Comunicações,de Finanças Públicas edo Nível de Emprego Formal2001/2006

Página 44CompleCompleCompleCompleComplexxxxxoooooPPPPPetroquímico doetroquímico doetroquímico doetroquímico doetroquímico doRio marca a retomadaRio marca a retomadaRio marca a retomadaRio marca a retomadaRio marca a retomadada Pda Pda Pda Pda Petrobras no setoretrobras no setoretrobras no setoretrobras no setoretrobras no setorPor Victor ManuelMartins Pais

SIMAPSIMAPSIMAPSIMAPSIMAP::::: Uma F Uma F Uma F Uma F Uma Ferra-erra-erra-erra-erra-menta de Gestão dementa de Gestão dementa de Gestão dementa de Gestão dementa de Gestão deProgramas e ProjetosProgramas e ProjetosProgramas e ProjetosProgramas e ProjetosProgramas e ProjetosPúblicosPúblicosPúblicosPúblicosPúblicos

Página 50

IMPEIMPEIMPEIMPEIMPEIndicadores dasIndicadores dasIndicadores dasIndicadores dasIndicadores dasMicro e PMicro e PMicro e PMicro e PMicro e PequenasequenasequenasequenasequenasEmpresas do EstadoEmpresas do EstadoEmpresas do EstadoEmpresas do EstadoEmpresas do Estadodo Rio de Janeiro -do Rio de Janeiro -do Rio de Janeiro -do Rio de Janeiro -do Rio de Janeiro -RRRRResultados deesultados deesultados deesultados deesultados dedezembro de 2006dezembro de 2006dezembro de 2006dezembro de 2006dezembro de 2006

Comércio doComércio doComércio doComércio doComércio doRio tem dezembroRio tem dezembroRio tem dezembroRio tem dezembroRio tem dezembroaquecido depoisaquecido depoisaquecido depoisaquecido depoisaquecido depoisde um ano mornode um ano mornode um ano mornode um ano mornode um ano mornoPor João Carlos Gomes

Distribuição espacialDistribuição espacialDistribuição espacialDistribuição espacialDistribuição espacialdo crescimentodo crescimentodo crescimentodo crescimentodo crescimentopopulacional dentropopulacional dentropopulacional dentropopulacional dentropopulacional dentroe fora da e fora da e fora da e fora da e fora da RRRRRegiãoegiãoegiãoegiãoegiãoMetropolitanaMetropolitanaMetropolitanaMetropolitanaMetropolitana do do do do doRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroPor Dr. Rainer Randolph

O perfil do comércioO perfil do comércioO perfil do comércioO perfil do comércioO perfil do comérciodo Estado do Rio dedo Estado do Rio dedo Estado do Rio dedo Estado do Rio dedo Estado do Rio deJaneiro, pela óticaJaneiro, pela óticaJaneiro, pela óticaJaneiro, pela óticaJaneiro, pela óticada Pda Pda Pda Pda Pesquisa Anualesquisa Anualesquisa Anualesquisa Anualesquisa Anualde Comércio no anode Comércio no anode Comércio no anode Comércio no anode Comércio no anode 2004de 2004de 2004de 2004de 2004Por Armando de SouzaFilho

Por Cezar Kirszenblatt,Marcelo Aguiar,Sergio Gustavo da Costae Ronie Lins de Almeida

A economiaA economiaA economiaA economiaA economiafluminense em trêsfluminense em trêsfluminense em trêsfluminense em trêsfluminense em trêstempostempostempostempostempos

Página 54Por Jorge Natal

Página 28

Página 36

Fecomércio-RJFecomércio-RJFecomércio-RJFecomércio-RJFecomércio-RJ

Por Ana Cristina Andrade,Armando de Souza Filho,e Seráfita Azeredo Ávila

Fundação CIDEFundação CIDEFundação CIDEFundação CIDEFundação CIDE

COMPERJCOMPERJCOMPERJCOMPERJCOMPERJ

SEBRAE/RJSEBRAE/RJSEBRAE/RJSEBRAE/RJSEBRAE/RJ

Fundação CIDEFundação CIDEFundação CIDEFundação CIDEFundação CIDE

Por Daniel Sasson

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organização das atividades econômicas contemporâneas é fortementeinfluenciada por um novo padrão tecnológico pautado na comunicaçãoe informatização em rede dessas atividades e das estruturas produtivas.Essas novas referências permitem ao capital e seus agentes a redefinição

de formas e estratégias de produção do espaço social e de organização do territó-rio, a partir do estabelecimento de outros padrões de relação com a força de traba-lho e com os sujeitos que dominam e administram os usos dos territórios. Sãoinstituídas mais intensamente relações que têm origem em diferentes escalas, ouseja, sob a influência direta de novos centros de poder situados nas escalas mun-dial, nacional, regional e, ainda que de forma indefinida, local, que conjugam inte-resses de agentes econômicos e sociais.

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Por Floriano José Godinho de Oliveira

RRRRReestruturação econômica,eestruturação econômica,eestruturação econômica,eestruturação econômica,eestruturação econômica,planos de desenvolvimentoplanos de desenvolvimentoplanos de desenvolvimentoplanos de desenvolvimentoplanos de desenvolvimentoe mudanças territoriais noe mudanças territoriais noe mudanças territoriais noe mudanças territoriais noe mudanças territoriais noEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de Janeiro

Vista do Centrodo Rio

Foto:Arquivo SECOM

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Assim, novas referências e estra-tégias de localização das atividadeseconômicas e, conseqüentemente,de gestão do território emergem apartir dos anos 90. Os recentes mo-vimentos de reterritorialização da or-ganização industrial mostram que ocapital opera com uma nova lógica emtermos de localização espacial, impli-cando mudanças nas formas de usodo território. Os empreendimentosorientam-se para a busca de fatoresmais associados a padrões produti-vos que apresentam maior dinamis-mo, por incorporarem tecnologiasmais modernas, como a formação equalificação da força de trabalho, ossistemas de inovações regionais elocais, as tecnologias de comunica-ção, logísticas e infra-estruturas viá-rias capazes de permitir rápidas mo-vimentações de mercadorias e baixocusto de produção.

Partes significativas dos investi-mentos produtivos aí implicados são,então, demandadas aos governos lo-cais, estimulando-se a destinação dosfundos públicos à capacitação do ter-ritório para a oferta de vantagens aocapital. Milton Santos, ao analisar acontraditória noção de produtividadeespacial que se expressa na absurdaguerra dos lugares, mostra que, parao capital, “Os lugares se distinguiriampela diferente capacidade de ofere-cer rentabilidade aos investimentos”,sendo que “essa rentabilidade émaior ou menor em virtude das con-dições locais de ordem técnica eorganizacional” (Santos, 1996,p.197). Assim, as crescentes pres-sões pela busca de maiores níveis deeficiência na utilização de fatores pro-dutivos têm estimulado a localizaçãode atividades em regiões onde a dis-ponibilidade de recursos – naturais erelativos à força de trabalho, em es-pecial – seja mais favorável, tantoquantitativa quanto qualitativamente.

Nesse contexto, é possível obser-var também um processo de descon-centração espacial da indústria, com oconseqüente surgimento de novasáreas industriais, processo que remon-ta à década de 70, mas que vem ad-quirindo uma nova dinâmica no perío-do mais recente, inclusive em virtudedos estímulos de políticas econômi-cas, definidas nos planos federal, esta-dual e municipal (Brito, 2003).

Essas políticas, porém, acabamsendo incorporadas pelo Estado, emseus diferentes níveis governamentais,como uma precondição para umamelhoria da gestão e da governança

do território que se tornaria, no novocontexto, essencial para que esse ter-ritório pudesse lograr uma maior in-serção na economia global, em nomeda busca de melhores bases para oseu “desenvolvimento”.

Uma questão importante se colo-ca nesse momento. A lógica atual deinserção de um território na econo-mia global tem por base, fundamental-mente, expectativas de crescimentoeconômico, comumente identificadocomo o elemento central para o de-

senvolvimento. Mas os planos de in-serção se empenham por associartal expectativa a propósitos demelhoria da qualidade de vida da po-pulação, como se essa melhoria fos-se o resultado inexorável de investi-mentos produtivos. É assim que es-ses investimentos, justificados publi-camente segundo esse estratagemado novo empreendedorismo gover-namental, tornam-se destinatárioslegitimados dos fundos públicos (Oli-veira, 1998). Não se quer afirmar,aqui, que os objetivos sociais dosprojetos de desenvolvimento atuaissão sempre meras fantasias. O quese quer é chamar atenção para a for-ma corrente como tais objetivos têmservido, simultaneamente, como ar-gumento facilitador da apropriaçãodos fundos públicos e como recur-so de mascaramento de propósitosde inserção cuja forma de organiza-ção não resulta em melhoria de con-dições de vida.

Neste texto, apresentamos algu-mas informações e discussões so-bre o processo de reestruturaçãoeconômica, social e territorial do Es-tado do Rio de Janeiro, que, de nos-so ponto de vista, podem contribuirpara o aprofundamento do debateatual sobre os impasses e os desa-fios de desenvolvimento implicadoscom as novas formas de conjugaçãoe apartação entre objetivos econô-micos e sociais, bem como entre taisobjetivos e os projetos de desenvol-vimento que se apresentam comoseus portadores.

Reestruturação Produtiva eNovos Usos do Território naMetrópole e no InteriorFluminense

As principais mudanças contem-porâneas no território fluminense ca-racterizam-se por uma maiorintegração do território, particularmen-

As principaismudançascontemporâneasno territóriofluminensecaracterizam-sepor uma maiorintegração doterritório,particularmentepor força daformação ouconsolidação deáreas industriaisno Estado.

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te por força da formaçãoou consolidação de áreasindustriais no Estado. Asmudanças no espaço me-tropolitano merecem des-taque, por ser essa umadas áreas em que ocorremais intensamente umareestruturação econômicae espacial e pelo alto graude concentração de ativida-des que possui.

Estas mudanças se ma-nifestam, em primeiro lugar,por meio do estabelecimento de no-vas centralidades urbanas, em geral,integrando os espaços antes tidoscomo periféricos. Ocorre, no decor-rer dos anos 90, um movimento in-teressante que se aproxima do queSoja denominou de exópole, consi-derada por ele como um movimentode consolidação da cidade de “fora”.Soja enfatiza uma espécie de rees-truturação geográfica da metrópole,que de certo modo completa o pro-cesso de urbanização periférica de umséculo atrás. Segundo o autor,

“Esse duplo sentido visa sugerirque nossa compreensão conven-cional do que é urbano e do que ésuburbano está sendo “descons-truída” como subúrbios que não são“sub”urbanos, mas aglomerações ur-banas complexas, multifuncionais,densas e diversificadas”. (Soja,1996:157),

Temos, assim, por um lado, aredefinição do papel de cidadesantes secundárias na organizaçãodessas áreas, ampliando a espe-cialização do núcleo e produzin-do novas centralidades na metró-pole; por outro lado, temos a ex-pansão da influência do espaçometropolitano para além de seus li-mites tradicionais, incorporando aeste espaço cidades e aglomeradosurbanos mais afastados.

No caso fluminense, a RegiãoMetropolitana institucionalmente cons-tituída, que tem a cidade do Rio deJaneiro como núcleo, é composta pordezessete municípios. Quando con-sideramos as mudanças econômicascontemporâneas, logo observamosuma nova rede de relações e a rede-finição de seus limites para efeito deanálise dos novos processos produti-vos. Em nossos estudos temos deli-neado uma divisão que considera umaexpansão do núcleo, formado maisconsistentemente tanto pela cidade doRio de Janeiro quanto por Niterói –cidades separadas pela Baía deGuanabara, mas unificadas pela ponteque realiza sua ligação rodoviária – em

face da expansão de uma economiade serviços especializados e de locali-zação de indústria de alto valor agre-gado, além das atividades turísticas que

são bem desenvolvidas em ambas ascidades. Cada uma dessas partes donúcleo, agora, estabelece relações deproximidade e comando de duasáreas industriais que se estendem paraalém dos limites formais da RegiãoMetropolitana. Trata-se de uma novaconfiguração, apresentada em estudostécnicos (Saraça, 2006), no âmbitoda Fundação CIDE – Centro de In-formações e Dados do Rio de Janei-ro –, e que é denominada de RegiãoIndustrial Leste da Baía de Guanabara,da qual participa a cidade de Niterói, ede Região Industrial Oeste da Baía deGuanabara, que inclui a cidade do Riode Janeiro.

Essa configuração modifica as re-ferências de que a metrópole flu-minense era composta de um nú-cleo, como o espaço mais indus-trializado, e uma periferia segre-gada, por falta de investimentosprodutivos e sociais. Por um lado,atualmente é acentuado o declíniodas atividades industriais clássicasno núcleo – tendo apenas comoexceção o setor naval, que tem basenas cidades do Rio de Janeiro e Nite-

rói –, com evidente perda proporcio-nal de postos de trabalho formal nosetor industrial. Esse declínio é, poroutro lado, compensado pelos cres-

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Gardênia Azul, Jacarepaguá - RJFoto: Ignacio Ferreira

Ponte Rio-Niterói. Vista Praça QuinzeFoto: Rogério Santana

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ocentes investimentos na “periferiametropolitana”, onde se consolidamprojetos industriais importantes.

Na parte oeste, composta pelosMunicípios de Belford Roxo, Itaguaí,Japeri, Mesquita, Nilópolis, NovaIguaçu, Paracambi, Queimados, Riode Janeiro, São João de Meriti eSeropédica, dois projetos se desta-cam: a reestruturação do Porto deItaguaí e a instalação do pólo siderúr-gico. A região, que já possui uma eco-nomia altamente diversificada, masconcentrada na cidade do Rio de Ja-neiro, atualmente começa a descen-tralizar essas atividades para as áreasmais próximas do Porto de Itaguaí,município vizinho que não é formal-mente considerado metropolitano,mas que entra em nossa proposta.Nessa área mais próxima ao porto jáse localiza a Siderúrgica Gerdau, situa-da no distrito industrial de Santa Cruz.

Essa atividade será ampliada com a ins-talação de outra grande empresa doramo, a Cia. Siderúrgica do Atlântico -CVRD-Thyssen, e possivelmenteuma subsidiária da Cia. SiderúrgicaNacional na região, próximo aoreestruturado Porto de Itaguaí.

A ampliação desse setor industrialno espaço metropolitano ocorrecomo resultante da modernização doporto, hoje o mais importante do Es-tado, que assume funções de princi-pal terminal de container, de exporta-ção de minério e, futuramente, basede escoamento graneleiro, permitin-do atividade de beneficiamento na re-gião. Em torno desse projeto se as-sociam as prefeituras da BaixadaFluminense, como foi demonstradona luta pela instalação da refinaria daPetrobras, e, nesse processo, a cida-de de Nova Iguaçu torna-se portado-ra de uma capacidade de articulação

regional, constituindo-se numa novareferência na gestão do território eassumindo de vez a condição de umacidade de “fora”, como já menciona-do, conforme Soja.

Na parte leste do espaço metro-politano ampliado, composta pelosMunicípios de Cachoeiras de Macacu,Duque de Caxias, Guapimirim,Itaboraí, Magé, Maricá, Niterói, RioBonito, São Gonçalo, Silva Jardim eTanguá, o referencial mais recente é ode formação de um eixo industrial as-sociado à produção petrolífera. O Mu-nicípio de Duque de Caxias é ondese localiza a antiga refinaria da Petrobras(Reduc), em cujas dependências foiinstalado o mais recente pólo gás-quí-mico do país. A partir desse municí-pio, em direção ao litoral norte doEstado, está se formando um eixode atividade associada ao setorpetroquímico, que integra esses mu-

REDUC - Município de Duque de Caxias RJ Foto: Jorge Marinho

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o nicípios com os que compõem a re-gião diretamente impactada pela ativi-dade extrativista, denominada RegiãoProdutora de Petróleo e Gás.

Uma nova refinaria e um pólopetroquímico estão sendo instaladosnesse eixo, nos Municípios de Itaboraíe São Gonçalo, que promoverão umintenso dinamismo, tanto na econo-mia quanto nos mecanismos de ges-tão do território nessa parte da me-trópole. Vale registrar que vários des-ses municípios não pertencem à Re-gião Metropolitana formalmente cons-tituída, como os Municípios de Ca-choeiras de Macacu, Casimiro deAbreu, Maricá, Rio Bonito e Silva Jar-dim. Porém, por força das relações earticulações que se realizam entre osmunicípios, pelo fato de que por elespassam os gasodutos e oleodutosque atravessam a região e de que osmesmos são fontes de captação deágua para as atividades da refinaria e,sobretudo, porque também recebe-rão investimentos associados à indús-tria petrolífera, esses municípios, jun-to com os situados na parte leste daRegião Metropolitana, formaram oConleste - Consórcio Intermunicipalde Desenvolvimento da Região LesteFluminense. Portanto, estamos pro-pondo que esses municípios podemser considerados como uma área deexpansão da metrópole.

O aspecto mais importante dessanova configuração da metrópole ex-pandida é que sua integração será faci-litada pela produção de novas vias decirculação rodoviária, tirando do nú-cleo metropolitano a centralização dacomunicação entre os municípios. Jáestá em curso a construção do “arcorodoviário”, uma via expressa quecontornará toda a extensão da Baíade Guanabara, ligando o município deItaboraí ao Porto de Itaguaí, cruzando,portanto, todos os municípios da fran-ja externa da Região Metropolitana do

Rio de Janeiro. Os municípios queagora também compõem a metrópo-le terão acesso privilegiado a essa viapor meio da duplicação da BR101,que corta o Estado de norte a sul, mascom restrições de circulação por contada Ponte Rio-Niterói.

A construção do “arco rodoviá-rio” e a duplicação da BR101, inte-grando toda a metrópole com seus

limites expandidos, também gera umaintegração econômica e industrial coma principal área de produção de petró-leo no Estado, a Região Produtora dePetróleo e Gás. Essa região é com-posta pelos Municípios de Carapebus,Campos dos Goytacazes, Casimirode Abreu, Conceição de Macabu,Macaé, Quissamã, Rio das Ostras, SãoFrancisco de Itabapoana e São Joãoda Barra, e também apresenta umanova configuração, face à integraçãoeconômica dos municípios antes con-siderados canavieiros, como os quese localizam na área mais ligada aosetor de turismo praiano, no litoral

norte do Estado. Hoje, suas econo-mias e ações públicas são prioritaria-mente dirigidas à consolidação das ati-vidades relacionadas à indústria petro-lífera, por meio de investimentos, tan-to no setor industrial e extrativista,quanto nos setores imobiliário,residencial e de negócios. Os Municí-pios de Casimiro de Abreu e Rio dasOstras, sobretudo este último, sãoprofundamente influenciados pela de-manda habitacional e de serviços ge-rada pelo crescente número de pes-soas empregadas nas atividadesextrativistas.

Todas essas transformações re-qualificam os lugares e tornam a eco-nomia local muito mais dinâmica. ONorte Fluminense, pelas suas carac-terísticas históricas, de uma economialigada aos setores agrários sucro-alcooleiros, tinha a cidade de Cam-pos dos Goytacazes como centro re-gional e uma economia totalmente or-ganizada em torno desse setor e dealgumas outras atividades sem maiorexpressividade, como o setor de ce-râmica vermelha. A cidade de Macaé,igualmente, tinha uma economia vol-tada para essa mesma atividade ecomplementada pela pesca artesanal,ainda hoje presente em seu território.Por fim, os municípios litorâneos, ten-do como centro mais estruturado acidade de Cabo Frio, possuíam umabase turística de escala regional, e emalguns pontos de escala internacional,como é o caso do Município de Ar-mação dos Búzios.

Atualmente, sob a égide das ativi-dades extrativistas e industriais que seimplantam na região, os lugares vãoredefinindo suas bases econômicas e,conseqüentemente, pelo fato de quesão atividades de alto valor agregado eque utilizam tecnologias e força de tra-balho altamente qualificados, adquiremuma nova forma de inserção na eco-nomia do Estado.

A construção do“arco rodoviário”e a duplicação daBR101, integrandotoda a metrópolecom seus limitesexpandidos, tam-bém gera umaintegração econô-mica e industrialcom a principalárea de produçãode petróleo noEstado, a RegiãoProdutora dePetróleo e Gás.

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Mudam-se as bases econô-micas de cada uma dessas cida-des, influindo decisivamente emtoda a organização do territóriono norte do Estado. A cidade deCampos dos Goytacazes, amaior em população da região,torna-se um importante centrode serviços de formação técnicae de atendimento médico. Con-siderada, a partir dos anos 90, osegundo pólo universitário doEstado, possui, hoje, treze insti-tuições de ensino superior, abri-gando mais de trinta mil matrícu-las em nível de graduação e pós-graduação. Destacam-se as duasprincipais instituições públicas ede pesquisa instaladas na cidade:o Centro Federal de EducaçãoTecnológica e a Universidade Es-tadual do Norte Fluminense (UENF).Tal crescimento está associado à gran-de demanda de força de trabalho qua-lificado para atender à indústria pe-trolífera.

Já a cidade de Macaé, a principalbase logística da Bacia de Campos,adquire as feições de um novo cen-tro regional, integrando os municípi-os próximos à lógica da economiapetrolífera. Tal dinamismo influenciadiretamente os Municípios deCasimiro de Abreu e Rio das Ostras,onde antes predominavam atividadesde turismo associadas à cidade deCabo Frio, e agora se expandem sig-nificativamente as atividades imobiliá-rias para absorver o grande contin-gente de trabalhadores atraídos pelonovo cenário econômico.

Essas mudanças na base produti-va geram um duplo movimento emtermos de investimentos na região: aimplantação de infra-estrutura neces-sária ao desenvolvimento dessas ati-vidades – como bases aeropor-tuárias, rodovias, geração de ener-gia, sistemas integrados de comuni-

cação e redes de fibras óticas – e umsignificativo aumento na arrecadaçãodas administrações locais, a partir de1998, devido à reformulação das leisdos royalties, que amplia o volumede recursos arrecadados com essasatividades, influindo diretamente naorganização socioespacial nessa par-te do território.

Vemos, assim, a formação de umgrande eixo de desenvolvimento,que integra a economia metropoli-tana e a região petrolífera, agora,com a consideração de que a me-trópole se expandiu, formando umaárea contígua e integrada pela indús-tria do petróleo. É evidente que issonão implica a eliminação das demaisatividades historicamente instituídas,como as atividades sucro-alco-oleiras, de pesca, cerâmica, turismoe outras. Mas esses novos empre-endimentos evidenciam um novodirecionamento dos fundamentose da integração da economia dametrópole com o interior nortedo Estado.

Os Efeitos da ReestruturaçãoProdutiva na Produção doEspaço no Sul do Estado

Um outro vetor de mudanças seinstaura no território fluminense, in-fluenciado pelos processos de rees-truturação econômica e espacial de-correntes dos empreendimentos liga-dos aos setores que utilizam tecno-logia de alto valor agregado. Trata-sedas atividades industriais reestru-turadas e/ou implantadas na área domédio Vale do Paraíba, denominadaaqui de Região Industrial do MédioParaíba. Trata-se de uma região tam-bém contígua à metrópole fluminense,expandida, no sentido interior-sul, in-tegrando essa região à que denomi-namos Região Industrial Oeste da Baíade Guanabara.

A reestruturação produtiva dessaparte do território ocorre inicialmentena maior companhia siderúrgica dopaís, a CSN, localizada no Municípiode Volta Redonda. Privatizada em1993, esta inicia um intenso movi-mento de redução do quadro de pes-

UENFFoto: FelipeMoussallem

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o soal, a partir da implantação detecnologias mais informatizadas e dediversificação da linha de produtos porela oferecidos, beneficiando o aço pormeio de linhas de estanhamento eacabamentos destinados a indústriasdo setor metal-mecânico.

O efeito mais imediato disso foi aatração de indústrias automobilísticaspara a região, como a fábrica de cami-nhões da Volkswagen, no Municípiode Resende, e a de automóveis daPeugeot-Citroën, no Município dePorto Real. A partir delas, diversas fir-mas vêm sendo instaladas, como asde componentes automotivos, quefornecem diretamente para a fábricada Peugeot-Citroën, e como a em-presa de instalação de eixos nos ca-minhões da Volkswagen, todas loca-

lizadas no Município de Porto Real.Também se observa o fortalecimen-to da fábrica de pneus Michellin, noMunicípio de Itatiaia. Conseqüente-mente, outros segmentos industriaisse aproximam, com a perspectiva deaproveitamento das sinergias criadas,como setores de indústrias químicase de vidros, caso da empresa ameri-cana Guardian, além de um conjunto

de infra-estruturas e logísticas in-dustriais, como a estação aduaneirae uma Zona de Produção e Exporta-ção (ZPE) associada à Zona Francade Manaus.

Esse movimento industrial geramudanças importantes na organizaçãoe gestão do território, sobretudo pelofato de que esses segmentos indus-triais e o próprio comando central daCSN, agora, têm sede na cidade deSão Paulo, estabelecendo um novodirecionamento dos fluxos financei-ros e de apoio logístico com a metró-pole paulista.

Tal fato impulsiona os sujeitos so-ciais e as administrações locais a pro-moverem mudanças nos mecanis-mos de dominação e gestão, na me-dida em que novos atores entram em

cena. Movimentosinstitucionais e sociais deredirecionamento dasbases econômicas severificam na maioria dosmunicípios, buscando al-terar seu perfil nessanova economia regional.A cidade de Volta Redon-da, por exemplo, rede-fine as relações com a di-reção privada da CSN eprocura ajustar a cidadecomo um novo centrode serviços para toda aregião, passando a exer-cer um papel antessecundarizado. Resendee Porto Real se especia-

lizam como novos centros industri-ais, reestruturando o distrito indus-trial existente em Resende e expan-dindo as áreas para esse fim. O Mu-nicípio de Itatiaia aproveita o surtoindustrial e aprimora seus espaços deatividades turísticas e de lazer, dina-mizado pelos novos empreendimen-tos. Cidades mais próximas da me-trópole, como Piraí e Barra do Piraí,

investem mais agressivamente em pe-quenos empreendimentos e absor-ção de empresas antes localizadas naRegião Metropolitana.

Há aí, a nosso ver, um exemploclaro de uso do território por meiodas redes – comunicação e tecno-lógica. Por outro lado, tal uso, nãohegemônico, induz a uma disputa dasinstituições locais pelos sentidos maissociais e de interesses dos sujeitoslocais no território.

Políticas de Desenvolvimen-to, Propósitos Econômicos eSociais e Mudanças noTerritório

É verdade que a busca, por partedos governos, de uma gestão do ter-ritório mais participativa e voltada paraos interesses de sua população é algodesejado e, em alguma medida, talforma de gestão tem sido implantada,sobretudo, na esfera municipal. Osresultados obtidos, porém, são limi-tados devido ao fato de que as políti-cas nessa direção estão mais subordi-nadas à criação de condições de re-produção do capital e ao atendimentode seus interesses.

O conceito de desenvolvimentoque embasa tais políticas, portanto,precisa ser mais problematizado, deforma a termos mais elementos paracompreendermos os limites e as pos-sibilidades de melhoria da qualidadede vida implicados em tais processos.Reportamo-nos, para isso, a dois au-tores que definem o desenvolvimen-to, enfatizando a conjugação entre aprodutividade do fator trabalho e a dis-tribuição da riqueza socialmente pro-duzida. Nessa linha, nos termos deFurtado (2000:15), o desenvolvi-mento, numa perspectiva macroe-conômica, deve ser entendido como“aumento persistente da produtivida-de do fator trabalho e suas repercus-sões na organização da produção e

Fábrica da PSA Peugeot-Citroën. Porto Real - RJ Foto: Antônio Pinheiro

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ona forma como se distribui e utiliza oproduto social”. Cândido Grzybowski(2006), numa perspectiva mais so-ciológica, delineia o conceito como“(antes e acima de tudo) transfor-mação de estruturas, relações eprocessos econômicos, políticos eculturais, para que a sociedade te-nha novas bases de vida”.

Partindo dessas considerações,devemos ressaltar que as ações dospoderes públicos, na busca do desen-volvimento, não deveriam ser orien-tadas para a instrumentalização do ter-ritório para os interesses dos empre-endimentos, que exigem investimen-tos prioritariamente na infra-estruturaprodutiva, mas, sim, para o estabele-cimento de mecanismos de controledo uso do território, de forma que,de fato, ocorra a distribuição da rique-za e/ou a geração de mudanças queproduzam novas bases de vida.

Dizemos isso porque o que seinfere de algumas pesquisas em cur-so sobre a ação do Estado, no Brasil,em termos de estratégias de desen-volvimento – e nossa pesquisa sobreo caso fluminense corrobora – é odistanciamento entre medidas econô-micas e sociais, com a multiplicaçãode programas sociais com vistas àmelhoria dos indicadores, sem queisso se traduza em mudanças nas es-truturas políticas locais, que garantamefetivamente o domínio e a gestãocompartilhada do território. A maiorparte dos poderes públicos ainda ageem um sentido predominantementepatrimonialista, defendendo interessesdas castas burocráticas e proprietá-rias, deixando a direção econômicacompletamente dissociada dos inte-resses sociais amplos e, por conse-guinte, em momento algum ordenan-do a estrutura produtiva para que estacumpra algum tipo de contribuiçãopara o desenvolvimento, em seu sen-tido amplo.

Com efeito, multiplicam-se osinstrumentos de elaboração de pla-nos de desenvolvimento, sem quesejam explicitados os mecanismosque poderiam concorrer para a distri-buição da riqueza e a gestão compar-tilhada do território. São, nesse caso,propostas que mobilizam os poderespúblicos para que estes atuem como

indutores de um “desenvolvimentoeconômico local” que, no entanto, éentendido como o resultado da exe-cução de planos estratégicos que vi-sam a mobilizar os recursos sociais enaturais, existentes no território, paraviabilizar os interesses do capital. Paraalém das possibilidades reais de de-senvolvimento, tais instrumentos,predominantemente, apenas viabi-lizam o uso do território para os capi-tais corporativos e isso se evidenciano fato de que apenas os lugares quesejam de interesse direto das empre-

sas logram algum tipo de aprimora-mento das forças produtivas.

Constatamos isso ao observar-mos o novo ordenamento do territó-rio no Estado do Rio de Janeiro, noqual os movimentos de reestruturaçãoeconômica só influenciam diretamenteas áreas de interesse das empresasque utilizam um padrão tecnológicoinformacional e/ou logísticas de trans-portes e industriais de alto valor agre-gado. São significativas, nesse caso, asmudanças em áreas em que predo-minam serviços especializados – so-bretudo os relacionados ao trabalhoimaterial ligado às grandes firmas decomunicação e informação, típicosdos núcleos metropolitanos – e asnovas áreas industriais no interior doEstado. Secundariamente, tambémsão de interesse, e apresentam algumtipo de maior inserção na economiaglobal, as áreas que desenvolvem osetor de turismo, face ao maior fluxode pessoas em função de eventos,negócios ou lazer.

Em nosso estudo, identificamosque os setores que alteram o orde-namento do território no Estado doRio de Janeiro são, particularmente,os relacionados à indústria do petró-leo, no que denominamos região pe-trolífera; aos serviços no núcleo me-tropolitano e nas áreas de dispersão,para a periferia metropolitana, de em-preendimentos industriais mais depen-dentes da proximidade aos centros depesquisas e serviços; à maiordinamização do setor metal-mecâni-co no médio Vale do Paraíba, particu-larmente, o setor automobilístico; àreestruturação do Porto de Itaguaí, emcuja proximidade está sendo instala-do o mais novo pólo siderúrgico noEstado; e à consolidação de um eixopetro-gás-químico na área que circun-da a Baía de Guanabara.

A compreensão desses proces-sos recentes indica, portanto, a ne-

(...) em termos deestratégias dedesenvolvimento –e nossa pesquisasobre o casofluminensecorrobora – é odistanciamentoentre medidaseconômicas esociais, com amultiplicação deprogramas sociaiscom vistas àmelhoria dosindicadores, semque isso se traduzaem mudanças nasestruturaspolíticas locais (...)

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cessidade de constituição de objetosde investigação que tenham em contaas tensões entre novos processosprodutivos e as relações políticas e so-ciais locais, envolvendo investigaçõesacerca da organização do território edo território propriamente dito.

As informações até aqui levanta-das mostram que as mudanças terri-toriais mais evidentes, no Estado, es-tão vinculadas às infra-estruturas já ins-taladas – como as metropolitanas –ou às novas infra-estruturas, cuja ins-talação mais recente se dá por forçada localização dos recursos naturais,como é o caso da bacia petrolífera.Mas há importantes empreendimen-tos novos, como os pólos automo-bilístico, siderúrgico e petroquímico,que são diretamente influenciadospelos recursos técnicos disponíveisno território.

Não sabemos se, a princípio, po-deríamos já partir para uma formula-ção de que o território teve um “papelativo” na definição da localização des-ses empreendimentos. A compreen-são desse conceito deve ser muitoaprofundada antes de qualquer con-clusão. Mas cremos poder afirmar quenunca o território, uma categoria cen-tral para compressão do espaço geo-gráfico, esteve tão presente nas análi-ses econômicas e sociais.

Cabe esclarecer que nossa com-preensão de que a produção do es-paço é resultante das relações sociaisde produção nos permite falar do es-paço geográfico como espaço social,seguindo os passos teórico-metodológicos de Henri Lefebvre(1976). Só assim podemos ter a realcompreensão do território como sis-temas de objetos implicados com sis-temas de ações, como propõe Mil-ton Santos (1996). Considerar o ter-ritório como expressão de relaçõeseconômicas e sociais implica levar emconta que “é o uso do território, enão o território em si mesmo, quefaz dele objeto da análise social” (San-tos, 1996:15).

O artigo de Milton Santos do qualextraímos a passagem acima recebeuo título de “O retorno do território”,de maneira a enfatizar a necessidadede recuperarmos o “papel ativo” doterritório na análise dos processoseconômicos, políticos e sociais con-temporâneos. Para o autor, há umanecessidade crescente de repensar-mos as relações que organizam o ter-ritório. Este, hoje, conjuga, de formamais intensa, os processos que serealizam por meio das verticalidades(redes) e das horizontalidades (domí-nio das contigüidades). Horizontali-dades, como “domínios da contigüi-

dade, daqueles lugares vizinhos reuni-dos por uma contigüidade territorial”,e verticalidades, “formadas por pon-tos distantes uns dos outros, ligadospor todas as formas e processos so-ciais” (Santos, 1996:16), constituemo território como um espaço forma-do de lugares contíguos e de lugaresem redes.

Nesta conjuntura, marcada por re-lações que têm origem em ordenspróximas – que orientam a organiza-ção social em espaços contíguos e emordens distantes, orientadas por inte-resses e estratégias do capitalcorporativo – o território conhece no-vas formas e relações sociais que ten-tam dar novos usos e sentidos emsua formação.

Nesses processos, dois aspectosse destacam, exigindo uma maior aten-ção na análise sobre a produção doespaço social. O primeiro aspecto éo fato de que há uma nova forma deorganização do trabalho, baseada emnovas tecnologias, que fazem comque as empresas tenham mais inte-resse nos recursos sociais, naturais etécnicos disponíveis no território, re-cursos já preparados para seu uso.Nesse caso, não há mais interesse porparte do capital em dominar,hegemonizar, exercer o poder diretono território, mas sim de usá-lo comliberdade, estabelecendo nele umarazão meramente instrumental. Aorganização do trabalho se torna, tal-vez mais do que antes, uma impor-tante referência analítica:

“...renova-se a importância dofator trabalho, condicionado pelaconfiguração técnica do território nocampo e na cidade, e que está liga-do ao processo imediato da produ-ção e aos resultados auferidos des-se trabalho (...) Essa nova geografiado trabalho é um dado importanteno entendimento da sociedade atu-al.” (Santos, 1996:18)

Pólo Gás QuímicoFoto: Arquivo

SECOM

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oDisso também resulta a necessi-dade de um novo olhar sobre as rela-ções de poder no território. O poderpolítico, historicamente, cumpre umpapel diretamente subordinado ao ca-pital, atuando, desde os primórdiosda formação do Estado moderno,como “um comitê para gerenciar osassuntos comuns de toda a burgue-sia” (Marx, 1998:13). Atualmente,porém, renova-se o papel do Estado,na medida em que ao capital interes-sam outras formas de ação – maisrelacionadas ao aparelhamento do ter-ritório em termos de recursos técni-cos e sociais que, por si, repercutemem termos de controle social. Segun-do Santos,

“...antes do enfraquecimentoatual do Estado Territorial, a escalada técnica e a escala da política seconfundiam. Hoje essas duas esca-las se distinguem e se distanciam.Por isso mesmo, as grandes con-tradições do nosso tempo passampelo uso do território.” (Santos.1996:19)

Os novos processos sociais nospõem diante de um imenso desafioteórico: a compreensão da variável es-paço social na produção do conheci-mento e, nela, do papel do territóriona formação das estruturas e das di-nâmicas sociais contemporâneas. Aesse respeito, é expressiva a fala deJosé Reis, que destaca a relevância dasinvestigações territorialistas, ao mos-trar que “a determinante espacial dodesenvolvimento econômico é tãofundamental como o tempo” (Reis,2005:51). Para esse autor,

“Um território – não sendo umdado, não sendo estático – é, semdúvida, um lugar em que se inscre-vem relações de poder. Mas é, an-tes de tudo o mais, um lugar quedefine a morfologia das relações depoder em presença. As quais, nãosendo lineares nem heteronima-

mente estabelecidas, têm que serdefinidas e mapeadas para cada ter-ritório e cada processo relevante.”(Reis, 2005:69)

Essas formulações mostram quehá novos fatores e dinâmicas sociaisna produção do espaço social e naorganização do território, face aos a-tuais processos produtivos e recur-sos à disposição do capital. Comoisso repercute no território fluminen-se, ou seja, no Estado do Rio de Ja-neiro? Respostas a essas questões nosremetem à necessidade de investiga-ção e análise das novas formas decomposição e ação das diferentes for-ças políticas e dos interesses do capi-tal nas diferentes partes que com-põem o território.

Um primeiro aspecto a ressaltar,nesse caso, está vinculado a uma dis-cussão já brevemente apresentadaneste texto. Inúmeros processos atu-ais sinalizam que, se antes interessavaao capital “dominar” o território, atu-ando nele como “pólo de desenvolvi-mento”, subordinando nele todos osagentes à sua própria lógica, hoje, alocalização, baseada nas redes de co-municação e tecnologias avançadas,dispensa o domínio e faz prevalecer ouso instrumental do território. A dis-cussão dos impactos dessa nova lógi-

ca de ação do capital, sobre o territó-rio, requer que se indague, em pri-meiro lugar, se e de que maneiras es-ses processos induzem as instituiçõese sujeitos locais a prepararem o terri-tório para atender aos interesses docapital, em termos de disponibilidadede recursos genéricos. Em segundolugar, indagar se e como isso pode sereverter, também, em desenvolvi-mento social efetivo para todos os ci-dadãos.

Fica subjacente a essa questão anecessidade de se investigar se os no-vos processos produtivos alteram aforma como o capital se relaciona coma formação social no território e, ain-da, se as instituições locais adquirem,de fato, maior poder de intervençãona organização do território.

Considerações FinaisAs considerações apresentadas

neste trabalho procuram evidenciarque há um movimento de reestru-turação espacial no Estado do Rio deJaneiro, induzido por setores econô-micos que fazem uso de tecnologiasde alto valor agregado. Não é ummovimento endógeno, pura e sim-plesmente, de integração da econo-mia local em uma ordem global,como querem fazer crer os defenso-res de que o desenvolvimento é algoque se inscreve na responsabilidadedos poderes locais.

Em alguma medida, todo o dina-mismo, decorrente da implantação denovos setores produtivos ou dareestruturação dos existentes, está im-plicado com os usos do território porcapitais que operam em diferentes es-calas. Essas mudanças conjugam ativi-dades produtivas e formam uma novabase territorial para sua realização. Es-sas atividades, no entanto, mantêm-se, sob certos aspectos, fragmenta-das, na medida em que estão, simul-taneamente, sob a influência de deter-

Fica subjacente aessa questão anecessidade de seinvestigar se osnovos processosprodutivos alte-ram a forma comoo capital se rela-ciona com a for-mação social noterritório (...)

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Floriano José Godinho de Oliveira - Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

minações geradas em diferentes esca-las, como verticalidades, mas, por ou-tro lado, produzindo relações que exi-gem novas formas de uso do território,que consideram as características dosterritórios contíguos, as horizontalidades,como sugere Milton Santos.

Isso se evidencia na análise das di-nâmicas recentes no territóriofluminense, onde observamos que,somente nas áreas em que ocorre pe-netração dos capitais e empresas queutilizam tecnologias com alto valor agre-gado, as atividades econômicas influ-em na produção do espaço e são ins-tituídas novas formas de organizaçãosocial. Assim, verificamos um movi-mento de expansão da metrópole e,

em alguma medida, uma maiorintegração com as novas áreas contí-guas, que também apresentavam no-vos segmentos industriais associadosà economia global.

Para além dessas partes do terri-tório, as demais áreas formam regi-ões pouco dinâmicas e ligadas a seto-res de economia agrária, turística debaixa densidade e diversificada, em quepredominam pequenos e médios em-preendimentos, como a Região Ser-rana do Estado.

No espaço metropolitano é ondeesse processo mais se evidencia. Osinvestimentos públicos e os interessesde empresas que utilizam tecnologiasinformacionais criaram novas áreas para

realização de negócios, sem perda dasvantagens que a proximidade do núcleometropolitano permite. Isso implica aformação de novos centros urbanoscom capacidade de gerenciar o desen-volvimento dos projetos fora do núcleo.

A questão que fica é referente acomo as ações dos poderes públicos eessas novas oportunidades para o capi-tal se revertem para o conjunto da soci-edade, superando-se historicamente, deforma mais resoluta, as tendênciaspatrimonialistas que ainda demarcam aadministração pública no Estado, conju-gando projetos de modernização compráticas arcaicas, que mantêm os objeti-vos sociais como mero efeito de umdesenvolvimento de curto alcance.

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Terminal de cargas do Porto do Rio de JaneiroFoto: Jorge Marinho

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Estado do Rio de Janeiro vem experimentando nos últimos anos umaretomada do crescimento econômico, com significativas mudanças nasua estrutura produtiva. A este fenômeno se associa uma nova dinâmi-ca territorial, com o surgimento de pólos econômicos dinâmicos no inte-

rior do Estado, responsáveis por novos fluxos de pessoas e serviços.O território fluminense encontra-se oficialmente dividido em oito regiões de

governo: Metropolitana, Norte Fluminense, Noroeste Fluminense, Centro-SulFluminense, Baixadas Litorâneas, Médio Paraíba, Costa Verde e Serrana. Estaregionalização, vigente desde 1987, decorre de uma adaptação da divisão do Esta-do em regiões-programa, criada em 1976, logo após a fusão dos antigos Estadosdo Rio de Janeiro e da Guanabara.

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A propósito de uma novaA propósito de uma novaA propósito de uma novaA propósito de uma novaA propósito de uma novaregionalização para oregionalização para oregionalização para oregionalização para oregionalização para o

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Barra de São João,Cabo Frio - RJ

Foto:João Vicente

Por Carlos Eduardo SaraçaIone Salomão Rahy

Marcos Antonio SantosMarta Bebianno CostaWaldir Rugero Peres

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Conceição de Macabu - RJFoto: João Vicente

Região do Petróleoe Gás Natural

Municípios Carapebus, Camposdos Goytacazes, Casimiro de Abreu,Conceição de Macabu, Macaé,Quissamã, Rio das Ostras, SãoFrancisco de Itabapoana e São Joãoda Barra

Essa região é a porção do Estadomais impactada pela atividade de extra-ção de petróleo e gás natural da Baciade Campos, sofrendo visível aumentodemográfico (especialmente urbano),fenômeno que exige cuidados e provi-dências inadiáveis, não só para o aten-dimento das necessidades desta cres-cente população, mas também para apreservação do meio ambiente, carac-terizado por: feixes de restingas, praiase dunas cobertas por vegetação carac-terística; lagunas e campos inundáveis;manguezais; lagunas; fragmentos daMata Atlântica (no topo das colinas emorros, principalmente) e ecossis-temas associados, com destaque paraa vegetação de restingas.

Os terrenos das colinas, tabuleirose baixadas que caracterizam essa re-gião perderam grande parte da sua co-bertura vegetal original, assim como dasua fauna, restando apenas alguns frag-mentos significativos de remanescen-tes florestais e reduzido número e va-riedade de animais silvestres. Asrestingas ainda estão em grande partepreservadas, sendo motivo de preo-cupação os loteamentos e construçõesque aumentam a cada dia. Os maioresfragmentos florestais e expressivasmanchas de vegetação secundária em

O objetivo deste trabalho é contri-buir para a discussão a respeito de umnovo recorte regional que representecom maior fidelidade a nova realidadefluminense, colaborando, assim, parainstrumentalizar a administração esta-dual em suas estratégias de planejamen-to e no desenvolvimento de ações ajus-tadas às especificidades de cada região.

JustificativaA divisão em regiões de governo é

a principal forma de regionalização doEstado. O governo, no estabelecimen-to de seus planos e programas, utilizaesta regionalização como baseterritorial. Outras formas de regio-nalização são também utilizadas por al-guns órgãos estaduais para suas finali-dades específicas. É o caso das secre-tarias de Educação, Saúde e Segurança.

É fato que o processo de criaçãode regiões é dinâmico. Sua constitui-ção se modifica, dependendo do ob-jetivo a que serve. No entanto, quan-do se trata de planejamento e açõesde governo, devem-se, dentro dopossível, compatibilizar os diferentesrecortes regionais existentes dentrode um território.

Verifica-se, hoje, que a divisão doEstado em regiões de governo nãose ajusta à sua nova dinâmicaterritorial. Além das mudanças eco-nômicas, outras questões têm forteinfluência neste contexto. Não sepode deixar de lado a questão da ur-banização. O Rio de Janeiro é o Esta-do mais urbanizado do país, commais de 95% de sua população mo-rando em cidades e vilas. Por outrolado, é o que detém o maior esto-que de Mata Atlântica do país, alémde outros ecossistemas, ricos emespécies endêmicas. O novo dese-nho regional proposto tem como

base a nova estrutura produtiva doEstado associada às questões urba-nas e ambientais. Ele está sendo pro-posto no âmbito do projeto “Estra-“Estra-“Estra-“Estra-“Estra-tégias e ações para a conser-tégias e ações para a conser-tégias e ações para a conser-tégias e ações para a conser-tégias e ações para a conser-vação da b iod ivers idade davação da b iod ivers idade davação da b iod ivers idade davação da b iod ivers idade davação da b iod ivers idade daMata At lânt ica do Estado doMata At lânt ica do Estado doMata At lânt ica do Estado doMata At lânt ica do Estado doMata At lânt ica do Estado doRio de Janeiro”Rio de Janeiro”Rio de Janeiro”Rio de Janeiro”Rio de Janeiro”, desenvolvido peloInstituto BIOMAS, com o apoio doFundo de Parcerias para Ecossis-temas Críticos - CEPF/ConservaçãoInternacional, e em parceria com aUniversidade do Estado do Rio deJaneiro (UERJ), o Instituto BioAtlân-tica, o Centro de Informações eDados do Rio de Janeiro – Funda-ção CIDE, e a Embrapa Solos.

Este projeto visa a contribuir paraa implementação do Corredor deBiodiversidade da Serra do Mar, aoidentificar ações e estratégias para aconservação no Estado do Rio de Ja-neiro e subsidiar políticas para a con-servação, a disseminação da informa-ção e o suporte para o planejamentodo uso do solo e a proteção dos re-cursos hídricos do Estado.

Especificamente, cabe à FundaçãoCIDE, dentre outras atividades, a pro-posição de uma nova regionalizaçãopara o Estado, que retrate com maiorfidelidade esta realidade, de forma apossibilitar que os demais grupos detrabalho que participam do projetoapresentem suas propostas a partirdeste recorte territorial.

É oportuno, portanto, que sejamrevistas as atuais regiões de governo.Uma nova divisão regional, além depermitir uma definição mais eficientedos planos e programas de governopara todo o território estadual, pode-rá otimizar as regionalizações setoriaisexistentes, contribuindo para umamaior racionalização das ações dos ór-gãos governamentais.

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estágio de sucessão avançado (portearbóreo predominante) encontram-senos terrenos mais elevados, principal-mente nos Municípios de Casimiro deAbreu, Conceição de Macabu e Macaé.

Dessa forma, assim como emtodo o território fluminense, são im-prescindíveis medidas que minimizemos efeitos negativos da pressão an-trópica que se intensifica nessa região,compreendendo municípios de basetradicionalmente agrícola, com predo-mínio de culturas e pastagens na baixa-da e nas colinas, que assistem a gran-des mudanças relacionadas à atividadede extração do petróleo e gás natural.

O Município de Macaé é um póloem crescimento, produzindo reflexosimediatos nos seus vizinhos, seja naatração de mão-de-obra, seja nadinamização do setor habitacional. A

cidade de Macaé seexpande desordena-damente, avançandopelas restingas e ame-açando ecossistemaslocais protegidos,como o Parque Na-cional da Restinga deJurubatiba, que abran-

ge três municípios: Macaé, Carapebuse Quissamã.

A urbanização se intensifica na faixacosteira, ameaçando não apenas osecossistemas das restingas, mas tam-bém os das lagunas aí existentes.

A porção mais setentrional des-sa região possivelmente sofrerá osefeitos da expansão da atividadeextrativa que também se desenvolveno Estado do Espírito Santo (Municí-pio de Presidente Kennedy), em zonafronteira ao Município de São Fran-cisco de Itabapoana. Outra interven-ção nesta porção regional, ligada àextração de óleo e gás, é a futuraimplantação do Porto do Açu, emSão João da Barra, obra que criarácerca de dez mil empregos na fase

de construção e, quando pronta, emtorno de três mil, diretos e indiretos.O empreendimento compreendeum porto marítimo de grande portepara a exportação de minério de fer-ro, além de uma base de apoiooffshore e instalações para o proces-samento do minério. A entrada emoperação está prevista para 2008.Não é difícil antever os impactosambientais decorrentes deste empre-endimento.

A inclusão do Município de Concei-ção de Macabu nesta região se justificapelo fato de já estar fornecendo mão-de-obra, num movimento pendular, aMacaé, constituindo-se, também, numafutura área de expansão de moradiamais para o interior, haja vista o aumen-to do preço da terra nas áreas do litoralmais próximas a Macaé.

Campos dos Goytacazes, até pou-co tempo o único município de desta-que do interior fluminense, sobressaino contexto regional por concentraras atividades sucro-alcooleiras e de ser-viços educacionais, além de ser pólodo Arranjo Produtivo Local (APL) deCerâmica Vermelha e da Fruticultura.

A maior parte desses municípiosrecebe muitos recursos através dosroyalties do petróleo. Do bom em-prego desses recursos depende nãosó a população como também o meioambiente da região.

Região Urbano-Industrial

MunicípiosBelford Roxo, Cachoeiras deMacacu, Duque de Caxias,Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri,Magé, Mesquita, Nilópolis, Niterói,Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados,Rio Bonito, Rio de Janeiro, SãoGonçalo, São João de Meriti,Seropédica e Tanguá

Esta região engloba não só os mu-nicípios da Região Metropolitana do Riode Janeiro como também os de Itaguaí,Cachoeiras de Macacu e Rio Bonito.Genericamente, constitui a porção doEstado de maior concentração demo-gráfica e de mais intensa urbanização,acarretando, como conseqüência, pro-fundas alterações na paisagem original.

A porção mais urbanizada situa-sea oeste da Baía de Guanabara, onde seencontram a cidade do Rio de Janeiroe os municípios periféricos (de Itaguaía Duque de Caxias), cuja ocupação sedeu em razão da proximidade da futu-ra metrópole e por serem seus terri-tórios atravessados por diversos cami-nhos em direção ao interior mineiro eno rumo de São Paulo.

Nessa porção, observam-se for-mas de relevo diversas: escarpas daSerra do Mar, colinas e baixadas, alémdos maciços costeiros do Mendanha,da Pedra Branca e da Tijuca, todos ex-postos a intensa pressão antrópica,sendo visível a agressão às suas en-costas e à cobertura vegetal, compro-metendo as unidades de conservaçãoaí existentes.

Lagoa deIquipari – SãoJoão da Barra

Foto:Marcelo Horn

São Francisco de Itabapoana - RJFoto: Marcos Antonio Santos

O Dedo de Deus – Serra dos Órgãos –Guapimirim - Foto: João Vicente

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Esses maciços são centrosdispersores de água para as baixadasem torno. Os rios que neles nasceme, após descerem suas encostas, per-correm as baixadas até desaguaremno oceano já há muito tiveram o volu-me de suas águas reduzido em decor-rência do intenso desmatamento. Aagressão às encostas continua a carrearsedimentos para dentro de seus lei-tos, cuja parte atingida pelas grandescheias sazonais (leito maior) tambémtem sido ocupada por construçõesclandestinas e irregulares. Eventos deenchentes, desabrigando centenas demoradores, são a regra geral no perí-odo chuvoso.

Com exceção de pequenos tre-chos costeiros de praias, restingas,dunas e manguezais, a quase totalida-de dessa porção era constituída pelaMata Atlântica, da qual restam algunsfragmentos isolados, encontradosnos maciços costeiros e nas escarpas

da Serra do Mar. É preocupante o in-cremento da ocupação das encostasdestes maciços – pela expansão dasfavelas –, resultando no recuo aindamaior da floresta.

Os manguezais encontram-sebastante degradados e as áreas depraias e restingas (estas no Municípiodo Rio de Janeiro) continuam sofren-do o intenso processo de urbaniza-ção, com grandes alterações nos seus

ecossistemas, gerando gravesproblemas ambientais. Omesmo se pode dizer das la-gunas, situadas no Municípiodo Rio de Janeiro.

Essa porção oeste da Baíade Guanabara apresenta eco-nomia diversificada (setores se-cundário e terciário, principal-mente) com perda de fôlegodo setor industrial e de algumas ativida-des ligadas ao setor de serviços, espe-cialmente no Município do Rio de Janei-ro. A diversificação da oferta de bens eserviços tem melhorado nos municípi-os mais para o interior do espaço me-tropolitano, como Duque de Caxias,Nova Iguaçu e São João de Meriti, alémde outros situados na porção leste daBaía de Guanabara (Niterói e São Gon-çalo), indicando uma redução do poderde atração relativa da capital fluminense.

Nas porções situadas ao norte e aleste da Baía de Guanabara (de Magé

até Cachoeiras de Macacue Rio Bonito), também ca-racterizadas pelas mesmasformas de relevo descritasanteriormente, acrescidasde tabuleiros terciários, ain-da se podem observar es-paços rurais significativos,identificando-se aí (principal-mente nos Municípios deMagé, Guapimirim, Cacho-eiras de Macacu e Rio Bo-nito) fragmentos florestaisde maior extensão – sobre-

tudo nas escarpas e trechos mais aci-dentados e de maiores altitudes daSerra do Mar e nos maciços costei-ros –, assim como apreciáveis man-chas de vegetação secundária em es-tágio de sucessão avançado, merece-doras de especial atenção com vistas aestratégias de preservação e recupera-ção da cobertura florestal. Não é de-mais lembrar a importância da mata paraa preservação de mananciais.

Na área de baixada, abrangendo osMunicípios de Magé, Guapimirim, SãoGonçalo e Itaboraí, encontram-semanguezais e campos inundáveis (bre-jos e várzeas) protegidos pela APA deGuapimirim. Os ecossistemas destaAPA vêm sofrendo freqüentes danosambientais, o que pode ser compro-vado com uma simples lembrança doseventos de derramamento de óleo naBaía de Guanabara.

Estas porções norte e leste da Baíade Guanabara são caracterizadas por ati-vidade industrial intensa, contingentepopulacional elevado e um ritmo maisacelerado de crescimento do que a por-ção oeste da Baía de Guanabara. Vêmsentindo diretamente os impactos daexpansão do setor petroquímico e daindústria naval. Devem merecer os cui-dados necessários diante da implanta-ção do novo Complexo Petroquímicodo Rio de Janeiro (em Itaboraí), que cer-tamente motivará a expansão de ativi-dades relacionadas ao setor e incre-mentará o aumento demográfico.Como conseqüência, a pressão antró-pica será maior.

Essas porções da Região Urbano-Industrial tendem a se consolidar comoo mais forte vetor de expansão da Re-gião Metropolitana do Rio de Janeiro.São atendidas por dois modais de trans-porte de passageiros e cargas: rodovi-ário (BR- 116, BR-101, BR-040, RJ-106, dentre outras) e ferroviário (Fer-rovia Centro-Atlântico). São tambémservidas pelo transporte marítimo, ba-sicamente de passageiros.

RJ 116 Cachoeira de Macacu - RJFoto: Álvaro Castelan

Caminho Real, Itaguaí - RJFoto: TurisRio

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pio está nela incluído. Silva Jardim, hojemunicípio agrícola, tende a se incor-porar à Região Urbano-Industrial, emfunção de sua posição estratégica noeixo da BR-101, a meio caminho en-tre a área produtora de petróleo e gásnatural (Bacia de Campos) e a novaárea processadora de petróleo, emItaboraí.

A cobertura vegetal original do ter-ritório dessa região era constituída, prin-cipalmente, pela Mata Atlântica e pelasformações típicas das áreas aluviais (ve-getação herbácea), das praias, dunas erestingas (vegetação arbórea e herbá-cea). Hoje, pouco resta da Mata Atlân-tica, podendo-se observar expressivos

fragmentos florestais, assim comomanchas significativas de vegetação se-cundária em estágio de sucessão avan-çado, nas colinas e nos maciços cos-

teiros, especialmente nos Municípiosde Maricá, Saquarema e Silva Jardim.

A vegetação de restinga tem sidoprofundamente alterada, e, em muitoscasos, retirada pela intensa ocupação ur-bana que se processa há três décadas.

Em trechos mais restritos, entreAraruama e Armação dos Búzios, as-sociada às restingas e cobrindo mor-ros costeiros e planícies com solosareno-argilosos, encontra-se a savanaestépica, vegetação xerófita decidualarbóreo-arbustiva, com plantas espi-nhosas ou suculentas, similar à caatin-ga do Nordeste. A urbanização tam-bém tem contribuído para alteraçõesneste ecossistema.

As elevadas taxas de crescimentodemográfico que a região tem experi-mentado nas últimas décadas, na faixacosteira e marginal das lagunas, alémde impactar o ecossistema das restin-gas, vêm acarretando, em virtude daausência de saneamento, índices cres-centes de poluição nas suas lagunas.

A atividade econômica de destaqueestá associada à expansão do turismo-veraneio e, mais recentemente, à ex-tensão da zona de influência da Regiãodo Petróleo e Gás Natural. O interiorainda é predominantemente rural.

Araruama - RJ Foto: TurisRio

Rio São João, Cabo Frio/Casemiro de AbreuFoto: João Vicente

Região Turística dosLagos Fluminenses

MunicípiosAraruama, Armação dos Búzios,Arraial do Cabo, Cabo Frio, IguabaGrande, Maricá, São Pedro daAldeia, Silva Jardim e Saquarema

Essa região é caracterizada por co-linas, maciços costeiros e baixadas.Nestas últimas, observam-se forma-ções diversas, a saber: planícies aluviais,em muitos trechos embrejadas, e pla-nícies costeiras, compostas por praias,

dunas e restingas,cujos cordõesrepresaram partedas águas domar, originandoinúmeras lagu-nas, como as deMaricá, Saqua-rema e Ararua-

ma, as de maior extensão dentre to-das. A marcante presença dessas lagu-nas responde pela denominação cor-rente de Região dos Lagos dada aosmunicípios que as contêm.

As planícies aluviais passaram porobras de drenagem com vistas ao de-senvolvimento de atividades agrícolas,o que não aconteceu na medida es-perada. Essas obras alteraram princi-palmente a Bacia do São João, crian-do a represa de Juturnaíba e retifican-do o curso deste rio à sua jusante.Esta represa, situada em Silva Jardim,é de fundamental importância para ofornecimento de água aos municípiosda região, motivo pelo qual o Municí-

Ponta Negra, Maricá - RJ Foto: Marcos Antonio

Salina de São Pedro da Aldeia - RJFoto: João Vicente

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Região Serrana deEconomia Diversificada

MunicípiosAreal, Bom Jardim, ComendadorLevy Gasparian, Nova Friburgo,Petrópolis, São José do Vale do RioPreto, Teresópolis e Três Rios

Essa região compreende municí-pios situados no planalto, abrangen-do, em sua maior extensão, as por-ções mais acidentadas e de maioresaltitudes da Serra do Mar, com desta-que para a Serra dos Órgãos. O fortecontrole estrutural que caracteriza ageomorfologia local responde pelaorientação da rede hidrográfica, da qualse destacam os rios Paquequer,Piabanha e Preto. Em menor propor-ção, correspondendo aos territóriosdos Municípios de Comendador LevyGasparian, Três Rios e Areal, encon-tram-se os alinhamentos de cristas doParaíba do Sul, ao norte da Serra doMar, com um modelado mais aciden-tado a leste e ao sul – caracterizadopor cristas e serras isoladas – e umatopografia mais suave, com morrosarredondados, a oeste.

Essas formas de relevo influencia-ram a ocupação do território, cujas vi-las e cidades se assentaram nos valesdos tributários da margem direita doParaíba do Sul. Atualmente, as encos-tas dos morros do interior e da perife-ria das áreas urbanas vêm sendo in-tensamente ocupadas, causando da-nos ambientais, representando riscosà vida dos respectivos moradores.

Capela Santo Antonio,Afonso Arinos - Comendador

Levy GasparianFoto: Álvaro Castelan

Parati Foto: Marcos Antonio Santos

Ruas de Parati - RJ Foto: TurisRio

Nos municípios dessa região, aindasão encontrados remanescentes da co-bertura florestal original – a Mata Atlân-tica –, sobretudo nas áreas mais eleva-das, principalmente em Nova Friburgo,onde a mata se apresenta como umagrande mancha contínua. Com exce-ção de Comendador Levy Gasparian,Três Rios e Areal, os demais municípi-os apresentam uma recomposição sig-nificativa da mata – no lugar de antigaslavouras –, podendo-se observar ex-pressivas manchas de vegetação secun-dária em estágio de sucessão avançado(porte arbóreo) e de inicial a médio.Este processo de recomposição me-rece especial atenção, pois é espontâ-neo (sem intervenção humana), graçasàs características climáticas, ou seja, cli-ma tropical de altitude sem estação secaprolongada, havendo desde áreas semi-úmidas até áreas superúmidas. A regiãopossui inúmeras unidades de conser-vação, dentre as quais estão o ParqueNacional da Serra dos Órgãos e o Par-que Estadual dos Três Picos.

Quanto à economia, apresenta umportfólio bastante diversificado, que in-clui: a horticultura e a fruticultura – quese desenvolvem em pequenas proprie-dades; o setor têxtil/vestuário – comdestaque para o APL de moda íntima,cujo núcleo é o Município de NovaFriburgo; o pólo de informática emPetrópolis; a indústria alimentícia emTrês Rios e Comendador LevyGasparian; e a indústria de mobiliárioem Petrópolis e Teresópolis.

Região Turística daCosta Verde

MunicípiosAngra dos Reis,Mangaratiba e Parati

Com apenas três municípios, to-dos litorâneos, a Região Turística daCosta Verde é a de menor exten-são, porém a que abriga os mais al-tos estoques contínuos da MataAtlântica de todo o Estado. Além dafloresta, possui outros ecossistemasassociados – nas porções continen-tal e insular –, como manguezais,campos inundáveis e restingas. É umaregião de reconhecidas belezas natu-rais, com cachoeiras, praias e ilhasaprazíveis, motivo pelo qual vemapresentando crescimento nos seto-res de turismo e de veraneio.

Topograficamente, seu territórioé caracterizado pelo relevo acidenta-do do Planalto da Bocaina (uma uni-dade da Serra do Mar), cujas escarpaschegam, em certos trechos, a mergu-lhar no oceano. A este planalto, emfunção de processos geológicos emorfológicos, estão associadas as ilhaspróximas, dentre as quais se desta-cam a Ilha Grande e a de Marambaia,esta última servindo de apoio àrestinga do mesmo nome.

Historicamente, a região represen-tou importante papel, tanto no deslo-camento em direção a São Paulo e Mi-nas Gerais – utilizando-se as trilhas in

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Usina Nuclear de Angra dos Reis - RJFoto: João Vicente

Região Industrial doMédio Paraíba

MunicípiosBarra do Piraí, Barra Mansa, Itatiaia,Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis,Resende, Rio Claro, Volta Redonda

A maior parte do território destaregião corresponde ao Vale Médio doParaíba do Sul, denominação genéricadada à área deprimida em relação aorelevo circunvizinho (Mantiqueira Me-ridional e Serra do Mar), drenada pelaBacia do Paraíba do Sul, rio que per-corre a região no sentido longitudinal eque, além de ter sofrido profundas mu-danças em sua vazão, em decorrênciade intervenções voltadas para a produ-ção de energia hidroelétrica e para oabastecimento de água, o mesmo ocor-rendo com alguns tributários, sofre osefeitos nocivos (poluidores) das ativi-dades industriais praticadas na região eà sua montante.

O vale compreende modelados dediversos tipos, predominando, na re-gião em foco, a Depressão do MédioParaíba do Sul, uma fossa tectônica si-tuada entre a Serra do Mar e os Alinha-mentos de Cristas do Paraíba do Sul(série de colinas convexas, cristas e ser-ras isoladas, com desníveis altimétricosentre 100 e 200 metros).

A Depressão é caracterizada porcolinas que, no conjunto, formam umapaisagem de “mar de morros”. Nela,observam-se, também, outros tipos demodelado, como cristas e escarpas.

Destaca-se, na Depressão, a BaciaSedimentar de Resende, a mais impor-tante da região, com colinas de encos-tas suaves, topografia que favorece aocupação urbana e o desenvolvimen-to de atividades econômicas, sobretu-do em Porto Real.

A noroeste da região, encontram-se alinhamentos montanhosos daMantiqueira Meridional, formando oPlanalto de Itatiaia, cujas altitudes supe-ram os 2.500 metros. Aí se encontrao ponto culminante do Estado do Riode Janeiro, o Pico das Agulhas Negras((2.791,55m).

O espaço físico regional foi bastan-te alterado durante o longo tempo desua ocupação, consolidada e intensifi-cada com a cafeicultura no século XIX.Esta atividade foi a responsável pela qua-

se total retirada da Mata Atlântica, a co-bertura vegetal dominante. Só não sefazia presente na área correspondenteà Bacia Terciária de Resende (junto aoRio Paraíba do Sul), onde crescia o cer-rado, e nas altas altitudes do Planaltode Itatiaia, onde se desenvolvem oscampos de altitude.

Hoje, predominam pastagens. Re-manescentes da Mata Atlântica aindapodem ser encontrados no Planalto deItatiaia (protegidos pelo Parque Nacio-nal de mesmo nome) e em pequenasporções mais acidentadas do reversoda Serra do Mar. É importante regis-trar, em diversos municípios, a ocor-rência de manchas de vegetação se-cundária em estágio de sucessão avan-çado, além de numerosas outras emestágio de sucessão de inicial a médio,

Pinheiral - RJ Foto: TurisRio

Barra Mansa/Volta RedondaRJ Foto: TurisRio

dígenas que penetravam o interior rumoao Rio Paraíba do Sul –, quanto na mo-vimentação portuária, já que pelos seusportos passavam as mercadorias quevinham ou iam para o interior. A aber-tura de novos caminhos ligando a ca-pital (Rio de Janeiro) a Minas Gerais eo declínio da atividade portuária con-correram para manter grande parte doseu território isolada, o que possibili-tou a preservação do meio ambiente,sobretudo de Parati e Angra dos Reis.

Entretanto, a melhor acessibilida-de, possibilitada pela abertura da Ro-dovia Rio-Santos, assim como novasatividades econômicas ligadas aos se-tores naval, do petróleo e do turismo-veraneio, vêm favorecendo o incre-mento populacional, constituindo fa-tor de pressão sobre o meio ambien-te. Sob este aspecto, cabe lembrar apresença das usinas nucleares comseu grande potencial de contamina-ção na hipótese de escapamento deradioatividade.

Na tentativa de preservar osecossistemas locais, fo-ram criadas inúmerasunidades de conservação,dentre as quais estão:Parque Nacional da Serrada Bocaina, APA deTamoios, APA de Cairuçu,Reserva Biológica da Praiado Sul, Parque Estadual eReserva Biológica da Ilha

Grande, Parque Estadual Marinho doAventureiro e APA de Mangaratiba.

Em algumas dessas unidades deconservação (APA de Cairuçu e Par-que Nacional da Serra da Bocaina), vi-vem comunidades indígenas guarani –Parati Mirim, Araponga e Bracuí –, situa-das em Parati e Angra dos Reis, que,embora não nativas do Estado do Riode Janeiro, tendo-se instalado na re-gião a partir da segunda metade do sé-culo XX, necessitam da floresta para asua sobrevivência.

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reflexo do abandono das práticas agrí-colas. Conforme já mencionado nadescrição de outras regiões, é um pro-cesso espontâneo, favorecido pelo cli-ma tropical de altitude úmido e superú-mido na maior parte da região. Mere-ce especial atenção, em termos depreservação, o Município de Resende,que, nos últimos quarenta anos, viurenascer a floresta, cuja cobertura au-mentou em 22%, sobretudo na suaporção setentrional.

Essa região se destaca pelamarcante presença de atividades liga-das ao turismo e às indústrias dos se-tores siderúrgico e metal-mecânico,além da introdução, mais recente, daindústria automotiva. Apresenta, tam-bém, crescimento significativo do co-mércio e serviços.

Região Turístico-Culturaldo Médio Paraíba

MunicípiosEngenheiro Paulo de Frontin,Mendes, Miguel Pereira,Paraíba do Sul,Paty do Alferes, Rio das Flores,Valença e Vassouras

Essa região compreende o Vale doCafé, juntamente com alguns municí-pios da Região Industrial do MédioParaíba. No século XIX, comandou aeconomia da Província do Rio de Ja-neiro, com base na cafeicultura. Com

o declínio da atividade, as terras torna-ram-se improdutivas ou se transforma-ram em pastagens.

Hoje, sua economia está apoiada naagropecuária e no turismo rural/cultural,atraindo pessoas interessadas no conta-to com a natureza, na prática de espor-tes (exemplos: vôo livre para asa delta eparapente e motocross) e na visitaçãode casas e fazendas do ciclo do café,além da prova de iguarias representativasda gastronomia local. Encontram-se naregião dois pólos universitários, o deVassouras e o de Valença.

O território da região em foco fazparte do Vale Médio do Paraíba doSul, estando inserido quase totalmentenos Alinhamentos de Cristas doParaíba do Sul, caracterizados por co-linas convexas, cristas e serras isola-das, com desníveis altimétricos entre100 e 200 metros.

Em decorrência da degradaçãoambiental promovida pelo ciclo cafeei-ro, a cobertura vegetal apresenta altopercentual de campo/pastagem epouquíssimos remanescentes da flo-resta original – Mata Atlântica (encon-trados em Miguel Pereira). Nos Muni-cípios de Engenheiro Paulo de Frontine Mendes, observa-se a presença damata secundária com porte arbóreosignificativo.

Praça de Vassouras - RJFoto: Rodrigo Brulon

Estação de Vassouras - RJFoto: João Vicente

Câmara Municipl de Mendes - RJFoto: João Vicente

Ipê AmareloTrajano de Moraes - RJ

Foto: João Vicente

Região Serrana deEconomia Agropecuária

MunicípiosCantagalo, Carmo, Cordeiro,Duas Barras, Macuco,Santa Maria Madalena,São Sebastião do Alto, Sapucaia,Sumidouro, Trajano de Morais

A Região é abrangida, em sua mai-or parte, pela Serra dos Órgãos, unida-de da Serra do Mar caracterizada poruma série de pontões e serras isoladas.A porção voltada para o Vale do Paraíbado Sul, isto é, o reverso da Serra dosÓrgãos, apresenta diversos tipos demodelado, desde maciços graníticos emorros com acentuados desníveisaltimétricos até morros em meias-laran-jas e alvéolos intermontanos.

Nos municípios da região, predo-minam campos e pastagens, havendoocorrência significativa de vegetação se-cundária em vários estágios de recom-posição, resultado da incipiente ativida-de agropastoril sobre um solo esgota-do pelo café. Merecem destaque, nosMunicípios de Santa Maria Madalena eTrajano de Morais, os remanescentesda Mata Atlântica, cuja porção corres-pondente à Serra do Desengano, emSanta Maria Madalena, se encontra pro-tegida por lei (Parque Estadual do De-sengano, que também abrange partesde São Fidélis e Campos dos Goyta-cazes). Em Santa Maria Madalena eTrajano de Morais, são encontradasexpressivas manchas de vegetação se

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cundária em estágio de sucessão avan-çado (porte arbóreo), dignas de aten-ção com vistas à recomposição e àpreservação da cobertura florestal re-gional. Conforme se observa em ou-tras regiões que se situam no reversoda Serra do Mar, também nesta região– Serrana de Economia Agropecuária–, além da vegetação secundária emestágio de sucessão avançado, multi-plicam-se as áreas com vegetação se-cundária em estágio de inicial a médio.Este processo de recomposição da flo-resta se dá em decorrência da diminui-ção das práticas agrícolas, sendo favo-recido pelo clima predominante, o tro-pical de altitude semi-úmido a úmido.

Predominam atividades primáriasde baixa produtividade, merecendodestaque a olericultura, em Sumidou-ro. Ressaltem-se também o pólocimenteiro de Cantagalo e a produçãode acessórios para o Arranjo Produti-vo Local de Moda Íntima (núcleo emNova Friburgo), nos Municípios deDuas Barras e Cordeiro. Os Municípi-os de Santa Maria Madalena e Trajanode Morais, limítrofes à Região do Pe-tróleo e Gás Natural, começam a apre-sentar sinais de expansão da segundamoradia para atender segmentos derenda mais elevada desta região, prin-cipalmente de Macaé.

Museu do TiradentesSanta Maria Madalena - RJ

Região Agropecuária doPomba, Muriaé eItabapoana

MunicípiosAperibé, Bom Jesus do Itabapoana,Cambuci, Cardoso Moreira, Italva,Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé,Miracema, Natividade, Porciúncula,Santo Antônio de Pádua, São Fidélis,São José de Ubá e Varre-Sai

O território dessa região possui umatopografia diversificada, compreenden-do vários tipos de modelado, represen-tativos de diversas regiões geomor-fológicas. Morros e colinas dissecadospodem ser observados a leste (em pe-quena escala). Em São Fidélis, encontra-se o trecho terminal da Serra do Mar,cujo reverso, ao sul do município, seapresenta com topografia acidentada,principalmente nas proximidades da fron-teira com Campos dos Goytacazes. Aonorte (principalmente em Porciúncula,Varre-Sai e Natividade), eleva-se aMantiqueira Setentrional, com formascolinosas alongadas e alinhamentos re-baixados, em decorrência do trabalhoerosivo dos rios da Bacia do Muriaé,cujos vales chegam a possuir dois níveisde terraços. Em grande parte da região,encontram-se formações relacionadasao Vale do Paraíba do Sul, com duasfisionomias dominantes: de um lado, osAlinhamentos de Cristas do Paraíba doSul, com colinas convexas (comaprofundamento inferior a 100 metros),cristas e serras isoladas (com desníveisaltimétricos entre 100 e 200 metros);de outro, a Depressão Escalonada dos

Rios Pomba e Muriaé, com uma topo-grafia rebaixada e escalonada em cotasaltimétricas, que se elevam, a partir doRio Paraíba do Sul, em direção à montan-te desses rios.

A região foi ocupada a partir do sécu-lo XVIII, tendo como base de sua eco-nomia as práticas agrícolas, em razão dasquais se deu a total retirada da Mata Atlân-tica. Atualmente, podem ser encontra-das manchas de vegetação secundária deporte arbóreo em porções restritas doterritório, principalmente ao norte, naporção correspondente às elevações daMantiqueira Setentrional (nos Municípiosde Bom Jesus do Itabapoana, Natividadee Varre-Sai). Estas manchas também po-dem ser observadas em algumas partesdos Municípios de Laje do Muriaé,Miracema e São Fidélis. A recomposiçãoespontânea da mata dessa região é ex-tremamente difícil, devido ao clima do-minante: quente e com grande estressehídrico. Dessa forma, a cobertura pre-dominante é a de campo/pastagem.

A economia regional é de baseagropecuária com características de es-tagnação. No entanto, alguns destaquesdevem ser feitos: em Itaperuna (centroregional), concentram-se atividadesdiversificadas, sobressaindo a indústria delaticínios, a prestação de serviços médi-cos e a consolidação de um parque edu-cacional voltado para o ensino superior;Santo Antônio de Pádua transformou-seem importante núcleo de especializaçãono setor de extração mineral voltado paraa exploração de rochas ornamentais,cujas características se aproximam da de-finição de Arranjo Produtivo Local (APL).Esta região sofre influência do APL daCerâmica Vermelha de Campos doGoytacazes (São Fidélis, CardosoMoreira, Italva, Bom Jesus do Itabapoanae Itaperuna) e da Fruticultura (São Fidélise Cardoso Moreira).

Itaperuna - RJFoto: Carlos Saraça

Carlos Eduardo Saraça, geógrafo e coordenador da COAPRE, Ione Salomão Rahy, geógrafa, da equipe da COEP, MarcosAntonio Santos, geógrafo, da equipe da COGEC e Marta Bebianno Costa, socióloga, da equipe da COGEC são técnicos daFundação CIDE e Waldir Rugero Peres, geógrafo, superintendente de Gestão da Agência Metropolitana de TransportesUrbanos.

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Foto: TurisRio

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xpansão da metrópole do Rio de Janeiro – um novo padrão deurbanização?É amplamente conhecido, hoje, que as grandes metrópoles brasileiras,em especial São Paulo e Rio de Janeiro, deixaram de apresentar aquelas

altas taxas de crescimento populacional, uma das características principais da urba-nização brasileira desde a década de 60. Houve, conforme os Censos de 1991 e2000 do IBGE, uma nítida mudança da distribuição do aumento populacional, tantono entorno imediato, ou seja, na própria Região Metropolitana, como também nomais distante, que se pode chamar de área perimetropolitana. (Randolph 2005).

Distribuição espacial doDistribuição espacial doDistribuição espacial doDistribuição espacial doDistribuição espacial docrescimento populacional dentrocrescimento populacional dentrocrescimento populacional dentrocrescimento populacional dentrocrescimento populacional dentroe fora da Re fora da Re fora da Re fora da Re fora da Região Metropolitanaegião Metropolitanaegião Metropolitanaegião Metropolitanaegião Metropolitana

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Vista aérea dePetrópolis

(Quitandinha)

Foto:Arquivo

Fundação CIDE

Por Dr. Rainer Randolph

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Essa mudança do padrão de distri-buição do crescimento está sendoamplamente discutida no Brasil, naAmérica Latina e também em outrospaíses do mundo. A grande dúvida dosanalistas a respeito desses fenômenosé se a mudança do padrão espacial docrescimento populacional dá origem aum nova forma de urbanização ou sesignifica meramente a extensão dametrópole para áreas mais distantes eamplas. Não vamos entrar neste de-bate no presente trabalho (videRandolph 2003).

Nossa intenção é apresentar algunsdados a respeito do caso da RegiãoMetropolitana e área perimetropolitanado Rio de Janeiro, que possam dar umaidéia a respeito das mudanças referen-tes às taxas de crescimento popula-cional no período entre 1991 e 2000e da distribuição desse crescimentoentre município-núcleo, demais muni-cípios da Região Metropolitana e áreaperimetropolitana. Levanta-se, a partirdaí, a hipótese de que esse novo pa-drão territorial do crescimentopopulacional resulta também em umnovo padrão de urbanização, que foichamado na bibliografia de “contra-ur-banização”.

A verificação (ou não) dessa hipó-tese não pode ser realizada de umamaneira indiferenciada para todos osmunicípios que constituem a área peri-metropolitana do Rio de Janeiro. Paraaprofundar debate e análise focamos,na segunda parte do presente ensaio,o caso do Município de Petrópolis1.Observam-se, para este município, for-ma e área do crescimento populacionalque é expressão e resultado de um

determinado padrão de urbanizaçãonos distritos mais distantes do centro.Partimos do pressuposto de que umcrescimento mais rápido na periferia dePetrópolis não pode ser simplesmen-te entendido como suburbanização;nem no seu sentido clássico (norte-americano) do deslocamento de cer-tas camadas médias da população localpara áreas verdes fora do centro tradi-cional, nem como “sub”urbanização nosentido do deslocamento de popula-ções de menor poder econômico paraáreas (semi-rurais) com infra-estruturaurbana precária, como discutido já por

Limonad (1996) a respeito dos muni-cípios no interior fluminense, na déca-da de 90.

Comparação entre Taxas deCrescimento dentro e fora daRegião Metropolitana do Riode Janeiro

Uma análise do comportamentodos municípios integrantes da RegiãoMetropolitana na Tabela 1 (pág. 30)mostra como a taxa de crescimentoanual (e também a taxa líquida de mi-gração) vai aumentando com a distân-cia do município-núcleo da metrópole.Rio de Janeiro, Niterói, Nilópolis e São

João de Meriti têm até um saldo migra-tório negativo durante a década de 90– apesar de ainda apresentarem umpequeno crescimento anual (menos doque 1%). Há, no outro extremo, aque-les municípios cujo crescimentopopulacional ainda supera 2% ao ano.Esses, com exceção de Japeri e Quei-mados, apresentam também taxas lí-quidas de migração acima de 1% aoano e configuram claramente uma se-gunda periferia dentro da periferia me-tropolitana.

Observa-se na Tabela 2 (pág. 31)que, nas áreas chamadas perimetro-politanas, há, em comparação com osnúmeros da Região Metropolitana e,particularmente, do município do Riode Janeiro da tabela anterior, taxas rela-tivamente altas de crescimento nas duasregiões costeiras, em particular em al-guns municípios da Região dos Lagos:em ambas o crescimento anual da po-pulação entre 1991 e 2000 ultrapassaaté 8% em alguns casos. Uma grandeparte dos municípios situa-se na faixaentre quase 4 a 6 ou 7% ao ano, ouseja, bem superior àquelas encontra-das dentro da Região Metropolitana.

A Região Serrana na sua totalidadetem um desempenho pior do que aRegião Metropolitana, mas alguns mu-nicípios mostram taxas de crescimen-to e deslocamento moderadas acimada média estadual. As taxas, aqui, nãosão tão altas assim como se observana Tabela 2: em geral ficam entre 2 a2,5 %. Petrópolis e Teresópolis, doiscentros importantes dessa região, nãochegam a alcançar 2%.

Notando, assim e ainda sem mui-to aprofundamento, os movimentosda população carioca e fluminense nadécada de 90 (e aqueles que vieramde fora do Estado), parece que o cres-cimento populacional – como uma pri-meira e precária aproximação do pro-cesso de urbanização – aponta paraum novo padrão territorial da ocupa-

1 Esse trabalho é um dos resultados deuma pesquisa financiada por CNPq,CAPES e FAPERJ sobre “Novas Formasde Urbanização em Áreas Perimetro-politanas”, realizada no LaboratórioOficina Redes&Espaço – LabORE – doInstituto de Pesquisa e PlanejamentoUrbano e Regional da UFRJ e coorde-nada pelo autor.

A Região Serranana sua totalidadetem um desem-penho pior doque a RegiãoMetropolitana,mas alguns muni-cípios mostramtaxas de cresci-mento e desloca-mento modera-dos acima damédia estadual.

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Tabela 1

Regiões de governoTaxa média

Taxa líquida de Taxa de crescimentoe municípios

geométrica de migração (%) vegetativo (%)crescimento anual (%)

Estado 1,30 0,19 1,11

Região Metropolitana 1,12 0,06 1,06

Nilópolis -0,31 -1,41 1,10

São João de Meriti 0,60 -0,85 1,46

Niterói 0,58 -0,27 0,85

Rio de Janeiro 0,74 -0,13 0,87

Duque de Caxias 1,67 0,12 1,56

Paracambi 1,18 0,13 1,05

Tanguá 1,27 0,13 1,15

São Gonçalo 1,49 0,28 1,21

Nova Iguaçu 1,97 0,57 1,40

Belford Roxo 2,09 0,65 1,44

Japeri 2,67 0,77 1,90

Queimados 2,37 0,85 1,51

Magé 2,57 1,01 1,56

Itaboraí 3,34 1,74 1,60

Seropédica 2,48 1,74 0,73

Guapimirim 3,44 1,80 1,64

ção urbana; há um deslocamento paraáreas urbanas periféricas, tanto no in-terior, como – e mais acentuadamen-te – na franja da Região Metropolitana.

Sem querer – e poder – aprofun-dar a análise a respeito desses dados,pode-se imaginar que estejamos dian-te de um processo de “contra-urbani-zação” que pode ser definido, segun-do Lindgren (2002: 4), como uma “for-ma particular de dispersão da popula-ção”: a desconcentração é um dos pro-cessos que está na sua base. Essa con-tra-urbanização se distinguiria da subur-banização por significar uma dispersãoa longa distância. Ela não só envolveriaum deslocamento populacional a maio-res distâncias, mas também no interiordo sistema urbano, da maior cidade a

cidades menores (de alto para baixona hierarquia urbana). Neste sentido,contra-urbanização acontece a um ní-vel intermediário entre movimentos demigração locais e a redistribuição de po-pulação entre (macro) regiões. Em con-dições territoriais, contra-urbanizaçãopode ser entendida como a divisãoentre localidades urbanas e rurais. Estamigração não significa que a populaçãoperde suas ligações e laços com a cida-de-núcleo (metrópole); pelo contrá-rio, seu deslocamento representa umaintensificação e interação contínua en-tre as localidades envolvidas e umamaior expansão das estruturas socio-espaciais que ainda incluem sem igual(ou similar/familiar) significados socio-culturais e padrões.

Um Novo Padrão de Urbani-zação? A Distribuição doCrescimento Populacionalentre Áreas Urbana e Ruralno Município de Petrópolis

Apesar de que, como vimos antes,no Município de Petrópolis não se ob-servam maiores taxas de crescimentopopulacional ou de migração líquida, ainvestigação desse caso parece interes-sante e instigante por oferecer um con-junto de fenômenos que o tornam úni-co e talvez paradigmático entre os de-mais municípios do universo maior dainvestigação da área perimetropolitanado Rio de Janeiro.

Para iniciar a discussão sobre o casode Petrópolis, recorremos a um estu-do de La Rovere e Carvalho (2006)

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Fonte: Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE.

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que apresenta, em número recentedessa revista, no contexto de uma pre-ocupação sobre o papel das instituiçõesno desenvolvimento local, estrutura eevolução econômicas dos Municípiosde Petrópolis e Teresópolis, que sãoresponsáveis por cerca de 62% doProduto Interno Bruto da Região Serra-na do Estado do Rio de Janeiro.

Em relação ao caso que nos inte-ressa aqui, La Rovere e Carvalho(2006: 33) apontam as seguintes ca-racterísticas econômicas: a maior parte

dos empregos em Petrópolis está con-centrada nos setores de comércio eserviços que são responsáveis poraproximadamente 64 % do empregototal (Tabela 3, pág. 32).

Uma análise desagregada dos da-dos sobre as atividades econômicas,feita a partir da Relação Anual de Infor-mações Sociais (Rais) do Ministério doTrabalho, mostra que “há uma clarapredominância das atividades ligadas aoturismo (alojamento e alimentação) nosetor de serviços. As principais voca-

ções econômicas de Petrópolis no se-tor industrial são a fabricação de pro-dutos alimentícios e bebidas, têxteis econfecções e máquinas e equipamen-tos”. (La Rovere, Carvalho 2006: 33)

As atividades que empregam me-nos pessoas são as da IndústriaExtrativa Mineral e da Agropecuária;queremos chamar a atenção especial-mente para este último setor, queresponde por apenas 827 emprega-dos ou 1,5 % do total dos empregosno município.

Fonte: Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE.* Observação: nossa regionalização inclui alguns municípios da Região Centro-Sul Fluminense.

Tabela 2

Regiões de governoTaxa média

Taxa líquida de Taxa de crescimentoe municípios

geométrica de migração (%) vegetativo (%)crescimento anual (%)

Estado 1,30 0,19 1,11Região Serrana* 1,01 -0,13 1,14Petrópolis 1,28 0,21 1,08São José do Vale do Rio Preto 2,47 0,97 1,50Teresópolis 1,51 0,09 1,42Areal 2,08 0,43 1,65Miguel Pereira 2,32 1,32 1,00Paty do Alferes 1,87 0,44 1,43Região dos Lagos 4,31 2,83 1,48Araruama 3,83 2,23 1,61Armação dos Búzios 8,68 6,43 2,25Arraial do Cabo 2,06 0,73 1,34Cabo Frio 5,81 3,84 1,96Cachoeiras de Macacu 2,12 1,04 1,07Casimiro de Abreu 3,94 1,85 2,09Iguaba Grande 7,20 6,24 0,95Maricá 5,71 4,49 1,22Rio das Ostras 8,02 6,55 1,47São Pedro da Aldeia 4,54 2,85 1,69Saquarema 3,68 2,47 1,21Região da Costa Verde 3,47 1,48 1,99Angra dos Reis 3,76 1,85 1,91Itaguaí 3,40 0,99 2,41Mangaratiba 3,72 2,35 1,37Parati 2,37 0,67 1,70

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2 O distrito de Cascatinha abrange tam-bém áreas mais distantes do centro,como, por exemplo, o bairro de Araras;não podemos aqui considerar essas di-ferenciações.

Em princípio, essa baixa participa-ção do setor agropecuário não seriamuito surpreendente, quando se pen-sa em Petrópolis como município devocação turística, como os dados men-cionados anteriormente sugerem. Masa comparação desses dados recentessobre o emprego com dadoscensitários a respeito do crescimentopopulacional em determinadas áreasdo município indica fenômenos quenão parecem de tão fácil compreen-são. Pois, à primeira vista contradito-riamente, esse baixo nível de empre-go agrícola está acompanhado por umexpressivo crescimento populacionalem algumas áreas rurais dos distritosmais distantes da sede do município.

Em relação à população total domunicípio, o aumento em Petrópolisfoi de 1,28% ao ano no período en-tre 1991 e 2000; com isto, situa-seligeiramente abaixo do crescimentopopulacional do Estado do Rio de Ja-neiro (1,30% ao ano), mas superiorao crescimento na própria Região Ser-rana (1,01% ao ano) e bem superiorao do município do Rio de Janeiro, queficou em 0,74% ao ano (dados doIBGE; vide Tabela 2, pág. 31).

Quando se desagregam essesdados para os cinco distritos e se in-troduz uma diferenciação entre po-

pulação urbana e população rural,obtém-se a Tabela 4, pág. 33, comdados tanto dos Censos 1991 e2000 do IBGE (FIBGE 2002), comotambém da Contagem de Populaçãodo IBGE, de 1996.

No período de 1991 a 2000, ocrescimento da população nos distri-tos do centro (sede) e na sua vizinhan-ça imediata (Cascatinha2 ) está abaixodo crescimento dos três distritos maisdistantes. Entre os demais distritos, des-taca-se Itaipava, com um aumentopopulacional com mais de 4% ao anono período em pauta.

Mas o que merece nossa especialatenção é a diferenciação do crescimen-to entre a população que se localiza ereside dentro do perímetro urbano e apopulação que reside em área rural.Nos distritos 3, 4 e 5, o aumento dapopulação rural supera o da populaçãourbana; ou ainda, em Itaipava e Pedrodo Rio, houve uma ligeira redução dapopulação urbana e taxas expressivasde crescimento da população rural. Nocaso de Itaipava, o altíssimo valor decrescimento de 47 % ao ano deve-se,em parte, ao reduzido número de 195

pessoas que, conforme o censo, mo-raram na zona rural daquele distrito em1991. Mas mesmo em termos abso-lutos, um aumento da população ruralem mais de 6.200 pessoas, em noveanos, é surpreendente.

Obviamente, essa nova “populaçãorural” não é composta por agricultoresou pessoas que ganham seu sustentono campo; novamente, podemos re-meter ao trabalho de Limonad (1996),que encontrou essa “população urba-na” morando em área rural, em outrosmunicípios do Estado fluminense, já nadécada de 90.

No caso de Petrópolis, o fenôme-no não pode ser resultado exclusiva-mente do deslocamento da populaçãodentro do próprio município, entre dis-trito-sede e distritos periféricos. Pelaspróprias características turísticas domunicípio e, especialmente, do turis-mo de fim de semana e de segundaresidência da população carioca, o cres-cimento populacional pode ter a ver,entre outras razões, com a transfor-mação dessas segundas em primeirasresidências, como já argumentamosem outra parte (Randolph 2005).

É, portanto, pela própria história domunicípio e pela crescente instalaçãode segundas residências pelas classesmédia e alta cariocas que se pode en-tender esse “paradoxo” do aumentoda população rural sem a presença deatividades agropecuárias significativas.Este processo, que está na própria ori-gem da cidade, sofre uma significativaaceleração com o aprimoramento dasligações entre Rio de Janeiro ePetrópolis e Petrópolis e Juiz de Fora.Na medida em que as rodovias foramsendo melhoradas, culminando na du-plicação da Washington Luís em finaisda década de 70, houve um sensívelmelhoramento da acessibilidade, queincentivou a ocupação de veraneio fun-damentalmente nas áreas próximas àsprincipais rodovias.

Fonte: Fundação CIDE. Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro (2004).

Tabela 3

Atividade Emprego %em Petrópolis

Administração Pública 4.708 9,0

Agropecuária 827 1,5

Comércio 10.982 21,0

Construção Civil 1.543 2,9

Indústria de Transformação 11.391 21,9

Indústria Extrativa Mineral 38 0,1

Serviços 21.046 40,4

Serviços de Utilidade Pública 1.543 2,9

Total 52.078 100,0

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Nota-se, portanto, um padrãobastante heterogêneo dentro do pró-prio município; cada um dos distritos(e em parte bairros) é produto deuma determinada fase de diferentesformas de ocupação – desde o “ve-raneio imperial”, passando por um“período aristocrático” de Itaipava, atécasas menos suntuosas, porém bas-tante confortáveis – de uma certa clas-se média nos dois distritos mais dis-tantes: Pedro do Rio e Posse.

Assim, a ocupação de áreas ru-rais do Município de Petrópolis nosdistritos onde há a maioria de em-preendimentos imobiliários e a im-plantação de loteamentos e condo-mínios em tempos mais recentes,por um lado, e a predominância dossetores e serviços, por outro, nãosignifica nenhuma contradição ouoposição. Ao contrário, uma se ex-plica pela outra quando se compre-

ende o significado dos “espaços delazeres” em suas relações com a pro-dução e reprodução social e suapotencialidade de oferecer uma certa“qualidade” para aqueles que estão vi-vendo no (e querendo “fugir” do) “es-paço quantitativo” das grandes cidadese regiões metropolitanas. A “natureza”– o “campo” – torna-se um elementoconstituinte para essa própria expan-são perimetropolitana que procuraoferecer “soluções” para aqueles quequerem fugir dos problemas que as-solam a metrópole.

Em síntese, não se pode descar-tar a possibilidade de que essas for-mas de ocupação das áreas periféri-cas e rurais do município por segun-das residências não podem dar ori-gem a novas formas de urbanização,à medida que começam a ser ocupa-das permanentemente (Randolph,Gomes 2007).

Dr. Rainer Randolph. Professor Titular do IPPUR / UFRJ e Pesquisador do CNPq.

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FUNDAÇÃO IBGE, Censosdemográficos de 1991 e 2000. Rio deJaneiro: IBGE 1995, 2002.

LA ROVERE, R. L., CARVALHO R.L., Instituições e desenvolvimento localna Região Serrana Fluminense. Revista deEconomia Fluminense, n. 5, setembro de2006, pp. 32-37.

LIMONAD, E. Os lugares da urbani-zação - O caso do interior fluminense. Tesede doutorado, São Paulo: Universidadede São Paulo, 1996.

LINDGREN, U. Counter-urban migrationin the Swedish urban system. Umea (Sweden):CERUM, 2002, Working Paper, 57.

RANDOLPH, R. Utopia burguesa ourevolução urbana? Transformações da or-ganização territorial e novas formas ur-banas em áreas perimetropolitanas doRio de Janeiro. Anais do XI Encontro Na-cional da Associação de Pesquisa e Pós-Graduação em Planejamento Urbanoe Regional – ANPUR - Salvador / Bahia,2005.

RANDOLPH, R., GOMES, P.H.O.Expansão da metrópole e áreas perime-tropolitanas: continuidade ou ruptura? Ocontexto de uma investigação do entor-no do Rio de Janeiro. Anais do XII En-contro Nacional da Associação de Pes-quisa e Pós-Graduação em Planejamen-to Urbano e Regional – ANPUR –Belém, 2007 (em prelo).

Tabela 4

Município tx cresc.a.a. 1991 1996Distritos de Pop. 1991 1996 2000 1991-2000 1996 2000

Petrópolis

SedePetrópolis Total 164.816 169.618 181.638 1,09 0,58 1,73

Petrópolis Urbana 164.816 169.618 181.638 1,09 0,58 1,73

2Cascatinha Total 56.937 63.419 61.939 0,94 2,18 -0,59

Cascatinha Urbana 56.937 63.419 61.939 0,94 2,18 -0,59

Itaipava Total 13.088 14.261 18.862 4,14 1,73 7,24

3 Itaipava Urbana 12.893 13.998 12.436 -0,40 1,66 -2,91

Itaipava Rural 195 263 6.426 47,45 6,17 122,33

Pedro do Rio Total 12.572 14.085 14.549 1,64 2,30 0,81

4 Pedro do Rio Urbana 8.063 9.634 7.824 -0,33 3,62 -5,07

Pedro do Rio Rural 4.509 4.451 6.725 4,54 -0,26 10,87

Posse Total 8.055 8.286 9.549 1,91 0,57 3,61

5 Posse Urbana 6.371 6.700 6.834 0,78 1,01 0,50

Posse Rural 1.684 1.586 2.715 5,45 -1,19 14,38

FIBGE: Censos de 1991 e 2000 e Contagem de População de 1996

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Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – COMPERJ, que será instala-do no Município de Itaboraí, é o principal empreendimento industrialdas últimas décadas no Brasil e representa o maior investimento inte-grado de refino e petroquímica, com inversões previstas de US$ 8,3

bilhões. Esse projeto transformará o perfil socioeconômico da região e ajudará aconsolidar o Estado do Rio de Janeiro como grande concentrador de oportunidadesde negócios.

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Por Victor Manuel Martins Pais

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sEstima-se que o país deverá eco-nomizar mais de US$ 2 bilhões porano, pois teremos um aumento dacapacidade nacional de refino de pe-tróleos pesados, a redução da impor-tação de derivados, como a nafta, ea exportação de produtos petro-químicos, que passarão a ser produzi-dos no COMPERJ. Para se ter umaidéia, hoje o Brasil consome aproxi-madamente dez milhões de toneladasde nafta e precisa importar cerca de30% desse volume. O restante é aten-dido pela produção das refinarias daPetrobras.

Desenvolvido pela Petrobras, coma participação do Grupo Ultra e do Ban-co Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES), oCOMPERJ gerará mais de 200 milempregos diretos, indiretos e por “efei-to-renda”, todos em escala nacional.

Para atender a essa demanda, aPetrobras, em parceria com as Prefei-turas, vai implantar Centros deIntegração em todos os municípios doentorno do Complexo Petroquímico(Itaboraí, São Gonçalo, Cachoeiras deMacacu, Casimiro de Abreu,Guapimirim, Niterói, Maricá, Magé, RioBonito, Silva Jardim e Tanguá). O ob-jetivo é capacitar cerca de 30 mil pro-fissionais da região, em 78 tipos decursos gratuitos. Desse total, 78%serão de nível básico, 21% de níveltécnico e 1% de nível superior.

Mas caberá a essas cidades mon-tar a melhor estrutura para seduzir aschamadas indústrias de 3ª geração, queserão atraídas pelo Complexo e insta-ladas nos municípios vizinhos e ao lon-go do arco rodoviário, que ligaráItaboraí ao Porto de Itaguaí. Nessesentido, a construção do arco rodoviá-rio será de importância vital para a via-bilidade desse crescimento porqueessa obra assegura um melhor apro-veitamento da logística já existente daPetrobras, mais competitividade para

a cadeia produtiva e maior inclusão so-cial, já que proporcionará benefícios paraum número maior de habitantes e mu-nicípios.

As indústrias de 3ª geração serãoresponsáveis por transformar os pro-dutos petroquímicos do COMPERJ embens de consumo, tais como copos esacos plásticos, além de componen-tes para as indústrias montadoras deautomóveis e linha branca, como

eletrodomésticos. A expectativa é deque todas as cidades próximas setransformem em principais pólos pro-dutores para o país. A instalação doComplexo envolve também aumen-to de receita nas regiões abrangidas,através do IPTU e do ICMS, além doacréscimo do Produto Interno Bruto(PIB) na renda per capita.

Essa articulação já começou a serfeita, por meio da criação do Consór-cio Intermunicipal para o Desenvolvi-mento do Leste Fluminense –Conleste. O objetivo é implementarprojetos do interesse de todos os mu-nicípios para gerar soluções em con-

junto e não individualizadas. Dessa for-ma, é possível promover o crescimen-to integrado e planejar as melhorespolíticas públicas para os diversos as-suntos, como meio ambiente, sanea-mento, saúde e transporte regional.

A decisão de implantar o Comple-xo no Rio de Janeiro foi fundamentadaem estudos preliminares dos aspectostécnicos, econômicos, ambientais esociais, de modo a permitir a viabilida-de do empreendimento ao longo dosanos. A existência de área disponívelpara uma já prevista expansão do Com-plexo também foi um dos fatorescondicionantes para a escolha.

O Município de Itaboraí foi selecio-nado por dispor de infra-estruturalogística adequada por sua proximida-de dos Portos de Itaguaí (103 km) eRio de Janeiro, dos terminais de Angrados Reis (157 km), Ilhas d’Água e Re-donda (30 km) e por ser atendido porrodovias e ferrovias, além das sinergiascom a REDUC (50 km), com as plan-tas petroquímicas da Rio Polímeros eda Suzano (50 km) e com o Centrode Pesquisas e DesenvolvimentoLeopoldo Américo Miguez de Mello -CENPES (38 km), detentor datecnologia de FCC Petroquímico ouCraqueamento Catalítico Fluido, que éo grande salto tecnológico desse em-preendimento.

O FCC Petroquímico é umatecnologia própria, assim como foi ade produção em águas profundas.Nenhuma outra empresa do mundodetém essa técnica. Como o Brasilpossui petróleo pesado em abundân-cia, há muito tempo a Petrobras au-menta a pesquisa nessa área. Para isso,foram feitos testes de produção indus-trial nas refinarias, no CENPES e noParque Tecnológico da SIX, em SãoMateus do Sul, no Paraná.

Por isso, além de transformar, nospróximos cinco anos, a vida da popula-ção local, bem como a economia nacio-

... a Petrobras, emparceria com asPrefeituras, vaiimplantar Centros deIntegração em todosos municípios doentorno do ComplexoPetroquímico(Itaboraí, São Gonça-lo, Cachoeiras deMacacu, Casimiro deAbreu, Guapimirim,Niterói, Maricá,Magé, Rio Bonito,Silva Jardim eTanguá).

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nal, o COMPERJ reafirma a expertisetecnológica da Petrobras, capaz deunir, em um mesmo projeto, refina-ria, central petroquímica e segunda ge-ração, para processar o petróleo pe-sado nacional e produzir, no Brasil, osinsumos petroquímicos atualmenteimportados. Isso porque esse pro-cesso tecnológico permite obter gran-des volumes de propeno, eteno earomáticos, que são matérias-primaspetroquímicas, ao contrário do queacontece em uma refinaria conven-cional, em que são produzidos gran-des volumes de gasolina, diesel e GLP.

O Complexo terá capacidade paraprocessar 150 mil barris/dia de óleopesado nacional. Em uma mesma plan-ta industrial, sua estrutura será forma-da por uma Unidade de Refino e 1ªgeração (Unidade Petroquímica Básica- UPB) para produção de petro-químicos básicos, como eteno (1,3milhão de toneladas/ano), propeno(880 mil toneladas/ano), benzeno (600mil toneladas/ano) e paraxileno (700mil toneladas/ano), além de um con-

junto de unidades de 2ª geração (Uni-dades Petroquímicas Associadas -UPAs) que vai transformar esses pro-dutos básicos em produtos petro-

químicos como estireno (500 mil to-neladas/ano), etileno-glicol (600 miltoneladas/ano), polietileno (800 miltoneladas/ano), polipropileno (850 miltoneladas/ano) e PTA/PET (500 mil/600 mil toneladas/ano). Haverá aindauma Central de Utilidades (UTIL) res-ponsável pelo fornecimento de água,vapor e energia elétrica necessáriospara a operação de todo o Complexo.

O COMPERJ criará mercado localpara um petróleo que hoje é exporta-do com preços inferiores ao Brent e

Victor Manuel Martins Pais é Gerente Geral do COMPERJ

demandará, só na UPB, mais de cincomil itens de equipamentos para a in-dústria de bens de capital, do Brasil edo exterior. É necessário pensar esseprojeto como alavancador de todos ossetores da economia.

Do ponto de vista da indústriapetroquímica brasileira, dadas as con-dições do cenário atual - falta de dispo-nibilidade de matéria-prima competiti-va, participação crescente de utilizaçãode matéria-prima importada, perspec-tiva de aumento do déficit comercial ecarência de alternativas de expansão,que limita a capacidade existente de re-investimento -, prevêem-se dificulda-des para expansões significativas decapacidade dos pólos existentes.

Este cenário indica a necessidadede busca de soluções alternativas parao crescimento da petroquímica brasi-leira. Por isso, a implantação do novoComplexo Petroquímico Integrado,conforme concebido, oferece umaoportunidade atrativa de crescimentosustentado e representa a retomada daPetrobras no setor petroquímico.

Mapa do Arco Rodoviário Foto: Arquivo Fundação CIDE

Este cenário indicaa necessidade debusca de soluçõesalternativas parao crescimento dapetroquímicabrasileira.

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SIMAPSIMAPSIMAPSIMAPSIMAP:::::Uma FUma FUma FUma FUma Ferramenta de Gestão deerramenta de Gestão deerramenta de Gestão deerramenta de Gestão deerramenta de Gestão dePPPPProgramas e rogramas e rogramas e rogramas e rogramas e PPPPProjetos Públicosrojetos Públicosrojetos Públicosrojetos Públicosrojetos Públicos

o final da década de 90, em visita a obras do Programa PROSANEAR, oentão presidente do Banco Mundial (BIRD), James D. Wolfensohn, nãoconseguiu obter respostas precisas a seus questionamentos sobre osbenefícios das transformações físicas advindos do programa e que po-

diam ser facilmente observadas. Faltava aos gestores daquele programa uma siste-matização de métodos e parâmetros que medissem objetivamente seus efeitos.Esta foi a "deixa" para que os representantes do governo do Estado do Rio deJaneiro solicitassem uma doação de recursos que, atendida em 1999, proporcionouo desenvolvimento do Projeto SIMAP - Sistema de Monitoramento e Avaliação deImpactos Físicos, Econômicos, Sociais e de Saúde dos projetos de infra-estruturaurbana básica sobre a população de baixa renda no Estado.

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Por Daniel Sasson

Reformas nasestações ferroviárias

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A deficiência no acompanhamen-to não era privilégio desse programa.As instituições que financiam e imple-mentam projetos desse gênero, en-tre elas o Banco Mundial, se ressen-tem da não existência de instrumentosadequados de monitoramento e avali-ação dos projetos e programas públi-cos. A efetividade e os impactos reaisdesses programas quase nunca sãoconhecidos, não permitindo uma ava-liação crítica dos novos investimentosdo setor público.

Assim, o principal desafio residiana elaboração de um sistema quefosse capaz de medir impactos deprogramas. Isto significava que, dife-rentemente de outras formas deacompanhamento, a visão principalnão era a medição do avanço dasobras ou a correta e eficientealocação dos recursos financeiros,mas a medição das transformaçõesimportantes previstas para as comu-nidades carentes.

Em levantamento realizado em2001 pelo próprio BIRD, o númerode programas e projetos que incor-poravam procedimentos de avaliação

de impactos variava de 5 a 10% do to-tal de projetos financiados. Dentre es-tes, ocorria um alto percentual de pro-jetos com planos inadequados demonitoramento e avaliação (cerca de60%). E, ainda, esta performance varia-va de acordo com as regiões de atendi-mento do Banco e, também, de acor-do com o setor. O de infra-estruturaapresentava a pior performance.

A Fundação CIDE assumiu a res-ponsabilidade do desenvolvimento dosistema, contratando um consórcio deempresas formado pela Booz Hamil-ton e Logos Engenharia. Vale observarque a seleção destas consultorias (feitade acordo com os critérios do Banco)mostra, pela sua própria especialidade,que o foco principal deveria ser nasquestões gerenciais.

Tomando como base o estudo dealguns programas e projetos de infra-estrutura em andamento, a construçãodo sistema teve como ponto de partidaa constatação de que persistiam algunsprocedimentos insatisfatórios:

• Falta de definição clara de objeti-vos e metas;

• Planejamento ineficaz;

• Falta de entendimento das ne-cessidades do usuário;

• Falta de definição clara de de-composição de atividades;

• Falta de suporte organizacional;• Problemas de comunicação;• Falta de acompanhamento regular;• Falta de decisões tempestivas

para superar dificuldades.Dessa forma, sua estrutura con-

templa todas as etapas de um projeto:desde a formulação das idéias iniciais, aseleção das áreas prioritárias e a defini-ção das etapas e seus responsáveis atéa elaboração de um conjunto de indica-dores para acompanhamento (moni-toramento) e avaliação dos resultados(efeitos do programa/projeto).

Na etapa final, que é a de monito-ramento e avaliação dos programas,foram definidos conjuntos de indica-dores em forma de árvores, com qua-tro níveis: critérios, dimensões, aspec-tos e indicadores.

Nessa formulação, a eficiência foidefinida como o critério básico demonitoramento de programas e pro-jetos. Para programas de infra-estrutu-ra, foi definida a seguinte árvore.

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Critério

Eficiência na alocaçãode recursos

Dimensões

Controle do cronograma

Controle do orçamento

Verificação do escopo

Entrega dos produtos

Aspectos

Início de atividades no prazo

Término de atividades no prazo

Variação das despesas

Composição das despesas

Avanço das obras de engenharia civil

Avanço das atividades de desenvolvi-mento comunitário e institucional

Obras de engenharia civil

Atividades de desenvolvimentocomunitário

Atividades de desenvolvimentoinstitucional

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Para avaliação dos programas,foram definidos como critérios bá-sicos a eficácia e a efetividade.

Para todos os indicadores (o ní-vel seguinte nas árvores acima), fo-ram definidas fontes de dados, quepoderiam ser registros administra-tivos ou levantamentos de campo(com metodologia e questionáriossugeridos pelo SIMAP). Tambémvale observar que as árvores defi-nidas referiam-se a programas de

infra-estrutura, mas a utilização doSIMAP em outras modalidades deprograma depende basicamente dadefinição de novas dimensões, as-pectos e indicadores.

Para o gerenciamento do SIMAP,foi desenvolvido um sistema infor-matizado com uma base de dadosSQL para funcionamento em rede. Asestações acessam remotamente abase principal onde ficam armazena-das as informações dos programas.

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Uma preocupação marcantedurante a elaboração do SIMAP foicom a sua implantação. Os proje-tos/programas devem ter uma lin-guagem comum e uniforme em suaestruturação, de modo que umaampla gama de setores seja incor-porada pelo sistema.

Isto determina uma "mudançade cultura de gestão". Os gestorespassariam a utilizar o SIMAP comouma ferramenta para nortear no-

Critério

Dimensões

Eficácia na obtenção deresultados esperados

Aspectos

Ampliação do acesso aserviços de infra-estrutura

Sustentabilidade do acesso aserviços de infra-estrutura

Atendimento à demanda

Ampliação do atendimento àdemanda dentro de padrões mínimos

de adequação

Ampliação do atendimento àdemanda dentro de padrões

desejáveis de adequação

Política de cobrança de tarifas earrecadação de tributos

Qualidade dos serviços

Satisfação dos usuários

Critério

Dimensões

Efetividade na obtenção deefeitos e impactos desejáveis

Aspectos

Melhoria das condições devida da população-alvo

Redução da mortalidade precoce

Combate à pobreza e àdesigualdade social

Atendimento a necessidadeshabitacionais

Ampliação da escolaridade

Ampliação das oportunidades deemprego e de geração de renda

Redução da pobreza

Redução da vulnerabilidade à pobreza

Redução da desigualdade socialpor sexo

Redução da desigualdade socialpor raça

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APvas ações para as comunidades de

baixa renda.Para isso, seriam fundamentais

programas de capacitação (com con-teúdos e metodologias já previstos),bem como a participação do gover-no, assumindo o SIMAP como prio-ridade, formalizando Grupos deGestão do SIMAP e criando um Gru-po de Suporte na Secretaria de Pla-nejamento e Gestão ou de Governo.Também foi proposta a criação de ins-trumentos legais para institucionalização,nomeações e normalizações.

De toda forma, a implantaçãodo SIMAP deve ser gradativa e exi-ge certos requisitos:

• Definição de indicadores mí-nimos e obrigatórios para a imple-mentação - indicadores de risco oucrise, que poderão ser ampliados;

• Utilização de indicadores co-muns para projetos com o mesmoobjetivo;

• Aplicação do SIMAP, desde aconcepção até a avaliação de umprojeto piloto;

• Ampliação da infra-estrutura erecursos de Tecnologia da Informa-ção para a Fundação CIDE hospe-dar o SIMAP;

• Participação de outras Secre-tarias Estaduais para alavancar o usodo SIMAP, especialmente a SEPLAG

(Secretaria de Estado de Planeja-mento e Gestão, à qual o CIDEestá, agora, vinculado).

Todas estas propostas foramapresentadas com a publicação domanual de utilização do sistema,que inclui:

• Manual de Uti l ização doSIMAP;

• Ferramentas de Gestão;• Bibliografias Temáticas;• Plano de Sensibilização e

Capacitação;• Metodologia para Realização

de Pesquisas e Análises;• Manual do Sistema Infor-

matizado.

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Comunidade Barreira do Vasco Foto: Ignácio Ferreira

Daniel Sasson, estatístico, ex-coordenador do Projeto SIMAP na Fundação CIDE.

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Micro e PMicro e PMicro e PMicro e PMicro e Pequenas Empresas doequenas Empresas doequenas Empresas doequenas Empresas doequenas Empresas doEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de Janeiro

RRRRResultados de dezembro de 2006 - SEBRAE/RJesultados de dezembro de 2006 - SEBRAE/RJesultados de dezembro de 2006 - SEBRAE/RJesultados de dezembro de 2006 - SEBRAE/RJesultados de dezembro de 2006 - SEBRAE/RJ

SEBRAE/RJ, motivado pela necessidade de gerar informaçõesconjunturais, estruturais e prospectivas, sobre as micro e pequenas em-presas do Estado do Rio de Janeiro, desenvolveu, em parceria com aFundação Getúlio Vargas, um conjunto inédito de indicadores, denomi-

nado IMPE - Indicadores das Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio deJaneiro, cujo objetivo é prover de informações todos os agentes públicos e/ouprivados que, direta ou indiretamente, apóiam a criação, o crescimento e asustentabilidade deste importante segmento da economia fluminense.

Por Cezar Kirszenblatt, Marcelo Aguiar,Sergio Gustavo da Costae Ronie Lins de Almeida

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Foto:Arquivo SETRAB

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sA pesquisa toma como universoo conjunto de empresas formais em-pregadoras do Estado do Rio de Janei-ro na indústria, comércio e serviços. Apesquisa, dessa forma, não inclui esta-belecimentos com zero empregados,que compreendem um substantivonúmero de profissionais que traba-lham por conta própria (principalmen-te nos segmentos do serviço e co-mércio). Não engloba também osempreendimentos informais.

Os Indicadores das Micro e Pe-quenas Empresas - IMPE são forma-dos por três famílias de indicadores:

• Índices de Desempenho (IDES),de periodicidade mensal;

• Índices de Dinamismo (IDIN),de periodicidade trimestral; e

• Índice de Confiança nos Negó-cios (ICON), de periodicidade tri-mestral.

Os Índices de Desempenho(IDES) permitem o acompanhamen-to do desempenho conjuntural dasmicro e pequenas empresas empre-gadoras, focalizando o faturamento, opessoal ocupado e a massa salarial.Também são apresentados valoresreferenciais que representam a esti-mativa dos valores totais dessas variá-veis, considerando a evolução do nú-mero de micro e pequenas empresasnão empregadoras do Estado.

O Índice de Dinamismo (IDIN)vem a ser uma metodologia desen-volvida pela FGV e SEBRAE-RJ para

avaliar a evolução trimestral de medidasassociadas ao aumento da competiti-vidade nas micro e pequenas empresasempregadoras relacionadas a investi-mentos em máquinas, equipamentos einstalações, capacitação técnico-gerencial, introdução de inovação emprodutos ou processos, introdução deaplicativo de tecnologia da informação,ações de associativismo e ações de res-ponsabilidade social e ambiental.

Finalmente, o Índice de Confiança nosNegócios (ICON) visa a captar a expec-tativa futura das empresas em relação aosresultados dos seus negócios, conside-rando um horizonte de seis meses.

O presente relatório apresenta osresultados do Índice de Desempenho(IDES), para o mês de dezembro de2006, e do Índice de Dinamismo(IDIN) e do Índice de Confiança nosNegócios (ICON) referentes ao 4o tri-mestre de 2006.

Índice de Desempenho (IDES) -Dezembro de 2006

Impacto sobre a economia -Valores referenciais

Os valores referenciais represen-tam a estimativa dos valores totais dasvariáveis pessoal ocupado, emprega-dos, massa salarial e faturamento, con-siderando a evolução do número demicro e pequenas empresas formaisempregadoras do Estado.

A estimativa dos valores referen-ciais leva em consideração os incre-mentos nessas variáveis associados àestimativa do número de micro e pe-quenas empresas empregadoras queiniciaram suas operações no mês dereferência da pesquisa1. Leva tambémem consideração estimativa dos pos-tos de trabalho informais geradospelas empresas.

Nesse contexto, o valor refe-rencial vem a ser o indicador quemelhor representa o impacto da atu-ação das micro e pequenas empre-sas empregadoras sobre a economiado Estado.

Apresentam-se no quadro abaixoas estimativas obtidas para dezembrode 2006.

Os resultados indicam que, em de-zembro de 2006, as micro e peque-nas empresas empregadoras faturaramR$ 4,1 bilhões, ocuparam 1,9 milhõesde pessoas entre sócios e emprega-dos, geraram 18,7 mil novos empre-gos e injetaram na economia, a títulode remuneração a seus empregados,R$ 1,3 bilhões. Verificou-se o cresci-mento das quatro variáveis acompa-nhadas, com destaque para o fatu-ramento, refletindo o movimento dasfestas de fim de ano.

Cabe registrar que, assim como nomês de novembro, a massa salarial dedezembro reflete a grande concentra-ção de pagamentos de 13o salário.

1 Para essas empresas, no caso da massa salarial, foi considerado o salário médio deoutubro, de forma a expurgar o efeito do décimo terceiro salário.

Valores referenciais (R$)

Pessoal ocupado Empregados Massa salarial Faturamento

Novembro-06 1.847.907 1.437.049 1.222.026.498 3.722.191.358

Dezembro-06 1.868.207 1.455.782 1.311.346.530 4.137.992.078

Crescimento 20.300 18.733 89.430.031 415.800.720

Taxa de crescimento 1,1% 1,3% 7,3% 11,2%

Empresas já existentes: 145.271 Novas empresas: 449

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Desempenho das empresas- Índices

Os índices de desempenhomensuram as variações das médiasamostrais estimadas para as variáveispessoal ocupado, massa salarial efaturamento. Este vem a ser o indica-dor que melhor representa a evoluçãodo desempenho das micro e peque-nas empresas empregadoras.

Apresentam-se a seguir os resulta-dos obtidos:

Pessoal ocupadoNo cômputo geral, as micro e pe-

quenas empresas empregadoras doEstado do Rio de Janeiro aumentaramem 0,8% os postos de trabalho nomês de dezembro de 2006, em rela-ção ao mês anterior.

A segmentação dos resultados porregião indica que o crescimento ocor-reu tanto na Região Metropolitana(0,9%) quanto no interior (0,4%).

Quanto à segmentação setorial,verifica-se que o crescimento foi de-corrente do aumento dos postos detrabalho no comércio (1,7% contra0,1% para a indústria e serviços).

Massa salarialO crescimento da massa salarial

das micro e pequenas empresas em-pregadoras do Estado do Rio de Ja-neiro em dezembro de 2006, em re-lação ao mês anterior, foi de 7%. Noentanto, os índices captaram o efeitodo pagamento, total ou parcial, do dé-cimo terceiro salário, realizado pelasempresas neste mês. Nesse contex-to, a comparação com os meses an-teriores fica prejudicada.

Após um ano do cálculo do IDESserá possível realizar comparaçõescom os resultados do mesmo mêsdo exercício anterior, permitindo oisolamento deste e de outros impac-tos de natureza sazonal.

FaturamentoEm dezembro de 2006, o índice

de desempenho apontou um cresci-mento da ordem de 10,8% no fatu-ramento das micro e pequenas em-

presas empregadoras do Estado doRio de Janeiro, em relação ao mêsanterior. Esse resultado reflete o mo-vimento associado às festas de fimde ano.

Pessoal ocupado Índice: Julho de 2006 = 100

Consolidado Nov-06 Dez-06 Variação

Total 101,5 102,3 0,8%

Por região

Metropolitana 101,8 102,8 0,9%

Interior 110,6 101,0 0,4%

Por setor

Indústria 100,0 100,1 0,1%

Comércio 102,1 103,8 1,7%

Serviços 101,4 101,6 0,1%

Massa salarial Índice: Julho de 2006 = 100

Consolidado Nov-06 Dez-06 Variação

Total 149,9 160,3 7,0%

Por Região

Metropolitana 149,3 162,2 8,7%

Interior 152,1 153,2 0,8%

Por Setor

Indústria 149,4 156,0 4,4%

Comércio 151,1 160,8 6,4%

Serviços 148,9 161,2 8,2%

Faturamento Índice: Julho de 2006 = 100

Consolidado Nov-06 Dez-06 Variação

Total 108,6 120,3 10,8%

Por Região

Metropolitana 109,2 121,7 11,4%

Interior 106,4 115,7 8,7%

Por Setor

Indústria 116,9 112,6 -3,7%

Comércio 104,2 118,1 13,3%

Serviços 111,0 124,7 12,3%

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A segmentação dos resultados porregião indica que o melhor resultadofoi obtido na Região Metropolitana(11,4% de crescimento), o que nãoofusca o bom resultado das micro epequenas empresas empregadoras dointerior (8,7% de crescimento).

Quanto à segmentação setorial, re-fletindo a característica sazonal associadaàs festas de fim de ano, o crescimentodo faturamento foi gerado pelo comér-cio (13,3%) e serviços. A indústria apre-sentou queda de 3,7% no faturamento.

Índice de Dinamismo (IDIN) -4o trimestre de 2006

O Índice de Dinamismo - IDIN dasmicro e pequenas empresas emprega-doras do Estado do Rio de Janeiro no4o trimestre de 2006 atingiu 19,2 pon-tos, apresentando um crescimento de6,5% em relação ao 3o trimestre.

A análise dos componentes doIDIN indica que as iniciativas associa-das ao aumento da competitividade demaior incidência no 4o trimestre de2006 relacionaram-se, respectivamen-te, às ações de responsabilidade sociale ambiental, investimentos e inovaçãoem produtos e processos. A iniciativacom menor incidência relacionou-se à

ConceitosProporção

de respostasPeso Pontos

Muito fraco 0,7% 0 0,0

Fraco 5,6% 25 1,4

Razoável 27,8% 50 13,9

Bom 44,9% 75 33,7

Muito bom 21,0% 100 21,0

ICON 100% 69,9

Mínimo: 0 ponto Máximo: 100 pontos

Proporção de

Fator empresas que Ponderação Pontosfizeram pelo

menos uma ação

Investimentos 24,1% 0,2 4,8

Capacitação técnico-gerencial 18,5% 0,2 3,7

Introdução de aplicativos de tecnologia da informação 7,8% 0,2 1,6

Inovação em produtos ou processos 21,7% 0,2 4,3

Ações de responsabilidade social e ambiental 30,5% 0,1 3,0

Ações de associativismo 17,6% 0,1 1,8

IDIN 1,0 19,2

Mínimo: 0 ponto Máximo: 100 pontos

introdução de aplicativos de tecnologiada informação.

Não ocorreram alterações signifi-cativas na composição das ações reali-zadas no trimestre. O maior cresci-mento se deu nas ações de introduçãode aplicativos de tecnologia da infor-mação (4,4 pontos percentuais), se-guido das ações de responsabilidadesocial e ambiental (4,1 pontos percen-

tuais). A maior queda ocorreu nasações de inovação de produtos e pro-cessos (-3,4 pontos percentuais).

Índice de Confiança nosNegócios (ICON) -4o trimestre de 2006

Ao final do 4o trimestre de 2006,as expectativas das micro e peque-nas empresas empregadoras do Es-tado do Rio de Janeiro, em relaçãoaos resultados dos seus negóciosnos próximos seis meses, mostrou-se otimista. O Índice de Confiançanos Negócios - ICON das micro epequenas empresas empregadorasdo Estado do Rio de Janeiro alcan-çou o 69,9 pontos, com um cresci-

Este cenário indica anecessidade de buscade soluções alternati-vas para o crescimen-to da petroquímicabrasileira.

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mento de 3% em relação trimestreanterior.

Fica patente que não ocorrerammudanças significativas nas expecta-tivas das micro e pequenas empre-sas empregadoras do Estado do Riode Janeiro em relação aos resultadosdos seus negócios nos próximos seismeses.

Amostragem

A amostra da pesquisa foi calculadacom base em informações da RAIS-2004 do Ministério do Trabalho, con-siderando os critérios de pessoal ocu-pado, estabelecidos pelo SEBRAE-RJ,para enquadramento de micro e pe-quenas empresas.

Na medida em que a pesquisaconsiste na formação de um painel parao acompanhamento do desempenhoconjuntural das micro e pequenas em-presas do Estado do Rio de Janeiro, naqual a maior parte das variáveis consi-deradas está relacionada ao emprego,optou-se por focalizar apenas as em-presas empregadoras.

Tal decisão visou a prevenir que osresultados referentes à variação do ní-vel de emprego e massa salarial sejamviesados em função de se estar consi-derando, na amostra, um grande con-tingente de empresas, as quais, estru-turalmente, não são empregadoras.

Vale frisar que em pesquisas deacompanhamento conjuntural, orga-nizadas em torno de painéis de em-presas, as mudanças estruturais sãocaptadas quando das revisões dessepainel. Isso vale não só para as em-presas não empregadoras quanto paraempresas que deixam de ser microou pequenas para serem pequenas ougrandes e vice-versa.

Além da decisão pela exclusão dasempresas não empregadoras, foramretiradas da população empresas dossegmentos da construção civil e

intermediação financeira, assim comoalguns segmentos de serviços cuja na-tureza não foi considerada empresarial.

Foi também realizado ajuste pararetirar da base para expansão empre-sas com mais de um estabelecimentoque extrapolam os critérios de pessoalocupado, adotados para enquadramen-to de micro e pequenas empresas.

No caso do IDES, a populaçãoajustada, segmentada segundo o por-te, região e setor, foi utilizada para ocálculo da amostra da pesquisa, consi-derando-se um nível de confiança mí-nimo de 90% e um erro relativo máxi-mo de 10%, e para a posterior expan-são dos resultados. No caso do IDINe do ICON, a mesma população foi

Metodologia

Segmentação por região

Quadro dos ajustes realizados na população total Estabele-cimentos

RAIS - Micro e pequenas empresas 447.994

Empresas não empregadoras (cadastro negativo) (247.106)

Grupo: Intermediação Financeira

Grupo: Adm. Pública, Defesa e Seguridade Social

Grupo: Atividades Associativas (44.528)

Condomínios prediais

Atividades de Correio Nacional

População considerada para a geração da amostra 156.360Ajuste para empresas com mais de umestabelecimento, extrapolando o limite de (19.663)pessoal ocupado para enquadramento demicro e pequenas empresas

Base para expansão 136.697

Região 2 (Interior)Demais municípios do Estado do Rio de Janeiro

Região 1 (Metropolitana)Belford Roxo, Duque de Caxias,Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri,Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis,Niterói, Nova Iguaçu, Paracambí,Queimados, Rio Bonito, Rio de Janeiro,São Gonçalo, São João de Meriti,Seropédica e Tanguá.

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Cezar Kirszenblatt - Gerente da Áreade Estratégias e Diretrizes - SEBRAE/RJMarcelo Aguiar - Gestor do ProgramaEstudo e Pesquisas/ Área de Estratégiase Diretrizes - SEBRAE/RJSergio Gustavo da Costa - Coordena-dor de Projetos - FGVRonie Lins de Almeida - Coordenadorde Projetos - FGV

segmentada apenas por porte, consi-derando-se também um nível de con-fiança mínimo de 90% e um erro re-lativo máximo de 10%.

Para garantir a consistência do pai-nel, quando de sua formação, foi con-firmado o enquadramento da empre-sa como micro ou pequena levando-se em consideração o pessoal ocupa-do (empregados e sócios) e ofaturamento, segundo os critérios es-tabelecidos pelo SEBRAE. Empresasque não se enquadraram foram retira-das do painel.2

Expansão das MédiasAmostrais para Cálculo dosValores Referenciais do IDES

A partir das médias amostrais esti-madas para a variável pessoal ocupa-do (sócios e empregados), massa sa-larial e faturamento, são calculados va-lores referenciais iniciais, consideran-do a população utilizada para aamostragem (RAIS 2004).

Com o objetivo de captar os efei-tos da criação de novas empresas,os valores referenciais iniciais sãoajustados com base em estimativada variação mensal do estoque deempresas em atividade (novas me-nos extintas)3.

Finalmente, no que diz respeito aosvalores referenciais para o pessoal ocu-pado e massa salarial, inclui-se, no nú-mero de empregados, estimativa dosempregos informais gerados pelasmicro e pequenas empresas emprega-doras do Estado, com base em estatís-

ticas referentes à proporção de empre-gos sem carteira, publicadas pela Pesqui-sa Mensal do Emprego do IBGE4.

Fórmula de Cálculo do DIN

O IDIN corresponde à média pon-derada das proporções de empresasque registraram a ocorrência de pelomenos uma iniciativa associada aos fa-

2 Na ocorrência de ambigüidade de classificação entre micro e pequenas empresas,segundo os critérios de pessoal ocupado e faturamento, prevaleceu o último, semprejuízo da estrutura da amostra.3 Com base em informações da RAIS 2005 e da JUCERJA, considera-se o estoque deempresas ao final do mês anterior ao mês de referência da pesquisa. Estima-se aproporção das novas empresas que se enquadram na categoria de micro e pequenasempresas empregadoras, a partir da população utilizada para a amostragem (RAIS2004). Considera-se que as empresas criadas têm apenas um estabelecimento.4 Média entre agosto de 2004 e julho de 2005 para a Região Metropolitana doEstado do Rio de Janeiro.

tores considerados, adotando-se asponderações no quadro 1 abaixo.

Fórmula de Cálculo do ICON

O ICON corresponde à médiaponderada das proporções de res-postas para os conceitos considera-dos, adotando-se os pesos no qua-dro 2 abaixo.

Fatores que consideram açõesiniciadas no trimestre Ponderação

Investimentos 0,2

Capacitação técnico-gerencial 0,2

Introdução de aplicativos de tecnologia da informação 0,2

Inovação em produtos ou processos 0,2Fatores que consideram açõesrealizadas no trimestre

Ações de responsabilidade social e ambiental 0,1

Ações de associativismo 0,1

Total 1

Quadro 1

Quadro 2

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Muito fraco 0

Fraco 25

Razoável 50

Bom 75

Muito bom 100

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ste texto tem como finalidade apresentar os resultados da PesquisaAnual de Comércio do IBGE, referentes ao ano de 2004, com informa-ções sobre a estrutura produtiva do segmento do comércio no Estadodo Rio de Janeiro.

A pesquisa estimou, em 2004, cerca de 93 945 estabelecimentos dedicados àrevenda de mercadorias, que auferiram R$ 76,1 bilhões de receita bruta e, em31/12/2004, ocuparam 654,6 mil pessoas. O total de salários e outras remunera-ções pagas foi de R$ 4,9 bilhões.

Espe

cial

O perfil do comércio doO perfil do comércio doO perfil do comércio doO perfil do comércio doO perfil do comércio doEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de Janeiro

pela ótica da Ppela ótica da Ppela ótica da Ppela ótica da Ppela ótica da Pesquisa Anualesquisa Anualesquisa Anualesquisa Anualesquisa Anualde Comércio no ano de 2004de Comércio no ano de 2004de Comércio no ano de 2004de Comércio no ano de 2004de Comércio no ano de 2004

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Por Armando de Souza Filho

Centro de NovaFriburgo

Foto:Arquivo SECOM

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oEm comparação com o ano de2003, o setor de comércio do Esta-do apresentou, em 2004, resultadosfavoráveis. Neste período registrou-se, em termos reais, crescimento de(9,5%) na receita bruta de revenda,13,7% nos salários e remuneraçõespagas, 16,3% na margem de comer-cialização e de 7,1% na contrataçãodo pessoal ocupado.

Na estrutura do setor comercialobserva-se predominância das empre-sas varejistas em termos de númerode estabelecimentos (82,6% do to-tal), de empregos gerados (78,4%),salários e outras remunerações pagas(64,4%) e de receita bruta de reven-da (50,8%).

Com relação ao comércio ataca-dista, constata-se que, com apenas9,7% do total dos estabelecimentos,o setor foi responsável por 37,6%da receita bruta de revenda do co-mércio estadual. No tocante aos sa-lários, respondeu por 28,1% do to-tal, ocupando aproximadamente 95mil pessoas, ou seja, 14,5% de todoo pessoal ocupado.

As empresas do segmento co-mércio de veículos, peças e motoci-cletas foram estimadas em 7,1 mil(7,6% do total) e pagaram 7,4% do

total das remunerações a 46,2 mil pes-soas. Em termos de receita bruta derevenda, as empresas desse segmentogeraram R$ 8,7 bilhões, isto é, 11,4%do total.

Análise SetorialComércio varejistaComércio varejistaComércio varejistaComércio varejistaComércio varejista

Para o setor do comércio varejis-ta, observa-se que o segmento hipere supermercados apresentou a melhorperformance, pois, representandoapenas 0,9% das empresas, respon-deu por 31,6% da receita bruta de re-venda do varejo.

O segundo segmento mais impor-tante foi o de tecidos, artigos de arma-rinho, vestuário e calçados, que se des-tacou pelo número de empresas19,3% (15 mil) e de empregos 22,4%(81,4 mil), apesar de ter participadocom apenas 9,4% da receita bruta derevenda total do comércio varejista.

O segmento de combustíveis e lu-brificantes configurou-se como outraimportante atividade do comércio vare-jista, na qual 2,9% das empresas gera-ram uma receita de R$ 5,5 bilhões e16,9 mil empregos.

Em termos de receita bruta de re-venda, os estabelecimentos de comér-cio não-especializado também se des-

tacaram, representando 37,9% da re-ceita do varejo.

Comércio atacadistaComércio atacadistaComércio atacadistaComércio atacadistaComércio atacadistaNesta divisão destacaram-se as

empresas de comércio de combustí-veis que, representando somente 2,5%das empresas do segmento, respon-deram por 39,7% da receita bruta to-tal do comércio atacadista

Os atacadistas de alimentos, bebi-das e fumo destacaram-se em rela-ção ao número de estabelecimentos(30,2%) e de pessoal ocupado(32,5%).

Com relação às receitas brutas deoutros segmentos, foram destaques,em 2004, as classes de artigos de usopessoal e doméstico e produtos inter-mediários, que responderam, respec-tivamente, por 24,8% e 46,2% da re-ceita do comércio atacadista.

Resumindo o texto, pode-se veri-ficar que o comércio do Estado do Riode Janeiro apresentou no ano de 2004,em comparação ao de 2003, aumen-to no número de empregos, nos salá-rios e na receita bruta.

Na estrutura do setor comercialobservou-se um predomínio das em-presas varejistas em termos de núme-ro de estabelecimentos, de empregosgerados, salários e outras remunera-

ções pagas.Com relação ao comércio ata-

cadista, observa-se que, com ape-nas 9,7% do total dos estabeleci-mentos, foi responsável por37,6% da receita bruta de revendado comércio estadual.

E, finalmente, o segmento decomércio de veículos, peças e mo-tocicletas, também importante, foiresponsável por 7,6 % dos esta-belecimentos comerciais que paga-ram 7,4 % do total das remunera-ções a 7,0 % do pessoal ocupado.

Dados gerais das empresas comerciaisEstado do Rio de Janeiro 2003 -2004

Armando de Souza Filho é econo-mista da Fundação CIDE.

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Comércio do RioComércio do RioComércio do RioComércio do RioComércio do Riotem dezembro aquecido depoistem dezembro aquecido depoistem dezembro aquecido depoistem dezembro aquecido depoistem dezembro aquecido depois

de um ano mornode um ano mornode um ano mornode um ano mornode um ano morno

APor João Carlos Gomes

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pós um ano de vendas mornas e quase nenhum sobressalto, o comérciodo Rio conseguiu encerrar 2006 aquecido, registrando alta de faturamentode 3,6% em dezembro. Inflação sob controle, condições de empregomais favoráveis, ganho de renda real e crédito, em especial, estão entre

os fatores que elevaram o ânimo do comércio no mês do Natal e estimularam acompra de bens de maior valor agregado. O grupo que mais se destacou em de-zembro foi o Comércio Automotivo, apurando alta de faturamento de 5,9%, emrelação ao mesmo mês de 2005. O resultado favorável se deve, principalmente, aocrescimento de 8,7% do subgrupo Concessionárias de Veículos, que registrou omelhor resultado dentre todos os 19 setores que compõem a Pesquisa Mensal doComércio (PMC), no último mês do ano passado.

Foto:Raimundo

Bandeira de Melo

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oSe, por um lado, a venda denovos veículos cresceu no fim doano , e s t imu l ada por pa rce -lamentos a juros mais atrativos,por outro, o comércio de Com-bustíveis e Lubrificantes registrouqueda de 1,5%, na comparaçãocom dezembro de 2005. O au-mento dos preçosno ú l t imo mês de2006 f reou a de-manda e a cabouimpactando a receitado grupo.

Confirmando ex-pectativas positivas, ogrupo Bens Semidu-ráveis registrou alta de2,0%. Vestuário, Te-cidos e Calçados con-seguiram crescer emdezembro de 2006na comparação como ano anterior, e fo-ram vedetes no Na-tal, com aumentos def a tu r amen to de1,7%, 2,9% e 4,0%,respectivamente.

Outro grande des-taque de dezembro foio grupo Bens Não Du-ráveis, que encerrou omês com crescimen-to de 5,0%. Quempuxou essa variaçãopara cima foi o setorde Supermercados e Hipermer-cados, que teve crescimento de5,3% na receita, em relação aomesmo período de 2005.

As Lojas de Departamento tam-bém obtiveram resultado bastantefavorável em dezembro (alta de4,0%) e acabaram influenciandopositivamente o resultado do gru-po Bens Duráveis, que apresentoucrescimento de 1,8% no últimomês de 2006.

Balanço anualDentre 19 setores do comércio

de bens e serviços, Supermercadosfoi o que teve o melhor desempe-nho em 2006. Os empresários doramo comemoraram sucessivos au-mentos de receita no ano passado,já que as famílias do Rio, estimula-

das, principalmente, pela queda da in-flação, aumentaram a compra dositens de subsistência. No acumuladodos últimos 12 meses, o setor, quejá abriu 2006 com um resultado bas-tante positivo (alta de faturamento de5,0%), fechou dezembro com altade 3,9%.

Na 2ª posição ficaram as Lojasde Departamento, que, em 2006,

Inflação sob

controle,

condições de

emprego mais

favoráveis,

ganho de renda

real e crédito, em

especial, estão

entre os fatores

que elevaram o

ânimo do

comércio no mês

do Natal.

concederam crédito farto, investin-do com força nos cartões de fideli-dade. No acumulado dos últimos12 meses, encerrados em dezem-bro, o setor apurou alta de 3,7%,percentual bastante em linha comos 4,0% registrados em janeiro,em 2006.

Outro destaque doano que se encerrou fo-ram as Concessionárias deVeículos, que, no acumu-

lado de 12 meses findos em janeirode 2006, apresentavam alta de2,0%. Ao longo do ano, asrevendedoras conseguiram faturarainda mais e, em dezembro, acu-mulavam alta de 3,4%.

A Pesquisa Mensal do Comér-cio entrevistou 2.373 empresas va-rejistas de todos os portes, em todoo Estado do Rio de Janeiro.

Foto: Raimundo Bandeira de Melo

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ste artigo examina três momentos da história econômica do Estado doRio de Janeiro: o da crise dos anos oitenta e primeira metade dos anosnoventa, indicando-se suas raízes mais profundas, reveladoras de toda aprofundidade e complexidade que ela encerra; o da inflexão (econômica)

positiva iniciada em meados do decênio passado, também indicando os elementosque permitiram que ela, a inflexão anotada, viesse a ocorrer; e, por fim, o da atualconjuntura, na qual se procura evidenciar alguns processos e fenômenos em curso,potencialmente capazes da ‘produção social’ de um Rio de Janeiro economicamentemais dinâmico e social e espacialmente equilibrado, em especial por conta dos avan-ços logrados nos últimos dez anos, no que diz respeito à capacidade da unidadefederativa em exame de gerar riqueza, em vista da sua maior integração socio-espacial – aspecto esse extremamente importante para o estabelecimento de políti-cas estaduais (e mesmo nacionais) de desenvolvimento ‘regional’.1

A economia fluminenseA economia fluminenseA economia fluminenseA economia fluminenseA economia fluminenseem três temposem três temposem três temposem três temposem três tempos

Da crise dos anos 80 e 90, passandoDa crise dos anos 80 e 90, passandoDa crise dos anos 80 e 90, passandoDa crise dos anos 80 e 90, passandoDa crise dos anos 80 e 90, passandopela inflepela inflepela inflepela inflepela inflexão econômica positiva de meados daxão econômica positiva de meados daxão econômica positiva de meados daxão econômica positiva de meados daxão econômica positiva de meados da

década passada, até a conjuntura recentedécada passada, até a conjuntura recentedécada passada, até a conjuntura recentedécada passada, até a conjuntura recentedécada passada, até a conjuntura recente

1. O que nem de longe significa subestimar os muitos e graves problemas existentes.

EPor Jorge Natal

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Pólo Petroquímico

Foto:Arquivo SECOM

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Primeiro MovimentoAnalítico: a Crise dos AnosOitenta e Primeira Metadedos Noventa

É fato inconteste que a economiafluminense experimentou crise ímparno período referido. Analistas de di-versas origens teóricas, distintas inser-ções políticas e concorrentes visões demundo concordam que a pronunciadadecadência e falta de competitividadeindustrial e a efetiva redução dos gas-tos do governo federal no Estado doRio de Janeiro contribuíram de mododecisivo para tal. Mas não ‘apenas’, poistambém houve, no mesmo tempo elugar, dramático agravamento da cha-mada questão social e dos conflitos denatureza federativa com o governo fe-deral/União, como marcado ‘estio-lamento moral’ e da população flumi-nense, em especial da carioca2. Nes-tes termos, um razoável consenso foi‘produzido’, a saber: o de que maisque uma ‘simples’ crise econômica, aoextrapolar largamente os seus limites(da economia), houve então uma criseverdadeiramente societária.

Mas observe-se que essa crise(ampla, profunda e complexa), mani-festada nos últimos quinze anos, ‘nas-ceu’ em tempo e lugar distintos da ‘ci-dadela’ Estado do Rio de Janeiro. Demaneira precisa: ela tão-somente sedesvela por inteiro na medida em quese considera o processo de gênese edesenvolvimento da economia paulista

a partir do último quartel do séculoXIX. De outra forma: a partir dos anossetenta do século retrasado materiali-zaram-se no Estado de São Paulo rela-ções econômicas extraordinariamen-te dinâmicas (café-indústria), singularesmesmo, por conseguinte impossíveisserem reproduzidas em quaisquer ou-tros espaços do país (Cano 1977).Posicionou-se, portanto, uma nítida di-

visão territorial do trabalho (DTT) co-mandada a partir dessa unidade federa-tiva, o que, por sua vez, lhe conferiuposição polarizadora, e.g., de efetivocomando sobre a dinâmica do capita-lismo nacional (Brandão 2003). Enfim:a economia brasileira passou a depen-der da economia paulista de maneiraavassaladora, dada a sua capacidadeprodutiva, de importação (doméstica),de geração de recursos fiscais, etc.Como assevera Cano, a DTT que aíse instala estabeleceu relações decomplementaridade da economia ‘cen-tral’ (paulista) com as dos demais Esta-dos, cabendo-lhes produzir, no limite,apenas e tão-somente aquilo que o Es-tado de São Paulo não produzisse e/

ou que a ele interessasse comprar.Dessa forma, é trivial, o dinamismoeconômico das unidades federativasque não São Paulo passou, em maiorou menor grau, a dele depender.

É nestes termos que se pode en-tender por que a economia do antigoEstado do Rio de Janeiro entrou emcrise já ao final do século XIX; numafrase: ela se mostrou inequivocamen-te frágil diante da supramencionadamoderna economia paulista (dadas assuas próprias, variadas e acumuladasfragilidades econômicas, políticas, etc.).Mas no que trata da relação da econo-mia da ex-capital federal com a dapaulista, a complexidade era bemmaior. Em verdade, apesar do expos-to um pouco antes, a ex-capital federalseguiu crescendo, inclusive se benefi-ciando da expansão da economia deSão Paulo; no entanto, esse seu cres-cimento se deu praticamente, desdeentão, a menor em relação a São Pau-lo, radicando, talvez aí, sua maior com-plexidade, a saber: ele contribuiu deci-sivamente para obscurecer a crise que,latente desde então, apenas explodiunos anos oitenta e primeira metade dosnoventa. De outra forma: apesar dacrescente perda de posição relativa,acompanhada de uma série deindicativos do seu baixo dinamismo in-terno (exemplo: nos anos setenta eoitenta não havia sequer uma indústriado setor de duráveis de consumo emseu território), não houve, e.g., até aeclosão da grande crise dos anos 80 eprimeira metade dos anos 90, nenhu-ma redução generalizada e por tempolargo da renda e do emprego no Esta-do. A realidade é que se os seus quaseduzentos anos de capital somaram paraque, dada essa sua especificidade, a cri-se não lhe fosse desde cedo mais gra-ve, de outro lado eles operaram firme-mente para o turvamento em questão.Afinal, quase 200 anos de história en-quanto capital, parte desse período al-

É nestes termos quese pode entenderpor que a economiado antigo Estado doRio de Janeiroentrou em crise jáao final do séculoXIX; numa frase:ela se mostrouinequivocamentefrágil diante dasupramencionadamoderna economiapaulista (...)

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2. Explicando: o Município do Rio deJaneiro, pela sua densidade econômica,populacional, etc. foi inegavelmente oespaço no qual a crise se mostrou maisaguda. Ainda: conforme Carlos Lessa,essa crise se expressaria na perda dasua auto-estima e sentimento de iden-tidade nacional. Este é o sentido do‘estiolamento moral’; é dizer, a crise al-cançou a própria natureza identidáriado ser carioca, sua auto-estima e a suahistórica capacidade de pensar o Brasil(transcendendo assim o que se poderiadenominar de visão paroquial presenteem tantos estados brasileiros).

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cançando um passado relativamenterecente, gera certo e, no caso, perigosoorgulho cívico.

Cumpre sublinhar, em adição, queigualmente contribuiu para a cortina defumaça lançada sobre a crise potencial-mente existente na região fluminense,em especial na sua fração territorial ca-rioca, e a partir dos anos vinte do sécu-lo passado, o próprio posicionamento(conservador) de algumas frações declasse (com interesses no comércio,nas finanças e na indústria naval). Expli-cando: essas frações, hegemônicas nonível interno do Estado, diante das mui-tas evidências da crise em processo,insistiam na atribuição de culpa a ou-trem (governo federal, governo esta-dual, etc.), postergando, desse modo,a elaboração de diagnósticos mais con-seqüentes sobre a irresoluta descidade ladeira em que se encontrava a eco-nomia do Estado em tela. Mais: ao mes-mo tempo buscavam se apropriar dosrecursos públicos disponíveis frente àsdemais frações de classe do próprioandar de cima (com inegáveis reba-timentos sobre as maiorias popula-cionais), numa inequívoca luta patri-monial e, pior, em contexto, principal-mente a partir do final dos anos seten-ta, de gravoso e crescente esgotamen-to do padrão de desenvolvimento ca-

pitalista vigente no país, com destaquepara o seu padrão de financiamento.

Uma última adição. Mas se essassão as raízes da crise em exame, defi-nitivamente não se pode continuar atri-buindo à transferência da capital paraBrasília e/ou à fusão (do antigo Estadodo Rio de Janeiro com a ex-capital fe-deral) a culpa pela crise da economia esociedade fluminense no período an-tes anotado. Dizendo de modo diver-so: quando muito pode-se afirmar queesses fatos contribuíram para que acrise em questão fosse acelerada.Nestes termos, pode-se afirmar ain-da que o esgotamento do anterior pa-drão de desenvolvimento capitalista edo seu último padrão de acumulaçãode capital e de financiamento (Cardo-so de Mello 1998), ao arrastarem parabaixo a economia paulista (o pólo maisdinâmico do capitalismo brasileiro,polarizador)3 e minarem a centralidadedo Estado (tão crucial para a econo-mia estadual fluminense), acabarampor se mostrarem os verdadeirospontos de chegada do processo de

descida de ladeira da região em estu-do, iniciado, como apontado, no já re-moto final do século XIX em São Pau-lo. Aliás, não é por acaso que tam-bém data daí a emergência da chama-da questão regional brasileira.

Segundo MovimentoAnalítico: a InflexãoEconômica Positiva deMeados dos Anos Noventa

Por volta desse momento, emmeados dos anos noventa, o que pa-recia ser uma situação limite (da eco-nomia e sociedade fluminense e, emespecial, da carioca)4 , até terminal, co-meça a apresentar sinais de reversão.

Dois processos podem ser ano-tados para ilustrar essa mudança deares: o ânimo que adveio, e não ape-nas para o Rio, com o sucesso inicialdo Plano Real, especialmente no quediz respeito à redução drástica da infla-ção e às possibilidades de as pessoas eempresas começarem finalmente a pla-nejar seus gastos, o que, como se sabe,possibilitou que um conjunto deles fos-se efetuado, dinamizando conseqüen-temente a economia do país e, claro,também a fluminense; e a agenda libe-ral, implantada no bojo do referido Pla-no Real, que acabou (não obstante osefeitos perversos que trouxe, tais comoos verificados em nível do emprego eda desestruturação da cadeia produtivadoméstica) injetando recursos na eco-nomia nacional e em particular na doEstado do Rio de Janeiro via privatizaçãode ativos estatais (o Rio, por seu históri-co de capital federal, mesmo após atransferência da capital para Brasília, con-tinuou amplamente a sediá-la), e tantomais se considere que o governo esta-

3. E, por conseqüência, os arranjos políticos estabelecidos entre o governo federal(União) e os estados e municípios via fundos públicos, que tanto beneficiaram oEstado do Rio de Janeiro, no passado.4. Vide a crise de auto-estima a que se refere Carlos Lessa (que inclui a própriacapacidade tão carioca de ocupar-se, de alguma forma, com as grandes questõesnacionais, muitas vezes até mesmo desprezando os problemas locais – pelo menosnaquela quadra do tempo).

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Porto de Sepetiba

Foto:Jorge Marinho

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dual da época, do senhor MarcelloAlencar, foi o principal seguidor do ideárioem questão (neoliberal) - é dizer, elelevou a cabo como nenhum outro go-vernador de estado o processo dedesestatização (Natal 2005).

Pode-se adicionar neste ponto,para efeito da composição do quadroem tela, pelo menos mais três outrosprocessos, a saber: a entrada em cenado mecanismo de repasse para o Esta-do e cerca de 2/3 dos municípiosfluminenses de recursos através deroyalties, o que, também é trivial, inflouextraordinariamente a capacidade de-les de realizar gastos e mesmo atrairnegócios; e as novas estratégias de lo-calização de grandes empresas, querseja pela maior dinamização econômi-ca do Estado, quer seja pelo perversomecanismo de atração através da cha-mada guerra fiscal (aberto pela Consti-tuição de 1988), como pelas possibili-dades estabelecidas pelas novastecnologias de operação com plantasprodutivas menores em locais relativa-mente distantes dos grandes centrosurbanos do país, notadamente em vistadas possibilidades posicionadas pelasoperações em rede (networks). A esserespeito, vide a crescente importânciaeconômica do interior fluminense na ri-queza estadual (Natal 2005).

Dos cinco processos anteriormen-te alinhados resulta o que há de maissignificativo no que concerne à inflexãoeconômica positiva do Estado do Riode Janeiro desde meados dos anosnoventa (reiterando). Deriva daí queparte substantiva dessa inflexão se de-veu às ações privadas, principalmentepor parte das chamadas grandes em-presas, estrangeiras no mais das vezes(Volkswagen, Peugeot, etc.), como dedecisões tomadas pelo ente federal (po-lítica de privatização, repasse de royaltiesdo Tesouro, etc.). E as forças locais doEstado? Não há dúvidas de que houve,em todo esse processo, enorme es-

forço do governo estadual e da Federa-ção das Indústrias do Estado do Rio deJaneiro (FIRJAN), com expressiva coo-peração entre eles inclusive, para dina-mizar a economia estadual em suas vá-rias frações territoriais, como manifestoem iniciativas diversas, em especial nonível dos chamados pólos de desenvol-vimento regional (Moda Íntima de NovaFriburgo, Petrópolis Tecnópolis, PóloHortifrutigranjeiro do Norte e Noroes-te Fluminense, etc.). Algumas experi-ências parecem ter obtido maior êxitoque outras (relativo soerguimento daindústria naval do Estado), outras certa-mente bem menos. De qualquer for-ma, a impressão que fica é que as ‘for-ças locais’, incluindo os sucessivos go-vernos estaduais do período, não pos-suem a mesma capacidade de arrastoeconômico das forças privadas do capi-tal e do governo federal (sendo essa a jámencionada inflexão), por conseguin-te, marcadamente tributárias de deci-sões tomadas em lugares alheios ao ter-ritório estadual.

Nestes termos, duas observaçõessão aqui cruciais: a primeira, é que adinâmica em exame, ao depender dedecisões externas às forças econômi-cas locais, aponta para sua relativa fragi-lidade (potencial), em vista da ausênciaem seu espaço social de um processode acumulação de capital maisendógeno; e a segunda, é que, não poracaso, empregou-se o termo inflexãoeconômica e não crescimento econô-mico, posto que o último expressa aexistência de algum tipo de sustenta-ção de taxas de geração de riqueza, oque a observação inicial no mínimoproblematiza. Não fora bastante, hásobre a cabeça de toda a economianacional (exclusive especuladores) ogarrote dos juros extorsivos, além daabusiva carga tributária a constranger ocrescimento econômico e, por con-seguinte, as decisões econômicas ge-radoras de emprego e renda.

Terceiro Movimento Analítico:a Conjuntura Atual e oFuturo da Economia(e Sociedade) Fluminense?

É fato que neste último qüinqüênioa economia fluminense continuou sen-do em larga medida a mesma do decê-nio anterior. É dizer: que ela permane-ceu sendo a base territorial de diversosinvestimentos privados e continuou sen-do beneficiada por investimentos fede-rais, normalmente em parcerias com osetor privado; vide o caso do Pólo Gás-Químico de Duque de Caxias e do PóloPetroquímico de Itaboraí. Registre-seademais a inclusão no orçamento fede-ral deste ano, enfim, do arco rodoviáriodo Rio, obra decisiva para odescongestionamento das principaisrodovias que cortam a cidade do Rio deJaneiro e sua Região Metropolitana,como também para a redução dos cus-tos de transporte de mercadorias e paraa integração do Porto de Sepetiba àsduas principais economias do país,além da do Rio, a de Minas Gerais(Rio-Juiz de Fora-Belo Horizonte) e ade São Paulo (Rio-São Paulo).

Na mesma linha, parece ilustrativoanotar que até mesmo a posição rela-tiva da economia fluminense no pro-duto interno bruto do país vem me-lhorando nos últimos anos, o que con-trasta com a avaliação daqueles que in-

Abertura da Feira de Moda Íntima.Nova Friburgo

Foto: Inágcio Ferreira

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al do subdesenvolvimento: uma agendapara os estudos urbanos e regionais ,Campinas/SP, Unicamp, 2003 (Tese deLivre Docência).

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SEBRAE/FIRJAN/SESI/CIRJ/IEL.Potencialidades econômicas e competi-vidade. Rio de Janeiro, 1998.

sistem em que o Rio de Janeiro per-deu o pé. ( Vide quadro abaixo).

Não fora bastante, a renda percapita estadual também vem avançan-do, chegando a aparecer no “ranking”nacional em primeiro lugar (o que ga-nha relevância quando se sabe que ataxa de crescimento populacional doEstado do Rio de Janeiro é uma dasmenores do país)5. Além desses fatose potencialidades, cumpre adicionar quenos últimos dez a quinze anos houveimportantes avanços infra-estruturaisdo território estadual fluminense que,ao fim, resultaram em enorme avançono que trata da sua integração socio-espacial, quer física (vide Via Lagos,duplicação da Niterói-Manilha, etc.),quer em termos de telefonia,

telemática, etc. Tais avanços, por su-posto, potencializam extraordinaria-mente o estabelecimento de políticasde desenvolvimento regional de cu-nho estadual e mesmo nacional. Logo,é possível asseverar que mais uma vezo passado de capital federal conta, poisapenas assim parece possível enten-der que empresas estrangeiras, porexemplo, da área de telefonia, tenham,

todas elas, escolhido o Rio de Janeiropara sede dos seus negócios no Bra-sil (e não São Paulo).

Em que pese tudo o que se ano-tou/apontou, há problemas de todaordem e que precisam, com urgência,ser enfrentados, como segue: a defini-ção de políticas agressivas, em especialno espaço metropolitano, de modo agerar emprego e renda para as capasmais pobres da população, posto queparte significativa do dinamismo eco-nômico verificado nos últimos dezanos, notadamente no município-sede(telecomunicações, petróleo, etc.),contemplou pessoas com maior nívelde escolaridade e de formação profis-sional (como dizem os economistas,essas atividades são capital intensive e

não labor intensive). Prova disso é que,apesar desse relativo dinamismo eco-nômico, a questão social continuougrave e mesmo se aprofundando, maisuma vez, portanto, reafirmando a tesede que o processo de geração de ri-queza social guarda frágil relação como processo de distribuição da riqueza.É preciso ainda avançar as bases inter-nas da acumulação de capital, empre-gar os recursos dos royalties de ma-neira a descortinar o futuro, etc. Finali-zando: há muito que fazer, é verdade; agrande vantagem deste momento éque nem tudo está perdido, posto queagora as enormes e históricas desigual-dades socioespaciais se encontrammais reduzidas (com a redução do pesoda capital e avanço do interior), como

Participação no PIB a Preços de Mercado Corrente1998-2003

Unidadesda Federação 1998 1999 2000 2001 2002 2003

SUDESTE 58,258 ,258 ,258 ,258 ,2 58,2 57,8 57,1 56,3 55 ,255 ,255 ,255 ,255 ,2

São Paulo 35 ,535 ,535 ,535 ,535 ,5 34,9 33,7 33,4 32,6 31 ,831 ,831 ,831 ,831 ,8

Rio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de Janeiro 11 ,011 ,011 ,011 ,011 ,0 11,7 12,5 12,3 12,6 12 ,212 ,212 ,212 ,212 ,2

Espírito Santo 1 ,91 ,91 ,91 ,91 ,9 1,9 2,0 1,9 1,8 1 ,91 ,91 ,91 ,91 ,9

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FONTE:FONTE:FONTE:FONTE:FONTE: IBGE, Contas Regionais, 2003.

aumentada firmemente a capacidade degeração de riqueza no Estado em rela-ção ao passado mais recente, o que, épreciso convir, não significa pouco. Tal-vez tão importante quanto o que veiode ser anotado seja o fato de estaremem curso diversas iniciativas de dispên-dio do setor privado transcendentes aoEstado no que concerne à dinamizaçãoda economia fluminense...o que tam-bém não se pode perder de vista.

5. Vale registrar, neste ponto, que par-te expressiva dos analistas que enten-dem a economia fluminense como es-tando estagnada e sem perspectivascomete inequívoco erro estatístisco,posto considerar em seus exercícios odecênio 1985-94, quando de fato aeconomia estadual apresentou péssimodesempenho, o que, por suposto, re-baixa a média, posto diluir os dez anossubseqüentes quando a performancefoi bem melhor.

Jorge Natal é Doutor em Economiapelo Instituto de Economia da Universi-dade Estadual de Campinas (IE/UNICAMP-SP), professor do Institutode Pesquisa e Planejamento Urbano eRegional da Universidade Federal do Riode Janeiro (IPPUR/UFRJ) e Coordena-dor do LESTE (Estado, Economia e Terri-tório), que abriga a Linha de Pesquisa‘Economia, Sociedade e TerritórioFluminense’ e a Página Eletrônica ‘Bole-tim Estudos da Conjuntura Fluminense’.

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Pedágio Ponte Rio-NiteróiFotos: Ignácio Ferreira

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O O O O O PIBPIBPIBPIBPIB do Estado do Rio do Estado do Rio do Estado do Rio do Estado do Rio do Estado do Riode Janeiro de 2006 cresceu 3,9%de Janeiro de 2006 cresceu 3,9%de Janeiro de 2006 cresceu 3,9%de Janeiro de 2006 cresceu 3,9%de Janeiro de 2006 cresceu 3,9%

Por Ana Cristina Andrade, Armando de Souza Filhoe Seráfita Azeredo Ávila

Produto Interno Bruto - PIB doEstado do Rio de Janeiro do ano de2006, estimado pela Fundação CIDEem R$ 305,8 bilhões, cresceu 3,90% em relação a 2005, superior ao doBrasil, com taxa estimada de 2,9%(IBGE). No mesmo período, o em-prego formal no Estado cresceu4,52%, ou seja, foram criados116.158 novos empregos, com car-teira assinada, considerando-se apenaso universo das empresas privadas.

O índice comprova que o cresci-mento manteve-se ainda em taxas ra-zoáveis, dado o desempenho poucoexpressivo da economia brasileiracomo um todo. Em 2005, essa taxaestadual foi de 4,14%. No entanto,naquele ano, foi a Indústria de Petró-leo e de Gás Natural que mais puxouo crescimento do PIB com taxa de15%, representando quase 50% dataxa de crescimento do PIB estadual,

Variaçãoanual(%)

ÍndicePreços de

2006(1,00 R$)

Preçoscorrentes(1,00 R$)

Variaçãoanual(%)

ÍndicePreços de 2006

(1 000 R$)Preços correntes

(1 000 R$)

Ano

Produto real“per capita”PIB “per capita”Produto realPIB em valores absolutos

Estimativas

Estimativas do Produto Interno Bruto - PIB a preço de mercadoEstado do Rio de Janeiro - 1996/2006

Ind

icad

ore

s Ec

on

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ico

s

enquanto que, em 2006, tal setor ex-pandiu-se em 5,03 %.

Outros setores da Indústria deTransformação que apresentaram cres-cimento expressivo em 2006: Alimen-tos (derivados do leite, café, açúcar efarinha de trigo): + 11,1%; Edição, im-pressão e reprodução de gravações: +10,2%; Bebidas: +5,1%; e Farmacêu-tico: +5,1%.

No entanto, outros importantessetores da Indústria de Transformaçãonão apresentaram bom desempenho:Perfumaria, sabões, detergentes e pro-dutos de limpeza: - 7,2 %; Têxtil : - 7,4%; e Metalurgia Básica ( Siderurgia e Fun-dição): - 4,6 %.

Foram destaques, também, os se-guintes setores: Construção Civil, quecresceu 11,9%; Comunicações: +8,7%; Comércio: + 6,0%; e Água eEsgoto :+ 5,4%.

Quanto ao item Outros Serviços,

seu crescimento é explicado ao seconsiderar que tais setores são inten-sivos em mão-de-obra e o nível degeração de empregos formais vemapresentando, nos últimos anos, re-cordes na contratação de pessoal comcarteira assinada.

Com relação ao PIB “per capita” doEstado, houve evolução de R$18.469para R$19.660 em valores correntes,com um crescimento real de 2,57%.

O comércio exterior fluminensetambém apresentou excelente desem-penho. No ano de 2006, a balançacomercial do Estado registrou um sal-do de US$ 4,198 bilhões. As exporta-ções de petróleo e derivados contri-buíram para esse resultado. Tambémse expandiram as vendas externas deprodutos siderúrgicos e veículos e aces-sórios. As exportações continuam emexpansão com taxas positivas de40,0% nesse ano.

Fontes:Fontes:Fontes:Fontes:Fontes: Diversas e Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro – Fundação CIDE.N o t a s :N o t a s :N o t a s :N o t a s :N o t a s : 1) Dados recalculados com base na Matriz Insumo – Produto de 1996; 2) Dados retificados em 23/02/2007; 3) Dados relativosa 2006 ainda não definitivos.

1996 99.144.243 230.103.602 100,00 - 7.255,53 7.823,84 100,00 - -1997 107.217.005 230.764.390 100,29 0,29 7.745,34 8.192,78 99,00 -1,00 7,831998 115.966.071 235.963.475 102,55 2,25 8.269,56 9.127,07 99,92 0,94 5,781999 129.790.046 239.279.858 103,99 1,41 9.136,23 9.842,79 100,02 0,10 10,372000 146.081.096 249.981.389 108,64 4,47 10.150,67 11.134,20 103,15 3,13 7,732001 167.640.759 261.534.276 113,66 4,62 11.498,86 12.914,48 106,53 3,28 9,692002 196.518.447 272.979.585 118,63 4,38 13.306,17 15.386,30 109,76 3,03 12,312003 225.587.140 270.994.232 117,77 -0,73 15.077,83 16.211,28 107,56 -2,00 15,632004 253.004.938 282.614.456 122,82 4,29 16.688,84 17.885,39 110,73 2,95 7,522005 283.571.226 294.318.576 127,91 4,14 18.468,68 19.168,65 114,34 3,26 7,222006 305.804.852 305.804.852 132,90 3,90 19.660,42 19.660,42 117,28 2,57 3,79

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Variaçãoanual(%)

Deflatorimplícito

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5.968

6.886

6.660

6.779

7.967622549626664714690695662647683693724

8.218700651702681707623690686661725676717

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715.113

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596.50559.21240.28145.40443.69543.71244.03342.88043.52258.10156.35657.65461.656

628.57360.13459.23863.35763.13562.14446.59748.60245.06445.24843.66645.69945.688

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28.127

26.819

25.871

25.423

31.5662.7032.5552.6442.8012.6052.5792.4742.5192.7072.5742.6462.759

31.5382.6572.8062.6832.7412.5772.4192.5692.5702.4842.5952.6772.760

3,1

0,0-0,1

87,35

100,00

100,31

96,66

111,15101,3890,40

103,50111,62118,26114,97118,11113,13112,96116,89113,61119,01

116,75119,68108,27119,11117,39120,13105,43117,42117,02114,74122,05117,13122,61

4,7

3,05,0

3.550

3.447

3.020

3.093

3.212244233263251261277261305262279294281

3.595284242315258306291316324307320323309

-4,3

9,811,9

98,07

100,00

98,68

102,39

101,7495,6187,93

104,58101,46102,62100,1397,93

109,75108,62107,92104,28100,09

102,9798,5593,46

102,77100,23107,73103,15104,37109,74105,30108,08103,9498,32

-5,4

-1,81,2

5.484

6.459

6.836

7.398

6.854512573583623596563576570567535577578

5.074455209261243277257533565576580574544

-5,2

-5,8-26,0

60.489

69.683

70.946

70.456

79.7756.0775.4746.2816.7347.0796.8477.0196.7186.7196.9726.7667.090

84.2047.1496.4437.1187.0737.2386.3657.0687.0246.9247.2877.0907.426

4,7

4,75,6

2.076.206

2.714.238

2.623.460

3.185.240

3.615.156284.220244.753308.043245.338278.304274.825311.867324.886311.001329.286349.627353.005

3.733.082329.797308.521303.687257.669306.891273.768321.455323.172314.494336.966312.001344.662

10,5

-2,43,3

89,00

100,00

98,89

101,38

103,4296,6388,37

104,38103,27105,40102,76101,51110,35109,39109,52106,05103,45

105,42102,3096,09

105,67103,28109,93103,56106,68111,03106,97110,56106,28102,63

-3,4

-0,81,9

Índice da produção física (2) (r)

(Base : média de 2002=100)Produtos selecionados

Consumoaparente

de cimento (mil t)

Consumode energia

elétrica(Gwh) (r)

Consumode gás

encanado(mil m3) (r)

Consumo

de água

(mil m3)

Indústria extrativa mineral e de transformação Construçãocivil (r)

Serviços industriaisde utilidade pública

Indústriageral

(ponderaçãoIBGE)

Extrativa

mineral

Indústria de

transformação

Aço bruto

(mil t)

Petróleo

(mil m3) (3)

Gás natural

(106 m3) (4)

2001

2002

2003

2004

2005JanFevMar

AbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2006JanFevMar

AbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

Variações(%)

No mêsNo mês/mês do ano ant.Acumulada

Período

Fontes: IBGE/DPE/Departamento de Indústria, IBS e Petrobras, ANP - Boletim Mensal de Produção submetido à ANP, em 29/7/04, Sind. Nac. Indústria de Cimento, LIGHT, AMPLA,CENF, CEG-Rio e CEDAE.

Indicadores da IndústriaEstado do Rio de Janeiro - 2001/2006 Tabela 11111

Notas:

(1) Quando se tratar de índices, os valores anuais são médios.(2) Dados sujeitos a retificações.(3) Petróleo: óleo e condensado. Não inclui LGN (GLP e C5+).(4) O valor total da produção inclui os volumes de rejeição, queimas e perdas econsumo próprio de gás natural.(r) Dados retificados

Variações percentuais

No mês = mês de referência/mês anteriorNo mês/mês do ano anterior = mês de referência/mesmo mês do ano anteriorAcumulada = janeiro até o mês de referência/igual período do ano anterior

Ind

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se

2001

2002

2003

2004JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2005JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2006JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

Variações (%)No mês

12 mesesNo ano

Período

Índices de PreçosBrasil e Estado do Rio de Janeiro - 2001/2006

204,528

232,149

285,074

311,876293,793296,976299,746303,184307,616311,576315,113319,244320,788322,492325,148326,833

330,488327,915329,241332,490334,170333,321331,823330,484327,887327,545329,529330,619330,835

336,182333,222333,030331,531331,607332,851335,067335,637337,011337,817340,541342,482343,384

0,263,793,79

201,616

222,278

260,548

290,839270,778272,368286,398287,898289,725290,536292,936295,975297,907299,900302,242303,404

319,144304,984305,700306,707323,483323,949324,190324,067323,227323,340323,164323,536323,383

335,826324,333324,982324,878331,838338,543340,567340,668340,896341,979342,511342,893

0,115,985,98

230,743

257,497

297,123

335,986311,824311,824340,818340,818340,818340,818340,818340,818340,818340,818340,818340,818

367,628340,818340,818340,818376,564376,564376,564376,564376,564376,564376,564376,564376,564

397,793376,564376,564376,564392,728406,621407,780407,780407,780407,780407,780407,780

0,008,298,29

179,572

195,667

232,860

256,721239,744242,514245,383247,986251,178252,591256,772262,066265,432268,904272,984275,099

282,483277,761279,009280,764283,392284,205284,625284,410282,946283,144282,837283,485283,218

289,132284,872286,002285,821285,920287,625289,929290,104290,501292,388293,314293,979

0,233,703,70

208,012

225,096

258,386

274,794268,424268,835269,597270,256272,157273,968275,523278,921278,848279,136279,730282,130

291,381284,927286,336287,152290,070292,237292,299292,665291,828292,046293,089295,585298,339

301,511300,826300,883300,952302,021302,116300,698300,637301,168301,755302,678302,882

0,072,472,47

1.788,856

1.956,060

2.258,337

2.405,7932.342,6402.357,4002.359,9902.361,4102.372,0302.387,2102.409,6502.435,9202.444,9302.451,0402.463,3002.483,990

2.562,4522.502,8702.515,3802.522,6802.549,6702.570,8302.568,2602.566,4602.569,2902.575,7102.584,4702.606,9522.616,857

2.682,5502.637,7922.657,3122.662,0952.672,2102.679,4302.670,5842.680,4652.687,9702.698,9912.708,1672.713,5842.721,996

0,314,024,02

Índices de preçosÍndice Geral de

Preços disponibilidadeinterna BR

Base: ago 94 =100

Índice do custo da construção - RJBase: ago, 94 =100

Preços aoConsumidor

Média Mão-de-obra Materiais de construção IPC Total(2) IPCA Total(3)

Tabela 22222

Fontes: FGV - Fundação Getúlio Vargas e IBGE

(1) Média anual(2) Base ago, 94=100 (3) Base dez, 93=100

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Indicadores do ComércioEstado do Rio de Janeiro - 2001/2006

Índice dereceita nominal

de vendasno varejo RJ

Arrecadaçãodo ICMS docomérciovarejista

Comercialização dehortigranjeiros,

cereais e pescado naCeasa - Grande Rio

Arrecadação doICMS do comércio

atacadista

Exportações Importações Constituição Extinção

84,26

91,38

100,76

110,77

120,39107,78101,39117,59112,44118,88116,87120,34117,96113,25119,09120,38178,67

128,81117,38111,53121,58122,16129,15119,02121,53126,22125,49129,08134,03188,55

40,7

5,57,0

Tabela 33333Comércio varejista (r) Comércio atacadista Comércio exterior Registro de empresas

na Junta Comercial

(Base fixa 2003=100) Em mil reais (Em mil t) (r) Em mil reais (FOB - 1000 US$) (Em unidades)

Índice devolume devendas novarejo RJ

107,04

107,38

100,00

106,84

111,25100,34

94,31109,30103,98108,78107,40111,51109,94105,62110,48110,85162,48

118,01106,94102,01111,29112,14118,26109,91112,08116,41115,71118,65122,52170,18

38,9

4,76,1

Fontes: IBGE/Diretoria de Pesquisa/Departamento de Comércio e Serviços, CEASA - Central de Abastecimento, SECEX - Secretaria de Comércio Exterior, JUCERJA - Junta Comercial do

Estado do Rio de Janeiro e SEF - Secretaria de Estado de Fazenda. De 1998 a 1999, o IBGE divulgava dados do faturamento do comércio varejista com base fixa = 100. A partir de2000, os novos índices passaram a ser o Índice Nominal de Vendas do Varejo o Índice de Volume de Vendas do Varejo.(1) Quando se tratar de índices, os valores a mais são médios.

2001

2002

2003

2004

2005JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2006JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

Variações(%)No mês

No mês/mêsdo ano

Acumulada

Período

818.907

888.867

830.901

941.650

1.127.690149.612

90.01174.06786.91280.19087.46389.09596.90796.73687.253

105.41184.031

1.320.777166.277101.08697.93086.95591.805

114.38199.213

112.291111.946106.885110.392121.614

10,2

44,717,1

1.743

1.729

1.756

1.697

1.673136123143142139139125143135137147164

1.786141130162139157147144152144149150172

15,1

4,86,7

1.017.861

1.171.947

1.755.834

2.267.427

2.042.794191.146151.053162.089177.071169.963162.067168.392164.749166.872161.462179.841188.089

1.827.602193.930158.826162.767186.028168.745119.703113.582125.429138.009141.436145.323173.824

19,6

-7,6-10,5

2.403.626

3.655.835

4.844.113

7.025.172

8.191.294507.743458.317493.170683.557666.594381.904964.998777.028856.748624.513962.807813.915

11.469.5741.150.835

636.029671.748807.657631.373842.059

1.217.2181.108.6621.384.0051.004.455

947.7491.067.784

12,7

31,240,0

5.306.465

5.346.947

4.896.005

6.321.265

6.691.941573.759544.551425.907513.955644.584481.891608.305701.692454.958628.380601.484512.475

7.270.810592.487576.048629.426404.922514.336605.493712.466639.579681.246746.987648.973518.847

-20,1

1,28,7

29.797

27.530

30.135

25.276

27.5901.9211.7022.5162.1762.3262.6842.5392.7572.4942.1022.2352.138

25.9361.8181.8812.1721.7702.4822.0252.2822.7542.2672.4852.1351.865

-12,6

-12,8-6,0

5.480

7.972

6.499

7.158

6.820535433556528550587554528588550545866

7.110502413522429561483618751581697663890

34,2

2,84,3

63

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vist

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inen

se

2001 (1)

2002 (1)

2003

2004

2005JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2006JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

Variações (%)No mês

No mês/mêsdo ano anterior

Acumulada

Indicadores de Transporte e de ComunicaçõesEstado do Rio de Janeiro - 2001/2006

80.236

87.682

95.135

94.987

97.8926.8926.4138.3797.9568.4528.7158.2209.1788.0028.4088.4828.795

7.9877.3258.8797.8249.0858.5348.994

10.019

11,4

9,26,9

109.918

110.841

113.380

120.405

129.0919.4349.191

11.64110.43210.79811.15310.39711.75011.01910.95810.90011.417

135.21210.46110.05511.71510.25911.90310.78811.11812.47611.37811.89311.36411.804

-6,3

5,75,7

17.796

18.867

18.093

17.028

18.2971.4091.3811.6631.5461.5541.5631.4501.6641.5361.5191.4511.562

19.7541.6531.4761.5741.5541.6671.4491.5891.7981.6661.7311.7641.833

3,9

17,48,0

968.693

910.650

826.394

793.466

770.936

-2,8

11.268

11.239

10.372

11.247

12.6601.114

9331.034

9871.014

9801.1711.0701.0441.0941.0731.146

12.8501.2331.0231.1141.0691.0821.0131.0641.0261.0231.0801.0001.121

12,1

-2,21,5

2.216.106

2.340.398

2.188.102

2.117.129

2.188.516164.022152.886185.809181.635183.630186.243181.027201.861193.068181.166183.529193.642

2.038.671178.648163.189190.088164.295180.287169.230168.187175.777167.145162.226157.195162.403

3,3

-16,1-6,8

11.107

13.313

12.958

12.814

2,2

5,2-1,1

Tabela 44444Transporte

ferroviário(3)Transporte

urbano

Passageiros transportados(r) Passageirostransportados

(mil)

Consumo deóleo diesel

(m3)

Pulsostelefônicosregistrados(milhões)

Transporteaéreo (8)(r)

Total (mil) Trens sub.(r)(mil) (4)

Metrô(mil) (5)

Barcas(mil) (6)

Ônibus Mun.RJ (mil)

Transporterodoviário (7)

Comunicações

56.154

64.005

67.114

76.767

84.8686.5076.0787.0096.8767.2517.0437.1307.4847.3757.6237.3077.185

90.0326.9575.7516.6896.8857.3207.6708.1778.4218.1238.3637.9787.698

-3,5

7,16,1

1.176.644

1.128.041

1.053.002

1.025.887

1.016.216

-5,4

0,8-4,2

Cargatransportada(mil TU)(r)

Período

Fontes: ANP - Boletim Mensal de Produção submetido à ANP em 30/07/04, INFRAERO, Companhia Docas, MRS Logística SA, RFFSA - Rede Ferroviária Federal S.A,Ferrovia Centro Atlântica - FCA, SUPERVIA, FLUMITRENS, OPPORTRANS, BARCAS S.A, SMTU e TELEMARNotas:(1) Total anual;(2) Abrangência: Portos de Sepetiba, Forno, Niterói, Angra dos Reis e Rio de Janeiro. Em 1999, o Porto de Forno foi municipalizado. Série interrompida desde 2003.(3) Abrangência: Movimentação de cargas com origem e destino no Estado do Rio de Janeiro. Em 2000 e 2001, a FCA mostra movimentação só na origem.

Até setembro de 1999 os dados eram enviados pela RFFSA. A partir de 2000 os dados são enviados pela MRS Logística S.A. e pela FCA.A partir de 2003 são apresentados apenas os dados da MRS Logística S.A.

(4) Abrangência: Ramais - Deodoro, Santa Cruz, Japeri, Belford Roxo, Gramacho e Vila Inhomirim.(5) Abrangência: Município do Rio de Janeiro(6) Abrangência: Linhas Rio-Niterói, Rio-Paquetá, Rio-Ribeira, Mangaratiba-Abraão e Abraão-Angra(7) Inclui o consumo próprio das companhias distribuidoras.(8) Total de passageiros, embarcados e desembarcados, nos aeroportos do Rio de Janeiro administrados pela INFRAERO.(r) Dados retificados

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65

Revi

sta

de E

cono

mia

Flu

min

ense

(R$ 1.000)

Fontes: Secretaria do Tesouro Nacional - STN e Secretaria de Estado de Fazenda

Variações percentuaisNo mês = mês de referência/mês anteriorNo mês/mês do ano anterior = mês de referência/mesmo mês do ano anteriorAcumulada = janeiro até o mês de referência/igual período do ano anterior

Notas:(1) Valores apurados com base na data do recolhimento e não do repasse financeiro.(2) Deduzidos 15% para o FUNDEF.(3) Inclui recursos do FPM/FPE/IPI-EXP./LC87/96, Complementação da União e ICMS.Valores do Estado eMunicípios.

ArrecadaçãoICMS (1) FPM (2) FPE (2) IPI-EXP (2)

9.252.080

10.273.461

11.105.389

12.867.900

13.396.5821.287.8781.080.4121.060.4661.126.6711.080.253

968.3911.041.4321.041.8871.114.1751.090.0891.199.2331.305.695

14.804.973 1.314.284 1.076.847 1.100.750 1.042.952 1.159.611 1.186.907 1.221.351 1.233.337 1.330.125 1.350.755 1.347.920 1.440.134

6,8

10,310,5

455.233

551.639

570.467

630.001

778.17770.30861.54750.02764.08772.33670.08257.54959.20949.45857.27269.23297.070

866.38678.53067.54264.44372.51479.58377.44969.41470.21465.21059.04373.43389.011

21,2

-8,311,3

82.562

101.399

118.793

188.630

214.38718.41515.68015.68118.14717.69914.70014.97718.52818.16619.65620.34622.392

267.23121.27218.00218.29721.16718.69221.72120.77521.40027.56723.27923.42231.637

35,1

41,324,6

1.549.626

1.728.255

1.883.379

2.161.834

2.275.927212.102163.736197.762181.558195.136169.710177.603179.082175.008184.007183.477256.746

2.476.349217.707158.924205.040180.141200.764194.295207.271210.143205.947229.615213.603252.899

18,4

-1,58,8

Período

Indicadores de Finanças PúblicasEstado do Rio de Janeiro - 2001/2006

Transferências

FUNDEF (3)

219.019

271.055

281.980

310.820

389.00534.74530.41529.17031.67135.74734.63328.44029.26024.44128.30334.21347.967

430.52239.37433.86531.99436.02039.53138.47134.47234.87732.40429.36536.16743.982

21,6

-8,310,7

2001

2002

2003

2004

2005JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2006JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

Variações(%)No mês

No mês/mês do ano

anteriorAcumulada

Tabela 55555

65

Ind

icad

ore

s Ec

on

ôm

ico

sRe

vist

a de

Eco

nom

ia F

lum

inen

se

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66

Revi

sta

de E

cono

mia

Flu

min

ense

950.034

817.854

804.725

822.785

896.05680.15368.63582.11070.23275.34275.90574.49475.31769.64769.29672.96881.957

931.24986.66570.35687.71269.80780.43377.30175.35984.35771.72575.07971.11881.337

14,4

-0,83,9

470.858

403.167

395.228

399.153

438.12837.79133.57339.67736.06637.02338.03137.08237.52233.36432.81634.62640.557

468.07840.51334.63144.75135.85241.73238.97938.94544.03035.13136.33934.97042.205

20,7

4,16,8

267.951

250.670

242.805

271.762

295.27221.18119.90724.79324.19923.93423.84023.35224.68024.61324.35131.53928.883

288.99922.26720.64822.69122.77223.72621.94622.99923.92123.75125.41529.83929.024

-2,7

0,5-2,1

99.500

84.800

77.996

83.007

82.8917.3545.3727.0337.1647.2658.0397.6877.7796.8416.1336.5985.626

101.050 8.750 7.476 8.530 7.626 9.032 8.269 8.469 8.771 9.784 9.561 8.225 6.557

-20,3

16,521,9

1.009.454

890.500

863.169

930.432

1.017.18578.85174.08988.20087.34791.93788.74584.54488.45084.20382.01890.79278.009

1.047.25888.87184.33689.23588.10092.13781.55086.12390.76086.28687.89690.84581.119

-10,7

4,03,0

122.181

106.982

100.828

113.631

115.0838.7128.3499.821

10.00610.66510.561

9.4349.9849.937

10.24010.072

7.302

119.970 9.689 9.407 9.297

10.420 11.076 9.604

10.769 10.732 10.162 10.822 9.952 8.040

-19,2

10,14,2

122.757

98.131

94.916

94.646

102.6059.2297.8089.1558.1448.3768.6508.8228.5408.3047.5759.0398.963

104.893 8.892 8.449 9.608 8.122 8.802 9.829 8.377 9.188 8.472 9.517 8.020 7.617

-5,0

-15,02,2

96.025

86.213

78.256

83.658

80.2516.3076.0537.4746.1726.6426.1286.3046.6696.9138.5356.8676.187

84.3416.3745.8877.5396.1156.8906.9937.1577.2096.9947.4507.6548.079

5,6

30,65,1

248.529

220.746

225.600

235.230

259.00725.13720.44024.84919.19422.45221.94020.91421.01519.94319.34320.38923.391

261.88628.68120.78025.10419.20022.45420.87319.99822.75620.03819.35719.78922.856

15,5

-2,31,1

509.567

437.092

430.501

447.819

507.40040.68639.57545.44544.26945.02144.59142.69444.73342.03740.58741.95735.805

525.10847.29746.18847.57346.68345.39040.46242.76446.02341.89541.40742.26337.163

-12,1

3,83,5

Total Indústria Construção civil Comércio Serviços

DesligadoDesligadoAdmitido Admitido DesligadoAdmitido DesligadoAdmitido DesligadoAdmitido

Fontes: Ministério do Trabalho e Emprego.Notas: (r) Dados retificados

Variações percentuaisNo mês = mês de referência/mês anteriorNo mês/mês do ano anterior = mês de referência/mesmo mês do ano anteriorAcumulada = janeiro até o mês de referência/igual período do ano anterior

Indicadores do Nível de Emprego FormalEstado do Rio de Janeiro - 2001/ 2006

2001

2002

2003

2004

2005JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2006JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

Variações(%)No mês

No mês/mêsano. ant.

Acumulada

Período

Tabela 66666Agropecuária/Outros

Admitido

11.865

9.597

10.725

10.098

16.0651.689

761955656849

1.1561.3721.5711.1231.0272.0472.859

12.0512.205

609710518555627882

1.1741.0902.416

685580

-15,3

-79,7-25,0

10.255

10.956

11.039

14.213

16.539918886

1.1081.7095.0521.7141.3771.274

775707626393

12.131868617

1.144599

2.9131.2691.1221.313

694691566335

-40,8

-14,8-26,7

Desligado

66

Ind

icad

ore

s Ec

on

ôm

ico

sRe

vist

a de

Eco

nom

ia F

lum

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