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LIMITES DA ENCARNAÇÃO Adams Auni Cap.IV. ESE - LIMITES DA ENCARNAÇÃO - São Luís - Paris, 1859, item 24: Quais são os limites da encarnação?” Acreditamos que a palavra “limites” não estaria para determinar numero limite de reencarnações, mas para solidificar a idéia da “alma imortal” ou “espírito imortal” e nesse entendimento poder inferir que essa “encarnação” ocorra no momento em que o espírito é criado por Deus. Onde há a união do espírito e matéria, logo: espírito e fluido cósmico, constituindo assim a base eterna do seu perispírito. A base de nossas observações é o Livro dos Espíritos e para tanto as respostas dos espíritos nos esclarecem: Haveria, assim, dois elementos gerais do universo: a matéria e o Espírito? – Sim... Ao elemento material é preciso acrescentar o fluido universal, que faz o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, muito grosseira para que o Espírito possa ter uma ação sobre ela. Ainda que sob certo ponto de vista se possa incluí-lo no elemento material, ele se distingue por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse matéria, não haveria razão para que o Espírito não o fosse também. Ele está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria; suscetível, por suas inumeráveis combinações com ela e sob a ação do Espírito, de poder produzir uma infinita variedade de coisas das quais conheceis apenas uma pequena parte. Esse fluido universal, primitivo, ou elementar, sendo o agente que o Espírito utiliza...” (LE 27) Buscando um maior esclarecimento as respostas dos espíritos nos colocam diante da razão: “Uma vez que o próprio Espírito é alguma coisa, não seria mais exato e menos sujeito a confusões designar esses dois elementos gerais pelas palavras: matéria inerte e matéria inteligente? – As palavras pouco nos importam; cabe a vós formular vossa linguagem de maneira a vos entenderdes. Vossas controvérsias surgem quase sempre do que não compreendeis sobre as palavras que usais, porque vossa linguagem é incompleta para as coisas que os vossos sentidos não percebem... Um fato notório domina todas as hipóteses: vemos matéria sem inteligência e vemos um princípio inteligente independente da matéria. A origem e a ligação dessas duas coisas nos são desconhecidas. Se elas vêm ou não de uma fonte comum, se há pontos de contato entre elas, se a inteligência tem sua existência própria ou se é uma propriedade, um efeito ou mesmo, conforme a opinião de alguns, se é uma emanação da Divindade, é o que ignoramos. Elas nos aparecem distintas, é por isso que nós as admitimos como formando dois princípios que constituem o universo. Vemos acima de tudo isso uma inteligência que domina todas as outras e as governa, que se distingue por seus atributos essenciais...”. (LE 28) Kardec perquire de forma incansável: “A matéria é formada de um único ou de vários elementos? – De um único elemento primitivo. Os corpos que considerais simples não são verdadeiros elementos, mas

LIMITES DA ENCARNAÇÃO

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Adams Auni em seu estudo promove a reflexão quanto a encarnação do espírito quando criado e que as variações "fisicas" são expressões de um "continuum".

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Page 1: LIMITES DA ENCARNAÇÃO

LIMITES DA ENCARNAÇÃO Adams Auni

“Cap.IV. ESE - LIMITES DA ENCARNAÇÃO - São Luís - Paris, 1859, item 24: Quais são os limites da encarnação?” Acreditamos que a palavra “limites” não estaria para determinar numero limite de reencarnações, mas para solidificar a idéia da “alma imortal” ou “espírito imortal” e nesse entendimento poder inferir que essa “encarnação” ocorra no momento em que o espírito é criado por Deus.

Onde há a união do espírito e matéria, logo: espírito e fluido cósmico, constituindo assim a base eterna do seu perispírito.

A base de nossas observações é o Livro dos Espíritos e para tanto as respostas dos espíritos nos esclarecem: “Haveria, assim, dois elementos gerais do universo: a matéria e o Espírito? – Sim... Ao elemento material é preciso acrescentar o fluido universal, que faz o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, muito grosseira para que o Espírito possa ter uma ação sobre ela. Ainda que sob certo ponto de vista se possa incluí-lo no elemento material, ele se distingue por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse matéria, não haveria razão para que o Espírito não o fosse também. Ele está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria; suscetível, por suas inumeráveis combinações com ela e sob a ação do Espírito, de poder produzir uma infinita variedade de coisas das quais conheceis apenas uma pequena parte. Esse fluido universal, primitivo, ou elementar, sendo o agente que o Espírito utiliza...” (LE 27)

Buscando um maior esclarecimento as respostas dos espíritos nos colocam diante da razão: “Uma vez que o próprio Espírito é alguma coisa, não seria mais exato e menos sujeito a confusões designar esses dois elementos gerais pelas palavras: matéria inerte e matéria inteligente? – As palavras pouco nos importam; cabe a vós formular vossa linguagem de maneira a vos entenderdes. Vossas controvérsias surgem quase sempre do que não compreendeis sobre as palavras que usais, porque vossa linguagem é incompleta para as coisas que os vossos sentidos não percebem... Um fato notório domina todas as hipóteses: vemos matéria sem inteligência e vemos um princípio inteligente independente da matéria. A origem e a ligação dessas duas coisas nos são desconhecidas. Se elas vêm ou não de uma fonte comum, se há pontos de contato entre elas, se a inteligência tem sua existência própria ou se é uma propriedade, um efeito ou mesmo, conforme a opinião de alguns, se é uma emanação da Divindade, é o que ignoramos. Elas nos aparecem distintas, é por isso que nós as admitimos como formando dois princípios que constituem o universo. Vemos acima de tudo isso uma inteligência que domina todas as outras e as governa, que se distingue por seus atributos essenciais...”. (LE 28)

Kardec perquire de forma incansável: “A matéria é formada de um único ou de vários elementos? – De um único elemento primitivo. Os corpos que considerais simples não são verdadeiros elementos, mas transformações da matéria primitiva. (LE 30) Lembramos que essa matéria primitiva é o fluido cósmico.

Persiste ao nosso favor o devotado codificador: “De onde vêm as diferentes propriedades da matéria? – São modificações que as moléculas elementares sofrem por sua união e em determinadas circunstâncias.” (LE 31).

O “espírito” a “Espírito” segue adquirindo informação, “experiênciando-se” em si mesmo, tornando-se cada vez mais complexo em suas funções “psíquicas”, nos tramites das vivencias e convivências vibracionais.

Permanece o ilustre professor a questionar aos espíritos diante de tamanho desafio cientifico: “A mesma matéria elementar é suscetível de passar por todas as modificações e adquirir todas as propriedades? – “Sim, e é o que se deve entender quando dizemos que tudo está em tudo”. (LE 33)

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“... É assim que tudo serve, tudo se encaixa na natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo que começou pelo átomo; admirável lei de harmonia da qual vosso Espírito limitado ainda não pode entender o conjunto.” (LE 540)

Retornando ao tema principal na integra: “Cap.IV. ESE - LIMITES DA ENCARNAÇÃO - São Luís - Paris, 1859, item 24: Quais são os limites da encarnação? A encarnação não tem limites precisamente traçados, se nos referirmos ao envoltório material que constitui o corpo do Espírito. A materialidade desse envoltório diminui à medida que o Espírito se purifica.

Em mundos mais avançados do que a Terra, ele já é menos denso, menos pesado e menos grosseiro e, por conseguinte, menos sujeito aos infortúnios da vida. Num grau mais elevado, é transparente e quase fluídico.

De grau em grau, ele se desmaterializa e acaba por se confundir com o perispírito.

Dependendo do mundo no qual o Espírito é chamado a viver, toma um corpo apropriado à natureza desse mundo. O próprio perispírito sofre transformações sucessivas. Torna-se cada vez mais fluídico até a completa purificação, que constitui a natureza dos Espíritos puros. Embora os mundos especiais sejam destinados aos Espíritos mais avançados, eles não estão ali prisioneiros como nos mundos inferiores; o estado de pureza em que se encontram lhes permite transportarem-se por todas as partes onde realizam as missões que lhes são confiadas.

Considerando-se a encarnação do ponto de vista material, tal qual é na Terra, pode-se dizer que ela está limitada aos mundos inferiores. Portanto, depende do próprio Espírito libertar-se mais ou menos rapidamente da encarnação, trabalhando por sua purificação.

Além do mais, deve-se considerar que na erraticidade, isto é, no intervalo das existências corporais, a situação do Espírito permanece relacionada com a natureza do mundo ao qual ele está ligado pelo seu grau de adiantamento. Deste modo, na erraticidade, ele é mais ou menos feliz, livre e esclarecido, conforme esteja mais ou menos desmaterializado.”

Analisando a introdução desse esclarecimento temos: “Quais são os limites da encarnação? A encarnação não tem limites precisamente traçados, se nos referirmos ao envoltório material que constitui o corpo do Espírito. A materialidade desse envoltório diminui à medida que o Espírito se purifica.”

Kardec questiona aos espíritos da codificação algo extremamente interessante: encarnação e não reencarnação.

A resposta é um pouco subjetiva e quase despercebida, mas traz uma lucidez incrível: “... não há limites precisamente traçados...” e complementa: “... se nos referirmos ao envoltório material que constitui o “corpo” do Espírito...”. Os espíritos falam em: “... corpo do Espírito...”.

Estamos diante de um possível paradoxo? “Corpo do Espírito...”? O que podemos então entender corpo do Espírito nesse contexto sobre limites da

“encarnação”? A nossa assertiva é que poderíamos inferir que se trata do “primeiro corpo” do

espírito quando criado por Deus. A “encarnação”, logo, concluímos que o espírito tem uma “primeira” encarnação, e

que as “corporificações” sucessivas, mesmo em vários estágios, níveis e mundos, seriam as “reencarnações”, partindo todas essas, mais ou menos materiais, mais ou menos sutis, do perispírito “exalado” do fluido cósmico, base para todos os “demais corpos” do espírito.

O perispírito, mais ou menos sutil, se adapta a cada ambiente, pois dele absorve matéria para a sua estruturação naquele ambiente em que se expressa e a medida que o espírito progride intelectualmente e moralmente, tornando-se uma estrutura psíquica cada vez mais elaborada e sofisticada, esse mesmo veiculo sintetiza-se, logo, a matéria que o compõe sutiliza-se ao ponto que, alcançando sua plenitude, confunde-se com o próprio espírito.

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É dito no Livro dos Espíritos, que o espírito se apropria da matéria do ambiente quem que transita, logo, no ato de sua criação por Deus, em sua formação, concluímos que apropriou-se dessa mesma matéria disponível naquele ambiente, logo, o próprio fluido cósmico, “hausto do criador” como expressado por André Luiz em sua obra Evolução em Dois mundos, psicografia de Francisco Candido Xavier.

"O fluido cósmico é o plasma divino, hausto do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio...” (André Luiz).

A partir desse momento inicia a jornada rumo a individualidade espiritual, trafegando pelos mundos e pelos planos, realizando em si a própria obra da criação, agora, colaborando como co-criador, também expressado por André Luiz: “ Co- criação em plano menor - Em análogo alicerce, as inteligências humanas que ombreiam conosco utilizam o mesmo fluido cósmico, em permanente circulação no Universo, para a Co-Criação em plano menor, assimilando os corpúsculos da matéria com a energia espiritual que lhes é própria, formando assim o veículo fisiopsicossomático em que se exprimem ou cunhando as civilizações que abrangem no mundo a Humanidade Encarnada e a Humanidade Desencarnada... ("Evolução em Dois Mundos", André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, Cap. I, edição FEB).

Sendo essa a matéria primordial de todas as coisas, bases elaborativa para as “camadas sucessivas” de interação com os mundos, sendo essa a base do perispírito recém criado por Deus.