LIMITES DA JURISDIÇÃO

LIMITES DA JURISDIÇÃO

LIMITES DA JURISDIÇÃO Limites internacionais

Em princípio o Estado exerce o poder jurisdicional no limite de seu território.

Os conflitos civis estão ligados ao território nacional quando: a) o réu tiver domicílio no Brasil; b) Versar a pretensão sobre obrigação a ser cumprida no Brasil; c) surgir de fato ocorrido no Brasil; d) um imóvel localizado no Brasil for objeto da pretensão; e) estiver no Brasil o(s) bem(s) que sejam objeto de inventário (CPC, arts. 88-89)


Limites internacionais

Nas situações do art. 89 do CPC a competência é exclusiva da jurisdição brasileira. Logo, é inútil propor demanda em outro país que também se declare competente, pois não se admitirá a execução daquele julgado.



Atenção: em respeito a soberania de outros Estados (países) geralmente fica estabelecido que são imunes à jurisdição de um país: a) os Estados estrangeiros; b) os chefes de Estados estrangeiros; c) os agentes diplomáticos.

Essa imunidade vale tanto para a jurisdição civil como para a penal.



Pode ocorrer casos em que a imunidade seja cessada:- Renúncia válida pelo beneficiário;- Quanto o beneficiário da imunidade é o autor da ação:- Quando a demanda tratar de direito real sobre imóvel situado no país;- Quando a ação tratar de profissão liberal ou atividade comercial do agente diplomático;- Quando o agente é nacional do país em que é acreditado;


Exemplos:

EMENTA: Imunidade de jurisdição. Execução fiscal movida pela União contra a República da Coréia. É da jurisprudência do Supremo Tribunal que, salvo renúncia, é absoluta a imunidade do Estado estrangeiro à jurisdição executória: orientação mantida por maioria de votos. [...] (AG.REG.NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. 30/08/2006).


Exemplos:

[…] OS ESTADOS ESTRANGEIROS NÃO DISPÕEM DE IMUNIDADE DE JURISDIÇ ÃO, PERANTE O PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO, NAS CAUSAS DE NATUREZA TRABALHISTA, POIS ESSA PRERROGATIVA DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO TEM CARÁTER MERAMENTE RELATIVO. - O Estado estrangeiro não dispõe de imunidade de jurisdição, perante órgãos do Poder Judiciário brasileiro, quando se tratar de causa de natureza trabalhista. Doutrina. Precedentes do STF (RTJ 133/159 e RTJ 161/643-644). - Privilégios diplomáticos não podem ser invocados, em processos trabalhistas, para coonestar o enriquecimento sem causa de Estados estrangeiros, em inaceitável detrimento de trabalhadores residentes em território brasileiro, sob pena de essa pr ática consagrar censurável desvio ético-jurídico, incompatível com o princípio da boa-fé e inconciliável com os grandes postulados do direito internacional. (RE 222368 AgR / PE - PERNAMBUCO . 30/04/2002).


Limites internos

“[…] em princípio a função jurisdicional cobre toda a área dos direitos substanciais […], sem que haja direitos […] que não possam ser apreciados jurisdicionalmente.” (CINTRA, Antonio Carlos de Araújo. GRINOVER,Ada Pelegrini. DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. Malheiros. 25ª ed. 2009. P. 148).

Isso nos lembra qual princípio da jurisdição?


Limites internos

Essa regra de que não é possível existir direito substancial que não possa ser apreciado pelo estado através da jurisdição possui ressalvas…

- Impossibilidade de sensura judicial - (vide notícia);- Exclusão de pretensões fundadas em dívidas de jogo;


Limites internos

Esses casos são relativos a situações de “impossibilidade jurídica da demanda” ou “impossibilidade jurídica do pedido”.

São excepcionálíssimos, pois como já vimos a CF garante o acesso a justiça e a inafastabilidade da jurisdição…

JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA

Jurisdição voluntária

Existem alguns atos na vida dos particulares (pessoas em geral) que são revestidos de uma importância que vai além daquela importãncia dada pelas próprias partes. Ou seja, interessa também à coletividade.

Como assim?


Por exemplo:

O Casamento…

O casamento não é importante só para o casal, mas também para a sociedade como um todo, pois esta possui o interesse de evitar a celebração de casamento de pessoas impedidas…


Outro exemplo:

A constituição de associação…

A criação de uma associação

não interessa apenas aos

associados, mas também a sociedade como um todo, haja vista que essa associação terá relações com terceiros não sócios que compõem a sociedade.


Para que esses atos que repercutirão na vida social tenham validade é necessário que haja a participação/intervenção de um órgão público.

Ou seja, com isso o Estado participa daqueles atos que seriam, em primeira vista, privados.


José Frederico Marques diz que a jurisdição voluntária “é atividade resultante de negócio jurídico que se exige um ato do Estado, para que o negócio se realize ou complete”. (MARQUES, José Frederico. Ensaio sobre a jurisdição voluntária, Campinas: Millennim, 2000, p. 61).

O exercício da jurisdição voluntária pode ocorrer pelo exercício do próprio judiciário/juiz (ex. Divórcio consensual/amigável) ou por meio de um dos órgãos da administração pública/Estado (o exemplo da associação.

JURISDIÇÃO CONTENCIOSA

Jurisdição contenciosa

A Jurisdição contenciosa "tem por objetivo a composição e solução de um litígio.“ (BORGES, Marcos Afonso. Jurisdição Voluntária. Direito Processual Civil. Conferências. Revista de Processo. Vol. 11-12. São Paulo: RT. p. 209-219).

[...]"o juiz outorga a um ou a outro dos litigantes o bem da vida disputado, e os efeitos da sentença adquirem definitivamente, imutabilidade em frente às partes e seus sucessores (autoridade da coisa julgada material)".(CARNEIRO, Athos Gusmão. Jurisdição e Competência. 4 ed., .rev. e ampl. São Paulo: Saraiva, 1991. p. 06-39).

PODER JUDICIÁRIO

PODER JUDICIÁRIO O exercício do poder do Estado na forma dividida

e distribuída como é, estabelece um sistema de freios e contrapesos…

Explicando…

PODER JUDICIÁRIO O Sistema de Freios e Contrapesos é a forma pela qual os três

poderes se regulam, a fim de evitar abusos. De qualquer forma, todos os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) exercem dentro deles os três Poderes simultaneamente. Explico-lhe:

• O Poder Executivo exerce, em suas funções atípicas, os Poderes Legislativo (quando edita leis) e Judiciário (quando julga seus funcionários);

• O Poder Legislativo possui a autonomia administrativa e judiciária também (ambas em funções atípicas); e

• O Poder Judiciário também possui as funções atípicas de editar Leis (regulamentos internos, por exemplos) e administrar. (http://www.forumconcurseiros.com/forum/showthread.php?t=248294 em 06/04/2013).

http://www.forumconcurseiros.com/forum/showthread.php?t=248294

http://www.forumconcurseiros.com/forum/showthread.php?t=248294

PODER JUDICIÁRIO

O Poder Judiciário não tem a mesma importância política que os demais poderes (legislativo e executivo), contudo, “ocupa um lugar de destaque entre os demais, quando encarado pelo ângulo das liberdades e dos direitos individuais e sociais, de que constitui a principal garantia.” (CINTRA, Antonio Carlos de Araújo. GRINOVER,Ada Pelegrini. DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. Malheiros. 25ª ed. 2009. P. 173).

PODER JUDICIÁRIO

A Constituição Federal de 1988 dedica um capítulo do seu diploma somente ao Poder Judiciário (Cap. III do Título IV (arts. 92 e seguintes da CF/88).

O Poder Judiciário como visto é um só e também a função jurisdicional exercida por ele. Ou seja, apresenta-se sempre o mesmo conteúdo e a mesma finalidade em todo o território nacional.

PODER JUDICIÁRIOFunções do Poder Judiciário e Função Jurisdicional

PODER JUDICIÁRIO

Funções do Poder Judiciário e Função Jurisdicional

- Nem toda a atividade jurisdicional é exercida pelo Poder Judiciário;

- Nem toda atividade desenvolvida pelo Poder Judiciário é considerada uma atividade jurisdicional.

PODER JUDICIÁRIO Funções do Poder Judiciário e Função Jurisdicional- Exemplo: Art. 51, inciso I da CF, Art. 52, inciso II da CF, art. 55, § 2.°

da CF.Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;

Art. 55. [...] § 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

PODER JUDICIÁRIO Funções do Poder Judiciário e Função

Jurisdicional

“Assim como outros poderes podem ser investidos de função jurisdicional, o judiciário não se limita ao exercício da jurisdição, que é sua função precípua, mas exerce também funções legislativas e administrativas.” (CINTRA, Antonio Carlos de Araújo. GRINOVER,Ada Pelegrini. DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. Malheiros. 25ª ed. 2009. P. 176).

PODER JUDICIÁRIOÓrgãos da Jurisdição

Na forma do art. 82 da CF/88 o Poder Judiciário é composto dos seguintes órgãos:

- Supremo Tribunal Federal;- Superior Tribunal de Justiça;- Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;- Tribunais e Juízes do Trabalho;- Tribunais e Juízes Eleitorais;- Tribunais e Juízes Militares;- Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e

Territórios.

PODER JUDICIÁRIO

Órgãos da Jurisdição

Na forma do art. 82 da CF/88 o Poder Judiciário é composto dos seguintes órgãos:

- Dentre os órgãos de primeiro grau de jurisdição das Justiças Estaduais a CF ainda prevê os Juizados Especiais Cíveis e Criminais

PODER JUDICIÁRIO

Órgãos NÃO-JURISDICIONAIS

- Conselho Nacional de Justiça (mais elevado órgão no cenário judiciário – controle do poder judiciário e seus integrantes);

- Sede = Distrito Federal;- Composto de 15 membros (9 Magistrados – inclusive um Ministro

do STF e um Ministro do STJ – 2 representantes do Ministério Público, 2 advogados e 2 cidadãos – dotados de notável saber jurídico e reputação ilibada, sendo que um é indicado pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal).

- Competência administrativa;

PODER JUDICIÁRIO


- Ouvidorias de Justiça

- Competência para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do poder judiciário, ou seus serviços auxiliares, reportando-se diretametne ao Conselho Nacional de Justiça;

- Instituídas pela União, inclusive Distrito Federal para atuar em todas as justiças.

PODER JUDICIÁRIO


- Escolas da Magistratura.

- Cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamenteo e promoção de Magistrados.

A INDEPENDÊNCIA DO PODER

JUDICIÁRIO E SUAS GARANTIAS

A INDEPENDÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO E SUAS GARANTIAS O Poder Judiciário não depende dos demais

poderes (legislativo e executivo). Ele existe por si só como um dos poderes do Estado.

Uma das prerrogativas/garantias do Poder Judiciário é a sua posição de Autogoverno.

Dentro dessa garantia de autogoverno, se inserem outras garantias (art. 96 da CF);

A INDEPENDÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO E SUAS GARANTIAS Garantias dos Magistrados

- Divem-se em duas: garantias dos Magistrados propriamente ditas e determinados impedimentos.

- Garantias = vitaliciedade (perda do cargo somente com sentença transitada em julgado), inamovibilidade (não pode ser obrigado a se transferir para determinado lugar) e irredutibilidade de vencimentos (impossibilidade de redução da sua remuneração – evita que ele sucumba a pressões políticas).

- Impedimentos como garantia de imparcialidade.

A INDEPENDÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO E SUAS GARANTIAS Garantias dos Magistrados

- Impedimentos como garantia de imparcialidade.

Vidações que visam dar melhores condições de imparcialidade ao juiz – consequencia = garantia aos litigantes.

Art. 95 da CF.

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