Linguagens, Códigos e suas Tecnologias - Português Ensino Fundamental, 8° Ano Gêneros textuais: peça teatral, charge

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias - Português

Ensino Fundamental, 8° Ano

Gêneros textuais: peça teatral, charge

Na aula de hoje, estudaremos dois gêneros textuais específicos

PEÇA TEATRAL E CHARGE.

LÍNGUA PORTUGUESA, 8º Ano do Ensino FundamentalGêneros Textuais: Peça Teatral e Charge

Imagem: Lilianaprosa / 2006 / Public Domain.

http://www.ivancabral.com/2009/10/charge-do-dia-presente-de-crianca.html

O que é texto?

Texto é uma entidade concreta realizada materialmente e corporificada em algum gênero textual.

O que são gêneros textuais?

Gêneros textuais são os textos materializados encontrados em nosso cotidiano. Eles apresentam características sociocomunicativas definidas por seu estilo, função, composição, conteúdo e canal de propagação.

(Marcuschi, Luiz Antonio. Generos Textuais: definições e Funcionalidade)


Gênero textual: peça teatral


Imagem: David de Biasí / Creative Commons Attribution 2.0 Generic.

Conceituando TEATROO teatro é uma forma de arte em que um ator ou conjunto de atores interpreta uma história ou atividades para o público em um determinado lugar. Com o auxílio de dramaturgos ou de situações improvisadas, de diretores e técnicos, o espetáculo tem como objetivo apresentar uma situação e despertar sentimentos no público.http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro

Conceituando PEÇA TEATRALUma peça teatral é uma forma literária normalmente constituída de diálogos entre personagens e destinada a ser encenada - não apenas lida. As peças teatrais, tais como as conhecemos no mundo ocidental, surgiram na Grécia Antiga.Nas encenações, os atores devem respeitar um roteiro, feito por um dramaturgo. O diretor tem o papel de fazer o roteiro ser cumprido nos mínimos detalhes, e também é o responsável por dirigir os ensaios. Os cenógrafos também são muito importantes, já que eles caracterizam o espaço onde a peça será apresentada.http://pt.wikipedia.org/wiki/Pe%C3%A7a_teatral


http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pe%C3%A7a_teatral

As peças teatrais podem surgir sob a forma de

tragédiacomédiadramateatro épicoteatro modern.


Imagem: Autor desconhecido /Disponibilizada por Booyabazooka/ GNU Free Documentation License.

A peça teatral é composta por dois tipos de texto: (referências slides 7-10)

http://linguaportuguesa8ano.blogspot.com.br/2009/04/caracteristicas-do-texto-dramatico.html ; http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/genero-dramatico/genero-dramatico-3.php

www.colegiowr.com.br/colegiowr/download.php?c=716

Texto Principal - Contém as falas dos atores, que podem ser escritas através de:MONÓLOGO – o personagem fala consigo mesmo, expondo perante o público os

seus pensamentos e/ou sentimentos (precedido sempre de travessão) ;

DIÁLOGO – falas entre duas ou mais personagens (precedido sempre de travessão);

Apartes – comentários de um personagem para o público, pressupondo que não são ouvidos pelo seu interlocutor.

Texto secundário (Indicações cênicas) – Destina-se ao leitor, ao encenador ou aos atores.


http://linguaportuguesa8ano.blogspot.com.br/2009/04/caracteristicas-do-texto-dramatico.html

A peça teatral compõe-se também em sua estrutura de

listagem inicial das personagens; indicação do nome das personagens no início de cada fala; informações sobre a estrutura externa da peça (divisão em atos, cenas ou

quadros); indicações sobre o cenário e guarda-roupas das personagens; indicações sobre movimentação das personagens em palco, as atitudes que

devem tomar, os gestos que devem fazer ou a entoação de voz com que devem proferir as palavras.


O texto da peça teatral divide-se em:

exposição: apresentação dos personagens e antecedentes da ação; conflito: conjunto de fatos que fazem a ação progredir; desenlace: desfecho da ação dramática.

Quanto aos personagens, na peça teatral, eles podem ser:

protagonista ou personagem principal; personagens secundárias; figurantes.


Quanto à intenção do autor (o que ele pretende com o texto da sua peça), pode ser:

moralizadora: distinguir o bem do mal, para mostrar que o bem sempre vence;

lúdica: de entretenimento, diversão, quer causar o riso; crítica: em relação à sociedade do seu tempo; didática: transmitir um ensinamento.

P.S.: A peça teatral pode apresentar mais de uma intenção, exemplo: ela pode ser crítica e lúdica ao mesmo tempo.


Vamos ver agora todas as características que foram estudadas dentro do texto? Para isso, vamos ler um fragmento da peça “O Noviço”, do dramaturgo Martins Pena. Mas, antes, vamos conhecer mais esse autor.


Luís Carlos Martins Pena (1815 - 1848) foi dramaturgo, diplomata e introdutor da comédia de costumes no Brasil, tendo sido considerado o Molière brasileiro.

Sua obra se caracterizou, pioneiramente, pela ironia e humor, as graças e desventuras da sociedade brasileira e de suas instituições. É patrono da Academia Brasileira de Letras.http://pt.wikipedia.org/wiki/Martins_Pena

Imagem: Yanvovich / O grupo encenação cultural do Pará no CCBEU / Creative Commons Atribuição-Partilha nos Termos da Mesma Licença 3.0 Unported.

Imagem: Autor desconhecido /Disponibilizada por Fernando Maia Jr./ Martins Pena / Public Domain.

O NOVIÇOComédia em 3 atos

P E R S O N A G E N SAMBRÓSIO

FLORÊNCIA - sua mulherEMÍLIA - sua filha

JUCA - 9 anos, ditoCARLOS - noviço da Ordem de S. Bento

ROSA - provinciana, primeira mulher de AmbrósioPADRE - MESTRE DOS NOVIÇOS

JORGEJOSÉ - criado

1 meirinho, que fala2 ditos, que não falam

Soldados de Permanentes, etc. ,etc.(A cena passa-se no Rio de Janeiro)

ATO PRIMEIRO

Sala ricamente adornada: mesa, consolos, mangas de vidro, jarras com flores, cortinas, etc., etc. No fundo, porta de saída, uma janela, etc., etc.


CENA I

AMBRÓSIO, só de calça preta e chambre — No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança e pertinência são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, eu era pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver que responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres.


CENA IIEntra Florência vestida de preto, como quem vai à festa.

FLORÊNCIA - Entrando — Ainda despido, Sr. Ambrósio?AMBRÓSIO — É cedo (Vendo o relógio) São nove horas e o ofício de Ramos

principia às dez e meia.FLORÊNCIA — É preciso ir mais cedo para tomarmos lugar.AMBRÓSIO — Para tudo há tempo. Ora, dize-me, minha bela Florência...FLORÊNCIA — O que, meu Ambrosinho?AMBRÓSIO — O que pensa tua filha do nosso projeto?FLORÊNCIA — O que pensa não sei eu, nem disso se me dá; quero eu - e basta. E é

seu dever obedecer.AMBRÓSIO — Assim é; estimo que tenhas caráter enérgico.FLORÊNCIA — Energia tenho eu.AMBRÓSIO — E atrativos, feiticeira.FLORÊNCIA— Ai, amorzinho! (à parte: ) Que marido!


AMBRÓSIO — Escuta-me, Florência, e dá-me atenção. Crê que ponho todo o meu pensamento em fazer-te feliz...

FLORÊNCIA — Toda eu sou atenção.AMBRÓSIO — Dois filhos te ficaram do teu primeiro matrimônio. Teu marido foi

um digno homem de muito juízo; deixou-te herdeira de avultado cabedal. Grande mérito é esse...

FLORÊNCIA — Pobre homem!AMBRÓSIO — Quando eu te vi pela primeira vez não sabia que era viúva rica.

( à parte: ) Se o sabia! (Alto: ) Amei-te por simpatia.FLORÊNCIA — Sei disso, vidinha.AMBRÓSIO — E não foi o interesse que obrigou-me a casar contigo.FLORÊNCIA — Foi o amor que nos uniu.AMBRÓSIO — Foi, foi, mas agora que me acho casado contigo, é de meu dever

zelar essa fortuna que sempre desprezei. FLORÊNCIA, à parte— Que marido!


AMBRÓSIO, à parte— Que tola! (Alto:) Até o presente tens gozado desta fortuna em plena liberdade e a teu bel-prazer; mas daqui em diante, talvez assim não seja.

FLORÊNCIA — E por quê?AMBRÓSIO — Tua filha está moça e em estado de casar-se. Casar-se-á, e

terás um genro que exigirá a legítima de sua mulher, e desse dia, principiarão as amofinações para ti, e intermináveis demandas. Bem sabes que ainda não fizeste inventário.

FLORÊNCIA — Não tenho tido tempo, e custa-me tanto aturar procuradores!AMBRÓSIO — Teu filho também vai a crescer todos os dias e será preciso por

fim dar-lhe a sua legítima... Novas demandas.FLORÊNCIA — Não, não quero demandas.AMBRÓSIO — É o que eu também digo; mas como preveni-las?FLORÊNCIA — Faze o que entenderes, meu amorzinho.AMBRÓSIO — Eu já te disse há mais de três meses o que era preciso

fazermos para atalhar esse mal. Amas a tua filha, o que é muito natural, mas amas ainda mais a ti mesma...


FLORÊNCIA — O que também é muito natural...AMBRÓSIO — Que dúvida! E eu julgo que podes conciliar esses dois pontos,

fazendo Emília professar em um convento. Sim, que seja freira. Não terás nesse caso de dar legítima alguma, apenas um insignificante dote —e farás ação meritória.

FLORÊNCIA— Coitadinha! Sempre tenho pena dela; o convento é tão triste!AMBRÓSIO — É essa compaixão mal-entendida! O que é este mundo? Um

pélago de enganos e traições, um escolho em naufragam a felicidade e as doces ilusões da vida. E o que é o convento? Porto de salvação e ventura, asilo da virtude, único abrigo da inocência e verdadeira felicidade... E deve uma mãe carinhosa hesitar na escolha entre o mundo e o convento?

FLORÊNCIA — Não, por certo...


AMBRÓSIO — A mocidade é inexperiente, não sabe o que lhe convém. Tua filha lamentar-se-á, chorará desesperada, não importa; obriga-a e daí tempo ao tempo. Depois que estiver no convento e acalmar-se esse primeiro fogo, abençoará o teu nome e, junto ao altar, no êxtase de sua tranquilidade e verdadeira felicidade, rogará a Deus por ti. (À parte:) E a legítima ficará em casa.

FLORÊNCIA — Tens razão, meu Ambrosinho, ela será freira.AMBRÓSIO — A respeito de teu filho direi o mesmo. Tem ele nove anos e

será prudente criarmo-lo desde já para frade.FLORÊNCIA — Já ontem comprei-lhe o hábito com que andará vestido daqui

em diante. AMBRÓSIO — Assim não estranhará quando chegar à idade de entrar no

convento; será frade feliz. ( À parte:) E a legítima também ficará em casa.FLORÊNCIA — Que sacrifícios não farei eu para a ventura dos meus filhos!


Atividade

1. De acordo com o que estudamos acerca do gênero textual “peça teatral”, e com a leitura do inicial de “O Noviço”, responda qual foi a intenção preterida pelo autor.

2. Encontre no texto as “apartes” presentes. Com qual intenção são ditas no texto?

3. Encontre as indicações cênicas e, em seguida, responda se elas lhe auxiliaram na sua visão de como seria o espaço da peça.


Imagem: dabnotu / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported.

Gênero textual: charge


http://www.ivancabral.com/2010/07/charge-do-dia-obras-

da-copa.html

Conceituando charge

Charge é um tipo especial de cartum (maneira de emitir opinião sobre os acontecimentos do dia a dia). Tem por objetivo a crítica humorística de um fato social. Por isso, para poder compreender a charge, é necessário conhecer o assunto a que ela se refere.

http://passeionaspalavras.blogspot.com.br/2011/08/precisamos-mudar.html

Mas o que é crítica?Criticar não é falar mal, mas sim comentar um fato baseado em

argumentos, de modo a expor sua opinião sobre ele.


A história da charge no Brasil se confunde com a história da luta pela liberdade de expressão.

Com a instalação da censura prévia aos meios de comunicação durante o regime militar iniciado em 60, surgiu a chamada imprensa alternativa, trazendo referências como a revista Pif Paf e o jornal O Pasquim (que foi o celeiro dos melhores chargistas e ilustradores do Brasil).

Mesmo sob forte censura, nada escapava aos traços de chargistas como Jaguar, Ivan Lessa, Ziraldo, Millôr e Henfil.

Após o fim da censura, surgiram nomes como Angeli, Glauco, Laerte e os irmãos Caruso, que apostavam na crítica pró-democracia, retratando uma nova sociedade que começava a se formar. Até hoje, grande parte das charges criadas no Brasil remetem a uma crítica política e social.


Quando surgiu a charge?

http://passeionaspalavras.blogspot.com.br/2011/08/precisamos-mudar.html

Imagem: Dzimbres / Capa do Jornal O Pasquim, 30.11.1989 / GNU Free Documentation License.

Características da charge:

diferentemente das HQs e tirinhas, a charge se apresenta em um único quadro;

traz imagens exageradas para gerar humor; faz uma crítica irônica e carregada de humor; é baseada em um fato, preciso; por ser carregada de temporalidade e espacialidade, pode se desvalorizar

no tempo. Ex. Uma charge que fale sobre as eleições de 2010 pode não causar

humor nas eleições de 2012, visto que os candidatos e a situação em que eles se encontravam quando foram criticados na charge mudou. Nas eleições de 2012, são feitas novas críticas, de acordo com os fatos que estiverem acontecendo no momento.


Na charge ao lado, podemos perceber a crítica feita com relação à falta de educação, saúde e segurança, direitos sociais que deveriam ser garantidos pelo Governo. No entanto, se você não morasse no Brasil e não soubesse que no nosso país tais direitos não são inteiramente fornecidos, você conseguiria entender a charge? Ou acharia que se trata apenas de um garoto “respondão” que não tem educação, nem saúde nem segurança?


Analisando as charges

Nº 1

http://www.ivancabral.com/2011/05/charge-do-dia-

educacao.html

Observe a charge ao lado.Conseguiu perceber a crítica feita pelo seu desenhista? De um lado, está Jesus, e do outro, o coelhinho da páscoa entregando ovos de chocolate. Agora ficou claro, não foi? O autor da charge está criticando o período da páscoa, em que somos levados pelo capitalismo a esquecer o real sentido da data, que é a ressurreição de Cristo, nos importando quase sempre apenas com os chocolates que desejamos ganhar.


Nº 2

http://www.ivancabral.com/2008/03/pscoa.html

1. Escolha uma das charge presentes nas alternativas que seguem e responda às questões propostas abaixo. Que tipo de crítica faz a charge escolhida por você? Qual é o assunto abordado nela? Que informação prévia você precisa ter para entendê-la? Você concorda com a imagem? Justifique sua resposta.


Atividade

a) b)

http://www.ivancabral.com/2010/03/charge-do-dia-olha-bala.html

http://www.ivancabral.com/2011/05/charge-do-

dia-numeros-da-dengue.html

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro <acessado em 20/05/2012>

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pe%C3%A7a_teatral <acessado em 20/05/2012>

http://pt.wikipedia.org/wiki/Martins_Pena <acessado em 20/05/2012>

http://home.comcast.net/~gustavobastos/o_novico.pdf <acessado em 20/05/2012>

http://passeionaspalavras.blogspot.com.br/2011/08/precisamos-mudar.html <acessado em 20/05/2012>


Tabela de Imagensn° do slide

direito da imagem como está ao lado da foto link do site onde se conseguiu a informação Data do Acesso

2 Lilianaprosa / 2006 / Public Domain. http://commons.wikimedia.org/wiki/

File:O_Cirquinho_de_Lu%C3%ADsa.JPG06/09/2012

4 David de Biasí / Creative Commons Attribution 2.0 Generic.

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Interior_Teatro_Cervantes.jpg

06/09/2012

6 Autor desconhecido /Disponibilizada por Booyabazooka/ GNU Free Documentation License

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:P_culture.svg?uselang=pt-br

06/09/2012

11a Autor desconhecido /Disponibilizada por Fernando Maia Jr./ Martins Pena / Public Domain

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Martins_Pena.jpg

06/09/2012

11b Yanvovich / O grupo encenação cultural do Pará no CCBEU / Creative Commons Atribuição-Partilha nos Termos da Mesma Licença 3.0 Unported.

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:O_noviço.jpg?uselang=pt-br

06/09/2012

19 dabnotu / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported.

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:LAPIZ.SVG

06/09/2012

22 Dzimbres / Capa do Jornal O Pasquim, 30.11.1989 / GNU Free Documentation License

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Capa_Pasquim_30.11.89.jpg

06/09/2012

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